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Aula Princípios Administrativos

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Professor: Nelson Morais Escudero 
 
PRINCIPIOS ADMINISTRATIVOS 
 
NORMAS JURÍDICAS: são valores reputados como dignos de proteção pelo ordenamento 
jurídico. Assim, a liberdade, antes de ser um direito previsto na Constituição, é um valor 
amplamente aceito pela sociedade como indispensável à dignidade humana. Norma é gênero, 
dos quais as regras e os princípios são espécies; vale dizer, as regras são escritas, ao passo que 
os princípios são proposições norteadoras de todo um sistema. 
1. REGRAS: são previsões/comandos de conduta bem determinadas e precisas. Entre várias 
possibilidades de conduta, as regras determinam como os sujeitos devem, não devem ou podem 
conduzir-se. Aqui há uma estrutura bem definida/delineada: 
 Descrição de uma HIPÓTESE; 
 Atribuição de uma CONSEQUÊNCIA específica à ocorrência da 
situação hipoteticamente prevista (a consequência é bem definida) 
Uma regra exclui outra: não há como aplicar várias regras a uma mesma situação fática. Norma 
superior prevalece sobre norma inferior; norma mais nova prevalece sobre norma mais antiga; 
norma especial prevalece sobre norma geral. 
GRAVAR: há hierarquização material entre as regras!!! 
Exemplo 1: a regra da licença-maternidade. Se ocorrer o nascimento ou a adoção de um filho 
(hipótese normativa), a mãe servidora pública terá direito à licença-maternidade (consequência 
jurídica). 
HIPÓTESE NORMATIVA + CONSEQUÊNCIA JURÍDICA 
Exemplo 2: comando do artigo 2º da Lei 14.133/21 (as compras, alienações, locações, obras, 
serviços, dentre outros, da Administração Pública, serão precedidas de licitação, ressalvadas as 
hipóteses previstas na referida lei). 
 Hipótese normativa: compras e alienações da Administração. 
 Consequência jurídica: necessidade de licitação prévia. O legislador já ponderou sobre 
fazer ou não a licitação: cumpre ao agente apenas cumprir a regra bem determinada e 
precisa (e escrita). 
 
2. PRINCÍPIOS: possuem grau de generalidade, indeterminação e abstração. Não são 
restritos a um determinado fato ou conjunto delimitado de situações. Os princípios não se 
restringem a fixar limites ou fornecer soluções exatas, mas consagram valores a serem 
atingidos. 
NOTA: os princípios podem incidir simultaneamente nas mais diversas situações. Um 
princípio não exclui outro na hipótese de conflito. O que ocorre é a lógica (critério) da 
PONDERAÇÃO, em cada caso concreto, buscando-se uma solução que harmonize, relativize 
todos os princípios em jogo, um cedendo espaço para o outro. Isso porque os princípios não 
fornecem solução única (como as regras), mas propiciam elenco de alternativas. 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
GRAVAR: Os princípios NÃO possuem hierarquização material entre si (não há princípio mais 
ou menos importante: todos se equiparam). Isso porque não fornecem solução única. 
Exemplo: um dos princípios que rege as licitações públicas é o da igualdade entre os 
licitantes. Por esse princípio, não se admite o estabelecimento de condições que impliquem 
preferência a favor de determinados participantes (licitantes) em detrimento dos demais. Essa 
“igualdade entre os licitantes”, portanto, é um valor a ser perseguido na aplicação das regras 
de licitação. Assim, o agente público responsável pela licitação analisará em cada caso se 
houver transgressão ao princípio, bem como adotar as soluções (que devem ser motivadas) 
adequadas à situação. 
REGRAS PRINCÍPIOS 
Previsões de conduta bem determinadas Mandamentos nucleares de um sistema (conferem um 
sentido lógico a um sistema) 
Sempre escritas Escritos (expressos) ou não escritos (implícitos) 
Aplicam-se a situações bem definidas (hipótese) com 
consequência bem delimitada (consequência jurídica) 
Não se aplica a um determinado fato, mas sim 
possuem abrangência infinitamente superior. São 
várias hipóteses e várias soluções legais 
Em caso de conflito/choque: uma regra exclui a outra, 
uma vez que há hierarquia entre elas. 
As regras fornecem solução única, por isso se 
excluem. 
Em caso de aparente conflito: critério da ponderação. 
Já que não há hierarquia entre os princípios, eles 
não se excluem, mas sim são aplicados de forma 
harmônica. 
O agente público só irá aplicar ou não a regra O agente público irá valorar a situação, uma vez que 
os princípios ditam os valores os quais a 
Administração deve buscar. Podem ser aplicados em 
maior ou menor grau 
Admitem-se lacunas/omissões/contradições Não se admitem lacunas/omissões/contradições 
São normas jurídicas, logo, gozam de força cogente 
(força obrigatória em relação aos seus destinatários) 
São normas jurídicas, logo, gozam de força cogente 
(força obrigatória em relação aos seus destinatários) 
 
Ramo autônomo: Por ser o Direito Administrativo ramo autônomo dentro da ciência jurídica, 
possui inúmeras regras e princípios bem delineados na CF e em leis esparsas. Vale mencionar 
que os princípios não são mera recomendação, conselho ou carta de intenção, mas sim normas 
jurídicas de observância obrigatória. Caso sejam desrespeitados, acarretam sanções jurídicas 
concretas, como a nulidade de um ato administrativo, a responsabilização disciplinar do agente 
público, etc. Para alguns autores, uma ofensa a um princípio chega a ser ainda mais grave que 
ofender uma regra, uma vez que tal transgressão ofenderia a todo um sistema de comandos. 
ALCANCE: Os princípios aplicáveis à Administração Pública são de observância obrigatória a 
todos os Poderes quando no exercício de funções administrativas, para todos os entes da 
Federação, alcançando a administração direta, indireta e os particulares que tiveram a execução 
de serviços públicos delegada (descentralização por colaboração/delegação) ou que exerçam 
funções públicas, como as Organizações Sociais (que integram o 3º Setor). 
 
PRINCÍPIOS BÁSICOS (GERAIS) DA ADMINISTRAÇÃO 
O regime jurídico-administrativo (sistema que dá identidade ao Direito Administrativo) repousa 
sobre dois princípios básicos/basilares, que fundamentam a bipolaridade desse ramo do direito: 
as prerrogativas (supremacia) e restrições (indisponibilidade) concedidas à Administração. Não 
são específicos do Direito Administrativo, mas são essenciais, pois, a partir deles, constroem-se 
os demais princípios e regras que integram o regime jurídico-administrativo. 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
PEDRAS DE TOQUE DO DIREITO ADMINISTRATIVO: Para Celso Antônio Bandeira 
de Mello, os princípios considerados as pedras de toque são: SUPREMACIA DO INTERESSE 
PÚBLICO SOBRE O PARTICULAR e INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. 
Ambos são básicos e deles decorrem todos os demais princípios. 
 
1) PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
(PRINCÍPIO DA FINALIDADE PÚBLICA) 
É um princípio implícito. Toda a atuação do Estado deve ser pautada pelo interesse público 
primário (coletividade). Desse modo, o princípio fundamenta todas as prerrogativas especiais 
de que dispõe a administração como instrumentos para a consecução dos fins que a Constituição 
e as leis lhe impõem. Trata-se, para Celso Antônio Bandeira de Mello, de um princípio geral do 
Direito. 
 Num conflito entre o interesse público e o interesse particular, o público irá prevalecer, 
respeitados, é claro, os direitos e garantias individuais expressos na CF. 
INCIDÊNCIA RELATIVA: Só incidirá quando o Estado atuar com seu poder de império 
(poder extroverso), caracterizado pela verticalidade (desigualdade jurídica). Quando a 
administração pratica suas atividades-meio (atos de gestão, atos de mero expediente) ou mesmo 
quando atua na qualidade de particular (interesse público secundário ou como Estado-
empresário [agente econômico produtivo]), não haverá a incidência direta do princípio da 
supremacia do interesse público, simplesmente porque não há obrigações ou restrições que 
necessitem ser impostas aos administrados. 
 
