Buscar

Semiologia do sistema respiratório dos cães e gatos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Seção B
Semiologia do Sistema Respiratório de Pequenos Animais
Introdução
A principal função do sistema respiratório é promover a troca gasosa entre o meio interno e
o externo. A esse processo chamamos de hematose, que tem por finalidade fazer com que o
oxigênio (O2) chegue até a região dos alvéolos, na qual estes, em íntimo contato com os
capilares pulmonares, favorecem sua passagem à corrente sanguínea, com o dióxido de
carbono (CO2) realizando um mecanismo inverso, para posterior eliminação para o meio
externo (Figura 8.18).
Outra importante função é a manutenção do equilíbrio acidobásico. Se ocorrer acúmulo de
CO2 como consequência de hipoventilação, o resultado será o estabelecimento da acidose. A
remoção excessiva de CO2, provocada por hiperventilação, resultará, por sua vez, em alcalose
respiratória. Do mesmo modo, o sistema respiratório compensa parcialmente (de maneira
muito rápida) os distúrbios acidobásicos metabólicos primários. Hiperventilação e diminuição
na pressão de CO2 ocorrem em resposta à acidose metabólica. Nos casos de alcalose
metabólica, ocorrem hipoventilação e aumento da pressão de CO2.
Figura 8.18 Percurso do ar inspirado.
O sistema respiratório também atua como um importante órgão na termorregulação. O
processo de evaporação é um mecanismo importante na perda de calor. O ar expirado pelos
pulmões, além de aquecido, é eliminado com alto teor de umidade, auxiliando na dissipação do
calor produzido.
619
Revisão anatômica
O sistema respiratório costuma ser dividido em trato respiratório superior (compartimento
nasofaringolaríngeo) e inferior (compartimentos traqueobrônquicos e alveolares).
O trato respiratório superior é formado por: (1) narinas; (2) fossa nasal; (3) nasofaringe; (4)
orofaringe; e (5) laringe. Além de importantes condutores respiratórios, essas estruturas
promovem umidificação e filtragem do ar inspirado. O trato respiratório inferior, por sua vez,
compreende: (1) traqueia; (2) árvore brônquica; (3) ductos alveolares; e (4) alvéolos.
A pleura é uma estrutura única formada pelos folhetos parietal e visceral. A pleura visceral
recobre a superfície dos pulmões, ao passo que a parietal reveste o diafragma, a superfície
costal e o mediastino. O espaço entre os dois folhetos é preenchido pelo líquido pleural,
permitindo melhor deslizamento durante o movimento respiratório.
O mediastino é o espaço anatômico que divide o tórax em duas cavidades pleurais: direita e
esquerda. Contém uma série de estruturas vitais, tais como: (1) coração; (2) traqueia; (3)
esôfago; (4) timo; (5) nervos; e (6) grandes vasos. Comunica-se cranialmente com os planos
periesofágicos, peritraqueais e perivascular, e caudalmente com o espaço peritoneal, via hiato
aórtico. Tais comunicações podem propiciar a disseminação de doenças entre o pescoço, o
tórax e as áreas peritoneais.
Os músculos respiratórios contraem-se de maneira coordenada, proporcionando o aumento
(processo de inspiração) ou a redução (processo de expiração) de volume da cavidade
torácica. O diafragma e os músculos intercostais externos, paraesternais,
esternocleidomastóideo, trapézio, peitorais e abdominais exercem papel fundamental no
processo de inspiração.
A artéria pulmonar conduz sangue venoso do ventrículo direito aos capilares pulmonares.
Seus ramos mais periféricos ramificam-se cada vez mais até formarem anastomose com os
capilares venosos. Estes se dirigem até as vênulas pulmonares, que se reúnem e formam as
veias pulmonares, as quais desembocam no átrio esquerdo.
As artérias brônquicas, por sua vez, são ramos diretos da aorta torácica com importante
papel na nutrição dos pulmões.
Revisão fisiológica
As finalidades da respiração são a transferência do oxigênio do exterior até o nível celular
e a eliminação do dióxido de carbono, transportado no sentido inverso.
O processo de movimentação dos gases respiratórios de uma região para outra (em razão da
diferença de pressão) é chamado de difusão. O oxigênio é transportado até as vias
respiratórias distais. Na membrana alveolocapilar, ocorre sua difusão para o sangue, e, nos
capilares sistêmicos, difunde-se do sangue para as células, seguido pela saída de dióxido de
620
carbono produzido nos tecidos.
A ventilação é o mecanismo pelo qual o ar chega até os alvéolos, sendo mantida por centros
respiratórios no bulbo. A inspiração depende da contração dos músculos inspiratórios. A
expiração é passiva e realizada pela força de retraçãoelástica dos pulmões e pelo relaxamento
dos músculos inspiratórios.
O volume de ar inspirado e que não participa da troca respiratória denomina-se espaço
morto fisiológico.
Resenha | Identificação do paciente
Na avaliação do sistema respiratório, assim como em outros sistemas, informações quanto a
espécie, raça, idade, sexo e procedência do animal apresentam grande importância no plano
geral de exame clínico. A seguir, exemplificaremos um pouco mais essa importância.
Estima-se que mais de 80% de todos os casos de doença do trato respiratório superior em
gatos sejam atribuídos ao complexo respiratório felino (herpes-vírus felino tipo I e
calicivírus). Alguns gatos com doença respiratória crônica muitas vezes são trazidos à clínica
com início súbito de dificuldade respiratória (aparentando evolução aguda). Algumas
particularidades anatômicas e funcionais das vias respiratórias dos felinos fazem com que a
asma (obstrução reversível da árvore brônquica) ocorra mais frequentemente nessa espécie,
acompanhando e agravando alguns quadros de doença brônquica crônica. Os gatos Siameses
podem estar mais predispostos às manifestações clínicas da bronquite felina. Muitos quadros
de piotórax (exsudato séptico na cavidade pleural) têm natureza idiopática na espécie felina.
Em geral, as anormalidades congênitas são detectadas com mais frequência em animais
jovens. A discinesia ciliar primária, que acarreta prejuízo no transporte mucociliar nas vias
respiratórias e subsequente recidiva de infecções respiratórias, é tipicamente diagnosticada em
animais jovens, com maior incidência em cães da raça Bichon Frisé. Por sua vez, a paralisia
laríngeo idiopática afeta mais comumente raças caninas de grande porte em idade adulta. A
fenda palatina pode ser causa de espirros e infecções respiratórias recorrentes, sendo mais
frequente em raças braquicefálicas.
Alguns animais da raça Cocker Spaniel parecem mais predispostos à bronquiectasia
(dilatação anormal e permanente dos brônquios), tendendo a apresentar recidivas nas infecções
respiratórias.
Os animais jovens também podem estar mais predispostos às infecções de trato
respiratório, ao passo que as doenças neoplásicas e degenerativas são mais frequentes em
animais mais velhos. Em raças braquicefálicas (braqui = curto; céfalo= cabeça), ou seja, raças
que apresentam focinho mais curto (p. ex., Boxer, Buldogue, Pequinês, Pug) observa-se mais
frequentemente estenose congênita das narinas. Além disso, esses animais são predispostos à
síndrome respiratória do cão braquicefálico, manifestando estenose de narina, prolongamento
de palato e hipoplasia traqueal. A raça Buldogue Inglês é mais predisposta à ocorrência de
621
■
■
■
hipoplasia de traqueia.
