Buscar

11 21 - Revisão Fuvest - 2019

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Profª. Cristiane 
 Literatura 
 
Página 1 de 6 
Revisão 1ª fase – FUVEST – Literatura - 2019 
1. (FATEC) 
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, 
Depois da Lua se segue a noite escura, 
Em tristes sombras morre a formosura, 
Em contínuas tristezas a alegria. 
 
Porém, se acaba o Sol, por que nascia? 
Se é tão formosa a Luz, por que não dura? 
Como a beleza assim se transfigura? 
Como o gosto da pena assim se fia? 
 
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, 
Na formosura não se dê constância, 
E na alegria sinta-se tristeza. 
 
Começa o mundo enfim pela ignorância, 
E tem qualquer dos bens por natureza 
A firmeza somente na inconstância. 
 
Sobre as características barrocas desse soneto, 
considere as afirmações a seguir: 
I. Há nele um jogo simétrico de contrastes, expresso 
por pares antagônicos como Sol/Lua, dia/noite, 
luz/sombra, tristeza/alegria; etc., que compõe a figura 
da antítese. 
II. Este é um soneto oitocentista, que cumpre os 
padrões da forma fixa, quais sejam, rimas ricas, 
interpoladas nas quadras ("A-B-A-B") e alternadas nos 
tercetos ("A-B-B-A"). 
III. O tema do eterno combate entre elementos 
mundanos e forças sagradas é indicado ali, por 
"ignorância do mundo" e "qualquer dos bens", por um 
lado, e por "constância", "alegria" e "firmeza", de outro. 
 
A respeito de tais afirmações, deve-se dizer que: 
a) somente I está correta. 
b) somente II está correta. 
c) somente III está correta. 
d) somente I e III estão corretas. 
e) todas estão corretas. 
 
2. (FUVEST - adaptada) 
 
Leia o seguinte texto. 
O autor pensava estar romanceando o processo 
brasileiro de guerra e acomodação entre as raças, em 
conformidade com as teorias racistas da época, mas, 
na verdade, conduzido pela lógica da ficção, mostrava 
um processo primitivo de exploração econômica e 
formação de classes, que se encaminhava de um modo 
passavelmente bárbaro e desmentia as ilusões do 
romancista. 
Roberto Schwarz. Adaptado. 
Esse texto crítico refere-se ao livro 
 
a) Minha vida de menina 
b) Quincas Borba 
c) O cortiço 
d) Angústia 
e) Sagarana 
3. (FUVEST) 
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos 
os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes 
dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo 
o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; 
ensarilhavam-se* discussões e rezingas**; ouviam-se 
gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. 
Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela 
gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés 
vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer 
animal de existir, a triunfante satisfação de respirar 
sobre a terra. Da porta da venda que dava para o 
cortiço iam e vinham como formigas; fazendo compras. 
Duas janelas do Miranda abriram-se. Apareceu numa a 
Isaura, que se dispunha a começar a limpeza da casa. 
- Nhá Dunga! gritou ela para baixo, a sacudir um pano 
de mesa; se você tem cuscuz de milho hoje, bata na 
porta, ouviu? 
 
Aluísio Azevedo, O cortiço. 
 
* ensarilhar-se: emaranhar-se. 
** rezinga: resmungo. 
 
Uma característica do Naturalismo presente no texto é: 
 
a) forte apelo aos sentidos. 
b) idealização do espaço. 
c) exaltação da natureza. 
d) realce de aspectos raciais. 
e) ênfase nas individualidades 
 
