Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

1 
137 
 
AULA 00: ANTIGUIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNESP 
Exasiu 
Exasiu 
EXTENSIVO 
Aula 02 
Sociedade e Trabalho
 
Profe Alê Lopes 
estretegiavestibulares.com.br 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
2 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Sumário 
 
Introdução .......................................................................................................................... 3 
1. Os sentidos do trabalho ao longo do tempo ....................................................... 3 
1.1 O trabalho nas Sociedades Tribais ................................................................................. 4 
1.2 O trabalho na Antiguidade Clássica e Medieval ............................................................. 6 
1.3 O trabalho na Sociedade Moderna ................................................................................ 9 
2. O sentido geral do trabalho na Sociedade Capitalista .................................... 14 
2.1 Mudanças de concepção do sentido do trabalho ........................................................ 16 
2.2 O trabalho como conflito ou coesão social .................................................................. 26 
3. Organização do trabalho na sociedade capitalista dos séculos XX e XXI ... 28 
3.1 O trabalho flexível: o modelo toyotista ........................................................................ 30 
4. Questões UNESP ...................................................................................................... 38 
5. Questões para Aprofundamento ........................................................................... 39 
Gabarito ............................................................................................................................ 73 
6. Questões UNESP – comentadas ............................................................................ 73 
7. Questões para Aprofundamento - comentadas ................................................ 76 
Considerações Finais das Aula .................................................................................. 137 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
3 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
INTRODUÇÃO 
Queridos e queridas, o tema da nossa aula de hoje é TRABALHO. Costumamos agregar 
esse tema a uma grande e importante área de estudos sobre a sociedade conhecida como 
“Sociologia do Trabalho” ou “Sociologia do mundo do trabalho”. 
Para entendermos a importância que o tema do TRABALHO ganhou na sociologia, basta 
lembrarmos do contexto no qual se desenvolveu o pensamento sociológico: as transformações 
sociais impulsionadas pelo surgimento da industrialização, entre os séculos XVIII e XX. 
Assim, desenvolveu-se uma noção geral da relação entre produção, trabalho e formas de 
organização da sociedade. Justamente por isso, Marx, Weber, Durkheim, Adam Smith e muitos 
outros, foram estudar como as transformações do mundo produtivo, portanto, das formas de 
organização do trabalho, impactaram e mudaram as relações sociais. Nesse sentido, alguns 
conceitos já vistos nas aulas de Durkheim, Marx e Weber aparecem aqui novamente. 
Nesse percurso, como veremos ao longo da nossa aula, muitos sociólogos utilizaram a 
história para explicar as transformações do trabalho ao longo do tempo e, também, refletiram 
sobre os significados dessa atividade na história. 
Além disso, no campo dos estudos sobre o “mundo do trabalho”, um subtema é o 
“movimento dos trabalhadores”. Isso significa que alguns estudiosos começaram a estudar como 
os trabalhadores se posicionaram neste xadrez de interesses da sociedade urbano-industrial. 
As questões de provas que cobram esse tema partem de 3 perspectivas: os conceitos 
teóricos usados para explicar o “mundo do trabalho”; as transformações das formas organizativas 
do trabalho e a descrição e análise das condições de trabalho, considerando-se as respostas dos 
trabalhadores. 
Sendo assim, vamos caminhar com o tema trabalho pelo tempo, usando conceitos, a fim 
de chegarmos aos dias atuais e pensar quais são os sentidos sociais do trabalho, nos dizeres do 
título de um dos livros do professor Ricardo Antunes (Unicamp), “Os sentidos do trabalho”. 
1. OS SENTIDOS DO TRABALHO AO LONGO DO TEMPO 
Na sociedade Ocidental atual, atribuímos um valor positivo e progressista ao trabalho. 
Desde pequeninhas, as crianças respondem as perguntas dos adultos: e aí, o que você vai ser 
quando crescer? Ai que lindinho, quer ser bombeiro, enfermeira, cantora, médico, jornalista, 
patinadora, advogada.... e por aí vai. Até que você chega na adolescência, ensino médio e vem 
nova pergunta: e aí vai prestar o quê? Então, espera-se que alguns tenham superado aqueles 
sonhos de criança...esperam algo que seja “economicamente sustentável”, socialmente 
reconhecido, empregável, aceito no mercado, dentre N motivos. 
Mas o que você quer dizer, Profe? 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
4 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Quero dizer que na sociedade em que 
vivemos o trabalho é aceito e desejado. As 
pessoas são preparadas para ocuparem seus 
lugares no “mundo do trabalho”. O 
desemprego é considerado um problema 
social e, incessantemente, buscam-se 
soluções para combatê-lo. É verdade que 
existem outros tantos problemas, como o 
trabalho infantil, as diferenças de 
oportunidades a partir da raça, classe, cor ou 
nacionalidade das pessoas. 
Simbolicamente, para você, deve ser mais fácil entender o que estamos inferindo. Mas será 
que sempre foi assim? 
✓ Será que o trabalho sempre foi visto como uma forma de acessar uma melhor 
condição de vida? 
✓ Será que o trabalho infantil sempre foi considerado um problema? 
✓ Será que o ócio e a desocupação sempre foram combatidos pelas sociedades? 
✓ Será que a desigualdade salarial determinada pelo sexo sempre foi criticada? 
Assim, precisamos dar um breve rolê pelos momentos históricos mais significativos a fim de 
entender os sentidos que cada sociedade atribui à atividade laboral. Esse recurso é fundamental 
para você exercer comparações com as relações de trabalho no capitalismo, assunto que mais é 
cobrado nas provas. Vamos lá? 
1.1 O TRABALHO NAS SOCIEDADES TRIBAIS 
A organização da produção nas Sociedades Tribais pode ser considerada de baixa 
complexidade se comparada com o que conhecemos em nossos dias. Conceitos como 
“acumulação”, “lucro”, “investimento”, passam longe dessas sociedades. Ou seja, não há um 
paralelo entre o que a História Europeia (desde Antiguidade Clássica, Era Medieval, até os dias 
atuais) vivenciou como trabalho e o que foi vivenciado, e ainda se vivencia, no modo de vida 
Tribalista. 
Nas Sociedades Tribais não existe uma hierarquia ou separação do trabalho por classes 
sociais, mas apenas uma simples divisão de tarefas por sexo e idade. As tarefas são realizadas por 
equipamentos/instrumentos considerados pelos padrões atuais como simples e rudimentares. 
Claro, reforço que essa perspectiva é segundo os padrões da modernidade, pois para o tempo e 
contexto dessas sociedades os instrumentos atendiam às exigências sociais em que viviam. 
A atividade laboral era concentrada em: caça, pesca, pequena agricultura, colheita de alimentos 
disponíveis na natureza. 
Em muitos sentidos, esse também é o modo de vida indígena e de algumas comunidades 
mais isoladas, encontrado em algumas regiões do país e do mundo. 
http://www.suapesquisa.com/indios/
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
5 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Contudo, se do ponto de vista do trabalho em si, pode-se considerar pouco complexa a 
interação entre homem e natureza, do ponto de vista subjetivo as Sociedades Tribais são muito 
complexas, com suas crenças e mitos. Não por menos que aprendemos com Émile Durkheim que 
a coesão social é gerada de forma mecânica pelos costumes, crenças e mitos. 
Sobre essa Sociedades, o antropólogo norte-americano Marshall Sahlins as denomina de 
“sociedadesda abundância” ou “sociedades do lazer”, pois seus membros tinham suas 
necessidades materiais disponíveis em abundância (na natureza) e trabalhavam poucas horas por 
dia, apenas o necessário para a subsistência. 
 
Veja que interessante: os índios Yanomami, da Amazônia, em geral, 
dedicam-se pouco mais de 3 horas por dia às atividades de trabalho em si, 
consideradas como produção. Já os Kung, do deserto do Kalahari, na África, 
dedicam-se por volta de 4 horas por dia. 
 
 
E por que isso profe? 
Veja, são especulações, mas é certo que os membros das Sociedades Tribais se relacionam 
de forma diferente com a natureza, com o meio em que vivem, comparando-se com o nosso estilo 
de vida predador da natureza. A terra, para esses Tribalistas, está recheada de significação 
simbólica, ou seja, possui valor cultural. Se agregarmos uma concepção marxista nesta 
especulação, diríamos que nas Sociedades Tribais homem e natureza não estão separados, não 
houve a alienação do trabalho, o estranhamento entre as duas partes, há uma conexão. 
Outra especulação é a que nos apresenta o antropólogo francês Pierre Clastres. Para ele 
as Sociedade Tribais possuem um determinado tipo de relações de trabalho que não é baseada 
na necessidade de acumulação de bens ou alimentos, os quais estão sempre à disposição na 
natureza. 
Diante da forma de relacionamento das Sociedades Tribais com o meio em que vivem, não 
é correto dizer que nelas há um mundo do trabalho, tal como se concebe modernamente. Aqui, 
o trabalho não tem um Valor preponderante. Isso porque, a ideia de “mundo do trabalho” está 
intimamente relacionada a sociedades que se desenvolveram e se estruturaram por conta do 
trabalho, nas quais essa categoria, TRABALHO, possui valor preponderante por ter 
alterado/transformado o meio em que se vive. 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
6 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
1.2 O TRABALHO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA E MEDIEVAL 
 
 As imagens remetem a tipos, ou formas, de trabalho diferentes em momentos 
históricos distintos. Na antiguidade clássica, como na Roma Antiga, o regime escravista organizava 
a forma de produção de riquezas e as demais esferas da vida social. Já no período medieval, as 
relações feudais, com destaque para o trabalho servil empregado na terra, determinavam as 
relações entre as classes, ou melhor, os estamentos (senhores, cavaleiros, servos e cleros). 
Podemos sistematizar dois tipos de relações de trabalho nas Antiguidades Clássica e 
Medieval: 
 Modo de produção escravista: a vida cotidiana é sustentada por aqueles que estão 
submetido à escravidão. Apesar de ser a característica principal das sociedades que 
se fundamentavam no regime escravista, como a grega e a romana, o trabalho 
escravo existiu até o final do século XIX. Somente após as lutas abolicionistas é que 
essa condição passou a ser rejeitada pela humanidade. É claro, há exceções, pois, 
hoje em dia, fala-se em trabalho em condições análogas/semelhantes ao trabalho 
escravo. Contudo, discutiremos esse assunto mais contemporâneo no momento 
certo. 
 
Nas sociedades em que predominou o modo de produção escravista os escravos 
eram, em geral, prisioneiros de guerra. Já os trabalhadores livres, em menor 
proporção, dedicavam-se ao artesanato e ao campesinato. Essas duas categorias de 
trabalhadores também estavam subordinadas às classes proprietárias. Vale lembrar 
que, em Atenas, os cidadãos não trabalhavam e, para que essa condição existisse, 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
7 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
os escravos eram peça chave no sistema grego. Para que os cidadãos tivessem 
tempo para se dedicar às atividades da Polis, o trabalho escravo era essencial. Por 
sua vez, o trabalho era considerado algo menor, ruim. O que os cidadãos atenienses 
valorizavam, por exemplo, era o tempo livre para pensar. 
 
O trabalho no mundo grego-romano 
Em Atenas, na época clássica, quando poetas cômicos qualificavam um 
homem por seu ofício (Eucrates, o comerciante de estopa; Lisicles, o 
comerciante de carneiros), naõ era precisamente para honrá-los; só é 
homem por inteiro quem vive no ócio. Segundo Platão, uma cidade 
benfeita seria aquela na qual os cidadãos fossem alimentados pelo 
trabalho rural de seus escravos e deixassem os ofícios para a gentalha: 
a vida “virtuosa”, de um homem de qualidade, deve ser “ociosa” (...). 
Para Aristóteles, escravos, camponeses e negociantes não poderiam ter 
uma vida feliz, quer dizer, ao mesmo tempo próspera e cheia de nobreza: podem-no 
somente aqueles que têm os meios de organizar a própria existência e fixar para si 
mesmos um objetivo ideal. Apenas esses homens ociosos correspondem moralmente ao 
ideal humano e merecem ser cidadãos por inteiro. “A perfeição do cidadão não qualifica 
o homem livre, mas só aquele que é isento das tarefas necessárias das quais se incumbem 
servos, artesãos e operários não especializados; estes últimos não serão cidadãos, se a 
constituição conceder os cargos públicos à virtude levando-se uma vida de operário ou 
de trabalhador braçal”. Aristóteles não quer dizer que um pobre não tenha meios ou 
oportunidades de praticar certas virtudes, mas, sim, que a pobreza é um defeito, uma 
espécie de vício. (VEYNE, Paul. O Império Romano. In:____.(org). Do Império Romano ao 
ano mil. São Paulo: Companhia das Letras. 1989. P. 124-125) 
 
 Modo de produção feudal. Seu embrião remonta às relações servis do fim do Império 
Romano, tanto porque a população passou a se concentrar no campo, quanto 
porque o regime do colonato entrou em declínio. Além disso, a atividade comercial 
entrou em declínio e o fim das guerras diminuiu o trabalho por escravidão. Nesse 
sentido, a formação social do feudalismo está baseada na estrutura estamental com 
duas classes elementares para as relações de trabalho: senhores e servos. Estes 
camponeses eram quem, de fato, trabalhavam na terra para gerar certa riqueza. 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
8 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
 
Veja que interessante, uma espécie de hibridismo: os servos não eram 
escravos, mas também não eram totalmente livres, pois estavam presos à terra 
e ao Senhor por meio das obrigações e taxas feudais. 
 
Na ordem feudal, ainda sob o enfoque do TRABALHO, pode-se dizer que o clero e os senhores 
feudais viviam do trabalho alheio. A terra era o principal meio de produção, mas os 
trabalhadores (os servos) não tinham direito à propriedade. 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
9 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Como vemos nas aulas de História, a mentalidade feudal era muito influenciada pela Igreja 
Católica e esta instituição pregava que a divisão desigual da sociedade fazia parte da ordem divina 
criada por Deus, por isso, deveria ser aceita por todos, sob pena de castigos divinos terríveis. Veja 
abaixo um texto de um clérigo, Eadmer de Canterbury (ou Cantuária), do século XI, que define 
bem a visão da época acerca do trabalho: 
 
A razão de ser dos carneiros é fornecer leite e lã, a dos bois é lavrar a terra; e a dos cães é 
proteger os carneiros e os bois dos ataques dos lobos. Se cada uma destas espécies de 
animais cumprir a sua missão, Deus protegê-la-á. Deste modo, fez ordens, que instituiu em 
vista das diversas missões a realizar neste mundo. Instituiu uns – os clérigos e os monges – 
para que rezassem pelos outros e, cheios de doçura, como as ovelhas, sobre eles 
derramasem o leite da pregação e com a lã dos bons exemplos lhes inspirassem um ardente 
amor à Deus. Instituiu os camponeses para que eles – como fazem os bois, com seu trabalho 
– assegurassem a sua própria subsistência e a dos outros. A outros, por fim – os guerreiros -
, instituiu-os para que mostrassem a força na medida do necessário e para que defendessem 
dos inimigos, semelhantes a lobos, os que oram e os que cultiva a terra1. (grifos nossos) 
Perceberam o sentido que era atribuído ao trabalho e de quem deveria,exclusivamente, 
trabalhar? 
 
1.3 O TRABALHO NA SOCIEDADE MODERNA 
Com a crise da ordem feudal, a partir do século XIII, o centro econômico, político, social e 
cultural da Europa começa a se deslocar para as concentrações urbanas, nas cidades. A burguesia 
(a comercial num primeiro momento) ascende como classe social importante economicamente ao 
mesmo tempo em que os Estados Nacionais começam a se formar e a se fortalecer, a partir do 
século XIV. Nesse contexto também ocorrem as grandes navegações e a conquista colonial. Isso 
significou a formação de uma nova ordem econômica: O Mercantilismo! 
 
 Agora, preste atenção: Apesar da centralidade do trabalho para organizar a 
vida em sociedade, até então, como vimos, o trabalho em si não era valorizado. 
Aqueles que trabalhavam eram de status socialmente inferior. Mesmo nos Burgos 
 
1 Eadmer de Cantebury. Apud. COTRIM, Gilberto. História Global. Brasil e Geral. São Paulo: Ed. Saraiva, 
2012, p. 179. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
10 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
(as cidades durante a Idade Média), os artesãos livres eram vistos como inferiores e pagavam 
tributos aos reis e aos senhores. Os privilégios eram da nobreza e do clero. A lógica continuava a 
mesma da era medieval: trabalhar era coisa de gente inferior! 
 
Contudo, a emergência do mercantilismo e as transformações sociais e políticas iniciaram 
um longo processo de mudanças na estrutura e no sentido do trabalho na sociedade. 
 
Podemos pensar em 3 grandes impulsionadores dessa transformação: 
 
 
 
O Renascimento foi um Movimento Cultural que marcou 
as mudanças socioculturais europeias rumo à Modernidade. Esse 
movimento criou a base conceitual e de valores que permitiu a 
ascensão do pensamento racional e do método científico, nos 
séculos XVI e XVII. A base filosófica desse movimento, o 
humanismo, propunha uma revisitação e a retomada da cultura 
greco-romana e de seus ideais de exaltação do homem e de seus 
atributos naturais, quais sejam: a razão e a liberdade. Assim, 
nesse contexto intelectual, a lógica sobre o trabalho se relacional 
com o humanismo e o racionalismo. Assim, concepção de que o 
trabalho é humano porque é racional. A ideia de maestria, a 
perfeição do artesão – o mestre ao dominar o ofício, liga-se à 
perfeição racional do homem! 
 
Agora, some a essa concepção filosófica as reais transformações que ocorriam na realidade, 
ou seja, o renascimento comercial e urbano sobretudo no que se refere o surgimento e 
intensificação das manufaturas, bem como as corporações de ofício. 
Trabalho
Reformas 
Religiosas
Renascimento
Cultural
Renascimento 
Comercial e 
Urbano
O Sapateiro, de Thomas Hill, quadro de 
1885 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
11 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
O artesão e os pequenos produtores trabalhavam dentro de suas próprias casas, em geral, 
nas cidades. Seu trabalho se caracteriza então como uma atividade doméstica e familiar, eram 
donos do seu tempo e de suas ferramentas. 
Em algumas situações alguns poderiam ser donos de oficinas e empregar os aprendizes. 
Lembra-se? 
Quanto mais livres e independentes eram as cidades, mais o comércio e o artesanato 
prosperavam. Diante desse cenário, novas instituições surgiam. As principais foram: 
 
 
As Corporações de Ofício eram comandadas pelos mestres-
artesãos, em geral, os donos das oficinas. Eles empregavam 
pessoas que aprendiam um ofício em troca de trabalho nas 
oficinas. Também, recebiam alojamento, alimentação e 
vestuário. Os aprendizes poderiam se tornar oficiais e, a 
depender de autorização da Corporação de Ofício, poderiam 
se tornar mestres de ofício e ter sua própria oficina. Essa 
aprendizagem tinha 2 graduações: aprendiz e oficial. 
Dentro do ofício livre também havia relações de 
exploração, pois o mestre da corporação de ofício controlava os aprendizes e demais 
trabalhadores. Mesmo assim, já podemos imaginar relações de trabalho livres, cuja atividade se 
começou a atribuir um valor moral e social positivo. 
Por fim, a Reforma Protestante produziu um embate de ideias religiosas com natureza e impacto 
no mundo econômico e na moral da sociedade. 
Vamos recordar um pouco esses embates religiosos. Para perceber como eles contribuíram 
para a mudança na concepção de trabalho? 
• Associação de mercadores. Tinham objetivo de garantir o 
monopólio do comércio local, tabelar preços, regular a atividade 
mercantil.
Guildas
• Associação de artesãos, donos das oficinas . Tinham o objetivo de 
controlar a produção e a qualidade dos produtos fabricados nas 
oficinas locais. 
• Eram organizadas por especialidade (ofício). Ex. sapateiro, 
ferramenteiro, jornaleiro.
• Funcionavam como escolas para os APRENDIZES.
Corporações de Ofício
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
12 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
A Igreja Católica se chocou com os interesses comerciais da burguesia ascendente. Isso porque os 
negócios da burguesia comercial dependiam de uma expansão que muitas vezes contrariava a mentalidade 
religiosa, como mencionamos antes. É só pensar no debate se a Terra era redonda ou plana, discussão que 
influenciava as saídas para o mar e as rotas 
marítimas. (por sinal, uma discussão que toma as 
redes sociais nos dias atuais, né 😊) Os católicos 
também se posicionavam contrários à usura 
(empréstimos de dinheiro à juros), elemento 
determinante para as práticas comerciais da 
época. 
Primeiro surgiu o luteranismo com o 
monge Martinho Luthero. Mas no que se 
refere ao nosso tema de interesse, as 
concepções sobre trabalho, foi na França que 
se desenvolveu uma teoria que reformava a 
visão sobre trabalho. João Calvino 
desenvolveu a Teoria da Predestinação. 
Veja o esquema teórico do argumento 
calvinista: 
 
Para Calvino, o homem estava predestinado a ser salvo ou a ser condenado a danação 
eterna. Os predestinados eram os escolhidos de Deus. A partir dessa teoria, o trabalho intenso e 
a riqueza proveniente dele eram interpretados como sinal da salvação. Como não se sabia quem 
eram os salvos e os condenados, havia que se buscar e testar constantemente os sinais da 
salvação. Veja que o trabalho passa a sofrer uma alternação de sentido na medida em que deixava 
ser coisa de “gente inferior” para ser meio de salvação 
Tal entendimento contribui para uma “ética protestante” ou “ética ascética”. O modo de vida 
ascético consistia em viver constantemente uma vida metódica, racionalizada e de sacrifícios; 
rejeitar prazeres, e se dedicar a tudo o que de alguma forma agradasse a Deus. Essa era a forma 
como calvinistas entendiam que poderiam testar a própria salvação. 
 
Diante desses três argumentos, você entendeu o que estava acontecendo com os sentidos 
do trabalho no mundo moderno? 
Veja, a forma com que a sociedade enxergava o trabalho foi mudando: se antes trabalhar 
era uma atividade menor, mal vista, o trabalho vai se transformando em uma atividade que 
dignifica o homem. 
 
 
 
Ética 
ascética 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
13 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
As religiões protestantes passaram a conceber o trabalho como algo importante para a sociedade. 
Sobre isso, é conhecido o estudo de Max Weber sobre a ética protestante como a mais adequada 
para os objetivos das relações capitalistas de produção. 
 Em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1904), Weber levanta dados 
quantitativos e descobre que a maioria dos 
homens de negócio na Alemanha eram 
protestantes, ou seja, ele percebeu uma 
característica entre a posição econômica 
das pessoas e as suas religiões. Para além 
disso, regiões com predominância 
protestante como Alemanha e Inglaterra, 
tinham a economia mercantil mais 
desenvolvida. 
 Por quê, Weber se pergunta. 
Para explicar essa relação entre economia 
e religião, Weber define o que seria o 
“espírito” do capitalismo. Esse espírito 
seriam ideias e hábitos que favorecem 
uma busca racional individualistade 
ganho econômico. De um lado, o 
capitalismo com um sistema que leva as 
pessoas a maximizarem suas ações para 
buscarem dinheiro, lucro, do outro, a 
profissão é vista como um dever. Pronto: o trabalho racionaliza a vida em sociedade. 
 
 
 
 
1 O cambista e a sua mulher. Quentin Matsys, Museu do Louvre, Paris. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
14 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
2. O SENTIDO GERAL DO TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA 
A partir do advento da Revolução Industrial e do desenvolvimento do capitalismo, as 
relações de trabalho passaram a ser caracterizadas pela lógica do sistema capitalista. Isso significa 
que o trabalho passou a ser predominantemente ASSALARIADO. 
Do ponto de vista histórico das classes trabalhadoras, vejamos os sujeitos que mudaram de 
condição social entre o fim do período medieval, passando pelo mercantilismo e até a ascensão 
do capitalismo: 
 
 
 
 
 
 
 Mas como foi isso, Alê? Como se chegou ao trabalho assalariado? 
 
Boa pergunta, o desenvolvimento e complexificação das formas produtivas tem como 
sentido geral a perda do controle do artesão sobre o espaço produtivo, as ferramentas e a 
matéria-prima. Veja o esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Essa alienação (separação) ocorreu por meio de dois processos da forma de organização 
do trabalho: 
Volte na nossa Aula 01, no tópico 1.2 
sobre Trabalho e Alienação 
Separação entre 
moradia e local de 
trabalho
1-
Impossibilidade de 
acesso às novas 
ferramentas de trabalho, 
que foram se tornando 
cada vez mais complexas 
e caras
2-
Perda de acesso às 
mat[erias-primas que 
passam a ser 
controladas por 
gruposeconomicamente 
mais poderosos
3-
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
15 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
1- Cooperação simples (oficina): Era a que ocorria entre o Mestre e o Aprendiz, como 
descrito acima. 
2- Cooperação avançada (ou manufatura): o trabalhador continuava a ser um artesão, mas 
perdia a noção de todas as etapas do processo produtivo. É aqui que ocorre a 
consolidação do trabalho coletivo, ou seja, o produto final é resultado da atividade 
especializada de muitos trabalhadores. É aqui também que aparece o salário. Aqui é o 
proprietário que define todos os elementos da produção: tempo de trabalho, 
ferramentas, local de trabalho, comportamento esperado, regras de convivência, entre 
outros. 
Assim, o salário poderia ser pago pelo tempo de trabalho ou pela quantidade de 
produção executada em um período. 
 
No que diz respeito às classes dominantes, os grandes comerciantes e os burgueses, 
principalmente a partir da acumulação de capital ao longo do mercantilismo, passaram a investir 
em novas formas de produzir mercadorias. Esses investimentos contaram com o avanço 
tecnológico. 
Foi assim que chegamos à maquinofatura conhecida como Revolução Industrial, em que o 
espaço do trabalho passou a ser a fábrica. Veja o que Karl Marx escreve sobre a importância da 
burguesia e do seu ímpeto inovador: 
A burguesia não pode existir sem revolucionar 
continuamente os instrumentos de produção 
e, por conseguinte, as relações de produção, 
portanto todo o conjunto das relações sociais. 
A conservação inalterada do antigo modo de 
produção era, ao contrário, a primeira 
condição de existência de todas as classes 
industriais anteriores. O contínuo 
revolucionamento da produção, o abalo 
constante de todas as condições sociais, a 
incerteza e a agitação eternas distinguem a 
época burguesa de todas as precedentes 
(MARX; ENGELS, 1996, p. 69). (grifos 
nossos) 
 
Em História geral da economia, livro 
publicado em 1923, Max Weber afirma que 
as mudanças ocorridas no processo 
produtivo, como as longas jornadas de trabalho nas fábricas inglesas, foram necessárias para que 
o capitalismo existisse. Semelhante a uma compreensão de Marx e Engels sobre o capitalismo 
(apenas em alguns pontos), Weber constata que, apesar de livre, o trabalhador, na prática, foi 
forçado a condições de trabalho precárias para não morrer de fome. Assim, precisamos ficar 
atentos às contradições que acompanham a implantação do trabalho livre assalariado na 
sociedade capitalista. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
16 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Vejamos nas palavras do Sociólogo alemão: 
O recrutamento de trabalhadores para a nova forma de produção, tal como se encontra 
desenvolvida na Inglaterra, desde o século XVIII, à base da reunião de todos os meios 
produtivos em mãos do empresário, realizou-se através de meios coercivos bastante 
violentos, particularmente de caráter indireto. Entre eles, figuram antes de tudo, a “lei 
de pobres” e a “lei de aprendizes”, da rainha Elizabeth. Tais regulações se fizeram 
necessárias, dado o grande número de “desocupados” que existia no país, gente que a 
revolução agrária transformara em deserdados. A expulsão dos pequenos agricultores e 
a transformação das terras de lavoura em campos de pastagem (...) determinaram que 
o número de trabalhadores necessário na lavoura se tornasse cada vez menor, dando 
lugar a que, na cidade, houvesse um excedente de população, que se viu submetido a trabalho 
coercitivo. Quem não se apresentava voluntariamente era conduzido às oficinas públicas dirigidas 
com severa disciplina. Quem, sem permissão do mestre-artífice, ou empresário, abandonasse seu 
posto de trabalho, era tratado como vagabundo; nenhum desocupado recebia ajuda senão 
mediante seu ingresso nas oficinas coletivas. Com este procedimento, recrutaram-se os primeiros 
operários para a fábrica. Um serviço penoso somava-se a esta disciplina de trabalho. Mas o “poder” 
da classe abastada era absoluto; apoiava-se na administração, por meio de juízes de paz, que, na 
falta de uma lei apropriada, distribuíam justiça de acordo com um amontoado de instruções 
particulares, segundo um arbítrio próprio. Até à segunda metade do século XIX, dispuseram de 
mão de obra como bem entendiam. (WEBER, Max. História geral da economia. São Paulo: Mestre 
Jou. 1968. p 273-274) 
2.1 MUDANÇAS DE CONCEPÇÃO DO SENTIDO DO TRABALHO 
As mudanças no processo produtivo também acompanharam alterações na concepção sobre 
o sentido do trabalho. Na verdade, nesse momento histórico, os discursos e as leis foram 
elementos fundamentais para inovar ideário que cercava o mundo do trabalho. 
 
 Vejam, definitivamente o trabalho passa de atividade penosa para aquela que dignifica o 
ser humano. 
Contudo, diante das péssimas condições de trabalho a que os trabalhadores estavam 
submetidos, foi difícil convencer de que o trabalho, agora, era bom! 
 
Vamos relembrar um pouco os impactos sociais da 
Revolução Industrial no que se refere ao mundo do 
trabalho? Essa contextualização é muito importante para 
entender as transformações no sentido do trabalho: 
 
 Como falamos, a Revolução Industrial é um sistema que criou novas relações sociais. A 
mais estruturante delas foram as relações de trabalho estabelecidas entre proprietários 
e não-proprietários. Na acepção clássica dos economistas do século XIX: a relação entre 
capital e trabalho. 
 
A maquinofatura se caracteriza pela divisão do trabalho a partir de atividades especializadas. 
Dentro da fábrica, os trabalhadores são aqueles que trocam seu tempo de trabalho por salário. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
17 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
No entanto, o que os inúmeros 
estudos no campo da história, da 
economia, da etnografia e até 
mesmo das artes demonstram é que 
as condições nas quais os 
trabalhadores executavam suas 
atividades eram aviltantes. A partir 
dessas pesquisas podemos citar: 
 
Horas longas e trabalho duro não eram novidade para aqueles que sempre 
viveram da força do seu trabalho braçal: os pobres! Mas trabalhar na fábrica é 
diferente de trabalhar no campo. No campo, o controle da jornada e do tempo 
é mais possível ao próprio trabalhador. Os períodos eram mais folgados.No 
inverno, por exemplo, a falta de luz diminuía o número de horas em que se 
trabalhava. Já aqueles que teciam em oficinas domésticas podiam até certo 
ponto estabelecer seus próprios horários. Nos bairros operários é o apito que 
controla o horário de trabalhar e descansar das pessoas. Esse momento, diga-se de passagem, 
era sempre o menor. Reflita sobre esse tema, pois os Vestibulares amam perguntar sobre o 
“controle do tempo”: se o próprio homem, se Deus ou se a fábrica! 
Nessa conjuntura, as crises entre trabalhadores e proprietários se intensificaram e, com isso, 
surgiram as organizações de trabalhadores. De um lado, os proprietários chamados de patrões 
desejavam manter seus custos sempre os menores possíveis; de outro, os trabalhadores exigiam 
melhores condições de trabalho e aumento de salários. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
18 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
2Essa gravura fez 
parte de um 
relatório do 
Parlamento Inglês 
sobre o trabalho 
infantil nas minas 
de carvão. Ela 
mostra 
um trapper abrindo 
uma porta 
subterrânea para um hurrier que empurra um vagão cheio de carvão. Segundo o relatório, crianças 
dentre 5 e 10 anos, os trappers, passavam doze horas por dia sentados sozinhos no escuro, 
abrindo e fechando portas. Os hurriers, em geral meninas, empurravam os carrinhos com cerca de 
400 quilos por até 6 quilômetros por dia, entre o veio do carvão e o elevador da mina em túneis 
de 50 centímetros de altura 
Mas Profe, não existia nenhuma lei que falasse sobre tempo de trabalho, de trabalho infantil ou 
sobre o quanto se precisava ganhar para viver em Londres? 
Apenas em 1842, em consequência do relatório e dos protestos dos operários, surgiu a Lei das 
Minas, que proibiu o emprego de crianças de menos de 10 anos bem como de mulheres. Veja, 
somente as crianças menores de 10. Com 10 já poderia trabalhar nessas condições. 
Contudo, as teorias do liberalismo econômico tinham uma interpretação sobre a atribuição de 
valor ao trabalho: a mesma de qualquer mercadoria. Grosso modo, quando estudamos os 
aspectos econômicos do liberalismo, aprendemos que a lei da oferta e da procura deve 
determinar o valor das mercadorias. Por suposto, se o trabalho é entendido como mercadoria, 
então, o valor a ser pago pelo trabalho é determinado pelo mercado, ou melhor, pela quantidade 
de mercadoria existente no mercado. Por isso, nem Estado, nem sindicatos e nem os patrões 
poderiam regular essa “lei natural” do mercado. 
Evidentemente, com o número exagerado de pessoas vivendo nas cidades, por essa lógica 
liberal, o salário poderia chegar a um fator quase nulo. Moralmente, a classe de proprietários se 
via livre de qualquer julgamento cristão acerca das péssimas condições de vida a que seus 
empregados, inclusive crianças, estavam submetidos. Contudo, a diferença da riqueza produzida 
e dos salários recebidos, somada às péssimas condições de vida dos trabalhadores, gerava 
tensões entre as duas classes sociais fundamentais da economia industrial: proprietários e não 
proprietários. 
 
2 Children in Mines. Disponível em: https://museum.wales/articles/2011-04-11/Children-in-Mines/. 
Acessado em 22-04-2019. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
19 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Diante dessa tensão, os operários iniciaram uma série de movimentos contra esse estado de 
exploração. Foi assim que, em 1811 surgiu o movimento ludita. Era um movimento revoltoso, 
espontaneístas e praticado por trabalhadores que quebravam as máquinas. Em geral, boicotavam 
as caldeiras das máquinas gerando inundação em fábricas e minas de carvão. Muitas vezes, muitos 
trabalhadores saiam ferido dessas ações. 
Percebendo a necessidade de se organizar melhor, alguns operários começaram um 
movimento político chamado Cartismo. O movimento cartista começou a exigir o direito ao voto 
aos operários. Dessa forma, os trabalhadores poderiam ser eleitos para o parlamento inglês. Em 
decorrência, teriam condições de exigir leis para melhorar as condições de vida da classe 
trabalhadora. Essa foi uma longuíssima batalha até final do século XIX. 
No meio do caminho, os operários aprimoraram a ideia de “rebelião” operária, pois 
perceberam que ao destruir as máquinas, perdiam o mínimo que tinham. Ou seja, perceberam 
que capital e trabalho compõem uma relação de dependência. Mas precisavam de um novo 
instrumento para reclamar suas reivindicações. Como, na maioria das vezes, não eram recebidos 
para o diálogo e a negociação, criaram a greve. 
 
Greve é a situação na qual os trabalhadores param de trabalhar momentaneamente, 
ou seja, paravam a produção das máquinas. Com isso, eles esperavam chamar a 
atenção dos patrões, uma vez que máquina parada é prejuízo. 
 
Para organizar essas ações e as pautas de reivindicações, os trabalhadores criaram sindicatos, 
chamados na Inglaterra de trade unions. 
 
 
Nesse momento da 
história, os sindicatos 
foram uma importante 
forma de diálogo e de 
resistência dos 
trabalhadores contra o 
abuso e a exploração de 
um setor dos 
proprietários. Afinal, esses 
conflitos se estenderam 
durante todo o século XIX. 
Para finalizar quero 
chamar sua atenção para o fato de que as ações e instituições mudam ao longo do tempo. Por 
isso, vocês devem olhar esses elementos no seu tempo histórico para, assim, perceber o contexto 
O quarto Estado. Giuseppe Pellizza da Volpedo. Óleo sobre tela, 1901. Museu do Novecento, Milão, Itália. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
20 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
do surgimento, a função que desempenhavam, a importância que tiveram, as relações que 
estabeleceram, entre outros. 
Jamais, jamais mesmo cometam o erro de serem anacrônicos: ou seja, olhar para o tempo histórico 
passado com os significados atuais. 
Aqui, vamos resgar uma discussão sobre as limitações à Jornada de Trabalho. 
Robert Owen defendeu a tese de que a qualidade do 
trabalho de uma pessoa está relacionada com a qualidade 
de vida do mesmo e para qualificar a produção de cada 
trabalhador seria necessário fornecer melhorias nas áreas de 
salários, habitação, higiene e educação, proibir o trabalho infantil e 
determinar uma quantidade máxima de horas de trabalho de dez horas 
e meia. Assim, em 1817 ele formulou o objetivo do dia de oito horas e 
cunhou o lema de oito horas de trabalho, oito horas para viver e oito horas de descanso .Em 1866, 
a Associação Internacional do trabalhadores definiu o estabelecimento da jornada de trabalho de 
8 horas como a principal meta do movimento operário, sem a qual nenhuma das outras 
reivindicações surtiria efeito na melhoria da vida dos trabalhadores. 
 
