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03 - Aula 3 (Parte I) - Período Pré-colonial

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História do Brasil – Frente 1 
Período Pré-colonial (1500-1530) 
 
Prof. Filipe Leite 
 
 
Página 1 de 4 
Aula: 3 (Parte I) 
1 – Primeiros anos de Brasil 
• Causas do “abandono” luso ao Brasil nos primeiros anos 
*As novas terras não possibilitavam o mercantilismo 
*Altos lucros no comércio das Índias 
*População portuguesa escassa 
• Expedições exploradoras 
*Objetivos 
➢ Mapear o litoral 
➢ Busca por metais amoedáveis 
➢ Repelir invasões estrangeiras 
*Resultado 
➢ Encontrou grande quantidade de pau-brasil 
• Exploração do Pau-brasil 
*Monopólio português da exploração 
*Criação da “Rota das Cores” 
*Uso do trabalho indígena 
➢ Escambo 
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• Estruturação dos autóctones do atual Brasil 
*Principais matrizes linguísticas 
➢ Tupis-guaranis: litoral e sul amazônico 
➢ Jês: centro-oeste 
➢ Caraíbas: vale do Rio Amazonas 
*Classificação mesolítica 
*Processo de dominação metropolitana 
➢ Aculturação jesuítica e escravidão 
*Catástrofe demográfica 
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2 – Estruturação da colonização efetiva do Brasil 
• Causas da mudança de postura de Portugal com o Brasil 
*“Fumo das Índias” 
➢ Perda do monopólio luso sobre as índias 
*Ameaça estrangeira 
• Expedição Colonizadora 
*Objetivos 
➢ Busca por metais amoedáveis 
➢ Repelir invasores 
➢ Fundar vilas e povoados 
*Resultado 
➢ Fundação da vila de São Vicente (1532) 
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Orientações de Estudos 
Leitura: Livro I, páginas 453 até 456 
Tarefa: Lista: ex: 1, 2, 3, 6, 8, 9 
 Livro I, pg 457 ex: 2 ao 6, 8 
Aprofundamento: Lista: ex: 4, 5, 7, 10 
 Livro I: pg 458 ex: 7 e 10 
Leitura Complementar: Lopez, Adriana; Mota, Carlos Guilherme. 
História do Brasil: uma interpretação. Ed Senac. SP. 2008 
 
Exercícios de Tarefa 
1. (Espcex (Aman) 2015) “Os primeiros trinta anos da História do 
Brasil são conhecidos como período Pré-Colonial. Nesse período, a 
coroa portuguesa iniciou a dominação das terras brasileiras, sem, no 
entanto, traçar um plano de ocupação efetiva. […] A atenção da 
burguesia metropolitana e do governo português estavam voltados 
para o comércio com o Oriente, que desde a viagem de Vasco da 
Gama, no final do século XV, havia sido monopolizado pelo Estado 
português. […] O desinteresse português em relação ao Brasil 
estava em conformidade com os interesses mercantilistas da época, 
como observou o navegante Américo Vespúcio, após a exploração 
do litoral brasileiro, pode-se dizer que não encontramos nada de 
proveito”. 
Berutti, 2004. 
Sobre o período retratado no texto, pode-se afirmar que o(a) 
a) desinteresse português pelo Brasil nos primeiros anos de 
colonização, deu-se em decorrência dos tratados comerciais 
assinados com a Espanha, que tinha prioridade pela exploração 
de terras situadas a oeste de Greenwich. 
b) maior distância marítima era a maior desvantagem brasileira em 
relação ao comércio com as Índias. 
c) desinteresse português pode ser melhor explicado pela 
resistência oferecida pelos indígenas que dificultavam o 
desembarque e o reconhecimento das novas terras. 
d) abertura de um novo mercado na América do Sul, ampliava as 
possibilidades de lucro da burguesia metropolitana portuguesa. 
e) relativo descaso português pelo Brasil, nos primeiros trinta anos 
de História, explica-se pela aparente inexistência de artigos (ou 
produtos) que atendiam aos interesses daqueles que 
patrocinavam as expedições. 
 
