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Compartimentos intracelulares e endereçamento de proteínas 12 – THE CELL 01- Compartimentalização das Células A: Organelas Envoltas por Membrana Importância das membranas nas organelas: Local de ocorrência de diversos processos o Exemplos: Localização de enzimas da fosforilação oxidativa Aumento da área de membranas para abrigar reações químicas. Formação de compartimentos fechados. o Cria espaços aquosos funcionalmente especializados dentro da célula. B: Movimentação das Proteínas Entre os Compartimentos A síntese proteica de praticamente todas as proteínas é iniciada nos ribossomos nos citosol. Parte das proteínas fica no citosol e outra é direcionada a outro compartimento celular. Esse direcionamento ocorre por meio de sinais de endereçamento: sequência de aminoácidos que indica esse direcionamento. 01: Transporte Direcionado Por Comportas Proteínas e moléculas de RNA se movimentam entre o citosol e o núcleo através de complexas do poro nuclear no envelope nuclear. Os poros funcionam como canais seletivos, que permitem o transporte ativo de macromoléculas e a difusão simples de pequenas moléculas. 02: Translocação de Proteínas Os translocadores de proteínas são estruturas transmembrana que transportam proteínas específicas através da membrana do citosol para um espaço que é topologicamente diferente. 03: Transporte Vesicular É intermediário ao transporte envolto por membrana. Vesículas de transporte levam proteínas de um compartimento topologicamente equivalente a outro. Exemplo: transferência de proteínas solúveis do RE ao aparelho de Golgi. OBS: esse tipo de transporte só pode mover proteínas entre compartimentos topologicamente equivalentes pois as proteínas transportadas não cruzam membranas. C: Sequências-sinal Encontra-se em uma sequência de aminoácidos. Podem ser encontrados na porção N-terminal. Podem ser extensões internas da proteína. Podem ser compostos por múltiplas sequências de aminoácidos. O sítio de ligação é uma grande cavidade hidrofóbica coberta por metioninas (cadeias laterais flexíveis não ramificadas), o que a torna suficientemente plástica para acomodar sequências-sinal hidrofóbicas de diferentes sequências, tamanho e formas. Peptidases-sinal: são enzimas especializadas na remoção da sequência-sinal da proteína finalizada, uma vez que o processo de endereçamento está finalizado. As sequências-sinal são reconhecidas pelos receptores de endereçamento complementares. Guiam proteínas ao seu destino apropriado. o Funcionam cataliticamente: depois de completar uma rodada de entrega, retornam ao ponto de origem para serem reutilizados. o Reconhecem proteínas específicas (raramente) ou classes de proteínas (comumente). Partícula de Reconhecimento de Sinal (SRP): proteína livre no citoplasma que reconhece, liga e leva o peptídeo-sinal até a membrana do RE. o Formada por moléculas proteicas e por RNA. o Parte dela se liga à partícula-sinal do RNA e a outra se liga ao ribossomo. 02- Retículo Endoplasmático Características gerais: A membrana do RE, geralmente, constitui mais da metade da membrana total de uma célula animal.. A membrana do RE é contínua à membrana nuclear externa. Biossíntese de proteínas e lipídeos. Armazenamento intracelular de Ca2+. A membrana do RE é sítio de produção de todas as proteínas transmembrana e lipídeos para a maioria das organelas celulares. A membrana do RE é sítio de produção de lipídeos para as membranas mitocondriais e peroxissômicas. Todas as proteínas que serão secretadas, destinadas ao lúmen do RE, ao aparelho de Golgi ou aos lisossomos passam pelo RE. Diversidade estrutural e funcional Diferentes tipos celulares podem possuir diversos tipos de membrana do RE. Resultado das especializações às funções dessas células. OBS: Transporte Cotraducional: ocorre simultaneamente à tradução. A importação de proteínas para o RE é cotraducional. o O ribossomo que está sintetizando a proteína está diretamente aderido à membrana do RE, permitindo que uma ponta da proteína seja translocada para o RE enquanto o restante da cadeia polipeptídica está sendo sintetizada. Essas regiões que cobertas por ribossomos são chamadas de retículo endoplasmático rugoso. Armazenamento de cálcio Função do RE. O armazenamento de íons cálcio no lúmen do RE é facilitado pelas altas concentrações de proteínas que se ligam a esses íons. Uma bomba de Ca2+ transporta Ca2+ do citosol para o lúmen do RE. OBS: Retículo Sarcoplasmático – são regiões específicas do REL modificadas e especializadas no armazenamento de íons cálcio nas células musculares. A liberação e a receptação de íons cálcio disparam a contração e o relaxamento das miofibrilas. 