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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS - AULA 1

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 
INDUSTRIAIS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Juliano de Mello Pedroso 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
A corrente elétrica é muito importante no processo produtivo das 
indústrias. Podemos separá-la em dois tipos básicos: a corrente elétrica 
contínua, que não altera seu valor ao longo do tempo, e a corrente elétrica 
alternada, que altera seu valor ao longo do tempo baseada em uma frequência 
específica. 
A maior parte do conteúdo desta disciplina é dedicada ao estudo da 
corrente elétrica alternada. Esse tipo de energia é usado na indústria por conta 
da facilidade de se transportá-la até o consumidor. 
O Brasil tem por característica a geração dessa energia por fontes 
hídricas, que são abundantes na maior parte do país, porém atualmente 
também se deve estudar e implantar novas fontes energéticas, pois ao longo 
do tempo a energia tem se tornado cada vez mais escassa. Por essa razão, é 
papel do engenheiro e da sociedade, em conjunto, achar formas de gerar 
energias alternativas e renováveis. Entretanto, no início dessa disciplina 
abordaremos apenas os efeitos da energia, sem levar em consideração como é 
gerada. 
Nesta primeira aula falaremos sobre os seguintes assuntos: grandezas 
senoidais, magnetismo, transformador, indutor e indutância e circuito em C.A. 
com indutância pura. Bom estudo! 
TEMA 1 – GRANDEZAS SENOIDAIS 
Ao contrário da corrente elétrica contínua, que tem a mesma intensidade 
ao longo do tempo, a corrente alternada tem uma componente diferente, que é 
a frequência. A corrente elétrica alternada é caracterizada pela alternância de 
intensidade e determinada frequência. Na prática devemos conhecer alguns 
tipos de correntes alternada, quais sejam: 
 
 
 
3 
Figura 1 – Tipos de corrente alternada: (a) forma de onda senoidal; (b) forma 
de onda quadrada; (c) forma de onda triangular. 
 
 
A corrente alternada senoidal é uma das mais importantes e por isso é a 
corrente que mais trataremos nesse momento. 
Iremos considerar uma circunferência de raio Vm e um vetor OA, que 
gira com rotação constante no sentido anti-horário. A ponta do vetor descreve 
uma circunferência, e o ângulo formado entre o eixo horizontal e a direção do 
vetor, α, varia com o tempo, como descrito na Figura 2. 
Figura 2 – Circunferência de raio Vm 
 
O ângulo por unidade de tempo da velocidade angular ou frequência 
angular, é representado pela letra grega ômega (ω). 
ω =
α
t
 
 
Sendo α expresso em radianos (rad), t em segundos (s), teremos como 
resultado ω em radianos por segundo (rad/s). 
Uma volta completa é 2π rad ou 360°. O tempo que o vetor OA leva para 
completar uma volta é chamado de período (T), logo podemos considerar a 
seguinte equação: 
𝜔 =
2𝜋
𝑇
 
 
 
 
4 
O número de voltas, a que chamaremos de ciclos, completados por 
segundo serão nomeados como frequência (f), e é expresso em ciclos por 
segundo ou Hertz (Hz). 
1 ciclo/s = 1hz 
 
A relação da frequência com o período nos dá a seguinte fórmula: 
𝑓 =
1
𝑇
 
Então podemos descrever a velocidade angular pela seguinte fórmula se 
considerarmos a frequência: 
𝜔 = 2𝜋 . 𝑓 
 
Agora que conhecemos as grandezas básicas, poderemos analisar 
outras variáveis: tomamos como b sendo a projeção do vetor OA no eixo 
vertical; então, pelas regras da trigonometria, teremos: 
b = Vm . senα = Vm . senωt = Vm . sen2π.f.t 
 
Podemos verificar que a projeção de OA no eixo vertical, b, segue a lei 
senoidal: 
α = 0° → b = Vm . sen0° = 0 
α = 90° → b = Vm . sen90° = Vm 
α = 180° → b = Vm . sen180° = 0 
α = 270° → b = Vm . sen270° = -Vm 
α = 360° → b = Vm . sen360° = 0 
 
Podemos analisar também de modo gráfico na Figura 3: 
Figura 3 – Representação gráfica senoidal 
 
Fasor é o nome dado a um vetor que gira. Na Figura 2, OA é um fasor, 
pois gira com velocidade angular ω. Um fasor pode ser usado para representar 
 
