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06 24 (Filosofia - Caderno 3) 2x2

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Questões resolvidas

Qual é a filosofia medieval de base aristotélica vinculada ao Cristianismo?

a) Patrística
b) Escolástica
c) Neoplatonismo

Qual filósofo medieval teve forte influência da escola platônica e do neoplatonismo em sua obra?

a) Santo Agostinho
b) São Tomás de Aquino
c) Plotino

De acordo com o texto acima, e com seus conhecimentos sobre a ciência da natureza em Galileu, assinale a alternativa correta.
a) De acordo com os princípios de sua ciência, Galileu depositava grande crédito no método indutivo, pois este possuiria melhor alcance nos resultados da investigação da natureza.
b) O passo decisivo da física galileana concentrava-se na realização de experimentos para comprovar uma tese, sem a necessidade de recorrer às elaborações do raciocínio matemático.
c) Quanto ao “movimento”, Galileu seguiu as teorias de Aristóteles que distinguia o movimento qualitativo do movimento quantitativo, para considerar toda mudança apenas do ponto de vista qualitativo (corpos pesados ou leves).
d) Um dos aspectos centrais da ciência da natureza em Galileu está na realização de experimentos com o auxílio indispensável da matemática, pois, para ele, a matemática é o meio instrumental capaz de enunciar e traduzir as regularidades observadas nos fenômenos naturais.
e) O que dá validade científica aos processos intelectuais de Galileu é que os resultados de suas pesquisas jamais precisariam ser submetidos à comprovação empírica, bastando, apenas, se localizarem no campo da abstração.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre as características que marcam revolução científica no pensamento de Galileu Galilei, assinale a alternativa correta.
a) resgatou uma concepção medieval de mundo.
b) baseou-se em uma visão teológica sobre a natureza.
c) fundamentou-se em conceitos metafísicos.
d) fundou as bases para o desenvolvimento da alquimia.
e) atribuiu regularidade matemática aos fenômenos naturais.

Quais são as características das teorias políticas de Maquiavel?

Maquiavel inaugura o pensamento político moderno. Seculariza a política, rejeitando o legado ético-cristão. Maquiavel tem uma visão do homem e da política como elas são e não como deveriam ser. A política deve ater-se ao real, deve preocupar-se com a eficiência da ação e não teorizar, como fazia Platão, sobre a forma ideal de governo. Assinale o que for correto.
02) Maquiavel redefine as relações entre ética e política, não julga mais as ações políticas em função de uma hierarquia de valores dada de antemão, mas em função da necessidade dos resultados que as ações políticas devem alcançar.
08) Na concepção política de Maquiavel, não há uma exclusão entre ética e política, todavia a primeira deve ser entendida a partir da segunda. Para ele, as exigências da ação política implicam uma ética cujo caráter é diferente da ética praticada pelos indivíduos na vida privada.

A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão). Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças.
a) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano.
b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos.
c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo.
d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um.

De acordo com o texto acima, e com seus conhecimentos sobre a ciência da natureza em Galileu, assinale a alternativa correta.
a) De acordo com os princípios de sua ciência, Galileu depositava grande crédito no método indutivo, pois este possuiria melhor alcance nos resultados da investigação da natureza.
b) O passo decisivo da física galileana concentrava-se na realização de experimentos para comprovar uma tese, sem a necessidade de recorrer às elaborações do raciocínio matemático.
c) Quanto ao “movimento”, Galileu seguiu as teorias de Aristóteles que distinguia o movimento qualitativo do movimento quantitativo, para considerar toda mudança apenas do ponto de vista qualitativo (corpos pesados ou leves).
d) Um dos aspectos centrais da ciência da natureza em Galileu está na realização de experimentos com o auxílio indispensável da matemática, pois, para ele, a matemática é o meio instrumental capaz de enunciar e traduzir as regularidades observadas nos fenômenos naturais.
e) O que dá validade científica aos processos intelectuais de Galileu é que os resultados de suas pesquisas jamais precisariam ser submetidos à comprovação empírica, bastando, apenas, se localizarem no campo da abstração.

Com base em uma definição de moralidade como conjunto de regras de conduta humana que se pretendem válidas em termos absolutos, responda se o pensamento de Maquiavel é compatível com a moralidade cristã. Justifique sua resposta, comentando o teor prático ou pragmático do pensamento desse filósofo.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o Estado de natureza em Hobbes, considere as afirmativas a seguir.
I. Todos os homens são igualmente vulneráveis à violência diante da ausência de uma autoridade soberana que detenha o uso da força.
II. Em cada ser humano há um egoísmo na busca de seus interesses pessoais a fim de manter a própria sobrevivência.
III. A competição e o desejo de fama passam a existir nos homens quando abandonam o Estado de natureza e ingressam no Estado social.
IV. O homem é naturalmente um ser social, o que lhe garante uma vida harmônica entre seus pares.

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Questões resolvidas

Qual é a filosofia medieval de base aristotélica vinculada ao Cristianismo?

a) Patrística
b) Escolástica
c) Neoplatonismo

Qual filósofo medieval teve forte influência da escola platônica e do neoplatonismo em sua obra?

a) Santo Agostinho
b) São Tomás de Aquino
c) Plotino

De acordo com o texto acima, e com seus conhecimentos sobre a ciência da natureza em Galileu, assinale a alternativa correta.
a) De acordo com os princípios de sua ciência, Galileu depositava grande crédito no método indutivo, pois este possuiria melhor alcance nos resultados da investigação da natureza.
b) O passo decisivo da física galileana concentrava-se na realização de experimentos para comprovar uma tese, sem a necessidade de recorrer às elaborações do raciocínio matemático.
c) Quanto ao “movimento”, Galileu seguiu as teorias de Aristóteles que distinguia o movimento qualitativo do movimento quantitativo, para considerar toda mudança apenas do ponto de vista qualitativo (corpos pesados ou leves).
d) Um dos aspectos centrais da ciência da natureza em Galileu está na realização de experimentos com o auxílio indispensável da matemática, pois, para ele, a matemática é o meio instrumental capaz de enunciar e traduzir as regularidades observadas nos fenômenos naturais.
e) O que dá validade científica aos processos intelectuais de Galileu é que os resultados de suas pesquisas jamais precisariam ser submetidos à comprovação empírica, bastando, apenas, se localizarem no campo da abstração.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre as características que marcam revolução científica no pensamento de Galileu Galilei, assinale a alternativa correta.
a) resgatou uma concepção medieval de mundo.
b) baseou-se em uma visão teológica sobre a natureza.
c) fundamentou-se em conceitos metafísicos.
d) fundou as bases para o desenvolvimento da alquimia.
e) atribuiu regularidade matemática aos fenômenos naturais.

Quais são as características das teorias políticas de Maquiavel?

Maquiavel inaugura o pensamento político moderno. Seculariza a política, rejeitando o legado ético-cristão. Maquiavel tem uma visão do homem e da política como elas são e não como deveriam ser. A política deve ater-se ao real, deve preocupar-se com a eficiência da ação e não teorizar, como fazia Platão, sobre a forma ideal de governo. Assinale o que for correto.
02) Maquiavel redefine as relações entre ética e política, não julga mais as ações políticas em função de uma hierarquia de valores dada de antemão, mas em função da necessidade dos resultados que as ações políticas devem alcançar.
08) Na concepção política de Maquiavel, não há uma exclusão entre ética e política, todavia a primeira deve ser entendida a partir da segunda. Para ele, as exigências da ação política implicam uma ética cujo caráter é diferente da ética praticada pelos indivíduos na vida privada.

A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão). Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças.
a) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano.
b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos.
c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo.
d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um.

De acordo com o texto acima, e com seus conhecimentos sobre a ciência da natureza em Galileu, assinale a alternativa correta.
a) De acordo com os princípios de sua ciência, Galileu depositava grande crédito no método indutivo, pois este possuiria melhor alcance nos resultados da investigação da natureza.
b) O passo decisivo da física galileana concentrava-se na realização de experimentos para comprovar uma tese, sem a necessidade de recorrer às elaborações do raciocínio matemático.
c) Quanto ao “movimento”, Galileu seguiu as teorias de Aristóteles que distinguia o movimento qualitativo do movimento quantitativo, para considerar toda mudança apenas do ponto de vista qualitativo (corpos pesados ou leves).
d) Um dos aspectos centrais da ciência da natureza em Galileu está na realização de experimentos com o auxílio indispensável da matemática, pois, para ele, a matemática é o meio instrumental capaz de enunciar e traduzir as regularidades observadas nos fenômenos naturais.
e) O que dá validade científica aos processos intelectuais de Galileu é que os resultados de suas pesquisas jamais precisariam ser submetidos à comprovação empírica, bastando, apenas, se localizarem no campo da abstração.

Com base em uma definição de moralidade como conjunto de regras de conduta humana que se pretendem válidas em termos absolutos, responda se o pensamento de Maquiavel é compatível com a moralidade cristã. Justifique sua resposta, comentando o teor prático ou pragmático do pensamento desse filósofo.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o Estado de natureza em Hobbes, considere as afirmativas a seguir.
I. Todos os homens são igualmente vulneráveis à violência diante da ausência de uma autoridade soberana que detenha o uso da força.
II. Em cada ser humano há um egoísmo na busca de seus interesses pessoais a fim de manter a própria sobrevivência.
III. A competição e o desejo de fama passam a existir nos homens quando abandonam o Estado de natureza e ingressam no Estado social.
IV. O homem é naturalmente um ser social, o que lhe garante uma vida harmônica entre seus pares.

