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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA 
 
 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unesp 
Exasiu 
Profª Gabi Garcia 
Aula 02 - Filosofia Contemporânea - Epistemologia 
 
Exasiu EXTENSIVO 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA 
 
 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 2 
Curso de Filosofia para o vestibular da UNESP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 3 
Sumário 
CURSO DE FILOSOFIA PARA O VESTIBULAR DA UNESP 2 
SUMÁRIO 3 
CRONOGRAMA 5 
TEORIA: EPISTEMOLOGIA 8 
EPISTEMOLOGIA 8 
GEORG WILHELM FRIEDRICH HEGEL (1770 - 1831) 9 
Hegel e a verdade 9 
A Dialética 10 
Não negar a negação 10 
LUDWIG FEUERBACH (1804- 1872) 14 
A Razão 14 
A Teologia é Antropologia 15 
KARL MARX (1788 – 1883) 18 
A verdade 18 
O processo do pensamento 19 
Materialismo dialético 20 
ARTHUR SCHOPENHAUER (1788 – 1860) 22 
A vontade 22 
SØREN KIERKEGAARD (1813 – 1855) 24 
Migalhas Filosóficas 24 
O indivíduo diante o absoluto 25 
A condição Humana 26 
FRIEDRICH NIETZSCHE (1844 – 1900) 28 
Vontade da verdade 29 
A verdade do engano 29 
Vontade de Verdade e Vontade de Engano 31 
EDMUND HUSSERL (1859 – 1938) 32 
O Método 33 
A intencionalidade 34 
MARTIN HEIDEGGER (1889 – 1976) 35 
Qual ente que pode questionar a existência e o sentido do ser? 35 
O sujeito e o mundo 36 
O ser-aí 36 
JEAN-PAUL SARTRE (1905 – 1980) 38 
Ontologia fenomenológica 38 
O ser do fenômeno 39 
O nada 40 
A consciência 40 
MAURICE MERLEAU-PONTY (1908 – 1961) 43 
A filosofia do corpo 43 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 4 
Intersubjetividade 44 
FILOSOFIA DA CIÊNCIA 46 
O Círculo de Viena 46 
Karl Popper (1902 – 1994) 47 
A falseabilidade 47 
As teorias científicas 48 
Thomas Kuhn (1922 – 1996) 50 
O paradigma 51 
QUESTÕES 53 
QUESTÕES UNESP 72 
GABARITO 82 
GABARITO QUESTÕES UNESP 82 
QUESTÕES COMENTADAS 83 
QUESTÕES UNESP COMENTADAS 122 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 138 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 139 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 5 
Cronograma 
 
AULAS TEMAS DATAS 1ª LEITURA REVISÃO 
AULA 00 NASCIMENTO DA 
FILOSOFIA 
FILOSOFIA CLÁSSICA E 
MEDIEVAL: 
Epistemologia 
Disponível Planejamento 
 
Execução 
 
Planejamento 
 
Execução 
 
AULA 01 FILOSOFIA MODERNA: 
Epistemologia 
Disponível 
 
Planejamento 
 
Execução 
 
Planejamento 
 
Execução 
 
AULA 02 FILOSOFIA 
CONTEMPORÂNEA: 
Epistemologia 
 
Disponível Planejamento 
 
Execução 
 
Planejamento 
 
Execução 
 
AULA 03 FILOSOFIA CLÁSSICA E 
MEDIEVAL: Ética e 
Política 
21/02/2022 Planejamento 
 
Execução 
 
Planejamento 
 
Execução 
 
AULA 04 FILOSOFIA MODERNA: 
Ética e Política 
15/03/2022 Planejamento Planejamento 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 6 
 
Execução 
 
 
Execução 
 
AULA 05 FILOSOFIA 
CONTEMNPORÂNEA: 
Ética e Política 
PARTE 1 
 
21/03/2022 Planejamento 
 
Execução 
 
Planejamento 
 
Execução 
 
AULA 06 FILOSOFIA 
CONTEMPORÂNEA: 
Ética e Política 
PARTE 2 
 
11/04/2022 Planejamento 
 
Execução 
 
Planejamento 
 
Execução 
 
AULA 07 DOS CLÁSSICOS AOS 
MODERNOS: Estética 
25/04/2022 Planejamento 
 
Execução 
 
Planejamento 
 
Execução 
 
AULA 08 FILOSOFIA 
CONTEMPORÂNEA: 
Estética 
 
09/05/2022 Planejamento 
 
Execução 
 
Planejamento 
 
Execução 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 7 
 
Para planejar o seu estudo colocamos dois itens nas linhas “primeira leitura” e 
“revisão”. No item “Planejamento” você inclui a data que pretende estudar a matéria. 
Lembre-se que na coluna datas estarão os dias de liberação das aulas no site. No item 
“Execução” você inclui a data que realmente realizou a tarefa e em tópicos rápidos quais 
foram suas principais dúvidas para incluí-las no fórum. 
• Os filósofos não estão com os nomes completos no cronograma para você já ir 
pegando intimidade. 😉 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 8 
Teoria: Epistemologia 
 
 
 
EPISTEMOLOGIA 
 
 
Epistemologia, ou Teoria do Conhecimento, é o campo da filosofia que estuda o processo do 
conhecimento. Sua preocupação está em compreender a formação do conhecimento. Ela se ocupa do 
campo do saber. 
A palavra vem do grego epistem –conhecimento- e logia – estudo. Assim, a epistemologia é o 
estudo do conhecimento, suas fontes e como ocorre sua aquisição. 
Segundo o Dicionário Oxford Languages, Epistemologia: 
substantivo feminino 
FILOSOFIA 
1. 
reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do conhecimento humano, esp. 
nas relações que se estabelecem entre o sujeito indagativo e o objeto inerte, as duas 
polaridades tradicionais do processo cognitivo; teoria do conhecimento. 
2. 
freq. estudo dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes ramos do saber 
científico, ou das teorias e práticas em geral, avaliadas em sua validade cognitiva, ou 
descritas em suas trajetórias evolutivas, seus paradigmas estruturais ou suas relações 
com a sociedade e a história; teoria da ciência. 
 
 
Sua origem se dá com os pré-socráticos, no período clássico, e as discussões sobre o tema 
começam a ganhar contorno, especialmente através de Sócrates, Aristóteles e Platão. Cada um deles cria 
um método para explicar suas ideias, prescindindo dos mitos para chegar às suas conclusões de maneira 
racional. 
Porém, a epistemologia tem muito valor no Período Moderno, quando as ideias do 
Renascimento e do Iluminismo vão ganhando espaço na sociedade. 
No nosso curso passaremos por todos os períodos e faremos uma análise na história da 
filosofia e suas teorias epistemológicas. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 9 
GEORG WILHELM FRIEDRICH HEGEL (1770 - 1831) 
 
 
Hegel, filósofo alemão, teve sua obra a Fenomenologia do Espírito, como um marco na filosofia 
mundial e na filosofia alemã. Nela, o autor busca responder ‘O que é o conhecer?’, retomando teorias do 
conhecimento ao longo da história, mostrando como se conhece o mundo a partir de cada uma delas, 
alargando o horizonte da consciência. É também nesta obra que Hegel tece duras críticas à teoria do 
conhecimento moderna em geral e, em especial, à teoria kantiana na obra Crítica da Razão Pura, que, 
dizia Hegel, ser alheia às etapas da formação da autoconsciência do sujeito e deste na sua cultura. 
O pensamento idealista ou idealismo alemão, o qual Hegel fez parte, vê o sujeito pensante 
como sobressalente ao objeto pensado. Com isso, os pensadores idealistas podiam elaborar formas de 
compreender omundo e o ser humano de maneira desvinculada da realidade. Este método permitiu tais 
filósofos refugiarem-se dentro de si. 
O filósofo alemão deu novo significado a conceitos tradicionais como ser, lógica, absoluto e 
dialética. 
 
Hegel e a verdade 
 
Como já vimos na aula de ética e política moderna, para Hegel, a verdade acompanha a 
história. A história está em constante transformação, os conceitos de verdade, os valores morais, também 
estão em constante mudança. Esse é o processo dialético. 
Para o filósofo alemão, o fato de a verdade acompanhar a história não faz dela uma verdade 
subjetiva a cada indivíduo, mas pertencente a um dado momento e que transforma a coletividade. 
Em sua obra Fenomenologia do espírito, Hegel deixa claro que é preciso ultrapassar a teoria 
do conhecimento predominante, para que a ciência siga seu curso natural aceitando o erro como parte 
do processo do conhecimento. A teoria do conhecimento moderna baseia-se em suposições, focando na 
subjetividade do indivíduo, e não na tarefa de conhecer o mundo. Para Hegel, não existe uma forma 
correta de conhecer a qual possa ser descoberta antes do próprio ato concreto de conhecimento. 
Nessa linha, o caminho da verdade não pode negar os erros, visto que eles são de importantes 
na construção dela. É a partir deles que construímos a consciência da verdade, é quando renunciamos 
àquilo que não é que compreendemos aquilo que é. A consciência passa pelo processo do conhecimento 
quando vai de encontro com a história, assim, ela pratica o exercício de revisar seus próprios conceitos, 
passando aos poucos do estado de consciência fragmentada para o estado de consciência filosófica. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 10 
Segundo o pensador alemão, a consciência está sempre para além de si mesma, determinando 
tudo que ela não é. Ela mesma estabelece o modelo de medida para medir seu próprio saber, tornando o 
conhecimento uma comparação com ela mesma. Ou seja, para se descobrir o que o objeto é, é preciso 
descobrir o que ele não é. Este processo acontece comparando o objeto com outros objetos do mundo e 
com as informações presentes na consciência. É importante, pois é ele que levará a consciência à verdade, 
também entendida por Hegel como o absoluto. No entendimento de Hegel, a verdade pode ser definida, 
como uma conformidade entre o conhecimento e o ser e é universalmente válida, não podendo ser 
subjetiva em determinado contexto histórico. 
 
A Dialética 
 
O conceito de conhecimento, em Hegel, é entendido como um processo que parte de uma 
primeira ideia ou tese que será contrariada por outra ideia, a antítese, como consequência, surgirá uma 
conclusão ou síntese. Esses são, para Hegel, os três lados ou momentos da dialética, a lógica que se realiza 
em todo fenômeno real, inclusive no processo de conhecer. 
 
 
Para compreender a verdade é preciso compreender a dialética. A verdade encontra-se na 
síntese que surge como resultado das experiências que a consciência realiza, ou seja, resulta da negação 
verificada dos resultados de experiências anteriores. Então, o que surge como verdade contém também 
sua justificação. Assim, a construção da verdade dá-se pelo mesmo processo em que ela recebe 
justificação. 
 
Não negar a negação 
 
A contradição e a oposição são aspectos constitutivos da diversidade e necessários. Eles 
permitem o entendimento, pois são complementares e interdependentes. 
TESE
ANTÍTESE
SÍNTESE
SÍNTESE = 
TESE
ANTÍTESE 
SÍNTESE
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 11 
O entendimento se propõe a estudar a identidade, então, já está tratando da diferença 
presente na variedade ou diversidade. Quando dizemos, a partir do princípio da identidade que: O mar é 
o mar; a lua é a lua; o ar é o ar; percebe-se que esses objetos passam a ser independentes, porquanto 
estamos lidando com a diferença. Na busca pelo entendimento, determinamos o que os torna objetos 
iguais ou desiguais, é nisso que constitui o ‘tratamento científico’. 
A dialética de Hegel segue a seguinte linha de raciocínio: 
Pense no desenvolvimento de uma planta, que passa por botão, flor e fruto. 
1. O botão é a afirmação; 
2. A flor é a contradição ou a negação do botão; 
3. O fruto é uma categoria superior, ou seja, superou a contradição entre o botão e flor. 
Ao mesmo tempo que a flor “nega” o botão, ela o conserva, visto que a flor não existiria sem 
botão, assim também ocorre com o fruto que “nega” a flor. O que nos leva a compreender que na 
superação dialética, o que é negado é ao mesmo tempo mantido. Porém, o processo não acaba na síntese, 
pois sabemos que o fruto apodrece. 
“Com a mesma rigidez com que a opinião comum se prende à oposição entre o 
verdadeiro e o falso, costuma também cobrar, ante um sistema filosófico dado, uma 
atitude de aprovação ou de rejeição. Acha que qualquer esclarecimento a respeito do 
sistema só pode ser uma ou outra. Não concebe a diversidade dos sistemas filosóficos 
como desenvolvimento progressivo da verdade, mas só vê na diversidade a contradição. 
O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor 
o refuta; do mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-
se como sua verdade em lugar da flor: essas formas não só se distinguem, mas 
também se repelem como incompatíveis entre si. Porém, ao mesmo tempo, sua 
natureza fluída faz delas momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se 
contradizerem, todos são igualmente necessários. E essa igual necessidade que constitui 
unicamente a vida do todo. Mas a contradição de um sistema filosófico não costuma 
conceber-se desse modo; além disso, a consciência que apreende essa contradição 
não sabe geralmente libertá-la -ou mantê-la livre -de sua unilateralidade; nem sabe 
reconhecer no que aparece sob a forma de luta e contradição contra si mesmo, 
momentos mutuamente necessários.” 
(HEGEL. Fenomenologia do espírito.P.25) 
 
A dialética é a concepção do próprio real, ela é mais do que um método. 
Por isso, o pensamento é atraído pela contradição, pois ao buscar um novo e mais elevado 
conceito (processo dialético) elimina a contradição do conceito anterior; o novo conceito envolve 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 12 
comumente uma contradição que deverá ser revelada e superada até chegar-se a ideia absoluta a qual 
está livre de contradições. 
 
Conclusão 
 
Contudo, podemos dizer que Hegel entende a Fenomenologia do espírito como o caminho da 
consciência em direção ao espírito. Ele compreende o espírito como uma consciência coletiva ou cultura, 
que abrange tudo o que não é natural. 
Assim, a consciência se apresenta de diferentes formas ao longo da história, pois ela é 
resultado do processo histórico que a antecede. Esse processo espiritual é a fonte da verdade e da 
justificação em Hegel. 
A realidade histórica é o “Espírito”, ela não é algo em si mesma, ela é o movimento do processo 
evolutivo. O desenvolvimento histórico não acontece a partir do nada, mas no processo dialético, que 
permite o novo nascer do antigo. Dessa forma, os acontecimentos e verdades atuais apresentam-se como 
antítese dos antigos e a consequência desse processo é o surgimento de uma nova realidade, uma nova 
verdade, melhor que as anteriores, segundo o pensador alemão. É um processo contínuo de 
aperfeiçoamento. 
 
Veja como esse assunto pode cairna prova 
 UFU 2008 
A expressão “astúcia da razão” foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da História 
Universal. A respeito do significado dessa expressão, marque a alternativa correta. 
A. Essa expressão significa o irracional governando o mundo, porque as ações humanas são movidas 
pelos interesses mesquinhos que só encontram a sua satisfação na destruição do Estado, fazendo 
a humanidade regredir ao estado de natureza. 
B. Essa expressão significa a fraude característica das ações dos indivíduos históricos universais que 
estão empenhados na aquisição do poder, sem se envolverem com a vida cotidiana e com a esfera 
da moralidade subjetiva dos povos. 
C. Essa expressão significa a ilusão de que as coisas realmente acontecem, quando na verdade a 
História Universal é conduzida pela força do destino traçada pela ordem da Providência Divina, 
que está acima da vontade dos homens. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 13 
D. Essa expressão significa a força da razão, isto é, o universal que se manifesta por intermédio das 
ações humanas, as quais buscam a satisfação imediata e realizam algo mais abrangente, 
constituindo historicamente o Estado e a vida ética dos indivíduos em sociedade civil. 
 
Comentários: 
 
Ao se deparar com tal questão, tenha em mente o que é Estado para Hegel. O Estado para o 
filósofo é um todo ético organizado, ou seja, é verdadeiro, porque é a unidade da vontade universal e da 
subjetiva. É a substância ética por excelência, significando com isso que Estado e a constituição são os 
representantes da liberdade concreta, efetiva. O Estado é o que é em-si e para-si e, portanto, tem a 
efetividade de sua universalidade ou totalidade plena. Esta totalidade refere-se à união do espírito 
objetivo e o espírito subjetivo em que o indivíduo tem sua realidade e objetividade moral sendo parte do 
todo ético. Pois, a astúcia da razão baseia-se na compreensão de que o universal está presente no 
particular, e é através deste que se ele realizará completamente. 
 
 
A. Para Hegel o Estado é a expressão maior de que a razão humana caminha para um bem maior e 
comum, a “astúcia da razão” é a valorização da razão, por isso esta alternativa está incorreta, já 
que desvaloriza a razão e o Estado como construção humana. 
B. A “astúcia da razão” consiste na totalidade refere-se à união do espírito objetivo e o espírito 
subjetivo em que o indivíduo tem sua realidade e objetividade moral sendo parte do todo ético. 
Portanto é o contrário do que a alternativa afirma, por isso ela está errada. 
C. Para Hegel, a vontade dos homens manifesta-se pela “astúcia da razão” e foi por ela que surgiu o 
Estado, que além de não ser uma ilusão, é a maior expressão de evolução da humanidade. 
D. Esta alternativa contempla o pensamento de Hegel sobre a “astúcia da razão”, que é a força da 
razão, o espírito do mundo se manifestando nas ações dos homens e assim edificando o mundo 
com sua melhor performance. 
 
Gabarito “D” 
 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 14 
 
LUDWIG FEUERBACH (1804- 1872) 
 
Feuerbach, filósofo alemão, foi uma forte influência para Marx. Iniciou seus estudos na 
teologia, mas a abandona. Por dois anos, foi aluno de Hegel em Berlim e depois passa a estudar ciências 
naturais. Sua filosofia transita entre o idealismo alemão e o materialismo histórico. 
Em sua juventude, Ludwig Feuerbach desejava ser um pastor protestante. Em 1823, ele iniciou 
seus estudos teológicos em Heidelberg. Contudo, à medida que o tempo passava, Feuerbach se tornava 
cada vez mais insatisfeito com a teologia e atraído pela filosofia, sobretudo a filosofia hegeliana. Em 1824, 
tendo decidido pela filosofia, ele se torna aluno de Hegel. Após completar seus estudos, Feuerbach 
começou a lecionar e publicar alguns livros. 
 
 
A Razão 
 
A Razão Una, Universal e Infinita é a obra que explica bem o que Feuerbach pensou sobre a 
razão, ele a escreveu em sua juventude, em 1828. Nela, Feuerbach parte do pressuposto de que a razão 
é una, universal e infinita, ou seja, ela é a essência absoluta dos indivíduos, portanto, a unidade do gênero 
humano. 
A história da filosofia colocou limites na razão, qualquer homem sábio deve ter consciência de 
que há limites os quais não podem ser ultrapassados pela razão. O filósofo alemão não vai concordar com 
isso. Ele confronta a ideia de que a verdade não pode ser alcançada e que quem se atreve, movido pela 
investigação, ultrapassar os limites estabelecidos em busca da verdade, perde o seu tempo num esforço 
inútil. A razão para Feuerbach não tem limites. 
Na filosofia antiga, já se falava sobre os limites da razão. Eles estavam no sentimento, na 
percepção sensível, na opinião (doxa). Tais limites fundamentam certezas não verdadeiras, subjetivas. 
Diante de tais fatores, desse saber subjetivo, passa-se a nomear critérios para o saber um verdadeiro, 
universal ou divino. Filósofos como Heráclito, Sócrates, Platão, Aristóteles e os modernos, como Espinosa 
ou Hegel, falam da filosofia como uma ciência universal ou divina e tomam a infinitude como télos (razão 
de ser) do conhecimento, visto que renunciam a toda finitude. 
Feuerbach contesta que a razão seja apenas capacidade individual ou qualidade particular do 
indivíduo, um mero instrumento para compreender objetos infinitos. A razão é em si e infinitamente 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 15 
substância comum, universal, de todos os indivíduos. Nossas potências, nossas qualidades ou nossas 
capacidades individuais, não passam de determinações feitas por nossa própria razão. 
Eduardo Ferreira Chagas, professor de filosofia da UFC, em seu artigo A razão em Feuerbach 
como base da unidade do homem e da natureza, diz que, segundo Feuerbach: 
 
“a razão [...] pertence a todo homem e não pode ser extinta, porque os homens, na medida em que 
são seres pensantes e inseparáveis do ato de pensar, não podem consistir fora da natureza da razão. 
Esta natureza da razão (ou do pensar) é, de fato, “a forma do comum e do universal. Quando penso, 
já deixo de ser indivíduo, e pensar é, por conseguinte, o mesmo que ser universal”. (FEUERBACH. 2000, 
p. 8-9). Todos os homens coincidem nisso, a saber, que eles pensam, e o pensamento (a razão 
absoluta) não é particular, mas, como expressei, geral, universal”. 
(Chagas, 2007, p.219 e 220) 
 
Assim, a razão constitui a humanidade do homem, o seu gênero. O pensamento é o fim de 
toda particularidade, ele combate a ideia de que a essência do indivíduo é limitada pelo sentimento, pelas 
sensações. O pensamento nega o particular. 
Nota-se, portanto, a existência da oposição entre o racional e o sensível. O que causa a 
essência da sensibilidade, da percepção sensível, é, segundo o pensador alemão, a singularidade pura, a 
imediatidade, já que o homem não pode transmitir oralmente suas emoções a outro. Quer dizer apenas 
que se pode descrever a um outro os objetos que estimulam a sensibilidade, mas não o sentimento, a 
sensação mesma, pois o sabor, mesmo, que o homem sente, é inexprimível. 
Podemos dizer então que as percepções sensíveis dos objetos não são iguais e comuns, mas 
se diferenciam de homem para homem e, por isso, não podem ser exprimidas de forma satisfatórias a 
todos. Perceba que quando tentamos comunicar nossas condições sensíveis a alguém, perde-se a 
sensibilidade e a explicação torna-se abstrata, transforma-se em conceito, como os sentimentosinteriores 
e espirituais, que se referem a objetos inteligíveis, a saber, Deus, leis morais, convicções etc. 
Conclui-se que o conceito de razão, vem com uma crítica ao subjetivismo, ao individual 
absolutizado, mas ela existe como universalidade (como fundamento substancial) ao mesmo tempo que 
inclui em si mesma o homem e a natureza. 
 
A Teologia é Antropologia 
 
 Foi no ano de 1841 que Feuerbach, com sua obra A essência do cristianismo, passou a ser de 
fato visto, compreendido e um incomodo no ambiente intelectual no qual estava inserido. Tal obra torna-
se referência de um grupo de pensadores revolucionários como Karl Marx e Friedrich Engels, mas para 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 16 
além deles, a obra foi muito disseminada e isto mostra a importância que uma crítica à religião tinha no 
período. 
A obra foi estruturada em duas partes principais. A primeira delas afirma a antropologia como 
verdadeira essência da religião, ao passo que a segunda denuncia a teologia como essência falsa da 
religião. Contrário ao idealismo alemão, o materialismo de Feuerbach dispõe que não existe nada além 
da matéria. Para Hegel, filósofo idealista, a natureza é a concretização da ideia. Toda a realidade sensível, 
toda matéria é criação da ideia. 
 
“Eu troquei a teologia pela filosofia. Extra philosophiam null salus [fora da filosofia não há 
salvação].’’ E ao seu pai ele se esclarece assim: “Eu renunciei a teologia, porém a renunciei 
não maligno ou levianamente; não porque ela não me agrade, mas porque ela não me 
liberta; porque ela não me dá o que requer o, o que preciso. Meu espírito se acha agora não nos 
limites do país sagrado; meu sentido está num mundo mais amplo; ... eu quero a natureza, frente 
a qual a profundidade dos teólogos recua; eu quero carregar em meu coração o homem inteiro, 
que é objeto não para o teólogo, mas apenas para o filósofo. Alegre-se comigo, que eu tenha 
começado em mim uma nova vida, um novo tempo; alegre-se que eu tenha escapado da 
sociedade dos teólogos e tenha espíritos, como Aristóteles, Spinoza, Kant e Hegel, como meus 
amigos. “(Chagas,2010) 
 
Feuerbach discorda de Hegel e diz que a natureza independe do homem, independe da ideia, 
ela existe por si só. A ideia nasce quando o homem se relaciona com essa natureza, só daí surgem as 
representações. Nesse caso, o filósofo percebe que o ser é a natureza, o ser é concreto. Tudo é um. 
Portanto, se da relação entre homem e natureza é que nascem a representações, que são as 
ideias, Deus é mais uma representação, mais uma ideia. 
Então, por que criar um Deus tão poderoso, mas ilusório? 
Para o filósofo, o mundo, a natureza, que criou a si mesma, segue as leis nas próprias 
naturezas. Tais leis são leis cegas, imparciais e objetivas, o que gerou uma realidade sem sentidos. Não 
havia uma ordem, como o homem deseja. Por isso ele cria Deus, um ser organizador. A partir daí Deus 
passa dar sentido à vida do homem, um sentido à existência. 
O homem projeta nesse deus suas qualidades finitas a qualidade infinita atribuídas a deus. 
Como o fato de ser Deus a pura bondade, amor puro, Ele pode tudo. O homem coloca em Deus os 
atributos que ele mesmo gostaria de ter. Ele se projeta nesse Deus que ele mesmo criou. Imortal, 
onipotente, onipresente, ordenador, são todas qualidades que os homens desejam a si o, mas como não 
os tem ele projeto nesse ser ilusório perfeito. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 17 
Portanto, quando o homem se propõe a estudar Deus ele não deveria chamar esses estudos 
de teologia, já que ele não está estudando um ente em si mesmo, mas está estudando uma projeção que 
faz de sim mesmo, devendo assim ser chamado tal estudo de antropologia. 
 
Veja como esse assunto pode ser cobrado na prova 
 (Gabriela Garcia) 
“Eu troquei a teologia pela filosofia. Extra philosophiam null salus [fora da filosofia não há salvação].’’ 
E ao seu pai ele se esclarece assim: “Eu renunciei a teologia, porém a renunciei não maligno ou 
levianamente; não porque ela não me agrade, mas porque ela não me liberta; porque ela não me dá o 
que requer o, o que preciso. Meu espírito se acha agora não nos limites do país sagrado; meu sentido 
está num mundo mais amplo; ... eu quero a natureza, frente a qual a profundidade dos teólogos recua; 
eu quero carregar em meu coração o homem inteiro, que é objeto não para o teólogo, mas apenas para 
o filósofo. Alegre-se comigo, que eu tenha começado em mim uma nova vida, um novo tempo; alegre-
se que eu tenha escapado da sociedade dos teólogos e tenha espíritos, como Aristóteles, Spinoza, Kant 
e Hegel, como meus amigos. “ 
FEUERBACH, L. Fragmente zur Charakteristik meines philosophischen curriculum vitae.Org. por Wener Schuffenhauer, 
Berlin: GW 10, 1971, p. 154-55. Apu:CHAGAS, E. F. A razão em Feuerbach como base da unidade do homem e da 
natureza. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), v. 14, n. 21, p. 215-232, 26 set. 2010. 
 
A partir do que diz Feuerbach sobre como podemos chegar à verdade, é correto afirmar: 
A. A teologia não podia dar a Feuerbach mais nada, pois ela não é suficiente às exigências empíricas 
da realidade concreta. 
B. A teologia, por trazer verdades inabaláveis, foi aceita por Feuerbach. 
C. Para o pensador, a teologia é libertadora 
D. Aristóteles, Spinoza, Kant e Hegel, tinham uma filosofia em que teologia era fundamental. 
E. A fim de buscar um conhecimento válido, Feuerbach busca na síntese entre deus e natureza a base 
para sua filosofia. 
Comentários: 
Para responder esta questão é preciso conhecer sobre Feuerbach, mas também vale a 
interpretação de texto. O filósofo afirma que usava da teologia antes, mas que a filosofia lhe exigiu um 
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pensamento mais racional, por isso ele abandona teologia, visto que ela não lhe trazia verdades sobre o 
mundo material. 
A. A alternativa está correta. Exato, de acordo o excerto que a questão expressa, para Feuerbach a 
teologia mostrou-se limitada. 
B. A alternativa está incorreta. Para o filósofo, a teologia mostrou-se limitada na busca pela verdade. 
C. A alternativa está incorreta. Quando o pensador diz “não porque ela não me agrade, mas porque 
ela não me liberta; porque ela não me dá o que requer o, o que preciso”, esta afirmativa não tem validade. 
D. A alternativa está incorreta. Eles eram racionais, portanto, a teologia não tem validade. 
E. A alternativa está incorreta. Esta afirmação está próxima do pensamento de Spinoza. 
 
Gabarito “A” 
 
 
 
 
KARL MARX (1788 – 1883) 
 
 
Nasceu em 1788 na Prússia, um dos reinos da Alemanha, que nesse período encontrava-se 
fragmentada. Morreu em 1883 em Londres, na Inglaterra. Foi responsável por criar as bases do 
comunismo ao tecer diversas críticas ao capitalismo. Escreveu importantes obras como “O manifesto 
Comunista” e o celebre “O Capital”. 
Mas aqui, o que nos interessa é a epistemologia marxista, que inclui seu materialismo 
histórico-dialético. A epistemologia de Marx tem por base a lógica dialética que objetiva o estudo do 
direcionamento do pensamento na busca da verdade. A questão fundamental para o filósofo é definir que 
o pensamento é verdadeiro e como podemos estabelecer a sua veracidade. 
 
A verdade 
 
A definição clássica da verdade foi aceita por muito tempo como um juízo que corresponde à 
realidade. Porém, essadefinição apresenta uma certa carência que conduz a uma imprecisão. Os 
conceitos de “correspondência” e “realidade” podem ser considerados diferentes. Diversas abordagens 
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podem ser apresentadas sobre correspondência e realidade. Tanto o idealismo quanto o materialismo 
servem-se desses conceitos. 
Marx pretende colocar a verdade de forma menos abstrata. “Parece que o melhor método 
será começar pelo real e pelo concreto, que são a condição prévia e efetiva; assim, em economia política, 
por exemplo, começar-se-ia pela população que é a base e o sujeito do ato social de produção como um 
todo”. (MARX, 1983, p. 218). O pensador busca uma verdade mais objetiva. 
A verdade objetiva seria o conteúdo das concepções humanas onde nem o sujeito, nem o 
homem e nem a humanidade fossem seus determinantes. O conhecimento não pode não ser humano, o 
que caracteriza nesse instante a verdade como subjetiva. O caráter objetivo da verdade infere no fato de 
que o conteúdo do conhecimento independe da humanidade. Tem-se aqui a dialética do sujeito e do 
objeto ligada ao conceito da verdade objetiva. 
A verdade objetiva é um processo de movimento do pensamento para a dialética materialista. 
O pensamento ao se encontrar com objeto não encontra uma verdade pronta, mas é nele que está a 
investida de tal investigação. 
 
