Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FR EN TE Ú N IC A 173 O texto apresentado aborda um dos temas mais antigos no que diz respeito à luta pela igualdade de direitos das mulheres, o sufrágio universal, indubitavelmente uma das maiores conquistas do movimento feminista, uma vez que ampliou o direito ao voto a todo cidadão considerado apto a exercer uma opinião política. Assim, ganharam voz aqueles que eram, até então, marginalizados na sociedade por sua etnia, sua escolaridade, sua classe social ou seu gênero. É verdade que a aprovação do sufrágio universal não resolve a questão das desigualdades por si só, mas essa é uma conquista substancial em direção a tal. É por essa razão que a conquista das mulheres da Arábia Sau- dita ao voto, em 2011, foi considerada um passo de grande importância. Assim, a alternativa que melhor retrata esse novo cenário propiciado pela decisão do Rei Abdullah é a C. Segundo o texto, é possível afirmar que tanto o direito de votar como o de ser eleito não foram sempre a regra no mundo Ocidental e que a Finlândia se tornou o primeiro país no mundo a garantir tais direitos às mulheres, que se aplicariam à Suíça apenas em 1971. O século XX foi muito importante para as conquistas de direitos femininos. Nos anos 1920, a moda da estilista francesa Coco Chanel inovou com o design do terninho feminino, item antes restrito somente ao guarda-roupa mas- culino. Nas décadas de 1950 e 1960, a mulher passou a ocupar posições no mercado de trabalho que, antes, lhes eram negadas. Na revolução sexual dos anos 1960, a inven- ção da pílula anticoncepcional significou uma reviravolta, pois, pela primeira vez, a mulher passou a ter maior controle sobre o planejamento familiar. O feminismo e a produção artístico-cultural Fe at ur ef la sh P ho to A ge nc y/ Sh ut te rs to ck .c om J.K. Rowling at the premiere for Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald at Leicester Square in London (UK), 2018. Ao longo da história, vários escritores, atores, artistas, diretores e demais profissionais do meio artístico-cultural mostraram afinidade com o ativismo pela igualdade de gênero. A escritora inglesa J. K. Rowling, por exemplo, de- clarou-se feminista em uma entrevista na qual discorre sobre a construção das personagens femininas em seus livros: "Very early on in writing the series, I remember a female journalist saying to me that Mrs Weasley 'Well, you know, she's just a mother.' And I was absolutely incensed by that comment. Now, I consider myself to be a feminist, and I'd always wanted to show that just because a woman has made a choice, a free choice to say 'Well, I'm going to raise my family and that's going to be my choice. I may go back to a career, I may have a career part time, but that's my choice.' Doesn't mean that that's all she can do. And as we proved there in that little battle, Molly Weasley comes out and proves herself the equal of any warrior on that battlefield." ROWLING, J. K. “The Women of Harry Potter – J. K. Rowling interview part 1. YouTube. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=etNcsShL3F0>. Acesso em: 30 jan. 2016. A escritora da saga Harry Potter, J. K. Rowling, conta que, certa vez, em uma entrevista, uma jornalista se referiu à personagem Molly Weasley (mãe de Rony Weasley na saga) como “apenas uma mãe”. Rowling respondeu que ser uma mãe e cuidar da casa e da família é uma escolha livre, como qualquer outra, que as mulheres têm o direito de fazer. A autora menciona alguns exemplos de escolhas que as mulheres fazem e têm direito a fazer, indicando que isso não significa que as mulheres fiquem limitadas a elas. Ela conta que Molly Weasley, mãe e dona de casa, mostrou-se uma corajosa guerreira na batalha de bruxos, uma situação de conflito, o que provou que ela não era mais ou menos fraca pelas escolhas que havia feito. Vale ressaltar aqui o conceito de feminismo, que, às vezes, é entendido equivocadamente como a crença de que o gênero feminino deve ser superior ao masculino. Na realidade, a definição de feminismo é a luta pela igualdade de direitos para homens e mulheres. Tal movimento se justi- fica pela presença, na história, da dominação e da violência do homem sobre a mulher, conhecida como machismo. Muitos escritores de língua inglesa abordam o tema do feminismo em suas obras. Um exemplo é Alice Walker, autora de The Color Purple, obra em que ela trata da desigualdade não só de gênero, mas também racial em ex-colônias britânicas como os Estados Unidos e a África do Sul. Creating a social change A luta pela igualdade de gênero faz parte da lista de Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da Organização das Nações