2. (Unesp 2013) Leia o texto para responder à questão. 
 
[Os tupinambás] têm muita graça quando falam [...]; mas faltam-lhe 
três letras das do ABC, que são F, L, R grande ou dobrado, coisa 
muito para se notar; porque, se não têm F, é porque não têm fé em 
nenhuma coisa que adoram; nem os nascidos entre os cristãos e 
doutrinados pelos padres da Companhia têm fé em Deus Nosso 
Senhor, nem têm verdade, nem lealdade a nenhuma pessoa que 
lhes faça bem. E se não têm L na sua pronunciação, é porque não 
têm lei alguma que guardar, nem preceitos para se governarem; e 
cada um faz lei a seu modo, e ao som da sua vontade; sem haver 
entre eles leis com que se governem, nem têm leis uns com os 
 
 
 
Página 2 de 4 
outros. E se não têm esta letra R na sua pronunciação, é porque não 
têm rei que os reja, e a quem obedeçam, nem obedecem a ninguém, 
nem ao pai o filho, nem o filho ao pai, e cada um vive ao som da sua 
vontade [...]. 
(Gabriel Soares de Souza. Tratado descritivo do Brasil em 1587, 
1987.) 
 
Os comentários de Gabriel Soares de Souza expõem 
a) a dificuldade dos colonizadores de reconhecer as peculiaridades 
das sociedades nativas. 
b) o desejo que os nativos sentiam de receber orientações políticas 
e religiosas dos colonizadores. 
c) a inferioridade da cultura e dos valores dos portugueses em 
relação aos dos tupinambás. 
d) a ausência de grupos sedentários nas Américas e a missão 
civilizadora dos portugueses. 
e) o interesse e a disposição dos europeus de aceitar as 
características culturais dos tupinambás. 
 
3. (Unesp 2012) Leia o texto a seguir. 
Nas primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada 
de Cabral, além das precárias guarnições das feitorias [...], apenas 
alguns náufragos [...] e “lançados” atestavam a soberania do rei de 
Portugal no litoral americano do Atlântico Sul. 
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma 
interpretação, 2008.) 
 
No processo de ocupação portuguesa do atual território do Brasil, as 
primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada de 
Cabral podem ser caracterizadas como um período em que 
a) Portugal não se dedicou regularmente à sua colonização, pois 
estava voltado prioritariamente para a busca de riquezas no 
Oriente. 
b) prevaleceram as atividades extrativistas, que tinham por principal 
foco a busca e a exploração de ouro nas regiões centrais da 
colônia. 
c) Portugal estabeleceu rotas regulares de comunicação, 
interessado na imediata exploração agrícola das férteis terras que 
a colônia oferecia. 
d) prevaleceram as disputas pela colônia com outros países 
europeus e sucessivos episódios de invasão holandesa e 
francesa no litoral brasileiro. 
e) Portugal implantou fortificações ao longo do litoral e empenhou-
se em estender seus domínios em direção ao sul, chegando até 
a região do Prata. 
 
4. (Unesp 2013) Leia o texto para responder à questão. 
[Os tupinambás] têm muita graça quando falam [...]; mas faltam-lhe 
três letras das do ABC, que são F, L, R grande ou dobrado, coisa 
muito para se notar; porque, se não têm F, é porque não têm fé em 
nenhuma coisa que adoram; nem os nascidos entre os cristãos e 
doutrinados pelos padres da Companhia têm fé em Deus Nosso 
Senhor, nem têm verdade, nem lealdade a nenhuma pessoa que 
lhes faça bem. E se não têm L na sua pronunciação, é porque nãotêm lei alguma que guardar, nem preceitos para se governarem; e 
cada um faz lei a seu modo, e ao som da sua vontade; sem haver 
entre eles leis com que se governem, nem têm leis uns com os 
outros. E se não têm esta letra R na sua pronunciação, é porque não 
têm rei que os reja, e a quem obedeçam, nem obedecem a ninguém, 
nem ao pai o filho, nem o filho ao pai, e cada um vive ao som da sua 
vontade [...]. 
(Gabriel Soares de Souza. Tratado descritivo do Brasil em 1587, 
1987.) 
 
