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Manuseio dos equipamentos calibração e rastreamento e interferes amostrais

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Manuseio dos equipamentos: calibração e 
rastreamento e interferentes amostrais
Apresentação
O propósito de um teste laboratorial é avaliar a condição patofisiológica do paciente, de modo a 
auxiliar o diagnóstico clínico e/ou monitorar a terapia. A fim de ser válido para a tomada de decisão 
clínica, o resultado do exame laboratorial deve apresentar erro total suficientemente insignificante. 
Assim, um resultado analítico de qualidade depende do sucesso de todos os processos que 
envolvem a realização do exame, desde a identificação do paciente até a análise da consistência e a 
liberação do resultado. Para que isso ocorra, os aspectos fundamentais no processo analítico 
incluem a calibração dos equipamentos e controle de qualidade dos processos, de modo a garantir 
a exatidão e precisão dos resultados. Por conta disso, o conhecimento dos principais interferentes 
nas análises laboratoriais na etapa analítica possibilita a prevenção dos erros, reduzindo problemas, 
eliminando perdas ou falhas e impactando nos processos e, em consequência, nos resultados dos 
exames realizados na amostra de um paciente.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a importância da calibração de equipamentos, 
seus objetivos e procedimentos, a importância do controle de qualidade dos equipamentos 
laboratoriais, e os principais interferentes nas análises laboratoriais.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a importância da calibração de equipamentos, 
seus objetivos e procedimentos.
•
Explicar a importância do controle de qualidade dos 
equipamentos laboratoriais.
•
Caracterizar os principais interferentes nas análises laboratoriais.•
Desafio
Na rotina do laboratório clínico, diariamente são realizadas análises nas amostras controle de cada 
parâmetro a ser dosado, juntamente com os pacientes, utilizando os mesmos métodos e os mesmos 
padrões. Os resultados obtidos são plotados no gráfico de controle. Pela inspeção diária, torna-se 
prático determinar se uma análise se apresenta dentro do controle ou fora do controle.
Veja a seguinte situação:
Diante dessa evidência, responda:
a) Qual atitude deve ser tomada?
b) Explique quais as prováveis causas da tendência encontrada no gráfico e qual o possível impacto 
se não forem tomadas ações corretivas?
Infográfico
A automação total dos laboratórios clínicos tornou-se fator de alta prioridade em razão do aumento 
do volume de testes e da consolidação dos laboratórios, entre outros. Também por essa razão, é 
necessário sempre atentar para a obtenção de resultados altamente confiáveis nesse processo. 
Ações que minimizam erros devem ser desenvolvidas e aplicadas a fim de assegurar confiabilidade 
aos resultados, preservando a clínica do paciente.
No Infográfico a seguir, veja as estratégias utilizadas para o controle de qualidade de avaliação do 
desempenho analítico de equipamentos, se estão operando dentro das especificações predefinidas 
e se há condições de inferir a confiabilidade dos resultados dos exames. Desse modo, cria-se uma 
rotina que garante a segurança de análise do material biológico do paciente.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/6cab4d55-3b82-498c-9848-7093ce0fbd0a/adb207f3-8407-4670-bb57-cc648cd94d13.png
Conteúdo do livro
As boas práticas em laboratórios clínicos reduzem ou eliminam as fontes de erros potenciais, como 
variáveis que influenciam a fase analítica. Assim, é importante selecionar processos e definir 
procedimentos para permitir um desempenho adequado dos equipamentos utilizados no 
laboratório, como, por exemplo, a calibração e o controle de qualidade. Vale ressaltar 
que substâncias de origem endógena ou exógena podem potencialmente interferir nas 
determinações dos parâmetros laboratoriais. Entre as variáveis, podem ser 
citados equipamentos, reagentes, interferentes, calibração e manutenção de equipamentos e 
qualidade da água (grau de pureza), temperatura ambiente, materiais de controle e calibradores, 
bem como a estabilidade da amostra.
Na obra Instrumentação Biomédica, base teórica para essa Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo 
Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais e veja a 
importância dos processos de calibração e controle de qualidade dos equipamentos, bem como os 
principais interferentes nas análises laboratoriais.
Boa leitura.
INSTRUMENTAÇÃO 
BIOMÉDICA 
Lisiane Cervieri Mezzomo
Manuseio dos 
equipamentos: calibração 
e rastreamento de 
interferentes amostrais 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer a importância da calibração de equipamentos, seus ob-
jetivos e procedimentos.
 � Explicar a importância do controle de qualidade em equipamentos 
laboratoriais.
 � Caracterizar os principais interferentes em análises laboratoriais.
Introdução
A obtenção de resultados laboratoriais confiáveis e fidedignos para pos-
terior tomada de decisão clínica passa por processos de garantia da 
qualidade dos processos e dos equipamentos utilizados para as análises, 
bem como pelo controle dos interferentes laboratoriais. Apesar do uso da 
automação em análises clínicas possibilitar maior confiabilidade no pro-
cesso analítico, erros ainda ocorrem, e conhecer os fatores que interferem 
nesse processo e os procedimentos a serem tomados para minimizá-los, 
é de fundamental importância para que sejam estabelecidas estratégias 
de monitoramento dos processos envolvidos.