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Prof. Maria Helena 
Filosofia & Sociologia 
 
Página 1 de 12 
Filosofia – Caderno 3 
 
SEMANA 1: Filosofia Medieval e Revolução Científica 
 
1. Filosofia Medieval 
O surgimento da religião cristã, e seu decorrente 
crescimento no mundo ocidental, mudou os rumos da 
Filosofia. Se no início a cultura filosófica surgira justamente 
como um rompimento com a visão mitológica do mundo, 
ela agora irá lidar com a grande influência da religião dos 
cristãos. 
Teremos, então, posturas diferentes em relação a essa 
situação: por um lado aqueles pensadores que afirmarão 
que a Filosofia seria uma ferramenta importante para 
compreender a fé revelada por Cristo, sendo, inclusive, 
vista como uma preparação para os ensinamentos cristãos. 
Por outro lado, teremos aqueles que pensam que a 
Filosofia é simplesmente um pensamento pagão e que 
deve ser evitada. 
Nas tradições mais importantes medievais, a Patrística 
e a Escolástica, há uma evidente preocupação em conciliar 
a doutrina cristã com os pensamentos filosóficos clássicos. 
 
Santo Agostinho (354 – 430 d.C.) 
Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, uma 
pequena cidade no norte da África. Não aderiu ao 
Cristianismo no princípio de sua vida, mesmo com sua mãe 
sendo cristã. Lecionou retórica em sua cidade natal e em 
Cartago, Roma e Milão, ocupando posições de prestígio. 
Converteu-se ao Cristianismo após um momento de 
revelação e dedicou-se a escrever obras cristãs. Tornou-se 
bispo na cidade de Hipona, onde permaneceu até o fim de 
sua vida. 
 
Contexto histórico: fim do Império Romano e auge das 
invasões bárbaras. 
 
Os escritos de Agostinho demonstram uma forte 
influência da escola platônica, especialmente do 
neoplatonismo que adentra à era medieval por influência 
de Plotino. Para o Neoplatonismo, a filosofia platônica 
seria uma preparação para a alma e um conhecimento útil 
para que se possa ter uma compreensão da verdade 
revelada por Cristo. Um dos aspectos que demonstram a 
influência do platonismo na obra de Agostinho é sua 
reflexão sobre o mal, considerado não como uma força em 
si, mas como a ausência do Bem. O livre-arbítrio que os 
homens têm por consequência de serem racionais os faz 
poder escolher entre o bem e o mal (distanciar-se do bem). 
Escolher o caminho de Deus é a essência da 
sabedoria para Agostinho. Por isso, a verdadeira e legítima 
ciência é a Teologia: é na sabedoria das coisas divinas que 
os esforços do homem devem estar focados. Santo 
Agostinho desvaloriza, portanto, o conhecimento do mundo 
sensível. 
 
TEORIA DA ILUMINAÇÃO 
A verdade interior é a revelação divina. 
“Não aprendemos pelas palavras que repercutem 
exteriormente, mas pela verdade que ensina interiormente. 
Quem é consultado ensina verdadeiramente, e este é 
Cristo, que habita o homem interior”. 
Para compreender, a alma faz uso de seu aspecto divino, 
abrindo espaço para a fé na teoria do conhecimento. 
 
Os escritos filosóficos de Agostinho dão origem à 
Patrística: filosofia cristã dos primeiros séculos da Idade 
Média, que almejava legitimar os fundamentos dos 
ensinamentos cristãos, fazendo uso da filosofia grega, 
especialmente a filosofia platônica. Seu principal expoente 
é Santo Agostinho. 
 
São Tomás de Aquino (1225 – 1274) 
Nasceu na Itália, ingressou na Universidade de Nápoles e 
pertenceu à Ordem Dominicana, uma ordem religiosa 
recente na época cujos membros eram bastante 
intelectualizados. Especializou-se nos estudos de 
Teologia, tornando-se mestre e docente na área. Produziu 
várias obras por meio das quais buscava conciliar as 
referências aristotélicas à doutrina cristã. Por isso podemos 
dizer que sua filosofia propõe uma reinterpretação da teoria 
aristotélica com o intuito de adaptá-la ao pensamento 
cristão. 
 
Contexto histórico: desde o século X o sistema feudal 
começa a ser abalado por algumas mudanças significativas 
vinculadas à expansão das cidades e ao desenvolvimento 
do comércio. A criação de inúmeras universidades na 
Europa foi parte importante deste processo. 
 
ESCOLÁSTICA 
Filosofia Medieval de base aristotélica vinculada ao 
Cristianismo. A Patrística, de orientação neoplatônica e 
influenciada por Agostinho, predominou no mundo 
medieval até o século IX, quando a Escolástica começou a 
se fortalecer, vinculada ao surgimento das universidades, 
uma vez que seus representantes eram vinculados a tais 
escolas. Teve seu apogeu nos séculos XII e XIV e entrou 
em declínio ao longo do Renascimento. 
 
Tomás de Aquino é um dos expoentes mais significativos 
da Escolástica. Seguindo bases aristotélicas, busca provas 
racionais para a existência de Deus, perceptíveis e nosso 
mundo sensível, pois acredita, assim como Aristóteles, que 
todo conhecimento tem uma base sensível, muito embora 
as verdadeiras formas de conhecimento sejam fundadas na 
racionalidade da alma. 
 
As Cinco vias da Prova da Existência de Deus: 
 
Primeira via 
Primeiro motor imóvel: tudo o que se move é 
movido por alguém, é impossível uma cadeia 
infinita de motores provocando o movimento dos 
movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao 
movimento presente, logo há que ter um primeiro 
motor que deu início ao movimento existente e 
que por ninguém foi movido. 
 
Segunda via 
Causa primeira: decorre da relação "causa-e-
efeito" que se observa nas coisas criadas. É 
necessário que haja uma causa primeira que por 
ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é 
atribuída uma causa, do contrário não haveria 
nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra 
numa sequência infinita. 
 
Terceira via 
Ser necessário: existem seres que podem ser ou 
não ser (contingentes), mas nem todos os seres 
podem ser desnecessários se não o mundo não 
 
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Filosofia & Sociologia 
 
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existiria, logo é preciso que haja um ser que 
fundamente a existência dos seres contingentes e 
que não tenha a sua existência fundada em 
nenhum outro ser. 
 
Quarta via 
Ser perfeito: verifica-se que há graus de perfeição 
nos seres, uns são mais perfeitos que outros, 
qualquer graduação pressupõe um parâmetro 
máximo, logo deve existir um ser que tenha este 
padrão máximo de perfeição e que é a causa da 
perfeição dos demais seres. 
 
Quinta via 
Inteligência ordenadora: existe uma ordem no 
universo que é facilmente verificada, ora toda 
ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à 
ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um 
ser inteligente que dispôs o universo na forma 
ordenada. 
 
Texto complementar: 
Neoplatonismo 
Por Ana Lúcia Santana 
 
Um dos movimentos filosóficos mais significativos da 
Antiguidade foi o neoplatonismo, assim denominado por 
beber na fonte da teoria platônica. Na verdade, só nos dias 
atuais os pesquisadores acrescentaram o prefixo neo, para 
marcar uma diferença em relação às duas correntes, as 
quais, apesar das aparências, eram bem distintas uma da 
outra. 
 
O filósofo mais importante desta escola foi Plotino, que se 
formou em Alexandria – centro urbano que era então o 
cenário da convergência entre o pensamento grego e o 
oriental - e posteriormente transferiu-se para Roma. Os 
textos por ele produzidos foram depois compilados por seu 
discípulo Porfírio em uma obra conhecida como as Seis 
Enéadas. 
 
Ao contrário de Platão, Plotino acreditava em uma espécie 
de monismo idealista. Para ele só existia mesmo Deus ou 
o Uno, de onde emana a fonte divina que irradia por toda a 
criação. Segundo este filósofo, as sombras nada mais eram 
que a carência de luz, a qual não conseguia atingi-las; mas 
não se podia dizer que elas tinham uma real existência. 
 
Desta forma, os neoplatônicos rejeitavam o conceito do 
mal, e acreditavam apenas em graus de imperfeição, na 
carência da prática do bem. Contrariamente aos 
ensinamentos cristãos, não era necessário transpor as 
fronteiras da morte, caminhar para estágios de uma vida na 
espiritualidade, a fim de se conquistar uma alma perfeita e 
feliz. Estas virtudes podiam ser obtidas através do exercício 
constante da meditação filosófica.Plotino tinha plena convicção de que a esfera material 
estava mergulhada nas sombras, mas ainda assim 
acreditava que as formas naturais refletiam um pouco da 
Luz do Uno. Ao lado de Deus estão posicionadas as ideias 
eternas, as formas primitivas de todos os seres. A alma do 
Homem é um dos raios desta chama que emana de Deus. 
 
Tudo, portanto, é permeado pela fonte divina. Nos recantos 
mais distantes do Criador estão localizadas a terra, a água 
e as pedras. Por outro lado, o interior da alma humana é a 
esfera que se encontra mais perto de Deus. Só aí é 
possível ao Homem se reconectar com o Divino e até 
mesmo se sentir parte dele. 
 
