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História de Vida: Parâmetros Disciplina: Ecologia de populações Prof. Leonardo F França Introdução O que é a história de vida de um organismo? Alocação de energia: Padrão de investimento reprodutivo Quantidade de proles por ninhada Padrão de crescimento do indivíduo Longevidade do adulto São os padrões adotados pelo organismo para alocação de energia ao longo do seu ciclo de vida, do nascimento até a senescência. Tipos de Ciclo de vida O que é o ciclo de vida de um organismo? Crescimento – reprodução – senescência Ciclo de vida Tipos de ciclos de vida Espécies semélparas: Um evento reprodutivo seguido de morte. Normalmente são espécies anuais ou bienais. Espécies iteróparas: Vários eventos reprodutivos durante a vida. Anuais = vários eventos reprodutivos no período de um ano. Perenes = vários eventos reprodutivos ao longo de vários anos. Exemplos de ciclo de vida Espécies semélparas de vida curta: A maioria dos semélparos são de vida curta (anuais). Gramíneas como capins. Exemplos de ciclo de vida longo Espécies semélparas de vida longa Exemplos de ciclo de vida Crescimento 1o ano reprodução e morte 2o ano. Crescimento 1o ano floração cortada experimentalmente 2o ano (não morre) reprodução vigorosa no 3o ano. Porque então morrer no 2º ano? Vida em ambientes instáveis. Semélparo de vida longa: Erva do gênero Tanacetum: Exemplos de ciclo de vida Espécies Iteróparas anual: o gafanhoto europeu Chorthippus brunneus Qual a diferença entre: “várias proles num evento reprodutivo” e “vários eventos reprodutivos”? Primavera - verão - outono - inverno Eclosão e crescimento Repetidos eventos reprodutivos e morte Pupa Exemplos de ciclo de vida longo Espécies Iteróparos de vida longa: Iteróparos com reprodução discreta (sazonais): muitas plantas e animais. Exemplos de ciclo de vida longo Iteróparos de vida longa Iteróporos com reprodução contínua: homem Ciclo de vida e relação com os componentes da história de vida Seméparos: Crescimento e desenvolvimento mais rápido. Uma única chance para ter sucesso com a reprodução. Geralmente ocorre em organismos que crescem pouco. Iteróparo Crescimento e desenvolvimento mais lento. Várias chances de ter sucesso com a reprodução. Geralmente ocorre em organismos que crescem bastante. Trade-offs A energia é limitada: um organismo armazena quantidades limitadas de recursos (energia) para usar na sua manutenção e reprodução. A energia é repartida: recursos energéticos destinados para uma atividade tornam-se indisponíveis para outras atividades. Um trade-off (balanço de compensação) é uma relação de dependência negativa na alocação de energia entre duas atividades da historia de vida. Trade-offs Tipos mais comuns de trade-offs entre componentes da história de vida: Sobrevivência X Reprodução atual (Custo-reprodutivo CR). Capacidade reprodutiva atual X Capacidade reprodutiva Futura (Valor Reprodutivo e Valor Reprodutivo Residual VRR). Número e tamanho das proles. Trade-off entre número e tamanho da prole Alocação da energia: Prole numerosa com indivíduos pequenos em tamanho. Prole menos numerosa com indivíduos maiores em tamanho. Ligação do número/tamanho das proles com a expectativa de vida: Prole numerosa com baixa sobrevivência. Prole menos numerosa com alta sobrevivência. Trade-off entre Número e tamanho da prole Exemplos (Várias espécies do gênero Solidago): Número de sementes por caule e peso das sementes. Comparações entre diferentes ambientes. Peso médio da semente (µg) N º d e se m en te s po r c au le Campos abandonados Pradarias Florestas de carvalho Pradarias com distúrbio Trade-off entre Número e tamanho da prole Exemplos (Uma espécie de mosca Drosophila): Ln (Tamanho da ninhada) Ln (v ol um e do o vo ) Da menor para a maior previsibilidade: X Pólen Bactérias em folhas caídas Levedura em fruto Relação entre tamanho de ninhada e volume dos ovos. Comparação entre substratos de crescimento. Trade-off: reprodução & crescimento/sobrevivência Exemplo: Trade-off entre reprodução e sobrevivência (Besouro - Callosobruchus maculatus) O maior investimento energético para a reprodução resultará na redução da sobrevivência ou crescimento, reduzindo com isso, o potencial reprodutivo futuro. Fecundidade Lo ng ev id ad e (e m d ia s) Trade-off reprodução e crescimento Exemplo: Trade-off entre reprodução e crescimento Pinheiro - Pseudotsuga menziesii Nº médio de pinhas por indivíduo La rg ur a do s an éi s an ua is (m m ) Porque produzir mais pinhas na reprodução atual irá reduzir a chance de reprodução futura? Relacionando hábitat & História de vida Princípios básicos: O hábitat é o pano de fundo onde se processam as pressões do ambiente e a consequente seleção natural. Os hábitats de cada organismo são únicos, mas devem ser classificado em termos que se apliquem a todos organismos. Trade-offs que vamos considerar para a classificação de hábitats: Crescimento de adulto X Reprodução futura Tamanho da prole X Número de indivíduos Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Os hábitats podem ser classificados em: Hábitats de alto Custo Reprodutivo Futuro: qualquer aumento na reprodução atual reduz o crescimento do indivíduo e/ou a sobrevivência futura e consequentemente a chance futura de reprodução. Hábitat de baixo Custo Reprodutivo Futuro: o investimento atual não afeta as chances futuras de reprodução. Reprodução atual Crescimento + Reprodução futura Reprodução atual Crescimento + Reprodução futura ou reprodução atual não afeta Crescimento ou reprodução futura Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Quando um hábitat tenderá a ter alto custo reprodutivo futuro? Condições de alta competição. Quando adultos menores são mais susceptíveis a predação. Reprodução atual Crescimento + Reprodução futura Reprodução atual Crescimento + Reprodução futura Porque estas interações levam ao alto custo reprodutivo futuro? Quando há alta competição: Reprodução atual crescimento capacidade competitiva chance de reprodução futura. Quando adultos menores são mais susceptíveis a predação: Reprodução atual crescimento permanência na classe vulnerável a predação chance de reprodução futura. Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Quando um hábitat tenderá a ter baixo custo reprodutivo futuro? Quando o ambiente é instáveis ou altamente sazonal. Ambientes com muitos nichos vagos. ou reprodução atual não afeta Crescimento e reprodução futura Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Porque estas condições levam ao baixo custo reprodutivo futuro? Ambientes instáveis ou altamente sazonal: A mortalidade é alta independente da reprodução. Mortalidade inevitável e indiscriminada. A reprodução atual não afeta crescimento + reprodução futura. Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Porque estas condições levem ao baixo custo reprodutivo futuro? Ambientes com muitos nichos vagos: O hábitat está praticamente livre de competição e predação. O tamanho do indivíduo não afeta sua chance de sobreviver àpredação. A reprodução atual não afeta crescimento + reprodução futura. Exemplo: crescimento x reprodução Exemplo: experimento com a planta dente-de-leão (Taraxum officinale) Uso de três tipos de biótipos que diferem quanto ao grau de investimento em reprodução atual. Exemplo: crescimento x reprodução As sementes dos três biótipo foram plantadas em três tipos de ambientes: Hábitat 1 “bordas de trilhas” - Custo reprodutivo baixo (mortalidade indiscriminada). Hábitat 2 “Área intermediaria”. Hábitat 3 “Pastagens antigas” - Custo reprodutivo alto (competição). Exemplo: crescimento x reprodução Resultados para o biótipo A: Característica do biótipo: alto investimento atual em produção de prole. Onde a planta se deu melhor? Hábitat 1, pois muito distúrbio = custo reprodutivo baixo. Hábitat Distúrbio Alto Médio Baixo Ab un dâ nc ia d e in di ví du os C ap ítu lo s po r p la nt a Alto Médio Baixo Biótipo A - Alto investimento reprodutivo atual Exemplo: crescimento x reprodução Porque a abundância foi maior apenas no hábitat com mais distúrbio? Como o adulto