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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 1 Unesp Exasiu Profª Gabi Garcia Aula 02 - Filosofia Contemporânea - Epistemologia Exasiu EXTENSIVO t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 2 Curso de Filosofia para o vestibular da UNESP t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 3 Sumário CURSO DE FILOSOFIA PARA O VESTIBULAR DA UNESP 2 SUMÁRIO 3 CRONOGRAMA 5 TEORIA: EPISTEMOLOGIA 8 EPISTEMOLOGIA 8 GEORG WILHELM FRIEDRICH HEGEL (1770 - 1831) 9 Hegel e a verdade 9 A Dialética 10 Não negar a negação 10 LUDWIG FEUERBACH (1804- 1872) 14 A Razão 14 A Teologia é Antropologia 15 KARL MARX (1788 – 1883) 18 A verdade 18 O processo do pensamento 19 Materialismo dialético 20 ARTHUR SCHOPENHAUER (1788 – 1860) 22 A vontade 22 SØREN KIERKEGAARD (1813 – 1855) 24 Migalhas Filosóficas 24 O indivíduo diante o absoluto 25 A condição Humana 26 FRIEDRICH NIETZSCHE (1844 – 1900) 28 Vontade da verdade 29 A verdade do engano 29 Vontade de Verdade e Vontade de Engano 31 EDMUND HUSSERL (1859 – 1938) 32 O Método 33 A intencionalidade 34 MARTIN HEIDEGGER (1889 – 1976) 35 Qual ente que pode questionar a existência e o sentido do ser? 35 O sujeito e o mundo 36 O ser-aí 36 JEAN-PAUL SARTRE (1905 – 1980) 38 Ontologia fenomenológica 38 O ser do fenômeno 39 O nada 40 A consciência 40 MAURICE MERLEAU-PONTY (1908 – 1961) 43 A filosofia do corpo 43 t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 4 Intersubjetividade 44 FILOSOFIA DA CIÊNCIA 46 O Círculo de Viena 46 Karl Popper (1902 – 1994) 47 A falseabilidade 47 As teorias científicas 48 Thomas Kuhn (1922 – 1996) 50 O paradigma 51 QUESTÕES 53 QUESTÕES UNESP 72 GABARITO 82 GABARITO QUESTÕES UNESP 82 QUESTÕES COMENTADAS 83 QUESTÕES UNESP COMENTADAS 122 CONSIDERAÇÕES FINAIS 138 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 139 t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 5 Cronograma AULAS TEMAS DATAS 1ª LEITURA REVISÃO AULA 00 NASCIMENTO DA FILOSOFIA FILOSOFIA CLÁSSICA E MEDIEVAL: Epistemologia Disponível Planejamento Execução Planejamento Execução AULA 01 FILOSOFIA MODERNA: Epistemologia Disponível Planejamento Execução Planejamento Execução AULA 02 FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA: Epistemologia Disponível Planejamento Execução Planejamento Execução AULA 03 FILOSOFIA CLÁSSICA E MEDIEVAL: Ética e Política 21/02/2022 Planejamento Execução Planejamento Execução AULA 04 FILOSOFIA MODERNA: Ética e Política 15/03/2022 Planejamento Planejamento t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 6 Execução Execução AULA 05 FILOSOFIA CONTEMNPORÂNEA: Ética e Política PARTE 1 21/03/2022 Planejamento Execução Planejamento Execução AULA 06 FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA: Ética e Política PARTE 2 11/04/2022 Planejamento Execução Planejamento Execução AULA 07 DOS CLÁSSICOS AOS MODERNOS: Estética 25/04/2022 Planejamento Execução Planejamento Execução AULA 08 FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA: Estética 09/05/2022 Planejamento Execução Planejamento Execução t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 7 Para planejar o seu estudo colocamos dois itens nas linhas “primeira leitura” e “revisão”. No item “Planejamento” você inclui a data que pretende estudar a matéria. Lembre-se que na coluna datas estarão os dias de liberação das aulas no site. No item “Execução” você inclui a data que realmente realizou a tarefa e em tópicos rápidos quais foram suas principais dúvidas para incluí-las no fórum. • Os filósofos não estão com os nomes completos no cronograma para você já ir pegando intimidade. 😉 t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 8 Teoria: Epistemologia EPISTEMOLOGIA Epistemologia, ou Teoria do Conhecimento, é o campo da filosofia que estuda o processo do conhecimento. Sua preocupação está em compreender a formação do conhecimento. Ela se ocupa do campo do saber. A palavra vem do grego epistem –conhecimento- e logia – estudo. Assim, a epistemologia é o estudo do conhecimento, suas fontes e como ocorre sua aquisição. Segundo o Dicionário Oxford Languages, Epistemologia: substantivo feminino FILOSOFIA 1. reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do conhecimento humano, esp. nas relações que se estabelecem entre o sujeito indagativo e o objeto inerte, as duas polaridades tradicionais do processo cognitivo; teoria do conhecimento. 2. freq. estudo dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes ramos do saber científico, ou das teorias e práticas em geral, avaliadas em sua validade cognitiva, ou descritas em suas trajetórias evolutivas, seus paradigmas estruturais ou suas relações com a sociedade e a história; teoria da ciência. Sua origem se dá com os pré-socráticos, no período clássico, e as discussões sobre o tema começam a ganhar contorno, especialmente através de Sócrates, Aristóteles e Platão. Cada um deles cria um método para explicar suas ideias, prescindindo dos mitos para chegar às suas conclusões de maneira racional. Porém, a epistemologia tem muito valor no Período Moderno, quando as ideias do Renascimento e do Iluminismo vão ganhando espaço na sociedade. No nosso curso passaremos por todos os períodos e faremos uma análise na história da filosofia e suas teorias epistemológicas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 9 GEORG WILHELM FRIEDRICH HEGEL (1770 - 1831) Hegel, filósofo alemão, teve sua obra a Fenomenologia do Espírito, como um marco na filosofia mundial e na filosofia alemã. Nela, o autor busca responder ‘O que é o conhecer?’, retomando teorias do conhecimento ao longo da história, mostrando como se conhece o mundo a partir de cada uma delas, alargando o horizonte da consciência. É também nesta obra que Hegel tece duras críticas à teoria do conhecimento moderna em geral e, em especial, à teoria kantiana na obra Crítica da Razão Pura, que, dizia Hegel, ser alheia às etapas da formação da autoconsciência do sujeito e deste na sua cultura. O pensamento idealista ou idealismo alemão, o qual Hegel fez parte, vê o sujeito pensante como sobressalente ao objeto pensado. Com isso, os pensadores idealistas podiam elaborar formas de compreender omundo e o ser humano de maneira desvinculada da realidade. Este método permitiu tais filósofos refugiarem-se dentro de si. O filósofo alemão deu novo significado a conceitos tradicionais como ser, lógica, absoluto e dialética. Hegel e a verdade Como já vimos na aula de ética e política moderna, para Hegel, a verdade acompanha a história. A história está em constante transformação, os conceitos de verdade, os valores morais, também estão em constante mudança. Esse é o processo dialético. Para o filósofo alemão, o fato de a verdade acompanhar a história não faz dela uma verdade subjetiva a cada indivíduo, mas pertencente a um dado momento e que transforma a coletividade. Em sua obra Fenomenologia do espírito, Hegel deixa claro que é preciso ultrapassar a teoria do conhecimento predominante, para que a ciência siga seu curso natural aceitando o erro como parte do processo do conhecimento. A teoria do conhecimento moderna baseia-se em suposições, focando na subjetividade do indivíduo, e não na tarefa de conhecer o mundo. Para Hegel, não existe uma forma correta de conhecer a qual possa ser descoberta antes do próprio ato concreto de conhecimento. Nessa linha, o caminho da verdade não pode negar os erros, visto que eles são de importantes na construção dela. É a partir deles que construímos a consciência da verdade, é quando renunciamos àquilo que não é que compreendemos aquilo que é. A consciência passa pelo processo do conhecimento quando vai de encontro com a história, assim, ela pratica o exercício de revisar seus próprios conceitos, passando aos poucos do estado de consciência fragmentada para o estado de consciência filosófica. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 10 Segundo o pensador alemão, a consciência está sempre para além de si mesma, determinando tudo que ela não é. Ela mesma estabelece o modelo de medida para medir seu próprio saber, tornando o conhecimento uma comparação com ela mesma. Ou seja, para se descobrir o que o objeto é, é preciso descobrir o que ele não é. Este processo acontece comparando o objeto com outros objetos do mundo e com as informações presentes na consciência. É importante, pois é ele que levará a consciência à verdade, também entendida por Hegel como o absoluto. No entendimento de Hegel, a verdade pode ser definida, como uma conformidade entre o conhecimento e o ser e é universalmente válida, não podendo ser subjetiva em determinado contexto histórico. A Dialética O conceito de conhecimento, em Hegel, é entendido como um processo que parte de uma primeira ideia ou tese que será contrariada por outra ideia, a antítese, como consequência, surgirá uma conclusão ou síntese. Esses são, para Hegel, os três lados ou momentos da dialética, a lógica que se realiza em todo fenômeno real, inclusive no processo de conhecer. Para compreender a verdade é preciso compreender a dialética. A verdade encontra-se na síntese que surge como resultado das experiências que a consciência realiza, ou seja, resulta da negação verificada dos resultados de experiências anteriores. Então, o que surge como verdade contém também sua justificação. Assim, a construção da verdade dá-se pelo mesmo processo em que ela recebe justificação. Não negar a negação A contradição e a oposição são aspectos constitutivos da diversidade e necessários. Eles permitem o entendimento, pois são complementares e interdependentes. TESE ANTÍTESE SÍNTESE SÍNTESE = TESE ANTÍTESE SÍNTESE t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 11 O entendimento se propõe a estudar a identidade, então, já está tratando da diferença presente na variedade ou diversidade. Quando dizemos, a partir do princípio da identidade que: O mar é o mar; a lua é a lua; o ar é o ar; percebe-se que esses objetos passam a ser independentes, porquanto estamos lidando com a diferença. Na busca pelo entendimento, determinamos o que os torna objetos iguais ou desiguais, é nisso que constitui o ‘tratamento científico’. A dialética de Hegel segue a seguinte linha de raciocínio: Pense no desenvolvimento de uma planta, que passa por botão, flor e fruto. 1. O botão é a afirmação; 2. A flor é a contradição ou a negação do botão; 3. O fruto é uma categoria superior, ou seja, superou a contradição entre o botão e flor. Ao mesmo tempo que a flor “nega” o botão, ela o conserva, visto que a flor não existiria sem botão, assim também ocorre com o fruto que “nega” a flor. O que nos leva a compreender que na superação dialética, o que é negado é ao mesmo tempo mantido. Porém, o processo não acaba na síntese, pois sabemos que o fruto apodrece. “Com a mesma rigidez com que a opinião comum se prende à oposição entre o verdadeiro e o falso, costuma também cobrar, ante um sistema filosófico dado, uma atitude de aprovação ou de rejeição. Acha que qualquer esclarecimento a respeito do sistema só pode ser uma ou outra. Não concebe a diversidade dos sistemas filosóficos como desenvolvimento progressivo da verdade, mas só vê na diversidade a contradição. O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo- se como sua verdade em lugar da flor: essas formas não só se distinguem, mas também se repelem como incompatíveis entre si. Porém, ao mesmo tempo, sua natureza fluída faz delas momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todos são igualmente necessários. E essa igual necessidade que constitui unicamente a vida do todo. Mas a contradição de um sistema filosófico não costuma conceber-se desse modo; além disso, a consciência que apreende essa contradição não sabe geralmente libertá-la -ou mantê-la livre -de sua unilateralidade; nem sabe reconhecer no que aparece sob a forma de luta e contradição contra si mesmo, momentos mutuamente necessários.” (HEGEL. Fenomenologia do espírito.P.25) A dialética é a concepção do próprio real, ela é mais do que um método. Por isso, o pensamento é atraído pela contradição, pois ao buscar um novo e mais elevado conceito (processo dialético) elimina a contradição do conceito anterior; o novo conceito envolve t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 12 comumente uma contradição que deverá ser revelada e superada até chegar-se a ideia absoluta a qual está livre de contradições. Conclusão Contudo, podemos dizer que Hegel entende a Fenomenologia do espírito como o caminho da consciência em direção ao espírito. Ele compreende o espírito como uma consciência coletiva ou cultura, que abrange tudo o que não é natural. Assim, a consciência se apresenta de diferentes formas ao longo da história, pois ela é resultado do processo histórico que a antecede. Esse processo espiritual é a fonte da verdade e da justificação em Hegel. A realidade histórica é o “Espírito”, ela não é algo em si mesma, ela é o movimento do processo evolutivo. O desenvolvimento histórico não acontece a partir do nada, mas no processo dialético, que permite o novo nascer do antigo. Dessa forma, os acontecimentos e verdades atuais apresentam-se como antítese dos antigos e a consequência desse processo é o surgimento de uma nova realidade, uma nova verdade, melhor que as anteriores, segundo o pensador alemão. É um processo contínuo de aperfeiçoamento. Veja como esse assunto pode cairna prova UFU 2008 A expressão “astúcia da razão” foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da História Universal. A respeito do significado dessa expressão, marque a alternativa correta. A. Essa expressão significa o irracional governando o mundo, porque as ações humanas são movidas pelos interesses mesquinhos que só encontram a sua satisfação na destruição do Estado, fazendo a humanidade regredir ao estado de natureza. B. Essa expressão significa a fraude característica das ações dos indivíduos históricos universais que estão empenhados na aquisição do poder, sem se envolverem com a vida cotidiana e com a esfera da moralidade subjetiva dos povos. C. Essa expressão significa a ilusão de que as coisas realmente acontecem, quando na verdade a História Universal é conduzida pela força do destino traçada pela ordem da Providência Divina, que está acima da vontade dos homens. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 13 D. Essa expressão significa a força da razão, isto é, o universal que se manifesta por intermédio das ações humanas, as quais buscam a satisfação imediata e realizam algo mais abrangente, constituindo historicamente o Estado e a vida ética dos indivíduos em sociedade civil. Comentários: Ao se deparar com tal questão, tenha em mente o que é Estado para Hegel. O Estado para o filósofo é um todo ético organizado, ou seja, é verdadeiro, porque é a unidade da vontade universal e da subjetiva. É a substância ética por excelência, significando com isso que Estado e a constituição são os representantes da liberdade concreta, efetiva. O Estado é o que é em-si e para-si e, portanto, tem a efetividade de sua universalidade ou totalidade plena. Esta totalidade refere-se à união do espírito objetivo e o espírito subjetivo em que o indivíduo tem sua realidade e objetividade moral sendo parte do todo ético. Pois, a astúcia da razão baseia-se na compreensão de que o universal está presente no particular, e é através deste que se ele realizará completamente. A. Para Hegel o Estado é a expressão maior de que a razão humana caminha para um bem maior e comum, a “astúcia da razão” é a valorização da razão, por isso esta alternativa está incorreta, já que desvaloriza a razão e o Estado como construção humana. B. A “astúcia da razão” consiste na totalidade refere-se à união do espírito objetivo e o espírito subjetivo em que o indivíduo tem sua realidade e objetividade moral sendo parte do todo ético. Portanto é o contrário do que a alternativa afirma, por isso ela está errada. C. Para Hegel, a vontade dos homens manifesta-se pela “astúcia da razão” e foi por ela que surgiu o Estado, que além de não ser uma ilusão, é a maior expressão de evolução da humanidade. D. Esta alternativa contempla o pensamento de Hegel sobre a “astúcia da razão”, que é a força da razão, o espírito do mundo se manifestando nas ações dos homens e assim edificando o mundo com sua melhor performance. Gabarito “D” t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 14 LUDWIG FEUERBACH (1804- 1872) Feuerbach, filósofo alemão, foi uma forte influência para Marx. Iniciou seus estudos na teologia, mas a abandona. Por dois anos, foi aluno de Hegel em Berlim e depois passa a estudar ciências naturais. Sua filosofia transita entre o idealismo alemão e o materialismo histórico. Em sua juventude, Ludwig Feuerbach desejava ser um pastor protestante. Em 1823, ele iniciou seus estudos teológicos em Heidelberg. Contudo, à medida que o tempo passava, Feuerbach se tornava cada vez mais insatisfeito com a teologia e atraído pela filosofia, sobretudo a filosofia hegeliana. Em 1824, tendo decidido pela filosofia, ele se torna aluno de Hegel. Após completar seus estudos, Feuerbach começou a lecionar e publicar alguns livros. A Razão A Razão Una, Universal e Infinita é a obra que explica bem o que Feuerbach pensou sobre a razão, ele a escreveu em sua juventude, em 1828. Nela, Feuerbach parte do pressuposto de que a razão é una, universal e infinita, ou seja, ela é a essência absoluta dos indivíduos, portanto, a unidade do gênero humano. A história da filosofia colocou limites na razão, qualquer homem sábio deve ter consciência de que há limites os quais não podem ser ultrapassados pela razão. O filósofo alemão não vai concordar com isso. Ele confronta a ideia de que a verdade não pode ser alcançada e que quem se atreve, movido pela investigação, ultrapassar os limites estabelecidos em busca da verdade, perde o seu tempo num esforço inútil. A razão para Feuerbach não tem limites. Na filosofia antiga, já se falava sobre os limites da razão. Eles estavam no sentimento, na percepção sensível, na opinião (doxa). Tais limites fundamentam certezas não verdadeiras, subjetivas. Diante de tais fatores, desse saber subjetivo, passa-se a nomear critérios para o saber um verdadeiro, universal ou divino. Filósofos como Heráclito, Sócrates, Platão, Aristóteles e os modernos, como Espinosa ou Hegel, falam da filosofia como uma ciência universal ou divina e tomam a infinitude como télos (razão de ser) do conhecimento, visto que renunciam a toda finitude. Feuerbach contesta que a razão seja apenas capacidade individual ou qualidade particular do indivíduo, um mero instrumento para compreender objetos infinitos. A razão é em si e infinitamente t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 15 substância comum, universal, de todos os indivíduos. Nossas potências, nossas qualidades ou nossas capacidades individuais, não passam de determinações feitas por nossa própria razão. Eduardo Ferreira Chagas, professor de filosofia da UFC, em seu artigo A razão em Feuerbach como base da unidade do homem e da natureza, diz que, segundo Feuerbach: “a razão [...] pertence a todo homem e não pode ser extinta, porque os homens, na medida em que são seres pensantes e inseparáveis do ato de pensar, não podem consistir fora da natureza da razão. Esta natureza da razão (ou do pensar) é, de fato, “a forma do comum e do universal. Quando penso, já deixo de ser indivíduo, e pensar é, por conseguinte, o mesmo que ser universal”. (FEUERBACH. 2000, p. 8-9). Todos os homens coincidem nisso, a saber, que eles pensam, e o pensamento (a razão absoluta) não é particular, mas, como expressei, geral, universal”. (Chagas, 2007, p.219 e 220) Assim, a razão constitui a humanidade do homem, o seu gênero. O pensamento é o fim de toda particularidade, ele combate a ideia de que a essência do indivíduo é limitada pelo sentimento, pelas sensações. O pensamento nega o particular. Nota-se, portanto, a existência da oposição entre o racional e o sensível. O que causa a essência da sensibilidade, da percepção sensível, é, segundo o pensador alemão, a singularidade pura, a imediatidade, já que o homem não pode transmitir oralmente suas emoções a outro. Quer dizer apenas que se pode descrever a um outro os objetos que estimulam a sensibilidade, mas não o sentimento, a sensação mesma, pois o sabor, mesmo, que o homem sente, é inexprimível. Podemos dizer então que as percepções sensíveis dos objetos não são iguais e comuns, mas se diferenciam de homem para homem e, por isso, não podem ser exprimidas de forma satisfatórias a todos. Perceba que quando tentamos comunicar nossas condições sensíveis a alguém, perde-se a sensibilidade e a explicação torna-se abstrata, transforma-se em conceito, como os sentimentosinteriores e espirituais, que se referem a objetos inteligíveis, a saber, Deus, leis morais, convicções etc. Conclui-se que o conceito de razão, vem com uma crítica ao subjetivismo, ao individual absolutizado, mas ela existe como universalidade (como fundamento substancial) ao mesmo tempo que inclui em si mesma o homem e a natureza. A Teologia é Antropologia Foi no ano de 1841 que Feuerbach, com sua obra A essência do cristianismo, passou a ser de fato visto, compreendido e um incomodo no ambiente intelectual no qual estava inserido. Tal obra torna- se referência de um grupo de pensadores revolucionários como Karl Marx e Friedrich Engels, mas para t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 16 além deles, a obra foi muito disseminada e isto mostra a importância que uma crítica à religião tinha no período. A obra foi estruturada em duas partes principais. A primeira delas afirma a antropologia como verdadeira essência da religião, ao passo que a segunda denuncia a teologia como essência falsa da religião. Contrário ao idealismo alemão, o materialismo de Feuerbach dispõe que não existe nada além da matéria. Para Hegel, filósofo idealista, a natureza é a concretização da ideia. Toda a realidade sensível, toda matéria é criação da ideia. “Eu troquei a teologia pela filosofia. Extra philosophiam null salus [fora da filosofia não há salvação].’’ E ao seu pai ele se esclarece assim: “Eu renunciei a teologia, porém a renunciei não maligno ou levianamente; não porque ela não me agrade, mas porque ela não me liberta; porque ela não me dá o que requer o, o que preciso. Meu espírito se acha agora não nos limites do país sagrado; meu sentido está num mundo mais amplo; ... eu quero a natureza, frente a qual a profundidade dos teólogos recua; eu quero carregar em meu coração o homem inteiro, que é objeto não para o teólogo, mas apenas para o filósofo. Alegre-se comigo, que eu tenha começado em mim uma nova vida, um novo tempo; alegre-se que eu tenha escapado da sociedade dos teólogos e tenha espíritos, como Aristóteles, Spinoza, Kant e Hegel, como meus amigos. “(Chagas,2010) Feuerbach discorda de Hegel e diz que a natureza independe do homem, independe da ideia, ela existe por si só. A ideia nasce quando o homem se relaciona com essa natureza, só daí surgem as representações. Nesse caso, o filósofo percebe que o ser é a natureza, o ser é concreto. Tudo é um. Portanto, se da relação entre homem e natureza é que nascem a representações, que são as ideias, Deus é mais uma representação, mais uma ideia. Então, por que criar um Deus tão poderoso, mas ilusório? Para o filósofo, o mundo, a natureza, que criou a si mesma, segue as leis nas próprias naturezas. Tais leis são leis cegas, imparciais e objetivas, o que gerou uma realidade sem sentidos. Não havia uma ordem, como o homem deseja. Por isso ele cria Deus, um ser organizador. A partir daí Deus passa dar sentido à vida do homem, um sentido à existência. O homem projeta nesse deus suas qualidades finitas a qualidade infinita atribuídas a deus. Como o fato de ser Deus a pura bondade, amor puro, Ele pode tudo. O homem coloca em Deus os atributos que ele mesmo gostaria de ter. Ele se projeta nesse Deus que ele mesmo criou. Imortal, onipotente, onipresente, ordenador, são todas qualidades que os homens desejam a si o, mas como não os tem ele projeto nesse ser ilusório perfeito. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 17 Portanto, quando o homem se propõe a estudar Deus ele não deveria chamar esses estudos de teologia, já que ele não está estudando um ente em si mesmo, mas está estudando uma projeção que faz de sim mesmo, devendo assim ser chamado tal estudo de antropologia. Veja como esse assunto pode ser cobrado na prova (Gabriela Garcia) “Eu troquei a teologia pela filosofia. Extra philosophiam null salus [fora da filosofia não há salvação].’’ E ao seu pai ele se esclarece assim: “Eu renunciei a teologia, porém a renunciei não maligno ou levianamente; não porque ela não me agrade, mas porque ela não me liberta; porque ela não me dá o que requer o, o que preciso. Meu espírito se acha agora não nos limites do país sagrado; meu sentido está num mundo mais amplo; ... eu quero a natureza, frente a qual a profundidade dos teólogos recua; eu quero carregar em meu coração o homem inteiro, que é objeto não para o teólogo, mas apenas para o filósofo. Alegre-se comigo, que eu tenha começado em mim uma nova vida, um novo tempo; alegre- se que eu tenha escapado da sociedade dos teólogos e tenha espíritos, como Aristóteles, Spinoza, Kant e Hegel, como meus amigos. “ FEUERBACH, L. Fragmente zur Charakteristik meines philosophischen curriculum vitae.Org. por Wener Schuffenhauer, Berlin: GW 10, 1971, p. 154-55. Apu:CHAGAS, E. F. A razão em Feuerbach como base da unidade do homem e da natureza. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), v. 14, n. 21, p. 215-232, 26 set. 2010. A partir do que diz Feuerbach sobre como podemos chegar à verdade, é correto afirmar: A. A teologia não podia dar a Feuerbach mais nada, pois ela não é suficiente às exigências empíricas da realidade concreta. B. A teologia, por trazer verdades inabaláveis, foi aceita por Feuerbach. C. Para o pensador, a teologia é libertadora D. Aristóteles, Spinoza, Kant e Hegel, tinham uma filosofia em que teologia era fundamental. E. A fim de buscar um conhecimento válido, Feuerbach busca na síntese entre deus e natureza a base para sua filosofia. Comentários: Para responder esta questão é preciso conhecer sobre Feuerbach, mas também vale a interpretação de texto. O filósofo afirma que usava da teologia antes, mas que a filosofia lhe exigiu um t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 18 pensamento mais racional, por isso ele abandona teologia, visto que ela não lhe trazia verdades sobre o mundo material. A. A alternativa está correta. Exato, de acordo o excerto que a questão expressa, para Feuerbach a teologia mostrou-se limitada. B. A alternativa está incorreta. Para o filósofo, a teologia mostrou-se limitada na busca pela verdade. C. A alternativa está incorreta. Quando o pensador diz “não porque ela não me agrade, mas porque ela não me liberta; porque ela não me dá o que requer o, o que preciso”, esta afirmativa não tem validade. D. A alternativa está incorreta. Eles eram racionais, portanto, a teologia não tem validade. E. A alternativa está incorreta. Esta afirmação está próxima do pensamento de Spinoza. Gabarito “A” KARL MARX (1788 – 1883) Nasceu em 1788 na Prússia, um dos reinos da Alemanha, que nesse período encontrava-se fragmentada. Morreu em 1883 em Londres, na Inglaterra. Foi responsável por criar as bases do comunismo ao tecer diversas críticas ao capitalismo. Escreveu importantes obras como “O manifesto Comunista” e o celebre “O Capital”. Mas aqui, o que nos interessa é a epistemologia marxista, que inclui seu materialismo histórico-dialético. A epistemologia de Marx tem por base a lógica dialética que objetiva o estudo do direcionamento do pensamento na busca da verdade. A questão fundamental para o filósofo é definir que o pensamento é verdadeiro e como podemos estabelecer a sua veracidade. A verdade A definição clássica da verdade foi aceita por muito tempo como um juízo que corresponde à realidade. Porém, essadefinição apresenta uma certa carência que conduz a uma imprecisão. Os conceitos de “correspondência” e “realidade” podem ser considerados diferentes. Diversas abordagens t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 19 podem ser apresentadas sobre correspondência e realidade. Tanto o idealismo quanto o materialismo servem-se desses conceitos. Marx pretende colocar a verdade de forma menos abstrata. “Parece que o melhor método será começar pelo real e pelo concreto, que são a condição prévia e efetiva; assim, em economia política, por exemplo, começar-se-ia pela população que é a base e o sujeito do ato social de produção como um todo”. (MARX, 1983, p. 218). O pensador busca uma verdade mais objetiva. A verdade objetiva seria o conteúdo das concepções humanas onde nem o sujeito, nem o homem e nem a humanidade fossem seus determinantes. O conhecimento não pode não ser humano, o que caracteriza nesse instante a verdade como subjetiva. O caráter objetivo da verdade infere no fato de que o conteúdo do conhecimento independe da humanidade. Tem-se aqui a dialética do sujeito e do objeto ligada ao conceito da verdade objetiva. A verdade objetiva é um processo de movimento do pensamento para a dialética materialista. O pensamento ao se encontrar com objeto não encontra uma verdade pronta, mas é nele que está a investida de tal investigação. O processo do pensamento O processo do pensamento e o pensamento em processo estão relacionados. Isso diz que tudo o que é imutável, estável, deve ser absoluto e tudo que é relativo reúne onde encontra-se o mutável, o transitório. É na passagem do absoluto ao relativo e vice-versa que podem ocorrer mudanças. Ou seja, o concreto é concreto, porque é a síntese de múltiplas determinações. Portanto, fica evidenciado que o pensamento vive seu caráter de absoluto e de relativo como contradição, pois o pensamento tudo apreende e ao mesmo tempo vive a impossibilidade de que todas as pessoas realizem essa faculdade. A verdade absoluta e a relativa são dois momentos necessários de uma verdade objetiva. Esses momentos são a expressão de etapas distintas do mundo objetivo do homem. O pensamento humano é por natureza capaz de fornecer e nos fornece a verdade absoluta, que se forma da soma das verdades relativas. A diferença entre a verdade absoluta e a relativa reside no grau de precisão com que cada uma reflete o mundo objetivo. Porém, ambas sempre são momentos da verdade objetiva que acontece como processo, como movimento. A soma das verdades relativas contribui para a formação da verdade absoluta, mas isso não se dá de forma mecânica. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 20 A relação teórica entre sujeito e objeto se dá através da relação prática que eles travam entre si, partir daí que o pensamento tem sua origem e desenvolvimento. Não existe um princípio inato, preexistente que deu origem. Existe a atividade, a prática, a raiz não está nem no espírito, nem na matéria, está na atividade. A prática se guia pela união entre sujeito e objeto, desse modo, o resultado dessa união é um mundo concreto-sensorial que podemos conhecer. Materialismo dialético Pelo materialismo dialético o objeto incorpora-se à prática e a prática entra na realidade objetiva. Quando sujeito e objeto encontram-se, o sujeito coloca-se ativamente na relação e o objeto assume seu caráter determinante. O sujeito somente age sobre o que se dá a ele, ou seja, o objeto. Os fatores físicos, químicos etc. do objeto constroem o campo de atividades do sujeito. O homem atuando pelo seu pensamento segue as leis do objeto. O nível do sujeito em dado momento histórico determina sua prática. O materialismo histórico-dialético de Marx, diz que, além da História determinar as ideias e a consciência de um povo, ela também é construção humana, e, dessa forma, pode ser transformada. As pessoas fazem a História, portanto, elas que criam os problemas sociais, por exemplo, instaurando o abismo que separa ricos e alienados pobres. Somente as pessoas podem mudar essa realidade Portanto, a prática é a própria base do pensamento assim como seu critério de verdade. É pela prática que o homem descobre o que lhe é essencial e o que não é. Sendo então, a prática a base e o fim do conhecimento, então o conhecimento verdadeiro visa a prática. Nesse contexto, o prático e o teórico relacionam-se, pois, em cada realização material humana ocorre uma melhora, um ajuste nas ideias que buscam a objetividade. A prática, como critério de verdade, é marcada pela dinâmica da dialética, ou seja, é absoluta e relativa ao mesmo tempo. É absoluta, porque o que ele apresenta é a objetividade do mundo objetivo. É relativa, porque tudo o que é humano não pode ser confirmado ou rejeitado absolutamente. Veja como esse assunto é cobrado na prova UFU 2010 Para Marx, o materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história. Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 21 história pela ação dos ‘grandes homens’ ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes”. Assim, para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais ele produz suas condições de existência, pois são estas que determinam a linguagem, a religião e a consciência. (ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, p. 241.) A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos sobre o pensamento de Karl Marx, assinale a alternativa que indica, corretamente, os dois níveis de “condições de existência” para Marx. A. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; e superestrutura, caracterizada pelas estruturas jurídico-políticas e ideológicas. B. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; e materialismo dialético, que é na verdade a forma pela qual o homem produz os meios de sobrevivência. C. Modos de produção, caracterizados pelo pensamento filosófico dos socialistas utópicos; e o imperialismo, característica máxima do capitalismo industrial. D. Imperialismo, característica do capitalismo industrial; e infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza. Comentários: A. A alternativa está correta. Exato, a alternativa explica corretamente o que é a infraestrutura e a superestrutura, condições de existência do homem. B. A alternativa está incorreta. Que a infraestrutura (ou estrutura) é caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza é verdade. Mas o materialismo histórico-dialético diz sobre a construção da consciência do homem. C. A alternativa está incorreta. Os modos de produção eram guiados pelo capitalismo. O imperialismo deu margens para que ocorresse a revolução industrial, portanto é anterior, não podendo ser sua característica D. A alternativa está incorreta. Gabarito “A” t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 22 ARTHUR SCHOPENHAUER (1788 – 1860) Schopenhauer nasceuem 22 de fevereiro de 1788, em um mundo prestes a se transformar completamente, o mundo depois da revolução industrial. Filho de um comerciante atacadista, Heinrich Floris Schopenhauer, e de sua esposa, vinte anos mais jovem, Johana Schopenhauer. Seu pai era um melancólico comerciante, pai distante e ausente, e sua mãe uma apaixonada pela vida social e desapaixonada pelo marido, Schopenhauer nunca sentiu realmente o calor de uma família e a sensação de ser amado. Muito conhecido por seu pessimismo, Arthur Schopenhauer, autor da obra O mundo como vontade e representação, desenvolve uma filosofia fortemente ligada a concepções metafísicas, o que ele chamou de Metafísica da Vontade. A vontade Para o filósofo alemão, a vontade é um princípio ontológico. É a partir dessa ideia de vontade que ele se propôs a refletir de acordo com os limites das possibilidades do entendimento e do conhecimento humano. Porém, sem a pretensão que chegaria a uma verdade inabalável. Diz ele: “Minha doutrina [...] assemelha-se em certa medida a um cálculo bem resolvido; embora de modo algum no sentido de que não deixe problema sem resolver ou questão sem responder. Afirmar isso seria uma presunçosa negação dos limites do conhecimento humano” (SCHOPENHAUER, 2015, p. 225). Sua teoria se desdobra a partir da inovação que ele faz através da avaliação a respeito da coisa em si kantiana. Kant diz que não é possível conhecer nada que não esteja no tempo e no espaço, somente o que pode ser experimentado pode ser conhecido, nesse contexto, a coisa-sem-si não pode ser conhecida, já que ela é a essência, portanto, metafísica. Para Schopenhauer, a vontade é a coisa em si. A vontade nos aparece como essência íntima do mundo que, apesar de continuar sendo impossível aos sentidos, pode nos aparecer no entendimento e na intuição como uma essencialidade para a causalidade. Segundo o filósofo, o homem é como uma marionete e a Vontade é o que move, pois está necessariamente submetido o tempo inteiro e em todo o espaço. Ou seja, a Vontade é o que faz possíveis os fenômenos no exterior dos sujeitos bem como as representações internas a ele apresentadas; afinal, o próprio sujeito é Vontade e, consequentemente, é coisa em si. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 23 A Vontade como substância primeira tem por função escravizar o mundo e fazer dele sua manifestação, sendo nós, seres humanos, seus atores principais, indiscutivelmente aptos ao sofrimento que ela nos causa. Aqui, deflagra a filosofia pessimista de Schopenhauer, porém, na busca da compreensão da Vontade metafísica, é preciso ir além. Não dá para tirar conclusões de um pensamento complexo assim. Vale lembrar que tais concepções abrangem um campo epistemológico muito avançado, sendo inclusive responsáveis por influenciar Nietzsche e figurar na formação da psicanálise freudiana. Veja como esse assunto é cobrado na prova (Gabriela C. Garcia) A vontade em Schopenhauer é anterior ao intelecto e à vida. Ao invés de pensar na vontade como um fenômeno da vida, Schopenhauer pensa a vida como um fenômeno da vontade; não somente o que é vivo quer, mas dentre as coisas que querem estão as coisas que são vivas. Moreira, Fernando. "Sobre a relação entre vida e vontade na metafísica da natureza de Schopenhauer" Voluntas: Revista Internacional de Filosofia [Online], Volume 2 Número 2 (1 dezembro 2011) Para Schopenhauer a função da vontade seria perpetuar uma vida essencialmente de sofrimento. Sobre a vontade é correto afirmar: A. A vontade não é o princípio ontológico do mundo. B. A vontade é a força da qual a vida humana é a única de suas expressões. C. A vontade não é a dimensão interna do homem, visto que não conecta sua essência com a essência do mundo. D. A essência última do mundo seria a vontade, seria o principal elemento constituinte do mundo. E. A vontade deseja só o que é proibido, por isso o sujeito sofre. Comentários: Para responder essa questão, entender a filosofia de Schopenhauer é relevante. Esse pensador via na vontade a própria existência, já que tudo se move para se satisfazer. O problema é que essa mesma vontade também nos traz sofrimento, posto que uma vontade insatisfeita gera sofrimento, frustração e uma vontade satisfeitas gera tédio e logo outra vontade, por isso o perpétuo sofrimento da existência. A questão pede que assinale a afirmação correta sobre a vontade, atentar-se ao comando é fundamental. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 24 A. A alternativa está incorreta. A essência primeira do mundo seria a vontade, o principal elemento constituinte do mundo (movimento de algum ser em função de satisfação). B. A alternativa está incorreta. A vontade não é a força da qual a vida humana é a única de suas expressões. C. A alternativa está incorreta. A vontade é a dimensão interna do homem, visto que se conecta sua essência com a essência do mundo. D. A alternativa está correta. Exato, para Schopenhauer, a essência última do mundo seria a vontade, seria o principal elemento constituinte do mundo. E. A alternativa está incorreta. A vontade deseja o proibido, o permitido, o idealizado, etc. A vontade está presente na busca de saciar a sede e na projeção de um novo emprego. Gabarito: “D” SØREN KIERKEGAARD (1813 – 1855) Kierkegaard nasceu e morreu em Copenhague. Foi um filósofo, teólogo, poeta e crítico social dinamarquês, por muitos considerado o primeiro filósofo existencialista. Durante sua carreira ele escreveu textos críticos sobre religião organizada, cristianismo, moralidade, ética, psicologia e filosofia da religião, também escreveu sobre seu gosto por figuras de linguagem como a metáfora, a ironia e a alegoria. Grande parte do seu trabalho filosófico aborda as questões sobre o indivíduo único além de priorizar a realidade concreta e a escolha individual. Migalhas Filosóficas O livro aborda a questão de como o conhecimento pode ser apreendido. Ele traz uma discussão sobre a teoria socrática da reminiscência e da divindade cristã e como elas podem informar aquele que busca aprender a verdade. Ao mesmo tempo, é um importante texto inicial sobre filosofia existencialista t.me/CursosDesignTelegramhub https://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimento https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Teoria_da_reminisc%C3%AAncia&action=edit&redlink=1 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 25 Migalhas filosóficas tem como ponto de partida a seguinte questão: “Em que medida se pode aprender/ser ensinada a verdade?” (KIERKEGAARD, 2008, p. 27). A referência à questão platônica fica evidente, porque Kierkegaard faz menção ao problema da possibilidade de a virtude poder ou não ser ensinada. Contudo, como a virtude é definida, por diversas vezes nos diálogos platônicos, como uma sorte de conhecimento, é legítima a pergunta pela possibilidade de apreensão – e transmissão – da verdade. É preciso antes definir o que vem a ser a verdade. Filósofos modernos, como Hume, por exemplo, define dois tipos de verdade, as verdades da razão e as verdades de fato. As verdades de razão são aquelas que tem os atributos de necessidade e universalidade, ou seja, apoiadas sobre o princípio lógico da não-contradição, tendo, como o exemplo as verdades matemáticas. Já as verdades de fato são aquelas que se desenrolam no plano da atualidade da existência, no domínio do devir, apreensíveisempiricamente e, portanto, são contingentes por sua própria constituição. É a partir dessa representação intelectual da realidade, em que a articulação dialética se mostra com uma vitalidade a que tudo teria de se submeter, Kierkegaard diz não, ele observa que falta algo de fundamental, que é a consideração da realidade singular do indivíduo como dado primário e irredutível. O indivíduo diante o absoluto O que é indivíduo diante o absoluto? Como podemos compreender essa relação? Para Kierkegaard, o absoluto é a própria individualidade. Quando se fala da incorporação do singular no universal revela-se uma lógica pautada pela primazia do conceito em relação à experiência vivida. Ou seja, a existência singular pensada no sistema hegeliano, por exemplo, está em função de uma razão universal a qual essa existência estaria a priori submetida. Dessa maneira, segundo Kierkegaard, a realidade da existência, que é sempre individual e singular, vai se dissolver numa totalidade universal formalmente concebida. Portanto, o que Hegel ganhou em relação à ordenação lógica e conceitual, ele perdeu no que tange a realidade concreta. Para o filósofo dinamarquês, a realidade é substancialmente o indivíduo, logo, a verdade é subjetiva. A verdade é a subjetividade, porque precisamente na subjetividade está o lugar da experiência vivida de modo concreto e singular. Nesse caso, a subjetividade é tida como absoluta e a experiência subjetiva é uma certeza. Vale ressaltar que o caráter absoluto da subjetividade não significa que ela seja uma realização lógica completa. Pelo contrário, a subjetividade é absoluta, porque é absolutamente impossível o homem superar a sua condição finita. A experiência humana está t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 26 condicionada à sua finitude. Porém, essa vinculação lógica dos termos nada nos diz acerca sobre a capacidade reduzida da experiência do indivíduo singular, porque essa experiência possui, fundamentalmente, uma dimensão existencial e religiosa que escapa a conceituação racional. A partir desse pensamento, Kierkegaard critica de forma incisiva o cristianismo de sua época. Kierkegaard é um profundo cristão, para ele, o cristianismo não é uma cultura, a cultura é a cristandade. Dizia que a história tinha transformado o cristianismo em uma cultura cristã superficial. Tal cultura, inventada, serviu para facilitar as respostas sobre o sentido da existência. A cristandade é estar em constante luta interior, em temer, ter escrúpulos, se angustiar, se rebaixar e se humilhar. Visto o cristianismo como um instrumento para viver a vida em paz e serenidade. Esse tipo de cristianismo esconde e dissimula o verdadeiro aspecto do cristianismo. O de que o ser humano é finito. A condição Humana Esse é o drama da subjetividade, não há como pretender atingir qualquer certeza acerca de seus fundamentos. Por isso, a realidade da experiência individual, subjetiva e singular, é vivida na incerteza e a partir da ausência de fundamentos. Não há como construir um sistema geral em que a subjetividade seja explicada como um momento a ser absorvido numa universalidade mais compreensiva, como pretendia Hegel. Nesse sentido, conceituar a subjetividade é torná-la abstrata; explicá-la é destruir a sua realidade. Por isso a experiência da condição humana passa pelos três “estádios” enumerados por Kierkegaard. Visto que o ser humano é finito e tem que constantemente fazer escolhas, são essas escolhas que podem levar o indivíduo a uma vida ética. É parte da condição humana fazer tais escolhas e são as mesmas que nos traz a angústia. A partir dessa teoria existencialista, Kierkegaard dizia que a verdade está na subjetividade, por isso era fundamental entender o resultado das escolhas individuais, posto que elas refletem na sociedade. Então, o filósofo teoriza três estádios ou modos de existência: Estádio Estético t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 27 No que tange às escolhas, esse sujeito tem medo de errar em suas escolhas e por isso deixa a escolhas para outros. Ele sofre por não ser “dono” de suas escolhas, mas também se livra da responsabilidade que pode gerar angústia. Estádio Ético Esse sujeito assume escolhas, tem consciência do que renuncia, mesmo que se sinta infeliz com suas escolhas. Esse sujeito assume até o fim, porém sempre pensa nas possibilidades de suas renúncias, por isso, sofre. Sujeito Religioso É o sujeito que escolhe, compra essa escolha e não se preocupa com os caminhos que renunciou, preocupa-se com suas escolhas, pois essa era a melhor escolha. Esse sujeito não se angustia. Kierkegaard pretende trazer as possibilidades que o indivíduo tem em sua existência. O sujeito sempre é levado a escolher entre esses estádios, já que eles são qualitativamente diferentes dos outros entre si. Ordenados por paixões e valores singulares. O indivíduo que está em um estádio se mantém nele enquanto optar por isso, haja visto que ele é livre para mudar de estádio. Contudo, é pela interioridade que o indivíduo se faz, é nela que está a sua singularidade, o seu segredo, a sua absoluta subjetividade. Não há intermédio exterior pela qual se possa chegar a essa dimensão, nem normas pelas quais se possam resolver os conflitos vividos. Veja como esse assunto pode ser cobrado na prova (Gabriela Garcia) O filósofo dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard identificou três estádios distintos ou modos de existência. São eles: A. Estádio empírico, estádio racionalista, estádio existencialista; B. Estádio racionalista, estádio religioso, estádio jurídico; C. Estádio ético, estádio crítico, estádio existencialista; D. Estádio estético, estádio religioso, estádio filosófico; E. Estádio estético, estádio ético, estádio religioso. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 28 Comentários: Kierkegaard foi um filósofo que fez fortes críticas ao cristianismo, mas defendia Deus e a fé. Esse filósofo dizia que o ser humano deveria passar por três estádios do conhecimento. São eles: O estádio estético, estádio ético e o estádio religioso. O Estádio Estético, no que tange às escolhas, esse sujeito tem medo de errar em suas escolhas e por isso deixa a escolhas para outros. Ele sofre por não ser “dono” de suas escolhas, mas também se livra da responsabilidade que pode gerar angústia. Sujeito Ético é o sujeito assume escolhas, tem consciência do que renuncia, mesmo que se sinta infeliz com suas escolhas, esse sujeito assume até o fim, porém sempre pensa nas possibilidades de suas renúncias, por isso, sofre. Sujeito Religioso é o sujeito que escolhe, compra essa escolha e não se preocupa com os caminhos que renunciou, preocupa se com suas escolhas, pois essa era a melhor escolha. Esse sujeito não se angustia. O comando da questão pede que assinale a alterna correta sobre tais estádios. A. A alternativa está incorreta. Não corresponde aos estádios de Kierkegaard, mas à correntes filosóficas. B. A alternativa está incorreta. Também não representa corretamente o que está explícito nos comentários. C. A alternativa está incorreta. Novamente, essa alternativa apresenta corrente filosóficas e de pensamentos, mas não os estádios de Kierkegaard. D. A alternativa está correta. A alternativa mostra os três estádios de Kierkegaard exatamente como descrito nos comentários. Gabarito “D” FRIEDRICH NIETZSCHE (1844 – 1900)Nietzsche nasceu na Prússia (atual Alemanha). Preparado para ser pastor, aos 18 anos perdeu sua fé. Aos 24 foi lecionar filosofia e poesia grega na Universidade de Basileia. Abandonou a Universidade em 1989, aos 34 anos, quando sua visão começou a lhe faltar e era acometido por fortes dores de cabeça. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 29 Viveu assim na solidão. Anos mais tarde foi internado em um manicômio, alguns diziam que era louco, outros que atingira uma enorme sanidade. A respeito de sua filosofia epistemológica, Nietzsche vai indagar o porquê de tanto interesse na verdade. Por que a verdade? Por que os filósofos de todos os tempos buscaram esta e não outra questão? Por que o chamado impulso ao conhecimento se direciona quase que espontaneamente para a verdade? Vontade da verdade O filósofo alemão vai questionar esse impulso em direção à verdade, que ele chama de vontade da verdade, quanto aos seu valor. Ou seja, por que a verdade vale mais do que a inverdade? A fim de responder à essa pergunta, o pensador vai se opor à ideia de que a verdade acompanha a história. Vai se opor à filosofia metafísica e a pesquisa histórica. Para ele, a história é fruto da atividade humana. Com isso, Nietzsche quer mostrar que a fundamentação metafísica da moral possui uma história, isto é, ela veio a ser. Os homens, em determinado momento, conjecturaram estas fundamentações e acreditaram que com elas tinham alcançado a verdade sobre o que é o bem e a justiça. Porém, esse bem e justo são imutáveis e não um bem e um justo criados. O pensador busca saber como surgiram estas fundamentações e avaliações, quais foram os impulsos que conduziram os homens na construção de tão complexas construções de pensamento. Visto que tais pensamentos conduzem as ações humanas. A verdade do engano O pensador entende que a vontade de verdade deriva de uma vontade de engano, que seria a necessidade de erguer um determinado valor a categoria de verdade para fazê-lo mais forte e mais poderoso para que se possa acreditar nele. Porém, esse valor foi criado historicamente, por isso, é um engano tê-lo como verdade. A verdade, em que se acredita, nada mais é do que a crença na veracidade de um engano. Tanto o é que qualquer verdade pertencente a outra ordem metafísica incontestável retira a validade de pertencimento, ou seja, é a crença de que a verdade pertence a uma determinada ordem que a torna incontestável. Portanto, não passa de uma crença. Uma verdade é apenas um erro mais bem aceito pela moral. Este erro, segundo Nietzsche, é um erro necessário. É preciso enganar-se sobre a existência da verdade, é preciso acreditar na verdade e valorizá-la, pois este engano parece necessário para a existência de uma espécie humana. Para o filósofo t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 30 alemão, seria impossível viver sem representações valorativas e lógicas, neste sentido, a vontade de verdade, isto é, a busca e valorização da verdade acima da ilusão seria uma forma de autopreservação e possui uma função reguladora. Seguindo a linha de raciocínio, a transformação da criação (engano) em verdade está na necessidade de se acreditar em algo inventado como se fosse uma verdade absoluta para com isso acreditar em um erro. Gustavo Arantes Camargo, doutor em filosofia pela PUC-RJ, mostra em seu artigo Conceito de verdade em Nietzsche (2008), que a linguagem aparece como criação de um mundo, ela foi inventada, mesmo assim é útil e necessário para a conservação e o fortalecimento de nossa espécie. Para Nietzsche, até mesmo a lógica é uma ficção, visto que ela que decorre de um longo processo de desenvolvimento histórico, portanto, não é uma categoria inata do sujeito. Porém, Camargo (2008) deixa claro que para o filósofo alemão, a lógica é um instrumento importante, mas não é inerente ao homem e é localizada na experiência. A razão possui uma história. O que leva o pensador a ter dificuldades de afirmar que a razão possa levar o homem à uma verdade além da experiência sensível. A razão e a lógica são instrumentos necessários no desenvolvimento de uma espécie, mas suas conclusões não podem ter valor absoluto sobre os demais juízos. “A aberração da filosofia se deve ao fato de que ao invés de ver na lógica e nas categorias da razão os meios de acomodar o mundo a seus fins utilitários (então, ‘por princípio’, de uma falsificação utilitária), acredita-se ver aí o critério da verdade ou da ‘realidade’. O ‘critérium da verdade’ é apenas a utilidade biológica de um tal sistema de falsificação por princípio: e como uma espécie animal não conhece nada mais importante que sua preservação, poder-se-ia de fato falar aqui de ‘verdade’. Mas, a inocência seria de tomar a idiossincrasia antropocêntrica por medida de todas as coisas, por linha divisória entre o ‘real’ e o ‘irreal’. (FP 14: 14 [153], Início 1888 – janeiro 1889. Apud: CAMARGO, Gustavo Arantes.) A lógica tem o alcance de uma falsificação utilitária. Portanto, devemos tomar como construções os edifícios racionais e teóricos, nos quais se sustenta toda a comunicação e sociabilidade. Eles não são verdades, segundo a filosofia nietzscheana. Significa afirmar sobre o conceito de verdade em Nietzsche. Reconhecer a inverdade como condição de vida. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 31 Quando acreditamos na falsificação como verdade e a partir dessa crença lançamos nossas possibilidades de existir, agimos na ilusão e no engano. Por isso, Nietzsche define como preconceito moral o fato de que a verdade tenha um maior valor do que a aparência. Vontade de Verdade e Vontade de Engano A vontade de verdade e a vontade de engano são a mesma vontade, só que observadas de aspectos diferentes. A vontade de verdade é a busca metafísica por um fundamento último para o conhecimento. Reside na crença de que por meio da razão e das construções intelectuais podemos alcançar uma espécie de verdade primordial. Já a vontade de engano é a maneira como Nietzsche enxerga esta vontade de verdade. O pensador entende a razão e as demais construções intelectuais como construções históricas, porém, as compreende como necessárias. Acreditar nas falsificações como se fossem verdades. Esta é a ilusão necessária que Nietzsche chama de vontade de engano. A vontade de verdade, a busca da verdade e a crença nesta verdade decorrem da necessidade de se acreditar nas construções históricas e culturais, ou seja, decorre da vontade de engano. Veja como esse assunto é cobrado na prova UFU 2017 Nietzsche escreveu: E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, precisamente uma necessidade tal como o apolíneo! NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 38. Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo. A. O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder místico do uno primordial. B. O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a natureza e suas forças demoníacas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 32 C. O dionisíaco é o instinto,a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o equilíbrio, a força figurativa. D. O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo representa a música primordial não objetivada. Comentários: Para responder essa questão é preciso conhecer a filosofia de Nietzsche. Nietzsche desenvolve uma filosofia que tece críticas à filosofia clássica e moderna que valorizou demasiadamente o uso da razão, da lógica, do conhecimento científico, ou seja, do “espírito apolíneo” – que se refere à Apolo, deus da ordem e do equilíbrio. Isso fez se perder a proximidade com a natureza e suas forças, não sabemos lidar com o acaso, ou seja, abandonamos “espírito dionisíaco” – que vem de Dionísio, o deus do vinho e das festas. Portanto, a história da filosofia só demonstra o triunfo da razão. Seria preciso, assim, resgatar o elemento dionisíaco da vida. Esse pensamento fica expresso em sua obra “O Nascimento da Tragédia”. O comando da questão pede que assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo. A. A alternativa está incorreta. Apolo que representa o equilíbrio, a racionalidade. B. A alternativa está incorreta. Dionísio é o deus do transe, da embriagues. C. A alternativa está correta. Perfeita definição. D. A alternativa está incorreta. Dionísio representa a música. Gabarito “C” EDMUND HUSSERL (1859 – 1938) Husserl foi um filósofo e matemático que nasceu na Morávia (Atual República Tcheca). É fundador da fenomenologia, corrente filosófica que tem como base do conhecimento a intencionalidade. Para haver consciência de algo é preciso antes haver a intenção, é a intenção que direciona a consciência. Suas teorias foram forte influência a diversos filósofos, entre eles, Heidegger, Merleau-Ponty e Sartre. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 33 O método fenomenológico de Husserl busca estabelecer um alicerce seguro, livre de pressuposições, preconceitos para a filosofia. Devemos buscar as próprias coisas. Esta é a regra primeira e fundamental do método fenomenológico e por “coisas” entende-se aquilo que vemos diante nossa consciência. O que se apresenta chama-se fenômeno, ou seja, é o que está dado. O Método Husserl reivindica o rigor metodológico da ciência para a filosofia. O rigor que Husserl reivindica para o seu método fenomenológico advém do propósito desse pensador em dar à filosofia o mesmo rigor metodológico conferido à ciência. Por ter efetuado estudos nos campos da matemática e da lógica, Husserl sempre nutriu certo apreço pelo rigor metodológico. Para tanto, o pensador propõe a “análise compreensiva” da consciência, visto que todas as vivências do mundo se dão na e pela consciência, que como dito, está vinculada à noção de intencionalidade. O método radical para compreender o fenômeno, chama-se redução fenomenológica (epoché) ou redução transcendental, ele consiste em pôr "entre parênteses" o mundo quando se deseja compreender o fenômeno. A epoché consiste numa suspensão momentânea da “atitude natural” com a qual nós nos relacionamos com as coisas do mundo. Isso consiste em deixar provisoriamente de lado todos os preconceitos, teorias, definições, etc., que nós utilizamos para conferir sentido às coisas. Nas palavras de Martins no artigo Estudos sobre existencialismo, fenomenologia e educação: "a fenomenologia procura enfocar o fenômeno, entendido como o que se manifesta em seus modos de aparecer, olhando-o em sua totalidade, de maneira direta, sem a intervenção de conceitos prévios que o definam e sem basear-se em um quadro teórico prévio que enquadre as explicações sobre o visto". (Martins, 2006) A atitude não-fenomenológica consiste na atitude natural, faz o homem olhar o mundo de maneira ingênua como mundo dos objetos. A fenomenologia busca uma nova fundamentação da filosofia e das ciências singulares. Enquanto as ciências positivas consideram os objetos como independentes do observador, a fenomenologia tematiza o sujeito, o eu transcendental, que “coloca” os objetos. O método de Husserl inicia-se ao evitar a atitude natural, ou seja, aceitar aquilo que vem do senso comum, que vem pronto. Observe que isso não significa negar a existência, mas abstrair a existência, reduzir o fenômeno a ele mesmo. A partir dessa redução do fenômeno, também conhecido t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 34 como variação eidética, é possível notar quais são a correntes de vivências puras que permanecem e com isso constata-se que a consciência é consciência de algo. Esse algo é o que se chama de fenômeno. A consciência é o que dá sentido de algo que é (sentido do ser), essência e tudo ocorre por meio da intencionalidade, ou seja, através de sua orientação intencional para encher o vazio. O conceito de intencionalidade da consciência é o conceito fundamental e constitutivo na fenomenologia desse pensador. Nela constituem-se os cogitata do cogito, os “objetos” da consciência. A intencionalidade Husserl busca desenvolver uma filosofia que fosse mais próxima da realidade e que pudesse ser comum quanto aos fenômenos (aquilo que se apresenta a nós). Para isso, ele dizia que seria preciso separar a consciência da carga naturalista que o senso comum deposita nela. Purificar a relação entre sujeito e objeto. A intencionalidade constitui síntese ou unidade, uma constituição ativa e passiva. Esse conceito de síntese distingue-se do tradicional, pois não se limita à síntese no juízo. Para Husserl, a fenomenologia é uma descrição da estrutura específica do fenômeno e como estrutura da consciência enquanto consciência, ou seja, como condição de possibilidade do conhecimento, o é na medida em que ela, enquanto consciência transcendental, constitui as significações e na medida em que conhecer é pura e simplesmente apreender (no plano empírico) ou constituir (no plano transcendental) os significados naturais e espirituais. Para entender essas funções até sua dimensão de profundidade em sua abrangência, necessita-se do método da redução fenomenológica. Tentando descobrir se é o sujeito que constitui o objeto ou se é o mundo que constitui a consciência do sujeito. Ele propõe que a consciência tenha autonomia assim como o objeto. Para o filósofo, a consciência está para algo, consciência de alguma coisa, ou seja, ela está sempre relacionada a algo, portanto, não podemos defini-la fora da relação sujeito-objeto, a consciência não é uma coisa, ela é um movimento de olhar. A consciência é intencionalidade: dirige-se para, visa alguma coisa. Toda consciência é consciência de (algo). Porém, a partir de sua análise, Husserl conclui que a consciência existe diante da intenção. Ou seja, ela tem uma intenção quando visa as coisas e só assim que buscamos conhecer o mundo. Conhecemos aquilo que queremos, que temos intencionalidade. Por isso conhecer é um ato egoísta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 35 MARTIN HEIDEGGER (1889 – 1976) Filósofo alemão, Heidegger foi discípulo de Husserl, portanto, deu continuidade a sua fenomenologia, ele também acabou sendo um filósofo existencialista, apesar de negar como pertencente a tal corrente. Em sua principal obra Ser e Tempo, o pensador busca o sentido do existir. Seu objeto de pesquisa foi entender o sentido do ser. Sua filosofia é uma ontologia. Ele entendeu que a metafísica fracassou nesse processo, por isso ele partede uma investigação fenomenológica para chegar ao sentido da existência. Qual ente que pode questionar a existência e o sentido do ser? Segundo o pensador alemão, o homem, visto que é o ente que pensa, sente e reflete, por isso é capaz de compreender os sentidos do ser e o fundamento da existência de todos os seres. Para ele, a principal questão da filosofia, ainda não tinha sido respondida, a questão sobre o ser. Dizia que as ciências em geral estudam o ente, ou seja, tudo o que é, que está determinado em certa forma e que podemos pensar ou falar sobre. Porém, o ser é a própria possibilidade de entender os entes como entes. Nota-se que ele considera nossa compreensão sobre o ser ainda superficial, mas o fato de tentar responder a tal questão já nos direciona na investigação. Para Husserl, a consciência é a intencionalidade, então Heidegger também pega essa linha de pensamento e diz que o homem é o ser no mundo, não escolhe estar no mundo ou não. Ele é sempre concreto, encontra-se inserido nesse mundo, é o dasein, o ser-aí. Para o pensador, entender o ser é entender o dasein, que é o ser humano em sua existência, nesse momento que ele dá abertura para o que vem a ser o existencialismo. O dasein (ser-aí), ou mesmo, o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos. 1 – A Facticidade, posto que vivemos em um mundo que não criamos e ao qual nos encontramos submetidos num primeiro momento (cotidiano). 