4. (UEL-PR) “Supõe tu um campo de batatas e duas 
tribos famintas. As batatas apenas chegam para 
alimentar uma das tribos, que assim adquire forças 
para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há 
batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividem 
em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se 
suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse 
caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma 
das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí 
a alegria da vitória, os hinos, aclamações, 
recompensas públicas e todos os demais efeitos das 
ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais 
demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo 
real de que o homem só comemora e ama o que lhe é 
aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que 
nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente 
a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, 
as batatas.” 
ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: 
Nova Aguilar, 1997. p. 648-649. 
Nessa passagem, quem fala é Quincas Borba, o 
filósofo. Suas palavras são dirigidas a Rubião, ex-
professor, futuro capitalista, mas, no momento, apenas 
enfermeiro de Quincas Borba. É correto afirmar que a 
maneira como constrói esse discurso revela 
preocupação com: 
 
 Profª. Cristiane 
 Literatura 
 
Página 2 de 6 
a) A clareza e a objetividade, uma vez que visa à 
compreensão de Rubião da filosofia por ele criada, o 
Humanitismo. 
b) A emotividade de suas palavras, dado objetivar 
despertar em Rubião piedade pelos vencidos e ódio 
pelos vencedores. 
c) A informação a ser transmitida, pois Rubião, sendo 
seu herdeiro universal, deverá aperfeiçoar o 
Humanitismo. 
d) O envolvimento de Rubião com a filosofia por ele 
criada, o Humanitismo, dada a urgência em 
arregimentar novos adeptos. 
e) O estabelecimento de contato com Rubião, uma vez 
que o mesmo possui carisma para perpetuar as novas 
ideias. 
 
5. (FUVEST) 
Atente para as seguintes afirmações relativas ao 
desfecho do romance A Relíquia, de Eça de Queirós: 
I. O autor revela, por meio de Teodorico, sua descrença 
num Jesus divinizado, imagem que é substituída pela 
ideia de Consciência. 
II. Ao ser sincero com Crispim, Teodorico conquista a 
vida de burguês que sempre almejou. 
III. Teodorico dá ouvidos à mensagem de Cristo, 
arrepende‐se de sua hipocrisia beata e abraça a fé 
católica. 
 
Está correto o que se afirma apenas em 
a) I. b) II. c) I e II. d) II e III. e) I e III. 
 
6. (FUVEST) Dentre os contos de Sagarana existe um 
em que o narrador sustenta um duelo literário com outro 
poeta, chamado Quem Será, e no qual se fazem várias 
considerações sobre a natureza da poesia. Numa 
metáfora do condicionamento do homem, resistente à 
aceitação do novo e diferente, o autor leva a 
personagem a passar por um período de cegueira. A 
partir daí a personagem descobre a mutilação dos 
sentidos, que agora se abrem a outras vertentes da 
realidade. 
 
Em qual dos contos abaixo se discute essa questão? 
 
a) "A hora e a vez de Augusto Matraga". 
b) "Duelo". 
c) "Conversa de bois". 
d) "São Marcos". 
e) "Corpo fechado". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. (PUCCAMP) Leia com atenção O seguinte 
fragmento de "A hora e vez de Augusto Matraga", de 
João Guimarães Rosa: 
 
Então eles trouxeram, uma noite, muito à escondida, o 
padre, que o confessou e conversou com ele, muito 
tempo, dando-lhe conselhos que o faziam chorar. 
- Mas, será que Deus vai ter pena de mim, com tanta 
ruindade que fiz, e tendo nas costas tanto pecado 
mortal? 
-Tem, meu filho. Deus mede a espora pela rédea, e não 
tira o estribo do pé de arrependido nenhum... 
E por ai a fora foi, com um sermão comprido, que 
acabou depondo o doente num desvencido torpor. 
-Eu acho boa essa ideia de se mudar para longe, meu 
filho. Você não deve pensar mais na mulher, nem em 
vinganças. Entregue para Deus, e faça penitência. Sua 
vida foi entortada no verde, mas não fique triste, de 
modo nenhum, porque a tristeza é aboio de chamar o 
demônio, e o Reino do Céu, que é o que vale, ninguém 
tira de sua algibeira, desde que você esteja com a graça 
de Deus, que ele não regateia a nenhum coração 
contrito! 
- Fé eu tenho, fé eu peço, Padre... 
- Você nunca trabalhou, não é? (...) Reze e trabalhe, 
fazendo de conta que esta vida é um dia de capina com 
sol quente, que às vezes custa muito a passar, mas 
sempre passa. E você ainda pode ter muito pedaço 
bom de alegria... Cada um tem a sua hora e a sua vez: 
você há de ter a sua. 
 
