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Aula_13_-Leitura_e_Interpretação_de_textos_-_ESA_2024_-_Português_enemconcursosgaucheallfree

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ESA 2024 
AULA 13 
Leitura e Interpretação de textos 
Prof.ª Fabíola Soares 
t.me/CursosDesignTelegramhub
 
 
 
 
 
 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
Sumário 
 
1. Apresentação da aula 13 ....................................................................................................... 3 
 
2. Textos jornalísticos ............................................................................................................... 4 
3. Textos teóricos ...................................................................................................................... 10 
4. Textos não-verbais .............................................................................................................. 11 
5. Textos literários .................................................................................................................... 16 
6. Intertextualidade ................................................................................................................ 24 
 
7. Lista de exercícios ............................................................................................................... 34 
Exercícios ............................................................................................................................... 34 
7.1 Gabarito ........................................................................................................................ 100 
7.2 Exercícios comentados ................................................................................................ 101 
 
8. Considerações finais ......................................................................................................... 167 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
t.me/CursosDesignTelegramhub
 
 
 
 
 
 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
1. Apresentação da aula 13 
 
Fala, meus gigantes! Tudo bem? 
Chegamos à nossa última aula e eu, sinceramente, espero muito ter contribuído com a 
sua caminhada até aqui. Certamente você percebeu o quanto é difícil o caminho do empenho 
e da dedicação, mas eu te convido a olhar o quanto ele é recompensador também, o quanto 
ter estudado com objetivos bem traçados vai fazer com que você realize os seus melhores 
sonhos. 
Então, vamos lá fechar nosso ciclo por aqui. 
Em nossa aula de hoje, vamos ler bastante, ok?! Mas será muito necessário, para que 
garanta os acertos nas questões de compreensão e interpretação de textos que, com certeza, 
estarão presentes em sua prova. 
 
 
Vamos juntos?! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ras de 
t.me/CursosDesignTelegramhub
 
 
 
 
 
 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
2. Textos jornalísticos 
 
O que é exatamente o jornalismo? E o que é um texto jornalístico? 
 O jornalismo se baseia na ideia de informar. É uma atividade que se realiza de 
maneira periódica regular, podendo ser diária, semanal, mensal ou até anual. O 
jornalismo é difundido através dos meios de comunicação de massa. 
 
Blog X Meios de comunicação de massa 
 Com o avanço da comunicação na internet, muitas vezes esses dois 
conceitos se misturam. Lembre-se da diferença entre eles: 
Blog: Espécie de diário online em que o autor escreve sua opinião livremente 
sobre qualquer assunto desejado. São criados por blogueiros com o objetivo 
de opinar, sem necessidade de fundamentar com dados ou depoimentos. 
Meio de comunicação de massa: Podem ser mídias impressas, audiovisuais 
ou digitais. Possuem técnicas específicas para a produção de seus textos. São 
alimentados por jornalistas com o objetivo de informar de maneira 
fundamentada. 
Portanto, o jornalismo lida com dados factuais e a divulgação desses dados. É uma 
atividade comunicativa que deve levar em conta a pertinência dos fatos: o que vale a pena ser 
divulgado, para quem e por que razão? Talvez não interesse para ao Brasil a construção de 
uma nova linha de metrô em Tóquio, mas certamente interessa saber que haverá uma 
extensão no prazo de entrega do Imposto de Renda. Por isso, o jornalista deve selecionar o 
que dizer. Como vimos acima, há a possibilidade de haver jornalismo em diversos meios: 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
 
 Aqui nos interessa analisar com maior profundidade a mídia impressa e a mídia digital, 
pois vamos tratar de textos jornalísticos verbais. 
FAKE NEWS? 
O termo “fake news” (notícias falsas, em inglês) se tornou muito conhecido nos últimos 
tempos. A primeira vez que apareceu com força foi nas eleições americanas de 2016, entre 
Donald Trump e Hillary Clinton, em que os candidatos se acusaram mutuamente de 
produzir notícias falsas com o objetivo deliberado de prejudicar a campanha um do outro. 
Essencialmente, uma notícia falsa é redigida com o objetivo de legitimar uma ideia ou 
deslegitimar algo/alguém. As principais características sobre as fake News são: 
 
1) Seu alto poder de persuasão, independente do grau de escolaridade ou classe social do 
leitor; e 
2) Seu grande poder viral, já que são fortemente ligadas à comunicação e difusão de 
informações na internet, sendo principalmente divulgadas em redes sociais. 
 
Essas são justamente as características que diferem as fake news das informações falsas 
criadas por escritores ao longo da história: por serem fortemente ligadas à internet, as fake 
news se espalham rapidamente e são de difícil apuração. A origem das informações fica 
difusa, o que torna mais difícil checar as fontes ou dados que poderiam corroborá-las. 
Por isso, é muito importante que você seja capaz de fazer uma leitura crítica daquilo que 
é veiculado nas mídias digitais. 
O tema é certamente muito relevante para o contemporâneo. Em 2016, o Dicionário da 
Oxford elegeu “pós-verdade” como a palavra do ano. 
 
É um tema que certamente pode ser útil para a sua redação, tanto como texto motivador 
quando como argumentos. Não deixe de familiarizar-se com o assunto. 
 
Mídia impressa: jornais, revistas, folhetos, panfletos, tablóides, etc. 
Mídia audiovisual: televisão, rádio, cinema, vídeo, etc. 
Mídia digital: internet. 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
A IFLA bolou um infográfico para ajudar a identificar notícias falsas: 
 
 
1.1 Gêneros 
Um texto jornalístico pode se direcionar a público diversos e possuir objetivos muito 
diferentes. Além disso, pode ser produzindo em diferentes formatos. Pode-se classificar um 
texto jornalístico em três gêneros: informativo, interpretativo e opinativo. 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
Informativo 
 Um texto informativo é aquele que se costuma pensar quando se fala em jornalismo. 
Ele trabalha sobre aquilo que é a base do texto jornalístico: a informação. Seu objetivo é 
informar sem emitir juízo de valor. São exemplos de textos jornalísticos informativos: 
 
Entrevista
• Texto que envolve perguntas e respostas, entre um entrevistador (quem pergunta) e um 
entrevistado (quem responde).
• Costuma mesclar uma linguagem mais formal com uma mais informal, já que conta com 
as marcas da oralidade (de quando a entrevista foi feita presencialmente).
• É apresentado na forma do discurso direto. 
Nota
• Texto muito curto, que passa apenas as informações mais básicas, sem aprofundamento. 
• Geralmente não contam com declarações de envolvidos. 
• Podem falar sobre eventos passados que tiveram menor relevância ou sobre fatos que 
ainda estão em curso e, portanto, ainda não se tem informação suficiente para escrever 
nada al´m de uma nota. 
Notícia
• Texto jornalístico cuja pauta se baseia em fatos ocorridos no momentopresente, ou seja, 
fala sobre eventos que influenciam diretamente na data da publicação. É factual: não 
procura causas e consequências do evento relatado. 
• São textos curtos e simples, sem grandes análises ou aprofundamento na opinião do 
jornalista/veículo de comunicação. Podem contar com citações dos envolvidos, no 
entanto. 
• Devem ser apurados rapidamente e publicados enquanto ainda possuem relevância 
para o tempo presente. 
Release
• Também conhecido como comunicado de imprensa (ou press release). 
• É um texto feito para comunicar algo importante à própria imprensa.
• É usado comumente pelos órgão públicos ou empresas, podendo contar com 
informações práticas, como horários de abertura, valores, e-mails e telefones para 
contato, etc. 
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Interpretativo 
Um texto interpretativo trabalha com a análise. Seu objetivo é se aprofundar em algum 
assunto e analisa-lo, buscando cobrir hipóteses de causa e consequência, dados de diversas 
fontes e leituras críticas do tema, podendo emitir opinião sobre o objeto tratado. Podem ser 
mais longos e mais complexos, dependendo da quantidade de informação levantada para 
cobrir a análise. São exemplos de textos jornalísticos interpretativos: 
 
 
Opinativo 
Um texto optativo trabalha com a visão do autor. É permitido nesse tipo de texto criticar 
ou elogiar algo, alguém, uma situação, evento, entre outros. Há duas questões essenciais no 
texto opinativo: a autoria, ou seja, de quem é a opinião transmitida; e o ângulo, ou seja, a 
perspectiva de tempo, lugar de publicação e referência que motiva a escrita. Esses dois 
elementos é que dão sentido a um texto de opinião. Esses são os tipos mais importantes: 
Crítica / Resenha
•Análise interpretativa de algum objeto, comumente associada a produtos culturais ou artísticos. 
•Exige aprofundamento no tema, buscando informações externas a ele e emissão de juízo de valor. 
•Permite informalidade na escrita. 
Reportagem
•Aprofundamento da notícia: além de informar, interpreta o fato citado. 
•Pode ou não se referir a um fato do tempo presente, ou seja, não se prende à cobertura dos fatos, mas sim à 
sua análise. 
•Maior extensão e multiplicidade de fontes. 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
 
 
 
Noticiar quem foi o candidato vencedor da última eleição, é informativo. 
Elogiar ou criticar o candidato eleito, é opinativo. 
Analisar as causas que levaram à eleição de um candidato e quais os impactos dessa 
eleição, é interpretativo. 
 