O monismo do neoplatonismo contrasta com o dualismo de 
Platão, que distingue entre o universo das ideias e o dos 
sentidos. A fusão completa da alma humana com Deus, a 
qual pode ser vivenciada por algumas pessoas em 
determinados momentos da existência, dá origem ao que 
se chama de experiência mística, experimentada inclusive 
por Plotino. Esta vivência reafirma, portanto, que tudo 
existe em Deus, tudo é Deus, a plenitude. 
 
Outros neoplatônicos se destacam, ao lado de Plotino, 
entre eles Porfírio, Proclo, Jâmblico, Hipátia de Alexandria, 
e até mesmo Agostinho de Hipona, antes de sua rendição 
ao Catolicismo, religião na qual ele, posteriormente, é 
sagrado como Santo Agostinho. Embora esta teoria seja 
considerada um pilar do paganismo, vários cristãos foram 
inspirados por ela, que deixou marcas profundas na própria 
teologia cristã. É no Cristianismo que o Uno é considerado 
sinônimo de Deus. 
 
Na era medieval, os conceitos desenvolvidos pelos 
neoplatônicos se insinuaram no interior da mentalidade dos 
judeus adeptos da Cabala, os quais modelaram esta 
doutrina conforme suas inclinações ao monoteísmo. Estas 
ideias se infiltraram igualmente entre os filósofos islâmicos 
e sufis, nesta mesma época. O neoplatonismo encontrou 
abrigo no Oriente e, posteriormente, foi resgatado na esfera 
ocidental por Plethon, e ressuscitado durante o 
Renascimento. 
 
2. Revolução Científica 
 
O Renascimento e a secularização do conhecimento 
Ao longo do período conhecido como Renascimento, as 
mudanças sociais, econômicas e políticas que marcam a 
Europa desde o século XIII começam a encontrar reflexos 
nas artes e no pensamento. Com o Humanismo, inicia-se 
uma revisão dos valores medievais escolásticos, pautados 
na centralidade da fé cristã e em bases aristotélicas. Os 
humanistas resgatam valores greco-romanos e constroem 
um conhecimento laico ou com menor interferência 
religiosa. Nesse contexto, temos um amplo processo de 
secularização, que marca justamente o afastamento entre 
religiosidade e ciência, o que se deflagra com a revolução 
científica. A busca pela construção de um conhecimento 
laico (ou secular) também se expressará nos campos da 
política e da filosofia de modo geral. Os novos pensadores, 
que expressam o novo ordenamento do mundo, buscam, 
por meio do resgate do antropocentrismo grego, consagrar 
a racionalidade humana como instância capaz de 
interpretar e conhecer a realidade. 
 
A Revolução Científica 
A revolução científica marca uma profunda mudança no 
sistema filosófico usado para se conhecer o mundo. O 
período do Renascimento deflagra uma crise na 
Escolástica vnculada ao fortalecimento de correntes como 
o Humanismo, que marcou uma renovação filosófica 
caracterizada por um interesse maior às questões 
humanas e um espaço reduzido às questões metafísicas. 
Houve uma reapropriação das obras clássicas greco-
romanas, mas que abdicava de suas leituras medievais. 
Com isso, inciava-se um processo de expansão do 
 
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racionalismo e do antropocentrismo, fundamentais ao 
desenvolvimento da ciência e da filosofia modernas. 
 
Há, como vimos, um processo crecente de secularização: 
preocupação em se desligar das justificativas feitas pela 
religião, que exigem adesão pela crença, para só aceitar as 
verdades resultantes da investigação da razão mediante 
demonstração. Com isso, a razão passa a ser utilizada 
como principal instrumento de conhecimento do mundo. 
Aliada à experimentação, proposta pelos físicos e 
astrônomos da época, fornecerá bases sólidas à ciência 
moderna. 
 
A revolução cientíca deflagra, em seu curso, a quebra do 
paradigma geocêntrico, enraizado na ciência grega, 
sobretudonas obras de Aristóteles e Ptolomeu. Copérnico 
e Galileu apresentam, em seu lugar, o Heliocentrismo, 
apoiado por observaçãoe e cálculos matemáticos, mas 
condenado pelas autoridades escolásticas. 
 
Copérnico 
Defende, em 1543, um modelo matemático que considera 
o Sol como o centro do universo (Heliocentrismo). 
 
Galileu 
- busca comprovar empiricamente o modelo heliocêntrico; 
- defende que a linguagem do mundo é a matemática; 
- faz uso do telescópio e comprova que a Lua é 
montanhosa, derrubando a tese artistotélica do mundo 
supralunar; 
- afirma que é preciso interpretar a experiência empírica 
com o raciocínio; 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
“Embora Aristarco de Samos tenha proposto um modelo 
heliocêntrico, a tradição que recebemos dos gregos, 
confirmada por Aristóteles e mais tarde por Ptolomeu, 
baseia-se no modelo geocêntrico: a Terra se acha imóvel 
no centro do universo e em torno dela giram as esferas 
onde estão cravadas a Lua, os cinco planetas e o Sol. Na 
última esfera, as estrelas fixas fecham o mundo finito e 
esférico. (...) Outra característica marcante dessa 
astronomia é a hierarquização do cosmos, ou seja, o 
universo se acha dividido em dois mundos, sendo que um 
é considerado superior ao outro: o mundo sublunar, 
considerado inferior, corresponde à região da Terra que, 
embora imóvel, é local dos corpos perecíveis, corruptíveis, 
porque se encontram em constante movimento. Todas as 
coisas na Terra são constituídas pelos quatro elementos. O 
mundo supralunar, de natureza superior, corresponde 
aos Céus: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, 
Saturno e as estrelas fixas. São corpos constituídos por 
uma substância desconhecida, o éter (a quinta-essência), 
que faz com que os astros sejam incorruptíveis, perfeitos, 
inalteráveis. Mesmo o movimento das esferas é circular, 
característica do movimento perfeito.” (ARANHA e 
MARTINS – Temas de Filosofia) 
 
 
 
 modelo inspirado no Geocentrismo de Ptolomeu 
 
Na Idade Média, a ciência herdada da tradição grega passa 
a ser vinculada aos interesses religiosos. Os pensadores 
cristãos medievais buscam conciliar o posicionamento 
filosófico com o religioso. O Geocentrismo, modelo 
científico herdado da ciência grega, é absorvido como 
verdade absoluta pela Igreja, uma vez que é considerado 
compatível com os ensinamentos cristãos. É desse modo 
que vemos uma hipótese filosófica consolidar-se como um 
paradigma que sustenta uma determinada visão de mundo, 
considerada legítima pelas instituições poderosas e 
detentoras do saber. 
 
Que visão de mundo é essa? 
A Terra é imperfeita em relação aos céus, o domínio de 
Deus, mas ocupa lugar privilegiado no universo. A Terra é 
o centro de tudo o que existe. O homem, portanto, é um ser 
especial na hierarquia do cosmos. 
 
A ciência, assim, incorporada como argumento de 
autoridade, legitima uma verdade religiosa, que se converte 
em ideologia dominante, sustentada por muitos séculos. 
 
“A partir do século XIV, a Escolástica – principal escola 
filosofia e teológica medieval – entra em decadência. Esse 
período foi muito prejudicial ao desenvolvimento da ciência 
porque novas ideias fermentavam nas cidades, mas os 
guardiões da velha ordem resistiam às mudanças de forma 
dogmática (presos às suas verdades como se fossem 
dogmas). Esterilizados pelo princípio da autoridade, 
aferravam-se às verdades dos “velhos livros”, fossem eles 
a Bíblia, Aristóteles ou Ptolomeu.” 
(...) 
“Em oposição ao modelo geocêntrico da astronomia de 
Ptolomeu, Copérnico, no século XV, propôs o modelo da 
teoria heliocêntrica. Mas sua hipótese não causou tanto 
impacto quanto adivulgação feita por Galileu no século 
seguinte, a ponto de as autoridades eclesiásticas 
obrigarem-no a se retratar, sob pena de ser condenado à 
morte. É bom lembrar que as reações contra Galileu 
partiram dos adeptos da Escolástica decadente e refletiam 
de maneira geral o temor daqueles que pertenciam à antiga 
ordem e não queriam a destruição das hierarquias da Igreja 
 
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e da nobreza.” (ARANHA e MARTINS – Temas de 
Filosofia). 
 
A Revolução Científica marca – junto à emergência de uma 
nova classe burguesa, ao insipiente capitalismo e ao 
Renascimento Cultural – o surgimento da Idade Moderna. 
A razão passa a ser valorizada como instrumento de 
conhecimento do mundo, o que gradativamente 
reposiciona o papel da instituição religiosa, por meio de um 
processo histórico conhecido como secularização: 
preocupação em se superar as explicações religiosas para 
questões naturais e humanas; separação entre os campos 
científico, filosófico e religioso. 
 
