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20 - Aula 20 - República Oligárquica II - Movimentos Sociais (Parte I)

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História do Brasil – Frente 1 
República Oligárquica (1894 – 1930) - Aula 2 
Prof. Filipe Leite 
 
 
Página 1 de 7 
Aula: 20 (Parte I) 
3. Guerra de Canudos (1896 – 1897) 
• Localização: Atual Sobradinho (BA) 
• Causas 
*Injustiças fundiárias locais 
*Secas prolongadas, migrações, cangaço 
*Misticismo religioso (catolicismo + Sebastianismo) 
• Participantes 
*Trabalhadores rurais pobres 
*Líder: Antônio Conselheiro 
• Objetivos 
*Escapar da fome e da violência 
• Arraial de Belo Monte “Canudos” (1893) 
*Sistema comunitário com 30.000 habitantes 
*Leis e governo próprio em Canudos 
• Destruição da comunidade pelo Governo Federal 
*4 expedições, 8 mil homens e armas modernas 
*Degola de 800 Prisioneiros 
*Canudos não se rendeu, e caiu em 5/10/1897 
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4. Cangaço 
• Características gerais 
*Período de ocorrência: 1880 – 1930 
 *Localização: Nordeste 
• Fundamentos 
*Bando Armado 
*Ações marginais ao sistema legal 
• Banditismo Social 
*Assaltos contra fazendas 
*Sequestros 
*Saques 
*Prestações de serviços temporários aos Coronéis 
*Uso da violência como fator de identidade 
• Visão de Eric Hobsbawm 
*Sem perspectiva de auxílio aos pobres 
*Massacres e terror 
• Grupo destacado: Lampião e Maria Bonita 
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5. Revolta da Vacina (1904) 
• Localização: Rio de Janeiro 
• Causas 
*Surto de Epidemias (febre amarela, peste bubônica e 
varíola) 
*Problemas Urbanos: Cortiços e Casebres 
*Bota Abaixo! 
➢ Remodelação do RJ (Belle Époque) 
➢ Demolição de cortiços e casebres do centro 
➢ Alargamento das ruas e avenidas 
*Combate a epidemias 
➢ Lei de vacinação obrigatória (1904) 
• Participantes: populares 
• Objetivos 
*Revogação da Lei de Vacinação Obrigatória 
*Fim do Bota Abaixo! 
• O movimento 
*Criação de barricadas nas ruas do RJ 
• Reação do governo federal 
*Revogação da Lei de Vacinação Obrigatória 
*Repressão violenta aos revoltosos 
• Resultados 
*Favelização do Rio de Janeiro 
*Remodelação do Rio de Janeiro 
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6. Revolta da Chibata (1910) 
• Localização: Rio de Janeiro 
• Causas 
*Código de posturas da Marinha 
*Castigos físicos 
*Má alimentação 
*Miseráveis soldos 
• Participantes 
*Baixa patente da Marinha (2.000) 
*Líder: João Cândido 
• Objetivos 
*Mudanças no Código de posturas da marinha 
➢ Fim das chibatas 
• O movimento 
*Revoltosos tomaram os navios MG, SP, BA e Deodoro 
*Ameaça de bombardeio ao palácio de governo 
*Negociações entre governo e revoltosos 
➢ Marinheiros entregaram os navios 
*Ação violenta do governo contra os marinheiros 
• Resultados 
*600 mortos 
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7. Guerra do Contestado (1912 – 1916) 
• Localização 
*Fronteira entre Paraná e Santa Catarina 
*Atual Concórdia em SC 
 
 
 