03- Retículo Endoplasmático Rugoso Direcionamento o ribossomo e da proteína ao RE: Polirribossomos Polirribossomos livres e ligados à membrana. (A) Uma população comum de ribossomos sintetiza proteínas que permanecem no citosol e aquelas que são transportadas para o RE. A sequência-sinal do RE em uma cadeia polipeptídica recém-formada liga-se à SRP, que direciona ribossomos que iniciaram a tradução à membrana do RE. A molécula de mRNA se mantém permanentemente ligada ao RE como parte de um polirribossomo, enquanto os ribossomos que se movimentam ao longo do polirribossomo são reciclados; no fim de cada ciclo de síntese proteica, as subunidades ribossômicas são liberadas e reunidas na população comum no citosol. Canal Aquoso no Translocador A cadeia polipeptídica atravessa um canal aquoso no translocador. Proteína transportadora que forma um canal preenchido por água, pelo qual a cadeia polipeptídica cruza a membrana. Esse poro (Sec61) pode abrir ou fechar para entrar o peptídeo. Uma abertura lateral pode permitir que o peptídeo sinal vá embora no final. Os translocadores se arranjam em uma estrutura que torna o contato com o ribossomo impermeável. Translocação Pós-Traducional O transporte de proteínas para o interior do RE não ocorre somente durante a tradução. Muitas vezes, há o transporte pós-traducional. O translocador do RE necessita de proteínas acessórias que coloquem a cadeia polipeptídica no poro e sustentem o transporte. As proteínas acessórias a esse processo, atravessam a membrana do RE e depositam uma proteína chaperona do tipo hsp 70 (BiP – binding protein) na cadeia polipeptídica, à medida que esta emerge do poro para o lúmen do RE. As proteínas transportadas por um mecanismo pós- traducional são primeiramente liberadas no citosol, onde se ligam a proteínas chaperonas, evitando seu enovelamento por ligação. Proteínas de passagem única Somente uma sequência-sinal interna do RE permanece na bicamada lipídica. Uma sequência-sinal é reconhecida duas vezes: primeiro por uma SRP no citosol e então por um sítio de ligação no poro da proteína translocadora, onde serve como um sinal de início de transferência (peptídeo de início de transferência) que abre o poro. O reconhecimento duplo pode auxiliar assegurando que proteínas apropriadas entrem no lúmen do RE. a) Sequência-sinal externa Uma sequência N-terminal inicia a translocação Um segmento hidrofóbico adicional na cadeia polipeptídica (sinal de parada da transferência) interrompe o processo de transferência antes que a cadeia inteira seja transportada. . O sinal de parada da transferência ancora a proteína na membrana depois que a sequência-sinal do RE (sinal de início da transferência) tenha sido clivada e liberada do translocador. A sequência de parada da transferência é transferida para a bicamanda onde permanece como um seguimento alfa- hélice atravessando a membrana, com a região C-terminal no lado citosólico.b) Sequência-sinal interna. A SRP liga-se a uma sequência-sinal interna mediante reconhecimento hidrofóbico de características da alfa- hélice. A orientação da sequência de início de transferência determina qual o seguimento da proteína (o que precede ou sucede) é movido através da membrana para o lúmen do RE. o C-terminal no lúmen o N-terminal no lúmen. Proteínas de Passagem Múltipla A cadeia polipeptídica passa para frente e para trás repetidamente ao longo da bicamada lipídica como uma alfa-hélice hidrofóbica. Uma sequência-sinal interna indica o início da translocação, que continua até o translocador encontrar uma sequência de parada. Um processo de varredura continua até que todas as regiões hidrofóbicas na proteína tenham sido inseridas na membrana como alfa-hélices transmembranas. OBS: Uma vez que as proteínas de membrana sempre estão inseridas no lado citosólico do RE dessa maneira programada, todas as copias da mesma cadeia polipeptídica terão a mesma orientação na bicamada lipídica. Esse mecanismo gera uma assimetria na membrana do RE, na qual os domínios proteicos expostos em um dos lados são diferentes dos domínios expostos do outro. Essa assimetria e mantida durante os muitos eventos de brotamento e de fusão que transportam as proteínas sintetizadas no RE a outras membranas celulares. Assim, a maneira que uma proteína recém-sintetizada e inserida na membrana do RE determina a orientação da proteína em todas as outras membranas. Proteínas Ancoradas Pela Cauda Ancoradas na membrana por uma alfa-hélice hidrofóbica transmembrana C-terminal. Após a inserção dessas proteínas na membrana do RE, poucos aminoácidos que seguem a alfa-hélice transmembrana na extremidade C-terminal são translocadas para o lúmen do RE, enquanto a maior parte permanece no citosol. A tradução termina enquanto os aminoácidos da porção C-terminal que irão formar a alfa-hélice transmembrana ainda não emergiram do túnel de saída do ribossomo. O reconhecimento de SRP não e, portanto, possível. Maquinaria abastecida pela hidrólise de ATP. Montagem de Proteínas no RER Proteínas residentes no RE, que contém um sinal de retenção no RE (4 AA na extreminade C-terminal), retém a proteína no RE. Proteína Dissulfeto Isomerase (PDI): catalisa a oxidação de grupos sulfidrila (SH) para formar ligações dissulfeto (S-S). Chaperona BiP: reconhece proteínas enoveladas incorretamente, bem como subunidades proteicas que ainda não se agregaram aos seus complexos oligoméricos finais. o A BiP ligadas impede a agregação da proteína e auxilia na manutenção ela no RE. o A BiP