A ciência tem papel fundamental na construção do homem 
moderno e do mundo moderno. A ruptura proporcionada 
pela mudança de paradigma científico, vinculada ao 
Heliocentrismo, assume gigantes proporções, uma vez que 
coloca em xeque a autoridade da religião ao contrapor uma 
de suas mais fundamentais verdades: a centralidade da 
Terra e, portanto, do homem (filho criado à imagem e 
semelhança de Deus). O posicionamento de Galileu é 
crucial: 
 
Parece-me que, nas discussões sobre os problemas 
naturais, não se deveria começar pela autoridade dos 
textos da Escritura, e sim pelas experiências 
sensíveis e pelas demonstrações necessárias, 
porque tanto a sagrada escritura quanto a natureza 
procedem do verbo divino; aquela, com inspiração do 
Espírito Santo, e a segunda, como fiel executora das 
ordens de Deus; porque, além disso, existe 
conformidade em que as Escrituras, para adaptar-se 
às possibilidade de compreensão da maioria, dizem, 
aparentemente, e circunscrevendo-nos ao significado 
literal das palavras, muitas coisas diferentes da 
verdade absoluta; e porque, ao contrário, a natureza 
é inexorável e imutável e jamais ultrapassa os limites 
das leis a ela impostas, ao não se preocupar em nada 
com que suas ocultas razões e modos de operar 
estejam ou não ao alcance da capacidade dos 
homens. Parece, pois, que o que concernente aos 
efeitos naturais que a experiência sensível 
colocando-nos diante dos olhos, ou que as 
necessárias demonstrações comprovam, não deva 
de nenhuma maneira ser colocado em dúvida nem 
condenado pelas passagens da Escritura que 
disserem aparentemente coisas contrárias, uma vez 
que nem todas as palavras da Escritura estão ligadas 
a obrigações severas como o está todo efeito da 
natureza. (Galileu, Carta a Cristina de Lorena). 
 
Ao afirmar a preponderância das leis da natureza em 
relação às palavras da Escritura, em matéria de 
conhecimento natural, Galileu abre caminhos para a 
ruptura com a ideologia dominante, o que é fundamental 
para a construção de novas concepções sobre o universo 
e sobre o homem. “Ao mundo geocêntrico, ordenado, 
hierarquizado e finito opõe-se o universo descentralizado e 
geométrico em que os espaços podem ser medidos.” 
(ARANHA e MARTINS – Temas de Filosofia). A grande 
novidade no desenvolvimento da física é a introdução da 
experimentação e matematização, grandes contribuições 
de Galileu para a ciência moderna. 
 
 
 
 
Exercícios 
 
1.(Ufu 2011) Considere o seguinte texto sobre Tomás de 
Aquino (1226-1274). 
 Fique claro que Tomás não aristoteliza o 
cristianismo, mas cristianiza Aristóteles. Fique claro que ele 
nunca pensou que, com a razão se pudesse entender tudo; 
não, ele continuou acreditando que tudo se compreende 
pela fé: só quis dizer que a fé não estava em desacordo 
com a razão, e que, portanto, era possível dar-se ao luxo 
de raciocinar, saindo do universo da alucinação. 
Eco, Umberto. “Elogio de santo Tomás de Aquino”. In: 
Viagem na irrealidade cotidiana, p.339. 
 
É correto afirmar, segundo esse texto, que: 
a) Tomás de Aquino, com a ajuda da filosofia de 
Aristóteles, conseguiu uma prova científica para as 
certezas da fé, por exemplo, a existência de Deus. 
b) Tomás de Aquino se empenha em mostrar os erros da 
filosofia de Aristóteles para mostrar que esta filosofia é 
incompatível com a doutrina cristã. 
c) o estudo da filosofia de Aristóteles levou Tomás de 
Aquino a rejeitar as verdades da fé cristã que não fossem 
compatíveis com a razão natural. 
d) a atitude de Tomás de Aquino diante da filosofia de 
Aristóteles é de conciliação desta filosofia com as 
certezas da fé cristã. 
 
2.(Ufu 2011) Segundo o texto abaixo, de Agostinho de 
Hipona (354-430 d. C.), Deus cria todas as coisas a partir 
de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias divinas. 
Essas ideias ou razões seminais, como também são 
chamadas, não existem em um mundo à parte, 
independentes de Deus, mas residem na própria mente do 
Criador, 
 [...] a mesma sabedoria divina, por quem foram 
criadas todas as coisas, conhecia aquelas primeiras, 
divinas, imutáveis e eternas razões de todas as coisas, 
antes de serem criadas [...]. 
Sobre o Gênese, V 
Considerando as informações acima, é correto afirmar 
que se pode perceber: 
 
a) que Agostinho modifica certas ideias do cristianismo a 
fim de que este seja concordante com a filosofia de 
Platão, que ele considerava a verdadeira. 
b) uma crítica radical à filosofia platônica, pois esta é 
contraditória com a fé cristã. 
c) a influência da filosofia platônica sobre Agostinho, mas 
esta é modificada a fim de concordar com a doutrina 
cristã. 
d) uma crítica violenta de Agostinho contra a filosofia em 
geral. 
 
3. (Ufu 2010) A filosofia de Agostinho (354 – 430) é 
estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi 
nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino 
e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do 
cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados 
por Plotino, que Agostinho venceu suas últimas 
resistências (de tornar-se cristão). 
PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: 
CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio de 
Janeiro Zahar Editores: 1983, p. 77. 
 
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por 
meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho 
 
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apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento 
de Platão. Assinale a alternativa que apresenta, 
corretamente, uma dessas diferenças. 
 
a) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o 
conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a 
verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano. 
b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no 
mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não existe 
nenhuma realidade além do mundo natural em que 
vivemos. 
c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão 
a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo. 
d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, 
reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela 
contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o 
conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha 
de Deus que existe em cada um. 
 
4.(Enem 2018) Desde que tenhamos compreendido o 
significado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que 
Deus existe. Com efeito, essa palavra designa uma coisa 
de tal ordem que não podemos conceber nada que lhe seja 
maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento é 
maior do que o que existe apenas no pensamento. Donde 
se segue que o objeto designado pela palavra “Deus”, que 
existe no pensamento, desde que se entenda essa palavra, 
também existe na realidade. Por conseguinte, a existência 
de Deus é evidente. 
TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: 
Loyola, 2002. 
 
O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de 
Aquino caracterizada por 
 
a) reiterar a ortodoxiareligiosa contra os heréticos. 
b) sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé. 
c) explicar as virtudes teologais pela demonstração. 
d) flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados. 
e) justificar pragmaticamente crença livre de dogmas. 
 
5.(Ufu 2018) Agostinho, em Confissões, diz: "Mas após a 
leitura daqueles livros dos platônicos e de ser levado por 
eles a buscar a verdade incorpórea, percebi que 'as 
perfeições invisíveis são visíveis em suas obras' (Carta de 
Paulo aos Romanos, 1, 20)". 
Agostinho de Hipona. Confissões, livro VII, cap. 20, citado 
por: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio 
de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor. 
 
Nesse trecho, podemos perceber como Agostinho 
 
a) se utilizou da Bíblia para conhecer melhor a filosofia 
platônica. 
b) utiliza a filosofia platônica para refutar os textos 
bíblicos. 
c) separa nitidamente os domínios da filosofia e da 
religião. 
d) foi despertado para o conhecimento de Deus a partir da 
filosofia platônica. 
 
6.(Enem 2018) Não é verdade que estão ainda cheios de 
velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus 
antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada 
realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no 
decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda 
ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma 
vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes 
criara, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele 
aparece uma vontade que antes não existia?” 
AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984. 
 
A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é 
um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s) 
 
a) essência da ética cristã. 
b) natureza universal da tradição. 
c) certezas inabaláveis da experiência. 
d) abrangência da compreensão humana. 
e) interpretações da realidade circundante. 
 
7.(Unesp 2016) Não posso dizer o que a alma é com 
expressões materiais, e posso afirmar que não tem 
qualquer tipo de dimensão, não é longa ou larga, ou dotada 
de força física, e não tem coisa alguma que entre na 
composição dos corpos, como medida e tamanho. Se lhe 
parece que a alma poderia ser um nada, porque não 
apresenta dimensões do corpo, entenderá que justamente 
por isso ela deve ser tida em maior consideração, pois é 
superior às coisas materiais exatamente por isso, porque 
não é matéria. É certo que uma árvore é menos significativa 
que a noção de justiça. Diria que a justiça não é coisa real, 
mas um nada? Por conseguinte, se a justiça não tem 
dimensões materiais, nem por isso dizemos que é nada. E 
a alma ainda parece ser nada por não ter extensão 
material? 
(Santo Agostinho. Sobre a potencialidade da alma, 2015. 
Adaptado.) 
 
No texto de Santo Agostinho, a prova da existência da 
alma 
 
a) desempenha um papel primordialmente retórico, 
desprovido de pretensões objetivas. 
b) antecipa o empirismo moderno ao valorizar a 
experiência como origem das ideias. 
c) serviu como argumento antiteológico mobilizado contra 
o pensamento escolástico. 
d) é fundamentada no argumento metafísico da primazia 
da substância imaterial. 
e) é acompanhada de pressupostos relativistas no campo 
da ética e da moralidade. 
 
8.(Enem PPL 2015) Se os nossos adversários, que 
admitem a existência de uma natureza não criada por 
Deus, o Sumo Bem, quisessem admitir que essas 
considerações estão certas, deixariam de proferir tantas 
blasfêmias, como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos 
bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema da 
Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à 
sua natureza. 
AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo 
Selo, 2005 (adaptado). 
 
Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do 
mal porque 
 
a) o surgimento do mal é anterior à existência de Deus. 
b) o mal, enquanto princípio ontológico, independe de 
Deus. 
c) Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza, 
má. 
d) por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o 
mal. 
e) Deus se limita a administrar a dialética existente entre o 
bem e o mal. 
 
