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Segurança Laboratorial

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INSTRUMENTAÇÃO 
BIOMÉDICA
Ana Paula Aquistapase Dagnino
Segurança no laboratório 
e primeiros socorros
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os riscos químicos, físicos e biológicos em laboratórios.
 � Listar os equipamentos de proteção individual e coletiva e suas 
funções.
 � Analisar as medidas de primeiros socorros associadas aos principais 
acidentes em laboratório.
Introdução
O profissional de laboratório é, rotineiramente, exposto a riscos bio-
lógicos, físicos e químicos. Além dos procedimentos padrões, muitos 
procedimentos laboratoriais necessitam de instruções específicas, que 
devem ser seguidas à risca para a manutenção da saúde e a diminuição 
de exposição a agentes patogênicos. Por isso, a adoção de boas práticas 
laboratoriais é fundamental. 
Neste capítulo, você vai estudar os diferentes tipos de risco associados 
aos acidentes ocupacionais em laboratórios. Também vai conhecer os 
equipamentos de proteção individual e coletiva utilizados em ambientes 
laboratoriais e as medidas de primeiros socorros associadas aos principais 
acidentes em laboratório.
Riscos químicos, físicos e biológicos 
em laboratórios 
Riscos químicos
O trabalho com vários reagentes e solventes é rotineiro em laboratórios. 
Os agentes químicos são substâncias que podem entrar em contato direto 
com a pele, ou serem ingeridos e, ainda, penetrar pela via respiratória em 
diferentes configurações, como poeira, gases ou vapores, neblina, névoa. 
Assim, a identificação das propriedades dos produtos químicos e dos riscos 
associados a eles é essencial. 
Em um laboratório podemos observar diferentes riscos químicos e clas-
sificar um resíduo líquido ou gasoso, levando em consideração as seguintes 
características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. 
A inflamabilidade de um produto químico é a sua capacidade de com-
bustão. Os produtos químicos que apresentam o ponto de fulgor — a tempe-
ratura mais baixa que um produto deve atingir para evaporar e formar uma 
mistura inflamável, quando em contato com uma fonte de calor, como uma 
chama — mais baixo são os mais perigosos. A manipulação de substâncias 
que produzam vapores deve ser feita em capela. Algumas das substâncias 
inflamáveis utilizadas em laboratórios são: metais alcalinos, hidretos metálicos 
e compostos organometálicos.
Poucos líquidos inflamáveis são armazenados em laboratório. Quando são, seu estoque 
é feito em uma sala específica para o armazenamento dessas substâncias, em armários 
de metal.
A corrosividade é a capacidade de um produto químico de ocasionar 
irritação e deterioração por meio de seu contato com metais, polímeros ou 
tecidos. Essas substâncias oferecem risco, principalmente, pelo contato com 
pele e olhos ou pela sua ingestão, por isso os produtos corrosivos merecem 
especial atenção. Além dos produtos corrosivos, algumas substâncias apre-
sentam alta toxicidade, e, dependendo do período de exposição, podem levar 
a efeitos agudos ou crônicos, ou até mesmo à morte. Os produtos químicos 
tóxicos podem causar danos físicos devido ao seu contato com a pele ou com 
os olhos, ou por inalação ou por ingestão. Alguns resíduos, em decorrência 
de suas propriedades oxidantes ou redutoras, podem ter alta reatividade, 
reagindo entre si; por essa razão, devem ser armazenados separadamente. 
Segurança no laboratório e primeiros socorros2
Com relação ao armazenamento das substâncias químicas, deve ser mantida 
uma lista dos produtos estocados em laboratório. Todos os frascos devem ser 
rotulados e conter a data de vencimento (CIENFUEGOS, 2001; MINOZZO, 
2004).
Riscos físicos
Os riscos físicos são decorrentes da presença de agentes físicos como tempe-
raturas extremas (calor ou frio intenso), radiações ionizantes e não ionizantes, 
ruídos, vibrações, pressões anormais, iluminação e umidade. 
Com relação às temperaturas extremas, o calor é o risco mais comum 
dentro de um laboratório, pois é empregado em incubadoras, no preparo de 
soluções e em procedimentos de limpeza, desinfecção e esterilização. O pro-
fissional exposto por um longo período de tempo ou a grandes quantidades 
de calor pode desenvolver efeitos como fadiga, edema, inchaços, catarata, 
doenças cardiovasculares e prostração térmica.