Sobre a jornada de trabalho no Brasil, leia o trecho da pesquisa do Cientista 
Político José Eduardo Galvão, A disputa pela regulamentação da jornada de 
trabalho no Brasil nos anos 1930 (FAPESP, 2005). Diz o autor: 
“Do ponto de vista histórico, a disputa pelo estabelecimento de uma jornada 
normal de trabalho recorrentemente apareceu nas diferentes etapas do processo 
de formação do capitalismo. Mesmo nos períodos mais embrionários da 
acumulação mercantil, podemos encontrar registros que denotam certa 
preocupação com as condições de trabalho e, por suposto, com a jornada de trabalho. As ideias 
do inglês Thomás Morus compiladas no livro A Utopia (século XVI) esboçam um Estado 
preocupado com a organização da produção e dos que produzem3. Uma nota do tradutor 
esclarece-nos que na época de Morus, a jornada de trabalho para operários e camponeses 
ingleses era de 14 horas diárias, com duas de descanso4. Assim, nas cinco páginas em que 
desenvolve esta temática, Morus idealiza que as 24 horas do dia deveriam ser desmembradas da 
seguinte forma: “o dia solar é dividido em vinte e quatro horas de igual duração, seis das quais 
consagradas ao trabalho: três antes do meio-dia, seguidas de duas horas de repouso, e mais três 
terminadas com a refeição da noite. Na oitava hora, que eles contam a partir domeio-dia, todos 
vão se deitar e dedicam oito horas ao sono.”5. Doravante, a reflexão sobre o quanto se devia 
 
3 MORUZ, Tomás, A Utopia, Porto Alegre: L&PM POCKET, 1997. 
4 Idem, p. 80. 
5 Idem, Ibidem. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
21 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
trabalhar passou a aparecer mais intensamente na proporção em que o capitalismo se 
desenvolvia. 
No século XIX, sob as condições da expansão da fase concorrencial do capitalismo, outros 
debates sobre o tempo de trabalho afloraram. O capítulo “A jornada de trabalho” de O Capital, 
de Karl Marx, propõe a discussão acerca das condições que contribuíram para a determinação 
da jornada normal de trabalho. Neste texto, Marx alega que no sistema capitalista não basta o 
trabalho necessário à subsistência do trabalhador, é preciso um tempo de trabalho excedente 
para a produção de mais valia6. A jornada de trabalho, então, é um elemento central para se 
definir a quantidade de mais valia extraída do trabalhador. Mesmo em Morus, a problemática 
acerca do impacto da redução ou aumento do tempo de trabalho ao longo do processo de 
produção já era pensada, muito embora sem o rigor analítico de Marx. 
“Se todos trabalham apenas seis horas, pensarão vocês, não haverá inevitavelmente o risco de 
uma escassez de primeira necessidade? Longe disso: com frequência, esta curta jornada de 
trabalho produz não apenas em abundância, mas também em excesso tudo o que é 
indispensável à manutenção e ao conforto da vida.”7 
Por conseguinte, à luz das noções desenvolvidas por Marx, no decorrer do processo de 
regulamentação da jornada de trabalho, o Estado assumiria posturas distintas conforme dois 
momentos diferentes relacionados à luta entre capital e trabalho: no primeiro, o Estado intervém 
para coibir a indisciplina para com o trabalho – “vagabundagem”- e obrigar o cumprimento da 
semana de trabalho pelos trabalhadores; no segundo, a centralidade está na luta dos 
trabalhadores pela diminuição do tempo de trabalho e na correlação de forças dentro e fora do 
Estado que possibilita o estabelecimento de uma jornada normal de trabalho.” 
 Diante desse contexto histórico podemos imaginar que foi fundamental consolidar uma 
nova concepção sobre a atividade laboral. Ela precisava ganhar um valor moral, para além da 
simples relação monetária da vida de uma mercadoria. Assim, o eixo central dessa “campanha 
massiva” foi divulgar a ideia de que todo mundo ganhava com as novas formas de trabalho na 
nova realidade da grande indústria. 
Vejamos os setores da sociedade que contribuíram para a formação dessa mentalidade: 
 
 A Igreja 
Quanto às igrejas protestantes já falamos bastante da relação entre a ética protestante e o 
espírito para a disciplina do trabalho no capitalismo. Quanto à Igreja Católica, o que vimos foi a 
transformação do ócio em pecado, logo, no trabalho em algo que dignifica o homem. Segundo a 
Igreja, o homem que não trabalhava era um preguiçoso e a preguiça é considerada um dos sete 
pecados capitais. 
 
 
6MARX, Karl. O Capital, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, capítulo VIII,20a edição, 2002. 
7 MORUS, Thomas, op.cit, 1997, p.81. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
22 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 Leis contra a vagabundagem 
As pessoas desocupadas eram consideradas vagabundas. Exatamente o que você leu! 
Mesmo que a pessoa procurasse trabalho, e não conseguisse, ela poderia ser considerada 
alvo da lei. Então, era uma lei que ao mesmo tempo atuava no sentido pedagógico com a 
noção de vagabundagem, ela penalizava prendendo os ociosos. As pessoas eram obrigadas 
a manterem-se ocupadas o tempo todo, mesmo se ela não quisesse se submeter àquelas 
condições aviltantes de trabalho. 
 As escolas e a educação moral e a disciplina do corpo para o trabalho industrial. 
As escolas se massificavam nessa época como um espaço cuja organização estava muito 
voltada para o disciplinamento do corpo e dos costumes para o trabalho urbano. As 
carteiras enfileiradas, o uniforme, o sinal sonoro que controla o tempo, a troca de 
professores, o silêncio dos alunos frente à palestra do professor e, até mesmo, os castigos 
físicos. Além disso, o conteúdo dos ensinamentos estava carregado por uma carga de 
ensinamentos morais acerca da ideia de que 
trabalhar era muito bom e útil. 
Quem se lembra daquele conto infantil “A 
cigarra e a formiga? Então, ele foi criado nessa 
época. A cigarra, folgada e festeira, no final, 
levou a pior. Passou fome no inverno porque não 
trabalhou no verão. Nos dizeres do século XXI: 
“não fez sua reserva de emergência”. 
O que vimos, na história real, foi que o 
trabalhador estava livre, quer dizer, não era nem 
escravo e nem servo, mas trabalhava cada vez mais horas do que nunca havia trabalhado! 
 
 
EVOLUÇÃO DAS HORAS DE TRABALHO SEMANAL 
Período Inglaterra França 
1650-1750 45 a 55 horas 50 a 60 horas 
1750-1850 72 a 80 horas 72 a 80 horas 
1850-1937 58 a 60 horas 60 a 68 horas 
Fonte: Cunha, Newton. A felicidade imaginada: a negação do trabalho e do lazer, 1987, p. 37 
 
 
 
A cigarra e a formiga. Fábulas de La Fontaine, 1867. Ilustração: 
banco de imagens do Estratégia Vestibulares 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
23 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
(UFU 2015) 
Em 2006, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) 
lançou um estudo intitulado “A jornada de trabalho no Brasil” na qual se pode ler que 
[...] com exceção das conquistas obtidas em acordos ou convenções coletivas desde a 
Constituição de 1988, praticamente todas as alterações nos direitos trabalhistas foram no 
sentido de diminuir direitos e/ou de intensificar o ritmo de trabalho. 
DIEESE. A Jornada de Trabalho no Brasil. Disponível em 
<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BAB0CD8FE72AD/Prod02_200
6.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2015. 
Tomando por base as reflexões de Karl Marx acerca da jornada de trabalho e seus 
conhecimentos sobre a realidade nacional, é correto afirmar que: 
a) Tal como todo aparato jurídico burguês, a Constituição de 1988 trouxe consigo a redução 
dos direitos trabalhistas e a ampliação da exploração sobre o trabalho. 
b) A redução de direitos trabalhistas é uma marca presente em todos os Estados de Bem-
Estar Social no centro e na periferia do capitalismo. 
c) Intensificar o ritmo de trabalho significa, em outras palavras, ampliar a extração de mais 
valia relativa. 
d) Vive-se o paradoxo de a redução dos direitos conviver com um momento especial de 
crescimento e ofensiva da mobilização sindical. 
Comentários 
A questão aborda um conceito bem específico de Marx, o de mais valia. Quando o 
trabalhador é obrigado a trabalhar por mais tempo, aumenta a mais-valia absoluta. Logo, 
relaciona: aumento da jornada de trabalho, aumento da extração da mais valia absoluta, uma 
questão de quantidade. No entanto, quando, em um mesmo período de tempo, o 
trabalhador produz mais, ou seja, aumento da produtividade, o que se está aumentando é a 
mais-valia relativa. Esse aumento é proporcionado por conta das inovações tecnológica e por 
conta das mudanças/reestruturações no processo de produção. 
Gabarito: C 
 
(Unicamp 2013) 
“O Plenário da Câmara aprovou, em segundo turno, a Proposta de Emenda à 
Constituição (PEC) 438/01, do Senado, que permite a expropriação de imóveis 
rurais e urbanos onde a fiscalização encontrar exploração de trabalho escravo, 
e os destina à reforma agrária e a programas de habitação popular. A proposta 
é oriunda do Senado e, como foi modificada na Câmara, volta para exame dos senadores”. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
24 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
(“Aprovada PEC do trabalho escravo”. Notícias online no sítio da Comissão Pastoral da Terra. 
Disponível em http://www.cptnacional.org.br/index.php/noticias/49-trabalhoescravo/1099-
aprovada-pec-do-trabalho-escravo. Acessado em 04/08/2012.) 
Emborao Brasil esteja plenamente inserido na era da denominada sociedade digital e do 
consumo, e a população tenha conquistado algumas garantias para o exercício de sua 
cidadania, o país ainda enfrenta relações de exploração de trabalho análogas às do período 
da escravidão. Sobre o trabalho escravo no Brasil, pode-se afirmar que: 
a) É uma prática mantida por fazendeiros do interior do Brasil que, embora registrem em 
carteira seus funcionários, não realizam de maneira adequada o pagamento de um salário 
mínimo, conforme obriga a lei em vigor. 
b) As relações de exploração de trabalho análogas à escravidão são identificadas pelos fiscais 
do Ministério do Trabalho apenas em regiões distantes dos grandes centros urbanos, onde 
a presença do Estado é precária. 
c) É uma prática mais comum nas fazendas de produção de carvão e de criação de gado do 
interior do Brasil, sendo quase inexistente nas fazendas modernas de produção de grãos e 
de cana-de-açúcar. 
d) Relações de exploração de trabalho análogas à escravidão ainda são encontradas em 
diferentes partes do país, tanto em áreas rurais quanto em áreas urbanas. 
Comentários 
O próprio texto da lei sugere a existência de trabalho escravo, seja em áreas rurais, seja em 
áreas urbanas. De fato, o trabalho escravo é um fenômeno que ocorre em diferentes partes 
do país e com características diversas, tal como afirma a alternativa. Dentro desse assunto, 
vejamos uma definição sobre trabalho escravo no mundo contemporâneo, conforme o 
movimento Reporter Brasil8: 
O que é trabalho escravo 
De acordo com o artigo 149 do Código Penal brasileiro, são elementos que caracterizam o 
trabalho análogo ao de escravo: condições degradantes de trabalho (incompatíveis com a 
dignidade humana, caracterizadas pela violação de direitos fundamentais coloquem em risco 
a saúde e a vida do trabalhador), jornada exaustiva (em que o trabalhador é submetido a 
esforço excessivo ou sobrecarga de trabalho que acarreta a danos à sua saúde ou risco de 
vida), trabalho forçado (manter a pessoa no serviço através de fraudes, isolamento 
geográfico, ameaças e violências físicas e psicológicas) e servidão por dívida (fazer o 
trabalhador contrair ilegalmente um débito e prendê-lo a ele). Os elementos podem vir 
juntos ou isoladamente. 
O termo “trabalho análogo ao de escravo” deriva do fato de que o trabalho escravo formal 
foi abolido pela Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Até então, o Estado brasileiro tolerava a 
 
8 Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/. Acesso em: 08/03/2021. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
25 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
propriedade de uma pessoa por outra não mais reconhecida pela legislação, o que se tornou 
ilegal após essa data. 
Não é apenas a ausência de liberdade que faz um trabalhador escravo, mas sim de dignidade. 
Todo ser humano nasce igual em direito à mesma dignidade. E, portanto, nascemos todos 
com os mesmos direitos fundamentais que, quando violados, nos arrancam dessa condição 
e nos transformam em coisas, instrumentos descartáveis de trabalho. Quando um trabalhador 
mantém sua liberdade, mas é excluído de condições mínimas de dignidade, temos também 
caracterizado trabalho escravo. 
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Conselho de Direitos Humanos das 
Nações Unidas, através de sua relatora para formas contemporâneas de escravidão, apoiam 
o conceito utilizado no Brasil. 
Gabarito: D 
 
A partir de uma compreensão mais sistêmica do modelo de sociedade brasileira, podemos 
estabelecer que, 
No Brasil, há abundância do quantum de trabalhadore\a(s) desempregado\a(s), que 
marcados pela coação econômica, pelo analfabetismo ou baixo grau de escolaridade e 
pela ausência de oportunidades de emprego nas localidades das suas residências, acabam 
se submetendo às práticas mais arcaicas de exploração e superexploração do trabalho, 
como é exemplo, o trabalho análogo à escravidão. O Capital se vale das péssimas 
condições de vida, que grande parte da classe trabalhadora está submetida para 
intensificar os graus de exploração do trabalho. Daí que se cria um discurso ambíguo por 
parte da classe dominante, que muitas vezes reflete também no discurso de parte da 
classe trabalhadora, valorizando apenas o fato que é preciso trabalhar, muito embora, um 
trabalho bárbaro, cruel, um infortúnio ou uma incontingência para pobres e desprovidos 
de quaisquer bens, que se iludem com a possibilidade de trabalhar e acabam envolvidos 
em dívidas, em locais de trabalho longínquos, sem direitos e imersos à violência. 
Tampouco, se fazem presentes o rechaço à burla dos direitos individuais e coletivos, nos 
projetos alternativos para o Brasil - ou para a classe trabalhadora -, ou mesmo as críticas 
acadêmicas que, na maioria das vezes, não ultrapassam o denuncismo (THOMAZ JUNIOR, 
2017).9 
 
(UFPR 2022) 
Considere a seguinte passagem: 
No final do século XIX e início do século XX, inúmeras leis de “proteção” à mulher passaram 
a proibir o trabalho feminino em ocupações consideradas mais pesadas ou perigosas, já que 
isso havia trazido problemas de ordem “moral” resultantes do fato de as mulheres terem 
mais mobilidade fora do espaço da casa. Na França, uma lei de 1892 proibia as mulheres de 
 
9 SOUSA, Edvânia Ângela. THOMAZ JR, Antonio. Trabalho análogo a escravo no Brasil em tempos de 
direitos em transe. Revista Pegada. Vol. 20. N. 1. Jan-abr/2019, pp. 185-209. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
26 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
exercer o trabalho noturno. No Brasil, a mesma proibição foi expressa em um decreto de 
1932. Embora muitas dessas leis visassem à “proteção” das mulheres, exploradas pela 
indústria – assim como ocorria com as crianças -, acabaram por confiná-las aos cuidados 
domésticos e a trabalhos realizados em casa, sub-remunerados. Durante o século XX, as duas 
guerras mundiais voltaram a impulsionar a presença das mulheres nas indústrias, pois, nesses 
momentos, os esforços produtivos eram necessários. No entanto, com o fim do período de 
guerras, novamente se reivindicou o retorno das mulheres à casa. O modelo de família 
almejado pela sociedade industrial e fordista do pós-guerra centrou-se, então, no “homem 
provedor e na mulher cuidadora”. 
(SILVA, Afrânio et. al. (orgs). Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016. p. 338) 
Sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho, assinale a alternativa correta. 
a) A inserção das mulheres no mercado de trabalho global significou a superação das 
desigualdades de gênero pela conquista do poder financeiro. 
b) A divisão de trabalho fundamentada nos sexos levou as mulheres para fora do espaço 
doméstico contribuindo para a superação do patriarcado. 
c) O desenvolvimento do capitalismo aboliu a distinção entre as atividades que tem lugar no 
espaço da família considerado “reprodutivo”, e no espaço público, considerado “produtivo. 
d) A existência de uma dupla jornada(no trabalho e em casa), por vezes tripla (no trabalho, 
em casa e na universidade), é um dos motivos para a proibição do trabalho das mulheres. 
e) A proibição do trabalho noturno para as mulheres reforçou um efeito perverso da divisão 
sexual do trabalho. 
Gabarito: E 
 
2.2 O TRABALHO COMO CONFLITO OU COESÃO SOCIAL 
 Diante de tudo o que já estudamos até aqui, você já deve estar imaginando que as relações 
de trabalho, bem como esse novo trabalho industrial, tornaram-se um tema fundamental para os 
para os estudos sociológicos. 
Diferentemente das sociedades anteriores ao surgimento do capitalismo, nas quais a 
técnica empregada no processo de produção dos bens, dos serviços e das mercadorias 
permaneceram as mesmas durante séculos, em nosso tempo – na Contemporaneidade – as 
relações de produção se tornaram mais complexas. 
Essa complexidade é resultado da crescente divisão social do trabalho, sendo os autores 
Émile Durkheim e Karl Marx as referências neste debate. Algumas elaboraçõessobre o objeto 
trabalho nestes dois autores nós já vimos na Aula 01. Aqui vou enfatizar os pontos mais 
importantes para a Sociologia do Trabalho. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
27 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Para Marx, com o aumento da produção dos itens necessários à vida social, o excedente 
gerado provocou uma tendência à sedentarização das pessoas. A divisão social do trabalho passou 
a ser, em linhas gerais, da seguinte forma: alguns produziam diretamente e outros passaram a 
administrar o excedente. Mais adiante na História, em um contexto de Urbes (burgos), a divisão 
social se tornou mais complexa: o trabalho rural, via agricultura, passou a fornecer alimentos e os 
centros urbanos a fornecer comércio, serviços e mercadorias industrializas. Em seguida, a divisão 
social do trabalho, do ponto de vista marxista, passou a ser: donos do meio de produção 
(capitalistas) e donos da própria força de trabalho (proletários). Essa relação social se expandiu 
para os diversos cantos do mundo. 
Vale ressaltar que, no interior das fábricas houve outras divisões: o diretor, o gerente, o 
supervisor, o encarregado, e os operários “do chão de fábrica”. 
Diante disso, quando estudamos a categoria trabalho no marxismo, a divisão social do 
trabalho assume contornos de uma tensão, um confronto entre formas de propriedade, 
distribuição de renda entre os indivíduos, formação das classes sociais e até disputas simbólicas. 
Daí surge a noção de luta de classes para o marxismo. 
Émile Durkheim, por sua vez, faz uma abordagem distinta da de Marx. No livro Da divisão 
do trabalho social, o francês demonstra que a crescente especialização do trabalho promovida 
pela industrialização trouxe uma forma de solidariedade no funcionamento da sociedade, e não 
o conflito, de modo que passou a contribuir para a coesão social. Na Aula 00 do nosso curso 
vimos o conceito de Solidariedade Orgânica. Vamos resgatar? 
 
O que nos diz Durkheim 
 sobre a Solidariedade Orgânica? 
Enquanto a precedente [a 
solidariedade mecânica] implica que 
os indivíduos se assemelham, esta [ a 
solidariedade orgânica] supõe que 
eles diferem uns dos outros. A 
primeira só é possível na medida em 
que a personalidade individual é 
absorvida na personalidade coletiva; 
a segunda só é possível se cada um 
tiver uma esfera de ação própria, por conseguinte, uma personalidade. É necessário, pois, que a 
consciência coletiva deixe descoberta uma parte da consciência individual, para que nela se 
estabeleçam essas funções especiais que ela não pode regulamentar; e quanto mais essa região 
é extensa, mais forte é a coesão que resulta dessa solidariedade. De fato, de um lado, cada um 
depende tanto mais estreitamente da sociedade quanto mais dividido for o trabalho nela e, de 
outro, a atividade de cada um é tanto mais pessoal quanto mais for especializada. Sem dúvida, 
por mais circunscrita que seja, ela nunca é completamente original; mesmo no exercício de nossa 
profissão, conformamo-nos a usos, a práticas que são comuns a nós e a toda a nossa corporação. 
Solidariedade 
Mecánica
comum em sociedaes 
menos complexas. Aqui 
cada individuo realiza 
tarefas direcionadas à 
sobrevivencia. 
Predominio de crenças, 
tradições e costumes.
Solidariedade 
Orgânica
própria de sociedades 
mais complexas, em que 
há diversidade de 
trabalho. A coesão social 
está na interdependencia 
entre os indivíduos em 
função da divisão social 
do trabalho.
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
28 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Mas, mesmo nesse caso, o jugo que sofremos é muito menos pesado do que quando a sociedade 
inteira pesa sobre nós, e ele proporciona muito mais espaço para o livre jogo de nossa iniciativa. 
Aqui, pois, a individualidade do todo aumenta ao mesmo tempo que a das partes; a sociedade 
torna-se mais capaz de se mover em conjunto, ao mesmo tempo em que cada um de sues 
elementos tem mais movimento próprios. Essa solidariedade se assemelha à que observamos 
entre os animais superiores. De fato, cada órgão aí tem sua fisionomia especial, sua autonomia, 
e, contudo, a unidade do organismo é tanto maior quanto mais acentuada essa individuação das 
partes. Devido a essa analogia, propomos chamar de orgânica a solidariedade devida à divisão 
do trabalho. 
(DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes. 1999. P 108-
109) 
Pois bem, queridos e queridas, passados o momento inicial do capitalismo, a virada do 
século XIX para o XX nos reservou outras discussões em torno dos sentidos do trabalho. O 
destaque é para as formas de organização do processo produtivo, portanto, as formas de 
organizar o trabalho. Vamos ver como foi isso. Já adianto: esse assunto despenca na sua prova! 
3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA 
DOS SÉCULOS XX E XXI 
 A virada do século XIX para o XX presenciou, nos países de capitalismo avançado, 
transformações no processo produtivo. As fábricas, as organizações produtivas e a própria 
administração pública dos Estados, passou por um processo de racionalização, padronização e 
produção em série. Nesse sentido, o mundo do trabalho passou a contar com dois modelos: o 
fordismo e o taylorismo. Não são modelos opostos, concorrente, mas sim que se complementam. 
Em 1911, o engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor, fez as seguintes 
considerações sobre a organização do trabalho com vistas a ganhos de produtividade: 
❖ Aumento da divisão do trabalho por meio do fracionamento das etapas do processo 
produtivo, de modo que o trabalhador desenvolvesse tarefas especializadas e 
repetitivas. Como desdobramento, amplia-se a diferenciação entre o trabalho 
manual e o intelectual; 
❖ Controle sobre o tempo gasto em cada tarefa e um constante esforço de 
racionalização, para que a tarefa seja executada em tempo cada vez menor, visando 
um incremento da produtividade. 
Por sua vez, Henry Ford (1863-1947) adotou o taylorismo na Ford Motor Company, criando, 
assim, o que se denomina de fordismo. Este modelo de organização da produção e do trabalho 
prevê: 
❖ Aplicação de três princípios básicos: 1- intensificação: diminuição do tempo de 
duração com o emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida 
colocação do produto no mercado; 2-economia: redução ao mínimo do volume do 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
29 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
estoque da matéria-prima em transformação; 3- produtividade: aumento da 
capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio 
da especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e o empresário 
tem maior produção. 
❖ organização da linha de montagem de cada fábrica para produzir mais; 
❖ controle das fontes de matérias-primas e de energia, os transportes, a formação da 
mão de obra. 
O cronômetro e a produção em massa: o modelo fordista 
 Veja, então, que o termo fordismo tem origem no norte-americano Henry Ford, o grande 
empresário da indústria de automotivos. 
Foi em 1914 que Ford implantou em sua fábrica o modelo de organização do trabalho 
baseado na racionalização desenvolvida por Taylor. Sistematizando, novamente, responda rápido: 
quais foram essas mudanças? 
• Produção em série destinada a um consumo em massa; 
• Produção em larga escala; 
• Jornada de trabalho paga por dia; 
• Especialização e segmentação do trabalho: cada trabalhador faz uma parte 
 
Veja na imagem, 
 
10 
 
10 Disponível em https://www.loc.gov/pictures/item/2016850636/ Acesso em 18/22/2019. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
30 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
 A essência do fordismo pode ser resumida em: produção e consumo em larga escala. Nas 
palavras do professor Ricardo Antunes, da Unicamp, 
Iniciamos, reiterando que entendemos o fordismo fundamentalmente como a forma pela 
qual a indústria e o processo de trabalho consolidaram-se ao longo deste século [XX], cujos 
elementos constitutivosbásicos eram dados pela produção em massa, através da linha de 
montagem e de produtos mais homogêneos; através do controle dos tempos e movimentos 
pelo cronometro fordista e produção em série taylorista; pela existência do trabalho parcelar 
e pela fragmentação das funções; pela existência de unidades fabris concentradas e 
verticalizadas e pela constituição/consolidação do operário-massa, o trabalhador coletivo 
fabril, entre outras dimensões11. 
3.1 O TRABALHO FLEXÍVEL: O MODELO TOYOTISTA 
Na década de 1970, por sua vez, houve um outro salto tecnológico, com a automação, a 
robótica a microeletrônica. Aquilo que se conhecia como processos produtivos fordistas e 
tayloristas começa a mudar. Entre em cena o Toyotismo. 
De um ponto de vista histórico, o modelo toyotista surgiu no Japão após o término da 
Segunda Guerra Mundial. Em virtude das condições geográficas do país, pouco espaço geográfico 
e um mercado consumidor menor do que o das potências ocidentais, o Japão não conseguia se 
adequar ao modelo fordista de produção em massa. Assim, a empresa da família Toyota 
reorganizou a produção capitalista para que os produtos fossem produzidos conforme às 
necessidades das pessoas e não o contrário. Dessa forma, o princípio da produção em massa foi 
abandonado. Por isso, podemos dizer que o sistema toyotista passo a primar pela eliminação de 
desperdícios. Ou seja, ele “fugiu” da 
 
11 ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do 
trabalho. São Paulo: ed. Cortez. 6ª edição. 1999, p. 17. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
31 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
• superprodução; 
• do tempo de espera; 
• do transporte em longas distâncias; 
• do estoque; 
• dos defeitos em grande escala. 
Novas variáveis no mundo do trabalho entram em cena, como a tendência à 
descentralização produtiva, a segmentação da linha de produção em um modelo flexível a partir 
da horizontalização organizativa do processo produtivo, a automação, a produção focada no 
atendimento imediato ao cliente, dentre outros. 
Do ponto de vista conjuntural, a ampliação desse modelo de organização do trabalho foi 
viabilizada em função da crise econômica da década de 70, conhecida como ‘crise do petróleo’, 
que culminou com a alta da inflação e estagnação do crescimento econômico, tendo os mais 
diversos países vivenciado uma grande recessão. Em decorrência dessa conjuntura recessiva, 
pode-se afirmar que, a partir da crise do petróleo, o sistema fordista de produção chegou a sua 
exaustão 
(UEL 2020) 
Observe a figura a seguir. 
 
Os três fuscas da imagem fazem parte do acervo do Museu de Inhotim. O Fusca, antes de se 
tornar objeto de arte, foi símbolo da indústria automobilística mundial, hoje marcada pelos 
métodos toyotistas de fabricação. 
Com base nos conhecimentos sobre sistemas produtivos no transcurso do século XX, 
considere as afirmativas a seguir. 
I. As práticas toyotistas na indústria automobilística buscaram superar os parâmetros básicos 
do fordismo ao operarem com o just in time e a produção diversificada em uma mesma base 
de fabricação. 
II. O espírito da ideologia nazista de Estado forte se entrelaçou com a fabricação, na 
Alemanha, dos carros Volkswagen. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
32 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
III. Automóveis expostos em museus permitem observar transformações nos campos social e 
cultural do século XX, tais como a preocupação com a questão ecológica. 
IV. A produção em larga escala de automóveis pelas indústrias Ford marcou o nascimento da 
“linha de produção flexível”. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
Comentários 
Somente a afirmativa IV está incorreta O modelo Fordista marcou o nascimento da “linha de 
produção seriada”, a produção em massa da sociedade de consumo e não a flexível. Também 
vale ressaltar que as alterações nos modos de produção correspondem a adaptações do 
sistema capitalista para continuar funcionando. 
Gabarito: D 
Palavras chaves do Toyotismo: desconcentração industrial, gestão da força de trabalho, gestão 
participativa, controle de qualidade. 
 
A uberização do trabalho 
Para além do trabalho precário, tem sido comum sociólogos do trabalho e 
economistas, como Márcio Pochmann12, da Unicamp, utilizarem a expressão 
uberização para se referir a um determinado tipo de relações de trabalho. 
Esse tipo de trabalho tem sido mediado por aplicativos tecnológicos, os quais atualizam 
uma deterioração das relações trabalhistas iniciada há tempos, conforme a socióloga e 
pesquisadora Ludmila Costhek Abílio, do Cesito/Unicamp13. 
 Desenvolvidos sob um novo espectro funcional, estabelecem novas relações de trabalho 
e modificam a ideia de chefe e empregado, pois o trabalhador passa a ser “dono” do que 
faz. A antiga figura do patrão se esvaiu. Agora os trabalhadores respondem a uma massa 
 
12 POCHMANN, Márcio. A nova classe do setor de serviços e a uberização da força de trabalho. Revista 
do Brasil. São Paulo. 9 jul. 2017. Disponível em: http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/130/a-
nova-classe-do-setor-de-servicos-e-a-uberizacao-da-forca-de-trabalho. Acesso em:20/11/2019. 
13ABÍLIO, Ludmila Costehk. Uberização traz ao debate a relação entre precarização do trabalho e 
tecnologia. Revista IHU. Edição 503. Abril de 2017. Disponível em: 
http://www.ihuonline.unisinos.br/artigo/6826-uberizacao-traz-ao-debate-a-relacao-entre-precarizacao-do-
trabalho-e-tecnologia. Acesso em: 20/11/2019. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
33 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
invisível que os qualifica e julga, opinando sobre cada ponto desempenhado. O aplicativo 
se coloca como um mediador, como uma presença distante que apenas propicia o 
encontro entre motoristas e passageiros. Nesse sentido, de acordo com o professor 
sociologia Cotanda, da UFRGS, “quem controla os preços é o aplicativo, o motorista não 
exerce nenhum controle. É uma ilusão achar que é um empreendedor como um capitalista 
tradicional. O que existe é uma relação de subordinação ao aplicativo.”14 
Assim, o termo uberização caracteriza novas formas de gerenciamento e organização do 
trabalho. Embora o nome remeta a uma empresa, ele expõe uma tendência no mundo do 
trabalho e que, de forma global, vem atingindo diversas ocupações. Segundo a 
pesquisadora Ludmila Costhek Abílio, do Cesito/Unicamp, 
A uberização do trabalho consolida a transformação do trabalhador em um autogerente 
subordinado. Nada está garantido, nem mesmo a remuneração por dia de trabalho. Um 
trabalhador que se encontra disponível ao trabalho, mas só é utilizado e remunerado na exata 
medida do que produz, e nem mesmo sua carga de trabalho está garantida.15 
Dito isso, chamo atenção para que se acostumem com esse termo uberização o qual pode 
vir associado a trabalho precário ou mesmo a novas formas de relações de trabalho. 
Atenção nas provas!!! 
 