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9.(Ufu 2013) Com efeito, existem a respeito de Deus 
verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da 
razão humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus é trino 
e uno. Ao contrário, existem verdades que podem ser 
atingidas pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há 
um só Deus etc. 
AQUINO, Tomás de. Súmula contra os Gentios. Capítulo 
Terceiro: A possibilidade de descobrir a verdade divina. 
Tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 
1979, p. 61. 
 
Para São Tomás de Aquino, a existência de Deus se prova 
 
a) por meios metafísicos, resultantes de investigação 
intelectual. 
b) por meio do movimento que existe no Universo, na 
medida em que todo movimento deve ter causa exterior 
ao ser que está em movimento. 
c) apenas pela fé, a razão é mero instrumento acessório e 
dispensável. 
d) apenas como exercício retórico. 
 
10.(Ufu 2018) Considere o trecho abaixo, extraído da 
Suma de Teologia de Tomás de Aquino (1224-1274), texto 
em que ele apresenta uma das célebres cinco vias pelas 
quais se pode provar a existência de Deus. 
“A quinta via é assumida a partir do governo das coisas. 
Vemos, com efeito, que aquilo que carece de inteligência, 
ou seja, os corpos naturais, opera em vista de um fim, o 
que se percebe pelo fato de sempre ou frequentemente 
operarem do mesmo modo a fim de atingir o que é o 
melhor. Daí fica claro que não é por acaso, e sim 
intencionalmente que atingem este fim. Mas o que não tem 
inteligência não tende a um fim se não for dirigido por algo 
cognoscente e inteligente, assim como a flecha pelo 
arqueiro. Portanto, há algo inteligente pelo qual todas as 
coisas naturais são ordenadas a seu fim, e este dizemos 
que é Deus.” 
AQUINO, Tomás de. Suma de Teologia, questão 2, artigo 3. 
 
a) Segundo Tomás de Aquino, a prova sobre a existência 
de Deus não é uma demonstração de fato (caso em 
que seria evidente), e sim uma prova a partir dos 
efeitos. Explique por que essa quinta via é uma prova a 
partir dos efeitos. 
b) Descreva como Tomás de Aquino se utiliza da filosofia 
de Aristóteles na elaboração dessa prova. 
 
11.(Uel 2010) A ONU declarou 2009 o Ano Internacional da 
Astronomia pelos 400 anos do uso do telescópio nas 
investigações astronômicas por Galileu Galilei. Essas 
investigações desencadearam descobertas e, por sua vez, 
uma nova maneira de compreender os fenômenos naturais. 
Além de suas descobertas, Galileu também contribuiu para 
a posteridade ao desenvolver o método experimental e a 
concepção de uma nova ciência física. 
Com base nas contribuições metodológicas de Galileu 
Galilei, é correto afirmar: 
 
a) A experiência espontânea e imediata da percepção dos 
sentidos desempenha, a partir de Galileu, um papel 
metodológico, preponderante na nova ciência. 
b) A observação, a experimentação e a explicação dos 
fenômenos físicos da natureza desenvolvidos por Galileu 
aprimoram o método lógico-dedutivo da filosofia 
aristotélica. 
c) A observação controlada dos fenômenos na forma de 
experimentação, segundo o método galileano, consiste em 
interrogar metodicamente a natureza na linguagem 
matemática. 
d) A verificação metodológica da verdade das leis 
científicas pelos experimentos aleatórios, defendida por 
Galileu, fundamenta-se na concepção finalista do Universo. 
e) O método galileano reafirma o princípio de autoridade 
das interpretações teológico-bíblicas na definição do 
método para alcançar a verdade física. 
 
12.(Unicentro 2010) “A filosofia encontra-se escrita neste 
grande livro que continuamente se abre perante nossos 
olhos (isto é, o Universo). Ele está escrito em língua 
matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e 
outras figuras geométricas. Sem estesmeios, é impossível 
entender humanamente as palavras; sem eles nós 
vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto.” 
(GALILEU. Apud. COTRIM. Fundamentos da filosofia: história 
e grandes temas. 16ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2006 - p.133.) 
 
De acordo com o texto acima, e com seus conhecimentos 
sobre a ciência da natureza em Galileu, assinale a 
alternativa correta. 
 
a) De acordo com os princípios de sua ciência, Galileu 
depositava grande crédito no método indutivo, pois este 
possuiria melhor alcance nos resultados da investigação da 
natureza. 
b) O passo decisivo da física galileana concentrava-se na 
realização de experimentos para comprovar uma tese, sem 
a necessidade de recorrer às elaborações do raciocínio 
matemático. 
c) Quanto ao “movimento”, Galileu seguiu as teorias de 
Aristóteles que distinguia o movimento qualitativo do 
movimento quantitativo, para considerar toda mudança 
apenas do ponto de vista qualitativo (corpos pesados ou 
leves). 
d) Um dos aspectos centrais da ciência da natureza em 
Galileu está na realização de experimentos com o auxílio 
indispensável da matemática, pois, para ele, a matemática 
é o meio instrumental capaz de enunciar e traduzir as 
regularidades observadas nos fenômenos naturais. 
e) O que dá validade científica aos processos intelectuais 
de Galileu é que os resultados de suas pesquisas jamais 
precisariam ser submetidos à comprovação empírica, 
bastando, apenas, se localizarem no campo da abstração. 
 
13.(Uel 2010) A obra de Galileu Galilei está 
indissoluvelmente ligada à revolução científica do século 
XVII, a qual implicou uma “mutação” intelectual radical, cujo 
produto e expressão mais genuína foi o desenvolvimento 
da ciência moderna no pensamento ocidental. Neste 
sentido, destacam-se dois traços entrelaçados que 
caracterizam esta revolução inauguradora da modernidade 
científica: a dissolução da ideia greco-medieval do Cosmos 
e a geometrização do espaço e do movimento. 
(KOYRÉ, A. Estudos Galilaicos. Lisboa: Dom Quixote, 1986. 
pp. 13-20; KOYRÉ, A. Estudos de História do Pensamento 
Científico. Brasília, Editora UnB, 1982. pp. 152-154.). 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as 
características que marcam revolução científica no 
pensamento de Galileu Galilei, assinale a alternativa 
correta. 
 
 
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a) A dissolução do Cosmos representa a ruptura com a 
ideia do Universo como sistema imutável, heterogêneo, 
hierarquicamente ordenado, da física aristotélica. 
b) A crença na existência do Cosmos, na física aristotélica, 
se situa na concepção de um Universo aberto, indefinido e 
até infinito, unificado e governado pelas mesmas leis 
universais. 
c) Contrária à concepção tradicional de ciência de 
orientação aristotélica, a física galilaica distingue e opõe os 
dois mundos do Céu e da Terra e suas respectivas leis. 
d) A geometrização do espaço e do movimento, na física 
galilaica, aprimora a concepção matemática do Universo 
cósmico qualitativamente diferenciado e concreto da física 
aristotélica. 
e) A física galilaica identifica o movimento a partir da 
concepção de uma totalidade cósmica, em cuja ordem 
cada coisa possui um lugar próprio conforme sua natureza. 
 
14.(Unesp 2019) Galileu tornou-se o criador da física 
moderna quando anunciou as leis fundamentais do 
movimento. Formulando tais princípios, ele estruturou todo 
o conhecimento científico da natureza e abalou os alicerces 
que fundamentavam a concepção medieval do mundo. 
Destruiu a ideia de que o mundo possui uma estrutura finita, 
hierarquicamente ordenada e substituiu-a pela visão de um 
universo aberto, infinito. Pôs de lado o finalismo aristotélico 
e escolástico, segundo o qual tudo aquilo que ocorre na 
natureza ocorre para cumprir desígnios superiores; e 
mostrou que a natureza é fundamentalmente um conjunto 
de fenômenos mecânicos. 
(José Américo M. Pessanha. Galileu Galilei, 2000. Adaptado.) 
 
A importância da obra de Galileu para o surgimento da 
ciência moderna justifica-se porque seu pensamento 
 
a) resgatou uma concepção medieval de mundo. 
b) baseou-se em uma visão teológica sobre a natureza. 
c) fundamentou-se em conceitos metafísicos. 
d) fundou as bases para o desenvolvimento da alquimia. 
e) atribuiu regularidade matemática aos fenômenos 
naturais. 
 
15.(Enem 2014) A filosofia encontra-se escrita neste 
grande livro que continuamente se abre perante nossos 
olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender 
antes de entender a língua e conhecer os caracteres com 
os quais está escrito. Ele está escrito em língua 
matemática, os caracteres são triângulos, circunferências 
e outras figuras geométricas, sem cujos meios é 
impossível entender humanamente as palavras; sem eles, 
vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto. 
GALILEI, G. “O ensaiador”. Os pensadores. São Paulo: Abril 
Cultural, 1978. 
 
No contexto da Revolução Científica do século XVII, 
assumir a posição de Galileu significava defender a 
a) continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante na 
Idade Média. 
b) necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado 
do exame matemático. 
c) oposição da nova física quantitativa aos pressupostos 
da filosofia escolástica. 
d) importância da independência da investigação científica 
pretendida pela Igreja. 
e) inadequação da matemática para elaborar uma 
explicação racional da natureza. 
 