As radiações podem ser divididas em ionizantes e não ionizantes. 
As radiações ionizantes podem se originar como fonte natural (carbono-14, 
urânio-238, por exemplo) ou artificial, ou seja, produzida pelo homem. 
As radiações ionizantes artificiais são produzidas para atender às necessida-
des de algumas áreas específicas, como o radiodiagnóstico e a radioterapia. 
As radiações não ionizantes mais comuns em laboratórios são: infravermelha, 
ultravioleta e laser. Quando há exposição acima do permitido, o profissional 
pode ter lesões graves, levando a doenças sérias. 
A radiação infravermelha é conhecida como calor radiante e pode pro-
vocar lesões na retina, catarata ou até mesmo queimaduras. A radiação ultra-
violeta é dividida em faixas de espectro: luz negra (400–350 nm), eritemática 
(350–270 nm), germicida (270–230 nm) e ozona (230–150 nm). Os principais 
efeitos de exposição excessiva são queimaduras e conjuntivite. A radiação 
a laser é amplamente utilizada na destruição de tumores, em tratamento 
cirúrgicos e em equipamentos analíticos. A exposição exacerbada à radiação 
a laser pode levar a danos nos olhos e a queimaduras.
3Segurança no laboratório e primeiros socorros
As radiações produzem efeitos deletérios para o organismo, como lesões nas células 
germinativas, transmitindo as alterações para os descendentes (efeito hereditário), ou 
nas células somáticas do próprio indivíduo (efeito somático).
Outro risco físico muito predominante em laboratórios são os ruídos. 
Os profissionais são expostos a este risco, principalmente, no manuseio de 
equipamentos como autoclaves, centrífugas e exaustores. Os principais efei-
tos deletérios estão relacionados a perdas auditivas e, dependendo do grau, 
da intensidade e do tempo de exposição, além do tipo de ruído, as pertur-
bações podem ser reversíveis, irreversíveis, temporárias ou permanentes. 
O ruído também pode provocar fadiga, irritabilidade, prejuízo na comunicação 
e alterações no sistema nervoso central (SNC), cardiovascular e digestivo 
(MASTROENI, 2006).
Riscos biológicos
Os riscos biológicos têm origem na exposição dos profissionais a microrga-
nismos, a agentes do reino animal e vegetal. Os principais agentes de risco 
biológico são as bactérias, os fungos, os protozoários e os vírus. As fontes 
básicas para a presença deste risco são os instrumentais, a água, a cultura 
celular, as amostras (de sangue, urina, escarro, entre outras) e os aerossóis. 
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2021, documento on-line) classifica os riscos 
dos agentes biológicos em quatro grandes classes, de acordo com o prejuízo 
que podem causar ao ser humano, aos animais ou à comunidade:
– Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a comunidade): agentes 
biológicos que não causam doenças no ser humano ou nos animais. Exemplos: 
Lactobacillus spp. e Bacillus subtilis.
– Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a co-
munidade): agentes biológicos que causam infecções no ser humano ou nos 
animais, com potencial de propagação na comunidade e de disseminação 
no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas profiláticas e 
terapêuticas conhecidas eficazes. Exemplos: Schistosoma mansoni e vírus 
da rubéola.
– Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): 
agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão, em especial por 
via respiratória, e que causam doenças potencialmente letais em humanos 
Segurança no laboratório e primeiros socorros4
ou animais, e para os quais existem, usualmente, medidas profiláticas e 
terapêuticas. São agentes biológicos que representam risco se disseminados 
na comunidade e nomeio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. 
Exemplos: Bacillus anthracis e vírus da imunodeficiência humana (HIV).
– Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): agentes biológi-
cos com grande poder de transmissibilidade, em especial por via respiratória, 
ou de transmissão desconhecida. Até o momento, não há nenhuma medida 
profilática ou terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por esses agentes 
biológicos. Eles causam doenças de alta gravidade em humanos e animais, 
tendo uma grande capacidade de disseminação na comunidade e no meio 
ambiente. Essa classe inclui, principalmente, os vírus. Exemplos: vírus do 
ebola e vírus da varíola.
