Prévia do material em texto
FR EN TE Ú N IC A 25 1 UPE/SSA 1 2016 Sobre a gênese da filosofia entre os gregos, observe o texto a seguir: Seja como termo, seja como conceito, a filosofia é considerada pela quase totalidade dos estudiosos como uma criação própria do gênio dos gregos. Quem não levar isso em conta não poderá compreender por que, sob o impulso dos gregos, a civilização ocidental tomou uma direção completamente diferente da oriental. (ANTISERI, Dario e RELAE, Giovanni. História da Filosofia, 1990, p. 11). Sobre a gênese do pensamento filosófico entre os gregos, é CORRETO afirmar que a a experiência concreta da racionalidade estava isenta da vida política na Pólis Grega. b a prática político-democrática, atrelada ao enfoque irracional da vida em sociedade, foi o terreno fértil para a gê- nese do pensamento filosófico. c sob o impulso dos gregos, a dimensão racional se impõe como critério de verdade. A filosofia é fruto desse projeto da razão. d a filosofia é fruto do momento cultural em que a sensibilidade e a fantasia impõem-se sobre a razão. e na gênese do pensamento filosófico grego, na civilização ocidental, a forma de sabedoria que se sobrepunha à ciência filosófica, eram as convicções religiosas fundamentadas na razão pura. 2 UEL 2018 Leia o texto a seguir. Que terá levado o homem, a partir de determinado momento de sua história, a fazer ciência teórica e filosofia? Por que surge no Ocidente, mais precisamente na Grécia do século VI a.C, uma nova mentalidade, que passa a substituir as antigas construções mitológicas pela aventura intelectual, expressa através de investigações científicas e especulações filosóficas? (PESSANHA, J. A. M. Do Mito à Filosofia. In: Os Pré-Socráticos. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1996. p. 5. Coleção “Os Pensadores”.) y A filosofia se inicia na Grécia, no século VI a.C., rompendo com a tradi- ção mitológica. Antes da filosofia, as pessoas encontravam respostas para questões sobre os fenômenos que observavam nos mitos: narra- tivas orais sobre deuses e heróis, que se relacionavam em um tempo imemorial e apresentavam características e emoções humanas. A expli- cação para o mundo natural vinha, portanto, de um mundo sobrenatural, e sua credibilidade estava apoiada na autoridade de quem fala – al- guém responsável por transmitir mensagens dos deuses aos homens. y A filosofia nascente rejeita esse tipo de explicação e desenvolve um discurso que enxerga a natureza como um objeto de estudo capaz de oferecer razões para seu próprio funcionamento. Sua explicação não é mais personalizada e revelada pelos deuses, mas, ao contrário, se constrói por argumentação e se oferece à crítica pública. Os fatores para que isso tenha acontecido neste lugar e momento histórico são vários, e relacionados à crescente abstração presente no cotidiano dos gregos e à vida nas cidades. y Há uma diversidade de filósofos nesse período, que se dedicam a oferecer uma explicação alternativa para a origem e a estrutura do universo. Essas explicações se fundam na busca por uma substância primordial que formou tudo que existe – a arché. Surgem também questões sobre aparência e realidade, movimento e permanência, e a capacidade dos sentidos de produzir conhecimento. Resumindo Quer saber mais? y CORNFORD, Francis McDonald. Antes e depois de Sócrates. São Paulo: Martins Fontes, 2001. O livro reproduz quatro palestras sobre a filosofia grega dadas por Cornford a convite da Universidade de Cambridge, com a proposta de ser uma introdução acessível ao tema. Como diz o nome, o livro se inicia com os pré-socráticos, passa por Sócrates e vai além, até Platão e Aristóteles. Filme • Troia. Direção: Wolfgang Petersen, 2004. Classificação indicativa: 14 anos. O filme é inspirado no poema homérico da Ilíada e conta a história da guerra entre gregos e troianos, que se inicia quando Páris, príncipe de Troia, se apaixona por Helena, rainha de Esparta, e a sequestra, causando a ira do rei Menelau. Livros y HOMERO. LOURENÇO, Frederico (Trad.). Ilíada. São Paulo: Penguin Companhia, 2013. y HOMERO. LOURENÇO, Frederico (Trad.). Odisseia. São Paulo: Penguin Companhia, 2011. Os dois poemas épicos de Homero constituem a principal referência disponível sobre a mitologia grega e contam histórias emocionantes de guerras, amor, vingança, ciúme e coragem. Exercícios complementares D iv ul ga çã o D iv ul ga çã o D iv ul ga çã o PV_2021_FIL_FU_CAP2.INDD / 09-09-2020 (18:46) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL PV_2021_FIL_FU_CAP2.INDD / 09-09-2020 (18:46) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL FILOSOFIA Capítulo 2 O nascimento da Filosofia 26 Com base no texto e nos conhecimentos a respeito da passagem do Mito ao Logos, indique as principais condições que marcaram o surgimento da Filosofia. 