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ESA 2024 AULA 13 Leitura e Interpretação de textos Prof.ª Fabíola Soares t.me/CursosDesignTelegramhub 2 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Sumário 1. Apresentação da aula 13 ....................................................................................................... 3 2. Textos jornalísticos ............................................................................................................... 4 3. Textos teóricos ...................................................................................................................... 10 4. Textos não-verbais .............................................................................................................. 11 5. Textos literários .................................................................................................................... 16 6. Intertextualidade ................................................................................................................ 24 7. Lista de exercícios ............................................................................................................... 34 Exercícios ............................................................................................................................... 34 7.1 Gabarito ........................................................................................................................ 100 7.2 Exercícios comentados ................................................................................................ 101 8. Considerações finais ......................................................................................................... 167 t.me/CursosDesignTelegramhub 3 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 1. Apresentação da aula 13 Fala, meus gigantes! Tudo bem? Chegamos à nossa última aula e eu, sinceramente, espero muito ter contribuído com a sua caminhada até aqui. Certamente você percebeu o quanto é difícil o caminho do empenho e da dedicação, mas eu te convido a olhar o quanto ele é recompensador também, o quanto ter estudado com objetivos bem traçados vai fazer com que você realize os seus melhores sonhos. Então, vamos lá fechar nosso ciclo por aqui. Em nossa aula de hoje, vamos ler bastante, ok?! Mas será muito necessário, para que garanta os acertos nas questões de compreensão e interpretação de textos que, com certeza, estarão presentes em sua prova. Vamos juntos?! ras de t.me/CursosDesignTelegramhub 4 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 2. Textos jornalísticos O que é exatamente o jornalismo? E o que é um texto jornalístico? O jornalismo se baseia na ideia de informar. É uma atividade que se realiza de maneira periódica regular, podendo ser diária, semanal, mensal ou até anual. O jornalismo é difundido através dos meios de comunicação de massa. Blog X Meios de comunicação de massa Com o avanço da comunicação na internet, muitas vezes esses dois conceitos se misturam. Lembre-se da diferença entre eles: Blog: Espécie de diário online em que o autor escreve sua opinião livremente sobre qualquer assunto desejado. São criados por blogueiros com o objetivo de opinar, sem necessidade de fundamentar com dados ou depoimentos. Meio de comunicação de massa: Podem ser mídias impressas, audiovisuais ou digitais. Possuem técnicas específicas para a produção de seus textos. São alimentados por jornalistas com o objetivo de informar de maneira fundamentada. Portanto, o jornalismo lida com dados factuais e a divulgação desses dados. É uma atividade comunicativa que deve levar em conta a pertinência dos fatos: o que vale a pena ser divulgado, para quem e por que razão? Talvez não interesse para ao Brasil a construção de uma nova linha de metrô em Tóquio, mas certamente interessa saber que haverá uma extensão no prazo de entrega do Imposto de Renda. Por isso, o jornalista deve selecionar o que dizer. Como vimos acima, há a possibilidade de haver jornalismo em diversos meios: t.me/CursosDesignTelegramhub 5 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Aqui nos interessa analisar com maior profundidade a mídia impressa e a mídia digital, pois vamos tratar de textos jornalísticos verbais. FAKE NEWS? O termo “fake news” (notícias falsas, em inglês) se tornou muito conhecido nos últimos tempos. A primeira vez que apareceu com força foi nas eleições americanas de 2016, entre Donald Trump e Hillary Clinton, em que os candidatos se acusaram mutuamente de produzir notícias falsas com o objetivo deliberado de prejudicar a campanha um do outro. Essencialmente, uma notícia falsa é redigida com o objetivo de legitimar uma ideia ou deslegitimar algo/alguém. As principais características sobre as fake News são: 1) Seu alto poder de persuasão, independente do grau de escolaridade ou classe social do leitor; e 2) Seu grande poder viral, já que são fortemente ligadas à comunicação e difusão de informações na internet, sendo principalmente divulgadas em redes sociais. Essas são justamente as características que diferem as fake news das informações falsas criadas por escritores ao longo da história: por serem fortemente ligadas à internet, as fake news se espalham rapidamente e são de difícil apuração. A origem das informações fica difusa, o que torna mais difícil checar as fontes ou dados que poderiam corroborá-las. Por isso, é muito importante que você seja capaz de fazer uma leitura crítica daquilo que é veiculado nas mídias digitais. O tema é certamente muito relevante para o contemporâneo. Em 2016, o Dicionário da Oxford elegeu “pós-verdade” como a palavra do ano. É um tema que certamente pode ser útil para a sua redação, tanto como texto motivador quando como argumentos. Não deixe de familiarizar-se com o assunto. Mídia impressa: jornais, revistas, folhetos, panfletos, tablóides, etc. Mídia audiovisual: televisão, rádio, cinema, vídeo, etc. Mídia digital: internet. t.me/CursosDesignTelegramhub 6 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos A IFLA bolou um infográfico para ajudar a identificar notícias falsas: 1.1 Gêneros Um texto jornalístico pode se direcionar a público diversos e possuir objetivos muito diferentes. Além disso, pode ser produzindo em diferentes formatos. Pode-se classificar um texto jornalístico em três gêneros: informativo, interpretativo e opinativo. t.me/CursosDesignTelegramhub 7 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Informativo Um texto informativo é aquele que se costuma pensar quando se fala em jornalismo. Ele trabalha sobre aquilo que é a base do texto jornalístico: a informação. Seu objetivo é informar sem emitir juízo de valor. São exemplos de textos jornalísticos informativos: Entrevista • Texto que envolve perguntas e respostas, entre um entrevistador (quem pergunta) e um entrevistado (quem responde). • Costuma mesclar uma linguagem mais formal com uma mais informal, já que conta com as marcas da oralidade (de quando a entrevista foi feita presencialmente). • É apresentado na forma do discurso direto. Nota • Texto muito curto, que passa apenas as informações mais básicas, sem aprofundamento. • Geralmente não contam com declarações de envolvidos. • Podem falar sobre eventos passados que tiveram menor relevância ou sobre fatos que ainda estão em curso e, portanto, ainda não se tem informação suficiente para escrever nada al´m de uma nota. Notícia • Texto jornalístico cuja pauta se baseia em fatos ocorridos no momentopresente, ou seja, fala sobre eventos que influenciam diretamente na data da publicação. É factual: não procura causas e consequências do evento relatado. • São textos curtos e simples, sem grandes análises ou aprofundamento na opinião do jornalista/veículo de comunicação. Podem contar com citações dos envolvidos, no entanto. • Devem ser apurados rapidamente e publicados enquanto ainda possuem relevância para o tempo presente. Release • Também conhecido como comunicado de imprensa (ou press release). • É um texto feito para comunicar algo importante à própria imprensa. • É usado comumente pelos órgão públicos ou empresas, podendo contar com informações práticas, como horários de abertura, valores, e-mails e telefones para contato, etc. t.me/CursosDesignTelegramhub 8 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Interpretativo Um texto interpretativo trabalha com a análise. Seu objetivo é se aprofundar em algum assunto e analisa-lo, buscando cobrir hipóteses de causa e consequência, dados de diversas fontes e leituras críticas do tema, podendo emitir opinião sobre o objeto tratado. Podem ser mais longos e mais complexos, dependendo da quantidade de informação levantada para cobrir a análise. São exemplos de textos jornalísticos interpretativos: Opinativo Um texto optativo trabalha com a visão do autor. É permitido nesse tipo de texto criticar ou elogiar algo, alguém, uma situação, evento, entre outros. Há duas questões essenciais no texto opinativo: a autoria, ou seja, de quem é a opinião transmitida; e o ângulo, ou seja, a perspectiva de tempo, lugar de publicação e referência que