Considerando o excerto dado, identifique a afirmação 
INCORRETA. 
 
a) o tema doarrependimento verdadeiro, de que trata o 
padre, é expresso de modo muito abstrato, tal como 
atestam as frases "O Reino do Céu ninguém tira da sua 
algibeira" e "esta vida é um dia de capina com sol 
quente". 
b) Socorrido por um casal de pretos, e escapando por 
milagre à morte, Matraga seguirá todos os conselhos 
do padre, trabalhando, penitenciando-se, rezando, até 
que chega o momento em que emprega sua força a 
serviço de Deus e em defesa dos mais fracos. 
c) A frase "Deus mede a espora pela rédea e não tira o 
estribo do pé de arrependido nenhum" revela a 
identificação da linguagem do padre com a dos 
sertanejos - tal como nesta se inspirou o autor para criar 
o seu estilo inconfundível. 
d) A fala do padre é profética, pois é "um pedaço bom 
de alegria" o que Matraga viverá em seus instantes 
finais, cheio da "graça de Deus, que ele não regateia a 
nenhum coração contrito". 
e) Da conversa com o padre, Matraga retirará força e 
inspiração para seguir vivendo, certo de que, apesar de 
"entortada no verde", sua vida se acertaria e ele iria 
para o céu, nem que fosse "a porrete". 
 
 
 
 
 
 
 
 Profª. Cristiane 
 Literatura 
 
Página 3 de 6 
8. (FUVEST – adaptada) Examine as seguintes 
afirmações relativas ao modo como aparece o processo 
de escravidão em significativas obras brasileiras e, em 
seguida, considere os três livros citados: 
 
I. Tão impregnado mostrava-se o Brasil de escravidão, 
que até o movimento abolicionista pode servir, a ela, de 
fachada. 
II. É marcante o sentimento de culpa em relação ao 
processo histórico e social do país. 
III. A estrutura escravocrata no Brasil era tão arraigada 
que a Lei Áurea, assinada em 1888, manteve, para o 
negro, a mesma função social de antes da abolição. 
 
A. Minha vida de menina. 
B. O Cortiço. 
C. Claro Enigma 
 
As afirmações I, II e III relacionam-se, de modo mais 
direto, respectivamente, com as obras 
a) B, A, C. b) C, A, B. c) A, C, B. 
d) B, C, A. e) A, B, C. 
 
Considere as imagens e o texto, para responder às 
questões 9 e 10. 
 
 
Fachada da igreja de São Francisco de Assis, em Ouro 
Preto. 
 
Perspectiva da nave da mesma igreja. 
 
II / São Francisco de Assis* 
 
Senhor, não mereço isto. 
Não creio em vós para vos amar. 
Trouxestes-me a São Francisco 
e me fazeis vosso escravo. 
 
Não entrarei, senhor, no templo, 
seu frontispício me basta. 
Vossas flores e querubins 
são matéria de muito amar. 
 
Dai-me, senhor, a só beleza 
destes ornatos. E não a alma. 
Pressente-se dor de homem, 
paralela à das cinco chagas. 
 
Mas entro e, senhor, me perco 
na rósea nave triunfal. 
Por que tanto baixar o céu? 
por que esta nova cilada? 
 
Senhor, os púlpitos mudos 
entretanto me sorriem. 
Mais que vossa igreja, esta 
sabe a voz de me embalar. 
 
Perdão, senhor, por não amar-vos. 
 