No link a seguir você encontra um vídeo que traz mais 
informações relevantes sobre a classificação de risco dos 
agentes biológicos.
https://qrgo.page.link/MNhn3
Com relação às infecções bacterianas, algumas bactérias têm importância 
clínica. Vejamos exemplos:
 � Bacilus anthracis: dependendo da forma de contaminação, pode acar-
retar formação de vesícula e posterior escara e septicemia, dispneia, 
cianose, sudorese. O contato pode acorrer em acidentes associados à 
manipulação de perfurocortantes, a equipamentos geradores de aerossóis 
e ao descarte de materiais.
 � Staphylococcus aureus: pode causar osteomelite e endocardite. Aciden-
tes estão associados com o contato com a enterotoxina estafilocócica 
ativa em amostras clínicas, fluidos de lesões e secreções respiratórias.
 � Mycobacterium tuberculosis: ocasiona a tuberculose.
As infecções por fungos podem ser divididas em superficial, subcutânea 
e sistêmica. A superficial é limitada a pele, unhas e couro cabeludo. A sub-
cutânea pode afetar a derme, o tecido subcutâneo e os ossos, ocasionando 
doenças crônicas. A sistêmica pode se disseminar por diferentes órgãos e 
5Segurança no laboratório e primeiros socorros
serem causadas por microrganismos patogênicos, como Blastomyces der-
matitidis, Histoplasma capsulatum e Coccidioides immitis, ou oportunistas, 
como Aspergillus fumigatus.
As infecções ocasionadas por Leishmania spp., Toxoplasma spp. ou 
Tripanossoma cruzi são decorrentes de acidentes com manipulação de vetores 
infectados ou de agulhas contaminadas, além do manuseio de amostras e 
culturas. 
As infecções por contaminação com vírus ocorrem em função da trans-
missão por via aérea ou contaminação por material biológico, ou em acidentes 
com agulhas e material perfurocortantes contaminados com vírus da hepatite 
B (HBV) e C (HCV) e com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). 
Equipamentos de proteção individual e coletiva
Protocolos devem ser seguidos para a diminuição de acidentes e de contami-
nações associados ao laboratório, para a proteção de professores, estudantes e 
funcionários. Os equipamentos de proteção individual (EPIs) e os equipamentos 
de proteção coletiva (EPCs) visam a minimizar ou, até mesmo, a eliminar a 
exposição a agentes perigosos, quando manipulados. A escolha de EPIs e EPCs 
é baseada na avaliação do risco, que determina os níveis de biossegurança 
a serem seguidos para os equipamentos, instalações e práticas. Dois fatores 
são fundamentais e deverão ser concomitantes para a proteção individual e 
do meio ambiente:
1. A correta designação dos equipamentos de acordo com a sua função.
2. As boas práticas laboratoriais vinculadas à utilização desses 
equipamentos.
Equipamentos de proteção individual
De acordo com Minozzo (2004), um EPI é qualquer dispositivo de uso indi-
vidual que seja destinado a proteger a saúde e a integridade física de quem o 
usa. Um dos principais EPIs utilizados em laboratórios são as luvas. As luvas 
têm a função de proteger os profissionais que trabalham com a manipulação 
de agentes patogênicos e de animais experimentais. Também são essenciais 
em procedimentos de coleta de amostras, manuseio e lavagem de vidrarias, 
transporte e armazenamento de produtos químicos, além de procedimentos 
de esterilização e manejo com materiais em altas e baixas temperaturas. 
Segurança no laboratório e primeiros socorros6
Para o uso das luvas, as mãos devem estar limpas e secas. Caso haja algum 
ferimento nas mãos, é necessário o uso de curativos ou gazes, para proteger 
a lesão das luvas. As luvas devem ser utilizadas apenas na área laboratorial e 
nunca reutilizadas, se descartáveis. No contato com pacientes, como na coleta 
de amostras, a troca do par é obrigatória no momento da assistência a diferentes 
indivíduos. Nunca se deve atender o telefone ou tocar em maçanetas com luvas.