motiva a escrita. Esses dois elementos é que dão sentido a um texto de opinião. Esses são os tipos mais importantes: Crítica / Resenha •Análise interpretativa de algum objeto, comumente associada a produtos culturais ou artísticos. •Exige aprofundamento no tema, buscando informações externas a ele e emissão de juízo de valor. •Permite informalidade na escrita. Reportagem •Aprofundamento da notícia: além de informar, interpreta o fato citado. •Pode ou não se referir a um fato do tempo presente, ou seja, não se prende à cobertura dos fatos, mas sim à sua análise. •Maior extensão e multiplicidade de fontes. t.me/CursosDesignTelegramhub 9 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Noticiar quem foi o candidato vencedor da última eleição, é informativo. Elogiar ou criticar o candidato eleito, é opinativo. Analisar as causas que levaram à eleição de um candidato e quais os impactos dessa eleição, é interpretativo. Você precisa ter sempre em mente essa divisão dos gêneros do texto jornalístico, pois você deve ser capaz de identificar quando um texto tem por objetivo informar sobre um assunto ou opinar sobre um assunto. Artigo •Texto opinativo, normalmente escrito por colaboradores eventuais ou jornalistas convidados. •Muitas vezes é chamado de artigo de opinião (e tende a aparecer nas provas). •Sua redação é bastante semelhante à de um texto dissertativo, contando com introdução, desenvolvimento e conclusão. Crônica •Texto que equilibra referências a fatos corriqueiros ou eventos que se deram no presente, elaborações filosóficas ou metafóricas e, muitas vezes, elementos narrativos. •É um tipo bastante popular no Brasil desde o século XIX. •É escrita em linguagem informal e despretenciosa, gerand aproximação com o público. Editorial •Textos que costumam aparecer no início das edições, expondo o posicionamento do jornal e da equipe de jornalistas. •Por vezes, pode vir intitulado como "Carta ao leitor" ou "Carta do editor". •São textos normalmente curtos e sintéticos, por vezes apresentando um resumo dos textos da edição. t.me/CursosDesignTelegramhub 10 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Não é só porque você leu um texto jornalístico em algum veículo que ele se torna automaticamente isento de opinião. 3. Textos teóricos Quando falamos em ciências, a maioria dos alunos pensa automaticamente em biológicas ou exatas. O que muitos alunos esquecem, porém, é que as humanidades também são ciências. Mas como nasce uma ciência? Quando estudamos, na disciplina de História, o período da formação, da consolidação e da propagação das ideias renascentistas e Iluministas (séculos XVII e XVIII), por exemplo, vemos que as Ciências ligadas ao conhecimento da natureza - como Matemática, Química, Física e Biologia- são resultado de experimentos e de observações que passaram a questionar explicações religiosas para o mundo, entre outras visões consideradas dogmáticas. Nessa linha, podemos dizer que a crítica científica nasce a partir de um questionamento a uma realidade dada e, muitas vezes, estabelecida como senso comum. Em muitos sentidos, essas Ciências da Natureza nasceram da tensão, na vida social, entre conservar o mundo tal como ele era ou revolucioná-lo. Assim, juntamente com as discussões no campo do pensamento (questionamento de dogmas e do senso comum), podemos afirmar que elementos contextuais (contexto histórico), próprios de uma época histórica, também contribuem para o surgimento das Ciências. Há uma relação entre as ideias em seu tempo histórico e os acontecimentos históricos que ajudam a formar e a reformular as próprias ideias. São, portanto, as ciências: t.me/CursosDesignTelegramhub 11 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 4. Textos não-verbais Na hora da prova, os alunos costumam se confundir com imagens por duas razões: não saber como interpretar um texto não verbal e não possuir repertório para interpretar. A parte de ensinar a interpretar a imagem, eu garanto! O repertório, porém, depende de nós dois. Nessa aula, eu vou indicar alguns assuntos e conhecimentos que podem ajudar na hora da prova, mas é muito importante que você tenha a mente aberta para as imagens! O método mais simples que encontrei até hoje para ensinar como interpretar imagens consiste em: Ciências Biológicas • Utilizam da experimentação tanto no micro quanto no macro, estudando os seres vivos e o meio ambiente. • Estudam o ser vivo como um todo, partes de seu corpo e suas funções. • Algumas áreas de atuação: biologia, educação física, farmácia, medicina, veterinária e zoologia. Ciências Exatas • Utilizam da matemática e do raciocínio lógico para testar e formular hipóteses ou resolver problemas. • Geralmente, estão bastante ligadas a cálculos e números. • Algumas áreas de atuação: computação, engenharias, estatística, física, matemática e química. Ciências Humanas • Utilizam estudos estatísticos, relatos da sociedade e análise de experiências passadas para formular hipóteses e compreender os problemas sociais. • Têm o homem como principal objeto de estudo, tanto indivíduo quanto sociedade. • Algumasáreas de atuação: administração, antropologia, direito, economia, filosofia, história, pedagogia e sociologia. t.me/CursosDesignTelegramhub 12 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Tirinhas, cartuns, tiras, quadrinhos... são todos nomes para o mesmo tipo de texto. As tirinhas são composições que misturam texto e imagem, normalmente numa sucessão de quadros. É uma linguagem com a qual a maioria de nós está habituado, portanto, se torna mais fácil compreender e interpretar. Normalmente há dois tipos de questão que podem envolver tirinhas: • Questões de gramática, a partir dos textos das tirinhas; e • Questões de interpretação de texto, que exigem a união entre textos verbais e não verbais para compreender a mensagem. Veja um exemplo de questão de interpretação de texto literário: Examine a tira do cartunistaAndre Dahmer. 1- Identificar: - Qual é o tipo de imagem que estamos vendo? (publicidade, quadro, charge etc.?) - Quais as técnicas empregadas nessa imagem?(fotografia, pintura, escultura etc?) - Observar cores, traços, formas etc. 2 - Analisar: - O que compõe essa imagem? - Há textos que complementam a imagem? - Observar quais são os elementos mais destacados e se há detalhes menos óbvios. 3 - Contextualizar: - Qual foi o momento histórico da procução dessa imagem? - Com que objetivo essa imagem foi criada e onde ela foi veiculada ou exposta? - Buscar informações nas legendas! Signos presentes na imagem em si. Signos externos. t.me/CursosDesignTelegramhub 13 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos (Disponível em < https://twitter.com/depositodetiras/status/1304403051323719682> Acesso em 24 jul. 2020 Na tira, a ideia de signos é entendida pelo interlocutor da personagem em dúvida como a) ilustre b) excêntrica c) corriqueira d) relativa e) relevante Comentários: A alternativa A está incorreta, pois ainda que seja uma informação relevante, não se pode dizer que ela seja notável ou admirada. A alternativa B está incorreta, pois se ele considerasse essa ideia excêntrica ele sequer consideraria a possibilidade de revelar ou não para a cliente. A alternativa C está incorreta, pois não é porque a questão importa que ela seja algo cotidiano. Se fosse algo cotidiano seu colega não teria dúvidas sobre o assunto. A alternativa D está incorreta, pois o que é relativo é se o outro deve ou não contar seu signo, mas a importância do signo não é questionada. A alternativa E está correta, pois ao questionar seu colega qual o seu signo para decidir se deve ou não informar à cliente, o interlocutor indica que o signo tem muita relevância. Ele importa o suficiente para se decidir se deve ser revelado ou não. Gabarito: E Além disso, as charges também são comuns nas provas. São ilustrações cujo objetivo é satirizar alguém ou alguma situação. Muitas vezes, as charges apresentam caricaturas das personagens retratadas, para tornar a situação ainda mais irônica. t.me/CursosDesignTelegramhub 14 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos A charge costuma conter críticas de cunho político-social e falar sobre acontecimentos da atualidade. Por isso, para compreender bem uma charge é preciso estar a par dos acontecimentos recentes. É, portanto, uma narrativa efêmera: retrata acontecimentos contemporâneos, notícias. As charges costumam contar com algumas estratégias: ➢ Dão mais valor ao poder das imagens do que das palavras, ou seja, as charges costumam ter mais textos não verbais do que verbais. ➢ Lidam com a sátira, a exposição ao ridículo, principalmente a partir do exagero. Tirinha Na maior parte das vezes, critica situações corriqueiras ou comportamentos sociais. Charge Na maior parte das vezes, critica situações e eventos bem situados no tempo e no espaço. É ligada a atualidades. caricaturas: desenhos de pessoas da vida real com traços exagerados. O objetivo da caricatura é tornar cômica a personagem retratada, muitas vezes tornando mais evidentes seus traços menos elogiosos. t.me/CursosDesignTelegramhub 15 