O processo do pensamento 
 
O processo do pensamento e o pensamento em processo estão relacionados. Isso diz que tudo 
o que é imutável, estável, deve ser absoluto e tudo que é relativo reúne onde encontra-se o mutável, o 
transitório. É na passagem do absoluto ao relativo e vice-versa que podem ocorrer mudanças. Ou seja, o 
concreto é concreto, porque é a síntese de múltiplas determinações. 
Portanto, fica evidenciado que o pensamento vive seu caráter de absoluto e de relativo como 
contradição, pois o pensamento tudo apreende e ao mesmo tempo vive a impossibilidade de que todas 
as pessoas realizem essa faculdade. A verdade absoluta e a relativa são dois momentos necessários de 
uma verdade objetiva. Esses momentos são a expressão de etapas distintas do mundo objetivo do 
homem. O pensamento humano é por natureza capaz de fornecer e nos fornece a verdade absoluta, que 
se forma da soma das verdades relativas. 
A diferença entre a verdade absoluta e a relativa reside no grau de precisão com que cada 
uma reflete o mundo objetivo. Porém, ambas sempre são momentos da verdade objetiva que acontece 
como processo, como movimento. A soma das verdades relativas contribui para a formação da verdade 
absoluta, mas isso não se dá de forma mecânica. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 20 
A relação teórica entre sujeito e objeto se dá através da relação prática que eles travam entre 
si, partir daí que o pensamento tem sua origem e desenvolvimento. Não existe um princípio inato, 
preexistente que deu origem. Existe a atividade, a prática, a raiz não está nem no espírito, nem na matéria, 
está na atividade. A prática se guia pela união entre sujeito e objeto, desse modo, o resultado dessa união 
é um mundo concreto-sensorial que podemos conhecer. 
 
Materialismo dialético 
 
Pelo materialismo dialético o objeto incorpora-se à prática e a prática entra na realidade 
objetiva. Quando sujeito e objeto encontram-se, o sujeito coloca-se ativamente na relação e o objeto 
assume seu caráter determinante. O sujeito somente age sobre o que se dá a ele, ou seja, o objeto. Os 
fatores físicos, químicos etc. do objeto constroem o campo de atividades do sujeito. O homem atuando 
pelo seu pensamento segue as leis do objeto. 
O nível do sujeito em dado momento histórico determina sua prática. O materialismo 
histórico-dialético de Marx, diz que, além da História determinar as ideias e a consciência de um povo, ela 
também é construção humana, e, dessa forma, pode ser transformada. As pessoas fazem a História, 
portanto, elas que criam os problemas sociais, por exemplo, instaurando o abismo que separa ricos e 
alienados pobres. Somente as pessoas podem mudar essa realidade 
Portanto, a prática é a própria base do pensamento assim como seu critério de verdade. É 
pela prática que o homem descobre o que lhe é essencial e o que não é. Sendo então, a prática a base e 
o fim do conhecimento, então o conhecimento verdadeiro visa a prática. 
Nesse contexto, o prático e o teórico relacionam-se, pois, em cada realização material humana 
ocorre uma melhora, um ajuste nas ideias que buscam a objetividade. A prática, como critério de verdade, 
é marcada pela dinâmica da dialética, ou seja, é absoluta e relativa ao mesmo tempo. É absoluta, porque 
o que ele apresenta é a objetividade do mundo objetivo. É relativa, porque tudo o que é humano não 
pode ser confirmado ou rejeitado absolutamente. 
 
Veja como esse assunto é cobrado na prova 
 UFU 2010 
Para Marx, o materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história. 
Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a 
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história pela ação dos ‘grandes homens’ ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no 
lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes”. 
Assim, para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais ele produz suas condições 
de existência, pois são estas que determinam a linguagem, a religião e a consciência. 
(ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, 
p. 241.) 
A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos sobre o pensamento de Karl Marx, assinale a 
alternativa que indica, corretamente, os dois níveis de “condições de existência” para Marx. 
 
A. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; 
e superestrutura, caracterizada pelas estruturas jurídico-políticas e ideológicas. 
B. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; 
e materialismo dialético, que é na verdade a forma pela qual o homem produz os meios de 
sobrevivência. 
C. Modos de produção, caracterizados pelo pensamento filosófico dos socialistas utópicos; e o 
imperialismo, característica máxima do capitalismo industrial. 
D. Imperialismo, característica do capitalismo industrial; e infraestrutura (ou estrutura), 
caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza. 
Comentários: 
 
A. A alternativa está correta. Exato, a alternativa explica corretamente o que é a infraestrutura e a 
superestrutura, condições de existência do homem. 
B. A alternativa está incorreta. Que a infraestrutura (ou estrutura) é caracterizada pelas relações dos 
homens entre si e com a natureza é verdade. Mas o materialismo histórico-dialético diz sobre a 
construção da consciência do homem. 
C. A alternativa está incorreta. Os modos de produção eram guiados pelo capitalismo. O imperialismo 
deu margens para que ocorresse a revolução industrial, portanto é anterior, não podendo ser sua 
característica 
D. A alternativa está incorreta. 
Gabarito “A” 
 
 
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ARTHUR SCHOPENHAUER (1788 – 1860) 
 
 
Schopenhauer nasceuem 22 de fevereiro de 1788, em um mundo prestes a se transformar 
completamente, o mundo depois da revolução industrial. Filho de um comerciante atacadista, Heinrich 
Floris Schopenhauer, e de sua esposa, vinte anos mais jovem, Johana Schopenhauer. Seu pai era um 
melancólico comerciante, pai distante e ausente, e sua mãe uma apaixonada pela vida social e 
desapaixonada pelo marido, Schopenhauer nunca sentiu realmente o calor de uma família e a sensação 
de ser amado. 
Muito conhecido por seu pessimismo, Arthur Schopenhauer, autor da obra O mundo como 
vontade e representação, desenvolve uma filosofia fortemente ligada a concepções metafísicas, o que ele 
chamou de Metafísica da Vontade. 
 
A vontade 
 
Para o filósofo alemão, a vontade é um princípio ontológico. É a partir dessa ideia de vontade 
que ele se propôs a refletir de acordo com os limites das possibilidades do entendimento e do 
conhecimento humano. Porém, sem a pretensão que chegaria a uma verdade inabalável. Diz ele: “Minha 
doutrina [...] assemelha-se em certa medida a um cálculo bem resolvido; embora de modo algum no 
sentido de que não deixe problema sem resolver ou questão sem responder. Afirmar isso seria uma 
presunçosa negação dos limites do conhecimento humano” (SCHOPENHAUER, 2015, p. 225). 
Sua teoria se desdobra a partir da inovação que ele faz através da avaliação a respeito da coisa 
em si kantiana. Kant diz que não é possível conhecer nada que não esteja no tempo e no espaço, somente 
o que pode ser experimentado pode ser conhecido, nesse contexto, a coisa-sem-si não pode ser 
conhecida, já que ela é a essência, portanto, metafísica. Para Schopenhauer, a vontade é a coisa em si. 
A vontade nos aparece como essência íntima do mundo que, apesar de continuar sendo 
impossível aos sentidos, pode nos aparecer no entendimento e na intuição como uma essencialidade para 
a causalidade. 
Segundo o filósofo, o homem é como uma marionete e a Vontade é o que move, pois está 
necessariamente submetido o tempo inteiro e em todo o espaço. Ou seja, a Vontade é o que faz possíveis 
os fenômenos no exterior dos sujeitos bem como as representações internas a ele apresentadas; afinal, 
o próprio sujeito é Vontade e, consequentemente, é coisa em si. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 23 
A Vontade como substância primeira tem por função escravizar o mundo e fazer dele sua 
manifestação, sendo nós, seres humanos, seus atores principais, indiscutivelmente aptos ao sofrimento 
que ela nos causa. Aqui, deflagra a filosofia pessimista de Schopenhauer, porém, na busca da 
compreensão da Vontade metafísica, é preciso ir além. Não dá para tirar conclusões de um pensamento 
complexo assim. Vale lembrar que tais concepções abrangem um campo epistemológico muito avançado, 
sendo inclusive responsáveis por influenciar Nietzsche e figurar na formação da psicanálise freudiana. 
 
Veja como esse assunto é cobrado na prova 
 (Gabriela C. Garcia) 
A vontade em Schopenhauer é anterior ao intelecto e à vida. Ao invés de pensar na vontade como um 
fenômeno da vida, Schopenhauer pensa a vida como um fenômeno da vontade; não somente o que é 
vivo quer, mas dentre as coisas que querem estão as coisas que são vivas. 
Moreira, Fernando. "Sobre a relação entre vida e vontade na metafísica da natureza de Schopenhauer" 
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia [Online], Volume 2 Número 2 (1 dezembro 2011) 
Para Schopenhauer a função da vontade seria perpetuar uma vida essencialmente de sofrimento. Sobre 
a vontade é correto afirmar: 
A. A vontade não é o princípio ontológico do mundo. 
B. A vontade é a força da qual a vida humana é a única de suas expressões. 
C. A vontade não é a dimensão interna do homem, visto que não conecta sua essência com a essência 
do mundo. 
D. A essência última do mundo seria a vontade, seria o principal elemento constituinte do mundo. 
E. A vontade deseja só o que é proibido, por isso o sujeito sofre. 
Comentários: 
Para responder essa questão, entender a filosofia de Schopenhauer é relevante. Esse 
pensador via na vontade a própria existência, já que tudo se move para se satisfazer. O problema é que 
essa mesma vontade também nos traz sofrimento, posto que uma vontade insatisfeita gera sofrimento, 
frustração e uma vontade satisfeitas gera tédio e logo outra vontade, por isso o perpétuo sofrimento da 
existência. A questão pede que assinale a afirmação correta sobre a vontade, atentar-se ao comando é 
fundamental. 
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A. A alternativa está incorreta. A essência primeira do mundo seria a vontade, o principal elemento 
constituinte do mundo (movimento de algum ser em função de satisfação). 
B. A alternativa está incorreta. A vontade não é a força da qual a vida humana é a única de suas 
expressões. 
C. A alternativa está incorreta. A vontade é a dimensão interna do homem, visto que se conecta sua 
essência com a essência do mundo. 
D. A alternativa está correta. Exato, para Schopenhauer, a essência última do mundo seria a vontade, 
seria o principal elemento constituinte do mundo. 
E. A alternativa está incorreta. A vontade deseja o proibido, o permitido, o idealizado, etc. A vontade 
está presente na busca de saciar a sede e na projeção de um novo emprego. 
 
Gabarito: “D” 
 
 
 
 
SØREN KIERKEGAARD (1813 – 1855) 
 
 
Kierkegaard nasceu e morreu em Copenhague. Foi um filósofo, teólogo, poeta e crítico social 
dinamarquês, por muitos considerado o primeiro filósofo existencialista. Durante sua carreira ele 
escreveu textos críticos sobre religião organizada, cristianismo, moralidade, ética, psicologia e filosofia da 
religião, também escreveu sobre seu gosto por figuras de linguagem como a metáfora, a ironia e a 
alegoria. Grande parte do seu trabalho filosófico aborda as questões sobre o indivíduo único além de 
priorizar a realidade concreta e a escolha individual. 
 
Migalhas Filosóficas 
 
O livro aborda a questão de como o conhecimento pode ser apreendido. Ele traz uma discussão 
sobre a teoria socrática da reminiscência e da divindade cristã e como elas podem informar aquele que 
busca aprender a verdade. Ao mesmo tempo, é um importante texto inicial sobre filosofia existencialista 
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Teoria_da_reminisc%C3%AAncia&action=edit&redlink=1
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Migalhas filosóficas tem como ponto de partida a seguinte questão: “Em que medida se pode 
aprender/ser ensinada a verdade?” (KIERKEGAARD, 2008, p. 27). 
A referência à questão platônica fica evidente, porque Kierkegaard faz menção ao problema da 
possibilidade de a virtude poder ou não ser ensinada. Contudo, como a virtude é definida, por diversas 
vezes nos diálogos platônicos, como uma sorte de conhecimento, é legítima a pergunta pela possibilidade 
de apreensão – e transmissão – da verdade. 
É preciso antes definir o que vem a ser a verdade. Filósofos modernos, como Hume, por 
exemplo, define dois tipos de verdade, as verdades da razão e as verdades de fato. As verdades de razão 
são aquelas que tem os atributos de necessidade e universalidade, ou seja, apoiadas sobre o princípio 
lógico da não-contradição, tendo, como o exemplo as verdades matemáticas. Já as verdades de fato são 
aquelas que se desenrolam no plano da atualidade da existência, no domínio do devir, apreensíveisempiricamente e, portanto, são contingentes por sua própria constituição. 
É a partir dessa representação intelectual da realidade, em que a articulação dialética se mostra 
com uma vitalidade a que tudo teria de se submeter, Kierkegaard diz não, ele observa que falta algo de 
fundamental, que é a consideração da realidade singular do indivíduo como dado primário e irredutível. 
 
O indivíduo diante o absoluto 
 
O que é indivíduo diante o absoluto? Como podemos compreender essa relação? 
Para Kierkegaard, o absoluto é a própria individualidade. Quando se fala da incorporação do 
singular no universal revela-se uma lógica pautada pela primazia do conceito em relação à experiência 
vivida. Ou seja, a existência singular pensada no sistema hegeliano, por exemplo, está em função de uma 
razão universal a qual essa existência estaria a priori submetida. Dessa maneira, segundo Kierkegaard, 
a realidade da existência, que é sempre individual e singular, vai se dissolver numa totalidade universal 
formalmente concebida. Portanto, o que Hegel ganhou em relação à ordenação lógica e conceitual, ele 
perdeu no que tange a realidade concreta. 
Para o filósofo dinamarquês, a realidade é substancialmente o indivíduo, logo, a verdade é 
subjetiva. A verdade é a subjetividade, porque precisamente na subjetividade está o lugar da experiência 
vivida de modo concreto e singular. Nesse caso, a subjetividade é tida como absoluta e a experiência 
subjetiva é uma certeza. Vale ressaltar que o caráter absoluto da subjetividade não significa que ela seja 
uma realização lógica completa. Pelo contrário, a subjetividade é absoluta, porque 
é absolutamente impossível o homem superar a sua condição finita. A experiência humana está 
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condicionada à sua finitude. Porém, essa vinculação lógica dos termos nada nos diz acerca sobre a 
capacidade reduzida da experiência do indivíduo singular, porque essa experiência possui, 
fundamentalmente, uma dimensão existencial e religiosa que escapa a conceituação racional. 
A partir desse pensamento, Kierkegaard critica de forma incisiva o cristianismo de sua época. 
Kierkegaard é um profundo cristão, para ele, o cristianismo não é uma cultura, a cultura é a cristandade. 
Dizia que a história tinha transformado o cristianismo em uma cultura cristã superficial. Tal cultura, 
inventada, serviu para facilitar as respostas sobre o sentido da existência. 
A cristandade é estar em constante luta interior, em temer, ter escrúpulos, se angustiar, se 
rebaixar e se humilhar. Visto o cristianismo como um instrumento para viver a vida em paz e 
serenidade. Esse tipo de cristianismo esconde e dissimula o verdadeiro aspecto do cristianismo. O de 
que o ser humano é finito. 
 
A condição Humana 
 
Esse é o drama da subjetividade, não há como pretender atingir qualquer certeza acerca de 
seus fundamentos. Por isso, a realidade da experiência individual, subjetiva e singular, é vivida na 
incerteza e a partir da ausência de fundamentos. Não há como construir um sistema geral em que a 
subjetividade seja explicada como um momento a ser absorvido numa universalidade mais compreensiva, 
como pretendia Hegel. Nesse sentido, conceituar a subjetividade é torná-la abstrata; explicá-la é destruir 
a sua realidade. 
Por isso a experiência da condição humana passa pelos três “estádios” enumerados por 
Kierkegaard. Visto que o ser humano é finito e tem que constantemente fazer escolhas, são essas escolhas 
que podem levar o indivíduo a uma vida ética. É parte da condição humana fazer tais escolhas e são as 
mesmas que nos traz a angústia. 
A partir dessa teoria existencialista, Kierkegaard dizia que a verdade está na subjetividade, por 
isso era fundamental entender o resultado das escolhas individuais, posto que elas refletem na sociedade. 
Então, o filósofo teoriza três estádios ou modos de existência: 
Estádio Estético 
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No que tange às escolhas, esse sujeito tem medo de errar em suas escolhas e por isso deixa a 
escolhas para outros. Ele sofre por não ser “dono” de suas escolhas, mas também se livra da 
responsabilidade que pode gerar angústia. 
Estádio Ético 
Esse sujeito assume escolhas, tem consciência do que renuncia, mesmo que se sinta infeliz com 
suas escolhas. Esse sujeito assume até o fim, porém sempre pensa nas possibilidades de suas 
renúncias, por isso, sofre. 
 Sujeito Religioso 
É o sujeito que escolhe, compra essa escolha e não se preocupa com os caminhos que 
renunciou, preocupa-se com suas escolhas, pois essa era a melhor escolha. Esse sujeito não se 
angustia. 
Kierkegaard pretende trazer as possibilidades que o indivíduo tem em sua existência. O 
sujeito sempre é levado a escolher entre esses estádios, já que eles são qualitativamente diferentes 
dos outros entre si. Ordenados por paixões e valores singulares. O indivíduo que está em um estádio se 
mantém nele enquanto optar por isso, haja visto que ele é livre para mudar de estádio. 
Contudo, é pela interioridade que o indivíduo se faz, é nela que está a sua singularidade, o 
seu segredo, a sua absoluta subjetividade. Não há intermédio exterior pela qual se possa chegar a essa 
dimensão, nem normas pelas quais se possam resolver os conflitos vividos. 
 
Veja como esse assunto pode ser cobrado na prova 
 
 (Gabriela Garcia) 
O filósofo dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard identificou três estádios distintos ou modos de 
existência. São eles: 
A. Estádio empírico, estádio racionalista, estádio existencialista; 
B. Estádio racionalista, estádio religioso, estádio jurídico; 
C. Estádio ético, estádio crítico, estádio existencialista; 
D. Estádio estético, estádio religioso, estádio filosófico; 
E. Estádio estético, estádio ético, estádio religioso. 
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Comentários: 
Kierkegaard foi um filósofo que fez fortes críticas ao cristianismo, mas defendia Deus e a fé. 
Esse filósofo dizia que o ser humano deveria passar por três estádios do conhecimento. São eles: O estádio 
estético, estádio ético e o estádio religioso. O Estádio Estético, no que tange às escolhas, esse sujeito tem 
medo de errar em suas escolhas e por isso deixa a escolhas para outros. Ele sofre por não ser “dono” de 
suas escolhas, mas também se livra da responsabilidade que pode gerar angústia. Sujeito Ético é o sujeito 
assume escolhas, tem consciência do que renuncia, mesmo que se sinta infeliz com suas escolhas, esse 
sujeito assume até o fim, porém sempre pensa nas possibilidades de suas renúncias, por isso, 
sofre. Sujeito Religioso é o sujeito que escolhe, compra essa escolha e não se preocupa com os caminhos 
que renunciou, preocupa se com suas escolhas, pois essa era a melhor escolha. Esse sujeito não se 
angustia. 
O comando da questão pede que assinale a alterna correta sobre tais estádios. 
A. A alternativa está incorreta. Não corresponde aos estádios de Kierkegaard, mas à correntes 
filosóficas. 
B. A alternativa está incorreta. Também não representa corretamente o que está explícito nos 
comentários. 
C. A alternativa está incorreta. Novamente, essa alternativa apresenta corrente filosóficas e de 
pensamentos, mas não os estádios de Kierkegaard. 
D. A alternativa está correta. A alternativa mostra os três estádios de Kierkegaard exatamente como 
descrito nos comentários. 
Gabarito “D” 
 
 
 
FRIEDRICH NIETZSCHE (1844 – 1900)Nietzsche nasceu na Prússia (atual Alemanha). Preparado para ser pastor, aos 18 anos perdeu 
sua fé. Aos 24 foi lecionar filosofia e poesia grega na Universidade de Basileia. Abandonou a Universidade 
em 1989, aos 34 anos, quando sua visão começou a lhe faltar e era acometido por fortes dores de cabeça. 
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Viveu assim na solidão. Anos mais tarde foi internado em um manicômio, alguns diziam que era louco, 
outros que atingira uma enorme sanidade. 
A respeito de sua filosofia epistemológica, Nietzsche vai indagar o porquê de tanto interesse 
na verdade. Por que a verdade? Por que os filósofos de todos os tempos buscaram esta e não outra 
questão? Por que o chamado impulso ao conhecimento se direciona quase que espontaneamente para a 
verdade? 
 
Vontade da verdade 
 
O filósofo alemão vai questionar esse impulso em direção à verdade, que ele chama de 
vontade da verdade, quanto aos seu valor. Ou seja, por que a verdade vale mais do que a inverdade? 
A fim de responder à essa pergunta, o pensador vai se opor à ideia de que a verdade 
acompanha a história. Vai se opor à filosofia metafísica e a pesquisa histórica. Para ele, a história é fruto 
da atividade humana. Com isso, Nietzsche quer mostrar que a fundamentação metafísica da moral possui 
uma história, isto é, ela veio a ser. 
Os homens, em determinado momento, conjecturaram estas fundamentações e acreditaram 
que com elas tinham alcançado a verdade sobre o que é o bem e a justiça. Porém, esse bem e justo são 
imutáveis e não um bem e um justo criados. O pensador busca saber como surgiram estas 
fundamentações e avaliações, quais foram os impulsos que conduziram os homens na construção de tão 
complexas construções de pensamento. Visto que tais pensamentos conduzem as ações humanas. 
 
A verdade do engano 
 
O pensador entende que a vontade de verdade deriva de uma vontade de engano, que seria 
a necessidade de erguer um determinado valor a categoria de verdade para fazê-lo mais forte e mais 
poderoso para que se possa acreditar nele. Porém, esse valor foi criado historicamente, por isso, é um 
engano tê-lo como verdade. A verdade, em que se acredita, nada mais é do que a crença na veracidade 
de um engano. Tanto o é que qualquer verdade pertencente a outra ordem metafísica incontestável retira 
a validade de pertencimento, ou seja, é a crença de que a verdade pertence a uma determinada ordem 
que a torna incontestável. Portanto, não passa de uma crença. 
Uma verdade é apenas um erro mais bem aceito pela moral. Este erro, segundo Nietzsche, é 
um erro necessário. É preciso enganar-se sobre a existência da verdade, é preciso acreditar na verdade e 
valorizá-la, pois este engano parece necessário para a existência de uma espécie humana. Para o filósofo 
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alemão, seria impossível viver sem representações valorativas e lógicas, neste sentido, a vontade de 
verdade, isto é, a busca e valorização da verdade acima da ilusão seria uma forma de autopreservação e 
possui uma função reguladora. 
Seguindo a linha de raciocínio, a transformação da criação (engano) em verdade está na 
necessidade de se acreditar em algo inventado como se fosse uma verdade absoluta para com isso 
acreditar em um erro. 
Gustavo Arantes Camargo, doutor em filosofia pela PUC-RJ, mostra em seu artigo Conceito de 
verdade em Nietzsche (2008), que a linguagem aparece como criação de um mundo, ela foi inventada, 
mesmo assim é útil e necessário para a conservação e o fortalecimento de nossa espécie. Para Nietzsche, 
até mesmo a lógica é uma ficção, visto que ela que decorre de um longo processo de desenvolvimento 
histórico, portanto, não é uma categoria inata do sujeito. Porém, Camargo (2008) deixa claro que para o 
filósofo alemão, a lógica é um instrumento importante, mas não é inerente ao homem e é localizada na 
experiência. 
A razão possui uma história. O que leva o pensador a ter dificuldades de afirmar que a razão 
possa levar o homem à uma verdade além da experiência sensível. A razão e a lógica são instrumentos 
necessários no desenvolvimento de uma espécie, mas suas conclusões não podem ter valor absoluto 
sobre os demais juízos. 
 
“A aberração da filosofia se deve ao fato de que ao invés de ver na lógica e nas categorias 
da razão os meios de acomodar o mundo a seus fins utilitários (então, ‘por princípio’, de 
uma falsificação utilitária), acredita-se ver aí o critério da verdade ou da ‘realidade’. O 
‘critérium da verdade’ é apenas a utilidade biológica de um tal sistema de falsificação por 
princípio: e como uma espécie animal não conhece nada mais importante que sua 
preservação, poder-se-ia de fato falar aqui de ‘verdade’. Mas, a inocência seria de tomar 
a idiossincrasia antropocêntrica por medida de todas as coisas, por linha divisória entre o 
‘real’ e o ‘irreal’. 
(FP 14: 14 [153], Início 1888 – janeiro 1889. Apud: CAMARGO, Gustavo Arantes.) 
 
 
A lógica tem o alcance de uma falsificação utilitária. Portanto, devemos tomar como 
construções os edifícios racionais e teóricos, nos quais se sustenta toda a comunicação e sociabilidade. 
Eles não são verdades, segundo a filosofia nietzscheana. Significa afirmar sobre o conceito de verdade em 
Nietzsche. Reconhecer a inverdade como condição de vida. 
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Quando acreditamos na falsificação como verdade e a partir dessa crença lançamos nossas 
possibilidades de existir, agimos na ilusão e no engano. Por isso, Nietzsche define como preconceito moral 
o fato de que a verdade tenha um maior valor do que a aparência. 
 
Vontade de Verdade e Vontade de Engano 
 
A vontade de verdade e a vontade de engano são a mesma vontade, só que observadas de 
aspectos diferentes. A vontade de verdade é a busca metafísica por um fundamento último para o 
conhecimento. Reside na crença de que por meio da razão e das construções intelectuais podemos 
alcançar uma espécie de verdade primordial. Já a vontade de engano é a maneira como Nietzsche enxerga 
esta vontade de verdade. O pensador entende a razão e as demais construções intelectuais como 
construções históricas, porém, as compreende como necessárias. 
Acreditar nas falsificações como se fossem verdades. Esta é a ilusão necessária que Nietzsche 
chama de vontade de engano. A vontade de verdade, a busca da verdade e a crença nesta verdade 
decorrem da necessidade de se acreditar nas construções históricas e culturais, ou seja, decorre da 
vontade de engano. 
 
Veja como esse assunto é cobrado na prova 
 
 UFU 2017 
Nietzsche escreveu: 
E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, 
precisamente uma necessidade tal como o apolíneo! 
NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2007, p. 38. 
Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo. 
A. O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder místico do uno 
primordial. 
B. O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a 
natureza e suas forças demoníacas. 
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C. O dionisíaco é o instinto,a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o 
equilíbrio, a força figurativa. 
D. O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo representa a música 
primordial não objetivada. 
Comentários: 
 
Para responder essa questão é preciso conhecer a filosofia de Nietzsche. Nietzsche desenvolve 
uma filosofia que tece críticas à filosofia clássica e moderna que valorizou demasiadamente o uso da 
razão, da lógica, do conhecimento científico, ou seja, do “espírito apolíneo” – que se refere à Apolo, deus 
da ordem e do equilíbrio. Isso fez se perder a proximidade com a natureza e suas forças, não sabemos 
lidar com o acaso, ou seja, abandonamos “espírito dionisíaco” – que vem de Dionísio, o deus do vinho e 
das festas. Portanto, a história da filosofia só demonstra o triunfo da razão. Seria preciso, assim, resgatar 
o 
elemento dionisíaco da vida. Esse pensamento fica expresso em sua obra “O Nascimento da 
Tragédia”. 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que descreve corretamente o 
dionisíaco e o apolíneo. 
 
A. A alternativa está incorreta. Apolo que representa o equilíbrio, a racionalidade. 
B. A alternativa está incorreta. Dionísio é o deus do transe, da embriagues. 
C. A alternativa está correta. Perfeita definição. 
D. A alternativa está incorreta. Dionísio representa a música. 
Gabarito “C” 
 
 
 
 
EDMUND HUSSERL (1859 – 1938) 
 
Husserl foi um filósofo e matemático que nasceu na Morávia (Atual República Tcheca). É 
fundador da fenomenologia, corrente filosófica que tem como base do conhecimento a intencionalidade. 
Para haver consciência de algo é preciso antes haver a intenção, é a intenção que direciona a consciência. 
Suas teorias foram forte influência a diversos filósofos, entre eles, Heidegger, Merleau-Ponty e Sartre. 
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O método fenomenológico de Husserl busca estabelecer um alicerce seguro, livre de 
pressuposições, preconceitos para a filosofia. Devemos buscar as próprias coisas. Esta é a regra primeira 
e fundamental do método fenomenológico e por “coisas” entende-se aquilo que vemos diante nossa 
consciência. O que se apresenta chama-se fenômeno, ou seja, é o que está dado. 
 
O Método 
 
 
Husserl reivindica o rigor metodológico da ciência para a filosofia. O rigor que Husserl 
reivindica para o seu método fenomenológico advém do propósito desse pensador em dar à filosofia o 
mesmo rigor metodológico conferido à ciência. Por ter efetuado estudos nos campos da matemática e da 
lógica, Husserl sempre nutriu certo apreço pelo rigor metodológico. Para tanto, o pensador propõe a 
“análise compreensiva” da consciência, visto que todas as vivências do mundo se dão na e pela 
consciência, que como dito, está vinculada à noção de intencionalidade. 
O método radical para compreender o fenômeno, chama-se redução fenomenológica 
(epoché) ou redução transcendental, ele consiste em pôr "entre parênteses" o mundo quando se deseja 
compreender o fenômeno. A epoché consiste numa suspensão momentânea da “atitude natural” com a 
qual nós nos relacionamos com as coisas do mundo. Isso consiste em deixar provisoriamente de lado 
todos os preconceitos, teorias, definições, etc., que nós utilizamos para conferir sentido às coisas. 
Nas palavras de Martins no artigo Estudos sobre existencialismo, fenomenologia e educação: 
"a fenomenologia procura enfocar o fenômeno, entendido como o que se manifesta em seus modos de 
aparecer, olhando-o em sua totalidade, de maneira direta, sem a intervenção de conceitos prévios que o 
definam e sem basear-se em um quadro teórico prévio que enquadre as explicações sobre o visto". 
(Martins, 2006) 
A atitude não-fenomenológica consiste na atitude natural, faz o homem olhar o mundo de 
maneira ingênua como mundo dos objetos. A fenomenologia busca uma nova fundamentação da filosofia 
e das ciências singulares. Enquanto as ciências positivas consideram os objetos como independentes do 
observador, a fenomenologia tematiza o sujeito, o eu transcendental, que “coloca” os objetos. 
O método de Husserl inicia-se ao evitar a atitude natural, ou seja, aceitar aquilo que vem do 
senso comum, que vem pronto. Observe que isso não significa negar a existência, mas abstrair a 
existência, reduzir o fenômeno a ele mesmo. A partir dessa redução do fenômeno, também conhecido 
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como variação eidética, é possível notar quais são a correntes de vivências puras que permanecem e com 
isso constata-se que a consciência é consciência de algo. Esse algo é o que se chama de fenômeno. 
A consciência é o que dá sentido de algo que é (sentido do ser), essência e tudo ocorre por 
meio da intencionalidade, ou seja, através de sua orientação intencional para encher o vazio. O conceito 
de intencionalidade da consciência é o conceito fundamental e constitutivo na fenomenologia desse 
pensador. Nela constituem-se os cogitata do cogito, os “objetos” da consciência. 
 