 Assim como ocorre com todos os princípios jurídicos, o postulado da supremacia do 
interesse público não tem caráter absoluto, uma vez que o Estado sempreirá respeitar o 
princípio do devido processo legal, do contraditório, ampla defesa, etc. 
Exemplos: intervenções na propriedade (desapropriação, requisição administrativa, 
tombamento, servidão administrativa, ocupação temporária, confisco); existência das cláusulas 
exorbitantes nos contratos administrativos; poder de polícia; presunção de legitimidade dos atos 
administrativos; etc. 
 
2. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 
Dele derivam todas as restrições especiais impostas à atividade administrativa, já que a 
administração não é dona da ‘coisa pública’, mas sim mera gestora. O povo é o titular dos 
interesses e direitos públicos. Só quem é o proprietário de algo tem disposição sobre 
determinada coisa, e quem não é, não dispõe desse algo (é indisponível). 
A administração não pode renunciar, transigir ou alienar direitos e bens como bem entende. 
 A administração não pode renunciar direitos do poder público, como exemplo as 
receitas devidas ao Estado (multas, tributos, tarifas), salvo se houver expressa renúncia 
em lei. Também não pode alienar bem público enquanto este estiver afetado a uma 
destinação pública específica, etc. 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
INCIDÊNCIA PLENA: Este princípio sempre incidirá nas atuações da administração, seja 
quando estiver usando seu Poder de Império (atividades-fim), seja quando estiver praticando 
atividades-meio, quando estiver atuando despida de suas prerrogativas públicas ou quando 
estiver atuando na qualidade de Estado-empresário (agente econômico). 
A Administração pode dispor de seu interesse público primário (renunciar, transigir), desde que 
para melhor atender o direito primário. 
 INTERESSE PÚBLICO: conceito jurídico indeterminado. O interesse público 
secundário só é legítimo quando não é contrário ao interesse público primário 
(exemplos de interesse secundário ilegítimo: pagamento irrisório nas desapropriações; 
elevação ao máximo das alíquotas dos impostos para obtenção de mais receita; pagar 
remuneração ínfima aos servidores). 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
 O administrador, quando gere a coisa pública conforme o que na lei estiver determinado, ciente 
de que desempenha o papel de mero gestor de coisa que não é sua, observa o princípio da 
indisponibilidade do interesse público 
 Em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público, o Estado poderá exercer sua 
função administrativa sob o regime de direito público e sob o regime de direito privado 
 O princípio da supremacia do interesse público é um dos pilares do regime jurídico 
administrativo e autoriza a administração pública a impor restrições aos direitos dos particulares 
em caso de conflito com os interesses de toda a coletividade, desde que haja previsão no 
ordenamento nesse sentido. 
 O princípio da indisponibilidade do interesse público não impede a administração de realizar 
acordos e transações 
PRINCÍPIOS EXPRESSOS 
Estão previstos: 
a) No artigo 37, caput, da Constituição Federal (legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência) – LIMPE 
Todos os demais princípios previstos nas normas infraconstitucionais são considerados 
implícitos, uma vez que são decorrência lógica das disposições a Carta Magna. 
 
b) No artigo 2º da lei n. 9.784/99 (legalidade, interesse público, moralidade, 
proporcionalidade, eficiência, contraditório, finalidade, ampla defesa, razoabilidade, 
motivação e segurança jurídica) – LIMPE Com FARMS 
 
c) No artigo 5º da lei 14.133/21 (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, 
eficiência, interesse público, probidade administrativa, igualdade, planejamento, 
transparência, eficácia, segregação de funções, motivação, vinculação ao edital, 
julgamento objetivo, segurança jurídica, razoabilidade, competitividade, 
proporcionalidade, celeridade, economicidade, desenvolvimento nacional sustentável. 
NOTA: não se pode esquecer que tais princípios são balizadores mínimos de toda a atividade 
administrativa, não excluindo outros que se encontram exarados noutras leis ou mesmo os 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
implícitos. Vale dizer, é uma relação meramente exemplificativa, não se cogitando da hipótese 
de se ignorar da existência de outros princípios, como exemplo o princípio de 
ofício/oficialidade (artigo 2º, X, lei 9784); princípio da gratuidade (artigo 2º, XI, lei 9784); 
princípio do informalismo (artigo 2º, VIII e IX, lei 9784); princípio da razoável duração do 
processo (artigo 5º, LXXVIII, CF); princípio da verdade material, etc. 
Os princípios são observados até mesmo em relação aos particulares que estejam no exercício 
de funções públicas, como as Organizações Sociais, que recebem recursos públicos para o 
desempenho de atividades de interesse geral. 
QUESTÕES DE CONCURSO 
 Legalidade e publicidade são princípios constitucionais expressos aplicáveis à administração 
pública direta e indireta do DF 
 Moralidade e eficiência são princípios expressamente previstos na CF, ao passo que o da 
proporcionalidade constitui princípio implícito, não positivado no texto constitucional. 
 Administração pode tomar decisões fundamentadas nos costumes, desde que não seja “contra 
legem” (sem contrariar a legalidade) e que haja ausência de lei para o caso. Costume é fonte 
secundária do direito administrativo. 
 
1) Princı́pio da legalidade 
(legalidade estrita/tipicidade) 
Significa integral submissão dos atos da Administração Pública às leis, aos princípios jurídicos 
e a seus próprios atos normativos que sejam pertinentes àquela situação concreta (portarias, 
decretos, instruções normativas, pareceres normativos, etc). 
 Trata-se do postulado basilar dos Estados democrático de direito. Na verdade, é dele 
que decorre a própria qualificação de um Estado como “de direito”. Todos, sem 
exceção, estão sujeitos ao império da lei, não podendo ninguém (nem particulares nem 
agentes públicos) agir de modo contrário ao ordenamento. 
Assim, a administração só pode agir segundo a lei (secundum legem), e não contra (contra 
legel) ou além da lei (prater legem). Os comportamentos impostos de forma unilateral pela 
Administração só serão válidos se tiverem respaldo em lei anterior. Em suma, o Poder Público 
só pode fazer o que a lei determinar, não sendo possível a atuação quando houver silêncio legal. 
Trata-se de atividade sub lege (debaixo da lei), sublegal/infralegal. Caso haja conduta de agente 
público desrespeitando a legalidade, os atos são inválidos e poderão ser anulados, sendo tal 
nulidade decretada pela própria Administração (autotutela) ou pelo Judiciário (desde que 
provocado – inafastabilidade do judiciário). 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
Em contrapartida, os administrados podem fazer tudo o que a lei permite, bem como o que não 
proíbe (princípio da autonomia da vontade). É o que se convencionou chamar de legalidade 
ampla para os particulares (art. 5º, II da CF). 
Para a administração pública Para os particulares 
Caracteriza-se pela restrição de vontade, uma vez que 
não tem vontade autônoma (mera gestão da coisa 
alheia) 
Caracteriza-se pela autonomia da vontade (são 
gestores de seus próprios interesses e patrimônio) 
A vontade é a do povo, e o administrador não possui 
vontade subjetiva 
Atuam conforme suas vontades 
Só pode atuar quando EXISTA lei (legalidade 
restrita/legalidade administrativa) que assim determine 
(atuação vinculada) ou que autorize (atuação 
discricionária). Não podem atuar em omissão legal. 
 