 Você precisa ter sempre em mente essa divisão dos gêneros do texto jornalístico, pois 
você deve ser capaz de identificar quando um texto tem por objetivo informar sobre um 
assunto ou opinar sobre um assunto. 
Artigo
•Texto opinativo, normalmente escrito por colaboradores eventuais ou jornalistas convidados.
•Muitas vezes é chamado de artigo de opinião (e tende a aparecer nas provas). 
•Sua redação é bastante semelhante à de um texto dissertativo, contando com introdução, 
desenvolvimento e conclusão. 
Crônica
•Texto que equilibra referências a fatos corriqueiros ou eventos que se deram no presente, elaborações 
filosóficas ou metafóricas e, muitas vezes, elementos narrativos. 
•É um tipo bastante popular no Brasil desde o século XIX. 
•É escrita em linguagem informal e despretenciosa, gerand aproximação com o público. 
Editorial
•Textos que costumam aparecer no início das edições, expondo o posicionamento do jornal e da equipe 
de jornalistas. 
•Por vezes, pode vir intitulado como "Carta ao leitor" ou "Carta do editor".
•São textos normalmente curtos e sintéticos, por vezes apresentando um resumo dos textos da edição. 
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 Não é só porque você leu um texto jornalístico em algum veículo que ele se torna 
automaticamente isento de opinião. 
 
3. Textos teóricos 
Quando falamos em ciências, a maioria dos alunos pensa automaticamente em 
biológicas ou exatas. O que muitos alunos esquecem, porém, é que as humanidades também 
são ciências. Mas como nasce uma ciência? 
Quando estudamos, na disciplina de História, o período da formação, da consolidação 
e da propagação das ideias renascentistas e Iluministas (séculos XVII e XVIII), por exemplo, 
vemos que as Ciências ligadas ao conhecimento da natureza - como Matemática, Química, 
Física e Biologia- são resultado de experimentos e de observações que passaram a questionar 
explicações religiosas para o mundo, entre outras visões consideradas dogmáticas. 
Nessa linha, podemos dizer que a crítica científica nasce a partir de um questionamento 
a uma realidade dada e, muitas vezes, estabelecida como senso comum. Em muitos sentidos, 
essas Ciências da Natureza nasceram da tensão, na vida social, entre conservar o mundo tal 
como ele era ou revolucioná-lo. 
Assim, juntamente com as discussões no campo do pensamento (questionamento de 
dogmas e do senso comum), podemos afirmar que elementos contextuais (contexto histórico), 
próprios de uma época histórica, também contribuem para o surgimento das Ciências. Há uma 
relação entre as ideias em seu tempo histórico e os acontecimentos históricos que ajudam a 
formar e a reformular as próprias ideias. 
 
São, portanto, as ciências: 
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4. Textos não-verbais 
Na hora da prova, os alunos costumam se confundir com imagens por duas razões: não 
saber como interpretar um texto não verbal e não possuir repertório para interpretar. A parte 
de ensinar a interpretar a imagem, eu garanto! O repertório, porém, depende de nós dois. 
Nessa aula, eu vou indicar alguns assuntos e conhecimentos que podem ajudar na hora da 
prova, mas é muito importante que você tenha a mente aberta para as imagens! O método 
mais simples que encontrei até hoje para ensinar como interpretar imagens consiste em: 
Ciências Biológicas
• Utilizam da 
experimentação tanto no 
micro quanto no macro, 
estudando os seres vivos 
e o meio ambiente. 
• Estudam o ser vivo como 
um todo, partes de seu 
corpo e suas funções. 
• Algumas áreas de 
atuação: biologia, 
educação física, farmácia, 
medicina, veterinária e 
zoologia. 
Ciências Exatas
• Utilizam da matemática e 
do raciocínio lógico para 
testar e formular 
hipóteses ou resolver 
problemas.
• Geralmente, estão 
bastante ligadas a 
cálculos e números.
• Algumas áreas de 
atuação: computação, 
engenharias, estatística, 
física, matemática e 
química.
Ciências Humanas
• Utilizam estudos 
estatísticos, relatos da 
sociedade e análise de 
experiências passadas 
para formular hipóteses e 
compreender os 
problemas sociais. 
• Têm o homem como 
principal objeto de 
estudo, tanto indivíduo 
quanto sociedade.
• Algumasáreas de 
atuação: administração, 
antropologia, direito, 
economia, filosofia, 
história, pedagogia e 
sociologia.
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
 
 
 
 
Tirinhas, cartuns, tiras, quadrinhos... são todos nomes para o mesmo tipo de texto. As 
tirinhas são composições que misturam texto e imagem, normalmente numa sucessão de 
quadros. É uma linguagem com a qual a maioria de nós está habituado, portanto, se torna 
mais fácil compreender e interpretar. 
Normalmente há dois tipos de questão que podem envolver tirinhas: 
• Questões de gramática, a partir dos textos das tirinhas; e 
• Questões de interpretação de texto, que exigem a união entre textos verbais e não 
verbais para compreender a mensagem. 
Veja um exemplo de questão de interpretação de texto literário: 
Examine a tira do cartunistaAndre Dahmer. 
 
1- Identificar:
- Qual é o tipo de 
imagem que estamos 
vendo? (publicidade, 
quadro, charge etc.?) 
- Quais as técnicas 
empregadas nessa 
imagem?(fotografia, 
pintura, escultura etc?)
- Observar cores, 
traços, formas etc. 
2 - Analisar:
- O que compõe essa 
imagem? 
- Há textos que 
complementam a 
imagem? 
- Observar quais são os 
elementos mais 
destacados e se há 
detalhes menos óbvios. 
3 - Contextualizar:
- Qual foi o momento 
histórico da procução 
dessa imagem?
- Com que objetivo essa 
imagem foi criada e 
onde ela foi veiculada 
ou exposta?
- Buscar informações 
nas legendas!
Signos presentes na imagem em si. Signos externos. 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
(Disponível em < https://twitter.com/depositodetiras/status/1304403051323719682> Acesso em 24 jul. 
2020 
 
Na tira, a ideia de signos é entendida pelo interlocutor da personagem em dúvida 
como 
a) ilustre 
b) excêntrica 
c) corriqueira 
d) relativa 
e) relevante 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois ainda que seja uma informação relevante, não 
se pode dizer que ela seja notável ou admirada. 
A alternativa B está incorreta, pois se ele considerasse essa ideia excêntrica ele 
sequer consideraria a possibilidade de revelar ou não para a cliente. 
A alternativa C está incorreta, pois não é porque a questão importa que ela seja 
algo cotidiano. Se fosse algo cotidiano seu colega não teria dúvidas sobre o 
assunto. 
A alternativa D está incorreta, pois o que é relativo é se o outro deve ou não contar 
seu signo, mas a importância do signo não é questionada. 
A alternativa E está correta, pois ao questionar seu colega qual o seu signo para 
decidir se deve ou não informar à cliente, o interlocutor indica que o signo tem 
muita relevância. Ele importa o suficiente para se decidir se deve ser revelado ou 
não. 
Gabarito: E 
 
 Além disso, as charges também são comuns nas provas. São ilustrações cujo objetivo é 
satirizar alguém ou alguma situação. Muitas vezes, as charges apresentam caricaturas das 
personagens retratadas, para tornar a situação ainda mais irônica. 
 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
 
 
A charge costuma conter críticas de cunho político-social e falar sobre acontecimentos 
da atualidade. Por isso, para compreender bem uma charge é preciso estar a par dos 
acontecimentos recentes. É, portanto, uma narrativa efêmera: retrata acontecimentos 
contemporâneos, notícias. 
As charges costumam contar com algumas estratégias: 
➢ Dão mais valor ao poder das imagens do que das palavras, ou seja, as charges 
costumam ter mais textos não verbais do que verbais. 
➢ Lidam com a sátira, a exposição ao ridículo, principalmente a partir do exagero. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tirinha
Na maior parte das vezes, critica 
situações corriqueiras ou 
comportamentos sociais.
Charge
Na maior parte das vezes, critica 
situações e eventos bem situados 
no tempo e no espaço. É ligada a 
atualidades. 
caricaturas: desenhos de pessoas 
da vida real com traços exagerados. 
O objetivo da caricatura é tornar 
cômica a personagem retratada, 
muitas vezes tornando mais 
evidentes seus traços menos 
elogiosos. 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
 Veja um exemplo de questão que envolve a comparação entre um texto verbal e um 
texto não verbal: 
TEXTO I 
Não cante vitória muito cedo, não 
Nem leve flores para a cova do inimigo 
Que as lágrimas do jovem 
São fortes como um segredo 
Podem fazer renascer um mal antigo, sim, o sim 
 
Tudo poderia ter mudado, sim 
Pelo trabalho que fizemos, tu e eu 
Mas o dinheiro é cruel 
E um vento forte levou os amigos 
Para longe das conversas, dos cafés e dos abrigos 
E nossa esperança de jovens não aconteceu 
E nossa esperança de jovens não aconteceu, não, não 
(Não leve flores, Belchior) 
 
TEXTO II 
 
Disponível em <https://twitter.com/LaerteCoutinho1/status/1036946489992523776> Acesso em 11 out. 
2020 
 
Considerando a relação entre os textos I e II, conclui-se que a charge 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
a) reafirma a possibilidade expressa no texto I de que somente através da ação se 
promovem mudanças. 
b) indica que só se é possível promover as mudanças desejadas no texto I com 
investimento em pesquisa. 
 