Neste capítulo, você vai estudar a importância da calibração dos 
equipamentos, seus objetivos e seus procedimentos. Também vai 
entender a importância do controle de qualidade nos equipamentos 
laboratoriais, além de conhecer os principais interferentes nas análises 
laboratoriais. 
Calibração dos equipamentos
As principais consequências dos avanços tecnológicos envolvendo automação 
são evidenciadas na fase analítica. Fatores que demonstram o desempenho 
dos métodos utilizados no laboratório de análises clínicas, como linearidade 
(ou intervalo operacional), precisão e exatidão devem ser, obrigatoriamente, 
conhecidos, monitorados e, constantemente, avaliados (XAVIER; DORA; 
BARROS, 2016).
A calibração dos equipamentos é um componente essencial à obtenção de 
resultados de qualidade. Ela pode ser definida como o conjunto de operações 
que estabelece, sob condições especificadas, a correspondência entre valores 
indicados pelo equipamento e os valores correspondentes estabelecidos por 
padrões. Assim, os resultados da calibração indicam se o equipamento está 
apto para uso (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E 
MEDICINA LABORATORIAL, 2018).
A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº. 302, de 13 de outubro de 2005, define 
a verificação da calibração como o ato de demonstrar que um equipamento de 
medição apresenta desempenho dentro dos limites de aceitabilidade em situação 
de uso (BRASIL, 2005).
Técnicas específicas de calibração são diferentes para cada método utilizado 
dentro de um laboratório, contudo, alguns princípios gerais são aplicáveis à 
implantação do processo de calibração e à verificação da uniformidade da 
calibração entre os múltiplos métodos (MCPHERSON; PINCUS, 2012).
Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais2
De acordo com a RDC nº. 302, o sistema de gestão da qualidade do laboratório deve 
contemplar a definição e a implementação de um programa de monitoração periódica 
dos equipamentos, incluindo a calibração. As evidências para esse processo devem 
estar na documentação dos registros de atividades que tratam da calibração desses 
equipamentos. Além disso, a garantia da qualidade passa pela gestão dos equipa-
mentos e a definição dos limites de aceitabilidade para as inexatidões encontradas 
nas calibrações para comparação entre equipamentos (BRASIL,2005).
A calibração dos equipamentos é frequentemente realizada pelo labo-
ratório, utilizando materiais fornecidos pelo fabricante dos reagentes ou do 
equipamento. O material de calibração fornecido pelo fabricante e os valores 
atribuídos são destinados a produzir resultados confiáveis para as amostras a 
serem analisadas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA 
E MEDICINA LABORATORIAL, 2018). Esses calibradores são destinados, 
especificamente, para tal propósito, pois, normalmente, apresentam valores-
-alvo que restringem sua utilização apenas aos métodos referidos nas instru-
ções que acompanham os kits, não podendo ser utilizados em outro método. 
Em alguns casos, como ocorre nos testes rápidos (imunocromatográficos), 
os métodos são calibrados durante o processo de fabricação, e o laboratório 
apenas verifica essa calibração pelo aparecimento da linha controle no teste 
(MCPHERSON; PINCUS, 2012).
A boa estabilidade, de longa duração, para os resultados de pacientes é 
alcançada se a recalibração for realizada somente quando houver alteração da 
relação entre a resposta dos sistema quantitativo e a concentração da amostra. 
Quando a resposta do sistema analítico não apresenta mudanças, executar uma 
recalibração introduz imprecisão ao desempenho geral do método em longo 
prazo. Essa imprecisão ocorre porque a recalibração produzirá uma relação 
discretamente diferente entre a resposta do sistema analítico e a concentração 
da amostra (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E 
MEDICINA LABORATORIAL, 2018).
3Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais
A recalibração poderá ser efetuada de acordo com a necessidade imposta 
pela flutuação da estabilidade do método, a qual pode ser detectada por meio 
de resultados de controle de qualidade ou de outros parâmetros de monitora-
mento, mudanças de lote de reagente ou após um procedimento significativo 
de manutenção do equipamento. Quando não for observada alteração dos 
parâmetros de desempenho metodológico, recomenda-se verificar a validade 
da calibração em uso, em vez de executar uma nova calibração (MCPHERSON; 
PINCUS, 2012). 
Assim, a correta informação do status de calibração do equipamento evita 
o procedimento de recalibração, favorecendo a sua estabilidade analítica. 
Deve-se utilizar controles diariamente para monitorar a imprecisão e, caso os 
controles não apresentem o resultado dentro do intervalo especificado, cabe ao 
laboratório investigar os motivos antes de calibrar novamente o equipamento 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA 
LABORATORIAL, 2018).