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Veja um exemplo de questão que envolve a comparação entre um texto verbal e um texto não verbal: TEXTO I Não cante vitória muito cedo, não Nem leve flores para a cova do inimigo Que as lágrimas do jovem São fortes como um segredo Podem fazer renascer um mal antigo, sim, o sim Tudo poderia ter mudado, sim Pelo trabalho que fizemos, tu e eu Mas o dinheiro é cruel E um vento forte levou os amigos Para longe das conversas, dos cafés e dos abrigos E nossa esperança de jovens não aconteceu E nossa esperança de jovens não aconteceu, não, não (Não leve flores, Belchior) TEXTO II Disponível em <https://twitter.com/LaerteCoutinho1/status/1036946489992523776> Acesso em 11 out. 2020 Considerando a relação entre os textos I e II, conclui-se que a charge t.me/CursosDesignTelegramhub 16 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos a) reafirma a possibilidade expressa no texto I de que somente através da ação se promovem mudanças. b) indica que só se é possível promover as mudanças desejadas no texto I com investimento em pesquisa. c) recupera o tema da canção, personificando o dilema do texto I a partir da figura de dinossauros. d) evidencia uma prática cultural brasileira de apenas acreditar na possibilidade de mudanças quando se é jovem. Comentários: A alternativa A está incorreta, pois o texto I indica que a mudança nem sempre é bem-sucedida, independentemente de quanto trabalho colocamos nisso ou esforço. A alternativa B está incorreta, pois a charge apenas compara a persistência dos hábitos e práticas do passado personificadas na figura do dinossauro. Não aponta para possíveis caminhos para a resolução desse dilema. A alternativa C está correta, pois o texto I fala sobre a possibilidade de que não seja possível a realização de mudanças, pois o “mal antigo” sempre pode renascer. A charge mostra que o passado e o futuro não são tão diferentes assim, indicando que aquilo que tratávamos como acabado, extinto – como os dinossauros – pode ainda estar vivo. A alternativa D está incorreta, pois não há nada na charge que aponte para uma maior preocupação dos jovens em relação a mudanças. Gabarito: C 5. Textos literários Pode-se dizer que uma obra literária pode ser interpretada segundo dois aspectos: forma e conteúdo. Quanto à forma, convém dividir os textos literários em prosa e poesia. Prosa t.me/CursosDesignTelegramhub 17 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos A prosa é o texto escrito em parágrafos. É um texto escrito sem necessariamente considerar divisões rítmicas ou sonoras. Ela pode ser dividida em dois grandes grupos: narrativa e demonstrativa. Prosa narrativa: textos históricos ou de ficção que se proponham a narrar fatos e acontecimentos. Leia este trecho do conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis: “Cândido Neves, — em família, Candinho, — é a pessoa a quem se liga a história de uma fuga, cedeu à pobreza, quando adquiriu o ofício de pegar escravos fugidos. Tinha um defeito grave esse homem, não aguentava emprego nem ofício, carecia de estabilidade; é o que ele chamava caiporismo. Começou por querer aprender tipografia, mas viu cedo que era preciso algum tempo para compor bem, e ainda assim talvez não ganhasse o bastante; foi o que ele disse a si mesmo. O comércio chamou-lhe a atenção, era carreira boa. Com algum esforço entrou de caixeiro para um armarinho. A obrigação, porém, de atender e servir a todos feria-o na corda do orgulho, e ao cabo de cinco ou seis semanas estava na rua por sua vontade. Fiel de cartório, contínuo de uma repartição anexa ao Ministério do Império, carteiro e outros empregos foram deixados pouco depois de obtidos. Quando veio a paixão da moça Clara, não tinha ele mais que dívidas, ainda que poucas, porque morava com um primo, entalhador de ofício. Depois de várias tentativas para obter emprego, resolveu adotar o ofício do primo, de que aliás já tomara algumas lições. Não lhe custou apanhar outras, mas, querendo aprender depressa, aprendeu mal. Não fazia obras finas nem complicadas, apenas garras para sofás e relevos comuns para cadeiras. Queria ter em que trabalhar quando casasse, e o casamento não se demorou muito.” Prosa demonstrativa: textos ligados à oratória (como discursos) e didáticos (ensaios, tratados, diálogos, etc.).Leia este trecho do discurso proferido por Machado de Assis na ocasião da inauguração da estátua em homenagem a José de Alencar: “Hoje, senhores, assistimos ao início de outro monumento, este agora de vida, destinado a dar à cidade, à pátria e ao mundo a imagem daquele que um dia acompanhamos ao cemitério. Volveram anos; volveram coisas; mas a consciência humana diz-nos que, no meio das obras e dos tempos fugidios, subsiste a flor da t.me/CursosDesignTelegramhub 18 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos poesia, ao passo que a consciência nacional nos mostra na pessoa do grande escritor o robusto e vivaz representante da literatura brasileira.“ Na literatura, a preocupação está na prosa narrativa, de ficção. A chamada prosa literária é uma das mais importantes para o estudo dos vestibulares. Nela se encontram os contos, as novelas e os romances: Sobre o ritmo do texto em prosa, a principal questão a se analisar é a paragrafação. Cada tipo de texto pede um modo de organização de parágrafos. Em textos dissertativos, por exemplo, tende-se a dividir os parágrafos por assuntos. Na prosa literária a organização não se dá necessariamente assim. Os autores trabalham a construção dos parágrafos de acordo com seu estilo pessoal e com o momento da narração. Pode-se dividir os parágrafos de acordo com seu tamanho ou conteúdo: ➢ Tamanho: Curtos: Se focam apenas nas informações mais importantes, descritas de maneira sucinta. Textos infantis, por exemplo, costumam contar com esse tipo de parágrafo. Ex.: “André, o bom Andrezinho, menino querido e estimado por todos que o conheciam, achava-se desesperado, banhado em lágrimas, aflito, porque sabia que o seu extremoso pai estava nos paroxismos finais da vida” (Histórias da Avozinha, Figueiredo Pimentel) Médios: Prosa literária Conto: Histórias curtas, com apenas um conflito e poucas personagens. Novela: Histórias de tamanho intermediário, com diversos conflitos que se seguem e muitas personagens. Romance: História mais longa, com um conflito central e outros secundários que ocorrem em paralelo, complementando-se. As personagens podem aparecer e desaparecer. t.me/CursosDesignTelegramhub 19 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Apresenta as ideias com maior profundidade, sem cair na prolixidade. São compostos, normalmente, por mais de um período. É uma estrutura que prende mais facilmente a atenção do leitor. Ex.: “Isaura era filha de uma linda mulata, que fora por muito tempo a mucama favorita e a criada fiel da esposa do comendador. Este, que como homem libidinoso e sem escrúpulos olhava as escravas como um serralho à sua disposição, lançou olhos cobiçosos e ardentes de lascívia sobre a gentil mucama. Por muito tempo resistiu ela às suas brutais solicitações; mas por fim teve de ceder às ameaças e violências. Tão torpe e bárbaro procedimento não pôde por muito tempo ficar oculto aos olhos de sua virtuosa esposa, que com isso concebeu mortal desgosto.” (A escrava Isaura, Bernardo Guimarães). Longos: Alguns autores utilizam parágrafos longos para descrever minuciosamente alguma situação ou personagem. Outros autores formam períodos muito longos, com muitos conectivos, como escolha estética, podendo assumir diversos significados. Neste exemplo, o parágrafo é tão extenso que chega a ser o capítulo como um todo. Ex.: “Quando o testamento foi aberto, Rubião quase caiu para trás. Adivinhais por quê. Era nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem dez, nem vinte contos, mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casas na Corte, uma em Barbacena, escravos, apólices, ações do Banco do Brasil e de outras instituições, joias, dinheiro amoedado, livros, — tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem desvios, sem deixas a nenhuma pessoa, nem esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testamento, a de guardar o herdeiro consigo o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por motivo da grande afeição que lhe tinha. Exigia do dito Rubião que o tratasse como se fosse a ele próprio testador, nada poupando em seu benefício, resguardando-o de moléstias, de fugas, de roubo ou de morte que lhe quisessem dar por maldade; cuidar finalmente como se cão não fosse, mas pessoa humana. Item, impunha-lhe a condição, quando morresse o cachorro, de lhe dar sepultura decente em terreno próprio, que cobriria de flores e plantas cheirosas; e mais desenterraria os ossos do dito cachorro, quando fosse tempo idôneo, e os recolheria a uma urna de madeira preciosa para depositá-los no lugar mais honrado da casa.” (Quincas Borba, Machado de Assis) t.me/CursosDesignTelegramhub 20 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos ➢ Conteúdo: Descritivos: Parágrafos com muitos adjetivos, cujo objetivo é detalhar