c) recupera o tema da canção, personificando o dilema do texto I a partir da figura 
de dinossauros. 
d) evidencia uma prática cultural brasileira de apenas acreditar na possibilidade 
de mudanças quando se é jovem. 
 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta, pois o texto I indica que a mudança nem sempre é 
bem-sucedida, independentemente de quanto trabalho colocamos nisso ou 
esforço. 
A alternativa B está incorreta, pois a charge apenas compara a persistência dos 
hábitos e práticas do passado personificadas na figura do dinossauro. Não aponta 
para possíveis caminhos para a resolução desse dilema. 
A alternativa C está correta, pois o texto I fala sobre a possibilidade de que não 
seja possível a realização de mudanças, pois o “mal antigo” sempre pode renascer. 
A charge mostra que o passado e o futuro não são tão diferentes assim, indicando 
que aquilo que tratávamos como acabado, extinto – como os dinossauros – pode 
ainda estar vivo. 
A alternativa D está incorreta, pois não há nada na charge que aponte para uma 
maior preocupação dos jovens em relação a mudanças. 
Gabarito: C 
5. Textos literários 
 
Pode-se dizer que uma obra literária pode ser interpretada segundo dois aspectos: 
forma e conteúdo. Quanto à forma, convém dividir os textos literários em prosa e poesia. 
Prosa 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
 A prosa é o texto escrito em parágrafos. É um texto escrito sem necessariamente 
considerar divisões rítmicas ou sonoras. Ela pode ser dividida em dois grandes grupos: 
narrativa e demonstrativa. 
Prosa narrativa: textos históricos ou de ficção que se proponham a narrar fatos e 
acontecimentos. 
 Leia este trecho do conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis: 
 
“Cândido Neves, — em família, Candinho, — é a pessoa a quem se liga a história de 
uma fuga, cedeu à pobreza, quando adquiriu o ofício de pegar escravos fugidos. 
Tinha um defeito grave esse homem, não aguentava emprego nem ofício, carecia 
de estabilidade; é o que ele chamava caiporismo. Começou por querer aprender 
tipografia, mas viu cedo que era preciso algum tempo para compor bem, e ainda 
assim talvez não ganhasse o bastante; foi o que ele disse a si mesmo. O comércio 
chamou-lhe a atenção, era carreira boa. Com algum esforço entrou de caixeiro para 
um armarinho. A obrigação, porém, de atender e servir a todos feria-o na corda do 
orgulho, e ao cabo de cinco ou seis semanas estava na rua por sua vontade. Fiel de 
cartório, contínuo de uma repartição anexa ao Ministério do Império, carteiro e 
outros empregos foram deixados pouco depois de obtidos. 
Quando veio a paixão da moça Clara, não tinha ele mais que dívidas, ainda que 
poucas, porque morava com um primo, entalhador de ofício. Depois de várias 
tentativas para obter emprego, resolveu adotar o ofício do primo, de que aliás já 
tomara algumas lições. Não lhe custou apanhar outras, mas, querendo aprender 
depressa, aprendeu mal. Não fazia obras finas nem complicadas, apenas garras 
para sofás e relevos comuns para cadeiras. Queria ter em que trabalhar quando 
casasse, e o casamento não se demorou muito.” 
 
Prosa demonstrativa: textos ligados à oratória (como discursos) e didáticos (ensaios, 
tratados, diálogos, etc.).Leia este trecho do discurso proferido por Machado de Assis na ocasião da inauguração 
da estátua em homenagem a José de Alencar: 
“Hoje, senhores, assistimos ao início de outro monumento, este agora de vida, 
destinado a dar à cidade, à pátria e ao mundo a imagem daquele que um dia 
acompanhamos ao cemitério. Volveram anos; volveram coisas; mas a consciência 
humana diz-nos que, no meio das obras e dos tempos fugidios, subsiste a flor da 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
poesia, ao passo que a consciência nacional nos mostra na pessoa do grande 
escritor o robusto e vivaz representante da literatura brasileira.“ 
 Na literatura, a preocupação está na prosa narrativa, de ficção. A chamada prosa literária 
é uma das mais importantes para o estudo dos vestibulares. Nela se encontram os contos, as 
novelas e os romances: 
 
 
Sobre o ritmo do texto em prosa, a principal questão a se analisar é a paragrafação. Cada 
tipo de texto pede um modo de organização de parágrafos. Em textos dissertativos, por 
exemplo, tende-se a dividir os parágrafos por assuntos. Na prosa literária a organização não 
se dá necessariamente assim. Os autores trabalham a construção dos parágrafos de acordo 
com seu estilo pessoal e com o momento da narração. Pode-se dividir os parágrafos de acordo 
com seu tamanho ou conteúdo: 
➢ Tamanho: 
Curtos: 
Se focam apenas nas informações mais importantes, descritas de maneira sucinta. 
Textos infantis, por exemplo, costumam contar com esse tipo de parágrafo. 
Ex.: 
“André, o bom Andrezinho, menino querido e estimado por todos que o conheciam, 
achava-se desesperado, banhado em lágrimas, aflito, porque sabia que o seu 
extremoso pai estava nos paroxismos finais da vida” (Histórias da Avozinha, 
Figueiredo Pimentel) 
Médios: 
Prosa literária
Conto: 
Histórias curtas, com apenas 
um conflito e poucas 
personagens. 
Novela:
Histórias de tamanho 
intermediário, com diversos 
conflitos que se seguem e 
muitas personagens. 
Romance:
História mais longa, com um 
conflito central e outros 
secundários que ocorrem em 
paralelo, complementando-se. 
As personagens podem 
aparecer e desaparecer. 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
Apresenta as ideias com maior profundidade, sem cair na prolixidade. São 
compostos, normalmente, por mais de um período. É uma estrutura que prende 
mais facilmente a atenção do leitor. 
Ex.: 
“Isaura era filha de uma linda mulata, que fora por muito tempo a mucama favorita 
e a criada fiel da esposa do comendador. Este, que como homem libidinoso e sem 
escrúpulos olhava as escravas como um serralho à sua disposição, lançou olhos 
cobiçosos e ardentes de lascívia sobre a gentil mucama. Por muito tempo resistiu 
ela às suas brutais solicitações; mas por fim teve de ceder às ameaças e violências. 
Tão torpe e bárbaro procedimento não pôde por muito tempo ficar oculto aos olhos 
de sua virtuosa esposa, que com isso concebeu mortal desgosto.” (A escrava Isaura, 
Bernardo Guimarães). 
Longos: 
Alguns autores utilizam parágrafos longos para descrever minuciosamente alguma 
situação ou personagem. Outros autores formam períodos muito longos, com 
muitos conectivos, como escolha estética, podendo assumir diversos significados. 
Neste exemplo, o parágrafo é tão extenso que chega a ser o capítulo como um todo. 
Ex.: 
“Quando o testamento foi aberto, Rubião quase caiu para trás. Adivinhais por quê. 
Era nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem dez, nem vinte contos, 
mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casas na Corte, uma em 
Barbacena, escravos, apólices, ações do Banco do Brasil e de outras instituições, 
joias, dinheiro amoedado, livros, — tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem 
desvios, sem deixas a nenhuma pessoa, nem esmolas, nem dívidas. Uma só 
condição havia no testamento, a de guardar o herdeiro consigo o seu pobre 
cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por motivo da grande afeição que lhe 
tinha. Exigia do dito Rubião que o tratasse como se fosse a ele próprio testador, 
nada poupando em seu benefício, resguardando-o de moléstias, de fugas, de roubo 
ou de morte que lhe quisessem dar por maldade; cuidar finalmente como se cão 
não fosse, mas pessoa humana. Item, impunha-lhe a condição, quando morresse o 
cachorro, de lhe dar sepultura decente em terreno próprio, que cobriria de flores e 
plantas cheirosas; e mais desenterraria os ossos do dito cachorro, quando fosse 
tempo idôneo, e os recolheria a uma urna de madeira preciosa para depositá-los no 
lugar mais honrado da casa.” (Quincas Borba, Machado de Assis) 
 
 
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➢ Conteúdo: 
Descritivos: Parágrafos com muitos adjetivos, cujo objetivo é detalhar algum 
personagem, local ou situação. 
 
Ex.: 
“É uma sala em quadro, toda ela de uma alvura deslumbrante, que realçavam o azul 
celeste do tapete de riço recamado de estrelas e a bela cor de ouro das cortinas e 
do estofo dos móveis. A um lado duas estatuetas de bronze dourado representando 
o amor e a castidade, sustentam uma cúpula oval de forma ligeira, donde se 
desdobram até o pavimento, bambolins de cassa finíssima.” (Senhora, José de 
Alencar) 
Dissertativos: Parágrafos que apresentam ideias e as defendem por meio de 
argumentos. 
 
Ex.: 
“Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode 
determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, 
porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição 
não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da 
guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas 
chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a 
montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas 
tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se 
suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a destruição; a guerra é 
a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria 
da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos 
das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a 
dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível 
ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação 
que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as 
batatas.” (Quincas Borba, Machado de Assis) 
Narrativos: Parágrafos que efetivamente contam as ações das personagens e suas 
repercussões na história. 
 