A neoplasia nasal, por sua vez, é mais comum em cães dolicocefálicos (focinho comprido).
Os cães da raça Pastor-alemão são aparentemente mais sensíveis às infecções causadas por
Ehrlichia canis (erliquiose), acarretando, com frequência, episódios de sangramento pelas
narinas (epistaxe).
Em cães de pequeno porte, a tosse pode representar um grande desafio diagnóstico.
Principalmente cães de raças toypodem ser predispostos ao colapso de traqueia. Do mesmo
modo, raças caninas de pequeno porte, em idade mais avançada, podem apresentar
endocardiose de mitral e sinais de insuficiência cardíaca congestiva, com compressão
brônquica pelo átrio esquerdo, causando a sintomatologia respiratória. Esses mesmos animais
podem ser mais predispostos à doença brônquica crônica, que proporciona tosse persistente.
Os quadros de fibrose pulmonar também afetam mais comumenteas raças caninas de
pequeno porte, acarretando cianose pós-exercício e dispneia. A combinação de diminuição de
exercício associado à mesma ingestão calórica agrava um estado de obesidade com aumento
da intolerância ao exercício. Atualmente, muitos animais obesos com dificuldade respiratória
são erroneamente diagnosticados como cães cardiopatas, em especial quando a menor
complacência pulmonar, associada à deposição de gordura pericárdica, demonstra aumento da
área cardíaca na avaliação radiográfica. Além disso, condição de fibrose pulmonar pode
ocasionar um quadro de cor pulmonale, com aumento de coração direito na avaliação
radiográfica.
Nas cadelas, a neoplasia mamária é importante fonte de metástase pulmonar, acarretando
sintomatologia respiratória.
Anamnese
A anamnese constitui uma das etapas mais importantes do exame clínico e influencia as
decisões diagnósticas e terapêuticas. Três perguntas são fundamentais para iniciar a anamnese:
O que está acontecendo?
Desde quando?
Como está evoluindo?
Obtém-se, dessa maneira, uma queixa principal, que se refere à manifestação da doença que
fez com que o proprietário trouxesse o seu animal para avaliação. As doenças do sistema
respiratório, em geral, produzem sinais clínicos facilmente aparentes para o proprietário.
É importante tentar organizar uma cronologia dos acontecimentos, recompondo o que
chamamos de histórico médico recente, analisando a evolução do(s) sintoma(s) ao longo de
dias, semanas ou meses, até chegar à situação atual.
A seguir, o proprietário deve ser questionado quanto a possíveis medicamentos
622
administrados (dose, intervalo, via de administração, tempo de tratamento e efeito observado
com o uso).
É importante a revisão dos sistemas orgânicos, registrando-se tanto os sintomas presentes
quanto os negados pelo proprietário. Para isso, é fundamental seguir um esquema ordenado de
perguntas, com a finalidade de avaliar possíveis alterações nos sistemas. Muitos proprietários
podem negligenciar algumas informações importantes, e essa avaliação sistemática garante
maior abrangência.
O próximo passo da anamnese é obter o histórico médico pregresso. Com isso, avalia-se o
estado geral de saúde do animal antes de ele adoecer, doenças prévias (inclusive cirurgias
realizadas) e programa de imunização (data, dose, produto utilizado, conservação do produto)
e desverminação (data, dose e princípio ativo utilizado).
Um questionamento do ambiente em que o animal vive também é parte importante da
anamnese. Avaliam-se o potencial para intoxicação, traumas, alergênios ambientais e
transmissão de doenças infecciosas e parasitárias. Além disso, verifica-se a presença de
contactantes (importante na avaliação de doenças contagiosas) e o manejo alimentar.
A seguir, destacaremos os principais sinais e sintomas comumente relacionados com
distúrbios no sistema respiratório. O clínico deverá sempre enfatizá-los na anamnese.
Sinais e/ou sintomas de distúrbio
respiratório em pequenos animais
Secreção nasal
Está mais associada a disfunções na cavidade nasal e nos seios paranasais, mas,
ocasionalmente, pode ter relações com distúrbios no trato respiratório inferior.
Hemorragia pura nas narinas externas (epistaxe) pode ser o resultado de lesão no trato
respiratório ou manifestação de distúrbios hemorrágicos sistêmicos.
Espirro
Reflexo protetor manifestado pela liberação forçada e explosiva do ar dos pulmões pelo
trato respiratório superior e que visa à remoção de irritantes na cavidade nasal. A ocorrência
ocasional de espirros é considerada normal em alguns animais.
Os proprietários devem ser questionados a respeito de possível exposição do animal a
corpos estranhos (grama, terrenos com farpas), poeiras e demais poluentes ambientais. É
possível que o animal com corpo estranho nasal esfregue constantemente a pata no focinho.
Em felinos, histórico de exposição a outros gatos pode sugerir ocorrência de infecção viral
no trato respiratório superior.
623
Espirro reverso
Esforço inspiratório rápido observado ocasionalmente em cães (em especial de pequeno
porte). Costuma causar preocupação aos proprietários pela natureza aguda, mas são crises
passageiras. Normalmente, o espirro reverso apresenta curta duração e associa-se a processos
envolvendo a nasofaringe, mas alguns episódios podem ter natureza idiopática. Esses
episódios precisam ser diferenciados de crises associadas ao colapso de traqueia, em
particular quando ocorrem após momentos de excitação.
Deformidade facial
A neoplasia e a criptococose (em gatos) são importantes causas de aumento de volume
adjacente à cavidade nasal, proporcionando deformidade facial.
Ronco
É um som alto e grosseiro que resulta de quantidade excessiva de palato mole ou massas na
região faríngea. É mais comumente observado em raças caninas braquicefálicas com
prolongamento de palato mole e em animais mais obesos. Em gatos, é um achado mais raro,
muitas vezes associado a pólipos na região retrofaríngea. Esses mesmos pólipos podem ser
causas de sinais vestibulares em felinos (desequilíbrio, queda, nistagmo, cabeça pendente).
Estridor
Som inspiratório agudo (semelhante a um assovio fino), indicativo de distúrbios na laringe.
Pouco comum em gatos. Associa-se mais comumente à paralisia de laringe em cães, podendo
ser acompanhado de angústia respiratória. Disfonia (mudança no latido do cão) pode estar
presente em alguns animais.
Tosse
Importante reflexo protetor deflagrado pelo centro da tosse (bulbo), que resulta da
estimulação de receptores sensoriais do trato respiratório, caracterizado pela expiração
explosiva de ar dos pulmões através da boca. Pode apresentar natureza produtiva ou não. A
tosse produtiva resulta na liberação de muco, exsudato, líquido de edema ou sangue das vias
respiratórias para a cavidade oral, sendo esse material geralmente deglutido pelo animal.