(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
A Uber concederá aos seus motoristas no Reino Unido o status de trabalhadores, com salário 
mínimo e férias remuneradas, algo inédito no mundo para a empresa e uma guinada de 180º 
no modelo das plataformas digitais britânicas. A gigante americana de reservas de carros 
com motoristas anunciou nesta terça-feira (16), em um comunicado, que seus mais de 70 mil 
condutores no país receberão estes benefícios a partir da quarta-feira, devido a uma decisão 
judicial. Trata-se de uma mudança profunda de postura da Uber, cujos motoristas eram até 
então autônomos. A plataforma agiu rapidamente após lançar uma ampla consulta com seus 
motoristas e apenas um mês após uma derrota retumbante perante a Suprema Corte 
britânica, quedecidiu em 19 de fevereiro que os motoristas podem ser considerados 
"trabalhadores" e, portanto, receber os benefícios sociais correspondentes. (...) A partir de 
agora, os motoristas de Uber no Reino Unido receberão pelo menos o salário mínimo, terão 
direito a férias remuneradas e a um plano de pensões para o qual a empresa contribuirá. 
(UOL Notícias. Uber concede a motoristas britânicos status inédito de trabalhadores.Disponível em: 
https://economia.uol.com.br/noticias/afp/2021/03/16/uber-concede-a-motoristas-britanicos-status-inedito-de-
funcionarios.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 17/03/2021) 
 
14 Uberizaçao do trabalho. Jornal da UFRGS. Disponível em: https://www.ufrgs.br/jornal/uberizacao-do-
trabalho/. Acesso em: 20/11/2019. 
15 ABÍLIO, Ludmila Costehk. Colapso ou atualidade do empreendimeneto colonial? Le Monde 
Diplomotique Brasil. Ano 13. No. 150. Jan/2020. p 18-19. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
34 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
O texto nos coloca diante de um problema que a sociologia do trabalho vem abordando 
recentemente. A mudança jurídica no status dos trabalhadores ingleses é uma resposta ao 
fenômeno da/do: 
a) terceirização do trabalho, ou seja, a transferência do serviço da empresa principal para 
trabalhadores vinculados a outras empresas. 
b) precarização do trabalho, segundo a qual os trabalhadores saem da informalidade e 
passam à formalidade no mercado de trabalho. 
c) formalização do trabalho, sob a qual os trabalhadores possuem direitos legalmente 
previstos, como salário mínimo. 
d) uberização do trabalho, isto é, fenômeno social em que há uma relação de trabalho 
mediada por aplicativos. 
e) automatização do trabalho, processo em que os trabalhadores são substituídos por 
máquinas, como os novos carros sem motoristas. 
Comentário 
a) errado, pois a terceirização, embora esteja no contexto da precarização do trabalho, ainda 
conta com trabalhadores formalmente registrados. Além disso, esse fenômeno não é 
baseado em contrato de serviços por aplicativos, mas entre empresas ou entre empresa e 
indivíduo isoladamente. 
b) falso, pois no processo de precarização ocorre, em geral (como regra) o contrário, isto é, 
os trabalhadores perdem a condição de formalidade e migram para a informalidade. 
Também há situações em que contratos formais de trabalho impõem redução de direitos e 
condições salariais inferiores ao que normalmente se pagaria para determinada função. 
c) falso, pois, conforme a notícia de jornal e os estudos da sociologia de trabalho, 
trabalhadores de aplicativo não têm direitos e não são registrados. 
d) é o nosso gabarito. A sociologia do trabalho vem utilizando exatamente esse conceito 
“uberização”, ou seja, um processo em que a empresa que fornece o aplicativo não se 
responsabiliza por nenhum tipo de encargo trabalhista em relação aos trabalhadores que 
geram lucro para a empresa tecnológica. 
e) falso, pois esse fenômeno até existe no mundo do trabalho. Por exemplo, quando uma 
quantidade de trabalhadores é substituída por máquinas. Agora, pelo problema do texto do 
enunciado não é essa a questão. Além disso, a título de comparação, há trabalhadores de 
aplicativos que utilizam a bicicleta e, em alguns casos, em função da jornada de trabalho, da 
fadiga e da falta de alimentação, desmaiam. Ou seja, algo oposto à automatização. 
Gabarito: D 
 
 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
35 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
O que é a terceirização? 
A terceirização do trabalho é um processo pelo qual uma organização empresarial, uma fábrica 
A, por exemplo, deixa de contratar e efetivar funcionário para contratar os serviços de uma 
outra empresa, a B. Essa empresa contratada, a B, fornece trabalhadores que atuaram na 
primeira empresa, a fábrica A. Por meio desse processo, a fábrica A se desresponsabiliza dos 
encargos trabalhistas gerados, pois a responsabilidade é de B. Em larga escala, no sistema 
capitalista, essa substituição de mão de obra contratada diretamente pela empresa principal, 
por mão de obra, cuja mediação se deu por uma empresa de serviços (a B), provocou uma 
redução de salário e de direitos. 
Tornou-se comum, grandes empresas demitirem trabalhadores que estavam nos quadros 
funcionais há 10, 15, 20 anos, para, em seguida, contratar os serviços de uma empresa 
terceirizada. Dessa forma, os trabalhadores terceirizadas passam a fazer o mesmo serviço que os 
trabalhadores antigos, mas como menos direitos e com salários menores. Na cadeia produtiva, o 
nome disso é redução de custos. 
A terceirização também produz impactos na organização sindical dos trabalhadores, pois, ao 
invés de uma única categoria unificada em uma única empresa (maior poder de negociação), a 
linha de produção passou a contar com diversos trabalhadores terceirizados de diferentes 
empresas. Apesar de ter sido um movimento iniciado nas grandes indústrias, a prática de 
substituir empregados próprios (contratados diretamente pela empresa principal do negócio) 
por terceirizados se espalhou para diversos setores (agroindústria, comercio, bancos, e até 
serviços educacionais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filme Indústria Americana 
Na cidade de Ohio, durante um 
grande momento pós-industrial, um 
chinês bilionário se aproveita de um 
terreno abandonado da General 
Motors para para criar a própria 
empresa no local, com a intenção de 
realizar uma grande mudança no 
cenário norte-americano. Com a 
contratação de mais de dois mil 
trabalhadores para as construções, 
as perspectivas para Ohio se 
amplificam. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
36 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
A realidade contemporânea vivida por países como França, Alemanha e Inglaterra pode ser 
definida como sendo uma “precarização conjuntural do trabalho”, na medida em que ainda 
não afetou as estruturas sociais mais profundas daquelas sociedades, fazendo parte de um 
novo contexto global, no qual ainda prevalece uma “precarização estrutural do trabalho” e 
uma “generalização da indignidade” em países periféricos como o Brasil. (...) Como trabalho 
indigno, compreendo aquele tipo de atividade que não oferece proteção mínima nem ao 
corpo nem ao espírito, ou seja, que não garante o mínimo de integridade material e moral 
para aqueles que o exercem. Com isso, o conceito de trabalho indigno nos empodera para 
compreender mais profundamente a realidade que normalmente é tematizada com o 
conceito de trabalho precário, o qual apenas descreve situações desagradáveis de trabalho, 
sem dar conta de explicar sua dimensão moral de humilhação e negação do reconhecimento 
(MACIEL, 2006). Assim, o conceito de trabalho indigno também procura dar conta da 
condição mínima de dignidade necessária para que qualquer indivíduo no mundo moderno 
tenha respeito e autoestima. 
(MACIEL, Fabricio. O trabalho indigno no Brasil. 16/05/2021. In: A terra é redonda. Disponível em: 
https://aterraeredonda.com.br/o-trabalho-indigno-no-brasil/?utm_term=2021-05-
16&doing_wp_cron=1621188349.3158349990844726562500. Acesso em: 19/05/2021) 
A partir do que o autor estabelece enquanto trabalho indigno, este conceito se apresenta 
mais adequado para as análises sociológicas porque 
a) nas economias mais contemporâneas, delimita a zona de indignidade nas condições 
objetivas de trabalho precário. 
b) as novas relações de trabalho, como as que envolvem entregadores por aplicativos, 
exigem novos conceitos que reflitam o verdadeiro sofrimento no trabalho em uma conjuntura 
específica. 
c) a pós-modernidade nos trouxe dilemas morais que se sobrepõe ao trabalho precário, em 
particular, na periferia do sistema. 
d) a noção de indignidade procura articular, duplamente, as dimensões da vida objetiva com 
a dimensão subjetiva do sofrimento e da percepção da injustiça social. 
e) permite criar um parâmetro máximo de tipo de ideal de relações de trabalho querechaça 
as condições macroestruturais de trabalho precário. 
Comentários 
a) errado, pois o autor explica que o conceito de trabalho precário é próprio para 
determinados contextos em que não há profundas mudanças nas sociedades, pois a 
precariedade reflete situações conjunturais, como o que ocorre em países desenvolvidos. Já 
o trabalho indigno envolveria outros planos, para além das condições de trabalho, 
adentrando a seara da subjetividade do trabalhador na medida em que há um sofrimento 
psíquico-moral em razão da falta de reconhecimento e da humilhação. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
37 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
b) errado, pois o autor chama a atenção para uma situação histórica do trabalho em países 
como o Brasil, para além da conjuntura mais recente. Assim, ele articula estrutura histórica e 
conjuntura. 
c) falso, pois não se tratam de dilemas morais, mas de sofrimentos que a situação de trabalho 
indigno acarreta. Além disso, o autor sugere que a falta de dignidade no trabalho em países 
como o Brasil não é de agora. 
d) é o nosso gabarito. Note que o autor vai além da noção de trabalho precário, a qual se 
fixa mais na manifestação objetiva das condições de trabalho. Assim, por um lado, ele 
radicaliza a noção de precariedade e, por outro, insere o problema da humilhação. Por isso, 
como base nas elaborações da sociologia de Robert Castel, Maciel ressalta esse duplo 
aspecto que da condição do trabalho indigno. 
e) errado, pois permite criar um parâmetro mínimo de dignidade necessária, conforme o 
último período do texto do enunciado. 
Gabarito: D 
 
Fordismo/Taylorismo 
 Especialização dos trabalhadores (operários em linha de produção) 
 Rígida separação entre o planejamento do trabalho (atividade intelectual) e a execução 
manual-mecânica 
 Plantas fabris concentras e elevada hierarquização da organização do processo de 
trabalho 
 Produção em massa e padronizada, articulada com o consumo em massa 
 Organização sindical forte com atuação característica em negociações de direitos 
trabalhistas 
 Condizente com o Estado de Bem—Estar social 
Toyotismo 
 Trabalhador polivalente (multitarefa) 
 Envolvimento dos trabalhadores na gestão da empresa para a melhoria dos processos 
 Plantas das empresas espalhadas e organizadas de forma horizontal 
 Processo produtivo flexível com foco nas demandas dos consumidores (costomização e 
criação de nichos de consumo) 
 Diminuição da força dos sindicatos e perda de direitos trabalhistas (flexibilização das 
relações de trabalho com impacto nos direitos) 
 Condizente com o Estado neoliberal 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
38 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Bem, queridas e queridos alunos, chegamos ao final dessa aula de Ciências Sociais que apresentou 
autores clássicos e, também, trouxe outros que estabeleceram reações entre sociologia e 
antropologia. As teorias aqui apresentadas devem ajudar vocês a interpretarem os textos e os 
problemas que a prova apresenta. Uma teoria só é eficiente quando ela descreve, interpreta e 
atribui sentidos a uma realidade social. Então, jamais esqueçam que você deve ter uma postura e 
um olhar crítico! 
 
4. QUESTÕES UNESP 
 (UNESP 2020) 
“Eu tinha muito medo, estava sozinha, não tinha como não trabalhar. Ela não me deixava 
amamentar meu filho pela manhã, dizia que eu perderia tempo.” (Dora E. A. Calle) “Quando 
eu precisava sair da casa, sempre tinha que pedir a chave. E nessa hora a chave sempre 
sumia.” 
(Raul G. P. Mendoza) “A casa onde eu trabalhava tinha outros 14 bolivianos, que, assim como 
eu, queriam guardar dinheiro e voltar para nosso país. Mas não é bem assim que acontece.” 
(Alicia V. Balboa) (Bárbara Forte. “Tecendo sonhos”. https://noticias.bol.uol.com.br, 
09.05.2019. Adaptado.) 
Esses depoimentos retratam a realidade vivida por imigrantes bolivianos que trabalharam no 
setor têxtil da capital paulista. Os depoimentos evidenciam 
a) a competitividade da Divisão Internacional do Trabalho. 
b) a relação de trabalho análoga à escravidão. 
c) o processo de segregação estimulado pela xenofobia. 
d) a flexibilização das leis trabalhistas. 
e) o descompasso do trabalho formal com as mudanças da globalização 
 (UNESP 2009) 
Observe a imagem, cena do personagem Carlitos no filme Tempos modernos, 1936. 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
39 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Tempos modernos, de Charles Chaplin, representa a situação econômica e social dos 
Estados Unidos da América dos anos trinta do século passado. No filme, as aventuras de 
Carlitos transcorrem numa sociedade 
a) capitalista em desenvolvimento e conflagrada pelos movimentos operários de destruição 
das máquinas. 
b) globalizada, em que o poder financeiro tornava desnecessário o uso das máquinas na 
produção de mercadorias. 
c) imperialista e mecanizada, que aplicava os lucros adquiridos na exploração dos países 
pobres em benefício dos operários americanos. 
d) abalada pelo desemprego e caracterizada pela submissão do trabalho humano ao 
movimento das máquinas. 
e) pós-capitalista, na qual o emprego da máquina libertava o homem da opressão do trabalho 
industrial. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes) 
Quando um punhado de homens não tem emprego e não procura trabalho, buscamos as 
causas em suas situações imediatas e no seu caráter. Mas quando (...) milhões de homens 
estão desempregados, não podemos acreditar que todos eles subitamente ficaram 
preguiçosos e deixaram de “ser bons”. 
(MILLS, C. W. A Sociedade de Massas. In: FORACHI, M. M.; MARTINS, J. S. Sociologia e Sociedade: 
Leituras de Introdução à Sociologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1977. P. 323) 
A partir do texto, o fenômeno do desemprego de massas tem explicações 
a) na estrutura do sistema. 
b) na natureza dos homens. 
c) nas escolhas individuais. 
d) na dependência estrutural da economia das decisões dos bons empregadores. 
e) na indisposição de grupos de pessoas em procurar emprego. 
5. QUESTÕES PARA APROFUNDAMENTO 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes) 
O que dava aos partidos e movimentos operários sua força original era a justificada convicção 
dos trabalhadores de que pessoas como eles não podiam mudar sua sorte pela ação 
individual, mas só pela ação coletiva, de preferência através de organizações, fosse pela 
ajuda mútua, greve ou totó. 
(HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX. São Paulo: Cia. das Letras, 1995, 
p. 300) 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
40 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
A ação coletivas dos trabalhadores, segundo a perspectiva marxista, é resultado 
a) da presença das ideias comunistas. 
b) da natureza conflitiva das relações sociais de produção. 
c) da dominação racional legal que legitima a exploração capitalista. 
d) da fusão do capital produtivo com o capital financeiro. 
e) da ausência de leis que regulem as relações de capital e trabalho. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes) 
Ao separar completamente o patrão e o empregado, a grande indústria modificou as 
relações de trabalho e apartou os membros das famílias, antes que os interesses em conflito 
conseguissem estabelecer um novo equilíbrio. Se a função da divisão do trabalho falha, a 
anomia e o perigo da desintegração ameaça todo o corpo social e quando o indivíduo, 
absorvido por sua tarefa se isola em sua atividade especial, já não percebe os colaboradores 
que trabalham ao seu lado e na mesma obra, nem sequer tem ideia dessa obra comum. 
(DURKHEIM, E. A Divisão Social do Trabalho. Apud: QUINTEIRO, T. BARBOSA, M. L. OLIVEIRA, M. G. M. 
Toque de Clássicos. Vol. 1. Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. p. 91. ) 
De acordo com o sociólogo francês, a divisão do trabalho possui uma função 
a) conflitiva. 
b) de fornecer consciência de classe. 
c) coesiva. 
d) promotora do consenso salarial. 
e) de unir mecanicamenteas pessoas. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes) 
Trabalho doméstico na pandemia 
No Brasil, a pandemia do coronavírus afetou o trabalho doméstico de duas formas 
marcantes. A primeira delas foi a dispensa de milhares de trabalhadoras domésticas por 
empregadores que perderam renda ou que ficaram com medo de se contaminar ao contato 
com essas trabalhadoras. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística), o número de pessoas ocupadas com trabalho doméstico no país diminuiu de 6,1 
milhões no primeiro trimestre de 2019, para 4,9 milhões em igual período de 2021, com 
quase 1,2 milhão de domésticos a menos no mercado de trabalho em apenas dois anos. 
Considerando que 97% da categoria é formada por mulheres, isso significa que mais de 30% 
das 3,1 milhões de mulheres que deixaram o mercado de trabalho no período eram 
domésticas. "Isso é bastante grave, considerando que boa parte dessas mulheres têm filhos 
e são chefes de família", observa Cristina Vieceli [economista do Departamento Intersindical 
de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese]. Um segundo fato marcante foi a 
privação de liberdade de diversas trabalhadoras domésticas que foram obrigadas por seus 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
41 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
patrões a permanecer no trabalho sem poder voltar para suas famílias, devido ao medo dos 
empregadores de contaminação. 
Para o sociólogo Tulio Custódio, esse fenômeno também está ligado ao passado colonialista 
brasileiro. "Há uma ideia de que o empregado não é um profissional, mas uma posse, o que 
tem origem na relação escravocrata, onde o escravo era visto como um objeto", observa. 
"Foi muito simbólico o fato de a primeira pessoa a morrer de covid [no Rio de Janeiro] ser 
uma mulher negra, idosa e empregada doméstica", lembra Custódio, referindo-se à mulher 
de 63 anos, cujo nome não foi divulgado a pedido da família, que morreu em 17 de março 
de 2020, após ser contaminada pela patroa que voltou de viagem da Itália. 
(BBC. Jul/2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57855932. Acesso 
em: 19/07/2021) 
Considerando os dados e a descrição da situação das trabalhadoras domésticas, está correto 
afirmar que elas 
a) demonstram a superação do passado escravocrata da sociedade brasileira. 
b) foram exceção durante a pandemia do coronavírus, já que o trabalho doméstico é 
imprescindível. 
c) foram vetores significativos do coronavírus, fato que resultou no desemprego massivo das 
diaristas. 
d) foram parcialmente atendidas na reivindicação de proteção da saúde por patrões que as 
mantiveram em isolamento social nas casas em que trabalham. 
e) estão submetidas sistemas de opressões que se interseccionam. 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
Semanas atrás, um post no LinkedIn de Jonathan Frostick, de 45 anos, ganhou ampla 
repercussão. Ele descreveu como teve uma revelação quanto ao problema das longas 
jornadas. O gerente de regulação no banco britânico HSBC havia acabado de se sentar numa 
tarde de domingo para se preparar para a semana de trabalho à frente, quando sentiu um 
aperto no peito, uma palpitação na garganta, mandíbula e braço, além de dificuldade para 
respirar. "Fui para o quarto para me deitar e chamei a atenção da minha esposa, que ligou 
para o 999 [equivalente no Reino Unido ao 192 brasileiro, número que deve ser chamado 
para emergências médicas]", disse ele. Enquanto se recuperava de um ataque cardíaco, 
Frostick decidiu mudar sua relação com o trabalho. "Não estou mais passando o dia todo no 
Zoom", diz ele. 
(G1. Economia. Mai/2021. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/concursos-e-
emprego/noticia/2021/05/18/trabalhar-demais-mata-745-mil-pessoas-por-ano-no-mundo-revela-
estudo.ghtml. Acesso em: 19/05/2021) 
O problema de saúde ocorrido com Jonathan Frostick expõe um problema crônico das 
relações de trabalho capitalistas que pode ser sintetizado na seguinte expressão: 
a) ausência de divisão social do trabalho. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
42 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
b) elevadas jornadas de trabalho. 
c) excesso de café. 
d) sedentarismo. 
e) ausência de direitos trabalhistas. 
 (Estratégia Vestibulares/2020/Profe Alê Lopes) 
A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de 
capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular-digital do que resulta a 
permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez os vendedores de 
refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in 
time dos fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais 
mercadorias, a forma de trabalho dos vendedores e a mais primitiva. Combinam-se, pois, 
acumulação molecular digital com o puro uso da força de trabalho. OLIVEIRA, F. Crítica à 
razão dualista e o ornitorrinco. Campinas: Boitempo, 2003. 
Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões sobre a forma, a 
configuração em si, das relações de trabalho no mundo contemporâneo. O exemplo 
mencionado no texto é equivalente a qual outro exemplo indicado nas alternativas? 
a) o pequeno produtor rural que se associa em cooperativas para otimizar possibilidade de 
venda. 
b) dos entregadores de comida por aplicativo que utilizam bicicletas para realizar o serviço. 
c) das mulheres que trabalham em serviço de telemarketing. 
d) dos estivadores das regiões portuárias que, hoje em dia, usam sistemas automatizados 
para o transporte de cargas. 
e) do professor em salas de aula. 
 (Estratégia Vestibulares/2020/Profe Alê Lopes) 
Nos últimos anos, Jack Welch tem sido repetidamente apontado como o guru com quem 
melhor se pode aprender a arte da gestão. O seu trabalho à frente da GE justifica a atenção. 
Existem outros exemplos, todavia, com quem se pode aprender diferentes lições. Um dos 
mais interessantes é certamente o da Toyota. A empresa japonesa tem tido um sucesso 
assinalável e continuado a nível internacional. Ainda recentemente o Wall Street Journal 
publicava uma reportagem de duas páginas sobre a abertura de uma nova fábrica em San 
Antonio, Texas, a apenas 450 quilómetros da fábrica de Arlington da GM. A batalha pelo 
mercado leva os nipônicos para o coração do Texas, onde vão fabricar a nova geração de 
pick-ups Tundra. 
Uma das lições mais interessantes do sucesso da Toyota refere-se ao fato de a empresa ter 
sido capaz de transplantar a sua cultura de kaizen, melhoria contínua, para os locais onde 
atua. O sucesso da Toyota assentou numa filosofia de gestão que tinha como faceta mais 
visível um novo sistema de produção, conhecido como lean production. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
43 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 (As lições do Toyotismo, Diário de Notícias. 14/jun/2006. Disponível em: 
https://www.dn.pt/arquivo/2006/as-licoes-do-toyotismo-641950.html. Acesso em: 
16/04/2020) 
Um dos fenômenos mais analisados pela sociologia do trabalho são as formas de relações 
de trabalho e seu impacto na vida do trabalhador. Com relação ao modelo evidenciado pela 
notícia acima, fazem parte de suas características, segundo a perspectiva crítica da 
sociologia: 
a) a organização verticalizada da empresa, de modo ao trabalhador ser controlado 
rigidamente por um sistema de tempos e movimentos. 
b) a participação do trabalhador em todas as etapas da produção, sendo que a padronização 
da linha de produção proporciona que o trabalhador tome consciência do processo de 
alienação do trabalho. 
c) controle fabril por meio da subjetividade do trabalhador e da organização flexível das 
relações de trabalho. 
d) a ruptura total com o modelo fordista-taylorista em que a produção estava voltada para o 
consumo de massas. 
 (Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes) 
O prefixo “des” indica anomalia. “Desemprego” é o nome de uma condição claramente 
temporária e anormal, e,assim, a natureza transitória e curável da doença é patente. A noção 
de “desemprego” herdou sua carga semântica da auto consciência de uma sociedade que 
costumava classificar seus integrantes, antes de tudo, como produtores, e que também 
acreditava no pleno emprego não apenas como condição desejável e atingível, mas também 
como seu derradeiro destino. Uma sociedade que, portanto, classificava o emprego como 
uma chave – a chave – para a solução dos problemas ao mesmo tempo da identidade pessoal 
socialmente aceitável, da posição social segura, da sobrevivência individual e coletiva, da 
ordem social e da reprodução sistêmica. 
BAUMAN, Z. Vidas despedaçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. p. 19. 
O pleno em prego a que o autor se refere está associado ao modelo de sociedade 
a) neoliberal. 
b) utópica. 
c) anarquista. 
d) fordista. 
e) toyotista. 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Uma das condições históricas para o desenvolvimento do capital foi o trabalho livre e a troca 
de trabalho livre por dinheiro, outra foi a separação do trabalho livre das condições objetivas 
de sua efetivação – dos meios e material do trabalho. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
44 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
K. Marx, Formações econômicas pré-capitalistas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985, p. 65. 
De acordo com a perspectiva marxista, a separação do trabalho das condições objetivas de 
sua efetivação provoca o fenômeno 
a) da alienação. 
b) da abolição da escravatura. 
c) da consciência de classe. 
d) da servidão. 
e) do fato social. 
 (Estratégia Vestibulares/profe Ale Lopes) 
Como criador de valores de uso, como trabalho útil, é o trabalho, por isso, uma condição de 
existência do homem, independentemente de todas as formas de sociedade, eterna 
necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza, portanto, vida 
humana . 
MARX, Karl. O Capital, Vol I, p. 50. 
Para Marx, a discussão filosófica do trabalho humano é fundamental para a compreensão da 
existência social. 
O significado social geral do trabalho na abordagem marxista é: 
a) O trabalho enobrece o homem. 
b) A divisão social entre trabalho manual e intelectual possibilita aproveitar melhor as 
capacidades de cada indivíduo. 
c) O trabalho mortifica o homem porque é sempre alienado. 
d) O trabalho é uma questão prática: trabalha-se para ganhar um salário e sobreviver. 
e) O trabalho é a condição para a existência social pois coloca o homem em relação com a 
natureza. 
 (Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes) 
A meritocracia é uma ilusão”, diz ex-empregada doméstica que se tornou juíza 
No Brasil, há pessoas que morrem sem nunca terem tido um registro de nascimento. Antônia 
Marina Faleiros, 57 anos, escapou de ser uma delas, mas vê exemplos todos os dias. 
Conviveu com essa realidade quando trabalhava em um canavial, aos 12 anos, em Minas 
Gerais, e também ao se tornar juíza em comarcas do interior da Bahia, aos 40. (...) Antônia 
Marina Faleiros é uma das poucas mulheres autodeclaradas negras que compõem o quadro 
de juízes no Brasil. Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há apenas 
6% de mulheres pretas ou pardas na magistratura. 
Nesse cenário, a presença de Antônia, muitas vezes, surpreende. “Até hoje tem gente que 
olha para mim e diz: ‘Dona, cadê a juíza?’. O racismo de cada dia é sutil em suas práticas, ele 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
45 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
é travestido de uma observação engraçadinha, mas que molda todo um pensamento de uma 
sociedade”, diz. Ela relata o longo caminho percorrido entre o trabalho infantil, dormir na 
rua, trabalhar como empregada doméstica e, atualmente, ser juíza no Tribunal de Justiça da 
Bahia (TJBA). 
Antônia rejeita o título de “exemplo de meritocracia”. Esse substantivo é usado para definir 
o predomínio numa sociedade daqueles que têm mais méritos (os mais trabalhadores, mais 
dedicados, mais bem-dotados intelectualmente etc.) Para ela, no Brasil é impossível falar em 
meritocracia, já que nem todos têm as mesmas oportunidades e um caso individual de 
sucesso, apesar das adversidades, não pode ser usado como parâmetro. “Meritocracia é só 
uma cortina para encobrir o remorso de quem fecha as portas para os outros. Você fecha as 
portas e essa pessoa não consegue nada. Então você diz: ‘Não conseguiu porque não tinha 
mérito’”, diz. Antônia define a meritocracia como uma ilusão, uma figura de retórica que não 
se sustenta. “Eu sou exemplo da não meritocracia. Muitos como eu não conseguiram realizar 
seus sonhos, por diferentes fatores. Nosso horizonte é delimitado pelo nosso ponto de 
observação”, descreve. As cotas raciais, por exemplo, são instrumentos para compensar essa 
desigualdade, ela defende. “Esse discurso liberal de cada um por si é perverso e predatório. 
É preciso, para se aferir meritocracia, aferir o ponto de partida de cada competidor. Se 
partiram do mesmo ponto, aí podemos falar sobre isso. Se as condições foram diferentes, 
pode-se falar em recompensa pela luta, mas não meritocracia.” 
Conforme a opinião de Antônia Marina Faleiros, a respeito da meritocracia, 
a) trata-se de um processo justo e igualitário de disputa por melhores posições na sociedade. 
b) não dá para ser aplicada em contextos de desigualdades sociais em que os indivíduos 
iniciam a competição de níveis distintos. 
c) existe diante da capacidade de um juiz assim a reconhecer em julgamentos equilibrados. 
d) é suficiente de ser atingida por meio da igualdade formal perante a lei. 
e) é parte da vida e somente os mais capazes atingem seus objetivos e posições de destaque 
na sociedade, como a própria Antônia. 
 (Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes) 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
46 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
As imagens apresentam processos produtivos da criação de automóvies em épocas históricas 
diferentes. A partir delas, é possível concluir que: 
a) a categoria analítica trabalho perdeu espaço nas análises sociológicas. 
b) a produção em série fordista foi abandonada. 
c) a tecnologia empregada otimiza a mais valia relativa. 
d) o modelo de trabalho toyotista da imagem do passado foi substituído pelo fordista. 
 (Estratégia Vestibulares 2020/inédita/profe. Alê Lopes) 
 
 
A crítica social expressa na charge, além de um contraste geral entre países desenvolvidos e 
subdesenvolvidos, permite uma compreensão específica sobre o mundo do trabalho. Essa 
compreensão está corretamente indicada na alternativa 
a) nos países pobres há mais emprego e nos ricos o desemprego é maior, fato comprovado 
na charge por demonstrar um jovem ocioso. 
b) nos países subdesenvolvidos o custo do trabalho é menor, de modo que grandes marcas 
descentralizaram a produção para esses países para otimizarem lucros. 
c) a cultura trabalhista nos países pobres se adequa às tradições regionais, como no fato de 
a trabalhadora não usar calçados. 
d) nos países pobres predomina um tipo de trabalho artesanal, como nas unidades 
produtivas do Sudeste-asiático, com destaque para a produção da Coréia do Sul. 
e) nos países ricos os jovens não precisam assumir postos no mercado de trabalho, pois a 
combinação do Estado de Bem-Estar social com a exploração do trabalho nos países pobre 
assegura um certo nível de vida de classe média. 
 (UFSC 2020) 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
47 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 Considere os seguintes trechos de reportagens a respeito de aplicativos de serviços. A 
primeira delas trata dos aplicativos Uber, 99, iFood e Rappi; a segunda, das dificuldades 
enfrentadas pelas pessoas que utilizam esses aplicativos. 
Quase 4 milhões de trabalhadores autônomos utilizam hoje as plataformas como fonte de 
renda. Se eles fossem reunidos em uma mesma folha de pagamento, ela seria 35 vezes mais 
longa do que a dos Correios, maior empresa estatal em númerode funcionários, com 109 
mil servidores […]. Para um autônomo, o ganho gerado com os apps acaba se tornando uma 
das principais fontes de renda. Esses 3,8 milhões de brasileiros que trabalham com as 
plataformas representam 17% dos 23,8 milhões de trabalhadores nessa condição, segundo 
a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), no trimestre até fevereiro. 
ESTADÃO CONTEÚDO. Uber, iFood e mais: aplicativos viram fonte de renda de quase 4 milhões. 
28 de abril de 2019. Disponível em: 
https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/redacao/2019/04/28/uber-ifood-e-maisaplicativos-
viram-fonte-de-renda-de-quase-4-milhoes.htm. Acesso em: 12 maio 2019. 
 
A explosão de aplicativos de delivery é provavelmente o caso mais representativo das 
rupturas geradas no Brasil pelo avanço da gig economy – a economia dos bicos. Até poucos 
anos atrás, os serviços de entrega eram pulverizados entre empresas de pequeno porte, que 
contratavam motoboys, reconhecidos como categoria profissional regulamentada […]. Hoje 
a atividade está ao alcance de qualquer um que aceitar termos e condições de plataformas 
digitais 
FOLHA DE SÃO PAULO. Euforia com aplicativos de serviços dá lugar à frustração de trabalhadores. 
Ilustríssima, 3 de março de 2019. Disponível em: 
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/03/euforia-com-aplicativos-de-servicos-da-lugar-a-
frustracao-de-trabalhadores.shtml. Acesso em: 12 maio 2019. 
Com base nos textos acima, é correto afirmar que: 
01) a gig economy é uma situação econômica na qual os trabalhadores autônomos 
encontram trabalho por meio de aplicativos de serviço. 
02) os aplicativos de prestação autônoma de serviços substituíram toda forma de contratação 
de profissionais de atividades regulamentadas. 
04) os aplicativos de serviço propiciam aos trabalhadores uma possibilidade de dispor de sua 
força produtiva desde que aceitem os termos e condições da plataforma digital em que se 
inscrevem. 
08) o fato de que, juntas, algumas empresas possuem uma folha de pagamentos mais extensa 
do que a da maior empresa estatal prova que o desenvolvimento econômico se dá por meio 
do abandono de atividades estatais. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
48 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
16) a emergência de uma economia de bicos mediada pelo acesso a aplicativos de oferta de 
força de trabalho é característica de uma fase da economia capitalista na qual a 
regulamentação de atividades de serviços enfrenta contestações. 
32) a gig economy atinge 23,8 milhões de trabalhadores, que sofrem com a precariedade do 
uso de aplicativos. 
64) a desregulamentação de ofertas de emprego e sua posterior concentração nas mãos de 
grandes conglomerados, como as plataformas citadas, gera efeitos predatórios sobre 
empresas de pequeno porte que operam dentro da economia de oferta de emprego 
regulamentado. 
 (UFSC 2018) 
Quanto à questão que originou esse trabalho (Da divisão do trabalho social), é a das relações 
entre a personalidade individual e a solidariedade social. Como é que, ao mesmo passo que 
se torna mais autônomo, o indivíduo depende mais intimamente da sociedade? Como pode 
ser, ao mesmo tempo, mais pessoal e mais solidário? [...] esses dois movimentos, por mais 
contraditórios que pareçam, seguem-se paralelamente [...] Pareceu-nos que o que resolvia 
essa aparente antinomia é uma transformação da solidariedade social, devida ao 
desenvolvimento cada vez mais considerável da divisão do trabalho. Eis como fomos levados 
a fazer desta última o objeto de nosso estudo. 
DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social, 1999 [1893], p. XLVI. 
Antes de tudo, o trabalho é um processo de que participa o homem e a natureza, processo 
em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio 
material com a natureza [...] põe em movimento as forças naturais de seu corpo – braços e 
pernas, cabeça e mãos –, a fim de apropriar-se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes 
forma útil à vida humana. Atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao 
mesmo tempo modifica sua própria natureza. 
MARX, Karl. O capital, livro I, 2001 [1867], p. 211. 
Considerando a questão do trabalho de acordo com os autores clássicos da sociologia acima 
referidos, é correto afirmar que: 
01) para Marx, o trabalho e a divisão do trabalho estão presentes em todas as sociedades. 
02) segundo o pensamento de Durkheim, haveria uma crescente divisão do trabalho, 
tornando a sociedade cada vez mais diferenciada a partir das funções e especializações dos 
indivíduos. 
04) na solidariedade orgânica as pessoas seriam cada vez mais semelhantes, ao passo que 
na solidariedade mecânica elas seriam cada vez mais diferentes, segundo Durkheim. 
08) na concepção de Marx, o lucro obtido pela burguesia no capitalismo seria oriundo da 
mais-valia. 
16) tanto Durkheim quanto Marx, por serem ambos sociólogos do século XIX, analisavam a 
questão das relações de trabalho exatamente da mesma forma. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
49 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 (UFSC 2018) 
Em relação ao mundo do trabalho e ao processo de globalização, é correto afirmar que: 
01) com exceção dos países de economia essencialmente agrária, o setor terciário é o que detém 
a maior parte da renda nacional e o que emprega o maior número de pessoas. 
02) com a abertura econômica no Brasil, sobretudo a partir dos anos 1980, intensifica-se a 
empregabilidade no mundo do trabalho, provocada principalmente pela economia de escala, 
que substituiu a economia de escopo. 
04) o processo de terceirização, também chamado de reestruturação, é um dos aspectos a serem 
considerados pelas empresas, sob o argumento da competitividade e da lucratividade. 
08) a abertura econômica que se intensificou a partir dos anos 1990 não afetou a estrutura 
ocupacional metropolitana brasileira. 
16) nos últimos anos, ocorreu uma ampliação da informalização do trabalho, com o crescimento 
do trabalho temporário, terceirizado e vinculado à economia informal, mas apenas em países 
pobres. 
32) durante as últimas décadas, tem havido um processo crescente de flexibilização das relações 
de trabalho, o que implica, em muitos casos, a reformulação dos direitos trabalhistas, 
ocasionalmente com perdas de garantias jurídicas. 
 (UEM 2017) 
Sobre as relações entre trabalho e sociedade, assinale o que for correto. 
01) O modelo de produção e de organização do trabalho que se estabeleceu a partir do 
século XVIII, na indústria, sofreu poucas modificações ao longo dos últimos séculos, 
seguindo, basicamente, os mesmos princípios organizacionais desde aquela época. 
02) No capitalismo contemporâneo, a finalidade da produção industrial é a geração de 
conhecimento, e não mais a geração de lucro. 
04) A indústria é a organização social que inventou o trabalho. Por isso é um equívoco 
considerar trabalhadores os agricultores, os pescadores, os pecuaristas, uma vez que 
realizam atividades fora da estrutura de produção industrial. 
08) As inovações tecnológicas proporcionaram aos trabalhadores a redução da jornada de 
trabalho, a garantia dos direitos trabalhistas e a possibilidade de conviver mais intensamente 
com suas famílias e com seus grupos de amigos. 
16) Para Max Weber, a concepção de que o trabalho é uma atividade que dá dignidade às 
pessoas tem origem na ética religiosa e é amplamente aceita na sociedade industrial e 
compartilhada por distintos grupos sociais. 
 (UEM 2011) 
“Dois fatores condicionam esta escravidão: a rapidez e as ordens. A rapidez: para alcançá-
la, é preciso repetir movimento atrás de movimento, numa cadência que, por ser mais rápida 
que o pensamento, impede o livre curso da reflexão e até do devaneio. Chegando-se à frente 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
50 
 