Ex.: 
“A coisa se deu assim. Depois do meu telegrama (lembram-se: o telegrama em que 
recusei duzentos mil-réis àquele pirata), a Gazeta entrou a difamar-me. A princípio 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
foram mofinas cheias de rodeios, com muito vinagre, em seguida o ataque tornou-
se claro e saíram dois artigos furiosos em que o nome mais doce que o Brito me 
chamava era assassino. Quando li essa infâmia, armei-me de um rebenque e desci 
à cidade.” (São Bernardo, Graciliano Ramos) 
 
Poesia 
 Antes de entrar na estrutura da poesia em si, vamos observar os gêneros literários em 
que se divide a poesia. 
Gêneros 
 Os gêneros poéticos, também chamados de gêneros literários são divididos em 
três, de acordo com suas estruturas formais e de conteúdo: lírica, épica e dramática. 
 
• Poemas que falam sobre os sentimentos e estados de espírito, direcionados 
diretamente ao leitor. 
• As emoções e opiniões do eu-lírico são bastante evidentes. 
• Engloba a poesia satírica,ou seja, aquela que promove sentimentos de 
escárnio. 
Gênero lírico
• Poemas em que são narrados grandes feitos heroicos, reais ou mitológicos. 
• Os relatos são grandiosos e extensos, contando com muitas estrofes.
• Ilíada e Odisseia (Homero) e Os Lusíadas (Luís de Camões) são os poemas 
épicos mais conhecidos. 
Gênero épico
• Na poesia dramática não há a figura de um narrador, ou seja, as personagens 
são responsáveis por contar a própria história.
• Pode apresentar traços tanto épicos quanto líricos em seu conteúdo, porém 
sua característica mais marcante é não ter narrador.
• É percursora do texto teatral. 
Gênero dramático
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 A poesia é um texto estruturado em versos, ou seja, em linhas encadeadas normalmente 
de tamanho pequeno. A poesia se preocupa a estética, combinando sons e significados das 
palavras com organizações sintáticas não necessariamente preocupadas com a norma culta. 
Quanto à poesia, para interpretá-la é preciso prestar a atenção em: estrutura, métrica, 
composições e gêneros. 
 
Estrutura da poesia 
 Vamos partir do poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa: 
Ó mar salgado, quanto do teu sal 
São lágrimas de Portugal! 
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, 
Quantos filhos em vão rezaram! 
Quantas noivas ficaram por casar 
Para que fosses nosso, ó mar! 
 
Valeu a pena? Tudo vale a pena 
Se a alma não é pequena. 
Quem quer passar além do Bojador 
Tem que passar além da dor. 
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, 
Mas nele é que espelhou o céu. 
 
Estes são os elementos básicos de um poema: 
• Verso: cada uma das linhas do poema. Pode ter regularidade de tamanho ou não. 
“Ó mar salgado, quanto do teu sal” 
 
• Estrofe: conjunto de versos, que pode se estruturar de maneira regular ou não. Cada 
linha pulada no poema representa uma mudança de estrofe 
“Ó mar salgado, quanto do teu sal 
São lágrimas de Portugal! 
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Por te cruzarmos, quantas mães choraram, 
Quantos filhos em vão rezaram! 
Quantas noivas ficaram por casar 
Para que fosses nosso, ó mar!” 
• Rima: repetição fonética que ocorre em um intervalo. Identifica-se, principalmente, pelo 
som das últimas palavras dos versos. 
“Valeu a pena? Tudo vale a pena 
Se a alma não é pequena. 
Quem quer passar além do Bojador 
Tem que passar além da dor. 
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, 
Mas nele é que espelhou o céu.” 
ATENÇÃO: os esquemas de rimas costumam ser representados por letras, em que cada 
letra corresponde a um som. Assim, na estrofe transcrita acima, o esquema de rimas seria 
AABBCC, em que A = “ena”, B = “dor” e C = “eu”. 
• Eu lírico ou voz lírica ou sujeito lírico: a pessoa que se expressa no poema. Não 
confunda com o próprio poeta. Enquanto artista, um poeta pode falar sobre diversos 
assuntos e com diversos pontos de vista. Veja, por exemplo, dois poemas de 
heterônimos* de Fernando Pessoa: 
Álvaro de Campos 
 
“Acordar da cidade de Lisboa, mais 
tarde do 
 [que as outras, 
Acordar da Rua do Ouro, 
Acordar do Rocio, às portas dos cafés, 
Acordar 
E no meio de tudo a gare, que nunca 
dorme, 
Alberto Caeiro 
 
“O meu olhar azul como o céu 
É calmo como a água ao sol. 
É assim, azul e calmo, 
Porque não interroga nem se espanta” 
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Como um coração que tem que pulsar 
através 
 [da vigília e do sono.” 
*heterônimos: são autores fictícios, com personalidade e estilo próprios. Um mesmo 
poeta pode assumir diferentes personalidades e ter diversos heterônimos e cada um escrever 
de uma maneira. 
 Percebe-se aqui que quando assume a postura de Álvaro de Campos, o poeta escreve 
sobre a cidade, a velocidade e as questões da vida urbana. Quando escreve como Alberto 
Caeiro, fala sobre o campo, a natureza e a paz do campo. Apesar de ser o mesmo autor, o 
sujeito lírico de cada um dos poemas é diferente. 
 
6. Intertextualidade 
 
Intertextualidade explícita 
 Observe essa imagem: 
 
Ela faz referência explícita à famosa 
capa do álbum Abbey Road (1969), dos 
Beatles. Essa fotografia já foi recriada por 
diversos artistas e com diversos 
personagens. Aqui, colocamos alguns 
autores de língua portuguesa no lugar dos 
integrantes da banda. Temos, da esquerda 
para a direita, Clarice Lispector, Fernando 
Pessoa, Machado de Assis e Carlos 
Drummond de Andrade. 
 
 
 
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Intertextualidade implícita 
 Observe a comparação entre esses dois poemas: 
Com licença poética 
(Adélia Prado) 
 
Quando nasci um anjo esbelto, 
desses que tocam trombeta, anunciou: 
vai carregar bandeira. 
Cargo muito pesado pra mulher, 
esta espécie ainda envergonhada. 
Aceito os subterfúgios que me cabem, 
sem precisar mentir. 
Não tão feia que não possa casar, 
acho o Rio de Janeiro uma beleza e 
ora sim, ora não, creio em parto sem dor. 
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. 
Inauguro linhagens, fundo reinos 
— dor não é amargura. 
Minha tristeza não tem pedigree, 
já a minha vontade de alegria, 
sua raiz vai ao meu mil avô. 
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. 
 
Mulher é desdobrável. Eu sou. 
Poema de Sete Faces 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
Quando nasci, um anjo torto 
Desses que vivem na sombra 
Disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida 
 
As casas espiam os homens 
Que correm atrás de mulheres 
A tarde talvez fosse azul 
Não houvesse tantos desejos 
 
O bonde passa cheio de pernas 
Pernas brancas pretas amarelas 
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta 
meu coração 
Porém meus olhos 
Não perguntam nada 
 
(...) 
 
 
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Perceba que, nesse caso, a referência é implícita, ou seja, depende de uma 
interpretação mais aprofundada para ser compreendida. Depende também de maior 
conhecimento por parte do leitor. Caso não conhecesse o poema de Drummond, o leitor 
poderia não compreender essa referência. 
 
 
Muitas vezes você encontrará as palavras alusão ou referência para se referir à ideia de 
intertextualidade. 
Lembre-se: 
Alusão: menção rápida ou vaga. 
Referência: menção ou ato de se reportar a algo. 
 Muitas vezes, o mesmo autor pode produzir textos que trabalham com a 
intertextualidade. Um dos autores brasileiros que mais profundamente realiza esse diálogo 
entre obras de sua própria autoria é Machado de Assis. Em nossa aula, usaremos muitos 
exemplos do autor. 
 Veja esse trecho da obra Quincas Borba (1892): 
 
 
 
 
 
 
[CAPÍTULO IV] 
ESTE QUINCAS BORBA, se acaso me fizeste o favor de ler as Memórias 
Póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que 
ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado, e inventor de uma filosofia. 
Aqui o tens agora em Barbacena. Logo que chegou, enamorou-se de 
uma viúva, senhora de condição mediana e parcos meios de vida, mas, 
tão acanhada que os suspiros no namorado ficavam sem eco. 
Chamava-se Maria da Piedade. Um irmão dela, que é o presente 
Rubião, fez todo o possível para casá-los. Piedade resistiu, um pleuris 
a levou. 
 
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Memórias póstumas de Brás Cubas foi lançado em 1881. Ele 
reaproveita a personagem que dará nome ao romance de 
Quincas Borba, o filósofo. Isso atesta um procedimento comum 
em Machado de Assis: a intertextualidade com a própria obra. Sua 
intertextualidade tem muitas vezesa função de humilhar o leitor, 
de mostrar a ele o quão despreparado ele pode ser. 
No trecho acima, a ironia de Machado de Assis fica evidente: ele 
duvida que o leitor possa ter lido sua obra anterior e trata como se a 
leitura da obra anterior fosse um favor que o leitor faz a ele. 
Citação 
 Um dos tipos de intertextualidade possíveis é a citação. A citação é o ato de referenciar 
a fala de outra pessoa. Ela pode ocorrer tanto de maneira direta quanto indireta. 
 
