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ESA 2024 AULA 07 AGRÁRIA Professora Priscila Lima t.me/CursosDesignTelegramhub 2 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Sumário INTRODUÇÃO 3 A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA 7 PRODUÇÃO AGRÁRIA E A ECONOMIA GLOBAL 9 ÊXODO RURAL 13 DINÂMICAS TERRITORIAIS DA ECONOMIA RURAL 14 AGRONEGÓCIO E A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA BRASILEIRA 18 SOJA 21 PECUÁRIA DE CORTE 26 ESRUTURA FUNDIÁRIA E ASPECTOS SOCIAS NO CAMPO BRASILEIRO 28 QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES 31 GABARITO 32 QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES COMENTADAS 33 QUESTÕES INÉDITAS 35 GABARITO 46 QUESTÕES INÉDITAS COMENTADAS 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS 67 REFERÊNCIAS 67 Siga minhas redes sociais! Professora Priscila Lima t.me/professorapriscilalima @profpriscilalima t.me/CursosDesignTelegramhub 3 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima INTRODUÇÃO O setor agropecuário esteve presente na história econômica brasileira desde o seu início, já que a chegada dos colonizadores (e consequente ingresso na Divisão Internacional do Trabalho) impôs a transição de uma produção de subsistência para uma economia agroexportadora. *A somatória totalizou 99% porque o IBGGE considerou apenas umas casa após a vírgula ** Naturais:10,9%; plantadas:1,0%; plantadas com lavouras ou pastagens associadas: 1,6% Entretanto, a produção agrária/pecuária colonial é diferente dos modelos que temos em expansão no Brasil atual, onde a cadeia de produção se tornou mais complexa e envolta de aparatos tecnológicos desenvolvidos para aumentar a produtividade. Assim, para melhor entendermos a dinâmica econômica e espacial que o setor agropecuário implicou ao Brasil, é necessário definir alguns conceitos, como os sistemas agrícolas e de produção. O sistema agrícola é a forma ou modelo de produção agropecuária praticado em determinada propriedade rural, depende de capital, terra e trabalho. Esse modelo permitirá a construção de arranjos produtivos. Os sistemas agrícolas podem ser: • Tradicionais: técnicas simples, com baixo nível de exploração da terra e pouca produtividade minifúndios, policultura, produção voltada para subsistência e sistemas extensivos. • Modernos: tecnologia avançada e mão de obra qualificada (agrônomos, veterinários etc). Pastagens 18,60% Matas no interior dos estabelecimentos** 13,50% Lavouras 7,40% Outros usos no interior dos establecimentos 1,50% Formações vegetais, áreas urbanas, represas etc. 58,90% Brasil: uso da terra* - 2017 t.me/CursosDesignTelegramhub 4 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Latifúndios, mecanização, produção em larga escala, relação com o mercado financeiro, maior integração entre agricultura e pecuária (complexos com cadeias produtivas robustas). sistemas intensivos A seguir, serão descritos alguns sistemas de produção: ▪ Agricultura tradicional de subsistência: a principal característica é o minifúndio e a produção familiar voltada para consumo próprio (subsistência). O excedente, ou seja, a parcela da produção não consumida, é vendido nos mercados locais. As técnicas utilizadas são rudimentares e práticas agrícolas não visam a conservação ambiental. ▪ Agricultura itinerante: também conhecida como roça no Brasil. A mão de obra empregada é familiar e usa técnicas rudimentares. Essas práticas degradam o solo e comprometem a fertilidade com o passar dos anos e, por isso, o agricultor abandona a região e busca uma nova área para plantar, daí o nome itinerante; ▪ Plantation: introduzido por europeus e praticado durante a colonização (nesse momento se valia da mão de obra escrava) na América, África e Ásia latifúndio + monocultura + mão de obra barata + foco no mercado externo (exportação) ▪ Agricultura de jardinagem: esse modelo é mais difundido na Ásia, especialmente no cultivo de arroz (rizicultura). É um sistema de produção agrícola intensivo, praticado em médias e pequenas propriedades com mão de obra familiar ou comunal. Essas lavouras ocorrem em áreas densamente povoadas e o espaço é aproveitado ao máximo. ▪ Agricultura Comercial (Patronal): Aplicada em vastas propriedades (latifúndio), quando intensiva, usa moderno maquinário agrícola, biotecnologia voltada ao campo, mão de obra qualificada e diversos tipos de insumos (produção em larga escala). Em países subdesenvolvidos, geralmente a produção é direcionada ao mercado externo. Já a agricultura comercial extensiva é caracterizada por técnicas de produção tradicionais e de baixa mecanização, onde a mão de obra humana é predominante e o investimento financeiro é baixo; Agricultura Extensiva • Uso de "queimadas" • Esgotamento dos solos • Desmatamento • Rotação de terras • Produção familiar • Mão de obra não qualificada Agricultura Intensiva • Uso permanente do solo • Rotação de culturas • Uso de fertilizantes químicos • Seleção de sementes • Mecanização • Grande Rendimento • Mão de obra qualificada t.me/CursosDesignTelegramhub 5 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima ▪ Agricultura Orgânica: a agricultura orgânica dispensa o uso de produtos químicos no cultivo, usufruindo apenas dos próprios insumos naturais para a produção — ou seja, são dois sistemas alternativos que priorizam a sustentabilidade na produção de alimentos. Além desses sistemas de produção agrícola, temos as práticas adotadas: ▪ Rotação de Culturas: a rotação de culturas é uma técnica que consiste em alternar as espécies vegetais cultivadas para um efeito positivo no solo. As espécies alternadas devem possuir sistemas radiculares diferentes (gênero que tenha uma raiz diferente do anterior). As leguminosas são ideais para esse processo, pois a raiz dessa espécie contém bactérias fixadoras de nitrogênio, fazendo uma adubação natural do solo, repondo nutrientes; ▪ Agricultura em curva de nível: nessa técnica, a semeadura é feita sobre as linhas que ligam pontos de mesma altimetria. Estabelece-se, assim, fileiras de plantas que permitem que a água escorra mais lentamente, o que preserva o solo; ▪ Terraceamento: onde o solo é "cortado" criando degraus para reduzir a velocidade do escoamento supercola, e, consequentemente, a erosão. ▪ Afolhamento: o terreno é dividido em três partes. Enquanto duas partes são cultivadas, a terceira permanece em repouso (por um ou dois anos) para que as partes retiradas com as sucessivas colheitas sejam recuperadas; ▪ Coivara: é uma técnica rudimentar que consiste em atirar fogo nos galhos para fazer com que as cinzas sirvam de adubo, utilizada por indígenas, caiçaras e comunidades quilombolas. Queimadas são prejudiciais para a vegetação, mas as cinzas podem nutrir o solo ▪ Pousio Agrícola: essa é uma técnica que consiste em repousar a terra, durante a entressafra o solo descansa para recompor os nutrientes que perdeu. É uma prática que respeita as condições naturais e impede o desgaste do solo; ▪ Sequeiro: é uma forma de cultivo que realiza o plantio durante o período de chuvas, é arriscado pois podem ocorrer fases de estiagem durante o desenvolvimento da safra e comprometer a qualidade. Essa técnica é empregada em locais de baixa pluviosidade; ▪ Plantio Direto (solo não revolvido): não se utiliza as etapas convencionais de arar o solo. O benefício dessa técnica é a baixa degradação do solo e o rendimento das culturas, pois como o solo não é “preparado” como é feito no plantio convencional, cobre-se o solo por plantas em desenvolvimento e resíduos vegetais e essa cobertura gera uma proteção extra; ▪ Plantio Convencional: o plantio convencional utiliza técnicas tradicionais de preparo do solo como remoçãoda vegetação nativa, aração, gradagem, semeadura, adubação mineral, capinas e controle fitossanitário (aplicação de defensivos agrícolas) para, somente depois, efetuar o plantio. t.me/CursosDesignTelegramhub 6 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Os trabalhadores rurais são classificados da seguinte forma: Pequenos proprietários: agricultura familiar com poucos empregados, atendem às necessidades da própria família e abastece um pequeno mercado local; Ocupantes ou posseiros: apossam e se instalam, de forma ilegal, em terras desocupadas, praticando uma agricultura de subsistência; Parceiros: são trabalhadores rurais que trabalham em terras de terceiros, com quem dividem a produção. Quando a divisão é de 50% são chamados de meeiros; Arrendatários: são trabalhadores rurais que pagam aluguel pelo uso da terra; Assalariados: há os permanentes e os temporários; Grileiro: falsificador de escritura Mas pensando a produção agrária em nosso país, podemos dividir os estabelecimentos rurais em dois grandes grupos, e pensando a dinâmica de modernização da produção, temos: ▪ Agricultura patronal (empresarial), ou seja, aquela que o comando não é exercido por quem trabalha diretamente na terra. Nesse modelo, os empresários rurais baseiam a produção no emprego de assalariados (os donos da terra contratam pessoas para trabalhar nelas) e se destacam na produção sucroalcooleira e de silvicultura, por exemplo. Além disso, é importante destacar a produção de soja no Centro-Oeste e no Paraná, bem como os cafeicultores dos cerrados mineiros e os pecuaristas no oeste paulista e no Brasil Central. Empresários rurais têm acesso à financiamentos bancários e aos “pacotes tecnológicos” "Na agricultura empresarial [ou patronal], prevalece a mão de obra contratada e desvinculada da família do administrador ou do proprietário da terra. Em geral, a produtividade nesse tipo de agricultura é muito alta.” (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 650) ▪ Agricultura familiar, ou seja, quando os proprietários trabalham diretamente na terra, ou seja, a mão de obra é familiar. Nesse caso, também há uma modernização na produção e participação nas cadeias agroindustriais, especialmente após o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que foi responsável por parte dos financiamentos para atividades agropecuárias no Brasil. Além do caráter quantitativo da produção, é importante destacar que a agricultura familiar concentra a maior parte da mão de obra ocupada no campo brasileiro, e que, apesar de ocupar uma menor área de lavouras e pastagem, é responsável pelo fornecimento de boa parte dos alimentos no Brasil. t.me/CursosDesignTelegramhub 7 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima "Os produtores familiares modernos, por sua vez, destacam-se na produção de laranja, em São Paulo, de fumo e uva, no Rio Grande do Sul, de aves e porcos, em Santa Catarina, de uva e frutas tropicais, em terras semiáridas irrigadas do Nordeste.