A intencionalidade 
 
 
Husserl busca desenvolver uma filosofia que fosse mais próxima da realidade e que pudesse 
ser comum quanto aos fenômenos (aquilo que se apresenta a nós). Para isso, ele dizia que seria preciso 
separar a consciência da carga naturalista que o senso comum deposita nela. Purificar a relação entre 
sujeito e objeto. 
A intencionalidade constitui síntese ou unidade, uma constituição ativa e passiva. Esse 
conceito de síntese distingue-se do tradicional, pois não se limita à síntese no juízo. Para Husserl, a 
fenomenologia é uma descrição da estrutura específica do fenômeno e como estrutura da consciência 
enquanto consciência, ou seja, como condição de possibilidade do conhecimento, o é na medida em que 
ela, enquanto consciência transcendental, constitui as significações e na medida em que conhecer é pura 
e simplesmente apreender (no plano empírico) ou constituir (no plano transcendental) os significados 
naturais e espirituais. Para entender essas funções até sua dimensão de profundidade em sua 
abrangência, necessita-se do método da redução fenomenológica. 
Tentando descobrir se é o sujeito que constitui o objeto ou se é o mundo que constitui a 
consciência do sujeito. Ele propõe que a consciência tenha autonomia assim como o objeto. 
Para o filósofo, a consciência está para algo, consciência de alguma coisa, ou seja, ela está 
sempre relacionada a algo, portanto, não podemos defini-la fora da relação sujeito-objeto, a consciência 
não é uma coisa, ela é um movimento de olhar. A consciência é intencionalidade: dirige-se para, visa 
alguma coisa. Toda consciência é consciência de (algo). 
Porém, a partir de sua análise, Husserl conclui que a consciência existe diante da intenção. Ou 
seja, ela tem uma intenção quando visa as coisas e só assim que buscamos conhecer o mundo. 
Conhecemos aquilo que queremos, que temos intencionalidade. Por isso conhecer é um ato egoísta. 
 
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MARTIN HEIDEGGER (1889 – 1976) 
 
Filósofo alemão, Heidegger foi discípulo de Husserl, portanto, deu continuidade a sua 
fenomenologia, ele também acabou sendo um filósofo existencialista, apesar de negar como pertencente 
a tal corrente. Em sua principal obra Ser e Tempo, o pensador busca o sentido do existir. Seu objeto de 
pesquisa foi entender o sentido do ser. Sua filosofia é uma ontologia. Ele entendeu que a metafísica 
fracassou nesse processo, por isso ele partede uma investigação fenomenológica para chegar ao sentido 
da existência. 
 
Qual ente que pode questionar a existência e o sentido do ser? 
 
 
Segundo o pensador alemão, o homem, visto que é o ente que pensa, sente e reflete, por isso 
é capaz de compreender os sentidos do ser e o fundamento da existência de todos os seres. Para ele, a 
principal questão da filosofia, ainda não tinha sido respondida, a questão sobre o ser. 
Dizia que as ciências em geral estudam o ente, ou seja, tudo o que é, que está determinado 
em certa forma e que podemos pensar ou falar sobre. Porém, o ser é a própria possibilidade de entender 
os entes como entes. Nota-se que ele considera nossa compreensão sobre o ser ainda superficial, mas o 
fato de tentar responder a tal questão já nos direciona na investigação. 
Para Husserl, a consciência é a intencionalidade, então Heidegger também pega essa linha de 
pensamento e diz que o homem é o ser no mundo, não escolhe estar no mundo ou não. Ele é sempre 
concreto, encontra-se inserido nesse mundo, é o dasein, o ser-aí. Para o pensador, entender o ser é 
entender o dasein, que é o ser humano em sua existência, nesse momento que ele dá abertura para o 
que vem a ser o existencialismo. 
O dasein (ser-aí), ou mesmo, o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos. 
 
1 – A Facticidade, posto que vivemos em um mundo que não criamos e ao qual nos encontramos 
submetidos num primeiro momento (cotidiano). 
2 – A Transcendência que é a ação que faz o homem ir além dessas determinações. A transcendência é 
dimensão de liberdade para o pensador alemão. O homem não nasce pronto e acabado. 
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O dasein seria o ser no tempo. O ser como projeto, como possibilidade, o que o introduz na 
temporalidade. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. 
O sujeito e o mundo 
 
 
Para Heidegger, a relação sujeito e mundo, relação central para a epistemologia, é apenas 
uma abstração que mascara a interação existencial primária do ser humano com os entes, por isso acaba 
não permitindo a possibilidade de elaborar corretamente a pergunta pelo ser. Assim, o filósofo afasta-se 
da epistemologia e identifica-se melhor com a ideia de uma “ontologia fundamental”. 
Primeiro é fundamental perceber a diferença ontológica entre ser e ente e repensar as 
questões filosóficas sob essa perspectiva. Nunca se contempla apenas os entes, mas seu modo de ser tem 
que ser levado em conta. O ser-aí, dasein, tornou-se o centro da ontologia heideggeriana pelo fato de ser 
o ente que, em razão de seu próprio modo de ser, pré-compreende o ser e, com isso, pode perguntar pelo 
sentido do ser. O “ser-aí” ocupa um lugar central no pensamento de Heidegger e não se trata meramente 
de substituir o termo “ser humano”. 
 
O ser-aí 
 
 
O ser-aí não é o ser humano empírico, biológico, psicológico, sociológico, nem mesmo 
antropológico. Também não é o sujeito transcendental ou uma consciência pura que apreende as coisas, 
segundo o filósofo alemão. Vemos aqui o momento em que ele se distancia da fenomenologia de Husserl 
e passa para uma filosofia mais existencialista. 
 O ser-aí de Heidegger é o ser humano “formal”, é a estrutura existencial desse ente, na 
medida em que a “essência” do dasein habita em sua existência. Então o ser-aí está na existência e nas 
possibilidades de ser-no-mundo. É sobre esse pano de fundo que Heidegger procura pela essência da 
filosofia e da ciência. 
Seguindo a linha de raciocínio do filósofo alemão, se a filosofia moderna proporcionou uma 
base de sustentação teórica para a ciência, elaborando teorias sobre como é possível conhecer e quais 
são os limites do conhecimento, então, uma das tarefas dessa nova filosofia, que é a ontologia 
fundamental, seria pensar como é possível que a ciência, a qual investiga aquilo que é, não se pergunte 
pelo que significa ser. 
 
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Veja como esse assunto pode ser cobrado na prova 
7. (Gabriela Garcia) 
Para Husserl a consciência é a intencionalidade, Heidegger, que foi seu aluno, também segue esta linha 
de pensamento e diz que o homem é o ser no mundo, não escolhe estar no mundo ou não. Ele é sempre 
concreto, encontra-se inserido nesse mundo, é o dasein, o ser-aí. Para o pensador, entender o ser é 
entender o dasein, que é o ser humano em sua existência. 
O dasein (ser-aí), ou mesmo, o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos facticidade e transcendência. 
Assinale a alternativa correta sobre o pensamento de Heidegger. 
A. Facticidade refere-se ao fato de que vivemos em um mundo que criamos e ao qual nos 
encontramos submetidos. 
B. Transcendência é a ação que faz o homem perder-se nas determinações. 
C. A transcendência é dimensão de determinismo para o pensador alemão. 
D. O dasein seria o ser no tempo, determinado. 
E. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. 
 
Comentários: 
Para responder essa questão observe as definições abaixo e veja O dasein (ser-aí), ou mesmo, 
o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos. 
1 – A Facticidade, posto que vivemos em um mundo que não criamos e ao qual nos encontramos 
submetidos num primeiro momento (cotidiano). 
2 – A Transcendência que é a ação que faz o homem ir além dessas determinações. A transcendência é 
dimensão de liberdade para o pensador alemão. O homem não nasce pronto e acabado. 
O dasein seria o ser no tempo. O ser como projeto, como possibilidade, o que o introduz na 
temporalidade. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. 
 
A. A alternativa está incorreta. Vivemos em um mundo que não criamos, nascemos ele está pronto, 
e estamos submetidos a ele. 
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B. A alternativa está incorreta. Transcendência é a ação que faz o homem lançar-se para além das 
determinações. 
C. A alternativa está incorreta. Não, ela é a dimensão da liberdade. 
D. A alternativa está incorreta. Dasein é sim o ser no tempo, mas é aquele que se projeta neste 
tempo, que se lança ao futuro. 
E. A alternativa está correta. Condiz perfeitamente com o pensamento de Heidegger. 
 
Gabarito “E” 
 
 
 
 
JEAN-PAUL SARTRE (1905 – 1980) 
 
Sartre foi um filósofo francês. Nasceu em Paris e aos 19 anos começou a cursar Filosofia na 
“Escola Normal Superior”. Foi nesse contexto que conheceu Simone Beauvoir, que seria sua parceira por 
toda vida, tanto nas obras e pensamentos quanto na vida a dois. 
Em 1928, após se formar, o então professor vai aprofundar suas pesquisas, seus estudos na 
filosofia existencialista e com isso cria sua própria filosofia. Com suas teorias, ganhou uma bolsa para 
estudar em Berlim, é quando o filósofo se dedica aos estudos da fenomenologia e o existencialismo de 
Husserl e Heidegger, por exemplo. 
 
Ontologia fenomenológica 
 
Sartre desenvolve sua investigação acerca do fenômeno do ser, como dito teve forte 
influência fenomenológica. Tal investigação está na obra O Ser e o nada. Assim como Husserl, Sartre 
identifica o fenômeno como aquilo que se apresenta à consciência. 
Como já vimos, o método husserliano da variação eidética, de redução fenomenológica, que 
submete o objeto da percepção às variações do perfil, a fim de se apreender o seu aspecto invariável, ou 
seja, sua essência. É papel do filósofo apreender o fenômeno e encontrar sua essência sem partir de 
pressupostos que ocultemo ser atrás de sua aparição. 
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Sartre também valoriza muito o cogito de Descartes, assim como Husserl também o faz, 
porém o pensador não segue totalmente o pensamento de Descartes. 
“os pressupostos históricos e metafísicos do pensamento de Sartre residem na dicotomia 
cartesiana de sujeito e objeto, onde a primazia é dada ao sujeito, ou, o que dá no mesmo, à subjetividade 
do sujeito, que encontra no cogito seu fundamento, e, por conseguinte, à fundamentação do conceito de 
liberdade” (LIMA, 2009, p. 27). 
Sartre, ao considerar o fenômeno como o absoluto, o indicará como relativo-absoluto, isto é, 
"o fenômeno continua a ser relativo porque o ‘aparecer’ pressupõe em essência alguém a quem aparecer" 
(SARTRE, 1997, p. 16). 
Porém a dicotomia cartesiana do sujeito e objeto, que acredita em uma substância pensante, 
no res cogitans, como algo que se sobrepõe. Não é adotada na argumentação sartreana em torno do 
fenômeno de ser. 
 
 
O ser do fenômeno 
 
 
Sartre propõe compreender o fenômeno do ser que acaba por se torna a busca do ser do 
fenômeno. Vemos isto no trecho seguinte de O Ser e o Nada - Ensaio de Ontologia Fenomenológica, de 
Sartre: 
(...) Toda consciência, mostrou Husserl, é consciência de alguma coisa. O primeiro passo 
de uma filosofia deve ser, portanto, expulsar as coisas da consciência e restabelecer a 
verdadeira relação entre esta e o mundo... Contudo, a condição necessária e suficiente 
para que a consciência cognoscente seja conhecimento de seu objeto é que seja 
consciência de si como sendo este conhecimento. Se minha consciência não fosse 
consciência de ser consciência de mesa, seria consciência desta mesa sem ser 
consciente de sê-lo, ou, se preferirmos, uma consciência ignorante de si, uma 
consciência inconsciente - o que é absurdo (SARTRE, 1997, p. 16). 
Ao desenvolver sua análise existencial em torno da busca pelo ser do fenômeno, Sartre deixa 
claro que quando um sujeito se propõe a conhecer algo ele tem que tomar consciência de que ele é algo, 
ele já é um objeto de conhecimento de si mesmo. Ao analisar o fenômeno de ser, Sartre o considerou 
como aquilo que aparece em si mesmo, como aquilo mesmo que se mostra à consciência. É neste contexto 
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que Sartre irá apresentar dois tipos de seres absorvidos em sua análise existencial: o ser-em-si e o ser-
para-si. O filósofo vai analisar estes dois tipos de seres. 
O ser-em-si é o ser tal como nos aparece, seria o objeto que aparece à consciência. É todo o 
ser desprovido de consciência; é aquilo que se mostra à consciência e que dela difere. Ser-em-si é todo o 
amontoado de seres que circundam a consciência (com exceção das outras consciências). Nesse sentido, 
o ser-em-si constitui o mundo bruto ante o qual engendramos a nossa existência. O ser-em-si é 
considerado em sua contingência. 
O ser-para-si para Sartre apresenta como outro tipo de ser, mas que vem no rastro do ser-
em-si, a consciência. Visto que toda consciência é consciência de algo, significa que ela é constituída, 
originalmente, como vazio de tudo, menos do objeto transcendente do qual ela é atualmente consciente. 
Chama-se o objeto de transcendente, porque ele está fora da consciência e não existe entre eles 
coincidência, existe intencionalidade. Por isso, a consciência é intencional, como já afirmava Husserl. 
 
O nada 
 
 
Segundo Sartre, o nada, ou seja, o não-ser, vem ao ser através de minhas relações concretas 
com o ser-em-si que está ao meu redor. Com isso, o filósofo francês atribui um estatuto ontológico ao 
não-ser, isto é, o nada é nadificado a partir do fundamento do ser. Podemos concluir que o ser-para-si é 
o ser pelo qual o nada vem ao mundo. 
É partir desta linha de raciocínio que Sartre vai falar sobre o conhecimento. Para ele, o 
conhecimento só acorre da presença de..., ou seja, as coisas se apresentam à consciência e se diferem 
dela, neste sentido: "conhecer implica, antes do mais, o dar-se conta de que o objeto não é a consciência 
e que a consciência não é o objeto... Para Sartre, em resumo, o conhecimento parece constituir-se 
essencialmente como atividade negadora", diz Moraiva em seu artigo sobre Sartre, de 1985. 
 
A consciência 
 
Depois de definir o ser-para-si (consciência) como intencionalidade, o pensador francês 
apresenta a consciência sob duas “faces”. A consciência se faz como consciência refletida (consciência 
imediata) e consciência reflexiva. 
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A consciência refletida é a consciência imediata do objeto dado, ela é dada pela percepção, 
não-reflexiva. Somente posteriormente é que disponho essa consciência imediata à uma consciência 
reflexiva. A consciência imediata seria a condição mesma da própria reflexão. 
Contudo, pode-se observar que Sartre está em sua ontologia, numa tentativa de se superar o 
idealismo e o realismo. Portanto, o mundo não seria resultado de minha subjetividade e nem a consciência 
seria um recipiente fechado em si, que seria “afetada” passivamente pelo mundo à sua volta. As noções 
do ser-em-si e do ser-para-si resumem o esforço do pensador francês ao desenvolver tal filosofia. É a 
partir dessa ontologia fenomenológica que o conceito de liberdade surgirá. 
 
Veja como esse assunto pode ser cobrado na prova 
 (Gabriela C. Garcia) 
“... Por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. […] Não 
encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não 
temos, nem atrás de nós nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. 
Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. 
Condenado porque não criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é 
responsável por tudo o que fizer. ” 
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 09 
 
“Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem como circunstâncias 
de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo 
passado”. 
MARX, Karl; O 18 Brumário de Luís Bonaparte, p. 329 
Sabe-se que Sartre e Marx divergem no que tange o conceito de liberdade. A partir dos excertos acima e 
de seus conhecimentos sobre o tema nota-se que: 
A. Sartre defende que há determinismo, Marx defende que o homem é livre independente das 
circunstâncias. 
B. Sartre defende que há determinismo e Marx estabelece um meio termo entre o 
determinismo e a total liberdade do homem. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 42 
C. Quando Sartre afirma “o homem está condenado a ser livre”, diz o mesmo que Marx quando 
defende que “os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem”. 
D. Sartre diz que o homem é condenado a ser livre pelo fato de não poder escolher que não 
quer escolher. Já Marx afirma que o homem tem suas possibilidades condicionadas pelo 
mundo material em que vive. 
E. A liberdade para Sartre não tem limites, já para Marx ela não existe. 
 
Comentários: 
Para Marx, a liberdade humana como a constante criação prática dos indivíduos. Não há 
liberdade semo mundo material no qual os indivíduos manifestam na prática sua liberdade junto com 
outras pessoas. Ou seja, a liberdade humana só pode ser encontrada de fato pelos indivíduos na produção 
prática das suas próprias condições materiais de existência. Já Sartre diz que a liberdade é uma condição 
intransponível do homem, da qual, ele não pode, abrir mão, isto é, o ser- humano está condenado a ser 
livre e é a partir desta condenação à liberdade que o homem se forma. A existência do Outro constitui um 
limite para liberdade do homem, contudo, não o limita "como ser humano", mas é o Outro que o torna 
um ser humano. 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que define os conceitos de liberdade 
para Marx e Sartre e o entendimento sobre tais conceitos é fundamental para atender o que se pede. 
 
A. A alternativa está incorreta. Sartre não acreditava em determinismo. 
B. A alternativa B está incorreta. Marx via liberdade como prática de criação, não fala sobre meio 
termo. 
C. A alternativa C está incorreta. Os significados das frases não coincidem. 
D. A alternativa está correta. As definições se encaixam nos pensamentos dos filósofos referidos. 
E. A alternativa E está incorreta. A liberdade para Sartre pode encontrar limitações, mas isso não 
impede seu exercício. 
Gabarito: “D” 
 
 
 
 
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MAURICE MERLEAU-PONTY (1908 – 1961) 
 
 
Filósofo francês, Merleu-Ponty inspirou-se na filosofia fenomenológica de Husserl, mas foi 
mais a fundo na ideia corpo-mente e criticou Husserl por se preocupar demais com discussões das 
essências. Deve-se a ele a primeira reflexão mais densa sobre o corpo vivo, pensamento que opõe a 
divisão entre sujeito e objeto. Foi após a sua filosofia sobre o corpo que discussões acerca de temas sobre 
conhecimento, liberdade, linguagem, política, estética e intersubjetividade, os quais essas discussões 
passaram a se estender. 
 
 
A filosofia do corpo 
 
 
O filósofo francês sabia que a fenomenologia era estudo das essências, mas para ele, ela é 
também “uma filosofia que repõe as essências na existência e não pensa que se possa compreender o 
homem e o mundo de outra maneira senão a partir de sua facticidade”. (MERLEAU-PONTY, 1999. P.1.) Foi 
por meio de sua filosofia sobre o corpo vivo, que o pensador se dedicou às discussões sobre o 
conhecimento, por exemplo. 
O conceito de intencionalidade permitiu ele se propor a compreender melhor as relações 
entre consciência e natureza, entre interior e exterior. Com isso ele notou que o corpo é condição 
necessária para qualquer experiência no mundo. O corpo não é algo que nos me pertence, nós somos o 
próprio corpo. Não é algo que está no tempo e espaço, ele habita o espaço e o tempo. O corpo é o que 
permite a existência do mundo para cada um. 
Quanto a facticidade e consciência (transcendência) de Heidegger, Merleau-Ponty não 
concorda e desconstrói a ideia de que um lado está o corpo, a facticidade e do outro a consciência, que 
transcende. Para o pensador, a realidade não se apresenta igual a percepção das pessoas, mas se constrói 
a partir da vivência de cada um. Portanto, o sentido que damos ao mundo não é resultado de uma 
consciência, ele é o significado que o homem dá ao mundo a partir de sua existência, a partir do lugar que 
ele ocupa. 
Segundo o filósofo francês, o papel do corpo é o de realizar a mediação entre nós e o mundo. 
O corpo é natureza, cultura e tempo. Tempo porque habita na temporalidade; natureza porque é 
composto pelas mesmas substâncias, os mesmos tecidos e está submetido às mesmas forças que a 
natureza. O corpo é cultura porque possui forças para transcender as forças da natureza. Sua condição de 
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transcendência permite que ele ultrapasse a fronteira do animal, do natural. Com isso, ele constrói outra 
ordem, a simbólica, criando a cultura. É por isso que o corpo é mais que um mecanismo biológico, uma 
mera soma de manifestações causais. 
Antes de qualquer ciência ou filosofia está o corpo no mundo, o que o leva a repensar seus 
fundamentos. É preciso voltar-se ao mundo vivido e com isso a ciência a filosofia tem como referência do 
homem e partir daí o corpo percebe e é simultaneamente percebido. O corpo é realidade que exerce uma 
comunicação com o mundo. É por isso que “o mundo é não aquilo que eu penso, mas aquilo que eu vivo; 
eu estou aberto ao mundo, comunico-me indubitavelmente com ele, mas não o possuo, ele é inesgotável” 
(Merleau-Ponty, 1945/1999, p. 14). 
 
 
 
Intersubjetividade 
 
 
Merleau-Ponty demonstra a unidade do mundo como mundo sensível. Estabelece aí a 
intersubjetividade. Nesta perspectiva filosófica, Adão José Peixoto, em seu artigo Os sentidos formativos 
das concepções de corpo e existência na fenomenologia de Merleau-Ponty, nos traz um parecer de 
Marilena Chauí: “corpo e mundo são um ‘campo de presença’ onde emergem todas as relações da vida 
perceptiva e do mundo sensível. Há um logos do mundo estético, um campo de significações sensíveis 
constituintes do corpo e do mundo” (Chauí, 1989, p. XII). Peixoto (2012) enfatiza que é esse logos do 
mundo estético que, segundo Merleau-Ponty, possibilita a intersubjetividade como intercorporeidade 
que, por intermédio da manifestação corporal na linguagem, realiza a comunicação com os outros e com 
o mundo, criando-se, assim, o logos cultural. 
O corpo-próprio é também “nó de significação”, é fonte de sentidos. O corpo não é apenas 
objeto físico mas também objeto simbólico, “um visível que se vê, um tocado que se toca, um sentido 
que se sente”. 
Merleau-Ponty fala de um mundo da existência, onde estão os horizontes mais concretos de 
nossa existência; é o mundo do trabalho, do lazer, da educação, da cultura, da política, da economia; 
mundo humanizado. É o mundo da percepção; mundo percebido, o mundo que envolve minha existência 
como um todo, a existência corporal, espiritual e suas manifestações; é o mundo que constitui o solo da 
nossa existência. 
 
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Veja como esse assunto é cobrado na prova 
 
9. ENEM - 2018 
 
“O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. 
Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta, se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo 
aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na 
medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que 
caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao 
saber, e um certo repouso neste movimento.” 
 MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado). 
O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se 
caracteriza por 
 
A. reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético. 
B. ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias. 
C. associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade. 
D. conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento. 
E. compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. 
 
Comentários: 
 
A questão traz a visão fenomenológica de Merleua-Ponty. Tal filósofo supera o dualismo 
corpo/alma, procurando compreender nesses polos as relações de reciprocidade. Acredita que é na 
dinâmicaentre essas polaridades que pode ser encontrado o sentido tanto do corpo quanto da alma. Não 
é nos polos, mas no entre, na mediação, que devemos buscar o sentido das coisas. Nesse sentido, o corpo 
não se identifica com as coisas, mas é ser-no-mundo. Observe esse conceito nas palavras do filósofo. 
 
(...) o mundo é inseparável do sujeito, mas de um sujeito que não é senão projeto do mundo, 
e o sujeito é inseparável do mundo, mas de um mundo que ele mesmo projeta. O sujeito é 
ser-no-mundo, e o mundo permanece "subjetivo", já que sua textura e suas articulações são 
desenhadas pelo movimento de transcendência do sujeito. 
Merleau-Ponty (1945/1999, p. 576) 
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O comando da questão pede que assinale a alternativa que mostra os elementos constitutivos da 
atividade do filósofo. 
A. A alternativa está incorreta. As ideias não são inatas, visto que elas precisam do corpo que abriga 
a consciência, não existe corpo sem mente nem mente sem corpo. 
B. A alternativa está incorreta. Como já dito, não há inatismo. Das ideias. 
C. A alternativa está incorreta. A verdade não é imutável, o que importa é o processo investigativos 
que sempre traz novos conhecimentos. 
D. A alternativa está correta. Exato, o processo investigativo é o que importa e ele vem com a 
indagação, com a inquietude. 
E. A alternativa está incorreta. Os princípios fundamentais vão se transformando e moldando 
estruturas. 
 
Gabarito “D” 
 
 
 
 
FILOSOFIA DA CIÊNCIA 
 
 
A filosofia da ciência é a parte da filosofia que trata das questões relativas à confiabilidade, 
previsibilidade e métodos da ciência. Aproximando questões de metafísica, epistemologia e ontologia, 
quando estas tratam da relação entre ciência e verdade. 
Questões sobre a ciência sempre estiveram presentes na filosofia e por muito tempo não 
havia distinção entre a filosofia e a ciência, pense no período clássico. A distinção entre as áreas do 
conhecimento vai surgindo com o passar do tempo. No entanto, uma área da filosofia dedicada 
exclusivamente a compreensão das ciências surgiu somente na metade do século XX, sob influência do 
positivismo lógico, que buscava desenvolver critérios para garantir o significado de afirmações filosóficas, 
e pela obra de Thomas Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, de 1962, na qual o autor procurou 
apresentar uma nova visão de como acontece o progresso científico. 
 
O Círculo de Viena 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 47 
Fundado no final da década de 1920, sob forte influência de Eisnten, Russel e Wittgenstein, 
que eram considerados os principais representantes da concepção científica do mundo. Um grupo de 
cientistas, lógicos, filósofos da ciência, liderados por Rudolf Carnap, Otto Neurath e Moritz Schilick. 
Tinham por objetivo purificar o saber científico de conceitos vazios e de falsos problemas metafísicos, 
submetendo os saberes ao critério de verificabilidade. Ou seja, tudo que não puder ser verificado é 
desprovido de sentido. 
A experiência e a demonstração são formas de verificação. A demonstração se faz pela 
aplicação da lógica e da matemática, a fim de buscar coerência interna, já a experiência diz respeito a 
verificação empírica, pela qual chegamos às teorias científicas. 
Seguindo o que aprenderam com Wittgenstein, o sentido de uma proposição estaria em saber 
se ela pode ser verdadeira ou falsa e só são dotados de significado os enunciados empíricos capazes de 
serem verificados por uma experiência ou observação; não sendo empíricos, seriam inadequados para 
uma discussão racional. Naturalmente, a escolha positivista é do primeiro tipo, os enunciados com 
sentido, pelo motivo de eles permitirem uma distinção clara entre o que é ou não científico, permitem 
uma demarcação do que é científico do que não é. 
 
 
Karl Popper (1902 – 1994) 
 
Popper nasceu em Viena, na Áustria. Inicialmente sofreu influência do Círculo de Viena, mas 
depois criticou esses filósofos. O filósofo austríaco rejeitou o princípio da verificabilidade, porque, 
segundo ele, a indução apresenta sempre inúmeras dificuldades. O pensador afirma que não há 
observação pura, porque a observação já está submetida à uma teoria prévia. Ou seja, toda observação 
científica depende de uma atividade seletiva dos fenômenos que serão investigados. 
Ao realizar tal observação, Popper sugere que a falseabilidade ou refutabilidade seriam mais 
eficientes do que a verificabilidade. 
 
 
 
A falseabilidade 
 
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 Popper procura demonstrar que o erro empirista é pretender que a verificação seja a 
ferramenta principal para tal procedimento. Ele, contrariamente, afirma ser a falsificação o verdadeiro 
demarcador e apresenta seus motivos para essa afirmação. 
Popper defendeu que se a ciência se baseia na observação e teorização só se podem tirar 
conclusões sobre o que foi observado, nunca sobre o que não foi. 
Vamos supor que um cientista observa cisnes brancos. Ele se desloca para muitos lugares 
diferentes para realizar tal observação, tal verificação. Despois de anos de observação, de análise, e a 
partir do método indutivo, ele conclui que todos os cisnes são brancos. Porém, essa afirmação só precisa 
de um cisne negro para ser refutada. Assim, qualquer afirmação científica baseada em observação jamais 
poderá ser considerada uma verdade absoluta ou definitiva. 
A partir desse critério, o correto seria o cientista imaginar uma hipótese e se a submeter a 
possíveis maneiras de falseá-la ou refutá-la pela experiência. Portanto, não podemos provar que uma 
teoria é universal ou verdadeira, mas podemos tentar provar que é falsa e que quando uma teoria resiste 
à refutação, podemos dizer que a teoria é confirmada como verdadeira. 
O princípio sugerido por Popper, em vez de buscar a verificação de experiências empíricas que 
admitissem uma teoria, buscava fatos particulares que, depois de apurados, refutariam a hipótese. Assim, 
em vez de se preocupar em provar que uma teoria era verdadeira, ele se preocupava em provar que ela 
era falsa. Quando a teoria resiste à refutação pela experiência, pode ser considerada comprovada. 
 
As teorias científicas 
 
O conceito de ciência para Karl Popper pode ser pensado a partir de dois pontos 
fundamentais: o caráter racional da ciência e o caráter hipotético das teorias científicas. 
A ciência, como um projeto humano, pode sofrer transformação e é isso que possibilita o 
surgimento de diversas teorias. O que há em comum entre esses modos variados de se fazer ciência, o 
pensador deixa explica em sua obra Conjecturas e Refutações de 1972 : 
Um dos ingredientes mais importantes da civilização ocidental é o que poderia 
chamar de 'tradição racionalista', que herdamos dos gregos: a tradição do livre 
debate – não a discussão por si mesma, mas na busca da verdade. A ciência e a 
filosofia helênicas foram produtos dessa tradição, do esforço para compreender o 
mundo em que vivemos; e a tradição estabelecida por Galileu correspondeu ao 
seu renascimento. Dentro dessa tradição racionalista, a ciência é estimada, 
reconhecidamente, pelas suas realizações práticas, mais ainda, porém, pelo 
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conteúdo informativo e a capacidade delivrar nossas mentes de velhas crenças e 
preconceitos, velhas certezas, oferecendo-nos em seu lugar novas conjecturas e 
hipóteses ousadas. A ciência é valorizada pela influência liberalizadora que exerce 
– uma das forças mais poderosas que contribuiu para a liberdade humana. 
(POPPER, 1972, p. 129)¹ 
Nota-se que a racionalidade está relacionada também com duas outras características 
importantes da ciência: a busca da verdade e o progresso do conhecimento. Este progresso do 
conhecimento científico, na concepção do filósofo, não pode ser pensado a partir de uma lei histórica, 
mas como algo que acontece por conta da própria razão humana a partir da possibilidade de discussão 
crítica. Com isso, podemos perceber que seu projeto consiste em uma tentativa de preservar o debate 
livre e crítico e a avaliação constante das ideias para que essas sejam aperfeiçoadas. 
É este debate livre e crítico que mostra o caráter hipotético das teorias científicas, pois elas 
sempre estão sujeitas a serem falseadas – ou não podem ser consideradas teorias científicas. Seu método 
foi conhecido como hipotético-dedutivo. 
 