 
AULA 02 -Sociologia 
da máquina, é preciso matar a alma, oito horas por dia, pensamentos, sentimentos, tudo (...). 
As ordens: desde o momento em que se bate o cartão na entrada até aquele em que se bate 
o cartão na saída, elas podem ser dadas, a qualquer momento, de qualquer teor. E é preciso 
sempre calar e obedecer. A ordem pode ser difícil ou perigosa de se executar, até 
inexequível; ou então, dois chefes dando ordens contraditórias; não faz mal: calar-se e 
dobrar-se (...) Engolir nossos próprios acessos de enervamento e de mau humor; nenhuma 
tradução deles em palavras, nem em gestos, pois os gestos estão determinados, minuto a 
minuto, pelo trabalho.” 
WEIL, Simone. Carta a Albertine Thévenon (1934-5). In: BOSI, Ecléia (org.). A condição 
operária e outros estudos sobre a opressão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 65. 
Considerando a leitura do trecho da carta acima e a temática do trabalho e da produção 
social do mundo, assinale o que for correto. 
01) É possível identificar como fordista-taylorista a forma de organização do trabalho descrito 
pela autora. 
02) O trecho acima destaca que a alienação decorrente da divisão social do trabalho é uma 
das características da produção industrial. 
04) A subjetividade do trabalhador não é afetada pela mecanização da produção industrial, 
nem pelas formas de organização e gestão do trabalho. 
08) Uma das características do trabalho industrial destacada pela autora é a produção de 
maiores vínculos de solidariedade e coesão social. 
16) As normas e as ordens da produção industrial estão associadas a um intenso controle das 
atividades dos trabalhadores. 
 (UEPG 2019) 
 Nas últimas décadas, a terceirização tem crescido como forma de contratação das 
empresas. Sobre a terceirização, assinale o que for correto. 
01) As terceirizações ocorrem no setor privado, já que as empresas públicas só podem 
contratar diretamente via concurso público. 
02) Há variações de terceirização que mascaram a contratação direta, uma delas é chamada 
de "pejotização", em que trabalhos pessoais são exercidos por pessoas físicas, com a 
finalidade de diminuição dos encargos trabalhistas. 
04) Não há indícios que apontem que os trabalhadores terceirizados recebem salários mais 
baixos ou estão mais precarizados do que os contratados diretamente pelas empresas. 
08) A forma mais comum de terceirização é aquela em que uma empresa contrata outras 
para algumas atividades-meio. 
 (Uel 2020) 
Em museus como o Louvre, encontram-se objetos produzidos em diversos e determinados 
modos de produção: utensílios, esculturas, pinturas, entre outras manifestações. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
51 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Com base nos conhecimentos sobre modos de produção, no pensamento de Marx, 
considere as afirmativas a seguir. 
I. O primeiro modo de produção existente na história foi baseado na estrutura homens livres 
e escravos. 
II. Modos de produção específicos produzem superestruturas que mantêm íntima ligação 
com a infraestrutura. 
III. O modo de produção capitalista é a última estrutura produtiva de classes antes do 
processo de constituição da sociedade comunista. 
IV. Os modos de produção possuem leis próprias e existem independentemente das 
vontades individuais dos homens. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 (UEL 2019) 
Leia o texto a seguir. 
O prefixo “des” indica anomalia. “Desemprego” é o nome de uma condição claramente 
temporária e anormal, e, assim, a natureza transitória e curável da doença é patente. A noção 
de “desemprego” herdou sua carga semântica da auto consciência de uma sociedade que 
costumava classificar seus integrantes, antes de tudo, como produtores, e que também 
acreditava no pleno emprego não apenas como condição desejável e atingível, mas também 
como seu derradeiro destino. Uma sociedade que, portanto, classificava o emprego como 
uma chave – a chave – para a solução dos problemas ao mesmo tempo da identidade pessoal 
socialmente aceitável, da posição social segura, da sobrevivência individual e coletiva, da 
ordem social e da reprodução sistêmica. 
BAUMAN, Z. Vidas despedaçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. p. 19. 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as transformações mais recentes quanto ao 
tema desemprego no capitalismo, considere as afirmativas a seguir. 
I. A tendência no capitalismo globalizado é tornar os postos de trabalho mais flexíveis para 
atender necessidades das grandes corporações, levando a questionamentos do modelo 
taylorista-fordista. 
II. A perda de identidade em relação ao emprego no capitalismo contemporâneo confirma 
o fato de que a categoria trabalho deixou de ser essencial para a produção e reprodução da 
vida social. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
52 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
III. As políticas antissindicais que acompanham as práticas neoliberais apresentam como 
resultado a supressão das crises econômicas globais com o restabelecimento do pleno 
emprego. 
IV. O desemprego, no capitalismo globalizado, tem a longa duração como seu traço 
característico, enquanto avança o emprego precário e de alta rotatividade, como nos call 
centers. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 (UEL 2019) 
Leia o gráfico e o texto a seguir. 
 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação do 
trimestre encerrado em março de 2018 chegou a 13,1%, com aumento de 1,3 ponto 
percentual em relação ao último trimestre do ano passado (11,8%). O total de pessoas 
desocupadas cresceu no período, passando de 12,3 milhões para 13,7 milhões. 
Adaptado de agenciadenoticias.ibge.gov.br. 
Com base no gráfico e no texto, considere as afirmativas a seguir. 
I. A taxa de desocupação no primeiro trimestre de 2017 é maior nesta série histórica e 
apresenta uma oscilação de 0,6 ponto percentual se comparado ao mesmo período de 2018. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
53 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
II. A taxa de desocupação apresentada no primeiro trimestre de 2018 indica que houve um 
crescimento de 6,6 pontos percentuais em relação ao último trimestre de 2014. 
III. Ao longo de 2017, a taxa de desocupação apresentou queda e, no trimestre seguinte, 
houve dispensa de trabalhadores representando perda de postos de trabalho. 
IV. A taxa de desocupação apresentou queda, se comparados o primeiro trimestre de 2016 
ao mesmo período de 2017. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 (UEL 2018) 
Nos últimos anos, os suicídios têm se tornado uma constante em diversas empresas do 
mundo. Na China, por exemplo, a fim de evitar que os funcionários de uma empresa 
saltassem pela janela do prédio, a gerência, conscienciosamente, instalou redes na parte 
externa. 
Com base nos conhecimentos sobre o mundo do trabalho contemporâneo, considere as 
afirmativas a seguir. 
I. As práticas neo ou pós-fordistas adotadas pelas empresas têm limitado os suicídios de 
trabalhadores às fábricas de organização mais tradicionais. 
II. Os métodos de trabalhos inspirados no toyotismo acentuam o gerenciamento do estresse 
e, consequentemente, o desgaste da força de trabalho.III. A racionalização do trabalho proposta por Taylor baseou-se no controle dos tempos e 
movimentos e foi aprimorada por Ford com a esteira rolante. 
IV. O absenteísmo e a rotatividade nos chamados “empregos MacDonalds” alinham-se como 
problemas para a utilização da força de trabalho no capitalismo globalizado. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 (UEL 2014) 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
54 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
A cidade desempenha papel fundamental no pensamento de Émile Durkheim, tanto por 
exprimir o desenvolvimento das formas de integração quanto por intensificar a divisão do 
trabalho social a ela ligada. 
Com base nos conhecimentos acerca da divisão de trabalho social nesse autor, assinale a 
alternativa correta. 
a) A crescente divisão do trabalho com o intercâmbio livre de funções no espaço urbano 
torna obsoleta a presença de instituições. 
b) A solidariedade orgânica é compatível com a sociedade de classes, pois a vida social 
necessita de trabalhos diferenciados. 
c) Ao criar seres indiferenciados socialmente, o “homem massa”, as cidades recriam a 
solidariedade mecânica em detrimento da solidariedade orgânica. 
d) O efeito principal da divisão do trabalho é o aumento da desintegração social em razão 
de trabalhos parcelares e independentes. 
e) O equilíbrio e a coesão social produzidos pela crescente divisão do trabalho decorrem das 
vontades e das consciências individuais. 
 (UEL 2008) 
 Sobre a exploração do trabalho no capitalismo, segundo a teoria de Karl Marx (1818-1883), 
é correto afirmar: 
a) A lei da hora-extra explica como os proprietários dos meios de produção se apropriam 
das horas não pagas ao trabalhador, obtendo maior excedente no processo de produção 
das mercadorias. 
b) A lei da mais valia consiste nas horas extras trabalhadas após o horário contratado, que 
não são pagas ao trabalhador pelos proprietários dos meios de produção. 
c) A lei da mais-valia explica como o proprietário dos meios de produção extrai e se apropria 
do excedente produzido pelo trabalhador, pagando-lhe apenas por uma parte das horas 
trabalhadas. 
d) A lei da mais valia é a garantia de que o trabalhador receberá o valor real do que produziu 
durante a jornada de trabalho. 
e) As horas extras trabalhadas após o expediente constituem-se na essência do processo de 
produção de excedentes e da apropriação das mercadorias pelo proprietário dos meios de 
produção. 
 (UEL 2008) 
Segundo Braverman: 
O mais antigo princípio inovador do modo capitalista de produção foi a divisão manufatureira 
do trabalho [...] 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
55 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
A divisão do trabalho na indústria capitalista não é de modo algum idêntica ao fenômeno da 
distribuição de tarefas, ofícios ou especialidades da produção [...]. 
(BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista. Tradução Nathanael C. Caixeiro. Rio de 
Janeiro: Zahar, 1981. p. 70.) 
O que difere a divisão do trabalho na indústria capitalista das formas de distribuição 
anteriores do trabalho? 
a) A formação de associações de ofício que criaram o trabalho assalariado e a padronização 
de processos industriais. 
b) A realização de atividades produtivas sob a forma de unidades de famílias e mestres, o 
que aumenta a produtividade do trabalho e a independência individual de cada trabalhador. 
c) O exercício de atividades produtivas por meio da divisão do trabalho por idade e gênero, 
o que leva à exclusão das mulheres do mercado de trabalho. 
d) O controle do ritmo e da distribuição da produção pelo trabalhador, o que resulta em 
mais riqueza para essa parcela da sociedade. 
e) A subdivisão do trabalho de cada especialidade produtiva em operações limitadas, o que 
conduz ao aumento da produtividade e à alienação do trabalhador. 
 (Unicentro 2012) 
A taxa de desemprego brasileira é uma das menores entre as grandes economias mundiais, 
segundo o gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. “Em janeiro, a taxa de desocupação ficou em 
6,1% — o menor resultado para o mês desde o início da pesquisa do IBGE. Antes da crise, o 
Brasil tinha a segunda maior taxa de desocupação entre as 20 maiores economias do mundo. 
Hoje, conseguimos melhorar este índice e estamos em 15º ou 16º lugar no ranking (das 
maiores taxas de desemprego)”, afirmou Azeredo. “As principais potências ainda sentem os 
efeitos da crise de 2008, enquanto os avanços em educação, a inserção digital e a 
formalização do mercado levaram o Brasil a aumentar os postos de trabalho”, acrescentou. 
TABAK, Bernardo. G1- Economia. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: 
<http://www.ceao.ufba/2007/leviosirdeos. http>. Acesso em: 2 jul. 2011. 
Sobre as relações de emprego, desemprego e subemprego, é correto afirmar: 
a) O desemprego estrutural é também denominado desemprego temporário, pois ocorre 
em um curto espaço de tempo. 
b) Pessoas que exercem alguma forma de atividade produtiva sempre são consideradas 
empregadas nas estatísticas. 
c) A queda de desemprego entre os jovens pode ser explicada devido ao maior acesso desse 
grupo às novas tecnologias. 
d) O desemprego conjuntural é resultado de grandes mudanças na economia, sendo 
característica dos países em desenvolvimento. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
56 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
e) O desemprego pode ser definido como uma situação das pessoas que podem e querem 
trabalhar, mas não conseguem encontrar um emprego. 
 (Unicentro 2011) 
Um dos livros muito conhecidos do sociólogo Emile Durkheim é o “Da divisão do trabalho 
social”, obra publicada em 1893. Nesse livro, o autor identifica o surgimento de um novo 
método de trabalho que conduzia a uma nova fonte de interação social. Sobre a função da 
divisão do trabalho em Durkheim, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F, para as 
falsas. 
( ) A especialização das profissões e a divisão do trabalho baseiam-se em uma ética asceta 
que leva os indivíduos a buscarem acumulação e eficiência e a evitarem o desperdício e a 
preguiça. 
( ) Os resultados econômicos da divisão do trabalho são de menos importância, pois o 
efeito moral, o sentimento de solidariedade que essa produz é a sua verdadeira função. 
( ) Um arranjo social com classes dominantes e classes dominadas em constante conflito 
entre si é uma das principais implicações da divisão social do trabalho. 
( ) A divisão do trabalho possibilita a coesão social, garantindo o funcionamento harmônico 
do organismo social. 
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a 
a) V V V F 
b) F V V V 
c) F V F F 
d) F V F V 
e) V F F F 
 (Unicentro 2011) 
 Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso) nas afirmativas a seguir referentes aos estudos sobre o 
tema trabalho e vida econômica. 
( ) O fordismo visa à mecanização e, portanto, ao aumento da produtividade do trabalho. 
( ) A esteira transportadora que fixa o trabalhador em seu posto, diminuindo a sua 
autonomia e iniciativa, é uma característica do fordismo. 
( ) O ritmo do trabalho, no fordismo, deixa de se ditado pela gerência e passa a ser 
controlado pelos operários. 
( ) O industrialista Henry Ford emprestou de Taylor a ideia de que a produção de massa 
exige mercados em massa. 
A sequência correta encontrada, de cima para baixo, é a 
a) V V F F 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
57 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
b) V V V F 
c) V F F V 
d) F F V V 
e) F V V V 
 (UNIOESTE 2012) 
 Émile Durkheim é consideradoum dos fundadores das Ciências Sociais e entre as suas 
diversas obras se destacam “As Regras do Método Sociológico”, “O Suicídio” e “Da Divisão 
do Trabalho Social”. Sobre este último estudo, é correto afirmar que 
a) a divisão do trabalho possui um importante papel social. Muito além do aumento da 
produtividade econômica, a divisão garante a coesão social ao possibilitar o surgimento de 
um tipo específico de solidariedade. 
b) a solidariedade mecânica é o resultado do desenvolvimento da industrialização, que 
garantiu uma robotização dos comportamentos humanos. 
c) a solidariedade orgânica refere-se às relações sociais estabelecidas nas sociedades mais 
tradicionais. O nome remete ao entendimento da harmonia existentes nas comunidades de 
menor taxa demográfica. 
d) indiferente dos tipos de solidariedade predominantes, o crime necessita ser punido por 
representar uma ofensa às liberdades e à consciência individual existente em cada ser 
humano. 
e) a consciência coletiva está vinculada exclusivamente às ações sociais filantrópicas 
estabelecidas pelos indivíduos na contemporaneidade, não tendo nenhuma relação com 
tradições e valores morais comuns. 
 (UNIOESTE 2011) 
 Nas últimas décadas desenvolveu-se um debate acirrado no interior das Ciências Sociais 
referente à importância da categoria trabalho no mundo contemporâneo. Neste sentido, 
alguns autores chegaram a afirmar que esta era uma categoria em processo de extinção e, 
que devido a isso, não mereceria atenção sociológica. Contudo, a história vem 
demonstrando o oposto. No meio da inconstância econômica vivenciada, a organização do 
trabalho tornou-se tema central entre aqueles que buscam soluções para a crise. Não 
suficiente, a tentativa de abandonar a referida categoria também não conseguiu eliminar seu 
aspecto ontológico, ou seja, sua importância na formação dos homens. Sobre a categoria 
trabalho é correto afirmar que 
a) conceitualmente, trabalho, emprego e ocupação podem ser considerados a mesma coisa, 
pois se referem a um mesmo fenômeno. 
b) a revolução tecnológica e as transformações nos modelos de gestão inevitavelmente 
levarão a extinção do trabalhador produtivo. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
58 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
c) na concepção de Émile Durkheim a divisão do trabalho apenas gera individualidade e não 
possibilita nenhuma outra forma de organização social. 
d) a diminuição do número de trabalhadores atuando nas indústrias vem sendo 
acompanhada pelo aumento da importância de outros setores da economia, como o de 
serviços e o informal. 
e) o modelo de trabalho desenvolvido nas indústrias Ford e que foi brilhantemente 
representado por Chaplin no filme “Tempos Modernos” pode ser considerado extinto na 
atualidade. 
 (UNIOESTE 2010) 
A partir do início do século XX uma série de modificações foi introduzida na organização do 
processo de trabalho na produção capitalista. Ou seja, a produção de mercadorias passou a 
ser estruturada com base nos princípios do fordismo/taylorismo, inovação que vigorou até 
recentemente. Dentre as alternativas abaixo, marque aquela que apresenta as principais 
características do fordismo/taylorismo. 
a) Organização verticalizada das empresas, trabalhador especializado na realização de uma 
única tarefa e produção padronizada. 
b) Produção de mercadorias organizada de forma horizontal, subcontratação e terceirização 
de atividades por parte das empresas. 
c) A produção não é mais padronizada, incentivo da polivalência do trabalhador e introdução 
do sistema de bonificações e prêmios por produção. 
d) Organização verticalizada das empresas, subcontratação e incentivo da polivalência do 
trabalhador. 
e) Produção padronizada de mercadorias, organização horizontal das empresas e 
terceirização de atividades produtivas. 
 (UFU 2015) 
Nas últimas décadas, o Brasil experimentou mudanças demográficas, sociais, culturais, 
econômicas e políticas significativas. A crescente inserção das mulheres no mercado de 
trabalho e na política, a melhoria de seu nível educacional, a redução da fecundidade, a 
postergação da maternidade, a redução da resistência a novos atributos para os papeis 
feminino e masculino são algumas delas. No entanto, os ritmos de tais mudanças parecem 
seguir descompassados. 
PICANÇO, Felícia Silva. Amélia e a mulher de verdade: representações dos papeis da mulher 
e do homem em relação ao trabalho e à vida familiar. Em: ARAÚJO, C. & SCALON, C. (org.). 
Gênero, família e trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. 
De acordo com o trecho acima, as desigualdades de gênero na inserção no mercado de 
trabalho persistiriam devido à 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
59 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
A) maior participação dos membros masculinos nas tarefas concernentes ao trabalho 
doméstico. 
B) representação de que não cabe apenas ao homem, enquanto chefe de família, o papel de 
provedor do grupo doméstico. 
 C) crença no fato de que o ingresso feminino no mercado de trabalho gera um prejuízo à 
família. 
D) crítica à representação da mulher como naturalmente disposta a assumir os papéis de 
esposa e mãe. 
 (UFU 2015) 
Em 2006, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) 
lançou um estudo intitulado “A jornada de trabalho no Brasil” na qual se pode ler que 
[...] com exceção das conquistas obtidas em acordos ou convenções coletivas desde a 
Constituição de 1988, praticamente todas as alterações nos direitos trabalhistas foram no 
sentido de diminuir direitos e/ou de intensificar o ritmo de trabalho. 
DIEESE. A Jornada de Trabalho no Brasil. Disponível em 
<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BAB0CD8FE72AD/Prod02_200
6.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2015. 
Tomando por base as reflexões de Karl Marx acerca da jornada de trabalho e seus 
conhecimentos sobre a realidade nacional, é correto afirmar que: 
a) Tal como todo aparato jurídico burguês, a Constituição de 1988 trouxe consigo a redução 
dos direitos trabalhistas e a ampliação da exploração sobre o trabalho. 
b) A redução de direitos trabalhistas é uma marca presente em todos os Estados de Bem-
Estar Social no centro e na periferia do capitalismo. 
c) Intensificar o ritmo de trabalho significa, em outras palavras, ampliar a extração de mais 
valia relativa. 
d) Vive-se o paradoxo de a redução dos direitos conviver com um momento especial de 
crescimento e ofensiva da mobilização sindical. 
 (UFU 2012) 
Levando em consideração as relações do sistema de produção fordista e demais sistemas de 
produção e suas consequências, constata-se que o trabalho no sistema 
a) taylorista baseia-se em trabalhadores multifuncionais, sendo que cada posto de trabalho 
executa várias tarefas, a fim de diminuir os custos de produção. 
b) fordista caracteriza-se pela separação entre elaboração e execução no processo de 
trabalho, proporcionando a alienação. 
c) fordista é repetitivo e parcelado, gerando trabalhadores felizes e satisfeitos por não 
necessitarem de longos processos de capacitação para o trabalho. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
60 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
d) toyotista tem a produção vinculada à demanda, ocasionando flexibilização e evitando, 
assim, as demissões e a precarização, além de possibilitar a utilização racional da força de 
trabalho. 
 (UFU 2011) 
Podemos entender o fordismo como uma forma de acumulação do capital que ocorreu no 
contexto da luta de classes, envolvendo controle e resistência no local de trabalho, assim 
como um conjunto de relações socioculturais, políticas e educacionais. A partir da análise do 
texto acima, é correto afirmar que o fordismo corresponde a: 
 a) uma forma de organização do trabalho social, datada historicamente, prescindindo da 
figura do Estado e estabelecendo a livre negociação entre capital e trabalho. 
 b) uma formade organização da produção e do trabalho que vem possibilitando grande 
expansão e acumulação do capital nos dias atuais, particularmente ao longo da década de 
1990, caracterizado pelo consumo flexível. 
c) uma forma de organização do trabalho social que sempre existiu na sociedade capitalista 
e que envolve um compromisso entre capital e trabalho mediado pelo Estado. 
d) uma forma de organização do trabalho social, datada historicamente, que envolveu um 
compromisso entre capital e trabalho mediado pelo Estado o qual buscou assegurar renda 
e consumo para uma significativa parcela da classe trabalhadora. 
 (UFU 2009) 
Acerca do chamado “Novo Sindicalismo” no Brasil, assinale a alternativa correta. 
a) A recessão econômica e as diversas mudanças ocorridas no mundo do trabalho a partir da 
década de 1990 levaram o novo sindicalismo a adotar novas estratégias de resistência, as 
quais primavam pela ampliação das greves e maior participação dos trabalhadores nos 
processos decisórios das empresas. 
b) Uma das fases do movimento sindical brasileiro teve início em 1978, na região industrial 
do ABC paulista, com o chamado “novo sindicalismo”, o qual teve como característica seu 
reconhecimento como instrumento de negociação sob a tutela do Estado. 
c) As conquistas alcançadas pelo novo sindicalismo brasileiro, em especial aquelas relativas 
ao espaço da negociação coletiva e à defesa do poder aquisitivo dos salários, implicaram o 
crescimento e o fortalecimento deste movimento como instrumento de negociação entre 
patrões e empregados na década de 1990. 
d) O novo sindicalismo representou um forte questionamento às limitações impostas pela 
estrutura sindical oficial, alterando o quadro geral das relações dos trabalhadores com os 
patrões e atuando como importante agente político no processo de redemocratização da 
sociedade brasileira na década de 1980. 
 (UFU 2007) 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
61 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
No tocante aos princípios centrais do taylorismo, como propostos por Frederick Winslow 
Taylor na obra Princípios de Administração Científica, marque a alternativa correta. 
A) O chamado sistema taylor de produção proporcionou aos trabalhadores maior tempo livre 
nos processos de execução das tarefas produtivas. 
B) O taylorismo implicou maior autonomia decisória aos trabalhadores responsáveis pela 
execução das tarefas produtivas. 
C) O taylorismo consistiu em um conjunto de princípios críticos e contrários ao estudo 
científico do processo de produção econômica. 
D) Os princípios tayloristas estabelecem uma separação clara entre, de um lado, as fases de 
planejamento, concepção e direção do processo produtivo e, de outro, as tarefas de 
execução. 
 (UFU 2002) 
Michel Husson, economista francês, em recente entrevista concedida a uma publicação 
brasileira, assim se pronunciou sobre o desemprego: 
Confrontando a evolução da taxa de desemprego na Europa com a taxa dos lucros das 
empresas no PIB, essas curvas evoluíram de maneira muito parecida. A ideia é a seguinte: se 
não há redistribuição aos trabalhadores, sob a forma de redução da jornada [de trabalho], há 
um aumento de desemprego, porque as pessoas trabalham ao mesmo tempo com mais 
produtividade. E o fato de não diminuir a jornada resulta em uma fonte de lucros financeiros. 
A conclusão é que não se pode realmente lutar contra o desemprego sem mudar a 
distribuição dos lucros que se formou dessa maneira. 
Carta Capital, número 194, 19/junho/2002, p. 42. 
A política econômica implementada no Brasil, desde 1995, estimulou várias práticas 
inovadoras no mundo do trabalho tais como: contrato temporário, flexibilização da legislação 
trabalhista, trabalho parcial e banco de horas. Nenhuma delas, entretanto, apontou para a 
redução da jornada de trabalho sem redução salarial. Isto posto, à luz da análise de Michel 
Husson, é correto afirmar que 
a) as medidas adotadas pelo Governo Federal nos últimos 7 anos, na área trabalhista, visaram 
combater o desemprego, pois abriram postos de emprego, ao flexibilizarem os contratos de 
trabalho. 
b) tal política foi mais uma forma de atender ao interesse do capital financeiro e, por isso, 
significou uma ação favorável à esfera especulativa. 
c) a redução da jornada de trabalho sem redução salarial aumentaria o chamado “custo 
Brasil”, razão pela qual, de fato, seria um equívoco favorecê-la. 
d) o crescimento da massa salarial somente pode acontecer mediante a retomada de taxas 
de lucro em patamares crescentes, nada tendo a ver com a taxa de desemprego. 
 (UECE 2019) 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
62 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Migração é o deslocamento de indivíduos dentro de um espaço geográfico, de forma 
temporária ou permanente, constituindo, deste modo, fluxos migratórios. 
No que diz respeito à migração no Brasil, assinale a afirmação verdadeira. 
a) Os fluxos migratórios são desencadeados por escolhas pessoais dos indivíduos em busca 
de novas aventuras culturais e de experiências de vida. 
b) É uma política do Estado brasileiro que possibilita às famílias das várias regiões conhecer 
o País e buscar oportunidades de trabalho segundo as preferências de cada um. 
c) O fator de maior influência nos fluxos migratórios no Brasil é de ordem econômica, ao 
forçar o deslocamento de indivíduos à procura de trabalho e de melhores condições de vida. 
d) Os fluxos migratórios no Brasil revelam o desenvolvimento econômico do País ocasionado 
pelo aumento de intercâmbio de conhecimentos profissionais entre as regiões. 
 (UECE 2019) 
Atente para o seguinte enunciado: 
A crise econômica que o Brasil vem enfrentando nos últimos anos resultou em uma triste 
realidade para os trabalhadores: o aumento da informalidade — empregados de pequenas 
empresas sem registro, o comércio ambulante, a execução de reparos ou pequenos 
consertos, a prestação de serviços pessoais (de empregadas domésticas, babás) e de serviços 
de entrega (de entregadores, motoboys), a coleta de materiais recicláveis, motorista de 
aplicativos como o UBER etc.). Apenas em 2017 foram criadas 1,8 milhão de vagas no setor 
informal, enquanto 685 mil vagas com carteira assinada foram perdidas. 
Disponível em:https://financasfemininas.com.br/estudoconsequencias-do-crescimento-do-
emprego-informal-nobrasil/ 
Considerando o enunciado acima, é correto afirmar que 
a) o aumento do trabalho informal no Brasil é reflexo do aumento da liberdade de escolha 
do trabalhador em relação ao trabalho assalariado e da sua condição empreendedora. 
b) todos os trabalhadores fazem a economia funcionar, mas as condições de trabalho e renda 
a que se submetem aqueles da informalidade são precárias. 
c) não estar amparado pela carteira assinada significa menos custo para o trabalhador, que 
passa a ter mais garantias de renda, com menos encargos sociais e previdenciários. 
d) o crescimento da informalidade expressa a força do empreendedorismo e da liberdade 
pessoal de escolhas no mercado formal de trabalho. 
 (UEMA 2015) 
“O sociólogo Zygmunt Bauman, em seu livro Globalização: as consequências humanas, 
afirma que a ‘globalização‘ tem sido apresentada como o destino irremediável do mundo, 
mas que, no fenômeno da globalização, há mais coisas do que pode o olho apreender, pois 
o fenômeno da globalização tanto divide como une.” 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
63 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Fonte: BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar, 1999. (adaptado) 
Essa crítica do autor é, também, expressa em outras linguagens como na charge abaixo. 
 
Com base na charge e nas ideias de Zygmunt Bauman, pode-se afirmar que o fenômeno da 
globalização 
a) seleciona povos, países e setores que serão inseridos no processo, determinando a forma 
da inserção. 
b) uniformiza todos os países e atinge a todos da mesma maneira,sem distinção de etnia, 
credo e ideologia. 
c) distribui igualmente entre povos e países os produtos advindos do desenvolvimento 
econômico e tecnológico. 
d) transforma as nações em uma só, criando uma verdadeira “aldeia global”, na qual todos 
os povos são iguais. 
e) padroniza o mundo social, cultural, política e economicamente, reduzindo as 
desigualdades entre as nações. 
 (UEMA 2014) 
 A etimologia do termo trabalho deriva do vocábulo tripallium que significa “instrumento de 
tortura”. O trabalho foi associado à ideia de castigo, tortura, atividade penosa. Ao longo do 
tempo, houve várias interpretações do sentido de trabalho. No feudalismo, o trabalhador 
tinha uma visão total do produto. Com a consolidação da sociedade industrial, o modelo 
fordista e taylorista fragmentaram o processo de produção, conforme imagem abaixo. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
64 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
Nesse sentido, as características do fordismo e do taylorismo, no início do século XX, em 
novo ordenamento social do trabalho, são, respectivamente, 
a) especialização da administração e solidarismo, flexibilização, robótica. 
b) automação, fragmentação e cooperação, manufatura, rigidez do trabalho. 
c) mecanização, automação, precariedade do trabalho e estabilidade no emprego, 
solidarismo. 
d) impessoalidade das normas, flexibilização do trabalho, robótica e controle das atividades, 
fluidez do trabalho. 
e) controle das atividades, mecanização e impessoalidade das normas, rigidez do trabalho, 
especialização da administração. 
 (UEG 2019) 
Um dos fenômenos mais analisados pela sociologia é o das classes sociais. Algumas análises 
sociológicas apontam para uma mudança na estrutura de classes na sociedade, o que teria 
se iniciado após a Segunda Guerra Mundial e com maior intensidade nas décadas 
posteriores. 
A respeito das alterações na estrutura de classes que ocorreram a partir dessa época, verifica-
se que 
a) a longa crise econômica e o consequente enxugamento do Estado a partir dos anos 1950 
geraram uma redução drástica da burocracia e uma precarização intensa da intelectualidade. 
b) houve, nas últimas décadas, um decréscimo quantitativo e proporcional do proletariado 
industrial, devido ao crescimento do setor de serviços e do comércio em detrimento do setor 
industrial. 
c) o desenvolvimento tecnológico e o avanço da informática fizeram emergir uma nova 
classe, denominada tecnocracia, que vem, paulatinamente, substituindo a burguesia como 
classe dominante. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
65 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
d) a pós-modernidade e o neoliberalismo criaram um intenso processo de fragmentação 
social, o que provocou o desaparecimento das classes sociais e sua substituição pelos grupos 
sociais. 
e) o estado de bem-estar social nos países capitalistas mais avançados gerou uma reforma 
agrária que teve como principal efeito o crescimento quantitativo do campesinato e da classe 
latifundiária. 
 (UEG 2012) 
A emergência do fenômeno da globalização foi acompanhada de mudanças na esfera da 
produção e do Estado. Nesse contexto, no caso europeu, é correto afirmar: 
a) a partir da década de 1980, emergiu o regime de acumulação flexível, caracterizado pelo 
pós-fordismo e pelo Estado de bem-estar social. 
b) partir da década de 1980, iniciou-se o processo de reestruturação produtiva e a 
implantação do Estado neoliberal. 
c) a partir dos anos 1970, emergiu a sociedade pós-moderna globalizadora e organizada em 
torno do Estado neoliberal e do fordismo/taylorismo. 
d) a partir dos anos 1980, emergiu o Estado de bem-estar social e a reestruturação produtiva. 
 (UEG 2009) 
O mundo contemporâneo vem sofrendo muitas mudanças em todas as esferas da vida social. 
Estas mudanças sociais estão na organização política, nas relações internacionais, na cultura, 
entre outras. A chamada “reestruturação produtiva” faz parte deste contexto e está 
relacionada com o aumento do desemprego. Sobre a relação entre reestruturação produtiva 
e desemprego, é correto afirmar: 
a) o desemprego provoca a reestruturação produtiva, pois as políticas keynesianas 
implantadas em todo o mundo a partir da Segunda Guerra Mundial tinham como uma de 
suas características principais a política de “pleno emprego”. Esta política estatal se esgotou 
com o aumento do desemprego a partir da década de 70, provocado pela crise do petróleo. 
O aumento do desemprego gerou a reestruturação produtiva, cujo principal objetivo é a 
flexibilização das relações de trabalho e do mercado de trabalho, provocando uma 
otimização do uso de recursos humanos e diminuindo drasticamente os índices de 
desemprego em todo o mundo. 
b) o processo de reestruturação produtiva vem acompanhado da implantação do regime 
neoliberal e estes dois processos combinados promovem, por um lado, a corrosão da 
legislação trabalhista, o enfraquecimento da política estatal de proteção ao trabalhador, a 
instituição do contrato temporário, a precarização do trabalho, a descentralização industrial, 
a flexibilização do mercado de trabalho, a busca do aumento da oferta de força de trabalho, 
visando pressionar os salários para baixo. Isto tudo provoca o aumento do desemprego em 
escala mundial. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
66 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
c) o processo de desemprego é produto natural do desenvolvimento tecnológico e por isso 
tende, com o desenvolvimento histórico, a aumentar. O desemprego no capitalismo é maior 
do que o que existiu no feudalismo. Quanto mais o capitalismo se desenvolve, mais aumenta 
o desemprego, até que o processo de automação substitua o trabalhador por máquinas e o 
emprego seja abolido. 
d) não existe nenhuma relação entre reestruturação produtiva e desemprego, pois este 
sempre existiu e sempre existirá. 
 (UPE 2016) 
 Observe a imagem a seguir: 
 
Baseando-se na imagem, a relação de produção apresentada é conhecida como 
a) Capitalista. 
b) Socialista. 
c) Escravista. 
d) Feudalista. 
e) Primitivista. 
 (UPE 2018) 
Observe a imagem a seguir: 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
67 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
Desde o início do século XX, o sistema capitalista reordenou as relações de trabalho por 
meio da organização da produção, o que possibilitou a acumulação do capital de forma 
flexível. Nesse contexto, o processo produtivo verticalizado, apresentado na imagem, 
denomina-se de 
a) Fordismo/taylorismo. 
b) Toyotismo. 
c) Mercantilismo. 
d) Volvismo. 
e) Capitalismo manual. 
 (UENP 2019) 
Fordismo e toyotismo são dois modelos capitalistas de organização do trabalho em fases 
distintas da produção industrial dos séculos XIX e XX. Com base nos conhecimentos sobre 
os dois modelos citados, considere as afirmativas a seguir. 
I. O fordismo combatia o uso da esteira rolante na produção de mercadorias por considerar 
que esta era menos eficaz que o cronômetro para controlar o trabalhador. 
II. Ao contrário do toyotismo, o fordismo propõe uma organização do trabalho na qual exista 
o envolvimento dos funcionários com a empresa mediante o trabalho em equipe. 
III. Um dos grandes problemas enfrentados pelo fordismo foi a existência do absenteísmo, 
isto é, o declínio do envolvimento do trabalhador com a tarefa realizada. 
IV. O controle dos tempos e movimentos do trabalhador é um traço comum aos dois 
modelos, embora seja mais intenso no toyotismo, que acelera os fluxos de produção. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
68 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas(UENP 2010) 
Sobre o capitalismo a partir da década de 70, é incorreto afirmar que são suas características: 
a) enormes quedas nas taxas de lucro, acentuadas pelo encarecimento da mão de obra, que 
promovia constantes lutas para melhorar suas condições de vida; com o encarecimento da 
mão de obra, as empresas começaram a cortar gastos, dando início à proeminência do 
desemprego estrutural. 
b) esgotamento do taylorismo/fordismo, que era incapaz de responder à crescente retração 
da demanda dos produtos advinda do aumento das taxas de desemprego. 
c) controle cada vez maior da dimensão financeira da economia. 
d) crescente concentração de capitais graças ao inicio de uma série de fusões entre grandes 
empresas. 
e) crise dos mecanismos do Estado de Bem-Estar social, acelerada pela crise fiscal nos 
estados do capitalismo avançado, que gerou a necessidade de cortes de gastos e 
transferência de atribuições ao capital privado. 
 (UERJ 2020) 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
69 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
Nos textos são apresentados alguns dos significados dos desastres humanos e ambientais 
causados pelo rompimento de barragens de rejeitos de mineração em Mariana e 
Brumadinho. Os desastres mencionados indicam a permanência do seguinte critério na 
relação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental: 
(A) valorização da ocupação laboral 
 (B) primazia da acumulação capitalista 
(C) racionalização da produção industrial 
(D) retomada da desregulamentação estatal 
 (UERJ 2020) 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
70 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
A história de Pureza Lopes Loiola alerta sobre a permanência do trabalho análogo ao escravo 
na sociedade brasileira na atualidade. Um dos principais fatores que possibilitam essa 
permanência é a: 
(A) legislação permissiva 
(B) fiscalização ineficiente 
(C) concentração fundiária 
(D) modernização tecnológica 
 (UERJ 2020) 
 
 
 
O conceito de “comércio justo”, mencionado no texto, engloba o compromisso de viabilizar 
que o preço pago por uma mercadoria resulte nas seguintes garantias: 
(A) direitos sociais e conservação ambiental 
(B) direitos civis e flexibilidade da produção 
(C) direitos autorais e preservação da natureza 
D) direitos políticos e concorrência empresarial 
 (UERJ 2019) 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
71 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
Os levantamentos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicam 
diferenças quanto à remuneração e ao acesso ao ensino superior de homens e mulheres. A 
partir dos dados, observa-se a permanência da seguinte prática: 
(A) exclusão política 
(B) discriminação racial 
(C) homogeneização cultural 
(D) hierarquização econômica 
 (UERJ 2013) 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
72 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
A extração de recursos naturais da Floresta Amazônica, como o látex, ainda hoje se insere 
em um contexto de problemas sociais, relacionados principalmente ao seguinte fator: 
(A) escassez de mão de obra qualificada 
(B) precariedade das condições de trabalho 
(C) insuficiência dos sistemas de transporte 
(D) insalubridade da infraestrutura habitacional 
 (UERJ 2010) 
Veja bem, este país, em seus dias de glória, parecia até um zoológico. Um zoológico limpinho 
e bem arrumado. Todos tinham o seu lugar e viviam felizes. Quem era chamado de halwai 
fazia doces. Quem era chamado de criador de gado criava gado. Os intocáveis limpavam 
latrina. Até que, em 1947, quando os britânicos foram embora, todas as jaulas foram abertas. 
Aí a lei da selva substituiu a lei do zoológico. Os mais ferozes devoraram os demais e ficaram 
barrigudos. Resumindo: antigamente havia mil castas e destinos na Índia. Hoje só há duas 
castas: a dos homens barrigudos e a dos homens sem barriga. 
ARAVIND ADIGA. Adaptado de O tigre branco. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. 
O fragmento de texto acima faz referência a uma das transformações ocorridas na Índia, a 
partir de 1947. Essa transformação explicita a relação entre as seguintes características na 
sociedade indiana: 
(A) diversidade de etnias – liberdade de expressão 
(B) divisão do trabalho – hierarquização dos grupos 
(C) centralização do Estado – eliminação da censura 
(D) racionalização da produção – preservação das tradições 
 (UNESPAR 2018) 
O trabalho é universal nas sociedades humanas e está ligado à necessidade de recursos 
materiais para a sobrevivência. Após a Revolução Industrial e Revolução Francesa, com o 
advento do trabalho operário e a ampliação das indústrias, ocorreu uma migração das 
populações rurais para as cidades. Atualmente a maior parte da população mundial vive nas 
cidades. Essa mudança no panorama de distribuição da população se deu por conta da: 
a) Maior taxa de natalidade nos meios urbanos; 
b) Busca por oportunidades de trabalho; 
 c) Diminuição da produção de alimentos na zona rural; 
d) Mecanização da produção agrícola; 
e) Abandono das propriedades rurais por parte dos agricultores. 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
73 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
GABARITO 
 
1. B 
2. D 
3. A 
4. B 
5. C 
6. E 
7. B 
8. B 
9. C 
10. D 
11. A 
12. E 
13. B 
14. C 
15. B 
16. 84 
17. 11 
18. 37 
19. 16 
20. 19 
21. 10 
22. E 
23. B 
24. D 
25. E 
26. B 
27. C 
28. E 
29. E 
30. D 
31. A 
32. A 
33. D 
34. A 
35. C 
36. C 
37. B 
38. D 
39. D 
40. D 
41. B 
42. C 
43. B 
44. A 
45. E 
46. B 
47. B 
48. B 
49. C 
50. A 
51. C 
52. C 
53. B 
54. B 
55. A 
56. B 
57. B 
58. B 
59. B 
 
 
6. QUESTÕES UNESP – COMENTADAS 
 (UNESP 2020) 
“Eu tinha muito medo, estava sozinha, não tinha como não trabalhar. Ela não me deixava 
amamentar meu filho pela manhã, dizia que eu perderia tempo.” (Dora E. A. Calle) “Quando 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
74 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
eu precisava sair da casa, sempre tinha que pedir a chave. E nessa hora a chave sempre 
sumia.” 
(Raul G. P. Mendoza) “A casa onde eu trabalhava tinha outros 14 bolivianos, que, assim como 
eu, queriam guardar dinheiro e voltar para nosso país. Mas não é bem assim que acontece.” 
(Alicia V. Balboa) (Bárbara Forte. “Tecendo sonhos”. https://noticias.bol.uol.com.br, 
09.05.2019. Adaptado.) 
Esses depoimentos retratam a realidade vivida por imigrantes bolivianos que trabalharam no 
setor têxtil da capital paulista. Os depoimentos evidenciam 
a) a competitividade da Divisão Internacional do Trabalho. 
b) a relação de trabalho análoga à escravidão. 
c) o processo de segregação estimulado pela xenofobia. 
d) a flexibilização das leis trabalhistas. 
e) o descompasso do trabalho formal com as mudanças da globalização 
Comentários 
Questão boa para percebemos como os sentidos do trabalho ao longo da história atravessam-
na e aparecem nos dias recentes. 
a) Errado, pois o trabalho escravo não evidencia a competitividade da divisão internacional 
do trabalho, já que é uma forma de organização da produção em que está à margem da 
racionalidade baseada em normas legais e em acordos reconhecidos por países, organizações 
e empresas. No mundo atual, a divisão internacional do trabalho é reconhecida sob formas 
de exploração de trabalho “não-escravas”. Até podemos concordar que, em muitos países, 
os direitos trabalhistas são baixíssimos, fato que estimula empresas a migrarem para zonas 
com menos encargo. Contudo, a exploração do trabalho assalariado é diferente das 
condições impostas ao trabalho análogo à escravidão. 
b) Correto. Apesar de, em um primeiro momento, ficarmos impressionado com o fato de 
muitos bolivianos trabalharem em troca de comida e de lugar para dormir, o que caracteriza 
a condição de analogia à escravidão é uma reunião de elementos. Desde as péssimas 
condições de trabalho, até o controle sobre o direito de ir e vir. Conforme destacado no 
enunciado, nostrechos “Ela não me deixava amamentar meu filho pela manhã” e “sempre 
tinha que pedir a chave. E nessa hora a chave sempre sumia”, os trabalhadores estavam 
submetidos ao rígido controle. Não podiam abandonar o local de trabalho, pois, na prática, 
estavam presos. 
c) Incorreto. Os depoimentos não relatam xenofobismo. 
d) Incorreto. Os depoimentos não evidenciam leis trabalhistas. 
e) Incorreto. Os depoimentos não apontam para o descompasso do trabalho formal e nem 
para as mudanças da globalização. 
Gabarito: B 
 (UNESP 2009) 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
75 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Observe a imagem, cena do personagem Carlitos no filme Tempos modernos, 1936. 
 