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 317) Os produtores familiares geralmente dependem de grandes cooperativas, que apresentam parcerias com empresas agroindustriais, para acessar tecnologias e mercados. Lembrando que as crises atingem de maneira mais contundente os pequenos produtores. "As grandes propriedades produzem mais carne bovina, soja, café, cana-de-açúcar, laranja e arroz, enquanto nas unidades familiares predomina a produção de milho, batata, feijão, mandioca, carne suína, aves, ovos, leite, verduras, legumes e frutas.” (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 664 A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA "O campo brasileiro foi dominado pela grande propriedade ao longo da História. Entre as década de 1950 e 1980, a monocultura e a mecanização foram estimuladas e consideradas modelo de desenvolvimento e crescimento econômico em sucessivos governos. Enquanto isso a agricultura familiar ficou relegada a segundo plano na formulação de políticas agrícolas” (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 663) A economia brasileira esteve atrelada à produção agrária desde colonização. Destacamos também que boa parte da história do nosso país foi construída sob um modelo agroexportador, entretanto, com a modernização econômica, a agropecuária foi subordinada às necessidades do capital urbano- industrial. Dessa maneira, se antes da Revolução Verde o campo, em tese, se limitava à produtos primários, hoje ele também é responsável pelo beneficiamento (setor secundário) e, por vezes, pelo comércio (setor terciário). Isso garante, por um lado, a redução dos custos e aumento dos lucros, mas também um desemprego estrutural e a criação de monopólios nos campo (o que intensifica o êxodo rural). Então, na prática nós tínhamos uma produção no espaço rural limitada ao plantio ou à pecuária. Os “resultados” eram encaminhados para os centros urbanos, onde as indústrias se concentravam, e ali passavam pelo beneficiamento (processo de transformação). Entretanto, esse modelo exigia um tempo maior, uma vez que vários deslocamentos eram feitos. REVOLUÇÃO VERDE (...) consistia na modernização das práticas agrícolas (utilização de adubos químicos, inseticidas, herbicidas, sementes melhoradas) e na mecanização do preparo do solo, do cultivo e da colheita, visando aumentar a produção de alimentos. (SENE, Eustáquio, 2018, p. 652) t.me/CursosDesignTelegramhub 8 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Com a ascensão dos complexos agroindustriais (que nada mais é do que a conjunção de setores, ou seja, no mesmo espaço é feita a atividade primária e secundária), o campo passou a ser o local da produção da matéria-prima e também das transformações, além das especulações, uma vez que o capital financeiro também se fez presente e estabeleceu a lógica de commodities. "Os velhos complexos rurais do modelo agroexportador foram substituídos pelos complexos agroindustriais, fortemente integrados com a indústria e o como setor financeiro. Os complexos agroindustriais organizam-se em cadeias produtivas que envolvem, além do plantio e da colheita, o beneficiamento e a distribuição do produto” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 316) Exemplo: muitos canaviais contam maquinário que transformam essa cultura em etanol. Então o que passa a ser vendido pelo produtor rural não é apenas a matéria-prima, mas também o produto final. "as modernas propriedades rurais passam a integrar cadeias produtivas extremamente complexas, que envolvem uma rede de estabelecimentos, como cooperativas, indústrias e centro de distribuição. Assim, a matéria-prima animal ou vegetal transforma-se em produtos de maior valor agregado.” (TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. Moderna Plus – volume único, contendo as partes I, II e III. São Paulo: Moderna, 2015.p. 253) COMMODITIES Que em inglês significa “mercadorias”, são produtos em estado bruto (geralmente agrícolas e minerais) de qualidade uniforme e produção em larga escala cujos preços são determinados pela oferta/procura no mercado mundial (MAGNOLI, Demétrio. 2012. P. 274) COMPLEXOS AGROINDUSTRIAIS (...) fazendas onde se obtém a produção e os agronegócios, que envolvem todas as atividades primárias, secundárias e terciárias que fazem parte da cadeia produtiva (SENE, Eustáquio, 2018, p. 650) t.me/CursosDesignTelegramhub9 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Esse é um cenário que o professor Ariovaldo Umbelino de Oliveira chama de industrialização da agricultura, que segundo ele, aumenta as possibilidades de concentração de terras (que no Brasil já era uma realidade de cunho histórico – desde a colonização e as capitanias hereditárias). "A modernização da agricultura manifestou-se pela contínua intensificação do capital empregado na produção rural, sob a forma de máquinas, fertilizantes, defensivos, sementes selecionadas, irrigação, serviços veterinários e meteorológicos e assessoria financeira. Em consequência ocorreu a expansão permanente da produtividade do trabalho e da terra. O êxodo rural representa um dos efeitos desse processo.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 316) PRODUÇÃO AGRÁRIA E A ECONOMIA GLOBAL "Os produtos da agricultura ocupam posição estratégica na inserção do Brasil na economia globalizada. Atualmente, o Brasil é uma grande potência agrícola (...) e figura entre os principais exportadores de uma série de commodities agrícolas. Soja, açúcar e álcool, carnes, celulose, café e fumo estão entre os principais produtos de exportação do país.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 317 e 318) Quando o Brasil (e outros países emergentes) passam a integrar um cenário global onde os avanços tecnológicos possibilitaram o aumento da produção, entretanto, quanto maior a oferta, o preço tende a cair. Nesse sentido, qual é a melhor alternativa para a manutenção de lucros elevados? Bom, se o preço é baixo, o volume exportado deve ser maior. t.me/CursosDesignTelegramhub 10 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Conseguiu acompanhar o raciocínio? É necessário vender muito e para isso: produzir muito É nesse momento que é importante destacarmos o conceito de produtividade, ou seja, produzir o máximo possível utilizando o menor número de terras (mas isso não significa que há uma redução na concentração de terra, ok?) . Vamos desenhar? "A agricultura moderna está submetida à lógica do mercado, que exige o contínuo aumento da produtividade. Os produtores devem utilizar cultivares de alto rendimento, que geralmente dependem da aplicação de grandes quantidades de pesticidas e herbicidas produzidas pela indústria química.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 317 e 318) Note que a produção é a mesma, entretanto, na situação A o espaço necessário foi menor, isso indica que as técnicas aplicadas foram mais intensas. E o que torna uma prática com uma maior produtividade? Modificações nas sementes, melhoramento do solo, uso de maquinários e diversos insumos químicos, entretanto, é muito importante destacar aqui o uso de agrotóxicos. Situação A Situação B Produção: 10 000 ton Produção: 10 000 ton CULTIVARES (...) qualquer variedade de planta produzida por meio de técnicas de cultivo, que, em geral, não são encontradas em estado silvestre. Por exemplo, há diversos cultivares de milho diferentes, e a escolha de certo tipo pode afetar o sucesso da lavoura. (MAGNOLI, Demétrio. 2012. P. 318) t.me/CursosDesignTelegramhub 11 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Os usos de agrotóxicos levantam diversas polêmicas, afinal como tantas outras tecnologia, há pontos positivos e negativos quanto à aplicação. Por exemplo, há quem defenda que sem o uso desses insumos seria necessário ampliar ainda mais as áreas de produção. Mas também há correntes contrárias que destacam que o tal mecanismo aumenta o número de pragas, pode poluir o solo e as águas e são danosos à saúde. "Os cultivares de alto rendimento substituem as variedades tradicionais, que estão mais bem adaptadas aos diferentes ecossistemas e são mais resistentes às pragas. O uso intensivo de agrotóxicos constitui importante problema ambiental – e também uma questão de saúde pública. Os resíduos desses produtos figuram entre as principais fontes de poluição de rios, lagos e lençóis subterrâneos. Além disso, afetam a saúde dos trabalhadores rurais em contato direto com volumes crescentes de veneno e, indiretamente podem trazer prejuízos à saúde dos consumidores.