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1 94 AULA 00: ANTIGUIDADE Profe Alê Lopes AULA 07 Sociologia Exasiu Exasiu EXTENSIVO Indústria Cultural e Consumo t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 2 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Sumário Introdução ................................................................................................................... 2 1. Imagem e Cultura de massas ................................................................................... 3 2. Escola de Frankfurt e a Teoria Crítica ....................................................................... 7 2.1- Indústria cultural ............................................................................................................................. 8 2.2- Industria Cultural e Consumo ....................................................................................................... 14 2.3- Indústria cultural e a política ........................................................................................................ 22 2.4- Estudos culturais e a crítica à escola de Frankfurt ....................................................................... 23 3. Lista de Questões ................................................................................................... 25 3.1 Questões desafio: discursivas ........................................................................................................ 47 4. Gabarito ................................................................................................................. 49 5. Questões comentadas ........................................................................................... 50 5.1 Questões desafio: discursivas ........................................................................................................ 90 6. Considerações Finais .............................................................................................. 93 Queridas e Queridos Alunos, Sejam bem-vindos e bem-vindas a mais uma aula. É sempre um grande prazer compartilhar com vocês nosso trabalho e participar dessa batalha dura e constante na luta pela conquista da sua vaga na Universidade. Nesta aula trataremos sobre o assunto das relações humanas mediadas pela imagem e pela mídia. Os pensadores que pensaram isso criaram alguns conceitos como: cultura de massa, indústria cultural e sociedade do espetáculo. Vamos começar. Pega seu café e vem comigo! INTRODUÇÃO Nesta aula, vamos estudar o assunto sobre a Sociedade Midiática. Este é um assunto bastante repertoriado pelos vestibulares na disciplina de Sociologia ou Ciências Sociais. Também é tema de amplíssima repercussão nas provas de redação, pois é comum referências a esse debate. Apesar de o debate ser relativamente complexo, as questões costumam cobrar praticamente a mesma ideia dentro dos conceito de “indústria cultural”, “sociedade de massas” e “sociedade de consumo”. Além disso, trata-se de discutir o mundo atual e, portanto, as t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 3 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo influências dos elementos midiáticos nas nossas próprias relações. Portanto, falamos de uma reflexão sobre os nossos tempos! Ao falarmos em “sociedade midiática” estamos nos referindo à ideia de sociedade que tem a imagem como o centro das relações sociais. Isso ocorre mais na atualidade (século XX em diante) que em qualquer outro momento da história, já que a mídia – como conjunto de meios de comunicação - tem papel fundamental nas interações sociais. Necessariamente, sociedade midiática envolve refletir sobre temas como tecnologia, artes, comunicação, consumo, bem como, as relações sociais que se desenvolvem a partir do modo como esses setores da vida social estão articulados. Assim, veremos o desenvolvimento dessa problemática, os conceitos que foram elaborados e que constituíram um verdadeiro campo teórico e intelectual. São nossos interlocutores, sobretudo, os pensadores: Walter Benjamin, Theodor Adorno, Max Horkheimer e Guy Debord. Eles são os criadores de conceitos como indústria cultural e sociedade do espetáculo. 1. IMAGEM E CULTURA DE MASSAS Nas Ciências Sociais, os estudos sobre os impactos da tecnologia nas artes, comunicação, consumo e seus efeitos no comportamento humano se desenvolveram a partir do começo do século XX. Os estudiosos começaram a refletir sobre as transformações na sociedade do final do século XIX, impulsionadas pelos avanços das tecnologias da comunicação e seus impactos na vida social e coletiva. Na Europa, do final do século XIX, ocorriam a expansão e a mundialização do capitalismo – ou a 2ª Revolução Industrial. Essas transformações marcaram o tempo da Belle Époque caracterizado por aumento do letramento da sociedade que passava a consumir imagens, ideias, informações e mercadorias, por meio da fotografia, do rádio e do cinema. Também faziam parte desse cenário os grandes espetáculos de teatro, música. A indústria editorial crescia e começava a se desenvolver um “mercado editorial” dos bestsellers. Assim, segundo os especialistas sobre o assunto, essas inovações nos campos da arte e da comunicação tiveram impactos reais nas formas de sociabilidade por terem o poder de influenciar as formas de os seres humanos perceberem a realidade, as outras pessoas e a si mesmos. Guarde com carinho essa noção geral, porque, tendo-a em mente, você consegue responder muitas questões interpretativas sobre este assunto. 😉 t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 4 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Para os analistas desse contexto histórico, a grande questão passou a ser a imagem, ou melhor, a disseminação da imagem por meio das novas tecnologias. A máquina fotográfica possibilitou uma forma inusitada de “eternizar” o que os olhos viam e o cinema passou a construir histórias que misturavam a realidade e a ficção!! Mais tarde, a televisão também contribuiu para a formação de uma “cultura da imagem”. Mas como Profe ocorre essa influência? Veja queridos e queridas, as mídias contemporâneas estão centradas na imagem dos indivíduos e das coisas, anote isso! Para as relações sociais, em qualquer que seja o tempo histórico, a imagem é um meio que pode conduzir a percepção humana. Assim, ela é a mediação entre o ser humano e a atribuição de sentidos que o próprio homem tece sobre si e sobre o mundo em que vive. Portanto, a imagem é um elemento fundamental na construção da cultura como uma teia de significados e representações, tal como definiu Clifford Geertz. Ao serem transmitidas e reproduzidas imagens por meios amplos e ilimitados – como o cinema e a televisão – para um público também amplo e indiferenciado, promoveu-se a formação de um repertório homogêneo de identidades, percepções, desejos, sonhos, mitos. Essas foram as bases da chamada “cultura de massa” – relacionada com a ideia de padronização da cultura. Com a fotografia e o cinema, a arte saía dos palácios e museus para atingir um número infinito de pessoas. Estabeleceu-se então uma nova forma de interação entre o público e a produção artística, o que gerou uma grande transformação nas relações da arte com seu público consumidor.1 Agora atenção, o conceito de “cultura de massas” não é só a ideia de uma homogeneização dos padrões culturais, veja: Um dos autores a desenvolver essa ideia foi Walter Benjamin, em 1927, no seu livro Passagens. Ao analisar a capital mais cultural da Europa do século XIX, Paris, ele identifica uma aproximação entre cultura, entretenimento e consumo. Na verdade, Benjaminestava analisando o momento de expansão e mundialização do capitalismo – ou os efeitos da 2ª Revolução Industrial – que é, também, o momento da criação da propaganda comercial. Nesse sentido, segundo o autor, as tecnologias da imagem, comunicação 1 BOMENY, Helena [et al.]. Tempos Modernos, tempos de sociologia. São Paulo: Ed. Do Brasil, 2016,p. 183. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 5 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo e artes passaram a ser adaptadas para o mercado a fim de massificar o consumo das mercadorias que passavam a ser produzidas em larga escala. O mesmo momento histórico no qual o capitalismo avança em tecnologia de comunicação é o momento em que o sistema se expande comercialmente, logo, a arte, a comunicação, a cultura e o entretenimento, segundo W. Benjamin, passaram a estar submetidos a mesma lógica de reprodução técnica e em larga escala que define a produção de mercadorias. A esse processo ele deu o nome de “reprodutibilidade técnica da arte”. Vou sintetizar a ideia para você, veja: para Walter Benjamin, a arte está envolta em uma “aura”. “Aura” nos remete a uma ideia de originalidade e autenticidade. As obras de arte são únicas, portanto. Entendeu? Agora, com a introdução das tecnologias produtivas no mundo das artes, isso alterou a forma como as artes foram produzidas e contempladas. Benjamin fala em “perda da aura”. Na verdade, elas deixariam de ser catárticas e contempladas para serem consumidas da mesma forma como se consome um bem de consumo. Veja abaixo a obra Abaporu, de Tarsila do Amaral, em 3 situações e imagine a “perda da aura” da obra de arte. 1-Abaporu - Tarsila do Amaral - MASP- SP, 2019. 2- Pessoas se aglomeram para tirar fotos e selfies da obra Abaporu, de Tarsila do Amaral. MASP-SP, 2019. 3-A imagem da obra Abaporu, vira desenho de capa de lápis de cor. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 6 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 2Vamos problematizar? Veja, nesse quadro, o autor usou uma obra de arte e agregou 3 elementos de consumo e tecnologia que usamos atualmente. São dados da cultura de massas. Seria a obra uma crítica ou uma peça de decoração para a casa de uma pessoa “cult”?? Portanto, queridas e queridos, a ideia de cultura de massas está associada ao consumo de massas. ANOTE ISSO, BIXO! Para o pensador alemão, a fotografia e, sobretudo, o cinema – com suas técnicas de produção, filmagem e edição – apresentam um “mundo em pedaços”, um mundo de fantasias, simulações, reconstrução e ressignificação. Assim, esses meios artísticos alteram a percepção do indivíduo sobre a realidade. Basta-nos refletr sobre os modos e os impactos dessa interferência! Por meio do conceito de “cultura de massas”, os críticos da sociedade capitalista definiram uma série de consequências desse processo: As observações e as críticas sobre essas relações descritas acima se desenvolveram, especialmente com as experiências do século XX, depois da experiência do nazifascismo e das guerras mundiais. Vejamos na próxima seção a história dos pesquisadores da “Escola de 2 Gláucio Henrique Moro. https://www.urbanarts.com.br/allstarporu-abaporu-remastered-68085/p. Acesso em 01-11-2019. Submissão da arte e da comunicação aos interesses comerciais; Submissão do público às interpretações e significados transmitidos; Apagamento das diferenças culturais, falta de diálogo e diversidade; A imagem supera a realidade no que se refere à legitimidade do real; Confusão entre o real e o ficcional. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 7 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Frankfurt”, os principais empreendedores das explicações sobre esse assunto, e os conceitos que marcam esse campo teórico. 2. ESCOLA DE FRANKFURT E A TEORIA CRÍTICA Na Alemanha, na década de 1920, em Frankfurt, reuniram-se um conjunto de cientistas sociais com o objetivo de aprofundar as investigações acerca da mídia, da arte, linguagem e comunicação. Esses investigadores desenvolveram uma série de estudos e conceitos que ficaram conhecidos como “Teoria Crítica”. A “Escola de Frankfurt”, como ficou conhecida essa perspectiva teórica, era associada ao Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt na Alemanha, o qual foi fundado em 1923. Grande parte de seus pesquisadores tinha origem intelectual marxista, mas, compreendiam que as teses do marxismo continham lacunas que não explicavam os problemas da complexa sociedade urbano-industrial e as novas formas de organização da produção capitalista. Essa percepção se aprofundou, sobretudo, depois da experiência nazista na Alemanha. Nesse sentido buscaram em outras abordagens teóricas, elementos que os ajudassem a explicar as duras experiências humanas que, inclusive, levaram à morte um dos seus principais precursores, Walter Benjamin (morreu fugindo dos nazistas). Assim, foram se aprofundando em uma perspectiva interdisciplinar usando Kant, Hegel, Karl Marx, Sigmund Freud, Georg Simmel, Georg Lukács e, sobretudo, Max Weber. Então, veja, na prática, os frankturtianos desenvolveram estudos que envolveram elementos da política, dialética, psicanálise, comunicação, linguagem e ação social. Os dois grandes conceitos que os teóricos da Escola de Frankfurt vão utilizar para estabelecer suas análises é o de ideologia e alienação. A principal implicação da submissão da arte e das comunicações à lógica do lucro capitalista e da produção cultural programada e midiatizada seria a perda dos seres humanos em se reconhecer como tal, ou seja, tornar-se alienado. Logo, a alienação da sociedade permitiria maior e mais eficiente controle social porque gera, sobretudo, adesão às ideologias do mercado e, até mesmo do governo. Governos, Alê, você poderia me perguntar, não poderia? É, meus caros, há um momento em que governos descobrem o poder da imagem midiatizada e constroem grandes regimes.......... T O T A L I T Á R I O S! Veremos isso daqui a pouco. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 8 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Assim, de um conjunto extenso, amplo e complexo desenvolvido no âmbito da Escola de Frankfurt, para efeitos da sua prova de Vestibular, precisamos focar na explicação sobre o processo de alienação humana causado pelo avanço das técnicas sobre o campo das artes e da comunicação. Nesse sentido, vamos tratar sobre o conceito de “indústria cultural”. 2.1- INDÚSTRIA CULTURAL Indústria cultural foi um conceito criado por Theodor Adorno e Max Horkheimer em seu livro “A dialética do esclarecimento”, de 1947. Contextualmente, foi escrito sob o impacto das consequências que o nazismo produziu no mundo. Esse conceito foi mais preciso e desenvolvido que o de “cultura de massas”. Uma especificidade importante da ideia de indústria cultural é revelar a dimensão econômica dos meios de comunicação, bem como dos conteúdos artísticos-culturais. Ou seja, a produção da arte, da cultura e da comunicação passaram a visar o lucro. Para tanto, foram assimiladas como entretenimento. Tal como qualquer indústria, a indústria-cultural produz mercadorias. Contudo trata-se de uma mercadoria específica: bens simbólicos no qual a imagem é o principal elemento comunicador. Produzidos de forma seriada e tecnológica têm a finalidade de satisfazer as necessidades de entretenimento, ilusão e emoção. Assim, se a arte perde sua aura com a indústria cultural, os homens perdem sua capacidade racional de estabelecer diferençasentre a realidade e a imagem permanentemente veiculada pelos meios de comunicação e pela propaganda. Assim, os chamados “bens simbólicos” penetram de tal maneira no imaginário social e individual que, muitas vezes, a imagem parece mais real do que o mundo que se pretender representar. Veja a charge ao lado. A lógica explicativa utilizada pelos frankfurtianos é de que a racionalidade crítica iluminista, que conduziu o projeto da modernidade do século XIX, foi, aos poucos e com o desenvolvimento do capitalismo, sendo substituída por uma racionalidade instrumental. Dessa forma, a autonomia racional dos indivíduos de perceber e criticar a realidade foi submetida à lógica da informação pronta e interpretada dos grandes meios de comunicação. Assim, a razão deu lugar ao mar de emoções. Intencionalmente, a indústria cultural produz exaustivamente imagens que provocam emoções. São elas que conduzem, ao final, o comportamento e as decisões dos indivíduos. