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LISTA DE ESTUDOS FINAL DO SEMESTRE

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LISTA DE ESTUDOS – ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA 
(CONTEÚDO – MPA, ANESTESIA INALATÓRIA, MONITORAÇÃO, OPIÓIDES, 
ANESTÉSICOS DISSOCIATIVOS, BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES, 
AVALIAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA, ANESTÉSICOS LOCAIS) 
Bibliografia: Anestesiologia veterinária  Flavio Massone 
Anestesiologia veterinária de cães e gatos  Denise fantoni 
Anestesiologia veterinária  Lumb & Jones 
Objetivo: fortalecer os conhecimentos sobre as principais técnicas anestésicas utilizadas 
na medicina veterinária e, auxiliar na tomada de decisões em meio aos cenários caótico das 
emergências clínicas. 
 
 
De acordo com as afirmativas julgue certo ou errado, justificando as proposições erradas. 
1- Durante a avaliação pré-anestésica de pacientes insuficientes renais, devem ser 
avaliados o volume globular, a hidratação do animal, os níveis sanguíneos de ureia e 
creatinina, bem como a produção urinária e a urinálise, sendo que a avaliação da 
condição ácido-base e das concentrações séricas de eletrólitos (especialmente potássio) 
deve ficar restrita aos pacientes graves. 
 
2- A ropivacaína é um anestésico local bastante similar à bupivacaína, porém é menos 
cardiotóxica em doses equipotentes, e, por possuir propriedades vasoconstritoras 
intermediárias, não requer a adição de adrenalina. 
 
 
3- Cães e gatos saudáveis devem ser submetidos a jejum alimentar de pelo menos seis 
horas, previamente ao ato anestésico, independente do porte físico e da idade, visando 
prioritariamente reduzir o risco de vômito ou regurgitação com possibilidade de 
aspiração. 
 
4- A acepromazina é um representante fenotiazínico, cujos efeitos comportamentais são 
mediados principalmente pelo bloqueio de receptores dopaminérgicos localizados nos 
gânglios basais e no sistema límbico, e pode ser usada como agente único, em doses 
baixas, para procedimentos não dolorosos, ou, em doses mais elevadas, para a 
realização de procedimentos muito dolorosos, devido à sua elevada potência. 
 
5- A administração de doses excessivamente altas de agonistas de receptores 
alfa-2 adrenérgicos menos seletivos, como a xilazina, pode levar à ativação de 
receptores alfa-1 adrenérgicos que induzem despertar, excitação e aumento da atividade 
locomotora em animais, sendo tais comportamentos também observados após a injeção 
intracarotídea acidental do fármaco. 
 
6- O diazepam, o midazolam e o zolazepam são os agonistas benzodiazepínicos mais 
usados em animais e produzem a maior parte de seus efeitos farmacológicos modulando 
a neurotransmissão mediada pelo ácido gama-aminobutírico, mas, em animais em 
estado de alerta normal, o uso desses agentes pode levar à agitação ou até à excitação, 
comumente conhecida como excitação paradoxal, capaz de promover a liberação de 
catecolaminas, aumentando o risco de arritmias cardíacas. 
 
7- Os opioides representam os fármacos-chave para o tratamento efetivo da dor em 
medicina veterinária, sendo importante salientar que, no que se refere ao manejo da dor 
grave, a metadona representa uma alternativa à morfina por apresentar propriedades 
farmacológicas qualitativamente similares, porém com afinidade adicional por 
receptores N-metil-D-aspartato (NMDA), todavia, a exemplo da morfina, deve-se evitar 
o seu uso por via intravenosa, em virtude da vasta liberação de histamina. 
 
8- A naloxona, nas doses recomendadas, apresenta usualmente efeitos mais curtos do que 
a maioria dos opioides agonistas, durando entre 30 e 60 minutos, e, por isso, os animais 
tratados com opioides de longa duração e que receberam naloxona precisam ser 
monitorados com cautela, em razão do risco de “renarcotização”. 
 
9- O fentanil e seus análogos são fármacos destinados a procedimentos que requerem 
analgesia intensa e/ou atenuação da resposta do sistema nervoso simpático aos 
estímulos nociceptivos, sendo indicados para o controle da dor crônica ou como parte 
do protocolo analgésico, exclusivamente no período pós-operatório. 
 