 
5 
uma grandeza senoidal. Na Figura 4, quando o ângulo α varia, a projeção do 
vetor OA no eixo vertical, mostrará uma sucessão de valores instantâneos da 
grandeza senoidal. O lado esquerdo da Figura 4 é nomeado de diagrama 
fasorial, e o outro lado é a onda senoidal correspondente. 
Figura 4 – Diagrama fasorial e onda senoidal correspondente 
 
Pode-se usar o diagrama fasorial no lugar das equações apresentando 
uma resposta gráfica em vez de uma equação matemática. 
Nota-se que no instante t=0 há uma formação de um ângulo Φ com o 
eixo horizontal, o valor instantâneo da grandeza será dado por: 
b = Vm . sen (ωt + Φ) 
 
O ângulo ϕ (letra grega fi) é chamado de ângulo de fase inicial. O 
diagrama fasorial correspondente e a sua forma de onda estão indicados na 
Figura 5. 
Figura 5 – Diagrama fasorial 
 
Foi tomado como base dois vetores de amplitudes Vm1 e Vm2 com a 
mesma fase. O diagrama fasorial e as formas de onda estão indicadas na 
Figura 6. 
 
 
 
6 
Figura 6 – Diagrama fasorial combinado 
 
As equações das duas grandezas senoidais são: 
b1 = Vm1 . sen ωt 
b2 = Vm2 . sen ωt 
 
Na Figura 6, os dois vetores estão em fase. Se os dois vetores estiverem 
defasados de um ângulo ϕ, as suas formas de onda também estarão defasadas 
do mesmo ângulo ϕ. 
Na Figura 7 as duas formas de onda estão defasadas em 90°, sendo 
que b1 está adiantada em relação a b2. 
Figura 7 – Defasagem entre b1 e b2 de 90° (quadratura) 
 
As equações das duas grandezas são: 
b1 = Vm1 . sen ωt 
b2 = Vm2 . (sen ωt –π/2) 
 
O ângulo de fase inicial de b2 é –π/2. 
 Os cálculos em circuitos C.A. às vezes envolvem somas e subtrações de 
grandezas senoidais (tensões e correntes). 
 
 
 
 
7 
Podem-se considerar duas grandezas senoidais cujas equações são: 
b1 = Vm1 . sen ( ωt + ϕ 1 ) 
b2 = Vm2 . sen ( ωt + ϕ 2 ) 
 
A sua soma será: 
 b = b1 + b2 = Vm1 . sen ( ωt + ϕ 1 ) + Vm2 . sen ( ωt + ϕ 2 ) 
 
Para se obter a soma pode-se usar certas propriedades da 
trigonometria, mas em vez disso é possível utilizar o diagrama fasorial descrito 
na Figura 8. 
Figura 8 – Diagrama fasorial 
 
Usando as regras para adição de vetores, obtemos o vetor resultante, 
que terá amplitude Vm e fase ϕ. 
Da Figura 8 do gráfico da esquerda tiramos: 
X1 = Vm1 . cos ϕ1 Y1 = Vm1 . sen ϕ1 
X2 = Vm2 . cos ϕ2 Y2 = Vm2 . sen ϕ2 
X = X1 + X2 Y = Y1 + Y2 
𝑉𝑚2 = 𝑋2 + 𝑌2 ou 𝑉𝑚 = √𝑋2 + 𝑌2 
 𝑡𝑔∅ = 
𝑌
𝑋
 
1.1 Valor eficaz 
Tomamos como base o circuito da Figura 9, a tensão aplicada é a 
senoidal. 
V = Vm. Senωt 
 
 
 
8 
Pela 1ª Lei de Ohm o valor instantâneo da corrente será: 
𝑖 = 
𝑣
𝑅
=
𝑉𝑚. 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡
𝑅
= 𝐼𝑚. 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡 
 
Em que 𝐼𝑚 = 
𝑉𝑚
𝑅
 
Figura 9 – Circuito com resistor 
 
 
 A potência instantânea entregue à carga será dada por: 
p = v . i 
 
A Figura 10 mostra os gráficos de v, i e p. Pode-se notar que a potência 
é uma grandeza pulsante e positiva (o sentido da energia é do gerador para a 
carga). 
Figura 10 – v, i, p 
 
 Define-se valor eficaz de uma tensão alternada ao valor de uma tensão 
contínua que produz a mesma dissipação de potência da tensão alternada em 
questão num mesmo resistor. 
 