Tempos modernos, de Charles Chaplin, representa a situação econômica e social dos 
Estados Unidos da América dos anos trinta do século passado. No filme, as aventuras de 
Carlitos transcorrem numa sociedade 
a) capitalista em desenvolvimento e conflagrada pelos movimentos operários de destruição 
das máquinas. 
b) globalizada, em que o poder financeiro tornava desnecessário o uso das máquinas na 
produção de mercadorias. 
c) imperialista e mecanizada, que aplicava os lucros adquiridos na exploração dos países 
pobres em benefício dos operários americanos. 
d) abalada pelo desemprego e caracterizada pela submissão do trabalho humano ao 
movimento das máquinas. 
e) pós-capitalista, na qual o emprego da máquina libertava o homem da opressão do trabalho 
industrial. 
Comentários 
a) falso, pois essa é a descrição de uma sociedade da Revolução Industrial. 
b) falso, pois a própria imagem deixa clara a necessidade do uso de máquinas. 
c) falso, pois o filme Tempo Moderno retrata a condição dos trabalhadores em países do 
“primeiro mundo”. 
d) perfeito, pois o filme é da década de 1930, pós crise de 1929. Além disso, repare que a 
posição do trabalhador, praticamente engolido pela engrenagem, mostra a relação 
intrínseca entre movimento humano e movimento da máquina. Lembre-se de que essa forma 
de organização da indústria capitalista era caracterizada pelo taylorismo, o sistema de 
controle de tempos e movimentos. 
e) falso, cronologicamente, está equivocado sugerir que o período da sociedade de massas 
da produção taylorista e fordista é pós-capitalista. O mais próximo de um conceito “pós-
capitalista” seria a reformulação da econômica neoliberal, combinando com o pós-
modernismo, mas com ressalvas. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
76 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Gabarito: D 
 
7. QUESTÕES PARA APROFUNDAMENTO - COMENTADAS 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes) 
Quando um punhado de homens não tem emprego e não procura trabalho, buscamos as 
causas em suas situações imediatas e no seu caráter. Mas quando (...) milhões de homens 
estão desempregados, não podemos acreditar que todos eles subitamente ficaram 
preguiçosos e deixaram de “ser bons”. 
(MILLS, C. W. A Sociedade de Massas. In: FORACHI, M. M.; MARTINS, J. S. Sociologia e Sociedade: 
Leituras de Introdução à Sociologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1977. P. 323) 
A partir do texto, o fenômeno do desemprego de massas tem explicações 
a) na estrutura do sistema. 
b) na natureza dos homens. 
c) nas escolhas individuais. 
d) na dependência estrutural da economia das decisões dos bons empregadores. 
e) na indisposição de grupos de pessoas em procurar emprego. 
Comentários 
Salvo exceções, como a situação de pleno emprego nos Estados de Bem-Estar social, o 
desemprego é uma das características da sociedade capitalista. Nesse sentido, o sociólogo 
Charles Wright Mills faz uma colocação que considera o desemprego enquanto um fenômeno do 
capitalismo. Assim, em poucas palavras, ele expressa uma crítica à posição daqueles que não 
entendem o capitalismo como um sistema que produz desigualdades. É comum economistas 
liberais, com repercussões em setores das classes dominantes, culparem os trabalhadores 
desempregados por estarem desempregados: seja porque não se capacitam; seja porque não 
estão dispostos a procurar trabalho em outras áreas; seja porque não aceitam baixos salários; etc. 
Porém, Mills problematiza esse tipo de percepção na medida em que coloca o problema social 
em grande escala. Ora, como é possível milhões de desempregados? E as oportunidades? Pois 
bem, ao problematizar uma visão um tanto quanto do senso comum, Mills sugere que o problema 
é estrutural, ou seja, da estrutura do sistema capitalista e não das pessoas individualmente. Com 
efeito, as alternativas b) e c), por transferirem a culpa de um problema estrutural para a “natureza 
humana” fazem afirmações erradas, já que não há uma relação direta entre aptidões, gostos, 
escolhas, preferências das pessoas e o desemprego em larga escala. Uma forma de, 
sociologicamente, provarmos que b) e c) são falsas, é pensar no “teste de hipótese” 
(procedimento comum em análises quantitativas nas Ciências Sociais). Isso significa, por exemplo, 
fazer o caminho inverso, ou seja, em que situação, então, temos todas as pessoas empregadas, 
no sistema capitalista? Em Estados de Bem-Estar social, nos quais há políticas públicas que 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
77 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
regulam oferta e demanda de emprego e asseguram o pleno emprego. Portanto, há uma ação 
estrutural exterior às pessoas para que o emprego seja garantido e não uma situação “ótima” das 
características individuais em que todos estão empregados. Percebe? 
a) é o nosso gabarito, pois, de forma clara e objetiva, a alternativa ataca o desemprego 
estrutural. 
d) repare que aqui temos o mesmo problema da b) e da c), pois não há “natureza do ser” 
nas decisões dos empregadores, depende da dinâmica das relações de produção, de mercado, 
dos ganhos, enfim, de “n” variáveis que podem influenciar na decisão de empregar ou não 
empregar. 
e) errado, pois o próprio texto do enunciado explicita que o desemprego isolado, 
especifico, pode ser explicado pelo “caráter”, mas, atenção, o comando da questão quer que 
você aprecie o “fenômeno do desemprego de massas”. 
Gabarito: A 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes) 
O que dava aos partidos e movimentos operários sua força original era a justificada convicção 
dos trabalhadores de que pessoas como eles não podiam mudar sua sorte pela ação 
individual, mas só pela ação coletiva, de preferência através de organizações, fosse pela 
ajuda mútua, greve ou totó. 
(HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX. São Paulo: Cia. das Letras, 1995, 
p. 300) 
A ação coletivas dos trabalhadores, segundo a perspectiva marxista, é resultado 
a) da presença das ideias comunistas. 
b) da natureza conflitiva das relações sociais de produção. 
c) da dominação racional legal que legitima a exploração capitalista. 
d) da fusão do capital produtivo com o capital financeiro. 
e) da ausência de leis que regulem as relações de capital e trabalho. 
Comentários 
a) errado, pois a análise marxista – assim como boa parte dos estudos sociológicos – busca 
a objetividade daquilo que é investigado. Nesse sentido, atribuir a ação coletiva à uma das 
ideias que existe na sociedade, além de desconsiderar a presença de outras doutrinas sociais, 
atribui a fatores subjetivos algo que tem origem em problemas estruturais da sociedade 
capitalista, como a lógica de exploração do trabalho. 
b) correto, pois, conforme Marx, se por um lado os capitalista querem aumentar a taxa de 
exploração do trabalho para auferirem mais lucros e rendimentos, por outro, os 
trabalhadores combate a excessividade e penosidade das relações de trabalho e, 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
78 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
principalmente, reivindicam maiores salários. Com isso, há um conflito que é já é previsto, 
pois ele é parte da lógica capitalista. 
c) falso, pois a afirmação mistura um conceito de Max Weber, o a dominação racional legal, 
como entendimento marxista sobre a sociedade capitalista. 
d) errado, pois aqui temos o conceito de Imperialismo, elaborado por V. I. Lenin. 
e) cuidado, pois não é porque existem leis sociais e trabalhista que deixa de existir conflitos 
do trabalho. Claro, é possível leis que amenizem a dinâmica conflitiva do trabalho? Sim, até 
porque, no caso do Brasil, por exemplo, até a década de 1930 houve muita mobilização do 
movimento operário em defesa de leis sociais e trabalhistas. A partir do momento em que a 
legislação trabalhista foi sendo estabelecida o grau do conflito diminuiu. Porém, mesmo em 
contexto de grandes proteções, altos salários, etc, há conflitos e há mobilizações dos 
trabalhadores. 
Gabarito: B 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes) 
Ao separar completamente o patrão e o empregado, a grande indústria modificou as 
relações de trabalho e apartou os membros das famílias, antes que os interesses em conflito 
conseguissem estabelecer um novo equilíbrio. Se a função da divisão do trabalho falha, a 
anomia e o perigo da desintegração ameaça todo o corpo social e quando o indivíduo, 
absorvido por sua tarefa se isola em sua atividade especial, já não percebe os colaboradores 
que trabalham ao seu lado e na mesma obra, nem sequer tem ideia dessa obra comum. 
(DURKHEIM, E. A Divisão Social do Trabalho. Apud: QUINTEIRO, T. BARBOSA, M. L. OLIVEIRA, M. 
G. M. Toque de Clássicos. Vol. 1. Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. 
p. 91. ) 
De acordo com o sociólogo francês, a divisão do trabalho possui uma função 
a) conflitiva. 
b) de fornecer consciência de classe. 
c) coesiva. 
d) promotora do consenso salarial. 
e) de unir mecanicamente as pessoas. 
Comentários 
E. Durkheim, diferentemente da abordagem marxista, não analise as relações de conflito, 
mas sim, os fenômenos sociais que possibilitam organizar a sociedade e mantê-la unida, 
coesa. Nesse sentido, seja em sociedade menos complexas, nas quais predomina a 
“solidariedade mecânica”, seja nas mais complexas, nas quais predomina “a solidariedade 
orgânica”, o autor está preocupado com a coesão social. No caso das sociedade industriais 
modernas, nas quais há a separação do empregado e do patrão, estamos diante da dinâmica 
e funcionamento da sociedade em que os indivíduos se conectam em função das relações 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
79 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
de trabalho, pois cada um possui uma especialização na divisão social do trabalho. É essa 
particularidade que faz com que haja a unidade social. Gabarito, letra c). 
a) errado, pois Durkheim não considera que a divisão social do trabalho tem função conflitiva, 
para ele o conflito é uma disfunção do sistema. A visão das relações de trabalho como 
“conflito” é própria do marxismo. 
b) errado, pois essa é a análise marxista. 
d) falso, pois Durkheim pensa a divisão social do trabalho a partir das especificidades das 
funções desempenhadas no todo social, de modo que não há centralidade do salário para a 
promoção do consenso, já que este é resultado da própria divisão do trabalho. O salário é 
um elemento que demonstra a existência do consenso, pois, se há salário significa que 
patrões e empregados chegaram a um acordo, o qual deve ser respeitado, na visão 
durkheimiana. 
e) errado, pois nas sociedades industriais a união é orgânica e não mecânica. 
Gabarito: C 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes) 
Trabalho doméstico na pandemia 
No Brasil, a pandemia do coronavírus afetou o trabalho doméstico de duas formas 
marcantes. A primeira delas foi a dispensa de milhares de trabalhadoras domésticas por 
empregadores que perderam renda ou que ficaram com medo de se contaminar ao contato 
com essas trabalhadoras. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística), o número de pessoas ocupadas com trabalho doméstico no país diminuiu de 6,1 
milhões no primeiro trimestre de 2019, para 4,9 milhões em igual período de 2021, com 
quase 1,2 milhão de domésticos a menos no mercado de trabalho em apenas dois anos. 
Considerando que 97% da categoria é formada por mulheres, isso significa que mais de 30% 
das 3,1 milhões de mulheres que deixaram o mercado de trabalho no período eram 
domésticas. "Isso é bastante grave, considerando que boa parte dessas mulheres têm filhos 
e são chefes de família", observa Cristina Vieceli [economista do Departamento Intersindical 
de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese]. Um segundo fato marcante foi a 
privação de liberdade de diversas trabalhadoras domésticas que foram obrigadas por seus 
patrões a permanecer no trabalho sem poder voltar para suas famílias, devido ao medo dos 
empregadores de contaminação. 
Para o sociólogo Tulio Custódio, esse fenômeno também está ligado ao passado colonialista 
brasileiro. "Há uma ideia de que o empregado não é um profissional, mas uma posse, o que 
tem origem na relação escravocrata, onde o escravo era visto como um objeto", observa. 
"Foi muito simbólico o fato de a primeira pessoa a morrer de covid [no Rio de Janeiro] ser 
uma mulher negra, idosa e empregada doméstica", lembra Custódio, referindo-se à mulher 
de 63 anos, cujo nome não foi divulgado a pedido da família, que morreu em 17 de março 
de 2020, após ser contaminada pela patroa que voltou de viagem da Itália. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
80 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
(BBC. Jul/2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57855932. Acesso 
em: 19/07/2021) 
Considerando os dados e a descrição da situação das trabalhadoras domésticas, está correto 
afirmar que elas 
a) demonstram a superação do passado escravocrata da sociedade brasileira. 
b) foram exceção durante a pandemia do coronavírus, já que o trabalho doméstico é 
imprescindível. 
c) foram vetores significativos do coronavírus, fato que resultou no desemprego massivo das 
diaristas. 
d) foram parcialmente atendidas na reivindicação de proteção da saúde por patrões que as 
mantiveram em isolamento social nas casas em que trabalham. 
e) estão submetidas sistemas de opressões que se interseccionam. 
Comentários 
a) falso, pois o pesquisador da USP ressalta a herança do passado colônias nas formas de 
relações de trabalho e manutenção do trabalho doméstico. 
b) falso, pois as trabalhadoras domésticas foram substancialmente impactadas, como 
demonstram os dados do IBGE. 
c) falso, pois não é possível inferir esta afirmação do texto, além de essa visão esboçar um 
preconceito social com uma parcela da população que esteve (e está) vulnerável diante da 
pandemia. 
d) errada a afirmação, pois o motivo de os patrões não deixarem as domésticas saírem das 
casas em que trabalham é em razão do medo dos empregadores serem contaminados e não 
porque foi atendida uma reivindicação da categoria. Além disso, como lembra a reportagem, 
há uma situação trágica nesta história que exclama o que é a sociedade brasileira: o caso da 
doméstica que morreu contaminada por sua patroa (considerada o caso zero) que havia 
retornado de uma viagem à Europa. 
e) é o nosso gabarito. A Teoria Interseccional é o estudo da sobreposição de identidades 
sociais e sistemas relacionados de opressão, dominação ou discriminação. A 
interseccionalidade sustenta que as conceituações clássicas de opressão dentro da 
sociedade — tais como o racismo, o sexismo, o classismo, o capacitismo, a xenofobia, a 
bifobia, a homofobia, a transfobia e a intolerâncias baseadas em crenças — não age 
independentemente uns dos outros. Essas formas de preconceito se inter-relacionam, 
criando um sistema que reflete o “cruzamento” de múltiplas formas de discriminação. 
Gabarito: E 
 (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) 
Semanas atrás, um post no LinkedIn de Jonathan Frostick, de 45 anos, ganhou ampla 
repercussão. Ele descreveu como teve uma revelação quanto ao problema das longas 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
81AULA 02 - Sociologia 
jornadas. O gerente de regulação no banco britânico HSBC havia acabado de se sentar numa 
tarde de domingo para se preparar para a semana de trabalho à frente, quando sentiu um 
aperto no peito, uma palpitação na garganta, mandíbula e braço, além de dificuldade para 
respirar. "Fui para o quarto para me deitar e chamei a atenção da minha esposa, que ligou 
para o 999 [equivalente no Reino Unido ao 192 brasileiro, número que deve ser chamado 
para emergências médicas]", disse ele. Enquanto se recuperava de um ataque cardíaco, 
Frostick decidiu mudar sua relação com o trabalho. "Não estou mais passando o dia todo no 
Zoom", diz ele. 
(G1. Economia. Mai/2021. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/concursos-e-
emprego/noticia/2021/05/18/trabalhar-demais-mata-745-mil-pessoas-por-ano-no-mundo-revela-
estudo.ghtml. Acesso em: 19/05/2021) 
O problema de saúde ocorrido com Jonathan Frostick expõe um problema crônico das 
relações de trabalho capitalistas que pode ser sintetizado na seguinte expressão: 
a) ausência de divisão social do trabalho. 
b) elevadas jornadas de trabalho. 
c) excesso de café. 
d) sedentarismo. 
e) ausência de direitos trabalhistas. 
Comentários 
A chave para responder a esta questão está em compreender que o comando do enunciado nos 
localiza diante de uma problemática das relações de trabalho, por um lado, e, por outro, o final 
do texto dá uma pista importante sobre qual aspecto das relações de trabalho, veja: “Não estou 
mais passando o dia todo no Zoom”. Ora, se o rapaz é gerente de banco e passava o dia todo no 
Zoom é porque estava trabalhando, ou seja, não havia limites para a jornada de trabalho, 
principalmente em tempos de pandemia e home office. Nesse sentido, gabarito é b). 
Sobre esse assunto, pessoal, vou trazer só alguns dados de uma pesquisa de um recente estudo 
feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em conjunto com a Organização Internacional do 
Trabalho (OIT). 
- 745 mil pessoas morreram em 2016 de derrame e doenças cardíacas relacionadas a longas horas 
de trabalho. Longas jornadas são aqueles acima de 55 horas semanais de trabalho. 
- pessoas que vivem no Sudeste Asiático e na região do Pacífico Ocidental são as mais 
afetadas. 
- quase três quartos dos que morreram em consequência de longas jornadas de trabalho 
eram homens de meia-idade ou mais velhos. 
- calcula-se que as longas jornadas sejam responsáveis por cerca de um terço de todas as 
doenças relacionadas ao trabalho, representando o maior peso entre as doenças ocupacionais. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
82 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
a) falso, pois no mundo contemporâneo a divisão social do trabalho se tornou mais 
complexa. 
c) falso, pois não dá para inferir isso a partir do texto do enunciado 
d) errado, pois não é possível concluir que o gerente de banco teve complicações de saúde por 
conta da falta de exercícios físicos. Sem contar que o enunciado nos apresenta uma problemática 
no campo das relações estruturais de trabalho. 
e) errado, pois o caso ocorreu na Inglaterra, pais que, minimamente, possuir jornada de 
trabalho regulamentada. O mais comum, em grandes empresas é que quanto maior o cargo de 
chefia, menos impacto os direitos trabalhistas tem sobre o trabalhador, pois a dinâmica do 
trabalho em cargos de direção de empresas é praticamente ininterrupta. Agora, atenção, veja que 
mencionei acima os países do leste asiático. Nessas regiões, em geral, não há direitos trabalhistas 
mesmo. Então, é possível a análise caminhar para esse sentido, ou seja, relacionar elevadas 
jornadas de trabalho, ausência de direitos trabalhistas e maior número de óbitos por excesso de 
longas jornadas. 
Gabarito: B 
 (Estratégia Vestibulares/2020/Profe Alê Lopes) 
A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de 
capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular-digital do que resulta a 
permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez os vendedores de 
refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in 
time dos fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais 
mercadorias, a forma de trabalho dos vendedores e a mais primitiva. Combinam-se, pois, 
acumulação molecular digital com o puro uso da força de trabalho. OLIVEIRA, F. Crítica à 
razão dualista e o ornitorrinco. Campinas: Boitempo, 2003. 
Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões sobre a forma, a 
configuração em si, das relações de trabalho no mundo contemporâneo. O exemplo 
mencionado no texto é equivalente a qual outro exemplo indicado nas alternativas? 
a) o pequeno produtor rural que se associa em cooperativas para otimizar possibilidade de 
venda. 
b) dos entregadores de comida por aplicativo que utilizam bicicletas para realizar o serviço. 
c) das mulheres que trabalham em serviço de telemarketing. 
d) dos estivadores das regiões portuárias que, hoje em dia, usam sistemas automatizados 
para o transporte de cargas. 
e) do professor em salas de aula. 
Comentários 
A questão relaciona as possibilidades tecnológicas geradas pelo capitalismo com o uso da 
força de trabalho. No texto do enunciado a ênfase é para um contraste entre a tecnologia, 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
83 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
de um lado, e a força de trabalho em seu aspecto mais “cru”, isto é, o força física usada 
como energia. Diante disso, vamos às alternativas. 
a) o produtor rural até pode utilizar formas mais rudimentares de produzir, como enxada, 
colheita manual. Contudo, a alternativa não evidencia uma relação direta entre tecnologia, 
de um lado, e uso primitivo da força física para o trabalho. 
b) correta. Essa questão é interessante e bem atual. Temos visto muitos entregadores que 
trabalham 12-14 horas por dia usando as pernas para mover as bicicletas. De um lado, um 
recurso tecnológico na palma da mão (um aplicativo) em que as pessoas pedem comida sem 
sair de casa, do outro, o trabalhador que se “mata” para entregar o produto. Veja que é 
semelhante ao exemplo trazido no texto. 
c) falso, pois nesta afirmação não consta o contraste sugerido pelo trecho do enunciado. Até 
podemos concordar que o trabalho de telemarketing possui condições prejudiciais à saúde, 
como ter que ficar muito tempo sentado e sem ir ao banheiro. Mas é um tipo de serviço que 
se origina na primeira metade do século XX. Dessa forma, o contraste entre “maior 
desenvolvimento tecnológico” e “uso do corpo” como energia de trabalho não aparece na 
alternativa. 
d) o uso de tecnologia, máquinas automatizadas para o transporte de cargas, e não a 
atividade braçal apenas, torna invalida a alternativa. 
e) falso, a afirmação é muito genérica e não permite chegarmos à especificidade cobrada no 
enunciado. 
Gabarito: B 
 (Estratégia Vestibulares/2020/Profe Alê Lopes) 
Nos últimos anos, Jack Welch tem sido repetidamente apontado como o guru com quem 
melhor se pode aprender a arte da gestão. O seu trabalho à frente da GE justifica a atenção. 
Existem outros exemplos, todavia, com quem se pode aprender diferentes lições. Um dos 
mais interessantes é certamente o da Toyota. A empresa japonesa tem tido um sucesso 
assinalável e continuado a nível internacional. Ainda recentemente o Wall Street Journal 
publicava uma reportagem de duas páginas sobre a abertura de uma nova fábrica em San 
Antonio, Texas, a apenas 450 quilómetros da fábrica de Arlington da GM. A batalha pelo 
mercado leva os nipônicos para o coração do Texas, onde vão fabricar a nova geração de 
pick-ups Tundra. 
Uma das lições mais interessantes do sucesso da Toyota refere-se ao fato de a empresa ter 
sido capaz de transplantar a sua cultura de kaizen, melhoria contínua, para os locais onde 
atua. O sucesso da Toyota assentou numa filosofia de gestão que tinha como faceta mais 
visível um novo sistema de produção, conhecidocomo lean production. 
 (As lições do Toyotismo, Diário de Notícias. 14/jun/2006. Disponível em: 
https://www.dn.pt/arquivo/2006/as-licoes-do-toyotismo-641950.html. Acesso em: 
16/04/2020) 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
84 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Um dos fenômenos mais analisados pela sociologia do trabalho são as formas de relações 
de trabalho e seu impacto na vida do trabalhador. Com relação ao modelo evidenciado pela 
notícia acima, fazem parte de suas características, segundo a perspectiva crítica da 
sociologia: 
a) a organização verticalizada da empresa, de modo ao trabalhador ser controlado 
rigidamente por um sistema de tempos e movimentos. 
b) a participação do trabalhador em todas as etapas da produção, sendo que a padronização 
da linha de produção proporciona que o trabalhador tome consciência do processo de 
alienação do trabalho. 
c) controle fabril por meio da subjetividade do trabalhador e da organização flexível das 
relações de trabalho. 
d) a ruptura total com o modelo fordista-taylorista em que a produção estava voltada para o 
consumo de massas. 
Comentários: 
A virada do século XIX para o XX presenciou, nos países de capitalismo avançado, 
transformações no processo produtivo. As fábricas, as organizações produtivas e a própria 
administração pública dos Estados, passou por um processo de racionalização, padronização e 
produção em série. Nesse sentido, o mundo do trabalho passou a contar com dois modelos: o 
fordismo e o taylorismo. Contudo, a partir da década do final da década 1970, início dos anos 
1980, o mundo começou a migrar para o assim chamado processo de acumulação flexível, 
momento em que a “fábrica clássica” do modelo fordista começou a perder espaço para o sistema 
toyotista. Nesse sistema, predomina o tipo de trabalho flexível, com as seguintes características: 
• produção de acordo com a demanda; 
• o trabalhador deve realizar múltiplas tarefas; 
• o controle fabril é muito mais subjetivo do que mecânico, ou seja, a dominação pelo olhar. 
Do ponto de vista mais estrutural, de uma maneira geral, o Toyotismo rompe com um dos 
aspectos do padrão fordista de produção em massa, qual seja, a estocagem máxima de matérias-
primas e de produtos maquinofaturados. Porém, o modelo toyotista mantém princípios da 
racionalização de uma fábrica capitalista e de exploração do trabalho, só que em outros termos. 
De acordo como professor da UNESP, Giovanni Alves1, o toyotismo é a ideologia orgânica da 
produção capitalista, que tende a colocar novas determinações nas formas de ser da produção e 
reprodução social. Essas novas determinações estariam ligadas ao controle psicocorporal dos 
seres, uma nova articulação corpo-mente como resultado do tipo de trabalho flexível. Veja, se sob 
o fordismo-taylorismo o trabalhador estava submetido a movimentos repetitivos em forma de 
linha de produção sequencial, no Toyotismo as múltiplas tarefas ressignificaram as relações de 
trabalho. Dessa forma, as formas de controle sobre o trabalhador também mudam. Por exemplo, 
passou a predominar a ideia de que 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
85 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
o trabalhador deve gerir seu próprio tempo de acordo com as demandas do cliente. Ou 
seja, a produção das mercadorias passou a contar mais com a subjetividade do trabalhador. 
Comparativamente, se no fordismo a mente do trabalhador não era parte integrante da 
produção, pois só era preciso a força mecânica, física do trabalho, no Toyotismo, mente e corpo 
são necessários. O motivo disso é que o trabalho flexível exige que, além de se mover, o 
trabalhador também pense nas suas ações e de que forma ele mesmo pode melhorar e fornecer 
eficiência para o processo produtivo. A força de trabalho do trabalhador, então, se pensarmos na 
sua condição de mercadoria, foi otimizada, pois ele não somente passou a empregar força física, 
mas força mental. Dito isso, vamos às alternativas: 
a) errado, pois a verticalização da organização do trabalho é característica do modelo 
fordistatoyotista. 
b) falso, pois, por mais que o trabalho tenha passado a ser flexível, ou seja o trabalhador 
não faz somente mais uma atividade, ele não participa em todas as instâncias do processo 
produtivo. Além disso, não dá para afirmar que essa participação levaria à desalienação do 
trabalho, pois o trabalhador continua separado do resultado do trabalho. Dessa forma, a alienação 
do trabalho – conforme o conceito marxista – ainda continua. 
c) Exato, é o gabarito. 
d) errado, pois o Toyotismo não rompe com os modelos anteriores, mas, a rigor, 
ressignifica-se. O Toyotismo se articular com dispositivos pretéritos da racionalização capitalista 
dos modelos anteriores, ou seja, há mesclas, sendo que o toyotismo é a expressão superior da 
racionalização capitalista de uma forma mais dinâmica no processo de acumulação de valor, 
exigindo, de forma diferenciada, uma nova implicação subjetiva, ou, nos termos do professor, a 
'captura' da subjetividade do trabalhador. 
Gabarito: C 
 (Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes) 
O prefixo “des” indica anomalia. “Desemprego” é o nome de uma condição claramente 
temporária e anormal, e, assim, a natureza transitória e curável da doença é patente. A noção 
de “desemprego” herdou sua carga semântica da auto consciência de uma sociedade que 
costumava classificar seus integrantes, antes de tudo, como produtores, e que também 
acreditava no pleno emprego não apenas como condição desejável e atingível, mas também 
como seu derradeiro destino. Uma sociedade que, portanto, classificava o emprego como 
uma chave – a chave – para a solução dos problemas ao mesmo tempo da identidade pessoal 
socialmente aceitável, da posição social segura, da sobrevivência individual e coletiva, da 
ordem social e da reprodução sistêmica. 
BAUMAN, Z. Vidas despedaçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. p. 19. 
O pleno em prego a que o autor se refere está associado ao modelo de sociedade 
a) neoliberal. 
b) utópica. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
86 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
c) anarquista. 
d) fordista. 
e) toyotista. 
Comentários 
Bauman opõe desemprego ao que anteriormente existia, ou seja, ao emprego. O emprego 
como elemento central de determinada sociedade. A rigor nas sociedades de Estados de 
Bem-estar Social é que o emprego era central para a dinâmica sistêmica desse modelo de 
sociedade. Isso porque, quanto mais emprego, maior a massa salaria e maior o consumo, 
fechando um ciclo da cadeia produtivo. Não por menos, nesses tipos de Estados, que 
vigoraram até final da década de 1970 enquanto tendência mundial, a política – baseada no 
keynesianismo – era a do pleno emprego. A forma de organização da produção nesse tipo 
de sociedade, também conhecida como sociedade de massas, era o fordismo. Isso porque o 
fordismo é a organização do processo produtivo de forma otimizada para a produção em 
larga escala. Com efeito, um sinônimo para o modelo de sociedade da vigência do pleno 
emprego, dos Estados de Bem-estar Social, é sociedade fordista. Gabarito, d). 
a) falso, pois o neoliberalismo não prevê, enquanto política trabalhista o pleno emprego, mas 
sim a máxima competividade, cenário em que há crescente desemprego ou empregos 
flexíveis com baixos salários e direitos reduzidos. O fordismo, ao contrário, se caracteriza por 
um patamar salaria maior. Não por menos, as negociações salarias entre sindicatos, Estado 
e empregadores em Estados de Bem-Estar Social tendiam a manter o nível salário em um 
patamar alto, pois, com isso, os trabalhadores seriam estimulados a comprar mais. 
b) falso, pois o pleno emprego já existiu, então, não se tratava de uma utopia. 
c) errado, pois não há um modelo de sociedade anarquista que tenha existido para que a 
categorização de um tipo de trabalho seja possível ser feita. 
e) falso, pois o modelo toyotista é diferente do fordista. Aquele se caracteriza porconcorrer 
e substituir o modelo fordista. O toyotismo, de origem japonesa, muda a lógica da 
organização do processo produtivo em linhas de montagem (fordismo). Para o toyotismo o 
ganho de escala está na organização enxuta e flexível das unidades de trabalho, a ponto de 
o trabalhador não somente realizar uma tarefa, mas múltiplas. Com isso, o número de 
trabalhadores necessário para a realização do trabalho diminui. Assim, a tendência não é o 
pleno emprego, mas manter empregados aqueles que mais bem realizam as múltiplas 
tarefas. 
Gabarito: D 
 (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) 
Uma das condições históricas para o desenvolvimento do capital foi o trabalho livre e a troca 
de trabalho livre por dinheiro, outra foi a separação do trabalho livre das condições objetivas 
de sua efetivação – dos meios e material do trabalho. 
K. Marx, Formações econômicas pré-capitalistas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985, p. 65. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
87 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
De acordo com a perspectiva marxista, a separação do trabalho das condições objetivas de 
sua efetivação provoca o fenômeno 
a) da alienação. 
b) da abolição da escravatura. 
c) da consciência de classe. 
d) da servidão. 
e) do fato social. 
Comentários 
a) Correto. Ao mesmo tempo em que os indivíduos transformam o mundo exterior a ele, via 
trabalho, a própria natureza humana do ser é modificada, num processo de transformação 
recíproca em que a atividade do trabalho é central para a sociabilidade (para as relações sociais 
entre as pessoas). Não há vida social sem trabalho. 
Porém, o que deveria ser fonte de humanidade para as pessoas se converte em um fardo. 
Isso porque, a dimensão do trabalho na sociedade capitalista assume uma posição de 
estranhamento para os indivíduos, já que o produto daquilo que é gerado não pertence ao 
trabalhador, mas a outros, a terceiros. Esse estranhamento, portanto, retira do trabalhador a 
possibilidade de que ele conheça a si próprio, ou seja, há um processo de alienação entre quem 
produz e aquilo que se produz. A alienação implica a cisão entre o trabalhador e os meios e, 
também, os resultados objetivos do seu trabalho. Consequentemente, há um estranhamento em 
relação a si mesmo e ao seu semelhante. O ápice do desenvolvimento desse processo é a 
permanente relação de competição entre os indivíduos por melhores condições no mercado – 
seja como trabalhador, um emprego melhor, mais bem posicionado, seja como empresário, 
destruição do adversário. 
 É por isso que, tal como o produto do trabalho, a força de trabalho, por não mais ser 
controlada pelo próprio trabalhador, também assume a condição de uma mercadoria – nisso, 
Marx e Davi Ricardo (liberal) concordam. Ao invés de o trabalhador se realizar ao fazer um 
trabalho, a sua mão de obra, ou melhor, a sua força de trabalho, é apenas um meio. Um meio para 
se chegar a outra mercadoria, para contribuir com a formação da Teoria do Valor, e, com isso, 
fazer girar as relações sociais capitalistas. 
Assim, anota aí: 
 
A alienação é um 
proceso de 
separação:
Do homem em 
relação aos meios 
de produção
Do homem em 
relação ao produto 
produzido por ele
Do homem sobre si 
mesmo
Do homem em 
relação ao outro 
homem
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
88 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 Não por menos, uma das bandeiras revolucionárias dos socialistas no final do século XIX 
passou a ser: que os trabalhadores tenham controle absoluto do processo de produção, pois o 
objetivo era querer saber os custos de produção, o lucro, para quem se vende, etc. 
Perceba, então, querido e querida aluna que a abordagem marxista vai além de uma 
simples discussão econômica, pois essa visão sobre a alienação do trabalho remete à essencial do 
ser humano. 
 