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 318) Além dos agrotóxicos, podemos destacar os Organismos Geneticamente Modificados (OMGs), também chamados de transgênicos. Esses foram desenvolvidos em meados da década de 1990, graças às evoluções em um dos ramos da biotecnologia – a pesquisa genômica. Assim, esses são cultivares de alto rendimento que permitem o aumento da produtividade e o controle de pragas e doenças, e, na prática, apresentam pontos positivos e negativos: Figura 01 – Predomínio de uso de agrotóxicos entre os estabelecimentos agropecuários no Brasil por município (2017) Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2017 t.me/CursosDesignTelegramhub 12 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima ▪ Pontos positivos: aumento da produtividade, redução do uso de agrotóxicos, adaptação à diferentes ambientes, melhorias nutricionais; ▪ Pontos negativos: falta de conclusões confiáveis sobre os impactos sobre o meio ambiente e para a saúde humana, dependência de grandes indústrias agroquímicas no fornecimento de sementes, risco na redução da diversidade de plantas cultivadas (erosão genética) No Brasil, o cultivo da soja lidera o uso de transgênicos, mas é preciso destacar o milho e o algodão Que o Brasil é uma grande potência agrícola não temos dúvida, mas quando o assunto o comércio exterior há fatores internos e externos que ditam o volume de exportação e os ganhos através delas. Nosso país e outros em desenvolvimento enfrentam restrições que os impedem de expandir ainda mais o volume de exportações, já que existe um protecionismo de países mais ricos, assim, além de concederem elevados subsídios aos agricultores locais, países desenvolvidos aplicam de forma conjunta ou isolada diversas medidas, tais como: ▪ Barreiras tarifárias: aumento de impostos sobre produtos importados (encarecendo o produto externo); ▪ Barreiras não tarifárias: que são argumentos para restringir importações. São elas: o Barreiras fitozoossanitárias: alegam que os produtos agropecuários correm risco de contaminação; o Cláusulas trabalhistas: sobretaxa ou proibição de importação de produtos oriundos de países com poucas leis trabalhistas, baixos salários ou mão de obra escrava/semiescrava; o Cláusulas ambientais: : sobretaxa ou proibição de importação de produtos oriundos de países com problemas de ordem ambiental/sustentável no processo de produção; o Embargo: proibição de importação de qualquer produto por diferentes motivos políticos (governos ditatoriais, com grupos terroristas, práticas de tortura, com perseguição política ou religiosa) e que não respeite a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU; o Cotas para importação: limitação da quantidade de produtos que entra no país. Entretanto, além das causas externas, há fatores internos que diminuem a competitividade e a capacidade de crescimento da agropecuária brasileira, tais como: ▪ Aumentos dos custos operacionais devido às deficiências no setor de transporte e armazenagem; ▪ Elevada carga tributária; ▪ Baixa disponibilidade de crédito e financiamentos – principalmente para pequenos produtores; ▪ Falta de incentivo à formação de cooperativas; ▪ Baixa abrangência de eletricidade em zonas rurais, dificultando o processo de irrigação, armazenagem, entre outros. t.me/CursosDesignTelegramhub 13 Prof.ª PriscilaLima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima ÊXODO RURAL Antes de tudo, quando falamos de êxodo rural, nos referimos a saída da população do campo em direção ao espaço urbano. Tal deslocamento pode acontecer por diferentes motivos, mas são duas as forças principais: atrativas, ou seja, pelos benefícios que a cidade apresenta, e as repulsivas, pelos problemas que o campo impõe. No Brasil, os fatores repulsivos foram os mais importantes no processo de êxodo rural Pensando a trajetória da produção agrária no Brasil, podemos identificar o domínio da grande propriedade. Mas entre as décadas de 1950 e 1980 houve um estímulo ainda maior à monocultura e mecanização, o que intensificou a concentração de terras. Pense aqui comigo: quem conseguiria comprar grandes terras e investir em maquinários e insumos variados? Empresas e proprietários com maior poder aquisitivo, né? Então, na prática, o pequeno produtor encontrou maiores dificuldades para se manter no campo, já que terras concentradas formam uma grande barreira para a agricultura familiar (ainda que muitas famílias continuem no campo produzindo em terras devolutas ou improdutivas) e essas pessoas dificilmente estariam capacitadas para trabalhar com os maquinários que chegaram no campo e substituíram grande parte da mão de obra. O êxodo rural marcado por tamanha repulsão, levou às cidades brasileiras muitas pessoas, que em busca de melhores condições de vida se esbarraram com um cenário de empregos mal remunerados, assim não conseguiam manter condições de moradia, alimentação e transporte – e muitas vezes, o salário não era o suficiente para outras necessidades cotidianas básicas. "No Brasil, os fatores de repulsão (concentração de terras, baixos salários, desemprego, etc.) foram os que mais contribuíram para explicar o movimento migratório rural- urbano. É impossível entender as grandes desigualdades sociais do Brasil, que apresenta uma das maiores concentrações de renda do mundo, sem considerar esse fato. A opção pelo fortalecimento da agricultura familiar e a realização da reforma agrária, sobretudo nas décadas em que a população era predominantemente rural, poderiam ter proporcionado melhores condições de vida a milhões de famílias caso tivessem sido efetivadas.” (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 663) CAMPO REPULSÃO ▪ Terras concentradas ▪ Mecanização (desemprego estrutural) CIDADE CONDIÇÕES ▪ Baixos salários ▪ Dificuldade em manter condições básicas ÊXODO RURAL t.me/CursosDesignTelegramhub 14 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima DINÂMICAS TERRITORIAIS DA ECONOMIA RURAL "O Brasil conheceu uma modernização agrícola desigual do ponto de vista espacial. Os complexos agroindustriais desenvolveram-se principalmente no Centro-Sul. Como reflexo disso, quase dois terços do valor total da produção agropecuária derivam dos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 320) Figura 02 – Organização espacial da agropecuária no Brasil Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli in: MAGNOLI, Demétrio, 2012 t.me/CursosDesignTelegramhub 15 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Gráfico 01 Distribuição da área/quantidade de estabelecimentos rurais - Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 Pelo Centro-Sul do Brasil se estendem zonas agropecuárias diversificadas, coexistindo a agricultura empresarial, a agricultura familiar especializada e a pecuária moderna. É nessa porção do país, por exemplo, que temos a concentração de maquinários agrícolas, como tratores, o que também indica a utilização de outras tecnologias e serviços avançados (seleção de sementes, irrigação, assistência técnica especializada e, até mesmo, o uso de imagens de satélite e drones). Os complexos agroindustriais do Centro-Sul concentram a produção de importantes culturas comerciais, tais como: soja, cana-de-açúcar, café, laranja, arroz e fumo 16,40% 13,80% 12,60% 12,10% 12,00% 7,60% 4,90% 4,80% 3,40% 2,50% São Paulo Mato Grosso Paraná Rio Grande do Sul Minas Gerais Goiás Bahia Mato Grosso do Sul Santa Catarina Pará Brasil: os 10 estados com as maiores participações no valor total da produção agrícola - 2016 t.me/CursosDesignTelegramhub 16 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima A maior produção de cana-de-açúcar acontece em São Paulo, extrapolando para porções do norte e oeste do Paraná, bem como para Minas Gerais. Ainda encontramos tal cultivo marcando a paisagem da Zona da Mata nordestina, entretanto, um novo ciclo de aumento de produção impulsionado pelos biocombustíveis, tem expandido a agroindústria canavieira para o Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul – ou seja, nos cerrados. A produtividade da cana-de-açúcar no Centro-Sul é maior do que no Nordeste Quando o assunto é a produção de laranja o destaque também deve ser dado à São Paulo, estado com a maior produção de tal fruta. Tal produto é cultivado por pequenos e médios produtores familiares. Assim entre o estado paulista e Minas Gerais temos o cinturão citrícola do país, com destaque para cidades como Araraquara, São José do Rio Preto e Tabatinga. Quando falamos do café é comum associar a produção ao estado de São Paulo, que historicamente concentrou tala cultura que deu base para a industrialização do país – deslocando-se entre o Vale do Paraíba e o Norte do Paraná. Atualmente, a maior produção se dá em Minas Gerais e no Espírito Santo. Há a produção de café em outras porções do Brasil, como nos cerrados da Bahia