Essa legalidade restrita reveste-se de garantia 
constitucional ao administrado, já que a atuação da 
administração está limitada ao que dispuser a lei. 
Podem fazer tudo o que a lei determina ou o que a 
lei não proíbe 
 Legalidade ampla/geral/constitucional 
 
Lei em sentido amplo: administração se sujeita à lei 
formal (aprovada pelo Legislativo) e por todas as 
demais normas, inclusive a seus próprios atos 
normativos (decretos, portarias, instruções normativas, 
princípios constitucionais,etc). Esse conjunto de todas 
as normas jurídicas a que se submete a atuação 
administrativa é chamado, por alguns, de BLOCO DE 
LEGALIDADE. Outros chamam de PRINCÍPIO DA 
JURIDICIDADE ADMINISTRATIVA (obediência 
a todo o ordenamento jurídico). 
 
 
A legalidade dita restrita é, ao mesmo tempo, uma salvaguarda para o direito dos administrados 
e uma limitação (uma fronteira) para a atuação do Poder Público. Em razão dessa plena 
obediência à lei, afirma-se que a função administrativa se subordina à legislativa!!!! De fato, 
o exercício da função administrativa depende do exercício da atividade legislativa, uma vez que 
a administração só pode fazer aquilo que a lei antecipadamente autoriza. 
NOTA: o princípio da legalidade é a base de um Estado Democrático de Direito, traduzindo-se 
numa das mais expressivas conquistas da Humanidade, ou seja, permitir que as divergências e 
tensões se resolvam não pelo primado da força, mas sim pelo império da lei. 
 
 A Administração não age de ofício, mas aplica a lei de ofício! 
EXCEÇÕES: No caso de Estado de Defesa (136, CF), Estado de Sítio (137/139, CF) e no caso 
de Medidas Provisórias (62, CF), o Executivo poderá, excepcionalmente, impor restrições aos 
direitos individuais a fim de enfrentas questões excepcionais, urgentes e relevantes. 
Legalidade (atuação legal) Legitimidade (atuação legítima) 
Agir conforme o texto da lei Agir em conformidade com a lei e com os 
princípios jurídicos, ou, em sentido mais amplo, 
com o ordenamento jurídico globalmente 
considerado (bloco de legalidade). 
Essa divisão é feita apenas por alguns 
doutrinadores 
Essa divisão é feita apenas por alguns 
doutrinadores 
 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
Edição de atos normativos: A administração pública pode editar atos normativos, desde que de 
forma excepcional e nos estritos limites da lei. Como regra, não pode inovar o ordenamento 
jurídico (não pode criar direitos ou obrigações novos, que não estejam previamente 
estabelecidos em lei), com exceção dos decretos autônomos, que são atos primários. Só há 
possibilidade de expedir atos que inaugurem o direito positivo quando: 
a) For Medida Provisória (em caso de relevância e urgência) – artigo 62, CF 
b) For lei delegada (autorizada pelo Congresso, por meio de resolução) – 68, CF 
Esses dois atos acima não são atos administrativos em sentido próprio, mas sim atos de natureza 
legislativa (conquanto editados pelo Chefe do Executivo). 
QUESTÕES DE CONCURSO 
 A administração, pautada pelo princípio da legalidade, excepcionalmente pode tomar decisões 
fundamentadas nos costumes, já que se trata de fonte do Direito Administrativo. 
 De acordo com a CF, a medida provisória, o estado de defesa e o estado de sítio constituem 
exceção ao princípio da legalidade na administração pública 
 Por força do princípio da legalidade, a administração pública não está autorizada a reconhecer 
direitos contra si demandados quando estiverem ausentes seus pressupostos. 
Ex.: é pressuposto para concessão de licença para capacitação a estabilidade do servidor. Assim, eventual 
pedido de licença para capacitação encaminhado por servidor que ainda não tenha sido aprovado no 
estágio probatório NÃO poderá ser deferido, ainda que se reconheça a pertinência do curso pleiteado para 
seu aprimoramento profissional. 
 
 
2) Princı́pio da impessoalidade 
Pode ser visto sob duas óticas: 
 
a) Em relação aos administrados: impessoalidade denota isonomia (igualdade) por parte 
da Administração Pública, na medida em que os atos administrativos devem ser 
praticados buscando o interesse público, e não os interesses pessoais do agente ou de 
terceiros. Isso faz com que a Administração adote uma posição neutra em relação aos 
administrados, impedindo que beneficie ou prejudique esta ou aquela pessoa em 
especial. 
Assim, não deve haver discriminações sob qualquer fundamento, salvo se estiverem delimitadas 
na Constituição ou mesmo em lei. Qualquer ato praticado com objetivo diverso da satisfação do 
interesse público será NULO por desvio de finalidade!!!!!! 
Essa concepção representa uma faceta do princípio da isonomia (decorre da isonomia), pois 
objetiva a igualdade de tratamento que a administração deve dispensar aos administrados e 
agentes públicos que se encontram em idêntica situação jurídica, sem favorecimentos ou 
discriminações gratuitas. Igualmente, representa uma faceta do princípio da finalidade, já que 
toda a atuação administrativa deve ser pautada por uma finalidade de satisfação do interesse 
público. 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
FINALIDADES: Há sempre uma finalidade geral (satisfação do interesse público) e uma 
finalidade específica (fim imediato que a lei pretende atingir). Por exemplo, no caso de remoção 
de servidor, a finalidade específica é adequar o número de servidores lotados nas diversas 
unidades administrativas de um órgão ou entidade às necessidades de mão de obra de cada 
unidade. Se um ato é praticado com a finalidade de punir um servidor (que tenha cometido uma 
irregularidade ou que trabalhe de forma insatisfatória), o ato será NULO (desvio de finalidade), 
mesmo que existisse efetiva necessidade de pessoa no local para onde o servidor foi removido. 
DISCRIMINAÇÕES LEGAIS eventuais discriminações devem ser justificadas, tendo-se em 
vista o interesse público primário. Em razão deste princípio, não fica a Administração proibida 
de estabelecer discriminações, mas tão somente aquelas que se revelarem gratuitas. 
Exemplo de discriminação fundamentada: edital de concurso público que traz discriminação 
em relação aos portadores de necessidades especiais, com regras próprias (discriminação legal e 
autorizada). 
O princípio da impessoalidade estabelece, como exemplo, a abertura de certame licitatório, que 
objetiva escolher a proposta mais vantajosa para o interesse público, respeitados os termos 
previstos no edital; abertura de concurso público para contratações, etc. 
IMPORTANTE: Sobre exigências de altura mínima e de idade em concursos públicos, o STF 
atribui três critérios cumulativos e necessários para tal distinção: 
1. Que haja pertinência entre o critério e a atividade do cargo 
2. Que o critério seja fixado em parâmetros razoáveis 
3. Que o critério tenha sido previsto em lei e não apenas no edital do concurso 
 
 
b) Em relação ao administrador (Poder Público): vem a ser a não imputação ao agente de 
atos administrativos por ele praticados, isto é, quem age praticando os atos 
administrativos não é o administrador (simples executor), mas sim a Administração 
Pública (autor institucional), devendo esta ser eventualmente responsabilizada 
objetivamente (desnecessário dolo ou culpa) por eventuais danos causados a terceiros 
(art. 37, §6º da CF). 
É a chamada “Teoria do Órgão” – o órgão é o responsável. Uma vez que os atos são imputados 
à administração (devem ser vistos como manifestações institucionais do órgão ou da entidade), 
o servidor ou autoridade é apenas o meio de manifestação da vontade estatal. Assim, VEDA-SE 
a promoção pessoal (autopromoção) do agente público à custa das realizações da administração 
pública, tais como serviços, obras, dentre outras, conforme estabelece o artigo 37, §1º, CF. 
Existe essa proibição de vinculação de atividades da administração à pessoa física dos 
administradores, evitando que estes utilizem a propaganda oficial para sua promoção pessoal!!! 
NÃO PODE HAVER ALUSÃO A QUALQUER CARACTERÍSTICA DO 
GOVERNANNTES, INCLUSIVE A SÍMBOLOS RELACIONADOS A SEU NOME. 
FUNCIONÁRIO DE FATO: Outra aplicação desse princípio encontra-se em matéria de 
exercício de fato (funcionário de fato), quando se reconhece validade aos atos praticados por 
funcionário irregularmente investido no cargo ou função, sob fundamento de que os atos são do 
órgão e não do agente público. Ora, ao se retirar a responsabilidade pessoal dos agentes 
públicos, permite-se que se reconheça a validade dos atos praticados em nome da administração 
Professor: NelsonMorais Escudero 
 