16. (Unesp 2017) A revolução científica não consiste 
somente em teorias novas e diferentes sobre o universo 
astronômico, sobre o corpo humano ou sobre a 
composição da Terra. A revolução científica é uma 
revolução da ideia de saber e de ciência. Trata-se de um 
processo complexo que encontra seu resultado mais claro 
na autonomia da ciência em relação às proposições de fé 
e às concepções filosóficas. A ciência é ciência 
experimental (baseada em experiências concretas). É a 
ideia de ciência metodologicamente regulada e 
publicamente controlável que exige as novas instituições 
científicas, como as academias e os laboratórios. E é com 
base no método experimental que se funda a autonomia 
da ciência, que encontra as suas verdades 
independentemente da filosofia e da fé. 
Giovanni Reale e Dario Antiseri. História da filosofia, vol. 2, 
1990. Adaptado. 
 
A relação da revolução científica com os dogmas 
religiosos foi de concordância ou de ruptura? Explique 
qual foi o papel do método experimental para a autonomia 
da ciência em relação à fé religiosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: 
 
1.D 2.C 3.D 4.B 
5.D 6.D 7.D 8.D 
9.B 10. Diss. 11.C 12.D 
13.A 14.E 15.C 16.Diss. 
 
 
 
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SEMANA 2: Maquiavel e Teorias Contratualistas 
 
1. Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) 
 
Político, diplomata e intelectual italiano. 
 
Pesquisador das práticas políticas, tinha como principais 
objetivos: entender a crise italiana e promover a 
unificação do país. 
Atuou como consultor político na República de Florença. 
Sua principal obra, “O Príncipe”, é escrita entre os anos de 
1513 e 1514, porém somente é publicada no ano de 1532, 
após a morte de Maquiavel. Obra inaugural do pensamento 
político moderno, consiste em uma espécie de manual 
criado para orientar a ação do líder político, uma vez que 
assume como valor central a eficácia da prática política. 
Maquiavel a dedica aos monarquistas da família Médicis, 
que haviam tomado o poder em Florença. 
 
DEDICATÓRIA DO LIVRO O PRÍNCIPE 
Ao Magnífico Lorenzo, filho de Piero de Médicis 
As mais das vezes, costumam aqueles que desejam 
granjear as graças de um príncipe, trazer-lhes os objetos 
que lhes são mais caros, ou com os quais o veem deleitar-
se; assim, muitas vezes, eles são presenteados com 
cavalos, armas, tecidos de ouro, pedras preciosas e outros 
ornamentos dignos de sua grandeza. Desejando eu 
oferecer a Vossa Magnificênciaum testemunho qualquer 
de minha obrigação, não achei, entre os meus cabedais, 
coisa que me seja mais cara ou que tanto estime quanto o 
conhecimento das ações dos grandes homens apreendido 
por uma longa experiência das coisas modernas e uma 
contínua lição das antigas; as quais tendo eu, com grande 
diligência, longamente cogitado, examinando-as, agora a 
mando a Vossa Magnificência, reduzidas a um pequeno 
volume. 
E conquanto julgue indigna esta obra da presença de 
Vossa Magnificência, não confio menos em que, por sua 
humanidade, deva ser aceita, considerado que não lhe 
posso fazer maior presente que lhe dar a faculdade de 
poder em tempo muito breve aprender tudo aquilo que, em 
tantos anos e à custa de tantos incômodos e perigos, hei 
conhecido. Não ornei esta obra e nem a enchi de períodos 
sonoros ou de palavras empoladas e floreadas (…); porque 
não quis que coisa alguma seja seu ornato e a faça 
agradável senão a variedade da matéria e a gravidade do 
assunto. Nem quero que se repute presunção o fato de um 
homem de baixo e ínfimo estado discorrer e regular sobre 
o governo dos príncipes, pois os que desejam os contornos 
dos países se colocam na planície para considerar a 
natureza dos montes, e para considerar a das planícies 
ascendem aos montes, assim também para conhecer bem 
a natureza dos povos é necessário ser príncipe, e para 
conhecer a dos príncipes é necessário ser povo. 
 (Nicolau Maquiavel. O Príncipe, p. 9-10) 
 
Contexto Histórico: 
 
EUROPA RENASCENTISTA – transição do sistema feudal 
para o capitalismo; início do processo de centralização 
política em alguns países, sob o comando dos príncipes 
(Espanha, Portugal, França e Inglaterra). 
 
ITÁLIA – vários centros dispersos de poder (reinos, 
ducados, repúblicas). Não ocorre a unificação política. 
Novas rotas marítimas acabam com a hegemonia do 
comércio Mediterrâneo. 
 
Características da obra de Maquiavel: 
 
- Método Empírico: 
Maquiavel não toma como base a Bíblia, o direito romano 
ou a obra dos filósofos gregos para construir suas teorias 
políticas, mas parte da experiência real de seu tempo. 
Busca observar a realidade factual, sem juízos de valor e 
atem-se a feitos históricos realizados pelos líderes 
políticos. Assim, assume a política em sua dimensão mais 
prática: a eficácia ou o resultado. 
 
- Cálculo Racional: 
A finalidade da política é a tomada e manutenção do poder. 
O líder político (príncipe) deve orientar racionalmente suas 
ações visando determinados fins e avaliando os custos e 
benefícios de cada atitude. Isso implica em uma 
responsabilidade para com os RESULTADOS. 
 
- Separação entre política e religião: 
Não é a moral que orienta a análise de Maquiavel, mas a 
coerência a um princípio. A política tem sua própria moral 
e esta deve se basear na eficácia de determinadas ações. 
Ao estadista é permitido fazer coisas que não são 
permitidas aos súditos, portanto, a ética política não deve 
ser regulada por preceitos morais ou valores difundidos 
pela religião. 
 
A lógica política nada tem a ver com as virtudes éticas dos 
indivíduos em sua vida privada. O que poderia ser moral na 
vida privada pode ser fraqueza na vida pública, assim como 
o que pode ser imoral na vida privada pode ser virtude 
política. Dessa maneira, Maquiavel inaugura a ideia de 
valores políticos medidos pela eficácia prática e pela 
utilidade social, afastando a política dos padrões que 
regulam a moralidade privada dos indivíduos. 
 
O Príncipe: 
 
Maquiavel considera que seja melhor, ao príncipe, ser 
temido do que amado, mas jamais odiado. O líder deve 
possuir Virtú, habilidades racionais relacionadas à 
liderança que sintetizam o que Maquiavel descreve como 
virtude política. A virtú é componente essencial para que o 
príncipe possa lidar com a Fortuna, que representa a 
imprevisibilidade do destino, adversidades que podem 
acontecer mesmo com a máxima eficácia do líder político. 
 
Texto complementar: 
O Príncipe - Maquiavel 
CAPÍTULO XV DAQUELAS COISAS PELAS QUAIS OS 
HOMENS, E ESPECIALMENTE OS PRÍNCIPES, SÃO 
LOUVADOS OU VITUPERADOS 
Resta ver agora quais devam ser os modos e o 
proceder de um príncipe para com os súditos e os amigos 
e, por que sei que muitos já escreveram a respeito, duvido 
não ser considerado presunçoso escrevendo ainda sobre o 
mesmo assunto, máxime quando irei disputar essa matéria 
à orientação já por outros dada aos príncipes. Mas, sendo 
minha intenção escrever algo de útil para quem por tal se 
interesse, pareceu-me mais conveniente ir em busca da 
verdade extraída dos fatos e não à imaginação dos 
mesmos, pois muitos conceberam repúblicas e principados 
jamais vistos ou conhecidos como tendo realmente 
existido. Em verdade, há tanta diferença de como se vive e 
como se 
 
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deveria viver, que aquele que abandone o que se 
faz por aquilo que se deveria fazer, aprenderá antes o 
caminho de sua ruína do que o de sua preservação, eis que 
um homem que queira em todas as suas palavras fazer 
profissão de bondade, perder-se-á em meio a tantos que 
não são bons. Donde é necessário, a um príncipe que 
queira se manter, aprender a poder não ser bom e usar ou 
não da bondade, segundo a necessidade. 
Deixando de parte, assim, os assuntos relativos a 
um príncipe imaginário e falando daqueles que são 
verdadeiros, digo que todos os homens, máxime os 
príncipes por situados em posição mais preeminente, 
quando analisados, se fazem notar por alguns daqueles 
atributos que lhes acarretam ou reprovação ou louvor. 
Assim é que alguns são havidos como liberais, alguns 
miseráveis (usando um termo toscano, porque "avaro" em 
nossa língua é ainda aquele que deseja possuir por rapina, 
enquanto "miserável" chamamos aquele que se abstém em 
excesso de usar o que possui); alguns são tidos como 
pródigos, alguns rapaces; alguns cruéis, alguns piedosos; 
um fedífrago, o outro fiel; um efeminado e pusilânime, o 
outro feroz e animoso; um humano, o outro soberbo; um 
lascivo, o outro casto; um simples, o outro astuto; um duro, 
o outro fácil; um grave, o outro leviano; um religioso, o outro 
incrédulo, e assim por diante. 
Sei que cada um confessará que seria sumamente 
louvável encontrarem-se em um príncipe, de todos os 
atributos acima referidos, apenas aqueles que são 
considerados bons; mas, desde que não os podem possuir 
nem inteiramente observá-los em razão das contingências 
humanas não o permitirem, é necessário seja o príncipe tão 
prudente que saiba fugir à infâmia daqueles vícios que o 
fariam perder o poder, cuidando evitar até mesmo aqueles 
que não chegariam a pôr em risco o seu posto; mas, não 
podendo evitar, é possível tolerá-los, se bem que com 
quebra do respeito devido. Ainda, não evite o príncipe de 
incorrer na má faina daqueles vícios que, sem eles, difícil 
se lhe torne salvar o Estado; pois, se bem considerado for 
tudo, sempre se encontrará alguma coisa que, parecendo 
virtude, praticada acarretará ruína, e alguma outra que, 
com aparência de vício, seguida dará origem à segurança 
e ao bem-estar. 
 