 
 
9 
Figura 11 – Interpretação da tensão eficaz 
 
Na Figura 11, a dissipação de potência é a mesma nos dois casos, logo 
dizemos que o valor da tensão contínua, na Figura 11b, é igual ao valor eficaz 
da tensão alternada na Figura 11a. 
No caso de uma tensão alternada senoidal usa-se: 
𝑉𝐸𝐹 = 
𝑉𝑚
√2
 ou 𝑉𝐸𝐹= 0,707. 𝑉𝑀 
 
É claro que o mesmo vale para a corrente. No caso de um circuito 
puramente resistivo, a potência dissipada pode ser calculada pelas mesmas 
equações já vistas em circuitos C.C., somente lembrando que os valores de 
tensão e corrente são eficazes. 
Em uma grandeza senoidal, a quantidade Vm é chamada de valor de 
pico, portanto 2Vm é chamado de pico-a-pico (Vpp) como descrito na Figura 
12. 
Figura 12 – Valor pico-a-pico 
 
Da Figura 13 observa-se que a tensão e a corrente estão em fase, logo 
o diagrama fasorial correspondente será: 
 
 
 
10 
Figura 13 – Diagrama fasorial 
 
Os comprimentos dos vetores representam os valores eficazes da 
tensão e corrente ou valores de pico. 
TEMA 2 – MAGNETISMO 
Os fenômenos magnéticos que ocorrem num ímã são estudados por 
uma área especifica chamada magnetismo, a qual é de suma importância ao 
estudo dos circuitos elétricos em corrente alternada. 
A primeira premissa que devemos analisar quando estamos falando de 
magnetismo é o significado de campo magnético. Sua definição se dá por ser 
uma região próxima a um material ferromagnético ou um ímã propriamente 
dito, no qual existe uma influência da forma magnética. Um ímã de 
proveniência natural é composto por minérios e substâncias com propriedades 
magnéticas, ou seja, tem um campo magnético ao seu redor, como o diagrama 
descrito na Figura 14. 
 Os ímãs apresentam polaridades norte e sul, as quais, quando iguais, 
têm a tendência de se repelir; quando opostas, se atraem. 
Figura 14 – Campo magnético de um ímã 
 
Fontes: <http://www.ece.neu.edu/fac-ece/nian/mom/work.html>; 
<https://quizizz.com/admin/quiz/570fc33ac93ee0d6555824af>. 
 
 
11 
Os polos de um ímã são inseparáveis. Se um ímã for partido, serão 
obtidos dois novos ímãs, cada um com ambas as polaridades. 
 Assim como o campo gravitacional é caracterizado em cada ponto pelo 
vetor aceleração da gravidade (g), o campo magnético é caracterizado em 
cada ponto pelo vetor indução magnética. 
As linhas de campo – ou linhas de indução, além de permitir ver a forma 
do campo, também dá a ideia de intensidade. Quanto maior o número de linhas 
por unidade de volume, mais intenso é o campo. 
Temos outras premissas para representar o campo magnético por meio 
de suas linhas de campo. 
 As linhas do campo magnético deixam norte e entram no polo sul; 
 Duas linhas de campo magnético não podem se cruzar; 
 As linhas de campo formam um ângulo reto com a superfície do ímã. 
Na Figura 15, há exemplos de ímã e a forma de seu campo magnético. 
Figura 15 – Exemplos de ímãs 
 
Fonte: <https://es.slideshare.net/nicolealchipi/electronegatividad-14857761>. 
 As linhas de campo podem ser visualizadas na prática se colocarmos 
limalha de ferro ao redor do ímã. As limalhas de ferro tenderão a se orientar ao 
longo das linhas de campo 
2.1 Eletroímã 
 Um eletroímã é uma bobina enrolada num núcleo de “ferro doce”, ou 
seja, ferro com alto teor de pureza, pois isto aumenta a intensidade do campo. 
Quando fazemos passar uma corrente por esse metal, o ferro se imanta. 
Cessada a corrente, cessa a imantação. 
 
 
 
12 
Figura 16 – Ímã e eletroímã 
 
 Um exemplo da aplicação de um eletroímã é a construção de um 
guindaste eletromagnético, como demonstrado na Figura 17. 
Figura 17 – Eletroímã 
 
Fonte: <http://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/metais-e-artefatos/imatec-produtos-
magneticos-ltda-epp/produtos/servicos/manutencao-em-eletroimas-servicos-de>. 
TEMA 3 – TRANSFORMADOR 
O transformador é um componente elétrico que modifica a corrente 
elétrica alternada (quando em corrente contínua ele tem outros 
comportamentos). Com esse componente podemos aumentar, diminuir ou 
isolar a corrente elétrica alternada. 
Figura 18 – Transformador ou trafo 
 
Fonte: <http://www.multipecastec.com.br/loja/produto/trafo-12v-800s-hayama>. 
 