algum personagem, local ou situação. Ex.: “É uma sala em quadro, toda ela de uma alvura deslumbrante, que realçavam o azul celeste do tapete de riço recamado de estrelas e a bela cor de ouro das cortinas e do estofo dos móveis. A um lado duas estatuetas de bronze dourado representando o amor e a castidade, sustentam uma cúpula oval de forma ligeira, donde se desdobram até o pavimento, bambolins de cassa finíssima.” (Senhora, José de Alencar) Dissertativos: Parágrafos que apresentam ideias e as defendem por meio de argumentos. Ex.: “Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.” (Quincas Borba, Machado de Assis) Narrativos: Parágrafos que efetivamente contam as ações das personagens e suas repercussões na história. Ex.: “A coisa se deu assim. Depois do meu telegrama (lembram-se: o telegrama em que recusei duzentos mil-réis àquele pirata), a Gazeta entrou a difamar-me. A princípio t.me/CursosDesignTelegramhub 21 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos foram mofinas cheias de rodeios, com muito vinagre, em seguida o ataque tornou- se claro e saíram dois artigos furiosos em que o nome mais doce que o Brito me chamava era assassino. Quando li essa infâmia, armei-me de um rebenque e desci à cidade.” (São Bernardo, Graciliano Ramos) Poesia Antes de entrar na estrutura da poesia em si, vamos observar os gêneros literários em que se divide a poesia. Gêneros Os gêneros poéticos, também chamados de gêneros literários são divididos em três, de acordo com suas estruturas formais e de conteúdo: lírica, épica e dramática. • Poemas que falam sobre os sentimentos e estados de espírito, direcionados diretamente ao leitor. • As emoções e opiniões do eu-lírico são bastante evidentes. • Engloba a poesia satírica,ou seja, aquela que promove sentimentos de escárnio. Gênero lírico • Poemas em que são narrados grandes feitos heroicos, reais ou mitológicos. • Os relatos são grandiosos e extensos, contando com muitas estrofes. • Ilíada e Odisseia (Homero) e Os Lusíadas (Luís de Camões) são os poemas épicos mais conhecidos. Gênero épico • Na poesia dramática não há a figura de um narrador, ou seja, as personagens são responsáveis por contar a própria história. • Pode apresentar traços tanto épicos quanto líricos em seu conteúdo, porém sua característica mais marcante é não ter narrador. • É percursora do texto teatral. Gênero dramático t.me/CursosDesignTelegramhub 22 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos A poesia é um texto estruturado em versos, ou seja, em linhas encadeadas normalmente de tamanho pequeno. A poesia se preocupa a estética, combinando sons e significados das palavras com organizações sintáticas não necessariamente preocupadas com a norma culta. Quanto à poesia, para interpretá-la é preciso prestar a atenção em: estrutura, métrica, composições e gêneros. Estrutura da poesia Vamos partir do poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa: Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. Estes são os elementos básicos de um poema: • Verso: cada uma das linhas do poema. Pode ter regularidade de tamanho ou não. “Ó mar salgado, quanto do teu sal” • Estrofe: conjunto de versos, que pode se estruturar de maneira regular ou não. Cada linha pulada no poema representa uma mudança de estrofe “Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! t.me/CursosDesignTelegramhub 23 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!” • Rima: repetição fonética que ocorre em um intervalo. Identifica-se, principalmente, pelo som das últimas palavras dos versos. “Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.” ATENÇÃO: os esquemas de rimas costumam ser representados por letras, em que cada letra corresponde a um som. Assim, na estrofe transcrita acima, o esquema de rimas seria AABBCC, em que A = “ena”, B = “dor” e C = “eu”. • Eu lírico ou voz lírica ou sujeito lírico: a pessoa que se expressa no poema. Não confunda com o próprio poeta. Enquanto artista, um poeta pode falar sobre diversos assuntos e com diversos pontos de vista. Veja, por exemplo, dois poemas de heterônimos* de Fernando Pessoa: Álvaro de Campos “Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do [que as outras, Acordar da Rua do Ouro, Acordar do Rocio, às portas dos cafés, Acordar E no meio de tudo a gare, que nunca dorme, Alberto Caeiro “O meu olhar azul como o céu É calmo como a água ao sol. É assim, azul e calmo, Porque não interroga nem se espanta” t.me/CursosDesignTelegramhub 24 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Como um coração que tem que pulsar através [da vigília e do sono.” *heterônimos: são autores fictícios, com personalidade e estilo próprios. Um mesmo poeta pode assumir diferentes personalidades e ter diversos heterônimos e cada um escrever de uma maneira. Percebe-se aqui que quando assume a postura de Álvaro de Campos, o poeta escreve sobre a cidade, a velocidade e as questões da vida urbana. Quando escreve como Alberto Caeiro, fala sobre o campo, a natureza e a paz do campo. Apesar de ser o mesmo autor, o sujeito lírico de cada um dos poemas é diferente. 6. Intertextualidade Intertextualidade explícita Observe essa imagem: Ela faz referência explícita à famosa capa do álbum Abbey Road (1969), dos Beatles. Essa fotografia já foi recriada por diversos artistas e com diversos personagens. Aqui, colocamos alguns autores de língua portuguesa no lugar dos integrantes da banda. Temos, da esquerda para a direita, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. t.me/CursosDesignTelegramhub 25 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Intertextualidade implícita Observe a comparação entre esses dois poemas: Com licença poética (Adélia Prado) Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos — dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou. Poema de Sete Faces (Carlos Drummond de Andrade) Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida As casas espiam os homens Que correm atrás de mulheres A tarde talvez fosse azul Não houvesse tantos desejos O bonde passa cheio de pernas Pernas brancas pretas amarelas Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração Porém meus olhos Não perguntam nada (...) t.me/CursosDesignTelegramhub 26 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Perceba que, nesse caso, a referência é implícita, ou seja, depende de uma interpretação mais aprofundada para ser compreendida. Depende também de maior conhecimento por parte do leitor. Caso não conhecesse o poema de Drummond, o leitor poderia não compreender essa referência. Muitas vezes você encontrará as palavras alusão ou referência para se referir à ideia de intertextualidade. Lembre-se: Alusão: menção rápida ou vaga. Referência: menção ou ato de se reportar a algo. Muitas vezes, o mesmo autor pode produzir textos que trabalham com a intertextualidade. Um dos autores brasileiros que mais profundamente realiza esse diálogo entre obras de sua própria autoria é Machado de Assis. Em nossa aula, usaremos muitos exemplos do autor. Veja esse trecho da obra Quincas Borba (1892): [CAPÍTULO IV] ESTE QUINCAS BORBA, se acaso me fizeste o favor de ler as Memórias Póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado, e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora em Barbacena. Logo que chegou, enamorou-se de uma viúva, senhora de condição mediana e parcos meios de vida, mas, tão acanhada que os suspiros no namorado ficavam sem eco. Chamava-se Maria da Piedade. Um irmão dela, que é o presente Rubião, fez todo o possível para casá-los. Piedade resistiu, um pleuris a levou. t.me/CursosDesignTelegramhub 27 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Memórias póstumas de Brás Cubas foi lançado em 1881. Ele reaproveita a personagem que dará nome ao romance de Quincas Borba, o filósofo. Isso atesta um procedimento comum em Machado de Assis: a intertextualidade com a própria obra. Sua intertextualidade tem muitas vezesa função de humilhar o leitor, de mostrar a ele o quão despreparado ele pode ser. No trecho acima, a ironia de Machado de Assis fica evidente: ele duvida que o leitor possa ter lido sua obra anterior e trata como se a leitura da obra anterior fosse um favor que o leitor faz a ele. Citação Um dos tipos de intertextualidade possíveis é a citação. A citação é o ato de referenciar a fala de outra pessoa. Ela pode ocorrer tanto de maneira direta quanto indireta. Citação direta Ocorre quando o autor coloca as palavras de outro autor em seu texto assim como elas foram escritas e referencia a origem da citação. Ex.: CAPÍTULO XLVII Talvez o Rio de Janeiro para ela fosse Botafogo, e propriamente a casa de Natividade. O pai não apurou as causas da recusa; supô-las políticas, e achou novas forças para resistir às tentações de D. Cláudia: "Vai-te, Satanás; porque escrito está: Ao Senhor teu Deus adorarás, e a ele servirás". E seguiu-se como na Escritura: "Então o deixou o Diabo; e eis que chegaram os anjos e o serviram". (Esaú e Jacó, Machado de Assis) t.me/CursosDesignTelegramhub 28 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Citação indireta Ocorre quando o