Micropipetas são instrumentos de alta precisão constituídos por diversos componen-
tes mecânicos, que estão sujeitos ao desgaste após o uso prolongado ou à disfunção 
resultante do uso inadequado. Como a medição de volume é um passo crítico em 
qualquer laboratório, no qual um pequeno erro de pipetagem pode causar um erro 
significativo no resultado do paciente, é essencial que a verificação da calibração seja 
realizada nas mesmas condições em que os instrumentos são utilizados no labora-
tório. Essa verificação consiste em estabelecer a relação entre o valor indicado pelo 
instrumento e o valor efetivamente medido. 
Calibradores
Os calibradores são produzidos a partir de uma matriz proteica. Podem ser 
classificados com base na composição e no método utilizado para designar 
seus valores e na finalidade de uso. O desenvolvimento de multicalibradores 
permite que, a partir de um só material, sejam realizadas as calibrações de 
vários procedimentos (vários analitos) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL, 2018).
Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais4
Os valores dos calibradores proteicos são aferidos e estabelecidos uti-
lizando-se métodos de referência ou métodos definitivos calibrados com 
padrões calibradores. O valor estabelecido deve ser o mais exato possível. 
Qualquer erro ou incerteza no valor estabelecido se refletirá na qualidade dos 
resultados obtidos em amostras dos pacientes. Tanto o método de produção 
do material como o procedimento utilizado para estabelecer o valor ou con-
centração devem ser descritos de tal maneira que os materiais calibradores 
possam ser reproduzidos exatamente. Esses calibradores são considerados 
adequados para os sistemas automáticos, porque têm matriz proteica — na 
maioria das vezes humana — e apresentam viscosidade bastante semelhante 
às amostras humanas. Algumas limitações devido ao efeito da matriz (meio 
físico-químico no qual o material está disperso), faz com que o sinal gerado 
por um calibrador não seja o mesmo quando se utiliza diferentes métodos de 
ensaio (BASQUES, 2009).
O status de calibração deve ser sempre indicado no equipamento, junto com a data 
da próxima recalibração.
Exatidão (acuidade)
A segurança nos resultados das análises só é alcançada quando os métodos 
analíticos apresentam boa exatidão e precisão. 
A exatidão, ou acuidade, pode ser avaliada e mantida por meio da calibra-
ção do instrumento. O termo descreve o quanto o valor encontrado se apro-
xima do valor verdadeiro do analito, ou quanto o valor de certa medida varia 
(MOTTA, V.; CORRÊA; MOTTA, L., 2001), sendo o grau de concordância 
entre os resultados encontrados pelo método e o valor aceito como referência. 
Refere-se à capacidade do método em apresentar resultados próximos do 
valor verdadeiro, ou seja, é a capacidade que o instrumento de medição tem 
de fornecer um resultado correto. Assim, a exatidão é a concordância entre o 
valor medido de um analito e seu valor real (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL, 2018).
5Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais
Para mensurar esse parâmetro, deve-se utilizar concentrações conhecidas 
de um padrão de referência certificado, específico, e comparar os valores 
medidos (observados) com valores esperados (verdadeiros). Por outro lado, a 
inexatidão é caracterizada pela diferença entre o valor encontrado e o valor 
verdadeiro do analito. Esse tipo de erro é denominado erro sistemático. 
Entretanto, o erro sistemático pode ser praticamente eliminado quando são 
utilizados métodos otimizados para se tornarem insensíveis ao efeito da matriz 
(proteica), com a associação do uso de calibradores aferidos por métodos 
definitivos ou de referência (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA 
CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL, 2018).
Para a garantia da qualidade, o controle interno deve contemplar um pro-
grama de calibração ou verificação do erro sistemático relativo das medições. 
Assim, garante-se a rastreabilidade das medições por meio da calibração em 
relação a um sistema analítico definitivo ou de referência (BRASIL, 2005).
Controle de qualidade dos equipamentos 
laboratoriais
O serviço prestado pelo laboratório clínico é uma atividade complexa, in-
fluenciada por vários fatores internos e externos. A necessidade de segurança 
dos resultados obtidos na determinação dos parâmetros biológicos levou à 
adoção e ao desenvolvimento de sistemas eficientes de controle, que permitem 
a confiabilidade das avaliações realizadas (MOTTA, 2003).
Os testes laboratoriais são responsáveis por, aproximadamente, 70% de 
todos os diagnósticos, e os resultados desses testes afetam entre 60 a 70% das 
decisões sobre a admissão, alta hospitalar e regime terapêutico dos pacientes. 
Portanto, é importante assegurar um resultado fidedigno, com garantia de 
qualidade, uma vez que o clínico deve reconhecer os resultados “clinicamente 
significantes” e estabelecer o diagnóstico e tratamento para cada paciente a 
partir desses resultados. Como algumas decisões são urgentes, e baseadas nos 
resultados dos exames laboratoriais, resultados errôneos podem custar vidas. 
Resultados não fidedignos colocam em risco a saúde do paciente e produzem 
custos desnecessários para o sistema de saúde (SOCIEDADE BRASILEIRA 
DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINALABORATORIAL, 2018).
Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais6
Segundo a RDC nº. 302, o controle de qualidade é um processo de amos-
tragem estatística de um método quantitativo, com o intuito de verificar se 
ele está sendo executado de acordo com as especificações pré-estabelecidas 
(BRASIL, 2005). Ele amostra o procedimento de quantificação, testando os 
materiais para os quais o resultado correto já é conhecido. Se o resultado 
obtido por um dado material de controle de qualidade estiver dentro dos limites 
aceitáveis do valor conhecido, considera-se que o procedimento quantitativo 
analisado está operando conforme o esperado e que os resultados gerados 
para as amostras de pacientes apresentam grande probabilidade de estarem 
corretos. Se, por outro lado, os valores do controle de qualidade estiverem 
fora dos limites aceitáveis, os resultados dos pacientes não são comunicados e 
torna-se necessário adotar medidas corretivas (MCPHERSON; PINCUS, 2012). 
O principal motivo para executar o controle de qualidade é verificar se 
a calibração e a variabilidade do sistema analítico permanecem dentro dos 
limites dos valores esperados para um desempenho metodológico estável 
(MCPHERSON; PINCUS, 2012).
Precisão (reprodutibilidade)
A precisão é o grau de reprodutibilidade entre valores obtidos em análises 
individuais. Ela revela a capacidade do método de fornecer resultados próximos 
entre si quando realizadas determinações repetidas nas mesmas condições. 
Medidas precisas são menos dispersas, ou seja, quando repetidas, elas tendem 
a fornecer os mesmos resultados ou resultados muito próximos. 
A precisão pode ser verificada após uma série de medições de uma mesma 
amostra e cálculo do desvio-padrão. Esse parâmetro é determinado pelo 
controle de qualidade, no qual amostras são dosadas diversas vezes a fim 
de se determinar se o valor permanece dentro do esperado. Quanto maior 
o desvio-padrão, menor é a precisão. A precisão está relacionada com as 
incertezas (erros) aleatórias da medição, que têm relação com a qualidade 
do instrumento. Uma vez calibrados, devem ser feitos controles diários para 
monitorar a precisão, ou a reprodutibilidade, dos equipamentos (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL, 
2018).
7Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais
Manutenções preventiva e corretiva
A RDC nº. 302 determina que deve-se realizar e manter registros das manuten-
ções preventivas e corretivas nos equipamentos e instrumentos laboratoriais. 
Os registros das manutenções preventivas e corretivas podem ser feitos em 
papel ou em mídia eletrônica (BRASIL, 2005).
Todos os laboratórios devem verificar e validar seu sistema analítico antes 
de inseri-lo em sua rotina, e realizá-lo também de forma periódica, a fim de 
identificar mudanças significativas em seus processos. Manutenções pre-
ventivas são inspeções preventivas regulares nos equipamentos, que visam 
a antecipar os danos, permitindo um desempenho satisfatório, segurança e 
confiabilidade do equipamento e, em consequência, dos resultados gerados. 
Visam a manter os equipamentos em condições satisfatórias de operação e 
prevenir ocorrências adversas e falhas. 
A manutenção preventiva é um procedimento executado com periodici-
dade conforme planos pré-estabelecidos, podendo, por exemplo, ser diária, 
semana, mensal, semestral, entre outras. Consiste em lubrificações, ajustes, 
substituições de peças, limpezas e outros procedimentos, que variam depen-
dendo do equipamento. A execução desse tipo de manutenção introduz o fator 
qualidade no serviço de manutenção. Como vantagem, assegura-se a conti-
nuidade do funcionamento dos equipamentos, parando-se apenas em horários 
programados e facilitando-se o cumprimento da programação de produção 
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA 
LABORATORIAL, 2018).
Considere que as manutenções preventivas das centrífugas do laboratório clínico são 
planejadas para serem realizadas quatro vezes ao ano. Por meio da análise de vibrações 
do equipamento, monitoramento de parâmetros do processo e inspeção visual, é pos-
sível determinar, antecipadamente, a necessidade de manutenção preventiva do motor 
de determinada centrífuga, otimizando, assim, os custos dos materiais substituídos, 
antes de sua ruptura. Esse processo gera maior aproveitamento dos componentes e 
impede o aumento de danos. Dessa abordagem decorre a ampliação do prazo entre 
as manutenções (de quatro para duas vezes ao ano), o aumento da disponibilidade e 
a redução do trabalho de emergência não planejado.
Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais8
As manutenções corretivas normalmente são realizadas quando o equi-
pamento já está parado, e consistem no trabalho de restauração do equipa-
mento para um padrão aceitável, por meio da correção das falhas. Após a 
manutenção corretiva, o equipamento deve ser calibrado novamente, antes 
de ser recolocado em uso.
