Prévia do material em texto
Exame físico da coluna Etapas básicas ● (1) apresente-se ● (2) observar articulação ● (3) sinta a articulação ● (4) mova a articulação ● (5) avalie a função da articulação Pontos de referência da coluna ● C1→ ângulo da mandíbula ● C4→ pomo de Adão/ cartilagem tireoidiana ● C7→ processo espinhoso proeminente ● T2-T3→ espinha escápula (posição anatômica) ● T7-T9→ ângulo inferior da escápula ● L4→ linha entre as cristas ilíacas Marcha ● peça ao paciente para caminhar alguns passos, virar e caminhar de volta ● observe a marcha, simetria e a habilidade de girar rapidamente ● avalie posturas antálgicas (posição adotada por um paciente para evitar a dor) Alinhamento da coluna vertebral ● com o paciente na posição anatômica o observe por trás, de lado e de frente ● paciente precisa estar despido e sem sapatos ● avaliar as curvaturas normais da coluna ○ inspeção lateral (em pé)→ curvaturas da coluna são mais bem observadas ● se um dos ombros estiver mais elevado que o outro → provável que exista escoliose torácica alta convexa para esse lado ○ escoliose lombar com convexidade à direita Pontos de referência para avaliação postural ● prega glútea ● prega infraescapular ● escápula ● crista ilíaca ● ombros ● mamas Teste de inclinação - Teste de Adams ● inclinar o tronco para frente com as mãos unidas, pés juntos e joelhos esticados – observar se forma uma espécie de gibosidade em um dos lados ● escolioses idiopáticas, neuromusculares ou congênitas (escolioses estruturadas): observa-se que a deformidade da coluna lombar não é corrigida com manobras na bacia e nos MMII ● permite diferenciar as escolioses estruturadas das não estruturadas ● giba: forma-se nas escolioses estruturadas e desaparece naquelas devido a encurtamento dos MMII, doenças do quadril e problemas álgicos, que são denominadas escoliose não estruturada Coluna vertebral Inspeção Estática ● observe perda muscular, assimetrias e alterações posturais Dinâmica ● cervical: flexão, extensão, rotação e lateralidade ● torácica: rotação direita e esquerda (75º), flexão e extensão, lateralidade→ fazer com paciente sentado para estabilizar a lombar ● lombar: flexão, extensão (30º), rotação (90º) e lateralidade (35º) ● observar ○ amplitude de movimentos ○ flexão cervical: paciente encosta o queixo no tórax ○ rotação cervical: queixo deve estar alinhado com os ombros ○ inclinação lateral: encostar orelha no ombro ○ rotações torácicas: com a pelve fixada pela posição sentada podem atingir até 50° ○ amplitude dos movimentos da lombar apresentam variações com a idade, flexibilidade das articulações e grau de alongamento dos músculos isquiotibiais ○ amplitude coluna lombar varia: flexão 40 a 60º ; extensão de 20 a 35º; inclinação lateral 15 a 20º; rotação de 3 a 18º ● flexão ○ dor aumenta: patologia anterior ○ dor diminui: patologia posterior ● extensão ○ se dor: patologia posterior (apofisária) ● lateralização ○ se dor do mesmo lado: patologia apofisária ○ se dor do lado oposto: patologia muscular, de ligamentos ou de fáscia Palpação ● palpe os processos espinhais, cristas ilíacas e musculatura paravertebral ● sinal de alarme: paciente localiza a dor em 1 ou 2 (máx.) em determinado processo espinhoso → indica fratura, processos infecciosos e/ou neoplasias Avaliação de membros ● força, reflexos e sensibilidade pode trazer informações quanto ao segmento afetado Exame neurológico C5 ● motor: flexores do cotovelo ● reflexo: bicipital ● sensibilidade: face lateral do braço Reflexos profundos ● bicipital: C5-C6 C6 ● motor: extensores do punho ● reflexo: braquiorradial ● sensibilidade: 1º quirodáctilo Reflexos profundos ● estilorradial: C5-C6 C7 ● motor: extensor do cotovelo ● reflexo: tricipital ● sensibilidade: 3º quirodáctilo Reflexos profundos ● tricipital: C6-C8 C8 ● motor: Flexor profundo do 3º quirodáctilo ● reflexo: - ● sensibilidade: 5º quirodáctilo T1 ● motor: adutor do 5º quirodáctilo ● reflexo: - ● sensibilidade: face medial do cotovelo Coluna cervical e suas manobras ● manobra de Spurling: compressão ou irritação radicular ○ lateralização da cabeça para o lado acometido, resultando na reprodução ou aumento da dor radicular ipsilateral ● teste de distração cervical ● sinal de Barre-Lieou: indica a síndrome de estenose da artéria vertebral = sentado, rodar a cabeça para os 2 lados→ positivo se tontura, náusea, vertigem, alteração visual, síncope ou nistagmo ● teste de Adson: testa a permeabilidade da artéria subclávia (síndrome do desfiladeiro torácico) que pode ser comprimida pela costela cervical ou contratura dos músculos escalenos