por agentes cuja investidura no cargo venha a ser futuramente anulada (AGENTE DE 
FATO/PUTATIVO, maculado por vício insanável). 
QUESTÃO DE CONCURSO: em decorrência do princípio da impessoalidade, as realizações 
administrativo-governamentais são imputadas ao ente público e não ao agente público. 
1ª Ótica: para o administrado 2ª Ótica: para o administrador 
Princípio da finalidade Proibição de promoção pessoal à custa das 
realizações da administração pública 
Princípio da isonomia 
 
3) Princı́pio da moralidade: É a atuação ética e 
honesta dos agentes da administração pública. 
A moral administrativa vai além dos ideais de moral como concepção subjetiva de “certo ou 
errado”. É verdadeira probidade objetiva, um conjunto de regras éticas às quais o Estado 
encontra-se estritamente vinculado. Dessarte, o administrador deve sempre agir com a ética, 
com o justo e a moral, uma vez que realiza serviço público, gerindo interesses e patrimônios da 
coletividade. Deve ser capaz de distinguir entre o que é honesto e o que é desonesto (Decreto 
1.171/94 – Código de Ética do Servidor Público Civil do Executivo Federal). Liga-se à ideia de 
probidade e de boa-fé. 
 Pode ocorrer de um ato ser praticado em conformidade com a lei, mas que contrarie 
o princípio da moralidade, podendo, então, ser anulado. 
A moral administrativa difere-se da moral comum, já que é jurídica, independe da concepção 
subjetiva (pessoal do agente sobre o que é certo ou errado) e há possibilidade de 
INVALIDAÇÃO dos atos administrativos que sejam praticados sem sua observância!!!! 
NOÇÃO OBJETIVA DE MORAL: Verifica-se que é uma noção OBJETIVA de moral (o 
foro íntimo do sujeito não possui relevância alguma), passível de controle pela própria 
administração, pelos cidadãos e, se provocado, pelo Judiciário. 
CONCEITO JURÍDICO INDETERMINADO: A moralidade administrativa se trata de 
conceito indeterminado (assim como “bem comum” e “interesse público”). Mesmo assim, 
trata-se de conceito objetivo, passível de avaliação e controle. 
 A moralidade é uma condição de validade da atuação estatal (princípio 
constitucional), e não um aspecto atinente ao mérito administrativo! Dessa maneira, 
NÃO está sujeito a um exame de conveniência e oportunidade, mas a uma análise 
de legitimidade. Um ato em desacordo com a moral administrativo. É NULO 
(podendo ser declarada a nulidade pela administração ou pelo Judiciário, caso 
provocado), e não revogado. 
NOTA: tal princípio supracitado impede, v.g., que o Poder Público instale radares eletrônicos 
sem a devida informação (placas informativas), porquanto não pode realizar “pegadinhas”, atos 
de “surpresa”. 
 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
INSTRUMENTOS À DISPOSIÇÃO DOS PARTICULARES PARA CONTESTAREM A 
MORALIDADE ADMINISTRATIVA: 
 
a) AÇÃO POPULAR: A imoralidade administrativa revela-se verdadeira ilegalidade, haja 
vista incidir prática de desvio de finalidade, em tais casos; nessas situações, o cidadão 
(nacional que goza de direitos políticos) é autorizado a ajuizar ação popular, na forma 
do art. 5º, LXXIII da CF. É um importante meio de controle judicial 
c) DIREITO DE PETIÇÃO: aos poderes públicos (artigo 5º, XXXIV, a, CF). 
QUESTÃO DE CONCURSO: A demora injustificada da administração em apresentar tempestiva 
resposta a qualquer direito de petição configura, por si só, atentado contra o princípio da moralidade. 
 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: É uma espécie qualificada de imoralidade 
administrativa (artigo 37, parágrafo 4º, CF). Para que esta ocorra, não basta o ato ser ilegal. A 
incidência das severas sanções previstas na lei de improbidade (8.429/92) carece de um plus 
(evidente intenção de auferir vantagem e causando danos ao erário pela prática de ato 
desonesto). 
 Penas previstas no artigo 37, § 4º (PARIS): Perda da função pública; Ação penal 
cabível; Ressarcimento ao erário; Indisponibilidade dos bens; Suspensão dos 
direitos políticos. 
 
 Prescrição para a propositura de ações visando ao combate de atos de improbidade 
administrativa é de 05 anos após o término do exercício de mandato, de cargo em 
comissão ou de função de confiança (artigo 37, §5º da CF, combinado com o artigo 
23, I da lei 8.112/90). Em relação aos particulares, entende-se que o prazo é o 
mesmo, na medida em que só praticam atos de improbidade administrativa se 
tiverem concorrido, induzido ou deles se beneficiado, a teor do disposto no art. 2º 
da lei 8.429/92. 
 
SÚMULA VINCULANTE N. 13: Vedação ao nepotismo, inclusive o “cruzado” (designações 
recíprocas), uma das formas mais comuns de ofensa à moralidade. Tal súmula NÃO proíbe 
nomeações de parentes para cargos políticos (ministros, secretários, etc.), mas apenas 
nomeações de natureza administrativa (assessores, chefes de gabinete, etc.). Igualmente 
admite-se o nepotismo em relação aos servidores já admitidos via concurso público, os quais, 
na visão do supremo, não podem ser prejudicados em razão do grau de parentesco (até 3º grau), 
inclusive porque tais servidores passaram por rigorosos concursos, tendo, portanto, o mérito de 
assumir um cargo de chefia ou de direção. No entanto, conforme a lei 8.112/90, é proibido ao 
servidor manter sob sua chefia imediata cônjuge ou parentes até o 2º grau. 
MORALIDADE INDEPENDE DA EXISTÊNCIA DE LEI QUE PROÍBA A CONDUTA 
REPROVADA: a ausência de norma específica não é justificativa para que a administração 
atue em desconformidade com o princípio da moralidade. Para que se anule um ato ofensivo à 
moralidade, não precisa haver uma lei dizendo que tal conduta é desonesta ou ímproba. 
 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
QUESTÕES DE CONCURSO: 
 Na análise da moralidade administrativa, pressuposto de validade de todo ato da administração, é 
prescindível (dispensável) avaliar a intenção do agente. 
 Haverá ofensa ao princípio da moralidade administrativa sempre que o comportamento da 
administração, embora em consonância com a lei, ofender a moral, os bons costumes, as regras 
de boa administração, os princípios de justiça e a ideia comum de honestidade. 
 