autor cita as palavras de outro autor, reescrevendo o texto original ou apenas citando as palavras sem referenciar a origem. Ex.: Essa canção é popularmente conhecida na França. Ela faz referência à personagem irmã Anne, do conto A Barba Azul, de Charles Perrault. O conto fala sobre um homem muito rico que, no entanto, por possuir uma barba azul, era desprezado pelas moças. Ele vivia em um palácio suntuoso, com tapeçarias, ouro, prata e espelhos diversos, capazes inclusive de distorcer a imagem de quem se vê neles. Anne é a irmã da mulher que acaba tendo que se casar com Barba Azul. Ela é uma irmã boa – diferente de muitas dos contos de fadas. Essa fala – que em português significa “Irmã Anne, irmã Anne, você não vê ninguém chegar?” – é proferida pela irmã quando precisa de ajuda, pois Barba Azul está ameaçando matá-la. Anne fica no alto de uma torre, esperando ajuda e, de quando em quando, sua irmã a pergunta isso. O conto “O espelho”, de Machado de Assis, fala sobre um homem que, ao se encontrar sozinho em uma casa distanciada da sociedade, passa a questionar sua própria identidade, não sendo mais capaz de se reconhecer. No momento em que está ansiando pela chegada de alguém na casa, a personagem faz essa citação. Epígrafe Uma epígrafe é frase que vem no início de um livro, um capítulo, um conto etc.. Ela funciona como um tema do texto, ou seja, resume o sentido ou mensagem da obra como um todo. São citações diretas de outros autores. (...) Eu saía fora, a um lado e outro, a ver se descobria algum sinal de regresso. Soeur Anne, soeur Anne, ne vois-tu rien venir? Nada, coisa nenhuma; tal qual como na lenda francesa. Nada mais do que a poeira da estrada e o capinzal dos morros. (O espelho, Machado de Assis) t.me/CursosDesignTelegramhub 29 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Ex.: No início do conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”, de Guimarães Rosa, há duas epígrafes: um trecho de uma canção antiga e um provérbio capiau*. Perceba que nenhum desses textos possui autor conhecido. São fruto de conhecimentos populares, sem autoria definida. Isso é um traço muito comum desse autor: o uso de referências ligadas ao popular. *capiau: regionalismo que significa caipira ou roceiro, muitas vezes com sentido pejorativo. “Eu sou pobre, pobre, pobre, vou-me embora, vou-me embora ................................. Eu sou rica, rica, rica, vou-me embora, daqui!...” (Cantiga antiga) “Sapo não pula por boniteza, mas porém por precisão.” (Provérbio capiau) (A hora e a vez de Augusto Matraga, Guimarães Rosa) t.me/CursosDesignTelegramhub 30 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos O conto relata a história de Nhô Augusto, um homem que vivia uma vida mundana, com bebida, brigas e saideiras. Ele era casado com Dona Dionóra, mas a traía de maneira contumaz. Cansada do tratamento que recebia, Dona Dionóra foge junto com a filha e encontra um novo companheiro. Essa passagem possivelmente se relaciona com a cantiga antiga utilizada como epígrafe do conto em que uma voz poética feminina anuncia sua partida. Já o provérbio capiau, pode ser interpretado à luz das mudanças de comportamento de Nhô Augusto. O sapo não pula porque é bonito, mas sim porque é necessário. Nhô Augusto, da mesma forma, não muda seu comportamento e se torna um homem virtuoso simplesmente porque era “bonito”, mas sim por necessidade: sua postura era uma das principais causas de suas adversidades. Paráfrase A paráfrase é uma reescrita do texto. Ocorre quando um autor reescreve, com suas próprias palavras, o texto de outro, mantendo o sentido original. Veja um exemplo: Texto Original Paráfrase Comprar por impulso e se livrar de bens que já não são atraentes, substituindo-os por outros mais vistosos, são nossas emoções mais estimulantes. Completude de consumidor significa completude na vida. (Zygmunt Bauman. A riqueza de poucos beneficia todos nós?, 2015. Adaptado.) Ser completo enquanto consumidor significa ser completo na vida. As sensações que mais nos estimulam vêm da compra por impulso e de livrar-nos de coisas menos atrativas, trocando-as por outras mais interessantes. Observe as possíveis estratégias utilizadas aqui para criar a paráfrase: t.me/CursosDesignTelegramhub 31 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos • Inversão da ordem das informações – inverter os períodos ou a ordem das orações ajuda a diferenciar os textos. • Sinônimos – trocar palavras por outras de sentido equivalente é um modo de reescrever sem perder o sentido original. Ex.: “atraente” é substituído por “atrativas” na paráfrase. Termos genéricos (como a palavra “interessante” que utilizamos na nossa paráfrase, por exemplo) também funcionam. • Troca de classes gramaticais – muitas vezes, o mesmo radical pode dar origem a palavras de diferentes classes gramaticais. O radical “estimul-“, por exemplo, gera as palavras “estimulantes” e “estimulam”, respectivamente, adjetivo e verbo. Apenas mudar a ordem dos termos do texto não configura paráfrase. Você precisa reescrever com suas próprias palavras e, se for utilizar algo do texto original, cite o autor. Paródia Uma paródia acontece quando se faz uma releitura de uma obra, ou seja, uma reinterpretação de algo que já existe. Ela costuma assumir tom jocoso ou irônico e, frequentemente, parte de uma obra muito conhecida, de modo que a referência é rapidamente reconhecida. Veja esse poema consagrado de Gonçalves Dias. É seu poema mais conhecido de exaltação à pátria. Como muitos escritores que se encontravam longe do Brasil, sua terra natal se mostrava um espaço idealizado pela saudade. Canção do Exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, t.me/CursosDesignTelegramhub 32 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar – sozinho – à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras; Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho – à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que eu desfrute os primores Quenão encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Esse poema será revisitado muitas vezes ao longo do tempo, por diversos autores. Principalmente para os Modernistas, a primeira geração do Romantismo será fonte de inspiração. Veja trechos de diversas obras inspiradas na Canção do Exílio: “ Minha terra tem macieiras da Califórnia onde cantam gaturamos de Veneza. “ Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá “ Minha terra não tem palmeiras... E em vez de um mero sabiá, Cantam aves invisíveis Nas palmeiras que não há. t.me/CursosDesignTelegramhub 33 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos ” Murilo Mendes em Canção do Exílio ” Oswald de Andrade em Canto de Regresso à Pátria ” Mario Quintana em Uma canção Você sabia que lembrar desse poema pode te ajudar a guardar uma fórmula matemática? Leia a fórmula do Seno do arco soma A + B (𝑠𝑒𝑛(𝐴 + 𝐵) = 𝑠𝑒𝑛 𝐴 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝐵 + 𝑠𝑒𝑛 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝐴 ) no ritmo da primeira estrofe do poema: Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá seno A cosseno B seno B cosseno A O sinal que vai aqui É o mesmo que vai pra lá Obs.: o mesmo vale para a fórmula de subtração. t.me/CursosDesignTelegramhub 34 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 7. Lista de exercícios Texto para as próximas questões Importância e vantagens da reciclagem A segunda metade do século XX foi marcada pelo surgimento de uma série de produtos que contribuíram para a praticidade do nosso cotidiano. A ascensão da indústria de materiais descartáveis foi uma das protagonistas desse desenvolvimento como, por exemplo, a invenção do PET (Politereftalato de etileno). Inicialmente empregado na indústria têxtil, esse tipo de plástico logo revolucionou o setor de armazenamento e transporte de alimentos e bebidas, com as vantagens de ser inquebrável, leve e de fácil manuseio – substituindo o vidro, pesado e frágil. O consumo em grande escala dos plásticos gerou um problema em relação ao meio ambiente: o descarte desses resíduos. Nas últimas décadas, instituições defensoras da sustentabilidade passaram a pressionar os governos e as indústrias por posturas mais responsáveis: o crescimento econômico em detrimento do meio ambiente virou objeto de pesquisa de cientistas, tomou as manchetes das revistas especializadas e dos jornais e ganhou o apelo da população. O fim do uso de materiais descartáveis é inviável, tampouco os ambientalistas clamam por isso. O desenvolvimento sustentável consiste em 3Rs: reduzir, reutilizar e reciclar. A indústria fica encarregada da terceira etapa. O processo de reciclagem não só preserva o meio ambiente, mas também gera riquezas e reduz os custos de produção das empresas que investem na prática, além de promover o marketing social de “empresa eco-friendly” ou “empresa verde” (amigável ao meio ambiente). (Disponível em: https://www.simperj.org.br/blog/2018/09/27/a-importancia-e-vantagens- da-reciclagem. Acesso em 13 jun. 2019. Adaptado.) (ESA – 2020) Segundo o texto, a praticidade do cotidiano atual deve-se, em especial, à: a) Escalada da indústria de materiais descartáveis. t.me/CursosDesignTelegramhub 35 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos b) Produção de embalagens sustentáveis. c) Redução dos custos de produção, pois o PET é mais barato que o vidro, por exemplo. d) Facilidade de armazenamento dos produtos. e) Substituição de manufaturas por produtos da indústria de base. (ESA – 2020) Segundo o texto, a indústria, quanto ao desenvolvimento sustentável, deve: a) gerar riquezas e reduzir os custos de produção. b) escolher empresas que utilizem matérias-primas para a produção de embalagens sustentáveis. c) pressionar o governo, a fim de que recursos sejam revertidos para “campanha eco- friendly”. d) promover o marketing social, financiando estudos para a substituição do PET. e) responsabilizar-se pela reciclagem de materiais descartáveis. Texto para as próximas questões: A última gota A crise no Sistema Cantareira, que abastece quase 10 milhões de pessoas na grande São Paulo e no interior, é um exemplo concreto de que o abastecimento de água pode ficar comprometido também em outras cidades do Brasil. Ainda que tenhamos uma visão otimista, os últimos episódios de seca no Sudeste e no Sul, que deixaram alguns reservatórios de água dessas regiões em níveis críticos, mostram claramente que há urgência na implantação de ações de conservação para a manutenção dos recursos hídricos no país. Atualmente, as duas maiores regiões metropolitanas do Sudeste – Rio de Janeiro e São Paulo – têm o abastecimento de água garantido porque é realizada a transferência de grandes vazões de mananciais localizados em bacias hidrográficas próximas. Para o abastecimento da capital fluminense, é utilizada a bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, t.me/CursosDesignTelegramhub 36 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos enquanto a capital paulista se serve da bacia hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. As duas bacias são responsáveis pelas maiores reversões hídricas para os sistemas Guandu (RJ) e Cantareira (SP), respectivamente. São duas fontes que começam a ficar saturadas porque servem a milhares de consumidores – ambas as regiões concentram grande densidade populacional, gerando consumo de água muito maior que a capacidade produtiva dessas bacias. Desse modo, fica mais próximo o risco de os consumidores abrirem as torneiras e não verem a água escorrer. Não podemos credenciar, porém, os motivos para a crise de abastecimento somente ao consumo excessivo e ao mau uso da água por parte da população. Seria ingênuo apontar esses dois fatores apenas, pois a questão é mais complexa: vai desde a falta de políticas públicas que incentivem a proteção dos mananciais de água ao desmatamento de áreas naturais, que altera o ciclo da água e a variabilidade de chuvas nas regiões onde antes elas predominavam. Está mais que na hora de todos os setores conscientizarem-se de que o problema de escassez da água não é somente de São Paulo – é hoje o mais grave. Caso contrário, a nossa desatenção pode ser a gota d’água. O desafio consiste em garantir o abastecimento às grandes cidades brasileiras nos próximos anos, uma vez que é previsto crescimento populacional e, consequentemente, aumento das demandas de consumo. São necessários investimentos urgentes para a adequação dos sistemas produtores de água, sobretudo no Sudeste, e planejamento para otimização de uso das fontes hídricas. Além disso, a proteção de áreas naturais é condição sine qua non, pois a qualidade e a quantidade de água produzida pela natureza dependem da manutenção da vegetação nativa. Malu Nunes, engenheira florestal, é diretora-executiva da fundação grupo boticário de proteção à natureza. (Adaptado de http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/06/1464055-malu-nunes-a-ultima-gota.shtml) (ESA – 2015) Na conclusão, a autora deixa claro que pra garantir o abastecimento de água a) as ações de efeito são: investir, planejar e proteger. b) o essencial é adequar, otimizar e produzir. t.me/CursosDesignTelegramhub 37 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos c) é urgente conscientizar, garantir e preservar. d) são necessários proteção e racionamento. e) urge investir para otimizar a distribuição de água no Sudeste. (ESA – 2015) De acordo com a introdução do texto, é imprescindível. a) implantar ações de conservação para o uso dos mananciais de água. b) empreender ações de preservaçãocom vistas à manutenção dos recursos hídricos. c) agir no sentido de explorar e esgotar o potencial hídrico. d) executar ações de recuperação e exploração dos mananciais. e) atuar no sentido de recuperação dos mananciais. (ESA – 2015) A expressão latina sine qua non, levando em conta o contexto, significa a) impossível. b) inviável. c) improvável d) indispensável. e) invariável. Texto para as próximas questões Às noites abafadas e mal dormidas seguem manhãs secas e tardes tórridas. Sem trégua para o corpo, quem não rogou por chuva ou sombra nesta estação atipicamente escaldante? E quem, sem encontrar o frescor que procura, não praguejou: “Calor do cão!”? Mas o verão de 2013/2014 não será marcado tão-somente pelos recordes de temperatura. O ar está mais do que quente. Está carregado de uma perigosa escalada de corrosão do tecido social: briga de torcidas em Joinville; rebelião e assassinatos em presídio do t.me/CursosDesignTelegramhub 38 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Maranhão; criação de grupos de justiceiros no Rio; incêndios em série de ônibus em São Paulo; a ação dos black blocs e a morte do repórter cinematográfico Santiago Andrade. Os tempos que correm são dias de cão. Calor do cão e dias de cão. Não é coincidência que as duas expressões se encontrem nesta época de temperaturas inclementes. Elas foram forjadas juntas há mais de dois milênios, sob o sol mediterrâneo. Os gregos antigos perceberam haver uma relação entre o calor escaldante e o humor humano. Erraram na causa. Mas criaram um vigoroso simbolismo. Para eles, a explicação estava nos céus e não na natureza do homem. O cachorro em questão era a constelação do Cão Maior e sua principal estrela, Sírius, a mais brilhante do firmamento (próxima às Três Marias). Os gregos notaram que Sírius, também conhecida como Estrela Cão, sumia por cerca de 70 dias. E, pouco antes do verão, voltava a aparecer no leste já na alta madrugada. A conclusão a que aqueles homens chegaram foi de causa e efeito: a estrela com maior fulgor se aproximava do sol nascente e o esquentava. Sírius provocava, então, a estação cálida, o calor do cão. Os gregos acreditavam ainda que aquele período era marcado pela influência maligna do astro celeste: fraqueza de ânimo, tentações da carne e pestilências. Eram os dias de cão. O Ocidente herdou as duas expressões e as manteve vivas de geração após geração. Elas, afinal, continuam a dizer muito. O homem é essencialmente o mesmo desde sempre. Sofre os efeitos da natureza, a despeito da civilização que construiu. E o abafamento do clima continua a ser um potencial catalisador de comportamentos extremados, bestiais. Talvez seja exagero dizer que o verão brasileiro é a causa dos dias de cão. Mas, se não há explicações certeiras para o diagnóstico, ao menos é possível recorrer a metáforas climáticas para apontar o remédio. É hora de esfriar os ânimos. De andar pela sombra. Ou, para quem preferir, é tempo de procurar alguma luz na escuridão, como a das estrelas na noite escura. E de lembrar que os homens e suas paixões vão passar, mas que elas continuarão lá no alto – milênio após milênio. (Disponível em http:// www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id.Acesso em 24/04/2014) t.me/CursosDesignTelegramhub 39 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos (ESA – 2014) A expressão “dias de cão” só não se refere: a) a dias tipicamente escaldantes atualmente. b) à série de fatos vinculados à corrosão social e citados no texto. c) à época de temperaturas inclementes. d) à influência maligna da constelação de Cão Maior. e) ao verão de 2013-2014. (ESA – 2014) Assinale o trecho em que o autor dá a entender que as expressões “calor do cão e dias de cão” não surgiram atualmente: a) “Ás noites abafadas e mal dormidas seguem manhãs secas e tórridas”. b) “Não é coincidência que as duas expressões se encontram nesta época de temperaturas inclementes”. c) “Elas foram forjadas há mais de dois milênios, sob o sol mediterrâneo”. d) “Talvez seja exagero dizer que o verão brasileiro é a causa dos dias de cão.” e) “Ou, para quem preferir, é tempo de procurar alguma luz na escuridão, como a das estrelas na noite escura”. Texto para as próximas questões: SUCESSO TEM FÓRMULA "Serve para toda competição: qualidade valorizada, seleção dos melhores, prática obsessiva e persistência. Quem aplicar essa receita terá os mesmos resultados" t.me/CursosDesignTelegramhub 40 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Durante séculos, a Inglaterra dominou os mares e, dessa forma, muito mais do que os mares. Para isso tinha os melhores navios. E, para tê-los, precisava de excelentes carpinteiros navais. (...) A Revolução Industrial tardia da Alemanha foi alavancada pela criação do mais respeitado sistema de formação técnica e vocacional do mundo.