hidrolisa ATP para alternar entre os estados de alta e baixa afinidade de ligação, que lhe permitem assegurar e soltar suas proteínas de substrato em um ciclo dinâmico. Glicosilação de Proteínas no RE Adição covalente de oligossacarídelos às proteínas. Oligossacarídeos: rótulos para a marcação do estado de enovelamento da proteína Calnexina e calreticulina: são chaperonas que necessitam de Ca2+ para suas atividades. São proteínas de ligação de carboidratos (lectinas) que se ligam a oligossacarídeos nas proteínas que não estão completamente enoveladas e as retêm no RE. Quando a terceira glicose é removida, a glicoproteína issocia-se de sua chaperona e pode deixar o RE. Glicosil transferase: adiciona glicose aos oligossacarídeos que perderam sua última glicose. Logo: uma proteína sofre ciclos contínuos de retirada de glicose e de adição e mantém uma afinidade por calnexina e calreticulina, até alcançar seu estado de completo enovelamento. Exportação para o citosol e degradação de proteínas malformadas Ao voltar para o citosol essas proteínas são degradadas em proteassomos. Reciclagem de proteínas malformadas Resposta de estresse do RE A resposta à proteína desenovelada. a) Por três vias de sinalização intracelular, o acúmulo de proteínas mal enoveladas no lúmen do RE sinaliza ao núcleo para ativar a transcrição de genes que codificam proteínas que auxiliam a célula a conter as proteínas mal enoveladas no RE. b) Splicing regulado de RNA é o controle-chave de regulação na via 1 de resposta à proteína desenovelada. 04- Retículo Endoplasmático Liso Produção de lipídeos na célula o Fosfolipídeos o Colesterol Âncora de glicofosfatidilinositol (GPI) Ocorre no lúmen do RE. Ao mesmo tempo, o segmento transmembrana da proteína é clivado e a âncora de GPI é adicionada. Uma vez que são aderidas ao exterior da MP somente pelas suas âncoras de GPI, elas podem, em princípio, ser liberadas das células na forma solúvel, em resposta a sinais que ativam uma fosfolipase específica na MP. Formação das bicamadas lipídicas no RE Cada etapa e catalisada por enzimas na membrana do RE que tem seus sítios ativos voltados para o citosol, onde são encontrados todos os metabolitos necessários. Devido ao fato de os ácidos graxos não serem solúveis em agua, eles são conduzidos dos seus sítios de síntese ao RE por proteínas de ligação a ácidos graxos no citosol.. Como a síntese de fosfolipídeo ocorre no folheto citosólico da bicamada lipídica do RE, e necessário que exista um mecanismo que transfira algumas das moléculas de fosfolipídeos recém-formados para o folheto do lado do lúmen da bicamada. Em bicamadas lipídicas sintéticas, lipídeos não se movem da forma flip-flop. No RE, todavia, os fosfolipídeos equilibram-se através da membrana em minutos, o que e quase cem mil vezes mais rápido do que o flip-flop (retorno) espontâneo. Esse movimento transbicamada rápido e mediado por um translocador de fosfolipídeos pobremente caracterizado, denominado embaralhador (scramblase) que, de maneira não seletiva, equilibra fosfolipídeos entre os dois folhetos da bicamada lipídica. Assim, os diferentes tipos de fosfolipídeos parecem ser igualmente distribuídos entre os dois folhetos da membrana do RE... A membrana plasmática contém um tipo diferente de translocador fosfolipídico que pertence a família de transportadores de absorção do tipo P. Essas flipases reconhecem especificamente fosfolipídeos que contém grupos amino livres nos seus grupos da cabeça (fosfatidilserina e fosfatidiletanolamina) e os transfere a partir do meio extracelular para o folheto citosólico, utilizando a energia da hidrolise do ATP. A membrana plasmática, portanto, apresenta uma composição fosfolipídica altamente assimétrica, que e ativamente mantida por flipases. A membrana plasmática também contém um misturador, mas, ao contrário do misturador do RE, que e sempre ativo, a enzima da membrana plasmática e regulada e ativada apenas em algumas situações, como em apoptose e em plaquetas ativadas, onde age para cancelar a assimetria da bicamada lipídica; a exposição resultante de fosfatidilserina na superfície de células apoptóticas serve como um sinal para células fagocíticas ingerirem e degradarem a célula morta. Complexo do Citocromo P450 A biotransformação de xenobióticos no retículo endoplasmático ocorre nos citocromos p450, uma família de enzimas pertencente ao grupo das heme-proteína, e consiste na inserção de um átomo do oxigênio molecular ao composto, o que o torna mais solúvel. A finalidade desse processo é facilitar a excreção desses compostos, o que ocorre mediante à maior solubilidade em água adquirida a partir da inserção desse átomo do oxigênio molecular, o que facilita a excreção na urina. Essa modificação química pode ter como consequência a ativação ou inativação de agentes terapêuticos, a conversão de produtos químicos em moléculas de extrema reatividade que podem formar adultos em estruturas supramoleculares e a indução ou inibição enzimática que altera a metabolização das drogas resultando consequentemente em efeitos adversos bem como a interação droga-droga.