Existem diferentes tipos de luvas, adequados a diferentes riscos ao que 
trabalhador está exposto. Vejamos as de uso mais comum:
 � Luvas de látex: adequadas para o manuseio de materiais com potencial 
infectante, a limpeza de utensílios e a manipulação de álcoois, bases, 
aldeídos e cetonas.
 � Luvas butílicas: adequadas para o manuseio de cetonas e ésteres.
 � Luvas de neoprene: adequadas para o manuseio de solventes leves, 
ácidos, álcalis, ácidos, oxidantes, fenóis, anilinas e éter glicólico.
 � Luvas nitrílicas: adequadas para o manuseio e transporte de substâncias 
químicas perigosas.
 � Luvas de PVA (álcool polivinílico): adequadas para a manipulação 
de substância orgânicas.
 � Luvas de PVC (policloreto de vinil): adequadas para a manipulação 
de ácidos e bases fortes, além de sais, álcoois e soluções a base de água.
 � Luvas de vinil: substituem as luvas de látex para profissionais alérgicos 
à proteína natural do látex.
As roupas de proteção, como os jalecos, têm a função de eliminar ou 
minimizar o contato da pele com agentes danosos que possam originar uma 
lesão, uma intoxicação ou uma doença. Devem ser confortáveis e permitir 
mobilidade, podendo ser reutilizáveis ou descartáveis, dependendo da sua 
confecção. O jaleco é obrigatório em todos os procedimentos que envolvam 
contato direto com substâncias químicas ou infectantes e com animais e com 
a manipulação, limpeza e esterilização de materiais de uso laboratorial, como 
vidrarias. É obrigatório que o jaleco tenha mangas compridas, que cubra o 
dorso, as costas e as pernas acima do joelho, e tenha fechamento frontal. 
O jaleco deve ser usado fechado, sem mangas arregaçadas, e sua utilização é 
permitida somente no ambiente laboratorial. A sua limpeza deve ser periódica, 
se reutilizáveis.
7Segurança no laboratório e primeiros socorros
Os calçados são EPIs destinados à proteção contra danos ocasionados 
por derramamentos de substâncias biológicas ou químicas ou por impacto 
de objetos de vidro ou perfurocortantes. Também protegem o profissional de 
solventes e líquidos solventes. Os calçados requeridos para os procedimentos 
laboratoriais devem ser fechados, confortáveis, que evitem o suor excessivo e, 
se possível, antiderrapantes, evitando possíveis quedas. É proibida a utilização 
de chinelos, tamancos e sandálias, incompatíveis com o ambiente laboratorial. 
O uso de sapatilhas estéreis é adequado para ambientes que requerem esta 
especificidade. Em biotérios é interessante a utilização de sapatilhas não 
estéreis, com o intuito de evitar o carreamento de partículas como poeira ou 
sujeira para o ambiente de manipulação de animais.
Os óculos de proteção protegem os olhos de possíveis respingos de subs-
tâncias químicas ou biológicas. Também protegem de procedimentos que se 
utilizem de radiações infravermelha e ultravioleta. Este EPI deve proteger 
integralmente os olhos, ser confortável, leve, resistente, sem comprometer 
o campo de visão. Pode ser utilizado em conjunto com outros EPIs, como 
máscara e respirador. Existem diferentes tipos de óculos, dependendo de sua 
aplicação e do risco a que o profissional está exposto, como óculos de proteção 
contra aerossóis, gases e vapores, produtos químicos e radiação ultravioleta. 
Além dos óculos de proteção, existem os protetores faciais que protegem 
contra respingos de material biológico ou químico e vapores de substâncias 
químicas. Para a proteção dos cabelos contra a poeira e contaminantes,são 
utilizadas toucas ou gorros. As toucas também têm a função de proteger um 
ambiente ou uma amostra estéril.
O protetor auditivo é utilizado para a proteção contra ruídos de longa 
duração ou que sejam danosos em um tempo mínimo, como em protocolos 
que usam banho de ultrassom. Existem dois tipos de protetores auditivos, 
o protetor do tipo concha (circum-auriculares) e o de inserção, mais comu-
mente utilizado (MASTROENI, 2006).
Segurança no laboratório e primeiros socorros8
A Figura 1 mostra exemplos de EPIs.
