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CONTRARRAZÕES-RECURSO-ORDINÁRIO-VENDEDOR-EXTERNO

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CONTRARRAZÕES - RECURSO ORDINÁRIO - VENDEDOR EXTERNO
EXMO. SR. DR. JUIZ DO TRABALHO DA ___ª VARA DO TRABALHO DE ____________ - ___.
Processo nº 
Código
____________, devidamente qualificado, por seu procurador firmatário, o qual recebe intimações em seu endereço profissional, sito à Rua ____________, ____, sala ____, CEP ____________, Fone/Fax: ____________, ____________, ___, nos autos da Reclamatória Trabalhista, feito que tomou o nº ____________, movida contra COMPANHIA ____________, já qualificada nos autos, vem, respeitosamente à presença de V. Exa., apresentar CONTRARRAZÕES ao RECURSO ORDINÁRIO, nos termos das inclusas razões.
N. Termos.
P. E. Deferimento.
____________, ___ de __________ de 20__.
p.p. ____________
OAB/
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ___ª REGIÃO
COLENDA TURMA
CONTRARRAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO
Contrarrazões de Recurso Ordinário apresentadas pelo Reclamante ____________, na Reclamatória Trabalhista, processo nº ____________, movida contra a Reclamada Companhia ____________. 
Eméritos Julgadores:
1. A r. sentença proferida nos autos da Reclamatória Trabalhista movida pelo Reclamante ____________, da lavra do eminente Juiz do Trabalho, Dra. ____________ não merece a reforma pretendida pela Reclamada. 
2. Não é por demais citar o trecho da r. sentença, a qual com muita propriedade apreciou a matéria em devolução a este Egrégio Tribunal à luz da prova testemunhal produzida em audiência:
“ISSO POSTO:
1. DAS HORAS EXTRAS. O Reclamante alega que realizava horas extras, como tais consideradas as excedentes de quarenta e quatro semanais e que nunca recebeu o pagamento de horas suplementares. Diz que trabalhava das 7h às 18h30min, com intervalo de 1h30min, de segunda a sexta-feira, e das 7h às 14h aos sábados, com intervalo de 1h. 
A defesa sustenta que o autor exercia trabalho externo, não estando sujeito a controle de horário, nos termos do artigo 62, inciso I, da CLT, condição anotada em sua CTPS. Impugna, de qualquer sorte, a jornada alegada. 
O contrato de trabalho entre as partes efetivamente consigna cláusula no sentido de que o reclamante trabalhou em serviço externo e não sujeito a controle de horário (Fl. 82), sendo feito o registro respectivo na CTPS do obreiro (Fl. 15)
Entretanto, tais registros cedem à prova oral realizada, a qual indica que o reclamante era obrigado a comparecer diariamente na reclamada pela manhã às 7h e no final do dia, entre 17h30min/18h, para cumprimento de tarefas específicas e participação em reuniões, o que determina a existência de controle de cumprimento de jornada, ainda que não na forma de cartão ponto e mesmo que não se constate fiscalização direta durante o tempo de execução externa do serviço. Ocorre que no caso havia controle indireto e, diante da rotina imposta aos vendedores, não se configura a hipótese de trabalho externo incompatível com a fixação de jornada de trabalho, exigência para o enquadramento da exceção do artigo 62, I da CLT.
.... prossegue
Verifica-se que, a par da exigência de comparecimento diário, pela manhã e à tarde, no estabelecimento da empresa, o conteúdo dos relatórios gerados serve, certamente, para fiscalizar a produção do empregado, pois mesmo sem registrar horários de visitas aos clientes, permite constatar se o empregado estava efetivamente trabalhando e se cumpriu com o roteiro pré-determinado. É evidente a existência de controle no cumprimento do horário. 
Nessas condições, o reclamante não se enquadra na exceção do artigo 62, I da CLT, invocado na defesa. 
3	Inclusive, este é o posicionamento majoritário da jurisprudência pátria, o que se verifica claramente nos arestos abaixo citados:
DIREITO DO TRABALHO. RECURSO ORDINÁRIO. VENDEDOR EXTERNO. HORAS EXTRAS. DEVIDAS. Revelando o acervo probatório efetivo controle de jornada através de rotas preestabelecidas, visitas cujas durações eram registradas em palm top e comparecimento diário à sede da empresa, inclusive ao final do expediente para fins de prestação de contas, é de ser afastada a tese de labor externo, porquanto não configurada, na hipótese, a incompatibilidade de que trata o inciso I do art. 62 consolidado. (RO nº 00475-2008-311-06-00-7, 2ª Turma do TRT da 6ª Região/PE, Rel. Convocado Aline Pimentel Gonçalves. j. 26.11.2008, unânime, DOE 20.01.2009).
RECURSO ORDINÁRIO. HORAS EXTRAS. DEVIDAS. Como é cediço, o art. 62, I, da CLT aplica-se tão somente aos casos em que é inviável o controle da jornada. Entendimento contrário significaria desobrigar do pagamento de horas extras aquele empregador que simplesmente descumprisse a determinação consubstanciada no art. 74, §§ 2º e 3º, o que redundaria em verdadeiro absurdo. Não basta, portanto, que o trabalho seja externo para o enquadramento na hipótese do referido art. 62, I, da CLT. In casu, o subsídio oral colhido revela a existência de rotas preestabelecidas, vendas registradas em palm top e comparecimento diário à sede da empresa, inclusive ao final do expediente para a prestação de contas e descarrego dos dados armazenados no equipamento eletrônico, a demonstrar total possibilidade de controle de jornada. (RO nº 0000859-91.2010.5.06.0351, 1ª Turma do TRT da 6ª Região/PE, Rel. Dinah Figueirêdo Bernardo. DEJT 17.10.2011).
LABOR PREDOMINANTEMENTE EXTERNO. CONTROLE INDIRETO DA JORNADA. DESCARACTERIZAÇÃO DA HIPÓTESE PRECONIZADA PELO ART. 62, I, DA CLT. HORAS EXTRAS DEVIDAS. Revelando os elementos de prova o efetivo controle sobre a jornada desenvolvida pelo obreiro, que cumpria roteiro pré-estabelecido, tinha as visitas aos clientes registradas em palm top, além da imposição de comparecimento diário à sede da empresa, inclusive ao final do expediente para a prestação de contas, inviável seu enquadramento na hipótese de exceção estabelecida pelo art. 62, I, da CLT. Recurso patronal improvido quanto ao tema. (RO nº 0000051-54.2010.5.06.0103, 1ª Turma do TRT da 6ª Região/PE, Rel. Dinah Figueirêdo Bernardo. unânime, DEJT 16.06.2011).
4	Demonstrado, assim, que o Recurso Ordinário ora contra-arrazoado é manifestamente infundado é protelatório, eis que toda a matéria nele deduzida foi exaustivamente provada em sede de Primeira Instância, onde, ficou demonstrado o controle de horário sobre a jornada de trabalho do Reclamante, fato que ensejou a condenação ao pagamento.
DIANTE DO EXPOSTO, REQUER o recebimento e processamento destas contrarrazões de recurso ordinário, pugnando pelo seu indeferimento de plano eis que manifestamente contrário à norma e à jurisprudência dominante, nos termos do art. 557 do CPC, confirmando-se a r. sentença no tocante a matéria devolvida a apreciação deste Egrégio Tribunal..
N. T. 
P. E. Deferimento. 
____________, ___ de ____________ de 20__.
p.p. ____________
OAB/

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