Entre as causas de equipamentos laboratoriais não conformes e que precisam 
de manutenção corretiva estão:
 � danos ou sobrecarga;
 � problemas de instalação;
 � dúvidas em relação ao perfeito funcionamento durante a operação na 
rotina, especialmente quando ocorrem falhas de calibração ou resul-
tados suspeitos;
 � prazo de confirmação metrológica vencido ou prazo de utilização ultra-
passado (normalmente é estipulado pelo fabricante, como, por exemplo, 
substituição periódica de mangueiras, troca de lâmpadas germicidas 
UV, substituição de filtros, entre outros);
 � muito tempo sem utilização.
Principais interferentes em análises 
laboratoriais
O processamento das amostras para exames laboratoriais é composto por três 
fases, denominadas pré-analítica, analítica e pós-analítica. Cada etapa tem 
fontes de erros que afetam a qualidade e a confiabilidade dos resultados repor-
tados; entretanto, ao longo dos anos, avanços tecnológicos e procedimentos de 
controle de qualidade reduziram, significativamente, o número de erros labora-
toriais baseados na análise, ou fase analítica. Isso expôs as fases pré-analítica 
e pós-analítica — que, juntas, são chamadas de fase extra-analítica — como 
fontes importantes de erros ou variáveis que podem influenciar o resultado 
dos exames (MCPHERSON; PINCUS, 2012; SOCIEDADE BRASILEIRA 
DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL, 2018). 
Portanto, conhecer os fatores que influenciam a qualidade dos resultados, 
desde o preparo do paciente para a coleta da amostra, passando pela análise 
propriamente dita, até a emissão dos resultados, é de fundamental importância 
para que sejam estabelecidas estratégias e ferramentas de monitoramento dos 
processos envolvidos, de modo que funcionem como planejado e especificado 
(SILVA et al., 2016).
9Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais
Fase pré-analítica: refere-se a todas as etapas que devem serem realizadas antes 
que uma amostra possa ser analisada. 
Fase analítica: inicia-se com a validação do sistema analítico, por meio do controle 
de qualidade interno, e se encerra quando a determinação analítica gera um resultado.
Fase pós-analítica: inicia-se após o resultado analítico, sendo finalizada após a 
entrega do laudo.
A maioria dos interferentes nos exames laboratoriais, aproximadamente 
60% dos erros nos exames, ocorre na fase pré-analítica, e, por isso, é necessário 
efetuar um rígido gerenciamento dos procedimentos dessa fase. Acompanhe 
no Quadro 1 o percentual de erros em cada fase e quais são as principais 
fontes desses erros.
Fase pré-
analítica
46–68%
 � Orientação inadequada ao paciente
 � Tempo de jejum
 � Legibilidade da requisição médica
 � Requisição médica incorreta
 � Interpretação incorreta da requisição médica
 � Perda da requisição médica
 � Coleta inadequada 
 � Estase venosa prolongada
 � Utilização de tubo de coleta inadequado
 � Incorreta proporção entre sangue e anticoagulante� Identificação incorreta do paciente
 � Transporte e armazenamento da amostra inadequados
 � Centrifugação inadequada
Fase analítica
7–13%
 � Falha no equipamento
 � Perda da amostra
 � Troca da amostra
 � Contaminação entre amostras
 � Sistema analítico não validado previamente à análise
 � Falhas não detectadas no controle interno de qualidade: 
erro sistemático e erro randômico
Quadro 1. Percentual e fontes de erros em cada fase do processamento de amostras para 
exame
(Continua)
Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais10
Fonte: Adaptado de Silva et al. (2016).
Quadro 1. Percentual e fontes de erros em cada fase do processamento de amostras para 
exame
Fase pós-
analítica
19–47%
 � Perda do resultado
 � Interpretação equivocada do resultado e ação 
subsequente
 � Erro na transcrição dos resultados
 � Tempo de liberação dos resultados acima do especificado
 � Problemas com o sistema de informação laboratorial
 � Valores de referência e limites de decisão inapropriados
(Continuação)
O controle sobre os erros em cada uma dessas fases é variável, porém todos 
têm impacto na conduta adotada pelo clínico. Assim, as condições pré-analíticas 
que comumente influenciam na magnitude da variação dos parâmetros bioló-
gicos foram classificadas em três grupos: variáveis pré-analíticas, analíticas 
e biológicas, as quais podem ser observadas na Figura 1. 
Figura 1. Principais fontes de variação nos ensaios laboratoriais. 
Fonte: Gestão... (2011, p. 2).
11Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais
Desse modo, um resultado analítico de qualidade depende do sucesso de 
todos os processos que envolvem a realização do exame, desde a identificação 
do paciente até a análise de consistência e a liberação do resultado. A coleta 
adequada do material para análises laboratoriais depende da correta identifi-
cação do paciente, da utilização do método e dos procedimentos corretos de 
coleta e do acondicionamento dos tubos, dos frascos ou dos meios de cultura 
adequado para cada tipo de amostra. Além disso, a verificação da qualidade 
da amostra de acordo com o material e com os exames solicitados é de extrema 
importância, pois fatores pré-analíticos podem interferir, significativamente, 
nos resultados das análises (XAVIER; DORA; BARROS, 2016).