Unidas, indicada no item Promote Gender Equality and Empower Women. No entanto, não é raro depararmos no dia a dia com comentários equivocados sobre o assunto, como o erro em tratar o feminismo como uma forma de sexismo. O educador Jackson Katz trata desses equívocos em uma apresentação sobre o assunto. Segundo ele, deter- minados termos ofensivos, como male-basher, man-hater e feminazi, resultam do desconforto causado às pessoas que têm o seu poder desafiado por ativistas do movimento feminista. Jackson Katz prossegue, então, dizendo: […] Now, when it comes to men and male culture, the goal is to get men who are not abusive to challenge men who are. And when I say abusive, I don't mean just men who are beating women. We're not just saying a man whose friend is PV_2021_L1_ING_FU_CAP17_LA.INDD / 18-09-2020 (18:36) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL PV_2021_L1_ING_FU_CAP17_LA.INDD / 18-09-2020 (18:36) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL LÍNGUA INGLESA Capítulo 17 Gender equality 174 abusing his girlfriend needs to stop the guy at the moment of attack. That's a naive way of creating a social change. It's a long a continuum, we're trying to get men to interrupt each other. So, for example, if you're a guy and you're in a group of guys playing poker, talking, hanging out, no women present, and another guy says something sexist or degrading or harassing about women, instead of laughing along or pretending you didn't hear it, we need men to say, "Hey, that's not funny. You know, that could be my sister you're talking about, and could you joke about something else? Or could you talk about something else? I don't appreciate that kind of talk." […] Well, the bystander approach is trying to give people tools to interrupt that process and to speak up and to create a peer culture climate where the abusive behavior will be seen as unacceptable, not just because it's illegal, but because it's wrong and unacceptable in the peer culture. And if we can get to the place where men who act out in sexist ways will lose status, young men and boys who act out in sexist and harassing ways towards girls and women, as well as towards other boys and men, will lose status as a result of it, guess what? We'll see a radical diminution of the abuse. Because the typical perpetrator is not sick and twisted. He's a normal guy in every other way. Isn’t he? […] Disponível em: <www.ted.com/talks/jackson_katz_violence_against_women_ it_s_a_men_s_issue/transcript>. Acesso em: 16 set. 2020. O texto de Jackson Katz propõe, assim, uma mudança social baseada em intervenções nas situações do cotidiano. Segundo ele, o silêncio perante um comentário ou uma ação machista implica a manutenção de valores sociais con- trários à igualdade de direitos para homens e mulheres. Assim, um dos problemas apontados pelo trecho apresen- tado é a dificuldade que pessoas têm para reconhecer que seus hábitos, de alguma forma, reflitam a origem sexista dos seus pensamentos. A expressão idiomática “to wear the trousers”, também “to wear the pants”, significa estar no comando. Ela carrega em seu sig- nificado a ideia patriarcal de que o membro dominante em uma famíla ou relacionamento é o homem, pois se refere às roupas antigamente associadas ao guarda-roupa masculino (calças) como símbolo de poder.Saiba mais Entendendo a língua Nos textos deste capítulo, notamos algumas possíveis combinações entre os verbos. Observe: But first, let me get Lute... (let + someone + get) I remember a female journalist saying to me that... (remember + someone + verb -ing) I'd always wanted to show that... (want + to-infinitive) […] we're trying to get men to interrupt each other […] (get + someone + to-infinitive) Well, the bystander approach is trying to give people tools […] (try + to-infinitive) Os verbos em inglês apresentam diferentes verb patterns e podem ser acompanhados de substantivos, de gerúndio, de infinitivo precedido de to, de infinitivo não precedido de to, por um pronome e, então, um verbo no infinitivo precedido de to, de infinitivo sem to ou de gerúndio. A maioria dos verbos aceita apenas um tipo de pattern, porém alguns aceitam dois; nesses casos, pode haver al- teração de sentido. Neste capítulo, veremos alguns verbos que aceitam dois tipos de pattern e que têm um significado para cada um deles. Compare os enunciados a seguir: Remember a journalist to say that. I remember a journalist saying that. A primeira frase pode ser traduzida como “Lembre um/ uma jornalista de dizer aquilo”, enquanto a segunda pode ser traduzida como “Lembro-me de um/uma jornalista di- zendo aquilo”. O verbo to remember, ao ser empregado com um