Veja como esse assunto pode ser cobrado na prova 
 
 (Gabriela Garcia) 
Analise o seguinte fragmento de Popper: 
Um dos ingredientes mais importantes da civilização ocidental é o que poderia chamar de 'tradição 
racionalista', que herdamos dos gregos: a tradição do livre debate – não a discussão por si mesma, mas 
na busca da verdade. A ciência e a filosofia helênicas foram produtos dessa tradição, do esforço para 
compreender o mundo em que vivemos; e a tradição estabelecida por Galileu correspondeu ao seu 
renascimento. (POPPER, K. R. Conjecturas e refutações. Brasília: UNB, 1972. p. 129) 
Qual característica da ciência podemos entender a partir dessa visão de Popper? 
A. O caráter mitológico da ciência; 
B. O caráter de verificabilidade da ciência; 
C. O caráter infalível da ciência; 
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D. O caráter empirista da ciência; 
E. O caráter racional da ciência. 
 
Comentários: 
A noção de ciência para Karl Popper pode ser pensada a partir de dois pontos fundamentais: 
o caráter racional da ciência e o caráter hipotético das teorias científicas. A ciência, como um projeto 
humano, não é livre de transformação, o que possibilitou o surgimento de diversas teorias. O que há em 
comum entre esses modos variados de se fazer ciência, ele mesmo responde, é o caráter racional da 
ciência. 
A. A alternativa está incorreta. O caráter mitológico quando existe quando não há ciência. 
B. A alternativa está incorreta. A verificabilidade vem do Círculo de Viena. Popper rompe com este 
método e desenvolve a teoria da falseabilidade. 
C. A alternativa está incorreta. A ciência, quando falseada, deixa de ser uma teoria válida, portanto 
ele é falível. 
D. A alternativa está incorreta. Popper procura demonstrar que o erro empirista é pretender que a 
verificação seja a ferramenta principal para tal procedimento. Ele, contrariamente, afirma ser a 
falsificação o verdadeiro demarcador e apresenta seus motivos para essa afirmação. 
E. A alternativa está correta. Exato, condiz com o texto e com pensamento de Popper. 
Gabarito “E” 
 
 
 
 
Thomas Kuhn (1922 – 1996) 
 
 
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Kuhn foi um físico e filósofo da ciência norte americano que trouxe contribuições para a 
noção da ciência como historicamente orientada. Essa noção foi apresentada em sua obra “A estrutura 
das Revoluções Científicas”, de 1962, que causou um grande impacto na filosofia da ciência. 
Ao ministrar um curso que apresentava a ciência física para não cientistas, ele teve a 
oportunidade de examinar com calma alguns textos antigos, como os de Aristóteles, e isso desconstruiu 
concepções a respeito de teorias e práticas científicas que considerava antiquadas. 
Os novos estudos empreendidos causaram um movimento na trajetória de Kuhn, que passou 
da física teórica à história e à filosofia da ciência. A história da ciência deve incluir, então, teorias que já 
foram descartadas. Por isso, não seria possível mais tratar o desenvolvimento científico a partir da noção 
de “acréscimo”. 
 
O paradigma 
 
Kuhn desenvolve então a noção de paradigma para ciência. Para ele, o paradigma é a visão de 
mundo assumida pela comunidade científica, que levante problemas e apresente soluções para a pesquisa 
futura. Ou seja, ele percebe que ciência progride pela tradição intelectual de seu tempo. Nota-se que o 
trabalho científico se desenvolve com base no modelo consensual adotado pelos cientistas. 
O pensador distingue três momentos de uma ciência: 
 
I. Período pré-paradigmático ou imaturo: quando problemas originados no cotidiano 
pedem explicações que ainda não apresentam consenso. 
Ciência Normal: consiste no consenso alcançado e o trabalho científico passa a se desenvolver com 
base no paradigma adotado. Que se dirige à resolução dos problemas e a acumulação de 
descobertas. 
II. Momento de crise: ocorre quando o paradigma é questionado porque já não resolve as 
anomalias acumuladas, este processo pode levar a revolução científica. 
 
Vamos a um exemplo, o paradigma de Ptolomeu sustentava o geocentrismo, até vir 
Copérnico e trazer um novo paradigma, o heliocentrismo. A partir da história da física, a área em que 
tinha maior conhecimento, Kuhn desenvolveu uma noção de história da ciência que analisa o trabalho 
científico e contempla o contexto histórico, social e político dos cientistas que pertenciam à comunidade 
científica da época. 
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A ciência, entendida como historicamente orientada, desenvolve-se de acordo com os 
momentos supracitados. 
 
 
 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 53 
Questões 
 
 UFU 2008 
A expressão “astúcia da razão” foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da História 
Universal. A respeito do significado dessa expressão, marque a alternativa correta. 
A. Essa expressão significa o irracional governando o mundo, porque as ações humanas são movidas 
pelos interesses mesquinhos que só encontram a sua satisfação na destruição do Estado, fazendo 
a humanidade regredir ao estado de natureza. 
B. Essa expressão significa a fraude característica das ações dos indivíduos históricos universais que 
estão empenhados na aquisição do poder, sem se envolverem com a vida cotidiana e com a esfera 
da moralidade subjetiva dos povos. 
C. Essa expressão significa a ilusão de que as coisas realmente acontecem, quando na verdade a 
História Universal é conduzida pela força do destino traçada pela ordem da Providência Divina, 
que está acima da vontade dos homens. 
D. Essa expressão significa a força da razão, isto é, o universal que se manifesta por intermédio das 
ações humanas, as quais buscam a satisfação imediata e realizam algo mais abrangente, 
constituindo historicamente o Estado e a vida ética dos indivíduos em sociedade civil. 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
“Eu troquei a teologia pela filosofia. Extra philosophiam null salus [fora da filosofia não há salvação].’’ 
E ao seu pai ele se esclarece assim: “Eu renunciei a teologia, porém a renunciei não maligno ou 
levianamente; não porque ela não me agrade, masporque ela não me liberta; porque ela não me dá o 
que requer o, o que preciso. Meu espírito se acha agora não nos limites do país sagrado; meu sentido 
está num mundo mais amplo; ... eu quero a natureza, frente a qual a profundidade dos teólogos recua; 
eu quero carregar em meu coração o homem inteiro, que é objeto não para o teólogo, mas apenas para 
o filósofo. Alegre-se comigo, que eu tenha começado em mim uma nova vida, um novo tempo; alegre-
se que eu tenha escapado da sociedade dos teólogos e tenha espíritos, como Aristóteles, Spinoza, Kant 
e Hegel, como meus amigos. “ 
FEUERBACH, L. Fragmente zur Charakteristik meines philosophischen curriculum vitae.Org. por Wener 
Schuffenhauer, Berlin: GW 10, 1971, p. 154-55. Apu:CHAGAS, E. F. A razão em Feuerbach como base da 
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unidade do homem e da natureza. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), v. 14, n. 21, p. 215-232, 26 set. 
2010. 
 
A partir do que diz Feuerbach sobre como podemos chegar à verdade, é correto afirmar: 
A. A teologia não podia dar a Feuerbach mais nada, pois ela não é suficiente às exigências empíricas 
da realidade concreta. 
B. A teologia, por trazer verdades inabaláveis, foi aceita por Feuerbah. 
C. Para o pensador, a teologia é libertadora 
D. Aristóteles, Spinoza, Kant e Hegel, tinham uma filosofia em que teologia era fundamental. 
E. A fim de buscar um conhecimento válido, Feuerbach busca na síntese entre deus e natureza a base 
para sua filosofia. 
 
 
 UFU 2010 
Para Marx, o materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história. 
Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a 
história pela ação dos ‘grandes homens’ ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no 
lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes”. 
Assim, para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais ele produz suas condições 
de existência, pois são estas que determinam a linguagem, a religião e a consciência. 
(ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, 
p. 241.) 
A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos sobre o pensamento de Karl Marx, assinale a 
alternativa que indica, corretamente, os dois níveis de “condições de existência” para Marx. 
 
A. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; 
e superestrutura, caracterizada pelas estruturas jurídico-políticas e ideológicas. 
B. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; 
e materialismo dialético, que é na verdade a forma pela qual o homem produz os meios de 
sobrevivência. 
C. Modos de produção, caracterizados pelo pensamento filosófico dos socialistas utópicos; e o 
imperialismo, característica máxima do capitalismo industrial. 
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D. Imperialismo, característica do capitalismo industrial; e infraestrutura (ou estrutura), 
caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza. 
 
 
 (Gabriela C. Garcia) 
A vontade em Schopenhauer é anterior ao intelecto e à vida. Ao invés de pensar na vontade como um 
fenômeno da vida, Schopenhauer pensa a vida como um fenômeno da vontade; não somente o que é 
vivo quer, mas dentre as coisas que querem estão as coisas que são vivas. 
Moreira, Fernando. "Sobre a relação entre vida e vontade na metafísica da natureza de Schopenhauer" 
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia [Online], Volume 2 Número 2 (1 dezembro 2011) 
Para Schopenhauer a função da vontade seria perpetuar uma vida essencialmente de sofrimento. Sobre 
a vontade é correto afirmar: 
A. A vontade não é o princípio ontológico do mundo. 
B. A vontade é a força da qual a vida humana é a única de suas expressões. 
C. A vontade não é a dimensão interna do homem, visto que não conecta sua essência com a essência 
do mundo. 
D. A essência última do mundo seria a vontade, seria o principal elemento constituinte do mundo. 
E. A vontade deseja só o que é proibido, por isso o sujeito sofre. 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
O filósofo dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard identificou três estádios distintos ou modos de 
existência. São eles: 
A. Estádio empírico, estádio racionalista, estádio existencialista; 
B. Estádio racionalista, estádio religioso, estádio jurídico; 
C. Estádio ético, estádio crítico, estádio existencialista; 
D. Estádio estético, estádio religioso, estádio filosófico; 
E. Estádio estético, estádio ético, estádio religioso. 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 56 
Nietzsche escreveu: 
E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, 
precisamente uma necessidade tal como o apolíneo! 
NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2007, p. 38. 
Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo. 
A. O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder místico do uno 
primordial. 
B. O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a natureza e 
suas forças demoníacas. 
C. O dionisíaco é o instinto, a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o equilíbrio, a 
força figurativa. 
D. O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo representa a música 
primordial não objetivada. 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
Para Husserl a consciência é a intencionalidade, Heidegger, que foi seu aluno, também segue esta linha 
de pensamento e diz que o homem é o ser no mundo, não escolhe estar no mundo ou não. Ele é sempre 
concreto, encontra-se inserido nesse mundo, é o dasein, o ser-aí. Para o pensador, entender o ser é 
entender o dasein, que é o ser humano em sua existência. 
O dasein (ser-aí), ou mesmo, o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos facticidade e transcendência. 
Assinale a alternativa correta sobre o pensamento de Heidegger. 
A. Facticidade refere-se ao fato de que vivemos em um mundo que criamos e ao qual nos 
encontramos submetidos. 
B. Transcendência é a ação que faz o homem perder-se nas determinações. 
C. A transcendência é dimensão de determinismo para o pensador alemão. 
D. O dasein seria o ser no tempo, determinado. 
E. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. 
 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 57 
 (Gabriela C. Garcia) 
“... Por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. […] Não 
encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não 
temos, nem atrás de nós nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. 
Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. 
Condenado porque não criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é 
responsável por tudo o que fizer. ” 
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 09 
“Os homens fazem sua própria história, masnão a fazem como querem; não a fazem como circunstâncias 
de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo 
passado”. 
MARX, Karl; O 18 Brumário de Luís Bonaparte, p. 329 
Sabe-se que Sartre e Marx divergem no que tange o conceito de liberdade. A partir dos excertos acima e 
de seus conhecimentos sobre o tema nota-se que: 
A. Sartre defende que há determinismo, Marx defende que o homem é livre independente das 
circunstâncias. 
B. Sartre defende que há determinismo e Marx estabelece um meio termo entre o determinismo e a 
total liberdade do homem. 
C. Quando Sartre afirma “o homem está condenado a ser livre”, diz o mesmo que Marx quando 
defende que “os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem”. 
D. Sartre diz que o homem é condenado a ser livre pelo fato de não poder escolher que não quer 
escolher. Já Marx afirma que o homem tem suas possibilidades condicionadas pelo mundo material em 
que vive. 
E. A liberdade para Sartre não tem limites, já para Marx ela não existe. 
 
 
 
 ENEM - 2018 
 
“O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. 
Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta, se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 58 
aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na 
medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que 
caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao 
saber, e um certo repouso neste movimento.” 
 MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado). 
O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se 
caracteriza por 
 
A. reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético. 
B. ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias. 
C. associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade. 
D. conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento. 
E. compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
Analise o seguinte fragmento de Popper: 
Um dos ingredientes mais importantes da civilização ocidental é o que poderia chamar de 'tradição 
racionalista', que herdamos dos gregos: a tradição do livre debate – não a discussão por si mesma, mas 
na busca da verdade. A ciência e a filosofia helênicas foram produtos dessa tradição, do esforço para 
compreender o mundo em que vivemos; e a tradição estabelecida por Galileu correspondeu ao seu 
renascimento. (POPPER, K. R. Conjecturas e refutações. Brasília: UNB, 1972. p. 129) 
Qual característica da ciência podemos entender a partir dessa visão de Popper? 
A. O caráter mitológico da ciência; 
B. O caráter de verificabilidade da ciência; 
C. O caráter infalível da ciência; 
D. O caráter empirista da ciência; 
E. O caráter racional da ciência. 
 
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 Enem PPL 2019 
 Uma parte da nossa formação científica confunde-se com a atividade de uma polícia de fronteiras, 
revistando os pensamentos de contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam os 
pensamentos de carimbada cientificidade. A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de 
emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos 
que não somos o centro da vida nem o topo da evolução. 
COUTO, M. Intervenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). 
 
No trecho, expressa-se uma visão poética da epistemologia científica, caracterizada pela 
A. implementação de uma viragem linguística com base no formalismo. 
B. fundamentação de uma abordagem híbrida com base no relativismo. 
C. interpretação da natureza eclética das coisas com base no antiacademicismo. 
D. definição de uma metodologia transversal com base em um panorama cético. 
E. compreensão da realidade com base em uma perspectiva não antropocêntrica. 
 
 
 UEA 
A reflexão geral sobre a natureza e os limites do conhecimento humano recebe, no pensamento filosófico, 
a designação de 
A. ética 
B. ontologia. 
C. estética. 
D. epicurismo. 
E. epistemologia. 
 
 
 
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 UFU 2012.2 
O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo modo que 
o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor: essas 
formas não só se distinguem, mas também se repelem como incompatíveis entre si [...]. 
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1988. 
 
Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, assinale a alternativa 
correta segundo a filosofia de Hegel. 
 
A. A essência do real é a contradição sem interrupção ou o choque permanente dos contrários. 
B. As contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todos 
são igualmente necessários. 
C. O universo social é o dos conflitos e das guerras sem fim, não havendo, por isso, a possibilidade 
de uma vida ética. 
D. Hegel combateu a concepção cristã da história ao destituí-la de qualquer finalidade benevolente. 
 
 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
“A consciência-de-si é em-si e para-si quando e porque é em si e para uma Outra, quer dizer, só é como 
algo reconhecido. Inicialmente uma consciência visa submeter a outra, ao apreendê-la como objeto. 
Porém precisa ser reconhecida pela outra como sujeito. Mas o outro é também uma consciência-em-si. 
Um indivíduo se confronta com outro indivíduo. Uma, a consciência independente, outra a consciência 
dependente. Uma é o senhor, outra é o escravo”. 
HEGEL, W. F. Fenomenologia do espírito. Parte I, seç. III. §§178 – 196. 
 
Este é um processo importante para Hegel, pois é ele que levará a consciência à verdade, também 
entendida por Hegel como o absoluto. 
 
A partir do excerto e de seu conhecimento sobre Hegel, pode-se afirmar que 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 61 
 
A. na concepção hegeliana, a verdade não pode ser definida 
B. o espírito absoluto é quando a razão tem sua maior representação e torna-se consciente de si 
mesmo dentro da História e assim passa a se manifestar dentro do Estado. 
C. a visão hegeliana sobre o conhecer reflete uma percepção puramente especulativa sobre a 
realidade e rejeita qualquer vínculo com a realidade objetiva. 
D. Hegel, na fenomenologia do espírito, elaborou uma defesa veemente da relação de submissão 
existente entre escravos e seus senhores como parte do desenvolvimento do espírito do tempo. 
E. o conhecimento não parte de uma consciência de si que, numa relação de contradição, chega à 
consciência do outro que lhe nega, mas, ao mesmo tempo, lhe identifica como sujeito. 
 
 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
“O concreto é concreto porque é a síntese de muitas determinações, unidade do diverso. Por isso o 
concreto aparece no pensamento como resultado, não como ponto de partida efetivo. Por isso é que 
Hegel caiu na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento que se sintetiza a si e se move por 
si mesmo. Mas este não é de modo nenhum o processo da gênese dopróprio concreto”. 
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos. Os Pensadores. São Paulo: Abril cultural, 
1978. Adaptado. 
Sobre a forma como Karl Marx entendia o método de análise da realidade, é correto afirmar que 
A. para ele a consciência do homem é que transforma a infraestrutura. 
B. seu método estava em concordância com o que defendiam os jovens hegelianos, 
C. seguia os passos de seu maior influenciador, Friedrich Hegel, aderindo ao pensamento dialético 
puro. 
D. Seu método era totalmente idealista e não levava em consideração o materialismo. 
E. seu método era denominado de materialismo histórico e se propunha a fazer uma análise da 
realidade concreta que, em si, era contraditória. 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 62 
 UEA 
Hegel rechaça a ética kantiana porque ela não leva em conta o homem inteiro, o homem vivo, mas exclui 
da ética sua vida real, subjuga-a mediante leis alheias à vida e converte assim a moral em algo positivo e 
morto para o homem vivo. Hegel vê claramente que essa rigidez mecânica da ética kantiana está 
estreitamente ligada com a absolutização do conceito de dever. 
(Georg Lukács. O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista, 1972.) 
A crítica hegeliana incide sobre a noção kantiana de 
A. imperativo categórico. 
B. coletivismo prático. 
C. procedimento científico. 
D. utilitarismo comportamental. 
E. hedonismo ético. 
 
 
 
 
 
 
 UFU 2009 
Em Marx, o conceito de ideologia designa uma forma de consciência invertida, que distorce e encobre as 
formas de dominação existentes nas relações sociais. 
Tomando isso em consideração, marque a alternativa que apresenta corretamente a relação entre os 
conceitos de estrutura e superestrutura no pensamento de Marx. 
A. Marx afirma que a superestrutura projeta falsamente as relações sociais de produção como justas, 
e que uma sociedade igualitária somente poderá surgir com a revolução da estrutura econômica 
da sociedade. 
B. Marx afirma que a superestrutura jurídica é o fundamento da divisão social do trabalho, e que 
toda revolução deve principiar com a alteração da legislação que regulamenta a atividade 
econômica. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 63 
C. Marx afirma que os homens retêm em sua consciência uma imagem transparente das relações 
sociais de produção, e que somente a alteração da consciência de cada indivíduo pode conduzir à 
revolução dessas relações sociais de produção. 
D. Marx afirma que a democracia burguesa e os partidos políticos são o motor da história. Logo, toda 
revolução social principia no domínio político, que é a esfera em que podem se manifestar 
legitimamente os conflitos de interesses. 
 
 
 
 UFU 20211 
Conforme Arruda e Aranha, o materialismo de Karl Marx diferencia-se do materialismo mecanicista. 
Analisando estas diferenças as autoras concluem: 
[...] segundo o materialismo dialético, o espírito não é consequência passiva da ação da matéria, podendo 
reagir sobre aquilo que determina. Ou seja, o conhecimento do determinismo liberta o homem por meio 
da ação deste sobre o mundo, possibilitando inclusive a ação revolucionária. 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo, Ed. Moderna, 
2000, p. 241. 
Com base em seus conhecimentos e nas informações acima, assinale a alternativa correta. 
 
A. Diferentemente dos idealistas, Marx considera que as manifestações espirituais humanas derivam 
da estrutura material ou econômica da sociedade, mas não de modo absoluto, pois o espírito pode 
se libertar. 
B. Como em Marx, a estrutura material ou econômica determina as manifestações do espírito, que 
será, em consequência, sempre passivo diante desta estrutura. 
C. Marx entende que o espírito é resultado da estrutura material ou econômica da sociedade, por isso 
jamais pode modificá-la. 
D. A dialética materialista de Marx sintetiza os momentos da realização da razão na história e não o 
agir histórico que realiza os conteúdos da razão. 
 
 
 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 64 
 
 (Gabriela C. Garcia) 
Em o Nascimento da Tragédia de 1872, sob os signos de apolíneo como harmonia, criação e do dionisíaco 
como desmedido, destruição, Nietzsche elogia a arte grega que tem a abertura necessária para falar da 
vida sem engessá-la em conceitos ou verdades definitivas apontando também o caminho de seu filosofar. 
VIEIRA, Louise Cristina. Para onde conduz o Martelo de Nietzsche? Revista do NESEF, [S.l.], v. 3, n. 3, aug. 
2017. ISSN 2317-1332. 
 
Nietzsche e seu Martelo promove uma transvaloração dos valores, valores esses responsáveis por 
engessar a vida com conceitos e verdades definitivas. A partir do trecho acima e de seus conhecimentos 
é correto afirmar 
A. O homem valorizou demais apolíneo e por isso o dionisíaco foi deixado de lado, o que leva a uma 
razão técnica, uma razão sem sentimento, que não leva em conta o ser humano como um todo. 
B. O cristianismo é um meio de se chegar a valores que são de fato importantes. 
C. Nietzsche compartilhava dos pensamentos de Sócrates, Kant e Hegel, que tentavam colocar a 
razão dentro de um quadrado. 
D. O excesso de razão é fundamental para o homem lidar com o acaso. 
E. As tragédias gregas eram simples fonte de entretenimento para Nietzsche. 
 
 
 
 
 UFU 2008.2 
Considere o texto abaixo. 
Dostoiévski escreveu: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Eis o ponto de 
partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, 
o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se 
agarrar. Para começar, não encontra desculpas. 
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova 
Cultural, 1987. p. 9. 
Tomando o texto acima como referência, marque a alternativa correta. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 65 
A. Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da liberdade pressupõe que o homem é sempre 
responsável pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve ser usada para justificar qualquer 
ato. 
B. O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção de certos valores como liberdade e angústia. 
Para o existencialismo, a liberdade significa a total recusa da responsabilidade. 
C. Defender que “tudo é permitido” significa que o homem não deve assumir o que faz, pois todos os 
homens são essencialmente determinados por forças sociais. 
D. Para Sartre, a expressão “tudo é permitido” significa que o homem livre nunca deve considerar os 
outros e pode fazer tudo o que quiser, sem assumir qualquer responsabilidade. 
 
 
 
 (UNIMONTES - 2012) 
O filósofo alemão Edmund Husserl diz que ele sabe o que é filosofia, ao mesmo tempo que não sabe. Isto 
é, a explicitação do que é a filosofia já é uma questão filosófica. A presente afirmação indica que a filosofia 
não é um saber acabado. Das alternativas abaixo, marque a mais próxima da atitude filosófica. 
A. A filosofia evita os questionamentos sobre a realidade, pois já é parte de verdades estabelecidas. 
B. A filosofia é inquestionável e cada um tem a sua. 
C. A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a indagação. A primeira atitude do filósofo é 
admirar, ser capaz de surpreendercom o óbvio e questionar as verdades. 
D. A filosofia não problematiza a realidade, pois a realidade é imutável. 
 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
A Fenomenologia é uma tradição filosófica, nascida no século XX, que se caracterizou por sua abordagem 
crítica dos problemas clássicos do conhecimento. O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty, expoente da 
Fenomenologia, afirma que “[...] desde o fim do século XIX, os cientistas se habituaram a considerar suas 
leis e teorias não mais como a imagem exata do que se passa na Natureza, mas como esquemas sempre 
mais simples que o evento natural, destinados a ser corrigidos por uma pesquisa mais precisa, em uma 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 66 
palavra, como conhecimentos aproximados. [...] O concreto, o sensível indicam para a ciência a tarefa de 
uma elucidação interminável, e resulta disso que não se pode considerá-lo, à maneira clássica, como uma 
simples aparência destinada a ser superada pela inteligência científica.” 
(MERLEAU-PONTY, M. Primeira conversa: o mundo percebido e o mundo da ciência. In: MARÇAL, J. (org.). 
Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009, p. 501). 
 
Sobre a fenomenologia e sua crítica à filosofia moderna, assinale o que for correto. 
 
A. A fenomenologia de Edmund Husserl não procura superar as teorias do conhecimento empirista e 
idealista, como também o dualismo entre o sujeito e o objeto. 
B. Para a fenomenologia, a consciência é sempre consciência de alguma coisa; mas, é possível que 
haja uma realidade pura, isolada do homem. 
C. O filósofo alemão Martin Heidegger, pertencente à escola fenomenológica, resgata um conceito 
de verdade desenvolvido pelos gregos arcaicos: o conceito de alétheia, que significa o oculto, aquilo que 
não se mostra ou se desvela. 
D. Merleau-Ponty dizia que seria possível ter uma consciência sem o corpo. 
E. O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty supera a concepção dualista para a matéria e o espírito. 
De um lado, estão os objetos e o corpo, de outro, o sujeito e a consciência. 
 
 
 
 
 
 Enem 2020 
TEXTO I 
Os meus pensamentos são todas sensações 
Penso com os olhos e com os ouvidos 
E com as mãos e os pés 
E com o nariz e a boca 
PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ, M. A. (Org.). Obras poéticas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999 
(fragmento). 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 67 
 
TEXTO II 
Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a partir de uma visão minha ou de uma 
experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada. 
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999 (adaptado). 
 
Os textos mostram-se alinhados a um entendimento acerca da ideia de conhecimento, numa perspectiva 
que ampara a 
A. anterioridade da razão no domínio cognitivo. 
B. confirmação da existência de saberes inatos. 
C. valorização do corpo na apreensão da realidade. 
D. verificabilidade de proposições no campo da lógica. 
E. possibilidade de contemplação de verdades atemporais. 
 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
Quais das afirmações abaixo se relacionam com o princípio da verificabilidade? 
A. Os enunciados que não pudessem ser examinados a partir da verificação empírica tinham 
significação e, portanto, deveriam ser considerados pela ciência. 
B. Aquilo que não tem possibilidade de verificação deve ser retirado do saber científico, 
como, os enunciados metafísicos. 
C. A Física era o modelo que eles propunham para todos os enunciados científicos, ou seja, 
só aquilo que foi dito a partir de observações poderia ser considerado verdadeiro. 
D. Os enunciados que não pudessem ser examinados a partir da verificação empírica não 
tinham significação e, portanto, deveriam ser desconsiderados da ciência. 
E. A verificação pode ser feita por meio da aplicação da lógica para saber se há coerência no 
enunciado. 
 
 
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 (Gabriela Garcia) 
Eduardo Ferreira Chagas, professor de filosofia da UFC, em seu artigo A razão em Feuerbach como base 
da unidade do homem e da natureza, diz que, segundo Feuerbach: 
“a razão pertence a todo homem e não pode ser extinta, porque os homens, na medida em que são seres 
pensantes e inseparáveis do ato de pensar, não podem consistir fora da natureza da razão. Esta natureza 
da razão (ou do pensar) é, de fato, “a forma do comum e do universal. Quando penso, já deixo de ser 
indivíduo, e pensar é, por conseguinte, o mesmo que ser universal”. (FEUERBACH. 2000, p. 8-9). Todos os 
homens coincidem nisso, a saber, que eles pensam, e o pensamento (a razão absoluta) não é particular, 
mas, como expressei, geral, universal”. 
A partir do excerto acima e de seus conhecimentos sobre a filosofia de Feuerbach, assinale a alternativa 
que não representa as ideias desse filósofo. 
A. Feuerbach contesta que a razão seja apenas capacidade individual ou qualidade particular do 
indivíduo. 
B. A razão é instrumento para compreender objetos infinitos. 
C. A razão é em si e infinitamente substância comum, universal, de todos os indivíduos. 
D. Nossas potências, nossas qualidades ou nossas capacidades individuais, não passam de 
determinações feitas por nossa própria razão. 
E. A razão não constitui a humanidade do homem, o seu gênero humano. 
 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
(...) só reconhecerei um sistema como empírico ou científico se ele for possível de comprovação pela 
experiência. Essas considerações sugerem que deve ser tomado como critério de demarcação, não a 
verificabilidade, mas a falseabilidade de um sistema. Em outras palavras, não exigirei que um sistema 
científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas, sem sentido positivo; exigirei, 
porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo por meio de recurso a provas 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 69 
empíricas, em sentidos negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico 
empírico. 
(Karl Popper. A lógica da pesquisa científica, 2001.) 
Popper deu o nome de Problema da Demarcação ao problema de estabelecer um critério que permita 
distinguir entre ciências empíricas e os sistemas ’metafísicos’. Sobre esse assunto assinale a alternativa 
correta. 
A. A experiência não é empregada como teste, nas falsificações propostas aos sistemas teóricos. 
B. A possibilidade de falseamento não é capaz de promover a separação entre o que é ciência e o 
que é especulação metafísica. 
C. Teorias metafísicas podem ser falseadas. 
D. A possibilidade de falsificação, com o auxílio da observação e dos experimentos, permite o 
julgamento do conteúdo empírico de teorias postas. 
E. Teorias que podem ser submetidas a testes empíricos obviamente não podem ser falsificadas. 
 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em 
si uma memória; os mais horrendos sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações (as castrações, 
por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele instinto que divisou na dor o mais 
poderoso auxiliar da memória. 
NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. 
O fragmento evoca uma reflexão sobre a condiçãohumana e a elaboração de um mecanismo distintivo 
entre homens e animais, marcado pelo(a) 
A. Racionalismo científico. 
B. Empirismo científico. 
C. Busca do sagrado. 
D. Refletir sobre existência. 
E. Determinismo biológico. 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 70 
 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
“Só a Vontade é a coisa em si” 
(SCHOPENHAUER, 2005, p. 218) 
A vontade nos aparece como essência íntima do mundo que, apesar de continuar sendo impossível aos 
sentidos, pode nos aparecer no entendimento e na intuição como uma essencialidade para a causalidade. 
Portanto, em Schopenhauer, a Vontade 
A. não é como coisa em si, não pode ser encarada apenas como mera metafísica. 
B. não pode ser percebido e entendido pelo intelecto. 
C. é algo a que necessariamente estamos submetidos o tempo inteiro e em todo o espaço. 
D. é o que faz possíveis os fenômenos no exterior dos sujeitos, mas não as representações internas 
a ele apresentadas. 
E. o próprio sujeito é Vontade e, consequentemente, mas não é coisa em si. 
 