Amostras coaguladas ou com microcoágulos podem acarretar contagem 
errônea de células, entupimento de equipamentos automatizados e consequente 
diminuição dos resultados dos analitos. É muito importante a utilização do 
anticoagulante preconizado para cada dosagem (XAVIER; DORA; BARROS, 
2016).
Principais interferentes nos métodos analíticos
Os principais interferentes nos métodos analíticos são os seguintes (XAVIER; 
DORA; BARROS, 2016):
 � Hemólise: é a lise normal das hemácias, liberando seus constituintes, 
principalmente hemoglobina, fazendo com que soro e plasma adquiram 
cor rosa-avermelhada. A hemólise pode ser classificada em níveis de 
intensidade, que varia de leve a intensa. A interferência vai depender do 
grau de hemólise da amostra e do analito medido. Geralmente, estima-
-se o grau de hemólise visualmente, após a centrifugação da amostra, 
mas já existem equipamentos de análise bioquímica que quantificam 
o grau da hemólise (índice de hemólise), o que auxilia na interpretação 
dos resultados. 
 � Lipemia: é a turvação causada pela absorção luminosa de partícu-
las lipídicas, que fica evidente no soro ou plasma opalescentes, após 
a centrifugação. Ela ocorre, frequentemente, por jejum inadequado. 
O aspecto leitoso ocorre quando o nível sérico de triglicerídeos é superior 
a 400 mg/dL. A lipemia pode interferir nos exames em que o princípio 
metodológico é a turbidimetria, produzindo resultados falsamente eleva-
dos. Para diminuir essa interferência, pode-se utilizar ultracentrifugação 
ou métodos com leitura em dois comprimentos de onda. 
Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais12
 � Hiperbilirrubinemia: ocorre quando a concentração sérica de bilirru-
bina total fica acima de 2,5 mg/dL. É identificada por meio da coloração 
alaranjada do soro e plasma.
Cabe lembrar que tudo começa com a solicitação dos exames mais apropria-
dos, no momento certo e fundamentados em uma hipótese diagnóstica. Estes 
deverão ser interpretados corretamente, o que traz benefícios aos pacientes, 
aos médicos e aos laboratórios (SILVA et al., 2016). 
No link a seguir você encontra as recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia 
Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) sobre a coleta e preparo das amostras. 
https://qrgo.page.link/1mRgh
BASQUES, J. C. Usando controles no laboratório clínico. Minas Gerais, 2009. Disponível 
em: https://labtest.com.br/wp-content/uploads/2016/11/Usando_Controles_no_La-
boratorio_Clinico.pdf. Acesso em: 5 out. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 
302, de 13 de outubro de 2005. Dispõe sobre Regulamento Técnico para funcionamento 
de Laboratórios Clínicos. Brasília, DF, 2005. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/
documents/10181/2718376/RDC_302_2005_COMP.pdf/7038e853-afae-4729-948b-
ef6eb3931b19. Acesso em: 5 out. 2019.
GESTÃO da qualidade laboratorial: é preciso entender as variáveis para controlar o 
processo e garantir a segurança do paciente. Análises Clínicas, v. 1, 2011. Disponível 
em: http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/132/encarte_analises_clinicas.
pdf. Acesso em: 5 out. 2019.
MCPHERSON, R. A.; PINCUS, M. R. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos labo-
ratoriais de Henry. 21. ed. Barueri, SP: Manole, 2012.
MOTTA, V. T. Bioquímica clínica para o laboratório: princípios e interpretações. 4. ed. 
Porto Alegre: MedBook; Caxias do Sul, RS: EDUCS, 2003.
13Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais
MOTTA, V. T.; CORRÊA, J. C.; MOTTA, L. R. Gestão de qualidade no laboratório clínico. Caxias 
do Sul, RS: Editora Médica Missau, 2001.
SILVA, P. H. et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Porto Alegre: Art-
med, 2016.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA E MEDICINA LABORATORIAL. Reco-
mendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/
ML): fatores pré-analíticos e interferentes em ensaios laboratoriais. Barueri, SP: Manole, 
2018. Disponível em: https://controllab.com/pdf/livro_sbpc_interferentes_2018.pdf. 
Acesso em: 5 out. 2019.
XAVIER, R. M.; DORA, J. M.; BARROS, E. (org.). Laboratório na prática clínica. 3. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2016. (Série Consulta rápida).
Leitura recomendada
LEMGRUBER, A. P. M. et al. Influência do erro de micropipetas na dosagem espec-
trofotométrica do ensaio de endotoxina bacteriana (LAL cromogênico) aplicável a 
produtos sujeitos à Vigilância Sanitária. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 70, n. 3, p. 
368−372, 2011. Disponível em: http://periodicos.ses.sp.bvs.br/pdf/rial/v70n3/v70n3a17.
pdf. Acesso em: 5 out. 2019.