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➢ Área rica em madeira e erva mate 
• Causas 
*Destruição do controle coronelista na região 
*Instalação de empresas estrangeiras na região 
➢ Madeira e ferrovia 
*Exploração dos sertanejos pobres 
*Catolicismo radical 
• Participantes 
*Sertanejos pobres 
*Líder: Padre José Maria 
• Objetivos 
*Criação de uma comunidade justa e igualitária 
*Ações contra a presença das empresas estrangeiras 
• “Monarquia celeste” 
*Comunidade sertaneja na região do contestado 
*Poder centralizado, leis e governo próprios 
*Ataques contra as empresas apoiado pelos coronéis 
*Padre José Maria foi assassinado em Concórdia 
• Reação do governo federal 
*Envio de tropas do exército: 7.000 homens 
*Massacre da população 
*Destruição da comunidade 
• Resultados 
*Saída das empresas da região 
*Retomada do poder local pelos coronéis 
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8. Movimento Operário 
• Causas 
*Ausência de legislação trabalhista 
*Péssimas condições de trabalho 
• Sindicatos 
*Organizações operárias para lutar pelos direitos 
trabalhistas 
*Sindicalismo 
➢ RJ: Socialistas Pragmáticos 
➢ SP: Anarcossindicalistas revolucionários 
• Lei Adolfo Gordo (1907): Exílio de líderes operários 
• Greve geral de 1917 
*Localização: Sudeste e sul 
*Duração: 1 mês 
*Resultados 
➢ Negociações entre operários e governos 
➢ Aumento de 30% nos salários 
➢ Proibição do trabalho infantil noturno 
 *Repressão violenta do governo 
• Ação política 
*Fundação do PCB (1922) 
• Reação Governamental 
*Lei Celerada (1927): PCB e sindicatos na Ilegalidade 
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Orientações de Estudos 
Leitura: Livro 4, páginas 541 até 543 
Tarefa: Lista: exercícios 1, ao 7, 9, 12, 13, 14, 16 e 17 
 Livro 4 pg 548 ex: 2 e 6, 
Aprofundamento: Lista ex: 8, 10, 11 e 15 
 Livro 4 pg 548 ex: 3 
Leitura Complementar: Lopez, Adriana; Mota, Carlos Guilherme. 
História do Brasil: uma interpretação. Ed Senac. SP. 2008 
 
Exercícios de Tarefa 
 
1. (Enem 2015) TEXTO I 
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu 
até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão 
integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os 
seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: 
um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais 
rugiam raivosamente cinco mil soldados. 
CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987. 
TEXTO II 
Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos 
sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e 
usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um 
preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem intimados para deporem 
as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e 
de maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o 
fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do 
território nacional. 
SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 
1902. 
Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de 
representações que se perpetuariam na memória construída sobre o 
conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos 
sertanejos, respectivamente, como fruto da 
a) manipulação e incompetência. 
b) ignorância e solidariedade. 
c) hesitação e obstinação. 
d) esperança e valentia. 
e) bravura e loucura. 
 
2. (Enem 2019) A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente o 
aspecto defensivo, desorganizado, fragmentado da açãopopular. 
Não se negava o Estado, não se reivindicava participação nas 
decisões políticas; defendiam-se valores e direitos considerados 
acima da intervenção do Estado. 
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República 
que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado). 
A mobilização analisada representou um alerta, na medida em que 
a ação popular questionava 
a) a alta de preços. 
b) a política clientelista. 
c) as reformas urbanas. 
d) o arbítrio governamental. 
e) as práticas eleitorais. 
 
3. (Enem 2018) Os seus líderes terminaram presos e assassinados. 
A “marujada” rebelde foi inteiramente expulsa da esquadra. Num 
sentido histórico, porém, eles foram vitoriosos. A “chibata” e outros 
 
 
 
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castigos físicos infamantes nunca mais foram oficialmente utilizados; 
a partir de então, os marinheiros – agora respeitados – teriam suas 
condições de vida melhoradas significativamente. Sem dúvida 
fizeram avançar a História. 
MAESTRI, M. 1910: A revolta dos marinheiros – uma saga negra. 
São Paulo: Global, 1982. 
A eclosão desse conflito foi resultado da tensão acumulada na 
Marinha do Brasil pelo(a) 
a) engajamento de civis analfabetos após a emergência de guerras 
externas. 
b) insatisfação de militares positivistas após a consolidação da 
política dos governadores. 
c) rebaixamento de comandantes veteranos após a repressão a 
insurreições milenaristas. 
d) sublevação das classes populares do campo após a instituição do 
alistamento obrigatório. 
e) manutenção da mentalidade escravocrata da oficialidade após a 
queda do regime imperial. 
 
