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Teoria das Organizações e sua relação com a construção de propostas de Políticas Educacionais As organizações e indústrias trabalhavam preocupadas com resultados e com produção, para que a produção fosse rápida existia o controle do tempo de produção e a presença de um supervisor que garantia a produção em larga escala. Esse modelo foi refletido no mundo acadêmico. Ainda que se imagine uma educação mais construtivista, ainda estamos emaranhados nesse modelo de organização da educação. O capitalismo é um grande determinante desse modelo onde um produz para o outro numa divisão de classes, de nível de instrução, etc. Produção cultural brasileira também é influenciada pelos modelos organizacionais. “Fayol inspirou boa parte da produção cultural brasileira no campo da administração da educação, pensada então, fundamentalmente, como administração escolar” (Motta, 2001). “Compreender a escola como organização educativa especializada exige a consideração da sua historicidade enquanto unidade social artificialmente construída e das suas especificidades em termos de políticas e objetivos educacionais, de tecnologias pedagógicas, processos didáticos, estrutura de controle, coordenação do trabalho discente, etc” (Lima, 2011). “A compreensão da escola como organização educativa que demanda, de forma privilegiada, o concurso dos modelos organizacionais analíticos/interpretativos” (Licínio Lima, 2011). Paradigmas organizacionais Paradigma construtivista · Organização como uma máquina · Organização como instrumento de domínio · Organização como instrumento de controle social · Organização científica do trabalho · Abordagem burocrática Paradigma Biológico-sistêmico · Organização enquanto ser vivo · Abordagem sistêmica Paradigma Construtivista · Abordagem cultural · Abordagem política O paradigma positivista tem como marca no modelo educacional, impor um comportamento obediente a partir de valores morais e sociais. Quando se trata de valores, seriam os da época – comportamentos determinados para meninas e para meninos bem diferenciados e demarcados. Existia o costume do conhecimento e reverência ao hino nacional, bandeira nacional, símbolos nacionais, etc. Tudo imposto para que houvesse uma nação obediente ao sistema, pronta para servir ao país. O paradigma biológico sistêmico traz o pensamento de um sistema atrelado que precisa funcionar em conjunto, como engrenagens. Já o paradigma construtivista de Piaget, Vygotsky, Wallon, Paulo Freire, etc, que influenciaram bastante o modelo educacional, discutindo direito à educação, disseminação da educação a populações inalcançadas anteriormente, proposta de alfabetização geral. Esses teóricos trouxeram o conceito de que a aprendizagem se dá na interação do sujeito com o objeto de conhecimento. Deve-se construir o conhecimento na interação social. Hoje a escola se apresenta como uma organização de funcionamento díptico, da anarquia organizada à burocracia racional, entre outras metáforas. “A ordem burocrática da conexão e a ordem anárquica da desconexão configurarão, dessa forma, um modo de funcionamento que poderá ser simultaneamente conjuntivo e disjuntivo. A escola não será, exclusivamente, burocrática ou anárquica. Mas não sendo exclusivamente uma coisa ou outra, poderá ser, simultaneamente, as duas. A esse fenômeno chamaremos de modo de funcionamento díptico da escola enquanto organização” (Lima, 1992).
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