Manuseio dos equipamentos: calibração e rastreamento de interferentes amostrais14
Dica do professor
Testes laboratoriais remotos ou point of care testing de glicose é uma ferramenta que permite saber 
em tempo real o valor da glicemia capilar. Considera-se o método de verificação padrão de 
referência do cuidado aos indivíduos portadores de diabete melito. A amostra é normalmente 
coletada dos vasos capilares por punção digital, e o automonitoramento permite que os próprios 
pacientes avaliem a resposta individual à terapia, e, assim, ajuízem se as metas glicêmicas estão 
sendo efetivamente obtidas.
Regulamentados como testes laboratoriais remotos de glicose, os glicosímetros são normatizados 
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que ratifica a importância de se ter muito cuidado 
com o controle dos processos laboratoriais. Para a medição adequada da glicemia da tira reagente, 
é necessário garantir a conversão acurada da concentração de glicose num sinalespecífico, que 
deve ser feito a partir de uma pequena gota de amostra de sangue total. O TLR de glicose é um 
sistema com duas partes essenciais: química da tira reagente (reação enzimática) e equipamento 
detector.
Na Dica do Professor de hoje, veja quais são os cuidados a serem tomados com os glicosímetros 
para garantir um resultado acurado.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) Na fase analítica, é realizada a análise do material coletado na fase pré-analítica. Nessa fase, 
deve-se estar atento ao método analítico que será utilizado e aos métodos de controle para 
garantir resultados confiáveis. Os programas de calibração dos equipamentos garantem a 
validação dos processos e, juntamente com os conttroles, a qualificação dos equipamentos. 
Sobre calibração, manutenção preventiva e corretiva de equipamentos de laboratório de 
análises laboratoriais, é correto afirmar que:
A) A calibração de equipamentos deve ser realizada preferencialmente a cada dosagem de 
analito.
B) Os equipamentos devem ser etiquetados, codificados ou de alguma forma identificados para 
indicar status de calibração e data da próxima recalibração.
C) As calibrações dos equipamentos devem ser realizadas periodicamente durante a rotina 
laboratorial e devem ser repetidas ao se modificar o analito a ser dosado.
D) Equipamentos automatizados não necessitam de calibração.
E) Os registros de manutenção corretiva devem estar transcritos em papel, não podendo ser em 
mídia eletrônica. 
2) As especificações dos padrões, calibradores e amostras de controle dependem das 
finalidades em que serão utilizados. Ou seja, deve-se utilizar o mais apropriado para o 
método analítico que será utilizado. Deve ter o valor estabelecido o mais exato possível, pois 
qualquer erro ou incerteza no seu valor poderá refletir na qualidade dos resultados obtidos. 
Para evitar erros, devem ser utilizados sempre equipamentos calibrados como as pipetas, 
por exemplo. Acerca dos procedimentos que visam garantir a reprodutibilidade dos 
métodos, assinale a opção correta:
A) O controle de qualidade dos equipamentos é estabelecido mediante contratos de 
manutenção corretiva.
B) Não é necessária a realização de controle de qualidade quando se utilizam kits comerciais.
C) Ao se implementar um novo exame, deve-se sempre realizar controle de qualidade
D) Equipamentos não calibrados são fonte de erros potenciais na fase pré-analítica.
E) A calibração dos dispositivos de medição de ensaio (pipetas e vidrarias) não é necessária 
quando se utilizam equipamentos automatizados.
3) Para se obter qualidade nos exames laboratoriais realizados, é preciso que se faça uma 
padronização dos processos envolvidos nas etapas pré-analítica, analítica e pós-analítica. 
Sobre a padronização de técnicas e controle de qualidade na fase analítica em laboratórios 
de análises clínicas, assinale a alternativa correta:
A) As variáveis analíticas são conhecidas como um conjunto de operações que ocorrem na 
execução dos exames de acordo com determinado método de análise.
B) Os principais erros encontrados na fase analítica do exame laboratorial são identificação 
errada do paciente, troca das amostras, transporte/ armazenamento inadequado das 
amostras e uso de conservante biológico inadequado.
C) A centrifugação da amostra é uma variável analítica.
D) Enquanto a validação do sistema analítico é um procedimento pré-analítico, o controle de 
qualidade faz parte dos processos analíticos.
E) A avaliação do desempenho analítico com relação aos testes laboratoriais é medida pelas 
tendências na calibração dos equipamentos, uma variável analítica.
Uma vez calibrados, devem ser feitos controles diários para monitorar a precisão, ou a 
reprodutibilidade dos equipamentos. Esse dado revela a capacidade do método de, em 
determinações repetidas nas mesmas condições, fornecer resultados próximos entre si. A figura 
abaixo ilustra os resultados possíveis de uma determinação laboratorial. A zona amarela é o valor 
verdadeiro, enquanto a zona laranja e roxa representam os desvios-padrão. Cada ponto 
corresponde a uma medição realizada. Marque a afirmativa correta a respeito da reprodutibilidade 
das determinações laboratoriais.