Em cães, a tosse alta (sonora) que piora após momentos de excitação, exercício físico ou
quando a coleira exerce pressão no pescoço pode se relacionar com o colapso de traqueia ou
traqueobronquite infecciosa. Em geral, esses animais não têm outros sinais de doença sistêmica
e apresentam-se em bom estado geral. Nos casos de colapso de traqueia, os sinais clínicos
persistem por meses a anos, e a obesidade pode ser um fator de agravamento do quadro. Na
624
traqueobronquite infecciosa, é comum o histórico de contato com outros animais,
hospitalização ou hospedagem em hotel para animais. Em quase todos os casos, a doença é
autolimitante, com melhora dos sinais em aproximadamente 2 semanas. Outra importante causa
respiratória que pode manifestar piora da tosse principalmente durante o dia, mas com
progressão lenta por meses a anos, é a doença brônquica crônica. A tosse com piora à noite
pode estar mais associada a uma origem cardíaca.
Em casos de regurgitação (em que muitas vezes a queixa primária do proprietário é
confundida com vômito), histórico de apatia, tosse e secreção nasal mucopurulenta bilateral
podem significar a ocorrência de pneumonia aspirativa. Raramente os quadros de pneumonia
bacteriana são primários. Todo o esforço deve ser direcionado na tentativa de identificar um
fator predisponente.
Em felinos, a manifestação da tosse é menos comum. Quando esse sintoma está presente,
devem ser descartadas doença brônquica, parasitose pulmonar e dirofilariose.
Hemoptise
É uma séria manifestação clínica de afecção respiratória caracterizada pela eliminação de
sangue pela boca e pelas narinas, proveniente do trato respiratório inferior. Os mecanismos
patológicos responsáveis incluem hipertensão pulmonar (insuficiência cardíaca congestiva,
tromboembolismo pulmonar e dirofilariose), perda da integridade vascular (neoplasias,
inflamação e traumatismos) e lesão pulmonar cavitária. A hemoptise deve ser diferenciada da
hematêmese.
Dispneia
Refere-se à dificuldade respiratória. Pode apresentar natureza inspiratória, expiratória ou
mista, sendo muito importante essa determinação.
Ortopneia
É um quadro extremo de dispneia que impede o paciente deficar deitado e o obriga a
assumir posições que confiram algum alívio. No cão, geralmente é manifestado por abdução
dos membros torácicos com pescoço esticado e respiração pela boca. O animal permanece
andando ou sentado com um grau de inclinação que favoreça a expansão torácica e
diafragmática. Os gatos geralmente não se sentam, mas se mantêm quase deitados (a poucos
centímetros do chão) e respiram com a boca aberta.
Esses animais devem ser prontamente identificados, pois até mesmo manobras de contenção
para exame físico, coleta de material ou posicionamento para realização de exames
complementares podem proporcionar agravamento do quadro com risco de óbito.
625
Cianose
Refere-se à coloração azulada da pele e das membranas mucosas causada por níveis
excessivos de hemoglobina reduzida (desoxigenada) no sangue. Sua ocorrência denota redução
na pressão parcial de oxigênio no sangue arterial, resultando em hipoxia tecidual.
Contrariamente, a ausência de cianose visível não significa que não haja um grau de hipoxia
celular. Além do mais, a cianose pode ficar mascarada em pacientes gravemente anêmicos.
Exame físico
O exame físico do paciente com suspeita de distúrbio respiratório deve ser geral e
completo, avaliando todos os sistemas corporais e permitindo uma visão de conjunto. Vale
ressaltar que, em algumas circunstâncias, o clínico deve, inicialmente, afastar as condições que
possam colocar em risco a vida do animal. Exemplos disso são os pacientes com grave
dispneia. Após uma avaliação geral, realiza-se o exame físico específico do sistema
respiratório, incluindo inspeção, palpação, percussão e auscultação.
Exame físico geral
A avaliação da temperatura corporal é de fundamental importância no exame físico do
paciente. A maior prevalência de febre em cães e gatos provavelmente decorre de agentes
infecciosos. A segunda causa mais comum são as doenças imunomediadas, cuja maioria ocorre
em cães adultos. As neoplasias e os traumatismos teciduais também devem ser considerados
como causas de processos febris.
Muitos pacientes com megaesôfago apresentam histórico de tosse e vômito, embora o caso
seja, de fato, de regurgitação. A pneumonia aspirativa costuma ser uma complicação associada,
e os animais frequentemente evidenciam quadro de subnutrição e febre ao exame físico.
Quadros de taquipneia e dispneia podem manifestar-se em animais com anemia,
aparentando um quadro primário de disfunção respiratória. A anormalidade mais facilmente
identificável durante o exame físico de um animal anêmico é a palidez das mucosas aparentes.
Icterícia pode estar presente em casos de hemólise aguda, e esplenomegalia (na palpação
abdominal) pode sugerir hemólise extravascular.
Em pacientes com epistaxe (principalmente bilateral), a inspeção direta da pele e das
mucosas aparentes pode evidenciar a ocorrência de petéquias, caracterizando tendências
hemorrágicas sistêmicas.
Em gatos com sinal de doença em trato respiratório superior, os achados de conjuntivite,
quemose e ulceração na cavidade oral podem ser atribuídos ao complexo respiratório felino
(herpes-vírus felino tipo I e calicivírus). Úlcera de córnea e poliartrite são outros achados
possíveis.
626
Em cães com envolvimento respiratório, um quadro de ceratoconjuntivite seca (avaliado
pelo teste da lágrima de Schirmer) pode ser observado em casos de cinomose. Além disso,
alguns animais podem exibir irregularidade na superfície dentária, secundária à hipoplasia do
esmalte. Pústulas abdominais podem estar presentes no abdome, sugerindo comprometimento
do sistema imune. Mioclonias, ataxia, tremor intencional, vocalização (como se o animal
estivesse com dor), cegueira e convulsões podem ser sinais neurológicos associados ao quadro
viral.
Sinais neurológicos em paciente com evidência de lesão em seio nasal sugerem extensão da
doença através da placa cribriforme para o cérebro.
Anormalidades neurológicas multifocais, febre persistente, perda de peso e distensão
abdominal podem ser observadas em gatos com a forma efusiva da peritonite infecciosa felina.
Quadro de dispneia, como resultado de efusão pleural, pode ser a anormalidade respiratória
observada.
Na avaliação da cavidade oral, a presença de gengivite, cálculos dentários, dentes moles ou
pus no saco gengival pode levantar a suspeita de abscesso de raiz dentária com fístula
oronasal, em especial, em casos de secreção nasal unilateral. Do mesmo modo, a visualização
de fusão incompleta do palato mole pode estar associada à ocorrência da fenda palatina em
filhotes e ser causa de espirros e infecções respiratórias recorrentes. O lábio leporino (defeito
unilateral no lábio) é observado ocasionalmente em conjunto com a fenda palatina (Figura
8.19).
Em gatos com linfoma mediastinal, a síndrome de Horner é descrita associada à neoplasia.
Embora ainda não haja relação bem definida, grande porcentagem de cães com colapso de
traqueia apresenta hepatomegalia à palpação abdominal.
