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PPT - Quincas Borba

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Quincas Borba
Machado de Assis,1891
A história da obra
• Obra que reflete o interesse de
representar o mundo
contemporâneo da época (Rio de
Janeiro) Narrativa se passa entre
os anos de 1867-1871
• Publicada em folhetim: 1886-1891
publicação interrompida por
duas vezes
• Machado repudiava a prosa
naturalista  simplificação
demasiada dos personagens, que
mais parecem fantoches das ideias
que representam.
Lugares
sociais, herança genética, adequação
ao meio, etc.
- Crítica severa ao “Primo Basílio”: não
reflete a sociedade portuguesa, mas
imita as questões francesas.
- Sua prova será de um realismo
antidogmático
Resumo
Enredo simples, como acontece em Memórias
póstumas de Brás Cubas ou em Dom
Casmurro.
 O livro relata aproximadamente 4 anos da
vida do professor Rubião, o herdeiro da
herança do filósofo louco Quincas Borba
(personagem de Memórias póstumas de Brás
Cubas ).
A única cláusula para o recebimento da
fortuna era que Rubião cuidasse do cachorro
do falecido, que também tinha o mesmo
nome deste.
Com dinheiro em mãos, Rubião parte para a
capital e logo conhece Sofia (por quem se
apaixona) e Palha, seu marido.
No Rio de Janeiro, Rubião sofre toda a 
sorte de espoliação, perdendo todo seu 
dinheiro e também a sanidade.
Já muito adoecido, volta à Barbacena e 
lá morre.
Locais da narrativa:
Barbacena= interior do Brasil, 
provinciano. Início e fim da narrativa
Rio de Janeiro = capital do império + 
regiões mais frequentadas pelo próprio 
Machado
Personagens principais
• Quincas Borba: filósofo louco do Humanitismo. Possui um cachorro homônimo.
• (Pedro)Rubião: ex-professor, enfermeiro e protagonista da história. Ele é o herdeiro do filósofo 
Quincas Borba. Morre louco ao final do romance.
• Cristiano Palha: esposo de Sofia e suposto amigo de Rubião, mas que afinal está somente 
interessado em sua fortuna. Vive uma enorme ascensão social.
• Sofia Palha: esposa de Cristiano, bonita, atraente e fútil.
• Carlos Maria: homem extremamente vaidoso e que, por fim, casa-se com Maria Benedita.
• Maria Benedita: prima de Sofia e esposa de Carlos Maria. Moça simples que passa a viver com 
Sofia depois de perder a mãe.
• Camacho: advogado, político oportunista e falso jornalista que também se aproveita da 
fortuna de Rubião.
• D. Fernanda: pouco mais de trinta anos, era jovial, expansiva, corada e robusta; esposa de 
Teófilo.
• Teófilo: burocrata da política, obcecado com o sucesso de sua carreira. Chega a mudar de lado 
para tirar vantagem.
• Dona Tonica: filha do Major Siqueira. Ela é caracterizada por ser uma "solteirona" 
desesperada para se casar. 
• Freitas: parasita social, especialista em paparicar Rubião.
A mobilidade social no Brasil
1) Brasil = país jovem com muitas possibilidades de investimento para aqueles que 
tenham capital. Enriquecimento da camada que aumenta seu patrimônio. (Sofia 
e Palha)
2) Empobrecimento daqueles que não são capazes de entrar nos jogos sociais ou 
patrimônio inicial para o investimento (Major Siqueira)
Temática da ambição
Temática do provinciano que vem para a cidade
Análise
Estilo - Narração
• Atenção aos fatos narrados como 
detalhes desimportantes, pois eles 
são na verdade pontos centrais que o 
narrador dissimula. 
• Narração em terceira pessoa
Discurso 
indireto livre, indireto, direto 
Narrador onisciente
Tamanha proximidade = confiança 
(atenção!!)  implícito é fundamental
Fluidez do interior ao exterior 
demonstra os contrastes, culpas, 
dualidades e interesses da alma dos 
personagens.