Carlos Drummond de Andrade 
*O texto faz parte do conjunto de poemas “Estampas de Vila 
Rica”, que integra a edição crítica de Claro enigma. São 
Paulo: Cosac Naify, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 Profª. Cristiane 
 Literatura 
 
Página 4 de 6 
9. (FUVEST) Analise as seguintes afirmações relativas 
à arquitetura das igrejas sob a estética do Barroco: 
I. Unem-se, no edifício, diferentes artes, para assaltar 
de uma vez os sentidos, de modo que o público não 
possa escapar. 
II. O arquiteto procurava surpreender o observador, 
suscitando nele uma reação forte de maravilhamento. 
III. A arquitetura e a ornamentação dos templos deviam 
encenar, entre outras coisas, a preeminência da Igreja. 
A experiência que se expressa no poema de 
Drummond registra, em boa medida, as reações do eu 
lírico ao que se encontra registrado em 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) II e III, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
 
10. (FUVEST) Um aspecto do poema em que se 
manifesta a persistência de um valor afirmado também 
no Modernismo da década de 1920 é o 
a) destaque dado às características regionais. 
b) uso da variante oral-popular da linguagem. 
c) elogio do sincretismo religioso. 
d) interesse pelo passado da arte no Brasil. 
e) delineamento do poema em feitio de oração. 
 
11. Sobre a obra Claro Enigma, de Carlos Drummond 
de Andrade, assinale a alternativa incorreta. 
a) A epígrafe da obra, “Les événements m’ennuient", ou 
"os acontecimentos me entediam", de autoria do poeta 
francês Paul Valéry, prenuncia a temática 
predominante no livro: a melancolia e o desencanto 
com a vida, que se encaminha em direção à morte. 
b) Desenganado com a capacidade de intervir no 
mundo, o autor experimenta o fim da esperança 
engajada que conhecera em meados dos anos 40, em 
A Rosa do Povo. 
c) Do ponto de vista formal, a obra afasta-se do estilo 
livre e coloquial dos modernistas. Aqui, o poeta mostra-
se mais atento à métrica e à forma dos versos, atitude 
tomada pela crítica da época como um retrocesso. 
d) Perpassa a obra um sentimento de culpa histórico, 
social e familiar, que oprime o poeta, e uma visão 
crepuscular que dita a noção da impossibilidade 
(estabelecida entre o transitório e o definitivo) e marca 
o fracasso do eu lírico diante do seu tempo. 
e) Se, em obras anteriores, o autor utilizava o legado 
modernista para tecer duras críticas ao capitalismo, 
agora se aliena da realidade social e das ideias 
socialistas, retornando à forma clássica como forma de 
crítica ao stalinismo. 
 
 
 
12. (FUVEST – adaptada) 
 
A adesão a um socialismo revolucionário, engajado e 
militante perpassa, evidentemente, a visão política de 
mundo do seguinte autor: 
 
a) Machado de Assis em Quincas Borba. 
b) Graciliano Ramos, em Angústia. 
c) Helena Morley (pseudônimo de Alice Brant), em 
Minha vida de menina. 
d) Carlos Drummond de Andrade, em Claro enigma. 
e) Pepetela, em Mayombe. 
 
Textos para as próximas duas questões. 
 
 
 
Amoreira africana 
 
O Comissário apertou-lhe mais a mão, querendo 
transmitir-lhe o sopro de vida. Mas a vida de Sem Medo 
esvaía-se para o solo do Mayombe, misturando-se às 
folhas em decomposição. 
[...] 
Mas o Comissário não ouviu o que o Comandante 
disse. Os lábios já mal se moviam. 
 