3 UFU 2018 "Pois pensar e ser é o mesmo" Parmênides, Poema, fragmento 3, extraído de: Os filósofos pré-socráticos. Tradução de Gerd Bornheim. São Paulo: Cultrix, 1993. A proposição acima é parte do poema de Parmênides, o fragmento 3. Considerando-se o que se sabe sobre esse filósofo, que viveu por volta do século VI a.C., assinale a afirmativa correta. A Para compreender a realidade, é preciso confiar inteiramente no que os nossos sentidos percebem. b O movimento é uma característica aparente das coisas, a verdadeira realidade está além dele. c O verdadeiro sentido da realidade só pode ser revelado pelos deuses para aqueles que eles escolhem. D Tudo o que pensamos deve existir em algum lugar do universo. 4 UFPE 2011 As reflexões sobre o mundo e as relações sociais fazem parte da construção da Filosofia, desde os seus primórdios. Na Grécia, o pensamento filosó- fico foi muito importante para a organização da sua sociedade e o estabelecimento de uma visão crítica de suas manifestações culturais. Uma das figuras mar- cantes da Filosofia Grega foi Parmênides, que: defendia a concepção de um universo composto pelos quatro elementos fundamentais da natureza (a água, o fogo, a terra, o ar) em constantes movimentos circulares. seguiu as teorias de Heráclito sobre a permanência do sagrado e dos mitos, como princípios básicos da realização religiosa da sociedade, em todos os tempos. se posicionou contra as teorias políticas dos mais democratas, pois achava a escravidão necessária para se explorar as riquezas e facilitar a organização da economia. influenciou em muito o pensamento idealista da filosofia ocidental, dando destaque à ideia de permanência e considerando o movimento como uma ilusão dos sentidos. estabeleceu orientações fundamentais para o pensamento de Aristóteles, de quem foi mestre, articulando as bases de uma lógica dualista com a concepção de governo monárquico vitalício. 5 UEM 2017 Em uma série de fragmentos, Heráclito de Éfeso (c. 540-c. 480 a.C.) legou à tradição filosófica ocidental uma explicação teórico-racional acerca da natureza do real e do vir-a-ser. Considere os seguintes fragmentos do filósofo: B49a: “Descemos e não descemos para dentro dos mesmos rios; somos e não somos”. B10: “Correlações: completo e incompleto, concorde e discorde, harmonia e desarmonia, e todas as coisas, um, e de um, todas as coisas”. B60: “O caminho para o alto e para baixo é um e o mesmo”. MARCONDES, D. Textos básicos de Filosofia: dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. 2ª ed., rev. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 15 e 16. A partir dos fragmentos selecionados, e considerando suas repercussões, assinale o que for correto. 01 O fragmento B60 é o fundamento para considerar Heráclito de Éfeso defensor do imobilismo, teoria segundo a qual o ser é imóvel, ou seja, não sujeito ao movimento ou ao vir-a-ser. 02 Heráclito de Éfeso defende que o real resulta do embate e da conjunção de aspectos contrários ou contraditórios, os quais o constituem incessantemente. 04 A teoria platônica das formas (ideias) reafirma a doutrina de Heráclito de que tudo flui, já que as formas estão sempre sujeitas ao movimento eao vir-a-ser perpétuo. 08 Na teoria da substância, as noções de matéria e de forma e os conceitos de potência e de ato exprimem a tese de Aristóteles, em contraposição à tese de Herácli- to, segundo a qual em todo processo de vir-a-ser algo permanece (a forma) e algo se transforma (a matéria). 16 A doutrina de Heráclito de Éfeso provocou grande debate na filosofia grega, influenciando, por exemplo, Aristóteles a elaborar uma defesa do princípio da não contradição, assim como a formulá-lo claramente. Soma: 6 Enem 2016 TEXTO I Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne. HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado). TEXTO II Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável e sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se? PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado). Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das A investigações do pensamento sistemático. b preocupações do período mitológico. c discussões de base ontológica. D habilidades da retórica sofística. E verdades do mundo sensível. PV_2021_FIL_FU_CAP2.INDD / 14-09-2020 (20:09) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL 3 CAPÍTULO Sócrates Neste capítulo, descobriremos como Atenas passou a ser o centro da filosofia grega a partir do século V a.C. Veremos também como Sócrates despontou nesse contexto, completando a virada ao humanismo iniciada pelos sofistas, mas se opôs radicalmente a eles em suas concepções filosóficas. Por fim, descobriremos também como Sócrates enfrentou os preconceitos da sociedade ateniense e as dificuldades que isso criou para ele. • A Atenas de Sócrates • A filosofia socrática th eg re ek ph ot oh ol ic /iS to ck ph ot o. co m FRENTE ÚNICA Escultura de Sócrates, considerado o pai da Filosofia. PV_2021_FIL_FU_CAP3.INDD / 08-09-2020 (11:22) / LEONEL.MANESKUL / PROVA FINAL 3 Sócrates