Citação direta 
 Ocorre quando o autor coloca as palavras de outro autor em seu texto assim como elas 
foram escritas e referencia a origem da citação. 
Ex.: 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO XLVII 
Talvez o Rio de Janeiro para ela fosse Botafogo, e propriamente a casa 
de Natividade. O pai não apurou as causas da recusa; supô-las políticas, 
e achou novas forças para resistir às tentações de D. Cláudia: "Vai-te, 
Satanás; porque escrito está: Ao Senhor teu Deus adorarás, e a ele 
servirás". E seguiu-se como na Escritura: "Então o deixou o Diabo; e eis 
que chegaram os anjos e o serviram". 
(Esaú e Jacó, Machado de Assis) 
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Citação indireta 
 Ocorre quando o autor cita as palavras de outro autor, reescrevendo o texto original ou 
apenas citando as palavras sem referenciar a origem. 
Ex.: 
 
 
 
 
Essa canção é popularmente conhecida na França. Ela faz referência à personagem irmã 
Anne, do conto A Barba Azul, de Charles Perrault. O conto fala sobre um homem muito rico 
que, no entanto, por possuir uma barba azul, era desprezado pelas moças. Ele vivia em um 
palácio suntuoso, com tapeçarias, ouro, prata e espelhos diversos, capazes inclusive de 
distorcer a imagem de quem se vê neles. 
Anne é a irmã da mulher que acaba tendo que se casar com Barba Azul. Ela é uma irmã 
boa – diferente de muitas dos contos de fadas. Essa fala – que em português significa 
 
“Irmã Anne, irmã Anne, você não vê ninguém chegar?” – é proferida pela irmã quando precisa 
de ajuda, pois Barba Azul está ameaçando matá-la. Anne fica no alto de uma torre, esperando 
ajuda e, de quando em quando, sua irmã a pergunta isso. 
O conto “O espelho”, de Machado de Assis, fala sobre um homem que, ao se encontrar 
sozinho em uma casa distanciada da sociedade, passa a questionar sua própria identidade, 
não sendo mais capaz de se reconhecer. No momento em que está ansiando pela chegada 
de alguém na casa, a personagem faz essa citação. 
 
Epígrafe 
 Uma epígrafe é frase que vem no início de um livro, um capítulo, um conto etc.. 
Ela funciona como um tema do texto, ou seja, resume o sentido ou mensagem da obra 
como um todo. São citações diretas de outros autores. 
(...) Eu saía fora, a um lado e outro, a ver se descobria algum sinal de 
regresso. Soeur Anne, soeur Anne, ne vois-tu rien venir? Nada, coisa 
nenhuma; tal qual como na lenda francesa. Nada mais do que a poeira 
da estrada e o capinzal dos morros. 
(O espelho, Machado de Assis) 
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Ex.: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No início do conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”, de Guimarães Rosa, há duas 
epígrafes: um trecho de uma canção antiga e um provérbio capiau*. Perceba que nenhum 
desses textos possui autor conhecido. São fruto de conhecimentos populares, sem autoria 
definida. Isso é um traço muito comum desse autor: o uso de referências ligadas ao popular. 
*capiau: regionalismo que significa caipira ou roceiro, muitas vezes com sentido pejorativo. 
 
 
 
“Eu sou pobre, pobre, pobre, 
 vou-me embora, vou-me embora 
................................. 
Eu sou rica, rica, rica, vou-me embora, daqui!...” 
(Cantiga antiga) 
 
“Sapo não pula por boniteza, 
 mas porém por precisão.” 
(Provérbio capiau) 
(A hora e a vez de Augusto Matraga, Guimarães Rosa) 
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 O conto relata a história de Nhô Augusto, um homem 
que vivia uma vida mundana, com bebida, brigas e saideiras. Ele 
era casado com Dona Dionóra, mas a traía de maneira 
contumaz. Cansada do tratamento que recebia, Dona Dionóra 
foge junto com a filha e encontra um novo companheiro. Essa 
passagem possivelmente se relaciona com a cantiga antiga 
utilizada como epígrafe do conto em que uma voz poética 
feminina anuncia sua partida. 
Já o provérbio capiau, pode ser interpretado à luz das 
mudanças de comportamento de Nhô Augusto. O sapo não pula porque é bonito, mas sim 
porque é necessário. Nhô Augusto, da mesma forma, não muda seu comportamento e se 
torna um homem virtuoso simplesmente porque era “bonito”, mas sim por necessidade: sua 
postura era uma das principais causas de suas adversidades. 
 
 
Paráfrase 
 A paráfrase é uma reescrita do texto. Ocorre quando um autor reescreve, com suas 
próprias palavras, o texto de outro, mantendo o sentido original. Veja um exemplo: 
Texto Original Paráfrase 
Comprar por impulso e se livrar de bens 
que já não são atraentes, substituindo-os 
por outros mais vistosos, são nossas 
emoções mais estimulantes. Completude 
de consumidor significa completude na 
vida. 
(Zygmunt Bauman. A riqueza de poucos beneficia 
todos nós?, 2015. Adaptado.) 
Ser completo enquanto consumidor 
significa ser completo na vida. As 
sensações que mais nos estimulam vêm 
da compra por impulso e de livrar-nos de 
coisas menos atrativas, trocando-as por 
outras mais interessantes. 
 
Observe as possíveis estratégias utilizadas aqui para criar a paráfrase: 
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• Inversão da ordem das informações – inverter os períodos ou a ordem das orações 
ajuda a diferenciar os textos. 
• Sinônimos – trocar palavras por outras de sentido equivalente é um modo de reescrever 
sem perder o sentido original. Ex.: “atraente” é substituído por “atrativas” na paráfrase. 
Termos genéricos (como a palavra “interessante” que utilizamos na nossa paráfrase, por 
exemplo) também funcionam. 
 
• Troca de classes gramaticais – muitas vezes, o mesmo radical pode dar origem a 
palavras de diferentes classes gramaticais. O radical “estimul-“, por exemplo, gera as 
palavras “estimulantes” e “estimulam”, respectivamente, adjetivo e verbo. 
 
 
Apenas mudar a ordem dos termos do texto não configura paráfrase. 
Você precisa reescrever com suas próprias palavras e, se for utilizar algo do texto original, 
cite o autor. 
 Paródia 
Uma paródia acontece quando se faz uma releitura de uma obra, ou seja, uma 
reinterpretação de algo que já existe. Ela costuma assumir tom jocoso ou irônico e, 
frequentemente, parte de uma obra muito conhecida, de modo que a referência é 
rapidamente reconhecida. 
Veja esse poema consagrado de Gonçalves Dias. É seu poema mais conhecido de 
exaltação à pátria. Como muitos escritores que se encontravam longe do Brasil, sua terra natal 
se mostrava um espaço idealizado pela saudade. 
Canção do Exílio 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
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Não gorjeiam como lá. 
 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
 
Em cismar – sozinho – à noite – 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras; 
Onde canta o Sabiá. 
 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar – sozinho – à noite – 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que eu desfrute os primores 
Quenão encontro por cá; 
Sem qu'inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 Esse poema será revisitado muitas vezes ao longo do tempo, por diversos autores. 
Principalmente para os Modernistas, a primeira geração do Romantismo será fonte de 
inspiração. Veja trechos de diversas obras inspiradas na Canção do Exílio: 
“ 
Minha terra tem macieiras 
da Califórnia 
onde cantam gaturamos de 
Veneza. 
“ 
Minha terra tem palmares 
Onde gorjeia o mar 
Os passarinhos daqui 
Não cantam como os de lá 
“ 
Minha terra não tem 
palmeiras... 
E em vez de um mero sabiá, 
Cantam aves invisíveis 
Nas palmeiras que não há. 
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” 
Murilo Mendes em Canção 
do Exílio 
” 
Oswald de Andrade em 
Canto de Regresso à 
Pátria 
” 
Mario Quintana em Uma 
canção 
 
 Você sabia que lembrar desse poema pode te ajudar a guardar uma fórmula 
matemática? Leia a fórmula do Seno do arco soma A + B (𝑠𝑒𝑛(𝐴 + 𝐵) = 𝑠𝑒𝑛 𝐴 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝐵 + 𝑠𝑒𝑛 𝐵 ∙
𝑐𝑜𝑠 𝐴 ) no ritmo da primeira estrofe do poema: 
 
Minha terra tem palmeiras 
Onde canta o sabiá 
seno A cosseno B 
seno B cosseno A 
O sinal que vai aqui 
É o mesmo que vai pra lá 
Obs.: o mesmo vale para a fórmula de subtração. 
 
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7. Lista de exercícios 
 
 
Texto para as próximas questões 
Importância e vantagens da reciclagem 
A segunda metade do século XX foi marcada pelo surgimento de uma série de produtos 
que contribuíram para a praticidade do nosso cotidiano. A ascensão da indústria de 
materiais descartáveis foi uma das protagonistas desse desenvolvimento como, por 
exemplo, a invenção do PET (Politereftalato de etileno). Inicialmente empregado na 
indústria têxtil, esse tipo de plástico logo revolucionou o setor de armazenamento e 
transporte de alimentos e bebidas, com as vantagens de ser inquebrável, leve e de fácil 
manuseio – substituindo o vidro, pesado e frágil. 
 O consumo em grande escala dos plásticos gerou um problema em relação ao meio 
ambiente: o descarte desses resíduos. Nas últimas décadas, instituições defensoras da 
sustentabilidade passaram a pressionar os governos e as indústrias por posturas mais 
responsáveis: o crescimento econômico em detrimento do meio ambiente virou objeto de 
pesquisa de cientistas, tomou as manchetes das revistas especializadas e dos jornais e 
ganhou o apelo da população. 
O fim do uso de materiais descartáveis é inviável, tampouco os ambientalistas clamam por 
isso. O desenvolvimento sustentável consiste em 3Rs: reduzir, reutilizar e reciclar. A 
indústria fica encarregada da terceira etapa. O processo de reciclagem não só preserva o 
meio ambiente, mas também gera riquezas e reduz os custos de produção das empresas 
que investem na prática, além de promover o marketing social de “empresa eco-friendly” 
ou “empresa verde” (amigável ao meio ambiente). 
(Disponível em: https://www.simperj.org.br/blog/2018/09/27/a-importancia-e-vantagens-
da-reciclagem. Acesso em 13 jun. 2019. Adaptado.) 
 