 
Alienação: 
 
 
 
Gabarito: A 
 (Estratégia Vestibulares/profe Ale Lopes) 
Como criador de valores de uso, como trabalho útil, é o trabalho, por isso, uma condição de 
existência do homem, independentemente de todas as formas de sociedade, eterna 
necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza, portanto, vida 
humana . 
MARX, Karl. O Capital, Vol I, p. 50. 
Para Marx, a discussão filosófica do trabalho humano é fundamental para a compreensão da 
existência social. 
O significado social geral do trabalho na abordagem marxista é: 
f) O trabalho enobrece o homem. 
g) A divisão social entre trabalho manual e intelectual possibilita aproveitar melhor as 
capacidades de cada indivíduo. 
h) O trabalho mortifica o homem porque é sempre alienado. 
i) O trabalho é uma questão prática: trabalha-se para ganhar um salário e sobreviver. 
separação do trabalhador dos “meios de 
produção” e, consequentemente, do 
conhecimento e do controle daquilo que se 
produz. A alienação ocorre tanto no processo 
em si do trabalho quanto no resultado, o qual, 
em particular, não pertence ao trabalhador. 
 
Alienação 
 
 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
89 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
j) O trabalho é a condição para a existência social pois coloca o homem em relação com a 
natureza. 
 Comentários: 
Questão interessante porque o trecho citado aborda uma perspectiva mais filosófica da 
teoria marxiana/marxista: o significado filosófico sobre trabalho. O comando questiona o 
significado social GERAL sobre o que seja trabalho. 
Assim, você deve cuidar para não imaginar o trabalho apenas na sociedade capitalista, o 
chamado trabalho alienado. 
É preciso basear-se no texto e perceber que o autor defendeu a ideia de que o trabalho é a 
essência do homem, é a condição para que ele exista. É essa a interpretação que você deve 
usar para analisar cada alternativa: 
a) Errado. Isso é uma visão moral sobre o trabalho. 
b) Errado. Isso não está escrito no texto. Além disso, ao lembrar da teoria marxista, 
podemos afirmar que Marx critica essa separação e a trata como passo importante da 
alienação do homem em relação ao processo produtivo. 
c) Errado. Para Marx o trabalho não é SEMPRE alienado. Ele se torna alienado na sociedade 
capitalista. 
d) Errado. O comando pede uma concepção geral do significado do trabalho. A alternativa 
constrói uma noção prática e capitalista do trabalho. 
e) Gabarito. Anota esse resuminho! É exatamente assim que Marx entende o trabalho, a 
partir de uma dimensão mais teórica e hipotética sobre o significado geral do trabalho 
nas sociedades. 
Gabarito: E 
 (Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes) 
A meritocracia é uma ilusão”, diz ex-empregada doméstica que se tornou juíza 
No Brasil, há pessoas que morrem sem nunca terem tido um registro de nascimento. Antônia 
Marina Faleiros, 57 anos, escapou de ser uma delas, mas vê exemplos todos os dias. 
Conviveu com essa realidade quando trabalhava em um canavial, aos 12 anos, em Minas 
Gerais, e também ao se tornar juíza em comarcas do interior da Bahia, aos 40. (...) Antônia 
Marina Faleiros é uma das poucas mulheres autodeclaradas negras que compõem o quadro 
de juízes no Brasil. Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há apenas 
6% de mulheres pretas ou pardas na magistratura. 
Nesse cenário, a presença de Antônia, muitas vezes, surpreende. “Até hoje tem gente que 
olha para mim e diz: ‘Dona, cadê a juíza?’. O racismo de cada dia é sutil em suas práticas, ele 
é travestido de uma observação engraçadinha, mas que molda todo um pensamento de uma 
sociedade”, diz. Ela relata o longo caminho percorrido entre o trabalho infantil, dormir na 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
90 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
rua, trabalhar como empregada doméstica e, atualmente, ser juíza no Tribunal de Justiça da 
Bahia (TJBA). 
Antônia rejeita o título de “exemplo de meritocracia”. Esse substantivo é usado para definir 
o predomínio numa sociedade daqueles que têm mais méritos (os mais trabalhadores, mais 
dedicados, mais bem-dotados intelectualmenteetc.) Para ela, no Brasil é impossível falar em 
meritocracia, já que nem todos têm as mesmas oportunidades e um caso individual de 
sucesso, apesar das adversidades, não pode ser usado como parâmetro. “Meritocracia é só 
uma cortina para encobrir o remorso de quem fecha as portas para os outros. Você fecha as 
portas e essa pessoa não consegue nada. Então você diz: ‘Não conseguiu porque não tinha 
mérito’”, diz. Antônia define a meritocracia como uma ilusão, uma figura de retórica que não 
se sustenta. “Eu sou exemplo da não meritocracia. Muitos como eu não conseguiram realizar 
seus sonhos, por diferentes fatores. Nosso horizonte é delimitado pelo nosso ponto de 
observação”, descreve. As cotas raciais, por exemplo, são instrumentos para compensar essa 
desigualdade, ela defende. “Esse discurso liberal de cada um por si é perverso e predatório. 
É preciso, para se aferir meritocracia, aferir o ponto de partida de cada competidor. Se 
partiram do mesmo ponto, aí podemos falar sobre isso. Se as condições foram diferentes, 
pode-se falar em recompensa pela luta, mas não meritocracia.” 
Conforme a opinião de Antônia Marina Faleiros, a respeito da meritocracia, 
a) trata-se de um processo justo e igualitário de disputa por melhores posições na sociedade. 
b) não dá para ser aplicada em contextos de desigualdades sociais em que os indivíduos 
iniciam a competição de níveis distintos. 
c) existe diante da capacidade de um juiz assim a reconhecer em julgamentos equilibrados. 
d) é suficiente de ser atingida por meio da igualdade formal perante a lei. 
e) é parte da vida e somente os mais capazes atingem seus objetivos e posições de destaque 
na sociedade, como a própria Antônia. 
Comentários 
Do ponto de vista sociológico, o texto nos traz dois debates mais gerais interconectados: o da 
questão racial e o da desigualdade socioeconômica. A análise da juíza Antônia explica que 
pessoas que carregam esses dois elementos têm menos chances e oportunidades na vida. Ela, 
seria uma exceção. Nesse sentido, para ela, “no Brasil é impossível falar em meritocracia, já que 
nem todos têm as mesmas oportunidades e um caso individual de sucesso, apesar das 
adversidades, não pode ser usado como parâmetro”. Portanto, a meritocracia somente existe 
em contextos de ponto de partida iguais, sendo que pessoas que carregam o “peso” das 
consequenciais do racismo e da condição econômica não podem ser comparadas com quem 
sempre teve de tudo. A comparação também não é válida nem quando se fala em “mérito”, 
pois ele só dever ser medido se há igualdade. Não por menos, a juíza ressalta que cotas são 
uma formação de reparação, de deixar o jogo um pouco menos desigual. Diante disso, a 
alternativa correta é a B. 
a) falso, pois a juíza afirma que a meritocracia é uma ilusão. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
91 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
c) errado, pois a meritocracia é uma construção sócio-histórica e não depende da decisão da 
Justiça. Depende, por sua vez, das condições estabelecidas para a disputa e da capacidade dos 
indivíduos que disputam em “pé de igualdade”. 
d) errado, pois a igualdade forma perante a lei encobre as desigualdades e reforça o aspecto 
da ilusão, que é salientado por Antônia. 
e) errado, pois, além de ser uma ilusão, quando se comparam elementos incomparáveis, não é 
possível afirmar que a meritocracia é algo natural. Ela é, na verdade, um método de seleção 
construído pelos homens. Dizer que é “natural” é aproximar a compreensão do assim 
denominado “darwinismo social”. 
Gabarito: B 
 (Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes) 
 
As imagens apresentam processos produtivos da criação de automóvies em épocas históricas 
diferentes. A partir delas, é possível concluir que: 
a) a categoria analítica trabalho perdeu espaço nas análises sociológicas. 
b) a produção em série fordista foi abandonada. 
c) a tecnologia empregada otimiza a mais valia relativa. 
d) o modelo de trabalho toyotista da imagem do passado foi substituído pelo fordista. 
Comentários 
a) falso, pois para a sociologia do trabalho o que há são transofrmações no mundo do trabalho e 
não a perda do trabalho enquanto categoria análitica. No caso das imagens do enunciado, de 
fato, há um contraste quantitativo, pois na imagem colorida não aparecem trabalhadores. 
Contudo, o trabalhador em um contexto tecnológico está apertando um botão. Lembrando das 
aulas que tive com o professor de sociologia do trabalho Ricardo Antunes, autor de diversos livros 
sobre a temática, ele dizia “sempre há alguém, mesmo que seja um único trabalhador, que irá 
apertar um botão ou dar um comando”. Dessa forma, por maior que seja a tecnologia empregada 
o trabalho humano é indispensável. 
b) errado. O que existem são transformações no mundo do trabalho a ponto de um modelo 
produtivo ser superado por outro, mas sem que algumas características sejam abandonadas. Após 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
92 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
o fenômeno do fordismo, tivemos o toyotismo, modelo mais flexível de produçõa e de controle 
do processo ao longo da cadeia produtiva, para que o produto final saia sem erros e conforme o 
desejo do clinete. O modelo fordista previa um controle da produção ao final, ou seja, de uma 
quantidade X de produtos prontos, verificar quantos e quais são so problemas para depois 
melhorar. Agora, a partir das fotos, repare que o design mais geral da linha de montagem 
idealizada por Henry Ford continua. Porém, na foto colorida são robos trabalhando. 
c) correto. A mais valia relativa é aquele que é gerada por meio do emprego da tecnologia, já a 
mais valia absoluta é aquela cuja extração é feita a partir do aumento do tempo de trabalho. 
d) falso, pois primeiro veio o fordismo e depois o toyotismo. 
Gabarito: C 
 (Estratégia Vestibulares 2020/inédita/profe. Alê Lopes) 
 
 
A crítica social expressa na charge, além de um contraste geral entre países desenvolvidos e 
subdesenvolvidos, permite uma compreensão específica sobre o mundo do trabalho. Essa 
compreensão está corretamente indicada na alternativa 
a) nos países pobres há mais emprego e nos ricos o desemprego é maior, fato comprovado 
na charge por demonstrar um jovem ocioso. 
b) nos países subdesenvolvidos o custo do trabalho é menor, de modo que grandes marcas 
descentralizaram a produção para esses países para otimizarem lucros. 
c) a cultura trabalhista nos países pobres se adequa às tradições regionais, como no fato de 
a trabalhadora não usar calçados. 
d) nos países pobres predomina um tipo de trabalho artesanal, como nas unidades 
produtivas do Sudeste-asiático, com destaque para a produção da Coréia do Sul. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
93 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
e) nos países ricos os jovens não precisam assumir postos no mercado de trabalho, pois a 
combinação do Estado de Bem-Estar social com a exploração do trabalho nos países pobre 
assegura um certo nível de vida de classe média. 
Comentários 
Vamos lá gente, a questão cobra um conhecimento possível de ser inferido – deduzido – a 
partir da temática geral do texto não verba. Repare, a trabalhadora do país pobre está sob 
condições de trabalho precárias e produz o tênis que o garoto do país desenvolvido (rico) 
compra a 150 dólares. Só essa descrição já nos diz muito sobre a divisão internacional do 
trabalho dos dias atuais. Nesta divisão, grandes empresas deslocam suas unidades 
produtivas para locais em que o custo trabalhista é baixo. Essa relação permite um ganho de 
escala enorme para as grandes marcas. Você pode fazer uma experiência: note em seu 
próprio tênis a origem dele, talvez Vietnã, Taiwan, China, Singapura, etc. Pois bem, a divisão 
internacional do trabalho passou a assegurar uma margem de lucro maior para as empresas, 
já que nos países pobres, em geral, não há leis trabalhistas, os salários são baixos, dentre 
outros. Atenção, antes que surjam dúvidas: aChina não pode ser incluída como um país 
pobre, mas é fato que os baixos salários em determinados ramos produtivos e regiões com 
massas de trabalhadores precarizados permite uma maior lucratividade para as grandes 
maracas. 
a) errado, pois a charge mostra uma empregada em seu local de trabalho e um jovem 
aparentemente ocioso. Contudo, é preciso uma compreensão mais global da problemática, 
ou seja, considerar que a trabalhadora está fazendo o tênis que o garoto consumiu e esta 
informação muda a compreensão da crítica. Agora, já é possível perceber que as questões 
diretas e indiretas da charge comparam outras situações que não o emprego x desemprego. 
b) é o nosso gabarito. 
c) falso. O fato de a trabalhadora estar descalça denuncia dois pontos, pelo menos: 1 – as 
péssimas condições de trabalho 2 – o contraste em torno do tênis, pois ela está fazendo um 
tênis e o garoto do país rico está consumindo um tênis supostamente feito por ela. 
d) errado, pois, além de existir um certo tipo de tecnologia destinado a produção em massa 
(uma máquina de costurar) e uma linha de montagem, há grades empresas tecnológicas, 
como na Coreia do Sul. A propósito mesmo a Coréia do Sul não poderia ser considerada um 
país pobre. 
e) falso. Seja na atualidade, seja na época de criação da charge, em 1998, os Estados de 
Bem-Estar social já não existem mais. 
Gabarito: B 
 (UFSC 2020) 
 Considere os seguintes trechos de reportagens a respeito de aplicativos de serviços. A 
primeira delas trata dos aplicativos Uber, 99, iFood e Rappi; a segunda, das dificuldades 
enfrentadas pelas pessoas que utilizam esses aplicativos. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
94 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Quase 4 milhões de trabalhadores autônomos utilizam hoje as plataformas como fonte de 
renda. Se eles fossem reunidos em uma mesma folha de pagamento, ela seria 35 vezes mais 
longa do que a dos Correios, maior empresa estatal em número de funcionários, com 109 
mil servidores […]. Para um autônomo, o ganho gerado com os apps acaba se tornando uma 
das principais fontes de renda. Esses 3,8 milhões de brasileiros que trabalham com as 
plataformas representam 17% dos 23,8 milhões de trabalhadores nessa condição, segundo 
a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), no trimestre até fevereiro. 
ESTADÃO CONTEÚDO. Uber, iFood e mais: aplicativos viram fonte de renda de quase 4 milhões. 
28 de abril de 2019. Disponível em: 
https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/redacao/2019/04/28/uber-ifood-e-maisaplicativos-
viram-fonte-de-renda-de-quase-4-milhoes.htm. Acesso em: 12 maio 2019. 
 
A explosão de aplicativos de delivery é provavelmente o caso mais representativo das 
rupturas geradas no Brasil pelo avanço da gig economy – a economia dos bicos. Até poucos 
anos atrás, os serviços de entrega eram pulverizados entre empresas de pequeno porte, que 
contratavam motoboys, reconhecidos como categoria profissional regulamentada […]. Hoje 
a atividade está ao alcance de qualquer um que aceitar termos e condições de plataformas 
digitais 
FOLHA DE SÃO PAULO. Euforia com aplicativos de serviços dá lugar à frustração de trabalhadores. 
Ilustríssima, 3 de março de 2019. Disponível em: 
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/03/euforia-com-aplicativos-de-servicos-da-lugar-a-
frustracao-de-trabalhadores.shtml. Acesso em: 12 maio 2019. 
Com base nos textos acima, é correto afirmar que: 
01) a gig economy é uma situação econômica na qual os trabalhadores autônomos 
encontram trabalho por meio de aplicativos de serviço. 
02) os aplicativos de prestação autônoma de serviços substituíram toda forma de contratação 
de profissionais de atividades regulamentadas. 
04) os aplicativos de serviço propiciam aos trabalhadores uma possibilidade de dispor de sua 
força produtiva desde que aceitem os termos e condições da plataforma digital em que se 
inscrevem. 
08) o fato de que, juntas, algumas empresas possuem uma folha de pagamentos mais extensa 
do que a da maior empresa estatal prova que o desenvolvimento econômico se dá por meio 
do abandono de atividades estatais. 
16) a emergência de uma economia de bicos mediada pelo acesso a aplicativos de oferta de 
força de trabalho é característica de uma fase da economia capitalista na qual a 
regulamentação de atividades de serviços enfrenta contestações. 
32) a gig economy atinge 23,8 milhões de trabalhadores, que sofrem com a precariedade do 
uso de aplicativos. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
95 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
64) a desregulamentação de ofertas de emprego e sua posterior concentração nas mãos de 
grandes conglomerados, como as plataformas citadas, gera efeitos predatórios sobre 
empresas de pequeno porte que operam dentro da economia de oferta de emprego 
regulamentado. 
Comentários 
A questão faz referência às mudanças contemporâneas no mundo do trabalho e apresenta o 
processo que tem sido chamado de uberização, que corresponde ao paulatino abandono do 
trabalho assalariado e aumento da situação de desamparo do trabalhador. Esse processo se alinha 
àquilo que está denominado no texto 2 como gig economy, que atinge diversos trabalhadores, 
não somente aqueles que prestam serviços através de aplicativos. 
01 – errado, pois o termo se refere a pessoas que encontram trabalhos esporádicos – os bicos – e 
não a trabalhos permanentes, como os realizados por intermédio dos aplicativos. O termo gig 
economy não seria adequado para expressar a condição permanente dos trabalhadores que 
substituíram os bicos por permanência neste tipo trabalho precarizado (sem direitos). 
02 – errado, pois não é possível generalizar “toda forma de cotratação”, pois ainda existem 
trabalhadores com carteira assinada, além dos servidores públicos. 
04 – correto, pois só é possível trabalhar com os “aplicativos” se o trabalhador anuir com a 
situação. Em muitas vezes, esse trabalho é ou de transporte mercadorias ou de transporte pessoas. 
08- falso, pois o que o texto faz é uma comparação para dimensionar a quantidade de 
trabalhadores que estão submetidos ao trabalho mediado por aplicativos. Não há um argumento 
de substituição de uma coisa por outra. 
16- correto, pois as empresas têm pressionado por mudanças nas leis trabalhistas para que 
paguem menos direitos aos trabalhdores. Uma forma encontrada é desregulamentar o trabalho, 
isto é, retirar proteções legais. 
32 – falso, não é possível chegar a esse número. 
64 – correto, pois a competição das empresas menores se torna inviável na medida em que os 
custos das grandes empresas diminuem cada vez mais e, com isso, elas impõem uma competição 
desigual. 
Gabarito: 04 + 16 + 64 = 84. 
 (UFSC 2018) 
Quanto à questão que originou esse trabalho (Da divisão do trabalho social), é a das relações 
entre a personalidade individual e a solidariedade social. Como é que, ao mesmo passo que 
se torna mais autônomo, o indivíduo depende mais intimamente da sociedade? Como pode 
ser, ao mesmo tempo, mais pessoal e mais solidário? [...] esses dois movimentos, por mais 
contraditórios que pareçam, seguem-se paralelamente [...] Pareceu-nos que o que resolvia 
essa aparente antinomia é uma transformação da solidariedade social, devida ao 
desenvolvimento cada vez mais considerável da divisão do trabalho. Eis como fomos levados 
a fazer desta última o objeto de nosso estudo. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
96 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social, 1999 [1893], p. XLVI. 
Antes de tudo, o trabalho é um processo de que participa o homem e a natureza, processo 
em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio 
material com a natureza [...] põe em movimento as forças naturais de seu corpo – braços e 
pernas, cabeça e mãos –, a fim de apropriar-se dos recursos da natureza, imprimindo-lhesforma útil à vida humana. Atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao 
mesmo tempo modifica sua própria natureza. 
MARX, Karl. O capital, livro I, 2001 [1867], p. 211. 
Considerando a questão do trabalho de acordo com os autores clássicos da sociologia acima 
referidos, é correto afirmar que: 
01) para Marx, o trabalho e a divisão do trabalho estão presentes em todas as sociedades. 
02) segundo o pensamento de Durkheim, haveria uma crescente divisão do trabalho, 
tornando a sociedade cada vez mais diferenciada a partir das funções e especializações dos 
indivíduos. 
04) na solidariedade orgânica as pessoas seriam cada vez mais semelhantes, ao passo que 
na solidariedade mecânica elas seriam cada vez mais diferentes, segundo Durkheim. 
08) na concepção de Marx, o lucro obtido pela burguesia no capitalismo seria oriundo da 
mais-valia. 
16) tanto Durkheim quanto Marx, por serem ambos sociólogos do século XIX, analisavam a 
questão das relações de trabalho exatamente da mesma forma. 
Comentários 
01 – correto, pois para Marx o trabalho está na essencial da relação social dos homens e conjunto 
com a relação com a natureza. Cada sociedade, do ponto de vista histórico, possível sua forma 
particular de organizar socialmente o trabalho. 
02 – correto, pois a modernidade, em particular a partir do processo de industrialização, teria 
levado a maior divisão de tarefas. Para Durkheim essa nova complexidade da sociedade moderna 
fez com que a coesão social passasse a ser mais forte por meio da divisão social do trabalho. 
04 – errado, é o contrário. 
08 - sim, pois o conceito de “mais-valia” é fundamental para a compreensão da estrutura das 
relações entre a classe trabalhadora e a burguesia, uma vez que seria a partir desse elemento que 
o acúmulo do capital é viabilizado. 
16 – falso, pois, por exemplo, Marx prioriza uma análise a partir das contradições sociais e 
Durkheim, não. No texto do enunciado Durkheim faz sua ressalva metodológica. 
Gabarito: 01 + 02 + 08 = 11. 
 (UFSC 2018) 
Em relação ao mundo do trabalho e ao processo de globalização, é correto afirmar que: 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
97 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
01) com exceção dos países de economia essencialmente agrária, o setor terciário é o que detém 
a maior parte da renda nacional e o que emprega o maior número de pessoas. 
02) com a abertura econômica no Brasil, sobretudo a partir dos anos 1980, intensifica-se a 
empregabilidade no mundo do trabalho, provocada principalmente pela economia de escala, 
que substituiu a economia de escopo. 
04) o processo de terceirização, também chamado de reestruturação, é um dos aspectos a serem 
considerados pelas empresas, sob o argumento da competitividade e da lucratividade. 
08) a abertura econômica que se intensificou a partir dos anos 1990 não afetou a estrutura 
ocupacional metropolitana brasileira. 
16) nos últimos anos, ocorreu uma ampliação da informalização do trabalho, com o crescimento 
do trabalho temporário, terceirizado e vinculado à economia informal, mas apenas em países 
pobres. 
32) durante as últimas décadas, tem havido um processo crescente de flexibilização das relações 
de trabalho, o que implica, em muitos casos, a reformulação dos direitos trabalhistas, 
ocasionalmente com perdas de garantias jurídicas. 
Comentários 
01 – o setor terciário, que é o de serviços, é o que tem englobado a maior quantidade de 
atividades de emprego e de relações de compra e venda. Além disso, por ser um setor em que, 
em geral, o custo do trabalho é meno, comparando com técnicos industriais (setor secundário), 
por exemplo, emprega mais pessoas. Correta a afirmaçaõ. 
02 – errado, pois a abertura econômica provocou o aumento da concorrência produtiva a partir 
da entrada de empresas estrangeiras e de produtos com taxas de importação menores. Esse 
cenário levou, por um lado, à desindustrialização, por outro, a novos padrões produtivos nos quais 
a prioridade é organização do processo produtivo enxuta e custo do trabalho menor. 
04 – sim, pois, com a terceirização, o custo do trabalho diminui para os empregadores. 
08 – errado, conforme comentários do item 04. 
16 – sim e, inclusive, a alterantiva ajuda a elucidar os erros da 04 e da 08, pois, com a abertura 
econômica, combinada com políticas neoliberais, houve a flexbilização dos direitos trabalhistas. 
Gabarito: 01 + 04 + 32 = 37. 
 (UEM 2017) 
Sobre as relações entre trabalho e sociedade, assinale o que for correto. 
01) O modelo de produção e de organização do trabalho que se estabeleceu a partir do 
século XVIII, na indústria, sofreu poucas modificações ao longo dos últimos séculos, 
seguindo, basicamente, os mesmos princípios organizacionais desde aquela época. 
02) No capitalismo contemporâneo, a finalidade da produção industrial é a geração de 
conhecimento, e não mais a geração de lucro. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
98 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
04) A indústria é a organização social que inventou o trabalho. Por isso é um equívoco 
considerar trabalhadores os agricultores, os pescadores, os pecuaristas, uma vez que 
realizam atividades fora da estrutura de produção industrial. 
08) As inovações tecnológicas proporcionaram aos trabalhadores a redução da jornada de 
trabalho, a garantia dos direitos trabalhistas e a possibilidade de conviver mais intensamente 
com suas famílias e com seus grupos de amigos. 
16) Para Max Weber, a concepção de que o trabalho é uma atividade que dá dignidade às 
pessoas tem origem na ética religiosa e é amplamente aceita na sociedade industrial e 
compartilhada por distintos grupos sociais. 
Comentários 
Somente a afirmativa 16 está correta. O trabalho como atividade humana existe desde os 
primórdios. No entanto, durante o modo de produção capitalista (na verdade, a partir das 
reformas protestantes), a ideia de que o trabalho dignifica o homem tornou-se central para a 
sociedade. Isso porque a exploração do trabalho é o que garante a produção e o lucro das 
empresas, sejam aquelas do século XVIII ou as contemporâneas corporações do ramo da 
informática. 
01 – estão erradas as afirmações de que a produção e a organização do trabalho sofreram poucas 
modificações. 
02 – no capitalismo a geração de lucro é algo sempre presente, do contrária a finalidade do 
sistema deixaria de existir. 
04 – falso, pois o trabalho é milenar, desde que o homem passou a dominar técnicas de controle 
sobre a natureza, fala-se em trabalho. 
08 – falso, não necessariamente, em geral, não. As inovações tecnológicas provocaram, em 
muitas categorias, aumento na carga de trabalho. Penso no home office!! As pessoas não 
controlam mais seus horários de trabalho, ao final do dia, chega-se a 10/12 horas de trabalho. 
Gabarito: 16 
 (UEM 2011) 
“Dois fatores condicionam esta escravidão: a rapidez e as ordens. A rapidez: para alcançá-
la, é preciso repetir movimento atrás de movimento, numa cadência que, por ser mais rápida 
que o pensamento, impede o livre curso da reflexão e até do devaneio. Chegando-se à frente 
da máquina, é preciso matar a alma, oito horas por dia, pensamentos, sentimentos, tudo (...). 
As ordens: desde o momento em que se bate o cartão na entrada até aquele em que se bate 
o cartão na saída, elas podem ser dadas, a qualquer momento, de qualquer teor. E é preciso 
sempre calar e obedecer. A ordem pode ser difícil ou perigosa de se executar, até 
inexequível; ou então, dois chefes dando ordens contraditórias; não faz mal: calar-se e 
dobrar-se (...) Engolir nossos próprios acessos de enervamento e de mau humor; nenhuma 
tradução deles em palavras, nem em gestos, pois os gestos estão determinados, minuto a 
minuto, pelo trabalho.” 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
99 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
WEIL, Simone. Carta a Albertine Thévenon (1934-5). In: BOSI, Ecléia (org.). A condição 
operáriae outros estudos sobre a opressão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 65. 
Considerando a leitura do trecho da carta acima e a temática do trabalho e da produção 
social do mundo, assinale o que for correto. 
01) É possível identificar como fordista-taylorista a forma de organização do trabalho descrito 
pela autora. 
02) O trecho acima destaca que a alienação decorrente da divisão social do trabalho é uma 
das características da produção industrial. 
04) A subjetividade do trabalhador não é afetada pela mecanização da produção industrial, 
nem pelas formas de organização e gestão do trabalho. 
08) Uma das características do trabalho industrial destacada pela autora é a produção de 
maiores vínculos de solidariedade e coesão social. 
16) As normas e as ordens da produção industrial estão associadas a um intenso controle das 
atividades dos trabalhadores. 
Comentários 
A divisão do trabalho foi fortificada no início do século XX, quando Henry Ford introduziu o sistema 
de linha de montagem na indústria automobilística, mais conhecida como fordismo. No entanto, 
a expressão teórica deste modelo foi implementada no livro Princípios de administração científica, 
redigida por Frederick Taylor, que estabelece um princípio racionalizador no aumento da 
produtividade em menos tempo de serviço, daí conhecido como taylorismo. Deste modo, criando 
homens com gestos mecânicos e alienados e, constantemente, sendo controlados na execução 
de suas atividades. 
Gabarito: 01 + 02 + 16 = 19 
 (UEPG 2019) 
 Nas últimas décadas, a terceirização tem crescido como forma de contratação das 
empresas. Sobre a terceirização, assinale o que for correto. 
01) As terceirizações ocorrem no setor privado, já que as empresas públicas só podem 
contratar diretamente via concurso público. 
02) Há variações de terceirização que mascaram a contratação direta, uma delas é chamada 
de "pejotização", em que trabalhos pessoais são exercidos por pessoas físicas, com a 
finalidade de diminuição dos encargos trabalhistas. 
04) Não há indícios que apontem que os trabalhadores terceirizados recebem salários mais 
baixos ou estão mais precarizados do que os contratados diretamente pelas empresas. 
08) A forma mais comum de terceirização é aquela em que uma empresa contrata outras 
para algumas atividades-meio. 
Comentários 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
100 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
A terceirização está acompanhada, no contexto capitalista atual, a um processo de precarização 
do emprego. Ela ocorre para diminuir encargos da empresa contratante (ou do Estado) e costuma 
trazer consigo uma maior relação de insegurança para os trabalhadores e, muitas vezes, salários 
menores. 
Gabarito: 02 + 08 = 10. 
 (Uel 2020) 
Em museus como o Louvre, encontram-se objetos produzidos em diversos e determinados 
modos de produção: utensílios, esculturas, pinturas, entre outras manifestações. 
Com base nos conhecimentos sobre modos de produção, no pensamento de Marx, 
considere as afirmativas a seguir. 
I. O primeiro modo de produção existente na história foi baseado na estrutura homens livres 
e escravos. 
II. Modos de produção específicos produzem superestruturas que mantêm íntima ligação 
com a infraestrutura. 
III. O modo de produção capitalista é a última estrutura produtiva de classes antes do 
processo de constituição da sociedade comunista. 
IV. Os modos de produção possuem leis próprias e existem independentemente das 
vontades individuais dos homens. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
Comentários 
 I - incorreta porque, segundo Marx, o primeiro modo de produção registrado na História foi 
o comunismo primitivo realizado pelos homens primitivos no Período Pré-Histórico. Ele era 
usado para suprir as necessidades dos grupos, sem que houvesse preocupação com o 
acúmulo de sobras. 
II – sim, conforme estudamos na Aula 01, Marx mobiliza as categorias de estrutura (base 
material e econômica da sociedade) e superestrutura (plano das ideias e instituições) para 
desenvolver sua análise e demonstrar como mundo material se relaciona com a organização 
da sociedade e os interesses de classe. 
III – polêmica, pois essa concepção de desenvolvimento em escala não condiz com a 
abordagem marxista, já que, para o marxismo, a história é contraditória. O mais ajustado não 
seria totalizar a afirmação, pois, da forma como está fica sugerido que o comunismo é a 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
101 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
última evolução da humanidade. Se fosse isso haveria uma contradição na própria análise 
marxista. Seja como for, a banca considerou correta a afirmação. Vale ressaltar que a 
constituição de uma sociedade comunista depende do fim da sociedade de classes, ou seja, 
a superação de toda forma de exploração do homem pelo homem, de acordo com o 
pensamento marxista. 
IV – beleza, essa sim é uma afirmação mais adequada e condiz com uma abordagem marxista. 
Gabarito: E 
 (UEL 2019) 
Leia o texto a seguir. 
O prefixo “des” indica anomalia. “Desemprego” é o nome de uma condição claramente 
temporária e anormal, e, assim, a natureza transitória e curável da doença é patente. A noção 
de “desemprego” herdou sua carga semântica da auto consciência de uma sociedade que 
costumava classificar seus integrantes, antes de tudo, como produtores, e que também 
acreditava no pleno emprego não apenas como condição desejável e atingível, mas também 
como seu derradeiro destino. Uma sociedade que, portanto, classificava o emprego como 
uma chave – a chave – para a solução dos problemas ao mesmo tempo da identidade pessoal 
socialmente aceitável, da posição social segura, da sobrevivência individual e coletiva, da 
ordem social e da reprodução sistêmica. 
BAUMAN, Z. Vidas despedaçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. p. 19. 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as transformações mais recentes quanto ao 
tema desemprego no capitalismo, considere as afirmativas a seguir. 
I. A tendência no capitalismo globalizado é tornar os postos de trabalho mais flexíveis para 
atender necessidades das grandes corporações, levando a questionamentos do modelo 
taylorista-fordista. 
II. A perda de identidade em relação ao emprego no capitalismo contemporâneo confirma 
o fato de que a categoria trabalho deixou de ser essencial para a produção e reprodução da 
vida social. 
III. As políticas antissindicais que acompanham as práticas neoliberais apresentam como 
resultado a supressão das crises econômicas globais com o restabelecimento do pleno 
emprego. 
IV. O desemprego, no capitalismo globalizado, tem a longa duração como seu traço 
característico, enquanto avança o emprego precário e de alta rotatividade, como nos call 
centers. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
102 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
Comentários 
I- Correta. A flexibilização das relações de trabalho e das normas trabalhistas tem sido uma das 
características marcantes do capitalismo globalizado ou mundializado. Com isso, as grandes 
corporações buscam dar conta de seus problemas de taxa de lucro, recorrendo, em contrapartida, 
a modificações no antigo modelo produtivo ancorado nas práticas propostas pelo taylorismo-
fordismo, que propunham um modo de organização do trabalho essencialmente rígido, seja pelo 
cronômetro e fragmentação da atividade de trabalho, seja pela linhade montagem com a esteira 
rolante. 
II - Embora estudos apontem para a perda da identidade com o trabalho, como é o caso do 
sociólogo André Gorz, em seu clássico livro Adeus ao proletariado, que remete à imagem da “não-
classe-dos-não-trabalhadores”, como também em significativa parte da produção recente que fala 
em “fim da sociedade do trabalho”, toda e qualquer forma de sociedade continuará dependendo 
da mediação das forças vitais humanas com a natureza, ou seja, as condições objetivas, para 
realizar seu processo sociometabólico de existência do gênero humano. Portanto, o trabalho 
independentemente da forma de sociabilidade humana constitui a essência do ser social. 
III - Incorreta. As práticas antissindicais desenvolvidas pelas empresas ao redor do mundo não têm 
garantido a realização do pleno emprego nem o fim das crises econômicas. Pelo contrário, quanto 
maior a dificuldade de organização sindical, conforme revelam vários estudos na área de 
sociologia do trabalho, maiores são as tendências de precarização do emprego e demissões de 
coletivos de trabalhadores. 
IV- Correta. A partir dos anos 1970, a explosão mundial do desemprego e a escassez de postos 
de trabalho estabeleceram um novo perfil junto à força de trabalho. Ao contrário do período 
denominado “os trinta gloriosos”, quando predominava o “pleno emprego”, o quadro pós 1970, 
em diversos países, apontou para que o desemprego passou a ser de longa duração e seletivo, 
atingindo mais intensamente os desqualificados em relação aos qualificados. Os estudos apontam, 
também, para desvantagens das mulheres em relação aos homens no que se refere à manutenção 
do emprego e também o crescimento dos chamados empregos modelo Mac Donald’s, que 
possuem por característica a baixa remuneração, a alta rotatividade e a precarização das relações 
de emprego. 
Gabarito: B 
 (UEL 2019) 
Leia o gráfico e o texto a seguir. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
103 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação do 
trimestre encerrado em março de 2018 chegou a 13,1%, com aumento de 1,3 ponto 
percentual em relação ao último trimestre do ano passado (11,8%). O total de pessoas 
desocupadas cresceu no período, passando de 12,3 milhões para 13,7 milhões. 
Adaptado de agenciadenoticias.ibge.gov.br. 
Com base no gráfico e no texto, considere as afirmativas a seguir. 
I. A taxa de desocupação no primeiro trimestre de 2017 é maior nesta série histórica e 
apresenta uma oscilação de 0,6 ponto percentual se comparado ao mesmo período de 2018. 
II. A taxa de desocupação apresentada no primeiro trimestre de 2018 indica que houve um 
crescimento de 6,6 pontos percentuais em relação ao último trimestre de 2014. 
III. Ao longo de 2017, a taxa de desocupação apresentou queda e, no trimestre seguinte, 
houve dispensa de trabalhadores representando perda de postos de trabalho. 
IV. A taxa de desocupação apresentou queda, se comparados o primeiro trimestre de 2016 
ao mesmo período de 2017. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
Comentários 
I- Correta. A taxa de desocupação tem, no primeiro trimestre de 2017 (13,7%), o maior 
percentual de desocupação da série histórica apresentada, mesmo quando comparado ao 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
104 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
mesmo período de 2018 (13,1%), que se apresenta elevado; este é 0,6 pontos percentuais menor 
que o primeiro trimestre de 2017. 
II- Correta. A redução dos postos de trabalho permanece em queda no primeiro trimestre de 
2018 (13,1%), porém no confronto entre o primeiro trimestre de 2018 e o último trimestre de 
2014, verifica-se que o número de desocupados cresceu em 6,6 pontos percentuais, em relação 
a 2018. 
III- Correta. Ao longo do ano de 2017, a taxa de desocupação apresentou queda (11,8%), mas 
no trimestre seguinte houve uma dispensa expressiva de trabalhadores, e isso se reverteu em 
uma perda de postos de trabalho e no aumento de pessoas na fila da desocupação, chegando 
a 13,1% a taxa de desocupação. 
IV- Incorreta. A taxa de desocupação apresentou aumento, se compararmos o primeiro 
trimestre de 2016 (11%) ao mesmo período de 2017 (13,7%). 
Gabarito: D 
 (UEL 2018) 
Nos últimos anos, os suicídios têm se tornado uma constante em diversas empresas do 
mundo. Na China, por exemplo, a fim de evitar que os funcionários de uma empresa 
saltassem pela janela do prédio, a gerência, conscienciosamente, instalou redes na parte 
externa. 
Com base nos conhecimentos sobre o mundo do trabalho contemporâneo, considere as 
afirmativas a seguir. 
I. As práticas neo ou pós-fordistas adotadas pelas empresas têm limitado os suicídios de 
trabalhadores às fábricas de organização mais tradicionais. 
II. Os métodos de trabalhos inspirados no toyotismo acentuam o gerenciamento do estresse 
e, consequentemente, o desgaste da força de trabalho. 
III. A racionalização do trabalho proposta por Taylor baseou-se no controle dos tempos e 
movimentos e foi aprimorada por Ford com a esteira rolante. 
IV. O absenteísmo e a rotatividade nos chamados “empregos MacDonalds” alinham-se como 
problemas para a utilização da força de trabalho no capitalismo globalizado. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
Comentários 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
105 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
A afirmativa I é a única incorreta. O suicídio em empresas continua sendo comum, apesar das 
transformações que ocorreram no mundo do trabalho. Muito disso se deve às extenuantes rotinas, 
prazos e demandas às quais os trabalhadores são submetidos nos mais diversos setores da 
produção econômica. 
Gabarito: E 
 (UEL 2014) 
A cidade desempenha papel fundamental no pensamento de Émile Durkheim, tanto por 
exprimir o desenvolvimento das formas de integração quanto por intensificar a divisão do 
trabalho social a ela ligada. 
Com base nos conhecimentos acerca da divisão de trabalho social nesse autor, assinale a 
alternativa correta. 
a) A crescente divisão do trabalho com o intercâmbio livre de funções no espaço urbano 
torna obsoleta a presença de instituições. 
b) A solidariedade orgânica é compatível com a sociedade de classes, pois a vida social 
necessita de trabalhos diferenciados. 
c) Ao criar seres indiferenciados socialmente, o “homem massa”, as cidades recriam a 
solidariedade mecânica em detrimento da solidariedade orgânica. 
d) O efeito principal da divisão do trabalho é o aumento da desintegração social em razão 
de trabalhos parcelares e independentes. 
e) O equilíbrio e a coesão social produzidos pela crescente divisão do trabalho decorrem das 
vontades e das consciências individuais. 
Comentários 
Para Durkheim, a coesão da sociedade complexa é garantida pelo tipo de solidariedade nela 
existente. No caso, nas sociedades modernas, predomina a solidariedade orgânica. Nela, há 
uma complexa divisão do trabalho, que garante uma divisão especializada/funcional de cada 
indivíduo na vida social. Assim, segundo o autor, as classes sociais não se tornam um problema, 
mas fornecem coerência à coesão social. Diante disso, vamos às alternativas: 
a) Errado. Embora a crescente divisão do trabalho social busque ampliar a liberdade, isto não 
significa que cada uma escolha livremente o que vai ou não fazer no interior da sociedade para 
atender a suas necessidades funcionais, uma vez que a existênciasocial pressupõe, 
invariavelmente, a existência de normas e de regras a serem seguidas e que atendam aos 
imperativos da vida coletiva. Soma-se a isto que a vida social, mesmo em sua forma mais 
elementar, pressupõe a existência das instituições, sem as quais o homem se tornaria uma 
vítima de si mesmo. Sem as instituições, as possibilidades de vida coletiva retornariam à 
condição de barbárie. 
 b) É o nosso Gabarito. Durkheim não visualiza a possibilidade da existência de uma sociedade 
sem classes, o que, no entanto, reconhece, pode ter existido nos primórdios da vida social. Para 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
106 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
ele, as classes não decorrem de mecanismos necessários de exploração e sim das exigências 
que são instituídas para o bom funcionamento das sociedades, atendendo às necessidades 
crescentes dos indivíduos e da vida coletiva. Com o avanço da divisão do trabalho social, a vida 
coletiva necessariamente precisa da execução de uma multiplicidade de tarefas, o que significa 
a impossibilidade de todos ocuparem o mesmo espaço social ou as mesmas funções. 
c) Falso. Nas condições de solidariedade orgânica, ampliam-se as diferenças, a 
heterogeneidade de funções e, portanto, uma nova forma de organização social, pela 
interdependência das partes. Para Durkheim, a solidariedade mecânica pertence a um estágio 
primário e superado do desenvolvimento das sociedades, na medida em que elas se tornam 
complexas pela divisão do trabalho social e, também, pela diversificação das instituições 
necessárias para regrarem a vida coletiva. As cidades podem ser consideradas um exemplo dos 
espaços nos quais se impõe a solidariedade orgânica como forma de vida coletiva, com suas 
instituições desenvolvidas e com multiplicidades de funções profissionais. 
 d) Falso. Uma das características da solidariedade orgânica é exatamente o crescimento e o 
progresso contínuo da sociedade, resultante da complexidade cada vez maior da divisão do 
trabalho social, o que implica, ao mesmo tempo, o estreitamento dos laços entre os indivíduos 
e entre as diferentes partes, reforçando a cooperação e a solidariedade. Durkheim reconhece 
que nem todos podem executar, nas organizações complexas, as mesmas atividades e funções, 
mas a sociedade é justa no sentido de não confinar um indivíduo a uma atividade que seja 
impossível de ser realizada por ele. 
e) Falso. Embora reconheça a necessidade das sociedades se desenvolverem de modo 
equilibrado e harmônico, esta condição não decorre, para Durkheim, das vontades individuais 
e sim de um efeito moral produzido pela divisão do trabalho social, que se traduz nele pela 
existência da consciência coletiva. O indivíduo continua existindo como base do fato moral, 
mas não é ele que funda as instituições. Elas decorrem do intercâmbio das múltiplas 
consciências individuais produzindo um substrato comum (a consciência coletiva) que, mesmo 
contando com a contribuição de cada consciência individual, é superior a cada uma delas. 
Gabarito: B 
 (UEL 2008) 
 Sobre a exploração do trabalho no capitalismo, segundo a teoria de Karl Marx (1818-1883), 
é correto afirmar: 
a) A lei da hora-extra explica como os proprietários dos meios de produção se apropriam 
das horas não pagas ao trabalhador, obtendo maior excedente no processo de produção 
das mercadorias. 
b) A lei da mais valia consiste nas horas extras trabalhadas após o horário contratado, que 
não são pagas ao trabalhador pelos proprietários dos meios de produção. 
c) A lei da mais-valia explica como o proprietário dos meios de produção extrai e se apropria 
do excedente produzido pelo trabalhador, pagando-lhe apenas por uma parte das horas 
trabalhadas. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
107 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
d) A lei da mais valia é a garantia de que o trabalhador receberá o valor real do que produziu 
durante a jornada de trabalho. 
e) As horas extras trabalhadas após o expediente constituem-se na essência do processo de 
produção de excedentes e da apropriação das mercadorias pelo proprietário dos meios de 
produção. 
Comentários 
a) e e) erradas, pois hora-extra é um trabalho extraordinário feito em determinados momentos 
excepcionais. Hora-extra está dentro do conceito de jornada de trabalho e é parte da 
produção da mais-valia. 
b) errada e c) correta. A exploração do trabalho na sociedade capitalista está relacionada com 
o conceito de “mais-valia”, que se origina no excedente de trabalho que dá origem ao lucro 
do capitalista e ao capital necessário para a manutenção e expansão do modo de produção 
capitalista. A análise da economia que Marx faz é no sentido de desmistificar as relações 
sociais que permeiam essa relação desigual e oculta. 
d) falso, pois o trabalhador não recebe por tudo o que produziu, mas por uma parcela. 
Conforme Marx em O Capital, essa parcela seria equivalente ao que é necessário para a 
manutenção da vida do trabalhador para que ele continue comparecendo ao trabalho. 
Gabarito: C 
 (UEL 2008) 
Segundo Braverman: 
O mais antigo princípio inovador do modo capitalista de produção foi a divisão manufatureira 
do trabalho [...] 
A divisão do trabalho na indústria capitalista não é de modo algum idêntica ao fenômeno da 
distribuição de tarefas, ofícios ou especialidades da produção [...]. 
(BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista. Tradução Nathanael C. Caixeiro. Rio de 
Janeiro: Zahar, 1981. p. 70.) 
O que difere a divisão do trabalho na indústria capitalista das formas de distribuição 
anteriores do trabalho? 
a) A formação de associações de ofício que criaram o trabalho assalariado e a padronização 
de processos industriais. 
b) A realização de atividades produtivas sob a forma de unidades de famílias e mestres, o 
que aumenta a produtividade do trabalho e a independência individual de cada trabalhador. 
c) O exercício de atividades produtivas por meio da divisão do trabalho por idade e gênero, 
o que leva à exclusão das mulheres do mercado de trabalho. 
d) O controle do ritmo e da distribuição da produção pelo trabalhador, o que resulta em 
mais riqueza para essa parcela da sociedade. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
108 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
e) A subdivisão do trabalho de cada especialidade produtiva em operações limitadas, o que 
conduz ao aumento da produtividade e à alienação do trabalhador. 
Comentários 
A questão faz referência à análise marxista da divisão social do trabalho na sociedade capitalista. 
Nesta, o trabalhador é inserido num sistema na qual ele não detém a posse dos meios de 
produção, sendo responsável por apenas uma parcela do processo produtivo e recebendo um 
valor inferior à riqueza que ele produziu para o capitalista. 
a) errado, pois as corporações e associações de ofício fizeram parte da faze manufatureira. 
b) errado, pois no capitalismo industrial a atividade do trabalho passa a ser feita em grandes 
unidades industriais, de modo que a dependência do trabalhador em relação ao empregador 
aumenta. 
c) falso, pois a divisão social do trabalho no capitalismo, como regra, é a partir da classe social, 
segunda a perspectiva marxista. Contudo, é preciso ressaltar que as crianças compuseram a força 
de trabalho entre os séculos XVIII e XIX e, quanto às mulheres, é possível diferentes abordagens. 
Primeiro, existe sim uma divisão sexual do trabalho que é ressignificada no capitalismo, isto é, 
postos de trabalho que são direcionados às mulheres em função da relação com a cultura machista 
patriarcal. Pense, por exemplo, em enfermeiras ou mesmo costureiras. Contudo, as mulheres, do 
ponto de vista histórico, foram ganhando espaço no mercado de trabalho. 
d) errado, pois quem detém os meios de produção – o capitalista – é quem define a distribuição 
da produção e da riqueza. 
e) é nosso gabarito. 
Gabarito: E 
 (Unicentro 2012) 
A taxa de desemprego brasileira é uma dasmenores entre as grandes economias mundiais, 
segundo o gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. “Em janeiro, a taxa de desocupação ficou em 
6,1% — o menor resultado para o mês desde o início da pesquisa do IBGE. Antes da crise, o 
Brasil tinha a segunda maior taxa de desocupação entre as 20 maiores economias do mundo. 
Hoje, conseguimos melhorar este índice e estamos em 15º ou 16º lugar no ranking (das 
maiores taxas de desemprego)”, afirmou Azeredo. “As principais potências ainda sentem os 
efeitos da crise de 2008, enquanto os avanços em educação, a inserção digital e a 
formalização do mercado levaram o Brasil a aumentar os postos de trabalho”, acrescentou. 
TABAK, Bernardo. G1- Economia. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: 
<http://www.ceao.ufba/2007/leviosirdeos. http>. Acesso em: 2 jul. 2011. 
Sobre as relações de emprego, desemprego e subemprego, é correto afirmar: 
a) O desemprego estrutural é também denominado desemprego temporário, pois ocorre 
em um curto espaço de tempo. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
109 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
b) Pessoas que exercem alguma forma de atividade produtiva sempre são consideradas 
empregadas nas estatísticas. 
c) A queda de desemprego entre os jovens pode ser explicada devido ao maior acesso desse 
grupo às novas tecnologias. 
d) O desemprego conjuntural é resultado de grandes mudanças na economia, sendo 
característica dos países em desenvolvimento. 
e) O desemprego pode ser definido como uma situação das pessoas que podem e querem 
trabalhar, mas não conseguem encontrar um emprego. 
Comentários 
Somente a alternativa E é correta. A questão exige do aluno um bom domínio dos estudos sobre 
o desemprego. Desta forma ele perceberá que todas as alternativas, com exceção da [E], são 
falsas. Esta, ainda que seja sociologicamente mais simples, é a única que não apresenta um erro 
conceitual e, por isso, é a única alternativa correta. 
Gabarito: E 
 (Unicentro 2011) 
Um dos livros muito conhecidos do sociólogo Emile Durkheim é o “Da divisão do trabalho 
social”, obra publicada em 1893. Nesse livro, o autor identifica o surgimento de um novo 
método de trabalho que conduzia a uma nova fonte de interação social. Sobre a função da 
divisão do trabalho em Durkheim, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F, para as 
falsas. 
( ) A especialização das profissões e a divisão do trabalho baseiam-se em uma ética asceta 
que leva os indivíduos a buscarem acumulação e eficiência e a evitarem o desperdício e a 
preguiça. 
( ) Os resultados econômicos da divisão do trabalho são de menos importância, pois o 
efeito moral, o sentimento de solidariedade que essa produz é a sua verdadeira função. 
( ) Um arranjo social com classes dominantes e classes dominadas em constante conflito 
entre si é uma das principais implicações da divisão social do trabalho. 
( ) A divisão do trabalho possibilita a coesão social, garantindo o funcionamento harmônico 
do organismo social. 
 