Figura 1. Nesta imagem podemos observar a utilização de cinco EPIs pela laboratorista 
— touca, óculos de proteção, máscara, luvas e jaleco.
Fonte: SeventyFour/Shutterstock.com
Equipamentos de proteção coletiva
De acordo com Mastroeni (2006), os EPCs protegem o meio ambiente, a saúde 
e a integridade dos usuários de uma área, diminuindo ou eliminando os riscos 
provocados pelo manuseio de produtos químicos, principalmente tóxicos e 
inflamáveis, além de agentes microbiológicos e biológicos. Os EPCs são utili-
zados rotineiramente ou em situações de emergência, por isso, os profissionais 
devem ser treinados para sua utilização, e os equipamentos devem passar por 
inspeções periódicas para o controle de qualidade de seu funcionamento.
A cabine de segurança biológica (CSB) é um equipamento indispensável 
no laboratório, usado para várias análises, como a manipulação de substâncias 
químicas ou particuladas. Ela tem um sistema de exaustão e possui diferentes 
níveis, separados em classes, dependendo da periculosidade do microrganismo 
manipulado:
9Segurança no laboratório e primeiros socorros
 � Classe I: adequada para o manuseio de meios e amostras que podem 
gerar aerossóis contendo agentes infecciosos. Protege o profissional.
 � Classe II: adequada para a manipulação de agentes dos grupos de risco 
2 e 3. Protege o profissional e o interior da cabine de contaminações 
externas.
 � Classe III: adequada para a manipulação de agentes biológicos do 
grupo de risco 4, proporcionando maior proteção para o profissional. 
A manipulação na cabine de Classe III é realizada por meio de luvas 
grossas de neoprene, presas na parte frontal da cabine. Protege o pro-
fissional, o ambiente e a amostra.
O chuveiro de emergência é um EPC designado para a lavagem da pele 
e das vestimentas dos profissionais que entraram em contato direto com uma 
quantidade elevada de agentes químicos ou biológicos. Em caso de incêndio, 
caso as roupas dos profissionais estejam em chamas, este EPC também é 
empregado. Quando acionado, o chuveiro de emergência expulsa água potável, 
com jato único, sem dispersão, e com vazão e pressão adequados para retirar 
de imediato o contaminante da roupa e da pele da vítima. O equipamento deve 
ser testado periodicamente e, caso não esteja funcionando, medidas corretivas 
devem ser tomadas imediatamente.
O lava-olhos é um EPC com a função de lavagem dos olhos em situações 
de contato acidental com materiais químicos ou biológico. Este equipamento, 
assim como o chuveiro de emergência, deve ser testado periodicamente. 
O lava-olhos pode ser do tipo pisseta ou vir acoplado ao chuveiro de emergência, 
sendo acionado de maneira manual ou automática.
Em casos de incêndio, outros equipamentos são requeridos, como chuveiros 
automáticos e extintores de incêndio. Os chuveiros automáticos são dispo-
sitivos acionados pela elevação de temperatura, e têm a função de projetar 
água em forma de chuva. Os extintores são divididos em diferentes tipos, 
rotulados de acordo com a classe de incêndio: água, espuma, gás carbônico, 
gases halogenados e pó químico seco. É fundamental que os profissionais 
escolham adequadamente o extintor a ser utilizado, pois a escolha errada 
pode levar ao efeito contrário, com aumento das chamas. 
Em casos de início de incêndio, extintores portáteis dever ser empregados, 
pois são os mais indicados para essa situação, mesmo na presença de chuveiros 
automáticos. Os locais de instalação dos extintores devem ser de fácil acesso e 
de visualização nítida — nada pode estar obstruindo a passagem ou bloqueando 
o acesso a esse equipamento (HIRATA, M.; HIRATA, R.; MANCINI FILHO, 
2012; MINOZZO, 2004).
Segurança no laboratório e primeiros socorros10
Acompanhe alguns exemplos de EPCs na Figura 2.
Figura 2. (a) Unidade de lavagem ocular (1) acoplada a um chuveiro de emergência (2). 
(b) Utilização da cabine de fluxo laminar pelo laboratorista.