 
13 
Um transformador típico – ou trafo, como é comumente chamado – é 
constituído por dois enrolamentos elétricos isolados, fabricados em um mesmo 
núcleo ferroso (com a utilidade de concentrar as linhas do campo magnético). 
Figura 19 – Funcionamento do transformador 
 
Fonte: <https://www4.frba.utn.edu.ar/html/Electrica/archivos/electrotecnica_y_maquinas_electri
cas/apuntes/7_transformador.pdf>. 
O primeiro enrolamento – cuja função é receber a corrente elétrica – 
recebe o nome de primário, e o subsequente recebe o nome de secundário, 
que é a bobina que fornece a corrente elétrica alterada. 
A corrente alternada, passando no primário, origina um fluxo magnético 
alternado no núcleo de ferro. Este fluxo variável atravessa o secundário, 
induzindo uma tensão alternada no secundário, conforme Figura 19. 
Os transformadores podem ser classificados em: 
 Monofásicos: operam em uma ou duas fases, trabalhando com tensões 
típicas de 127V ou 220V 
 Trifásicos: operam com três fases, com tensões de trabalho na ordem 
de 220V, 380V e 440V. 
Normalmente não transformam (elevam e diminuem) corrente contínua, 
pois não têm movimentação no campo elétrico e seu núcleo usa chapas de 
aço-silício para diminuir a perda por correntes de Foucault (também chamadas 
de correntes parasitas). 
3.1 Exemplos de transformadores usuais 
O transformador que está localizado no poste em frente à sua casa ou 
em frente à indústria onde você trabalha é demonstrado na Figura 20. Suas 
tensões típicas são de 13KV (13000V), diminuindo para a entrada típica de 
casas ou pequenas indústrias em 127 ou 220V (podendo ser 380V ou 440V). 
 
 
14 
Figura 20 – Transformador industrial 
 
Fonte: <http://www.mfrural.com.br/detalhe/transformador-eletrico-182023.aspx>. 
Outro exemplo que se pode configurar são os transformadores de 
pequenos circuitos eletrônicos dentro dos invólucros residenciais, como ocorre 
em aparelhos de televisão ou de rádio. 
Lembre-se de que U1 (Up) é a tensão no primário e U2 (Us) é tensão no 
secundário, assim como I1 é a corrente no primário (Ip) e I2 é a corrente no 
secundário (IS). 
Em um transformador ideal, vale a relação: 
Ps = Pp (Potência no primário é igual a potência no secundário) 
Ps = Us . Is = Potência do secundário 
Pp = Up . Ip = Potência do primário 
A tensão de entrada e de saída são proporcionais ao número de espiras 
em cada bobina, sendo: 
𝑈𝑃
𝑈𝑆
=
𝑁𝑃
𝑁𝑆
 
Em que: 
 é a tensão no primário; 
 é a tensão no secundário; 
 é o número de espiras do primário; 
 é o número de espiras do secundário. 
Tendo como base essas fórmulas, é possível chegar também à 
conclusão de que em caso de se ter um transformador com N1 > N2, haverá 
um transformador abaixador de tensão, e se houver N1 < N2 haverá um 
transformador elevador de tensão. 
 
 
15 
Por esta proporcionalidade concluímos que um transformador reduz a 
tensão se o número de espiras do secundário for menor que o número de 
espiras do primário e vice-versa. 
TEMA 4 – INDUTOR E INDUTÂNCIA 
Normalmente um indutor é caracterizado por um enrolamento de fio em 
formato de hélice normalmente fixado a um núcleo, o qual pode ser ar ou outro 
material que induza um campo eletromagnético. A Figura 21 a seguir mostra os 
tipos de simbologia de indutores: 
Figura 21 – Simbologia de indutores 
 