4) Princı́pio da publicidade: É a necessidade de: 
a) Publicar-se oficialmente os atos administrativos que devam produzir efeitos externos e 
dos atos que implique ônus para o patrimônio público. 
A publicação oficial é pressuposto de eficácia dos atos administrativos, e não de validade (um 
ato não publicado existe, é válido, mas ineficaz). Publicam-se os atos uma vez que o titular da 
coisa pública é o povo, que deve possuir os mais amplos meios de controle da atuação da 
administração, mera gestora de seus bens e interesses. 
 
b) Exigir-se a transparência dos atos praticados pela Administração (93, X, CF). 
A decorrência lógica do princípio da transparência é a regra geral que estabelece que os atos 
devem ser motivados. A motivação possibilita o efetivo controle de legitimidade do ato pelos 
órgãos de controle e pelo povo em geral (93, X, CF). Qualquer pessoa a ela pode ter acesso, 
ressalvados os casos: 
b.1. De direito à intimidade da pessoa (artigo 5º, X, CF); 
b.2. Risco à segurança do Estado ou da sociedade (artigo 5º, XXXIII, CF e artigo 13, da 
lei 7.170/83); 
b.3. Assim como restringir em nome da defesa da intimidade ou interesse social (5º, 
LX, CF). 
 
NOTA: essas obrigações decorrem da natureza dos interesses que a Administração representa 
quando atua, consolidada também pelo conceito de “República” (res publica, coisa pública), 
cuja previsão consta do art. 1º da CF/88. A Administração apenas gerencia a coisa pública, 
administra! 
ARTIGO 5º, XXXIII, XF: Todos têm direito de receber informações de seu interesse 
particular ou de interesse coletivo ou geral. 
A negativa injustificada do Poder Público em prestar tais informações de transparência aos 
administrados pode ensejar habeas data (HD) (se se tratar de dados de caráter personalíssimo – 
5º, LXXII); mandado de segurança (5º, LXIX), em caráter residual; direito de petição aos 
Poderes Públicos (5º, XXXIV, a, CF);direito à obtenção de certidões em repartições públicas 
(5º, XXXIV, b) e ação popular (5º, LXXIII). 
NEGATIVA INJUSTIFICADA (improbidade): Cabe destacar, ainda, que a negativa 
injustificada do agente público em dar publicidade aos atos oficiais caracteriza ato de 
improbidade administrativa (art. 11, IV da lei 8429). Não obstante, é importante destacar que 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
apenas os atos que devem produzir efeitos perante terceiros ou que gerem ônus para o 
patrimônio público devem ser publicados, não sendo necessária a publicação de meros atos da 
rotina interna da Administração Pública. 
 
MAIS EXEMPLOS DE TRANSPARÊNCIA: 
- ARTIGO 37, II, §3º, CF: Exige que a lei discipline as formas de participação do usuário na 
administração direta e indireta, regulando o acesso dos usuários a registros administrativos e a 
informações sobre atos de governo. 
- ARTIGO 216, §2º: Estabelece que cabe à Administração, na forma da lei, a gestão da 
documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela 
necessitem. 
PUBLICIDADE (gênero) VS. PUBLICAÇÃO (espécie): publicar não é sinônimo de 
publicidade. A publicação, em regra, refere-se à divulgação em órgãos oficiais e outros meios 
de imprensa escrita. É apenas uma das formas possíveis de se dar publicidade aos atos 
administrativos (existem outros, tais como notificação direta, divulgação na internet e afixação 
de avisos). A forma de divulgação do ato deve observar o que prescreve a lei. Quando a lei não 
define a forma de divulgação, o agente deve analisar se o ato produz efeitos internos ou 
externos à administração, a fim de que se escolha uma forma de divulgação compatível com o 
alcance dos efeitos do ato. Atos externos, em regra, devem ser publicados em diários oficiais 
(exemplo: nomeação de candidato aprovado em concurso). Atos internos podem ser publicados 
em veículos de circulação interna, como boletins e circulares (também são divulgados, mas não 
precisam ser publicados em meios de divulgação externa). 
 A publicidade NÃO constitui pressuposto de validade do ato (não é elemento de 
formação do ato), mas sim requisito de eficácia. Ato não publicado não precisa ser 
anulado. Permanece válido, mas sem eficácia, vale dizer, sem produzir efeitos 
perante as partes e terceiros, o que somente passará a ocorrer com a sua publicação. 
 
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (LAI) – 12.527/11 
É uma Lei de Transparência Pública que visa a garantir o acesso a informações (artigos 5º, 
XXXIII, 37, §2º e 216, §2º, CF) 
 Normas gerais de caráter nacional (aplica-se a toda a administração direta, indireta e 
entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos públicos). 
 Os Estados, DF e Municípios têm competência para, em legislação própria, definir regras 
específicas a cada qual aplicáveis, obedecidas as normas gerais estabelecidas na LAI 
 As disposições da LAI não excluem outras hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça 
Transparência ativa  a divulgação de informações de interesse público deve ser 
providenciada pelos órgãos e entidades sujeitos a essa lei INDEPENDENTEMENTE de 
solicitações (iniciativa do poder público, sem necessidade de provocação). É, também, 
obrigatória a divulgação em “sites” na rede mundial de computadores (internet), com exceção 
dos municípios que tenham população de ATÉ 10 MIL HABITANTES. 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
NOTA: A LAI NÃO traz expressamente norma que determine a obrigatoriedade de divulgação 
nominalmente identificada das remunerações dos seus agentes públicos. Já o decreto 7724/12 
determina que sejam divulgadas informações sobre remuneração e subsídio recebidos por 
agente público, de maneira individualizada, salvo empresas estatais que atuem no mercado 
econômico em regime concorrencial (173, CF), isso para o Executivo Federal. Para o Judiciário, 
essa obrigatoriedade se encontra na Resolução 151/2012 do CNJ. 
A publicidade constitui regra geral, enquanto o sigilo é excepcional. Porém, nenhuma 
informação que o poder público detenha pode ser mantida em segredo eterno sob alegação de 
se tratar de informação cujo sigilo seria “imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”. 
Prazos máximos de restrição de acesso à informação: 
a) 25 anos (informações ultrassecretas) 
b) 15 anos (informações secretas) 
c) 5 anos (informações reservadas). 
As informações não classificadas serão de livre acesso, já que a regra é a publicidade. Ademais, 
esse prazo pode ser substituído com a indicação de um determinado evento com termo final, 
desde que o evento ocorra antes do transcurso do prazo máximo aplicável à respectiva 
classificação. Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu 
termo final, a informação irá se tornar AUTOMATICAMENTE de acesso público 
As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação a direitos 
humanos, perpetrada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas, NÃO podem ser 
objeto de classificação em qualquer grau de sigilo nem ter seu acesso negado. 
No caso de haver apenas algumas partes sigilosas em documento (ou em informação constante 
de banco de dados do poder público), o administrado tem direito de conhecer a parte não 
protegida por sigilo. ASSEGURA-SE O ACESSO À PARTE NÃO SIGILOSA (por meio de 
certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo). 
USO INDEVIDO: Em qualquer caso, aquele que obtiver acesso a informações pessoais será 
responsabilizado pelo seu uso indevido. 
DESNECESSIDADE DE JUSTIFICATIVA: A pessoa que solicita informações de interesse 
público NÃO precisa apresentar justificativa alguma, não precisa demonstrar qualquer interesse 
específico, uma vez que a informação de interesse público, por sua própria natureza, interessa a 
todos. 
PRAZO: acesso imediato à informação disponível. 
PRAZO (se não tiver como dar acesso imediato): 20 dias, prorrogado por mais 10 dias, 
mediante justificativa expressa. 
EXTRAVIO: Se a informação tiver sido “extraviada”, o interessado pode requerer à autoridade 
competente imediata abertura de sindicância para apurar o desparecimento da documentação. 
NEGATIVA DE ACESSO ÀS INFORMAÇÕES: medidas disciplinares. A lei não traz 
tipificação de crimes, mas apenas infrações e sanções de natureza administrativa. São infrações: 
a) Recusa ao fornecimento de informação requerida 
b) Retardamento deliberado do seu fornecimento 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
c) Fornecimento intencionalmente incorreto, incompleto ou impreciso 
d) Atuação com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso a informações 
e) Destruição ou subtração, por qualquer meio, de documentos concernentes a possíveis 
violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado. 
GRATUIDADE: salvo nas hipóteses de reprodução de documentos, ocasião em que poderá ser 
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos 
materiais usados. 
QUESTÕES DE CONCURSO 
 Em atendimento ao princípio da publicidade, a administração deve proporcionar ampla 
divulgação dos seus atos, e a lei regular o acesso dos usuários de serviço público a registros 
administrativos e a informações sobre atos de governo, observadas, no entanto, as restrições 
estabelecidas constitucionalmente quanto ao direito à intimidade e à segurança da sociedade e do 
Estado. 
 O princípio da publicidade, assim como todos os princípios, não se trata de algo absoluto. 
 De acordo com o entendimento dominante, é legítima a publicação em sítio eletrônico da 
administração pública dos nomes de seus servidores e do valor dos vencimentos e das vantagens 
pecuniárias a que eles fazem jus. 
 