10- Hipoinsulinemia transitória e hiperglicemia têm sido relatadas nas diversas espécies 
sedadas com xilazina, fármaco capaz de induzir, também, alterações transitórias em 
hormônio do crescimento, testosterona, prolactina, hormônio antidiurético e nos níveis 
de hormônio foliculestimulante. 
 
11- A anestesia intravenosa permite a rápida distribuição do fármaco até o local de ação e, 
nesse contexto, os agentes barbitúricos apresentam notável efeito cumulativo, quando 
utilizados em doses repetidas, lembrando, contudo, que, como agentes indutores, 
praticamente não apresentam contraindicações, sendo seguros inclusive em pacientes 
portadores de afecções cardíacas, renais e hepáticas ou até mesmo em cesarianas. 
 
12- Por tratar-se de um composto fenólico, o propofol pode induzir lesão oxidativa nas 
hemácias da espécie felina, quando administrado por longos períodos de infusão, sendo 
que essa toxicidade resulta, provavelmente, da habilidade reduzida dos felinos em 
conjugar fenóis, observando-se, comumente, a formação de corpúsculo de Heinz e 
sinais clínicos de anorexia e diarreia. 
 
13- A cetamina é um representante dos anestésicos dissociativos, distribuída, 
comercialmente, na forma de mistura racêmica ou na forma de isômero S(+), tendo este 
último menor poder analgésico intra e pós-operatório e maior incidência de efeitos 
alucinógenos, quando comparada à mistura racêmica. 
 
14- Os agentes dissociativos, em doses anestésicas, produzem aumento da frequência 
cardíaca, pela elevação do tônus simpático, do débito cardíaco, da pressão arterial 
média, da pressão da artéria pulmonar e da pressão venosa central – efeitos dependentes 
de um sistema adrenérgico intacto – e também estimulam indiretamente o sistema 
cardiovascular por efeito inotrópico seletivo na musculatura cardíaca, independente da 
frequência cardíaca e do sistema nervoso autônomo, podendo esse efeito ser decorrente 
da alteração do monofosfato de adenosina cíclico. 
 
15- O etomidato, quando utilizado por longos períodos de infusão, pode causar síndrome 
de Addison, pelo bloqueio da produção de corticosteroides, e anemia hemolítica, cujo 
mecanismo pode estar relacionado com o propilenoglicol, capaz de aumentar a 
osmolaridadede maneira súbita, acarretando ruptura das hemácias. 
 
16- No que se refere às alterações no equilíbrio ácido-base, o incremento da acidez 
sanguínea, como comumente ocorre em quadros de acidose respiratória ou metabólica, 
reduz a profundidade da anestesia barbitúrica, requerendo o incremento das doses 
administradas para a obtenção de plano anestésico satisfatório. 
 
17- A concentração alveolar mínima (CAM) refere-se à concentração de um anestésico 
inalatório, a 1 atmosfera, capaz de produzir imobilidade em 100% dos indivíduos 
expostos a um estímulo nocivo supramáximo. 
 
18- Algumas marcas de cal sodada são capazes de degradar o sevofluorano, gerando o 
composto “A”, considerado nefrotóxico, e uma forma de prevenir ou amenizar a 
toxicidade é evitar o uso do sevofluorano em anestesias prolongadas, bem como a 
utilização de baixo fluxo de gases diluentes no circuito respiratório, sobretudo em 
pacientes com doenças renais. 
 
19- O óxido nitroso deve estar sempre associado a uma concentração mínima de 10% de 
oxigênio durante o seu uso em anestesia, a fim de se evitar a ocorrência de hipóxia por 
difusão, que consiste na efusão rápida de N2O do sangue para os pulmões, provocando 
diminuição transitória, mas marcante, na pressão alveolar de oxigênio, fato que resultará 
em redução sequencial da pressão arterial de oxigênio. 
 
20- Sobre o sistema nervoso central, o óxido nitroso produz aumento do consumo de 
oxigênio e do fluxo sanguíneo cerebral, resultando em elevação da pressão 
intracraniana. 
 
21- Nos aparelhos de anestesia inalatória, os fluxômetros são dispositivos que medem e 
indicam o fluxo de um gás que flui através dele, de modo que tais aparelhos devem 
possuir, no mínimo, um fluxômetropara cada gás a ser administrado ao paciente, 
havendo a flexibilidade de se poder utilizar fluxômetros de um tipo de gás para outro 
tipo de gás, caso aqueles específicos não se encontrem disponíveis. 
 