4) 
A) As letras A e C representam grande dispersão de resultados, com erros sistemáticos, 
resultados não precisos e não exatos.
B) A letra B reflete a existência de erros sistemáticos: resultado preciso, mas não exato.
C) A letra D refere-se a um resultado exato, mas não preciso.
D) As letras B e D representam baixa dispersão de resultados, alta exatidão e precisão.
E) A letra B corresponde aos resultados ideais, pois os pontos estão mais próximos.
“Na busca de detecão preventiva de erros, suas prováveis causas, o controle da fase analítica 
é ferramenta indispensável.” Considere que o parâmetro glicose de um paciente em jejum foi 
dosado em triplicata no equipamento de bioquímica, que gerou os seguintes resultados na 
primeira análise:
50mg/dL, 51 mg/dL e 50 mg/dL.
Após refazer a calibração e passar o controle no equipamento, o controle permeneceu 
dentro do esperado com um valor médio de glicose de 86mg/dL. Em seguida, foram refeitas 
as dosagens da glicemia do soro do paciente, em triplicata, que apresentaram os seguintes 
resultados:
76mg/dL, 77mg/dL, 75 mg/dL.
5) 
Pode-se inferir, portanto, que o resultado da triplicada da segunda análise está correto. Qual 
afirmativa abaixo justifica corretamente o caso exposto?
A) Ocorreu perda da reprodutibilidade em todas as dosagens.
B) Nos três primeiros resultados, ocorreu baixa exatidão, mas alta precisão.
C) Em ambos, ocorreu alta precisão com baixa exatidão.
D) Em ambos, ocorreu um erro sistemático.
E) É necessário fazer uma nova calibração, para verificar a exatidão e a segurança dos 
resultados.
Na prática
A hemólise pode interferir na fase analítica de diferentes maneiras. Primeiro, a hemoglobina livre 
apresenta absortividade alta em comprimentos de onda variando entre 415 e 570 nanômetros. 
Dessa forma, provoca uma elevação aparente na concentração dos analitos medidos nessas escalas 
de comprimento de onda, por elevar a absorbância das amostras. Além da hemoglobina, as 
hemácias contêm várias proteínas estruturais, enzimas, lipídios e carboidratos, e muitos desses 
podem também interagir ou competir com os reagentes de ensaio ou elevar a quantidade do analito 
dosado no plasma ou soro. 
Como o hCG é normalmente sintetizado e secretado pelas células da placenta ou seu precursor, os 
níveis do hormônio em indivíduos normais são baixos a indetectáveis. Concentrações de β-hCG 
medidas nos soros de pacientes não grávidas, conforme relatado na literatura, são <5 mUI /mL. Já a 
concentração de β-hCG no soro materno aumenta 
rapidamente durante o início da gravidez. Níveis de β-hCG entre 5 mUI / mL e 25 mUI / mL pode 
ser indicativo de gravidez precoce.
Além da gravidez normal, concentração elevada é encontrada em doenças do tecido trofoblástico e 
em tumores de células germinativas, principalmente no carcinoma testicular. Outras neoplasias, 
como de mama, trato gastrintestinal, pulmão e ovário podem ser acompanhadas de elevações 
menos significativas.
Veja a situação de Carol, e observe como um interferente analítico comumente visto na rotina do 
laboratório clínico pode alterar o resultado da dosagem do hCG, ocasionando um resultado falso-
positivo.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Blog LABTEST - Controles e calibradores: conheça a 
importância desses materiais para um laboratório de análises 
clínicas
Para saber mais, acesse ao site e veja os aspectos fundamentais para a gestão da qualidade da fase 
analítica nos laboratórios de análises clínicas, e de que forma esses materiais garantem credibilidade 
e confiabilidadenos procedimentos e exames realizados.
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Erros aleatórios e sistemáticos
Neste vídeo, você conhecerá um pouco mais sobre os conceitos de erros aleatórios e erros 
sistemáticos.
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Análise comparativa de contagens de plaquetas entre 
metodologias de impedância e óptica em amostras de sangue de 
indivíduos hospitalizados
Para saber mais, leia este artigo e veja como as diferenças nas metodologias de análise podem 
interferir no resultado.
https://labtest.com.br/controles-e-calibradores-conheca-o-que-sao-e-qual-a-importancia-desses-materiais-para-um-laboratorio-de-analises-clinicas/
https://www.youtube.com/embed/I_8CkR2wyrQ
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Avaliação dos métodos de controle interno da qualidade no 
Laboratório Clínico da Pontifícia Universidade Católica de 
Goiás
Para saber mais, leia este artigo que avalia os métodos de controle de qualidade utilizados no 
Laboratório Clínico da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.rbac.org.br/wp-content/uploads/2018/10/RBAC-vol-50-2-2018-ref-647.pdf
http://www.rbac.org.br/artigos/avaliacao-dos-metodos-de-controle-interno-da-qualidade-no-laboratorio-clinico-da-pontificia-universidade-catolica-de-goias/

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