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 9 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Nesse fluxo próximo de imagens, o discurso se torna mero acessório, cada vez mais redundante e dispensável. É dessa maneira que os meios de comunicação, liderados pela televisão, tornam-se modelos de comportamento e acabam criando realidades. Aquilo que propõem como realidade acaba por existir do outro lado da tela, na medida em que seu poder de manipulação atua sobre o público. Para isso, valem-se de repetição e da estereotipia criadas de acordo com a maneira de pensar o mundo dos patrocinadores. Os interesses do capital engendram a realidade criada com os meios de comunicação. (grifos nossos)3 3 COSTA, Cristina. Sociologia. Introdução à Ciência da Sociedade. P. 367 Vocês já ouviram uma conversa assim, como essa de baixo: Você viu aquele filme? SIM! Chorei tanto... t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 10 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Segundo os teóricos, há uma mercantilização das manifestações culturais, das artes e da comunicação. Ou seja, elas se tornam coisas, produzidas, distribuídas e consumidas como bens simbólicos. A propaganda é o instrumento essencial para vender os sonhos e promoter ilusões. Se o mundo do trabalho, na produção fordista capitalista, aliena os seres humanos, como vimos na aula passada, Adorno e Horkheimer dizem que a indústria-cultural participa do fortalecimento dessa alienação porque, no espaço público e privado, as relações estão mediadas por comunicações e imagens que se reproduzem na mesma lógica das fábricas. (UNESP 2014) Os reality shows são hoje para a classe mais abastada e intelectualizada da sociedade o que as novelas eram assim que se popularizaram como produto de cultura massificada: sinônimo de mau gosto. Com uma maior aceitação das novelas na esfera dos críticos da mídia, o reality show segue agora como gênero televisivo mundial, transmitido em horário nobre, e principal símbolo da perda de qualidade do conteúdo televisivo na sociedade pós-moderna. Os reality shows personificam as novas formas de identificação dos sujeitos nas sociedades pós- modernas. Programas como o BBB são movidos pelas engrenagens de uma sociedade Razão Crítica questionamento autonomia individual Razão Razão Instrument al reprodução do lucro submissão do indivíduo Emoção t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 11 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo exibicionista e consumista, que se mantém vendendo ao mesmo tempo a proposta de que cada um pode sair do anonimato e conquistar facilmente fama e dinheiro. (Sávia Lorena B. C. de Sousa. O reality show como objeto de reflexão cultural. observatoriodaimprensa.com.br) Sobre a relação entre os meios de comunicação de massa e o público consumidor, é correto afirmar que: a) a qualidade da programação da tv não é condicionada pelas demandas e desejos dos consumidores culturais. b) o reality show é uma mercadoria cultural relacionada com processos emocionais de seu público. c) os critérios estéticos independem do nível de autonomia intelectual dos consumidores. d) no caso dos reality shows, a televisão estimula a capacidade de fruição estética do público consumidor. e) os programadores priorizam aspectos formativos relegando o entretenimento a uma condição secundária. Comentários a) Falso, pois o texto deixa claro que há uma identidade entro aquilo que é produzido e os consumidores do produto. b) Correto, é nosso gabarito. Pode-se dizer que os reality shows são um produto da indústria cultural: são uma mercadoria pasteurizada e padronizada que cria nos indivíduos um prazer alienante e conformista com a estrutura social vigente, não contribuindo para a transformação social, tampouco para a capacidade crítica da população. É sob essa perspectiva que esta alternativa é considerada como correta. Além disso, o trecho abaixo evidencia o que é afirmado: “Programas como o BBB são movidos pelas engrenagens de uma sociedade exibicionista e consumista, que se mantém vendendo ao mesmo tempo a proposta de que cada um pode sair do anonimato e conquistar facilmente fama e dinheiro”; c) Pelo contrário, o tipo de estética do programa é escolhido levando em consideração o tipo e consumidor. d) Não, o autor do texto deixa claro que esse tipo de programa expressa um “símbolo da perda de qualidade do conteúdo”. e) Errado, a lógica dos realitys é o consumo, depois pensa-se em aspectos como capacidade informativa. Gabarito: B (UEG 2019) Leia a letra da música a seguir. A melhor banda de todos os tempos da última semana t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 12 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Quinze minutos de fama Mais uns pros comerciais Quinze minutos de fama Depois descanse em paz O gênio da última hora É o idiota do ano seguinte O último novo-rico É o mais novo pedinte A melhor banda de todos os tempos da última semana O melhor disco brasileiro de música americana O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos Não importa a contradição O que importa é televisão Dizem que não há nada a que você não se acostume Cala a boca e aumenta o volume então As músicas mais pedidas Os discos que vendem mais As novidades antigas Nas páginas dos jornais Um idiota em inglês Se é idiota, é bem menos que nós Um idiota em inglês É bem melhor que eu e vocês A melhor banda de todos os tempos da última semana O melhor disco brasileiro de música americana O melhor disco dos últimos anos de sucesso do passado O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos Não importa a contradição O que importa é televisão Dizem que não há nada a que você não se acostume t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 13 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Cala a boca e aumenta o volume então Os bons meninos de hoje Eram os rebeldes da outra estação O ilustre desconhecido É o novo ídolo do próximo verão. TITÃS. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/titas/40320>. Acesso em: 21 mar. 2019. A mensagem transmitida pela música aponta para um dos temas fundamentais da sociologia, que foi desenvolvido por vários pensadores, entre eles Theodor Adorno e Max Horkheimer. Nesse sentido, a mensagem remetea) ao caráter passageiro dos produtos culturais elaborados pela indústria cultural. b) à globalização do gosto musical a partir da popularização da televisão nos anos 1970. c) à influência da língua inglesa nas composições musicais dos artistas brasileiros. d) à modernização da produção musical a partir da reestruturação produtiva. e) ao caráter competitivo das relações sociais na sociedade moderna. Comentários a) A partir de alguns trechos da música, como “não há nada a que você não se acostume”, combinando com a ideia geral de transformação da música (e da cultura) em mercadoria, é possível perceber que, tal como um produto comum, há certa dinâmica de mercado na divulgação (venda) dos produtos culturais. É o nosso gabarito. b) A música não fala em gosto musical globalizado. Errado. c) Também não há esse elemento nos trechos da música. d) Até existe reestruturação produtiva na indústria fonoaudiológica, mas não é um tema abordado nesta música dos Titãs. e) É possível inferir que alguns trechos da música remetem à competitividade, mas de forma específica, no mercado cultural. A alternativa fala de algo mais genérico, competitividade nas relações sociais. Além disso, o comando da questão é bem específico ao perguntar sobre uma ideia conceitual de autores da Escola de Frankfurt. Gabarito: A (UEG 2016) Para alguns sociólogos e filósofos, a cultura possuiria um valor intrínseco e poderia nos ajudar não apenas na fruição de nossa sensibilidade, mas nos levar a uma nova compreensão da realidade e de nosso ser e estar no mundo. Com a indústria cultural verifica-se que a cultura a) recupera seu valor simbólico, contribuindo para uma nova compreensão da realidade e para a emancipação humana. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 14 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo b) perde sua força simbólica e crítica, transformando-se em mero entretenimento que elimina a reflexão crítica. c) perde seu valor de mercado para tornar-se, graças à tecnologia, um entretenimento acessível a toda a população. d) deixa de ser um produto de elite e passa a ser acessível a todos os cidadãos, contribuindo com sua autonomia. e) torna-se mais sofisticada, na medida em que os meios de criação cultural passam a ser submetidos ao desenvolvimento tecnológico. Comentários Essa é uma boa questão para mostrar a importância de você ficar por dentro dos debates conceituais e teóricos dos autores. Do contrário, você pode ter dificuldades para resolver. Lembre-se de que Benjamin nos fala da “aura” da cultura, da arte. Para Walter Benjamin, a arte está envolta em uma “aura”. “Aura” nos remete a uma ideia de originalidade e autenticidade. Trata-se de uma ideia próxima ao que está no enunciado da questão: “a cultura possuiria um valor intrínseco e poderia nos ajudar não apenas na fruição de nossa sensibilidade, mas nos levar a uma nova compreensão da realidade e de nosso ser e estar no mundo”. Dessa forma, a pergunta quer que saibamos identificar o oposto dessa compreensão mais plena e liberta da arte, ou seja, quer que identificamos o que é indústria cultural? Sabemos que o conceito de “indústria cultural” está relacionado à capacidade de tornar as pessoas alienadas, portanto, menos crítica. Veja, então que nosso gabarito é a alternativa B. Todas as demais alternativas fazem afirmação no sentido oposto. Gabarito: B 2.2- INDUSTRIA CULTURAL E CONSUMO Já percebemos que a questão da indústria cultural está relacionada com consumo, ou melhor, do consumismo, certo? Assim, é importante contextualizarmos melhor o momento e a forma como foi possível transformar consumo em consumismo e a relação disso com a mercantilização dos bens culturais e simbólicos. Há um momento na história em que esse caminho se tornou “sem volta”. Estamos falando do pós 1ª Guerra Mundial! O período que segue após a 1ª Guerra e antes da 2ª Guerra Mundial, entre 1919 e 1939, é conhecido por “Período entre Guerras”. Foram duas décadas muito densas e tensas. O mundo tentava se recuperar de uma guerra sem precedentes. O uso das tecnologias desenvolvidas ao longo do século XIX e início do XX causou destruição em massa. A fome nas cidades entre a população civil deixou cicatrizes marcadas nas relações sociais e na cultura europeias. As luzes da Belle Époque se apagaram, afinal, a guerra não era o lugar que os europeus imaginavam chegar. A ideia alimentada havia sido de um povo que chegara no topo máximo da civilização; a evolução e o progresso eram a ordem natural das coisas. Mas a realidade da guerra, t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 15 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo como dirá Walter Benjamim, emudeceu as antigas vozes loquazes. Leia um trecho do intelectual alemão: O “frágil e minúsculo corpo humano” se viu no campo minado da experiência das trincheiras, no corpo maltrapilho torturado pela fome, nas esperanças frustradas em face da frialdade da inflação econômica e no pessimismo diante do cinismo dos governantes. Destas experiências indeléveis, o frágil corpo humano ficou privado das experiências comunicáveis, os homens que retornavam do front viam no silêncio o virtuosismo – porquanto a sofreguidão interna era tão profunda que o comunicar-se era inútil. Longe se iam, por conseguinte, os tempos nos quais os loquazes provérbios ensinavam-nos valores duradouros. Nos tempos sombrios que marcaram o início do século XX, um velho moribundo – outrora ancião sapiente – não ousaria comunicar aos jovens alguma experiência. O desenvolvimento da técnica, somado com a experiência sórdida da guerra, emudecera os homens.4 Mas essa experiência não foi sentida da mesma maneira por todos os países beligerantes. Enquanto os países do continente europeu tentavam se reconstruir e se recuperar moral e economicamente – uma vez que mais de 50 % de sua capacidade produtiva havia ficado sob ruínas – os Estados Unidos da América (EUA) se aproveitavam justamente dessa situação europeia para ocupar um espaço na economia mundial e, assim, consolidar-se como nova potencial econômica. Nos anos da década de 1920, os EUA detinham 50% de todo ouro que circulava no mercado financeiro, bem como, era responsável por quase metade da produção industrial mundial. Assim, o pós-guerra para os EUA foi uma época conhecida como “anos felizes”. Nesse sentido, o mundo assistia ao início de uma mudança de eixo de poder econômico em direção à América. Culturalmente, a ousadia científica e artística da Belle Époque dava lugar à entusiasmada cultura consumista do “American way of life”. Carros, cigarros, roupas, arranha-céus, autoestradas, eletrodomésticos, festas, jogos, Wall-Street... Os EUA pareciam não caber mais no mundo! 4 BENJAMIN, Walter Benjamin. Pobreza e Experiência, 1918. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 16 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo O crescimento industrial proporcionou índices elevados de emprego e a oferta de enorme quantidade de mercadoria baixou os preços e elevou a demanda. Ainda assim, o americano poderia sonhar romanticamente com o maravilhoso dia que venderia suas ações comuns da Westinghouse a um preço fabuloso e viveria em uma casa grande com uma frota de carros e brilhando e tomaria sol à vontade nas areias de Palm Beach. E quando ele olhava para o futuro do seu país, podia imaginar uma América, não liberta da corrupção, nem do crime, nem de guerra nem de controle de Wall Street, nem do ateísmo [...] ele imaginou uma América libertar da pobreza e da labuta. Ele viu uma ordem mágica construída sobre a nova ciência e a nova prosperidade: estradas repletade milhões e milhões de automóveis, aviões escurecendo o céu, as linhas de fio de alta tensão, arranha-céus subindo, grandes cidades crescendo em grandes massas geométricas de pedra e concreto rugindo com o tráfego perfeitamente mecanizado, com homens e mulheres bem vestidos gastando, gastando , gastando o dinheiro que ganhou. O interessante a observar é que esse crescimento econômico sem precedente consolidou um tipo de cultura e comportamento. Estou falando do American way of life – modo de vida americano. E esse modo de vida está baseado na acumulação de bens de consumo, vulgo, consumismo. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 17 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo O consumismo é bastante diferente do consumo. Consumo é absolutamente necessário ao ser humano – e a todas as espécies, evidentemente. O consumismo é um tipo cultural e de comportamento baseado no consumo desenfreado de mercadorias. Mas esse comportamento social foi resultante do modo como a economia se organizou naquele momento. E como foi isso Alê? A produção estava organizada por meio do FORDISMO/TAYLORISMO. Essa é uma forma de organização da produção caracterizada pelo parcelamento bastante específico de cada fase do processo produtivo. Além disso, introduz-se uma esteira rolante por onde passa um produto que vai aos poucos sendo montado. A velocidade dessa esteira é controlada pelo supervisor de produção. A esse conjunto produtivo chamamos de “linha de montagem”. A PADRONIZAÇÃO é palavra chave para caracterizar a linha de produção e o produto resultante. Observe nas imagens: Observe que todos os carros são iguais: o famoso FORD T. Observe a linha de montagem de rodas de carros. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 18 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Nesse sentido, devido à PADRONIZAÇÃO, o resultado foi um consumo também padronizado. O “legal” era todo mundo ser igual. A moda e a propaganda contribuíram para influenciar esse modelo de consumo padronizado. O centro cultural está se tornando uma parte apropriada do shopping center. (H. Marcuse) Na esteira das elaborações da Escola de Frankfurt, o sociólogo e filósofo Marcuse reformulou a ideia marxistas de que a classe trabalhadora estaria no caminho de uma revolução. Para ele, o capitalismo conseguiu integrar os trabalhadores ao sistema de modo que aqueles que deveriam ser os agentes de uma transformação social (os trabalhadores), na verdade, acabaram aceitando a ideia de que é por meio do consumo que se dá a integração social. E isso ocorreu, em grande medida, por meio da indústria cultural, pois essa aceitação teria ocorrido dentro de um sistema que culturalmente valoriza a individualidade e o consumo. Qual a Consumo massa Propaganda massa Produção Massa t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 19 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo contradição? O indivíduo consume aquilo que todos os outros igualmente consomem, ou seja, uma outra forma de anular a individualidade. Diante dessa abordagem, Marcuse afirma que a sociedade moderna silenciou os trabalhadores e os reduziu ao caráter de “clientes” e não mais de cidadãos. Ainda segundo este autor, em sociedade industriais avançadas uma espécie de liberdade não democrática tende a prevalecer, pois as pessoas estariam sendo manipuladas pelo consumo, portanto, por uma falsa liberdade. Essa situação ocorre porque o sistema cria falsas necessidades as quais são manipuláveis e estabelecidas por meio da publicidade. Essas falsas necessidades não estão baseadas nas necessidades reais (comida, bebida, roupas), mas em artificialidades, que são geradas exteriormente aos indivíduos e, em grande medida, impossíveis de serem satisfeitas plenamente. Conforme Marcuse, “as criaturas se reconhecem em suas mercadorias; encontram sua alma em automóveis, sistemas hi-fi, casa com vários andares, utensílios de cozinha”. Nesses termos, as coisas da vida que importam ao indivíduo são as de ordem pessoal, individual, e não as coletivas. Por isso, os interesses de classe necessários para o marco de uma mudança social coletiva, conforme a perspectiva marxista, teriam se perdido, bloqueados. Ou seja, as esperanças da rebelião marxista desapareceram. Marcuse vai além, ele chega a afirmar que a modernidade aprisionou individuo em uma bolha, difícil de se libertar. A cultura e a arte, que durante a história fora utilizada como válvula de libertação, não encontra mais seu espaço. As diferentes formas de manifestação artística, que davam vazam à alma humana e possibilitavam o despertar do sentimento de solidariedade, tornaram-se parte artificial das falsas necessidades. Em outras palavras, a arte perdeu a capacidade de inspirar as contestações, pois, ela passou a ser parte da mídia de massas ou elementos de decoração. Abordagem, próxima, ao que Benjamin afirmou sobre a diminuição da capacidade reflexiva da arte. (Estratégia Vestibulares/ 2020/profe. Alê Lopes) A charge da Mafalda, cujo criador Quino faleceu em 30 de setembro de 2020, apresenta uma reflexão da personagem em torno de uma característica da sociedade moderna analisada pela teoria crítica. Trata-se da/o t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 20 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo a) capacidade de a burguesia utilizar as mídias para controlar a “massa” de acordo com seus ideais e suas necessidades. b) descompasso entre os anseios da juventude e aquilo que é produzido enquanto cultura. c) falência dos meios de comunicação em virtude do crescimento de meios alternativos de comunicação, como as redes sociais via smartphone e outros aparelhos. d) individualismo exacerbado, já que os jovens se transformaram em sujeitos passivos diante dos meios de comunicação de massa. e) falta de foco dos programas televisivos, os quais, concedem mais espaço para propagandas do que para conteúdo. Comentários a) correto, pois por meio do processo comunicacional as classes dominantes otimizariam o exercício da dominação. O primeiro quadrinho e o último confirmam essa perspectiva. b) incorreto, porque a reflexão da Mafalda não indica que não existem programas próprios para a juventude, mas sim questiona o fato de, em um primeiro momento, só haver propagandas e, depois, o quanto a indústria cultura conhece dos cidadãos-consumidores a ponto de conduzir/determinas as preferências de consumo. c) atenção, cuidado, a afirmação está errada, pois na época da Escola de Frankfurt – meados do século XX – não havia celulares. d) incorreto, pois a charge não reflete sobre o individualismo, mas sobre a relação entre poder ideológico e capacidade de expansão do consumo capitalista, ou seja, os objetos de estudos da teoria crítica que resultaram no termo “indústria cultural”. e) de fato, até podemos concordar que há muito espaço dedicado à propaganda, não só nos programas televisivos, como, hoje em dia, na rede mundial de computadores e rede sociais. Contudo, não é uma preocupação da charge criticar a falta de foco dos programas de TV. Gabarito: A (UEG 2021.2) Leia os trechos da música a seguir. 3ª do Plural (Engenheiros do Hawaii) Corrida pra vender cigarro Cigarro pra vender remédio Remédio pra curar a tosse Tossir, cuspir, jogar pra fora Corrida pra vender os carros Pneu, cerveja e gasolina t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedadede Consumo 21 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Cabeça pra usar boné E professar a fé de quem patrocina Eles querem te vender Eles querem te comprar Querem te matar (de rir) Querem te fazer chorar Quem são eles? Quem eles pensam que são? Quem são eles? Quem eles pensam que são? [...] Satisfação garantida Obsolescência programada Eles ganham a corrida Antes mesmo da largada Eles querem te vender Eles querem te comprar Querem te matar (a sede) Eles querem te sedar Quem são eles? Quem eles pensam que são? Quem são eles? Quem eles pensam que são? [...] Composição: Humberto Gessinger. Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/747530/. Acesso em: 04 nov. 2020. Os trechos da música “3ª do Plural”, da banda Engenheiros do Hawaii, exprimem uma crítica direta a um importante tema da Sociologia, qual seja: a) “Modernidade e modernização”, ao expressar uma crítica à velocidade com que as interações sociais são desenvolvidas na sociedade moderna. b) “Sociedade de consumo e consumismo”, ao expressar uma crítica à publicidade das grandes empresas que promove o consumo exacerbado. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 22 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo c) “Ideologia”, ao expressar uma crítica ao uso de bonés de patrocinadores ao invés da transmissão de mensagens imparciais. d) “Urbanização e evolução das cidades”, ao expressar uma crítica à tecnologia presente em carros, pneus, cerveja e gasolina. e) “Desigualdade social”, ao expressar uma crítica elitista por meio da pergunta “Quem eles pensam que são?”. Comentários O assunto trazido por esta questão da prova está na Aula 07 - Industria Cultural e Consumo do meu curso. A letra da música abordar as relações de compra e venda em um sociedade de consumo. Veja que há trechos que destacam “vender”, “eles querem te vender”, dentre outros. Um verso que exclama a problemática levantada pela música é “Obsolescência programada”, que é uma estratégia das empresas para sempre garantirem o “giro” das mercadorias, a venda e o consumo. Então, nesse contexto, a alternativa B, que remete à “sociedade de consumo e consumismo” é a mais coerente com a crítica desenvolvida pela letra da música. Vale destacar que a canção resgata a lógica consumista da sociedade de massas, a qual direcionada o processo produtivo para estimular o consumo. a) errado, pois não há um crítica à velocidade com que as interações sociais são desenvolvidas, apesar de a letra remeter a um determinado tipo de relação social nas sociedades modernas, qual seja, as relações de consumo. b) é o gabarito, conforme comentado acima. c) errado, pois até é possível identificar certa crítica à ideologia, mas não como tema central da letra. Além disso, reduzir a problemática da “ideologia” a um crítica ao uso de bonés de patrocinadores é simplificar muito a capacidade criativa da banda Engenheiros do Hawaii. d) falso, pois não há esta problematização na letra. e) falso, pois não há esta problematização na letra. Gabarito: B 2.3- INDÚSTRIA CULTURAL E A POLÍTICA Quando se fala em indústria cultural e política, em geral, está-se tratando do uso intenso de instrumentos da propaganda por meio de veículos de comunicação de massa e de elementos artísticos para construir a imagem de um líder ou de um partido com a finalidade de ganhar adesão para determinadas ideias. Essa é uma das características de Estados Totalitários e de Governos Populistas. Ambos são fenômenos surgidos nas primeiras décadas do século XX. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 23 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Além disso, nos últimos anos, inclusive, fala-se do uso das novas tecnologias e novos meios de comunicação, como as redes sociais, como elemento fundamental para definir eleições, ganhar adesão da população para programas e ideias políticas, bem como, construir a imagem de novas lideranças. Isso está sendo chamado de neopopulismo. Caso exemplar é o do recém-eleito Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump. No primeiro caso, da construção dos regimes totalitário, a Alemanha Nazista é o principal exemplo, porque utilizou profundamente os mecanismos da propaganda de massas para garantir disseminar as ideias nazistas e, assim, ganhar a adesão da sociedade ao programa do partido nazista. A “sacada”, nos anos de 1920 e 1930, foi descobrir o potencial da propaganda, utilizada para vender sonhos de consumo, em mecanismo político de controle das massas. A propaganda exerce influência na ordem dos sentimentos e emoções e isso tem grande eficácia. Leia esse trecho de Wagner Pinheiro Pereira, especialista em estudos sobre cultura e poder: A referência básica da propaganda é a sedução, elemento de ordem emocional de grande eficácia na conquista de adesões políticas. Em qualquer governo, a propaganda é estratégica para o exercício do poder, mas adquire uma força muito maior naqueles em que o Estado, graças à censura ou monopólio dos meios de comunicação, exerce controle rigoroso sobre o conteúdo das mensagens, procurando bloquear toda atividade espontânea ou contrária à ideologia oficial. Em governos dessa natureza, a propaganda política se torna onipresente, atua no sentido de aquecer as sensibilidades e tende a provocar paixões, visando assegurar o domínio sobre os corações e mentes das massas5. Apesar de a Alemanha ser um modelo icônico, outros governos centralizadores ou autoritários também fizeram isso. Em história, vocês estudam nazismo, fascismo, salazarismo, o varguismo no Brasil, peronismo na Argentina. Os regimes militares na América Latina, dos anos de 1960 e 1970, também usaram profundamente essas estratégias propagandísticas para combater seus opositores e garantir apoio da população. No Brasil há dois momentos interessantes para entendermos isso: durante o Estado Novo de Vargas (1937-1945)” e durante o “Milagre Econômico” do Governo Médici (1968-1973). Nos dois casos, o discurso nacionalista foi utilizado como conteúdo fundamental das propagandas de manipulação da população. 2.4- ESTUDOS CULTURAIS E A CRÍTICA À ESCOLA DE FRANKFURT Os Estudos culturais começaram a surgir na década de 1960, na Inglaterra. Entre seus precursores estavam Raymond Willians, Richard Hoggart e Edward Thompson. Esses estudos também foram buscar compreender as relações entre os meios de comunicação e a cultura. Além disso, procuraram desenvolver análises e explicações mais 5 ANPUH – XXIII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina, 2005. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 24 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo abrangentes ao relacionar cultura e elementos do poder político, a esfera econômica e os bens simbólicos. Contudo, há uma diferença que é a base de onde partem para analisar tudo isso: para esses estudiosos, a cultura é uma arena de contraposição, tensão, disputas e não apenas de dominação. Por isso, seu foco de análise será a cultura popular. Repare, então, que já temos uma diferença com a Escola de Frankfurt. Nesse sentido, eles diferenciam cultura de massa de cultura popular e erudita, sendo que a cultura popular tem um caráter emancipatório porque, de certa maneira, apresenta um sentido dotado de resistência às múltiplas formas de dominação econômica e cultural. Outra diferença é que os pesquisadores ingleses percebem um papel positivo dos meios de comunicação de massas quando estes se ocupam ou se aproximam dos símbolos culturais populares: acabam por divulgar a origem popular da cultura. Percebe que é uma elaboraçãoque incorpora mais camadas de análise e, assim, podem encontrar potencialidades nas relações entre esses 3 tipos culturais? Jesús Martin Barbero e Néstor Garcia Canclini, dois intelectuais e grande repercussão na América Latina, propõem a ideia de circularidade: uma integração no espaço e no tempo na qual ocorrem trocas de influência e padrão estético Atenção, esses autores pensaram dessa maneira em contextos democráticos, de amplas liberdades civil, liberdade de criação sem a intervenção de medidas políticas de censura. Bem, queridas e queridos alunos, chegamos ao final da nossa aula Como em todo assunto de sociologia, leve os conceitos e contextos com você para iluminar a interpretação de alguma situação problema colocada na sua prova. Cultura Erudita MassaPopular t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 25 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo É isso, fico por aqui. Você segue até a última questão. Aproveita TODAS as QUESTÕES, pois fizemos observando cada detalhe para fazer você mentalizar, aprender a responder a questão sem escorregar nas artimanhas do examinador. Gabaritar Ciências Sociais não é só saber o conteúdo é ser safo para adotar as melhores ESTRATEGIAS para responder cada questão! Um beijo, um abraço apertado e um suspiro dobrado de amor sem fim! Alê 3. LISTA DE QUESTÕES (ENEM 2018) De certo modo o toxicômano diz a verdade sobre nossa condição social atual, quer dizer, temos a tendência de tornarmo-nos todos adictos em relação a determinados objetos, cuja presença se tornou para nós indispensável. Todas as nossas referências éticas ou morais não têm nada de sério diante do toxicômano, porque fundamentalmente somos viciados como ele. MELMAN, C. Novas formas clínicas no início do terceiro milênio. Porto Alegre: CMC, 2003. No trecho, o autor propõe uma analogia entre o vício individual e as práticas de consumo sustentada no argumento da a) exposição da vida privada. b) reinvenção dos valores tradicionais. c) dependência das novas tecnologias. d) recorrência de transtornos mentais. e) banalização de substâncias psicotrópicas. (ENEM 2016) A tirinha compara dois veículos de comunicação, atribuindo destaque à a) resistência do campo virtual à adulteração de dados. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 26 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo b) interatividade dos programas de entretenimento abertos. c) confiança do telespectador nas notícias veiculadas. d) credibilidade das fontes na esfera computacional. e) autonomia do internauta na busca de informações. (ENEM 2016) Analisar o processo atual de circulação e de armazenamento de determinados bens culturais diante da transformação decorrente do impacto de novas tecnologias indica que hoje a) as músicas e os textos têm privilegiado um formato digital, tornando inadmissível sua acumulação. b) a rede mundial de computadores acaba com o chamado direito autoral, que é inaplicável em relações virtuais. c) a segurança e a inclusão digital são problemas, expondo a impossibilidade de realizar um comércio feito on-line. d) as mídias digitais e a internet permitiram maior fluxo desses produtos, pois seu acúmulo independe de grandes bases materiais. e) a pirataria é o recurso utilizado pelos consumidores, visto que são impedidos de adquirir legalmente algo desprovido de suporte físico. (ENEM 2016) Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 27 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro; Zahar, 1985 A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a) a) legado social. b) patrimônio político. c) produto da moralidade. d) conquista da humanidade. e) ilusão da contemporaneidade (ENEM 2015) Falava-se, antes, de autonomia da produção significar que uma empresa, ao assegurar uma produção, buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o fato gerador do consumo seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o consumidor antes mesmo de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000 (adaptado). O tipo de relação entre produção e consumo discutido no texto pressupõe o(a) a) aumento do poder aquisitivo. b) estímulo à livre concorrência. c) criação de novas necessidades. d) formação de grandes estoques. e) implantação de linhas de montagem. (ENEM 2014) Para o sociólogo Don Slater, as pessoas compram a versão mais cara de um produto não porque tem maior valor de uso do que a versão mais barata, mas porque significa status e exclusividade; e, claro, esse status provavelmente será indicado pela etiqueta de um designer ou de uma loja de departamentos. BITTENCOURT, R. Sedução para o consumo. Revista Filosofia, n. 66, ano VI, dez. 2011. Os meios de comunicação, utilizados pelas empresas como forma de vender seus produtos, fazem parte do cotidiano social e têm por um de seus objetivos induzir as pessoas a um(a) a) vida livre de ideologias. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 28 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo b) pensamento reflexivo e crítico. c) consumo desprovido de modismos. d) atitude consumista massificadora. e) postura despreocupada com estilos. (ENEM 2014) Alternativas ao tipo de consumo cultural apresentado nas tiras resultariam de a) democratização do acesso a outras esferas de produção cultural. b) emissoras comprometidas com princípios cívicos. c) censura moralista diante das informações veiculadas. d) acesso da população aos canais de sinal fechado. e) movimento das Igrejas cristãs em defesa da família. (ENEM 2013) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 29 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo A charge revela uma crítica aos meios de comunicação, em especial à internet, porque a) questiona a integração das pessoas nas redes virtuais de relacionamento. b) considera as relações sociais como menos importantes que as virtuais. c) enaltece a pretensão do homem de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. d) descreve com precisão as sociedades humanas no mundo globalizado. e) concebe a rede de computadores como o espaço mais eficaz para a construção de relações sociais (ENEM 2010) A chegada da televisão A caixa de pandora tecnológica penetra nos lares e libera suas cabeças falantes, astros, novelas, noticiários e as fabulosas, irresistíveis garotas-propaganda, versões modernizadas do tradicional homem-sanduíche. SEVCENKO, N.(Org). História da Vida Privada no Brasil 3. República: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Cia das Letras, 1998. A TV, a partir da década de 1950, entrou nos lares brasileiros provocando mudanças consideráveis nos hábitos da população. Certos episódios da história brasileira revelaram que a TV, especialmente como espaço de ação da imprensa, tornou-se também veículo de utilidade pública, a favor da democracia, na medida em que t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 30 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo a) amplificou os discursos nacionalistas e autoritários durante o governo Vargas. b) revelou para o país casos de corrupção na esfera política de vários governos. c) maquiou indicadores sociais negativos durante as décadas de 1970 e 1980. d) apoiou, no governo Castelo Branco, as iniciativas de fechamento do parlamento. e) corroborou a construção de obras faraônicas durante os governos militares. (ENEM 2010) Eu não tenho hoje em dia muito orgulho do Tropicalismo. Foi sem dúvida um modo de arrombar a festa, mas arrombar a festa no Brasil é fácil. O Brasil é uma pequena sociedade colonial, muito mesquinha, muito fraca. VELOSO, C. In: HOLLANDA, H. B.; GONÇALVES, M. A. Cultura e participação nos anos 60. São Paulo: Brasiliense, 1995 (adaptado) O movimento tropicalista, consagrador de diversos músicos brasileiros, está relacionado historicamente a) à expansão de novas tecnologias de informação, entre as quais, a Internet, o que facilitou imensamente a sua divulgação mundo afora. b) ao advento da indústria cultural em associação com um conjunto de reivindicações estéticas e políticas durante os anos 1960. c) à parceria com a Jovem Guarda, também considerada um movimento nacionalista e de crítica política ao regime militar brasileiro. c) ao crescimento do movimento estudantil nos anos 1970, do qual os tropicalistas foram aliados na crítica ao tradicionalismo dos costumes da sociedade brasileira. e) à identificação estética com a Bossa Nova, pois ambos os movimentos tinham raízes na incorporação de ritmos norte-americanos, como o blues. (UNESP 2019) A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade capitalista, quando há uma interdependência entre o processo de acúmulo de capital e o processo de acúmulo de imagens. O papel desempenhado pelo marketing, sua onipresença, ilustra perfeitamente bem o que Guy Debord quis dizer: das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido por imagens. Assim como o conceito de “indústria cultural”, o conceito de “sociedade do espetáculo” faz parte de uma postura crítica com relação à sociedade capitalista. São conceitos que procuram apontar aquilo que se constitui em entraves para a emancipação humana. (Cláudio N. P. Coelho. “Mídia e poder na sociedade do espetáculo”. https://revistacult.uol.com.br. Adaptado.) Segundo o texto, t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 31 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo a) a transformação da cultura em mercadoria é uma característica fundamental desse fenômeno social. b) a padronização da estética pela sociedade do espetáculo restringe-se ao campo da publicidade. c) a hegemonia do espetáculo desempenha papel fundamental na formação da autonomia do sujeito. d) o universo estético de produção das imagens não é determinado pela base material da sociedade. e) o conceito de sociedade do espetáculo realiza uma reflexão contestadora sobre a indústria cultural. (UNESP 2018) Texto 1 O fato de a exposição Queermuseu ter sofrido uma série de retaliações de setores fascistas e reacionários do Brasil, conhecidos por suas posições homofóbicas, racistas e classistas, faz com que seja importante trazer outras camadas para esse debate. Os ataques à mostra se deram não somente na internet, mas também na própria exposição – onde o público visitante era constrangido com a presença de manifestantes a favor do fechamento da exposição. (Tiago Sant’Ana. “’Queermuseu’: a apropriação que acabou em censura”. Le Monde Diplomatique, 18.09.2017. Adaptado.) Texto 2 A diretora Daniela Thomas apresentou seu filme, Vazante, que fala sobre escravidão, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ela foi duramente questionada no debate a partir de questões que não falam de aspectos estéticos propriamente, mas sobre procedimentos escolhidos para fazer a obra: “você não incluiu pessoas negras na produção, você não teve consultoria de negros para o Roteiro”. Chegou-se a sugerir que Daniela não exibisse o filme comercialmente, que ele não fosse colocado nas salas de cinema. A censura está muito presente e ela não é só uma vontade ou um movimento que parte do ponto de vista da direita, mas também da esquerda. (Rodrigo Cássio. “Conversa entre professores: a censura não tem lado”. www.adufg.org.br, 09.11.2017. Adaptado.) A partir da análise dos textos 1 e 2, depreende-se que ambos os acontecimentos a) ilustram uma posição exclusivamente conservadora e de direita em relação à arte. b) basearam-se em critérios externos ao universo estético. c) fundamentaram-se em questões técnicas próprias ao campo das artes. d) evidenciam manifestações antiautoritárias e a favor da liberdade. e) foram marcados pelo respeito à autonomia estética. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 32 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo (UNESP 2018) A mídia é estética porque o seu poder de convencimento, a sua força de verdade e autoridade, passa por categorias do entendimento humano que estão pautadas na sensibilidade, e não na racionalidade. A mídia nos influencia por imagens, e não por argumentos. Se a propaganda de um carro nos promete o dom da liberdade absoluta e não o entrega, a propaganda política não vai ser mais cuidadosa na entrega de suas promessas simbólicas, mesmo porque ela se alimenta das mesmas categorias de discurso messiânico que a religião, outra grande área de venda de castelos no ar. (Francisco Fianco. “O desespero de pensar a política na sociedade do espetáculo”. http://revistacult.uol.com.br, 11.01.2017. Adaptado.) Considerando o texto, a integração entre os meios de comunicação de massa e o universo da política apresenta como implicação a) a redução da discussão política aos padrões da propaganda e do marketing. b) a ampliação concreta dos horizontes de liberdade na sociedade de massas. c) o fortalecimento das instituições democráticas e dos direitos de cidadania. d) o apelo a recursos intelectuais superiores de interpretação da realidade. e) a mobilização de recursos simbólicos ampliadores da racionalidade. (UNESP 2016) Defendo a liberdade de expressão irrestrita, mesmo depois desse trágico evento em que os cartunistas do jornal satírico “Charlie Hebdo” foram mortos, além de outras pessoas em um mercado kosher, em Paris. [...] Sou intransigente no que diz respeito à liberdade de expressão de cada um: e sou ainda mais intransigente quando matam em nome de Alá, de Maomé, de Cristo, de comunismo, de nazismo, de fascismo etc. Caricaturar nunca é crime. Caneta e lápis não matam. Exageram, humilham, fazem rir, mas não matam. (Gerald Thomas. “as. “Quem ri por último ri melhor”. Folha de S.Paulo, 17.01.2015.) O argumento defendido no texto está baseado na a) valorização do caráter absoluto de todo tipo de simbologia teológica e religiosa. b) primazia de princípios originalmente burgueses e liberais no campo da cultura. c) utopia comunista da igualdade econômica e da liberdade de expressão. d) depreciação do livre-arbítrio,em favor de uma concepção totalitária de mundo. e) defesa intransigente de restrições para o exercício da autonomia de pensamento. (UNESP 2015) Analise as charges. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 33 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo As charges permitem que se faça uma abordagem ao mesmo tempo crítica e irônica dos meios de comunicação de massa e da vida nas cidades no período atual. Dentre os assuntos que podem ser diretamente associados aos problemas abordados pelas charges estão: a) o cumprimento pelos meios de comunicação de seu papel de noticiar o real cotidiano das cidades e o fortalecimento da segurança pública em detrimento da privada. b) o papel da mídia na propagação da sensação de insegurança junto à população e o surgimento de atividades, produtos e serviços vinculados à segurança privada. c) a influência restrita dos meios de comunicação sobre o cotidiano das cidades e a produção de um novo urbanismo expresso na valorização dos espaços públicos. d) a influência passiva da mídia sobre o comportamento e a vida das pessoas nas cidades e a regressão de produtos, serviços e atividades ligadas à segurança privada. e) a difusão de informações sensacionalistas pela mídia e a intensificação da convivência entre pessoas na cidade. (UNESP 2015) “A revista Vogue trouxe um ensaio na sua edição kids com meninas extremamente jovens em poses sensuais. Eu digo que, enquanto a gente continuar a tratar nossas crianças dessa maneira, pedofilia não será um problema individual de um ‘tarado’ hipotético, e sim um problema coletivo, de uma sociedade que comercializa sem pudor o corpo de nossas meninas e meninos”, afirmou a roteirista Renata Corrêa. Para a jornalista Vivi Whiteman, a t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 34 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo moda não é exatamente o mais ético dos mundos e não tem pudores com nenhum tipo de sensualidade. “A questão é que, num ensaio de moda feito para vender produtos e comportamento, não há espaço para teoria, nem para discussão, nem para aprofundar nada. Não é questão de demonizar a revista, mas de fato é o caso de ampliar o debate sobre essa questão”. (Maíra Kubík Mano. “Vogue Kids faz ensaio com crianças em poses sensuais e pode ser acionada pelo MP”. CartaCapital, 11.09.2014. Adaptado.) No texto, a pedofilia é abordada a) segundo critérios relativistas questionadores da validade de normas absolutas no campo da sexualidade. b) de acordo com parâmetros jurídicos que atestam a criminalização desse tipo de comportamento. c) a partir dos imperativos de mercantilização do corpo e da cultura, em detrimento de aspectos éticos e morais. d) de acordo com critérios patológicos, que tratam esse fenômeno como distúrbio de comportamento. e) sob um ponto de vista teológico, fundamentado na condenação cristã à sexualidade como forma de prazer. (VUNESP/2015) Leia o texto a seguir. A televisão se tornou ubíqua e está tão arraigada na rotina da vida cotidiana que a maioria das pessoas simplesmente a considera uma parte integral da vida social. Assistimos TV, falamos sobre programas com amigos e familiares, e organizamos nosso tempo de lazer em torno do horário da televisão. A ‘caixa no canto’ fica ligada enquanto estamos fazendo outras coisas e parece proporcionar um pano de fundo essencial para a vida que transcorre. (Anthony Giddens. Sociologia. 6a Ed. Porto Alegre: Penso, 2012) * Ubíqua – que está ou existe ao mesmo tempo em toda parte; onipresente Qual o papel da mídia na sociedade contemporânea? (A) A mídia transmite informações sobre a sociedade, contribuindo para a redução das desigualdades regionais. (B) A mídia transmite informações e forja valores comuns; ocupa papel estratégico na disseminação do consumismo em nossa sociedade. (C) A mídia transmite informações e conhecimentos imparciais e é responsável pela elevação cultural da nossa sociedade. (D) A mídia contribui para a difusão da cultura local e é responsável pela preservação da cultura nacional. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 35 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo (E) A mídia contribui para a difusão de conhecimentos socialmente produzidos e contribui para elevação da consciência política da população. (UNESP 2014) Os reality shows são hoje para a classe mais abastada e intelectualizada da sociedade o que as novelas eram assim que se popularizaram como produto de cultura massificada: sinônimo de mau gosto. Com uma maior aceitação das novelas na esfera dos críticos da mídia, o reality show segue agora como gênero televisivo mundial, transmitido em horário nobre, e principal símbolo da perda de qualidade do conteúdo televisivo na sociedade pós-moderna. Os reality shows personificam as novas formas de identificação dos sujeitos nas sociedades pós- modernas. Programas como o BBB são movidos pelas engrenagens de uma sociedade exibicionista e consumista, que se mantém vendendo ao mesmo tempo a proposta de que cada um pode sair do anonimato e conquistar facilmente fama e dinheiro. (Sávia Lorena B. C. de Sousa. O reality show como objeto de reflexão cultural. observatoriodaimprensa.com.br) Sobre a relação entre os meios de comunicação de massa e o público consumidor, é correto afirmar que: a) a qualidade da programação da tv não é condicionada pelas demandas e desejos dos consumidores culturais. b) o reality show é uma mercadoria cultural relacionada com processos emocionais de seu público. c) os critérios estéticos independem do nível de autonomia intelectual dos consumidores. d) no caso dos reality shows, a televisão estimula a capacidade de fruição estética do público consumidor. e) os programadores priorizam aspectos formativos relegando o entretenimento a uma condição secundária. (UNESP 2014) Não somente os tipos das canções de sucesso, os astros, as novelas ressurgem ciclicamente como invariantes fixos, mas o conteúdo específico do espetáculo só varia na aparência. O fracasso temporário do herói, que ele sabe suportar como bom esportista que é; a boa palmada que a namorada recebe da mão forte do astro, são, como todos os detalhes, clichês prontos para serem empregados arbitrariamente aqui e ali e completamente definidos pela finalidade que lhes cabe no esquema. Desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado, e, ao escutar a música ligeira, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. O número médio de palavras é algo em que não se pode mexer. Sua produção é administrada por especialistas, e sua pequena diversidade permite reparti-las facilmente no escritório. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 36 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo (Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. “A indústria cultural como mistificação das massas”. In: Dialética do esclarecimento, 1947. Adaptado. O tema abordado pelo texto refere-se a) ao conteúdo intelectualmente complexo das produções culturais de massa. b) à hegemonia da cultura americana nos meios de comunicação de massa. c) ao monopólio da informação e da cultura por ministérios estatais. d) ao aspecto positivo da democratização da cultura na sociedade de consumo. e) aos procedimentos de transformação da cultura em meio de entretenimento. (UNESP 2013) Em um documento rubricado pela RedeGlobal de Academias de Ciência (IAP), um grupo de pensadores da comunidade científica com sede em Trieste (Itália) que engloba 105 academias de todo o mundo alerta pela primeira vez sobre os riscos do consumo nos países do Primeiro Mundo e a falta de controle demográfico, principalmente nas nações em desenvolvimento. Na declaração da comunidade científica se indica que as pautas de consumo exacerbado do Primeiro Mundo estão se deslocando perigosamente para os países em desenvolvimento: os milhões de telefones celulares e toneladas de “junk food” que invadem os lares pobres são claros indicadores dessa problemática. A ausência nos países pobres de políticas de planejamento familiar ou de prevenção de gravidezes precoces acaba de configurar um sombrio cenário de superpopulação. “Trata-se de dois problemas convergentes que pela primeira vez analisamos de forma conjunta”, afirma García Novo. (Francho Barón. El País, 16.06.2012. Adaptado.) Um dos problemas relatados no texto está relacionado com a) a supremacia de tendências estatais de controle sobre a economia liberal. b) o aumento do nível de pobreza nos países subdesenvolvidos. c) a hegemonia do planejamento familiar nos países do Terceiro Mundo. d) o declínio dos valores morais e religiosos na era contemporânea. e) o irracionalismo das relações de consumo no mundo atual. (UNESP 2012) Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. A França deve ser considerada em sua história não somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas também segundo o comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão em massa, e em sua colonização oprimiu povos e negou suas aspirações à emancipação. Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 37 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos considerar uma cultura não somente segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob esses ideais. (Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.) No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve a) reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo ocidental sobre outras culturas. b) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da Revolução Francesa na história. c) argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores culturais. d) uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental e outras culturas na história. e) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa. (UEL 2022) Lara Croft é uma personagem bastante popular na cultura contemporânea. Na indústria dos games, assim como no universo da propaganda, circulam significados e representações sobre diferentes aspectos do mundo social. Entre eles, os corpos femininos cuja objetificação é uma estratégia comunicacional muito frequente. Com base nos conhecimentos da crítica sociológica sobre a representação dos corpos na propaganda, considere as afirmativas a seguir. I. As experiências corporais são constitutivas da formação das identidades e, quando retratadas pela propaganda de forma homogênea ou estereotipada, podem contribuir para os fenômenos de invisibilizar certos grupos ou gerar e reforçar preconceitos. II. O conceito de indústria cultural, concebido pelos filósofos que estudaram as propagandas e as imagens midiáticas características do capitalismo, refere-se às estratégias de objetificação e representação do corpo feminino, presentes na indústria dos games. III. O corpo feminino é retratado nas propagandas de games e nos produtos de beleza, de modo que seus atributos naturais — perfeição, harmonia e sensualidade — sejam destacados, a fim de garantir às mulheres o reconhecimento social e a valorização, pelas quais lutam os movimentos de mulheres. IV. Utilizar corpos femininos elegantes, brancos, esbeltos, “perfeitos” em propagandas, é uma forma de associar ao produto atributos subjetivos, fazendo com que os consumidores se identifiquem com os “benefícios” do produto, estimulando e facilitando o consumo. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 38 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. (UEL 2009) De acordo com a crítica à “indústria cultural”, na sociedade capitalista avançada, a produção e a reprodução da cultura se realizam sob a égide da padronização e da racionalidade técnica. No contexto dessa crítica, considerando o fast food como produto cultural, é correto afirmar: a) A padronização dos hábitos e valores alimentares obedece aos ditames da lógica material da sociedade industrializada. b) O consumo dos produtos da indústria do fast food e a satisfação dos novos hábitos alimentares contribuem com a emancipação humana. c) A homogeneização dos hábitos alimentares reflete a inserção crítica dos indivíduos na cultura de massa. d) A racionalidade técnica e a padronização dos valores alimentares permitem ampliar as condições de liberdade e de autonomia dos cidadãos. e) A massificação dos produtos alimentares sob os ditames do mercado corresponde à efetiva democratização da sociedade. (UFU 2018) O futebol tornou-se um espetáculo profissional que atualiza rituais, legitimando e justificando o sacrifício de muitos esportistas para uma possível futura profissionalização dos jogadores, ao lado, de uma gama de produtos negociáveis, desde os próprios jogadores, passando por equipamentos esportivos, transmissões televisivas e até álbuns de figurinhas. Os processos de conformação das práticas esportivas do futebol, como apresentado, podem ser analisados pela Sociologia a partir do conceito de A) Indústria Cultural. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 39 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo B) Movimento Social. C) Relativismo Cultural. D) Identidade Social. (UFU 2009) Com relação à chamada cultura de massas ou à mercantilização da cultura, marque a alternativa correta. a) Para os autores da teoria crítica, as modernas sociedades industrializadas desenvolvem uma produção cultural diversificada, produzida pelas massas. Essa produção tem por objetivo a satisfação das necessidades humanas, independentemente da lógica do mercado. b) De acordo com a teoria crítica, as sociedades modernas capitalistas têm como característica fundamental a produção do valor de troca, o que possibilita a existência de uma produção artística e cultural totalmente independente da lógica do mercado. c) Segundo os autores da chamada teoria crítica, há uma tendência, na moderna sociedade capitalista, de transformar tudo em mercadorias, fazendo com que o critério estético das pessoas passe a ser diferente daquele pelo qual as mercadorias são analisadas. Esse outro critério é fundado na exterioridade e na lógica de mercado. d) De acordo com a teoria crítica, há uma tendência na sociedade moderna capitalista de transformar tudo em mercadoria,fazendo com que o critério estético das pessoas passe a ser o mesmo das coisas. Esse critério funda-se na exterioridade e na lógica do mercado. (UFU 2008) Em matéria veiculada na revista CULT (número 115, julho/2007, pp. 46-48), o sociólogo e professor da USP, Laurindo Lalo Leal Filho, assim se manifestou acerca da TV digital no Brasil: ...vozes que se levantam contra a qualidade do serviço prestado pela televisão são contidas sob a alegação de que com a nova tecnologia [TV digital] tudo será diferente [...]. As perspectivas não são muito animadoras. Há fortes indícios de que uma tecnologia, como a da TV digital, capaz de impulsionar a democratização da oferta televisiva, venha a ser apropriada pelos mesmos grupos que sempre controlaram o setor. São empresas operadoras de um serviço público atuando estritamente nos limites da lógica comercial, determinada pela maximização dos lucros [...]. A diversidade da programação ficará, outra vez, posta de lado. Considerando esse ponto de vista, marque a alternativa correta. A) Nenhuma forma de estruturar a mídia televisiva pode ser democrática, pois as relações sociais que a enquadram não podem ser alteradas. B) A diversidade da programação televisiva é a expressão da soberania do telespectador, consumidor de produtos culturais nessa mídia. C) A tecnologia da TV digital democratizará o acesso a um leque mais amplo de abordagens e conteúdos, pois essa tecnologia independe das relações sociais nas quais se insere. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 40 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo D) A mercantilização das relações sociais também se expressa no espaço televisivo, que se serve, também, de estereótipos para fins econômicos. (UFU 2007) Considere a afirmação abaixo e assinale a alternativa que NÃO a completa corretamente. O discurso da publicidade reproduz as práticas de uma cultura de consumo, enfatizando o poder das marcas e se impondo como um modelo totalitário. A manipulação ideológica de noções como beleza, felicidade e a transformação do consumo em condição para a aceitação social são indicativos: A) da constituição do consumo como um discurso coerente, em que a propaganda se coloca como atividade manipuladora de signos. B) de um processo de transformação do próprio consumidor em mercadoria, em que o objeto-signo é agora sujeito. C) da mudança do estatuto do próprio objeto de consumo, que passa a possuir singularidade. D) de que o consumo, ao criar os sentidos do senso comum de forma hegemônica, fortalece as relações sociais. (UENP 2011) Sobre a cultura de massa, a indústria cultural e a pop art, julgue as afirmativas. I. A Pop Art socializou a arte mantendo o engajamento político; em suas obras, o sonho americano se dividiu entre promessa e maldição - já que os avanços tecnológicos capazes de preencher o mercado com uma série de diferentes produtos também contribuíam para a criação de armas e outros objetos que limitavam a liberdade individual. II. Indústria cultural é o nome dado a empresas e instituições que trabalham com a produção de projetos, canais, jornais, rádios, revistas e outras formas de descontração baseadas na cultura, visando o lucro e produzindo cultura de massa. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 41 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo III. O grande fato cultural que cerca a televisão é que, a partir dos anos 50, ela passou a centralizar os debates sobre a cultura de massa da mesma forma que esses debates eram centralizados no cinema nas décadas de 40 e 50, pois quem fala nessas décadas tem como referência os anos dourados de Hollywood. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões): a) nenhuma. b) apenas II. c) todas. d) apenas III. e) apenas I e III. (UNIOESTE 2017) O ensaio “Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, de Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, publicado originalmente em 1947, é considerado um dos textos essenciais do século XX que explicam o fenômeno da cultura de massa e da indústria do entretenimento. É uma das várias contribuições para o pensamento contemporâneo do Instituto de Pesquisa Social fundado na década de 1920, em Frankfurt, na Alemanha. Um ponto decisivo para a compreensão do conceito de “Indústria Cultural” é a questão da autonomia do artista em relação ao mercado. Assim, sobre o conceito de “Indústria Cultural” é CORRETO afirmar. a) A arte não se confunde com mercadoria, e não necessita da mídia e nem de campanhas publicitárias para ser divulgada para o público. b) Não há uniformização artística, pois, toda cultura de massa se caracteriza por criações complexas e diversidade cultural. c) A cultura é independente em relação aos mecanismos de reprodução material da sociedade. d) A obra de arte se identifica com a lógica de reprodução cultural e econômica da sociedade. e) Um pressuposto básico é que a arte nunca se transforma em artigo de consumo. (UEM 2015) No trecho abaixo o sociólogo norte-americano Charles Wright-Mills propõe uma definição para o fenômeno social denominado massa: “No extremo oposto, em uma massa, as pessoas expressam muito menos opiniões do que as recebem; pois a comunidade de públicos torna- se uma coletividade abstrata de indivíduos que recebem ideias dos meios de comunicação em massa. As comunicações prevalecentes organizam-se de uma tal forma que é difícil, ou até impossível, ao indivíduo, replicar imediatamente, ou com qualquer efeito. A concretização da opinião em ação é controlada pelas autoridades que organizam canais para esse tipo de ação. A massa não tem autonomia frente às instituições; ao contrário, agentes t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 42 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo de instituições autorizadas se infiltram nessa massa, reduzindo qualquer autonomia que ela possa ter na formação de opinião através da discussão.” (WRIGHT-MILLS, C. Sociedade de massa. In FERNANDES, H. R. Wright-Mills. Coleção Grandes Cientistas Sociais, São Paulo: Ática, 1985, p.136). Considere o texto acima e as teorias sociológicas sobre indústria cultural e consumo em massa e assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) O controle dos meios de comunicação de massa no Brasil, particularmente das emissoras de rádio e de TV, é obtido por meio de concessões públicas. Contudo, esse processo diz respeito apenas a um mecanismo burocrático, não havendo necessidade de reflexão sociológica sobre as relações entre mídia, sociedade e poder público. 