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a 
a) V V V F 
b) F V V V 
c) F V F F 
d) F V F V 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
110 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
e) V F F F 
Comentários 
A alternativa D é a única correta. A primeira afirmação é falsa porque se refere à visão de Max 
Weber em seu livro A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Já a terceira afirmação 
corresponde ao pensamento marxista a respeito da divisão do trabalho na sociedade moderna. 
Gabarito: D 
 (Unicentro 2011) 
 Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso) nas afirmativas a seguir referentes aos estudos sobre o 
tema trabalho e vida econômica. 
( ) O fordismo visa à mecanização e, portanto, ao aumento da produtividade do trabalho. 
( ) A esteira transportadora que fixa o trabalhador em seu posto, diminuindo a sua 
autonomia e iniciativa, é uma característica do fordismo. 
( ) O ritmo do trabalho, no fordismo, deixa de se ditado pela gerência e passa a ser 
controlado pelos operários. 
( ) O industrialista Henry Ford emprestou de Taylor a ideia de que a produção de massa 
exige mercados em massa. 
A sequência correta encontrada, de cima para baixo, é a 
a) V V F F 
b) V V V F 
c) V F F V 
d) F F V V 
e) F V V V 
Comentários 
Somente as duas primeiras afirmativas são verdadeiras. O modelo fordista-taylorista de produção 
visava a uma maior produtividade na fábrica com a diminuição dos custos de produção e maior 
eficiência do trabalho. Para isso, foi criada uma linha de produção (baseada na esteira) e dividiu-
se o trabalho entre intelectual e manual. 
Gabarito: A 
 (UNIOESTE 2012) 
 Émile Durkheim é considerado um dos fundadores das Ciências Sociais e entre as suas 
diversas obras se destacam “As Regras do Método Sociológico”, “O Suicídio” e “Da Divisão 
do Trabalho Social”. Sobre este último estudo, é correto afirmar que 
a) a divisão do trabalho possui um importante papel social. Muito além do aumento da 
produtividade econômica, a divisão garante a coesão social ao possibilitar o surgimento de 
um tipo específico de solidariedade. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
111 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
b) a solidariedade mecânica é o resultado do desenvolvimento da industrialização, que 
garantiu uma robotização dos comportamentos humanos. 
c) a solidariedade orgânica refere-se às relações sociais estabelecidas nas sociedades mais 
tradicionais. O nome remete ao entendimento da harmonia existentes nas comunidades de 
menor taxa demográfica. 
d) indiferente dos tipos de solidariedade predominantes, o crime necessita ser punido por 
representar uma ofensa às liberdades e à consciência individual existente em cada ser 
humano. 
e) a consciência coletiva está vinculada exclusivamente às ações sociais filantrópicas 
estabelecidas pelos indivíduos na contemporaneidade, não tendo nenhuma relação com 
tradições e valores morais comuns. 
Comentários 
A alternativa a) é o nosso gabarito, pois quanto mais complexa a divisão social do trabalho 
maior a solidariedade orgânica (conceito visto na Aula 00). 
A divisão do trabalho é importante por favorecer a coesão social e a solidariedade. Em 
sociedades tradicionais, a solidariedade é do tipo mecânico, enquanto em sociedades 
modernas o que existe é a solidariedade de tipo orgânico. Vale ressaltar que as alternativas 
D e E explicam, de forma incorreta, a função do crime e o conceito de consciência coletiva. 
Gabarito: A 
 (UNIOESTE 2011) 
 Nas últimas décadas desenvolveu-se um debate acirrado no interior das Ciências Sociais 
referente à importância da categoria trabalho no mundo contemporâneo. Neste sentido, 
alguns autores chegaram a afirmar que esta era uma categoria em processo de extinção e, 
que devido a isso, não mereceria atenção sociológica. Contudo, a história vem 
demonstrando o oposto. No meio da inconstância econômica vivenciada, a organização do 
trabalho tornou-se tema central entre aqueles que buscam soluções para a crise. Não 
suficiente, a tentativa de abandonar a referida categoria também não conseguiu eliminar seu 
aspecto ontológico, ou seja, sua importância na formação dos homens. Sobre a categoria 
trabalho é correto afirmar que 
a) conceitualmente, trabalho, emprego e ocupação podem ser considerados a mesma coisa, 
pois se referem a um mesmo fenômeno. 
b) a revolução tecnológica e as transformações nos modelos de gestão inevitavelmente 
levarão a extinção do trabalhador produtivo. 
c) na concepção de Émile Durkheim a divisão do trabalho apenas gera individualidade e não 
possibilita nenhuma outra forma de organização social. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
112 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
d) a diminuição do número de trabalhadores atuando nas indústrias vem sendo 
acompanhada pelo aumentoda importância de outros setores da economia, como o de 
serviços e o informal. 
e) o modelo de trabalho desenvolvido nas indústrias Ford e que foi brilhantemente 
representado por Chaplin no filme “Tempos Modernos” pode ser considerado extinto na 
atualidade. 
Comentários 
As mudanças nas relações de trabalho acompanham o desenvolvimento do sistema 
capitalista de produção. No capitalismo desenvolvido, o trabalho físico ao interno da fábrica 
torna-se menos necessário e a produção depende cada vez mais da produção das máquinas. 
Ao mesmo tempo, aumenta a precarização do trabalho (com o aumento do trabalho informal) 
e o crescimento do setor de serviços, sempre subordinado ao sistema de produção do 
capital. Por isso, o gabarito é a alternativa d). 
a) falso, pois trabalho pode ser qualquer tipo, inclusive um não remunerado. Já emprego 
pertence à categoria da formalidade no mundo do trabalho, ou seja, carteira de trabalho. 
Ocupação, à luz da definição do IBGE, é algum trabalho remunerado. 
b) falso, pois a sociologia do trabalho sustenta que, por maior que seja o desenvolvimento 
tecnológico, sempre haverá um trabalhador para apertar algum botão. 
c) errado. Lembre-se de que a perspectiva de Durkheim é coletiva, portanto, há coesão social. 
e) falso, pois a linha de montagem é presente nos dias atuais. Não houve uma substituição 
de um modelo pelo outro, mas o aprimoramento e primazia de um em relação ao outro, 
conforme a conjuntura econômica. Quer um exemplo atual? Rede fast food de comidas. Sabe 
aquela famosa que faz lanches? Então, eu já trabalhei na mais famosa delas entre meus 16 e 
17 anos. Primeiro as fritas, depois a carne, depois o pão, o recheio, a montagem do lanche, 
refri e pronto, 4 minutinhos tudo lá na bandeja. 
Gabarito: D 
 (UNIOESTE 2010) 
A partir do início do século XX uma série de modificações foi introduzida na organização do 
processo de trabalho na produção capitalista. Ou seja, a produção de mercadorias passou a 
ser estruturada com base nos princípios do fordismo/taylorismo, inovação que vigorou até 
recentemente. Dentre as alternativas abaixo, marque aquela que apresenta as principais 
características do fordismo/taylorismo. 
a) Organização verticalizada das empresas, trabalhador especializado na realização de uma 
única tarefa e produção padronizada. 
b) Produção de mercadorias organizada de forma horizontal, subcontratação e terceirização 
de atividades por parte das empresas. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
113 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
c) A produção não é mais padronizada, incentivo da polivalência do trabalhador e introdução 
do sistema de bonificações e prêmios por produção. 
d) Organização verticalizada das empresas, subcontratação e incentivo da polivalência do 
trabalhador. 
e) Produção padronizada de mercadorias, organização horizontal das empresas e 
terceirização de atividades produtivas. 
Comentários 
O modelo fordista/taylorista corresponde a uma forma de conceber a divisão do trabalho ao 
interno da fábrica. Tal divisão ocorre mediante a especialização, a padronização da produção e a 
verticalização da organização da empresa, tal como apresenta a alternativa A. 
Gabarito: A 
 (UFU 2015) 
Nas últimas décadas, o Brasil experimentou mudanças demográficas, sociais, culturais, 
econômicas e políticas significativas. A crescente inserção das mulheres no mercado de 
trabalho e na política, a melhoria de seu nível educacional, a redução da fecundidade, a 
postergação da maternidade, a redução da resistência a novos atributos para os papeis 
feminino e masculino são algumas delas. No entanto, os ritmos de tais mudanças parecem 
seguir descompassados. 
PICANÇO, Felícia Silva. Amélia e a mulher de verdade: representações dos papeis da mulher 
e do homem em relação ao trabalho e à vida familiar. Em: ARAÚJO, C. & SCALON, C. (org.). 
Gênero, família e trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. 
De acordo com o trecho acima, as desigualdades de gênero na inserção no mercado de 
trabalho persistiriam devido à 
A) maior participação dos membros masculinos nas tarefas concernentes ao trabalho 
doméstico. 
B) representação de que não cabe apenas ao homem, enquanto chefe de família, o papel de 
provedor do grupo doméstico. 
 C) crença no fato de que o ingresso feminino no mercado de trabalho gera um prejuízo à 
família. 
D) crítica à representação da mulher como naturalmente disposta a assumir os papéis de 
esposa e mãe. 
Comentários 
Esta questão é “chatinha” porque o comando dela nos coloca diante de uma hipótese, isto 
é, as desigualdades “persistiriam devido à”: 
a) falso, porque o texto não apresenta este dado e, em geral, a cultura machista da sociedade 
faz com que os homens continuem reproduzindo a divisão sexual do trabalho no ambiente 
doméstico, ou seja, a cozinha e demais afazeres seriam para as mulheres. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
114 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
b) incorreto, pois se houvesse maior equilíbrio as desigualdades não tenderiam a persistir, 
mas sim a diminuir. 
c) correto, é uma possibilidade, mais do que isso, é uma ideologia (crença), pois a expectativa 
geral da sociedade machista é que as mulheres façam os afazeres doméstico. Dessa forma, 
segundo essa crença machista, a maior participação feminina no mundo fora do lar provocaria 
impactos negativos no dia a dia doméstico. 
d) não persistiriam devido à crítica, mas sim devido à ausência da crítica. 
Gabarito: C 
 (UFU 2015) 
Em 2006, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) 
lançou um estudo intitulado “A jornada de trabalho no Brasil” na qual se pode ler que 
[...] com exceção das conquistas obtidas em acordos ou convenções coletivas desde a 
Constituição de 1988, praticamente todas as alterações nos direitos trabalhistas foram no 
sentido de diminuir direitos e/ou de intensificar o ritmo de trabalho. 
DIEESE. A Jornada de Trabalho no Brasil. Disponível em 
<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BAB0CD8FE72AD/Prod02_200
6.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2015. 
Tomando por base as reflexões de Karl Marx acerca da jornada de trabalho e seus 
conhecimentos sobre a realidade nacional, é correto afirmar que: 
a) Tal como todo aparato jurídico burguês, a Constituição de 1988 trouxe consigo a redução 
dos direitos trabalhistas e a ampliação da exploração sobre o trabalho. 
b) A redução de direitos trabalhistas é uma marca presente em todos os Estados de Bem-
Estar Social no centro e na periferia do capitalismo. 
c) Intensificar o ritmo de trabalho significa, em outras palavras, ampliar a extração de mais 
valia relativa. 
d) Vive-se o paradoxo de a redução dos direitos conviver com um momento especial de 
crescimento e ofensiva da mobilização sindical. 
Comentários 
a) errado, poisa Constituição Federal de 1988, conhecida como a constituição cidadão, 
reconheceu e garantir inúmeros direitos aos trabalhadores, como férias remuneradas, direito à 
segurança e saúde no trabalho, salário digno, etc. 
b) errado, pois nos Estados de Bem-Estar Social predomina a ampliação de direitos sociais, 
principalmente aqueles relacionados ao mundo do trabalho. 
c) Questão difícil, pois trata de um conceito bem específico de Marx. Quando o trabalhador é 
obrigado a trabalhar por mais tempo, aumenta a mais-valia absoluta. No entanto, quando, em 
um mesmo período de tempo, o trabalhador produz mais (aumento da produtividade), o que se 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
115 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
está aumentando é a mais-valia relativa. A presente questão apresenta uma incorreção. Por rigor 
conceitual, o correto é dizer que a mais-valia relativa corresponde àquela proporcionada por 
inovações tecnológicas e mudanças no processo de produção, e não pela intensificação do ritmo 
de trabalho. No entanto, para fins didáticos, é bastante comum uma simplificação dessaanálise, 
considerando que toda redução do tempo de trabalho produz mais-valia relativa. 
d) errado, pois no mundo, o sindicalismo perdeu a força que detinha até o início da de 1970. É 
claro que há variações, pois, no Brasil, o sindicalismo brasileiro foi protagonista de grandes 
mobilizações e lutas sociais por direitos na década de 1980. De toda forma, no geral 
principalmente a partir da década de 1990, as políticas neoliberais impuseram ações defensivas 
ao sindicalismo, ou seja, negociar como perder menos. Além disso, as reestruturações na 
organização do trabalho dificultaram a ação sindical. Antes, uma fábrica com 10 mil 
trabalhadores, todos da mesma empresa e vinculados ao mesmo sindicato, possuíam potencial 
de ação sindical. Agora, as empresas estão segmentadas, sendo que há trabalhadores 
terceirizados pertencentes aos mais diversos sindicatos, fato que prejudica a unidade na ação 
sindical. 
Gabarito: C 
 (UFU 2012) 
Levando em consideração as relações do sistema de produção fordista e demais sistemas de 
produção e suas consequências, constata-se que o trabalho no sistema 
a) taylorista baseia-se em trabalhadores multifuncionais, sendo que cada posto de trabalho 
executa várias tarefas, a fim de diminuir os custos de produção. 
b) fordista caracteriza-se pela separação entre elaboração e execução no processo de 
trabalho, proporcionando a alienação. 
c) fordista é repetitivo e parcelado, gerando trabalhadores felizes e satisfeitos por não 
necessitarem de longos processos de capacitação para o trabalho. 
d) toyotista tem a produção vinculada à demanda, ocasionando flexibilização e evitando, 
assim, as demissões e a precarização, além de possibilitar a utilização racional da força de 
trabalho. 
Comentários 
a) Incorreta, pois é o sistema toyotista, e não o taylorista, que estimula o trabalho 
multifuncional, flexível e polivalente. 
b) Correta. O sistema fordista tem como principal objetivo aumentar o lucro do empresário, 
mediante uma melhor divisão do trabalho, ocasionando a alienação do trabalhador. 
c) Incorreta. O trabalhador, no sistema fordista, está alienado do produto do seu trabalho. 
Desta maneira, está impedido de se satisfazer através daquilo que produzem. 
d) Incorreta. Historicamente percebeu-se que o sistema toyotista não é capaz de evitar as 
demissões e a precarização. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
116 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Gabarito: B 
 (UFU 2011) 
Podemos entender o fordismo como uma forma de acumulação do capital que ocorreu no 
contexto da luta de classes, envolvendo controle e resistência no local de trabalho, assim 
como um conjunto de relações socioculturais, políticas e educacionais. A partir da análise do 
texto acima, é correto afirmar que o fordismo corresponde a: 
 a) uma forma de organização do trabalho social, datada historicamente, prescindindo da 
figura do Estado e estabelecendo a livre negociação entre capital e trabalho. 
 b) uma forma de organização da produção e do trabalho que vem possibilitando grande 
expansão e acumulação do capital nos dias atuais, particularmente ao longo da década de 
1990, caracterizado pelo consumo flexível. 
c) uma forma de organização do trabalho social que sempre existiu na sociedade capitalista 
e que envolve um compromisso entre capital e trabalho mediado pelo Estado. 
d) uma forma de organização do trabalho social, datada historicamente, que envolveu um 
compromisso entre capital e trabalho mediado pelo Estado o qual buscou assegurar renda 
e consumo para uma significativa parcela da classe trabalhadora. 
Comentários 
a) falso. Aqui é preciso atenção para o verbo “prescindir”, que significa dispensar. O fordismo 
não dispensa o Estado, na verdade o Estado é fundamental para o planejamento da 
sociedade de massas em que o fordismo se desenvolveu. Historicamente, fordismo, 
sociedade de massas e Estados de Bem-Estar social estão vinculados. O pleno emprego, uma 
situação de trabalho gerada nos Estados de Bem-Estar social, foi reforçado pelas 
possibilidades da indústria fordista. 
b) errado, pois a alternativa está se referindo ao neoliberalismo. O fordismo tem início por 
volta de 1910 e se desenvolve nas décadas seguintes, até a entrada em cena dos modelos 
flexíveis de produção na virada de 1970 para 1980. 
c) errado, nem sempre existiu. 
d) correto, é o nosso gabarito. 
Gabarito: D 
 (UFU 2009) 
Acerca do chamado “Novo Sindicalismo” no Brasil, assinale a alternativa correta. 
a) A recessão econômica e as diversas mudanças ocorridas no mundo do trabalho a partir da 
década de 1990 levaram o novo sindicalismo a adotar novas estratégias de resistência, as 
quais primavam pela ampliação das greves e maior participação dos trabalhadores nos 
processos decisórios das empresas. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
117 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
b) Uma das fases do movimento sindical brasileiro teve início em 1978, na região industrial 
do ABC paulista, com o chamado “novo sindicalismo”, o qual teve como característica seu 
reconhecimento como instrumento de negociação sob a tutela do Estado. 
c) As conquistas alcançadas pelo novo sindicalismo brasileiro, em especial aquelas relativas 
ao espaço da negociação coletiva e à defesa do poder aquisitivo dos salários, implicaram o 
crescimento e o fortalecimento deste movimento como instrumento de negociação entre 
patrões e empregados na década de 1990. 
d) O novo sindicalismo representou um forte questionamento às limitações impostas pela 
estrutura sindical oficial, alterando o quadro geral das relações dos trabalhadores com os 
patrões e atuando como importante agente político no processo de redemocratização da 
sociedade brasileira na década de 1980. 
Comentários 
Inicialmente, o novo sindicalismo surgiu entre 1970 e 1980, nas greves das fábricas 
metalúrgicas da região metropolitana de São Paulo (ABC, São Bernardo do Campo, e outras). 
A ideia de “novo” veio para se diferenciar do sindicalismo marcado pela tradição trabalhista 
cuja origem vinha da Era Vargas. Dessa forma, o “novo” estava relacionado à forma de fazer 
o trabalho sindical, no “chão de fábrica” e de forma menos institucional; nos bairros, junto 
às comunidades eclesiais de base da Igreja Católica e menos nas instâncias do Estado. Até é 
compreensível o “novo sindicalismo” ter surgido sem vínculos estatais, pois os brasileiros 
ainda viviam sob o Regime Militar, a ação sindical era proibida. Pois bem, nesse contexto, as 
greves protagonizadas acabaram se tornando em grandes eventos da força social movimento 
sindical. Com o passar da década de 1980, esse movimento passou a dirigir/ conduzir 
inúmeros sindicatos no Brasil, era a força da Central Única do Trabalhadores (CUT), criada 
em 1983. Enquanto forma de ação, o novo sindicalismo prioriza greves, paralisações, 
operações tartarugas (atrasos na produção para forçar negociações, dentre outras táticas). 
Ocorre que, com a chegada do neoliberalismo, o impacto sobre o movimento sindical foi 
grande. Primeiro, a forma de organização das categorias modificou radicalmente. Se, até o 
início da década de 1990, as fábricas contavam com 10-15 mil trabalhadores, elas passaram 
a ter produção mais enxuta e menos trabalhadores diretos, direcionando parte da produção 
para trabalhadores terceirizados dentro da própria fábrica e em outras unidades 
(descentralização da produção). Com isso, as categorias acabaram perdendo força, pois 
foram desestruturadas. AS políticas neoliberais também levaram a demissões e redução de 
direitos trabalhistas. Nesse contexto, o movimento sindical se viu diante de uma situação 
adversa para negociar, fato que provocou a alteração na tática de ação. De greves e 
paralisações por salários e direitos mais amplos, segundo o professor Iram Jacome 
Rodrigues, da USP, o movimento sindical precisou lutar para evitar demissões. Ou seja, uma 
atuação defensiva, diferente da característica ofensiva da década de 1980.a) errado, pois na década de 1990 o movimento sindical ficou na defensiva, com redução de 
greves. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
118 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
b) falso. Veja que o Estado, comandado pelos militares, não abria espaço para o movimento 
sindical. A tônica era a perseguição dos “agitadores”, logo, não seria possível o “novo 
sindicalismo” buscar a tutela estatal. Foi preciso um trabalho por “fora” das imposições do 
Regime Militar, fato que forçou uma diferença com o sindicalismo trabalhista cuja origem 
remonta na Era Vargas. 
c) errado, conforme o texto da abertura do comentário, similar ao que está na a). 
d) ok, e o gabarito. Além da atuação na esfera econômica (luta por salários, por exemplo), o 
novo sindicalismo acabou influenciando o processo de redemocratização. Isso porque, como 
as greves eram proibidas, foi preciso defender a legalidade da greve – portanto, um Estado 
Democrático de Direito – para que os empregadores e patrões passassem a ser pressionados 
em negociações legítimas. 
Gabarito: D 
 (UFU 2007) 
No tocante aos princípios centrais do taylorismo, como propostos por Frederick Winslow 
Taylor na obra Princípios de Administração Científica, marque a alternativa correta. 
A) O chamado sistema taylor de produção proporcionou aos trabalhadores maior tempo livre 
nos processos de execução das tarefas produtivas. 
B) O taylorismo implicou maior autonomia decisória aos trabalhadores responsáveis pela 
execução das tarefas produtivas. 
C) O taylorismo consistiu em um conjunto de princípios críticos e contrários ao estudo 
científico do processo de produção econômica. 
D) Os princípios tayloristas estabelecem uma separação clara entre, de um lado, as fases de 
planejamento, concepção e direção do processo produtivo e, de outro, as tarefas de 
execução. 
Comentários 
a) e b) falsas, pois o sistema taylorista é pautado pelo controle do tempo e do movimento 
dos trabalhadores. Dessa forma, a baixa liberdade produtiva. 
c) errado, pois o taylorismo é justamente um estudo científico do processo produtivo para 
que as perdas sejam menores. 
d) correto, pois a afirmação reflete uma concepção racional da organização do processo 
produtivo. 
Gabarito: D 
 (UFU 2002) 
Michel Husson, economista francês, em recente entrevista concedida a uma publicação 
brasileira, assim se pronunciou sobre o desemprego: 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
119 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Confrontando a evolução da taxa de desemprego na Europa com a taxa dos lucros das 
empresas no PIB, essas curvas evoluíram de maneira muito parecida. A ideia é a seguinte: se 
não há redistribuição aos trabalhadores, sob a forma de redução da jornada [de trabalho], há 
um aumento de desemprego, porque as pessoas trabalham ao mesmo tempo com mais 
produtividade. E o fato de não diminuir a jornada resulta em uma fonte de lucros financeiros. 
A conclusão é que não se pode realmente lutar contra o desemprego sem mudar a 
distribuição dos lucros que se formou dessa maneira. 
Carta Capital, número 194, 19/junho/2002, p. 42. 
A política econômica implementada no Brasil, desde 1995, estimulou várias práticas 
inovadoras no mundo do trabalho tais como: contrato temporário, flexibilização da legislação 
trabalhista, trabalho parcial e banco de horas. Nenhuma delas, entretanto, apontou para a 
redução da jornada de trabalho sem redução salarial. Isto posto, à luz da análise de Michel 
Husson, é correto afirmar que 
a) as medidas adotadas pelo Governo Federal nos últimos 7 anos, na área trabalhista, visaram 
combater o desemprego, pois abriram postos de emprego, ao flexibilizarem os contratos de 
trabalho. 
b) tal política foi mais uma forma de atender ao interesse do capital financeiro e, por isso, 
significou uma ação favorável à esfera especulativa. 
c) a redução da jornada de trabalho sem redução salarial aumentaria o chamado “custo 
Brasil”, razão pela qual, de fato, seria um equívoco favorecê-la. 
d) o crescimento da massa salarial somente pode acontecer mediante a retomada de taxas 
de lucro em patamares crescentes, nada tendo a ver com a taxa de desemprego. 
Comentários 
a) errado, pois o texto do enunciado afirma que as políticas trabalhistas foram ineficientes e 
insuficientes, apesar do discurso. 
b) sim, correto. Na medida em que a flexibilização das leis trabalhistas não resultou na diminuição 
do desemprego, verifica-se como a opinião do economista francês é coerente. Todas as 
modificações ocorridas serviram para atender o interesse do capital financeiro (“fonte de lucros 
financeiros”), não resultando em melhorias para os trabalhadores. Porém, cabe uma ressalva, 
não seria só o capital financeiro o beneficiado, mas o capital produtivo também, pois as empresas 
metalúrgicas e química, por exemplo, também foram beneficiadas pela flexibilização das leis 
trabalhistas. A rigor, o conjunto da classe burguesa se beneficiou dessas alterações. 
c) pelo contrário, diminuiria. 
d) errado, pois a massa salarial está relacionada ao volume de salário pago (quantidade de 
trabalhadores que recebem), bem como pela média salarial paga. Ou seja, se tem desemprego 
essa massa salaria diminui. 
Gabarito: B 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
120 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 (UECE 2019) 
Migração é o deslocamento de indivíduos dentro de um espaço geográfico, de forma 
temporária ou permanente, constituindo, deste modo, fluxos migratórios. 
No que diz respeito à migração no Brasil, assinale a afirmação verdadeira. 
a) Os fluxos migratórios são desencadeados por escolhas pessoais dos indivíduos em busca 
de novas aventuras culturais e de experiências de vida. 
b) É uma política do Estado brasileiro que possibilita às famílias das várias regiões conhecer 
o País e buscar oportunidades de trabalho segundo as preferências de cada um. 
c) O fator de maior influência nos fluxos migratórios no Brasil é de ordem econômica, ao 
forçar o deslocamento de indivíduos à procura de trabalho e de melhores condições de vida. 
d) Os fluxos migratórios no Brasil revelam o desenvolvimento econômico do País ocasionado 
pelo aumento de intercâmbio de conhecimentos profissionais entre as regiões. 
Comentários 
Apesar de ser uma questão que remete ao mercado de trabalho no Brasil, ela permite discutir 
um tópico importante das relações de trabalho, a busca pelo emprego. Nesse sentido, a 
análise sociológica do fenômeno das migrações inclui a percepção dos elementos das 
estruturas das sociedades que podem levar ao deslocamento dos indivíduos. No caso da 
sociedade brasileira, e dos países da periferia do capitalismo, por exemplo, percebe-se que 
elementos da estrutura produtiva constituem a principal motivação para esse fenômeno, uma 
vez que a desigual divisão territorial do trabalho brasileira leva indivíduos a se deslocarem 
para as regiões que oferecem maior potencial de melhores condições de vida e trabalho. 
Recentemente vimos esse tipo de deslocamento em escala continental, quando latinos 
fizeram marchas em direção aos EUA e percorreram milhares de quilômetros até chegar ao 
México. 
Gabarito: C 
 (UECE 2019) 
Atente para o seguinte enunciado: 
A crise econômica que o Brasil vem enfrentando nos últimos anos resultou em uma triste 
realidade para os trabalhadores: o aumento da informalidade — empregados de pequenas 
empresas sem registro, o comércio ambulante, a execução de reparos ou pequenos 
consertos, a prestação de serviços pessoais (de empregadas domésticas, babás) e de serviços 
de entrega (de entregadores, motoboys), a coleta de materiais recicláveis, motorista de 
aplicativos como o UBER etc.). Apenas em 2017 foram criadas 1,8 milhão de vagas no setor 
informal, enquanto 685 mil vagas com carteira assinada foram perdidas. 
Disponível em:https://financasfemininas.com.br/estudoconsequencias-do-crescimento-do-
emprego-informal-nobrasil/ 
Considerando o enunciado acima,é correto afirmar que 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
121 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
a) o aumento do trabalho informal no Brasil é reflexo do aumento da liberdade de escolha 
do trabalhador em relação ao trabalho assalariado e da sua condição empreendedora. 
b) todos os trabalhadores fazem a economia funcionar, mas as condições de trabalho e renda 
a que se submetem aqueles da informalidade são precárias. 
c) não estar amparado pela carteira assinada significa menos custo para o trabalhador, que 
passa a ter mais garantias de renda, com menos encargos sociais e previdenciários. 
d) o crescimento da informalidade expressa a força do empreendedorismo e da liberdade 
pessoal de escolhas no mercado formal de trabalho. 
Comentários 
a) falso, pois o aumento da informalidade está relacionado a mudanças nos tipos de trabalho 
em função de processos mais estruturais na economia. 
b) correta a afirmação, pois a informalidade é marcada pela ausência de direitos, pois os 
trabalhadores não possuem carteira de trabalho assinada, de modo que os direitos deixam de 
ser legalmente garantidos. 
c) falso, as maiores garantias para o trabalhador estão em possuir carteira de trabalho 
assinada. Com a formalização, por exemplo, é possível ter direito ao Fundo de Garantia por 
Tempo de Serviço (FGTS), recurso importante para ajudar o trabalhador a financiar a compra 
da casa própria. 
d) errado, relacionar liberdade e precariedade não é próprio das relações de trabalho, pois as 
condições precárias de trabalho são as últimas escolhas de quem procura emprego. A 
preferência do trabalhador é por contrato de trabalho formal, já que este assegura melhores 
condições de trabalho e direitos. 
Gabarito: B 
 (UEMA 2015) 
“O sociólogo Zygmunt Bauman, em seu livro Globalização: as consequências humanas, 
afirma que a ‘globalização‘ tem sido apresentada como o destino irremediável do mundo, 
mas que, no fenômeno da globalização, há mais coisas do que pode o olho apreender, pois 
o fenômeno da globalização tanto divide como une.” 
Fonte: BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge 
Zahar, 1999. (adaptado) 
Essa crítica do autor é, também, expressa em outras linguagens como na charge abaixo. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
122 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
Com base na charge e nas ideias de Zygmunt Bauman, pode-se afirmar que o fenômeno da 
globalização 
a) seleciona povos, países e setores que serão inseridos no processo, determinando a forma 
da inserção. 
b) uniformiza todos os países e atinge a todos da mesma maneira, sem distinção de etnia, 
credo e ideologia. 
c) distribui igualmente entre povos e países os produtos advindos do desenvolvimento 
econômico e tecnológico. 
d) transforma as nações em uma só, criando uma verdadeira “aldeia global”, na qual todos 
os povos são iguais. 
e) padroniza o mundo social, cultural, política e economicamente, reduzindo as 
desigualdades entre as nações. 
Comentários 
a) Considerando que a globalização só existe vinculada a uma estrutura socioeconômica de 
desigualdade, tal como sugerem a charge e a passagem do texto de Bauman. Tanto os países 
quanto as pessoas não participam de forma homogênea ou igualitária no mercado mundial, 
mas segundo as possiblidades econômicas que possuem. Gabarito. 
b) errado, pois uma das consequências da divisão provocada pela Globalização é o preconceito 
com traços xenófobos. 
c) falso, há muita desigualdade e concentração de renda. 
d) errado, vimos que as desigualdades não diminuem. 
e) falso, pois há um pluralismo cultural em meio a um processo de aproximação e 
distanciamento entre os povos. 
Gabarito: A 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
123 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 (UEMA 2014) 
 A etimologia do termo trabalho deriva do vocábulo tripallium que significa “instrumento de 
tortura”. O trabalho foi associado à ideia de castigo, tortura, atividade penosa. Ao longo do 
tempo, houve várias interpretações do sentido de trabalho. No feudalismo, o trabalhador 
tinha uma visão total do produto. Com a consolidação da sociedade industrial, o modelo 
fordista e taylorista fragmentaram o processo de produção, conforme imagem abaixo. 
 