O texto destaca três elementos que o autor considera inexistentes 
entre os tupinambás, no final do século XVI. Esses três elementos 
podem ser associados, respectivamente, 
a) à diversidade religiosa, ao poder judiciário e às relações 
familiares. 
b) à fé religiosa, à ordenação jurídica e à hierarquia política. 
c) ao catolicismo, ao sistema de governo e ao respeito pelos 
diferentes. 
d) à estrutura política, à anarquia social e ao desrespeito familiar. 
e) ao respeito por Deus, à obediência aos pais e à aceitação dos 
estrangeiros. 
 
5. (Unicamp 2011) Em carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha 
narrou os primeiros contatos entre os indígenas e os portugueses no 
Brasil: “Quando eles vieram, o capitão estava com um colar de ouro 
muito grande ao pescoço. Um deles fitou o colar do Capitão, e 
começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois 
para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. 
Outro viu umas contas de rosário, brancas, e acenava para a terra e 
novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se 
dissesse que dariam ouro por aquilo. Isto nós tomávamos nesse 
sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria 
as contas e o colar, isto nós não queríamos entender, porque não 
havíamos de dar-lhe!” 
(Adaptado de Leonardo Arroyo, A carta de Pero Vaz de Caminha. 
São Paulo: Melhoramentos; Rio de Janeiro: INL, 1971, p. 72-74.) 
Esse trecho da carta de Caminha nos permite concluir que o contato 
entre as culturas indígena e europeia foi 
a) favorecido pelo interesse que ambas as partes demonstravam em 
realizar transações comerciais: os indígenas se integrariam ao 
sistema de colonização, abastecendo as feitorias, voltadas ao 
comércio do pau-brasil, e se miscigenando com os colonizadores. 
b) guiado pelo interesse dos descobridores em explorar a nova terra, 
principalmente por meio da extração de riquezas, interesse que 
se colocava acima da compreensão da cultura dos indígenas, que 
seria quase dizimada junto com essa população. 
c) facilitado pela docilidade dos indígenas, que se associaram aos 
descobridores na exploração da nova terra, viabilizando um 
sistema colonial cuja base era a escravização dos povos nativos, 
o que levaria à destruição da sua cultura. 
d) marcado pela necessidade dos colonizadores de obterem 
matéria-prima para suas indústrias e ampliarem o mercado 
consumidor para sua produção industrial, o que levou à busca por 
colônias e à integração cultural das populações nativas. 
 
6. (Enem 2010) Os vestígios dos povos Tupi-guarani encontram-se 
desde as Missões e o rio da Prata, ao sul, até o Nordeste, com 
algumas ocorrências ainda mal conhecidas no sul da Amazônia. A 
leste, ocupavam toda a faixa litorânea, desde o Rio Grande do Sul 
até o Maranhão. A oeste, aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e 
nas terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do Pantanal 
e marcam sua presença discretamente nos cerrados do Brasil 
central. De fato, ocuparam, de preferência, as regiões de floresta 
tropical e subtropical. 
 
 
 
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PROUS. A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar. Editor, 2005. 
 
Os povos indígenas citados possuíam tradições culturais específicas 
que os distinguiam de outras sociedades indígenas e dos 
colonizadores europeus. Entre as tradições tupi-guarani, destacava-
se 
a) a organização em aldeias politicamente independentes, dirigidas 
por um chefe, eleito pelos indivíduos mais velhos da tribo. 
b) a ritualização da guerra entre as tribos e o caráter semissedentário 
de sua organização social. 
c) a conquista de terras mediante operações militares, o que permitiu 
seu domínio sobre vasto território. 
d) o caráter pastoril de sua economia, que prescindia da agricultura 
para investir na criação de animais. 
e) o desprezo pelos rituais antropofágicos praticados em outras 
sociedades indígenas. 
 