anterior e médio ○ palpando-se o pulso radial, deve-se abduzir e rodar externamente o membro superior do paciente ○ em seguida, o paciente deve prender a respiração e mover a cabeça em direção ao membro examinado ○ qualquer compressão da artéria será percebida como diminuição ou desaparecimento do pulso→ teste positivo Coluna dorsal e suas manobras ● expansão torácica: fita métrica na linha dos mamilos ○ inspiração/expiração forçada é > 5cm ○ se < 2,5cm→muito alterado ○ se mamilos fora da localização habitual→medir no 4º espaço intercostal ou junção xifo-esternal ○ pacientes com dor, limitação da mobilidade e discreta cifose → redução da amplitude torácica é sinal de calcificação dos ligamentos costotransversais, como ocorre na espondilite anquilosante Exame neurológico da coluna torácica ● sensitivo ○ sensibilidade tátil: com um chumaço de algodão ○ sensibilidade dolorosa: com agulha sem ponta nos dermátomos correspondentes sensibilidade térmica: algodão umedecido com solução alcoólica ● principais dermátomos para efeito prático ○ T4: altura dos mamilos ○ T7: apófise xifoide ○ T10: cicatriz umbilical ○ T12: virilha ● não existem raízes motoras testáveis na região torácica ● reflexo cutâneo abdominal: único realizado na região torácica ○ toque com objeto que percorre rapidamente de lateral para medial → resposta esperada: contração do músculo abdominal para o lado estimulado (mediado pelas raízes de T7-T12 e deve ser valorizado quando houver assimetria entre os lados) Coluna lombar e suas manobras ● manobra de Lasègue: eleva o membro inferior (até 70º) segurando-o na altura do tornozelo ○ positivo: irradiação ou exacerbação da dor no dermátomo de L4-L5 ou L5-S1 em um ângulo de 35° a 70º ○ hérnias extrusas ou volumosas: pode ser positiva abaixo de 35° ○ negativo: dor acima de 70° ● teste de Bragard: se Lasègue positivo (pode fazer se for negativo mas não tem muito sentido) ○ elevar MI até início da dor → baixar e pedir para o paciente avisar quando não sentir mais dor→ não sente mais dor→ para abaixamento→ dorsiflexiona o pé ○ positivo: dor radicular em perna ● Lasègue sentado ou teste de Bechterew: sentado, estica joelho = dor na coluna ou no membro elevado ○ usado para paciente com lombalgia na cadeira de rodas ● teste estiramento femoral (Nachlas): testa L2-L4 ○ decúbito ventral + flexão joelho + eleva coxa da mesa ou pé próximo a nádega ○ positivo: dor coxa anterior (L2-L3) ou medial perna (L4) ● teste de Brudzinski: paciente em decúbito dorsal realiza flexão ativa da coluna cervical ○ positivo: quando a flexão da coluna cervical desencadeia o aparecimento dos sintomas e o paciente realiza a flexão dos joelhos e quadris para aliviá-los ○ indicativo de meningite ● teste de Schober: paciente em posição ortostática e com os pés juntos, traça-se uma linha entre as duas espinhas ilíacas-póstero superiores e mede-se 10cm acima e traça-se outra linha, em seguida paciente fará uma flexão anterior do tronco→mede-se novamente a distância entre as duas linhas traçadas ○ positivo: se a distância em flexão anterior for < 15 cm (aumento esperado: 5 cm) ○ indica discopatias ● sinal das pontas de “De Sèze” ○ andar na ponta dos pés (flexão plantar do tornozelo)→ compressão da raiz de S1 ○ andar no calcanhar (dorsiflexão do tornozelo)→ compressão da raiz de L4 ou L5 ● teste de Trendelenburg:avaliação de força do glúteo médio→ L5 ○ paciente fica apoiado em um dos pés e o médico examina a posição horizontal do quadril, quando há fraqueza a nádega cai (contralateral)→ deixar por 30 segundos para ver sinal tardio ○ positivo: nádega cai (assimetria)→ patologia é do lado contrário à nádega que caiu Exame neurológico da coluna lombar ● cremastérico→ T12 e L1 ● patelar→ L3 e/ou L4 ● aquileu→ S1 Graus de força muscular ● paralisia ou plegia: ausência de movimentação voluntária ● paresia: déficit parcial da movimentação voluntária ● distribuição: pode ser proximal, distal ou global ● grau 0: plegia ● grau 1: contração visível ● grau 2: movimentos articulares ● grau 3: vence a gravidade ● grau 4: vence parcialmente a resistência ● grau 5: vence a resistência ● teste de Hoover: paciente em decúbito dorsal, o examinador coloca uma mão sob cada calcanhar dos MMII relaxados→ solicitar elevação ativa de um dos membros do paciente, mantendo os joelhos retos ○ usar quando achar que paciente não está fazendo força muscular por vontade própria ○ se o paciente não eleva o MI e o examinador não sente força do calcanhar contralateral em direção à mesa→ não há esforço muscular para isso e o paciente pode estar simulando diminuição de força