apresenta alta reprodução atual ocorre: Reprodução rápida – prevenção da planta adulta contra distúrbios futuros. Pouco crescimento – competidor fraco em condição de alta densidade. Hábitat Distúrbio Alto Médio Baixo Ab un dâ nc ia d e in di ví du os C ap ítu lo s po r p la nt a Alto Médio Baixo Biótipo A - Alto investimento em reprodutivo atual Exemplo: crescimento x reprodução Resultados para o biótipo C: Característica do biótipo: baixo investimento atual em produção de prole. Onde a planta se deu melhor? Hábitat 3, pois pouco distúrbio = alto custo reprodutivo. habitat Distúrbio Alto Médio Baixo Ab un dâ nc ia de in di ví du os C ap ítu lo s po r p la nt a Alto Médio Baixo Biótipo C – Baixo investimento em reprodução atual Exemplo: crescimento x reprodução Porque a abundância foi maior apenas no hábitat com menos distúrbio? Como o adulto apresenta baixo investimento atual em reprodução ocorre: Reprodução lenta – investimento elevado em crescimento resulta em alta competitividade. Alto investimento em crescimento – morte antes da reprodução em condições de alto distúrbio. Distúrbio Alta Média Baixa Ab un dâ nc ia de in di ví du os C ap ítu lo s po r p la nt a Alta Média Baixa Biótipo C Grazy Realce Grazy Realce Classificação de hábitat para o trade-off tamanho e nº de proles Hábitats sensíveis ao tamanho da prole: São aqueles em que o valor reprodutivo dos indivíduos aumenta com o aumento no tamanho corporal da prole. Quanto maior o tamanho corporal da prole maior sua chance de sobreviver. Pressões ambientais que ocorre nestes tipos de hábitats: Competição entre descendentes. Predação seletiva para indivíduos pequenos. Hábitat e história de vida: tamanho e número de proles Hábitats insensíveis ao tamanho da prole: São aqueles em que o valor reprodutivo independe do tamanho corporal da prole. Qualquer tamanho de prole representará o mesmo fitness para os pais. O número de proles é mais importante que o tamanho corporal. Pressões ambientais que ocorrem nestes tipos de hábitats: Ambientes instáveis ou altamente sazonal. Ambientes com muitos nichos vagos. Hábitat e história de vida: tamanho e número de proles Lack (1947): A seleção natura favorece não o maior tamanho de ninhadas mas sim um ajuste que contra-balanceia o número máximo produzido em relação ao número máximo que sobrevive. Experimento para testar a hipótese: aumento e redução no tamanho de ninhadas (Parus major). Ninhadas Nº de filhotes (por ninho) Recrutamento j (por ninho) Aumentadas 10 0,6 Normais 8 0,8 Reduzidas 6 0,5 Parus major Referencial bibliográfico Estudar na ordem especificada abaixo: Cain et al. – Ecologia: capítulo 7 Ciclo de vida pag. 167. Trade-offs pag. 171 – 175. Begon et al. – Ecologia: capítulo 4 Ciclo de vida pag. 95 – 97. Aprofundamento: Begon et al. – Ecologia Evolução da história de vida de acordo com os tipos de hábitats pag. 115 – 122. História de Vida:�Parâmetros Introdução Tipos de Ciclo de vida Ciclo de vida Exemplos de ciclo de vida Exemplos de ciclo de vida longo Exemplos de ciclo de vida Exemplos de ciclo de vida Exemplos de ciclo de vida longo Exemplos de ciclo de vida longo Ciclo de vida e relação com os componentes da história de vida Trade-offs Trade-offs Trade-off entre número e tamanho da prole Trade-off entre Número e tamanho da prole Trade-off entre Número e tamanho da prole Trade-off: reprodução & crescimento/sobrevivência Trade-off reprodução e crescimento Relacionando hábitat & História de vida Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Classificação de hábitat para o trade-off crescimento x reprodução Exemplo: crescimento x reprodução Exemplo: crescimento x reprodução Exemplo: crescimento x reprodução Exemplo: crescimento x reprodução Exemplo: crescimento x reprodução Exemplo: crescimento x reprodução Classificação de hábitat para o trade-off tamanho e nº de proles Hábitat e história de vida: tamanho e número de proles Hábitat e história de vida: tamanho e número de proles Referencial bibliográfico
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