22- Os circuitos de anestesia inalatória valvulares com absorvedor de CO2 possuem, sobre 
aqueles avalvulares sem absorvedor, todas as seguintes vantagens: economia de 
anestésicos, menor poluição ambiental, menor risco de explosão durante o uso de 
anestésicos inflamáveis, aquecimento e umidificação dos gases inspirados e maior 
estabilidade da concentração dos anestésicos. 
 
23- A adição de hialuronidase aos anestésicos locais aumenta a absorção sistêmica e a 
toxicidade desses últimos, reduzindo o tempo de duração da anestesia, pois o fármaco 
está mais disponível na forma de base. 
 
24- Os anestésicos locais dos grupos éster e amida são prioritariamente biotransformados no 
fígado, com depuração altamente dependente do fluxo sanguíneo hepático, da extração 
hepática e do funcionamento enzimático, assim sendo, o uso de agentes como 
bloqueadores-adrenérgicos, fármacos receptores de H2 e a hipotensão durante a 
anestesia geral ou regional, podem interferir sobremaneira na biotransformação hepática 
desses anestésicos locais. 
 
25- São possíveis indicações para a aplicação contínua ou intermitente de anestésico local 
no espaço interpleural, em cães: dores induzidas por fraturas de costela; metástases na 
parede torácica, na pleura ou no mediastino; mastectomia; pancreatite crônica e 
neoplasias em abdome superior. 
 
26- Em cães, são possíveis efeitos adversos relacionados com a anestesia epidural e 
subaracnoidea: hipoventilação secundária à paralisia dos músculos respiratórios – 
atribuída à propagação do anestésico local para os segmentos cervicais da medula –, 
hipotensão, síndrome de Horner e hipoglicemia causada por bloqueio simpático. 
 
27- O bloqueio do nervo mentoniano, por meio da aplicação de anestésico local no forame 
de mesmo nome, deve resultar em bloqueio sensitivo do lábio superior, focinho, teto da 
cavidade nasal, palato mole e duro e dentes da hemiarcada do lado em foi injetado o 
anestésico. 
 
28- O bloqueio em “L” invertido, vastamente utilizado em ruminantes, corresponde à 
administração de anestésico local nos tecidos adjacentes ao aspecto dorsocaudal da 
última costela e ventrolateral do processo transverso lombar, promovendo analgesia e 
relaxamento muscular completo da pele, do subcutâneo e das camadas profundas da 
parede abdominal, inclusive do peritônio. 
 
29- No paciente com disfunção respiratória, pode ser necessária tanquilização pré-
anestésica leve, a fim de facilitar a manipulação sem incrementar o estresse e agravar a 
disfunção e, nesse tipo de situação, a acepromazina torna-se contraindicada, pois, 
mesmo em baixas doses, é capaz de deprimir acentuadamente a função pulmonar. 
 
30- Durante a anestesia de pacientes com doenças no sistema nervoso em que a manutenção 
do fluxo sanguíneo cerebral se torna particularmente relevante, os efeitos dos 
anestésicos voláteis, que sabidamente incrementam a variável, podem ser antagonizados 
por meio da hiperventilação moderada, mantendo-se os níveis de CO2 arterial entre 30 e 
35 mmHg, de modo que a hiperventilação excessiva deve ser evitada por reduzir a 
pressão de perfusão cerebral, podendo resultar em isquemia cerebral. 
 
31- Em pacientes com insuficiência renal, o uso da dopamina em baixas doses inibe a 
liberação intrarrenal de noradrenalina e apresenta efeito antialdosterona, aumentando o 
fluxo sanguíneo renal (FSR), sendo que a utilização de acepromazina como pré-
anestésico, nesses animais, poderá impedir o aumento do FSR em razão do bloqueio dos 
receptores dopaminérgicos. 
 
32- Para pacientes com insuficiência hepática de moderada a grave não existe restrição a 
nenhum grupamento de fármaco anestésico ou pré-anestésico, desde que utilizados em 
doses farmacológicas, a fim de se evitar quadros de intoxicação. 
 
33- Dentre as alterações fisiológicas induzidas pela prenhez, relevantes durante a anestesia, 
destacam-se a redução do fluxo sanguíneo renal e da filtração glomerular, que 
prejudicam a excreção renal dos medicamentos, e, em geral, o consumo de anestésicos 
inalatórios também sofre incremento, devido à somatória da demanda fetal e materna. 
 