4. (Unicamp 2018) Em julho de 1917, convocou-se, em São Paulo, 
uma greve geral, com adesão de 45.000 trabalhadores, para pedir 
aumento salarial. A greve se estendeu ao Rio de Janeiro e levou o 
governo a reforçar o aparato repressivo e decretar estado de sítio 
em 1918. Nos anos de 1917-1919, o Chile registrou o 
recrudescimento da agitação sindical. Mobilizavam-se com 
facilidade 100.000 trabalhadores, como durante as manifestações 
contra o custo dos alimentos em 1918 e 1919. A Argentina foi outro 
país que teve um movimento sindical poderoso. Entre 1917 e 1921, 
o movimento sindical conheceu seu apogeu. Apenas durante o ano 
de 1919, registraram-se 367 greves na capital Buenos Aires. 
(Adaptado de Olivier Dabène, América Latina no século XX. Porto 
Alegre: EDIPUCRS, 2003, p. 64-65.) 
Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre o tema, 
assinale a alternativa correta. 
a) Os movimentos grevistas foram espontâneos e apartidários nos 
anos de 1910, rejeitando a infiltração ideológica das lideranças 
sindicais, de maioria marxista e comunista, pouco mobilizadoras 
no período. 
b) Os movimentos sindicais estavam em processo de fortalecimento, 
entre outras razões, pela intensa ruralização dos países latino-
americanos na década de 1900. 
c) O processo de fortalecimento dos movimentos sindicais enfrentou 
um forte aparato repressivo, nos anos de 1920, marcado pela 
colaboração entre os Estados latino-americanos. 
d) Os movimentos sindicais latino-americanos apresentavam, em 
1917, especificidades em relação aos da Europa quanto às 
pautas reivindicatórias dos trabalhadores. 
 
5. (Espm 2017) Entre 12 e 15 de julho de 1917, São Paulo parou. 
Pararam as fábricas, os moinhos, as ferrovias e os bondes da 
cidade. Nas ruas do centro e dos bairros operários, milhares de 
trabalhadores saquearam armazéns e padarias e interceptaram 
caminhões de alimentos, enquanto meninos e moças liberavam o 
seu protesto tomando alguns elétricos (bondes) e pondo-os em 
movimento. 
acervo.estadao.com.br/noticias/acervo.em-1917-a-
primeira-greve-geral-em-sao-paulo. 
O texto trata de uma greve geral, uma das maiores realizadas no 
país até 1930. O movimento refletia a piora das condições de vida 
dos assalariados, submetidos durante a República Velha a uma 
superexploração. 
Assinale a alternativa correta que explique a situação: 
a) a legislação trabalhista e de assistência social daquele tempo 
estava adaptada às orientações da Liga das Nações; 
b) a insuficiência das leis de proteção ao trabalho e de assistência 
social, tendo em conta a ausência, no país, de um Direito do 
Trabalho consolidado; 
c) os governos da República Velha eram sensíveis aos problemas 
da chamada Questão Social, embora não a tenham solucionado; 
d) o encarecimento da força de trabalho naquele tempo pela 
elevação da especialização da mão de obra; 
e) a inexistência de sindicatos, os quais só vieram a se constituir 
depois de 1930. 
 
6. (Famerp 2017) “A questão social é um caso de polícia” – esta 
frase, atribuída a Washington Luís, presidente da República de 1926 
até a sua deposição em 1930, é geralmente apontada como o 
sintoma de como as questões relativas ao trabalho (a “questão 
social”) eram descuidadas pelo Estado, durante o período da 
chamada República Velha (1889-1930). 
Kazumi Munakata. A legislação trabalhista no Brasil, 1984. 
A associação da frase de Washington Luís a um “sintoma” 
característico da Primeira República brasileira pode ser 
exemplificada pela 
a) liberação das manifestações de trabalhadores no perímetro 
urbano de todas as capitais. 
b) proibição de entrada de imigrantes que tivessem participado de 
sindicatos nos seus países de origem. 
c) decretação do toque de recolher, ainda no final do século XIX, com 
a limitação dos horários de circulação dos cidadãos. 
d) repressão contínua às greves, aos protestos e a outras formas de 
manifestação dos trabalhadores. 
e) promulgação da legislação trabalhista, com a definição de direitos 
e deveres dos trabalhadores. 
 