Sem ordem cronológica
E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico
senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono,
tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e
polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do
mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.
A outra que ri é a alma do Rubião. Escutai a cantiga alegre,
brilhante, com que ela desce o morro, dizendo as coisas mais
íntimas às estrelas, espécie de rapsódia feita de uma linguagem
que ninguém nunca alfabetou, por ser impossível achar um
sinal que lhe exprima os vocábulos. Cá embaixo, as ruas
desertas parecem-lhe povoadas, o silêncio é um tumulto, e de
todas as janelas debruçam-se vultos de mulher, caras bonitas e
grossas sobrancelhas, todas Sofias e uma Sofia única. Uma ou
outra vez, Rubião acha que foi temerário, indiscreto, recorda o
caso do jardim, a resistência, o enfado da moça, e chega a
arrepender-se; tem então calafrios, fica aterrado com a ideia de
que podem fechar-lhe a porta, e cortar inteiramente as
relações; tudo porque precipitou os acontecimentos. Sim, devia
esperar; a ocasião não era própria; visitas, muitas luzes, que
lembrança foi aquela de falar de amores, sem cautelas,
desbragadamente?... Achava-lhe razão: era
bem feito que o despedisse logo.
— Fui um maluco! dizia em voz alta.
.
Rubião
Pedro Rubião de Alvarenga
• Amigo, cuidador e herdeiro de 
Quincas Borba
• Ingênuo, rústico, rico, se entende 
maior do que é.
• Projeta na realidade seus desejos
Não sabia quem realmente era e 
como funcionava a sociedade a sua 
volta.
- Acredita em tudo que lhe elogie ou 
que pareça lhe trazer vantagem.
Rubião é desde o início um personagem 
com crises morais:
1) Dúvidas morais (mostrar ou não a 
carta de Quincas, Episódio do escravo) 
2) Costumes simples X vida de 
ostentação
3) Sofia: estimula a paixão e rejeita as 
investidas (os morangos “adúlteros”)
Enlouquecimento
Rubião
“Rubião fitava a enseada, — eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os
polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo,
cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo
que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um
ano? Professor. Que é agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas
de Túnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para
a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo
entra na mesma sensação de propriedade.
— Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade
tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral. Não
casou; ambos morreram, e aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia
uma desgraça...”
A loucura
- Episódio da carruagem 
loucura (p. 279)
- Napoleão III = Com a 
guerra Franco-Prussiana, 
os surtos de Rubião 
pioram (desejo de 
grandeza)
- Sofrimento (p. 320)
“— Sofia... disse de repente Rubião; e continuou com pausa: — Sofia, os
dias passam, mas nenhum homem esquece a mulher que
verdadeiramente gostou dele, ou então não merece o nome de homem.
Os nossos amores não serão esquecidos nunca, — por mim, está claro, e
estou certo que nem por ti. Tudo me deste, Sofia; a tua própria vida
correu perigo. Verdade é que eu te vingaria, minha bela. Se a vingança
pode alegrar os mortos, terias o maior prazer possível. Felizmente, o meu
destino protegeu-nos, e pudemos amar sem peias nem sangue...
A moça olhava espantada.
— Não te espantes, continuou ele; não nos vamos separar; não, não te
falo de separação.[...].”
“Quando Rubião voltava do delírio, toda aquela fantasmagoria palavrosa
tornava-se, por instantes, uma tristeza calada. A consciência, onde
ficavam rastos do estado anterior, forcejava por despegá-los de si. Era
como a ascensão dolorosa que um homem fizesse do abismo, trepando
pelas paredes, arrancando a pele, deixando as unhas, para chegar acima,
para não tombar outra vez e perder-se. Ia então à vista dos amigos, uns
novos, outros velhos, como a gente do major e a do Camacho, por
exemplo.”
Os tipos sociais e a sociedade 
que enlouqueceu Rubião
Descrição dos episódios fundamentais.
O Humanitismo de Quincas Borba
• Teoria filosófica = sistema 
absoluto  pastiche do 
positivismo e determinismo 
reinantes
• Caso da avó de Quincas Borba. 