 
34- Um fator relevante a ser considerado, na anestesia de pacientes com insuficiência renal, 
é que quadros de azotemia podem estar associados a alterações na barreira 
hematoencefálica, facilitando a penetração de medicamentos no sistema nervoso 
central. 
 
35- Os anticolinérgicos ou antagonistas muscarínicos não seletivos, como a atropina e o 
glicopirrolato, reduzem o tônus do esfíncter inferior do esôfago determinando, assim, o 
aumento da incidência de refluxo gastroesofágico e de esofagite em cães anestesiados. 
 
36- A bradicardia sinusal e os bloqueios atrioventriculares de 1o, 2o e 3o graus são as 
arritmias de maior frequência após a administração de xilazina e representam respostas 
fisiológicas normais à elevação do tônus vagal induzida pelo fármaco e, em geral, não 
apresentam significado clínico, dispensando qualquer instituição de tratamento. 
 
37- Durante as manobras de reanimação cárdio-cérebro-pulmonar, com o objetivo de 
reanimar o coração o mais rapidamente possível, a administração precoce de adrenalina 
ou atropina é crucial, devendo-se optar por uma dessas drogas imediatamente após o 
diagnóstico de assistolia. 
 
38- São consideradas formas de parada cardíaca a assistolia, a fibrilação e a atividade 
elétrica sem pulso (AESP), antes conhecida como dissociação eletromecânica, que é 
caracterizada por batimento cardíaco fraco e ineficaz, na presença de ritmo regular à 
eletrocardiografia, sendo descritas como causas de AESP: hipoxemia, acidose severa, 
hipovolemia e descompensação cardiogênica aguda. 
 
39- Durante quadros de hemorragia grave, o anestesista deve estar atento aos quadros 
clínicos que envolvem redução da pressão arterial, palidez das membranas mucosas, 
menor pressão de pulso e redução da área sob a onda de pulso arterial e, em especial, a 
taquicardia que sinalizará uma resposta compensatória detectável, independente do 
protocolo anestésico utilizado e da profundidade do plano anestésico. 
 
 
40- São consideradas possíveis causas de hipercapnia: hipoventilação; aumento da produção 
endógena de CO2 por febre, sepse, hipertermia maligna e crise convulsiva; absorção de 
CO2 durante pneumoperitônio laparoscópico; aumento da fração inspirada de CO2 por 
anormalidades no circuito anestésico com cal sodada saturada ou inoperância valvular e 
o aumento do espaço morto respiratório, com diminuição da ventilação alveolar. 
 
41- Com o paciente em plano cirúrgico, em concentrações equipotentes, a depressão 
respiratória causada pelo isofluorano é mais intensa do que aquela produzida pelo 
halotano, com redução do volume-minuto e elevação dos níveis de pressão parcial 
arterial de dióxido de carbono. 
 
42- O sistema Doppler consiste em um monitor dotado de cristais transdutores, que são 
posicionados sobre uma artéria, normalmente a metacarpiana em animais de pequeno 
porte, e que permite a leitura direta das pressões arteriais sistólica, diastólica e média, 
através de um manômetro acoplado a um manguito. 
 
43- Durante a anestesia geral, na avaliação dos sinais físicos de profundidade anestésica, a 
falta de produção lacrimal, percebida pela aparência seca da córnea, representa um sinal 
de plano anestésico profundo. 
 
44- Durante a avaliação da frequência cardíaca, o tônus vagal diminuído pode ocorrer em 
algumas situações, como estimulação faríngea, laríngea ou traqueal, por pressão no 
globo ou nos músculos retos oculares ou por inflamação, distensão ou tração visceral. 
 
45- A saturação arterial de oxigênio da hemoglobina (SaO2) mede a porcentagem de 
saturação arterial por oxigênioda hemoglobina e está relacionada com a pressão parcial 
arterial de oxigênio (PaO2) e, dessa forma, quanto maior a PaO2 maiores serão os valores 
de SaO2, visto que apresentam relação linear. 
 
46- Durante a anestesia geral, a presença de reflexo pupilar leve (constricção pupilar em 
resposta à luz brilhante sobre a retina) e a existência de reflexo de ofuscamento (uma 
piscada em resposta à luz brilhante) são indicadores confiáveis de um plano de anestesia 
leve ou de leve a moderado.

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