e em Rondônia A produção de fumo é concentrada na região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul (com destaque para Santa Cruz do Sul), onde se desenvolve através de produtores familiares. Além de tal produto, o estado mais meridional do Brasil é responsável pela maior produção de arroz – especialmente nas terras inundáveis do vale do rio Jacuí (na Campanha Gaúcha). Também encontramos a produção de arroz em outras porções do Brasil, especialmente o arroz de sequeiro, que é tolerante à estiagem, por isso se expande para os cerrados do MT e GO. t.me/CursosDesignTelegramhub 17 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Contudo, a principal cultura do Centro-Sul (e do Brasil) é a soja. Inicialmente concentrada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, tal produção se expandiu até o noroeste do Paraná, e, após adaptações, adentrou os cerrados do Brasil Central. Pensando o Nordeste do país, há um predomínio de práticas agrícolas tradicionais, entretanto tal cenário não impossibilitou a existência de zonas de modernização e diversificação. Quanto à essas zonas, podermos destacar o Vale do rio São Francisco, onde encontramos os polos de fruticultura irrigada, comandadas por Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Além da fruticultura irrigada, temos uma agricultura moderna no oeste baiano, onde a introdução da soja modificou a paisagem e estimulou outras atividades, como a avicultura e a suinocultura. Tal produto agrário também vem alterando a dinâmica territorial e econômica dos cerrados do sul do Maranhão e do Piauí. "Um nítido sintoma da marcha da modernização é a tendência à redução da área dos estabelecimentos agrícolas e da área de lavouras. Essa tendência manifesta-se desde o início da década de 1990 em quase todo o território, com a exceção já destacada das zonas (...) que vivem o avanço da soja, e reflete o aumento da produtividade da terra, que resulta de introdução de práticas modernas, e também dos usos não agrícolas do solo, que decorre do crescimentodas cidades e das atividades voltadas para o lazer e o turismo (como hotéis-fazenda, pesqueiros e chácaras de fim de semana). (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 322) Assim, temos tal cenário: t.me/CursosDesignTelegramhub 18 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima AGRONEGÓCIO E A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA BRASILEIRA Além dos interesses internos de integração territorial, o agronegócio encontrou maiores chances de crescimento também pelo cenário internacional onde a necessidade de produtos primários cresceu, ou seja, o mercado consumidor passou a ser maior. Além disso, estamos falando de um mundo que já vinha se globalizando, logo, a maior integração entre os espaços mundiais facilitaram as exportações de commodities e importação de insumos. Figura 03 – Brasil: espaço geográfico Fonte: SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos, 2018 t.me/CursosDesignTelegramhub 19 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Assim, com a chegada/ascensão de grandes empresas, o Brasil passou a possuir grandes culturas comerciais conhecidas como “estrelas do agronegócio”. Dessa maneira, nosso país se destaca na produção de soja, cana-de-açúcar, café, laranja, algodão, milho e feijão. Entretanto, quando somados à produção familiar, temos o seguinte cenário: *Nas lavouras permanentes, como laranjais ou cafezais, as plantas produzem frutos todos os anos; nas lavouras temporárias, como as de milho, soja e feijão há apenas uma colheita por plantio. ● Soja: Utilizada na fabricação de rações animais (crescendo na alimentação humana) e é uma alternativa para fabricação de biodiesel. Cultivada especialmente no Centro-Oeste e Sul. (Complexo da soja, diz respeito ao grão, óleo e farelo de soja). ● Cana-de-açúcar: Produção de açúcar e etanol. Cultivada especialmente no noroeste paulista, onde o solo (“terra roxa”)e o clima (a pluviosidade, a temperatura e iluminação) são favoráveis. ● Milho: Utilizado na produção de rações para animais. Quando pensamos os grãos, os maiores produtores são, respectivamente: Mato Grosso, Paraná, Goiás ● Café (maior exportador e o segundo maior consumidor): A variedade climática, altimétrica e dos tipos de solo geram uma diversificação nas espécies, entre elas, arábica e robusta. Destaque: Centro-Sul de Minas Gerais. 33% 16,30% 11,90% 6,70% 3,20% 3,10% 2,70% 2,60% 2,60% 2,20% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% BRASIL: participação dos dez principais produtos no valor da produção* - 2016 Gráfico 02 – Participação dos principais produtos no valor da produção Fonte: SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos, 2018 t.me/CursosDesignTelegramhub 20 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima ● Mandioca: é uma exceção à regra de concentração geográfica da produção. Os maiores produtores são Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná – sendo disseminada por praticamente todo o país e cultivada por pequenos agricultores familiares. O destino de tal cultivo é o prioritariamente a subsistência dos próprios produtores e a comercialização em mercados locais/regionais. ● Feijão: (maior produtor mundial): O Paraná o maior produtor estadual. ● Arroz: apesar da grande produção, o país ainda depende de importação devido o elevado consumo. O estado com maior produção é o Rio Grande do Sul ● Laranja: é utilizada para fabricar suco, óleos essenciais, líquidos aromáticos e o bagaço para alimentação animal. Cultivada principalmente no estado de São Paulo. ● Banana: o Brasil é um dos maiores produtores de tal fruta (em 2021, o quarto, atrás de Índia, China e Indonésia) ● Algodão (o Brasil é um grande exportador): Cultivado no Centro-Oeste, Bahia, Maranhão e Minas Gerais. Além dessa produções, é importante destacar a silvicultura, ou seja, o cultivo de florestas através do manejo agrícola (“agricultura de floresta”), com o objetivo de produzir madeiras e outros derivados para atender as necessidades do mercado. Exemplo: plantação de eucalipto para a indústria de papel e celulose. t.me/CursosDesignTelegramhub 21 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima "De modo geral, as culturas comerciais caracterizam-se pela tendência à concentração geográfica, com a formação de zonas produtoras especializadas. Os produtores de uva concentram-se na serra Gaúcha, as fazendas cacaueiras predominam no sul da Bahia, o trigo é cultivado principalmente no oeste do Rio Grande do Sul e do Paraná, o sisal se destaca no Agreste da Bahia, o caju ocupa uma faixa litorânea do Piauí e do oeste do Ceará e a pimenta-do-reino caracteriza a agricultura do leste do Pará.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 322) Como você deve ter percebido até aqui, a produção agrária do país é diversificada, entretanto, há um cultivo que chama a atenção em termos espaciais e econômicos: a soja. Por isso, vamos aprofundar nossos estudos quanto à essa produção e destacar a pecuária nacional. Bora lá SOJA As origens da soja remontam à China, em especial a região da Manchúria nas margens do rio Yangtze (rio Azul), há mais de 5 mil anos, sendo considerada um dos cinco grãos sagrados pelos antigos imperadores chineses. Então, seguindo um caminho parecido com a cana-de-açúcar, a soja surge na Ásia, é levada para o norte da África, e, em contato com o Mar Mediterrâneo chega na Europa (sendo certos países europeus responsáveis por expandir tal cultivo em suas colônias), e, em escala comercial, a soja começou a ser produzida nos Estados Unidos. "A soja foi introduzida no Brasil pelos imigrantes que se instalaram no Rio Grande do Sul no início do século XX, mas a expansão comercial do cultivo ocorreu apenas na década de 1960, devido ao interesse crescente da indústria de óleos vegetais e ao aumento da demanda internacional pelo farelo de soja usado na alimentação de rebanhos.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 322) t.me/CursosDesignTelegramhub 22 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Na década de 1950, as geadas no Norte do Paraná expuseram uma dificuldade para a produção de café, uma vez que esse cultivo é permanente, então na prática, significa que não é possível deixar de produzir quando as temperaturas caíssem demais. Qual seria uma possível solução? A introdução de uma cultura temporária, que pudesse “dar uma pausa” nos momentos de condições atmosféricas mais extremas, e, é aí que a soja “caiu como uma luva”, afinal, esse é um cultivo típico de climas temperados/subtropicais. Observe: o mercado consumidor externo, nos meados do século XX, era favorável para a soja e as condições internas também direcionaram para tal cultivo. "No início da expansão, a produção baseava-se em variedades técnicas importadas dos Estados Unidos, adaptadas aos climas temperados, e se concentrava na região Sul.