02) Os fenômenos típicos das chamadas sociedades de massa têm nos meios de comunicação um de seus principais protagonistas. 04) Nas sociedades contemporâneas, a opinião generalizada de que um determinado político é honesto ou corrupto ou, ainda, um bom ou mal governante, é fortemente influenciada pelos meios de comunicação de massa. 08) Os intensos conflitos entre opinião pública e meios de comunicação de massa são objeto de discussão de várias correntes da sociologia. 16) As opiniões independentes em relação aos pontos de vista dominantes têm, sobre as massas, a mesma influência que aquelas veiculadas pelos grandes meios de comunicação. (UEM 2015) “Tanto técnica quanto economicamente, a publicidade e a indústria cultural se confundem. Tanto lá como cá, a mesma coisa aparece em inúmeros lugares, e a repetição mecânica do mesmo produto cultural já é a repetição do mesmo slogan propagandístico.” (ADORNO, T. e HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985, p. 153). Considerando acitação e a perspectiva de Adorno e Horkheimer sobre o processo de industrialização da cultura, assinale o que for correto: 01) O conceito de indústria cultural, formulado por Adorno e Horkheimer, se refere ao processo de expansão das relações mercantis sobre as mais diversas formas de produção dos bens culturais. 02) Como observam Adorno e Horkheimer, o progresso da publicidade ajuda as pessoas a se informarem sobre os melhores produtos culturais e a escolherem livremente o que querem comprar. 04) Para Adorno e Horkheimer, o desenvolvimento da indústria cultural fez com que os valores culturais passassem a ser gerados pelo mercado e pelas técnicas publicitárias. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 43 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 08) Segundo Adorno e Horkheimer, o único ramo da indústria cultural que não se corrompeu com a lógica capitalista de produção foi o jornalismo, pois não há como manipular uma notícia. 16) O conceito de indústria cultural define, para Adorno e Horkheimer, o conjunto de práticas capitalistas de produção e consumo que se expressam no modo como as pessoas se relacionam com a cultura. (UEM 2017) “Ver TV é um dos principais deveres do sociólogo. É ali, no mundo tal como ele é visto na TV, que a maioria das pessoas passa boa parte de suas vidas e adquire grande parcela de seu conhecimento do mundo. O Lebenswelt [mundo em que vivemos], o principal objeto de nosso estudo e o principal alvo de nossas mensagens, estaria dolorosamente incompleto hoje se fosse privado dos ingredientes fornecidos pela TV on-line. Recusar-se a ver TV equivale a dar as costas a uma parte considerável, e ainda em crescimento, da experiência humana contemporânea. Essa é uma consideração que deveria orientar e ditar a seleção daquilo que os sociólogos devem ver, e não, lamentavelmente, sua estética ou outras preferências voltadas para a busca do prazer. Mas quem disse que o trabalho dos sociólogos deve ser – está fadado a ser – invariavelmente prazeroso?”. BAUMAN, Z. P. Para que serve a sociologia? Diálogos com Michael Hviid Jacobsen e Keith Tester. Rio de Janeiro: Zahar, 2015, p. 129 e 130. A partir do texto acima e de teorias sociológicas sobre mídias, publicidade e consumo, assinale o que for correto. 01) A televisão, em nossa sociedade, está relacionada ao entretenimento, o que anula o interesse de qualquer pesquisa objetiva sobre a sociedade a partir de sua observação. 02) A análise sociológica de telejornais, telenovelas, programação infantil, pode enfocar, por exemplo, concepções sobre natureza, educação, feminino, velhice e outros temas comunicados a milhares de pessoas. 04) Pesquisar programas televisivos é algo irrelevante para a sociologia contemporânea devido à baixa qualidade da programação. 08) Considerando o caráter subjetivo da pesquisa sociológica, seus praticantes devem se ocupar apenas daquilo que lhes seja agradável. 16) O papel social da TV como meio de expressão, canal midiático e mediador de publicidade e consumo, a torna um fenômeno sociologicamente relevante. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) O comércio soube extrair um bom proveito da interatividade própria do meio tecnológico. A possibilidade de se obter um alto desenho do perfil de interesses do usuário, que deverá levar às últimas consequências o princípio da oferta como isca para o desejo consumista, foi a principal deles. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 44 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo SANTAELLA, L. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulos, 2003 (adaptado). Do ponto de vista das relações sociais de produção, a individualização do produto a partir do interesses dos usuários expressa um modelo a) de nichos de consumidores b) fordista. c) taylorista. d) da sociedade de massas. e) toyotista (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) Do TikTok à imprensa, a espetacularização do Caso Lázaro atrapalha o desfecho da operação Policiais, envolvidos diretamente ou não nas buscas por Lázaro Barbosa, estão viralizando nas redes sociais com vídeos e posts sobre o criminoso. O caso tem sido usado para aumentar significativamente o engajamento dos perfis dos agentes nas redes. Mais um dos sintomas negativos da espetacularização em torno do caso. No Tik Tok, uma publicação do perfil Casal Policial já foi vista mais de 9 milhões de vezes. O vídeo publicado tem poucos segundos e mostra o policial militar, fardado e empunhado uma arma em meio a mata. Na legenda o PM diz: “Estamos vivendo dias difíceis, mas tenha fé, não vamos parar até encontrar o Lázaro! Obrigado pelo apoio”. A midiatização das buscas por Lázaro também avança em outras redes sociais. No Youtube, um vídeo sobre o caso publicado por um Delegado foi visto por mais de 2,6 milhões de pessoas. Um policial integrante da equipe de buscas também usou as redes sociais para mostrar parte da operação em Goiás. O agente tirou uma selfie logo após o resgate de uma família feita de refém por Lázaro. Na publicação, as vítimas aparecem deitadas nas pedras de um rio onde foram encontradas na terça-feira 15. A foto também viralizou nas redes e foi duramente criticada por internautas. Não foram apenas policiais e programas de televisão que se aproveitaram do ‘grande espetáculo’ que se formou em torno do caso. De roupa camuflada, armada com um fuzil e a bordo de um helicóptero, uma parlamentar federal fez um vídeo em que mostrava sua ‘contribuição’ para o caso. A publicação também viralizou nas redes. Especialistas avaliam que a conduta de autopromoção usando os símbolos da polícia nas redes não condiz com o ofício de um policial. A ação é vedada por lei na maior parte dos estados brasileiros, podendo incorrer em crime de improbidade administrativa. “Eu não conheço nenhuma polícia no mundo que permita que seus policiais se comportem dessa maneira”, destaca o professor da FGV-EAESP e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani. A opinião é compartilhada também por Elizeu Soares Lopes, ouvidor das polícias do Estado de São Paulo. “A roupa, a farda, a arma do policial têm que estar dentro de um propósito, de uma estratégia da ação para que ele de fato esteja empenhado. Não se pode fazer uso de instrumentos estatais para autopromoção, seja o prédio da polícia, a viatura”, explica o corregedor. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 45 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo (Carta Capital. Sociedade. 25/Jun/2021. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-espetacularizacao-do-caso-lazaro-atrapalha-o-desfecho-da- operacao/. Acesso em: 07/07/2021. Adaptado). Diante da problemática apresentada, de acordo com a análise dos especialistas em segurança pública é possível afirmar que a) a comunicação de agentes de segurança via redes sociais potencializa a coordenação de políticas públicas de segurança. b) a mobilização de membros do Poder Legislativo na busca pelo criminoso evidencia que a segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos. c) a polícia brasileira não está preparada para campanhas via redes sociais, diferentemente de outras forças de segurança de países de primeiro mundo. d) a espetacularização da temática da violência por meio de ações individuais de agentes de segurança pública corrobora para o desvio do papel institucional da segurança pública. e) a espetacularização da busca pelo criminoso foi imprescindível para a delimitação da área de captura do criminoso. (Estratégia Vestibulares/2021/ProfessoraAle Lopes) A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade capitalista, quando há uma interdependência entre o processo de acúmulo de capital e o processo de acúmulo de imagens. O papel desempenhado pelo marketing, sua onipresença, ilustra perfeitamente bem o que [Guy] Debord quis dizer: das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido por imagens. Mas, se a sociedade do espetáculo só pode ser compreendida dentro do contexto da sociedade capitalista, isso não quer dizer que só nessa forma de vida social ocorre a produção de espetáculos. (COELHO, Cláudio Novaes Pinto. Mídia e poder na sociedade do espetáculo . CULT. Dossiê. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/midia-e-poder-na-sociedade-do-espetaculo/. Acesso em: 10/06/2021) Uma definição mais condizente com as ideias de Guy Debord indica que a sociedade do espetáculo a) é o poder que as imagens exercem sobre as sociedades contemporâneas. b) é a capacidade de massificação do consumo. c) é a forma mercadoria veiculada por propagandas que também são mercadorias e, como tal, criam relações sociais desconectadas da realidade. d) são os efeitos empregados pela publicidade e propaganda para tornar as mercadorias mais atrativas. e) é o conjunto de relações sociais mediadas por imagens que estão intimamente conectadas com as relações de produção e de consumo de mercadorias. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 46 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) Ao longo do século XX, as grandes potências, com destaque para os Estados Unidos, promoveram incursões militares em diversas nações subdesenvolvidas. A charge abaixo lembra desses conflitos. No que diz respeito à relação entre operações militares e mercado, pode-se afirmar que a charge acima expressa a existência de uma estratégia a) de transformar produtos em armas de destruição em massa. b) de buscar apoio financeiro privado para custear operações de guerra. c) direcionada à ajuda humanitária de combate à fome. d) ideológico-cultural com vistas à manutenção da continuidade da dominação com artifícios para criar uma sociedade de consumo. e) nacional-cooperativa, já que as grandes corporações buscaram estabelecer relações de parcerias com governos nacionais após afastarem ameaças comunistas. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) Os reality shows, como o Big Brother, sugerem diversas discussões que atravessam os campos das diversas áreas do conhecimento, como psicologia e sociologia. Isso porque, de forma temporária, os participantes abrem mão de muitos aspectos de sua intimidade e da vida privada. No que diz respeito a uma possível consideração teórica sobre a relação público e participantes é correto afirmar que: a) a capacidade de vigilância dos indivíduos nos reality shows vai ao encontro dos princípios de controle prisional do panopticon, pesquisado por Michel Foucault, porém vai além, já que tudo o que se fala também é vigiado, superando o controle dos corpos e movimentos. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 47 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo b) os conflitos em torno das preferências do público remetem a lutas de classes, pois são feitos juízos de valor permanentemente dos preconceitos que cada participante expressa. c) ao controlar a vida dos participantes, já que é o público quem define a continuidade ou não dos participantes, pode-se sugerir uma relação entre patrão e empregados. d) na medida em que o público define a permanência nos programas, a ação externa sobre os participantes sugere os elementos que compõem um “fato social”. e) já que os participantes desses programas se preocupam com a opinião do público – agradá-la ou não – a interação sugere a teoria das redes, pois há permanente conexão entre os polos. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) Um importante teórico da pós-modernidade é Jean Baudrillard. Ele responsabiliza a mídia eletrônica pela destruição da relação humana com seu passado de modo a criar um mundo caótico e vazio. Na pós-modernidade, a vida social é, acima de tudo, definida por imagens e símbolos. Nosso mundo social teria, segundo Baudrillard, se transformado em um universo de “faz de conta”, determinado por um fluxo das imagens. Assim, interagimos com imagens e não com pessoas ou lugares reais. É uma afirmação que corrobora com o sentido crítico apresentado por Jean Baudrillard: a) a pandemia do Coronavirus tornou sem sentido a interação por imagens, já que as pessoas reduziram o grau de aglomeração e, portanto, de “selfs”. b) a percepção do senso coletivo em torno desse problema tem diminuído o grau de interação em redes sociais com o objetivo de as pessoas manter suas memórias ativas. c) a sociedade seria cada vez mais individualista, a ponto de as pessoas não interagirem. d) o mundo vazio seria aquele em que a sociedade de massas perde sentido. e) as redes sociais têm reafirmado o vazio das personalidades, pois há padrões de beleza e de consumo que são priorizados tanto por algoritmos quanto pelas preferências individuais. 3.1 QUESTÕES DESAFIO: DISCURSIVAS (UFPR 2017) Leia os fragmentos abaixo, reproduzidos de Theodor W. Adorno, do livro intitulado A indústria cultural: Tudo indica que o termo “indústria cultural” foi empregado pela primeira vez no livro Dialética do esclarecimento, que Horkheimer e eu publicamos em 1947, em Amsterdã. Em nossos esboços, tratava-se do problema da cultura de massa. Abandonamos essa última expressão para substituí-la por “indústria cultural”, a fim de excluir de antemão a interpretação que agrada aos advogados da coisa; estes pretendem, com efeito, que se trata de algo como uma cultura surgindo espontaneamente das próprias massas, em suma, da t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 48 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo forma contemporânea da arte popular. Ora, desta arte a indústria cultural se distingue radicalmente. (ADORNO, 1986, p. 92). [...] As mercadorias culturais da indústria se orientam, como disseram Brecht e Suhrkamp há já trinta anos, segundo o princípio de sua comercialização e não segundo seu próprio conteúdo e sua figuração adequada. Toda a prática da indústria cultural transfere, sem mais, a motivação do lucro às criações espirituais. A partir do momento em que essas mercadorias asseguram a vida de seus produtores no mercado, elas já estão contaminadas por essa motivação. (ADORNO, 1986, p. 92) [...] O que na indústria cultural se apresenta como um progresso, o insistentemente novo que ela oferece permanece, em todos os seus ramos, a mudança da indumentária de um sempre semelhante; em toda parte a mudança encobre um esqueleto no qual houve tão poucas mudanças como na própria motivação do lucro desde que ela ganhou ascendência sobre a cultura. (ADORNO, 1986, p. 94) […] A satisfação compensatória que a indústria cultural oferece às pessoas ao despertar nelas a sensação confortável de que o mundo está em ordem frustra-as na própria felicidade que ela ilusoriamente lhes propicia. O efeito do conjunto da indústria cultural é o de uma antidesmistificação, a de um anti-iluminismo; […] Ela impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente. Mas estes constituem, contudo, a condição prévia de uma sociedade democrática, que não poderia salvaguardar e desabrochar senão através de homens não tutelados. (ADORNO, 1986, p. 99) (ADORNO, Theodor W.A indústria cultural. In: COHN, Gabriel (org.). Adorno, Theodor W. São Paulo: Ática, 1986.) Com base nesses fragmentos e nos conhecimentos sociológicos, discorra sobre a indústria cultural, abordando em seu texto os seguintes aspectos: - a razão pela qual Adorno substituiu a expressão “cultura de massa” por “indústria cultural”; - de que forma a prática da indústria cultural transfere a motivação do lucro para as criações espirituais. - o que Adorno quer dizer com a metáfora sobre o progresso da indústria cultural como uma indumentária que recobre um esqueleto. - a relação entre indústria cultural e democracia na perspectiva de Adorno. (UEL 2013) Observe a tirinha a seguir. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 49 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo a) Defina Indústria Cultural, de acordo com Adorno e Horkheimer. b) Aponte dois elementos na tirinha que remetem à atuação dos meios de comunicação de massa. 4. GABARITO 01- C 02- E 03- D 04- E 05- C 06- D 07- A 08- A 09- B 10- B 11- A 12- B 13- A 14- B 15- B 16- C 17- B 18- B 19- E 20- E 21- D 22- B 23- A 24- A 25- D 26- D 27- D 28- C 29- D 30- 14 31- 21 32- 18 33- E 34- D 35- E 36- D 37- A 38- E 39- Discursiva 40- Discursiva t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 50 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 5. QUESTÕES COMENTADAS (ENEM 2018) De certo modo o toxicômano diz a verdade sobre nossa condição social atual, quer dizer, temos a tendência de tornarmo-nos todos adictos em relação a determinados objetos, cuja presença se tornou para nós indispensável. Todas as nossas referências éticas ou morais não têm nada de sério diante do toxicômano, porque fundamentalmente somos viciados como ele. MELMAN, C. Novas formas clínicas no início do terceiro milênio. Porto Alegre: CMC, 2003. No trecho, o autor propõe uma analogia entre o vício individual e as práticas de consumo sustentada no argumento da a) exposição da vida privada. b) reinvenção dos valores tradicionais. c) dependência das novas tecnologias. d) recorrência de transtornos mentais. e) banalização de substâncias psicotrópicas. Comentários O texto faz referência a objetos considerados indispensáveis para a vida atual ou, pelos menos, que já estão completamente inseridos de forma crônica no cotidiano social. E eu pergunto: qual é o objeto que você acorda com ele, vai ao banheiro com ele, está com ele no ônibus, no metro, no carro, em alguma fila? O celular, claro. Assim, combinando esse raciocínio com a ideia do título (“terceiro milênio”), e olhando para as alternativas, dá para perceberá que a nova dependência em questão é da tecnologia. Vamos à análise das alternativas: a) A comparação é com toxicômanos, ou seja, pessoas que são dependentes de produtos tóxicos (proibidos ou não). b) Não tem relação com o texto. c) Pelo comentário, é nosso gabarito. d) Fala-se em vício e não em transtornos mentais. e) Não é exatamente sobre substâncias que se trata, mas sobre vícios de um modo geral, de objetos tecnológicos, inclusive. Gabarito: C (ENEM 2016) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 51 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo A tirinha compara dois veículos de comunicação, atribuindo destaque à a) resistência do campo virtual à adulteração de dados. b) interatividade dos programas de entretenimento abertos. c) confiança do telespectador nas notícias veiculadas. d) credibilidade das fontes na esfera computacional. e) autonomia do internauta na busca de informações. Comentários a) ERRADA – a tirinha não menciona a resistência da internet em adulterar dados. b) ERRADA – embora a interatividade na internet seja maior, a tirinha não dá destaque a isso. c) ERRADA – a palavra “manipular” sugere que o personagem que a profere não confia nas notícias veiculadas. d) ERRADA – assim como na alternativa acima, podemos perceber que a tirinha, ao falar sobre “manipulação”, não pretende destacar a credibilidade da internet. e) CORRETA – por mais que a tirinha apareça como uma crítica à ação dos veículos de comunicação, ela sugere que, na internet, a mobilidade do usuário é maior e, por isso, sua autonomia seja exercida em certa medida. Gabarito: E (ENEM 2016) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 52 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Analisar o processo atual de circulação e de armazenamento de determinados bens culturais diante da transformação decorrente do impacto de novas tecnologias indica que hoje a) as músicas e os textos têm privilegiado um formato digital, tornando inadmissível sua acumulação. b) a rede mundial de computadores acaba com o chamado direito autoral, que é inaplicável em relações virtuais. c) a segurança e a inclusão digital são problemas, expondo a impossibilidade de realizar um comércio feito on-line. d) as mídias digitais e a internet permitiram maior fluxo desses produtos, pois seu acúmulo independe de grandes bases materiais. e) a pirataria é o recurso utilizado pelos consumidores, visto que são impedidos de adquirir legalmente algo desprovido de suporte físico. Comentários a) o erro está em “inadmissível sua acumulação”, pois, por mais que o formato digital seja eficiente, isso não significa uma substituição completa. A própria charge indica que há tanto o meio físico quanto o digital. b) falso, pois os direitos autorais permanecem, de modo que o “direito” também abrange as relações online. c) errado, não são problemas. Veja que a charge sugere que é possível armazenar mais discos por meio do formato digital. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 53 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo d) correto, é o gabarito. Embora a charge tenha tom irônico, ela reflete uma prática que ganhou espaço com o tempo. Antes havia o Disco LP e as fitas K7, depois veio o CD, mais adiante o pen drive e mp3 e, agora, já é possível fazer armazenamentos em nuvens online. e) falso, não está claro que a menina da charge faz uso de pirataria, além de a afirmação generalizar. E fato que existe pirataria, mas não são todas as relações que são por meio da ilegalidade. Gabarito: D (ENEM 2016) Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro; Zahar, 1985 A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a) a) legado social. b) patrimônio político. c) produto da moralidade. d) conquista da humanidade. e) ilusão da contemporaneidade Comentários Essa questão é bem simples. O texto-base gera todo o subsídio necessário para responde-la. A) INCORRETA – essa alternativa é, dentre as incorretas, a que mais se assemelha à correta, principalmente pelo que diz a primeira frase do excertotrazido no enunciado. A dúvida que surge a partir da relação entre os termos “legado” e “herança” é bem razoável aqui. Mas veja que a questão se dirige diretamente à noção de “liberdade de escolha”, e não à noção de “indústria cultural”, que é de fato o que assume uma herança segundo o texto. Em se tratando de liberdade de escolha, não podemos alegar que isso constitui-se como legado social. B) INCORRETA – Adorno e Horkheimer criticam a indústria cultural e tratam seus produtos como produtos que enfraquecem os laços sociais e políticos. Nesse sentido, não podemos inferir que a “liberdade de escolha” seja concebida por esses autores como um patrimônio. C) INCORRETA – em certa medida existe um peso moral nas estratégias de mercado que fomentam a liberdade de escolha. Mas esse não é eixo central da crítica de Adorno e Horkheimer. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 54 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo D) INCORRETA – o caráter massificador dos projetos da indústria cultural desconecta totalmente a liberdade escolha no capitalismo e a ideia de “conquista”. Ao dizer que a liberdade de escolha na contemporaneidade é, na verdade, a liberdade para escolher sempre a mesma coisa, Adorno e Horkheimer estão se referindo a uma derrota, e não a uma conquista. E) CORRETA – o texto-base deixa claro que a liberdade de escolha está relacionada a uma grande e completa ilusão. Gabarito: E (ENEM 2015) Falava-se, antes, de autonomia da produção significar que uma empresa, ao assegurar uma produção, buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o fato gerador do consumo seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o consumidor antes mesmo de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000 (adaptado). O tipo de relação entre produção e consumo discutido no texto pressupõe o(a) a) aumento do poder aquisitivo. b) estímulo à livre concorrência. c) criação de novas necessidades. d) formação de grandes estoques. e) implantação de linhas de montagem. Comentários Aqui temos outra questão sobre a complexidade da indústria cultural. Interessante que a análise do professor Milton Santos indica que há uma antecipação das empresas na medida em que elas geram o tipo de consumo, como se já direcionassem os consumidores antes mesmo de um produto ser criado. Veja, então, que a relação produção → meios de comunicação/propaganda assume um novo patamar, já que, primeiro aparece a propaganda, o despertar do desejo de uma futura compra. Um exemplo são os aparelhos smartphone de gerações futuras e videogames, os quais começam a ser anunciados, geram expectativas e, quando são lançados, filas e mais filas são formadas para a compra. a) INCORRETA – O texto em momento algum fala sobre o poder aquisitivo dos consumidores. b) INCORRETA – Como as empresas em questão acabam por manipular o gosto dos espectadores, a livre concorrência é enfraquecida. Se os gostos e necessidades das pessoas passam a ser construídos pelos meios de comunicação, a livre concorrência deixa de fazer sentido, já que ela se sustenta sobre a ideia de que ganha mais a empresa que melhor atende as necessidades dos clientes. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 55 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo c) CORRETA – O que Milton Santos sugere no texto é que as necessidades de consumo passam a ser formuladas pelos veículos de comunicação, que se beneficiam com o patrocínio de empresas que anunciam seus produtos para o público certo, manipulado. d) INCORRETA – O texto não faz menção a formação de grandes estoques. e) INCORRETA – Por mais que o assunto tratado no texto tenha relação com a produção em larga escala, o foco do excerto apresentado não é esse. Gabarito: C (ENEM 2014) Para o sociólogo Don Slater, as pessoas compram a versão mais cara de um produto não porque tem maior valor de uso do que a versão mais barata, mas porque significa status e exclusividade; e, claro, esse status provavelmente será indicado pela etiqueta de um designer ou de uma loja de departamentos. BITTENCOURT, R. Sedução para o consumo. Revista Filosofia, n. 66, ano VI, dez. 2011. Os meios de comunicação, utilizados pelas empresas como forma de vender seus produtos, fazem parte do cotidiano social e têm por um de seus objetivos induzir as pessoas a um(a) a) vida livre de ideologias. b) pensamento reflexivo e crítico. c) consumo desprovido de modismos. d) atitude consumista massificadora. e) postura despreocupada com estilos. Comentários Aqui temos uma questão clássica em torno do debate da indústria cultural, pois a pergunta cobra o conhecimento que articula consumo e mídia. Veja, para aumentar o consumo é preciso propaganda. a) falso, pois os meios de comunicação produzem ideologia. b) errado, pois, para a prática do consumismo, o melhor é não ter espaço para crítica. Do contrário, corre-se o risco de as pessoas não comprarem. O plano das empresas é vender de modo que o consumidor “nem pense”, deixe o instituto dos desejos falar mais alto. c) errado, pois é preciso a moda para que haja o impulso para o consumo. d) certo, pois as propagandas via meios de comunicação tratam os consumidores como uma grande massa em potencial. e) errado, pois faz parte do planejamento da indústria cultural pensar no melhor estilo para atingir os consumidores. Gabarito: D (ENEM 2014) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 56 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Alternativas ao tipo de consumo cultural apresentado nas tiras resultariam de a) democratização do acesso a outras esferas de produção cultural. b) emissoras comprometidas com princípios cívicos. c) censura moralista diante das informações veiculadas. d) acesso da população aos canais de sinal fechado. e) movimento das Igrejas cristãs em defesa da família. Comentários O centro da tirinha é a crítica ao poder que a mídia televisiva provoca, sendo que, em todos os quadrinhos, a TV aparece como co-protagonista, embora não “fale” nada. Para que as pessoas saiam dessa lógica aprisionante são necessárias alternativas que compitam com o “lazer” proporcionado pela televisão. Garfiled não chega a essa reflexão, ele aceita a condição de alienado. Quem quer saber se você conhece uma forma de quebrar o círculo vicioso é o examinador. Agora a, não é qualquer alternativa à TV, mas uma que seja alternativa “ao tipo de consumo cultural” da TV, conforme o enunciado. a) correto, pois aqui temos uma forma alternativa de gerar competitividade com a mídia alienante. b) não é o compromisso cívico que pode resultar em alternativa, pois mesmo se todas as emissoras praticarem o compromisso cívico de forma padronizada haverá um outro tipo de alienação. A desalienação em questão necessita de diversidade. c) errado, pois, aí, se estaria formando um ambiente autoritário. d) errado, pois isso mantém a lógica alienante. e) errado, já que essa é uma visão de mundo e, como disso, é preciso pluralidade. Gabarito: A t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 57 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo (ENEM 2013) A charge revela uma crítica aos meios de comunicação, em especial à internet, porque a) questiona a integração das pessoasnas redes virtuais de relacionamento. b) considera as relações sociais como menos importantes que as virtuais. c) enaltece a pretensão do homem de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. d) descreve com precisão as sociedades humanas no mundo globalizado. e) concebe a rede de computadores como o espaço mais eficaz para a construção de relações sociais Gabarito: A (ENEM 2010) A chegada da televisão A caixa de pandora tecnológica penetra nos lares e libera suas cabeças falantes, astros, novelas, noticiários e as fabulosas, irresistíveis garotas-propaganda, versões modernizadas do tradicional homem-sanduíche. SEVCENKO, N. (Org). História da Vida Privada no Brasil 3. República: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Cia das Letras, 1998. A TV, a partir da década de 1950, entrou nos lares brasileiros provocando mudanças consideráveis nos hábitos da população. Certos episódios da história brasileira revelaram que t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 58 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo a TV, especialmente como espaço de ação da imprensa, tornou-se também veículo de utilidade