(p. 54)
• “Humanitas é o princípio” = 
princípio vital universal  não 
há morte, violência,
injustiça 
etc.
“Ouve o resto. Aqui está como se tinha passado o
caso. O dono da sege estava no adro, e tinha fome,
muita fome, porque era tarde, e almoçara cedo e
pouco. Dali pôde fazer sinal ao cocheiro; este
fustigou as mulas para ir buscar o patrão. A sege no
meio do caminho achou um obstáculo e derribou-o;
esse obstáculo era minha avó. O primeiro ato dessa
série de atos foi um movimento de conservação:
Humanitas tinha fome. Se, em vez de minha avó,
fosse um rato ou um cão, é certo que minha avó não
morreria, mas o fato era o mesmo; Humanitas
precisa comer. Se em vez de um rato ou de um cão,
fosse um poeta, Byron ou Gonçalves Dias, diferia o
caso no sentido de dar matéria a muitos
necrológios; mas o fundo subsistia. O universo ainda
não parou por lhe faltarem alguns poemas mortos
em flor na cabeça de um varão ilustre ou obscuro;
mas Humanitas (e isto importa, antes de tudo),
Humanitas precisa comer.”
O Humanitismo
• “Ao vencedor, as batatas”(p.56)
Fórmula que justifica a vitória do 
mais forte.
Premissa: se não há violência, pois 
o homem não é um ser de cultura e 
espírito (pura espécie), basta 
manter a espécie.
 Rubião repete a fórmula durante 
todo o livro, sem entender quem 
são os fortes e fracos.
— Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de
duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas,
rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma
é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o
princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico
da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas.
As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que
assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra
vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos
dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se
suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a
destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a
outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos,
aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das
ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não
chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só
comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo
racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que
virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao
vencedor, as batatas.
— Mas a opinião do exterminado?
— Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a
mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas
fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água.
Os indivíduos são essas bolhas transitórias.
— Bem; a opinião da bolha...
— Bolha não tem opinião. [...]
Sofia
• Tédio da mulher casada + a 
vaidade de se sentir 
desejada.
• O caso da confissão do 
amor (p. 97) X a dívida. 
• Comissão das Alagoas. 
• Flerte com Carlos Maria.
“Não a façamos mais santa do que é, nem menos. Para as despesas da
vaidade, bastavam-lhe os olhos, que eram ridentes, inquietos, convidativos,
e só convidativos: podemos compará-los à lanterna de uma hospedaria em
que não houvesse cômodos para hóspedes. A lanterna fazia parar toda a
gente, tal era a lindeza da cor, e a originalidade dos emblemas; parava,
olhava e andava. Para que escancarar as janelas? Escancarou-as,
finalmente; mas a porta, se assim podemos chamar ao coração, essa estava
trancada e retrancada.”
“Rubião lembrou-se de uma comparação velha, muito velha, apanhada em
não sei que décima de 1850, ou de qualquer outra página em prosa de
todos os tempos. Chamou aos olhos de Sofia as estrelas da terra, e às
estrelas os olhos do céu. Tudo isso baixinho e trêmulo.
Sofia ficou pasmada. De súbito endireitou o corpo, que até ali viera
pesando no
braço do Rubião. Estava tão acostumada à timidez do homem... Estrelas?
olhos? Quis dizer que não caçoasse com ela, mas não achou como dar
forma à resposta, sem rejeitar uma convicção que também era sua, ou
então sem animá-lo a ir adiante. Daí um longo silêncio.
— Com uma diferença, continuou Rubião. As estrelas são ainda menos
lindas que os seus olhos [...]”
As Mulheres
Estão cerceadas pelo universo do 
matrimônio
Medo de violar suas 
restrições.