 (ESA – 2020) 
Segundo o texto, a praticidade do cotidiano atual deve-se, em especial, à: 
a) Escalada da indústria de materiais descartáveis. 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
b) Produção de embalagens sustentáveis. 
c) Redução dos custos de produção, pois o PET é mais barato que o vidro, por exemplo. 
d) Facilidade de armazenamento dos produtos. 
e) Substituição de manufaturas por produtos da indústria de base. 
 
 (ESA – 2020) 
Segundo o texto, a indústria, quanto ao desenvolvimento sustentável, deve: 
a) gerar riquezas e reduzir os custos de produção. 
b) escolher empresas que utilizem matérias-primas para a produção de embalagens 
sustentáveis. 
c) pressionar o governo, a fim de que recursos sejam revertidos para “campanha eco-
friendly”. 
d) promover o marketing social, financiando estudos para a substituição do PET. 
e) responsabilizar-se pela reciclagem de materiais descartáveis. 
 
Texto para as próximas questões: 
A última gota 
A crise no Sistema Cantareira, que abastece quase 10 milhões de pessoas na grande São 
Paulo e no interior, é um exemplo concreto de que o abastecimento de água pode ficar 
comprometido também em outras cidades do Brasil. Ainda que tenhamos uma visão 
otimista, os últimos episódios de seca no Sudeste e no Sul, que deixaram alguns 
reservatórios de água dessas regiões em níveis críticos, mostram claramente que há 
urgência na implantação de ações de conservação para a manutenção dos recursos 
hídricos no país. 
Atualmente, as duas maiores regiões metropolitanas do Sudeste – Rio de Janeiro e São 
Paulo – têm o abastecimento de água garantido porque é realizada a transferência de 
grandes vazões de mananciais localizados em bacias hidrográficas próximas. Para o 
abastecimento da capital fluminense, é utilizada a bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
enquanto a capital paulista se serve da bacia hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e 
Jundiaí. As duas bacias são responsáveis pelas maiores reversões hídricas para os sistemas 
Guandu (RJ) e Cantareira (SP), respectivamente. São duas fontes que começam a ficar 
saturadas porque servem a milhares de consumidores – ambas as regiões concentram 
grande densidade populacional, gerando consumo de água muito maior que a capacidade 
produtiva dessas bacias. Desse modo, fica mais próximo o risco de os consumidores 
abrirem as torneiras e não verem a água escorrer. 
Não podemos credenciar, porém, os motivos para a crise de abastecimento somente ao 
consumo excessivo e ao mau uso da água por parte da população. Seria ingênuo apontar 
esses dois fatores apenas, pois a questão é mais complexa: vai desde a falta de políticas 
públicas que incentivem a proteção dos mananciais de água ao desmatamento de áreas 
naturais, que altera o ciclo da água e a variabilidade de chuvas nas regiões onde antes elas 
predominavam. 
Está mais que na hora de todos os setores conscientizarem-se de que o problema de 
escassez da água não é somente de São Paulo – é hoje o mais grave. Caso contrário, a 
nossa desatenção pode ser a gota d’água. O desafio consiste em garantir o abastecimento 
às grandes cidades brasileiras nos próximos anos, uma vez que é previsto crescimento 
populacional e, consequentemente, aumento das demandas de consumo. São necessários 
investimentos urgentes para a adequação dos sistemas produtores de água, sobretudo no 
Sudeste, e planejamento para otimização de uso das fontes hídricas. Além disso, a 
proteção de áreas naturais é condição sine qua non, pois a qualidade e a quantidade de 
água produzida pela natureza dependem da manutenção da vegetação nativa. 
Malu Nunes, engenheira florestal, é diretora-executiva da fundação grupo boticário de 
proteção à natureza. (Adaptado de 
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/06/1464055-malu-nunes-a-ultima-gota.shtml) 
 
 (ESA – 2015) 
Na conclusão, a autora deixa claro que pra garantir o abastecimento de água 
a) as ações de efeito são: investir, planejar e proteger. 
b) o essencial é adequar, otimizar e produzir. 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
c) é urgente conscientizar, garantir e preservar. 
d) são necessários proteção e racionamento. 
e) urge investir para otimizar a distribuição de água no Sudeste. 
 
 (ESA – 2015) 
De acordo com a introdução do texto, é imprescindível. 
a) implantar ações de conservação para o uso dos mananciais de água. 
b) empreender ações de preservaçãocom vistas à manutenção dos recursos hídricos. 
c) agir no sentido de explorar e esgotar o potencial hídrico. 
d) executar ações de recuperação e exploração dos mananciais. 
e) atuar no sentido de recuperação dos mananciais. 
 
 (ESA – 2015) 
A expressão latina sine qua non, levando em conta o contexto, significa 
a) impossível. 
b) inviável. 
c) improvável 
d) indispensável. 
e) invariável. 
Texto para as próximas questões 
Às noites abafadas e mal dormidas seguem manhãs secas e tardes tórridas. Sem trégua 
para o corpo, quem não rogou por chuva ou sombra nesta estação atipicamente 
escaldante? E quem, sem encontrar o frescor que procura, não praguejou: “Calor do cão!”? 
Mas o verão de 2013/2014 não será marcado tão-somente pelos recordes de temperatura. 
O ar está mais do que quente. Está carregado de uma perigosa escalada de corrosão do 
tecido social: briga de torcidas em Joinville; rebelião e assassinatos em presídio do 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
Maranhão; criação de grupos de justiceiros no Rio; incêndios em série de ônibus em São 
Paulo; a ação dos black blocs e a morte do repórter cinematográfico Santiago Andrade. Os 
tempos que correm são dias de cão. 
Calor do cão e dias de cão. Não é coincidência que as duas expressões se encontrem nesta 
época de temperaturas inclementes. Elas foram forjadas juntas há mais de dois milênios, 
sob o sol mediterrâneo. Os gregos antigos perceberam haver uma relação entre o calor 
escaldante e o humor humano. Erraram na causa. Mas criaram um vigoroso simbolismo. 
Para eles, a explicação estava nos céus e não na natureza do homem. O cachorro em 
questão era a constelação do Cão Maior e sua principal estrela, Sírius, a mais brilhante do 
firmamento (próxima às Três Marias). Os gregos notaram que Sírius, também conhecida 
como Estrela Cão, sumia por cerca de 70 dias. E, pouco antes do verão, voltava a aparecer 
no leste já na alta madrugada. 
A conclusão a que aqueles homens chegaram foi de causa e efeito: a estrela com maior 
fulgor se aproximava do sol nascente e o esquentava. Sírius provocava, então, a estação 
cálida, o calor do cão. Os gregos acreditavam ainda que aquele período era marcado pela 
influência maligna do astro celeste: fraqueza de ânimo, tentações da carne e pestilências. 
Eram os dias de cão. 
O Ocidente herdou as duas expressões e as manteve vivas de geração após geração. Elas, 
afinal, continuam a dizer muito. O homem é essencialmente o mesmo desde sempre. Sofre 
os efeitos da natureza, a despeito da civilização que construiu. E o abafamento do clima 
continua a ser um potencial catalisador de comportamentos extremados, bestiais. 
Talvez seja exagero dizer que o verão brasileiro é a causa dos dias de cão. Mas, se não há 
explicações certeiras para o diagnóstico, ao menos é possível recorrer a metáforas 
climáticas para apontar o remédio. É hora de esfriar os ânimos. De andar pela sombra. 
Ou, para quem preferir, é tempo de procurar alguma luz na escuridão, como a das estrelas 
na noite escura. E de lembrar que os homens e suas paixões vão passar, mas que elas 
continuarão lá no alto – milênio após milênio. 
(Disponível em http:// 
www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id.Acesso em 24/04/2014) 
 
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 (ESA – 2014) 
A expressão “dias de cão” só não se refere: 
a) a dias tipicamente escaldantes atualmente. 
b) à série de fatos vinculados à corrosão social e citados no texto. 
c) à época de temperaturas inclementes. 
d) à influência maligna da constelação de Cão Maior. 
e) ao verão de 2013-2014. 
 
 (ESA – 2014) 
Assinale o trecho em que o autor dá a entender que as expressões “calor do cão e dias de 
cão” não surgiram atualmente: 
a) “Ás noites abafadas e mal dormidas seguem manhãs secas e tórridas”. 
b) “Não é coincidência que as duas expressões se encontram nesta época de temperaturas 
inclementes”. 
c) “Elas foram forjadas há mais de dois milênios, sob o sol mediterrâneo”. 
d) “Talvez seja exagero dizer que o verão brasileiro é a causa dos dias de cão.” 
e) “Ou, para quem preferir, é tempo de procurar alguma luz na escuridão, como a das 
estrelas na noite escura”. 
 