 Com derivação – é um indutor que pode ser derivado, ou seja, do qual 
se pode tirar indutâncias intermediárias. 
 Núcleo variável – Indutores desse tipo são usados quando se precisa 
alterar a indutância à medida que se altera a disposição física do núcleo 
do indutor em questão. 
 Núcleo de ar – Usamos esse tipo de indutor em radiofrequências e 
quando o material ferromagnético do núcleo pode alterar as 
características do campo eletromagnético de forma a prejudicar a 
indutância requerida. 
 Núcleo de ferrite – Coloca-se o ferrite para melhorar a coercividade, 
resistividade e a permeabilidade magnética. 
 Núcleo de ferro – Este tipo de núcleo é utilizado quando se quer altas 
indutâncias sem que sejam usadas frequências altas. 
Quando a chave no circuito da Figura 22b é fechada, uma corrente 
elétrica começa a circular no circuito (I). Esta corrente origina um campo 
 
 
16 
magnético cujas linhas de campo cortam as espiras subsequentes, induzindo 
nelas uma força eletromotriz auto induzida. De acordo com a Lei de Lenz, esta 
tensão induzida deverá se opor à causa que a originou (variação de I). Como 
resultado desta oposição, temos que a corrente no circuito levará um certo 
tempo para atingir o seu valor de regime (imposto pelas resistências ôhmicas 
do circuito). 
Figura 22a e 22 b – Circuito com indutor 
 
Se após a corrente ter atingido o seu valor máximo (2A) abrirmos a 
chave, a corrente I tenderá a diminuir. 
A variação do campo magnético novamente induzirá uma força 
eletromotriz de autoindução (e) com polaridade tal que originará uma corrente 
I´ que tenderá a se opor à diminuição de I. 
Desta forma, se a chave foi aberta no instante t = t´, ainda haverá 
corrente por um certo tempo. 
Figura 23a e 23b – Abertura de chave de um circuito com indutância 
 
 Pode se concluir que um indutor se opõe a uma variação de corrente. 
 
 
17 
Observe a polaridade da força eletromotriz induzida da Figura 23b. A 
tensão induzida se soma com a tensão da fonte, de forma que, entre os 
terminais da chave aberta, a tensão será E + e. Se a força eletromotriz for 
suficientemente alta, pode aparecer um arco entre os contatos da chave, o que 
será perigoso para o operador. 
Se, na Figura 22b, colocarmos um núcleo de ferro na bobina (observe 
que nesta Figura o símbolo é de indutor com núcleo de ar) e repetirmos a 
experiência, verificaremos que a oposição oferecida pelo indutor à variação de 
corrente será maior. O tempo para que a corrente atinja o seu valor de regime 
será maior. 
Figura 24 – Indutor com núcleo de ferro 
 
Quando colocamos um núcleo de ferro na bobina, nós alteramos a sua 
indutância (L); neste caso, foi aumentado. 
Toda bobina ou indutor possui indutância. A indutância só depende das 
dimensões da bobina (número de espiras, comprimentos, diâmetro do núcleo) 
e do material de que é feito o núcleo. 
A indutância de uma bobina é uma medida do quanto de energia pode 
ser armazenada em um campo magnético. 
A unidade de indutância é denominada henry (H). 
O indutor tem a finalidade de acumular a energia através do campo 
eletromagnético, e é usado em diversos circuitos eletrônicos – tanto digitais 
quanto analógicos. 
Na Figura 25 são demonstrados indutores diversos retirados de circuitos 
analógicos, como é o caso de uma fonte chaveada. 
 
 
 
18 
Figura 25 – Tipos de indutores 
 
Fonte: <https://en.wikipedia.org/wiki/Inductor>. 
4.1 Associação de indutores 
Nesta seção abordaremos o processo de associações com indutores, 
pois temos que saber associá-los tanto em série como em paralelo, pois 
teremos sempre indutores comerciais para a resolução de circuitos elétricos. 
4.1.1 Associação de indutores em série 
 Observe a seguinte configuração de indutores, na qual um está ligado ao 
outro em série (vide Figura 26): 
Figura 26 – Indutores em série 
 
Vejamos como calcular a indutância equivalente de indutores em série: 
como o trecho é de apenas um fio (condutor), a tensão total desse trecho é a 
soma da tensão induzida em cada um dos indutores, quando uma corrente i(t) 
atravessa os indutores. Ou seja: 
𝑉𝑒𝑞 = 𝑉1 + 𝑉2 + ⋯ + 𝑉𝑛 
𝐿𝑒𝑞 = 𝐿1 + 𝐿2 + ⋯ + 𝐿𝑛 
 