5) Princı́pio da Eficiência (princı́pio 
da qualidade dos serviços 
públicos): foi introduzido de forma expressa pela EC 19/98, e significa 
dizer que o administrador deve atuar de forma eficaz, de modo a se alcançar os 
objetivos dos interesses que representa. 
Exige-se que a atividade administrativaseja exercida com presteza, perfeição e rendimento 
funcional, tudo de modo a se buscar mais produtividade e redução dos desperdícios de dinheiro 
público. 
 Vincula-se à noção de economicidade e boa qualidade. 
 Há privilégio em relação à aferição de resultados e redução dos controles das 
atividades-meio. 
Exemplos de eficiência: 
a) Contrato de gestão (artigo 37, §8º, CF), que pode ser celebrado/firmado entre órgãos e todas as 
entidades da administração indireta, embora só possam ser consideradas agências executivas as fundações 
públicas e as autarquias. Tal contrato amplia a autonomia gerencial, orçamentária e financeira (GOF) em 
troca de fixação de metas de desempenho; 
b) Aprovação em concurso público para a titularização de cargos e empregos públicos; 
c) Aumento para três anos do estágio probatório (art. 41 da CF); 
d) Avaliação Especial de desempenho para aquisição de Estabilidade do servidor (artigo 41, § 4º da CF); 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
e) Perda do cargo do servidor estável mediante procedimento de avaliação Periódica de desempenho 
(artigo 41, §1º, III, CF); 
f) Exigência de que os servidores participem de cursos de aperfeiçoamento para que possam ser 
promovidos na carreira (artigo 39, §2º, CF) – em cargos de carreira; 
g) O controle da Administração Pública deverá observar, dentre outros parâmetros, a economicidade (70, 
caput, CF). 
O princípio da qualidade dos serviços públicos foi inserido na EC 19/98 (REFORMA DO 
ESTADO), que buscava modernizar a máquina administrativa mediante a implantação do 
modelo de administração gerencial (IMPORTÂNCIA/CONTROLE DOS 
FINS/RESULTADOS), em substituição (detrimento) do modelo de administração burocrática 
(IMPORTÂNCIA/CONTROLE DOS MEIOS/PROCEDIMENTOS – ÊNFASE NO 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE). O princípio é verdadeiro dever constitucional da 
Administração (dever de boa administração). 
SETOR PRIVADO: Propõe-se, por essa razão, que a administração pública se aproxime o 
mais possível da administração das empresas do setor privado (importância dos fins/resultados). 
 Postulado central do princípio da eficiência: ADMINISTRAÇÃO 
GERENCIAL!!!!!!!!! 
FINALIDADE DO PRINCÍPIO: Assegurar que os serviços públicos sejam prestados com 
adequação às necessidades da sociedade que os custeia. 
DESCENTRALIZAÇÃO: o princípio da eficiência é um dos principais norteadores para a 
existência de descentralização por outorga e por delegação, onde, via de regra, são criadas ou 
contratadas pessoas jurídicas para realizarem serviços de forma mais célere e específica. 
RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO: trata-se de princípio constitucional e também de 
direito fundamental do cidadão, uma vez que a CF assegura a todos, no âmbito judicial e 
administrativo, a “razoável duração do processo” e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação (artigo 5º, LXXVIII). 
Como visto, a eficiência não deve ser buscada apenas em relação ao modo de atuação dos 
agentes públicos (conduta do agente público), mas também em relação ao modo que a 
administração pública irá organizar, estruturar e disciplinar seus serviços, recorrendo a 
modernas tecnologias, atualizando seus métodos de trabalho, adequando seus organogramas, 
etc. (organização interna da Administração). São essas 2 vertentes, para Maria Sylvia Di Pietro. 
CONTROLE DE LEGALIDADE: A análise da eficiência é controle de legalidade (assim 
como os demais princípios expressos), e não questão de mérito administrativo (conveniência e 
oportunidade). Administração e Judiciário (caso provocado) possuem a competência para 
apreciar a eficiência de atuações administrativas. 
PERGUNTA: Pode haver controle interno e externo sobre a observância do princípio da 
eficiência?? 
Resposta: Sim. Controle interno (própria administração) e externo (Legislativo com auxílio do 
Tribunal de Contas). Em relação a controle judicial, não há consenso, sendo que alguns autores 
defendem um controle de ilegalidade somente quando houver patente ilegalidade, ao passo que 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
outros entendem que o Judiciário pode até anular atos (majoritário). Fácil perceber, entretanto, 
que não se trata de questão de mérito administrativo, mas sim de legalidade ou legitimidade, haja 
visto ser princípio constitucional expresso. 
 
EFICIÊNCIA EFICÁCIA EFETIVIDADE 
Princípio expresso Não é princípio Não é princípio 
CUSTO-BENEFÍCIO (com 
qualidade) 
META ALCANÇADA RESULTADO SOCIAL 
ALCANÇADO 
Relação custo/benefício para 
alcance dos resultados 
previstos (menor gasto e 
tempo e maior produtividade). 
Alcance da meta prevista, 
sem importar o custo 
benefício ou tempo 
despendido 
Resultados alcançados, em 
termos de impacto sobre a 
população alvo. 
Importa saber se o resultado 
SOCIAL foi alcançado. 
Um hospital público 
construído com gastos e 
tempo exagerados  A obra 
não foi eficiente, mas foi 
eficaz. 
 Se este mesmo hospital não 
entrou em funcionamento por 
falta de pessoal e 
equipamentos específicos  
embora eficaz (alcançou a 
meta), não foi efetivo, pois o 
resultado social não foi 
alcançado. 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
 Do princípio da eficiência NÃO decorre o dever estatal de neutralidade, objetividade e imparcialidade 
do comportamento dos agentes públicos, mas sim do princípio da impessoalidade 
 O atendimento ao princípio da eficiência administrativa NÃO autoriza a atuação de servidor público 
em desconformidade com regra legal, mesmo que haja a comprovação do atingimento da eficácia na 
prestação do serviço público correspondente, isso porque a busca pela eficiência deve ser feita em 
harmonia com os demais princípios administrativos. 
 Não é possível, mediante licitação, a contratação de empresa que não tenha apresentado toda a 
documentação de habilitação exigida, mesmo que a proposta seja a mais vantajosa para a administração. 
Isso porque o princípio da eficiência deve sempre se submeter ao princípio da legalidade. 
 O princípio da eficiência pretende tutelar o descontentamento da sociedade em razão da deficiente 
prestação de serviços públicos e de inúmeros prejuízos causados aos usuários. 
 