2. Teorias Contratualistas 
Hipóteses filosóficas para o surgimento do Estado, 
baseadas no conceito de contrato ou pacto social. 
 
DEFINIÇÃO 
 
Contrato social (ou contratualismo) indica uma classe 
de teorias que tentam explicar os caminhos que levam 
as pessoas a formarem Estados e/ou manterem a 
ordem social. Essa noção de contrato traz implícito que 
as pessoas abrem mão de certos direitos para um 
governo ou outra autoridade a fim de obter as vantagens 
da ordem social. Nesse prisma, o contrato social seria 
um acordo entre os membros da sociedade, pelo qual 
reconhecem a autoridade, igualmente sobre todos, de 
um conjunto de regras, de um regime político ou de um 
governante. 
 
O ponto inicial da maior parte dessas teorias é o exame 
da condição humana na ausência de qualquer ordem 
social estruturada, normalmente chamada de "estado de 
natureza". Nesse estado, as ações dos indivíduos 
estariam limitadasapenas por seu poder e sua 
consciência. Desse ponto em comum, os proponentes 
das teorias do contrato social tentam explicar, cada um 
a seu modo, como foi do interesse racional do indivíduo 
abdicar da liberdade que possuiria no estado de 
natureza para obter os benefícios da ordem política. 
 
As teorias sobre o contrato social se difundiram entre os 
séculos XVI e XVIII[1] como forma de explicar ou postular 
a origem legítima dos governos e, portanto, das 
obrigações políticas dos governados ou 
súditos. Thomas Hobbes (1651), John Locke (1689) 
e Jean-Jacques Rousseau (1762) são os mais famosos 
filósofos do contratualismo. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Contrato_social 
 
Thomas Hobbes (1588 – 1679) 
 
“O homem é o lobo do homem” 
Concepção negativa da natureza humana. Predomínio das 
paixões. 
 
Estado de natureza como guerra permanente de todos 
contra todos. Predomínio da lei do mais forte. Há absoluta 
liberdade, mas não há qualquer segurança. 
 
Contrato Social: buscando garantir paz e segurança, é 
estabelecido um pacto entre todos os indivíduos, que 
consentem em abrir mão de suas liberdades individuais e 
garantir o estabelecimento de um poder supremo, 
responsável por reger a vida social. 
O contrato social marca, assim, a transferência de poder de 
cada indivíduo singular ao Estado (Leviatã). 
 
Estado ou corpo político: representa a vontade de todos. 
Sua soberania é inquestionável e seu poder é ilimitado 
(Absolutismo). 
 
John Locke (1632 – 1683) 
 
Estado de Natureza: os homens são todos livres e 
racionais, organizam-se socialmente, trabalham a terra e 
existe propriedade privada. Reconhecem três direitos 
naturais: vida, liberdade e propriedade. 
 
Contrato Social: visa garantir os direitos naturais do 
homem; firmar a lei e estabelecer um juiz imparcial. 
 
Estado: soberania limitada, o governo pode ser revogado. 
Princípio do Estado Liberal. 
 
Rousseau (1712 – 1778) 
 
Estado de Natureza: o homem é livre, bom e há igualdade 
(bom selvagem); vive em harmonia com os outros homens 
e com a natureza. 
 
Propriedade Privada: corrompe o homem e estabelece a 
desigualdade, gerando competição e vaidade. 
 
Contrato social: ILEGÍTIMO, surge para manter a 
propriedade privada. 
 
Soberania popular: propor a transição entre um Estado 
ilegítimo e uma sociedade civil legítima, ancorada em 
valores como liberdade e igualdade e correspondendo com 
a vontade geral. Princípio do Estado Democrático. 
 
 
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Exercícios 
 
1. (Ufu 2011) A Itália do tempo de Nicolau Maquiavel (1469 
– 1527) não era um Estado unificado como hoje, mas 
fragmentada em reinos e repúblicas. Na obra O Príncipe, 
declara seu sonho de ver a península unificada. Para tanto, 
entre outros conceitos, forjou as concepções de virtú e de 
fortuna. A primeira representa a capacidade de governar, 
agir para conquistar e manter o poder; a segunda é relativa 
aos “acasos da sorte” aos quais todos estão submetidos, 
inclusive os governantes. Afinal, como registrado na 
famosa ópera de Carl Orff: Fortuna imperatrix mundi (A 
Fortuna governa o mundo). 
 Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve 
guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial 
e quando as causas que o determinaram cessem de existir. 
MAQUIAVEL, N. “O príncipe”. Coleção os Pensadores. São 
Paulo: Abril Cultura, 1973, p. 79 - 80. 
 
Com base nas informações acima, assinale a alternativa 
que melhor interpreta o pensamento de Maquiavel. 
 
a) Trata-se da fortuna, quando Maquiavel diz que “as 
causas que o determinaram cessem de existir”; e de 
virtú, quando Maquiavel diz que o príncipe deve ser 
“prudente”. 
b) Trata-se da virtú, quando Maquiavel diz que as “causas 
mudaram”; e de fortuna quando se refere ao príncipe 
prudente, pois um príncipe com tal qualidade saberia 
acumular grande quantidade de riquezas. 
c) Apesar de ser uma frase de Maquiavel, conforme o texto 
introdutório, ela não guarda qualquer relação com as 
noções de virtú e fortuna. 
d) O fragmento de Maquiavel expressa bem a noção de 
virtú, ao dizer que o príncipe deve ser prudente, mas não 
se relaciona com a noção de fortuna, pois em nenhum 
momento afirma que as “circunstâncias” podem mudar. 
 
2.(Uem 2009) Maquiavel inaugura o pensamento político 
moderno. Seculariza a política, rejeitando o legado ético-
cristão. Maquiavel tem uma visão do homem e da política 
como elas são e não como deveriam ser. A política deve 
ater-se ao real, deve preocupar-se com a eficiência da ação 
e não teorizar, como fazia Platão, sobre a forma ideal de 
governo. 
Assinale o que for correto. 
 
01) Para Maquiavel, o príncipe virtuoso é aquele que 
governa com justiça, estabelecendo, entre seus 
súditos, a igualdade social e uma participação político-
democrática. 
02) Maquiavel redefine as relações entre ética e política, 
não julga mais as ações políticas em função de uma 
hierarquia de valores dada de antemão, mas em função 
da necessidade dos resultados que as ações políticas 
devem alcançar. 
04) Maquiavel faz a apologia da tirania, pois considera ser 
a forma mais eficiente de o príncipe manter-se no poder 
e garantir a segurança da ordem social e política para 
seus súditos. 
08) Na concepção política de Maquiavel, não há uma 
exclusão entre ética e política, todavia a primeira deve 
ser entendida a partir da segunda. Para ele, as 
exigências da ação política implicam uma ética cujo 
caráter é diferente da ética praticada pelos indivíduos 
na vida privada. 
16) Para Maquiavel, a sociedade é dividida entre polos 
distintamente separados, isto é, os que possuem o 
poder político e econômico, e o povo oprimido. A 
sociedade é cindida por lutas sociais, não pode, 
portanto, ser vista como uma comunidade ideal e 
homogênea voltada para o bem comum. 
 
3.(Unesp 2011) “Três maneiras há de preservar a posse de 
Estados acostumados a serem governados por leis 
próprias; primeiro, devastá-los; segundo, morar neles; 
terceiro, permitir que vivam com suas leis, arrancando um 
tributo e formando um governo de poucas pessoas, que 
permaneçam amigas. Sucede que, na verdade, a garantia 
mais segura da posse é a ruína. Os que se tornam 
senhores de cidades livres por tradição, e não as destroem, 
serão destruídos por elas. Essas cidades costumam ter por 
bandeira, em suas rebeliões, tanto a liberdade quanto suas 
antigas leis, jamais esquecidas, nem com o passar do 
tempo, nem por influência dos favores que receberam. 
Por mais que se faça, e sejam quais forem os cuidados, 
sem promover desavença e desagregação entre os 
habitantes, continuarão eles a recordar aqueles princípios 
e a estes irão recorrer em quaisquer oportunidades e 
situações”. 
(Nicolau Maquiavel. Publicado originalmente em 1513. 
Adaptado.) 
 
Partindo de uma definição de moralidade como conjunto de 
regras de conduta humana que se pretendem válidas em 
termos absolutos, responda se o pensamento de Maquiavel 
é compatível com a moralidade cristã. Justifique sua 
resposta, comentando o teor prático ou pragmático do 
pensamento desse filósofo. 
 
4.(Ifsp 2011) Reconhecido por muitos como fundador do 
pensamento político moderno, Maquiavel chocou a 
sociedade de seu tempo ao propor, em O Príncipe, que 
 
a) a soberania do Estado é ilimitada e que o monarca, 
embora submetido às leis divinas, pode interpretá-las de 
forma autônoma, sem a necessidade de recorrer ao 
Papa. 
b) a autoridade do monarca é sagrada, ilimitada e 
incontestável, pois o príncipe recebe seu poder 
diretamente de Deus. 
c) o Estado é personificado pelo monarca, que encarna a 
soberania e cujo poder não conhece outros limites que 
não aqueles ditados pela moral. 
d) a autoridade do príncipe deriva do consentimento dos 
governados, pois a função do Estado é promover e 
assegurar a felicidade dos seus súditos. 
e) a política é autonormativa, justificando seus meios em 
prol de um bem maior, que é a estabilidade do Estado. 
 