 
 
 (Gabi Garcia) 
 
O físico Paulo Nussenzveig volta a falar sobre a relação entre filosofia e filosofia da ciência ao comentar a 
entrevista do jornalista Philip Ball com a filósofa da ciência Michela Massimi para a revista Quanta 
Magazine, publicada com o título “Questionando Verdade, Realidade e o Papel da Ciência”. 
“Michela discute esse assunto contrapondo que, muitas vezes, esses cientistas partem da premissa (falsa, 
segundo ela) de que a filosofia precisa ser útil para os cientistas. Caso contrário, ela seria totalmente 
inútil”, diz Nussenzveig. “Ela argumenta que, além de poder ter utilidade para a ciência, a filosofia é útil 
na formação cultural da humanidade. Filósofos constroem narrativas sobre a ciência. Filósofos, muitas 
vezes, se dedicam a analisar cuidadosamente as hipóteses mais fundamentais presentes no trabalho de 
cientistas que, por vezes, passam despercebidas.” 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 71 
NUSSENZVEIG, Paulo. Um diálogo entre ciência e filosofia sobre realidade e verdade. 30 agosto de 2018. 
Disponível emhttps://jornal.usp.br/atualidades/um-dialogo-entre-ciencia-e-filosofia-sobre-realidade-e-
verdade/ .Acesso em 29 de julho de 2021. 
 
A partir da leitura do texto e de seu conhecimento sobre a filosofia da ciência, assinale a alternativa 
incorreta. 
 
A. importância da ciência e da filosofia da ciência se limita a perspectivas de utilidade imediata. 
B. A filosofia da ciência é parte da herança cultural, parte das aspirações que nos torna humanos. 
C. Kuhn desenvolveu uma noção de história da ciência, a ciência é entendida como historicamente 
orientada. 
D. O texto aponta que cientistas muitas vezes não veem a utilidade da filosofia da ciência. 
E. A filosofia da ciência analisa as hipóteses mais fundamentais presentes no trabalho de 
cientistas. 
 
 
 
 (Gabi Garcia) 
Ao examinar um fenômeno biológico, o cientista sugere uma explicação para o seu mecanismo, baseando-
se na causa e no efeito observados. Esse procedimento: 
A. Não faz parte do método científico. 
B. É realizado pelo método da indução. 
C. É conhecido como método dedutivo. 
D. Deve ser precedido por uma conclusão. 
E. É chamado de método analógico. 
 
 
 
 
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https://jornal.usp.br/atualidades/um-dialogo-entre-ciencia-e-filosofia-sobre-realidade-e-verdade/
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 72 
Questões Unesp 
 
4000252984 
1. UNESP 2022 
Ao cunhar a frase “natureza atormentada,” no início do século XVII, numa referência ao objeto do 
conhecimento científico, Francis Bacon não imaginou que esse ideal iria, no século XXI, atormentar 
filósofos e cientistas. O “tormento” do mundo natural, para ele, significava conhecê-lo, não pelo saber 
desinteressado, mas para dominar, transformar e, então, utilizar esse universo da maneira mais eficiente. 
O berço da ciência moderna trazia a estrutura para que o ideal de controle da natureza pudesse ser 
realizado. A partir de então, essa relação entre ciência e técnica foi naturalmente se estreitando. 
 
(Carlos Haag. “Natureza atormentada”. https://revistapesquisa.fapesp.br, agosto de 2005. Adaptado.) 
 
De acordo com o tema abordado pelo excerto, o “tormento” gerado em filósofos e cientistas 
contemporâneos se dá devido à problematização da 
A. eficácia de teorias. 
B. natureza do conhecimento. 
C. noção de progresso. 
D. confiança nos resultados. 
E. verificação dos experimentos. 
 
 
 
 
4000252982 
2. UNESP 2022 
Não é fácil vencer uma discussão. Especialmente em um contexto inflamado, em que as opiniões se 
polarizam, notícias falsas se proliferam, debatedores recorrem a ofensas e sarcasmo e festas de fim de 
ano criam ambientes propícios para a briga. Uma boa discussão, ao contrário do que a maior parte das 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 73 
pessoas pensa, não serve para a disputa — e, sim, para a construção do conhecimento. Nesse sentido, 
saber sustentar uma boa argumentação é fundamental. 
(Beatriz Montesanti e Tatiana Dias. “Por que ‘opinião não é argumento’, segundo este professor de lógica 
da Unicamp”. www.nexojornal.com.br, 28.02.2018.) 
 
O excerto explicita a relevância de uma área da filosofia que contribui para o desenvolvimento de boas 
discussões, qual seja, 
A. a lógica e a investigação da estrutura do pensamento humano. 
B. a estética e a investigação do uso de imagens ao longo da história. 
C. a metafísica e o entendimento das qualidades do ser. 
D. a ética e a compreensão dos modos de agir individual. 
E. a epistemologia e a verificação da natureza do conhecimento. 
 
 
 
 
4000204397 
3. UNESP 2021 
Texto 1 
Só reconhecerei um sistema como empírico ou científico se ele for passível de comprovação pela 
experiência. Essas considerações sugerem que deve ser tomada como critério de demarcação […] a 
falseabilidade de um sistema. Em outras palavras, não exigirei que um sistema científico seja suscetível 
de ser dado como válido, de uma vez por todas, em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica 
seja tal que se torne possível validá-lo por meio de recurso a provas empíricas, em sentido negativo: deve 
ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico. 
(Karl Popper. A lógica da pesquisa científica, 2001.) 
 
Texto 2 
Imagine um dia em que a humanidade soubesse de tudo. Todos os detalhes do surgimento e da evolução 
do Universo, da vida e da inteligência fossem conhecidos. E aí, o que fariam os cientistas nesse dia? […] 
“Essa noção de que existe uma resposta final empobrece o conhecimento em vez de enriquecê-lo”, afirma 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 74 
o físico Marcelo Gleiser. “Porque é justamente o não saber, a ideia de estar sempre buscando, que nutre 
nossa curiosidade”. 
(Salvador Nogueira. “Não há respostas finais na ciência, diz Marcelo Gleiser”. www.folha.uol.com.br, 
11.08.2014.) 
 
De acordo com os textos, para assegurar a validade do conhecimento produzido, é necessário que a 
ciência 
A. valorizeos aspectos culturais presentes nos experimentos. 
B. divulgue e defenda o conhecimento e a sabedoria absolutos obtidos com a investigação. 
C. relacione os dados sensíveis e intuitivos identificados nos experimentos. 
D. duvide e verifique continuamente os resultados obtidos. 
E. recorra ao senso comum no processo metódico de investigação. 
 
 
 
4000109301 
4. UNESP 2021 
Pode acontecer que, para a educação do verdadeiro filósofo, seja preciso que ele percorra todas as 
gradações nas quais os “trabalhadores da filosofia” estão instalados e devem permanecer firmes: ele deve 
ter sido crítico, cético, dogmático e histórico e, ademais, poeta, viajante, moralista e vidente e “espírito 
livre”, tudo enfim para poder percorrer o círculo dos valores humanos, dos sentimentos de valor, e poder 
lançar um olhar de múltiplos olhos e múltiplas consciências, da mais sublime altitude aos abismos, dos 
baixios para o alto. Mas tudo isso é apenas uma condição preliminar da sua incumbência. Seu destino 
exige outra coisa: a criação de valores. 
(Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal, 2001. Adaptado.) 
 
No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve 
A. assegurar e manter os poderes políticos do governante. 
B. conhecer e extrapolar as práticas de vida, os sentimentos e os valores presentes na sociedade. 
C. privilegiar e fortalecer o papel da religião nas atitudes críticas perante a vida e os humanos. 
D. restringir-se ao terreno da reflexão na busca por uma verdade absoluta. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 75 
E. retomar a origem una e indivisível dos humanos, na busca de sua liberdade de natureza. 
 
 
 
 
4000108231 
5. UNESP 2021 
Texto 1 
O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples 
arte de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, 
achados ou produtos. A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos. 
(Gilles Deleuze e Félix Guattari. O que é a filosofia?, 2007.) 
 
Texto 2 
A língua é um “como” se pensa, enquanto que a cultura é “o quê” a sociedade faz e pensa. A língua, como 
meio, molda o pensamento na medida em que pode variar livremente. A língua é o molde dos 
pensamentos. 
(Rodrigo Tadeu Gonçalves. 
 
Perpétua prisão órfica ou Ênio tinha três corações, 2008. Adaptado.) 
 
Os textos levantam questões que permitem identificar uma característica importante da reflexão 
filosófica, qual seja, que 
A. a mutabilidade da linguagem amplia o conhecimento do mundo. 
B. a cultura é constituída a partir da especulação teórica. 
C. o conhecimento evolui a partir do desenvolvimento tecnológico. 
D. a filosofia estabelece as balizas e diretrizes do fazer científico. 
E. os conceitos são permanentes e derivados de verdades preestabelecidas. 
 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 76 
 
4000071145 
6. UNESP 2019 
O zoólogo Richard Dawkins e o paleontólogo Simon Conway Morris têm muito em comum: lecionam nas 
mais prestigiadas universidades da Grã-Bretanha […] e compartilham opiniões e crenças científicas 
quando o tema é a origem da vida. Para ambos, a riqueza da biosfera na Terra é explicada mais do que 
satisfatoriamente pela teoria da seleção natural, de Charles Darwin. […] Num encontro realizado na 
Universidade de Cambridge, porém, eles protagonizaram um novo round de um debate que divide a 
humanidade desde que o mundo é mundo: Deus existe? Morris, cristão convicto, afirmou [em sua 
palestra] que a “misteriosa habilidade” da natureza para convergir em criaturas morais e adoráveis como 
os seres humanos é uma prova de que o processo evolutivo é obra de Deus. Já o agnóstico Dawkins disse 
que o poder criativo da evolução reforçou sua convicção de que vivemos num mundo puramente material. 
(𝗥𝗼𝗱𝗿𝗶𝗴𝗼 𝗖𝗮𝘃𝗮𝗹𝗰𝗮𝗻𝘁𝗲. “𝗣𝗿𝗼𝗰𝘂𝗿𝗮-𝘀𝗲 𝗗𝗲𝘂𝘀”. 𝗵𝘁𝘁𝗽𝘀://𝘀𝘂𝗽𝗲𝗿.𝗮𝗯𝗿𝗶𝗹.𝗰𝗼𝗺.𝗯𝗿, 𝟯𝟭.𝟭𝟬.𝟮𝟬𝟭𝟲.) 
 
O conflito de opiniões entre os dois cientistas ilustra a oposição entre 
A. duas visões filosoficamente baseadas na metafísica. 
B. duas visões anticientíficas sobre a origem do Universo. 
C. um ponto de vista ateu e um enfoque materialista. 
D. duas interpretações diferentes sobre o evolucionismo. 
E. dois pontos de vista teológicos acerca da origem do Universo. 
 
 
 
 
4000057503 
7. UNESP 2018 
Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades 
absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas e que todo aquele que tem 
convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que o homem das 
convicções está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto ao mais. Mas milênios 
viveram nesses pressupostos infantis, e deles jorraram as mais poderosas fontes de força da humanidade. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 77 
Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas 
metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a 
história da humanidade! 
(Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.) 
 
Nesse excerto, Nietzsche 
A. defende o inatismo metafísico contra as teses empiristas sobre o conhecimento. 
B. valoriza a posse da verdade absoluta como meio para a realização da paz. 
C. defende a fé religiosa como alicerce para o pensamento crítico. 
D. identifica a maturidade intelectual com a capacidade de conhecer a verdade absoluta. 
E. valoriza uma postura crítica de autorreflexão, em oposição ao dogmatismo. 
 
 
 
4000032501 
8. UNESP 2016 
Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer motivo pessoal. E como poderia fazer algo 
que fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade interna? Como poderia o ego agir 
sem ego? Se um homem desejasse ser todo amor como aquele Deus, fazer e querer tudo para os outros 
e nada para si, isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar esse sacrifício, esse 
viver para ele: de modo que os homens do amor e do sacrifício têm interesse em que continuem existindo 
os egoístas sem amor e incapazes de sacrifício, e a suprema moralidade, para poder subsistir, teria de 
requerer a existência da imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma. 
(𝗙𝗿𝗶𝗲𝗱𝗿𝗶𝗰𝗵 𝗡𝗶𝗲𝘁𝘇𝘀𝗰𝗵𝗲. 𝗛𝘂𝗺𝗮𝗻𝗼, 𝗱𝗲𝗺𝗮𝘀𝗶𝗮𝗱𝗼 𝗵𝘂𝗺𝗮𝗻𝗼, 𝟮𝟬𝟬𝟱. 𝗔𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝗱𝗼.) 
 
A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta pressupostos 
A. psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã. 
B. cartesianos, baseados na ideia inata da existência de Deus na substância pensante. 
C. estoicistas, exaltadores da apatia emocional como ideal de uma vida sábia. 
D. éticos, defensores de princípios universais para orientar a conduta humana. 
E. metafísicos, uma vez que é alicerçada no mundo inteligível platônico. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 78 
 
 
 
 
 
4000026794 
9. UNESP 2016 
𝐓𝐞𝐱𝐭𝐨 𝟏 
Cientistas americanos observaram, em um estudo recente, o motivo que pode tornar adolescentes 
impulsivos e infratores. Exames de neuroimagem em jovens mostraram que o córtex pré-frontal, regiãodo cérebro ligada à tomada de decisão, ou seja, que nos faz pensar antes de agir, ainda está em formação 
nos adolescentes. Essa área do cérebro tende a ficar “madura” somente aos 20 anos. Por outro lado, a 
região cerebral associada às emoções e à impulsividade, conhecida como sistema límbico, tem um pico 
de desenvolvimento durante essa fase da vida, o que aumenta a propensão dos jovens a agirem mais com 
a emoção do que com a razão. O aumento da emotividade e da impulsividade seriam gatilhos naturais 
para atitudes extremadas, inclusive para cometer crimes. 
(𝘊𝘢𝘮𝘪𝘭𝘢 𝘕𝘦𝘶𝘮𝘢𝘮. “𝘌𝘴𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘦𝘹𝘱𝘭𝘪𝘤𝘢 𝘱𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘥𝘰𝘭𝘦𝘴𝘤𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘴𝘢𝘰 𝘪𝘮𝘱𝘶𝘭𝘴𝘪𝘷𝘰𝘴 𝘦 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘵𝘦𝘳 𝘤𝘳𝘪𝘮𝘦𝘴”. 
𝘸𝘸𝘸.𝘶𝘰𝘭.𝘤𝘰𝘮.𝘣𝘳, 26.05.2015. 𝘈𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘥𝘰.) 
 
𝐓𝐞𝐱𝐭𝐨 𝟐 
A situação de vulnerabilidade aliada às turbulentas condições socioeconômicas de muitos países latino-
americanos ocasiona uma grande tensão entre os jovens, o que agrava diretamente os processos de 
integração social e, em algumas situações, fomenta o aumento da violência e da criminalidade. 
(𝘔𝘪𝘳𝘪𝘢𝘮 𝘈𝘣𝘳𝘢𝘮𝘰𝘷𝘢𝘺. 𝘑𝘶𝘷𝘦𝘯𝘵𝘶𝘥𝘦, 𝘷𝘪𝘰𝘭𝘦𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘦 𝘷𝘶𝘭𝘯𝘦𝘳𝘢𝘣𝘪𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘴𝘰𝘤𝘪𝘢𝘭 𝘯𝘢 𝘈𝘮𝘦𝘳𝘪𝘤𝘢 𝘓𝘢𝘵𝘪𝘯𝘢, 2002. 
𝘈𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘥𝘰.) 
 
 
Os textos expõem abordagens sobre o comportamento agressivo na adolescência referidos, 
respectivamente, a 
A. psicanálise e psicologia comportamental. 
B. aspectos religiosos e aspectos materiais. 
C. fatores emocionais e fatores morais. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 79 
D. ciência política e sociologia. 
E. condicionamento biológico e condicionamento social. 
 
 
 
 
4000004878 
10. UNESP 2010 
Texto 1 
Agora que as paixões acalmaram, volto à proibição do fumo em ambientes fechados, aprovada pela 
Assembleia Legislativa de São Paulo. Incrível como esse tema ainda gera discussões acaloradas. Como é 
possível considerar a proibição de fumar nos lugares em que outras pessoas respiram uma afronta à 
liberdade individual? As evidências científicas de que o fumante passivo também fuma são tantas e tão 
contundentes que os defensores do direito de encher de fumaça restaurantes e demais espaços públicos 
só podem fazê-lo por duas razões: ignorância ou interesse financeiro. Sinceramente, não consigo imaginar 
terceira alternativa. 
(Drauzio Varella. O fumo em lugares fechados. Folha de S.Paulo, 25.04.2009.) 
 
Texto 2 
Típico do espírito fascista é seu amor puritano pela “humanidade correta” ao mesmo tempo em que 
detesta a diversidade promíscua dos seres humanos. Por isso sua vocação para ideia de “higiene científica 
e política da vida”: supressão de hábitos “irracionais”, criação de comportamentos “que agregam valor 
político, científico e social”. O imperativo “seja saudável” pode adoecer uma pessoa. Na democracia o 
fascismo pode ser invisível como um vírus. Quer um exemplo da contaminação? Votemos uma lei: mesmo 
em casa não se pode fumar. Afinal, como ficam os pulmões dos vizinhos? Que tal uma campanha nas 
escolas para as crianças denunciarem seus pais fumantes? 
(Luis Felipe Pondé. O vírus fascista. Folha de S.Paulo, 22.09.2008.) 
 
De acordo com os dois textos, pode-se concluir que: 
A. a filosofia é uma área do conhecimento que compartilha dos mesmos critérios que a ciência. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 80 
B. no texto 2, o “amor puritano pela humanidade correta” é compatível com a “diversidade 
promíscua dos seres humanos”. 
C. segundo os dois autores, fumar ou não fumar é problema ético, não relacionado com políticas 
estatais de saúde pública. 
D. para o autor do texto 2, inexistem critérios universais e absolutos que possam regular o 
comportamento ético dos indivíduos. 
E. para os dois autores, a vida saudável é um imperativo a ser priorizado sob quaisquer 
circunstâncias. 
 
 
 
 
4000004858 
11. UNESP 2010 
Em algum remoto rincão do sistema solar cintilante em que se derrama um sem-número de sistemas 
solares, havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto 
mais soberbo e mais mentiroso da história universal: mas também foi somente um minuto. Passados 
poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os animais inteligentes tiveram de morrer. – Assim 
poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão 
fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve 
eternidades em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. Ao contrário, 
ele é humano, e somente seu possuidor e genitor o toma tão pateticamente, como se os gonzos do mundo 
girassem nele. Mas se pudéssemos entender-nos com a mosca, perceberíamos então que também ela 
boia no ar (...) e sente em si o centro voante desse mundo. 
(Nietzsche. O Livro das Citações, 2008.) 
 
Sobre este texto, é correto afirmar que: 
A. Seu teor acerca do lugar da humanidade na história do universo é antropocêntrico. 
B. O autor revela uma visão de mundo cristã. 
C. O autor apresenta uma visão cética acerca da importância da humanidade na história do universo. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 81 
D. Ao comparar a vida humana com a vida de uma mosca, Nietzsche corrobora os fundamentos de 
diversas teologias, não se limitando ao ponto de vista cristão. 
E. Para o filósofo, a vida humana é eterna. 
 
 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 82 
Gabarito 
 
 
Gabarito Questões Unesp 
1-C 6-D 11-C 
2-A 7-E 
3-D 8-A 
4-B 9-E 
5-A 10-D 
 
 
01-D 06-C 11-E 16-A 21-C 26-D 
02-A 07-E 12-E 17-A 22-E 27-D 
03-A 08-D 13-B 18-A 23-C 28-C 
04-D 09-D 14-B 19-A 24-A 29-A 
05-D 10-E 15-E 20-A 25-E 30-B 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 83 
Questões Comentadas 
 
 UFU 2008 
A expressão “astúcia da razão” foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da História 
Universal. A respeito do significado dessa expressão, marque a alternativa correta. 
A. Essa expressão significa o irracional governando o mundo, porque as ações humanas são movidas 
pelos interesses mesquinhos que só encontram a sua satisfação na destruição do Estado, fazendo 
a humanidade regredir ao estado de natureza. 
B. Essa expressão significa a fraude característica das ações dos indivíduos históricos universais que 
estão empenhados na aquisição do poder, sem se envolverem com a vida cotidiana e com a esfera 
da moralidade subjetiva dos povos. 
C. Essa expressão significa a ilusão de que as coisas realmente acontecem, quando na verdade a 
História Universal é conduzida pela força do destino traçada pela ordem da Providência Divina, 
que está acima da vontade dos homens. 
D. Essa expressão significa a força da razão, isto é, o universal que se manifesta por intermédio das 
ações humanas, as quais buscam a satisfação imediata e realizam algo mais abrangente, 
constituindo historicamente o Estado e a vida ética dos indivíduos em sociedade civil. 
 
Comentários: 
 
Ao se deparar com tal questão, tenha em mente o que é Estado para Hegel. O Estado parao 
filósofo é um todo ético organizado, ou seja, é verdadeiro, porque é a unidade da vontade universal e da 
subjetiva. É a substância ética por excelência, significando com isso que Estado e a constituição são os 
representantes da liberdade concreta, efetiva. O Estado é o que é em-si e para-si e, portanto, tem a 
efetividade de sua universalidade ou totalidade plena. Esta totalidade refere-se à união do espírito 
objetivo e o espírito subjetivo em que o indivíduo tem sua realidade e objetividade moral sendo parte do 
todo ético. Pois, a astúcia da razão baseia-se na compreensão de que o universal está presente no 
particular, e é através deste que se ele realizará completamente. 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 84 
A. Para Hegel o Estado é a expressão maior de que a razão humana caminha para um bem maior e 
comum, a “astúcia da razão” é a valorização da razão, por isso esta alternativa está incorreta, já 
que desvaloriza a razão e o Estado como construção humana. 
B. A “astúcia da razão” consiste na totalidade refere-se à união do espírito objetivo e o espírito 
subjetivo em que o indivíduo tem sua realidade e objetividade moral sendo parte do todo ético. 
Portanto é o contrário do que a alternativa afirma, por isso ela está errada. 
C. Para Hegel, a vontade dos homens manifesta-se pela “astúcia da razão” e foi por ela que surgiu o 
Estado, que além de não ser uma ilusão, é a maior expressão de evolução da humanidade. 
D. Esta alternativa contempla o pensamento de Hegel sobre a “astúcia da razão”, que é a força da 
razão, o espírito do mundo se manifestando nas ações dos homens e assim edificando o mundo 
com sua melhor performance. 
 
Gabarito “D” 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
“Eu troquei a teologia pela filosofia. Extra philosophiam null salus [fora da filosofia não há salvação].’’ 
E ao seu pai ele se esclarece assim: “Eu renunciei a teologia, porém a renunciei não maligno ou 
levianamente; não porque ela não me agrade, mas porque ela não me liberta; porque ela não me dá o 
que requer o, o que preciso. Meu espírito se acha agora não nos limites do país sagrado; meu sentido 
está num mundo mais amplo; ... eu quero a natureza, frente a qual a profundidade dos teólogos recua; 
eu quero carregar em meu coração o homem inteiro, que é objeto não para o teólogo, mas apenas para 
o filósofo. Alegre-se comigo, que eu tenha começado em mim uma nova vida, um novo tempo; alegre-
se que eu tenha escapado da sociedade dos teólogos e tenha espíritos, como Aristóteles, Spinoza, Kant 
e Hegel, como meus amigos. “ 
FEUERBACH, L. Fragmente zur Charakteristik meines philosophischen curriculum vitae.Org. por Wener Schuffenhauer, 
Berlin: GW 10, 1971, p. 154-55. Apu:CHAGAS, E. F. A razão em Feuerbach como base da unidade do homem e da 
natureza. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), v. 14, n. 21, p. 215-232, 26 set. 2010. 
 
A partir do que diz Feuerbach sobre como podemos chegar à verdade, é correto afirmar: 
A. A teologia não podia dar a Feuerbach mais nada, pois ela não é suficiente às exigências empíricas 
da realidade concreta. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 85 
B. A teologia, por trazer verdades inabaláveis, foi aceita por Feuerbach. 
C. Para o pensador, a teologia é libertadora 
D. Aristóteles, Spinoza, Kant e Hegel, tinham uma filosofia em que teologia era fundamental. 
E. A fim de buscar um conhecimento válido, Feuerbach busca na síntese entre deus e natureza a base 
para sua filosofia. 
Comentários: 
Para responder esta questão é preciso conhecer sobre Feuerbach, mas também vale a 
interpretação de texto. O filósofo afirma que usava da teologia antes, mas que a filosofia lhe exigiu um 
pensamento mais racional, por isso ele abandona teologia, visto que ela não lhe trazia verdades sobre o 
mundo material. 
A. A alternativa está correta. Exato, de acordo o excerto que a questão expressa, para Feuerbach a 
teologia mostrou-se limitada. 
B. A alternativa está incorreta. Para o filósofo, a teologia mostrou-se limitada na busca pela verdade. 
C. A alternativa está incorreta. Quando o pensador diz “não porque ela não me agrade, mas porque 
ela não me liberta; porque ela não me dá o que requer o, o que preciso”, esta afirmativa não tem 
validade. 
D. A alternativa está incorreta. Eles eram racionais, portanto, a teologia não tem validade. 
E. A alternativa está incorreta. Esta afirmação está próxima do pensamento de Spinoza. 
 
Gabarito “A” 
 
 
 UFU 2010 
Para Marx, o materialismo histórico é a aplicação do materialismo dialético ao campo da história. 
Conforme Aranha e Arruda (2000) “Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a 
história pela ação dos ‘grandes homens’ ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no 
lugar das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes”. 
Assim, para compreender o homem é necessário analisar as formas pelas quais ele produz suas condições 
de existência, pois são estas que determinam a linguagem, a religião e a consciência. 
(ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, 
p. 241.) 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 86 
A partir da explicação acima e dos seus conhecimentos sobre o pensamento de Karl Marx, assinale a 
alternativa que indica, corretamente, os dois níveis de “condições de existência” para Marx. 
 
A. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; 
e superestrutura, caracterizada pelas estruturas jurídico-políticas e ideológicas. 
B. Infraestrutura (ou estrutura), caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza; 
e materialismo dialético, que é na verdade a forma pela qual o homem produz os meios de 
sobrevivência. 
C. Modos de produção, caracterizados pelo pensamento filosófico dos socialistas utópicos; e o 
imperialismo, característica máxima do capitalismo industrial. 
D. Imperialismo, característica do capitalismo industrial; e infraestrutura (ou estrutura), 
caracterizada pelas relações dos homens entre si e com a natureza. 
Comentários: 
 
A. A alternativa está correta. Exato, a alternativa explica corretamente o que é a infraestrutura e a 
superestrutura, condições de existência do homem. 
B. A alternativa está incorreta. Que a infraestrutura (ou estrutura) é caracterizada pelas relações dos 
homens entre si e com a natureza é verdade. Mas o materialismo histórico-dialético diz sobre a 
construção da consciência do homem. 
C. A alternativa está incorreta. Os modos de produção eram guiados pelo capitalismo. O imperialismo 
deu margens para que ocorresse a revolução industrial, portanto é anterior, não podendo ser sua 
característica 
D. A alternativa está incorreta. 
Gabarito “A” 
 
 (Gabriela C. Garcia) 
A vontade em Schopenhauer é anterior ao intelecto e à vida. Ao invés de pensar na vontade como um 
fenômeno da vida, Schopenhauer pensa a vida como um fenômeno da vontade; não somente o que é 
vivo quer, mas dentre as coisas que querem estão as coisas que são vivas. 
Moreira, Fernando. "Sobre a relação entre vida e vontade na metafísica da natureza de Schopenhauer" 
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia [Online], Volume 2 Número 2 (1 dezembro 2011) 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo,materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 87 
Para Schopenhauer a função da vontade seria perpetuar uma vida essencialmente de sofrimento. Sobre 
a vontade é correto afirmar: 
A. A vontade não é o princípio ontológico do mundo. 
B. A vontade é a força da qual a vida humana é a única de suas expressões. 
C. A vontade não é a dimensão interna do homem, visto que não conecta sua essência com a essência 
do mundo. 
D. A essência última do mundo seria a vontade, seria o principal elemento constituinte do mundo. 
E. A vontade deseja só o que é proibido, por isso o sujeito sofre. 
Comentários: 
Para responder essa questão, entender a filosofia de Schopenhauer é relevante. Esse 
pensador via na vontade a própria existência, já que tudo se move para se satisfazer. O problema é que 
essa mesma vontade também nos traz sofrimento, posto que uma vontade insatisfeita gera sofrimento, 
frustração e uma vontade satisfeitas gera tédio e logo outra vontade, por isso o perpétuo sofrimento da 
existência. A questão pede que assinale a afirmação correta sobre a vontade, atentar-se ao comando é 
fundamental. 
A. A alternativa está incorreta. A essência primeira do mundo seria a vontade, o principal elemento 
constituinte do mundo (movimento de algum ser em função de satisfação). 
B. A alternativa está incorreta. A vontade não é a força da qual a vida humana é a única de suas 
expressões. 
C. A alternativa está incorreta. A vontade é a dimensão interna do homem, visto que se conecta sua 
essência com a essência do mundo. 
D. A alternativa está correta. Exato, para Schopenhauer, a essência última do mundo seria a vontade, 
seria o principal elemento constituinte do mundo. 
E. A alternativa está incorreta. A vontade deseja o proibido, o permitido, o idealizado, etc. A vontade 
está presente na busca de saciar a sede e na projeção de um novo emprego. 
 