 
Outros princı́pios constitucionais da 
Administração: alguns não estão positivados, mas são extraídos do 
ordenamento por uma análise hermenêutica. Outros se encontram distribuídos pelo texto 
constitucional. 
 
1) Princípio da motivação: é a obrigação que o Poder Público tem de 
justificar seus atos (fundamento legal/de direito e fático) como requisito de 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
validade, uma vez que representa os interesses coletivos; são as circunstâncias 
legais e de fato que autorizam o Estado a perpetrar seus atos. Está expresso na lei 
9.784. 
Os atos administrativos praticados sem a tempestiva e suficiente motivação são ilegítimos e 
invalidáveis pelo Poder Judiciário. Vide art. 93, IX e X da CF. 
 QUASE TODOS os atos administrativos devem ser motivados, sejam vinculados 
ou discricionários. 
 A motivação permite o controle da legalidade e da moralidade dos atos 
administrativos. Outrossim, assegura o exercício da ampla defesa e do contraditório, 
uma vez que o administrado terá melhores condições de se justificar caso conheça 
os fundamentos da decisão que tenha afetado seu direito. 
 A motivação NÃO exige formas específicas. 
MOTIVAÇÃO ALIUNDE (artigo 50, parágrafo 1º da lei 9.784/99): Ocorre quando a 
autoridade apenas menciona os fundamentos apresentados em pareceres ou instruções 
precedentes, sem repeti-los no documento que formaliza seu ato. STF declarou que é válido. A 
motivação pode consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores 
pareceres, informações, decisões ou propostas que, nesse caso, serão partes integrantes do ato. 
 A motivação de uma decisão “migra” para outra decisão (Transcendência da 
motivação). São adotados os mesmos fatos e circunstâncias de decisão. 
Exemplo: O artigo 75 da nova lei de licitações apresenta lista de situações nas quais a licitação 
é dispensável.Se o administrador decida dispensar, deverá motivar seu ato, indicando em qual 
das hipóteses previstas na lei a contratação se enquadra. Só não se pode utilizar a motivação 
aliunde quando a lei exigir motivação completa. Na esfera jurídica só se encontra isso (aliunde) 
em recurso (exemplo: mantenho a decisão com os mesmos fundamentos...). 
 
Exceções (atos que dispensam a motivação): 
a) Atos de mero expediente (exemplo: arquivar documento); 
b) homologação de processo licitatório (lei não exige justificação para a prática desse ato composto); 
c) Atos de impossível motivação (exemplo: semáforos); 
d) exoneração ad nutum (a qualquer tempo) de ocupante de cargo em comissão. Importante destacar que, 
caso haja a motivação em tais situações, o administrador se vincula aos motivos que lhe deram origem, 
não podendo deles se afastar (teoria dos motivos determinantes). Trata-se de ato discricionário. 
Ex.: se um promotor de justiça resolver exonerar seu assistente e motivar, alegando eventual 
corrupção, em havendo decisão judicial no sentido de absolvição por ausência de materialidade, 
deverá aquele ser reintegrado ao cargo com necessária percepção da remuneração do período 
em que ficou afastado. Percebam que o promotor poderia exonerá-lo sem qualquer razão, 
bastando critérios de conveniência e oportunidade próprios. 
NOTA: motivação não se confunde com motivos; todo ato administrativo possui, como 
requisito de validade, motivos. No entanto, a motivação (exposição escrita dos motivos) integra 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
o requisito “forma” do ato, e nem sempre se fará presente, como exemplo nos atos 
discricionários. 
 
2) Princípio da autotutela: é a obrigação conferida à Administração 
de controlar os atos que edita (controle de seus próprios atos). Assim, irá retirar do 
ordenamento jurídico aqueles que se revelarem ilegítimos/ilegais (anulação) ou 
inoportunos e inconvenientes (revogação). 
Tem o dever de eliminar os atos nulos e a prerrogativa de revogar aqueles que, não obstante 
guardem a condição de legitimidade, não mais se justificam em vista do interesse público 
(inconvenientes e inoportunos). 
ANULAÇÃO REVOGAÇÃO 
Dever de anular seus atos ilegais. Ao contrário do 
Judiciário, não precisa ser provocada para anular 
seus atos ilegais, devendo fazê-lo de ofício 
Prerrogativa de revogar seus atos que se tornaram 
inconvenientes e inoportunos 
 
PERGUNTA: JUDICIÁRIO PODE REVOGAR ATOS ADMINISTRATIVOS? 
Resposta: Se forem praticados pelo próprio Judiciário, em sua função atípica administrativa, 
SIM (autotutela). Apenas nessa hipótese. Não pode retirar do mundo jurídico atos válidos editados por 
outro Poder. Isso porque, em seu exercício jurisdicional, NUNCA aprecia a conveniência e a 
oportunidade de um ato, por isso significaria interferência na esfera de discricionariedade do agente 
público. 
GRAVAR: Judiciário aprecia tão somete a legalidade e a legitimidade do ato. 
STF: o desfazimento de atos administrativos (anulação ou revogação) que afetem 
negativamente algum interesse do administrado deve ser precedido de regular procedimento no 
qual se assegure o contraditório e a ampla defesa (oportunidade de o interessado apresentar 
alegações que eventualmente demonstrem ser indevido o desfazimento do ato). 
DECADÊNCIA: O direito de anular os atos decai em 5 (cinco) anos, salvo comprovada má-fé. 
Após o prazo, o exercício da autotutela se torna incabível (artigo 54, lei 9784). 
 Leitura das súmulas 346 e 473 do STF. 
 
 
3) Princípio da razoabilidade e 
proporcionalidade: é o “bom senso”, a ponderação. Muitas vezes são 
empregados como sinônimos. 
O administrador público deve agir moderadamente, sobretudo ao praticar atos discricionários, 
sob pena de arbitrariedade (excesso), que enseja ilegalidade e permissão de atuação do Poder 
Judiciário (princípio da inafastabilidade do Judiciário). Estão expressos na Lei 9.784. 
São juízos de ADEQUAÇÃO e VALORAÇÃO. Integram o princípio da legalidade. 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
APLICÁVEIS AOS ATOS DISCRICIONÁRIOS: devem ser aplicados nos atos 
discricionários, em que a atuação do administrador é mais ampla. Se o ato administrativo 
implicar limitações/restrições inadequadas ou desproporcionais, extrapolando os limites da lei, 
deverá ser anulado pelo Judiciário, se provocado. O controle de razoabilidade e 
proporcionalidade consiste, em verdade, em um controle de legalidade/legitimidade, e não em 
controle de mérito. 
 São princípios utilizados para controlar a discricionariedade administrativa 
(controle de legalidade), impedindo que se torne uma arbitrariedade. Não são raras 
as decisões judiciais que anulam atos administrativos por serem desproporcionais 
ou desarrazoados. 
 
Razoabilidade Proporcionalidade 
Adequação X necessidade Princípio da proibição do excesso 
Os meios devem ser ADEQUADOS e NECESSÁRIOS 
para consecução do fim almejado (não pode ser 
desarrazoado). 
Além disso, devem ser PROPORCIONAIS (adequação 
entre os meios e os fins). É um juízo de valor elaborado 
em casa caso concreto. 
 
Revela-se próximo do princípio da motivação, pois é pela 
fundamentação apresentada pelo administrador que se 
poderá apreciar a razoabilidade da medida por ele tomada. 
Adequação entre os meios e os fins, de modo a se conter 
o excesso de poder, isto é, os atos de agentes que 
ultrapassem os limites adequados ao fim a ser atingido. 
Trata-se de uma das vertentes do princípio da 
razoabilidade. É importante, sobretudo no controle dos 
atos sancionatórios, especialmente nos atos de polícia 
administrativa. 
 
