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UNIDADE 2: ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 2.4 - CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS SOBRE O SISTEMA DE ESCRITA ALFABÉTICA NECESSÁRIOS À ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: O COMPUTADOR PODE SER UM GRANDE ALIADO Profª : Vivien Kelling Cardonetti Almeida (2002, p. 7) coloca que “o mundo mudou. O conceito de alfabetização mudou. A leitura deste mundo não pode ser feita com os mesmos instrumentos e códigos com que se faziam as leituras dos mundos passados”. O computador na alfabetização de jovens e adultos http://www.fieam.org.br/site/sesi/files/2012/06/Jo%C3%A3o-Batista-Damascena-operador-de-guincho-estreia-o-computador.jpg “Sabe-se também que a tecnologia não pode se resumir apenas em técnica, há que se trabalhar o humano, o criador, o cultural, o social, mas é evidente que é uma ferramenta de valor precioso na sociedade atual. Quanto ao alfabetizador, faz-se necessária uma formação consistente, que amplie as possibilidades de entendimento dessas questões além de possibilitar-lhe a assimilação das novas teorias e instrumentalizá-lo com novas ferramentas de ensino” (COSTA; GONÇALVES; PAULUCCI, 2005, p. 13 ) . A partir de agora segue alguns relatos sobre os avanços dos estudantes depois que começaram a utilizar o computador como ferramenta pedagógica nas aulas da EJA: “Tive uma experiência com um aluno com muita dificuldade, pois não tinha coordenação motora fina. Ele achava sua letra feia e não gostava de escrever. Quando os levei para a informática ele, em especial ficou maravilhado, pois poderia escrever de uma maneira mais "bonita". Hoje ele não perde as aulas de quinta-feira na informática. Segundo ele é quando sente mais prazer em escrever” (relato de uma professora de alfabetização da EJA - Campinas – SP). http://eja-tecnologia.blogspot.com.br/ “A cada encontro as professoras trazem informações novas sobre seus alunos e seus avanços na utilização do laboratório de informática. Na sala de alfabetização, um aluno que é pedreiro e possui as mãos grossas, não conseguia escrever utilizando apenas uma linha do caderno. Quando colocado no editor de textos ficou encantado, pois as letras saiam todas do mesmo tamanho, não ficavam tortas e escrever era mais fácil. Nesta mesma sala, a professora estava utilizando um pacote de atividades feitas utilizando o software de autoria JClic. Os alunos acharam o máximo na atividade de quebra cabeça, que as peças não caiam no chão e quando erravam o computador avisava. Segurança, auto estima elevada. São apenas algumas das melhorias conseguidas com a utilização do computador na educação de jovens e adultos” (relato da professora responsável pela formação em informática educativa dos professores da FUMEC - EJA I em Campinas – SP). http://eja-tecnologia.blogspot.com.br/ “Uma professora tinha uma aluna com paralisia cerebral, e todos achavam que ela não estava conseguindo aprender nada. Quando esta professora levou sua classe para o laboratório de informática, teve uma surpresa, pois a aluna começou a escrever. Para espanto de todos ela estava alfabetizada, mas não conseguia demonstrar, pois pegar no lápis para ela era uma ação impossível. A utilização do computador com alunos com deficiência, das mais variadas possíveis, tem mostrado grandes avanços em sua aquisição de conhecimento. A aprendizagem se torna mais fácil” (relato da professora responsável pela formação em informática educativa dos professores da FUMEC - EJA I - Campinas – SP). http://eja-tecnologia.blogspot.com.br/ “Foi uma festa quando elas souberam que iam poder usar o computador. Pra elas foi muito bom, porque eu acho que elas saíram da mesmice, né? E até eu achei muito engraçado, porque a primeira vez que a gente entrou na sala elas apertavam (o teclado) e saía aquele monte de letras, né? Aí eu falava: mas tem que ser devagarinho, tem que ser lentinho, né? Tem que ser leve. Aí elas falavam: como que você quer alguém que pegou na enxada a vida inteira, tem a mão pesada, estar fazendo levinho? Aí, cada vez que elas iam lá e saía só uma letrinha, pra elas era uma vitória” (relato de uma alfabetizadora de 19 anos). (COSTA; PALÁCIO; PAULUCCI, 2005, p. 11 ) “Na minha casa tem computador mas eu nunca peguei, nunca mexi. Aqui que eu comecei a mexer. E eu tô gostando né, tô aprendendo mais. Como eu tô aprendendo no computador, eu sei mais do que pra escrever de lápis ou de caneta. Então no computador é melhor” (relato da estudante da EJA de 49 anos) (COSTA; PALÁCIO; PAULUCCI, 2005, p. 11 ) José Evangelista Cordeiro, é um artesão de 40 anos que não tem os braços e trabalha com tapeçaria. Cordeiro está no ciclo 2 no EJA e aprendeu a escrever segurando o lápis com os dedos dos pés. "Agora também uso o computador, que é bem mais rápido. Já rodei o meu bairro todinho dentro da tela pelo Google Maps", orgulha-se. Cordeiro aprendeu a escrever com os pés e agora utiliza o computador- Betim, MG http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/incluir-gente-grande-eja-inclusao-731485.shtml ALMEIDA, F. Exclusão social: um sofisticado e disfarçado olhar sobre a exploração. Artigo não publicado. Nov, 2002. BIBLIOGRAFIA: COSTA, Salete da; PALÁCIO, Patrícia P. G.; PAULUCCI, Gisele. O uso do computador como meio de inserção na cultura letrada e midiática do jovem ou adulto nos cursos de alfabetização. V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 Educação de jovens e adultos e o uso das tecnologias http://eja-tecnologia.blogspot.com.br/ Incluir gente grande na EJA http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/incluir- gente-grande-eja-inclusao-731485.shtml COM INTUITO DE AMPLIAR O CONHECIMENTO NESTA ÁREA, SUGIRO TAMBÉM A LEITURA DO ARTIGO: O uso do computador como meio de inserção na cultura letrada e midiática do jovem ou adulto nos cursos de alfabetização de Maria Salete da Costa, Patrícia Passos Gonçalves Palácio e Gisele Paulucci (em anexo).
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