7. (Fac. Albert Einstein - Medicin 2016) “A revolta não visava o poder, 
não pretendia vencer, não podia ganhar nada. Era somente um grito, 
uma convulsão de dor, uma vertigem de horror e indignação. Até que 
ponto um homem suporta ser espezinhado, desprezado e 
assustado? Quanto sofrimento é preciso para que um homem se 
atreva a encarar a morte sem medo? E quando a ousadia chega 
nesse ponto, ele é capaz de pressentir a presença do poder que o 
aflige nos seus menores sinais: na luz elétrica, nos jardins elegantes, 
nas estátuas, nas vitrines de cristal, nos bancos decorados dos 
parques, nos relógios públicos, nos bondes, nos carros, nas 
fachadas de mármore, nas delegacias, agências de correio e postos 
de vacinação, nos uniformes, nos ministérios e nas placas de 
sinalização.” 
Nicolau Sevcenko. A revolta da vacina. São Paulo: Brasiliense, 
1984, p. 68. 
O texto trata da Revolta da Vacina, ocorrida em 1904, e associa a 
reação popular contra a vacinação obrigatória 
a) à irracionalidade da população do Rio de Janeiro e aos benefícios 
que a vacina traria para a saúde pública. 
b) ao programa higienizador empreendido pelo prefeito do Rio de 
Janeiro e ao amplo esclarecimento da opinião pública quanto aos 
benefícios da vacina. 
 
 
 
Página 4 de 7 
c) à participação de funcionários de todos os setores do governo 
federal na campanha de erradicação dos focos epidêmicos. 
d) ao projeto de reurbanização do Rio de Janeiro e às diversas 
formas de segregação e exclusão social que ele promoveu. 
 
8. (Fgv 2016) Leia o texto abaixo e depois responda às questões 
propostas: 
Na plataforma do Bloco Operário de 5 de janeiro de 1927, 
apresentava-se a noção de ‘direitos políticos de classe’: defesa dos 
interesses dos trabalhadores urbanos e rurais, apoio às suas lutas e 
reivindicações e defesa das liberdades políticas dos trabalhadores 
(associação, reunião, pensamento e palavra). 
KAREPOVS, D., A classe operária vai ao Parlamento. O Bloco 
Operário e 
Camponês do Brasil (1924-1930). São Paulo: Alameda, 2006, p. 
57. 
a) Explique o que era o Bloco Operário Camponês. 
b) Aponte as características políticas da crise política no Brasil na 
década de 1920. 
c) Apresente quatro itens do programa do BOC. 
 