7. (Enem 2010) Chegança 
 
 Sou Pataxó, 
 Sou Xavante e Carriri, 
 Ianomâmi, sou Tupi 
 Guarani, sou Carajá. 
 Sou Pancaruru, 
 Carijó, Tupinajé, 
 Sou Potiguar, sou Caeté, 
 Ful-ni-ô, Tupinambá 
 
 Eu atraquei num porto muito seguro, 
 Céu azul, paz e ar puro... 
 Botei as pernas pro ar. 
 Logo sonhei que estava no paraíso, 
 Onde nem era preciso dormir para sonhar. 
 
 Mas de repente me acordei com a surpresa: 
 Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar. 
 Da grande-nau 
 Um branco de barba escura, 
 Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar. 
 E assustado dei um pulo da rede, 
 Pressenti a fome, a sede, 
 Eu pensei: “vão me acabar”. 
 Levantei-me de Borduna já na mão. 
 Aí, senti no coração, 
 O Brasil vai começar. 
 NÓBREGA, A.; FREIRE, W. CD 
Pernambuco falando para o mundo, 1998. 
A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da 
colonização brasileira, as relações de poder entre portugueses e 
povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no chamado 
mito 
a) da democracia racial, originado das relações cordiais 
estabelecidas entre portugueses e nativos no período anterior ao 
início da colonização brasileira. 
b) da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos 
nativos se associaram economicamente aos portugueses, 
participando dos negócios coloniais açucareiros. 
c) do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos 
brasileiros aceitaram as regras impostas pelo colonizador, o que 
garantiu o sucesso da colonização. 
d) da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole 
incentivou a união entre colonos, ex-escravas e nativas para 
acelerar o povoamento da colônia. 
e) do encontro, que identifica a colonização portuguesa como 
pacífica em função das relações de troca estabelecidas nos 
primeiros contatos entre portugueses e nativos. 
 
8. (Enem 2010) Dali avistamos homens que andavam pela praia, 
obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam 
arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de 
mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em 
mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos 
neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são 
corredios. 
CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela história do 
Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 
(adaptado). 
O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, 
documento fundamental para a formação da identidade brasileira. 
Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se 
estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse trecho da carta 
revela a 
a) preocupação em garantir a integridade do colonizador diante da 
resistência dos índios à ocupação da terra. 
b) postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas 
e práticas culturais do indígena. 
c) orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização 
dos nativos como mão de obra para colonizar a nova terra. 
d) oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava 
o trabalho catequético e exigia amplos recursos para a defesa 
recursos para a defesa da posse da nova terra. 
e) abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua 
incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da 
exploração econômica dos índios. 
 
9. (Udesc 2015) Leia com atenção o fragmento retirado da Carta de 
Pero Vaz de Caminha. 
“E quando veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com 
as mãos levantadas, eles [os índios] se levantaram conoscoe 
alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado; e então tornaram-
se a assentar como nós. E quando levantaram a Deus, que nos 
pusemos de joelhos, eles se puseram assim todos, como nós 
estávamos com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados, 
que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção.” 
Pero Vaz de Caminha. In: OLIVIERI, A. C. e VILLA, M. A. Crônicas 
do descobrimento. São Paulo: Ática, 1999, p. 23. 
Em relação à Carta de Caminha para o Rei de Portugal, pode-se 
dizer que é: 
a) Uma narrativa que projeta sobre as populações nativas uma visão 
de mundo cristão, como se o Brasil fosse uma espécie de paraíso 
edênico. 
b) Um relato imparcial sobre as populações indígenas, porque o 
autor narra exatamente o que viu e viveu no Brasil. 
c) Uma narrativa capaz de identificar a verdadeira essência das 
populações indígenas brasileiras que já conheciam o cristianismo, 
e traziam no seu íntimo um conhecimento prévio dos 
ensinamentos pregados por Cristo a seus discípulos. 
 