- D. Tonica: fracasso por não ter se 
casado, frustrada e invejosa. Fica 
noiva, mas perde seu noivo antes 
do casamento
- Maria Benedita: fez-se “toda 
nada” para satisfazer o marido, 
que amava por sua adoração a ele
- D. Fernanda: mesmo um marido 
ruim é melhor do que qualquer 
sonho. É de todas as personagens 
a mais piedosa, mas nem por isso 
é bondosa como um todo, 
provoca Sofia e é solúvel em 
relação ao sofrimento alheio.
Os homens do seu tempo
A) Palha
- Comerciante/investidor
- Vai enriquecer roubando a fortuna de Rubião
- Maior ambição: ser banqueiro, estar ligado ao 
parlamento inglês; tornar-se barão.
- Soube lucrar com a quebra do Banco Souto 
(1864) e com a Guerra do Paraguai (hábil 
investidor)
- Usa a esposa como isca// objeto para causar 
inveja. Apesar de sofrer, às vezes, com isso.
B) Camacho
- Político
- Mente sem escrúpulos + linguagem afetada e 
melodramática
- Influencia Rubião a doar grandes quantias em 
prol da vinculação de suas ideias
- Em 1868, D. Pedro II dissolve ministérios 
liberais por pressão do Duque de Caxias e 
Camacho (liberal) se sente prejudicado.
- Parece preocupada com doutrinas política 
mas é superficial.
- Promete fazer Rubião deputado.
O fim de Rubião e de seu cão
• Negligência e desprezo da família 
Palha
• Empobrecimento = todos os 
amigos de Rubião se afastam, o 
que se intensifica pela loucura 
(caso do menino)
• Internação tardia
• Vinda do cão
• Fuga Barbacena
“Ao vencedor as batatas”
• Morre poucos dias depois e é 
seguido pelo cão.
“Poucos dias depois morreu... Não morreu 
súdito nem vencido. Antes de principiar a 
agonia, que foi curta, pôs a coroa na cabeça, 
— uma coroa que não era, ao menos, um 
chapéu velho ou uma bacia, onde os 
espectadores palpassem a ilusão. Não, 
senhor; ele pegou em nada, levantou nada e 
cingiu nada; só ele via a insígnia imperial, 
pesada de ouro, rútila de brilhantes e outras 
pedras preciosas. O esforço que fizera para 
erguer meio corpo não durou muito; o corpo 
caiu outra vez; o rosto conservou porventura 
uma expressão gloriosa.
— Guardem a minha coroa, murmurou. Ao 
vencedor...
A cara ficou séria, porque a morte é séria; 
dois minutos de agonia, um trejeito horrível, 
e estava assinada a abdicação.” 
O cão Quincas Borba
• Único personagem bondoso
• Seu primeiro dono acreditava que 
sua alma viveria na do cachorro 
(princípio da humanitas)
• É maltratado durante toda a 
narrativa.
• Só D. Fernanda, ao final, o trata 
com carinho, mas logo se esquece 
dele.
• Personagem humanizado  sente 
e pensa
• Quem dá título ao romance? (p. 
344)
“Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que
adoeceu também, ganiu infinitamente, fugiu
desvairado em busca do dono, e amanheceu morto
na rua, três dias depois. Mas, vendo a morte do cão
narrada em capítulo especial, é provável que me
perguntes se ele, se o seu defunto homônimo é que
dá o título ao livro, e por que antes um que outro, —
questão prenhe de questões, que nos levariam
longe... Eia! chora os dois recentes mortos, se tens
lágrimas. Se só tens riso ri-te! É a mesma coisa. O
Cruzeiro, que a linda Sofia não quis fitar, como lhe
pedia Rubião, está assaz alto para não discernir os
risos e as lágrimas dos homens.”
SÍNTESE 
FECHAMENTO
O triângulo “amoroso”
Rubião – rico, 
caipira, ingênuo
Palha – investidor 
malicioso
Sofia – objeto do 
desejo
Café: família rubiáceas
Rubião: uma simbologia do Brasil
O “triângulo” amoroso
Brasil: não se 
reconhece a si 
mesmo
Ideologia 
liberal(imperialismo) 
 subordinação 
econômica e política
Cultura europeia 
subordinação cultural

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