Fonte: (a) Mohd Nasri Bin Mohd Zain/Shutterstock.com; (b) Anamaria Mejia/Shutterstock.com
(a) (b)
2
1
Medidas de primeiros socorros associadas aos 
principais acidentes em laboratório
Os acidentes em laboratórios são causados, em sua grande maioria, pelo 
uso inapropriado dos equipamentos laboratoriais e pelo manuseio incorreto 
dos reagentes. Muitas vezes, a falta de treinamento e de instruções sobre os 
procedimentos a serem seguidos levam a um aumento no risco de ocorrência 
de acidentes. Os principais acidentes dentro do ambiente de laboratório são 
choques, incêndios, intoxicações e queimaduras. 
Antes de verificar se o acidentado tem algum ferimento, queimadura, 
hemorragia, fratura, envenenamento ou está em parada cardiorrespiratória, 
é essencial que o socorrista permaneça calmo, evitando pânico. Em seguida, 
deve-se manter o acidentado deitado para investigação da gravidade da le-
são. A avaliação da gravidade da vítima é feita por meio da observância de 
algumas etapas. 
11Segurança no laboratório e primeiros socorros
Primeiramente, deve-se verificar se o indivíduo está acordado ou incons-
ciente, se está conversando, se respira ou não, se tem pulso radial ou na carótida, 
se a pele está com uma aparência rosada, avermelhada, pálida ou cianótica e, 
por fim, se existem ferimentos ou hemorragias. Casos de grandes hemorra-
gias, paradas cardiorrespiratórias, queimaduras, envenenamentos, choque e 
inconsciência são prioridade, e seu atendimento deve ser imediato. 
A chamada do médico e da ambulância deve ser feita o mais rapidamente 
possível e, sempre que os primeiros socorros forem fornecidos pelos profis-
sionais do laboratório, as informações devem ser passadas aos profissionais 
que cuidarão da vítima de acidente. O incidente deve ser comunicado ao órgão 
de segurança da unidade e as ações profiláticas, providenciadas.
Choque
O estado de choque pode ser em decorrência de um choque elétrico, de uma 
queimadura, de envenenamento ou de ferimentos. Este estado deve-se a uma 
insuficiência circulatória, decorrente de uma oxigenação carente. A vítima 
pode estar consciente ou não, e os principais sintomas do estado de choque 
podem incluir: pele pálida, fria e pegajosa; pulso fraco e rápido; respiração 
curta, rápida e irregular; transpiração exacerbada; pressão arterial baixa; 
tonturas; cefaleia; vômitos; fraqueza; perturbação visual; tremores; náuseas; 
suores frios.
Constatado o estado de choque, o primeiro passo a seguir é a prevenção 
da causa do choque, sempre mantendo a vítima o mais calma possível. Caso 
não exista qualquer tipo de fratura na vítima, coloque travesseiros, levantando 
suas pernas. É importante manter a vítima deitada, confortável e com as roupas 
frouxas. Nunca dê qualquer tipo de líquido e mantenha a temperatura corporal 
da vítima, agasalhando-a. Retire da boca da vítima dentaduras ou secreção, 
para evitar o engasgue. Enquanto as providências estão sendo tomadas, chame 
a emergência médica (CIENFUEGOS, 2001; MINOZZO, 2004).
Segurança no laboratório e primeiros socorros12
Ferimentos
O tratamento de ferimentos com perfurocortantes (cortes e perfurações) deve 
ser imediato, pois o rompimento e a penetração da pele podem levar a infec-
ções. Os utensílios responsáveis pelo ferimento em laboratórios de análises 
clínicas, como agulhas, lâminas de bisturi e vidros, devem ser considerados 
como contaminados e devem ser manuseados com os EPIs necessários. Outros 
causadores de ferimentos são mordidas de animais, como ratos e camundongos, 
em laboratórios de pesquisa.Profissionais de laboratório sempre são norteados 
a realizar a sua imunização por meio da vacinação contra hepatite B, tétano e 
meningite, pois podem estar expostos aos microrganismos em questão.