(...) Assim como temos a Olimpíada para comparar os atletas de diferentes países, existe a Olimpíada do Conhecimento (World Skills International). É iniciativa das nações altamente industrializadas, que permite cotejar diversos sistemas de formação profissional. Compete- se nos ofícios centenários, como tornearia e marcenaria, mas também em desenho de websites ou robótica. Em 1982, um país novato nesses misteres se atreveu a participar dessa Olimpíada: o Brasil, por meio do SENAI. E lá viu o seu lugar, pois não ganhou uma só medalha. Mas em 1985 conseguiu chegar ao 13º lugar. Em 2001 saltou para o sexto. Aliás, é o único país do Terceiro Mundo a participar, entra ano e sai ano. Em 2007 tirou o segundo lugar. Em 2009 tirou o terceiro, competindo com 539 alunos, de sete estados, em 44 ocupações. É isso mesmo, os graduados do SENAI, incluindo alunos de Alagoas, Goiás e Rio Grande do Norte, conseguiram colocar o Brasil como o segundo e o terceiro melhor do mundo em formação profissional! (...) Deve haver um segredo para esse resultado que mais parece milagre, quando consideramos que o Brasil, no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), por pouco escapa de ser o último. Mas nem há milagres nem tapetão. Trata-se de uma fórmula simples, composta de quatro ingredientes. Em primeiro lugar, é necessário ter um sistema de formação profissional hábil na organização requerida para preparar milhões de alunos e que disponha de instrutores competentes e capazes de ensinar em padrões de Primeiro Mundo.(...) Em segundo lugar, cumpre selecionar os melhores candidatos para a Olimpíada. O princípio é simples (mas a logística é diabolicamente complexa). Cada escola do SENAI faz um concurso, para escolher os vencedores em cada profissão. Esse time participa então de uma competição no seu estado. Por fim, os times estaduais participam de uma Olimpíada nacional. Dali se pescam os que vão representar o Brasil. É a meritocracia em ação. t.me/CursosDesignTelegramhub 41 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Em terceiro lugar, o processo não para aí. O time vencedor mergulha em árduo período de preparação, por mais de um ano. Fica inteiramente dedicado às tarefas de aperfeiçoar seus conhecimentos da profissão. É acompanhado pelos mais destacados instrutores do SENAI, em regime de tutoria individual. Em quarto, é preciso insistir, dar tempo ao tempo. Para passar do último lugar, em 1983, para o segundo, em 2007, transcorreram 22 anos. Portanto, a persistência é essencial. Essa quádrupla fórmula garantiu o avanço progressivo do Brasil nesse certame no qual apenas cachorro grande entra. (...) A fórmula serve para toda competição: qualidade valorizada, seleção dos melhores, prática obsessiva e persistência. Quem aplicar essareceita terá os mesmos resultados. Revista Veja, pág. 22, 24 de fevereiro de 2010. (ESA – 2011) O texto apresenta ingredientes da fórmula do sucesso, porém um desses ingredientes não está diretamente relacionado à aquisição prévia de conhecimentos. Esse ingrediente é a(o) A) formação profissional. B) qualidade valorizada. C) seleção dos melhores. D) aperfeiçoamento de conhecimentos. E) persistência. (ESA – 2011) O resgate de momentos históricos no 1º e 2º parágrafos do texto é utilizado com a finalidade prioritária de A) noticiar as novas descobertas relacionadas ao assunto em questão. B) ampliar nossos conhecimentos relacionados à construção de navios. C) mostrar que há muito tempo o sucesso tem fórmula. t.me/CursosDesignTelegramhub 42 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos D) apresentar dados estatísticos sobre resultados do passado. E) minimizar o papel do profissional frente aos resultados. (ESA – 2011) O vocábulo meritocracia aparece no oitavo parágrafo do texto. Considerando o contexto, o significado que melhor o substitui é A)agradecimento. B) honradez. C) merecimento. D) entusiasmo. E) altruísmo. Texto para as próximas questões: Eles blogam. E você? Após o surgimento da rede mundial de computadores, no início da década de 1990, testemunhamos uma revolução nas tecnologias de comunicação instantânea. Nós, que nascemos em um mundo anterior à Internet, aprendemos a viver no universo constituído por coisas palpáveis: casas, máquinas, roupas etc. O contato se estabelecia entre seres humanos reais por meios "físicos": cartas, telefonemas, encontros. Em um mundo concreto, a escola não poderia ser diferente: livros, giz, carteiras, quadro-negro, mural. Esse espaço é ainda hoje definido por uma série de símbolos de um tempo passado e tem se mantido relativamente inalterado desde o século XIX. Os alunos atuais, porém, são nativos digitais. Em outras palavras: nasceram em um mundo no qual já existiam computadores, Internet, telefone celular, tocadores de MP3, videogames, programas de comunicação instantânea (MSN, Google Talk etc.) e muitas outras ferramentas da era digital. Seu mundo é definido por coisas imateriais: imagens, dados e sons que trafegam e são armazenados no espaço virtual. t.me/CursosDesignTelegramhub 43 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos Um dos aspectos mais sedutores do ciberespaço é o seu poder de articulação social. Foi no fim da década de 1990 que os usuários da Internet descobriram uma ferramenta facilitadora da interação escrita entre diferentes pessoas conectadas em uma rede virtual: os weblogs, que logo ficaram conhecidos como blogs. O termo é formado pelas palavras web (rede, em inglês) e log (registro, anotação diária). A velocidade de reprodução da blogosfera é assustadora: 120 mil novos blogs por dia, 1,4 blog por semana. O blog se caracteriza por apresentar as observações pessoais de seu "dono" (o criador do blog) sobre temas que variam de acordo com os interesses do blogueiro e também de acordo com o tipo de blog. As possibilidades são infinitas: há blogs pessoais, políticos, culturais, esportivos, jornalísticos, de humor etc. Os textos que o blogueiro insere no blog são chamados de posts. Em português, o termo já deu origem a um verbo, "postar", que significa "escrever uma entrada em um blog". Os posts são cronológicos, porém apresentados em ordem inversa: sempre do mais recente para o mais antigo. Os internautas que visitam um blog podem fazer comentários aos posts. Justamente porque facilitam a comunicação e permitem a interação entre usuários de todas as partes, os blogs são interessantes ferramentas pedagógicas. Se a escola é o espaço preferencial para a construção do conhecimento, nada mais lógico do que levar os blogs para a sala de aula, porque eles têm como vocação a produção de conteúdo. Por que não criar um blog de uma turma, do qual participem todos os alunos, para comentar temas atuais, para debater questões polêmicas, para criar um contexto real em que o texto escrito surja como algo natural? Na blogosfera, informação é poder. E os jovens sabem disso, porque conhecem o ciberespaço. O entusiasmo pela criação de um blog coletivo certamente será acompanhado pelo desejo de transformá-lo em ponto de parada obrigatória para os leitores que vagam no universo virtual. E esse desejo será um motivador muito importante. Para conquistar leitores, os autores de um blog precisam não só ter o que dizer, mas também saber como dizer o que querem, escolher imagens instigantes, criar títulos provocadores. Uma vez criado o blog da turma, as possibilidades pedagógicas a ele associadas multiplicam-se. Para gerar conteúdo consistente é necessário pesquisar, considerar diferentes pontos de vista sobre temas polêmicos, avaliar a necessidade de ilustrar t.me/CursosDesignTelegramhub 44 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos determinados conceitos com imagens, definir critérios para a moderação dos comentários, escolher os temas preferenciais a serem abordados etc. Todos esses procedimentos estão na base da construção de conhecimento. Outro aspecto muito importante é que os jovens, em uma situação rara no espaço escolar, vão constatar que, nesse caso, quem domina o conhecimento são eles. Pela primeira vez não precisarão virar "analógicos" para se adaptar ao universo da sala de aula. Eu blogo. Eles blogam. E você? Maria Luiza Abaurre, in Revista Carta na Escola. (adaptado) (Col. Naval – 2009) Analise as afirmativas abaixo. I - O primeiro parágrafo do texto já explicita toda a discussão subsequente. II - A autora sugere que os blogs são ferramentas indispensáveis para a articulação social no mundo moderno. III- O segundo parágrafo do texto contrapõe duas realidades: uma, fundamentada em coisas palpáveis; outra, em coisas imateriais. IV - Na escola, os blogs podem ser interessantes ferramentas pedagógicas que permitirão aos alunos expressarem os seus pontos de vista acerca de diferentes assuntos e, assim, abolirem a aprendizagem formal. Assinale a opção correta. A) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras. B) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. C) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras. D) Apenas a afirmativa III é verdadeira. E) Apenas a afirmativa IV é verdadeira. t.me/CursosDesignTelegramhub 45 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos (Col. Naval – 2009) O texto começa e termina com um mesmo questionamento: "Eles blogam. E você? " Assinale a opção que justifica, discursivamente, o emprego do pronome "você" . A) Apresentar alguém que pode interagir diretamente com a autora. B) Representar um ser em quem a autora pensa no momento de sua produção. C) Retratar uma participação indireta do leitor/ouvinte no "diálogo" estabelecido. D) Tratar de forma indeterminada o sujeito do verbo que o acompanha implicitamente. E) Estabelecer, por meio dele, um diálogo com o leitor/ouvinte, com vistas ao incentivo de uso da blogosfera. (Col. Naval – 2009) Assinale a opção em que a referência ao universo virtual se caracteriza pela isenção e objetividade. A) "Nós, que nascemos em um mundo anterior à Internet, aprendemos a viver no universo constituído por coisas palpáveis..." (1° §) B) "Um dos aspectos mais sedutores do ciberespaço é o seu poder de articulação social." (3° §) C) "A velocidade de reprodução da blogosfera é assustadora..."