Figura 8.19 Lábio leporino em animal neonato da espécie canina.
Nos casos de ascite, prenhez ou outra causa de aumento de volume abdominal, o tórax pode
ser comprimido causando padrão de restrição à expansão torácica, proporcionando padrão
respiratório semelhante ao de algumas patologias pulmonares ou pleurais.
Tumores mamários malignos, por sua vez, frequentemente resultam em metástases
pulmonares. Podem ser constatados em qualquer uma das mamas, ao longo da cadeia mamária.
627
Deve ser avaliada a condição corporal do animal. Obesidade pode interferir na expansão
da cavidade torácica e dos pulmões durante a inspiração. Em pequenos animais, a contribuição
específica da obesidade para a doença pulmonar clínica não foi suficientemente caracterizada,
mas efeitos benéficos podem ser obtidos na redução de peso em animais com doença
brônquica ou pulmonar crônica.
A avaliação do estado de hidratação é aspecto importante na terapêutica das afecções
respiratórias, pois a desidratação pode tornar as secreções respiratórias mais viscosas,
comprometendo sua eliminação e agravando progressivamente o quadro clínico.
Exame físico específico
Inspeção
A observação do animal é etapa importante na avaliação do sistema respiratório e, em
muitas ocasiões, é complementada pela palpação. As narinas devem ser simétricas, e as pregas
alares dispostas de modo que não cause estenose. A deformidade dos ossos da face pode ser
visível em alguns animais com neoplasia nasal (Figura 8.20). Determinados crescimentos
neoplásicos podem desenvolver-se em direção à órbita, causando exoftalmia.
Outro ponto fundamental é a avaliação quanto à presença de corrimentos nasais. É
importante avaliar se a secreção nasal é uni ou bilateral. Os quadros unilaterais geralmente
indicam um processo intranasal, ao passo que os processos sistêmicos e em trato respiratório
inferior podem manifestar quadro bilateral. Neoplasias podem provocar inicialmente secreção
nasal unilateral e progredir para quadro bilateral após a destruição do septo nasal.
A secreção nasal pode ser caracterizada como: (1) serosa; (2) mucoide; (3) purulenta (com
ou sem hemorragia); e (4) puramente hemorrágica (epistaxe) (Figura 8.21). A secreção serosa
é tipicamente clara e de consistência aquosa, podendo ser achado normal em alguns animais
(dependendo da duração e da quantidade) ou indicativa de infecção viral. Secreção nasal
mucopurulenta apresenta consistência mais viscosa, com coloração mais amarelada ou
esverdeada. Muitas das causas de secreção mucopurulenta podem inicialmente provocar
secreção serosa. O aspecto mucopurulento implica quadro inflamatório mais acentuado. É
importante lembrar que a maioria das enfermidades intranasais pode ocasionar inflamação e
infecção bacteriana secundária. O quadro mucopurulento hemorrágico pode estar relacionado
com várias etiologias, mas, em geral, associa-se a neoplasias ou infecções fúngicas capazes de
proporcionar um quadro de evolução mais crônica. Os processos traumáticos e a presença de
corpos estranhos nasais normalmente apresentam natureza aguda.
628Figura 8.20 Deformidade facial em cão com neoplasia nasal.
Figura 8.21 Epistaxe unilateral em cão.
Hemorragia pura nas narinas externas (epistaxe) pode ser resultante de traumatismo,
processos agressivos focais na cavidade nasal, hipertensão sistêmica e distúrbios
hemorrágicos sistêmicos. O proprietário deve ser questionado se, antes da ocorrência da
epistaxe, o animal apresentava alguma secreção nasal (o que poderia sugerir neoplasia ou
infecção micótica). Ocasionalmente, pode ocorrer melena decorrente da deglutição de sangue
proveniente da cavidade nasal.
Para se fazer inspeção detalhada de palato mole, faringe e laringe, na maioria das vezes, é
necessária contenção química do paciente.
Na inspeção da respiração, devemos analisar a frequência, o ritmo e o tipo respiratório,
conforme descrito a seguir.
Frequência respiratória
629
■
■
■
■■■
■
Devemos contar o número de respirações por minuto. A frequência respiratória (FR) normal
em cães e gatos é de 20 a 30 movimentos por minuto (mpm). Usamos a seguinte terminologia
para designar algumas alterações: Taquipneia: aumento da FR
Bradipneia: diminuição da FR
Apneia: ausência total de respiração.
Pode ser observada respiração mais ofegante em cães e gatos normais como parte do
mecanismo termorregulador.
Ritmo respiratório
O ritmo respiratório normal é constituído por inspiração, pequena pausa, expiração, pausa
maior e, em seguida, nova inspiração. As durações da expiração e da inspiração são muito
semelhantes.
Dispneia representa dificuldade respiratória, que pode ser caracterizada por respiração
mais difícil (Quadro 8.3). Ao inspecionarmos um animal com dispneia, devemos caracterizar
se a dificuldade respiratória é inspiratória ou expiratória.
Dispneia inspiratória está associada a alterações extratorácicas. A presença de ronco ou
som estridor em conjunto com a dispneia provavelmente sinaliza disfunção em região de
retrofaringe ou laringe, respectivamente. O animal precisa movimentar a região de palato mole
ou de faringe para produzir o ronco, podendo ser achado comum nas raças caninas
braquicefálicas. O gato que ronca pode apresentar pólipo na região faríngea. O estridor é um
som inspiratório agudo, semelhante a um assovio, que indica alteração em laringe. Correta
inspeção da região retrofaringeana e da laringe geralmente se faz sob anestesia e com o auxílio
de laringoscópio, broncoscópio ou espelho de dentista. Dependendo do plano anestésico, pode
ocorrer interferência na movimentação das cartilagens da laringe, prejudicando a avaliação.
Outra causa de dispneia inspiratória é a estenose de narina. Vale enfatizar que, na suspeita
de problemas na cavidade nasal, pode-se fazer com que o animal respire de boca aberta para
verificar se a dispneia desaparece. A dispneia associada a alterações traqueais pode vir
acompanhada de queixa de tosse em razão do grande número de receptores presentes nessa
região. As alterações traqueais cervicais podem ser avaliadas radiograficamente, em especial
durante a inspiração.
Quadro 8.3 Características apresentadas por pacientes com dispneia grave (ortopneia).
Expressão facial de ansiedade Abdução dos membros torácicos Pescoço mantido em posição mais esticada (horizontal ao
solo) Preferência por se manter em estação ou decúbito esternal
A dispneia expiratória comumente se associa à alteração intratorácica. Cães e gatos
630
gravemente acometidos com doença brônquica podem exibir fase expiratória mais prolongada,
com aumento do esforço respiratório. Doença pulmonar infiltrativa, incluindo edema pulmonar,
pode proporcionar dispneia inspiratória.
Respiração rápida e superficial pode caracterizar padrão respiratório restritivo.
