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Interpretação de Texto - Livro Único-121-123

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121
Textos para as questões de 1 a 3.
Texto 1
PRIMEIRO/ULISSES 
O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo –
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.
Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo,
Sem existir nos bastou,
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.
Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre. 
Fernando Pessoa. Mensagem. Brasília: Thesaurus, 2006. p. 83.
Texto 2
Exaltação da mediocridade 
Nunca antes neste país se fez tamanha 
exaltação da mediocridade.
SÃO PAULO – Fernando Haddad, o ministro da Edu-
cação, telefona para dizer que jamais afirmou que “nunca” 
a escola pública será tão boa quanto a particular. O que 
ele disse é que, “enquanto a escola pública não se qua-
lificar”, quem pode pagar põe o filho na escola privada, 
que acaba tendo melhores resultados.
Feita a correção, tenho que repetir o que já disse a 
ele e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em breve 
diálogo trilateral em Londres: está levando tempo demais 
para “qualificar” a escola pública. Na verdade, requalifi-
car, porque sou filho da escola pública e, no meu tempo, 
a excelência era dela, não do ensino privado.
Por falar nisso, o caminho para a “qualificação” está 
longe de ser o insinuado pelo prefeito Gilberto Kassab, 
qual seja, dar um prêmio aos professores que não fal-
tem ou faltem menos. Não é sério premiar quem apenas 
cumpre a sua obrigação primária que é a de comparecer 
ao local de trabalho. Se os professores faltam porque o 
salário e as condições de trabalho são inadequadas, que 
se corrijam as inadequações. E se puna quem não cumpre 
sua obrigação.
O educador Tião Rocha, empreendedor social 2007, 
diz que a escola dos sonhos dele, que deveria ser o sonho 
de todos, é a que faz o aluno desejar frequentá-la também 
aos sábados e domingos. Premiar professores que não que-
rem frequentá-la com assiduidade nem de segunda a sexta 
é premiar a mediocridade. Por falar em mediocridade, os 
torcedores do América de Natal deveriam considerar-se 
“abençoados por Deus”. É verdade que ficaram em 20º 
lugar entre os 20 clubes da elite do futebol brasileiro.
Revisando
Mas o Brasil, no IDH da ONU, ficou em 70º entre os 
70 países da elite e, mesmo assim, o presidente Lula se 
acha abençoado por Deus.
Clóvis Rossi. Folha de S.Paulo, 29 nov. 2007. Disponível em: 
 <www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2911200703.htm>. 
1 Por que o autor, no texto 2, emprega as aspas em 
“qualificar” do ponto de vista argumentativo?
 
 
 
2 Aponte, no texto 2, duas marcas de subjetividade; cite 
as passagens do texto que comprovem tais marcas.
 
 
 
3 Uma das características do texto subjetivo é o em-
prego de linguagem conotativa; retire do texto 1 uma 
passagem em que se nota um paradoxo.
 
 
 
Texto para a questão 4.
CPI dos cartões rejeita convocar Dilma.
Folha de S.Paulo, 27 mar. 2008.
4 Levando em conta que o fato anunciado na manche-
te principal ocorreu no dia anterior ao momento da 
leitura, explique a embreagem temporal usada pela 
enunciação do jornal na forma verbal “rejeita”.
 
 
 
 
 
 
5 Em “Saiba quais são os 23 cursos de direito do país 
em que o MEC pretende cortar vagas”, temos um efei-
to de aproximação. Explique.
 
 
 
 
 
 
 
PV_2021_LU_ITX_FU_CAP5_LA.INDD / 15-09-2020 (10:01) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL PV_2021_LU_ITX_FU_CAP5_LA.INDD / 15-09-2020 (10:01) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL
122 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Capítulo 5 Categorias de mundo e temas e figuras 
Texto para a questão 6.
O “ele” que é “eu” e o “eu” que é “ele”
Algumas suposições sobre o curioso hábito de falar 
de si próprio na terceira pessoa
O governador eleito do Rio de Janeiro se chama de 
Garotinho. Não, não se está dizendo que ele se chama 
Garotinho. Isso já seria suficientemente bizarro, mas é 
fato tão bem conhecido que não mais se estranha. Ele se 
chama de Garotinho, vale dizer, quando se está referindo 
a si próprio, usa a terceira pessoa. Diz: “O Garotinho vai 
cumprir suas promessas”, “O Garotinho tem o melhor pro-
grama de segurança para o Rio”, “O Garotinho não aprova 
o modelo econômico em vigor”. É como se ele estivesse 
falando não de si mesmo, mas de outro. É um curioso 
hábito, esse. Revelaria quem sabe uma expansão do ego, 
de forma a localizá-lo não apenas dentro da pessoa, mas 
projetá-lo para fora. Ou, ao contrário, revelaria uma tal 
retração do ego que a pessoa o projetaria para fora pelo 
motivo de não suportá-lo, dentro? 
 [...]
Roberto Pompeu de Toledo. Veja, 4 nov. 1998. Disponível em: 
<http://veja.abril.com.br/041198/p_154.html>.
6 Quais as duas interpretações de “Ele se chama de Ga-
rotinho”? Em qual delas há a embreagem?
 