9. (Fgv 2016) I.“Em Canudos representa de elemento passivo o jagunço que 
corrigindo a loucura mística de Antônio Conselheiro e dando-lhe 
umas tinturas das questões políticas e sociais do momento, criou, 
tornou plausível e deu objeto ao conteúdo do delírio, tornando-o 
capaz de fazer vibrar a nota étnica dos instintos guerreiros, atávicos, 
mal extintos ou apenas sofreados no meio social híbrido dos nossos 
sertões, de que o louco como os contagiados são fiéis e legítimas 
criações. Ali se achavam de fato, admiravelmente realizadas, todas 
as condições para uma constituição epidêmica de loucura.” 
(Nina Rodrigues, As coletividades anormais. 2006) 
II. 
Ergueu-se contra a República 
O bandido mais cruel 
Iludindo um grande povo 
Com a doutrina infiel 
Seu nome era Antônio 
Vicente Mendes Maciel 
[...] 
Os homens mais perversos 
De instinto desordeiro 
Desertor, ladrão de cavalo 
Criminoso e feiticeiro 
Vieram engrossar as tropas 
Do fanático Conselheiro 
(João Melchíades Ferreira da Silva apud Mark Curran, História do 
Brasil em cordel. 1998) 
Acerca das leituras que os textos fazem de Canudos, é correto 
afirmar que 
a) I pondera sobre a necessidade de se compreender a Guerra de 
Canudos no contexto das rebeliões contra o avanço do 
capitalismo no sertão brasileiro; II refere-se aos rebeldes do 
sertão baiano como principais responsáveis pela instabilidade 
político-institucional dos primeiros anos da República brasileira. 
b) I analisa o evento ocorrido no sertão baiano a partir de referências 
médicas e antropológicas, tratando-o como o embate entre a 
barbárie, em função da condição primitiva e enlouquecida do 
sertanejo, e a civilização; II identifica a prática dos combatentes 
do Arraial de Canudos à dos cangaceiros. 
c) I reconhece legitimidade na rebelião dos sertanejos baianos, em 
razão do abandono institucional de que essas pessoas foram 
vítimas ao longo do tempo; II mostra o líder Antônio Conselheiro 
como um importante articulador político, vinculado aos mais 
importantes oligarcas baianos, os chamados coronéis. 
d) I condena as principais lideranças da rebelião baiana pela postura 
de defesa das práticas religiosas primitivas e rústicas, que se 
contrapunham aos princípios cristãos; II acusa o líder Antônio 
Conselheiro de provocar tensões étnicas e de classe, ao propor 
uma sociedade igualitária social e economicamente. 
e) I denuncia a ausência de uma compreensão científica, por parte 
do poder público, sobre as motivações dos rebeldes de Canudos; 
II critica os moradores do arraial de Canudos pela violência 
gratuita contra as forças legais, que estavam preocupadas em 
oferecer aos sertanejos a entrada no mundo da civilização. 
 
10. (Fuvest 2015) A cidade do Rio de Janeiro abre o século XX 
defrontando-se com perspectivas extremamente promissoras. 
Aproveitando-se de seu papel privilegiado na intermediação dos 
recursos da economia cafeeira e de sua condição de centro político 
do país, a sociedade carioca via acumularem‐se no seu interior 
vastos recursos enraizados principalmente no comércio e nas 
finanças, mas derivando já para as aplicações industriais. A 
mudança da natureza das atividades econômicas do Rio foi de 
monta, portanto, a transformá‐lo no maior centro cosmopolita da 
nação, em íntimo contato com a produção e o comércio europeus e 
americanos, absorvendo-os e irradiando-os para todo o país. Muito 
cedo, no entanto, ficou evidente o anacronismo da velha estrutura 
urbana do Rio de Janeiro diante das demandas dos novos tempos. 
SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão. Tensões sociais e 
criação cultural na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 
1983. Adaptado. 
a) Cite dois exemplos que justifiquem o mencionado “anacronismo 
da velha estrutura urbana do Rio de Janeiro”. 
b) Cite duas importantes mudanças socioeconômicas pelas quais a 
cidade do Rio de Janeiro passou no princípio do século XX. 
 
11. (Uerj 2020) 
 
A Exposição Internacional comemorativa do Centenário da 
Independência do Brasil (1822-1922) foi inaugurada no dia 7 de 
setembro de 1922. Foi realizada no mesmo ano de outros 
acontecimentos relevantes, como a Semana de Arte Moderna, a 
fundação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a Revolta do Forte 
de Copacabana. Primeira exposição a se realizar após a Primeira 
Guerra Mundial (1914-1918), o grande desafio da Exposição do 
Centenário foi o de traduzir a vontade de renovação que então 
mobilizava o mundo. 
 
 
 
Página 5 de 7 
A primeira transmissão de rádio no Brasil ocorreu justamente 
durante a inauguração da Exposição do Centenário, com o discurso 
do presidente Epitácio Pessoa. 
MARLY MOTTA. Adaptado de cpdoc.fgv.br. 
Na comemoração dos cem anos da independência do Brasil, em 
1922, foram mobilizados tanto aspectos relativos aos 
acontecimentos do ano de 1822 quanto aqueles associados à 
conjuntura da época, como exemplificam o texto e a moeda. 
 