 
 
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d) Um relato que expressa total ignorância e despreparo do cronista 
sobre o caráter dissimulado e estratégico das populações 
indígenas, que desejavam tão somente ganhar a confiança dos 
viajantes europeus para obter lucros e fazer alianças políticas 
para derrotar seus inimigos. 
e) Um relato sem valor histórico, pois está marcado por uma 
perspectiva eurocêntrica e preconceituosa sobre os habitantes 
nativos do Brasil. 
 
10. (Uel 2014) Leia o texto a seguir. 
Tocadas em 1500 pelos homens de Pedro Álvares Cabral, as terras 
que hoje são brasileiras foram desde então oficialmente 
incorporadas à coroa portuguesa. Se haviam sido frequentadas 
antes, como sugere o Esmeraldo de Situ Orbis, e defendem alguns 
historiadores portugueses, disso não ficou maior registro, e não há, 
pois, como fugir da data consagrada e recentemente celebrada – 
para o bem e para o mal – por brasileiros e portugueses. Descoberto 
oficialmente, pois, em 1500, sob o pontificado de Alexandre VI 
Borgia, não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil 
nem brasileiros. Vários são os sentidos dessa não existência. 
(Adaptado de: SOUZA, L. M. O nome do Brasil. Revista de História. 
São Paulo, 2001. n.145. p.61-86. Disponível em: 
<http://revhistoria.usp.br/images/stories/revistas/145/RH-145_-
_Laura_de_Mello_e_Souza.pdf>. Acesso em: 7 jun.2013.) 
 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, responda 
aos itens a seguir. 
a) Cite e explique 2 fatores que possibilitaram o pioneirismo do 
Estado português nas Grandes Navegações. 
b) Explique o que a historiadora e autora desse texto, Laura de Mello 
e Souza, quer dizer com a seguinte passagem: “não se pode 
dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros.”. 
 
Gabarito: 
1: [E] 
2: [A] 
3: [A] 
4: [B] 
5: [B] 
6: [B] 
7: [E] 
8: [B] 
9: [A] 
10: a) Entre os fatores que explicam o pioneirismo português nas 
Grandes Navegações se destacam, entre outros elementos, a 
centralização política precoce, que permitiu a Portugal a 
coordenação das ações estratégicas necessárias para realização 
de um empreendimento de tal envergadura; a experiência anterior 
no comércio de longa distância, realizado inicialmente sob a 
hegemonia de Gênova e Veneza, bem como o envolvimento com 
o mundo islâmico do mediterrâneo; o desenvolvimento da 
arquitetura naval, permitindo o desenvolvimento da caravela, 
embarcação mais leve e veloz que as existentes na época e que 
permitia aos portugueses se aproximarem da terra firme sem 
encalhar; o aprimoramento das técnicas (determinação de 
latitudes e longitudes) e dos instrumentos de navegação 
(quadrante e astrolábio); o desenvolvimento de uma nova 
mentalidade voltada à experimentação e à verificação e não 
apenas à tradição, possibilitando a realização de diversas 
experiências e inovações, localização geográfica privilegiada, a 
Escola de Sagres. 
b) A historiadora Laura de Mello e Souza sugere na passagem “não 
se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem 
brasileiros” aspectos como: os povos autóctones, cerca de 
2.500.000 habitantes indígenas na época da chegada de Cabral, não 
constituíam uma unidade cultural, tampouco política, pois se 
tratavam de um conjunto variado de sociedades; os portugueses 
ocuparam um território, desconhecido por eles, sendo o Brasil uma 
construção histórica posterior, portanto é equivocado (anacronismo) 
pensar o território brasileiro atual para o século XVI; o Estado 
brasileiro será formado apenas no século XIX, quando conquistará a 
independência política da Europa, formando um Império; a 
identidade nacional brasileira, tema complexo e polêmico da 
historiografia, terá suas primeiras manifestações, ainda que 
fragmentárias, na crise do antigo sistema colonial no final do século 
XVIII.

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