 
 
 
 
 
 
7 O quadro a seguir é de Munch, pintor expressionista:
Edvard Munch. Weeping Nude. 1913. Óleo sobre tela. Museu Munch, Oslo, Noruega.
O que faz com que o quadro de Munch seja consi-
derado figurativo do ponto de vista da classificação 
“temático ou figurativo”?
 
 
 
 
8 Veja a informação dada a seguir.
Munch pintou em suas telas mulheres sofridas em 
função de paixões malevolentes como o ciúme, o de-
sespero, a obsessão pela morte, a melancolia.
Levando em conta o que se diz nesse período, procure 
identificar o tema do quadro Weeping Nude, de Munch.
 
 
 
 
Texto para a questão 9.
O visiotário
Lâmpada, não esquente. 
Da parede saiu um braço magro de mulher. 
Era pálido e tinha veias azuis. 
Os dedos estavam carregados de preciosos anéis. 
Quando beijei a mão, assustei-me: 
Estava viva e quente. 
Arranhou-me o rosto. 
Peguei uma faca de cozinha e cortei algumas veias. 
Um grande gato lambeu graciosamente o sangue do 
chão. 
Entretanto um homem de cabelos arrepiados subiu 
Por um cabo da vassoura encostado à parede.
Jacob van Hoddis. “O visiotário”. In: Poesia expressionista alemã: 
uma antologia. Tradução de Claudia Cavalcanti (Org.). São Paulo: 
Estação Liberdade, 2000.
9 Jakob Van Hoddis é poeta expressionista alemão e 
pertence à mesma corrente estética de Munch. Ex-
traia do poema de Hoddis uma seleção lexical (um 
percurso figurativo e/ou temático) que esteja em con-
cordância com a visão pessimista da escola alemã 
(cite sete vocábulos).
 
 
 
 
 
PV_2021_LU_ITX_FU_CAP5_LA.INDD / 16-09-2020 (21:41) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL
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Texto para as questões 10 e 11.
A Lebre e a Tartaruga
A lebre estava se vangloriando de sua rapidez, perante 
os outros animais:
– Nunca perco de ninguém. Desafio a todos aqui a 
tomarem parte numa corrida comigo.
– Aceito o desafio! Disse a tartaruga calmamente.
– Isto parece brincadeira. Poderia dançar à sua volta, 
por todo o caminho, respondeu a lebre.
– Guarde sua presunção até ver quem ganha, reco-
mendou a tartaruga.
A um sinal dado pelos outros animais, as duas par-
tiram. A lebre saiu a toda velocidade. Mais adiante, para 
demonstrar seu desprezo pela rival, deitou-se e tirou uma 
soneca.
A tartaruga continuou avançando, com muita per-
severança. Quando a lebre acordou, viu-a já pertinho 
do ponto final e não teve tempo de correr, para chegar 
primeiro. 
Esopo.
10 Como deve ser interpretada a existência de animais 
que falam? Que figura de linguagem temos?
 
 
 
11 Que lição de moral a fábula nos traz?
 
 
 
12 Interprete os provérbios a seguir.
a) Águas passadas não movem moinhos.
 
 
b) Cutucar a onça com vara curta.
 
 
1 ITA Assinale a opção em que a manchete de jornal 
está mais em acordo com os cânones da “objetivida-
de jornalística”:
A O mestre do samba volta em grande forma.
O Estado de S. Paulo, 17 jul. 1999.
b O pior do sertão na festa dos 500 anos.
O Estado de S. Paulo, 17 jul. 1999.
c Proteína direciona células no cérebro.
Folha de S.Paulo, 24 jul. 1999.
D A farra dos juros saiu mais cara que a da casa própria.
Folha de S.Paulo, 13 jun. 1999.
E Dono de telas “falsas” diz existir “armação”.
O Estado de S. Paulo, 21jul. 1999.
Texto para a questão 2.
Morro da Babilônia 
À noite, do morro 
descem vozes que criam o terror 
(terror urbano, cinquenta por cento de cinema, 
e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua 
Geral). 
Quando houve revolução, os soldados 
espalharam no morro, 
o quartel pegou fogo, eles não voltaram. 
Alguns, chumbados, morreram. 
O morro ficou mais encantado. 
Mas as vozes do morro 
não são propriamente lúgubres. 
Há mesmo um cavaquinho bem afinado 
que domina os ruídos da pedra e da folhagem 
e desce até nós, modesto e recreativo, 
como uma gentileza do morro. 
(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2012, p.19.)
2 Unicamp 2016 No poema “Morro da Babilônia”, de Car-
los Drummond de Andrade, 
A a menção à cidade do Rio de Janeiro é feita de 
modo indireto, metonimicamente, pela referência 
ao Morro da Babilônia. 
b o sentimento do mundo é representado pela per-
cepção particular sobre a cidade do Rio de Janeiro, 
aludida pela metáfora do Morro da Babilônia. 
c o tratamento dado ao Morro da Babilônia asse-
melha-se ao que é dado a uma pessoa, o que 
caracteriza a figura de estilo denominada parono-
másia. 
D a referência ao Morro da Babilônia produz, no per-
curso figurativo do poema, um oxímoro: a relação 
entre terror e gentileza no espaço urbano.
Exercícios propostos
PV_2021_LU_ITX_FU_CAP5_LA.INDD / 15-09-2020 (10:01) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL PV_2021_LU_ITX_FU_CAP5_LA.INDD / 15-09-2020 (10:01) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL

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