to-infinitive, significa lembrar (alguém) de fazer algo, isto é, ajudar alguém a não se esquecer de fazer alguma tarefa. Quando empregado com a forma -ing, o verbo to remember significa ter a lembrança de algo, referindo-se a alguma ação que aconteceu no passado. Assim, notamos que o exame detalhado da estrutura que acompanha determinados verbos se torna necessário para a compreensão de sentido, que é facilitada pela aná- lise do contexto. A seguir, reproduzimos alguns dos casos cujos significados possíveis podem causar dúvidas para o estudante de inglês. É o que acontece com verbos como go on e forget, como veremos a seguir. Principais verbos que aceitam dois verb patterns com diferença de sentido Go on, mean, regret, forget, stop, try, want Os verbos go on, mean, regret, forget, stop, try e want podem indicar diferentes sentidos de acordo com a forma verbal (-ing ou to infinitive) que os acompanha. Observe: We went on running until 7 pm. (continuar fazendo algo) He finished his English course, then he went on to live in Canada for some time. (fazer algo em seguida de outra ação) Living in Brazil means living in warm country. (significar, implicar) I didn’t mean to hurt you. (ter a intenção de) I regret not going to the beach more often when I lived in Florida. (arrepender-se de algo que fez) I regret to inform you failed. (lamentar-se de algo que está prestes a fazer) PV_2021_L1_ING_FU_CAP17_LA.INDD / 18-09-2020 (18:36) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL PV_2021_L1_ING_FU_CAP17_LA.INDD / 18-09-2020 (18:36) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL FR EN TE Ú N IC A 175 I forgot taking the pill. (esquecer-se se fez uma atividade ou não) I forgot to take the pill. (esquecer-se de fazer algo) He stopped running five minutes ago. (parar de fazer algo) He stopped to buy some clothes. (parar/pausar uma atividade para realizar outra) Try taking an aspirin. (experimentar fazer algo pela primeira vez) I tried to call you, but you never answered. (tentar, geralmente envolvendo algum esforço) Her hair wants cutting. (precisar que algo seja feito; no caso, equivalente a “needs to be cut”) I want to buy new shoes. (querer fazer algo) Hate, like, love, prefer Os verbos hate, like, love e prefer podem ser seguidos tanto por -ing quanto por to-infinitive. Em inglês americano, as formas com to-infinitive são muito mais comuns do que as com -ing. É importante perceber que, embora muitas ve- zes as duas formas sejam permutáveis, há uma pequena diferença de significado entre elas. A forma acompanhada por -ing enfatiza a ação ou experiência em si; normalmente optamos por essa forma para sugerir desfruto/apreciação (ou não) do sujeito em relação à ação ou à experiência. A forma acompanhada por to-infinitive dá ênfase ao resultado da ação ou evento; damos preferência por essa forma para exprimir hábitos ou preferências. Observe: I hate taking the garbage out. (ênfase na ação – “tirar o lixo” – e na falta de prazer que o sujeito sente ao realizá-la) I hate to inform you that you failed. (ênfase no resultado, exprimindo que o sujeito preferiria não ter que estar nessa situação) I prefer playing basketball at school rather than in the club. (ênfase no processo em si e no prazer nele encontrado) I prefer to drive during the morning. (ênfase na preferência ou hábito; o falante não sente necessariamente prazer em dirigir em qualquer hora do dia) Feel, hear, see, watch Os verbos feel, hear, see e watch podem ser empregados com o infinitivo sem o to ou com uma forma -ing. No primeiro caso, a ênfase é na completude da ação, realizada do começo ao fim. No segundo caso, a ênfase é dada ao processo, isto é, à ideia da ação em progresso. Observe: I saw you cross the street. Vi você atravessar a rua. (Vi a ação completa, do começo ao fim.) I saw you crossing the street. Vi você atravessando a rua. (Vi a ação em progresso, incompleta.) Let, make, help Empregamos let e make com um objeto e um infinitivo sem o to (bare infinitive). Observe: Let your son come with us. (let + someone + bare infinitive) He made me think a lot about it. (make + someone + bare infinitive) A preposição to é opcional ao empregarmos o verbo to help em estruturas como estas: My mother helped me cook. My mother helped me to cook. Would × would like/love Os verbos modais can, could, may, might, will, would e should, são, normalmente, seguidos por bare infinitive (infinitivo sem o to). Observe: It can fly. He may arrive late. I would buy a mansion if I won the lottery. Entretanto, quando o modal would compõe as expressões would love e would like para exprimir desejo ou vontade, essas expressões devem vir seguidas de to-infinitive. Veja: I would like to have a coffee, please. I am sure he would love to help us. PV_2021_L1_ING_FU_CAP17_LA.INDD / 18-09-2020 (18:36) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL PV_2021_L1_ING_FU_CAP17_LA.INDD / 18-09-2020 (18:36) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL LÍNGUA INGLESA Capítulo 17 Gender equality 176 Note que duas frases distintas em inglês podem ser traduzidas para o português com o emprego de uma mesma estrutura verbal. Exemplo: Vou fazer as unhas amanhã. I am going to do my nails tomorrow (o próprio sujeito é quem vai realizar a ação). I am going to have/get my nails done tomorrow (outra pessoa é quem vai realizar a ação). Atenção Causatives: get, have Observe o trecho: We're trying to get men to interrupt each other. […] Nesse excerto do texto de Jackson Kartz, entende- mos que os sujeitos estão tentando fazer que os homens se interrompam (se corrijam). Para exprimir essa ideia, foi utilizada uma estrutura chamada causativa. Veja as seguintes frases: I. The teachers had the leaflets handed out. II. The teachers got the leaflets handed out. III. The teachers got some friends to hand out the leaflets. Em nenhuma das frases apresentadas, a ação de dis- tribuir panfletos foi realizada diretamente pelo sujeito “the teachers”. Entretanto, a escolha por uma ou outra cons- trução causativa acarreta uma leve alteração de sentido. Nas frases I e II, entende-se que o sujeito (os professores) teve a ação (entregar panfletos) feita por outro, ou seja, os professores solicitaram que uma terceira pessoa, ou um grupo de pessoas, realizasse a ação por eles. Nesse caso, a escolha por uma estrutura ou outra acarreta pouca ou nenhuma alteração de sentido; nota-se, no entanto, que o uso de have é escolhido em ambientes mais formais e infere que um serviço foi contratado, enquanto get é mais usual e não esclarece se o serviço foi oferecido, solicitado ou contratado pelo sujeito. Já na frase III, entende-se queo sujeito (professores) usou de persuasão para conseguir que uma terceira pessoa, ou grupo de pessoas, realizasse a ação em seu lugar, ou seja, entende-se que os professores convenceram alguém a entregar os panfletos. As estruturas causativas são construídas da seguinte forma: Frases I e II: have/get + object + Past Participle Frase III: get + agente + to-infinitive (+ object) Exercícios propostos Texto para as questões de 1 a 3: Advice gratis to certain women – by a woman O, my strong-minded sisters, aspiring to vote, And to row with your brothers, all in the same boat, When you come out to speak to the public your mind, Leave your tricks, and your airs, and your graces behind! For instance, when you by the world would be seen As reporter, or editor (first-class, I mean), I think – just to come to the point in one line – What you write will be finer, if 'tis1 not too fine. Pray, don't let the thread of your subject be strung With "golden," and "shimmer ," "sweet," "filter ," and "flung;" Nor compel, by your style, all your readers to guess You've ........ looking up words Webster marks obs. And another thing: whatever else you may say, Do keep personalities out of the way; Don't try every sentence to make people see What a dear, charming creature the writer must be! Don't mistake me; I mean that the public's not home, You must do as the Romans do, when you're in Rome; I would have you be womanly, while you are wise; 'Tis the weak and the womanish tricks I despise. 'Tis a good thing to write, and to rule in the state, But to be a true, womanly woman is great: And if ever you come to be that, 'twill2 be when You can cease to be babies, nor try to be men! CAREY, Phoebe. Advice gratis to certain women. In: RATTINER, Susan (ed.). Great poems by American women: an anthology. Mineola: Dover Thrift, 1998. p. 72. (Adapt.). ¹tis: it is. ²twill: it will. 1 UFRGS 2013 Assinale a alternativa que completa corre- tamente a lacuna da linha 13. A be b been c being d to be E are 2 UFRGS 2013 Publicado na segunda metade do sécu- lo XIX, o poema traduz atitudes e opiniões pessoais da autora em relação ao, então emergente, movimento fe- minista nos EUA. Com base nesse contexto e na leitura do texto, assi- nale a alternativa correta. A A autora ridiculariza o movimento feminista, ao afir- mar que suas defensoras “tentam ser homens” e comportam-se de forma agressiva. b A autora aconselha suas leitoras a não se deixarem levar pela retórica feminista, assumindo que o lugar da mulher é o lar, e não os espaços públicos. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 PV_2021_L1_ING_FU_CAP17_LA.INDD / 21-09-2020 (18:56) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL
Compartilhar