Texto para as próximas questões: 
SUCESSO TEM FÓRMULA 
"Serve para toda competição: qualidade valorizada, seleção dos melhores, prática 
obsessiva e persistência. Quem aplicar essa receita terá os mesmos resultados" 
 
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Durante séculos, a Inglaterra dominou os mares e, dessa forma, muito mais do que os 
mares. Para isso tinha os melhores navios. E, para tê-los, precisava de excelentes 
carpinteiros navais. (...) 
A Revolução Industrial tardia da Alemanha foi alavancada pela criação do mais respeitado 
sistema de formação técnica e vocacional do mundo.(...) 
Assim como temos a Olimpíada para comparar os atletas de diferentes países, existe a 
Olimpíada do Conhecimento (World Skills International). É iniciativa das nações altamente 
industrializadas, que permite cotejar diversos sistemas de formação profissional. Compete-
se nos ofícios centenários, como tornearia e marcenaria, mas também em desenho de 
websites ou robótica. 
Em 1982, um país novato nesses misteres se atreveu a participar dessa Olimpíada: o Brasil, 
por meio do SENAI. E lá viu o seu lugar, pois não ganhou uma só medalha. Mas em 1985 
conseguiu chegar ao 13º lugar. Em 2001 saltou para o sexto. Aliás, é o único país do 
Terceiro Mundo a participar, entra ano e sai ano. 
Em 2007 tirou o segundo lugar. Em 2009 tirou o terceiro, competindo com 539 alunos, de 
sete estados, em 44 ocupações. É isso mesmo, os graduados do SENAI, incluindo alunos 
de Alagoas, Goiás e Rio Grande do Norte, conseguiram colocar o Brasil como o segundo 
e o terceiro melhor do mundo em formação profissional! (...) 
Deve haver um segredo para esse resultado que mais parece milagre, quando 
consideramos que o Brasil, no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), por 
pouco escapa de ser o último. Mas nem há milagres nem tapetão. Trata-se de uma fórmula 
simples, composta de quatro ingredientes. 
Em primeiro lugar, é necessário ter um sistema de formação profissional hábil na 
organização requerida para preparar milhões de alunos e que disponha de instrutores 
competentes e capazes de ensinar em padrões de Primeiro Mundo.(...) 
Em segundo lugar, cumpre selecionar os melhores candidatos para a Olimpíada. O 
princípio é simples (mas a logística é diabolicamente complexa). Cada escola do SENAI faz 
um concurso, para escolher os vencedores em cada profissão. Esse time participa então de 
uma competição no seu estado. Por fim, os times estaduais participam de uma Olimpíada 
nacional. Dali se pescam os que vão representar o Brasil. É a meritocracia em ação. 
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Em terceiro lugar, o processo não para aí. O time vencedor mergulha em árduo período 
de preparação, por mais de um ano. Fica inteiramente dedicado às tarefas de aperfeiçoar 
seus conhecimentos da profissão. É acompanhado pelos mais destacados instrutores do 
SENAI, em regime de tutoria individual. 
Em quarto, é preciso insistir, dar tempo ao tempo. Para passar do último lugar, em 1983, 
para o segundo, em 2007, transcorreram 22 anos. Portanto, a persistência é essencial. 
Essa quádrupla fórmula garantiu o avanço progressivo do Brasil nesse certame no qual 
apenas cachorro grande entra. (...) 
A fórmula serve para toda competição: qualidade valorizada, seleção dos melhores, prática 
obsessiva e persistência. Quem aplicar essareceita terá os mesmos resultados. 
Revista Veja, pág. 22, 24 de fevereiro de 2010. 
 
 (ESA – 2011) 
O texto apresenta ingredientes da fórmula do sucesso, porém um desses ingredientes não 
está diretamente relacionado à aquisição prévia de conhecimentos. Esse ingrediente é a(o) 
A) formação profissional. 
B) qualidade valorizada. 
C) seleção dos melhores. 
D) aperfeiçoamento de conhecimentos. 
E) persistência. 
 
 (ESA – 2011) 
O resgate de momentos históricos no 1º e 2º parágrafos do texto é utilizado com a 
finalidade prioritária de 
A) noticiar as novas descobertas relacionadas ao assunto em questão. 
B) ampliar nossos conhecimentos relacionados à construção de navios. 
C) mostrar que há muito tempo o sucesso tem fórmula. 
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D) apresentar dados estatísticos sobre resultados do passado. 
E) minimizar o papel do profissional frente aos resultados. 
 
 (ESA – 2011) 
O vocábulo meritocracia aparece no oitavo parágrafo do texto. Considerando o contexto, 
o significado que melhor o substitui é 
A)agradecimento. 
B) honradez. 
C) merecimento. 
D) entusiasmo. 
E) altruísmo. 
 
Texto para as próximas questões: 
Eles blogam. E você? 
 Após o surgimento da rede mundial de computadores, no início da década de 1990, 
testemunhamos uma revolução nas tecnologias de comunicação instantânea. Nós, que 
nascemos em um mundo anterior à Internet, aprendemos a viver no universo constituído 
por coisas palpáveis: casas, máquinas, roupas etc. O contato se estabelecia entre seres 
humanos reais por meios "físicos": cartas, telefonemas, encontros. 
 Em um mundo concreto, a escola não poderia ser diferente: livros, giz, carteiras, 
quadro-negro, mural. Esse espaço é ainda hoje definido por uma série de símbolos de um 
tempo passado e tem se mantido relativamente inalterado desde o século XIX. Os alunos 
atuais, porém, são nativos digitais. Em outras palavras: nasceram em um mundo no qual já 
existiam computadores, Internet, telefone celular, tocadores de MP3, videogames, 
programas de comunicação instantânea (MSN, Google Talk etc.) e muitas outras 
ferramentas da era digital. Seu mundo é definido por coisas imateriais: imagens, dados e 
sons que trafegam e são armazenados no espaço virtual. 
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 Um dos aspectos mais sedutores do ciberespaço é o seu poder de articulação social. 
Foi no fim da década de 1990 que os usuários da Internet descobriram uma ferramenta 
facilitadora da interação escrita entre diferentes pessoas conectadas em uma rede virtual: 
os weblogs, que logo ficaram conhecidos como blogs. O termo é formado pelas palavras 
web (rede, em inglês) e log (registro, anotação diária). A velocidade de reprodução da 
blogosfera é assustadora: 120 mil novos blogs por dia, 1,4 blog por semana. 
 O blog se caracteriza por apresentar as observações pessoais de seu "dono" (o criador 
do blog) sobre temas que variam de acordo com os interesses do blogueiro e também de 
acordo com o tipo de blog. As possibilidades são infinitas: há blogs pessoais, políticos, 
culturais, esportivos, jornalísticos, de humor etc. 
 Os textos que o blogueiro insere no blog são chamados de posts. Em português, o 
termo já deu origem a um verbo, "postar", que significa "escrever uma entrada em um 
blog". Os posts são cronológicos, porém apresentados em ordem inversa: sempre do mais 
recente para o mais antigo. Os internautas que visitam um blog podem fazer comentários 
aos posts. 
 Justamente porque facilitam a comunicação e permitem a interação entre usuários de 
todas as partes, os blogs são interessantes ferramentas pedagógicas. Se a escola é o 
espaço preferencial para a construção do conhecimento, nada mais lógico do que levar os 
blogs para a sala de aula, porque eles têm como vocação a produção de conteúdo. Por 
que não criar um blog de uma turma, do qual participem todos os alunos, para comentar 
temas atuais, para debater questões polêmicas, para criar um contexto real em que o texto 
escrito surja como algo natural? 
 Na blogosfera, informação é poder. E os jovens sabem disso, porque conhecem o 
ciberespaço. O entusiasmo pela criação de um blog coletivo certamente será 
acompanhado pelo desejo de transformá-lo em ponto de parada obrigatória para os 
leitores que vagam no universo virtual. E esse desejo será um motivador muito importante. 
Para conquistar leitores, os autores de um blog precisam não só ter o que dizer, mas 
também saber como dizer o que querem, escolher imagens instigantes, criar títulos 
provocadores. 
 Uma vez criado o blog da turma, as possibilidades pedagógicas a ele associadas 
multiplicam-se. Para gerar conteúdo consistente é necessário pesquisar, considerar 
diferentes pontos de vista sobre temas polêmicos, avaliar a necessidade de ilustrar 
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AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
determinados conceitos com imagens, definir critérios para a moderação dos comentários, 
escolher os temas preferenciais a serem abordados etc. Todos esses procedimentos estão 
na base da construção de conhecimento. 
 Outro aspecto muito importante é que os jovens, em uma situação rara no espaço 
escolar, vão constatar que, nesse caso, quem domina o conhecimento são eles. Pela 
primeira vez não precisarão virar "analógicos" para se adaptar ao universo da sala de aula. 
Eu blogo. Eles blogam. E você? 
Maria Luiza Abaurre, in Revista Carta na Escola. (adaptado) 
 
 (Col. Naval – 2009) 
Analise as afirmativas abaixo. 
I - O primeiro parágrafo do texto já explicita toda a discussão subsequente. 
II - A autora sugere que os blogs são ferramentas indispensáveis para a articulação social 
no mundo moderno. 
III- O segundo parágrafo do texto contrapõe duas realidades: uma, fundamentada em 
coisas palpáveis; outra, em coisas imateriais. 
IV - Na escola, os blogs podem ser interessantes ferramentas pedagógicas que permitirão 
aos alunos expressarem os seus pontos de vista acerca de diferentes assuntos e, assim, 
abolirem a aprendizagem formal. 
 