2 – A Transcendência que é a ação que faz o homem ir além dessas determinações. A transcendência é dimensão de liberdade para o pensador alemão. O homem não nasce pronto e acabado. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 36 O dasein seria o ser no tempo. O ser como projeto, como possibilidade, o que o introduz na temporalidade. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. O sujeito e o mundo Para Heidegger, a relação sujeito e mundo, relação central para a epistemologia, é apenas uma abstração que mascara a interação existencial primária do ser humano com os entes, por isso acaba não permitindo a possibilidade de elaborar corretamente a pergunta pelo ser. Assim, o filósofo afasta-se da epistemologia e identifica-se melhor com a ideia de uma “ontologia fundamental”. Primeiro é fundamental perceber a diferença ontológica entre ser e ente e repensar as questões filosóficas sob essa perspectiva. Nunca se contempla apenas os entes, mas seu modo de ser tem que ser levado em conta. O ser-aí, dasein, tornou-se o centro da ontologia heideggeriana pelo fato de ser o ente que, em razão de seu próprio modo de ser, pré-compreende o ser e, com isso, pode perguntar pelo sentido do ser. O “ser-aí” ocupa um lugar central no pensamento de Heidegger e não se trata meramente de substituir o termo “ser humano”. O ser-aí O ser-aí não é o ser humano empírico, biológico, psicológico, sociológico, nem mesmo antropológico. Também não é o sujeito transcendental ou uma consciência pura que apreende as coisas, segundo o filósofo alemão. Vemos aqui o momento em que ele se distancia da fenomenologia de Husserl e passa para uma filosofia mais existencialista. O ser-aí de Heidegger é o ser humano “formal”, é a estrutura existencial desse ente, na medida em que a “essência” do dasein habita em sua existência. Então o ser-aí está na existência e nas possibilidades de ser-no-mundo. É sobre esse pano de fundo que Heidegger procura pela essência da filosofia e da ciência. Seguindo a linha de raciocínio do filósofo alemão, se a filosofia moderna proporcionou uma base de sustentação teórica para a ciência, elaborando teorias sobre como é possível conhecer e quais são os limites do conhecimento, então, uma das tarefas dessa nova filosofia, que é a ontologia fundamental, seria pensar como é possível que a ciência, a qual investiga aquilo que é, não se pergunte pelo que significa ser. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 37 Veja como esse assunto pode ser cobrado na prova 7. (Gabriela Garcia) Para Husserl a consciência é a intencionalidade, Heidegger, que foi seu aluno, também segue esta linha de pensamento e diz que o homem é o ser no mundo, não escolhe estar no mundo ou não. Ele é sempre concreto, encontra-se inserido nesse mundo, é o dasein, o ser-aí. Para o pensador, entender o ser é entender o dasein, que é o ser humano em sua existência. O dasein (ser-aí), ou mesmo, o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos facticidade e transcendência. Assinale a alternativa correta sobre o pensamento de Heidegger. A. Facticidade refere-se ao fato de que vivemos em um mundo que criamos e ao qual nos encontramos submetidos. B. Transcendência é a ação que faz o homem perder-se nas determinações. C. A transcendência é dimensão de determinismo para o pensador alemão. D. O dasein seria o ser no tempo, determinado. E. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. Comentários: Para responder essa questão observe as definições abaixo e veja O dasein (ser-aí), ou mesmo, o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos. 1 – A Facticidade, posto que vivemos em um mundo que não criamos e ao qual nos encontramos submetidos num primeiro momento (cotidiano). 2 – A Transcendência que é a ação que faz o homem ir além dessas determinações. A transcendência é dimensão de liberdade para o pensador alemão. O homem não nasce pronto e acabado. O dasein seria o ser no tempo. O ser como projeto, como possibilidade, o que o introduz na temporalidade. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. A. A alternativa está incorreta. Vivemos em um mundo que não criamos, nascemos ele está pronto, e estamos submetidos a ele. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 38 B. A alternativa está incorreta. Transcendência é a ação que faz o homem lançar-se para além das determinações. C. A alternativa está incorreta. Não, ela é a dimensão da liberdade. D. A alternativa está incorreta. Dasein é sim o ser no tempo, mas é aquele que se projeta neste tempo, que se lança ao futuro. E. A alternativa está correta. Condiz perfeitamente com o pensamento de Heidegger. Gabarito “E” JEAN-PAUL SARTRE (1905 – 1980) Sartre foi um filósofo francês. Nasceu em Paris e aos 19 anos começou a cursar Filosofia na “Escola Normal Superior”. Foi nesse contexto que conheceu Simone Beauvoir, que seria sua parceira por toda vida, tanto nas obras e pensamentos quanto na vida a dois. Em 1928, após se formar, o então professor vai aprofundar suas pesquisas, seus estudos na filosofia existencialista e com isso cria sua própria filosofia. Com suas teorias, ganhou uma bolsa para estudar em Berlim, é quando o filósofo se dedica aos estudos da fenomenologia e o existencialismo de Husserl e Heidegger, por exemplo. Ontologia fenomenológica Sartre desenvolve sua investigação acerca do fenômeno do ser, como dito teve forte influência fenomenológica. Tal investigação está na obra O Ser e o nada. Assim como Husserl, Sartre identifica o fenômeno como aquilo que se apresenta à consciência. Como já vimos, o método husserliano da variação eidética, de redução fenomenológica, que submete o objeto da percepção às variações do perfil, a fim de se apreender o seu aspecto invariável, ou seja, sua essência. É papel do filósofo apreender o fenômeno e encontrar sua essência sem partir de pressupostos que ocultemo ser atrás de sua aparição. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 39 Sartre também valoriza muito o cogito de Descartes, assim como Husserl também o faz, porém o pensador não segue totalmente o pensamento de Descartes. “os pressupostos históricos e metafísicos do pensamento de Sartre residem na dicotomia cartesiana de sujeito e objeto, onde a primazia é dada ao sujeito, ou, o que dá no mesmo, à subjetividade do sujeito, que encontra no cogito seu fundamento, e, por conseguinte, à fundamentação do conceito de liberdade” (LIMA, 2009, p. 27). Sartre, ao considerar o fenômeno como o absoluto, o indicará como relativo-absoluto, isto é, "o fenômeno continua a ser relativo porque o ‘aparecer’ pressupõe em essência alguém a quem aparecer" (SARTRE, 1997, p. 16). Porém a dicotomia cartesiana do sujeito e objeto, que acredita em uma substância pensante, no res cogitans, como algo que se sobrepõe. Não é adotada na argumentação sartreana em torno do fenômeno de ser. O ser do fenômeno Sartre propõe compreender o fenômeno do ser que acaba por se torna a busca do ser do fenômeno. Vemos isto no trecho seguinte de O Ser e o Nada - Ensaio de Ontologia Fenomenológica, de Sartre: (...) Toda consciência, mostrou Husserl, é consciência de alguma coisa. O primeiro passo de uma filosofia deve ser, portanto, expulsar as coisas da consciência e restabelecer a verdadeira relação entre esta e o mundo... Contudo, a condição necessária e suficiente para que a consciência cognoscente seja conhecimento de seu objeto é que seja consciência de si como sendo este conhecimento. Se minha consciência não fosse consciência de ser consciência de mesa, seria consciência desta mesa sem ser consciente de sê-lo, ou, se preferirmos, uma consciência ignorante de si, uma consciência inconsciente - o que é absurdo (SARTRE, 1997, p. 16). Ao desenvolver sua análise existencial em torno da busca pelo ser do fenômeno, Sartre deixa claro que quando um sujeito se propõe a conhecer algo ele tem que tomar consciência de que ele é algo, ele já é um objeto de conhecimento de si mesmo. Ao analisar o fenômeno de ser, Sartre o considerou como aquilo que aparece em si mesmo, como aquilo mesmo que se mostra à consciência. É neste contexto t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 40 que Sartre irá apresentar dois tipos de seres absorvidos em sua análise existencial: o ser-em-si e o ser- para-si. O filósofo vai analisar estes dois tipos de seres. O ser-em-si é o ser tal como nos aparece, seria o objeto que aparece à consciência. É todo o ser desprovido de consciência; é aquilo que se mostra à consciência e que dela difere. Ser-em-si é todo o amontoado de seres que circundam a consciência (com exceção das outras consciências). Nesse sentido, o ser-em-si constitui o mundo bruto ante o qual engendramos a nossa existência. O ser-em-si é considerado em sua contingência. O ser-para-si para Sartre apresenta como outro tipo de ser, mas que vem no rastro do ser- em-si, a consciência. Visto que toda consciência é consciência de algo, significa que ela é constituída, originalmente, como vazio de tudo, menos do objeto transcendente do qual ela é atualmente consciente. Chama-se o objeto de transcendente, porque ele está fora da consciência e não existe entre eles coincidência, existe intencionalidade. Por isso, a consciência é intencional, como já afirmava Husserl. O nada Segundo Sartre, o nada, ou seja, o não-ser, vem ao ser através de minhas relações concretas com o ser-em-si que está ao meu redor. Com isso, o filósofo francês atribui um estatuto ontológico ao não-ser, isto é, o nada é nadificado a partir do fundamento do ser. Podemos concluir que o ser-para-si é o ser pelo qual o nada vem ao mundo. É partir desta linha de raciocínio que Sartre vai falar sobre o conhecimento. Para ele, o conhecimento só acorre da presença de..., ou seja, as coisas se apresentam à consciência e se diferem dela, neste sentido: "conhecer implica, antes do mais, o dar-se conta de que o objeto não é a consciência e que a consciência não é o objeto... Para Sartre, em resumo, o conhecimento parece constituir-se essencialmente como atividade negadora", diz Moraiva em seu artigo sobre Sartre, de 1985. A consciência Depois de definir o ser-para-si (consciência) como intencionalidade, o pensador francês apresenta a consciência sob duas “faces”. A consciência se faz como consciência refletida (consciência imediata) e consciência reflexiva. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 41 A consciência refletida é a consciência imediata do objeto dado, ela é dada pela percepção, não-reflexiva. Somente posteriormente é que disponho essa consciência imediata à uma consciência reflexiva. A consciência imediata seria a condição mesma da própria reflexão. Contudo, pode-se observar que Sartre está em sua ontologia, numa tentativa de se superar o idealismo e o realismo. Portanto, o mundo não seria resultado de minha subjetividade e nem a consciência seria um recipiente fechado em si, que seria “afetada” passivamente pelo mundo à sua volta. As noções do ser-em-si e do ser-para-si resumem o esforço do pensador francês ao desenvolver tal filosofia. É a partir dessa ontologia fenomenológica que o conceito de liberdade surgirá. Veja como esse assunto pode ser cobrado na prova (Gabriela C. Garcia) “... Por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. […] Não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não temos, nem atrás de nós nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo o que fizer. ” SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 09 “Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem como circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”. MARX, Karl; O 18 Brumário de Luís Bonaparte, p. 329 Sabe-se que Sartre e Marx divergem no que tange o conceito de liberdade. A partir dos excertos acima e de seus conhecimentos sobre o tema nota-se que: A. Sartre defende que há determinismo, Marx defende que o homem é livre independente das circunstâncias. B. Sartre defende que há determinismo e Marx estabelece um meio termo entre o determinismo e a total liberdade do homem. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 42 C. Quando Sartre afirma “o homem está condenado a ser livre”, diz o mesmo que Marx quando defende que “os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem”. D. Sartre diz que o homem é condenado a ser livre pelo fato de não poder escolher que não quer escolher. Já Marx afirma que o homem tem suas possibilidades condicionadas pelo mundo material em que vive. E. A liberdade para Sartre não tem limites, já para Marx ela não existe. Comentários: Para Marx, a liberdade humana como a constante criação prática dos indivíduos. Não há liberdade semo mundo material no qual os indivíduos manifestam na prática sua liberdade junto com outras pessoas. Ou seja, a liberdade humana só pode ser encontrada de fato pelos indivíduos na produção prática das suas próprias condições materiais de existência. Já Sartre diz que a liberdade é uma condição intransponível do homem, da qual, ele não pode, abrir mão, isto é, o ser- humano está condenado a ser livre e é a partir desta condenação à liberdade que o homem se forma. A existência do Outro constitui um limite para liberdade do homem, contudo, não o limita "como ser humano", mas é o Outro que o torna um ser humano. O comando da questão pede que assinale a alternativa que define os conceitos de liberdade para Marx e Sartre e o entendimento sobre tais conceitos é fundamental para atender o que se pede. A. A alternativa está incorreta. Sartre não acreditava em determinismo. B. A alternativa B está incorreta. Marx via liberdade como prática de criação, não fala sobre meio termo. C. A alternativa C está incorreta. Os significados das frases não coincidem. D. A alternativa está correta. As definições se encaixam nos pensamentos dos filósofos referidos. E. A alternativa E está incorreta. A liberdade para Sartre pode encontrar limitações, mas isso não impede seu exercício. Gabarito: “D” t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 43 MAURICE MERLEAU-PONTY (1908 – 1961) Filósofo francês, Merleu-Ponty inspirou-se na filosofia fenomenológica de Husserl, mas foi mais a fundo na ideia corpo-mente e criticou Husserl por se preocupar demais com discussões das essências. Deve-se a ele a primeira reflexão mais densa sobre o corpo vivo, pensamento que opõe a divisão entre sujeito e objeto. Foi após a sua filosofia sobre o corpo que discussões acerca de temas sobre conhecimento, liberdade, linguagem, política, estética e intersubjetividade, os quais essas discussões passaram a se estender. A filosofia do corpo O filósofo francês sabia que a fenomenologia era estudo das essências, mas para ele, ela é também “uma filosofia que repõe as essências na existência e não pensa que se possa compreender o homem e o mundo de outra maneira senão a partir de sua facticidade”. (MERLEAU-PONTY, 1999. P.1.) Foi por meio de sua filosofia sobre o corpo vivo, que o pensador se dedicou às discussões sobre o conhecimento, por exemplo. O conceito de intencionalidade permitiu ele se propor a compreender melhor as relações entre consciência e natureza, entre interior e exterior. Com isso ele notou que o corpo é condição necessária para qualquer experiência no mundo. O corpo não é algo que nos me pertence, nós somos o próprio corpo. Não é algo que está no tempo e espaço, ele habita o espaço e o tempo. O corpo é o que permite a existência do mundo para cada um. Quanto a facticidade e consciência (transcendência) de Heidegger, Merleau-Ponty não concorda e desconstrói a ideia de que um lado está o corpo, a facticidade e do outro a consciência, que transcende. Para o pensador, a realidade não se apresenta igual a percepção das pessoas, mas se constrói a partir da vivência de cada um. Portanto, o sentido que damos ao mundo não é resultado de uma consciência, ele é o significado que o homem dá ao mundo a partir de sua existência, a partir do lugar que ele ocupa. Segundo o filósofo francês, o papel do corpo é o de realizar a mediação entre nós e o mundo. O corpo é natureza, cultura e tempo. Tempo porque habita na temporalidade; natureza porque é composto pelas mesmas substâncias, os mesmos tecidos e está submetido às mesmas forças que a natureza. O corpo é cultura porque possui forças para transcender as forças da natureza. Sua condição de t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 44 transcendência permite que ele ultrapasse a fronteira do animal, do natural. Com isso, ele constrói outra ordem, a simbólica, criando a cultura. É por isso que o corpo é mais que um mecanismo biológico, uma mera soma de manifestações causais. Antes de qualquer ciência ou filosofia está o corpo no mundo, o que o leva a repensar seus fundamentos. É preciso voltar-se ao mundo vivido e com isso a ciência a filosofia tem como referência do homem e partir daí o corpo percebe e é simultaneamente percebido. O corpo é realidade que exerce uma comunicação com o mundo. É por isso que “o mundo é não aquilo que eu penso, mas aquilo que eu vivo; eu estou aberto ao mundo, comunico-me indubitavelmente com ele, mas não o possuo, ele é inesgotável” (Merleau-Ponty, 1945/1999, p. 14). Intersubjetividade Merleau-Ponty demonstra a unidade do mundo como mundo sensível. Estabelece aí a intersubjetividade. Nesta perspectiva filosófica, Adão José Peixoto, em seu artigo Os sentidos formativos das concepções de corpo e existência na fenomenologia de Merleau-Ponty, nos traz um parecer de Marilena Chauí: “corpo e mundo são um ‘campo de presença’ onde emergem todas as relações da vida perceptiva e do mundo sensível. Há um logos do mundo estético, um campo de significações sensíveis constituintes do corpo e do mundo” (Chauí, 1989, p. XII). Peixoto (2012) enfatiza que é esse logos do mundo estético que, segundo Merleau-Ponty, possibilita a intersubjetividade como intercorporeidade que, por intermédio da manifestação corporal na linguagem, realiza a comunicação com os outros e com o mundo, criando-se, assim, o logos cultural. O corpo-próprio é também “nó de significação”, é fonte de sentidos. O corpo não é apenas objeto físico mas também objeto simbólico, “um visível que se vê, um tocado que se toca, um sentido que se sente”. Merleau-Ponty fala de um mundo da existência, onde estão os horizontes mais concretos de nossa existência; é o mundo do trabalho, do lazer, da educação, da cultura, da política, da economia; mundo humanizado. É o mundo da percepção; mundo percebido, o mundo que envolve minha existência como um todo, a existência corporal, espiritual e suas manifestações; é o mundo que constitui o solo da nossa existência. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 45 Veja como esse assunto é cobrado na prova 9. ENEM - 2018 “O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta, se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento.” MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado). O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por A. reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético. B. ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias. C. associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade. D. conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento. E. compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. Comentários: A questão traz a visão fenomenológica de Merleua-Ponty. Tal filósofo supera o dualismo corpo/alma, procurando compreender nesses polos as relações de reciprocidade. Acredita que é na dinâmicaentre essas polaridades que pode ser encontrado o sentido tanto do corpo quanto da alma. Não é nos polos, mas no entre, na mediação, que devemos buscar o sentido das coisas. Nesse sentido, o corpo não se identifica com as coisas, mas é ser-no-mundo. Observe esse conceito nas palavras do filósofo. (...) o mundo é inseparável do sujeito, mas de um sujeito que não é senão projeto do mundo, e o sujeito é inseparável do mundo, mas de um mundo que ele mesmo projeta. O sujeito é ser-no-mundo, e o mundo permanece "subjetivo", já que sua textura e suas articulações são desenhadas pelo movimento de transcendência do sujeito. Merleau-Ponty (1945/1999, p. 576) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 46 O comando da questão pede que assinale a alternativa que mostra os elementos constitutivos da atividade do filósofo. A. A alternativa está incorreta. As ideias não são inatas, visto que elas precisam do corpo que abriga a consciência, não existe corpo sem mente nem mente sem corpo. B. A alternativa está incorreta. Como já dito, não há inatismo. Das ideias. C. A alternativa está incorreta. A verdade não é imutável, o que importa é o processo investigativos que sempre traz novos conhecimentos. D. A alternativa está correta. Exato, o processo investigativo é o que importa e ele vem com a indagação, com a inquietude. E. A alternativa está incorreta. Os princípios fundamentais vão se transformando e moldando estruturas. Gabarito “D” FILOSOFIA DA CIÊNCIA A filosofia da ciência é a parte da filosofia que trata das questões relativas à confiabilidade, previsibilidade e métodos da ciência. Aproximando questões de metafísica, epistemologia e ontologia, quando estas tratam da relação entre ciência e verdade. Questões sobre a ciência sempre estiveram presentes na filosofia e por muito tempo não havia distinção entre a filosofia e a ciência, pense no período clássico. A distinção entre as áreas do conhecimento vai surgindo com o passar do tempo. No entanto, uma área da filosofia dedicada exclusivamente a compreensão das ciências surgiu somente na metade do século XX, sob influência do positivismo lógico, que buscava desenvolver critérios para garantir o significado de afirmações filosóficas, e pela obra de Thomas Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, de 1962, na qual o autor procurou apresentar uma nova visão de como acontece o progresso científico. O Círculo de Viena t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 47 Fundado no final da década de 1920, sob forte influência de Eisnten, Russel e Wittgenstein, que eram considerados os principais representantes da concepção científica do mundo. Um grupo de cientistas, lógicos, filósofos da ciência, liderados por Rudolf Carnap, Otto Neurath e Moritz Schilick. Tinham por objetivo purificar o saber científico de conceitos vazios e de falsos problemas metafísicos, submetendo os saberes ao critério de verificabilidade. Ou seja, tudo que não puder ser verificado é desprovido de sentido. A experiência e a demonstração são formas de verificação. A demonstração se faz pela aplicação da lógica e da matemática, a fim de buscar coerência interna, já a experiência diz respeito a verificação empírica, pela qual chegamos às teorias científicas. Seguindo o que aprenderam com Wittgenstein, o sentido de uma proposição estaria em saber se ela pode ser verdadeira ou falsa e só são dotados de significado os enunciados empíricos capazes de serem verificados por uma experiência ou observação; não sendo empíricos, seriam inadequados para uma discussão racional. Naturalmente, a escolha positivista é do primeiro tipo, os enunciados com sentido, pelo motivo de eles permitirem uma distinção clara entre o que é ou não científico, permitem uma demarcação do que é científico do que não é. Karl Popper (1902 – 1994) Popper nasceu em Viena, na Áustria. Inicialmente sofreu influência do Círculo de Viena, mas depois criticou esses filósofos. O filósofo austríaco rejeitou o princípio da verificabilidade, porque, segundo ele, a indução apresenta sempre inúmeras dificuldades. O pensador afirma que não há observação pura, porque a observação já está submetida à uma teoria prévia. Ou seja, toda observação científica depende de uma atividade seletiva dos fenômenos que serão investigados. Ao realizar tal observação, Popper sugere que a falseabilidade ou refutabilidade seriam mais eficientes do que a verificabilidade. A falseabilidade t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 48 Popper procura demonstrar que o erro empirista é pretender que a verificação seja a ferramenta principal para tal procedimento. Ele, contrariamente, afirma ser a falsificação o verdadeiro demarcador e apresenta seus motivos para essa afirmação. Popper defendeu que se a ciência se baseia na observação e teorização só se podem tirar conclusões sobre o que foi observado, nunca sobre o que não foi. Vamos supor que um cientista observa cisnes brancos. Ele se desloca para muitos lugares diferentes para realizar tal observação, tal verificação. Despois de anos de observação, de análise, e a partir do método indutivo, ele conclui que todos os cisnes são brancos. Porém, essa afirmação só precisa de um cisne negro para ser refutada. Assim, qualquer afirmação científica baseada em observação jamais poderá ser considerada uma verdade absoluta ou definitiva. A partir desse critério, o correto seria o cientista imaginar uma hipótese e se a submeter a possíveis maneiras de falseá-la ou refutá-la pela experiência. Portanto, não podemos provar que uma teoria é universal ou verdadeira, mas podemos tentar provar que é falsa e que quando uma teoria resiste à refutação, podemos dizer que a teoria é confirmada como verdadeira. O princípio sugerido por Popper, em vez de buscar a verificação de experiências empíricas que admitissem uma teoria, buscava fatos particulares que, depois de apurados, refutariam a hipótese. Assim, em vez de se preocupar em provar que uma teoria era verdadeira, ele se preocupava em provar que ela era falsa. Quando a teoria resiste à refutação pela experiência, pode ser considerada comprovada. As teorias científicas O conceito de ciência para Karl Popper pode ser pensado a partir de dois pontos fundamentais: o caráter racional da ciência e o caráter hipotético das teorias científicas. A ciência, como um projeto humano, pode sofrer transformação e é isso que possibilita o surgimento de diversas teorias. O que há em comum entre esses modos variados de se fazer ciência, o pensador deixa explica em sua obra Conjecturas e Refutações de 1972 : Um dos ingredientes mais importantes da civilização ocidental é o que poderia chamar de 'tradição racionalista', que herdamos dos gregos: a tradição do livre debate – não a discussão por si mesma, mas na busca da verdade. A ciência e a filosofia helênicas foram produtos dessa tradição, do esforço para compreender o mundo em que vivemos; e a tradição estabelecida por Galileu correspondeu ao seu renascimento. Dentro dessa tradição racionalista, a ciência é estimada, reconhecidamente, pelas suas realizações práticas, mais ainda, porém, pelo t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 49 conteúdo informativo e a capacidade delivrar nossas mentes de velhas crenças e preconceitos, velhas certezas, oferecendo-nos em seu lugar novas conjecturas e hipóteses ousadas. A ciência é valorizada pela influência liberalizadora que exerce – uma das forças mais poderosas que contribuiu para a liberdade humana. (POPPER, 1972, p. 129)¹ Nota-se que a racionalidade está relacionada também com duas outras características importantes da ciência: a busca da verdade e o progresso do conhecimento. Este progresso do conhecimento científico, na concepção do filósofo, não pode ser pensado a partir de uma lei histórica, mas como algo que acontece por conta da própria razão humana a partir da possibilidade de discussão crítica. Com isso, podemos perceber que seu projeto consiste em uma tentativa de preservar o debate livre e crítico e a avaliação constante das ideias para que essas sejam aperfeiçoadas. É este debate livre e crítico que mostra o caráter hipotético das teorias científicas, pois elas sempre estão sujeitas a serem falseadas – ou não podem ser consideradas teorias científicas. Seu método foi conhecido como hipotético-dedutivo. Veja como esse assunto pode ser cobrado na prova (Gabriela Garcia) Analise o seguinte fragmento de Popper: Um dos ingredientes mais importantes da civilização ocidental é o que poderia chamar de 'tradição racionalista', que herdamos dos gregos: a tradição do livre debate – não a discussão por si mesma, mas na busca da verdade. A ciência e a filosofia helênicas foram produtos dessa tradição, do esforço para compreender o mundo em que vivemos; e a tradição estabelecida por Galileu correspondeu ao seu renascimento. (POPPER, K. R. Conjecturas e refutações. Brasília: UNB, 1972. p. 129) Qual característica da ciência podemos entender a partir dessa visão de Popper? A. O caráter mitológico da ciência; B. O caráter de verificabilidade da ciência; C. O caráter infalível da ciência; t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 50 D. O caráter empirista da ciência; E. O caráter racional da ciência. Comentários: A noção de ciência para Karl Popper pode ser pensada a partir de dois pontos fundamentais: o caráter racional da ciência e o caráter hipotético das teorias científicas. A ciência, como um projeto humano, não é livre de transformação, o que possibilitou o surgimento de diversas teorias. O que há em comum entre esses modos variados de se fazer ciência, ele mesmo responde, é o caráter racional da ciência. A. A alternativa está incorreta. O caráter mitológico quando existe quando não há ciência. B. A alternativa está incorreta. A verificabilidade vem do Círculo de Viena. Popper rompe com este método e desenvolve a teoria da falseabilidade. C. A alternativa está incorreta. A ciência, quando falseada, deixa de ser uma teoria válida, portanto ele é falível. D. A alternativa está incorreta. Popper procura demonstrar que o erro empirista é pretender que a verificação seja a ferramenta principal para tal procedimento. Ele, contrariamente, afirma ser a falsificação o verdadeiro demarcador e apresenta seus motivos para essa afirmação. E. A alternativa está correta. Exato, condiz com o texto e com pensamento de Popper. Gabarito “E” Thomas Kuhn (1922 – 1996) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 51 Kuhn foi um físico e filósofo da ciência norte americano que trouxe contribuições para a noção da ciência como historicamente orientada. Essa noção foi apresentada em sua obra “A estrutura das Revoluções Científicas”, de 1962, que causou um grande impacto na filosofia da ciência. Ao ministrar um curso que apresentava a ciência física para não cientistas, ele teve a oportunidade de examinar com calma alguns textos antigos, como os de Aristóteles, e isso desconstruiu concepções a respeito de teorias e práticas científicas que considerava antiquadas. Os novos estudos empreendidos causaram um movimento na trajetória de Kuhn, que passou da física teórica à história e à filosofia da ciência. A história da ciência deve incluir, então, teorias que já foram descartadas. Por isso, não seria possível mais tratar o desenvolvimento científico a partir da noção de “acréscimo”. O paradigma Kuhn desenvolve então a noção de paradigma para ciência. Para ele, o paradigma é a visão de mundo assumida pela comunidade científica, que levante problemas e apresente soluções para a pesquisa futura. Ou seja, ele percebe que ciência progride pela tradição intelectual de seu tempo. Nota-se que o trabalho científico se desenvolve com base no modelo consensual adotado pelos cientistas. O pensador distingue três momentos de uma ciência: I. Período pré-paradigmático ou imaturo: quando problemas originados no cotidiano pedem explicações que ainda não apresentam consenso. Ciência Normal: consiste no consenso alcançado e o trabalho científico passa a se desenvolver com base no paradigma adotado. Que se dirige à resolução dos problemas e a acumulação de descobertas. II. Momento de crise: ocorre quando o paradigma é questionado porque já não resolve as anomalias acumuladas, este processo pode levar a revolução científica. Vamos a um exemplo, o paradigma de Ptolomeu sustentava o geocentrismo, até vir Copérnico e trazer um novo paradigma, o heliocentrismo. A partir da história da física, a área em que tinha maior conhecimento, Kuhn desenvolveu uma noção de história da ciência que analisa o trabalho científico e contempla o contexto histórico, social e político dos cientistas que pertenciam à comunidade científica da época. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 52 A ciência, entendida como historicamente orientada, desenvolve-se de acordo com os momentos supracitados. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 53 Questões UFU 2008 A expressão “astúcia da razão” foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da História Universal. A respeito do significado dessa expressão, marque a alternativa correta. A. Essa expressão significa o irracional governando o mundo, porque as ações humanas são movidas pelos interesses mesquinhos que só encontram a sua satisfação na destruição do Estado, fazendo a humanidade regredir ao estado de natureza. B. Essa expressão significa a fraude característica das ações dos indivíduos históricos universais que estão empenhados na aquisição do poder, sem se envolverem com a vida cotidiana e com a esfera da moralidade subjetiva dos povos. C. Essa expressão significa a ilusão de que as coisas realmente acontecem, quando na verdade a História Universal é conduzida pela força do destino traçada pela ordem da Providência Divina, que está acima da vontade dos homens. D. Essa expressão significa a força da razão, isto é, o universal que se manifesta por intermédio das ações humanas, as quais buscam a satisfação imediata e realizam algo mais abrangente, constituindo historicamente o Estado e a vida ética dos indivíduos em sociedade civil. (Gabriela Garcia) “Eu troquei a teologia pela filosofia. Extra philosophiam null salus [fora da filosofia não há salvação].’’ E ao seu pai ele se esclarece assim: “Eu renunciei a teologia, porém a renunciei não maligno ou levianamente; não porque ela não me agrade, masporque ela não me liberta; porque ela não me dá o que requer o, o que preciso. Meu espírito se acha agora não nos limites do país sagrado; meu sentido está num mundo mais amplo; ... eu quero a natureza, frente a qual a profundidade dos teólogos recua; eu quero carregar em meu coração o homem inteiro, que é objeto não para o teólogo, mas apenas para o filósofo. Alegre-se comigo, que eu tenha começado em mim uma nova vida, um novo tempo; alegre- se que eu tenha escapado da sociedade dos teólogos e tenha espíritos, como Aristóteles, Spinoza, Kant e Hegel, como meus amigos. “ FEUERBACH, L. Fragmente zur Charakteristik meines philosophischen curriculum vitae.Org. por Wener Schuffenhauer, Berlin: GW 10, 1971, p. 154-55. Apu:CHAGAS, E. F. A razão em Feuerbach como base da t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 54 unidade do homem e da natureza. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), v. 14, n. 21, p. 215-232, 26 set. 2010. A partir do que diz Feuerbach sobre como podemos chegar à verdade, é correto afirmar: A. A teologia não podia dar a Feuerbach mais nada, pois ela não é suficiente às exigências empíricas da realidade concreta. B. A teologia, por trazer verdades inabaláveis, foi aceita por Feuerbah. C. Para o pensador, a teologia é libertadora D. Aristóteles, Spinoza, Kant e Hegel, tinham uma filosofia em que teologia era fundamental. E. A fim de buscar um conhecimento válido, Feuerbach busca na síntese entre deus e natureza a base para sua filosofia. UFU 2010 Para Marx, o materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história. Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a história pela ação dos ‘grandes homens’ ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes”. Assim, para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais ele produz suas condições de existência, pois são estas que determinam a linguagem, a religião e a consciência. (ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, p. 241.) A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos sobre o pensamento de Karl Marx, assinale a alternativa que indica, corretamente, os dois níveis de “condições de existência” para Marx. A. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; e superestrutura, caracterizada pelas estruturas jurídico-políticas e ideológicas. B. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; e materialismo dialético, que é na verdade a forma pela qual o homem produz os meios de sobrevivência. C. Modos de produção, caracterizados pelo pensamento filosófico dos socialistas utópicos; e o imperialismo, característica máxima do capitalismo industrial. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 55 D. Imperialismo, característica do capitalismo industrial; e infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza. (Gabriela C. Garcia) A vontade em Schopenhauer é anterior ao intelecto e à vida. Ao invés de pensar na vontade como um fenômeno da vida, Schopenhauer pensa a vida como um fenômeno da vontade; não somente o que é vivo quer, mas dentre as coisas que querem estão as coisas que são vivas. Moreira, Fernando. "Sobre a relação entre vida e vontade na metafísica da natureza de Schopenhauer" Voluntas: Revista Internacional de Filosofia [Online], Volume 2 Número 2 (1 dezembro 2011) Para Schopenhauer a função da vontade seria perpetuar uma vida essencialmente de sofrimento. Sobre a vontade é correto afirmar: A. A vontade não é o princípio ontológico do mundo. B. A vontade é a força da qual a vida humana é a única de suas expressões. C. A vontade não é a dimensão interna do homem, visto que não conecta sua essência com a essência do mundo. D. A essência última do mundo seria a vontade, seria o principal elemento constituinte do mundo. E. A vontade deseja só o que é proibido, por isso o sujeito sofre. (Gabriela Garcia) O filósofo dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard identificou três estádios distintos ou modos de existência. São eles: A. Estádio empírico, estádio racionalista, estádio existencialista; B. Estádio racionalista, estádio religioso, estádio jurídico; C. Estádio ético, estádio crítico, estádio existencialista; D. Estádio estético, estádio religioso, estádio filosófico; E. Estádio estético, estádio ético, estádio religioso. UFU 2017 t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 56 Nietzsche escreveu: E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, precisamente uma necessidade tal como o apolíneo! NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 38. Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo. A. O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder místico do uno primordial. B. O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a natureza e suas forças demoníacas. C. O dionisíaco é o instinto, a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o equilíbrio, a força figurativa. D. O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo representa a música primordial não objetivada. (Gabriela Garcia) Para Husserl a consciência é a intencionalidade, Heidegger, que foi seu aluno, também segue esta linha de pensamento e diz que o homem é o ser no mundo, não escolhe estar no mundo ou não. Ele é sempre concreto, encontra-se inserido nesse mundo, é o dasein, o ser-aí. Para o pensador, entender o ser é entender o dasein, que é o ser humano em sua existência. O dasein (ser-aí), ou mesmo, o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos facticidade e transcendência. Assinale a alternativa correta sobre o pensamento de Heidegger. A. Facticidade refere-se ao fato de que vivemos em um mundo que criamos e ao qual nos encontramos submetidos. B. Transcendência é a ação que faz o homem perder-se nas determinações. C. A transcendência é dimensão de determinismo para o pensador alemão. D. O dasein seria o ser no tempo, determinado. E. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 57 (Gabriela C. Garcia) “... Por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. […] Não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não temos, nem atrás de nós nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo o que fizer. ” SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 09 “Os homens fazem sua própria história, masnão a fazem como querem; não a fazem como circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”. MARX, Karl; O 18 Brumário de Luís Bonaparte, p. 329 Sabe-se que Sartre e Marx divergem no que tange o conceito de liberdade. A partir dos excertos acima e de seus conhecimentos sobre o tema nota-se que: A. Sartre defende que há determinismo, Marx defende que o homem é livre independente das circunstâncias. B. Sartre defende que há determinismo e Marx estabelece um meio termo entre o determinismo e a total liberdade do homem. C. Quando Sartre afirma “o homem está condenado a ser livre”, diz o mesmo que Marx quando defende que “os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem”. D. Sartre diz que o homem é condenado a ser livre pelo fato de não poder escolher que não quer escolher. Já Marx afirma que o homem tem suas possibilidades condicionadas pelo mundo material em que vive. E. A liberdade para Sartre não tem limites, já para Marx ela não existe. ENEM - 2018 “O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta, se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 58 aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento.” MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado). O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por A. reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético. B. ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias. C. associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade. D. conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento. E. compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. (Gabriela Garcia) Analise o seguinte fragmento de Popper: Um dos ingredientes mais importantes da civilização ocidental é o que poderia chamar de 'tradição racionalista', que herdamos dos gregos: a tradição do livre debate – não a discussão por si mesma, mas na busca da verdade. A ciência e a filosofia helênicas foram produtos dessa tradição, do esforço para compreender o mundo em que vivemos; e a tradição estabelecida por Galileu correspondeu ao seu renascimento. (POPPER, K. R. Conjecturas e refutações. Brasília: UNB, 1972. p. 129) Qual característica da ciência podemos entender a partir dessa visão de Popper? A. O caráter mitológico da ciência; B. O caráter de verificabilidade da ciência; C. O caráter infalível da ciência; D. O caráter empirista da ciência; E. O caráter racional da ciência. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 59 Enem PPL 2019 Uma parte da nossa formação científica confunde-se com a atividade de uma polícia de fronteiras, revistando os pensamentos de contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos de carimbada cientificidade. A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da vida nem o topo da evolução. COUTO, M. Intervenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). No trecho, expressa-se uma visão poética da epistemologia científica, caracterizada pela A. implementação de uma viragem linguística com base no formalismo. B. fundamentação de uma abordagem híbrida com base no relativismo. C. interpretação da natureza eclética das coisas com base no antiacademicismo. D. definição de uma metodologia transversal com base em um panorama cético. E. compreensão da realidade com base em uma perspectiva não antropocêntrica. UEA A reflexão geral sobre a natureza e os limites do conhecimento humano recebe, no pensamento filosófico, a designação de A. ética B. ontologia. C. estética. D. epicurismo. E. epistemologia. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 60 UFU 2012.2 O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor: essas formas não só se distinguem, mas também se repelem como incompatíveis entre si [...]. HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1988. Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, assinale a alternativa correta segundo a filosofia de Hegel. A. A essência do real é a contradição sem interrupção ou o choque permanente dos contrários. B. As contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todos são igualmente necessários. C. O universo social é o dos conflitos e das guerras sem fim, não havendo, por isso, a possibilidade de uma vida ética. D. Hegel combateu a concepção cristã da história ao destituí-la de qualquer finalidade benevolente. (Gabriela Garcia) “A consciência-de-si é em-si e para-si quando e porque é em si e para uma Outra, quer dizer, só é como algo reconhecido. Inicialmente uma consciência visa submeter a outra, ao apreendê-la como objeto. Porém precisa ser reconhecida pela outra como sujeito. Mas o outro é também uma consciência-em-si. Um indivíduo se confronta com outro indivíduo. Uma, a consciência independente, outra a consciência dependente. Uma é o senhor, outra é o escravo”. HEGEL, W. F. Fenomenologia do espírito. Parte I, seç. III. §§178 – 196. Este é um processo importante para Hegel, pois é ele que levará a consciência à verdade, também entendida por Hegel como o absoluto. A partir do excerto e de seu conhecimento sobre Hegel, pode-se afirmar que t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 61 A. na concepção hegeliana, a verdade não pode ser definida B. o espírito absoluto é quando a razão tem sua maior representação e torna-se consciente de si mesmo dentro da História e assim passa a se manifestar dentro do Estado. C. a visão hegeliana sobre o conhecer reflete uma percepção puramente especulativa sobre a realidade e rejeita qualquer vínculo com a realidade objetiva. D. Hegel, na fenomenologia do espírito, elaborou uma defesa veemente da relação de submissão existente entre escravos e seus senhores como parte do desenvolvimento do espírito do tempo. E. o conhecimento não parte de uma consciência de si que, numa relação de contradição, chega à consciência do outro que lhe nega, mas, ao mesmo tempo, lhe identifica como sujeito. (Gabriela Garcia) “O concreto é concreto porque é a síntese de muitas determinações, unidade do diverso. Por isso o concreto aparece no pensamento como resultado, não como ponto de partida efetivo. Por isso é que Hegel caiu na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento que se sintetiza a si e se move por si mesmo. Mas este não é de modo nenhum o processo da gênese dopróprio concreto”. MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos. Os Pensadores. São Paulo: Abril cultural, 1978. Adaptado. Sobre a forma como Karl Marx entendia o método de análise da realidade, é correto afirmar que A. para ele a consciência do homem é que transforma a infraestrutura. B. seu método estava em concordância com o que defendiam os jovens hegelianos, C. seguia os passos de seu maior influenciador, Friedrich Hegel, aderindo ao pensamento dialético puro. D. Seu método era totalmente idealista e não levava em consideração o materialismo. E. seu método era denominado de materialismo histórico e se propunha a fazer uma análise da realidade concreta que, em si, era contraditória. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 62 UEA Hegel rechaça a ética kantiana porque ela não leva em conta o homem inteiro, o homem vivo, mas exclui da ética sua vida real, subjuga-a mediante leis alheias à vida e converte assim a moral em algo positivo e morto para o homem vivo. Hegel vê claramente que essa rigidez mecânica da ética kantiana está estreitamente ligada com a absolutização do conceito de dever. (Georg Lukács. O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista, 1972.) A crítica hegeliana incide sobre a noção kantiana de A. imperativo categórico. B. coletivismo prático. C. procedimento científico. D. utilitarismo comportamental. E. hedonismo ético. UFU 2009 Em Marx, o conceito de ideologia designa uma forma de consciência invertida, que distorce e encobre as formas de dominação existentes nas relações sociais. Tomando isso em consideração, marque a alternativa que apresenta corretamente a relação entre os conceitos de estrutura e superestrutura no pensamento de Marx. A. Marx afirma que a superestrutura projeta falsamente as relações sociais de produção como justas, e que uma sociedade igualitária somente poderá surgir com a revolução da estrutura econômica da sociedade. B. Marx afirma que a superestrutura jurídica é o fundamento da divisão social do trabalho, e que toda revolução deve principiar com a alteração da legislação que regulamenta a atividade econômica. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 63 C. Marx afirma que os homens retêm em sua consciência uma imagem transparente das relações sociais de produção, e que somente a alteração da consciência de cada indivíduo pode conduzir à revolução dessas relações sociais de produção. D. Marx afirma que a democracia burguesa e os partidos políticos são o motor da história. Logo, toda revolução social principia no domínio político, que é a esfera em que podem se manifestar legitimamente os conflitos de interesses. UFU 20211 Conforme Arruda e Aranha, o materialismo de Karl Marx diferencia-se do materialismo mecanicista. Analisando estas diferenças as autoras concluem: [...] segundo o materialismo dialético, o espírito não é consequência passiva da ação da matéria, podendo reagir sobre aquilo que determina. Ou seja, o conhecimento do determinismo liberta o homem por meio da ação deste sobre o mundo, possibilitando inclusive a ação revolucionária. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo, Ed. Moderna, 2000, p. 241. Com base em seus conhecimentos e nas informações acima, assinale a alternativa correta. A. Diferentemente dos idealistas, Marx considera que as manifestações espirituais humanas derivam da estrutura material ou econômica da sociedade, mas não de modo absoluto, pois o espírito pode se libertar. B. Como em Marx, a estrutura material ou econômica determina as manifestações do espírito, que será, em consequência, sempre passivo diante desta estrutura. C. Marx entende que o espírito é resultado da estrutura material ou econômica da sociedade, por isso jamais pode modificá-la. D. A dialética materialista de Marx sintetiza os momentos da realização da razão na história e não o agir histórico que realiza os conteúdos da razão. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 64 (Gabriela C. Garcia) Em o Nascimento da Tragédia de 1872, sob os signos de apolíneo como harmonia, criação e do dionisíaco como desmedido, destruição, Nietzsche elogia a arte grega que tem a abertura necessária para falar da vida sem engessá-la em conceitos ou verdades definitivas apontando também o caminho de seu filosofar. VIEIRA, Louise Cristina. Para onde conduz o Martelo de Nietzsche? Revista do NESEF, [S.l.], v. 3, n. 3, aug. 2017. ISSN 2317-1332. Nietzsche e seu Martelo promove uma transvaloração dos valores, valores esses responsáveis por engessar a vida com conceitos e verdades definitivas. A partir do trecho acima e de seus conhecimentos é correto afirmar A. O homem valorizou demais apolíneo e por isso o dionisíaco foi deixado de lado, o que leva a uma razão técnica, uma razão sem sentimento, que não leva em conta o ser humano como um todo. B. O cristianismo é um meio de se chegar a valores que são de fato importantes. C. Nietzsche compartilhava dos pensamentos de Sócrates, Kant e Hegel, que tentavam colocar a razão dentro de um quadrado. D. O excesso de razão é fundamental para o homem lidar com o acaso. E. As tragédias gregas eram simples fonte de entretenimento para Nietzsche. UFU 2008.2 Considere o texto abaixo. Dostoiévski escreveu: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra desculpas. SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 9. Tomando o texto acima como referência, marque a alternativa correta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 65 A. Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da liberdade pressupõe que o homem é sempre responsável pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve ser usada para justificar qualquer ato. B. O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção de certos valores como liberdade e angústia. Para o existencialismo, a liberdade significa a total recusa da responsabilidade. C. Defender que “tudo é permitido” significa que o homem não deve assumir o que faz, pois todos os homens são essencialmente determinados por forças sociais. D. Para Sartre, a expressão “tudo é permitido” significa que o homem livre nunca deve considerar os outros e pode fazer tudo o que quiser, sem assumir qualquer responsabilidade. (UNIMONTES - 2012) O filósofo alemão Edmund Husserl diz que ele sabe o que é filosofia, ao mesmo tempo que não sabe. Isto é, a explicitação do que é a filosofia já é uma questão filosófica. A presente afirmação indica que a filosofia não é um saber acabado. Das alternativas abaixo, marque a mais próxima da atitude filosófica. A. A filosofia evita os questionamentos sobre a realidade, pois já é parte de verdades estabelecidas. B. A filosofia é inquestionável e cada um tem a sua. C. A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a indagação. A primeira atitude do filósofo é admirar, ser capaz de surpreendercom o óbvio e questionar as verdades. D. A filosofia não problematiza a realidade, pois a realidade é imutável. (Gabriela Garcia) A Fenomenologia é uma tradição filosófica, nascida no século XX, que se caracterizou por sua abordagem crítica dos problemas clássicos do conhecimento. O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty, expoente da Fenomenologia, afirma que “[...] desde o fim do século XIX, os cientistas se habituaram a considerar suas leis e teorias não mais como a imagem exata do que se passa na Natureza, mas como esquemas sempre mais simples que o evento natural, destinados a ser corrigidos por uma pesquisa mais precisa, em uma t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 66 palavra, como conhecimentos aproximados. [...] O concreto, o sensível indicam para a ciência a tarefa de uma elucidação interminável, e resulta disso que não se pode considerá-lo, à maneira clássica, como uma simples aparência destinada a ser superada pela inteligência científica.” (MERLEAU-PONTY, M. Primeira conversa: o mundo percebido e o mundo da ciência. In: MARÇAL, J. (org.). Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009, p. 501). Sobre a fenomenologia e sua crítica à filosofia moderna, assinale o que for correto. A. A fenomenologia de Edmund Husserl não procura superar as teorias do conhecimento empirista e idealista, como também o dualismo entre o sujeito e o objeto. B. Para a fenomenologia, a consciência é sempre consciência de alguma coisa; mas, é possível que haja uma realidade pura, isolada do homem. C. O filósofo alemão Martin Heidegger, pertencente à escola fenomenológica, resgata um conceito de verdade desenvolvido pelos gregos arcaicos: o conceito de alétheia, que significa o oculto, aquilo que não se mostra ou se desvela. D. Merleau-Ponty dizia que seria possível ter uma consciência sem o corpo. E. O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty supera a concepção dualista para a matéria e o espírito. De um lado, estão os objetos e o corpo, de outro, o sujeito e a consciência. Enem 2020 TEXTO I Os meus pensamentos são todas sensações Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ, M. A. (Org.). Obras poéticas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999 (fragmento). t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 67 TEXTO II Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a partir de uma visão minha ou de uma experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada. MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999 (adaptado). Os textos mostram-se alinhados a um entendimento acerca da ideia de conhecimento, numa perspectiva que ampara a A. anterioridade da razão no domínio cognitivo. B. confirmação da existência de saberes inatos. C. valorização do corpo na apreensão da realidade. D. verificabilidade de proposições no campo da lógica. E. possibilidade de contemplação de verdades atemporais. (Gabriela Garcia) Quais das afirmações abaixo se relacionam com o princípio da verificabilidade? A. Os enunciados que não pudessem ser examinados a partir da verificação empírica tinham significação e, portanto, deveriam ser considerados pela ciência. B. Aquilo que não tem possibilidade de verificação deve ser retirado do saber científico, como, os enunciados metafísicos. C. A Física era o modelo que eles propunham para todos os enunciados científicos, ou seja, só aquilo que foi dito a partir de observações poderia ser considerado verdadeiro. D. Os enunciados que não pudessem ser examinados a partir da verificação empírica não tinham significação e, portanto, deveriam ser desconsiderados da ciência. E. A verificação pode ser feita por meio da aplicação da lógica para saber se há coerência no enunciado. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 68 (Gabriela Garcia) Eduardo Ferreira Chagas, professor de filosofia da UFC, em seu artigo A razão em Feuerbach como base da unidade do homem e da natureza, diz que, segundo Feuerbach: “a razão pertence a todo homem e não pode ser extinta, porque os homens, na medida em que são seres pensantes e inseparáveis do ato de pensar, não podem consistir fora da natureza da razão. Esta natureza da razão (ou do pensar) é, de fato, “a forma do comum e do universal. Quando penso, já deixo de ser indivíduo, e pensar é, por conseguinte, o mesmo que ser universal”. (FEUERBACH. 2000, p. 8-9). Todos os homens coincidem nisso, a saber, que eles pensam, e o pensamento (a razão absoluta) não é particular, mas, como expressei, geral, universal”. A partir do excerto acima e de seus conhecimentos sobre a filosofia de Feuerbach, assinale a alternativa que não representa as ideias desse filósofo. A. Feuerbach contesta que a razão seja apenas capacidade individual ou qualidade particular do indivíduo. B. A razão é instrumento para compreender objetos infinitos. C. A razão é em si e infinitamente substância comum, universal, de todos os indivíduos. D. Nossas potências, nossas qualidades ou nossas capacidades individuais, não passam de determinações feitas por nossa própria razão. E. A razão não constitui a humanidade do homem, o seu gênero humano. (Gabriela Garcia) (...) só reconhecerei um sistema como empírico ou científico se ele for possível de comprovação pela experiência. Essas considerações sugerem que deve ser tomado como critério de demarcação, não a verificabilidade, mas a falseabilidade de um sistema. Em outras palavras, não exigirei que um sistema científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas, sem sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo por meio de recurso a provas t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 69 empíricas, em sentidos negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico. (Karl Popper. A lógica da pesquisa científica, 2001.) Popper deu o nome de Problema da Demarcação ao problema de estabelecer um critério que permita distinguir entre ciências empíricas e os sistemas ’metafísicos’. Sobre esse assunto assinale a alternativa correta. A. A experiência não é empregada como teste, nas falsificações propostas aos sistemas teóricos. B. A possibilidade de falseamento não é capaz de promover a separação entre o que é ciência e o que é especulação metafísica. C. Teorias metafísicas podem ser falseadas. D. A possibilidade de falsificação, com o auxílio da observação e dos experimentos, permite o julgamento do conteúdo empírico de teorias postas. E. Teorias que podem ser submetidas a testes empíricos obviamente não podem ser falsificadas. (Gabriela Garcia) Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em si uma memória; os mais horrendos sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações (as castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da memória. NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. O fragmento evoca uma reflexão sobre a condiçãohumana e a elaboração de um mecanismo distintivo entre homens e animais, marcado pelo(a) A. Racionalismo científico. B. Empirismo científico. C. Busca do sagrado. D. Refletir sobre existência. E. Determinismo biológico. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 70 (Gabriela Garcia) “Só a Vontade é a coisa em si” (SCHOPENHAUER, 2005, p. 218) A vontade nos aparece como essência íntima do mundo que, apesar de continuar sendo impossível aos sentidos, pode nos aparecer no entendimento e na intuição como uma essencialidade para a causalidade. Portanto, em Schopenhauer, a Vontade A. não é como coisa em si, não pode ser encarada apenas como mera metafísica. B. não pode ser percebido e entendido pelo intelecto. C. é algo a que necessariamente estamos submetidos o tempo inteiro e em todo o espaço. D. é o que faz possíveis os fenômenos no exterior dos sujeitos, mas não as representações internas a ele apresentadas. E. o próprio sujeito é Vontade e, consequentemente, mas não é coisa em si. (Gabi Garcia) O físico Paulo Nussenzveig volta a falar sobre a relação entre filosofia e filosofia da ciência ao comentar a entrevista do jornalista Philip Ball com a filósofa da ciência Michela Massimi para a revista Quanta Magazine, publicada com o título “Questionando Verdade, Realidade e o Papel da Ciência”. “Michela discute esse assunto contrapondo que, muitas vezes, esses cientistas partem da premissa (falsa, segundo ela) de que a filosofia precisa ser útil para os cientistas. Caso contrário, ela seria totalmente inútil”, diz Nussenzveig. “Ela argumenta que, além de poder ter utilidade para a ciência, a filosofia é útil na formação cultural da humanidade. Filósofos constroem narrativas sobre a ciência. Filósofos, muitas vezes, se dedicam a analisar cuidadosamente as hipóteses mais fundamentais presentes no trabalho de cientistas que, por vezes, passam despercebidas.” t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 71 NUSSENZVEIG, Paulo. Um diálogo entre ciência e filosofia sobre realidade e verdade. 30 agosto de 2018. Disponível emhttps://jornal.usp.br/atualidades/um-dialogo-entre-ciencia-e-filosofia-sobre-realidade-e- verdade/ .Acesso em 29 de julho de 2021. A partir da leitura do texto e de seu conhecimento sobre a filosofia da ciência, assinale a alternativa incorreta. A. importância da ciência e da filosofia da ciência se limita a perspectivas de utilidade imediata. B. A filosofia da ciência é parte da herança cultural, parte das aspirações que nos torna humanos. C. Kuhn desenvolveu uma noção de história da ciência, a ciência é entendida como historicamente orientada. D. O texto aponta que cientistas muitas vezes não veem a utilidade da filosofia da ciência. E. A filosofia da ciência analisa as hipóteses mais fundamentais presentes no trabalho de cientistas. (Gabi Garcia) Ao examinar um fenômeno biológico, o cientista sugere uma explicação para o seu mecanismo, baseando- se na causa e no efeito observados. Esse procedimento: A. Não faz parte do método científico. B. É realizado pelo método da indução. C. É conhecido como método dedutivo. D. Deve ser precedido por uma conclusão. E. É chamado de método analógico. t.me/CursosDesignTelegramhub https://jornal.usp.br/atualidades/um-dialogo-entre-ciencia-e-filosofia-sobre-realidade-e-verdade/ https://jornal.usp.br/atualidades/um-dialogo-entre-ciencia-e-filosofia-sobre-realidade-e-verdade/ ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 72 Questões Unesp 4000252984 1. UNESP 2022 Ao cunhar a frase “natureza atormentada,” no início do século XVII, numa referência ao objeto do conhecimento científico, Francis Bacon não imaginou que esse ideal iria, no século XXI, atormentar filósofos e cientistas. O “tormento” do mundo natural, para ele, significava conhecê-lo, não pelo saber desinteressado, mas para dominar, transformar e, então, utilizar esse universo da maneira mais eficiente. O berço da ciência moderna trazia a estrutura para que o ideal de controle da natureza pudesse ser realizado. A partir de então, essa relação entre ciência e técnica foi naturalmente se estreitando. (Carlos Haag. “Natureza atormentada”. https://revistapesquisa.fapesp.br, agosto de 2005. Adaptado.) De acordo com o tema abordado pelo excerto, o “tormento” gerado em filósofos e cientistas contemporâneos se dá devido à problematização da A. eficácia de teorias. B. natureza do conhecimento. C. noção de progresso. D. confiança nos resultados. E. verificação dos experimentos. 4000252982 2. UNESP 2022 Não é fácil vencer uma discussão. Especialmente em um contexto inflamado, em que as opiniões se polarizam, notícias falsas se proliferam, debatedores recorrem a ofensas e sarcasmo e festas de fim de ano criam ambientes propícios para a briga. Uma boa discussão, ao contrário do que a maior parte das t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 73 pessoas pensa, não serve para a disputa — e, sim, para a construção do conhecimento. Nesse sentido, saber sustentar uma boa argumentação é fundamental. (Beatriz Montesanti e Tatiana Dias. “Por que ‘opinião não é argumento’, segundo este professor de lógica da Unicamp”. www.nexojornal.com.br, 28.02.2018.) O excerto explicita a relevância de uma área da filosofia que contribui para o desenvolvimento de boas discussões, qual seja, A. a lógica e a investigação da estrutura do pensamento humano. B. a estética e a investigação do uso de imagens ao longo da história. C. a metafísica e o entendimento das qualidades do ser. D. a ética e a compreensão dos modos de agir individual. E. a epistemologia e a verificação da natureza do conhecimento. 4000204397 3. UNESP 2021 Texto 1 Só reconhecerei um sistema como empírico ou científico se ele for passível de comprovação pela experiência. Essas considerações sugerem que deve ser tomada como critério de demarcação […] a falseabilidade de um sistema. Em outras palavras, não exigirei que um sistema científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas, em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo por meio de recurso a provas empíricas, em sentido negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico. (Karl Popper. A lógica da pesquisa científica, 2001.) Texto 2 Imagine um dia em que a humanidade soubesse de tudo. Todos os detalhes do surgimento e da evolução do Universo, da vida e da inteligência fossem conhecidos. E aí, o que fariam os cientistas nesse dia? […] “Essa noção de que existe uma resposta final empobrece o conhecimento em vez de enriquecê-lo”, afirma t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 74 o físico Marcelo Gleiser. “Porque é justamente o não saber, a ideia de estar sempre buscando, que nutre nossa curiosidade”. (Salvador Nogueira. “Não há respostas finais na ciência, diz Marcelo Gleiser”. www.folha.uol.com.br, 11.08.2014.) De acordo com os textos, para assegurar a validade do conhecimento produzido, é necessário que a ciência A. valorizeos aspectos culturais presentes nos experimentos. B. divulgue e defenda o conhecimento e a sabedoria absolutos obtidos com a investigação. C. relacione os dados sensíveis e intuitivos identificados nos experimentos. D. duvide e verifique continuamente os resultados obtidos. E. recorra ao senso comum no processo metódico de investigação. 4000109301 4. UNESP 2021 Pode acontecer que, para a educação do verdadeiro filósofo, seja preciso que ele percorra todas as gradações nas quais os “trabalhadores da filosofia” estão instalados e devem permanecer firmes: ele deve ter sido crítico, cético, dogmático e histórico e, ademais, poeta, viajante, moralista e vidente e “espírito livre”, tudo enfim para poder percorrer o círculo dos valores humanos, dos sentimentos de valor, e poder lançar um olhar de múltiplos olhos e múltiplas consciências, da mais sublime altitude aos abismos, dos baixios para o alto. Mas tudo isso é apenas uma condição preliminar da sua incumbência. Seu destino exige outra coisa: a criação de valores. (Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal, 2001. Adaptado.) No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve A. assegurar e manter os poderes políticos do governante. B. conhecer e extrapolar as práticas de vida, os sentimentos e os valores presentes na sociedade. C. privilegiar e fortalecer o papel da religião nas atitudes críticas perante a vida e os humanos. D. restringir-se ao terreno da reflexão na busca por uma verdade absoluta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 75 E. retomar a origem una e indivisível dos humanos, na busca de sua liberdade de natureza. 4000108231 5. UNESP 2021 Texto 1 O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples arte de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, achados ou produtos. A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos. (Gilles Deleuze e Félix Guattari. O que é a filosofia?, 2007.) Texto 2 A língua é um “como” se pensa, enquanto que a cultura é “o quê” a sociedade faz e pensa. A língua, como meio, molda o pensamento na medida em que pode variar livremente. A língua é o molde dos pensamentos. (Rodrigo Tadeu Gonçalves. Perpétua prisão órfica ou Ênio tinha três corações, 2008. Adaptado.) Os textos levantam questões que permitem identificar uma característica importante da reflexão filosófica, qual seja, que A. a mutabilidade da linguagem amplia o conhecimento do mundo. B. a cultura é constituída a partir da especulação teórica. C. o conhecimento evolui a partir do desenvolvimento tecnológico. D. a filosofia estabelece as balizas e diretrizes do fazer científico. E. os conceitos são permanentes e derivados de verdades preestabelecidas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 76 4000071145 6. UNESP 2019 O zoólogo Richard Dawkins e o paleontólogo Simon Conway Morris têm muito em comum: lecionam nas mais prestigiadas universidades da Grã-Bretanha […] e compartilham opiniões e crenças científicas quando o tema é a origem da vida. Para ambos, a riqueza da biosfera na Terra é explicada mais do que satisfatoriamente pela teoria da seleção natural, de Charles Darwin. […] Num encontro realizado na Universidade de Cambridge, porém, eles protagonizaram um novo round de um debate que divide a humanidade desde que o mundo é mundo: Deus existe? Morris, cristão convicto, afirmou [em sua palestra] que a “misteriosa habilidade” da natureza para convergir em criaturas morais e adoráveis como os seres humanos é uma prova de que o processo evolutivo é obra de Deus. Já o agnóstico Dawkins disse que o poder criativo da evolução reforçou sua convicção de que vivemos num mundo puramente material. (𝗥𝗼𝗱𝗿𝗶𝗴𝗼 𝗖𝗮𝘃𝗮𝗹𝗰𝗮𝗻𝘁𝗲. “𝗣𝗿𝗼𝗰𝘂𝗿𝗮-𝘀𝗲 𝗗𝗲𝘂𝘀”. 𝗵𝘁𝘁𝗽𝘀://𝘀𝘂𝗽𝗲𝗿.𝗮𝗯𝗿𝗶𝗹.𝗰𝗼𝗺.𝗯𝗿, 𝟯𝟭.𝟭𝟬.𝟮𝟬𝟭𝟲.) O conflito de opiniões entre os dois cientistas ilustra a oposição entre A. duas visões filosoficamente baseadas na metafísica. B. duas visões anticientíficas sobre a origem do Universo. C. um ponto de vista ateu e um enfoque materialista. D. duas interpretações diferentes sobre o evolucionismo. E. dois pontos de vista teológicos acerca da origem do Universo. 4000057503 7. UNESP 2018 Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas e que todo aquele que tem convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que o homem das convicções está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto ao mais. Mas milênios viveram nesses pressupostos infantis, e deles jorraram as mais poderosas fontes de força da humanidade. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 77 Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a história da humanidade! (Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.) Nesse excerto, Nietzsche A. defende o inatismo metafísico contra as teses empiristas sobre o conhecimento. B. valoriza a posse da verdade absoluta como meio para a realização da paz. C. defende a fé religiosa como alicerce para o pensamento crítico. D. identifica a maturidade intelectual com a capacidade de conhecer a verdade absoluta. E. valoriza uma postura crítica de autorreflexão, em oposição ao dogmatismo. 4000032501 8. UNESP 2016 Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer motivo pessoal. E como poderia fazer algo que fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade interna? Como poderia o ego agir sem ego? Se um homem desejasse ser todo amor como aquele Deus, fazer e querer tudo para os outros e nada para si, isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar esse sacrifício, esse viver para ele: de modo que os homens do amor e do sacrifício têm interesse em que continuem existindo os egoístas sem amor e incapazes de sacrifício, e a suprema moralidade, para poder subsistir, teria de requerer a existência da imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma. (𝗙𝗿𝗶𝗲𝗱𝗿𝗶𝗰𝗵 𝗡𝗶𝗲𝘁𝘇𝘀𝗰𝗵𝗲. 𝗛𝘂𝗺𝗮𝗻𝗼, 𝗱𝗲𝗺𝗮𝘀𝗶𝗮𝗱𝗼 𝗵𝘂𝗺𝗮𝗻𝗼, 𝟮𝟬𝟬𝟱. 𝗔𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝗱𝗼.) A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta pressupostos A. psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã. B. cartesianos, baseados na ideia inata da existência de Deus na substância pensante. C. estoicistas, exaltadores da apatia emocional como ideal de uma vida sábia. D. éticos, defensores de princípios universais para orientar a conduta humana. E. metafísicos, uma vez que é alicerçada no mundo inteligível platônico. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 78 4000026794 9. UNESP 2016 𝐓𝐞𝐱𝐭𝐨 𝟏 Cientistas americanos observaram, em um estudo recente, o motivo que pode tornar adolescentes impulsivos e infratores. Exames de neuroimagem em jovens mostraram que o córtex pré-frontal, regiãodo cérebro ligada à tomada de decisão, ou seja, que nos faz pensar antes de agir, ainda está em formação nos adolescentes. Essa área do cérebro tende a ficar “madura” somente aos 20 anos. Por outro lado, a região cerebral associada às emoções e à impulsividade, conhecida como sistema límbico, tem um pico de desenvolvimento durante essa fase da vida, o que aumenta a propensão dos jovens a agirem mais com a emoção do que com a razão. O aumento da emotividade e da impulsividade seriam gatilhos naturais para atitudes extremadas, inclusive para cometer crimes. (𝘊𝘢𝘮𝘪𝘭𝘢 𝘕𝘦𝘶𝘮𝘢𝘮. “𝘌𝘴𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘦𝘹𝘱𝘭𝘪𝘤𝘢 𝘱𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘥𝘰𝘭𝘦𝘴𝘤𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘴𝘢𝘰 𝘪𝘮𝘱𝘶𝘭𝘴𝘪𝘷𝘰𝘴 𝘦 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘵𝘦𝘳 𝘤𝘳𝘪𝘮𝘦𝘴”. 𝘸𝘸𝘸.𝘶𝘰𝘭.𝘤𝘰𝘮.𝘣𝘳, 26.05.2015. 𝘈𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘥𝘰.) 𝐓𝐞𝐱𝐭𝐨 𝟐 A situação de vulnerabilidade aliada às turbulentas condições socioeconômicas de muitos países latino- americanos ocasiona uma grande tensão entre os jovens, o que agrava diretamente os processos de integração social e, em algumas situações, fomenta o aumento da violência e da criminalidade. (𝘔𝘪𝘳𝘪𝘢𝘮 𝘈𝘣𝘳𝘢𝘮𝘰𝘷𝘢𝘺. 𝘑𝘶𝘷𝘦𝘯𝘵𝘶𝘥𝘦, 𝘷𝘪𝘰𝘭𝘦𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘦 𝘷𝘶𝘭𝘯𝘦𝘳𝘢𝘣𝘪𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘴𝘰𝘤𝘪𝘢𝘭 𝘯𝘢 𝘈𝘮𝘦𝘳𝘪𝘤𝘢 𝘓𝘢𝘵𝘪𝘯𝘢, 2002. 𝘈𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘥𝘰.) Os textos expõem abordagens sobre o comportamento agressivo na adolescência referidos, respectivamente, a A. psicanálise e psicologia comportamental. B. aspectos religiosos e aspectos materiais. C. fatores emocionais e fatores morais. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 79 D. ciência política e sociologia. E. condicionamento biológico e condicionamento social. 4000004878 10. UNESP 2010 Texto 1 Agora que as paixões acalmaram, volto à proibição do fumo em ambientes fechados, aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Incrível como esse tema ainda gera discussões acaloradas. Como é possível considerar a proibição de fumar nos lugares em que outras pessoas respiram uma afronta à liberdade individual? As evidências científicas de que o fumante passivo também fuma são tantas e tão contundentes que os defensores do direito de encher de fumaça restaurantes e demais espaços públicos só podem fazê-lo por duas razões: ignorância ou interesse financeiro. Sinceramente, não consigo imaginar terceira alternativa. (Drauzio Varella. O fumo em lugares fechados. Folha de S.Paulo, 25.04.2009.) Texto 2 Típico do espírito fascista é seu amor puritano pela “humanidade correta” ao mesmo tempo em que detesta a diversidade promíscua dos seres humanos. Por isso sua vocação para ideia de “higiene científica e política da vida”: supressão de hábitos “irracionais”, criação de comportamentos “que agregam valor político, científico e social”. O imperativo “seja saudável” pode adoecer uma pessoa. Na democracia o fascismo pode ser invisível como um vírus. Quer um exemplo da contaminação? Votemos uma lei: mesmo em casa não se pode fumar. Afinal, como ficam os pulmões dos vizinhos? Que tal uma campanha nas escolas para as crianças denunciarem seus pais fumantes? (Luis Felipe Pondé. O vírus fascista. Folha de S.Paulo, 22.09.2008.) De acordo com os dois textos, pode-se concluir que: A. a filosofia é uma área do conhecimento que compartilha dos mesmos critérios que a ciência. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 80 B. no texto 2, o “amor puritano pela humanidade correta” é compatível com a “diversidade promíscua dos seres humanos”. C. segundo os dois autores, fumar ou não fumar é problema ético, não relacionado com políticas estatais de saúde pública. D. para o autor do texto 2, inexistem critérios universais e absolutos que possam regular o comportamento ético dos indivíduos. E. para os dois autores, a vida saudável é um imperativo a ser priorizado sob quaisquer circunstâncias. 4000004858 11. UNESP 2010 Em algum remoto rincão do sistema solar cintilante em que se derrama um sem-número de sistemas solares, havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da história universal: mas também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os animais inteligentes tiveram de morrer. – Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve eternidades em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. Ao contrário, ele é humano, e somente seu possuidor e genitor o toma tão pateticamente, como se os gonzos do mundo girassem nele. Mas se pudéssemos entender-nos com a mosca, perceberíamos então que também ela boia no ar (...) e sente em si o centro voante desse mundo. (Nietzsche. O Livro das Citações, 2008.) Sobre este texto, é correto afirmar que: A. Seu teor acerca do lugar da humanidade na história do universo é antropocêntrico. B. O autor revela uma visão de mundo cristã. C. O autor apresenta uma visão cética acerca da importância da humanidade na história do universo. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 81 D. Ao comparar a vida humana com a vida de uma mosca, Nietzsche corrobora os fundamentos de diversas teologias, não se limitando ao ponto de vista cristão. E. Para o filósofo, a vida humana é eterna. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 82 Gabarito Gabarito Questões Unesp 1-C 6-D 11-C 2-A 7-E 3-D 8-A 4-B 9-E 5-A 10-D 01-D 06-C 11-E 16-A 21-C 26-D 02-A 07-E 12-E 17-A 22-E 27-D 03-A 08-D 13-B 18-A 23-C 28-C 04-D 09-D 14-B 19-A 24-A 29-A 05-D 10-E 15-E 20-A 25-E 30-B t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 83 Questões Comentadas UFU 2008 A expressão “astúcia da razão” foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da História Universal. A respeito do significado dessa expressão, marque a alternativa correta. A. Essa expressão significa o irracional governando o mundo, porque as ações humanas são movidas pelos interesses mesquinhos que só encontram a sua satisfação na destruição do Estado, fazendo a humanidade regredir ao estado de natureza. B. Essa expressão significa a fraude característica das ações dos indivíduos históricos universais que estão empenhados na aquisição do poder, sem se envolverem com a vida cotidiana e com a esfera da moralidade subjetiva dos povos. C. Essa expressão significa a ilusão de que as coisas realmente acontecem, quando na verdade a História Universal é conduzida pela força do destino traçada pela ordem da Providência Divina, que está acima da vontade dos homens. D. Essa expressão significa a força da razão, isto é, o universal que se manifesta por intermédio das ações humanas, as quais buscam a satisfação imediata e realizam algo mais abrangente, constituindo historicamente o Estado e a vida ética dos indivíduos em sociedade civil. Comentários: Ao se deparar com tal questão, tenha em mente o que é Estado para Hegel. O Estado parao filósofo é um todo ético organizado, ou seja, é verdadeiro, porque é a unidade da vontade universal e da subjetiva. É a substância ética por excelência, significando com isso que Estado e a constituição são os representantes da liberdade concreta, efetiva. O Estado é o que é em-si e para-si e, portanto, tem a efetividade de sua universalidade ou totalidade plena. Esta totalidade refere-se à união do espírito objetivo e o espírito subjetivo em que o indivíduo tem sua realidade e objetividade moral sendo parte do todo ético. Pois, a astúcia da razão baseia-se na compreensão de que o universal está presente no particular, e é através deste que se ele realizará completamente. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 84 A. Para Hegel o Estado é a expressão maior de que a razão humana caminha para um bem maior e comum, a “astúcia da razão” é a valorização da razão, por isso esta alternativa está incorreta, já que desvaloriza a razão e o Estado como construção humana. B. A “astúcia da razão” consiste na totalidade refere-se à união do espírito objetivo e o espírito subjetivo em que o indivíduo tem sua realidade e objetividade moral sendo parte do todo ético. Portanto é o contrário do que a alternativa afirma, por isso ela está errada. C. Para Hegel, a vontade dos homens manifesta-se pela “astúcia da razão” e foi por ela que surgiu o Estado, que além de não ser uma ilusão, é a maior expressão de evolução da humanidade. D. Esta alternativa contempla o pensamento de Hegel sobre a “astúcia da razão”, que é a força da razão, o espírito do mundo se manifestando nas ações dos homens e assim edificando o mundo com sua melhor performance. Gabarito “D” (Gabriela Garcia) “Eu troquei a teologia pela filosofia. Extra philosophiam null salus [fora da filosofia não há salvação].’’ E ao seu pai ele se esclarece assim: “Eu renunciei a teologia, porém a renunciei não maligno ou levianamente; não porque ela não me agrade, mas porque ela não me liberta; porque ela não me dá o que requer o, o que preciso. Meu espírito se acha agora não nos limites do país sagrado; meu sentido está num mundo mais amplo; ... eu quero a natureza, frente a qual a profundidade dos teólogos recua; eu quero carregar em meu coração o homem inteiro, que é objeto não para o teólogo, mas apenas para o filósofo. Alegre-se comigo, que eu tenha começado em mim uma nova vida, um novo tempo; alegre- se que eu tenha escapado da sociedade dos teólogos e tenha espíritos, como Aristóteles, Spinoza, Kant e Hegel, como meus amigos. “ FEUERBACH, L. Fragmente zur Charakteristik meines philosophischen curriculum vitae.Org. por Wener Schuffenhauer, Berlin: GW 10, 1971, p. 154-55. Apu:CHAGAS, E. F. A razão em Feuerbach como base da unidade do homem e da natureza. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), v. 14, n. 21, p. 215-232, 26 set. 2010. A partir do que diz Feuerbach sobre como podemos chegar à verdade, é correto afirmar: A. A teologia não podia dar a Feuerbach mais nada, pois ela não é suficiente às exigências empíricas da realidade concreta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 85 B. A teologia, por trazer verdades inabaláveis, foi aceita por Feuerbach. C. Para o pensador, a teologia é libertadora D. Aristóteles, Spinoza, Kant e Hegel, tinham uma filosofia em que teologia era fundamental. E. A fim de buscar um conhecimento válido, Feuerbach busca na síntese entre deus e natureza a base para sua filosofia. Comentários: Para responder esta questão é preciso conhecer sobre Feuerbach, mas também vale a interpretação de texto. O filósofo afirma que usava da teologia antes, mas que a filosofia lhe exigiu um pensamento mais racional, por isso ele abandona teologia, visto que ela não lhe trazia verdades sobre o mundo material. A. A alternativa está correta. Exato, de acordo o excerto que a questão expressa, para Feuerbach a teologia mostrou-se limitada. B. A alternativa está incorreta. Para o filósofo, a teologia mostrou-se limitada na busca pela verdade. C. A alternativa está incorreta. Quando o pensador diz “não porque ela não me agrade, mas porque ela não me liberta; porque ela não me dá o que requer o, o que preciso”, esta afirmativa não tem validade. D. A alternativa está incorreta. Eles eram racionais, portanto, a teologia não tem validade. E. A alternativa está incorreta. Esta afirmação está próxima do pensamento de Spinoza. Gabarito “A” UFU 2010 Para Marx, o materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história. Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a história pela ação dos ‘grandes homens’ ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes”. Assim, para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais ele produz suas condições de existência, pois são estas que determinam a linguagem, a religião e a consciência. (ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, p. 241.) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 86 A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos sobre o pensamento de Karl Marx, assinale a alternativa que indica, corretamente, os dois níveis de “condições de existência” para Marx. A. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; e superestrutura, caracterizada pelas estruturas jurídico-políticas e ideológicas. B. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; e materialismo dialético, que é na verdade a forma pela qual o homem produz os meios de sobrevivência. C. Modos de produção, caracterizados pelo pensamento filosófico dos socialistas utópicos; e o imperialismo, característica máxima do capitalismo industrial. D. Imperialismo, característica do capitalismo industrial; e infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza. Comentários: A. A alternativa está correta. Exato, a alternativa explica corretamente o que é a infraestrutura e a superestrutura, condições de existência do homem. B. A alternativa está incorreta. Que a infraestrutura (ou estrutura) é caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza é verdade. Mas o materialismo histórico-dialético diz sobre a construção da consciência do homem. C. A alternativa está incorreta. Os modos de produção eram guiados pelo capitalismo. O imperialismo deu margens para que ocorresse a revolução industrial, portanto é anterior, não podendo ser sua característica D. A alternativa está incorreta. Gabarito “A” (Gabriela C. Garcia) A vontade em Schopenhauer é anterior ao intelecto e à vida. Ao invés de pensar na vontade como um fenômeno da vida, Schopenhauer pensa a vida como um fenômeno da vontade; não somente o que é vivo quer, mas dentre as coisas que querem estão as coisas que são vivas. Moreira, Fernando. "Sobre a relação entre vida e vontade na metafísica da natureza de Schopenhauer" Voluntas: Revista Internacional de Filosofia [Online], Volume 2 Número 2 (1 dezembro 2011) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo,materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 87 Para Schopenhauer a função da vontade seria perpetuar uma vida essencialmente de sofrimento. Sobre a vontade é correto afirmar: A. A vontade não é o princípio ontológico do mundo. B. A vontade é a força da qual a vida humana é a única de suas expressões. C. A vontade não é a dimensão interna do homem, visto que não conecta sua essência com a essência do mundo. D. A essência última do mundo seria a vontade, seria o principal elemento constituinte do mundo. E. A vontade deseja só o que é proibido, por isso o sujeito sofre. Comentários: Para responder essa questão, entender a filosofia de Schopenhauer é relevante. Esse pensador via na vontade a própria existência, já que tudo se move para se satisfazer. O problema é que essa mesma vontade também nos traz sofrimento, posto que uma vontade insatisfeita gera sofrimento, frustração e uma vontade satisfeitas gera tédio e logo outra vontade, por isso o perpétuo sofrimento da existência. A questão pede que assinale a afirmação correta sobre a vontade, atentar-se ao comando é fundamental. A. A alternativa está incorreta. A essência primeira do mundo seria a vontade, o principal elemento constituinte do mundo (movimento de algum ser em função de satisfação). B. A alternativa está incorreta. A vontade não é a força da qual a vida humana é a única de suas expressões. C. A alternativa está incorreta. A vontade é a dimensão interna do homem, visto que se conecta sua essência com a essência do mundo. D. A alternativa está correta. Exato, para Schopenhauer, a essência última do mundo seria a vontade, seria o principal elemento constituinte do mundo. E. A alternativa está incorreta. A vontade deseja o proibido, o permitido, o idealizado, etc. A vontade está presente na busca de saciar a sede e na projeção de um novo emprego. Gabarito: “D” (Gabriela Garcia) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 88 O filósofo dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard identificou três estádios distintos ou modos de existência. São eles: A. Estádio empírico, estádio racionalista, estádio existencialista; B. Estádio racionalista, estádio religioso, estádio jurídico; C. Estádio ético, estádio crítico, estádio existencialista; D. Estádio estético, estádio religioso, estádio filosófico; E. Estádio estético, estádio ético, estádio religioso. Comentários: Kierkegaard foi um filósofo que fez fortes críticas ao cristianismo, mas defendia Deus e a fé. Esse filósofo dizia que o ser humano deveria passar por três estádios do conhecimento. São eles: O estádio estético, estádio ético e o estádio religioso. O Estádio Estético, no que tange às escolhas, esse sujeito tem medo de errar em suas escolhas e por isso deixa a escolhas para outros. Ele sofre por não ser “dono” de suas escolhas, mas também se livra da responsabilidade que pode gerar angústia. Sujeito Ético é o sujeito assume escolhas, tem consciência do que renuncia, mesmo que se sinta infeliz com suas escolhas, esse sujeito assume até o fim, porém sempre pensa nas possibilidades de suas renúncias, por isso, sofre. Sujeito Religioso é o sujeito que escolhe, compra essa escolha e não se preocupa com os caminhos que renunciou, preocupa se com suas escolhas, pois essa era a melhor escolha. Esse sujeito não se angustia. O comando da questão pede que assinale a alterna correta sobre tais estádios. A. A alternativa está incorreta. Não corresponde aos estádios de Kierkegaard, mas à correntes filosóficas. B. A alternativa está incorreta. Também não representa corretamente o que está explícito nos comentários. C. A alternativa está incorreta. Novamente, essa alternativa apresenta corrente filosóficas e de pensamentos, mas não os estádios de Kierkegaard. D. A alternativa está correta. A alternativa mostra os três estádios de Kierkegaard exatamente como descrito nos comentários. Gabarito “D” t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 89 UFU 2017 Nietzsche escreveu: E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, precisamente uma necessidade tal como o apolíneo! NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 38. Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo. A. O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder místico do uno primordial. B. O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a natureza e suas forças demoníacas. C. O dionisíaco é o instinto, a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o equilíbrio, a força figurativa. D. O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo representa a música primordial não objetivada. Comentários: Para responder essa questão é preciso conhecer a filosofia de Nietzsche. Nietzsche desenvolve uma filosofia que tece críticas à filosofia clássica e moderna que valorizou demasiadamente o uso da razão, da lógica, do conhecimento científico, ou seja, do “espírito apolíneo” – que se refere à Apolo, deus da ordem e do equilíbrio. Isso fez se perder a proximidade com a natureza e suas forças, não sabemos lidar com o acaso, ou seja, abandonamos “espírito dionisíaco” – que vem de Dionísio, o deus do vinho e das festas. Portanto, a história da filosofia só demonstra o triunfo da razão. Seria preciso, assim, resgatar o elemento dionisíaco da vida. Esse pensamento fica expresso em sua obra “O Nascimento da Tragédia”. O comando da questão pede que assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo. A. A alternativa está incorreta. Apolo que representa o equilíbrio, a racionalidade. B. A alternativa está incorreta. Dionísio é o deus do transe, da embriagues. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 90 C. A alternativa está correta. Perfeita definição. D. A alternativa está incorreta. Dionísio representa a música. Gabarito “C” (Gabriela Garcia) Para Husserl a consciência é a intencionalidade, Heidegger, que foi seu aluno, também segue esta linha de pensamento e diz que o homem é o ser no mundo, não escolhe estar no mundo ou não. Ele é sempre concreto, encontra-se inserido nesse mundo, é o dasein, o ser-aí. Para o pensador, entender o ser é entender o dasein, que é o ser humano em sua existência. O dasein (ser-aí), ou mesmo, o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos facticidade e transcendência. Assinale a alternativa correta sobre o pensamento de Heidegger. A. Facticidade refere-se ao fato de que vivemos em um mundo que criamos e ao qual nos encontramos submetidos. B. Transcendência é a ação que faz o homem perder-se nas determinações. C. A transcendência é dimensão de determinismo para o pensador alemão. D. O dasein seria o ser no tempo, determinado. E. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. Comentários: Para responder essa questão observe as definições abaixo e veja O dasein (ser-aí), ou mesmo, o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos. 1 – A Facticidade, posto que vivemos em um mundo que não criamos e ao qual nos encontramos submetidos num primeiro momento (cotidiano). 2 – A Transcendência que é a ação que faz o homem ir além dessas determinações. A transcendência é dimensão de liberdade para o pensadoralemão. O homem não nasce pronto e acabado. O dasein seria o ser no tempo. O ser como projeto, como possibilidade, o que o introduz na temporalidade. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 91 A. A alternativa está incorreta. Vivemos em um mundo que não criamos, nascemos ele está pronto, e estamos submetidos a ele. B. A alternativa está incorreta. Transcendência é a ação que faz o homem lançar-se para além das determinações. C. A alternativa está incorreta. Não, ela é a dimensão da liberdade. D. A alternativa está incorreta. Dasein é sim o ser no tempo, mas é aquele que se projeta neste tempo, que se lança ao futuro. E. A alternativa está correta. Condiz perfeitamente com o pensamento de Heidegger. Gabarito “E” (Gabriela C. Garcia) “... Por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. […] Não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não temos, nem atrás de nós nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo o que fizer. ” SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 09 “Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem como circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”. MARX, Karl; O 18 Brumário de Luís Bonaparte, p. 329 Sabe-se que Sartre e Marx divergem no que tange o conceito de liberdade. A partir dos excertos acima e de seus conhecimentos sobre o tema nota-se que: A. Sartre defende que há determinismo, Marx defende que o homem é livre independente das circunstâncias. B. Sartre defende que há determinismo e Marx estabelece um meio termo entre o determinismo e a total liberdade do homem. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 92 C. Quando Sartre afirma “o homem está condenado a ser livre”, diz o mesmo que Marx quando defende que “os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem”. D. Sartre diz que o homem é condenado a ser livre pelo fato de não poder escolher que não quer escolher. Já Marx afirma que o homem tem suas possibilidades condicionadas pelo mundo material em que vive. E. A liberdade para Sartre não tem limites, já para Marx ela não existe. Comentários: Para Marx, a liberdade humana como a constante criação prática dos indivíduos. Não há liberdade sem o mundo material no qual os indivíduos manifestam na prática sua liberdade junto com outras pessoas. Ou seja, a liberdade humana só pode ser encontrada de fato pelos indivíduos na produção prática das suas próprias condições materiais de existência. Já Sartre diz que a liberdade é uma condição intransponível do homem, da qual, ele não pode, abrir mão, isto é, o ser- humano está condenado a ser livre e é a partir desta condenação à liberdade que o homem se forma. A existência do Outro constitui um limite para liberdade do homem, contudo, não o limita "como ser humano", mas é o Outro que o torna um ser humano. O comando da questão pede que assinale a alternativa que define os conceitos de liberdade para Marx e Sartre e o entendimento sobre tais conceitos é fundamental para atender o que se pede. A. A alternativa está incorreta. Sartre não acreditava em determinismo. B. A alternativa B está incorreta. Marx via liberdade como prática de criação, não fala sobre meio termo. C. A alternativa C está incorreta. Os significados das frases não coincidem. D. A alternativa está correta. As definições se encaixam nos pensamentos dos filósofos referidos. E. A alternativa E está incorreta. A liberdade para Sartre pode encontrar limitações, mas isso não impede seu exercício. Gabarito: “D” ENEM - 2018 t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 93 “O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta, se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento.” MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado). O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por A. reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético. B. ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias. C. associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade. D. conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento. E. compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. Comentários: A questão traz a visão fenomenológica de Merleua-Ponty. Tal filósofo supera o dualismo corpo/alma, procurando compreender nesses polos as relações de reciprocidade. Acredita que é na dinâmica entre essas polaridades que pode ser encontrado o sentido tanto do corpo quanto da alma. Não é nos polos, mas no entre, na mediação, que devemos buscar o sentido das coisas. Nesse sentido, o corpo não se identifica com as coisas, mas é ser-no-mundo. Observe esse conceito nas palavras do filósofo. (...) o mundo é inseparável do sujeito, mas de um sujeito que não é senão projeto do mundo, e o sujeito é inseparável do mundo, mas de um mundo que ele mesmo projeta. O sujeito é ser-no-mundo, e o mundo permanece "subjetivo", já que sua textura e suas articulações são desenhadas pelo movimento de transcendência do sujeito. Merleau-Ponty (1945/1999, p. 576) O comando da questão pede que assinale a alternativa que mostra os elementos constitutivos da atividade do filósofo. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 94 A. A alternativa está incorreta. As ideias não são inatas, visto que elas precisam do corpo que abriga a consciência, não existe corpo sem mente nem mente sem corpo. B. A alternativa está incorreta. Como já dito, não há inatismo. Das ideias. C. A alternativa está incorreta. A verdade não é imutável, o que importa é o processo investigativos que sempre traz novos conhecimentos. D. A alternativa está correta. Exato, o processo investigativo é o que importa e ele vem com a indagação, com a inquietude. E. A alternativa está incorreta. Os princípios fundamentais vão se transformando e moldando estruturas. Gabarito “D” (Gabriela Garcia) Analise o seguinte fragmento de Popper: Um dos ingredientes mais importantes da civilização ocidental é o que poderia chamar de 'tradição racionalista', que herdamos dos gregos: a tradição do livre debate – não a discussão por si mesma, mas na busca da verdade. A ciência e a filosofia helênicas foram produtos dessa tradição, do esforço para compreender o mundo em quevivemos; e a tradição estabelecida por Galileu correspondeu ao seu renascimento. (POPPER, K. R. Conjecturas e refutações. Brasília: UNB, 1972. p. 129) Qual característica da ciência podemos entender a partir dessa visão de Popper? A. O caráter mitológico da ciência; B. O caráter de verificabilidade da ciência; C. O caráter infalível da ciência; D. O caráter empirista da ciência; E. O caráter racional da ciência. Comentários: t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 95 A noção de ciência para Karl Popper pode ser pensada a partir de dois pontos fundamentais: o caráter racional da ciência e o caráter hipotético das teorias científicas. A ciência, como um projeto humano, não é livre de transformação, o que possibilitou o surgimento de diversas teorias. O que há em comum entre esses modos variados de se fazer ciência, ele mesmo responde, é o caráter racional da ciência. A. A alternativa está incorreta. O caráter mitológico quando existe quando não há ciência. B. A alternativa está incorreta. A verificabilidade vem do Círculo de Viena. Popper rompe com este método e desenvolve a teoria da falseabilidade. C. A alternativa está incorreta. A ciência, quando falseada, deixa de ser uma teoria válida, portanto ele é falível. D. A alternativa está incorreta. Popper procura demonstrar que o erro empirista é pretender que a verificação seja a ferramenta principal para tal procedimento. Ele, contrariamente, afirma ser a falsificação o verdadeiro demarcador e apresenta seus motivos para essa afirmação. E. A alternativa está correta. Exato, condiz com o texto e com pensamento de Popper. Gabarito “E” Enem PPL 2019 Uma parte da nossa formação científica confunde-se com a atividade de uma polícia de fronteiras, revistando os pensamentos de contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos de carimbada cientificidade. A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da vida nem o topo da evolução. COUTO, M. Intervenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). No trecho, expressa-se uma visão poética da epistemologia científica, caracterizada pela A. implementação de uma viragem linguística com base no formalismo. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 96 B. fundamentação de uma abordagem híbrida com base no relativismo. C. interpretação da natureza eclética das coisas com base no antiacademicismo. D. definição de uma metodologia transversal com base em um panorama cético. E. compreensão da realidade com base em uma perspectiva não antropocêntrica. Comentários: Para responder à questão é preciso atentar-se ao texto exposto. O autor deixa claro que a ciência, ou seja, a busca pela verdade não pode olhar somente para o homem, não pode ser antropocêntrica, como vimos no último trecho: Aprendemos que não somos o centro da vida nem o topo da evolução. Mas além da interpretação é preciso ter claro que o texto trata da epistemologia, que etimologicamente, significa discurso (logos) sobre as ciências (episteme) e surgiu somente a partir do século XIX no vocabulário filosófico, mas percorre a história da filosofia, a partir do momento que esta busca entender como podemos conhecer e o que é a verdade. O comando da questão pede que assinale a alternativa que condiz com o excerto em questão a respeito do conhecimento científico. A. A alternativa está incorreta. Ao ler o excerto não fica evidente que o autor esteja falando de uma alteração na linguagem como forma de maior eficiência científica. B. A alternativa está incorreta. Não é sobre conhecimento híbrido ou relativista que trata o texto, pelo contrário, o texto fala de nossa formação científica, portanto ela busca ser objetiva. C. A alternativa está incorreta. Nada nos remete ao antiacademicismo ou ao ecletismo. D. A alternativa está incorreta. O estudo transversal é aquele que levanta e analisa dados em um tempo definido como observacional. Seu objetivo é coletar dados para estudar uma população em um determinado ponto no tempo. Sua base é um panorama investigativo e busca de verdades, portanto não é cético. E. A alternativa está correta. É exatamente o que nos remete o texto, que deixa claro que para haver uma formação científica é preciso olhar e investigar para além do puro comportamento humanos. “A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da vida nem o topo da evolução”. Gabarito “E” t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 97 UEA A reflexão geral sobre a natureza e os limites do conhecimento humano recebe, no pensamento filosófico, a designação de A. ética B. ontologia. C. estética. D. epicurismo. E. epistemologia. Comentários: O comando da questão é bem objetivo, ele pede que marque a alternativa que apresenta corretamente o ramo da filosofia que se dedica a fazer uma reflexão geral sobre a natureza e os limites do conhecimento humano, que é a epistemologia. A. Alternativa está incorreta. A ética é um ramo da filosofia que estuda os conceitos morais como a ideia de bem e mal, certo e errado. E então passa a pensar sobre a melhor forma de agir em sociedade. B. Alternativa está incorreta. A ontologia que saber sobre "o ser enquanto ser". Ela busca compreender o que são as coisas em si, ela questiona sobre o que realmente existe, ela é um ramo da epistemologia. C. Alternativa está incorreta. A estética é um ramo da filosofia que estuda a natureza da beleza e os fundamentos da arte. D. Alternativa está incorreta. A filosofia hedonista (epicurista) acredita na felicidade está na busca pelo prazer, admitem a busca do prazer como o primeiro princípio da moral. E. Alternativa está correta. Sim, a epistemologia é o estudo sobre como se dá o processo do conhecimento. É a investigação acerca dos processos cognitivos da percepção à formação do conceito, conjecturas e inferir. Gabarito “E” t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 98 UFU 2012.2 O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor: essas formas não só se distinguem, mas também se repelem como incompatíveis entre si [...]. HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1988. Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, assinale a alternativa correta segundo a filosofia de Hegel. A. A essência do real é a contradição sem interrupção ou o choque permanente dos contrários. B. As contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todos são igualmente necessários. C. O universo social é o dos conflitos e das guerras sem fim, não havendo, por isso, a possibilidade de uma vida ética. D. Hegel combateu a concepção cristã da história ao destituí-la de qualquer finalidade benevolente. Comentários: Essa questão foi polêmica no vestibular de 2012 da UFU. Pedidos de anulação foram feitos, mas a banca não recuou, visto que aquestão não errada, mas confusa, talvez. O texto mostra que ao mesmo tempo que a flor “nega” o botão, ela o conserva, visto que a flor não existiria sem botão., assim também ocorre com o fruto que “nega” a flor. O que nos leva a compreender que na superação dialética, o que é negado é ao mesmo tempo mantido. Por isso, o pensamento é atraído pela contradição, pois ao buscar um novo e mais elevado conceito (processo dialético) elimina a contradição do conceito anterior; o novo conceito envolve comumente uma contradição que deverá ser revelada e superada até chegar- se à Ideia absoluta a qual está livre de contradições. Isso tudo mostra argumentos que refutam a alternativa A, que foi a que deixou confusa a questão. Apesar da A parecer a certa, a que melhor corresponde com texto apresentado na questão e pensamento dialético de Hegel. O comando da questão pede que assinale, com base em seus conhecimentos e na leitura do texto, a alternativa correta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 99 A. A alternativa está incorreta. A contradição é interrompida pela síntese, que por um tempo cumpre o papel de melhor explicação ou solução para o momento, até ser contraria por uma nova tese e assim pronta para se superada. Podemos dizer que há tréguas, não se trata de um choque permanente. Seria muito simplista resumir a filosofia de Hegel à essa frase. Os choques surgem quando necessários. B. A alternativa está correta. Exato, se observamos o excerto disposto na questão mostra a importância de cada estágio que passa a flor para existir. Cada estágio necessita do outro. C. A alternativa está incorreta. A ética deve ser parte do Estado Absoluto do ser. Pensar a vida em sociedade é pensar o agir ético, o bem comum. D. A alternativa está incorreta. Ao afirmar que Hegel combateu a concepção cristã da história, não está correto, visto que o autor compreende a religião como uma das formas de manifestação do Absoluto. Gabarito “B” (Gabriela Garcia) “A consciência-de-si é em-si e para-si quando e porque é em si e para uma Outra, quer dizer, só é como algo reconhecido. Inicialmente uma consciência visa submeter a outra, ao apreendê-la como objeto. Porém precisa ser reconhecida pela outra como sujeito. Mas o outro é também uma consciência-em-si. Um indivíduo se confronta com outro indivíduo. Uma, a consciência independente, outra a consciência dependente. Uma é o senhor, outra é o escravo”. HEGEL, W. F. Fenomenologia do espírito. Parte I, seç. III. §§178 – 196. Este é um processo importante para Hegel, pois é ele que levará a consciência à verdade, também entendida por Hegel como o absoluto. A partir do excerto e de seu conhecimento sobre Hegel, pode-se afirmar que A. na concepção hegeliana, a verdade não pode ser definida t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 100 B. o espírito absoluto é quando a razão tem sua maior representação e torna-se consciente de si mesmo dentro da História e assim passa a se manifestar dentro do Estado. C. a visão hegeliana sobre o conhecer reflete uma percepção puramente especulativa sobre a realidade e rejeita qualquer vínculo com a realidade objetiva. D. Hegel, na fenomenologia do espírito, elaborou uma defesa veemente da relação de submissão existente entre escravos e seus senhores como parte do desenvolvimento do espírito do tempo. E. o conhecimento não parte de uma consciência de si que, numa relação de contradição, chega à consciência do outro que lhe nega, mas, ao mesmo tempo, lhe identifica como sujeito. Comentários: Para responde essa questão é preciso ter conhecimento de que idealismo hegeliano vê a história sendo composta pelo desenvolvimento dialético, onde os acontecimentos e as verdades atuais apresentam-se como antítese dos antigos, fazendo nascer uma nova realidade, uma nova verdade, mas que, cedo ou tarde, também serão contrariadas em busca de um progresso constante, um aperfeiçoamento. Por isso a verdade acompanha a história. O comando da questão pede que assinale a alternativa que melhor representa o conceito hegeliano sobre a verdade. A. A alternativa está incorreta. A verdade acompanha a história, então ela pode ser alcançada dentro de seu contexto histórico. B. A alternativa está correta. Exato, o espírito absoluto representa o ser humano que se entende enquanto um ser social e parte da história e assim ganha consciência que deve desempenhar um papel dentro desta. C. A alternativa está incorreta. O espírito absoluto não rejeita qualquer vínculo com a realidade objetiva, pelo contrário é nela que ele se faz. D. A alternativa está incorreta. Pelo contrário o vínculo com a realidade objetiva pertence ao sujeito absoluto. Hegel não faz esse apontamento, ele fala do espírito do mundo que superou a ideia de escravidão como algo legítimo. E. A alternativa está incorreta. O espirito absoluto parte da consciência de si, depois para a o espírito objetivo que ganha consciência de um ser social. Gabarito letra “b” t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 101 (Gabriela Garcia) “O concreto é concreto porque é a síntese de muitas determinações, unidade do diverso. Por isso o concreto aparece no pensamento como resultado, não como ponto de partida efetivo. Por isso é que Hegel caiu na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento que se sintetiza a si e se move por si mesmo. Mas este não é de modo nenhum o processo da gênese do próprio concreto”. MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos. Os Pensadores. São Paulo: Abril cultural, 1978. Adaptado. Sobre a forma como Karl Marx entendia o método de análise da realidade, é correto afirmar que A. para ele a consciência do homem é que transforma a infraestrutura. B. seu método estava em concordância com o que defendiam os jovens hegelianos, C. seguia os passos de seu maior influenciador, Friedrich Hegel, aderindo ao pensamento dialético puro. D. Seu método era totalmente idealista e não levava em consideração o materialismo. E. seu método era denominado de materialismo histórico e se propunha a fazer uma análise da realidade concreta que, em si, era contraditória. Comentários: Esta questão pede o que se entende pelo método de análise da realidade de Marx. Tal método, o materialismo histórico-dialético contrapõe Hegel. Por exemplo, Marx não via o Estado como uma expressão direta da racionalidade. Pelo contrário, ele via o Estado como um meio de proteção que a burguesia encontrou para garantir seus interesses particulares. A vida social teria ocorrido a partir do antagonismo de classes. A política estaria diretamente ligada às condições materiais concretas e ao nível econômico. Karl Marx desenvolve uma ética que se baseia no homem com um ser social, histórico e concreto. Ele fundamenta sua teoria ética nas condições materiais da existência. A. A alternativa está incorreta. Para ele a consciência é constituída pelo concreto, pela materialidade. B. A alternativa está incorreta. Os jovens hegelianos eram mais idealistas, o que se opõe ao pensamento de Marx. C. A alternativa está incorreta. Pelo contrário, Hegel faz uma inversão do pensamento de Hegel. D. A alternativa está incorreta. Seu método era o materialismo histórico-dialético. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo,fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 102 E. A alternativa está correta. Exato, seu método era o materialismo histórico e se propunha a fazer uma análise da realidade concreta que, em si, era contraditória. Gabarito “E” UEA Hegel rechaça a ética kantiana porque ela não leva em conta o homem inteiro, o homem vivo, mas exclui da ética sua vida real, subjuga-a mediante leis alheias à vida e converte assim a moral em algo positivo e morto para o homem vivo. Hegel vê claramente que essa rigidez mecânica da ética kantiana está estreitamente ligada com a absolutização do conceito de dever. (Georg Lukács. O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista, 1972.) A crítica hegeliana incide sobre a noção kantiana de A. imperativo categórico. B. coletivismo prático. C. procedimento científico. D. utilitarismo comportamental. E. hedonismo ético. Comentários: Ao encontrar essa questão é fundamental conhecer a ética kantiana. O enunciado da questão já deixa claro que essa ética não agrada a Hegel por ser um inflexível. O imperativo de Kant, que Hegel critica, seria uma lei moral interna, baseada na razão humana e que não possui ligação com causas transcendentais ou relacionadas a uma autoridade do Estado ou religiosa. O comando moral que faz com que nossas ações sejam moralmente boas, ou seja, justas, se expressa no imperativo categórico: “age só segundo máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” (KANT. Metafísica dos Costumes, 2004, p. 51). Kant afirmava que todo sujeito é racional, por isso tem condição de sujeito moral. O imperativo categórico seria uma forma independente do útil ou prejudicial. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 103 O comando da questão pede que assinale a alternativa que apresenta a ética kantiana, que é o imperativo categórico. A. A alternativa está correta. O agir moral para Kant é um dever, e o imperativo categórico diz para agir de tal forma que sua ação possa se tornar lei universal. B. A alternativa está incorreta. O agir moral é uma ação individual, do homem que saiu da menoridade, agora em seu egoísmo, trata as pessoas como gostaria de ser tratado. C. A alternativa está incorreta. O procedimento é ético, diz respeito à conduta do indivíduo, não é científico. D. A alternativa está incorreta. Para o utilitarismo, o indivíduo deve analisar a situação antes de agir, e sua ação deve visar a maior quantidade de prazer (bem-estar) ao maior número de pessoas, para que seja moralmente correta. Pensamento que se opõe por completo o imperativo categórico kantiano E. A alternativa está incorreta. É uma teoria epicurista que diz que a ética está na busca pelos prazeres que geram mais prazer ao indivíduo. Gabarito “A” UFU 2009 Em Marx, o conceito de ideologia designa uma forma de consciência invertida, que distorce e encobre as formas de dominação existentes nas relações sociais. Tomando isso em consideração, marque a alternativa que apresenta corretamente a relação entre os conceitos de estrutura e superestrutura no pensamento de Marx. A. Marx afirma que a superestrutura projeta falsamente as relações sociais de produção como justas, e que uma sociedade igualitária somente poderá surgir com a revolução da estrutura econômica da sociedade. B. Marx afirma que a superestrutura jurídica é o fundamento da divisão social do trabalho, e que toda revolução deve principiar com a alteração da legislação que regulamenta a atividade econômica. C. Marx afirma que os homens retêm em sua consciência uma imagem transparente das relações sociais de produção, e que somente a alteração da consciência de cada indivíduo pode conduzir à revolução dessas relações sociais de produção. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 104 D. Marx afirma que a democracia burguesa e os partidos políticos são o motor da história. Logo, toda revolução social principia no domínio político, que é a esfera em que podem se manifestar legitimamente os conflitos de interesses. Comentários: Essa questão aborda os conceitos de superestrutura e infraestrutura para Marx. Dominar esses conceitos e tudo que implica essa filosofia é fundamental. A infraestrutura constitui a base econômica da sociedade e relaciona o ser humano com a natureza, relação essa que busca produzir a própria existência, a partir dela que se produz a vida material. É a partir das necessidades humanas para prover a vida que se constrói as infraestruturas. Porém, aquele que tem propriedade privada (terra), ou é dono dos meios de produção, por exemplo, acabam determinando, por meio de superestruturas, como se dará a divisão social do trabalho. A superestrutura tem caráter político-ideológico, e organiza os indivíduos por meio da religião, lei, artes, filosofia, ciência, educação, etc. O comando pede a afirmação correta sobre as definições de superestrutura e infraestrutura. A. A alternativa está correta. A superestrutura tem caráter político - ideológico, por isso ela cria ideologias para dominar e explorar o trabalhador, só uma revolução da estrutura econômica tornaria a sociedade mais justa, sem ideologias. B. A alternativa está incorreta. para Marx o problema estava na superestrutura econômica e para mudar isso somente uma revolução e não uma reforma na legislação. C. A alternativa está incorreta. Os homens têm uma visão das relações sociais de produção contaminada e impregnada por ideologias. D. A alternativa está incorreta. O motor da história é a luta de classes. Gabarito “A” UFU 20211 t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 105 Conforme Arruda e Aranha, o materialismo de Karl Marx diferencia-se do materialismo mecanicista. Analisando estas diferenças as autoras concluem: [...] segundo o materialismo dialético, o espírito não é consequência passiva da ação da matéria, podendo reagir sobre aquilo que determina. Ou seja, o conhecimento do determinismo liberta o homem por meio da ação deste sobre o mundo, possibilitando inclusive a ação revolucionária. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo, Ed. Moderna, 2000, p. 241. Com base em seus conhecimentos e nas informações acima, assinale a alternativa correta. A. Diferentemente dos idealistas, Marx considera que as manifestações espirituais humanas derivam da estrutura material ou econômica da sociedade, mas não de modo absoluto, pois o espírito pode se libertar. B. Como em Marx, a estrutura material ou econômica determina as manifestações do espírito, que será, em consequência, sempre passivo diante desta estrutura. C. Marx entende que o espírito é resultado da estrutura material ou econômica da sociedade, por isso jamais pode modificá-la. D. A dialética materialista de Marx sintetiza os momentos da realização da razão na história e não o agir histórico que realiza os conteúdos da razão. Comentários: Essa questão de Marx exige que se tenha conhecimento sobre o materialismo histórico- dialético de Marx. O materialismo é dialético por reconhecer a estrutura antagonista que existe na composição do mundo. Diante da tese e da antítese buscamos uma síntese (dialética) e assim, natureza e pensamento vivem uma relação recíproca, onde uma não pode ser compreendida sem a outra, ou seja, os fenômenos da natureza ou do pensamento não podem ser compreendidos isoladamente, fora dosfenômenos que os rodeiam. Ou seja, ao colocar consciência no contexto dialético, percebe-se que ela não é passiva, mas que a partir do momento que ela reconhece as relações determinantes (causalidade), torna-se possível a intervenção humana na natureza. O comando da questão pede que assinale a alternativa que condiz com o pensamento demonstrado acima. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 106 A. A alternativa está correta. A afirmativa corresponde perfeitamente com o pensamento de Marx e é coerente com o trecho supracitado no enunciado. B. A alternativa está incorreta. Está correta até o ponto em que afirma que o espírito é passivo, o que não verdade segundo Marx e de acordo com o trecho supracitado. C. A alternativa está incorreta. Não, o espírito não é meramente fruto da estrutura material ou econômica. D. A alternativa está incorreta. Para Marx a síntese se dá na dialética entre a realização da razão na história e não o agir histórico que realiza os conteúdos da razão. Gabarito “A” (Gabriela C. Garcia) Em o Nascimento da Tragédia de 1872, sob os signos de apolíneo como harmonia, criação e do dionisíaco como desmedido, destruição, Nietzsche elogia a arte grega que tem a abertura necessária para falar da vida sem engessá-la em conceitos ou verdades definitivas apontando também o caminho de seu filosofar. VIEIRA, Louise Cristina. Para onde conduz o Martelo de Nietzsche? Revista do NESEF, [S.l.], v. 3, n. 3, aug. 2017. ISSN 2317-1332. Nietzsche e seu Martelo promove uma transvaloração dos valores, valores esses responsáveis por engessar a vida com conceitos e verdades definitivas. A partir do trecho acima e de seus conhecimentos é correto afirmar A. O homem valorizou demais apolíneo e por isso o dionisíaco foi deixado de lado, o que leva a uma razão técnica, uma razão sem sentimento, que não leva em conta o ser humano como um todo. B. O cristianismo é um meio de se chegar a valores que são de fato importantes. C. Nietzsche compartilhava dos pensamentos de Sócrates, Kant e Hegel, que tentavam colocar a razão dentro de um quadrado. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 107 D. O excesso de razão é fundamental para o homem lidar com o acaso. E. As tragédias gregas eram simples fonte de entretenimento para Nietzsche. Comentários: Para responder a essa questão é preciso entender a filosofia do Martelo de Nietzsche. O pensador desconstrói tudo o que havia sido dito na filosofia, ele cria uma transvaloração dos próprios valores. Sua teoria diz que construímos valores de bem e mal, belo e feio a partir racionalidade exagerada que tenta deixar o mundo de acordo com o que se acha ser certo. A razão é usada como forma de proteção. O homem levou a racionalidade muito a sério, o que faz com que a sociedade ocidental tenha o homem como magnânimo perante os outros, onde ele domina a natureza e outros seres humanos. O homem inventa regras, pois não consegue viver bem com o acaso. Para Nietzsche, o pensamento foi construído de forma parcial; os gregos valorizavam uma parte do espírito humano e a outra parte foi deixada de lado, exatamente a parte que lida com o acaso. O comando da questão pede que assinale a alternativa que se adequa a teoria do Martelo de Nietzsche. A. A alternativa está correta. A crítica de Nietzsche se dá no uso excessivo da razão, que quer colocar tudo em uma “caixa”, por isso não aprendemos a lidar com o acaso. B. Alternativa está incorreta. O filósofo faz duras críticas ao cristianismo. C. A alternativa está incorreta. Pelo contrário, esses são os pensadores que Nietzsche discorda. D. A alternativa está incorreta. O uso demasiado da racionalidade é prejudicial à sanidade do homem. E. A alternativa está incorreta. As tragédias são fundamentais no desenvolvimento do ser humano, muito mais que entreter elas corroboram na edificação do ser. Gabarito: “A” UFU 2008.2 t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 108 Considere o texto abaixo. Dostoiévski escreveu: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra desculpas. SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 9. Tomando o texto acima como referência, marque a alternativa correta. A. Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da liberdade pressupõe que o homem é sempre responsável pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve ser usada para justificar qualquer ato. B. O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção de certos valores como liberdade e angústia. Para o existencialismo, a liberdade significa a total recusa da responsabilidade. C. Defender que “tudo é permitido” significa que o homem não deve assumir o que faz, pois todos os homens são essencialmente determinados por forças sociais. D. Para Sartre, a expressão “tudo é permitido” significa que o homem livre nunca deve considerar os outros e pode fazer tudo o que quiser, sem assumir qualquer responsabilidade. Comentários: Para responder a essa questão, o candidato deve ter com clareza o que é Existencialismo para Sartre. O Existencialismo é um Humanismo. Para o pensador, se o homem é livre para agir e não existem valores que sirvam de guia para nossa vida, cabe ao próprio homem, por meio de suas práticas, construir os valores que orientam suas escolhas. Vale ressaltar que para Sartre, a escolha revela a responsabilidade. Diante de uma questão, o homem deve optar por uma alternativa e por um critério pelo qual essa alternativa foi escolhida, ele delibera, ele tem essa capacidade. É necessário escolher porque tenho de ser livre. Assim, toda vez que há uma ação, o homem se torna responsável por tudo o que escolhe, porque não há outra escolha que não exercer a liberdade. O comando da questão pede que assinale a alternativa que melhor representa o pensamento de Sartre quanto à liberdade e o trecho citado pode ajudar. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 109 A. A alternativa está correta. Sartre acreditava que o homem deveria ser responsável por si mesmo. E pensar que Deus não existe permite que ele tome conta da própria vida, sem utilizar muletas para se sustentar, só ele é responsável por suas escolhas. B. Para o existencialismo a liberdade está totalmente ligada à responsabilidade. A alternativa está incorreta. C. Para o existencialismo a existência precede a essência, portanto não há forças sociais determinantes. Tudo é permitido significa que me liberto das forças sociais que se diziam determinantes e me torno responsável por mim faz e assim sou mais livre e mais responsável. A alternativa está incorreta. D. O homem livre é responsável por si e pelos outros, quando ele escolhe a si ele escolhe a todos, segundo Sartre. A alternativa está incorreta. Gabarito “A” (UNIMONTES - 2012) O filósofo alemão Edmund Husserl diz que ele sabe o que é filosofia, ao mesmo tempo que não sabe. Isto é, a explicitação do que é a filosofiajá é uma questão filosófica. A presente afirmação indica que a filosofia não é um saber acabado. Das alternativas abaixo, marque a mais próxima da atitude filosófica. A. A filosofia evita os questionamentos sobre a realidade, pois já é parte de verdades estabelecidas. B. A filosofia é inquestionável e cada um tem a sua. C. A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a indagação. A primeira atitude do filósofo é admirar, ser capaz de surpreender com o óbvio e questionar as verdades. D. A filosofia não problematiza a realidade, pois a realidade é imutável. Comentários: Para responder à essa questão seria necessário o conhecimento sobre a atitude filosófica. Apesar de trazer uma citação de Husserl a questão aborda o que é a filosofia. A. A alternativa está incorreta. Ela serve também para questionar a realidade. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 110 B. A alternativa está incorreta. Sim, existem muitas teorias filosóficas, mas nenhuma delas é inquestionável. C. A alternativa está correta. Admirar-se, surpreender- se com óbvio, questionar a realidade são atitudes filosóficas. D. A alternativa está incorreta. A realidade é sim um objeto de estudo da filosofia. Gabarito “C” (Gabriela Garcia) A Fenomenologia é uma tradição filosófica, nascida no século XX, que se caracterizou por sua abordagem crítica dos problemas clássicos do conhecimento. O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty, expoente da Fenomenologia, afirma que “[...] desde o fim do século XIX, os cientistas se habituaram a considerar suas leis e teorias não mais como a imagem exata do que se passa na Natureza, mas como esquemas sempre mais simples que o evento natural, destinados a ser corrigidos por uma pesquisa mais precisa, em uma palavra, como conhecimentos aproximados. [...] O concreto, o sensível indicam para a ciência a tarefa de uma elucidação interminável, e resulta disso que não se pode considerá-lo, à maneira clássica, como uma simples aparência destinada a ser superada pela inteligência científica.” (MERLEAU-PONTY, M. Primeira conversa: o mundo percebido e o mundo da ciência. In: MARÇAL, J. (org.). Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009, p. 501). Sobre a fenomenologia e sua crítica à filosofia moderna, assinale o que for correto. A. A fenomenologia de Edmund Husserl não procura superar as teorias do conhecimento empirista e idealista, como também o dualismo entre o sujeito e o objeto. B. Para a fenomenologia, a consciência é sempre consciência de alguma coisa; mas, é possível que haja uma realidade pura, isolada do homem. C. O filósofo alemão Martin Heidegger, pertencente à escola fenomenológica, resgata um conceito de verdade desenvolvido pelos gregos arcaicos: o conceito de alétheia, que significa o oculto, aquilo que não se mostra ou se desvela. D. Merleau-Ponty dizia que seria possível ter uma consciência sem o corpo. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 111 E. O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty supera a concepção dualista para a matéria e o espírito. De um lado, estão os objetos e o corpo, de outro, o sujeito e a consciência. Comentários: A questão traz a visão fenomenológica de Merleua-Ponty. Tal filósofo supera o dualismo corpo/alma, procurando compreender nesses polos as relações de reciprocidade. Acredita que é na dinâmica entre essas polaridades que pode ser encontrado o sentido tanto do corpo quanto da alma. Não é nos polos, mas no entre, na mediação, que devemos buscar o sentido das coisas. Nesse sentido, o corpo não se identifica com as coisas, mas é ser-no-mundo. Observe esse conceito nas palavras do filósofo. (...) o mundo é inseparável do sujeito, mas de um sujeito que não é senão projeto do mundo, e o sujeito é inseparável do mundo, mas de um mundo que ele mesmo projeta. O sujeito é ser-no-mundo, e o mundo permanece "subjetivo", já que sua textura e suas articulações são desenhadas pelo movimento de transcendência do sujeito. Merleau-Ponty (1945/1999, p. 576) O comando da questão pede que assinale a alternativa correta quanto à fenomenologia. A. A alternativa está incorreta. A fenomenologia de Edmund Husserl procura superar as teorias do conhecimento empirista e idealista, como também o dualismo entre o sujeito e o objeto. B. A alternativa está incorreta. Para a fenomenologia, a consciência é sempre consciência de alguma coisa e não é possível que haja uma realidade pura, isolada do homem. C. A alternativa está incorreta. O filósofo alemão Martin Heidegger, pertencente à escola fenomenológica, resgata um conceito de verdade desenvolvido pelos gregos arcaicos: o conceito de alétheia, que significa o não é oculto, aquilo que o se mostra ou se desvela. D. A alternativa está incorreta. Merleau-Ponty dizia que não seria possível ter uma consciência sem o corpo. E. A alternativa está correta. Exato, Merleau-Ponty supera uma concepção dualista para a matéria e o espírito. Gabarito “E” t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 112 Enem - 2020 TEXTO I Os meus pensamentos são todas sensações Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ, M. A. (Org.). Obras poéticas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999 (fragmento). TEXTO II Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a partir de uma visão minha ou de uma experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada. MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999 (adaptado). Os textos mostram-se alinhados a um entendimento acerca da ideia de conhecimento, numa perspectiva que ampara a A. anterioridade da razão no domínio cognitivo. B. confirmação da existência de saberes inatos. C. valorização do corpo na apreensão da realidade. D. verificabilidade de proposições no campo da lógica. E. possibilidade de contemplação de verdades atemporais. Comentários: A questão apresenta um poema de Fernando Pessoa que aponta os sentidos como diretamente ligados aos pensamentos. O texto II faz o mesmo apontamento, mas agora sob a ótica de Merleau-Ponty, que desenvolve uma filosofia fenomenológica, onde corpo e mente precisam um do outros para existir. Ele supera a dicotomia razão e sensação. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 113 A. A alternativa está incorreta. Os textos deixam claro que os sentidos são fundamentais para que ocorra o pensamento e o pensamento é a consciência do que ocorreu como corpo, um depende do outro ao mesmo tempo. Se não houver um corpo não há pensamento, portanto o pensamento não é inato. B. A alternativa está incorreta. Como já dito, os saberes inatos seriam anteriores a existência do ser, mas para o filósofo não é possível. C. A alternativa está correta. Exato, o corpo é valorizado no processo de apreensão da realidade. D. A alternativa está incorreta. A lógica é racional dedutiva, para Merleau Ponty é necessários os sentidos. E. A alternativa está incorreta. As verdades não são atemporais, visto que são construídas no processo de aprendizagem e vão se transformando conforme tudo no entorno muda. Gabarito “C” (GabrielaGarcia) Quais das afirmações abaixo se relacionam com o princípio da verificabilidade? A. Os enunciados que não pudessem ser examinados a partir da verificação empírica tinham significação e, portanto, deveriam ser considerados pela ciência. B. Aquilo que não tem possibilidade de verificação deve ser retirado do saber científico, como, os enunciados metafísicos. C. A Física era o modelo que eles propunham para todos os enunciados científicos, ou seja, só aquilo que foi dito a partir de observações poderia ser considerado verdadeiro. D. Os enunciados que não pudessem ser examinados a partir da verificação empírica não tinham significação e, portanto, deveriam ser desconsiderados da ciência. E. A verificação pode ser feita por meio da aplicação da lógica para saber se há coerência no enunciado. Comentários: Para responder essa questão é preciso ter conhecimento sobre a filosofia da ciência de Karl Popper. Karl Popper teve no início de sua formação a influência das discussões feitas no Círculo de Viena, uma t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 114 associação fundada no final da década de 1920 por um grupo de cientistas, lógicos e filósofos que aplicava seus esforços em torno de um projeto intelectual. Esse projeto era o desenvolvimento de uma filosofia da ciência baseada em uma linguagem lógica e a partir de procedimentos lógicos com alto rigor científico. O tema prioritário dos estudos desse grupo era a formulação de um critério que permitisse distinguir entre proposições com ou sem significação a partir do critério de “verificabilidade”. A. A alternativa está incorreta. Pelo contrário, aquilo que pode ser verificado pela experiência, é que pode ser considerado ciência. B. A alternativa está correta. Exato, se não pode ser verificado, testado, não pode ser concebido pela ciência, somente pela metafísica. C. A alternativa está correta. Exato, a ciência exata trabalha com evidência, então somente o que vem a partir da observação pode ser considerado verdadeiro. D. A alternativa está correta. Correta e justificando porque a alternativa A está incorreta. E. A alternativa está correta. Sim, a lógica é uma ferramenta de verificabilidade. Ela contribui na construção do conhecimento científico. Gabarito “A” (Gabriela Garcia) Eduardo Ferreira Chagas, professor de filosofia da UFC, em seu artigo A razão em Feuerbach como base da unidade do homem e da natureza, diz que, segundo Feuerbach: “a razão pertence a todo homem e não pode ser extinta, porque os homens, na medida em que são seres pensantes e inseparáveis do ato de pensar, não podem consistir fora da natureza da razão. Esta natureza da razão (ou do pensar) é, de fato, “a forma do comum e do universal. Quando penso, já deixo de ser indivíduo, e pensar é, por conseguinte, o mesmo que ser universal”. (FEUERBACH. 2000, p. 8-9). Todos os homens coincidem nisso, a saber, que eles pensam, e o pensamento (a razão absoluta) não é particular, mas, como expressei, geral, universal”. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 115 A partir do excerto acima e de seus conhecimentos sobre a filosofia de Feuerbach, assinale a alternativa que não representa as ideias desse filósofo. A. Feuerbach contesta que a razão seja apenas capacidade individual ou qualidade particular do indivíduo. B. A razão é instrumento para compreender objetos infinitos. C. A razão é em si e infinitamente substância comum, universal, de todos os indivíduos. D. Nossas potências, nossas qualidades ou nossas capacidades individuais, não passam de determinações feitas por nossa própria razão. E. A razão não constitui a humanidade do homem, o seu gênero humano. Comentários: Para responder essa questão é preciso ter conhecimento da filosofia de Feuerbach. A história da filosofia colocou na razão limites, qualquer homem sábio deve ter consciência que há limites que não podem ser ultrapassados pela razão. O filósofo alemão não vai concordar com isso. Ele confronta a ideia de que a verdade não pode ser alcançada e que quem se atreve, movido pela investigação, ultrapassar os limites estabelecidos em busca da verdade, perde o seu tempo num esforço inútil. A razão para Feuerbach não tem limites. Isso fica evidente no excerto disponibilizado na questão. O comando que que assinale a alternativa que não está em acordo com o pensamento de Feuerbach. A. A alternativa está correta. No texto temos um trecho que diz: Quando penso, já deixo de ser indivíduo, e pensar é, por conseguinte, o mesmo que ser universal. Isso mostra a universalidades da razão e não sua particularidade. B. A alternativa está correta. A razão não tem limites e ela pode sim conhecer objetos infinitos. C. A alternativa está correta. Sim, a razão está para todos. D. A alternativa está correta. Nossos limites e potencias são determinados por nossa razão, nós que pensamos eles. E. A alternativa está incorreta. A razão constitui a humanidade do homem, o seu gênero humano. Gabarito “E” t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 116 (Gabriela Garcia) (...) só reconhecerei um sistema como empírico ou científico se ele for possível de comprovação pela experiência. Essas considerações sugerem que deve ser tomado como critério de demarcação, não a verificabilidade, mas a falseabilidade de um sistema. Em outras palavras, não exigirei que um sistema científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas, sem sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo por meio de recurso a provas empíricas, em sentidos negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico. (Karl Popper. A lógica da pesquisa científica, 2001.) Popper deu o nome de Problema da Demarcação ao problema de estabelecer um critério que permita distinguir entre ciências empíricas e os sistemas ’metafísicos’. Sobre esse assunto assinale a alternativa correta. A. A experiência não é empregada como teste, nas falsificações propostas aos sistemas teóricos. B. A possibilidade de falseamento não é capaz de promover a separação entre o que é ciência e o que é especulação metafísica. C. Teorias metafísicas podem ser falseadas. D. A possibilidade de falsificação, com o auxílio da observação e dos experimentos, permite o julgamento do conteúdo empírico de teorias postas. E. Teorias que podem ser submetidas a testes empíricos obviamente não podem ser falsificadas. Comentários: Ao se deparar com tal questão, tenha em mente a teoria da falseabilidade de Popper e explore o texto que também explica um pouco de sua teoria. A possibilidade de falsificação, com o auxílio da observação e dos experimentos, permite o julgamento do conteúdo empírico de teorias postas e, provisoriamente, define-as como científicas. Segundo Popper, o erro característico do critério de demarcação positivista é o que define que testes empíricos são o ponto de partida para a definição de sistemas teóricos; já em sua concepção, testes empíricos têm um valor intrínseco na caracterização da ciência, porém, aplicados no sentido das tentativas de falseamento de sistemas teóricos já propostos e não de verificar se estão corretos, mas colocá-los em teste para ver se podem ser falsos. “Não sabemos: só podemos conjecturar”. Isso significa provisoriedade. Este é um alerta de Popper: nunca poderemos t.me/CursosDesignTelegramhubESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 117 dizer, verdadeira e justificadamente, que conhecemos a verdade; teorias científicas são, em sua visão, apenas hipóteses provisórias que devem estar prontas ao crivo crítico, disponíveis à falsificação. O comando da questão pede que assinale a alternativa que melhor representa as ideias de Popper. A. A alternativa está incorreta. A experiência é sim empregada como teste para falseabilidade. B. A alternativa está incorreta. Pelo contrário, possibilidade de falseamento é capaz de promover a separação entre o que é ciência e o que é especulação metafísica. C. A alternativa está incorreta. Teorias metafísicas não podem ser falseadas, visto que teorias científicas nos dão informações sobre o mundo físico; teorias que nunca podem ser submetidas a testes empíricos obviamente não podem ser falsificadas e, neste sentido, são metafísicas. D. A alternativa está correta. Perfeito, condiz com o que foi exposto nos comentários. E. A alternativa está incorreta. Pelo contrário é sendo submetidas a testes empíricos que as teorias podem ser falseadas. Gabarito “D” (Gabriela Garcia) Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em si uma memória; os mais horrendos sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações (as castrações, por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da memória. NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e a elaboração de um mecanismo distintivo entre homens e animais, marcado pelo(a) A. Racionalismo científico. B. Empirismo científico. C. Busca do sagrado. D. Refletir sobre existência. E. Determinismo biológico. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 118 Comentários: Essa questão pode ser respondida a partir de uma boa interpretação do texto exposto, mas também necessita do conhecimento dos termos destacados nas alternativas para já eliminá-los. O texto diz muito sobre a memória e como ela é importante da construção humana. Segundo o filósofo, tudo tem origem naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da memória, ou seja, a dor, o sofrimento criam cicatrizes que não nos permite esquecer o que vivemos e assim vamos moldando nosso futuro. O comando da questão pede que assinale a alternativa que mostra o que nos diferencia dos animais. A. A alternativa está incorreta. Essa corrente diz respeito ao pensamento de Descartes. B. A alternativa está incorreta. Tal corrente diz sobre a filosofia de Hume e Locke. C. A alternativa está incorreta. O fragmento evoca a condição humana a partir da visão de Nietzsche, e ele não era a favor do sagrado. D. A alternativa está correta. Exato, ter consciência da própria existência, lembrar o passado e projetar o futuro é o que constitui a condição humana e nos separa dos outros animais. E. A alternativa está incorreta. Essa ideia não condiz com o pensamento de Nietzsche. Gabarito “D” (Gabriela Garcia) “Só a Vontade é a coisa em si” (SCHOPENHAUER, 2005, p. 218) A vontade nos aparece como essência íntima do mundo que, apesar de continuar sendo impossível aos sentidos, pode nos aparecer no entendimento e na intuição como uma essencialidade para a causalidade. Portanto, em Schopenhauer, a Vontade A. não é como coisa em si, não pode ser encarada apenas como mera metafísica. B. não pode ser percebido e entendido pelo intelecto. C. é algo a que necessariamente estamos submetidos o tempo inteiro e em todo o espaço. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 119 D. é o que faz possíveis os fenômenos no exterior dos sujeitos, mas não as representações internas a ele apresentadas. E. o próprio sujeito é Vontade e, consequentemente, mas não é coisa em si. Comentários: Essa questão traz uma breve frase de Schopenhauer e pode que assinale a alternativa que melhor define a vontade para o filósofo alemão. Sobre isso é preciso saber que, a inovação de Schopenhauer através da conceituação a respeito da coisa em si kantiana se dá justamente por ele não entender a causalidade apenas como uma reflexão, mas também como uma necessidade para as intuições empíricas. É também a partir disso que o filósofo aparece mais acreditado em relação às suas considerações metafísicas; afinal, se a vontade é aquilo que nos aparece como consciência de si, e a consciência de si e todas as outras leis e regras do entendimento estão nela e por ela condicionadas, a saber, se a vontade não pertence “ao intelecto, mas simplesmente é sua raiz e origem dominadora” (SCHOPENHAUER, 2015, p. 171), passa a fazer todo o sentido a célebre frase schopenhaueriana: “Só a Vontade é a coisa em si” (SCHOPENHAUER, 2005, p. 218). Essa é uma observação de Saul Ribeiro Filho e que define muito bem a frase expressa na questão. A. A alternativa está incorreta. A vontade é a coisa em si. B. A alternativa está incorreta. Ela pose ser percebida pelo intelecto. C. A alternativa está correta. Exato, estamos submetidos à vontade o tempo todo e em todos os lugares. D. A alternativa está incorreta. Além de fazer possíveis os fenômenos no exterior dos sujeitos, ela também causa as representações internas a ele apresentadas. E. A alternativa está incorreta. O sujeito é vontade e a coisa em si. Gabarito “C” (Gabi Garcia) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 120 O físico Paulo Nussenzveig volta a falar sobre a relação entre filosofia e filosofia da ciência ao comentar a entrevista do jornalista Philip Ball com a filósofa da ciência Michela Massimi para a revista Quanta Magazine, publicada com o título “Questionando Verdade, Realidade e o Papel da Ciência”. “Michela discute esse assunto contrapondo que, muitas vezes, esses cientistas partem da premissa (falsa, segundo ela) de que a filosofia precisa ser útil para os cientistas. Caso contrário, ela seria totalmente inútil”, diz Nussenzveig. “Ela argumenta que, além de poder ter utilidade para a ciência, a filosofia é útil na formação cultural da humanidade. Filósofos constroem narrativas sobre a ciência. Filósofos, muitas vezes, se dedicam a analisar cuidadosamente as hipóteses mais fundamentais presentes no trabalho de cientistas que, por vezes, passam despercebidas.” NUSSENZVEIG, Paulo. Um diálogo entre ciência e filosofia sobre realidade e verdade. 30 agosto de 2018. Disponível emhttps://jornal.usp.br/atualidades/um-dialogo-entre-ciencia-e-filosofia-sobre-realidade-e- verdade/ .Acesso em 29 de julho de 2021. A partir da leitura do texto e de seu conhecimento sobre a filosofia da ciência, assinale a alternativa incorreta. A. importância da ciência e da filosofia da ciência se limita a perspectivas de utilidade imediata. B. A filosofia da ciência é parte da herança cultural, parte das aspirações que nos torna humanos. C. Kuhn desenvolveu uma noção de história da ciência, a ciência é entendida como historicamente orientada. D. O texto aponta que cientistas muitas vezes não veem a utilidade da filosofia da ciência. E. A filosofia da ciência analisa as hipóteses mais fundamentais presentes no trabalho de cientistas. Comentários:A filosofia da ciência tinha por objetivo purificar o saber científico de conceitos vazios e de falsos problemas metafísicos, submetendo os saberes ao critério de verificabilidade. Ou seja, tudo que não puder ser verificado é desprovido de sentido. A experiência e a demonstração, são formas de verificação. A demonstração se faz pela aplicação da lógica e da matemática, a fim de buscar coerência interna, já a experiência diz respeito a verificação empírica, pela qual chegamos às teorias científicas. t.me/CursosDesignTelegramhub https://jornal.usp.br/atualidades/um-dialogo-entre-ciencia-e-filosofia-sobre-realidade-e-verdade/ https://jornal.usp.br/atualidades/um-dialogo-entre-ciencia-e-filosofia-sobre-realidade-e-verdade/ ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 121 A entrevista nos apresentada deixa claro que a filosofia da ciência tem papel preponderante quando investiga a ciência e seu método, ela os coloca dentro de uma narrativa que contribui cultural e socialmente com o mundo. O próprio Thomas Kuhn fica famoso por trazer um olhar sob a construção histórica da ciência. A. A alternativa está incorreta. A importância da ciência e da filosofia da ciência não se limita a uma utilidade imediata. B. A alternativa está correta. Perfeito e é o que o texto mostra. C. A alternativa está correta. Sim, Kuhn traz um novo olhar para a filosofia da ciência. D. A alternativa está correta. O texto mostra essa visão. E. A alternativa está correta. Sim, por isso ela deixa um legado cultural que favorece a humanidade com suas narrativas. Gabarito “A” (Gabi Garcia) Ao examinar um fenômeno biológico, o cientista sugere uma explicação para o seu mecanismo, baseando- se na causa e no efeito observados. Esse procedimento: A. Não faz parte do método científico. B. É realizado pelo método da indução. C. É conhecido como método dedutivo. D. Deve ser precedido por uma conclusão. E. É chamado de método analógico. Comentários: Para responde essa questão é preciso saber o que é a teoria da causalidade. A causalidade é o agente que liga dois processos, sendo um a causa e outro o efeito, em que o primeiro é entendido como sendo, ao menos em parte, responsável pela existência do segundo, de tal modo que o segundo é dependente do primeiro. Neste caso a ciência começa com a observação a partir do método indutivo. A t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 122 observação fornece uma base segura sobre a qual o conhecimento científico pode ser construído, e o conhecimento científico é obtido a partir de proposições de observação por indução. A. A alternativa está incorreta. Tal método faz parte do método científico sim. B. A alternativa está correta. Sim, ao observar qual é causa de determinado efeito ou o efeito de determinada causa, essa observação se faz a partir da indução, ou seja, quando a partir da observação de objetos particulares busca-se encontrar conclusões universais. C. A alternativa está incorreta. A dedução é a consequência da indução, portanto é posterior e generalista. D. A alternativa está incorreta. Não, a conclusão é posterior a indução. E. A alternativa está incorreta. Tal método é individual, particular, pessoal, não vala para a ciência. Gabarito “B” Questões Unesp Comentadas 4000252984 1. UNESP 2022 Ao cunhar a frase “natureza atormentada,” no início do século XVII, numa referência ao objeto do conhecimento científico, Francis Bacon não imaginou que esse ideal iria, no século XXI, atormentar filósofos e cientistas. O “tormento” do mundo natural, para ele, significava conhecê-lo, não pelo saber desinteressado, mas para dominar, transformar e, então, utilizar esse universo da maneira mais eficiente. O berço da ciência moderna trazia a estrutura para que o ideal de controle da natureza pudesse ser realizado. A partir de então, essa relação entre ciência e técnica foi naturalmente se estreitando. (Carlos Haag. “Natureza atormentada”. https://revistapesquisa.fapesp.br, agosto de 2005. Adaptado.) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 123 De acordo com o tema abordado pelo excerto, o “tormento” gerado em filósofos e cientistas contemporâneos se dá devido à problematização da A. eficácia de teorias. B. natureza do conhecimento. C. noção de progresso. D. confiança nos resultados. E. verificação dos experimentos. Comentários: Ao ler o texto é preciso ter ideia de que Bacon foi um dos primeiros filósofos a defender o método indutivo para a construção de uma teoria científica, com o discurso de que é preciso dominar a natureza apar progredir. Com o passar do tempo, os pensadores contemporâneos notaram, que em nome do progresso e do desenvolvimento o ocorre uma falta de critério e de bom senso, não existindo responsabilidade na exploração da natureza e de novas tecnologias, o que parece estar gerando um desequilíbrio no que deveria estar progredindo. A. A alternativa está incorreta. Não problematização da eficácia das teorias, o que se nota no século XXI é que, o progresso não está muito bem alinhado com ética por exemplo, com a sustentabilidade. Não contesta as teorias científicas, mas a forma como a ciência é conduzida. B. A alternativa está incorreta. Não a natureza do conhecimento que se questiona, mas os resultados dos avanços científicos e tecnológicos. C. A alternativa está correta. A noção de progresso é um problema, visto que é preciso olhar para tudo em que ele resvala. O que define o progresso? Somente o domínio da natureza sem levar em consideração ao todo não parece um bom plano. É preciso existir responsabilidade sobre o avanço tecnológico e científico. D. A alternativa está incorreta. Se há tormento é porque não existe confiança. E. A alternativa está incorreta. Não é a verificação dos experimentos que atordoa os pensadores contemporâneo quanto ao avanço da ciência. Gabarito: C t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 124 4000252982 2. UNESP 2022 Não é fácil vencer uma discussão. Especialmente em um contexto inflamado, em que as opiniões se polarizam, notícias falsas se proliferam, debatedores recorrem a ofensas e sarcasmo e festas de fim de ano criam ambientes propícios para a briga. Uma boa discussão, ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, não serve para a disputa — e, sim, para a construção do conhecimento. Nesse sentido, saber sustentar uma boa argumentação é fundamental. (Beatriz Montesanti e Tatiana Dias. “Por que ‘opinião não é argumento’, segundo este professor de lógica da Unicamp”. www.nexojornal.com.br, 28.02.2018.) O excerto explicita a relevância de uma área da filosofia que contribui para o desenvolvimento de boas discussões, qual seja, A. a lógica e a investigação da estrutura do pensamento humano. B. a estética e a investigação do uso de imagens ao longo da história. C. a metafísica e o entendimento das qualidades do ser. D. a ética e a compreensão dos modos de agir individual. E. a epistemologia e a verificação da natureza do conhecimento. Comentários: Na busca por um conhecimento verdadeiro, Aristóteles sistematizou a forma como o ser humano pode o alcançar. Visto que tal conhecimento é fruto do pensamento, ele deve seguir regras. Porquanto o conhecimento se faz por um encadeamento de ideiascom etapas bem dispostas. A lógica é um instrumento que ajuda no pensamento correto, coerente. Ela estuda os métodos e os princípios da argumentação a fim de identificar quando um raciocínio é correto e em que circunstâncias ele é válido, o que faz dela parte indispensável de uma teoria da argumentação, ela é a estrutura de uma argumentação, pode-se dizer. A. A alternativa está correta. A área da filosofia que permite a discussão, o debate, seja relevante é a lógica, visto que ela busca garantir a coerências nos discursos. B. A alternativa está incorreta. Nada no texto nos remete à filosofia da arte. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 125 C. A alternativa está incorreta. Observa-se que no texto o autor identifica a dificuldade de se ter um bom debate hoje em dia, pela falta de poder argumentativo, pela falta de uma estrutura lógica na investigação do pensamento humano e não em suas qualidades. D. A alternativa está incorreta. A área da filosofia é a lógica, visto que é ela que visa construir uma discussão pautada em argumentação que tenha coerência, o que é necessário em um debate para que seja relevante. E. A alternativa está incorreta. A epistemologia busca compreender o processo do conhecimento, ou seja, em como podemos conhecer. No debate já ocorre a discussão sobre o que é conhecido. Gabarito: A 4000204397 3. UNESP 2021 Texto 1 Só reconhecerei um sistema como empírico ou científico se ele for passível de comprovação pela experiência. Essas considerações sugerem que deve ser tomada como critério de demarcação […] a falseabilidade de um sistema. Em outras palavras, não exigirei que um sistema científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas, em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo por meio de recurso a provas empíricas, em sentido negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico. (Karl Popper. A lógica da pesquisa científica, 2001.) Texto 2 Imagine um dia em que a humanidade soubesse de tudo. Todos os detalhes do surgimento e da evolução do Universo, da vida e da inteligência fossem conhecidos. E aí, o que fariam os cientistas nesse dia? […] “Essa noção de que existe uma resposta final empobrece o conhecimento em vez de enriquecê-lo”, afirma o físico Marcelo Gleiser. “Porque é justamente o não saber, a ideia de estar sempre buscando, que nutre nossa curiosidade”. (Salvador Nogueira. “Não há respostas finais na ciência, diz Marcelo Gleiser”. www.folha.uol.com.br, 11.08.2014.) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 126 De acordo com os textos, para assegurar a validade do conhecimento produzido, é necessário que a ciência A. valorize os aspectos culturais presentes nos experimentos. B. divulgue e defenda o conhecimento e a sabedoria absolutos obtidos com a investigação. C. relacione os dados sensíveis e intuitivos identificados nos experimentos. D. duvide e verifique continuamente os resultados obtidos. E. recorra ao senso comum no processo metódico de investigação. Comentários: Para responder essa questão, é importante uma boa leitura dos textos e conhecimento sobre a filosofia da ciência. A. A alternativa está incorreta. Ciência trabalha com experiência e repetição, ela busca sempre refutar aquilo que foi provado, a fim de validar sua veracidade ou não. Aspectos culturais não são valorizados. B. A alternativa está incorreta. A ciência não trabalha com conhecimento absoluto, seu papel é colocar em xeque as ditas verdades e contestá-las, a fim de comprovar ou não sua veracidade. C. A alternativa está incorreta. Ela relaciona somente os dados sensíveis. D. A alternativa está correta. Esse é o papel da ciência, duvidar, questionar e investigar teorias. E. A alternativa está incorreta. Ela pode partir do senso comum, mas deve recorrer a ele para verificar uma teoria. Gabarito D 4000109301 4. UNESP 2021 Pode acontecer que, para a educação do verdadeiro filósofo, seja preciso que ele percorra todas as gradações nas quais os “trabalhadores da filosofia” estão instalados e devem permanecer firmes: ele deve ter sido crítico, cético, dogmático e histórico e, ademais, poeta, viajante, moralista e vidente e “espírito livre”, tudo enfim para poder percorrer o círculo dos valores humanos, dos sentimentos de valor, e poder t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 127 lançar um olhar de múltiplos olhos e múltiplas consciências, da mais sublime altitude aos abismos, dos baixios para o alto. Mas tudo isso é apenas uma condição preliminar da sua incumbência. Seu destino exige outra coisa: a criação de valores. (Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal, 2001. Adaptado.) No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve A. assegurar e manter os poderes políticos do governante. B. conhecer e extrapolar as práticas de vida, os sentimentos e os valores presentes na sociedade. C. privilegiar e fortalecer o papel da religião nas atitudes críticas perante a vida e os humanos. D. restringir-se ao terreno da reflexão na busca por uma verdade absoluta. E. retomar a origem una e indivisível dos humanos, na busca de sua liberdade de natureza. Comentários: Sua teoria diz que construímos valores de bem e mal, belo e feio a partir racionalidade exagerada que tenta deixar o mundo de acordo com o que se acha ser certo. A razão é usada como forma de proteção. O homem levou a racionalidade muito a sério, o que faz com que a sociedade ocidental tenha o homem como magnânimo perante os outros, onde ele domina a natureza e outros seres humanos. O homem inventa regras, pois não consegue viver bem com o acaso. A. A alternativa está incorreta. Pelo contrário, deve ser um humano e basta. Ser cético e dogmático, vidente, moralista e tudo mais que permeia a existência, para só então ter a incumbência de criar os próprios valores. B. A alternativa está correta. Exatamente como descrito nos comentários acima, é preciso recriar os valores, para isso é preciso conhecer as práticas de vida. C. A alternativa está incorreta. Nietzsche era contra a moral do rebanho, ou a moral religiosa. D. A alternativa está incorreta. A verdade não é absoluta. E. A alternativa está incorreta. Não é sobre isso que trata o texto ou mesmo a filosofia de Nietzsche. Gabarito B t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 128 4000108231 5. UNESP 2021 Texto 1 O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples arte de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, achados ou produtos. A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos. (Gilles Deleuze e Félix Guattari. O que é a filosofia?, 2007.) Texto 2 A língua é um “como” se pensa, enquanto que a cultura é “o quê” a sociedade faz e pensa. A língua, como meio, molda o pensamento na medida em que pode variar livremente. A língua é o molde dos pensamentos. (Rodrigo Tadeu Gonçalves. Perpétua prisão órfica ou Ênio tinha três corações, 2008. Adaptado.) Os textos levantam questões que permitem identificar uma característicaimportante da reflexão filosófica, qual seja, que A. a mutabilidade da linguagem amplia o conhecimento do mundo. B. a cultura é constituída a partir da especulação teórica. C. o conhecimento evolui a partir do desenvolvimento tecnológico. D. a filosofia estabelece as balizas e diretrizes do fazer científico. E. os conceitos são permanentes e derivados de verdades preestabelecidas. Comentários: Para responder à questão é preciso uma boa leitura dos textos dispostos. Eles tratam da linguagem e da filosofia, deixando evidente que a linguagem que permite a criação de conceitos nada mais é do que fruto da cultura, da vida e das relações, que conforme acontecem vão se expressando na linguagem. A. A alternativa está correta. Essa afirmação fica bem evidente no texto 2, veja: A língua, como meio, molda o pensamento na medida em que pode variar livremente e no texto 1, quando Deleuze afirma: A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos. B. A alternativa está incorreta. A especulação teórica é construída a partir da cultura. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 129 C. A alternativa está incorreta. O desenvolvimento tecnológico se desenvolve com o conhecimento e vice e versa. D. A alternativa está incorreta. O fazer científico que é preocupado com o método para conhecer, a filosofia questiona, sem necessariamente se prender ao rigor científico, ela pode inclusive questionar tal rigor. E. A alternativa está incorreta. Não existem verdades preestabelecidas ou conceitos permanentes, é preciso sempre questionar. Gabarito A 4000071145 6. UNESP 2019 O zoólogo Richard Dawkins e o paleontólogo Simon Conway Morris têm muito em comum: lecionam nas mais prestigiadas universidades da Grã-Bretanha […] e compartilham opiniões e crenças científicas quando o tema é a origem da vida. Para ambos, a riqueza da biosfera na Terra é explicada mais do que satisfatoriamente pela teoria da seleção natural, de Charles Darwin. […] Num encontro realizado na Universidade de Cambridge, porém, eles protagonizaram um novo round de um debate que divide a humanidade desde que o mundo é mundo: Deus existe? Morris, cristão convicto, afirmou [em sua palestra] que a “misteriosa habilidade” da natureza para convergir em criaturas morais e adoráveis como os seres humanos é uma prova de que o processo evolutivo é obra de Deus. Já o agnóstico Dawkins disse que o poder criativo da evolução reforçou sua convicção de que vivemos num mundo puramente material. (𝗥𝗼𝗱𝗿𝗶𝗴𝗼 𝗖𝗮𝘃𝗮𝗹𝗰𝗮𝗻𝘁𝗲. “𝗣𝗿𝗼𝗰𝘂𝗿𝗮-𝘀𝗲 𝗗𝗲𝘂𝘀”. 𝗵𝘁𝘁𝗽𝘀://𝘀𝘂𝗽𝗲𝗿.𝗮𝗯𝗿𝗶𝗹.𝗰𝗼𝗺.𝗯𝗿, 𝟯𝟭.𝟭𝟬.𝟮𝟬𝟭𝟲.) O conflito de opiniões entre os dois cientistas ilustra a oposição entre A. duas visões filosoficamente baseadas na metafísica. B. duas visões anticientíficas sobre a origem do Universo. C. um ponto de vista ateu e um enfoque materialista. D. duas interpretações diferentes sobre o evolucionismo. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 130 E. dois pontos de vista teológicos acerca da origem do Universo. Comentários: Fernando Andrade Queridos alunos, essa é uma questão que pode ser incorporada no tema que chamamos de “definição de pontos de vista divergentes”. Todos os anos a UNESP coloca esse tipo de questão para que os alunos identifiquem e definam a natureza dos acordos e desacordos das ideias apresentadas. o caso dessa questão, bastava localizar bem que os dois cientistas têm interpretações distintas sobre a evolução das espécies, apesar de concordarem com a teoria darwiniana da seleção natural. Para o professor Moris a evolução é obra misteriosa de Deus, já para o professor Dawkins o mundo é puramente natural. Passemos à análise das alternativas: A. As duas visões não são baseadas na metafísica, uma vez que isto se refere aos estudos de algo que está para além do ser material Lembra: Meta: para além, portanto metafísica, para além do físico, do material. O professor Dawkins acredita que o mundo é puramente material, ou seja, tudo pode ser empiricamente observado. B. As duas visões não são anticientíficas, sobretudo, no que se refere à seleção natural das espécies. Além disso, o texto não trata sobre a interpretação dos professores a respeito da origem do Universo, mas sim da vida. C. Aqui o erro está em dizer que um ponto de vista é ateu e o outro é materialista. O certo seria dizer que um tem ponto de vista religioso e outro materialista. D. Bingo. As duas interpretações sobre o evolucionismo são distintas, uma é religiosa e a outra é materialista. E. Errado porque o professor Dawkins tem um ponto de vista materialista, ou seja, parte do pressuposto de que tudo pode ser observador, descrito, comparado, combinado e, assim, analisado. Gabarito D 4000057503 7. UNESP 2018 Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas e que todo aquele que tem t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 131 convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que o homem das convicções está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto ao mais. Mas milênios viveram nesses pressupostos infantis, e deles jorraram as mais poderosas fontes de força da humanidade. Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a história da humanidade! (Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.) Nesse excerto, Nietzsche A. defende o inatismo metafísico contra as teses empiristas sobre o conhecimento. B. valoriza a posse da verdade absoluta como meio para a realização da paz. C. defende a fé religiosa como alicerce para o pensamento crítico. D. identifica a maturidade intelectual com a capacidade de conhecer a verdade absoluta. E. valoriza uma postura crítica de autorreflexão, em oposição ao dogmatismo. Comentários: Fernando Andrade A. Alternativa "a" está incorreta. “Inatismo metafísico” significa que o homem traz algumas verdades na sua mente que lhe dão certeza; ora, o autor está dizendo justamente o contrário: não há ideia que possa ser considerada segura e fonte de certeza. B. Alternativa "b" está incorreta. O autor diz o contrário, se as pessoas reconhecessem que não têm essa verdade que arrogantemente expõem, “que aspecto pacífico teria a história da humanidade!” C. Alternativa "c" está incorreta. Nietzsche nesse trecho crítica a crença, ou seja, critica a fé. D. Alternativa "d" está incorreta. Para Nietzsche não há verdade absoluta, quem acredita em tal tipo de verdade é infantil. E. Alternativa "e" está correta. Há um convite implícito à autorreflexão quando ele diz que “se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado”, haveria paz na história da humanidade. Além disso, o texto manifesta uma grande crítica ao dogmatismo, às verdades absolutas. Gabarito E t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01132 4000032501 8. UNESP 2016 Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer motivo pessoal. E como poderia fazer algo que fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade interna? Como poderia o ego agir sem ego? Se um homem desejasse ser todo amor como aquele Deus, fazer e querer tudo para os outros e nada para si, isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar esse sacrifício, esse viver para ele: de modo que os homens do amor e do sacrifício têm interesse em que continuem existindo os egoístas sem amor e incapazes de sacrifício, e a suprema moralidade, para poder subsistir, teria de requerer a existência da imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma. (𝗙𝗿𝗶𝗲𝗱𝗿𝗶𝗰𝗵 𝗡𝗶𝗲𝘁𝘇𝘀𝗰𝗵𝗲. 𝗛𝘂𝗺𝗮𝗻𝗼, 𝗱𝗲𝗺𝗮𝘀𝗶𝗮𝗱𝗼 𝗵𝘂𝗺𝗮𝗻𝗼, 𝟮𝟬𝟬𝟱. 𝗔𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝗱𝗼.) A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta pressupostos A. psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã. B. cartesianos, baseados na ideia inata da existência de Deus na substância pensante. C. estoicistas, exaltadores da apatia emocional como ideal de uma vida sábia. D. éticos, defensores de princípios universais para orientar a conduta humana. E. metafísicos, uma vez que é alicerçada no mundo inteligível platônico. Comentários: Fernando Andrade A. Alternativa "a" está correta. Nietzsche analise as intenções psicológicas do sacrifício, como fica evidente no começo do fragmento, “jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer motivo pessoal”. Ele defende a ideia de que não é possível amar ao próximo como Jesus ordena, já que na origem desse amor está o egoísmo. Em outras palavras, ele apresenta a “inconsistência subjetiva da moral cristã. B. Alternativa "b" está incorreta. Nietzsche discute o sacrifício e o amor ao próximo, Descartes discorre sobre a existência de Deus e sobre a substância pensante para discutir a possibilidade de conhecimento do real e não para problematizar a ética. C. Alternativa "c" está incorreta. O tema do fragmento é o egoísmo, não a apatia emocional. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 133 D. Alternativa "d" está incorreta. É verdade que o mandamento de “amar ao próximo” é uma espécie de princípio, mas ao mencionar Deus e ao elaborar uma argumentação que leva em conta egoísmo versus sacrifício, ele configura a discussão no âmbito do cristianismo. E. Alternativa "e" está incorreta. A referência de Nietzsche é o cristianismo com seu pressuposto do sacrifício pessoal a favor do outro, algo desconhecido para Platão e para o platonismo. Gabarito A 4000026794 9. UNESP 2016 𝐓𝐞𝐱𝐭𝐨 𝟏 Cientistas americanos observaram, em um estudo recente, o motivo que pode tornar adolescentes impulsivos e infratores. Exames de neuroimagem em jovens mostraram que o córtex pré-frontal, região do cérebro ligada à tomada de decisão, ou seja, que nos faz pensar antes de agir, ainda está em formação nos adolescentes. Essa área do cérebro tende a ficar “madura” somente aos 20 anos. Por outro lado, a região cerebral associada às emoções e à impulsividade, conhecida como sistema límbico, tem um pico de desenvolvimento durante essa fase da vida, o que aumenta a propensão dos jovens a agirem mais com a emoção do que com a razão. O aumento da emotividade e da impulsividade seriam gatilhos naturais para atitudes extremadas, inclusive para cometer crimes. (𝘊𝘢𝘮𝘪𝘭𝘢 𝘕𝘦𝘶𝘮𝘢𝘮. “𝘌𝘴𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘦𝘹𝘱𝘭𝘪𝘤𝘢 𝘱𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘥𝘰𝘭𝘦𝘴𝘤𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘴𝘢𝘰 𝘪𝘮𝘱𝘶𝘭𝘴𝘪𝘷𝘰𝘴 𝘦 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘵𝘦𝘳 𝘤𝘳𝘪𝘮𝘦𝘴”. 𝘸𝘸𝘸.𝘶𝘰𝘭.𝘤𝘰𝘮.𝘣𝘳, 26.05.2015. 𝘈𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘥𝘰.) 𝐓𝐞𝐱𝐭𝐨 𝟐 A situação de vulnerabilidade aliada às turbulentas condições socioeconômicas de muitos países latino- americanos ocasiona uma grande tensão entre os jovens, o que agrava diretamente os processos de integração social e, em algumas situações, fomenta o aumento da violência e da criminalidade. (𝘔𝘪𝘳𝘪𝘢𝘮 𝘈𝘣𝘳𝘢𝘮𝘰𝘷𝘢𝘺. 𝘑𝘶𝘷𝘦𝘯𝘵𝘶𝘥𝘦, 𝘷𝘪𝘰𝘭𝘦𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘦 𝘷𝘶𝘭𝘯𝘦𝘳𝘢𝘣𝘪𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘴𝘰𝘤𝘪𝘢𝘭 𝘯𝘢 𝘈𝘮𝘦𝘳𝘪𝘤𝘢 𝘓𝘢𝘵𝘪𝘯𝘢, 2002. 𝘈𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘥𝘰.) Os textos expõem abordagens sobre o comportamento agressivo na adolescência referidos, respectivamente, a t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 134 A. psicanálise e psicologia comportamental. B. aspectos religiosos e aspectos materiais. C. fatores emocionais e fatores morais. D. ciência política e sociologia. E. condicionamento biológico e condicionamento social. Comentários: Essa é mais uma questão do bloco “Definição de pontos de vista divergentes e Definição da natureza do argumento”. Veja que uma interpretação atenta do texto ajudaria a resolver a questão. No entanto, quero lembrar você desse debate que procura as causas de qualquer comportamento humano ora na biologia ora às condições sociais as quais as pessoas estão submetidas. Nesse caso, o primeiro texto trata de argumentos de condicionamento biológico ligados ao desenvolvimento cerebral, enquanto o segundo relaciona vulnerabilidade social ao crime e violência. A. A alternativa está incorreta. O texto 1 refere-se á uma questão biológica do comportamento. B. A alternativa está incorreta. Nenhum dos textos traz um aspecto religioso. C. A alternativa está incorreta. O texto 1 fala do aspecto biológico. D. A alternativa está incorreta. O texto 1 não aborda questões políticas. E. A alternativa está correta. Perfeito, condiz com os comentários acima. Gabarito E 4000004878 10. UNESP 2010 Texto 1 Agora que as paixões acalmaram, volto à proibição do fumo em ambientes fechados, aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Incrível como esse tema ainda gera discussões acaloradas. Como é possível considerar a proibição de fumar nos lugares em que outras pessoas respiram uma afronta à liberdade individual? As evidências científicas de que o fumante passivo também fuma são tantas e tão contundentes que os defensores do direito de encher de fumaça restaurantes e demais espaços públicos t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 135 só podem fazê-lo por duas razões: ignorância ou interesse financeiro. Sinceramente, não consigo imaginar terceira alternativa. (Drauzio Varella. O fumo em lugares fechados. Folha de S.Paulo, 25.04.2009.) Texto 2 Típico do espírito fascista é seu amor puritano pela “humanidade correta” ao mesmo tempo em que detesta a diversidade promíscua dos seres humanos. Por isso sua vocação para ideia de “higiene científica e política da vida”: supressão de hábitos “irracionais”, criação de comportamentos “que agregam valor político, científico e social”. O imperativo “seja saudável” pode adoecer uma pessoa. Na democracia o fascismo pode ser invisível como um vírus. Quer um exemplo da contaminação? Votemos uma lei: mesmo em casa não se pode fumar. Afinal, como ficam os pulmões dos vizinhos? Que tal uma campanha nas escolas para as crianças denunciarem seus pais fumantes? (Luis Felipe Pondé. O vírus fascista. Folha de S.Paulo, 22.09.2008.) De acordo com os dois textos, pode-se concluir que: A. a filosofia é uma área do conhecimento que compartilha dos mesmos critérios que a ciência. B. no texto 2, o “amor puritano pela humanidade correta” é compatível com a “diversidade promíscua dos seres humanos”. C. segundo os dois autores, fumar ou não fumar é problemaético, não relacionado com políticas estatais de saúde pública. D. para o autor do texto 2, inexistem critérios universais e absolutos que possam regular o comportamento ético dos indivíduos. E. para os dois autores, a vida saudável é um imperativo a ser priorizado sob quaisquer circunstâncias. Comentários: Fernando Andrade A. Incorreta. Os critérios científicos são objetivos e baseiam-se em números, estatísticas etc; a filosofia considera aspectos subjetivos e sociais. Os critérios não são os mesmos. B. Incorreta. Os termos, na verdade, são incompatíveis, e o autor queria demonstrar a incongruência de se exigir um comportamento padronizado diante da diversidade dos seres humanos. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 136 C. Incorreta. No primeiro texto, Drauzio Varela defende a ideia de que fumar é sim um problema de Estado e, portanto, coletivo. D. Correta. Pondé destaca que, para a variedade de comportamentos humanos, a padronização de determinadas regras não pode ser admitida eticamente, ou seja, ele parte do pressuposto de que não existe um princípio único para regular os comportamentos. E. Incorreta. Pondé deixa claro que, para ele, a saúde não é argumento suficiente para impor aos indivíduos padrões de comportamento. Gabarito D 4000004858 11. UNESP 2010 Em algum remoto rincão do sistema solar cintilante em que se derrama um sem-número de sistemas solares, havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da história universal: mas também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os animais inteligentes tiveram de morrer. – Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve eternidades em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. Ao contrário, ele é humano, e somente seu possuidor e genitor o toma tão pateticamente, como se os gonzos do mundo girassem nele. Mas se pudéssemos entender-nos com a mosca, perceberíamos então que também ela boia no ar (...) e sente em si o centro voante desse mundo. (Nietzsche. O Livro das Citações, 2008.) Sobre este texto, é correto afirmar que: A. Seu teor acerca do lugar da humanidade na história do universo é antropocêntrico. B. O autor revela uma visão de mundo cristã. C. O autor apresenta uma visão cética acerca da importância da humanidade na história do universo. D. Ao comparar a vida humana com a vida de uma mosca, Nietzsche corrobora os fundamentos de diversas teologias, não se limitando ao ponto de vista cristão. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 137 E. Para o filósofo, a vida humana é eterna. Comentários: Fernando Andrade A. incorreta. O texto relativiza a importância do homem no universo. Segundo Nietzsche, nada dá a dimensão de “quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza”. B. Incorreta. A visão de mundo cristã é totalmente diferente, o homem é imortal e centro das preocupações divinas. C. Correta. A palavra “cética”, nesse contexto, significa aquele que duvida de que o homem tenha alguma importância no universo, algo que resume a ideia desse trecho e que está de acordo com a perspectiva de Nietzsche. D. Incorreta. A comparação com a mosca tem a finalidade de mostrar a pequenez do homem e não corroborar outras teologias. E. Incorreta. Ele deixa claro que o homem, em algum momento, vai desaparecer do universo sem deixar rastros. Gabarito C t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 138 Considerações Finais Fechamos as aulas de epistemologia. Vamos para o nosso momento filosófico ativo. Essas reflexões além de ser uma revisão/extrapolação da aula lhe ajudará a escrever uma boa redação. Portanto, pense na provocação abaixo: • O método científico é infalível? • A nossa vida é dialética? • Devemos basear nosso conhecimento apenas na razão? • Você é um sujeito ético, estético ou religioso? • É importante olhar o passado para não cometer os mesmos erros no futuro? • O que é o nada? • O cientista é um ser neutro? Se tiverem dúvidas, o fórum é o caminho. Lá será a nossa Ágora. Lembre-se que não existe pergunta boba. Bobo é aquele que perde a oportunidade de perguntar. Saudações Filosóficas!!!!!!!! Aqui estão as minhas redes socais: @filosofando.com.gabi Filosofando com Gabi t.me/CursosDesignTelegramhub https://www.youtube.com/channel/UCXD1GBCUmMx4xnW1O02qbPw https://www.youtube.com/channel/UCXD1GBCUmMx4xnW1O02qbPw https://www.youtube.com/channel/UCXD1GBCUmMx4xnW1O02qbPw ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 139 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA GABOARDI, Ediovani Antonio. EPISTEMOLOGIA DE HEGEL. Universidade Federal da Fronteira Sul HEGEL, G. W. F. Fenomenologia do espírito. Tradução de Paulo Meneses. Petrópolis: Vozes, 1992. NARDI, Lauro Valentim Stoll. Harmonia dos opostos, Diversidade e Contradição em uma perspectiva hegeliana. 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