Gabarito: “D” 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 88 
O filósofo dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard identificou três estádios distintos ou modos de 
existência. São eles: 
A. Estádio empírico, estádio racionalista, estádio existencialista; 
B. Estádio racionalista, estádio religioso, estádio jurídico; 
C. Estádio ético, estádio crítico, estádio existencialista; 
D. Estádio estético, estádio religioso, estádio filosófico; 
E. Estádio estético, estádio ético, estádio religioso. 
Comentários: 
Kierkegaard foi um filósofo que fez fortes críticas ao cristianismo, mas defendia Deus e a fé. 
Esse filósofo dizia que o ser humano deveria passar por três estádios do conhecimento. São eles: O estádio 
estético, estádio ético e o estádio religioso. O Estádio Estético, no que tange às escolhas, esse sujeito tem 
medo de errar em suas escolhas e por isso deixa a escolhas para outros. Ele sofre por não ser “dono” de 
suas escolhas, mas também se livra da responsabilidade que pode gerar angústia. Sujeito Ético é o sujeito 
assume escolhas, tem consciência do que renuncia, mesmo que se sinta infeliz com suas escolhas, esse 
sujeito assume até o fim, porém sempre pensa nas possibilidades de suas renúncias, por isso, 
sofre. Sujeito Religioso é o sujeito que escolhe, compra essa escolha e não se preocupa com os caminhos 
que renunciou, preocupa se com suas escolhas, pois essa era a melhor escolha. Esse sujeito não se 
angustia. 
O comando da questão pede que assinale a alterna correta sobre tais estádios. 
A. A alternativa está incorreta. Não corresponde aos estádios de Kierkegaard, mas à correntes 
filosóficas. 
B. A alternativa está incorreta. Também não representa corretamente o que está explícito nos 
comentários. 
C. A alternativa está incorreta. Novamente, essa alternativa apresenta corrente filosóficas e de 
pensamentos, mas não os estádios de Kierkegaard. 
D. A alternativa está correta. A alternativa mostra os três estádios de Kierkegaard exatamente como 
descrito nos comentários. 
Gabarito “D” 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 89 
 
 
 UFU 2017 
Nietzsche escreveu: 
E vede! Apolo não podia viver sem Dionísio! O “titânico” e o “bárbaro” eram no fim de contas, 
precisamente uma necessidade tal como o apolíneo! 
NIETZSCHE, F. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2007, p. 38. 
Assinale a alternativa que descreve corretamente o dionisíaco e o apolíneo. 
A. O dionisíaco é a personificação da razão grega; o apolínio equivale ao poder místico do uno 
primordial. 
B. O dionisíaco é o homem teórico que personifica a sabedoria filosófica; o apolíneo é a 
natureza e suas forças demoníacas. 
C. O dionisíaco é o instinto, a embriaguez e a força vital; o apolíneo é a racionalidade, o 
equilíbrio, a força figurativa. 
D. O dionisíaco representa a força figurativa atuante na arte; o apolíneo representa a música 
primordial não objetivada. 
Comentários: 
 
Para responder essa questão é preciso conhecer a filosofia de Nietzsche. Nietzsche desenvolve 
uma filosofia que tece críticas à filosofia clássica e moderna que valorizou demasiadamente o uso da 
razão, da lógica, do conhecimento científico, ou seja, do “espírito apolíneo” – que se refere à Apolo, deus 
da ordem e do equilíbrio. Isso fez se perder a proximidade com a natureza e suas forças, não sabemos 
lidar com o acaso, ou seja, abandonamos “espírito dionisíaco” – que vem de Dionísio, o deus do vinho e 
das festas. Portanto, a história da filosofia só demonstra o triunfo da razão. Seria preciso, assim, resgatar 
o 
elemento dionisíaco da vida. Esse pensamento fica expresso em sua obra “O Nascimento da 
Tragédia”. 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que descreve corretamente o 
dionisíaco e o apolíneo. 
 
A. A alternativa está incorreta. Apolo que representa o equilíbrio, a racionalidade. 
B. A alternativa está incorreta. Dionísio é o deus do transe, da embriagues. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 90 
C. A alternativa está correta. Perfeita definição. 
D. A alternativa está incorreta. Dionísio representa a música. 
Gabarito “C” 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
Para Husserl a consciência é a intencionalidade, Heidegger, que foi seu aluno, também segue esta linha 
de pensamento e diz que o homem é o ser no mundo, não escolhe estar no mundo ou não. Ele é sempre 
concreto, encontra-se inserido nesse mundo, é o dasein, o ser-aí. Para o pensador, entender o ser é 
entender o dasein, que é o ser humano em sua existência. 
O dasein (ser-aí), ou mesmo, o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos facticidade e transcendência. 
Assinale a alternativa correta sobre o pensamento de Heidegger. 
A. Facticidade refere-se ao fato de que vivemos em um mundo que criamos e ao qual nos 
encontramos submetidos. 
B. Transcendência é a ação que faz o homem perder-se nas determinações. 
C. A transcendência é dimensão de determinismo para o pensador alemão. 
D. O dasein seria o ser no tempo, determinado. 
E. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. 
 
Comentários: 
Para responder essa questão observe as definições abaixo e veja O dasein (ser-aí), ou mesmo, 
o ser no mundo, distingue-se em dois aspectos. 
1 – A Facticidade, posto que vivemos em um mundo que não criamos e ao qual nos encontramos 
submetidos num primeiro momento (cotidiano). 
2 – A Transcendência que é a ação que faz o homem ir além dessas determinações. A transcendência é 
dimensão de liberdade para o pensadoralemão. O homem não nasce pronto e acabado. 
O dasein seria o ser no tempo. O ser como projeto, como possibilidade, o que o introduz na 
temporalidade. A existência é este ato de se projetar no futuro que transcende o passado. 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 91 
A. A alternativa está incorreta. Vivemos em um mundo que não criamos, nascemos ele está pronto, 
e estamos submetidos a ele. 
B. A alternativa está incorreta. Transcendência é a ação que faz o homem lançar-se para além das 
determinações. 
C. A alternativa está incorreta. Não, ela é a dimensão da liberdade. 
D. A alternativa está incorreta. Dasein é sim o ser no tempo, mas é aquele que se projeta neste 
tempo, que se lança ao futuro. 
E. A alternativa está correta. Condiz perfeitamente com o pensamento de Heidegger. 
 
Gabarito “E” 
 
 (Gabriela C. Garcia) 
“... Por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. […] Não 
encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não 
temos, nem atrás de nós nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. 
Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. 
Condenado porque não criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é 
responsável por tudo o que fizer. ” 
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 09 
 
“Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem como circunstâncias 
de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo 
passado”. 
MARX, Karl; O 18 Brumário de Luís Bonaparte, p. 329 
Sabe-se que Sartre e Marx divergem no que tange o conceito de liberdade. A partir dos excertos acima e 
de seus conhecimentos sobre o tema nota-se que: 
A. Sartre defende que há determinismo, Marx defende que o homem é livre independente das 
circunstâncias. 
B. Sartre defende que há determinismo e Marx estabelece um meio termo entre o determinismo 
e a total liberdade do homem. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 92 
C. Quando Sartre afirma “o homem está condenado a ser livre”, diz o mesmo que Marx quando 
defende que “os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem”. 
D. Sartre diz que o homem é condenado a ser livre pelo fato de não poder escolher que não quer 
escolher. Já Marx afirma que o homem tem suas possibilidades condicionadas pelo mundo 
material em que vive. 
E. A liberdade para Sartre não tem limites, já para Marx ela não existe. 
 
Comentários: 
Para Marx, a liberdade humana como a constante criação prática dos indivíduos. Não há 
liberdade sem o mundo material no qual os indivíduos manifestam na prática sua liberdade junto com 
outras pessoas. Ou seja, a liberdade humana só pode ser encontrada de fato pelos indivíduos na produção 
prática das suas próprias condições materiais de existência. Já Sartre diz que a liberdade é uma condição 
intransponível do homem, da qual, ele não pode, abrir mão, isto é, o ser- humano está condenado a ser 
livre e é a partir desta condenação à liberdade que o homem se forma. A existência do Outro constitui um 
limite para liberdade do homem, contudo, não o limita "como ser humano", mas é o Outro que o torna 
um ser humano. 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que define os conceitos de liberdade 
para Marx e Sartre e o entendimento sobre tais conceitos é fundamental para atender o que se pede. 
 
A. A alternativa está incorreta. Sartre não acreditava em determinismo. 
B. A alternativa B está incorreta. Marx via liberdade como prática de criação, não fala sobre meio 
termo. 
C. A alternativa C está incorreta. Os significados das frases não coincidem. 
D. A alternativa está correta. As definições se encaixam nos pensamentos dos filósofos referidos. 
E. A alternativa E está incorreta. A liberdade para Sartre pode encontrar limitações, mas isso não 
impede seu exercício. 
Gabarito: “D” 
 
 
 
 
 ENEM - 2018 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 93 
 
“O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. 
Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta, se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo 
aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na 
medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que 
caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao 
saber, e um certo repouso neste movimento.” 
 MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado). 
O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se 
caracteriza por 
 
A. reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético. 
B. ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias. 
C. associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade. 
D. conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento. 
E. compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. 
 
Comentários: 
 
A questão traz a visão fenomenológica de Merleua-Ponty. Tal filósofo supera o dualismo 
corpo/alma, procurando compreender nesses polos as relações de reciprocidade. Acredita que é na 
dinâmica entre essas polaridades que pode ser encontrado o sentido tanto do corpo quanto da alma. Não 
é nos polos, mas no entre, na mediação, que devemos buscar o sentido das coisas. Nesse sentido, o corpo 
não se identifica com as coisas, mas é ser-no-mundo. Observe esse conceito nas palavras do filósofo. 
 
(...) o mundo é inseparável do sujeito, mas de um sujeito que não é senão projeto do mundo, 
e o sujeito é inseparável do mundo, mas de um mundo que ele mesmo projeta. O sujeito é 
ser-no-mundo, e o mundo permanece "subjetivo", já que sua textura e suas articulações são 
desenhadas pelo movimento de transcendência do sujeito. 
Merleau-Ponty (1945/1999, p. 576) 
 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que mostra os elementos constitutivos da 
atividade do filósofo. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 94 
A. A alternativa está incorreta. As ideias não são inatas, visto que elas precisam do corpo que abriga 
a consciência, não existe corpo sem mente nem mente sem corpo. 
B. A alternativa está incorreta. Como já dito, não há inatismo. Das ideias. 
C. A alternativa está incorreta. A verdade não é imutável, o que importa é o processo investigativos 
que sempre traz novos conhecimentos. 
D. A alternativa está correta. Exato, o processo investigativo é o que importa e ele vem com a 
indagação, com a inquietude. 
E. A alternativa está incorreta. Os princípios fundamentais vão se transformando e moldando 
estruturas. 
 
Gabarito “D” 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
Analise o seguinte fragmento de Popper: 
Um dos ingredientes mais importantes da civilização ocidental é o que poderia chamar de 'tradição 
racionalista', que herdamos dos gregos: a tradição do livre debate – não a discussão por si mesma, mas 
na busca da verdade. A ciência e a filosofia helênicas foram produtos dessa tradição, do esforço para 
compreender o mundo em quevivemos; e a tradição estabelecida por Galileu correspondeu ao seu 
renascimento. (POPPER, K. R. Conjecturas e refutações. Brasília: UNB, 1972. p. 129) 
Qual característica da ciência podemos entender a partir dessa visão de Popper? 
A. O caráter mitológico da ciência; 
B. O caráter de verificabilidade da ciência; 
C. O caráter infalível da ciência; 
D. O caráter empirista da ciência; 
E. O caráter racional da ciência. 
 
Comentários: 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 95 
A noção de ciência para Karl Popper pode ser pensada a partir de dois pontos fundamentais: 
o caráter racional da ciência e o caráter hipotético das teorias científicas. A ciência, como um projeto 
humano, não é livre de transformação, o que possibilitou o surgimento de diversas teorias. O que há em 
comum entre esses modos variados de se fazer ciência, ele mesmo responde, é o caráter racional da 
ciência. 
A. A alternativa está incorreta. O caráter mitológico quando existe quando não há ciência. 
B. A alternativa está incorreta. A verificabilidade vem do Círculo de Viena. Popper rompe com este 
método e desenvolve a teoria da falseabilidade. 
C. A alternativa está incorreta. A ciência, quando falseada, deixa de ser uma teoria válida, portanto 
ele é falível. 
D. A alternativa está incorreta. Popper procura demonstrar que o erro empirista é pretender que a 
verificação seja a ferramenta principal para tal procedimento. Ele, contrariamente, afirma ser a 
falsificação o verdadeiro demarcador e apresenta seus motivos para essa afirmação. 
E. A alternativa está correta. Exato, condiz com o texto e com pensamento de Popper. 
Gabarito “E” 
 
 
 
 
 
 Enem PPL 2019 
 Uma parte da nossa formação científica confunde-se com a atividade de uma polícia de fronteiras, 
revistando os pensamentos de contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam os 
pensamentos de carimbada cientificidade. A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de 
emigrarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos 
que não somos o centro da vida nem o topo da evolução. 
COUTO, M. Intervenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). 
 
No trecho, expressa-se uma visão poética da epistemologia científica, caracterizada pela 
A. implementação de uma viragem linguística com base no formalismo. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 96 
B. fundamentação de uma abordagem híbrida com base no relativismo. 
C. interpretação da natureza eclética das coisas com base no antiacademicismo. 
D. definição de uma metodologia transversal com base em um panorama cético. 
E. compreensão da realidade com base em uma perspectiva não antropocêntrica. 
Comentários: 
 
Para responder à questão é preciso atentar-se ao texto exposto. O autor deixa claro que a 
ciência, ou seja, a busca pela verdade não pode olhar somente para o homem, não pode ser 
antropocêntrica, como vimos no último trecho: Aprendemos que não somos o centro da vida nem o topo 
da evolução. Mas além da interpretação é preciso ter claro que o texto trata da epistemologia, que 
etimologicamente, significa discurso (logos) sobre as ciências (episteme) e surgiu somente a partir do 
século XIX no vocabulário filosófico, mas percorre a história da filosofia, a partir do momento que esta 
busca entender como podemos conhecer e o que é a verdade. 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que condiz com o excerto em questão 
a respeito do conhecimento científico. 
 
A. A alternativa está incorreta. Ao ler o excerto não fica evidente que o autor esteja falando de uma 
alteração na linguagem como forma de maior eficiência científica. 
B. A alternativa está incorreta. Não é sobre conhecimento híbrido ou relativista que trata o texto, 
pelo contrário, o texto fala de nossa formação científica, portanto ela busca ser objetiva. 
C. A alternativa está incorreta. Nada nos remete ao antiacademicismo ou ao ecletismo. 
D. A alternativa está incorreta. O estudo transversal é aquele que levanta e analisa dados em um 
tempo definido como observacional. Seu objetivo é coletar dados para estudar uma população em 
um determinado ponto no tempo. Sua base é um panorama investigativo e busca de verdades, 
portanto não é cético. 
E. A alternativa está correta. É exatamente o que nos remete o texto, que deixa claro que para haver 
uma formação científica é preciso olhar e investigar para além do puro comportamento humanos. 
“A biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de emigrarmos de nós, de transitarmos para 
lógicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não somos o centro da vida nem 
o topo da evolução”. 
 
Gabarito “E” 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 97 
 
 UEA 
A reflexão geral sobre a natureza e os limites do conhecimento humano recebe, no pensamento filosófico, 
a designação de 
A. ética 
B. ontologia. 
C. estética. 
D. epicurismo. 
E. epistemologia. 
Comentários: 
O comando da questão é bem objetivo, ele pede que marque a alternativa que apresenta 
corretamente o ramo da filosofia que se dedica a fazer uma reflexão geral sobre a natureza e os limites 
do conhecimento humano, que é a epistemologia. 
A. Alternativa está incorreta. A ética é um ramo da filosofia que estuda os conceitos morais como a 
ideia de bem e mal, certo e errado. E então passa a pensar sobre a melhor forma de agir em 
sociedade. 
B. Alternativa está incorreta. A ontologia que saber sobre "o ser enquanto ser". Ela busca 
compreender o que são as coisas em si, ela questiona sobre o que realmente existe, ela é um ramo 
da epistemologia. 
C. Alternativa está incorreta. A estética é um ramo da filosofia que estuda a natureza da beleza e os 
fundamentos da arte. 
D. Alternativa está incorreta. A filosofia hedonista (epicurista) acredita na felicidade está na busca 
pelo prazer, admitem a busca do prazer como o primeiro princípio da moral. 
E. Alternativa está correta. Sim, a epistemologia é o estudo sobre como se dá o processo do 
conhecimento. É a investigação acerca dos processos cognitivos da percepção à formação do 
conceito, conjecturas e inferir. 
Gabarito “E” 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 98 
 
 
 UFU 2012.2 
O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo modo que 
o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor: essas 
formas não só se distinguem, mas também se repelem como incompatíveis entre si [...]. 
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1988. 
 
Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, assinale a alternativa 
correta segundo a filosofia de Hegel. 
 
A. A essência do real é a contradição sem interrupção ou o choque permanente dos contrários. 
B. As contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todos 
são igualmente necessários. 
C. O universo social é o dos conflitos e das guerras sem fim, não havendo, por isso, a possibilidade 
de uma vida ética. 
D. Hegel combateu a concepção cristã da história ao destituí-la de qualquer finalidade benevolente. 
Comentários: 
 
Essa questão foi polêmica no vestibular de 2012 da UFU. Pedidos de anulação foram feitos, 
mas a banca não recuou, visto que aquestão não errada, mas confusa, talvez. O texto mostra que ao 
mesmo tempo que a flor “nega” o botão, ela o conserva, visto que a flor não existiria sem botão., assim 
também ocorre com o fruto que “nega” a flor. O que nos leva a compreender que na superação dialética, 
o que é negado é ao mesmo tempo mantido. Por isso, o pensamento é atraído pela contradição, pois ao 
buscar um novo e mais elevado conceito (processo dialético) elimina a contradição do conceito anterior; 
o novo conceito envolve comumente uma contradição que deverá ser revelada e superada até chegar-
se à Ideia absoluta a qual está livre de contradições. Isso tudo mostra argumentos que refutam a 
alternativa A, que foi a que deixou confusa a questão. Apesar da A parecer a certa, a que melhor 
corresponde com texto apresentado na questão e pensamento dialético de Hegel. 
O comando da questão pede que assinale, com base em seus conhecimentos e na leitura do 
texto, a alternativa correta. 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 99 
A. A alternativa está incorreta. A contradição é interrompida pela síntese, que por um tempo 
cumpre o papel de melhor explicação ou solução para o momento, até ser contraria por uma 
nova tese e assim pronta para se superada. Podemos dizer que há tréguas, não se trata de um 
choque permanente. Seria muito simplista resumir a filosofia de Hegel à essa frase. Os choques 
surgem quando necessários. 
B. A alternativa está correta. Exato, se observamos o excerto disposto na questão mostra a 
importância de cada estágio que passa a flor para existir. Cada estágio necessita do outro. 
C. A alternativa está incorreta. A ética deve ser parte do Estado Absoluto do ser. Pensar a vida 
em sociedade é pensar o agir ético, o bem comum. 
D. A alternativa está incorreta. Ao afirmar que Hegel combateu a concepção cristã da história, 
não está correto, visto que o autor compreende a religião como uma das formas de 
manifestação do Absoluto. 
Gabarito “B” 
 
 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
“A consciência-de-si é em-si e para-si quando e porque é em si e para uma Outra, quer dizer, só é como 
algo reconhecido. Inicialmente uma consciência visa submeter a outra, ao apreendê-la como objeto. 
Porém precisa ser reconhecida pela outra como sujeito. Mas o outro é também uma consciência-em-si. 
Um indivíduo se confronta com outro indivíduo. Uma, a consciência independente, outra a consciência 
dependente. Uma é o senhor, outra é o escravo”. 
HEGEL, W. F. Fenomenologia do espírito. Parte I, seç. III. §§178 – 196. 
 
Este é um processo importante para Hegel, pois é ele que levará a consciência à verdade, também 
entendida por Hegel como o absoluto. 
 
A partir do excerto e de seu conhecimento sobre Hegel, pode-se afirmar que 
 
A. na concepção hegeliana, a verdade não pode ser definida 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 100 
B. o espírito absoluto é quando a razão tem sua maior representação e torna-se consciente de 
si mesmo dentro da História e assim passa a se manifestar dentro do Estado. 
C. a visão hegeliana sobre o conhecer reflete uma percepção puramente especulativa sobre a 
realidade e rejeita qualquer vínculo com a realidade objetiva. 
D. Hegel, na fenomenologia do espírito, elaborou uma defesa veemente da relação de submissão 
existente entre escravos e seus senhores como parte do desenvolvimento do espírito do 
tempo. 
E. o conhecimento não parte de uma consciência de si que, numa relação de contradição, chega 
à consciência do outro que lhe nega, mas, ao mesmo tempo, lhe identifica como sujeito. 
Comentários: 
Para responde essa questão é preciso ter conhecimento de que idealismo hegeliano vê a 
história sendo composta pelo desenvolvimento dialético, onde os acontecimentos e as verdades atuais 
apresentam-se como antítese dos antigos, fazendo nascer uma nova realidade, uma nova verdade, mas 
que, cedo ou tarde, também serão contrariadas em busca de um progresso constante, um 
aperfeiçoamento. Por isso a verdade acompanha a história. 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que melhor representa o conceito 
hegeliano sobre a verdade. 
A. A alternativa está incorreta. A verdade acompanha a história, então ela pode ser alcançada dentro 
de seu contexto histórico. 
B. A alternativa está correta. Exato, o espírito absoluto representa o ser humano que se entende 
enquanto um ser social e parte da história e assim ganha consciência que deve desempenhar um papel 
dentro desta. 
C. A alternativa está incorreta. O espírito absoluto não rejeita qualquer vínculo com a realidade 
objetiva, pelo contrário é nela que ele se faz. 
D. A alternativa está incorreta. Pelo contrário o vínculo com a realidade objetiva pertence ao sujeito 
absoluto. Hegel não faz esse apontamento, ele fala do espírito do mundo que superou a ideia de 
escravidão como algo legítimo. 
E. A alternativa está incorreta. O espirito absoluto parte da consciência de si, depois para a o espírito 
objetivo que ganha consciência de um ser social. 
Gabarito letra “b” 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 101 
 
 (Gabriela Garcia) 
“O concreto é concreto porque é a síntese de muitas determinações, unidade do diverso. Por isso o 
concreto aparece no pensamento como resultado, não como ponto de partida efetivo. Por isso é que 
Hegel caiu na ilusão de conceber o real como resultado do pensamento que se sintetiza a si e se move por 
si mesmo. Mas este não é de modo nenhum o processo da gênese do próprio concreto”. 
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos. Os Pensadores. São Paulo: Abril cultural, 
1978. Adaptado. 
Sobre a forma como Karl Marx entendia o método de análise da realidade, é correto afirmar que 
A. para ele a consciência do homem é que transforma a infraestrutura. 
B. seu método estava em concordância com o que defendiam os jovens hegelianos, 
C. seguia os passos de seu maior influenciador, Friedrich Hegel, aderindo ao pensamento dialético 
puro. 
D. Seu método era totalmente idealista e não levava em consideração o materialismo. 
E. seu método era denominado de materialismo histórico e se propunha a fazer uma análise da 
realidade concreta que, em si, era contraditória. 
Comentários: 
Esta questão pede o que se entende pelo método de análise da realidade de Marx. Tal 
método, o materialismo histórico-dialético contrapõe Hegel. Por exemplo, Marx não via o Estado 
como uma expressão direta da racionalidade. Pelo contrário, ele via o Estado como um meio de proteção 
que a burguesia encontrou para garantir seus interesses particulares. A vida social teria ocorrido a partir 
do antagonismo de classes. A política estaria diretamente ligada às condições materiais concretas e ao 
nível econômico. Karl Marx desenvolve uma ética que se baseia no homem com um ser social, histórico e 
concreto. Ele fundamenta sua teoria ética nas condições materiais da existência. 
 
A. A alternativa está incorreta. Para ele a consciência é constituída pelo concreto, pela materialidade. 
B. A alternativa está incorreta. Os jovens hegelianos eram mais idealistas, o que se opõe ao 
pensamento de Marx. 
C. A alternativa está incorreta. Pelo contrário, Hegel faz uma inversão do pensamento de Hegel. 
D. A alternativa está incorreta. Seu método era o materialismo histórico-dialético. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo,fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 102 
E. A alternativa está correta. Exato, seu método era o materialismo histórico e se propunha a fazer 
uma análise da realidade concreta que, em si, era contraditória. 
 
Gabarito “E” 
 
 
 
 UEA 
Hegel rechaça a ética kantiana porque ela não leva em conta o homem inteiro, o homem vivo, mas exclui 
da ética sua vida real, subjuga-a mediante leis alheias à vida e converte assim a moral em algo positivo e 
morto para o homem vivo. Hegel vê claramente que essa rigidez mecânica da ética kantiana está 
estreitamente ligada com a absolutização do conceito de dever. 
(Georg Lukács. O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista, 1972.) 
A crítica hegeliana incide sobre a noção kantiana de 
A. imperativo categórico. 
B. coletivismo prático. 
C. procedimento científico. 
D. utilitarismo comportamental. 
E. hedonismo ético. 
Comentários: 
Ao encontrar essa questão é fundamental conhecer a ética kantiana. O enunciado da questão 
já deixa claro que essa ética não agrada a Hegel por ser um inflexível. O imperativo de Kant, que Hegel 
critica, seria uma lei moral interna, baseada na razão humana e que não possui ligação com causas 
transcendentais ou relacionadas a uma autoridade do Estado ou religiosa. O comando moral que faz com 
que nossas ações sejam moralmente boas, ou seja, justas, se expressa no imperativo categórico: “age só 
segundo máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” (KANT. Metafísica 
dos Costumes, 2004, p. 51). Kant afirmava que todo sujeito é racional, por isso tem condição de sujeito 
moral. O imperativo categórico seria uma forma independente do útil ou prejudicial. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 103 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que apresenta a ética kantiana, que é 
o imperativo categórico. 
A. A alternativa está correta. O agir moral para Kant é um dever, e o imperativo categórico diz para 
agir de tal forma que sua ação possa se tornar lei universal. 
B. A alternativa está incorreta. O agir moral é uma ação individual, do homem que saiu da 
menoridade, agora em seu egoísmo, trata as pessoas como gostaria de ser tratado. 
C. A alternativa está incorreta. O procedimento é ético, diz respeito à conduta do indivíduo, não é 
científico. 
D. A alternativa está incorreta. Para o utilitarismo, o indivíduo deve analisar a situação antes de agir, 
e sua ação deve visar a maior quantidade de prazer (bem-estar) ao maior número de pessoas, para 
que seja moralmente correta. Pensamento que se opõe por completo o imperativo categórico 
kantiano 
E. A alternativa está incorreta. É uma teoria epicurista que diz que a ética está na busca pelos 
prazeres que geram mais prazer ao indivíduo. 
Gabarito “A” 
 
 
 
 UFU 2009 
Em Marx, o conceito de ideologia designa uma forma de consciência invertida, que distorce e encobre as 
formas de dominação existentes nas relações sociais. 
Tomando isso em consideração, marque a alternativa que apresenta corretamente a relação entre os 
conceitos de estrutura e superestrutura no pensamento de Marx. 
A. Marx afirma que a superestrutura projeta falsamente as relações sociais de produção como 
justas, e que uma sociedade igualitária somente poderá surgir com a revolução da 
estrutura econômica da sociedade. 
B. Marx afirma que a superestrutura jurídica é o fundamento da divisão social do trabalho, e 
que toda revolução deve principiar com a alteração da legislação que regulamenta a 
atividade econômica. 
C. Marx afirma que os homens retêm em sua consciência uma imagem transparente das 
relações sociais de produção, e que somente a alteração da consciência de cada indivíduo 
pode conduzir à revolução dessas relações sociais de produção. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 104 
D. Marx afirma que a democracia burguesa e os partidos políticos são o motor da história. 
Logo, toda revolução social principia no domínio político, que é a esfera em que podem se 
manifestar legitimamente os conflitos de interesses. 
 
Comentários: 
 
Essa questão aborda os conceitos de superestrutura e infraestrutura para Marx. Dominar 
esses conceitos e tudo que implica essa filosofia é fundamental. A infraestrutura constitui a base 
econômica da sociedade e relaciona o ser humano com a natureza, relação essa que busca produzir a 
própria existência, a partir dela que se produz a vida material. É a partir das necessidades humanas para 
prover a vida que se constrói as infraestruturas. Porém, aquele que tem propriedade privada (terra), ou é 
dono dos meios de produção, por exemplo, acabam determinando, por meio de superestruturas, como 
se dará a divisão social do trabalho. A superestrutura tem caráter político-ideológico, e organiza os 
indivíduos por meio da religião, lei, artes, filosofia, ciência, educação, etc. 
O comando pede a afirmação correta sobre as definições de superestrutura e infraestrutura. 
 
 
A. A alternativa está correta. A superestrutura tem caráter político - ideológico, por isso ela cria 
ideologias para dominar e explorar o trabalhador, só uma revolução da estrutura econômica 
tornaria a sociedade mais justa, sem ideologias. 
B. A alternativa está incorreta. para Marx o problema estava na superestrutura econômica e para 
mudar isso somente uma revolução e não uma reforma na legislação. 
C. A alternativa está incorreta. Os homens têm uma visão das relações sociais de produção 
contaminada e impregnada por ideologias. 
D. A alternativa está incorreta. O motor da história é a luta de classes. 
 
Gabarito “A” 
 
 
 
 
 UFU 20211 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 105 
Conforme Arruda e Aranha, o materialismo de Karl Marx diferencia-se do materialismo mecanicista. 
Analisando estas diferenças as autoras concluem: 
[...] segundo o materialismo dialético, o espírito não é consequência passiva da ação da matéria, podendo 
reagir sobre aquilo que determina. Ou seja, o conhecimento do determinismo liberta o homem por meio 
da ação deste sobre o mundo, possibilitando inclusive a ação revolucionária. 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo, Ed. Moderna, 
2000, p. 241. 
Com base em seus conhecimentos e nas informações acima, assinale a alternativa correta. 
 
A. Diferentemente dos idealistas, Marx considera que as manifestações espirituais humanas derivam 
da estrutura material ou econômica da sociedade, mas não de modo absoluto, pois o espírito pode 
se libertar. 
B. Como em Marx, a estrutura material ou econômica determina as manifestações do espírito, que 
será, em consequência, sempre passivo diante desta estrutura. 
C. Marx entende que o espírito é resultado da estrutura material ou econômica da sociedade, por 
isso jamais pode modificá-la. 
D. A dialética materialista de Marx sintetiza os momentos da realização da razão na história e não o 
agir histórico que realiza os conteúdos da razão. 
 
Comentários: 
 
Essa questão de Marx exige que se tenha conhecimento sobre o materialismo histórico-
dialético de Marx. O materialismo é dialético por reconhecer a estrutura antagonista que existe na 
composição do mundo. Diante da tese e da antítese buscamos uma síntese (dialética) e assim, natureza e 
pensamento vivem uma relação recíproca, onde uma não pode ser compreendida sem a outra, ou seja, 
os fenômenos da natureza ou do pensamento não podem ser compreendidos isoladamente, fora dosfenômenos que os rodeiam. 
Ou seja, ao colocar consciência no contexto dialético, percebe-se que ela não é passiva, mas 
que a partir do momento que ela reconhece as relações determinantes (causalidade), torna-se possível a 
intervenção humana na natureza. 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que condiz com o pensamento 
demonstrado acima. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 106 
 
A. A alternativa está correta. A afirmativa corresponde perfeitamente com o pensamento de Marx 
e é coerente com o trecho supracitado no enunciado. 
B. A alternativa está incorreta. Está correta até o ponto em que afirma que o espírito é passivo, o que 
não verdade segundo Marx e de acordo com o trecho supracitado. 
C. A alternativa está incorreta. Não, o espírito não é meramente fruto da estrutura material ou 
econômica. 
D. A alternativa está incorreta. Para Marx a síntese se dá na dialética entre a realização da razão na 
história e não o agir histórico que realiza os conteúdos da razão. 
 