(3° §) D) "Se a escola é o espaço preferencial para a construção do conhecimento, nada mais lógico do que levar os blogs para a sala de aula. . . " (6° §)E) "O entusiasmo pela criação de um blog coletivo certamente será acompanhado pelo desejo de transformá-lo em ponto de parada obrigatória..." (7° §) (Col. Naval – 2009) O texto tem por finalidade principal A) apresentar os temas explorados nos blogs: pessoais, políticos, culturais, esportivos, jornalísticos, de humor, etc. t.me/CursosDesignTelegramhub 46 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos B) lembrar que os blogs são importantes instrumentos na interação social, leitura e produção escrita. C) mostrar à escola que livros, giz, carteiras, quadro-negro, mural são coisas do passado. D) motivar a comunidade pedagógica à exploração máxima da blogosfera. E) comparar os diferentes mundos e ferramentas computacionais. Texto para as próximas questões: Quando a rede vira um vício Com o título "Preciso de ajuda", fez-se um desabafo aos integrantes da comunidade Viciados em Internet Anônimos: "Estou muito dependente da web. Não consigo mais viver normalmente. Isso é muito sério". Logo obteve resposta de um colega de rede. "Estou na mesma situação. Hoje, praticamente vivo em frente ao computador. Preciso de ajuda." O diálogo dá a dimensão do tormento provocado pela dependência em Internet, um mal que começa a ganhar relevo estatístico, à medida que o uso da própria rede se dissemina. Segundo pesquisas recém-conduzidas pelo Centro de Recuperação para Dependência de Internet, nos Estados Unidos, a parcela de viciados representa, nos vários países estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que usam a web - com concentração na faixa dos 15 aos 29 anos. Os estragos são enormes. Como ocorre com um viciado em álcool ou em drogas, o doente desenvolve uma tolerância que, nesse caso, o faz ficar on-line por uma eternidade sem se dar conta do exagero. Ele também sofre de constantes crises de abstinência quando está desconectado, e seu desempenho nas tarefas de natureza intelectual despenca. Diante da tela do computador, vive, aí sim, momentos de rara euforia. Conclui uma psicóloga americana: "O viciado em internet vai, aos poucos, perdendo os elos com o mundo real até desembocar num universo paralelo - e completamente virtual". Não é fácil detectar o momento em que alguém deixa de fazer uso saudável e produtivo da rede para estabelecer com ela uma relação doentia, como a que se revela nas histórias relatadas ao longo desta reportagem. Em todos os casos, a internet era apenas "útil" ou "divertida" e foi ganhando um espaço central, a ponto de a vida longe da rede ser descrita agora como sem sentido. Mudança tão drástica se deu sem que os pais atentassem para a gravidade do que ocorria. "Como a internet faz parte do dia a dia dos adolescentes e o isolamento é um comportamento típico dessa fase da vida, a família raramente detecta o t.me/CursosDesignTelegramhub 47 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos problema antes de ele ter fugido ao controle", diz um psiquiatra. A ciência, por sua vez, já tem bem mapeados os primeiros sintomas da doença. De saída, o tempo na internet aumenta - até culminar, pasmese, numa rotina de catorze horas diárias, de acordo com o estudo americano. As situações vividas na rede passam, então, a habitar mais e mais as conversas. É típico o aparecimento de olheiras profundas e ainda um ganho de peso relevante, resultado da frequente troca de refeições por sanduíches - que prescindem de talheres e liberam uma das mãos para o teclado. Gradativamente, a vida social vai se extinguindo. Alerta outra psicóloga: "Se a pessoa começa a ter mais amigos na rede do que fora dela, é um sinal claro de que as coisas não vão bem". Os jovens são, de longe, os mais propensos a extrapolar o uso da internet. Há uma razão estatística para isso - eles respondem por até 90% dos que navegam na rede, a maior fatia -, mas pesa também uma explicação de fundo mais psicológico, à qual uma recente pesquisa lança luz. Algo como 10% dos entrevistados (viciados ou não) chegam a atribuir à internet uma maneira de "aliviar os sentimentos negativos", tão típicos de uma etapa em que afloram tantas angústias e conflitos. Na rede, os adolescentes sentem-se ainda mais à vontade para expor suas ideias. Diz um outro psiquiatra: "Num momento em que a própria personalidade está por se definir, a internet proporciona um ambiente favorável para que eles se expressem livremente". No perfil daquela minoria que, mais tarde, resvala no vício se vê, em geral, uma combinação de baixa autoestima com intolerância à frustração. Cerca de 50% deles, inclusive, sofrem de depressão, fobia social ou algum transtorno de ansiedade. É nesse cenário que os múltiplos usos da rede ganham um valor distorcido. Entre os que já têm o vício, a maior adoração é pelas redes de relacionamento e pelos jogos on-line, sobretudo por aqueles em que não existe noção de começo, meio ou fim. Desde 1996, quando se consolidou o primeiro estudo de relevo sobre o tema, nos Estados Unidos, a dependência em internet é reconhecida - e tratada - como uma doença. Surgiram grupos especializados por toda parte. "Muita gente que procura ajuda ainda resiste à ideia de que essa é uma doença", conta um psicólogo. O prognóstico é bom: em dezoito semanas de sessões individuais e em grupo, 80% voltam a níveis aceitáveis de uso da internet. Não seria factível, tampouco desejável, que se mantivessem totalmente distantes dela, como se espera, por exemplo, de um alcoólatra em relação à bebida. Com a rede, afinal, descortina-se uma nova dimensão de acesso às informações, à produção de conhecimento e ao próprio lazer, dos quais, em sociedades modernas, não faz sentido se privar. Toda a questão gira em torno da dose ideal, sobre a qual já existe um consenso t.me/CursosDesignTelegramhub 48 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos acerca do razoável: até duas horas diárias, no caso de crianças e adolescentes. Quanto antes a ideia do limite for sedimentada, melhor. Na avaliação de uma das psicólogas, "Os pais não devem temer o computador, mas, sim, orientar os filhos sobre como usá-lo de forma útil e saudável". Desse modo, reduz-se drasticamente a possibilidade de que, no futuro, eles enfrentem o drama vivido hoje pelos jovens viciados. Silvia Rogar e João Figueiredo, Veja, 24 de março de 2010. Adaptado. (Col. Naval – 2010) É correto afirmar que o texto A) apresenta causas, consequências e possibilidades de tratamentos para o viciado em internet. B) faz uma análise subjetiva da dependência em internet, sem se ater a faixas etárias mais propensas ao vício. C) estabelece como principais motivos para o vício em internet a baixa autoestima e os problemas de relacionamento com os pais. D) evidencia olheiras profundas, ganho de peso relevante, vida social que se extingue como exemplos dos males provocados pelo uso comedido da internet. E) parte de experiências virtuais para mostrar que o vício em internet, apesar de ser um mal relativamente novo, já atingiu proporções irreversíveis. (Col. Naval – 2010) Marque a opção correta em relação à interpretação geral do texto. A) A ideia central do texto é divulgar a importância do uso prático da internet em detrimento da diversão tão desejada. B) Os especialistas percebem que há no uso excessivo da web apenas o prejuízo no aumento de peso entre os jovens. C) A tarefa principal da internet, segundo os especialistas, é a de "aliviar os sentimentos negativos". t.me/CursosDesignTelegramhub 49 Prof.ª Fabíola Soares AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos D) Já que o uso da internet é como uma droga, não há perspectiva de solução para o problema. E) Longe dos extremos, a virtude no uso da internet estaria na justa medida.
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