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 322) Na década de 1960, a produção de soja foi intensificada no Brasil por dois grandes motivos internos: ▪ Revezamento com o trigo: o trigo é um cultivo relacionado aos climas mais frios, por isso, se estabeleceu inicialmente na região Sul do Brasil. Entretanto, durante o verão, no clima subtropical, as temperaturas ficam mais elevadas, dificultando/impedindo tal produção, por isso, a soja começou a ser pensada como uma alternativa. No inverno produziria trigo, no verão, a produção seria de soja ▪ Aumento na produção pecuária: com o aumento dos rebanhos, há necessidade de maiorprodução de ração animal, e, aqui a soja é um cultivo muito importante. Atualmente, a produção da ração animal é o principal destino da soja t.me/CursosDesignTelegramhub 23 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Mas além dos fatores internos, durante as décadas de 1960 e 1970, o cenário internacional era favorável à produção de soja no Brasil, afinal, o principal produtor naquele período era os Estados Unidos, e, como essa cultura é temporária e nosso país está no hemisfério sul (enquanto os EUA, no hemisfério norte), as estações são opostas, então, na prática temos: quando um colhe (safra), o outro está na entressafra. Em resumo: entre as décadas de 1960 e 1970, havia um aumento do preço no cenário mundial quando o maior produtor estava na entressafra, que justamente o memento que o Brasil tem sua safra. Se as exportações estavam “bombando”, qual era o caminho mais óbvio? Aumentar a produção. Então foi nesse cenário econômico (e lembre-se que também havia o desejo político de integração territorial) que a soja começou a se expandir em direção ao Centro-Oeste. Mas você se lembra que falamos “a soja é uma cultura típica de clima mais amenos (temperado/subtropical)”? Pois é! Mas a realidade do Brasil Central é outra, e, é aqui que a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) foi fundamental ao fazer a correção do solo (tipicamente ácido) e tropicalizar a semente. "Até o início da década de 1970, a produção brasileira de soja era concentrada na região Sul, que reunia as condições naturas para esse tipo de lavoura. Nessa época, porém, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) – órgão governamental criado com o objetivo de melhorar as condições de plantio e a seleção de novas espécies adaptadas aos solos brasileiros – desenvolveu a primeira semente de soja adaptada às condições tropicais, ao mesmo tempo que criava um produto à base de calcário capaz de neutralizar a acidez natural do solo dos Cerrados.” (TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. Moderna Plus – volume único, contendo as partes I, II e III. São Paulo: Moderna, 2015.p. 254) Hoje, a soja se espalha em direção ao oeste baiano e direção às porções do Maranhão, Tocantins, Piauí, o chamado MATOPIBA, em um cenário de clima mais quente do que o original (temperado) e relevo plano, o que facilita o uso de maquinários. "Em anos mais recentes, o avanço do cultivo por todas as regiões tem garantido a manutenção da soja no topo da lisa da produção de grãos pela agricultura brasileira. Especialmente, a região denominada Matopiba. Localizada entre o Maranhão, o Tocantins, o Piauí e a Bahia, tem sido considerada uma nova fronteira agrícola (...) ocupando áreas de Cerrado e sobrepondo-se às áreas de cultivo de milho e outras culturas agrícolas.” (TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 3ª Edição. Moderna Plus – volume único, contendo as partes I, II e III. São Paulo: Moderna, 2015, p. 255) MATOPIBA Ou Mapitoba é uma região que abrange o sul do Maranhão, o leste do Tocantins, o sudoeste do Piauí e o extremo oeste da Bahia que vem se destacando na produção de grãos, especialmente de soja. (TERRA, Lygia, 2015, p. 255) Posteriormente, os preços dessa commodity começaram a baixar, já que nas décadas de 1970/1980, a demanda continuava praticamente a mesma, mas houve um aumento significativo na produção. t.me/CursosDesignTelegramhub 24 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima EXPANSÃO DA SOJA - BRASIL REGIÃO SUL Concentração: até a década de 1970 Destaque: condições naturais Atenção: PR e RS permanecem como grandes produtores REGIÃO CENTRO-OESTE Destaque: modificações ▪ Semente: tropicalização ▪ Solo: controle da acidez (calagem) Atenção: havia o interesse em integrar o Brasil Central , por isso o Estado criou incentivos MT | MS | GO : terras baratas (nova fronteira agrícola) MATOPIBA Destaque: relevo plano MAranhão TOcantins PIauí BAhia Figura 04 – Brasil: espaço geográfico Fonte: TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges, 2012 t.me/CursosDesignTelegramhub 25 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima A produção de soja no Brasil é feita em grande escala pelo agronegócio, através de grandes empresas, em latifúndios e se utilizando de técnicas muitas vezes avançadas, mas uma pequena parte da produção está associada às cooperativas. Atenção: um dos grandes “problemas” enfrentados pela sojicultura brasileira é a logística para a exportação. Afinal, a maior produção se encontra no Brasil Central e precisa ser levada até o litoral. Os problemas de infraestrutura afetam negativamente os preços, tornando a soja brasileira mais cara do que poderia ser, afetando na competitividade. Nesse sentido, uma nova tendência vem se desenhando no país: a exportação através de portos na porção setentrional do Brasil. COOPERATIVAS Médias e pequenas produtores que se associam para a produzir Figura 05 – Brasil: Cadeia produtiva da soja Fonte: TERRA, Lygia; ARAÚJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges, 2015 t.me/CursosDesignTelegramhub 26 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima PECUÁRIA DE CORTE A pecuária no Brasil se desenvolveu sob a lógica de sistemas extensivos, sendo fundamental para a expansão e interiorização das atividades agropecuárias – o que na prática garantiu um maior ocupação do interior do país e ampliou o desmatamento para o avanço da fronteira agrícola. Nosso foco aqui será na pecuária bovina de corte, mas antes de aprofundarmos nesse tema, é fundamental esclarecer que o termo rebanho não diz respeito apenas à “bois e vacas”, mas sim a um grande número de animais da mesma espécie que são agrupados e controlados pelo ser humano. Ok? É importante que você saiba isso porque o maior rebanho brasileiro é de galináceos. “Em relação à criação de animais, as aves, sobre tudo os galináceos, compõem o maior número; em 2016, a região Sudeste abrigava cerca de 42% da produção de ovos do país, enquanto a região Sul concentrava mais de 50% das aves que seriam abatidas (...) O segundo maior rebanho do país era o de bovinos.” (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 674) Assim, destacamos que a produção de carne de aves e suína, que também se destacam no cenário global, concentram-se na região Sul, em estabelecimentos familiares que fornecem a matéria-prima para grandes empresas de processamento, como a BRF Brasil Foods (que surgiu em 2009, a partir da fusão entre a Sadia e a Perdigão). Mas pensando na pecuária bovina, podemos inferir que há uma mudança na estrutura produtiva desde a década de 1980 (ou seja, vem deixando de ser predominantemente extensiva). Dentre os sinais prático de tal mudança destacamos a maior frequência na seleção de raças e a vacinação do gado (alimentado com pastos cultivados durante períodos de chuva e com ração durante a seca). Tais mudanças também são evidenciadas em porções onde predominava a pecuária extensiva, como o Sertão nordestino, o Centro-Oeste e na periferia da Amazônia. “O crescimento da produção das regiões Centro-Oeste e norte do país vem sendo registrada desde o fim da década de 1980, superando áreas tradicionais de pecuária bovina, como o Sul. Os maiores rebanhos bovinos estão localizados nos estados do Mato grosso, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul.” (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 674) REBANHOS BRASILEIROS - 2016 Tipos de criaçãoNº de cabeças (em milhões) Galináceos 1 350 Bovinos 218 Suínos 40 Ovinos 18,4 Caprinos 5,6 t.me/CursosDesignTelegramhub 27 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Além de uma produção efetiva, a garantia de uma maior exportação agropecuária perpassa acordos de ordem supranacional e ambiental tais como a “moratória dos grãos” (2006) e a “moratória da carne” (2009), que são acordos “efetivados entre distribuidores, como a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), grandes frigoríficos, cadeias de supermercados e ONGs (...), cujas cláusulas definem o comprometimento de não comercializar produtos agropecuários de áreas desmatadas após 2006.” (SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. 6ª Edição. Volume Único. São Paulo: Ática, 2018.p. 674) Assim, pensando a produção agropecuária do Brasil e a exportação, temos o seguinte uso das terras: t.me/CursosDesignTelegramhub 28 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima ESRUTURA FUNDIÁRIA E ASPECTOS SOCIAS NO CAMPO BRASILEIRO "A terra é o meio de produção fundamental na agropecuária. A concentra da propriedade da terra é um dos traços marcantes da economia rural brasileira, cujas origens remotas encontram-se no modelo de colonização aplicado à América portuguesa. Esse padrão concentrados serviu de base para a configuração da agricultura moderna brasileira, que exibe nítida dicotomia entre grandes e pequenos estabelecimentos rurais.