Normalmente, representa alterações no parênquima pulmonar (comprimindo o pulmão) ou na
pleura. A auscultação pulmonar auxilia na diferenciação. Dispneia expiratória restritiva, com
aumento dos sons pulmonares, indica lesão de parênquima pulmonar. Devemos considerar os
casos de edema pulmonar, pneumonia e fibrose pulmonar. Por outro lado, a dispneia associada
à efusão pleural em geral é marcada por uma inspiração vigorosa com expiração demorada (às
vezes, parecendo que o animal está prendendo a respiração), apresentando diminuição de sons
à auscultação (o som sofre atenuação quando muda de meio).
Trepopneia é a dispneia que aparece em determinado decúbito lateral, em especial em
pacientes com efusão pleural unilateral, ao se deitarem sobre o lado são.
Outras alterações no ritmo respiratório também podem ser observadas. A respiração de
Cheyne-Stokes (Figura 8.22) caracteriza-se por FR crescente até atingir um pico, decrescendo,
em seguida, até uma fase de apneia (hiperpneia alternada com apneia). Tal ritmo associa-se a
lesões bilaterais dos hemisférios cerebrais ou em regiões diencefálicas. Na respiração de
Kussmaul (Figura 8.23), observa-se padrão respiratório lento e profundo (inspiração e
expiração prolongadas), comumente associado a quadros de acidose metabólica grave
(sobretudo em animais com cetoacidose diabética).
Tipo respiratório
Para o reconhecimento do tipo respiratório, observa-se a movimentação do tórax e do
abdome, procurando-se reconhecer em que regiões os movimentos são mais amplos.
O tipo respiratório em cães e gatos é o costoabdominal. Animais com fraturas de costela ou
outros processos dolorosos em região de tórax podem apresentar respiração
predominantemente abdominal. Por outro lado, pacientes com dor abdominal apresentam
respiração mais costal.
Os felinos normalmente apresentam os movimentos respiratórios pouco visíveis. Gatos com
movimentos torácicos mais evidentes e respiração com a boca aberta estão gravemente
acometidos.
Denomina-se hiperpneia o aumento na amplitude respiratória. Normalmente, a
expansibilidade é simétrica e igual nos dois hemitórax. Qualquer doença que afete a caixa
torácica, sua musculatura, o diafragma, a pleura ou o pulmão de um lado pode ser
precocemente percebida pela assimetria dos movimentos ventilatórios. Tal assimetria é mais
facilmente reconhecida quando o paciente realiza inspiração mais profunda.
631
Figura 8.22 Esquema representativo da respiração de Cheyne-Stokes.
Figura 8.23 Esquema representativo da respiração de Kussmaul.
Palpação
Os seios nasais devem ser palpados para verificação de comprometimento ósseo e
evidência de dor. Alguns animais com neoplasia nasal ou aspergilose podem ficar ressentidos
dessa palpação.
O pescoço deve ser palpado em busca de evidência de massas ou doença adjacente que
possa envolver a traqueia. Na maioria dos animais, a traqueia pode ser palpada desde a
laringe até a entrada do tórax. Em alguns animais mais obesos ou com musculatura mais
desenvolvida, pode ser mais difícil esse reconhecimento. Normalmente, a traqueia é uma
estrutura que não colaba e nenhuma borda evidente deve ser palpada.
O reflexo de tosse é estimulado por meio da fricção dos anéis traqueais na entrada do tórax
durante a palpação (Figura 8.24). Os animais que apresentam receptores de tosse ativados
podem tossir em resposta à palpação traqueal, sem que isso caracterize uma afecção
específica. A indução da tosse pode ser útil para que o proprietário reafirme sua queixa
clínica, diferenciando-a de outro sinal clínico (p. ex., engasgo, ânsia de vômito, espirro
reverso).
Alguns animais, em particular cães, apresentam edemas acentuados na cabeça e em região
cervical em decorrência da compressão feita pelo aumento do linfonodo mediastinal anterior
(síndrome da veia cava anterior), em casos de linfoma mediastinal. Esses animais podem
apresentar sinais de dispneia e tosse provocados pela compressão em estruturas torácicas,
embora derrame pleural possa contribuir com o desenvolvimento da dispneia.
632
Figura 8.24 Palpação da traqueia na entrada do tórax para avaliar o reflexo de tosse.
O tórax deve ser palpado para detectar ferimentos, fraturas de costelas e dor torácica.
Algumas feridas penetrantes podem ser mascaradas pela pelagem. As lesões devem ser
criteriosamente examinadas e avaliadas quanto à extensãodo envolvimento.
Enfisema de subcutâneo pode ser caracterizado pela palpação de uma tumefação móvel e
crepitante no tecido subcutâneo (semelhante a bolhas). Normalmente, é um processo indolor,
que pode estar associado a traumatismos no trato respiratório.
Auscultação
A auscultação é um método simples e pouco dispendioso, mas que fornece preciosa
informação quanto às diferentes enfermidades broncopulmonares. Parte importante do exame
físico do tórax, não deve ser negligenciada na avaliação do paciente.
Durante a auscultação, o animal deve ser mantido em local silencioso, a fim de mantê-lo o
mais tranquilo possível. Aconselha-se a auscultação comparativa, em que os ruídos de um lado
são comparados àqueles da mesma região do lado oposto (Quadro 8.4). O ronronar em gatos
pode atrapalhar a auscultação por obscurecer os sons respiratórios. Tal processo é resultante
da ativação dos músculos laríngeos intrínsecos. Algumas vezes, um estímulo desagradável leve
(como o odor de álcool) pode fazer com que o gato pare de ronronar.
Os ruídos são gerados pelo fluxo turbulento de ar nas grandes vias respiratórias (> 2 mm) e
transmitidos ao longo do lúmen traqueobrônquico e perifericamente, através do tecido
pulmonar, e para a parede torácica. As vias respiratórias menores (< 2 mm) transmitem mal as
ondas sonoras e, possivelmente, não contribuem para a produção dos ruídos respiratórios. Uma
633
■■■
■■
■
■
vez sobre o tórax, é possível ouvir ruídos nasais, laríngeos, traqueais e pulmonares.
As características dos ruídos respiratórios normais variam de acordo com a idade do
animal, a espessura da parede torácica, o padrão respiratório e o local de auscultação.
Atualmente, os termos ruídos bronquiais e vesiculares foram substituídos simplesmente por
ruídos respiratórios normais.
Os ruídos respiratórios podem ser mais audíveis em animais magros. Além disso, maior
audibilidade de ruídos respiratórios normais sobre o campo pulmonar é decorrente, com mais
frequência, da hiperventilação (por aumentar a velocidade de fluxo respiratório). Exercício
físico, febre, temperatura ambiental elevada e ansiedade são algumas causas de
hiperventilação. Da mesma maneira, a velocidade de fluxo do ar pode estar aumentada em
algumas doenças pulmonares, causando aumento de intensidade dos sons normais.
Quadro 8.4 Recomendações quanto à auscultação pulmonar em cães e gatos.