A amoreira gigante à sua frente. O tronco destaca-se 
do sincretismo da mata, mas se eu percorrer com os 
olhos o tronco para cima, a folhagem dele mistura-se à 
folhagem geral e é de novo o sincretismo. Só o tronco 
se destaca, se individualiza. Tal é o Mayombe, os 
gigantes só o são em parte, ao nível do tronco, o resto 
confunde-se na massa. Tal o homem. As impressões 
visuais são menos nítidas e a mancha verde 
predominante faz esbater progressivamente a claridade 
do tronco da amoreira gigante. As manchas verdes são 
cada vez mais sobrepostas, mas, num sobressalto, o 
tronco da amoreira ainda se afirma, debatendo-se. Tal 
é a vida. 
[...] 
Os olhos de Sem Medo ficaram abertos, contemplando 
o tronco já invisível do gigante que para sempre 
desaparecera no seu elemento verde. 
 
Pepetela, Mayombe 
 
 
 
 
 
 Profª. Cristiane 
 Literatura 
 
Página 5 de 6 
13. (FUVEST) Considerando-se o excerto no contexto 
de Mayombe, os paralelos que nele são estabelecidos 
entre aspectos da natureza e da vida humana podem 
ser interpretados como uma 
 
a) reflexão relacionada ao próprio Comandante Sem 
Medo e a seu dilema característico entre a valorização 
do indivíduo e o engajamento em um projeto 
eminentemente coletivo. 
b) caracterização flagrante da dificuldade de aceder ao 
plano do raciocínio abstrato, típica da atitude 
pragmática do militante revolucionário. 
c) figuração da harmonia que reina no mundo natural, 
em contraste com as dissensões que caracterizam as 
relações humanas,notadamente nas zonas 
urbanizadas. 
d) representação do juízo do Comissário a respeito da 
manifesta incapacidade que tem o Comandante Sem 
Medo de ultrapassar o dogmatismo doutrinário. 
e) crítica esclarecida à mentalidade animista – que 
tende a personificar os elementos da natureza – e ao 
tribalismo, ainda muito difundidos entre os guerrilheiros 
do Movimento Popular de Libertação de Angola 
(MPLA). 
 
14. (FUVEST) Mayombe refere-se a uma região 
montanhosa em Angola, dominada por floresta pluvial 
densa, rica em árvores de grande porte, e localizada 
em área de baixa latitude (4o40’S). Levando em conta 
essas características geográficas e vegetacionais, é 
correto afirmar que 
 
a) esse tipo de vegetação predomina na maior parte do 
continente africano, circundando áreas de savana e 
deserto. 
b) se trata da única floresta pluvial sobre áreas 
montanhosas, pois esse tipo de floresta não ocorre em 
outras áreas do mundo. 
c) a vegetação da região é semelhante à da floresta 
encontrada, no Brasil, na mesma faixa latitudinal. 
d) nessa mesma faixa latitudinal, no Brasil, há regiões 
áridas, de altas altitudes, em que predominam ervas 
rasteiras. 
e) tais florestas pluviais só ocorrem no hemisfério sul, 
devido ao regime de chuvas e às altas temperaturas 
nesse hemisfério, onde ocupam todo tipo de relevo. 
 
Texto para as próximas duas questões. 
Voltada para o encanto da vida livre do pequeno núcleo 
aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas 
as classes sociais daquele âmbito, estava colocada 
num invejável ponto de observação. (...) Sem querer 
forçar um conflito que, a bem dizer, apenas se esboça, 
podemos atribuir parte desta grande versatilidade 
psicológica da protagonista aos ecos de uma formação 
britânica, protestante, liberal, ressoando num ambiente 
de corte ibérico e católico, mal saído do regime de 
trabalho escravo. Colorindo a apaixonada esfera de 
independência da juventude, revestese de acentuado 
sabor sociológico este caso da menina ruiva que, 
embora inteiramente identificada com o meio de gente 
morena que é o seu, o único que conhece e ama, não 
vacila em o criticar com precisão e finura notáveis, se 
essa lucidez não traduzisse a coexistência íntima de 
dois mundos culturais divergentes, que se contemplam 
e se julgam no interior de um eu tornado harmonioso 
pelo equilíbrio mesmo de suas contradições. 
Alexandre Eulálio, “Livro que nasceu clássico”. In: Helena 
Morley, Minha vida de menina. 
15. (FUVEST) O trecho do romance Minha vida de 
menina que ilustra de modo mais preciso o que, para o 
crítico Alexandre Eulálio, representa “a coexistência 
íntima de dois mundos culturais divergentes” é: 
 