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 324) As capitanias hereditárias (1534-1549) deram origem ao latifúndio e, consequentemente, à desigualdade social. Desde o início da colonização, o espaço agrário brasileiro foi transformado para atender ao mercado internacional. A implantação da cana-de-açúcar no Nordeste implicou a doação de sesmarias (terras para exploração, desde o século XVI até 1822). Nessa época, os poucos trabalhadores livres estavam vinculados aos engenhos. Surgiram também os posseiros, pessoas que se apossavam das terras que não foram dadas pela Coroa Portuguesa, sendo considerada ilegal. "O sistema das sesmarias originou a concentração fundiária. Na época colonial, surgiram dois personagens básicos da economia rural do país: de um lado o latifundiário (sesmeiro), que detinha vasta extensão de terras e empregava numeroso contingente de escravos para a produção de gêneros tropicais exportáveis; de outro, o posseiro, que ocupava terras devolutas, dedicando-se à produção de subsistência e também a culturas alimentares consumidas nos latifúndios.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 325) Em 1850 foi estabelecida a Lei de Terras, que constituía a compra como única forma de acesso à terra. Quem já estava nela, recebia o título de proprietário, no entanto, deveria residir e produzir no solo em que se encontrava. Essa medida favoreceu especialmente os barões do café que estavam interessados em desenvolver a plantation e concentrar o poder político em suas mãos. "A Lei de Terras foi o ponto de partida para o surgimento de um mercado de compra e venda da propriedade fundiária. Desse modo, a terra adquiriu a condição de mercadoria: tornou-se patrimônio do fazendeiro e veículo para a imobilização e proteção do capital. A legislação fundiária, que preparou a extinção do trabalho escravo quase concomitantemente com a Lei Eusébio de Queirós, excluiu os pobres do acesso à terra.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012.p. 325) Quanto a isso, o professor Umbelino (1996) também infere: Quando se estuda historicamente a estrutura fundiária no Brasil, ou seja, a forma de distribuição e acesso à terra, verifica-se que desde os primórdios do períodos colonial essa distribuição foi desigual. Primeiro foram as capitanias hereditárias e seus donatários, depois foram as sesmarias. Estas estão na origem de grande parte dos latifúndios do país. São frutos da herança colonial quando a terra t.me/CursosDesignTelegramhub 29 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima era doada pela Coroa aos membros da corte (...) pode-se verificar que essas marcas que caracterizam a concentração fundiária no Brasil têm sua origem na própria história do país.” No início do século XX, a economia brasileira era majoritariamente agroexportadora com uma estrutura fundiária ainda altamente concentradora, isso gerou manifestações, revoltas e pressões de trabalhadores rurais. Entretanto, a partir da década de 1930 o processo de industrialização no Brasil faz com que o país migre de um modelo Agroexportador para Urbano-Industrial, o que no campo criou uma lógica de capitalização das terras, ou seja, as terras são vistas como mercadoria e não como um bem social, nesse sentido, grupos se articulam, aqui destacamos as Ligas Camponesas. Um debate tomou conta do início da década de 1960: as reformas de base do governo João Goulart (1961-1964) incluíam a reforma agrária. Sua orientação política contrariava os interesses dos grandes proprietários rurais, dos banqueiros, dos industriais e dos grandes comerciantes, pois nesse tempo os três últimos grupos já tinham se transformado em donos de terras. O Estatuto da Terra de 1964, considera Reforma Agrária, o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade. Entretanto, tais definições se limitaram ao campo teórico. Após o Regime Militar, com a Constituição Federal de 1988, estabeleceu a realização da reforma agrária em terras não produtivas, mas não definiu o que é uma terra improdutiva. Em 1993, o Congresso aprovou uma lei onde em uma área, ao menos 80% deve ser agricultável, salvo em caso pecuarista, ou torna-se passível de reforma agrária. Porém, é uma questão pouco fiscalizada. Pensando o contexto mais atual, observe o gráfico a seguir: Gráfico 03 Distribuição da área/quantidade de estabelecimentos rurais - Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017. 12,8 28,8 10,8 14,8 32,8 81,4 15 1,1 0,7 0,3 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Até 50 ha De 50 até 500 há De 500 a menos de 1 000ha De 1 000 a menos de 2 500 Mais de 2 500 Distribuição da área e da quantidade de estabelecimentos rurais, segundo os grupos de área - Brasil - 2017 Área Estabelecimentos t.me/CursosDesignTelegramhub 30 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Com base nesses dados, é possível afirmar que é um predomínio das pequenas propriedades quando o assunto é o número de propriedades, mas se pensarmos a extensão, é notório que os latifúndios são predominantes, principalmente no Brasil Central Resumindo: há muitas pequenas propriedades, mas as maiores extensões de terra estão nas mãos de poucos latifundiários Observe o mapa a seguir e note que há um predomínio de latifúndios no interior do país: Figura 06 Área média dos estabelecimentos agropecuários no Brasil - Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017 Mesmo concentrando a maior parte das terras do Brasil, não é o agronegócio o principal responsável por empregar no campo, visto que o uso de máquinas é mais intenso: A agricultura familiar emprega mais do que o agronegócio LATIFÚNDIO Latifúndio por expansão: superior à 600 módulos rurais Latifúndio por exploração: inexplorado ou deficientemente explorado t.me/CursosDesignTelegramhub 31 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Figura 04 Proporção da área dos estabelecimentose do pessoal ocupado, segundo os grupos de área - Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2017. No Brasil, a estrutura fundiária é altamente concentradora. Pouca gente tem muita terra, muitos têm pouca terra e uma massa enorme de trabalhadores rurais não tem terra. Essa concentração é histórica. QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES 1. (2023) O 3º Sargento Carlos, servindo no 1º Batalhão de Engenharia de Construção, foi destacado para montar um acampamento em uma localidade no interior do estado do Ceará, onde o Batalhão irá construir um açude para o abastecimento de água para a população. Ao coletar informações sobre a localidade, o Sargento Carlos anotou a seguinte observação: “O tipo de agricultura que prevalece na localidade é voltado para as necessidades imediatas de consumo alimentar dos próprios agricultores e de seus dependentes. Por falta de assistência técnica e de recursos, ao perceber o esgotamento do solo em uma área cultivada, a família desmata uma área próxima e pratica a queimada para acelerar o plantio, dando início à degradação de uma nova área, que será brevemente abandonada.” O tipo de agricultura observada pelo militar caracteriza-se como: A) agricultura patronal intensiva B) agricultura de jardinagem C) agricultura itinerante D) agricultura patronal extensiva E) “plantation” 71,7 18,8 2,4 2,3 4,4 12,8 28,8 10,8 14,8 32,8 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Até 50 ha De 50 até 500 há De 500 a menos de 1 000ha De 1 000 a menos de 2 500 Mais de 2 500 Proporção da área dos estabelecimentos e do pessoal ocupado, segundo os grupos de área - Brasil - 2017 Pessoal ocupado Área dos estabelecimentos t.me/CursosDesignTelegramhub 32 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima 2. (2022) Em relação à dinâmica recente e às características do agronegócio praticado no Brasil, a única afirmação que condiz com a realidade é: A) A produção de frango nunca teve uma participação expressiva no cenário brasileiro. B) Entre 1996 e 2006, o aumento das áreas destinadas às pastagens superou o aumento das áreas de lavouras. C) Considerando-se o aumento das áreas de lavouras entre 1996 e 2006, os melhores resultados vieram da região Sul. D) Estudos recentes apontam uma tendência de diminuição do número de estabelecimentos rurais especializados. E) No que diz respeito à pecuária bovina, percebeu-se uma tendência de interiorização nas últimas décadas. 3. (2012) No Nordeste do Brasil, os polos produtores de grãos, entre eles a soja, associados aos fluxos migratórios de agricultores do Sul do País, estão concentrados no(a) A) Zona da Mata Pernambucana. B) entorno de Petrolina-PE e de Juazeiro-BA. C) região do Seridó, no Rio Grande do Norte. D) Oeste baiano, no sul do Maranhão e do Piauí. E) agreste da Paraíba e de Pernambuco. 