5.(Enem2013) Nasce daqui uma questão: se vale mais ser 
amado que temido ou temido que amado. Responde-se 
que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é 
difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, 
quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens 
se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, 
volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e 
enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-
te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como 
acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, 
revoltam-se. 
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991. 
 
 
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A partir da análise histórica do comportamento humano em 
suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o 
homem como um ser 
 
a) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem 
a si e aos outros. 
b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para 
alcançar êxito na política. 
c) guiado por interesses, de modo que suas ações são 
imprevisíveis e inconstantes. 
d) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social 
e portando seus direitos naturais. 
e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com 
seus pares. 
 
6.(Ufu 2013) Porque as leis de natureza (como a justiça, a 
equidade, a modéstia, a piedade, ou, em resumo, fazer aos 
outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na 
ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser 
respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais, as 
quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a 
vingança e coisas semelhantes. 
HOBBES, Thomas. Leviatã. Cap. XVII. Tradução de João 
Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: 
Nova Cultural, 1988, p. 103. 
 
Em relação ao papel do Estado, Hobbes considera que: 
 
a) O seu poder deve ser parcial. O soberano que nasce 
com o advento do contrato social deve assiná-lo, para 
submeter-se aos compromissos ali firmados. 
b) A condição natural do homem é de guerra de todos 
contra todos. Resolver tal condição é possível apenas 
com um poder estatal pleno. 
c) Os homens são, por natureza, desiguais. Por isso, a 
criação do Estado deve servir como instrumento de 
realização da isonomia entre tais homens. 
d) A guerra de todos contra todos surge com o Estado 
repressor. O homem não deve se submeter de bom 
grado à violência estatal. 
 
7.(Uel 2005) “O verdadeiro fundador da sociedade civil foi 
o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de 
dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente 
simples para acreditá-lo. 
Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores 
não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando 
as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus 
semelhantes: ‘Defendei-vos de ouvir esse impostor; 
estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de 
todos e que a terra não pertence a ninguém!’”. 
(ROUSSEAU, Jean- Jacques. Discurso sobre a origem e os 
fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. de 
Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1997. p. 
87.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
pensamento político de Rousseau, é correto afirmar: 
 
a) A desigualdade é um fato natural, autorizada pela lei 
natural, independentemente das condições sociais 
decorrentes da evolução histórica da humanidade. 
b) A finalidade da instituição da sociedade e do governo é 
a preservação da individualidade e das diferenças 
sociais. 
c) A sociabilidade tira o homem do estado de natureza onde 
vive em guerra constante com os outros homens. 
d) Rousseau faz uma crítica ao processo de socialização, 
por ter corrompido o homem, tornando-o egoísta e 
mesquinho para com os seus semelhantes. 
e) Rousseau valoriza a fundação da sociedade civil, que 
tem como objetivo principal a garantia da posse privada 
da terra. 
 
8.(Uel 2005) “Se todos os homens são, como se tem dito, 
livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode 
ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de 
outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira 
pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se 
coloca dentro das limitações da sociedade civil é através 
do acordo com outros homens para se associarem e se 
unirem em uma comunidade para uma vida confortável, 
segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com 
segurança de suas propriedades e melhor protegidos 
contra aqueles que não são daquela comunidade”. 
(LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil. Trad. 
de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 
1994. p.139.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contrato 
social em Locke, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. O direito à liberdade e à propriedade são dependentes da 
instituição do poder político. 
II. O poder político tem limites, sendo legítima a resistência 
aos atos do governo se estes violarem as condições do 
pacto político. 
III. Todos os homens nascem sob um governo e, por isso, 
devem a ele submeter-se ilimitadamente. 
IV. Se o homem é naturalmente livre, a sua subordinação 
a qualquer poder dependerá sempre de seu 
consentimento. 
 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
 
9. (Uel 2006) “O direito de natureza, a que os autores 
geralmente chamam de jus naturale, é a liberdade que 
cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira 
que quiser, para a preservação de sua própria natureza, ou 
seja, de sua vida; e consequentemente de fazer tudo aquilo 
que seu próprio julgamento e razão lhe indiquem como 
meios adequados a esse fim.” 
(HOBBES, Thomas. Leviatã. Trad. João Paulo Monteiro e 
Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1974. 
p. 82.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o Estado de 
natureza em Hobbes, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. Todos os homens são igualmente vulneráveis à violência 
diante da ausência de uma autoridade soberana que 
detenha o uso da força. 
II. Em cada ser humano há um egoísmo na busca de seus 
interesses pessoais a fim de manter a própria 
sobrevivência. 
III. A competição e o desejo de fama passam a existir nos 
homens quando abandonam o Estado de natureza e 
ingressam no Estado social. 
 
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IV. O homem é naturalmente um ser social, o que lhe 
garante uma vida harmônica entre seus pares. 
 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
 
a) I e II. 
b) I e IV. 
c) III e IV. 
d) I, II e III. 
e) II, III e IV. 
 
10.(Uem 2009) Thomas Hobbes explica a origem da 
sociedade e do Estado mediante a ideia de um pacto ou 
acordo entre os indivíduos para regulamentar o convívio 
social e garantir a paz e a segurança de todos. Sobre a 
teoria política de Thomas Hobbes, assinale o que for 
correto. 
 
01) Segundo Thomas Hobbes, no estado de natureza, o 
comportamento dos homens é pacífico, o que é 
condição para instauração do pacto de respeito mútuo 
às liberdades individuais. 
02) Segundo Thomas Hobbes, no estado de natureza, o 
homem dispõe de toda liberdade e poder para realizar 
tudo quanto sua força ou astúcia lhe permitir. 
04) Segundo Thomas Hobbes, o Estado é a unidade 
formada por uma multidão de indivíduos que 
concordaram em transferir seu direito de governarem a 
si mesmos à pessoa ou à assembleia de pessoas que 
os represente e que possa assegurar a paz. 
08) Na obra Leviatã, para caracterizar o Estado, Thomas 
Hobbes utiliza a figura do Novo Testamento, o Leviatã, 
cuja função é salvar os homens do poder despótico dos 
reis. 
16) Segundo Thomas Hobbes, o Estado não dispõe de 
poder absoluto algum. É ilegítimo o uso da força pelo 
soberano para constranger os súditos, pois o controle 
do poder instituído, como o próprio poder, deve 
assentar-se no acordo e no convencimento. 
 
11.(Uff 2011) Desde a Idade Moderna,quase todas as 
sociedades enfrentaram o dilema de optar entre duas 
concepções distintas e opostas sobre o poder. Dois 
filósofos ingleses Thomas Hobbes e John Locke foram 
responsáveis por sintetizarem essas concepções. Segundo 
Thomas Hobbes, o ser humano em seu estado natural é 
selvagem e cada um é inimigo do outro; mas, quando o ser 
humano abre mão de sua própria liberdade e a autoridade 
plena do Estado é estabelecida, passam a predominar a 
ordem, a paz e a prosperidade. Para John Locke, o ser 
humano já é dotado em seu estado natural dos direitos de 
vida, liberdade e felicidade e, assim, a autoridade do 
Estado só é legítima quando reconhece e respeita esses 
direitos e, para que isso se concretize, é necessário limitar 
os poderes do Estado. 
Assinale a alternativa que apresenta as duas concepções 
políticas associadas, respectivamente, a esses filósofos. 
 
a) Mercantilismo e Fisiocracia. 
b) Classicismo e Barroco. 
c) Absolutismo e Liberalismo. 
d) Subjetivismo e Objetivismo. 
e) Nacionalismo e Internacionalismo. 
 
12. (Unesp 2011) Enquanto os homens se contentaram 
com suas cabanas rústicas, enquanto se limitaram a 
costurar com espinhos ou com cerdas suas roupas de 
peles, a enfeitarem-se com plumas e conchas, a pintar o 
corpo com várias cores, a aperfeiçoar ou embelezar seus 
arcos e flechas, a cortar com pedras agudas algumas 
canoas de pescador ou alguns instrumentos grosseiros de 
música – em uma palavra: enquanto só se dedicavam a 
obras que um único homem podia criar e a artes que não 
solicitavam o concurso de várias mãos, viveram tão livres, 
sadios, bons e felizes quanto o poderiam ser por sua 
natureza. 
O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, 
tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu 
e encontrou pessoas suficientemente simples para 
acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias 
e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele 
que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse 
gritado a seus semelhantes: “Defendei-vos de acreditar 
nesse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os 
frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém”. 
(Jean-Jacques Rousseau. Discurso sobre a origem da 
desigualdade entre os homens. Adaptado.) 
 
Cite a principal diferença estabelecida por Rousseau entre 
a vida em estado de natureza e a vida na sociedade civil, e 
explique o significado dessa diferença no âmbito da 
filosofia política. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: 
 
1.A 2. (26) 3. Diss 4.E 
5.C 6.B 7.D 8.C 
9.A 10. (6) 11.C 12. Diss

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