a) “Se há uma coisa que me faz muita tristeza é gostar 
muito de uma pessoa, pensando que ela é boa e depois 
ver que é ruim”. 
b) “Eu tinha muita inveja de ver meus irmãos montarem 
no cavalo em pelo, mas agora estou curada e não 
montarei nunca mais na minha vida”. 
c) “Já refleti muito desde ontem e vi que o único meio 
de ter vestido é vendendo o broche. Vou dormir ainda 
esta noite com isto na cabeça e vou conversar com 
Nossa Senhora tudo direitinho”. 
d) “Se eu não ouvir missa no domingo, como quando 
estou na Boa Vista onde não há igreja e não posso ouvir 
no Bom Sucesso, fico o dia todo com um prego na 
consciência me aferroando”. 
e) “Este ano saiu à rua a procissão de Cinzas que há 
muitos anos não havia. Dizem que não saía há muito 
tempo por falta de santos, porque muitos já estavam 
quebrados”. 
 
16. (FUVEST) De acordo com Alexandre Eulálio, a 
protagonista do romance Minha vida de menina 
a) vivencia um conflito – uma ideia fortalecida por “a 
bem dizer”. 
b) apresenta certo vínculo com o protestantismo – uma 
ideia sintetizada por “ecos de uma formação britânica”. 
c) formou-se num meio alheio ao trabalho escravo – um 
fato referido por “num ambiente de corte ibérico e 
católico”. 
d) rejeita as influências do meio em que vive – uma 
característica revelada por “precisão e finura notáveis”. 
e) tem a sua lucidez psicológica abalada pelas 
ambivalências de sua educação – um traço reiterado 
por “equilíbrio mesmo de suas contradições”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Profª. Cristiane 
 Literatura 
 
Página 6 de 6 
17. A respeito do narrador da obra Angústia, de 
Graciliano Ramos, assinale a alternativa incorreta. 
 
a) As pessoas, o ambiente e os objetos se dissolvem 
em uma realidade de contornos pouco nítidos: há 
escuridão, névoa, sons que se dispersam, imagens que 
se associam em um embaralhar de lembranças e 
sensações.. 
b) a subjetividade do narrador invade a narrativa, 
deformando a realidade a partir de uma linguagem 
expressionista, uma atmosfera de pesadelo e 
alucinação. 
c) por trás do ser social de Luís da Silva, preso às 
convenções e às aparências, há um ser subterrâneo, 
selvagem, preso aos instintos e desejos mais 
profundos. 
d) Luís da Silva guarda dos acontecimentos apenas 
fragmentos, pedaços de realidade. Em seus devaneios, 
há constantes alusões a bichos, que simbolizam a 
morbidez de seus estados anímicos. 
e) Luís da Silva retrata a realidade apenas de forma 
objetiva, por meio da descrição, em que se percebe 
nítidas características da prosa naturalista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
___________________________________________ 
Gabarito 
 
1.A 2.C 3.A 4.A 
5.C 6.D 7.A 8.D 
9.E 10.D 11.E 12.E 
13.A 14.C 15.C 16.B 
17.E 
 
https://www.youtube.com/watch?v=mAfxWDstw-E
https://www.youtube.com/watch?v=mAfxWDstw-E
https://www.youtube.com/watch?v=mAfxWDstw-E
https://www.youtube.com/watch?v=mAfxWDstw-E
https://www.youtube.com/watch?v=mAfxWDstw-E

Continue navegando