 
19 
4.2 Associação de Indutores em paralelo 
Suponha que tenhamos n indutores em paralelo, isto é, estão ligados em 
um mesmo par de terminais, conforme mostrado na Figura 27: 
Figura 27 – Indutores em paralelo 
 
A corrente total é i, e se divide entre os n trechos do circuito, de modo 
que, pelo Teorema da Conservação das Cargas: 
𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑖1 + 𝑖2 + ⋯ + 𝑖𝑛 
 
Concluímos que podemos substituir a configuração de indutores em 
paralelo por apenas um indutor de indutância: 
1
𝐿𝑒𝑞
= 
1
𝐿1
+ 
1
𝐿2
+ ⋯ + 
1
𝐿𝑛
 
TEMA 5 – CIRCUITO EM CA COM INDUTÂNCIA PURA 
Como visto anteriormente, quando aplicamos uma tensão a uma bobina, 
a corrente levará um certo tempo até atingir o seu valor de regime. Existe, pois, 
uma defasagem entre a tensão aplicada e a corrente que percorre o indutor. 
No caso de a tensão aplicada ser senoidal, a corrente (também senoidal) 
estará 90° atrasada em relação à tensão. 
 Como já vimos, um indutor oferece uma oposição a uma variação de 
corrente. A medida desta oposição é dada pela reatância indutiva (XL) do 
circuito. 
 A reatância indutiva depende da indutância do indutor e da frequência da 
corrente, sendo dada pela fórmula: 
XL = ω . L = 2π . f . L 
 
Em que L = Indutância da bobina em Henry 
 F = frequência da c.a. em Hz 
 XL = reatância da bobina em Ω 
 
 
 
20 
Figura 28 – Defasagem da corrente sobre a tensão 
 
A primeira Lei de OHM é válida em um circuito C.A. Neste caso, a 
resistência elétrica é substituída pela reatância indutiva. 
𝐼 =
𝑉𝑔
𝑋𝐿
 
 
Em um circuito puramente indutivo (sem resistências), não há dissipação 
de energia. 
Na Figura 29, está representado o gráfico da potência instantânea em 
função do tempo. 
Figura 29 – Potência instantânea 
 
 
P(t) = v(t) . i(t) 
P(t) = potência instantânea 
 Durante o primeiro quarto de ciclo, o circuito absorve energia, a qual é 
usada para aumentar a energia do campo magnético (a potência é positiva, e a 
energia é representada pela área entre a curva p e o eixo t). 
 No segundo quarto do ciclo, a corrente diminui. A força eletromotriz de 
autoindução tenderá a se opor a essa diminuição. 
 
 
21 
 A bobina comporta-se como gerador, devolvendo a energia (que estava 
armazenada no campo magnético) ao circuito (agora a potência é negativa). A 
sequência se repete no segundo meio ciclo. Desta forma, a potência é 
continuamente trocada entre o campo magnético e o circuito, não havendo 
perdas. 
 A mesma conclusão pode ser obtida a partir da fórmula: 
P = Vef . Ief . cos ϕ 
Em que: 
P = Potência real ou potência ativa 
Vef = Tensão eficaz do circuito 
Ief = Corrente eficaz do circuito 
A reatância indutiva é medida em ohms e pode ser expressa por uma 
oposição à passagem de corrente elétrica. Atente-se que a reatância indutiva é 
atrelada à frequência aplicada ao circuito elétrico em questão. Toda vez que o 
circuito muda ou alteramos a frequência a reatância indutiva também é 
alterada. 
Se usarmos uma frequência considerada infinita teremos também uma 
reatância com essa ordem. 
FINALIZANDO 
Nesta aula foram abordados conceitos iniciais sobre corrente elétrica 
alternada que são de extrema importância no processo produtivo da indústria. 
Vimos ainda definições de indutância e transformação de corrente 
elétrica alternada; estas são a base geral de motores e transformadores, e que 
são usadas em infinitas aplicações dentro da indústria fabril. 
Por meio desses conceitos e cálculos aplicados podemos construir um 
conhecimento da utilidade do indutor e as consequências que devemos 
combater em seu uso. Não esqueça de praticar com exercícios diversos. 
Bom estudo! 
 
 
 
22 
REFERÊNCIAS 
BOYLESTAD, R. Introdução à análisede circuitos. 12. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2012. 
BOYLESTAD, R.; NASHELSKY, L. Dispositivos eletrônicos e teoria de 
circuitos. 11. ed. São Paulo: Pearson, 2013. 
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