Antes de iniciar o socorro da vítima, lave as mãos, prosseguindo com a 
lavagem do ferimento com água corrente e detergente. Posteriormente, aplique 
uma solução antisséptica como álcool 70%, clorexidina ou polivinilpirrolidona 
(PVP-I). Caso verifique a exposição das mucosas, use água boricada ou soro 
fisiológico no ferimento. Partículas de vidro não devem ser retiradas, a menos 
que saiam facilmente, pois podem piorar a lesão, ocasionando até mesmo 
hemorragia. Em casos de hemorragia, pressione o local para que ocorra a 
coagulação do sangue. A pressão deve ser feita com gazes ou panos limpos 
(se possível, estéreis), com uma pressão moderada, sem prejudicar a circulação. 
Se o ferimento for em algum dos membros, é correto erguer o membro afetado 
acima da altura do coração, para diminuir o fluxo sanguíneo. 
Em casos de ferimentos graves, no abdômen, tórax e na cabeça, deixe a vítima em 
repouso e faça um curativo protetor da região afetada. Feridas na cabeça com sangra-
mento pelo nariz e ouvido podem ser indicativos de fratura no crânio (CIENFUEGOS, 
2001; MASTROENI, 2006).
13Segurança no laboratório e primeiros socorros
Parada cardiorrespiratória
A parada cardiorrespiratória ou cardiopulmonar é uma situação de extrema 
gravidade em que o sangue oxigenado não chega ao cérebro. Pode ser oca-
sionada por choque elétrico, insuficiência respiratória ou envenenamento. 
O socorrista, primeiramente, deve identificar se a parada está acontecendo, 
verificando se o indivíduo está consciente, se respira e se tem pulso palpável. 
Constatada a parada, as manobras de ressuscitação devem iniciar. De acordo 
com Mastroeni (2006), as seguintes manobras devem ser realizadas:
 � Colocar a vítima deitada de costas sobre uma superfície dura.
 � Abrir a via aérea, posicionando a cabeça com hipertensão do pescoço; 
esta manobra somente deve ser realizada caso não haja fratura da coluna.
 � Verificar se há algum corpo estranho obstruindo a via área, como 
sangue, prótese dentária ou alimento, e retirá-lo, se possível.
 � Realizar a ventilação com respiração boca a boca ou com uso de 
máscara–bolsa.
 � Fazer a massagem cardíaca.
 � Verificar a responsividade da vítima, com perguntas simples, gritando 
ou sacudindo a vítima com cuidado.
 � Verificar a ventilação, observando, ouvindo e sentindo a respiração.
 � Solicitar auxílio imediato.
 � Com ausência de respiração, realizar duas ventilações.
 � Se não houver reversão da parada, realizar nova ventilação. Repetir 
quantas vezes for necessário.
 � Com ausência de pulso, iniciar imediatamente a massagem cardíaca 
(circulação).
As manobras realizadas por apenas uma pessoa devem ser feitas com 
alternância da ventilação com a circulação. Caso haja dois socorristas, um deve 
fazer a ventilação e o outro a circulação. As manobras devem ser mantidas 
em ritmo de aproximadamente 100 compressões por minuto, em uma taxa de 
15 compressões para 2 ventilações (15:2). 
Segurança no laboratório e primeiros socorros14
Veja na Figura 3 uma ilustração das manobras de ventilação e circulação, 
que devem ser realizadas em casos de parada cardiorrespiratória.
Figura 3. Manobras de ventilação e circulação realizadas como primeiros socorros em 
casos de parada cardiorrespiratória.
Fonte: Adaptada de Mastroeni (2006).
Pressione para
baixo com a base
da palma da mão
Veri�que se
há movimento
no tórax
15Segurança no laboratório e primeiros socorros
Intoxicação e contato com mucosas
As intoxicações em laboratórios ocorrem devido à ingestão ou aspiração de 
substâncias tóxicas, como produtos químicos e de limpeza, além de gases 
tóxicos. Os principais sintomas das intoxicações são cansaço, tonturas, dor 
de cabeça, náuseas, diarreia, perda de memória e coordenação motora, inca-
pacidade de concentração e perda de consciência.
Em casos de intoxicação por gases ou vapores, a vítima deve ser retirada 
prontamente do local de exposição e ser levada para local arejado. É de extrema 
importância que o socorrista esteja equipado com os EPIs obrigatórios nesta 
situação. Sempre afrouxe as roupas da vítima intoxicada, desobstruindo as 
vias aéreas.