Apresente uma característica do processo de emancipação política 
do Brasil em 1822 que justifique a presença da imagem de D. Pedro 
I na moeda comemorativa. 
Em seguida, identifique dois acontecimentos ou movimentos 
sociopolíticos da década de 1920 que tenham realizado críticas aos 
governos republicanos da época. 
 
12. (Uerj 2019) 
 
No início da noite de 26 de janeiro de 1893, por ordem do prefeito do 
Distrito Federal, Cândido Barata Ribeiro, a polícia ocupou o mais 
célebre dos cortiços cariocas, conhecido como Cabeça de Porco, no 
centro da cidade. A estalagem, conjunto de casinhas onde viviam de 
400 a 2000 pessoas, foi em seguida desocupada, sem que se desse 
aos moradores o tempo necessário para recolherem suas coisas. 
Em poucas horas, foi demolida. Não tardou para que a expressão 
“cabeça de porco” se impusesse como sinônimo de cortiço. 
Adaptado de projetomemoria.art.br. 
A ordem de desocupação e demolição do famoso cortiço em 1893, 
ironizada em capa de revista da época, representou mudanças na 
ação do então prefeito com relação aos problemas sociais da cidade 
do Rio de Janeiro. 
Um desses problemas sociais e o objetivo dessa demolição estão 
indicados, respectivamente, em: 
a) déficit escolar – planificação da expansão urbana 
b) fluxo migratório – integração de novos logradouros 
c) criminalidade elevada – reordenação da ação repressora 
d) crescimento demográfico – erradicação de habitações populares 
 
13. (Uerj 2018) Miséria em revolta. Movimento grevista assume 
cada vez maiores proporções. 
Apresenta-se com aspecto cada vez mais alarmante o movimento 
que começou no Cotonifício Crespi e se propagou a outras fábricas 
em número avultado. Não há como negar a justiça do movimento 
grevista. São suas causas inegáveis: salários baixos e vida 
caríssima. Com elas coincide a época de ouro da indústria, que 
trabalha como nunca e tem lucros como jamais. Censuram-se as 
violências dos grevistas. Entretanto, no fundo, não se encontraria 
uma justificação para essa atitude? Pais de família que vivem sendo 
explorados pelos patrões, que veem os industriais fazendo-se 
milionários à custa de seu suor e de sua miséria. Esses pais não 
podem ter a calma precisa para reclamar dentro de uma lei que não 
os protege, antes permite que o seu sangue seja sugado por 
vampiros insaciáveis. 
O Combate, 12/07/1917. Adaptado de memoria.bn.br. 
De greve em greve 
Ao longo da história republicana, vários movimentos sociais 
preferiram interpretação própria da modernização, como expansão 
de direitos. E agiram para converter ideia em fato. São Paulo viu isso 
em 1917, quando assistiu a sua primeira greve geral. A cidade parou. 
Aderiram categorias em cascata, demandantes de melhoras 
salariais e de condições de trabalho. Manifestantes daquele tempo 
se parecem mais com os de hoje do que se possa imaginar. A 
resposta das autoridades de então também segue a moda. Em 1917, 
um jovem sapateiro espanhol foi baleado no estômago. Em 2017, 
um estudante teve a cabeça golpeada com um cassetete. O enterro 
do sapateiro virou a maior manifestação de protestoque os 
paulistanos tinham visto até então. Já na greve geral de abril de 
2017, 35 milhões de pessoas pararam, segundo os sindicatos. 
Angela Alonso. Adaptado de Folha de São Paulo, 07/05/2017. 
As matérias jornalísticas referem-se a movimentos grevistas 
ocorridos no Brasil nos anos de 1917 e 2017, apresentando 
contextos diretamente associados aos conflitos entre capital e 
trabalho em área urbana. 
Tendo como base essas matérias, as principais semelhanças entre 
os dois contextos mencionados se relacionam aos seguintes fatores: 
a) precarização salarial e ampliação da regulação estatal 
b) aumento do desemprego e revisão de leis trabalhistas 
c) repressão policial e relevância das reivindicações populares 
d) ilegalidade da ação sindical e desqualificação da mão de obra 
 