Nesse sentido, as características do fordismo e do taylorismo, no início do século XX, em 
novo ordenamento social do trabalho, são, respectivamente, 
a) especialização da administração e solidarismo, flexibilização, robótica. 
b) automação, fragmentação e cooperação, manufatura, rigidez do trabalho. 
c) mecanização, automação, precariedade do trabalho e estabilidade no emprego, 
solidarismo. 
d) impessoalidade das normas, flexibilização do trabalho, robótica e controle das atividades, 
fluidez do trabalho. 
e) controle das atividades, mecanização e impessoalidade das normas, rigidez do trabalho, 
especialização da administração. 
Comentários 
O fordismo e o taylorismo dizem respeito a modelos de produção que se popularizaram na 
primeira metade do século XX. Eles se baseiam em princípios como a racionalização da linha 
de montagem, ocorrida através de uma alta divisão e especialização do trabalho, um forte 
sistema controle das atividades dos operários e a especialização da administração. Dessa forma, 
alternativa correta é a E. Vamos aos erros nas demais alternativas, vamos pegar as 
palavras/expressões erradas. 
a) erro: “flexibilização” 
b) erro: “manufatura” 
c) erro: “solidarismo” 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
124 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
d) erro: “flexibilização do trabalho”. 
Comentários: E 
 (UEG 2019) 
Um dos fenômenos mais analisados pela sociologia é o das classes sociais. Algumas análises 
sociológicas apontam para uma mudança na estrutura de classes na sociedade, o que teria 
se iniciado após a Segunda Guerra Mundial e com maior intensidade nas décadas 
posteriores. 
A respeito das alterações na estrutura de classes que ocorreram a partir dessa época, verifica-
se que 
a) a longa crise econômica e o consequente enxugamento do Estado a partir dos anos 1950 
geraram uma redução drástica da burocracia e uma precarização intensa da intelectualidade. 
b) houve, nas últimas décadas, um decréscimo quantitativo e proporcional do proletariado 
industrial, devido ao crescimento do setor de serviços e do comércio em detrimento do setor 
industrial. 
c) o desenvolvimento tecnológico e o avanço da informática fizeram emergir uma nova 
classe, denominada tecnocracia, que vem, paulatinamente, substituindo a burguesia como 
classe dominante. 
d) a pós-modernidade e o neoliberalismo criaram um intenso processo de fragmentação 
social, o que provocou o desaparecimento das classes sociais e sua substituição pelos grupos 
sociais. 
e) o estado de bem-estar social nos países capitalistas mais avançados gerou uma reforma 
agrária que teve como principal efeito o crescimento quantitativo do campesinato e da classe 
latifundiária. 
Comentários 
No contexto contemporâneo, a automatização das indústrias e o crescimento do setor de 
serviços e do comércio, de um modo geral, levaram a um processo da diminuição da mão de 
obra humana nas indústrias, deslocando-as para outros setores do mercado. Os setores que 
mais absorveram essa força de trabalho foram os serviços terceirizados e/ou informais. 
Atualmente, um termo que está relacionado aos postos de trabalho mais desqualificados é a 
“precarização do trabalho”. 
a) falso, pois pode até ter havido redução da burocracia, porém não drástica. Além disso, o 
mais preciso seria que o processo de enxugamento da máquina pública começou a partir do 
final da década de 1970, quando as políticas neoliberais começaram a ser elaboradas e 
aplicadas. Também é errado o trecho que afirma ter ocorrido uma precarização intensa da 
intelectualidade. Em uma perspectiva histórica, o número de intelectuais no mundo aumentou.Agora, é fato que o trabalho intelectual também é vítima da precarização das relações de 
trabalho. Basta pegarmos a situação do Brasil e os baixos incentivos às pesquisas. No início de 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
125 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
2020, muitos doutores e pós-doutores precisaram abandonar suas pesquisas em universidades 
brasileiras para realizarem-nas no exterior. 
b) é o nosso gabarito. 
c) falso. Por dois motivos: 
1 – a tecnocracia não pode ser considerada uma classe social, mas uma espécie de casta dentre 
de um classe social. Por exemplo, seria correto dizer que os tecnocratas, que recebem autos 
salários de empresas estatais, fazem parte da classe média. 
2 – o segundo erro decorre do primeiro, pois, na medida em que a tecnocracia não se enquadra 
como um classe social, ela não poderia substituir a burguesia. Sacou? 
d) errado, as classes sociais ainda estão em pleno vigor. Hoje, inclusive, fala-se em super ricos 
para denominar os burgueses mega ultra bilionários. Já a classe trabalhadora, apesar de não 
ser a classe trabalhadora clássica do final do século XIX e início do século XX, não deixou de 
existir. Ocorreu foi a precarização do trabalho ampliada para um conjunto maior de 
trabalhadores. 
e) falso. Os países avançados, como França e Alemanha passaram sim por reformas agrária, mas 
isso não levou ao aumento do campesinato. Nesses países a agricultura é automatizada e 
predomina a do tipo intensivo. 
Gabarito: B 
 (UEG 2012) 
A emergência do fenômeno da globalização foi acompanhada de mudanças na esfera da 
produção e do Estado. Nesse contexto, no caso europeu, é correto afirmar: 
a) a partir da década de 1980, emergiu o regime de acumulação flexível, caracterizado pelo 
pós-fordismo e pelo Estado de bem-estar social. 
b) partir da década de 1980, iniciou-se o processo de reestruturação produtiva e a 
implantação do Estado neoliberal. 
c) a partir dos anos 1970, emergiu a sociedade pós-moderna globalizadora e organizada em 
torno do Estado neoliberal e do fordismo/taylorismo. 
d) a partir dos anos 1980, emergiu o Estado de bem-estar social e a reestruturação produtiva. 
Comentários 
A partir da década de 1980, em oposição ao Estado de bem-estar social surgiu o modelo 
neoliberal que procurava dar maior liberdade às iniciativas econômicas. Na esfera da 
produção, esse período corresponde à implantação de uma atividade produtiva altamente 
mecanizada e robotizada e dependente do trabalho intelectual humano, correspondendo a 
uma superação do modelo fordista/taylorista predominante até então. 
Gabarito: B 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
126 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 (UEG 2009) 
O mundo contemporâneo vem sofrendo muitas mudanças em todas as esferas da vida social. 
Estas mudanças sociais estão na organização política, nas relações internacionais, na cultura, 
entre outras. A chamada “reestruturação produtiva” faz parte deste contexto e está 
relacionada com o aumento do desemprego. Sobre a relação entre reestruturação produtiva 
e desemprego, é correto afirmar: 
a) o desemprego provoca a reestruturação produtiva, pois as políticas keynesianas 
implantadas em todo o mundo a partir da Segunda Guerra Mundial tinham como uma de 
suas características principais a política de “pleno emprego”. Esta política estatal se esgotou 
com o aumento do desemprego a partir da década de 70, provocado pela crise do petróleo. 
O aumento do desemprego gerou a reestruturação produtiva, cujo principal objetivo é a 
flexibilização das relações de trabalho e do mercado de trabalho, provocando uma 
otimização do uso de recursos humanos e diminuindo drasticamente os índices de 
desemprego em todo o mundo. 
b) o processo de reestruturação produtiva vem acompanhado da implantação do regime 
neoliberal e estes dois processos combinados promovem, por um lado, a corrosão da 
legislação trabalhista, o enfraquecimento da política estatal de proteção ao trabalhador, a 
instituição do contrato temporário, a precarização do trabalho, a descentralização industrial, 
a flexibilização do mercado de trabalho, a busca do aumento da oferta de força de trabalho, 
visando pressionar os salários para baixo. Isto tudo provoca o aumento do desemprego em 
escala mundial. 
c) o processo de desemprego é produto natural do desenvolvimento tecnológico e por isso 
tende, com o desenvolvimento histórico, a aumentar. O desemprego no capitalismo é maior 
do que o que existiu no feudalismo. Quanto mais o capitalismo se desenvolve, mais aumenta 
o desemprego, até que o processo de automação substitua o trabalhador por máquinas e o 
emprego seja abolido. 
d) não existe nenhuma relação entre reestruturação produtiva e desemprego, pois este 
sempre existiu e sempre existirá. 
Comentários 
A reestruturação produtiva iniciada na década de 70, concomitante à ideologia neoliberal, 
interferiu poderosamente em grande medida na organização da produção, bem como nas esferas 
do Estado e das políticas públicas. A organização flexível da produção, ancorada na 
informatização, levou a uma redução nos postos de trabalho, seja pelo caráter descartável que 
tomou o trabalho ou pela troca do trabalho vivo pelo trabalho morto. 
Comentários: B 
 (UPE 2016) 
 Observe a imagem a seguir: 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
127 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
Baseando-se na imagem, a relação de produção apresentada é conhecida como 
a) Capitalista. 
b) Socialista. 
c) Escravista. 
d) Feudalista. 
e) Primitivista. 
Comentários 
Esta é uma questão de intepretação de um texto não verbal. Ela representa as relações de trabalho 
em um engenho de cana de açúcar. Dessa forma, a imagem faz clara referência ao modelo 
escravista de relações de trabalho que perdurou no Brasil até o período imperial. Em nosso caso, 
a escravidão foi, sobretudo, dos negros escravizados e trazidos da África. Portanto, gabarito letra 
C. 
Agora, a questão é mal formulada, pois ela mistura o conceito de relações de trabalho com o de 
modo de produção. No Brasil não vigorou o modo de produção escravista, e sim, dentro do modo 
mercantilista (início das relações capitalista) e no capitalismo brasileiro houve escravidão. O modo 
de produção escravista foi aquele encontrado na Roma Antiga, por exemplo. 
Dito isso, como seria uma imagem que expressasse as relações de trabalho sugerida pelas demais 
alternativas? Veja só, 
a) operários, trabalhadores em uma fábrica, atuando em empresas prestadoras de serviços, etc. 
b) também em uma fábrica, assim como em uma fábrica capitalista. 
d) uma imagem das relações servis. 
e) comunidades coletoras. 
Gabarito: C 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
128 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 (UPE 2018) 
Observe a imagem a seguir: 
 
Desde o início do século XX, o sistema capitalista reordenou as relações de trabalho por 
meio da organização da produção, o que possibilitou a acumulação do capital de forma 
flexível. Nesse contexto, o processo produtivo verticalizado, apresentado na imagem, 
denomina-se de 
a) Fordismo/taylorismo. 
b) Toyotismo. 
c) Mercantilismo. 
d) Volvismo. 
e) Capitalismo manual. 
Comentários 
O trabalho segmentado onde há uma esteira de produção é típico do modelo fordista-
taylorista. Esse modelo revolucionou a produção de mercadorias na primeira metade do 
século XX, aumentando muito a produtividade das fábricas e, consequentemente, os lucros 
capitalistas. Foi o início da sociedade de consumo, pois os produtos passaram a ser feitos em 
larga escala e padronizados. 
Agora, o enunciado merece um reparo, pois nesse início do século XX a acumulação não era 
flexível. A flexibilidade nas relações de trabalho é característica do Toyotismo, dessa forma 
associar “flexível” com fordismo/taylorismo é errado. 
Gabarito: A 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
129 
 
 
AULA02 - Sociologia 
 (UENP 2019) 
Fordismo e toyotismo são dois modelos capitalistas de organização do trabalho em fases 
distintas da produção industrial dos séculos XIX e XX. Com base nos conhecimentos sobre 
os dois modelos citados, considere as afirmativas a seguir. 
I. O fordismo combatia o uso da esteira rolante na produção de mercadorias por considerar 
que esta era menos eficaz que o cronômetro para controlar o trabalhador. 
II. Ao contrário do toyotismo, o fordismo propõe uma organização do trabalho na qual exista 
o envolvimento dos funcionários com a empresa mediante o trabalho em equipe. 
III. Um dos grandes problemas enfrentados pelo fordismo foi a existência do absenteísmo, 
isto é, o declínio do envolvimento do trabalhador com a tarefa realizada. 
IV. O controle dos tempos e movimentos do trabalhador é um traço comum aos dois 
modelos, embora seja mais intenso no toyotismo, que acelera os fluxos de produção. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas 
Comentários 
I – errado, pois a esteira simbolizou a produção em série do modelo fordista de produção. 
II – errado, pois é o toyotismo que propõe o envolvimento dos trabalhadores na solução de 
problemas que os próprios trabalhadores veem. Com isso, o capitalista otimiza o processo 
produtivo a partir da incorporação dos trabalhadores na gestão em si da empresa. 
III – correto, veja que essa afirmação é o contrário da afirmação II. No fordismo, o trabalhador 
fica caracterizado como se fosse uma peça integrante do maquinário. 
IV – correto. O fordismo, a partir das inovações do taylorismo com o controle de “tempos e 
movimentos”, estabelecia um controle burocrático e de baixa eficiência para o processo 
produtivo. Já o toyotismo, ao exigir múltiplas tarefas do trabalhador, passou a ocupar 100% 
do tempo com alguma atividade de trabalho. 
Gabarito: C 
 (UENP 2010) 
Sobre o capitalismo a partir da década de 70, é incorreto afirmar que são suas características: 
a) enormes quedas nas taxas de lucro, acentuadas pelo encarecimento da mão de obra, que 
promovia constantes lutas para melhorar suas condições de vida; com o encarecimento da 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
130 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
mão de obra, as empresas começaram a cortar gastos, dando início à proeminência do 
desemprego estrutural. 
b) esgotamento do taylorismo/fordismo, que era incapaz de responder à crescente retração 
da demanda dos produtos advinda do aumento das taxas de desemprego. 
c) controle cada vez maior da dimensão financeira da economia. 
d) crescente concentração de capitais graças ao inicio de uma série de fusões entre grandes 
empresas. 
e) crise dos mecanismos do Estado de Bem-Estar social, acelerada pela crise fiscal nos 
estados do capitalismo avançado, que gerou a necessidade de cortes de gastos e 
transferência de atribuições ao capital privado. 
Comentários 
Pode-se dizer que a alternativa C é a mais incorreta. O controle da economia por parte do Estado 
foi bastante criticado pela teoria econômica neoliberal que ganhou força a partir da década de 
1970. Essa teoria tem sido constantemente aplicada e corresponde à intensificação do processo 
econômico capitalista, tanto na sua acumulação, quanto na sua contradição, geradora de 
desemprego, de disparidades e de crises. 
Gabarito: C 
 (UERJ 2020) 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
131 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
Nos textos são apresentados alguns dos significados dos desastres humanos e ambientais 
causados pelo rompimento de barragens de rejeitos de mineração em Mariana e 
Brumadinho. Os desastres mencionados indicam a permanência do seguinte critério na 
relação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental: 
(A) valorização da ocupação laboral 
 (B) primazia da acumulação capitalista 
(C) racionalização da produção industrial 
(D) retomada da desregulamentação estatal 
Comentários 
Os rompimentos de barragens de rejeitos de extração de minério de ferro, em Mariana em 
2015 e em Brumadinho em 2019, representaram desastres humanos e ambientais de 
proporções catastróficas. Como comentado nas reportagens da questão, tais desastres 
causaram danos irreparáveis à humanidade em termos do alto número de vítimas e da 
poluição de terras e rios. Pela semelhança das ocorrências, os desastres explicitaram 
problemas associados às formas de extração de minério de ferro em que o barateamento de 
custos e a otimização da produção comprometeram a aplicação de maiores recursos 
destinados à segurança e à adoção de medidas preventivas quanto aos impactos provocados 
por esse tipo de atividade econômica. À luz das tragédias, os desastres incrementaram o 
debate acerca da importância de promover o desenvolvimento econômico em consonância 
com a preservação ambiental, buscando redimensionar a lógica de conceder primazia à 
acumulação capitalista a qualquer preço e, assim, subordinar a vida de pessoas e o meio 
ambiente ao preceito da lucratividade em escala geométrica. 
Gabarito: B 
 (UERJ 2020) 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
132 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
A história de Pureza Lopes Loiola alerta sobre a permanência do trabalho análogo ao escravo 
na sociedade brasileira na atualidade. Um dos principais fatores que possibilitam essa 
permanência é a: 
(A) legislação permissiva 
(B) fiscalização ineficiente 
(C) concentração fundiária 
(D) modernização tecnológica 
Comentários 
As heranças da escravidão na sociedade brasileira manifestam-se de diversas formas: hábitos 
e comportamentos racistas, práticas de desvalorização do trabalho braçal, super exploração 
de trabalhadores assalariados, negligência na aplicação da legislação trabalhista, entre 
outras. Especialmente em áreas rurais, mas não exclusivamente nas mesmas, vigoram ainda 
relações de trabalho análogas ao escravo, como mencionado na reportagem sobre o périplo 
de Pureza Lopes Loyola em busca de seu filho, no início da década de 1990. A história de 
Pureza revelou a gravidade da situação e contribuiu para a criação de leis contrárias à 
vigência desse tipo de exploração da força de trabalho. A despeito da proibição, o trabalho 
análogo ao escravo ainda persiste em diversas regiões do Brasil, por meio da ação de agentes 
inescrupulosos, interferindo diretamente na eficiência das ações de fiscalização. 
Gabarito: B 
 (UERJ 2020) 
 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
133 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
 
O conceito de “comércio justo”, mencionado no texto, engloba o compromisso de viabilizar 
que o preço pago por uma mercadoria resulte nas seguintes garantias: 
(A) direitos sociais e conservação ambiental 
(B) direitos civis e flexibilidade da produção 
(C) direitos autorais e preservação da natureza 
D) direitos políticos e concorrência empresarial 
Comentários 
a) correto, pois o texto faz denúncias de problemas sociais e da poluição do meio ambiente. 
Dessa forma, ele afirma um conceito novo, o de “comércio justo”, a partir da negação do atual 
modelo da indústria da moda. 
b) falso, pois a flexibilidade da produção é um dos problemas da indústria da moda. Por 
exemplo, ao deslocar a produção para regiões do mundo em que não há leis trabalhistas (leis 
sociais) a indústria da moda aposta na flexibilidade das relações de trabalho para lucrar mais. 
c) falso, pois o modelo atual da indústria da moda contribuir para a destruição do meio 
ambiente. 
d) falso, pois não são elementos abordados pelo texto do enunciado. 
Gabarito: A 
 (UERJ 2019) 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
134 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
 
 
Os levantamentos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística indicam 
diferenças quanto à remuneração e ao acesso ao ensino superior de homens e mulheres. A 
partir dos dados, observa-se a permanência da seguinte prática: 
(A) exclusão política 
(B) discriminação racial 
(C) homogeneização cultural 
(D) hierarquização econômica 
Comentários 
Os gráficos permitem notar que a condição dos negros aparece em desvantagem em relação 
aos brancos, fruto do racismo estrutural da sociedade brasileira. Por isso, é possível observar a 
permanência da discriminação racial. 
a) errado, pois não há dados que apontem essa exclusão. 
c) falso, pois os gráficos não abordam a questão da cultura. 
d) pode até confundir, em função dos dados de diferenças salarias, mas, atenção, é preciso 
“fechar” a análise a partir do conjunto dos gráficos. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
135 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Gabarito: B 
 (UERJ 2013) 
 
A extração de recursos naturais da Floresta Amazônica, como o látex, ainda hoje se insere 
em um contexto de problemas sociais, relacionados principalmente ao seguinte fator: 
(A) escassez de mão de obra qualificada 
(B) precariedade das condições de trabalho 
(C) insuficiência dos sistemas de transporte 
(D) insalubridade da infraestrutura habitacional 
Comentários 
Se os trabalhadores que se deslocaram para trabalhar na extração da borracha reivindicam 
uma pensão do Estado nos dias atuais, é porque falta emprego e renda no local que, 
anteriormente, tinha certa atividade econômica. 
a) errado, pois a extração do látex diminuiu a ponto de não ser demanda mão de obra para 
aquela região. Além disso, o seringueiro não necessita de qualificação profissional para 
realizar sua atividade. 
b) correto, é possível dizer que a realidade das relações de trabalho na região do Eldorado 
se tornou precária, pois não há emprego e renda na região. 
c) falso, pois os problemas de trabalho são os que se sobressaem e não os de transporte. 
Claro, a falta de logística pode puxar a falta de trabalho, pois não há diversificação 
econômica. Mas, em uma hierarquia, e considerando o texto do enunciado, a alternativa b) 
está mais adequada. 
d) errado, pois o problema da moradia não é abordado no texto do enunciado. 
Gabarito: B 
 (UERJ 2010) 
Veja bem, este país, em seus dias de glória, parecia até um zoológico. Um zoológico limpinho 
e bem arrumado. Todos tinham o seu lugar e viviam felizes. Quem era chamado de halwai 
fazia doces. Quem era chamado de criador de gado criava gado. Os intocáveis limpavam 
latrina. Até que, em 1947, quando os britânicos foram embora, todas as jaulas foram abertas. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
136 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
Aí a lei da selva substituiu a lei do zoológico. Os mais ferozes devoraram os demais e ficaram 
barrigudos. Resumindo: antigamente havia mil castas e destinos na Índia. Hoje só há duas 
castas: a dos homens barrigudos e a dos homens sem barriga. 
ARAVIND ADIGA. Adaptado de O tigre branco. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. 
O fragmento de texto acima faz referência a uma das transformações ocorridas na Índia, a 
partir de 1947. Essa transformação explicita a relação entre as seguintes características na 
sociedade indiana: 
(A) diversidade de etnias – liberdade de expressão 
(B) divisão do trabalho – hierarquização dos grupos 
(C) centralização do Estado – eliminação da censura 
(D) racionalização da produção – preservação das tradições 
Comentários 
A Índia é um país que possuiu estratificação social baseada em castas. Contudo, as recentes 
alterações na sociedade, após a luta pela independência, por um lado colaram o elemento 
da divisão do trabalho como variante para acentuar a divisão social, por outro, reforçaram a 
hierarquização social em castas. Mas, atenção, o texto do enunciado sugere que houve a 
aprofundamento da divisão em razão de móvitos socioeconômicos (barrigas cheias e barrigas 
vazias). Por isso, o gabarito é a alternativa b). 
Gabarito: B 
 (UNESPAR 2018) 
O trabalho é universal nas sociedades humanas e está ligado à necessidade de recursos 
materiais para a sobrevivência. Após a Revolução Industrial e Revolução Francesa, com o 
advento do trabalho operário e a ampliação das indústrias, ocorreu uma migração das 
populações rurais para as cidades. Atualmente a maior parte da população mundial vive nas 
cidades. Essa mudança no panorama de distribuição da população se deu por conta da: 
a) Maior taxa de natalidade nos meios urbanos; 
b) Busca por oportunidades de trabalho; 
 c) Diminuição da produção de alimentos na zona rural; 
d) Mecanização da produção agrícola; 
e) Abandono das propriedades rurais por parte dos agricultores. 
Comentários 
a) errado, pois não é um elemento que influencia processos migratórios em massa. 
b) correto, condiz com o argumento do texto do enunciado, isto é, a centralidade do trabalho 
para a humanidade. 
Profe Alê Lopes 
Estratégia Vestibulares – Aula 02 
 
137 
 
 
AULA 02 - Sociologia 
c) errado, pois os alimentos sempre foram produzidos, seja com força de trabalho seja com 
maquinário. 
d) a mecanização até gera impacto no sentido do desemprego no campo, porém, o texto 
nos localizada historicamente de modo a uma compreensão geral. A mecanização do campo 
em grande escala é um fenômeno do século XX. 
e) errado, pois os agricultores não abandonaram suas terras, mas o processo de 
concentração de terras os obrigou a buscar novas formas de sobrevivência. 
Gabarito: B 
CONSIDERAÇÕES FINAIS DAS AULA 
Queridos, minha mãe me falava umas coisas que eu carrego para minha vida. Às vezes 
compartilho. Uma delas era: Ninguém pode atrasar o que veio para vencer!!! Nem sei de onde ela 
tirou isso, mas eu carreguei comigo como amuleto. 
Nos dizeres do sociólogo Anthony Giddens, isso seria uma “sociologia prática”, isto é, um 
conhecimento que quaisquer pessoas utilizam diariamente e não pressupõe regras formas de 
entendimento. Compartilho com vocês, pois tenho certeza de que nesse momento vocês estão 
dando o seu melhor! 
E não esquece: cada dia, cada hora, cada minuto que você se envolve com a tarefa de 
adquirir mais conhecimento, gravar mais uma informação, colar mais um post it é uma riqueza 
infinita. Ninguém tira de você aquilo que está acumulado: o seu capital cultural. S2 
Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei suas perguntas rapidamente. E não se esqueça 
de que não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais conversamos e mais você 
sintetiza o conteúdo, certo! 
Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para te ajudar na sua 
preparação. Um grande abraço estratégico, Alê

Mais conteúdos dessa disciplina