Fazer a auscultação em sala silenciosa Manter o animal preferencialmente em estação sobre a mesa Delimitar o campo
pulmonar a ser auscultado Auscultar o tórax da frente para trás e de cima para baixo (de maneira sistemática) Procurar
auscultar, no mínimo, dois movimentos respiratórios em cada ponto de auscultação Fazer auscultação comparativa
entre cada lado do tórax Toda ​área de anormalidade deverá ser auscultada novamente (para ter certeza da alteração) e
comparada com áreas normais
Por outro lado, a diminuição na audibilidade dos ruídos respiratórios sobre o tórax (sons
abafados) é comum em animais obesos. Alguns processos pulmonares exsudativos, efusão
pleural e hérnia diafragmática proporcionam quadro semelhante. É importante considerar que,
ocasionalmente, alguns animais normais em repouso podem apresentar ruídos respiratórios
quase inaudíveis (Quadro 8.5).
Os ruídos adventícios devem ser determinados quanto à fase do ciclo em que ocorrem e a
localização de sua intensidade máxima.
Sibilos são ruídos contínuos mais agudos (> 250 ms) com característica musical (lembram
um assovio), ocorrendo quando o ar flui através de vias respiratórias estreitadas e provoca a
vibração de suas paredes. Ocorrem mais comumente durante a expiração, porque, durante a
inspiração, a pressão pleural torna-se mais negativa, resultando em maior calibre das vias
respiratórias. Sibilos expiratórios indicam obstrução parcial de vias respiratórias
intratorácicas, como ocorre nas doenças bronqueais crônicas. Sibilos generalizados, em geral,
ocorrem quando há estreitamento das vias respiratórias por broncospasmo, edema de mucosa
ou grande quantidade de secreção. Quando localizados, costumam resultar de tumor
endobrônquico, corpo estranho ou compressão extrínseca das vias respiratórias. Sibilos
ocasionados em razão da presença de secreções nas vias respiratórias normalmente alteram
sua intensidade após episódios de tosse ou expectoração. Obstrução grave das vias
respiratórias extratorácicas costuma produzir um tipo particularmente alto de sibilo
634
■◦
◦◦
◦
◦◦
◦◦■◦◦◦
◦
inspiratório, denominado estridor.
Os ruídos respiratórios descontínuos são de curta duração e não apresentam qualidade
musical. São conhecidos como crepitações, que podem ser grossas ou finas. Os ruídos
descontínuos são produzidos, provavelmente, por vários mecanismos. Um dos mais aceitos é a
reabertura súbita e sucessiva das pequenas vias respiratórias. Por exemplo: um bronquíolo
obstruído com secreção apresenta, na expiração, pressão caudal à secreção (dentro do
alvéolo) cada vez mais negativa, que faz com que se rompa a barreira criada pela secreção,
produzindo uma rápida equalização de pressão e uma série de ondas sonoras explosivas (sons
descontínuos).
As crepitações grossas decorrem da reabertura de vias respiratórias menos distais. Por
outro lado, as crepitações finas estão associadas ao envolvimento de vias respiratórias
periféricas (pequenas vias respiratórias).
Quadro 8.5 Causas de alterações na audibilidade dos ruí​dos respiratórios.
Aumento de audibilidade: Animal magro
Exercício físico Ansiedade
Febre
Temperatura ambiente elevada Anemia grave
Acidose metabólica Afecção respiratória Diminuição de audibilidade: Animais obesos Efusão pleural Hérnia
diafragmática Estado de repouso
A crepitação em final de inspiração pode estar associada à enfermidade nas pequenas vias
respiratórias ou no parênquima pulmonar. As afecções em vias respiratórias maiores
normalmente proporcionam crepitações no início ou em toda a inspiração.
Descreveu-se anteriormente que alguns sinais de insuficiência cardíaca congestiva esquerda
confundem-se com outras doenças respiratórias. Na avaliação cardíaca, a presença de arritmia
respiratória sugere ainda compensação cardíaca. No cardiopata, a frequência cardíaca aumenta
à medida que os barorreceptores são estimulados pela queda do débito cardíaco. A
estimulação simpática progressiva faz desaparecer a arritmia respiratória.
A endocardiose de mitral é uma importante causa de sopro sistólico em foco mitral, mas é
importante considerar que as afecções cardíacas e respiratórias podem coexistir em alguns
pacientes. Em um cão com quadro de tosse, a auscultação de sopro mitral não necessariamente
diagnostica a origem da tosse como cardíaca. O animal pode ser um cardiopata assintomático
(mas já ter o sopro detectado no exame físico) e estar apresentado uma disfunção respiratória
primária causadora da tosse.
Percussão do tórax
A percussão consiste em produzir vibrações na parede torácica que se transmitem aos
635
tecidos subjacentes.
O tórax é composto das seguintes estruturas: (1) arcabouço ósseo; (2) partes moles
(incluindo tecido pulmonar, musculatura, tecido subcutâneo e pele); e (3) ar contido nos
pulmões. À percussão do tórax, todas essas estruturas, em conjunto, produzem um som
chamado de som claro pulmonar ou, simplesmente, som normal. Esse som altera-se de acordo
com a relação entre a quantidade de ar e de tecido. Assim, os sons produzidos podem variar de
uma região para outra, no mesmo indivíduo e entre pessoas diferentes, dependendo de vários
fatores. Quando existe desequilíbrio na relação normal ar:tecidos, a percussão resulta em sons
diferentes. Havendo excesso da quantidade de ar em relação à quantidade de tecido, a
percussão produz som mais ressonante e com duração maior do que o normal. O som
produzido nessas condições é chamado de hipersonoro; quando o som é exageradamente
ressonante, é chamado de timpânico. Se a relação ar:tecidos está reduzida, o som produzido à
percussão do tórax é curto e seco, como se a percussão estivesse sendo realizada sobre um
órgãosólido, como o fígado. O som assim produzido é chamado de submaciço ou maciço,
dependendo do grau de ressonância.
Na delimitação do tórax (Figura 8.25), o limite superior é formado pela musculatura
vertebral dorsal (som maciço), e o anterior, pela musculatura da escápula (som maciço). Na
delimitação posterior, devemos traçar uma linha imaginária sobre a tuberosidade ilíaca até um
ponto de cruzamento no 12o espaço intercostal (EIC). Outra linha imaginária é traçada sobre a
articulação escapuloumeral até o ponto de cruzamento no 9o EIC. Do mesmo modo, um limite
ventral é obtido pelo ponto de cruzamento entre uma linha imaginária um pouco acima do
olécrano até o 5o EIC.
Em pequenos animais, a técnica mais utilizada é a indireta, em que a falange distal (em
estreito contato com a parede do tórax) serve como um plessímetro (Figura 8.26). Ao
proceder-se à percussão, apoia-se o segundo ou terceiro dedo da mão esquerda na parede
torácica, preferencialmente sobre os espaços intercostais. A percussão é realizada com o
terceiro dedo da mão direita, que golpeia a falange distal do dedo esquerdo, apoiado na parede
(Figura 8.27). Aplicam-se dois golpes seguidos, rápidos e firmes, retirando-se
instantaneamente o dedo, para não abafar o som. A percussão deve ser feita de maneira
sistemática, começando na face craniodorsal do tórax e movendo-se no sentido dorsal para
ventral dentro de cada espaço intercostal. A percussão também é um procedimento
comparativo entre os dois hemitórax.