14. (Uerj 2016) 
 
O cartão-postal é o melhor veículo de propaganda e reclame de que 
podem dispor os homens, as empresas, a indústria, o comércio e as 
nações. 
Olavo Bilac 
A cartophilia, 15/06/1904. 
A frase de Olavo Bilac assinala a ampliação da produção de cartões-
postais no início do século XX, que animou colecionadores e o 
trabalho de editores, fotógrafos e gravuristas. 
As imagens dos cartões do Rio de Janeiro, capital brasileira naquele 
momento, associaram-se à propaganda das ações governamentais 
indicadas em 
a) modernização e progresso material de espaços públicos 
b) planejamento e racionalização do crescimento urbano 
c) valorização e preservação dos monumentos arquitetônicos 
d) remodelamento e expansão das vias de transportes coletivos 
 
 
 
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15. (Uerj 2015) 
 
A partir de meados do século XIX, a expansão urbana passou a ser 
guiada por um modelo de modernização cujas reformas modificaram 
profundamente as grandes cidades e a vida de seus habitantes. No 
início do século XX, o Brasil, apesar de encontrar-se em um contexto 
diverso do europeu, inspirou-se na reforma efetuada em Paris pelo 
Barão Haussman. A Reforma Pereira Passos (1902-1906) deu início 
a um processo de transformação do Rio de Janeiro na “Paris dos 
Trópicos”. 
Cite dois objetivos da reforma urbana de Pereira Passos e um efeito 
dessa reforma para o processo de urbanização da cidade do Rio de 
Janeiro. 
 
16. (Fgvrj 2015) Sobre a participação brasileira na Primeira Guerra 
Mundial, é correto afirmar: 
a) O governo brasileiro declarou guerra à Alemanha, em 1914, após 
o torpedeamento de um navio, carregado de café, que acabara 
de deixar o porto de Santos. 
b) O governo brasileiro manteve-se neutro ao longo de todo o conflito 
devido aos interesses do ministro das relações exteriores Lauro 
Muller, de origem alemã. 
c) A partir de 1916, o Exército brasileiro participou de batalhas na 
Bélgica e no norte da França com milhares de soldados 
desembarcados na região. 
d) O Brasil enviou uma missão médica, um pequeno contingente de 
oficiais do Exército e uma esquadra naval, que se envolveu em 
alguns confrontos com submarinos alemães. 
e) Juntamente com a Argentina, o governo brasileiro organizou uma 
esquadra naval internacional incumbida de patrulhar o Atlântico 
Sul contra as ofensivas alemãs. 
 
17. (Unicamp 2016) “O Rio civiliza-se!” eis a exclamação que irrompe 
de todos os peitos cariocas. Temos a Avenida Central, a Avenida 
Beira Mar (os nossos Campos Elíseos), estátuas em toda a parte, 
cafés e confeitarias (…), um assassinato por dia, um escândalo por 
semana, cartomantes, médiuns, automóveis, autobus, autores 
dramáticos, grandmonde, demi-monde, enfim todos os apetrechos 
das grandes capitais. 
(“O Chat Noir”, em Fon-Fon! Nº 41, 1907. Extraído de 
www.objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon190
7.) 
A partir do excerto, que se refere ao período da Belle Époque no 
Brasil, no início do século XX, é correto afirmar que: 
a) O Rio de Janeiro procurava apagar aspectos da época do 
Império e impulsionar a cultura francesa, renegada por D. Pedro 
II. 
b) A cidade expressava as contradições de um processo de 
transformações urbanas, sociais e políticas nas primeiras 
décadas da República. 
c) Os costumes franceses eram elementos incorporados pela 
sociedade carioca como sinônimo da modernização republicana 
obtida pelo tenentismo. 
d) A modernização representou um processo de exclusão social e 
cultural, patrocinado pelo governo francês, que financiava obras 
públicas e impunha os produtos franceses à população 
brasileira. 
 