Gabarito “A” 
 
 
 
 
 
 
 (Gabriela C. Garcia) 
Em o Nascimento da Tragédia de 1872, sob os signos de apolíneo como harmonia, criação e do dionisíaco 
como desmedido, destruição, Nietzsche elogia a arte grega que tem a abertura necessária para falar da 
vida sem engessá-la em conceitos ou verdades definitivas apontando também o caminho de seu filosofar. 
 
VIEIRA, Louise Cristina. Para onde conduz o Martelo de Nietzsche? Revista do NESEF, [S.l.], v. 3, n. 3, aug. 
2017. ISSN 2317-1332. 
 
Nietzsche e seu Martelo promove uma transvaloração dos valores, valores esses responsáveis por 
engessar a vida com conceitos e verdades definitivas. A partir do trecho acima e de seus conhecimentos 
é correto afirmar 
A. O homem valorizou demais apolíneo e por isso o dionisíaco foi deixado de lado, o que leva a uma 
razão técnica, uma razão sem sentimento, que não leva em conta o ser humano como um todo. 
B. O cristianismo é um meio de se chegar a valores que são de fato importantes. 
C. Nietzsche compartilhava dos pensamentos de Sócrates, Kant e Hegel, que tentavam colocar a 
razão dentro de um quadrado. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 107 
D. O excesso de razão é fundamental para o homem lidar com o acaso. 
E. As tragédias gregas eram simples fonte de entretenimento para Nietzsche. 
 
Comentários: 
 
Para responder a essa questão é preciso entender a filosofia do Martelo de Nietzsche. O 
pensador desconstrói tudo o que havia sido dito na filosofia, ele cria uma transvaloração dos próprios 
valores. Sua teoria diz que construímos valores de bem e mal, belo e feio a partir racionalidade exagerada 
que tenta deixar o mundo de acordo com o que se acha ser certo. A razão é usada como forma de 
proteção. O homem levou a racionalidade muito a sério, o que faz com que a sociedade ocidental tenha 
o homem como magnânimo perante os outros, onde ele domina a natureza e outros seres humanos. O 
homem inventa regras, pois não consegue viver bem com o acaso. Para Nietzsche, o pensamento foi 
construído de forma parcial; os gregos valorizavam uma parte do espírito humano e a outra parte foi 
deixada de lado, exatamente a parte que lida com o acaso. 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que se adequa a teoria do Martelo de 
Nietzsche. 
 
A. A alternativa está correta. A crítica de Nietzsche se dá no uso excessivo da razão, que quer colocar 
tudo em uma “caixa”, por isso não aprendemos a lidar com o acaso. 
B. Alternativa está incorreta. O filósofo faz duras críticas ao cristianismo. 
C. A alternativa está incorreta. Pelo contrário, esses são os pensadores que Nietzsche discorda. 
D. A alternativa está incorreta. O uso demasiado da racionalidade é prejudicial à sanidade do homem. 
E. A alternativa está incorreta. As tragédias são fundamentais no desenvolvimento do ser humano, 
muito mais que entreter elas corroboram na edificação do ser. 
 
Gabarito: “A” 
 
 
 
 
 
 
 UFU 2008.2 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 108 
Considere o texto abaixo. 
Dostoiévski escreveu: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Eis o ponto de partida do 
existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está 
desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não 
encontra desculpas. 
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova 
Cultural, 1987. p. 9. 
Tomando o texto acima como referência, marque a alternativa correta. 
A. Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da liberdade pressupõe que o homem é 
sempre responsável pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve ser usada para 
justificar qualquer ato. 
B. O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção de certos valores como liberdade 
e angústia. Para o existencialismo, a liberdade significa a total recusa da responsabilidade. 
C. Defender que “tudo é permitido” significa que o homem não deve assumir o que faz, pois 
todos os homens são essencialmente determinados por forças sociais. 
D. Para Sartre, a expressão “tudo é permitido” significa que o homem livre nunca deve 
considerar os outros e pode fazer tudo o que quiser, sem assumir qualquer 
responsabilidade. 
 
Comentários: 
 
Para responder a essa questão, o candidato deve ter com clareza o que é Existencialismo para 
Sartre. O Existencialismo é um Humanismo. Para o pensador, se o homem é livre para agir e não existem 
valores que sirvam de guia para nossa vida, cabe ao próprio homem, por meio de suas práticas, construir 
os valores que orientam suas escolhas. Vale ressaltar que para Sartre, a escolha revela a responsabilidade. 
Diante de uma questão, o homem deve optar por uma alternativa e por um critério pelo qual essa 
alternativa foi escolhida, ele delibera, ele tem essa capacidade. É necessário escolher porque tenho de 
ser livre. Assim, toda vez que há uma ação, o homem se torna responsável por tudo o que escolhe, porque 
não há outra escolha que não exercer a liberdade. O comando da questão pede que assinale a alternativa 
que melhor representa o pensamento de Sartre quanto à liberdade e o trecho citado pode ajudar. 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 109 
A. A alternativa está correta. Sartre acreditava que o homem deveria ser responsável por si mesmo. 
E pensar que Deus não existe permite que ele tome conta da própria vida, sem utilizar muletas 
para se sustentar, só ele é responsável por suas escolhas. 
B. Para o existencialismo a liberdade está totalmente ligada à responsabilidade. A alternativa está 
incorreta. 
C. Para o existencialismo a existência precede a essência, portanto não há forças sociais 
determinantes. Tudo é permitido significa que me liberto das forças sociais que se diziam 
determinantes e me torno responsável por mim faz e assim sou mais livre e mais responsável. A 
alternativa está incorreta. 
D. O homem livre é responsável por si e pelos outros, quando ele escolhe a si ele escolhe a todos, 
segundo Sartre. A alternativa está incorreta. 
 
Gabarito “A” 
 
 
 
 
 (UNIMONTES - 2012) 
O filósofo alemão Edmund Husserl diz que ele sabe o que é filosofia, ao mesmo tempo que não sabe. 
Isto é, a explicitação do que é a filosofiajá é uma questão filosófica. A presente afirmação indica que a 
filosofia não é um saber acabado. Das alternativas abaixo, marque a mais próxima da atitude filosófica. 
A. A filosofia evita os questionamentos sobre a realidade, pois já é parte de verdades 
estabelecidas. 
B. A filosofia é inquestionável e cada um tem a sua. 
C. A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a indagação. A primeira atitude do filósofo 
é admirar, ser capaz de surpreender com o óbvio e questionar as verdades. 
D. A filosofia não problematiza a realidade, pois a realidade é imutável. 
Comentários: 
Para responder à essa questão seria necessário o conhecimento sobre a atitude filosófica. Apesar de 
trazer uma citação de Husserl a questão aborda o que é a filosofia. 
A. A alternativa está incorreta. Ela serve também para questionar a realidade. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 110 
B. A alternativa está incorreta. Sim, existem muitas teorias filosóficas, mas nenhuma delas é 
inquestionável. 
C. A alternativa está correta. Admirar-se, surpreender- se com óbvio, questionar a realidade 
são atitudes filosóficas. 
D. A alternativa está incorreta. A realidade é sim um objeto de estudo da filosofia. 
 
Gabarito “C” 
 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
A Fenomenologia é uma tradição filosófica, nascida no século XX, que se caracterizou por sua abordagem 
crítica dos problemas clássicos do conhecimento. O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty, expoente da 
Fenomenologia, afirma que “[...] desde o fim do século XIX, os cientistas se habituaram a considerar suas 
leis e teorias não mais como a imagem exata do que se passa na Natureza, mas como esquemas sempre 
mais simples que o evento natural, destinados a ser corrigidos por uma pesquisa mais precisa, em uma 
palavra, como conhecimentos aproximados. [...] O concreto, o sensível indicam para a ciência a tarefa de 
uma elucidação interminável, e resulta disso que não se pode considerá-lo, à maneira clássica, como uma 
simples aparência destinada a ser superada pela inteligência científica.” 
(MERLEAU-PONTY, M. Primeira conversa: o mundo percebido e o mundo da ciência. In: MARÇAL, J. (org.). 
Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009, p. 501). 
 
Sobre a fenomenologia e sua crítica à filosofia moderna, assinale o que for correto. 
 
A. A fenomenologia de Edmund Husserl não procura superar as teorias do conhecimento empirista 
e idealista, como também o dualismo entre o sujeito e o objeto. 
B. Para a fenomenologia, a consciência é sempre consciência de alguma coisa; mas, é possível que 
haja uma realidade pura, isolada do homem. 
C. O filósofo alemão Martin Heidegger, pertencente à escola fenomenológica, resgata um conceito 
de verdade desenvolvido pelos gregos arcaicos: o conceito de alétheia, que significa o oculto, 
aquilo que não se mostra ou se desvela. 
D. Merleau-Ponty dizia que seria possível ter uma consciência sem o corpo. 
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E. O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty supera a concepção dualista para a matéria e o espírito. 
De um lado, estão os objetos e o corpo, de outro, o sujeito e a consciência. 
Comentários: 
 
A questão traz a visão fenomenológica de Merleua-Ponty. Tal filósofo supera o dualismo 
corpo/alma, procurando compreender nesses polos as relações de reciprocidade. Acredita que é na 
dinâmica entre essas polaridades que pode ser encontrado o sentido tanto do corpo quanto da alma. Não 
é nos polos, mas no entre, na mediação, que devemos buscar o sentido das coisas. Nesse sentido, o corpo 
não se identifica com as coisas, mas é ser-no-mundo. Observe esse conceito nas palavras do filósofo. 
 
(...) o mundo é inseparável do sujeito, mas de um sujeito que não é senão projeto do mundo, 
e o sujeito é inseparável do mundo, mas de um mundo que ele mesmo projeta. O sujeito é 
ser-no-mundo, e o mundo permanece "subjetivo", já que sua textura e suas articulações são 
desenhadas pelo movimento de transcendência do sujeito. 
Merleau-Ponty (1945/1999, p. 576) 
 
O comando da questão pede que assinale a alternativa correta quanto à fenomenologia. 
 
 
A. A alternativa está incorreta. A fenomenologia de Edmund Husserl procura superar as teorias do 
conhecimento empirista e idealista, como também o dualismo entre o sujeito e o objeto. 
B. A alternativa está incorreta. Para a fenomenologia, a consciência é sempre consciência de alguma 
coisa e não é possível que haja uma realidade pura, isolada do homem. 
C. A alternativa está incorreta. O filósofo alemão Martin Heidegger, pertencente à escola 
fenomenológica, resgata um conceito de verdade desenvolvido pelos gregos arcaicos: o conceito 
de alétheia, que significa o não é oculto, aquilo que o se mostra ou se desvela. 
D. A alternativa está incorreta. Merleau-Ponty dizia que não seria possível ter uma consciência sem 
o corpo. 
E. A alternativa está correta. Exato, Merleau-Ponty supera uma concepção dualista para a matéria 
e o espírito. 
 
Gabarito “E” 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 112 
 
 
 
 
 
 Enem - 2020 
TEXTO I 
Os meus pensamentos são todas sensações 
Penso com os olhos e com os ouvidos 
E com as mãos e os pés 
E com o nariz e a boca 
PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ, M. A. (Org.). Obras poéticas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999 
(fragmento). 
 
TEXTO II 
Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a partir de uma visão minha ou de uma 
experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada. 
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999 (adaptado). 
 
Os textos mostram-se alinhados a um entendimento acerca da ideia de conhecimento, numa perspectiva 
que ampara a 
A. anterioridade da razão no domínio cognitivo. 
B. confirmação da existência de saberes inatos. 
C. valorização do corpo na apreensão da realidade. 
D. verificabilidade de proposições no campo da lógica. 
E. possibilidade de contemplação de verdades atemporais. 
 
Comentários: 
 
A questão apresenta um poema de Fernando Pessoa que aponta os sentidos como 
diretamente ligados aos pensamentos. O texto II faz o mesmo apontamento, mas agora sob a ótica de 
Merleau-Ponty, que desenvolve uma filosofia fenomenológica, onde corpo e mente precisam um do 
outros para existir. Ele supera a dicotomia razão e sensação. 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 113 
A. A alternativa está incorreta. Os textos deixam claro que os sentidos são fundamentais para que 
ocorra o pensamento e o pensamento é a consciência do que ocorreu como corpo, um depende 
do outro ao mesmo tempo. Se não houver um corpo não há pensamento, portanto o pensamento 
não é inato. 
B. A alternativa está incorreta. Como já dito, os saberes inatos seriam anteriores a existência do ser, 
mas para o filósofo não é possível. 
C. A alternativa está correta. Exato, o corpo é valorizado no processo de apreensão da realidade. 
D. A alternativa está incorreta. A lógica é racional dedutiva, para Merleau Ponty é necessários os 
sentidos. 
E. A alternativa está incorreta. As verdades não são atemporais, visto que são construídas no 
processo de aprendizagem e vão se transformando conforme tudo no entorno muda. 
Gabarito “C” 
 
 
 
 
 (GabrielaGarcia) 
Quais das afirmações abaixo se relacionam com o princípio da verificabilidade? 
A. Os enunciados que não pudessem ser examinados a partir da verificação empírica tinham 
significação e, portanto, deveriam ser considerados pela ciência. 
B. Aquilo que não tem possibilidade de verificação deve ser retirado do saber científico, 
como, os enunciados metafísicos. 
C. A Física era o modelo que eles propunham para todos os enunciados científicos, ou seja, 
só aquilo que foi dito a partir de observações poderia ser considerado verdadeiro. 
D. Os enunciados que não pudessem ser examinados a partir da verificação empírica não 
tinham significação e, portanto, deveriam ser desconsiderados da ciência. 
E. A verificação pode ser feita por meio da aplicação da lógica para saber se há coerência no 
enunciado. 
Comentários: 
Para responder essa questão é preciso ter conhecimento sobre a filosofia da ciência de Karl Popper. Karl 
Popper teve no início de sua formação a influência das discussões feitas no Círculo de Viena, uma 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 114 
associação fundada no final da década de 1920 por um grupo de cientistas, lógicos e filósofos que aplicava 
seus esforços em torno de um projeto intelectual. Esse projeto era o desenvolvimento de uma filosofia 
da ciência baseada em uma linguagem lógica e a partir de procedimentos lógicos com alto rigor científico. 
O tema prioritário dos estudos desse grupo era a formulação de um critério que permitisse distinguir 
entre proposições com ou sem significação a partir do critério de “verificabilidade”. 
 
A. A alternativa está incorreta. Pelo contrário, aquilo que pode ser verificado pela experiência, é que 
pode ser considerado ciência. 
B. A alternativa está correta. Exato, se não pode ser verificado, testado, não pode ser concebido pela 
ciência, somente pela metafísica. 
C. A alternativa está correta. Exato, a ciência exata trabalha com evidência, então somente o que 
vem a partir da observação pode ser considerado verdadeiro. 
D. A alternativa está correta. Correta e justificando porque a alternativa A está incorreta. 
E. A alternativa está correta. Sim, a lógica é uma ferramenta de verificabilidade. Ela contribui na 
construção do conhecimento científico. 
Gabarito “A” 
 
 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
Eduardo Ferreira Chagas, professor de filosofia da UFC, em seu artigo A razão em Feuerbach como base 
da unidade do homem e da natureza, diz que, segundo Feuerbach: 
“a razão pertence a todo homem e não pode ser extinta, porque os homens, na medida em que são seres 
pensantes e inseparáveis do ato de pensar, não podem consistir fora da natureza da razão. Esta natureza 
da razão (ou do pensar) é, de fato, “a forma do comum e do universal. Quando penso, já deixo de ser 
indivíduo, e pensar é, por conseguinte, o mesmo que ser universal”. (FEUERBACH. 2000, p. 8-9). Todos os 
homens coincidem nisso, a saber, que eles pensam, e o pensamento (a razão absoluta) não é particular, 
mas, como expressei, geral, universal”. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 115 
 
A partir do excerto acima e de seus conhecimentos sobre a filosofia de Feuerbach, assinale a alternativa 
que não representa as ideias desse filósofo. 
A. Feuerbach contesta que a razão seja apenas capacidade individual ou qualidade particular do 
indivíduo. 
B. A razão é instrumento para compreender objetos infinitos. 
C. A razão é em si e infinitamente substância comum, universal, de todos os indivíduos. 
D. Nossas potências, nossas qualidades ou nossas capacidades individuais, não passam de 
determinações feitas por nossa própria razão. 
E. A razão não constitui a humanidade do homem, o seu gênero humano. 
 
Comentários: 
 
Para responder essa questão é preciso ter conhecimento da filosofia de Feuerbach. A história 
da filosofia colocou na razão limites, qualquer homem sábio deve ter consciência que há limites que não 
podem ser ultrapassados pela razão. O filósofo alemão não vai concordar com isso. Ele confronta a ideia 
de que a verdade não pode ser alcançada e que quem se atreve, movido pela investigação, ultrapassar os 
limites estabelecidos em busca da verdade, perde o seu tempo num esforço inútil. A razão para Feuerbach 
não tem limites. Isso fica evidente no excerto disponibilizado na questão. 
O comando que que assinale a alternativa que não está em acordo com o pensamento de 
Feuerbach. 
 
 
 
A. A alternativa está correta. No texto temos um trecho que diz: Quando penso, já deixo de ser 
indivíduo, e pensar é, por conseguinte, o mesmo que ser universal. Isso mostra a 
universalidades da razão e não sua particularidade. 
B. A alternativa está correta. A razão não tem limites e ela pode sim conhecer objetos infinitos. 
C. A alternativa está correta. Sim, a razão está para todos. 
D. A alternativa está correta. Nossos limites e potencias são determinados por nossa razão, nós 
que pensamos eles. 
E. A alternativa está incorreta. A razão constitui a humanidade do homem, o seu gênero humano. 
 
Gabarito “E” 
 
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 (Gabriela Garcia) 
(...) só reconhecerei um sistema como empírico ou científico se ele for possível de comprovação pela 
experiência. Essas considerações sugerem que deve ser tomado como critério de demarcação, não a 
verificabilidade, mas a falseabilidade de um sistema. Em outras palavras, não exigirei que um sistema 
científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas, sem sentido positivo; exigirei, 
porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo por meio de recurso a provas 
empíricas, em sentidos negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico 
empírico. 
(Karl Popper. A lógica da pesquisa científica, 2001.) 
Popper deu o nome de Problema da Demarcação ao problema de estabelecer um critério que permita 
distinguir entre ciências empíricas e os sistemas ’metafísicos’. Sobre esse assunto assinale a alternativa 
correta. 
A. A experiência não é empregada como teste, nas falsificações propostas aos sistemas teóricos. 
B. A possibilidade de falseamento não é capaz de promover a separação entre o que é ciência e o 
que é especulação metafísica. 
C. Teorias metafísicas podem ser falseadas. 
D. A possibilidade de falsificação, com o auxílio da observação e dos experimentos, permite o 
julgamento do conteúdo empírico de teorias postas. 
E. Teorias que podem ser submetidas a testes empíricos obviamente não podem ser falsificadas. 
Comentários: 
Ao se deparar com tal questão, tenha em mente a teoria da falseabilidade de Popper e explore 
o texto que também explica um pouco de sua teoria. A possibilidade de falsificação, com o auxílio da 
observação e dos experimentos, permite o julgamento do conteúdo empírico de teorias postas e, 
provisoriamente, define-as como científicas. Segundo Popper, o erro característico do critério de 
demarcação positivista é o que define que testes empíricos são o ponto de partida para a definição de 
sistemas teóricos; já em sua concepção, testes empíricos têm um valor intrínseco na caracterização da 
ciência, porém, aplicados no sentido das tentativas de falseamento de sistemas teóricos já propostos e 
não de verificar se estão corretos, mas colocá-los em teste para ver se podem ser falsos. “Não sabemos: 
só podemos conjecturar”. Isso significa provisoriedade. Este é um alerta de Popper: nunca poderemos 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 117 
dizer, verdadeira e justificadamente, que conhecemos a verdade; teorias científicas são, em sua visão, 
apenas hipóteses provisórias que devem estar prontas ao crivo crítico, disponíveis à falsificação. 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que melhor representa as ideias de 
Popper. 
A. A alternativa está incorreta. A experiência é sim empregada como teste para falseabilidade. 
B. A alternativa está incorreta. Pelo contrário, possibilidade de falseamento é capaz de promover a 
separação entre o que é ciência e o que é especulação metafísica. 
C. A alternativa está incorreta. Teorias metafísicas não podem ser falseadas, visto que teorias 
científicas nos dão informações sobre o mundo físico; teorias que nunca podem ser submetidas a 
testes empíricos obviamente não podem ser falsificadas e, neste sentido, são metafísicas. 
D. A alternativa está correta. Perfeito, condiz com o que foi exposto nos comentários. 
E. A alternativa está incorreta. Pelo contrário é sendo submetidas a testes empíricos que as teorias 
podem ser falseadas. 
Gabarito “D” 
 
 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
Jamais deixou de haver sangue, martírio e sacrifício, quando o homem sentiu a necessidade de criar em 
si uma memória; os mais horrendos sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações (as castrações, 
por exemplo), os mais cruéis rituais, tudo isto tem origem naquele instinto que divisou na dor o mais 
poderoso auxiliar da memória. 
NIETZSCHE, F. Genealogia da moral. São Paulo: Cia. das Letras, 1999. 
O fragmento evoca uma reflexão sobre a condição humana e a elaboração de um mecanismo distintivo 
entre homens e animais, marcado pelo(a) 
A. Racionalismo científico. 
B. Empirismo científico. 
C. Busca do sagrado. 
D. Refletir sobre existência. 
E. Determinismo biológico. 
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Comentários: 
 
Essa questão pode ser respondida a partir de uma boa interpretação do texto exposto, mas 
também necessita do conhecimento dos termos destacados nas alternativas para já eliminá-los. O texto 
diz muito sobre a memória e como ela é importante da construção humana. Segundo o filósofo, tudo tem 
origem naquele instinto que divisou na dor o mais poderoso auxiliar da memória, ou seja, a dor, o 
sofrimento criam cicatrizes que não nos permite esquecer o que vivemos e assim vamos moldando nosso 
futuro. 
O comando da questão pede que assinale a alternativa que mostra o que nos diferencia dos 
animais. 
 
A. A alternativa está incorreta. Essa corrente diz respeito ao pensamento de Descartes. 
B. A alternativa está incorreta. Tal corrente diz sobre a filosofia de Hume e Locke. 
C. A alternativa está incorreta. O fragmento evoca a condição humana a partir da visão de Nietzsche, 
e ele não era a favor do sagrado. 
D. A alternativa está correta. Exato, ter consciência da própria existência, lembrar o passado e 
projetar o futuro é o que constitui a condição humana e nos separa dos outros animais. 
E. A alternativa está incorreta. Essa ideia não condiz com o pensamento de Nietzsche. 
Gabarito “D” 
 
 
 (Gabriela Garcia) 
“Só a Vontade é a coisa em si” 
(SCHOPENHAUER, 2005, p. 218) 
A vontade nos aparece como essência íntima do mundo que, apesar de continuar sendo impossível aos 
sentidos, pode nos aparecer no entendimento e na intuição como uma essencialidade para a causalidade. 
Portanto, em Schopenhauer, a Vontade 
A. não é como coisa em si, não pode ser encarada apenas como mera metafísica. 
B. não pode ser percebido e entendido pelo intelecto. 
C. é algo a que necessariamente estamos submetidos o tempo inteiro e em todo o espaço. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 119 
D. é o que faz possíveis os fenômenos no exterior dos sujeitos, mas não as representações 
internas a ele apresentadas. 
E. o próprio sujeito é Vontade e, consequentemente, mas não é coisa em si. 
 
Comentários: 
 
Essa questão traz uma breve frase de Schopenhauer e pode que assinale a alternativa que 
melhor define a vontade para o filósofo alemão. Sobre isso é preciso saber que, a inovação de 
Schopenhauer através da conceituação a respeito da coisa em si kantiana se dá justamente por ele não 
entender a causalidade apenas como uma reflexão, mas também como uma necessidade para as intuições 
empíricas. É também a partir disso que o filósofo aparece mais acreditado em relação às suas 
considerações metafísicas; afinal, se a vontade é aquilo que nos aparece como consciência de si, e a 
consciência de si e todas as outras leis e regras do entendimento estão nela e por ela condicionadas, a 
saber, se a vontade não pertence “ao intelecto, mas simplesmente é sua raiz e origem dominadora” 
(SCHOPENHAUER, 2015, p. 171), passa a fazer todo o sentido a célebre frase schopenhaueriana: “Só a 
Vontade é a coisa em si” (SCHOPENHAUER, 2005, p. 218). Essa é uma observação de Saul Ribeiro Filho e 
que define muito bem a frase expressa na questão. 
 
A. A alternativa está incorreta. A vontade é a coisa em si. 
B. A alternativa está incorreta. Ela pose ser percebida pelo intelecto. 
C. A alternativa está correta. Exato, estamos submetidos à vontade o tempo todo e em todos os 
lugares. 
D. A alternativa está incorreta. Além de fazer possíveis os fenômenos no exterior dos sujeitos, ela 
também causa as representações internas a ele apresentadas. 
E. A alternativa está incorreta. O sujeito é vontade e a coisa em si. 
Gabarito “C” 
 
 
 
 
 (Gabi Garcia) 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 120 
O físico Paulo Nussenzveig volta a falar sobre a relação entre filosofia e filosofia da ciência ao comentar a 
entrevista do jornalista Philip Ball com a filósofa da ciência Michela Massimi para a revista Quanta 
Magazine, publicada com o título “Questionando Verdade, Realidade e o Papel da Ciência”. 
“Michela discute esse assunto contrapondo que, muitas vezes, esses cientistas partem da premissa (falsa, 
segundo ela) de que a filosofia precisa ser útil para os cientistas. Caso contrário, ela seria totalmente 
inútil”, diz Nussenzveig. “Ela argumenta que, além de poder ter utilidade para a ciência, a filosofia é útil 
na formação cultural da humanidade. Filósofos constroem narrativas sobre a ciência. Filósofos, muitas 
vezes, se dedicam a analisar cuidadosamente as hipóteses mais fundamentais presentes no trabalho de 
cientistas que, por vezes, passam despercebidas.” 
 
NUSSENZVEIG, Paulo. Um diálogo entre ciência e filosofia sobre realidade e verdade. 30 agosto de 2018. 
Disponível emhttps://jornal.usp.br/atualidades/um-dialogo-entre-ciencia-e-filosofia-sobre-realidade-e-
verdade/ .Acesso em 29 de julho de 2021. 
 
A partir da leitura do texto e de seu conhecimento sobre a filosofia da ciência, assinale a alternativa 
incorreta. 
 
A. importância da ciência e da filosofia da ciência se limita a perspectivas de utilidade imediata. 
B. A filosofia da ciência é parte da herança cultural, parte das aspirações que nos torna humanos. 
C. Kuhn desenvolveu uma noção de história da ciência, a ciência é entendida como historicamente 
orientada. 
D. O texto aponta que cientistas muitas vezes não veem a utilidade da filosofia da ciência. 
E. A filosofia da ciência analisa as hipóteses mais fundamentais presentes no trabalho de 
cientistas. 
 
Comentários:A filosofia da ciência tinha por objetivo purificar o saber científico de conceitos vazios e de 
falsos problemas metafísicos, submetendo os saberes ao critério de verificabilidade. Ou seja, tudo que 
não puder ser verificado é desprovido de sentido. A experiência e a demonstração, são formas de 
verificação. A demonstração se faz pela aplicação da lógica e da matemática, a fim de buscar coerência 
interna, já a experiência diz respeito a verificação empírica, pela qual chegamos às teorias científicas. 
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https://jornal.usp.br/atualidades/um-dialogo-entre-ciencia-e-filosofia-sobre-realidade-e-verdade/
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 121 
A entrevista nos apresentada deixa claro que a filosofia da ciência tem papel preponderante 
quando investiga a ciência e seu método, ela os coloca dentro de uma narrativa que contribui cultural e 
socialmente com o mundo. O próprio Thomas Kuhn fica famoso por trazer um olhar sob a construção 
histórica da ciência. 
 
A. A alternativa está incorreta. A importância da ciência e da filosofia da ciência não se 
limita a uma utilidade imediata. 
B. A alternativa está correta. Perfeito e é o que o texto mostra. 
C. A alternativa está correta. Sim, Kuhn traz um novo olhar para a filosofia da ciência. 
D. A alternativa está correta. O texto mostra essa visão. 
E. A alternativa está correta. Sim, por isso ela deixa um legado cultural que favorece a 
humanidade com suas narrativas. 
 
Gabarito “A” 
 
 (Gabi Garcia) 
Ao examinar um fenômeno biológico, o cientista sugere uma explicação para o seu mecanismo, baseando-
se na causa e no efeito observados. Esse procedimento: 
A. Não faz parte do método científico. 
B. É realizado pelo método da indução. 
C. É conhecido como método dedutivo. 
D. Deve ser precedido por uma conclusão. 
E. É chamado de método analógico. 
 
Comentários: 
Para responde essa questão é preciso saber o que é a teoria da causalidade. A causalidade é 
o agente que liga dois processos, sendo um a causa e outro o efeito, em que o primeiro é entendido 
como sendo, ao menos em parte, responsável pela existência do segundo, de tal modo que o segundo é 
dependente do primeiro. Neste caso a ciência começa com a observação a partir do método indutivo. A 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 122 
observação fornece uma base segura sobre a qual o conhecimento científico pode ser construído, e o 
conhecimento científico é obtido a partir de proposições de observação por indução. 
A. A alternativa está incorreta. Tal método faz parte do método científico sim. 
B. A alternativa está correta. Sim, ao observar qual é causa de determinado efeito ou o 
efeito de determinada causa, essa observação se faz a partir da indução, ou seja, quando 
a partir da observação de objetos particulares busca-se encontrar conclusões universais. 
C. A alternativa está incorreta. A dedução é a consequência da indução, portanto é posterior 
e generalista. 
D. A alternativa está incorreta. Não, a conclusão é posterior a indução. 
E. A alternativa está incorreta. Tal método é individual, particular, pessoal, não vala para a 
ciência. 
 
 
Gabarito “B” 
 
 
 
Questões Unesp Comentadas 
 
4000252984 
1. UNESP 2022 
Ao cunhar a frase “natureza atormentada,” no início do século XVII, numa referência ao objeto do 
conhecimento científico, Francis Bacon não imaginou que esse ideal iria, no século XXI, atormentar 
filósofos e cientistas. O “tormento” do mundo natural, para ele, significava conhecê-lo, não pelo saber 
desinteressado, mas para dominar, transformar e, então, utilizar esse universo da maneira mais eficiente. 
O berço da ciência moderna trazia a estrutura para que o ideal de controle da natureza pudesse ser 
realizado. A partir de então, essa relação entre ciência e técnica foi naturalmente se estreitando. 
(Carlos Haag. “Natureza atormentada”. https://revistapesquisa.fapesp.br, agosto de 2005. Adaptado.) 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 123 
De acordo com o tema abordado pelo excerto, o “tormento” gerado em filósofos e cientistas 
contemporâneos se dá devido à problematização da 
A. eficácia de teorias. 
B. natureza do conhecimento. 
C. noção de progresso. 
D. confiança nos resultados. 
E. verificação dos experimentos. 
 