Assinale a opção correta. 
A) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras. 
B) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. 
C) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras. 
D) Apenas a afirmativa III é verdadeira. 
E) Apenas a afirmativa IV é verdadeira. 
 
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 (Col. Naval – 2009) 
O texto começa e termina com um mesmo questionamento: "Eles blogam. E você? " 
Assinale a opção que justifica, discursivamente, o emprego do pronome "você" . 
A) Apresentar alguém que pode interagir diretamente com a autora. 
B) Representar um ser em quem a autora pensa no momento de sua produção. 
C) Retratar uma participação indireta do leitor/ouvinte no "diálogo" estabelecido. 
D) Tratar de forma indeterminada o sujeito do verbo que o acompanha implicitamente. 
E) Estabelecer, por meio dele, um diálogo com o leitor/ouvinte, com vistas ao incentivo de 
uso da blogosfera. 
 
 (Col. Naval – 2009) 
Assinale a opção em que a referência ao universo virtual se caracteriza pela isenção e 
objetividade. 
A) "Nós, que nascemos em um mundo anterior à Internet, aprendemos a viver no universo 
constituído por coisas palpáveis..." (1° §) 
B) "Um dos aspectos mais sedutores do ciberespaço é o seu poder de articulação social." 
(3° §) 
C) "A velocidade de reprodução da blogosfera é assustadora..."(3° §) 
D) "Se a escola é o espaço preferencial para a construção do conhecimento, nada mais 
lógico do que levar os blogs para a sala de aula. . . " (6° §)E) "O entusiasmo pela criação de um blog coletivo certamente será acompanhado pelo 
desejo de transformá-lo em ponto de parada obrigatória..." (7° §) 
 
 (Col. Naval – 2009) 
O texto tem por finalidade principal 
A) apresentar os temas explorados nos blogs: pessoais, políticos, culturais, esportivos, 
jornalísticos, de humor, etc. 
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B) lembrar que os blogs são importantes instrumentos na interação social, leitura e 
produção escrita. 
C) mostrar à escola que livros, giz, carteiras, quadro-negro, mural são coisas do passado. 
D) motivar a comunidade pedagógica à exploração máxima da blogosfera. 
E) comparar os diferentes mundos e ferramentas computacionais. 
 
Texto para as próximas questões: 
Quando a rede vira um vício 
Com o título "Preciso de ajuda", fez-se um desabafo aos integrantes da comunidade 
Viciados em Internet Anônimos: "Estou muito dependente da web. Não consigo mais viver 
normalmente. Isso é muito sério". Logo obteve resposta de um colega de rede. "Estou na 
mesma situação. Hoje, praticamente vivo em frente ao computador. Preciso de ajuda." O 
diálogo dá a dimensão do tormento provocado pela dependência em Internet, um mal que 
começa a ganhar relevo estatístico, à medida que o uso da própria rede se dissemina. 
Segundo pesquisas recém-conduzidas pelo Centro de Recuperação para Dependência de 
Internet, nos Estados Unidos, a parcela de viciados representa, nos vários países 
estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que usam a web - com concentração na faixa 
dos 15 aos 29 anos. Os estragos são enormes. Como ocorre com um viciado em álcool ou 
em drogas, o doente desenvolve uma tolerância que, nesse caso, o faz ficar on-line por 
uma eternidade sem se dar conta do exagero. Ele também sofre de constantes crises de 
abstinência quando está desconectado, e seu desempenho nas tarefas de natureza 
intelectual despenca. Diante da tela do computador, vive, aí sim, momentos de rara euforia. 
Conclui uma psicóloga americana: "O viciado em internet vai, aos poucos, perdendo os 
elos com o mundo real até desembocar num universo paralelo - e completamente virtual". 
Não é fácil detectar o momento em que alguém deixa de fazer uso saudável e produtivo 
da rede para estabelecer com ela uma relação doentia, como a que se revela nas histórias 
relatadas ao longo desta reportagem. Em todos os casos, a internet era apenas "útil" ou 
"divertida" e foi ganhando um espaço central, a ponto de a vida longe da rede ser descrita 
agora como sem sentido. Mudança tão drástica se deu sem que os pais atentassem para a 
gravidade do que ocorria. "Como a internet faz parte do dia a dia dos adolescentes e o 
isolamento é um comportamento típico dessa fase da vida, a família raramente detecta o 
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problema antes de ele ter fugido ao controle", diz um psiquiatra. A ciência, por sua vez, já 
tem bem mapeados os primeiros sintomas da doença. De saída, o tempo na internet 
aumenta - até culminar, pasmese, numa rotina de catorze horas diárias, de acordo com o 
estudo americano. As situações vividas na rede passam, então, a habitar mais e mais as 
conversas. É típico o aparecimento de olheiras profundas e ainda um ganho de peso 
relevante, resultado da frequente troca de refeições por sanduíches - que prescindem de 
talheres e liberam uma das mãos para o teclado. Gradativamente, a vida social vai se 
extinguindo. Alerta outra psicóloga: "Se a pessoa começa a ter mais amigos na rede do 
que fora dela, é um sinal claro de que as coisas não vão bem". 
Os jovens são, de longe, os mais propensos a extrapolar o uso da internet. Há uma razão 
estatística para isso - eles respondem por até 90% dos que navegam na rede, a maior fatia 
-, mas pesa também uma explicação de fundo mais psicológico, à qual uma recente 
pesquisa lança luz. Algo como 10% dos entrevistados (viciados ou não) chegam a atribuir 
à internet uma maneira de "aliviar os sentimentos negativos", tão típicos de uma etapa em 
que afloram tantas angústias e conflitos. Na rede, os adolescentes sentem-se ainda mais à 
vontade para expor suas ideias. Diz um outro psiquiatra: "Num momento em que a própria 
personalidade está por se definir, a internet proporciona um ambiente favorável para que 
eles se expressem livremente". No perfil daquela minoria que, mais tarde, resvala no vício 
se vê, em geral, uma combinação de baixa autoestima com intolerância à frustração. Cerca 
de 50% deles, inclusive, sofrem de depressão, fobia social ou algum transtorno de 
ansiedade. É nesse cenário que os múltiplos usos da rede ganham um valor distorcido. 
Entre os que já têm o vício, a maior adoração é pelas redes de relacionamento e pelos 
jogos on-line, sobretudo por aqueles em que não existe noção de começo, meio ou fim. 
Desde 1996, quando se consolidou o primeiro estudo de relevo sobre o tema, nos Estados 
Unidos, a dependência em internet é reconhecida - e tratada - como uma doença. Surgiram 
grupos especializados por toda parte. "Muita gente que procura ajuda ainda resiste à ideia 
de que essa é uma doença", conta um psicólogo. O prognóstico é bom: em dezoito 
semanas de sessões individuais e em grupo, 80% voltam a níveis aceitáveis de uso da 
internet. Não seria factível, tampouco desejável, que se mantivessem totalmente distantes 
dela, como se espera, por exemplo, de um alcoólatra em relação à bebida. Com a rede, 
afinal, descortina-se uma nova dimensão de acesso às informações, à produção de 
conhecimento e ao próprio lazer, dos quais, em sociedades modernas, não faz sentido se 
privar. Toda a questão gira em torno da dose ideal, sobre a qual já existe um consenso 
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acerca do razoável: até duas horas diárias, no caso de crianças e adolescentes. Quanto 
antes a ideia do limite for sedimentada, melhor. Na avaliação de uma das psicólogas, "Os 
pais não devem temer o computador, mas, sim, orientar os filhos sobre como usá-lo de 
forma útil e saudável". Desse modo, reduz-se drasticamente a possibilidade de que, no 
futuro, eles enfrentem o drama vivido hoje pelos jovens viciados. 
Silvia Rogar e João Figueiredo, Veja, 24 de março de 2010. Adaptado. 
 
 (Col. Naval – 2010) 
É correto afirmar que o texto 
A) apresenta causas, consequências e possibilidades de tratamentos para o viciado em 
internet. 
B) faz uma análise subjetiva da dependência em internet, sem se ater a faixas etárias mais 
propensas ao vício. 
C) estabelece como principais motivos para o vício em internet a baixa autoestima e os 
problemas de relacionamento com os pais. 
D) evidencia olheiras profundas, ganho de peso relevante, vida social que se extingue 
como exemplos dos males provocados pelo uso comedido da internet. 
E) parte de experiências virtuais para mostrar que o vício em internet, apesar de ser um mal 
relativamente novo, já atingiu proporções irreversíveis. 
 
 (Col. Naval – 2010) 
Marque a opção correta em relação à interpretação geral do texto. 
A) A ideia central do texto é divulgar a importância do uso prático da internet em 
detrimento da diversão tão desejada. 
B) Os especialistas percebem que há no uso excessivo da web apenas o prejuízo no 
aumento de peso entre os jovens. 
C) A tarefa principal da internet, segundo os especialistas, é a de "aliviar os sentimentos 
negativos". 
t.me/CursosDesignTelegramhub
 
 
 
 
 
 
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Prof.ª Fabíola Soares 
 
 
 
AULA 13 – Leitura e Interpretação de textos 
 
D) Já que o uso da internet é como uma droga, não há perspectiva de solução para o 
problema. 
E) Longe dos extremos, a virtude no uso da internet estaria na justa medida.

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