Gabarito: 
1: [E] / 2: [D] / 3: [E] / 4: [D] / 5: [B] / 6: [D] / 7: [D] 
8: a) Surgiu na década de 1920, vinculado ao PCB que foi fundado 
em 1922. No início era o Bloco Operário, depois passou a ser 
chamado de BOC, Bloco Operário Camponês, com núcleos em 
todo país. Lançou candidatos nas eleições para deputado federal 
em 1927 e encerrou suas atividades a partir das eleições 
presidenciais de 1930. 
b) Havia uma crítica à Política do Café com Leite, a Política dos 
Governadores, ao Coronelismo, ao voto de cabresto. Em 1930, 
Vargas assumiu a presidência do Brasil e acabou coma a 
chamada República Velha. 
c) A plataforma política do BOC de 1927 estabeleceu os seguintes 
pontos: direitos políticos de classe dos trabalhadores, defesa dos 
interesses dos trabalhadores urbanos e rurais, defesa da liberdade 
política, apoio às lutas políticas e reivindicações dos trabalhadores, 
entre outras ideias. 
9: [B] 
10: a) Podemos citar: 1) a insalubridade da cidade, responsável pela 
epidemia de algumas doenças, como a varíola e 2) a presença de 
diversos cortiços na cidade, construídos em antigos casarões. 
b) Podemos citar: 1) derrubada dos cortiços (política do “bota-
abaixo” de Pereira Passos) e 2) grande chegada de imigrantes à 
cidade. 
11: A questão aponta para os aspectos do processo de emancipação 
política no Brasil em 1822, identificando movimentos de crítica ao 
governo republicano no Brasil, por ocasião das comemorações do 
centenário da independência, na década de 1920. As datas 
comemorativas servem para enaltecer ou criticar determinados 
contextos ou situações do tempo presente no local em que se realiza 
a comemoração. Assim ocorreu nas comemorações do centenário 
da independência do Brasil em 1922. Epitácio Pessoa, presidente do 
Brasil entre 1919-1922, não mediu esforços para celebrar tanto a 
independência quanto os feitos de seu governo. Houve a cunhagem 
de moedas comemorativas. A imagem de uma delas, reproduzida no 
enunciado da questão, apresenta numa face os perfis de D. Pedro I 
e do Presidente Epitácio Pessoa, e na outra, os símbolos 
superpostos da monarquia e da república brasileiras. Tais 
representações não só buscavam apresentar uma continuidade 
entre os regimes políticos brasileiros no que se referia à conquista e 
preservação da soberania nacional, como também indicavam 
igualmente a valorização das lideranças políticas de D. Pedro I e de 
Epitácio Pessoa. 
12: [D] / 13: [C] / 14: [A] 
15: Dentro de uma perspectiva Positivista que valorizava o 
progresso, muitas reformas urbanas foram realizadas na Europa 
bem como no Brasil. Na presidência de Rodrigues Alves, 1902-1906, 
a cidade do Rio de janeiro sofreu um processo de modernização para 
 
 
 
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ser a “Paris Tropical”. Entre os objetivos da reforma do prefeito do 
Rio de Janeiro, Pereira Passos, podemos citar a construção de 
grandes avenidas, símbolos de modernidade, resolver problemas de 
insalubridade das áreas urbanas, sanar deficiências de infraestrutura 
tendo em vista o aumento da população, derrubar os cortiços e 
outros tipos de moradias populares existentes no Centro e remodelar 
ruas e prédios identificados com o cenário colonial do Rio de Janeiro. 
Entre os efeitos desta reforma urbana podemos citar: facilitação da 
mobilidade urbana, deflagração do processo de favelização, controle 
da população mais pobre, considerada perigosa, facilitação do 
escoamento das importações/exportações e o deslocamento das 
moradias populares para áreas periféricas ao centro da cidade. 
16: [D]17: [B]

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