636
Figura 8.25 Esquema representativo da delimitação do campo pulmonar em cães. EIC = espaço
intercostal.
Figura 8.26 A e B. Representação do correto posicionamento para realização da percussão
torácica. Notar o ângulo reto formado entre o dedo plexor e a falange que serve de plessímetro,
mantendo-a pressionada na parede torácica.
Figura 8.27 Percussão digitodigital da cavidade torácica na espécie canina.
Vale considerar que as ondas provenientes da percussão penetram apenas alguns
centímetros, sendo possível detectar apenas lesões pleurais ou parenquimatosas mais
superficiais. Além disso, é necessária certa prática em sua interpretação diagnóstica, pois um
som ressonante normal só é aprendido após várias experiências obtidas em cães normais.
637
Exames complementares
Hemogasometria
A mensuração das pressões parciais de oxigênio e de dióxido de carbono no sangue arterial
pode fornecer informações sobre a função pulmonar. Entretanto, é importante considerar que,
por causa de potentes mecanismos que visam compensar alguns estados patológicos, o
comprometimento respiratório deve estar acentuadamente afetado para que determinadas
anormalidades sejam mensuradas.
O estado acidobásico é influenciado pelo sistema respiratório e também pode ser avaliado
pela hemogasometria. Tal avaliação permite, na maioria dos casos, identificar um distúrbio
acidobásico como sendo de natureza primariamente respiratória ou metabólica.
Oximetria de pulso
É um método não invasivo de monitoramento da saturação de oxigênio sanguíneo,
particularmente útil para animais com doença respiratória e submetidos a procedimentos
anestésicos.
O valor mensurado indica a saturação da hemoglobina na circulação local, portanto, esse
valor pode ser afetado por outros fatores além da função pulmonar, como vasoconstrição,
baixo débito cardíaco ou estase sanguínea local.
Broncoscopia
É uma técnica de diagnóstico por imagem utilizada na avaliação das vias respiratórias.
Permite avaliar algumas anormalidades, como: colapso de traqueia, estenoses, massas,
lacerações, torções de lobos pulmonares, hemorragias, inflamações, colapso brônquico,
corpos estranhos e parasitas. Para sua realização, é necessário que o paciente seja anestesiado.
A broncoscopia também permite a coleta de material para avaliação citológica,
histopatológica e microbiológica. Além disso, a lavagem broncoalveolar pode ser realizada
após a avaliação visual da broncoscopia, utilizando-se o canal de biopsia do broncoscópio.
Técnicas não broncoscópicas também permitem a obtenção do lavado. Tais técnicas (de baixo
custo) são utilizadas principalmente na suspeita de doenças difusas, uma vez que a orientação
visual não é possível. O lavado broncoalveolar fornece importante material destinado à
citologia, cultura ou outras técnicas especiais, contribuindo para a avaliação diagnóstica de
pacientes com doença em vias respiratórias menores, alvéolos ou interstício pulmonar.
Biopsia por punção aspirativa transtorácica
Está indicada principalmente no diagnóstico citológico de massas intratorácicas em contato
com a parede torácica. O custo-benefício deve ser analisado, pois, em casos de massas
localizadas, a toracotomia deve ser considerada, uma vez que possibilita tanto o benefício da
638
biopsia (avaliação histológica) quanto da completa excisão. A punção de massas mais
afastadas pode significar risco aumentado de lesão em vasos, nervos ou laceração de órgãos.
Esse procedimento deve ser evitado em casos de suspeita de abscessos, coagulopatias e
hipertensão pulmonar.
Toracocentese
A toracocentese é realizada mantendo-se o animal em uma postura menos estressante
(normalmente em decúbito lateral ou esternal). É realizada no 7o ou 8o espaço intercostal,
sendo o local submetido à tricotomia prévia e preparado assepticamente (Figura 8.28).
Normalmente, a aspiração de qualquer lado do tórax drena adequadamente o lado
contralateral. Contudo, em alguns casos de piotórax ou quilotórax podem ocorrer efusões
unilaterais.
Utiliza-se cateter intravenoso (calibres 14, 16 ou 18) acoplado a válvulas de três vias e
seringa. Algumas vezes, efetuar orifícios adicionais no cateter com o auxílio de uma lâmina
cirúrgica (de maneira asséptica) amplia a drenagem pleural. Um cateter tipo borboleta (calibre
21) pode ser utilizado. Raramente é necessária a sedação.
A toracocentese tem finalidade diagnóstica e terapêutica. Após a obtenção de amostras para
análise laboratorial, efetua-se a remoção da maior quantidade possível de líquido ou ar para
possibilitar uma melhora na respiração. Exceção é feita em casos de hemotórax.
A avaliação da densidade, a mensuração da concentração proteica, a contagem de células
nucleadas e a avaliação qualitativa das células são essenciais na classificação do líquido
pleural. Além disso, análise citológica é indicada para avaliação diagnóstica dos animais com
efusão pleural.
Lavado traqueal
Permite obter fluidos e celularidade, que podem ser usados na avaliação de doenças do
trato respiratório ou de parênquima pulmonar, evitando-se a flora normal das cavidades oral e
faringeana. O lavado pode ser obtido pela via transtraqueal ou endotraqueal. Na técnica
transtraqueal, o cateter é inserido no ligamento cricotireóideo, identificado como depressão
acima da cartilagem cricoide (observada na palpação da traqueia como uma faixa elevada, lisa
e estreita próxima à laringe). A técnica endotraqueal consiste em passar um cateter urinário
através de uma sonda endotraqueal (animal anestesiado).
Em ambas as técnicas, o cateter ou a sonda devem atingir a região da carina
(aproximadamente o 4º espaço intercostal); uma solução de NaCl 0,9% (média de 3 a 5 mℓ por
aplicação) é injetada na forma de bolus dentro do cateter (ou da sonda), e são realizadas
tentativas de aspiração. Segundo alguns autores, podem ser necessárias de quatro a seis
tentativas de infusão e aspiração. O material deve ser processado rapidamente, realizando-se
avaliação citológica e microbiológica e pesquisa para larvas ou ovos de parasitas. É menos
639
provável que o lavado traqueal ajude a identificar processos focais ou doenças envolvendo o
interstício pulmonar.
Figura 8.28 Toracocentese em um animal da espécie canina utilizando um cateter intravenoso
acoplado à válvula de três vias e seringa.
Hemograma
Na progressão das doenças respiratórias, quadro persistente de hipoxemia, decorrente de
prejuízo na hematose, pode acarretar estímulo para liberação de eritropoetina pelas células
justaglomerulares, proporcionando aumento na eritropoesee quadro de policitemia (contagens
eritrocitárias elevadas).
Leucocitose neutrofílica com desvio à esquerda pode acompanhar casos de pneumonia
bacteriana. Vale considerar que neutrofilia pode significar parte de hemograma de estresse.