LEI DE TALIÃO: As sanções devem ser proporcionais 
às faltas cometidas. Uma infração leve deve receber uma 
pena branda, enquanto uma falta grave deve ser 
sancionada com uma punição severa (não se pode usar 
um canhão para se matar um mosquito). Os atos devem 
ser praticados na exata medida da necessidade do 
interesse público. 
 
Exemplo: é razoável exigir limites mínimos de altura para 
ingresso no cargo de agente de polícia, mas a mesma 
exigência não é razoável para o cargo de escrivão, dadas 
as atribuições do cargo. 
 
Exemplo: um fiscal da vigilância sanitária percebe haver 
03 pacotes de bolacha vencidos na prateleira e determina 
a interdição do supermercado por 15 dias (sanção 
aplicada é desproporcional à falta cometida). Tal ato 
poderia ser anulado pelo Judiciário, uma vez que faltou 
razoabilidade e proporcionalidade. 
 
Mais abrangente Menos abrangente 
São conceitos extremamente parecidos!!! No âmbito do direito administrativo, a razoabilidade é 
mais abrangente (gênero), constituindo a noção de proporcionalidade uma de suas vertentes. 
STF: Declarou o artigo 170 da lei 8112/90 inconstitucional. Dizia o artigo que “extinta a 
punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos 
assentamentos individuais do servidor”. Ora, se foi extinta a punibilidade, não é razoável que se 
efetue o registro dos fatos apurados no assentamento funcional do servidor, pois se trata de uma 
maneira de punição, com possíveis efeitos negativos em sua carreira. 
STF: Os princípios em questão vêm sendo seguidamente utilizados pelo STF no controle de 
constitucionalidade. 
A doutrina majoritária entende que a proporcionalidade está contida na razoabilidade. 
NOTA: Na lei 9784, artigo 2º, são princípios expressos. 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
4) Princípio da segurança jurídica: confere estabilidade às 
relações jurídicas, a fim de que o administrado não seja surpreendido ou agravado 
pela mudança inesperada de comportamento da Administração. Assim, há uma 
estreita confiança entre a Administração Pública e seus administrados. Está 
expresso na Lei 9.784. 
FINALIDADE: Tornar a administração pública mais confiável e previsível, eliminando a 
insegurança. 
TEORIA DO FATO CONSUMADO: Pelo princípio da segurança jurídica, até atos 
supostamente ilegais, desde que tenham se consolidado ao longo do tempo, não podem sofrer 
alterações.Mesmo que se anule tal ato viciado, pode-se preservar seus efeitos (nulidade com 
efeito prospectivo – ex nunc). 
 Como aplicação concreta do princípio, a lei 9.784/99, ao tratar da interpretação da 
norma administrativa, expressamente veda a aplicação retroativa de nova 
interpretação (2º, parágrafo único, XIII, parte final). Essas mudanças de orientação 
são inevitáveis, mas geram insegurança jurídica, pois as diversas formas de 
interpretação podem levar a resultados diferentes. Daí a justificativa da regra. 
Outra aplicação se concretiza nos institutos da decadência e da prescrição, na súmula vinculante 
e na proteção do ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada (art. 5º, XXXVI, CF). 
AGENTE DE FATO: como reflexo do princípio da segurança jurídica, pode-se mencionar a 
figura do “agente de fato”, ou seja, aquele investido irregularmente no cargo. Isso porque, sendo 
sua atuação revestida de aparente ilegalidade, os atos consideram-se válidos, para preservar a 
segurança e os interesses dos terceiros de boa-fé. Um exemplo de função de fato seria o caso de 
um agente que, embora investido no cargo, falta-lhe um requisito legal para a regularidade de 
sua investidura, como, por exemplo, o grau de ensino superior necessário para o exercício 
daquela função. Outrossim, o agente de fato, se de boa-fé, tem direito à remuneração que tiver 
recebido, não cabendo ação de repetição de indébito, sob pena de enriquecimento sem causa 
(ilícito) por parte da administração. 
 Para a maioria da doutrina, o ato administrativo praticado por agente de fato é 
considerado válido perante terceiro de boa-fé. 
Princípio da confiança Princípio da proteção à confiança 
Aspecto objetivo do conceito Aspecto subjetivo do conceito 
Estabilidade nas relações jurídicas Crença que o administrado possui de que os atos 
administrativos são legais 
 
O princípio não impede que haja mudança de entendimento, desde que, é claro, exista prévia 
publicação. Ademais, o novo entendimento será aplicado apenas a partir de tal publicação. 
 
 
 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
6. Princípio da continuidade dos serviços 
públicos 
A prestação de serviços públicos não pode sofrer interrupção em sua continuidade, isto é, não 
pode parar. 
 Possui forte vínculo com o princípio da eficiência, uma vez que um dos aspectos da 
qualidade dos serviços é que não sejam interrompidos. 
NOTA: como todo princípio, a continuidade não possui caráter absoluto. Em algumas situações 
justifica-se a paralisação temporária da atividade (exemplos: reparos técnicos; realização de 
obras para melhoria dos serviços, deixar de pagar serviços tarifados, como a energia elétrica e 
telefonia, etc). 
 Alcança toda e qualquer atividade administrativa 
 Alcança os particulares que praticam atividades administrativas de maneira 
delegada (descentralização por delegação) 
 Não alcança “Estado-empresário”; atividades políticas de governo (políticas 
públicas); atividades legislativas; atividades jurisdicionais. 
INOPONIBILIDADE DA “EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPPRIDO” (excpectio 
non adimpleti contractus): o particular não pode impor contra a Administração a “exceção de 
contrato não cumprido”. 
Explique-se: quando o particular delegatário estiver prestando serviços públicos e se sentir 
prejudicado pela administração pública concedente, SÓ poderá rescindir o contrato mediante 
sentença judicial transitada em julgado (artigo 39, parágrafo único da lei 8.987/95). Assim, por 
exemplo, o Estado pode ficar até 02 meses sem pagar e a empresa contratada ou delegatária tem 
o dever de manter a execução dos serviços regidos pela lei 14.133 (artigo 137, §2º, III, CF). 
GRAVAR: não se trata de direito absoluto, devendo ser exercido nos termos e limites definidos 
em lei específica. (37, VII, CF), isto é, uma lei ordinária que trate especificadamente da matéria 
 
 
7. Princípio da especialidade 
Liga-se à ideia de descentralização administrativa, isto é, criação de terceiros públicos como 
maneira de descentralizar a prestação dos serviços públicos, o que gera a especialização de 
funções. 
 
 
8. Princípio da hierarquia 
Liga-se à ideia da desconcentração administração, isto é, a estruturação dos órgãos da 
Administração Pública, criando uma relação de coordenação e subordinação entre uns e outros. 
Professor: Nelson Morais Escudero 
 
Ademais, pode-se citar a criação das súmulas vinculantes, que criaram uma espécie de 
subordinação hierárquica dos órgãos do Judiciário ao STF. Isso porque, se a decisão judicial 
contrariar ou aplicar indevidamente alguma súmula vinculante, o STF poderá cassar a decisão se 
acolher a reclamação a ele dirigida e determinar que outra seja proferida. 
 
9. Princípio da precaução 
Havendo risco da ocorrência de danos graves, medidas preventivas devem ser adotadas de 
imediato. A administração deve adotar postura de precaução para evitar que danos potenciais 
venham a se concretizar. 
 “É melhor prevenir que remediar”. 
 
10. Princípio da sindicabilidade 
Possibilidade de se controlar as atividades da Administração. 
Os atos podem ser controlados, tanto via judicial (jurisdição una) quanto pela própria 
administração (autotutela), ou mesmo via externa (Poder Legislativo e Tribunal de Contas – 70, 
CF). 
 Todo ato administrativo pode se submeter a algum tipo de controle.

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