Em casos de ingestão oral de agentes químicos, é aconselhável fazer a 
vítima beber água. Não é aconselhável a indução do vômito, pois isso pode 
ocasionar a perfuração de algum órgão ou mucosa. Não tente neutralizar o 
agente tóxico. É essencial chamar ajuda médica de imediato e ter disponível 
a Ficha de Informação da Segurança do Produto (FISP) para a resolução de 
dúvidas quanto ao agente químico. 
Em casos em que há contato do agente tóxico com a pele ou os olhos, en-
xague prontamente a região com água; tome banho no chuveiro de laboratório 
e lave os olhos com o lava-olhos (MASTROENI, 2006).
Queimadura
As queimaduras podem ser superficiais, parciais ou profundas, de origem 
térmica ou química. As vítimas de queimadura são consideradas em estado 
grave e o socorrista deve estar atendo a potenciais riscos, como explosões, 
vapores tóxicos, fogo e perigo associado a corrente elétrica. O socorrista 
sempre deve observar a causalidade e o quão extensa e profunda é a lesão, pois 
uma lesão mais profunda e extensa é potencialmente grave. As queimaduras 
podem ser ocasionadas por:
 � Altas temperaturas: objetos quentes ou fogo, bico de Bunsen, líquidos 
superaquecidos.
 � Temperaturas baixas: oxigênio ou nitrogênio líquido.
 � Substâncias químicas corrosivas: ácidos (ácido sulfúrico, por exemplo) 
e bases (hidróxido de sódio, por exemplo).
 � Eletricidade: descargas elétricas.
Segurança no laboratório e primeiros socorros16
 � Radiação: fontes radioativas, como luz ultravioleta da capela de fluxo 
laminar.
Em casos de comprometimento das vias respiratórias, o socorrista deve 
estar atento à fuligem em volta da boca e do nariz, chamuscamento nos pelos 
do nariz, lesões ou feridas na pele e lesão na língua, como inchaço ou quei-
madura. Em casos mais graves, nos quais a vítima não consegue respirar, 
deve-se iniciar o procedimento de reanimação.
Quando identificada a queimadura, deve-se proceder com o resfriamento do 
local com água contínua durante 10 minutos. A área afetada deve ser coberta 
com pano limpo (se possível, estéril), umedecido com soro fisiológico. Nunca 
use esparadrapos sobre a pele queimada, ate-os sobre sacos plásticos limpos. As 
roupas devem ser retiradas apenas nos casos em que não estejam grudadas à pele 
queimada. A remoção cuidadosa de objetos pessoais, como cintos, anéis e sapatos 
é indicada, pois a área lesionada provavelmente ficará passível de inchaço. Em 
nenhuma hipótese deve-se tocar ou passar qualquer produto na lesão ou furar 
bolhas. A ajuda médica somente é desnecessária em casos de queimaduras muito 
superficiais e de uma extensão muito pequena; nos demais, chame a emergência.
Em situações de incêndio em que o indivíduo possui chamas, evite que 
o mesmo saia correndo; deite-o com a área queimada virada para cima e 
apague a chama com água abundante. Outra alternativa é o envolvimento 
do indivíduo com um cobertor, tapete ou cortina, de tecidos que não tenham 
origem sintética (MASTROENI, 2006; MINOZZO, 2004).
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 3.398, de 7 de dezembro 
de 2021. Classificação de Risco dos Agentes Biológicos. Brasília: MS, 2021. Disponível 
em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-3.398-de-7-de-dezembro-
-de-2021-370619275. Acesso em: 13 jun. 2022.
CIENFUEGOS, F. Segurança no laboratório. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
HIRATA, M. H.; HIRATA, R. D. C.; MANCINI FILHO, J. Manual de biossegurança. 2. ed. 
Barueri, SP: Manole, 2012.
MASTROENI, M. F. Biossegurança: aplicada a laboratórios e serviços de saúde. 2. ed. 
São Paulo: Atheneu, 2006.
MINOZZO, R. Manual de biossegurança. Novo Hamburgo, RS: Ed. da Feevale, 2004.
17Segurançano laboratório e primeiros socorros
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