Linfopenia é achado comum em quadros de infecção viral recente, estresse ou
administração de corticoides. Alguns estímulos antigênicos crônicos, entre eles erliquiose,
leishmaniose e infecções fúngicas, podem acarretar linfocitose. Em gatos, esse achado pode
sugerir medo ou ansiedade. Vacinação recente também pode ser causa de linfocitose.
Eosinofilia é, algumas vezes, observada em animais apresentando afecção pulmonar
caracterizada por infiltrado eosinofílico. Esses animais geralmente manifestam tosse e
dificuldade respiratória, com possível descarga nasal serosa ou mucopurulenta. Devem ser
realizados exames de fezes, a fim de descartar parasitismo intestinal, e teste para dirofilariose
(em regiões endêmicas).
Radiografia
É exame complementar muito importante na avaliação de cães e gatos com sinais de
disfunção do trato respiratório. Pode ser útil na localização da doença e na respectiva
determinação quanto a extensão, progressão e resposta ao tratamento. A avaliação radiográfica
pode ser útil em animais com distúrbios da cavidade nasal associados a neoplasias ou
infecções fúngicas.
640
Em gatos com secreção nasal serosa ou mucopurulenta e sinais de respiração estertorosa
(roncos), evidência radiográfica de tecido mole acima da região do palato mole pode ser
sugestiva de pólipo nasofaringeano.
A avaliação radiográfica cervical e torácica é útil na suspeita de colapso de traqueia. Em
casos de colapso traqueal extratorácico, as radiografias devem ser obtidas preferencialmente
durante a inspiração. Por outro lado, a avaliação da traqueia intratorácica deve ser realizada
durante a expiração (quando o aumento da pressão intratorácica torna o colapso mais
evidente). O colapso deve ser diferenciado da hipoplasia traqueal, em que o diâmetro da
traqueia é estreitado em toda a sua extensão.
A tosse provocada por traqueobronquite infecciosa não costuma estar associada a
alterações radiográficas.
Padrão brônquico na radiografia torácica é geralmente observado em cães e gatos com
doença brônquica. Entretanto, sinais clínicos podem preceder as alterações radiográficas, e as
radiografias torácicas podem estar normais em alguns animais. Certos animais mais velhos
podem apresentar calcificação de brônquios sem qualquer significado clínico.
Nas pneumonias, o padrão radiográfico pode variar. Padrão alveolar pode ser
anormalidade típica. Em animais com doença brônquica primária, padrão brônquico pode estar
mais evidente, conferindo padrão misto. Um padrão intersticial pode estar presente na fase
precoce da doença ou em processos mais discretos. Além disso, esse padrão é mais evidente
quando a origem da pneumonia é hematógena e, nesses casos, pode também ocorrer padrão
alveolar com distribuição caudodorsal.
A presença de cateter intravenoso é uma fonte em potencial para infecções de origem
hematógena. As pneumonias aspirativas tendem a afetar principalmente lobos pulmonares mais
craniais (distribuição cranioventral). A presença de megaesôfago deve ser sempre avaliada em
casos de suspeita de pneumonia bacteriana. Os quadros pneumônicos e as neoplasias podem
promover substituição do ar alveolar por material líquido e celular, acarretando uma
consolidação do lobo afetado.
Opacidade nodular isolada pode representar neoplasia pulmonar primária. As metástases
dos adenocarcinomas mamários normalmente exibem múltiplos nódulos pequenos e bem
distribuídos. Por sua vez, as metástases de osteossarcomas exibem, com mais frequência,
grandes opacidades circulares.
As doenças pulmonares eosinofílicas podem mostrar padrão intersticial leve ou densidades
alveolares dispersas, formando áreas semelhantes a neoplasias ou granulomas fúngicos.
No edema pulmonar cardiogênico (principal causa de edema pulmonar), surgem densidades
intersticiais acompanhadas de padrão alveolar. Nos cães, a lesão é mais evidente na região
peri-hilar, ao passo que os gatos costumam apresentar padrão mais disseminado.
No diagnóstico diferencial da tosse, em especial em raças caninas de pequeno porte, os
achados radiográficos de verticalização do coração esquerdo na projeção lateral – com perda
641
da cintura cardíaca caudal e abaulamento no sentido de 2 a 3 h, estendendo-se além da margem
cardíaca na projeção ventrodorsal – podem ser sugestivos de compressão do brônquio
principal esquerdo nos casos de endocardiose de mitral.
Coração pulmonar (cor pulmonale) é o termo utilizado para descrever o aumento de
tamanho do coração direito decorrente de anormalidades nos vasos ou no parênquima
pulmonar.
Em pacientes com histórico de trauma, as contusões pulmonares são predominantemente
caracterizadas como áreas localizadas de padrão intersticial, alveolar ou consolidação lobar.
Em alguns animais, os sinais radiográficos podem não ser evidentes nas primeiras horas após o
traumatismo.
Bibliografia
CLERCX, C. et al. Eosinophilic broncopneumopathy in dogs. J. Vet. Intern. Med., 14: 282,
2000.
DHUPA, N.; LITTMAN, M.P. Epistaxis. Compend. Contin. Educ., 14(8): 1033-43, 1992.
ERLES, K.; DUBOVI, E. J.; BROOKS, H.W.; BROWNLIE, J. Longitudinal study of viruses
associated with canine infectious respiratory disease. J. Clin. Microb., 42(10): 4524-9,
2004.
ETTINGER, S.J.; FELDMAN, E.C. Textbook of veterinary internal medicine. 6. ed.
Philadelphia: W.B. Saunders, 2005. 3020 p.
GONÇALVES, R.C. Semiologia do sistema respiratório. In: FEITOSA, F. L. F. Semiologia
veterinária, a arte do diagnóstico. São Paulo: Roca, 2004. p. 313-31.
JOHNSON, L.R. Tracheal collapse: diagnosis and medical and surgical treatment. Vet. Clin.
North Am. Small Anim. Pract., 30: 1253, 2000.
KOCH, D.A.; ARNOLD, S.; HUBER, M.; MONTAVON, P.M. Brachycephalic syndrome in
dogs. Compend. Contin. Educ., 25(1): 43-53, 2003.
LEE, W.R.; TYLER, J.W.; CANTWELL, H.D. Identifying the cause of acute cough and
respiratory distress in a toy poodle. Vet. Med., 102(1): 16-20, 2007.
MALINOWSKI, C. Canine and feline nasal neoplasia. Clin. Tech. in Small Anim. Pract.,
21(2): 89-94, 2006.
MCGORUN, B.C. et al. Exame clínico do trato respiratório. In: RADOSTITS, O. M.;
MAYHEW, I.G.J.; HOUSTON, D.M. Exame clínico e diagnóstico em veterinária. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 231-269.
NELSON, R.W.; COUTO, C.G. Medicina interna de pequenos animais. 3. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006. 1324 p.
PINK, J.J.; DOYLE, R.S.; HUGHES, J.M.L.; TOBIN, E.; BELLENGER, C.R. Laryngeal
collapse in seven brachycephalic puppies. J. Small Anim. Pract., 47(3): 131-5, 2006.
642
TARANTINO, A.B. Sistema respiratório. In: PORTO, C.C. Semiologia médica. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 319-418.
643

Outros materiais