4. (2011) Quanto aos trabalhadores do campo, os posseiros são ocupantes de terras A) devolutas ou propriedades inexploradas. B) de outros mediante o pagamento de uma renda em dinheiro. C) de outros mediante o pagamento de uma renda em produto. D) das quais são proprietários formais. E) pertencentes ao Governo Federal e que são exploradas mediante contratos com o Ministério da Agricultura. GABARITO 1. C 2. E 3. D 4. A t.me/CursosDesignTelegramhub 33 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES COMENTADAS 1. (2023) O 3º Sargento Carlos, servindo no 1º Batalhão de Engenharia de Construção, foi destacado para montar um acampamento em uma localidade no interior do estado do Ceará, onde o Batalhão irá construir um açude para o abastecimento de água para a população. Ao coletar informações sobre a localidade, o Sargento Carlos anotou a seguinte observação: “O tipo de agricultura que prevalece na localidade é voltado para as necessidades imediatas de consumo alimentar dos próprios agricultores e de seus dependentes. Por falta de assistência técnica e de recursos, ao perceber o esgotamento do solo em uma área cultivada, a família desmata uma área próxima e pratica a queimada para acelerar o plantio, dando início à degradação de uma nova área, que será brevemente abandonada.” O tipo de agricultura observada pelo militar caracteriza-se como: A) agricultura patronal intensiva B) agricultura de jardinagem C) agricultura itinerante D) agricultura patronal extensiva E) “plantation” Comentários: Vamos analisar o trecho? Observe os pontos de destaque: “O tipo de agricultura que prevalece na localidade é voltado para as necessidades imediatas de consumo alimentar dos próprios agricultores e de seus dependentes. Por falta de assistência técnica e de recursos, ao perceber o esgotamento do solo em uma área cultivada, a família desmata uma área próxima e pratica a queimada para acelerar o plantio, dando início à degradação de uma nova área, que será brevemente abandonada.” Alternativa A – INCORRETA: o foco é no mercado externo e no elevado uso de tecnologia Alternativa B – INCORRETA: não causa a degradação de uma área e depois se dirige à outra Alternativa C – CORRETA: que no Brasil também é chamado de roça t.me/CursosDesignTelegramhub 34 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Alternativa D – INCORRETA: focada na produção para exportação Alternativa E – INCORRETA: focada na produção para exportação Gabarito: C 2. (2022) Em relação à dinâmica recente e às características do agronegócio praticado no Brasil, a única afirmação que condiz com a realidade é: A) A produção de frango nunca teve uma participação expressiva no cenário brasileiro. B) Entre 1996 e 2006, o aumento das áreas destinadas às pastagens superou o aumento das áreas de lavouras. C) Considerando-se o aumento das áreas de lavouras entre 1996 e 2006, os melhores resultados vieram da região Sul. D) Estudos recentes apontam uma tendência de diminuição do número de estabelecimentos rurais especializados. E) No que diz respeito à pecuária bovina, percebeu-se uma tendência de interiorização nas últimas décadas. COMENTÁRIOS: Alternativa A – INCORRETA: O rebanho de galináceo ocupa o primeiro lugar na produção brasileira, concentrando-se, principalmente, na região Sul. Alternativa B – INCORRETA: Com a expansão territorial da soja e o aumento da pecuária intensiva, tivemos um crescimento maior de áreas ocupadas pela produção agrária. Alternativa C – INCORRETA: A expansão da produção brasileira tem se dado no Centro-Oeste. Alternativa D – INCORRETA: Há um aumento da produção intensiva especializada Alternativa E – CORRETA: Tal tendência é observada desde a colonização, sendo uma realidade também nas últimas décadas. Gabarito: E 3. (2012) No Nordeste do Brasil, os polos produtores de grãos, entre eles a soja, associados aos fluxos migratórios de agricultores do Sul do País, estão concentrados no(a) A) Zona da Mata Pernambucana. B) entorno de Petrolina-PE e de Juazeiro-BA. C) região do Seridó, no Rio Grande do Norte. D) Oeste baiano, no sul do Maranhão e do Piauí. E) agreste da Paraíba e de Pernambuco. COMENTÁRIOS: t.me/CursosDesignTelegramhub 35 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Alternativa A – INCORRETA: Nessa porção encontramos uma forte produção de cana-de-açúcar Alternativa B – INCORRETA: Tal porção concentra a produção de frutas através da irrigação Alternativa C – INCORRETA: Tal porção se destaca pelo rebanho caprino-ovino. Alternativa D – CORRETA: Parte significativa do MATOPIBA Alternativa E – INCORRETA: Região que apresenta uma agricultura familiar pulsante. Gabarito: D 4. (2011) Quanto aos trabalhadores do campo, os posseiros são ocupantes de terras A) devolutas ou propriedades inexploradas. B) de outros mediante o pagamentode uma renda em dinheiro. C) de outros mediante o pagamento de uma renda em produto. D) das quais são proprietários formais. E) pertencentes ao Governo Federal e que são exploradas mediante contratos com o Ministério da Agricultura. COMENTÁRIOS: Alternativa A – CORRETA: Ou seja, não são os donos legais da propriedade Alternativa B – INCORRETA: Esses são os arrendatários Alternativa C – INCORRETA: Esses são os meeiros Alternativa D – INCORRETA: O posseiros não são os donos formais, eles se instalam de forma ilegal Alternativa E – INCORRETA: Não há determinação formal/legal para ser caracterizado como posseiros. Gabarito: A QUESTÕES INÉDITAS 1. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Pensando a estrutura fundiária brasileira, hoje encontramos um padrão onde A) Há predomínio numérico dos latifúndios B) Há predomínio numérico de pequenas propriedades C) Há concentração de mão de obra nos latifúndios D) Há concentração de incentivos nas pequenas propriedades E) Há redução da importância econômica da posse de terras t.me/CursosDesignTelegramhub 36 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima 2. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Assinale a alternativa que elenque apenas fatos sobre a produção de soja no Brasil A) A concentração da produção de soja no Centro-Oeste levou mais de 50 anos para se estabelecer devido à baixa tecnologia no Brasil. B) O deslocamento da soja em direção ao Brasil Central foi dificultado pelo elevado valor das terras, apesar dos incentivos estatais. C) Até o início da década de 1970, graças às condições naturais, a produção de soja se concentrava na região Sul. D) Uma das maiores dificuldades iniciais para a expansão da soja foi a falta de interesse governamental, que se concentrava na industrialização do país. E) Para que a expansão da soja se desse direção ao Brasil Central, a única adaptação necessária foi a do solo, já que o relevo plano era um grande atrativo. 3. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre a relação campo-cidade no Brasil contemporâneo, podemos afirmar que alguns padrões foram estabelecidos, tais como A) ausência da interferência estatal no comércio de produtos agrícolas e na expansão da produção B) aliança entre o campo o mercado financeiro, onde as commodities agrícolas não possuem alta variação. C) a tendência de a cidade ditar aquilo que é produzido no campo, em escala global. D) a valorização dos produtos do campo, em detrimento daquilo que é produzido na cidade. E) a redução da importância dos grãos no comércio primário do país 4. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre a produção agropecuária no Brasil, podemos apontar a produção A) da caprinocultura no Nordeste B) do feijão no Norte do país t.me/CursosDesignTelegramhub 37 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima C) da maçã em Goiás D) da cana-de-açúcar no litoral de São Paulo E) da pecuária leiteira no Centro-Oeste 5. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre os setores da economia brasileira, assinale a alternativa correta A) Devido à limitação técnica na agricultura familiar, o setor primário é aquele que mais emprega no Brasil. B) Por não apresenta um produto concreto, o setor terciário não é contabilizado no PIB brasileiro. C) Desde a década de 1990, com o avanço industrial, houve a concentração mão de obra no setor secundário D) Inchaço urbano, mecanização do campo e automação industrial impulsionaram a hipertrofia do terciário E) A baixa tecnologia aplicada ao setor primário brasileiro reduziu a competitividade e produtividade 6. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre a produção de soja e o território brasileiro, assinale a alternativa correta A) Com adaptações da semente e do solo, os estados com grande produção de soja no Brasil limitam-se ao Centro-Oeste B) A expansão da soja do Sul para o Centro-Oeste teve como ponto de partida o estado de Santa Catarina C) O clima na região Sul impediu a expansão da soja, já que tal grão é adaptado às temperaturas elevadas. D) Os incentivos estatais, entre outros fatores, favoreceram a expansão de tal grão para o Centro- Oeste E) A produção de soja no Brasil é feita exclusivamente de forma extensiva e em complexos agroindustriais t.me/CursosDesignTelegramhub 38 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima 7. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre o uso das águas dispostas em território brasileiro, assinale a alternativa correta A) O uso doméstico é o principal destino da água no Brasil desde a década de 1970. B) A agropecuária é a atividade econômica que mais consome água no Brasil. C) O modelo de irrigada extensiva predominante no Brasil reduz o uso de água D) No Brasil, a região Nordeste é a única sob risco de estresse hídrico E) A indústria é a atividade econômica que mais consome água no Brasil. 8. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Os avanços tecnológicos no campo não garantiram o fim do trabalho análogo à escravidão, sendo as áreas com os maiores fluxos de saída de trabalhadores sob essas condições marcadas por: A) reduzida concentração fundiária. B) elevados índices de vulnerabilidade social. C) elevadas taxas de urbanização e metropolização D) uma elevada produtividade industrial. E) um elevado desenvolvimento humano. 9. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre a produção e a relação campo/cidade, assinale a alternativa correta A) Os complexos agroindustriais criaram fluxos migratórios inversos aos intensificados pela industrialização B) Os cinturões verdes se tornaram fundamentais para o abastecimento de grandes cidades C) A independência entre o campo e a indústria marca as configurações atuais das cidades brasileiras D) Há forte migração sazonal da mão de obra que se desloca diariamente entre o campo e a cidade E) O avanço industrial no Brasil comprometeu a produção no campo, que ainda amarga um declínio. t.me/CursosDesignTelegramhub 39 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima 10. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre o modelo de irrigação predominante na fruticultura do São Francisco, podemos afirmar que A) é típica de uma área subdesenvolvida B) previne a salinização C) corresponde à sojicultura D) intensifica a erosão E) afeta negativamente as hidrelétricas 11. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre a fruticultura irrigada em Petrolina e Juazeiro é possível afirmar, exceto que: A) se beneficia dos enclaves de altitude para maior umidade e fertilidade do solo B) tem como principal mercado o cenário exterior, com destaque para a Europa C) trata-se de uma área de agricultura intensiva, com controlado uso de agrotóxico D) a exportação se dá principalmente de por avião, a partir do aeroporto de Petrolina E) são produtos que ganham valor na Europa, continente que recebe parte significativa da produção. Comentários Atenção: queremos a situação que não se aplica A) Correto. Essa região não fica em um brejo de altitude B) Incorreto. Lembre-se que esse transporte é feito por aviões. C) Incorreto. Um grande destaque são as técnicas de irrigação D) Incorreto. Lembre-se que são produtos perecíveis e sensíveis, por isso precisam ser entregues logo E) Incorreto. Tais frutas são “caras” em muitos países europeus t.me/CursosDesignTelegramhub 40 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA ProfessoraPriscila Lima Gabarito: A 12. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre a economia da Região Sul podemos destacar, exceto: A) o maior rebanho suíno e de frangos do Brasil B) a baixa produção de grãos e rizicultura de sequeiro C) a coexistência entre agricultura familiar e patronal D) fortalecimento industrial a partir da descentralização do Sudeste E) fortes relações econômicas com países do MERCOSUL 13. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre a estrutura agrária brasileira, assinale a alternativa correta A) Há um predomínio em número e em extensão de latifúndios B) Se tornou concentrada com a expansão dos grãos pele Centro-Oeste C) Há um predomínio numérico de pequenas propriedades D) Promove atividades de abastecimento interno E) reforça o caráter típico pós uma reforma agrária 14. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) A expansão da sojicultura pelo Brasil Central trouxe diferentes impactos em termos territoriais e econômicos, entre eles: A) a expansão da área de pequenas propriedades. B) a redução do uso de insumos nas áreas de fronteira agrícola. C) a queda nas tensões no campo pela posse de terra. D) o predomínio latifúndios para a consumo interna. t.me/CursosDesignTelegramhub 41 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima E) a intensificação da concentração da estrutura fundiária 15. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) O principal grão de exportação e a região brasileira que abrigou a sua primeira frente de expansão são A) a soja e o Sudeste. B) o milho e o Sudeste. C) o milho e o Centro-Oeste. D) a soja e o Centro-Oeste. E) a soja e o Norte. 16. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre a estrutura fundiária brasileira, assinale a alternativa correta A) A concentração de terras no Brasil é uma herança da colonização, fortalecida pela ausência de determinações legais na atualidade B) Atualmente, a agricultura familiar soma a maior parte das propriedades, entretanto, ainda há concentração em termos de extensão C) Com a ascensão da indústria, o Brasil começou a se distanciar do modelo pautado no latifúndio e na monocultura, reduzindo a concentração de terras D) Com a expansão do agronegócio em direção a porção setentrional do país, tivemos a redução dos conflitos por terra na Amazônia.. E) A colonização da porção meridional do Brasil sempre foi marcada pela concentração de terras desde o seu início, e, especialmente no Rio Grande do Sul. 17. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre a modelo de expansão da soja, assinale a alternativa correta. A) Tal cenário é possível graças à evolução tecno-científica e incentivos estatais como o crédito rural t.me/CursosDesignTelegramhub 42 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima B) O aumento da produtividade no Brasil tirou definitivamente o país do mapa da fome da ONU C) A produção em questão é totalmente destinada ao mercado externo, não impedindo a fome no Brasil D) A expansão da soja atingiu recentemente porções do Paraná e chegando até o Rio Grande do Sul E) Clima tropical, solo naturalmente propício e relevo plano ajudaram na mecanização de tal produção 18. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) “A partir da década de 1960, o período conhecido como revolução verde caracterizou-se pelo aumento do controle humano sobre os processos naturais e pelo domínio de técnicas que impulsionam o aumento da produção agrícola” (TERRA, Lígia, GUIMARÃES, Raul Borges e ARAÚJO, Regina. Conexões: estudos de geografia do Brasil. 4ª edição. Moderna, 2015, p.389) Quanto às consequências do processo elencado no trecho, destacamos A) o aumento da produtividade e redução do êxodo rural B) a redução da poluição de recursos hídricos e o aumento dos preços dos produtos C) a redução dos preços dos produtos e o aumento da produtividade D) o aumento da concentração de terras e a redução da poluição do solo e recursos hídricos E) o aumento do desemprego estrutural e redução do êxodo rural 19. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) “A necessidade de aumentar a competitividade dos produtos agrícolas, os mecanismos de comercialização, escoamento e industrialização da produção têm dico dominados pelo grande capital das empresas transnacionais.” (TERRA, Lígia, GUIMARÃES, Raul Borges e ARAÚJO, Regina. Conexões: estudos de geografia do Brasil. 4ª edição. Moderna, 2015, p.391) É no cenário descrito que surgiram A) as agriculturas alternativas t.me/CursosDesignTelegramhub 43 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima B) os complexos agroindustriais C) as produções em plantantion D) as produções em curvas de nível E) os pousios agrícolas 20. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) “A prática de atar fogo à mata para limpar e preparar o terreno para a semeadura, somada à ação das chuvas e à não utilização de adubos, leva ao esgotamento precoce do solo. Agricultor é obrigado a abandonar essa terra e reiniciar o mesmo sistema em outra área.” (TERRA, Lígia, GUIMARÃES, Raul Borges e ARAÚJO, Regina. Conexões: estudos de geografia do Brasil. 1ª edição. Moderna, 2014, p.395) O sistema de cultivo em questão é denominado A) agricultura itinerante B) agricultura de jardinagem C) agricultura irrigada D) rotação de terras E) rotação de culturas 21. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) A expansão da soja no Brasil teve diversas consequências, exceto: A) a desaceleração da urbanização graças ao avanço da agricultura patronal focada, principalmente, no cultivo de grãos. B) problemas ambientais relacionados ao desmatamento - como o surgimento de ilhas de calor -, e, contaminação das águas C) aumento da produção fora do eixo de concentração industrial, reduzindo a disparidade econômica regional e implementando a lógica da agroindústria D) estruturação, em um primeiro momento, de um meio técnico-cientifico que aumentou o desemprego estrutural em áreas rurais. t.me/CursosDesignTelegramhub 44 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima E) crescimento de problemas econômicos e sociais, como a informalidade e o incremento da favelização no centro-oeste. 22. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Sobre a economia brasileira e a produção agropecuária, assinale a alternativa correta A) A produção de grãos no Centro-Oeste está intimamente relacionada à produção de grãos, de tal modo que a produção pecuária se deslocou totalmente para Amazônia, potencializando o desmatamento B) A expansão da soja tem sido associada ao desmatamento, entretanto, é importante salientar que, com as técnicas introduzidas com a Revolução Verde, o Cerrado foi o único bioma afetado C) Apesar de sua importante presença na balança comercial brasileira, a produção agropecuária brasileira ainda está fortemente associada à produtos de baixo valor agregado. D) O avanço da produção agrária no interior do Brasil impediu a expansão industrial, e, mais recentemente, em um cenário de reprimarização da economia muitas indústrias deixaram o país. E) Atualmente o escoamento da produção agrária do Brasil está limitada aos portos de Santos e Paranaguá, bem como ao sistema rodoviário, fatores que comprometem os lucros do setor. 23. (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Analise os mapas abaixo. t.me/CursosDesignTelegramhub 45 Prof.ª Priscila Lima AULA 07 – GEOGRAFIA Professora Priscila
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