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1/2 Consenso de Washington Consenso de Washington é o nome dado a um encontro ocorrido na capital dos Estados Unidos, no ano de 1989. Convocados pelo Institute for International Economics, reuniram-se, naquela ocasião, diversos economistas latino-americanos liberais, funcionários do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do governo norte-americano. Com o tema Latin Americ Adjustment: Howe Much has Happened?, o encontro buscava avaliar as reformas econômicas na América Latina, e recebeu este nome de John Willianson, economista inglês e diretor do instituto promotor do encontro. As conclusões do Consenso de Washington formam um conjunto de medidas, compostas de dez regras básicas, para promover o ajustamento macroeconômico dos países em desenvolvimento. Os objetivos do encontro As ideias do Consenso de Washington já eram promulgadas pelos governos dos países desenvolvidos (com destaque para os EUA e Reino Unido), desde o início do avanço do Neoliberalismo pelo mundo, nas décadas de 1970 e 1980. A cartilha neoliberal já era adotada como pré-requisito para a concessão de novos empréstimos, por parte de instituições como o FMI e o Banco Mundial. A princípio, as conclusões do Consenso possuíam caráter acadêmico, mas acabaram virando um receituário imposto para a concessão de créditos. Segundo John Willianson, o objetivo das regras universais do encontro era a aceleração do desenvolvimento sem piorar a distribuição de renda. As recomendações propostas no Consenso de Washington pautavam-se nas ideias de abertura econômica e comercial, aplicação da economia de mercado e controle fiscal macroeconômico. Foto: Reprodução As dez regras do Consenso de Washington 1. Disciplina fiscal – o Estado deve limitar os gastos à arrecadação, eliminando o déficit público; 2. Redução dos gastos públicos; 3. Reforma fiscal e tributária, na qual o governo deveria reformular seus sistemas de arrecadação de impostos e ampliar a base sobre a qual incide a carga tributária, com maior peso nos impostos indiretos; 4. Abertura comercial e econômica dos países, a fim de reduzir o protecionismo e proporcionar um maior investimento estrangeiro; 5. Taxa de câmbio de mercado competitivo; 6. Liberalização do comércio exterior; 2/2 7. Investimento estrangeiro direto, eliminando as restrições; 8. Privatização, com a venda das estatais; 9. Desregulamentação, com o afrouxamento das leis de controle do processo econômico e das relações trabalhistas; 10. Direito à propriedade intelectual. No Brasil O Brasil foi um dos poucos países que não aceitaram imediatamente estas regras, mas as aplicou rapidamente ao longo da década de 1990. A principal medida adotada pelo governo brasileiro foi a política de privatizações, na qual as empresas dos ramos das telecomunicações, de energia, mineração e outros foram transferidos do Estado para a iniciativa privada.