Comentários: 
Ao ler o texto é preciso ter ideia de que Bacon foi um dos primeiros filósofos a defender o 
método indutivo para a construção de uma teoria científica, com o discurso de que é preciso dominar a 
natureza apar progredir. Com o passar do tempo, os pensadores contemporâneos notaram, que em nome 
do progresso e do desenvolvimento o ocorre uma falta de critério e de bom senso, não existindo 
responsabilidade na exploração da natureza e de novas tecnologias, o que parece estar gerando um 
desequilíbrio no que deveria estar progredindo. 
A. A alternativa está incorreta. Não problematização da eficácia das teorias, o que se nota no século 
XXI é que, o progresso não está muito bem alinhado com ética por exemplo, com a 
sustentabilidade. Não contesta as teorias científicas, mas a forma como a ciência é conduzida. 
B. A alternativa está incorreta. Não a natureza do conhecimento que se questiona, mas os resultados 
dos avanços científicos e tecnológicos. 
C. A alternativa está correta. A noção de progresso é um problema, visto que é preciso olhar para 
tudo em que ele resvala. O que define o progresso? Somente o domínio da natureza sem levar em 
consideração ao todo não parece um bom plano. É preciso existir responsabilidade sobre o avanço 
tecnológico e científico. 
D. A alternativa está incorreta. Se há tormento é porque não existe confiança. 
E. A alternativa está incorreta. Não é a verificação dos experimentos que atordoa os pensadores 
contemporâneo quanto ao avanço da ciência. 
Gabarito: C 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 124 
4000252982 
2. UNESP 2022 
Não é fácil vencer uma discussão. Especialmente em um contexto inflamado, em que as opiniões se 
polarizam, notícias falsas se proliferam, debatedores recorrem a ofensas e sarcasmo e festas de fim de 
ano criam ambientes propícios para a briga. Uma boa discussão, ao contrário do que a maior parte das 
pessoas pensa, não serve para a disputa — e, sim, para a construção do conhecimento. Nesse sentido, 
saber sustentar uma boa argumentação é fundamental. 
(Beatriz Montesanti e Tatiana Dias. “Por que ‘opinião não é argumento’, segundo este professor de lógica 
da Unicamp”. www.nexojornal.com.br, 28.02.2018.) 
 
O excerto explicita a relevância de uma área da filosofia que contribui para o desenvolvimento de boas 
discussões, qual seja, 
A. a lógica e a investigação da estrutura do pensamento humano. 
B. a estética e a investigação do uso de imagens ao longo da história. 
C. a metafísica e o entendimento das qualidades do ser. 
D. a ética e a compreensão dos modos de agir individual. 
E. a epistemologia e a verificação da natureza do conhecimento. 
 
Comentários: 
Na busca por um conhecimento verdadeiro, Aristóteles sistematizou a forma como o ser 
humano pode o alcançar. Visto que tal conhecimento é fruto do pensamento, ele deve seguir 
regras. Porquanto o conhecimento se faz por um encadeamento de ideiascom etapas bem dispostas. A 
lógica é um instrumento que ajuda no pensamento correto, coerente. Ela estuda os métodos e os 
princípios da argumentação a fim de identificar quando um raciocínio é correto e em que circunstâncias 
ele é válido, o que faz dela parte indispensável de uma teoria da argumentação, ela é a estrutura de uma 
argumentação, pode-se dizer. 
 
A. A alternativa está correta. A área da filosofia que permite a discussão, o debate, seja relevante é 
a lógica, visto que ela busca garantir a coerências nos discursos. 
B. A alternativa está incorreta. Nada no texto nos remete à filosofia da arte. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 125 
C. A alternativa está incorreta. Observa-se que no texto o autor identifica a dificuldade de se ter um 
bom debate hoje em dia, pela falta de poder argumentativo, pela falta de uma estrutura lógica na 
investigação do pensamento humano e não em suas qualidades. 
D. A alternativa está incorreta. A área da filosofia é a lógica, visto que é ela que visa construir uma 
discussão pautada em argumentação que tenha coerência, o que é necessário em um debate para 
que seja relevante. 
E. A alternativa está incorreta. A epistemologia busca compreender o processo do conhecimento, ou 
seja, em como podemos conhecer. No debate já ocorre a discussão sobre o que é conhecido. 
Gabarito: A 
 
 
4000204397 
3. UNESP 2021 
Texto 1 
Só reconhecerei um sistema como empírico ou científico se ele for passível de comprovação pela 
experiência. Essas considerações sugerem que deve ser tomada como critério de demarcação […] a 
falseabilidade de um sistema. Em outras palavras, não exigirei que um sistema científico seja suscetível 
de ser dado como válido, de uma vez por todas, em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica 
seja tal que se torne possível validá-lo por meio de recurso a provas empíricas, em sentido negativo: deve 
ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico. 
(Karl Popper. A lógica da pesquisa científica, 2001.) 
 
Texto 2 
Imagine um dia em que a humanidade soubesse de tudo. Todos os detalhes do surgimento e da evolução 
do Universo, da vida e da inteligência fossem conhecidos. E aí, o que fariam os cientistas nesse dia? […] 
“Essa noção de que existe uma resposta final empobrece o conhecimento em vez de enriquecê-lo”, afirma 
o físico Marcelo Gleiser. “Porque é justamente o não saber, a ideia de estar sempre buscando, que nutre 
nossa curiosidade”. 
(Salvador Nogueira. “Não há respostas finais na ciência, diz Marcelo Gleiser”. www.folha.uol.com.br, 
11.08.2014.) 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 126 
De acordo com os textos, para assegurar a validade do conhecimento produzido, é necessário que a 
ciência 
A. valorize os aspectos culturais presentes nos experimentos. 
B. divulgue e defenda o conhecimento e a sabedoria absolutos obtidos com a investigação. 
C. relacione os dados sensíveis e intuitivos identificados nos experimentos. 
D. duvide e verifique continuamente os resultados obtidos. 
E. recorra ao senso comum no processo metódico de investigação. 
 
Comentários: 
Para responder essa questão, é importante uma boa leitura dos textos e conhecimento sobre 
a filosofia da ciência. 
 
A. A alternativa está incorreta. Ciência trabalha com experiência e repetição, ela busca sempre 
refutar aquilo que foi provado, a fim de validar sua veracidade ou não. Aspectos culturais não são 
valorizados. 
B. A alternativa está incorreta. A ciência não trabalha com conhecimento absoluto, seu papel é 
colocar em xeque as ditas verdades e contestá-las, a fim de comprovar ou não sua veracidade. 
C. A alternativa está incorreta. Ela relaciona somente os dados sensíveis. 
D. A alternativa está correta. Esse é o papel da ciência, duvidar, questionar e investigar teorias. 
E. A alternativa está incorreta. Ela pode partir do senso comum, mas deve recorrer a ele para verificar 
uma teoria. 
 
Gabarito D 
 
 
 
 
4000109301 
4. UNESP 2021 
Pode acontecer que, para a educação do verdadeiro filósofo, seja preciso que ele percorra todas as 
gradações nas quais os “trabalhadores da filosofia” estão instalados e devem permanecer firmes: ele deve 
ter sido crítico, cético, dogmático e histórico e, ademais, poeta, viajante, moralista e vidente e “espírito 
livre”, tudo enfim para poder percorrer o círculo dos valores humanos, dos sentimentos de valor, e poder 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 127 
lançar um olhar de múltiplos olhos e múltiplas consciências, da mais sublime altitude aos abismos, dos 
baixios para o alto. Mas tudo isso é apenas uma condição preliminar da sua incumbência. Seu destino 
exige outra coisa: a criação de valores. 
(Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal, 2001. Adaptado.) 
 
No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve 
A. assegurar e manter os poderes políticos do governante. 
B. conhecer e extrapolar as práticas de vida, os sentimentos e os valores presentes na sociedade. 
C. privilegiar e fortalecer o papel da religião nas atitudes críticas perante a vida e os humanos. 
D. restringir-se ao terreno da reflexão na busca por uma verdade absoluta. 
E. retomar a origem una e indivisível dos humanos, na busca de sua liberdade de natureza. 
 
Comentários: 
Sua teoria diz que construímos valores de bem e mal, belo e feio a partir racionalidade 
exagerada que tenta deixar o mundo de acordo com o que se acha ser certo. A razão é usada como forma 
de proteção. O homem levou a racionalidade muito a sério, o que faz com que a sociedade ocidental 
tenha o homem como magnânimo perante os outros, onde ele domina a natureza e outros seres 
humanos. O homem inventa regras, pois não consegue viver bem com o acaso. 
 
A. A alternativa está incorreta. Pelo contrário, deve ser um humano e basta. Ser cético e dogmático, 
vidente, moralista e tudo mais que permeia a existência, para só então ter a incumbência de criar os 
próprios valores. 
B. A alternativa está correta. Exatamente como descrito nos comentários acima, é preciso recriar os 
valores, para isso é preciso conhecer as práticas de vida. 
C. A alternativa está incorreta. Nietzsche era contra a moral do rebanho, ou a moral religiosa. 
D. A alternativa está incorreta. A verdade não é absoluta. 
E. A alternativa está incorreta. Não é sobre isso que trata o texto ou mesmo a filosofia de Nietzsche. 
 
Gabarito B 
 
 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 128 
4000108231 
5. UNESP 2021 
Texto 1 
O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples 
arte de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, 
achados ou produtos. A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos. 
(Gilles Deleuze e Félix Guattari. O que é a filosofia?, 2007.) 
 
Texto 2 
A língua é um “como” se pensa, enquanto que a cultura é “o quê” a sociedade faz e pensa. A língua, como 
meio, molda o pensamento na medida em que pode variar livremente. A língua é o molde dos 
pensamentos. 
(Rodrigo Tadeu Gonçalves. Perpétua prisão órfica ou Ênio tinha três corações, 2008. Adaptado.) 
 
Os textos levantam questões que permitem identificar uma característicaimportante da reflexão 
filosófica, qual seja, que 
A. a mutabilidade da linguagem amplia o conhecimento do mundo. 
B. a cultura é constituída a partir da especulação teórica. 
C. o conhecimento evolui a partir do desenvolvimento tecnológico. 
D. a filosofia estabelece as balizas e diretrizes do fazer científico. 
E. os conceitos são permanentes e derivados de verdades preestabelecidas. 
 
Comentários: 
Para responder à questão é preciso uma boa leitura dos textos dispostos. Eles tratam da 
linguagem e da filosofia, deixando evidente que a linguagem que permite a criação de conceitos nada 
mais é do que fruto da cultura, da vida e das relações, que conforme acontecem vão se expressando na 
linguagem. 
A. A alternativa está correta. Essa afirmação fica bem evidente no texto 2, veja: A língua, como meio, 
molda o pensamento na medida em que pode variar livremente e no texto 1, quando Deleuze afirma: A 
filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos. 
B. A alternativa está incorreta. A especulação teórica é construída a partir da cultura. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 129 
C. A alternativa está incorreta. O desenvolvimento tecnológico se desenvolve com o conhecimento e 
vice e versa. 
D. A alternativa está incorreta. O fazer científico que é preocupado com o método para conhecer, a 
filosofia questiona, sem necessariamente se prender ao rigor científico, ela pode inclusive questionar tal 
rigor. 
E. A alternativa está incorreta. Não existem verdades preestabelecidas ou conceitos permanentes, é 
preciso sempre questionar. 
 
Gabarito A 
 
 
 
 
 
4000071145 
6. UNESP 2019 
O zoólogo Richard Dawkins e o paleontólogo Simon Conway Morris têm muito em comum: lecionam nas 
mais prestigiadas universidades da Grã-Bretanha […] e compartilham opiniões e crenças científicas 
quando o tema é a origem da vida. Para ambos, a riqueza da biosfera na Terra é explicada mais do que 
satisfatoriamente pela teoria da seleção natural, de Charles Darwin. […] Num encontro realizado na 
Universidade de Cambridge, porém, eles protagonizaram um novo round de um debate que divide a 
humanidade desde que o mundo é mundo: Deus existe? Morris, cristão convicto, afirmou [em sua 
palestra] que a “misteriosa habilidade” da natureza para convergir em criaturas morais e adoráveis como 
os seres humanos é uma prova de que o processo evolutivo é obra de Deus. Já o agnóstico Dawkins disse 
que o poder criativo da evolução reforçou sua convicção de que vivemos num mundo puramente material. 
 
(𝗥𝗼𝗱𝗿𝗶𝗴𝗼 𝗖𝗮𝘃𝗮𝗹𝗰𝗮𝗻𝘁𝗲. “𝗣𝗿𝗼𝗰𝘂𝗿𝗮-𝘀𝗲 𝗗𝗲𝘂𝘀”. 𝗵𝘁𝘁𝗽𝘀://𝘀𝘂𝗽𝗲𝗿.𝗮𝗯𝗿𝗶𝗹.𝗰𝗼𝗺.𝗯𝗿, 𝟯𝟭.𝟭𝟬.𝟮𝟬𝟭𝟲.) 
 
O conflito de opiniões entre os dois cientistas ilustra a oposição entre 
A. duas visões filosoficamente baseadas na metafísica. 
B. duas visões anticientíficas sobre a origem do Universo. 
C. um ponto de vista ateu e um enfoque materialista. 
D. duas interpretações diferentes sobre o evolucionismo. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 130 
E. dois pontos de vista teológicos acerca da origem do Universo. 
 
Comentários: Fernando Andrade 
 
Queridos alunos, essa é uma questão que pode ser incorporada no tema que chamamos de 
“definição de pontos de vista divergentes”. Todos os anos a UNESP coloca esse tipo de questão para que 
os alunos identifiquem e definam a natureza dos acordos e desacordos das ideias apresentadas. 
o caso dessa questão, bastava localizar bem que os dois cientistas têm interpretações distintas 
sobre a evolução das espécies, apesar de concordarem com a teoria darwiniana da seleção natural. Para 
o professor Moris a evolução é obra misteriosa de Deus, já para o professor Dawkins o mundo é 
puramente natural. Passemos à análise das alternativas: 
A. As duas visões não são baseadas na metafísica, uma vez que isto se refere aos estudos de algo que 
está para além do ser material Lembra: Meta: para além, portanto metafísica, para além do físico, do 
material. O professor Dawkins acredita que o mundo é puramente material, ou seja, tudo pode ser 
empiricamente observado. 
B. As duas visões não são anticientíficas, sobretudo, no que se refere à seleção natural das espécies. 
Além disso, o texto não trata sobre a interpretação dos professores a respeito da origem do Universo, 
mas sim da vida. 
C. Aqui o erro está em dizer que um ponto de vista é ateu e o outro é materialista. O certo seria dizer 
que um tem ponto de vista religioso e outro materialista. 
D. Bingo. As duas interpretações sobre o evolucionismo são distintas, uma é religiosa e a outra é 
materialista. 
E. Errado porque o professor Dawkins tem um ponto de vista materialista, ou seja, parte do 
pressuposto de que tudo pode ser observador, descrito, comparado, combinado e, assim, analisado. 
Gabarito D 
 
 
 
 
4000057503 
7. UNESP 2018 
Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há verdades 
absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas e que todo aquele que tem 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 131 
convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que o homem das 
convicções está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto ao mais. Mas milênios 
viveram nesses pressupostos infantis, e deles jorraram as mais poderosas fontes de força da humanidade. 
Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas 
metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a 
história da humanidade! 
(Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.) 
 
Nesse excerto, Nietzsche 
A. defende o inatismo metafísico contra as teses empiristas sobre o conhecimento. 
B. valoriza a posse da verdade absoluta como meio para a realização da paz. 
C. defende a fé religiosa como alicerce para o pensamento crítico. 
D. identifica a maturidade intelectual com a capacidade de conhecer a verdade absoluta. 
E. valoriza uma postura crítica de autorreflexão, em oposição ao dogmatismo. 
 
Comentários: Fernando Andrade 
 
A. Alternativa "a" está incorreta. “Inatismo metafísico” significa que o homem traz algumas verdades 
na sua mente que lhe dão certeza; ora, o autor está dizendo justamente o contrário: não há ideia que 
possa ser considerada segura e fonte de certeza. 
B. Alternativa "b" está incorreta. O autor diz o contrário, se as pessoas reconhecessem que não têm 
essa verdade que arrogantemente expõem, “que aspecto pacífico teria a história da humanidade!” 
C. Alternativa "c" está incorreta. Nietzsche nesse trecho crítica a crença, ou seja, critica a fé. 
D. Alternativa "d" está incorreta. Para Nietzsche não há verdade absoluta, quem acredita em tal tipo 
de verdade é infantil. 
E. Alternativa "e" está correta. Há um convite implícito à autorreflexão quando ele diz que “se, 
entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de sua convicção houvessem dedicado apenas 
metade de sua força para investigar por que caminho haviam chegado”, haveria paz na história da 
humanidade. Além disso, o texto manifesta uma grande crítica ao dogmatismo, às verdades absolutas. 
 
Gabarito E 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01132 
4000032501 
8. UNESP 2016 
Jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer motivo pessoal. E como poderia fazer algo 
que fosse sem referência a ele próprio, ou seja, sem uma necessidade interna? Como poderia o ego agir 
sem ego? Se um homem desejasse ser todo amor como aquele Deus, fazer e querer tudo para os outros 
e nada para si, isto pressupõe que o outro seja egoísta o bastante para sempre aceitar esse sacrifício, esse 
viver para ele: de modo que os homens do amor e do sacrifício têm interesse em que continuem existindo 
os egoístas sem amor e incapazes de sacrifício, e a suprema moralidade, para poder subsistir, teria de 
requerer a existência da imoralidade, com o que, então, suprimiria a si mesma. 
 
(𝗙𝗿𝗶𝗲𝗱𝗿𝗶𝗰𝗵 𝗡𝗶𝗲𝘁𝘇𝘀𝗰𝗵𝗲. 𝗛𝘂𝗺𝗮𝗻𝗼, 𝗱𝗲𝗺𝗮𝘀𝗶𝗮𝗱𝗼 𝗵𝘂𝗺𝗮𝗻𝗼, 𝟮𝟬𝟬𝟱. 𝗔𝗱𝗮𝗽𝘁𝗮𝗱𝗼.) 
 
A reflexão do filósofo sobre a condição humana apresenta pressupostos 
A. psicológicos, baseados na crítica da inconsistência subjetiva da moral cristã. 
B. cartesianos, baseados na ideia inata da existência de Deus na substância pensante. 
C. estoicistas, exaltadores da apatia emocional como ideal de uma vida sábia. 
D. éticos, defensores de princípios universais para orientar a conduta humana. 
E. metafísicos, uma vez que é alicerçada no mundo inteligível platônico. 
 
 
Comentários: Fernando Andrade 
 
A. Alternativa "a" está correta. Nietzsche analise as intenções psicológicas do sacrifício, como fica 
evidente no começo do fragmento, “jamais um homem fez algo apenas para outros e sem qualquer 
motivo pessoal”. Ele defende a ideia de que não é possível amar ao próximo como Jesus ordena, já que 
na origem desse amor está o egoísmo. Em outras palavras, ele apresenta a “inconsistência subjetiva da 
moral cristã. 
B. Alternativa "b" está incorreta. Nietzsche discute o sacrifício e o amor ao próximo, Descartes 
discorre sobre a existência de Deus e sobre a substância pensante para discutir a possibilidade de 
conhecimento do real e não para problematizar a ética. 
C. Alternativa "c" está incorreta. O tema do fragmento é o egoísmo, não a apatia emocional. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 133 
D. Alternativa "d" está incorreta. É verdade que o mandamento de “amar ao próximo” é uma espécie 
de princípio, mas ao mencionar Deus e ao elaborar uma argumentação que leva em conta egoísmo versus 
sacrifício, ele configura a discussão no âmbito do cristianismo. 
E. Alternativa "e" está incorreta. A referência de Nietzsche é o cristianismo com seu pressuposto do 
sacrifício pessoal a favor do outro, algo desconhecido para Platão e para o platonismo. 
Gabarito A 
 
 
 
 
4000026794 
9. UNESP 2016 
𝐓𝐞𝐱𝐭𝐨 𝟏 
Cientistas americanos observaram, em um estudo recente, o motivo que pode tornar adolescentes 
impulsivos e infratores. Exames de neuroimagem em jovens mostraram que o córtex pré-frontal, região 
do cérebro ligada à tomada de decisão, ou seja, que nos faz pensar antes de agir, ainda está em formação 
nos adolescentes. Essa área do cérebro tende a ficar “madura” somente aos 20 anos. Por outro lado, a 
região cerebral associada às emoções e à impulsividade, conhecida como sistema límbico, tem um pico 
de desenvolvimento durante essa fase da vida, o que aumenta a propensão dos jovens a agirem mais com 
a emoção do que com a razão. O aumento da emotividade e da impulsividade seriam gatilhos naturais 
para atitudes extremadas, inclusive para cometer crimes. 
(𝘊𝘢𝘮𝘪𝘭𝘢 𝘕𝘦𝘶𝘮𝘢𝘮. “𝘌𝘴𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘦𝘹𝘱𝘭𝘪𝘤𝘢 𝘱𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘥𝘰𝘭𝘦𝘴𝘤𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘴𝘢𝘰 𝘪𝘮𝘱𝘶𝘭𝘴𝘪𝘷𝘰𝘴 𝘦 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘵𝘦𝘳 𝘤𝘳𝘪𝘮𝘦𝘴”. 
𝘸𝘸𝘸.𝘶𝘰𝘭.𝘤𝘰𝘮.𝘣𝘳, 26.05.2015. 𝘈𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘥𝘰.) 
 
𝐓𝐞𝐱𝐭𝐨 𝟐 
A situação de vulnerabilidade aliada às turbulentas condições socioeconômicas de muitos países latino-
americanos ocasiona uma grande tensão entre os jovens, o que agrava diretamente os processos de 
integração social e, em algumas situações, fomenta o aumento da violência e da criminalidade. 
(𝘔𝘪𝘳𝘪𝘢𝘮 𝘈𝘣𝘳𝘢𝘮𝘰𝘷𝘢𝘺. 𝘑𝘶𝘷𝘦𝘯𝘵𝘶𝘥𝘦, 𝘷𝘪𝘰𝘭𝘦𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘦 𝘷𝘶𝘭𝘯𝘦𝘳𝘢𝘣𝘪𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘴𝘰𝘤𝘪𝘢𝘭 𝘯𝘢 𝘈𝘮𝘦𝘳𝘪𝘤𝘢 𝘓𝘢𝘵𝘪𝘯𝘢, 2002. 
𝘈𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘥𝘰.) 
 
Os textos expõem abordagens sobre o comportamento agressivo na adolescência referidos, 
respectivamente, a 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 134 
A. psicanálise e psicologia comportamental. 
B. aspectos religiosos e aspectos materiais. 
C. fatores emocionais e fatores morais. 
D. ciência política e sociologia. 
E. condicionamento biológico e condicionamento social. 
 
Comentários: 
 
Essa é mais uma questão do bloco “Definição de pontos de vista divergentes e Definição da 
natureza do argumento”. Veja que uma interpretação atenta do texto ajudaria a resolver a questão. No 
entanto, quero lembrar você desse debate que procura as causas de qualquer comportamento humano 
ora na biologia ora às condições sociais as quais as pessoas estão submetidas. 
Nesse caso, o primeiro texto trata de argumentos de condicionamento biológico ligados ao 
desenvolvimento cerebral, enquanto o segundo relaciona vulnerabilidade social ao crime e violência. 
A. A alternativa está incorreta. O texto 1 refere-se á uma questão biológica do comportamento. 
B. A alternativa está incorreta. Nenhum dos textos traz um aspecto religioso. 
C. A alternativa está incorreta. O texto 1 fala do aspecto biológico. 
D. A alternativa está incorreta. O texto 1 não aborda questões políticas. 
E. A alternativa está correta. Perfeito, condiz com os comentários acima. 
Gabarito E 
 
 
 
 
4000004878 
10. UNESP 2010 
Texto 1 
Agora que as paixões acalmaram, volto à proibição do fumo em ambientes fechados, aprovada pela 
Assembleia Legislativa de São Paulo. Incrível como esse tema ainda gera discussões acaloradas. Como é 
possível considerar a proibição de fumar nos lugares em que outras pessoas respiram uma afronta à 
liberdade individual? As evidências científicas de que o fumante passivo também fuma são tantas e tão 
contundentes que os defensores do direito de encher de fumaça restaurantes e demais espaços públicos 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 135 
só podem fazê-lo por duas razões: ignorância ou interesse financeiro. Sinceramente, não consigo imaginar 
terceira alternativa. 
(Drauzio Varella. O fumo em lugares fechados. Folha de S.Paulo, 25.04.2009.) 
 
Texto 2 
Típico do espírito fascista é seu amor puritano pela “humanidade correta” ao mesmo tempo em que 
detesta a diversidade promíscua dos seres humanos. Por isso sua vocação para ideia de “higiene científica 
e política da vida”: supressão de hábitos “irracionais”, criação de comportamentos “que agregam valor 
político, científico e social”. O imperativo “seja saudável” pode adoecer uma pessoa. Na democracia o 
fascismo pode ser invisível como um vírus. Quer um exemplo da contaminação? Votemos uma lei: mesmo 
em casa não se pode fumar. Afinal, como ficam os pulmões dos vizinhos? Que tal uma campanha nas 
escolas para as crianças denunciarem seus pais fumantes? 
 
(Luis Felipe Pondé. O vírus fascista. Folha de S.Paulo, 22.09.2008.) 
 
De acordo com os dois textos, pode-se concluir que: 
A. a filosofia é uma área do conhecimento que compartilha dos mesmos critérios que a ciência. 
B. no texto 2, o “amor puritano pela humanidade correta” é compatível com a “diversidade 
promíscua dos seres humanos”. 
C. segundo os dois autores, fumar ou não fumar é problemaético, não relacionado com políticas 
estatais de saúde pública. 
D. para o autor do texto 2, inexistem critérios universais e absolutos que possam regular o 
comportamento ético dos indivíduos. 
E. para os dois autores, a vida saudável é um imperativo a ser priorizado sob quaisquer 
circunstâncias. 
 
Comentários: Fernando Andrade 
A. Incorreta. Os critérios científicos são objetivos e baseiam-se em números, estatísticas etc; a 
filosofia considera aspectos subjetivos e sociais. Os critérios não são os mesmos. 
B. Incorreta. Os termos, na verdade, são incompatíveis, e o autor queria demonstrar a incongruência 
de se exigir um comportamento padronizado diante da diversidade dos seres humanos. 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 136 
C. Incorreta. No primeiro texto, Drauzio Varela defende a ideia de que fumar é sim um problema de 
Estado e, portanto, coletivo. 
D. Correta. Pondé destaca que, para a variedade de comportamentos humanos, a padronização de 
determinadas regras não pode ser admitida eticamente, ou seja, ele parte do pressuposto de que não 
existe um princípio único para regular os comportamentos. 
E. Incorreta. Pondé deixa claro que, para ele, a saúde não é argumento suficiente para impor aos 
indivíduos padrões de comportamento. 
Gabarito D 
 
 
 
 
4000004858 
11. UNESP 2010 
Em algum remoto rincão do sistema solar cintilante em que se derrama um sem-número de sistemas 
solares, havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto 
mais soberbo e mais mentiroso da história universal: mas também foi somente um minuto. Passados 
poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os animais inteligentes tiveram de morrer. – Assim 
poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão 
fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve 
eternidades em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. Ao contrário, 
ele é humano, e somente seu possuidor e genitor o toma tão pateticamente, como se os gonzos do mundo 
girassem nele. Mas se pudéssemos entender-nos com a mosca, perceberíamos então que também ela 
boia no ar (...) e sente em si o centro voante desse mundo. 
 
(Nietzsche. O Livro das Citações, 2008.) 
 
Sobre este texto, é correto afirmar que: 
A. Seu teor acerca do lugar da humanidade na história do universo é antropocêntrico. 
B. O autor revela uma visão de mundo cristã. 
C. O autor apresenta uma visão cética acerca da importância da humanidade na história do universo. 
D. Ao comparar a vida humana com a vida de uma mosca, Nietzsche corrobora os fundamentos de 
diversas teologias, não se limitando ao ponto de vista cristão. 
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E. Para o filósofo, a vida humana é eterna. 
 
Comentários: Fernando Andrade 
 
A. incorreta. O texto relativiza a importância do homem no universo. Segundo Nietzsche, nada dá a 
dimensão de “quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o 
intelecto humano dentro da natureza”. 
B. Incorreta. A visão de mundo cristã é totalmente diferente, o homem é imortal e centro das 
preocupações divinas. 
C. Correta. A palavra “cética”, nesse contexto, significa aquele que duvida de que o homem tenha 
alguma importância no universo, algo que resume a ideia desse trecho e que está de acordo com a 
perspectiva de Nietzsche. 
D. Incorreta. A comparação com a mosca tem a finalidade de mostrar a pequenez do homem e não 
corroborar outras teologias. 
E. Incorreta. Ele deixa claro que o homem, em algum momento, vai desaparecer do universo sem 
deixar rastros. 
Gabarito C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 138 
Considerações Finais 
 
Fechamos as aulas de epistemologia. 
 
Vamos para o nosso momento filosófico ativo. Essas reflexões além de ser uma 
revisão/extrapolação da aula lhe ajudará a escrever uma boa redação. 
 
 
Portanto, pense na provocação abaixo: 
 
• O método científico é infalível? 
• A nossa vida é dialética? 
• Devemos basear nosso conhecimento apenas na razão? 
• Você é um sujeito ético, estético ou religioso? 
• É importante olhar o passado para não cometer os mesmos erros no futuro? 
• O que é o nada? 
• O cientista é um ser neutro? 
 
 
Se tiverem dúvidas, o fórum é o caminho. Lá será a nossa Ágora. 
Lembre-se que não existe pergunta boba. Bobo é aquele que perde a oportunidade de 
perguntar. 
 
 
 
 Saudações Filosóficas!!!!!!!! 
 
 
 
Aqui estão as minhas redes socais: 
@filosofando.com.gabi 
Filosofando com Gabi 
 
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https://www.youtube.com/channel/UCXD1GBCUmMx4xnW1O02qbPw
https://www.youtube.com/channel/UCXD1GBCUmMx4xnW1O02qbPw
https://www.youtube.com/channel/UCXD1GBCUmMx4xnW1O02qbPw
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 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 139 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
GABOARDI, Ediovani Antonio. EPISTEMOLOGIA DE HEGEL. Universidade Federal da Fronteira Sul 
HEGEL, G. W. F. Fenomenologia do espírito. Tradução de Paulo Meneses. Petrópolis: Vozes, 1992. 
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Filosófica, Porto Alegre, v. 05; nº. 01, 2014 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – CURSO EXTENSIVO UNESP – PROF. GABI GARCIA 
 
 AULA 02 – EPISTEMOLOGIA: Idealismo, materialismo, fenomenologia, existencialismo – VERSÃO 01 140 
 
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