pública, a favor da democracia, na medida em que a) amplificou os discursos nacionalistas e autoritários durante o governo Vargas. b) revelou para o país casos de corrupção na esfera política de vários governos. c) maquiou indicadores sociais negativos durante as décadas de 1970 e 1980. d) apoiou, no governo Castelo Branco, as iniciativas de fechamento do parlamento. e) corroborou a construção de obras faraônicas durante os governos militares. Gabarito: B (ENEM 2010) Eu não tenho hoje em dia muito orgulho do Tropicalismo. Foi sem dúvida um modo de arrombar a festa, mas arrombar a festa no Brasil é fácil. O Brasil é uma pequena sociedade colonial, muito mesquinha, muito fraca. VELOSO, C. In: HOLLANDA, H. B.; GONÇALVES, M. A. Cultura e participação nos anos 60. São Paulo: Brasiliense, 1995 (adaptado) O movimento tropicalista, consagrador de diversos músicos brasileiros, está relacionado historicamente a) à expansão de novas tecnologias de informação, entre as quais, a Internet, o que facilitou imensamente a sua divulgação mundo afora. b) ao advento da indústria cultural em associação com um conjunto de reivindicações estéticas e políticas durante os anos 1960. c) à parceria com a Jovem Guarda, também considerada um movimento nacionalista e de crítica política ao regime militar brasileiro. c) ao crescimento do movimento estudantil nos anos 1970, do qual os tropicalistas foram aliados na crítica ao tradicionalismo dos costumes da sociedade brasileira. e) à identificação estética com a Bossa Nova, pois ambos os movimentos tinham raízes na incorporação de ritmos norte-americanos, como o blues. Gabarito: B (UNESP 2019) A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade capitalista, quando há uma interdependência entre o processo de acúmulo de capital e o processo de acúmulo de imagens. O papel desempenhado pelo marketing, sua onipresença, ilustra perfeitamente bem o que Guy Debord quis dizer: das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido por imagens. Assim como o conceito de “indústria cultural”, o conceito de “sociedade do espetáculo” faz t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 59 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo parte de uma postura crítica com relação à sociedade capitalista. São conceitos que procuram apontar aquilo que se constitui em entraves para a emancipação humana. (Cláudio N. P. Coelho. “Mídia e poder na sociedade do espetáculo”. https://revistacult.uol.com.br. Adaptado.) Segundo o texto, a) a transformação da cultura em mercadoria é uma característica fundamental desse fenômeno social. b) a padronização da estética pela sociedade do espetáculo restringe-se ao campo da publicidade. c) a hegemonia do espetáculo desempenha papel fundamental na formação da autonomia do sujeito. d) o universo estético de produção das imagens não é determinado pela base material da sociedade. e) o conceito de sociedade do espetáculo realiza uma reflexão contestadora sobre a indústria cultural. Comentários a) A noção de sociedade do espetáculo está diretamente relacionada com uma visão marxista da sociedade. Por essa lógica, existe, na sociedade capitalista, um processo de coisificação, simplificando as relações sociais a meras relações econômicas. Assim, a cultura é um dos elementos que é transformado em mercadoria, podendo ser comercializada e produzindo lucro para a burguesia. Assim, a letra A é o nosso gabarito. b) o erro está na ideia de “restrição” ao campo da publicidade, pois o texto afirma que a mercantilização acontece em muitas esferas do campo da vida. c) errado, pois a hegemonização do espetáculo provoca a inferiorização dos seres. d) falso, pois também o é: as trocas econômicas e os processos produtivos ajudam a determinar o tipo de sociedade consumista que se molda. e) cuidado, a alternativa sugere que um conceito nega o outro, quando na verdade eles são próximos, isto é, possuem o mesmo ponto de partida para a crítica. Gabarito: A (UNESP 2018) Texto 1 O fato de a exposição Queermuseu ter sofrido uma série de retaliações de setores fascistas e reacionários do Brasil, conhecidos por suas posições homofóbicas, racistas e classistas, faz com que seja importante trazer outras camadas para esse debate. Os ataques à mostra se deram não somente na internet, mas também na própria exposição – onde o público visitante era constrangido com a presença de manifestantes a favor do fechamento da exposição. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 60 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo (Tiago Sant’Ana. “’Queermuseu’: a apropriação que acabou em censura”. Le Monde Diplomatique, 18.09.2017. Adaptado.) Texto 2 A diretora Daniela Thomas apresentou seu filme, Vazante, que fala sobre escravidão, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ela foi duramente questionada no debate a partir de questões que não falam de aspectos estéticos propriamente, mas sobre procedimentos escolhidos para fazer a obra: “você não incluiu pessoas negras na produção, você não teve consultoria de negros para o Roteiro”. Chegou-se a sugerir que Daniela não exibisse o filme comercialmente, que ele não fosse colocado nas salas de cinema. A censura está muito presente e ela não é só uma vontade ou um movimento que parte do ponto de vista da direita, mas também da esquerda. (Rodrigo Cássio. “Conversa entre professores: a censura não tem lado”. www.adufg.org.br, 09.11.2017. Adaptado.) A partir da análise dos textos 1 e 2, depreende-se que ambos os acontecimentos a) ilustram uma posição exclusivamente conservadora e de direita em relação à arte. b) basearam-se em critérios externos ao universo estético. c) fundamentaram-se em questões técnicas próprias ao campo das artes. d) evidenciam manifestações antiautoritárias e a favor da liberdade. e) foram marcados pelo respeito à autonomia estética. Comentários a) falso, pois os dois textos explicam que há patrulhamento ideológico dos dois lados, da esquerda e da direita. b) Veja, ambos os acontecimentos revelam uma forma de censura de setores da população em relação a objetos artísticos. Isso mostra como os critérios valorativos de obras de arte muitas vezes vão além do que se considera tradicionalmente como “arte”, pois revelam preconceitos, posições de classe e concepções ideológicas. Assim, de fato, há critérios externos ao universoestético para se avaliar (ou “julgar”) tal ou qual manifestação artística. c) Não foram questões técnicas, mas ideológicas e políticas. d) Pelo contrário, as posições demonstram um pensamento autoritário sobre o que se deve ser considerado arte ou, no mínimo, o que não se deve ser considerado arte. e) Não, pois, conforme comentários da alternava B, os critérios estéticos foram deixados de lado. Gabarito: B (UNESP 2018) A mídia é estética porque o seu poder de convencimento, a sua força de verdade e autoridade, passa por categorias do entendimento humano que estão pautadas na t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 61 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo sensibilidade, e não na racionalidade. A mídia nos influencia por imagens, e não por argumentos. Se a propaganda de um carro nos promete o dom da liberdade absoluta e não o entrega, a propaganda política não vai ser mais cuidadosa na entrega de suas promessas simbólicas, mesmo porque ela se alimenta das mesmas categorias de discurso messiânico que a religião, outra grande área de venda de castelos no ar. (Francisco Fianco. “O desespero de pensar a política na sociedade do espetáculo”. http://revistacult.uol.com.br, 11.01.2017. Adaptado.) Considerando o texto, a integração entre os meios de comunicação de massa e o universo da política apresenta como implicação a) a redução da discussão política aos padrões da propaganda e do marketing. b) a ampliação concreta dos horizontes de liberdade na sociedade de massas. c) o fortalecimento das instituições democráticas e dos direitos de cidadania. d) o apelo a recursos intelectuais superiores de interpretação da realidade. e) a mobilização de recursos simbólicos ampliadores da racionalidade. Comentários a) correto, porque o texto afirma que a esfera da política se adequa à estética dos padrões de propaganda e marketing. Uma estratégia que seria condizente com o tipo de interesse que é despertado em ambientes que dependem da imagem. b) errado, primeiro porque a “ampliação concreta dos horizontes de liberdade” é algo muito grande para promessas políticas; segundo, o autor exemplifica a relação expectativa e realidade a partir do discurso da liberdade e isso não significa uma ampliação real da liberdade. Por fim, se a sociedade é de massas, já há um limitador intrínseco à ampla liberdade, pois a sociedade de massas, no mínimo, anula possibilidades de liberdade individual, quanto mais uma liberdade ampla. c) falso, pois essa questão não é abordada no texto, há um destaque para a mídia e os meios de comunicação. d) errado, pois em nenhum momento há esse argumento. e) falso, pois o autor sustenta que o ambiente da propaganda e do marketing dão menos espaço para a racionalidade de mais espaço para a sensibilidade. Gabarito: A (UNESP 2016) Defendo a liberdade de expressão irrestrita, mesmo depois desse trágico evento em que os cartunistas do jornal satírico “Charlie Hebdo” foram mortos, além de outras pessoas em um mercado kosher, em Paris. [...] Sou intransigente no que diz respeito à liberdade de expressão de cada um: e sou ainda mais intransigente quando matam em nome de Alá, de Maomé, de t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 62 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Cristo, de comunismo, de nazismo, de fascismo etc. Caricaturar nunca é crime. Caneta e lápis não matam. Exageram, humilham, fazem rir, mas não matam. (Gerald Thomas. “as. “Quem ri por último ri melhor”. Folha de S.Paulo, 17.01.2015.) O argumento defendido no texto está baseado na a) valorização do caráter absoluto de todo tipo de simbologia teológica e religiosa. b) primazia de princípios originalmente burgueses e liberais no campo da cultura. c) utopia comunista da igualdade econômica e da liberdade de expressão. d) depreciação do livre-arbítrio, em favor de uma concepção totalitária de mundo. e) defesa intransigente de restrições para o exercício da autonomia de pensamento. Comentários a) Não, pois o que o autor valoriza de forma mais absoluta é a liberdade de expressão. b) Sim, pois a ideia de liberdade, tal como ele defende é a mesma da concepção liberal burguesa, isto é, sem restrições, desvinculada de aspectos morais, religiosos, e despreocupada com consequências maiores, como a que levou ao massacre ao jornal “Charlie Hebdo”. O que ele condena é o abuso religioso e dogmático no combate à liberdade. c) O texto não tem referências à noção de igualdade econômica, além disso, há uma sugestão crítica aos comunistas, os quais também não tolerariam críticas satíricas. d) Pelo contrário, o autor valoriza a liberdade e critica a visão totalitária do mundo. e) Igualmente errada a afirmação, pois ele prega a mais ampla liberdade. Gabarito: B (UNESP 2015) Analise as charges. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 63 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo As charges permitem que se faça uma abordagem ao mesmo tempo crítica e irônica dos meios de comunicação de massa e da vida nas cidades no período atual. Dentre os assuntos que podem ser diretamente associados aos problemas abordados pelas charges estão: a) o cumprimento pelos meios de comunicação de seu papel de noticiar o real cotidiano das cidades e o fortalecimento da segurança pública em detrimento da privada. b) o papel da mídia na propagação da sensação de insegurança junto à população e o surgimento de atividades, produtos e serviços vinculados à segurança privada. c) a influência restrita dos meios de comunicação sobre o cotidiano das cidades e a produção de um novo urbanismo expresso na valorização dos espaços públicos. d) a influência passiva da mídia sobre o comportamento e a vida das pessoas nas cidades e a regressão de produtos, serviços e atividades ligadas à segurança privada. e) a difusão de informações sensacionalistas pela mídia e a intensificação da convivência entre pessoas na cidade. Comentários a) Falso, pois há uma critica a falta de segurança pública. b) A alternativa B é a única correta. A sensação de insegurança da população é construída socialmente, sendo reforçada de forma bastante importante pela mídia. Isso acaba por gerar um processo de perda do espaço público, em que os cidadãos se refugiam em t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 64 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo condomínios e locais vigiados e murados, os produtos e serviços vinculados à segurança privada. c) Errado, pois os espaços valorizados são os privados: tanto o do condomínio, quanto o da casa em si. d) A mídia influencia ativamente vida das pessoas, por isso, afirmação errada. e) As duas charges indicam uma maior desagregação da vida em sociedade, seja porque a TV reafirma isso, seja porque há uma barreira física expressa no condomínio particular. Gabarito: B (UNESP 2015) “A revista Vogue trouxe um ensaio na sua edição kids com meninas extremamente jovens em poses sensuais. Eu digo que, enquanto a gente continuar a tratar nossas crianças dessa maneira, pedofilia não será um problema individual de um ‘tarado’ hipotético, e sim um problema coletivo, de uma sociedade que comercializa sem pudor o corpo de nossas meninas e meninos”, afirmou a roteirista Renata Corrêa. Para a jornalista Vivi Whiteman, a moda não é exatamente o mais ético dos mundos e não tem pudores com nenhum tipo de sensualidade. “A questão é que, num ensaio de moda feito para vender produtos e comportamento, não há espaço para teoria, nempara discussão, nem para aprofundar nada. Não é questão de demonizar a revista, mas de fato é o caso de ampliar o debate sobre essa questão”. (Maíra Kubík Mano. “Vogue Kids faz ensaio com crianças em poses sensuais e pode ser acionada pelo MP”. CartaCapital, 11.09.2014. Adaptado.) No texto, a pedofilia é abordada a) segundo critérios relativistas questionadores da validade de normas absolutas no campo da sexualidade. b) de acordo com parâmetros jurídicos que atestam a criminalização desse tipo de comportamento. c) a partir dos imperativos de mercantilização do corpo e da cultura, em detrimento de aspectos éticos e morais. d) de acordo com critérios patológicos, que tratam esse fenômeno como distúrbio de comportamento. e) sob um ponto de vista teológico, fundamentado na condenação cristã à sexualidade como forma de prazer. Comentários O texto faz uma crítica à forma como a moda se utiliza do corpo das meninas e dos meninos, afirmando que a sua intenção é vender produtos, quase não havendo espaço para reflexão ética: “uma sociedade que comercializa sem pudor o corpo de nossas meninas e meninos”. Nesse sentido, há uma crítica à mercantilização do corpo a qual degenera aspectos mínimos da ética e da moral. Por isso, o gabarito é a C. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 65 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo a) Não há critérios relativistas no texto, pois a autora assume um lado de crítica à forma como que as crianças são apresentadas no mundo da moda. b) Não há colocações jurídicas em destaque, mas uma crítica à mercantilização do corpo a partir de um olhar ético e moral. d) aqui no texto a pedofilia é abordada como um problema social e não como um distúrbio patológico. e) também está errada, pois essa temática da relação entre perspectiva religiosa e pedofilia não é abordada no texto. Gabarito: C (VUNESP/2015) Leia o texto a seguir. A televisão se tornou ubíqua e está tão arraigada na rotina da vida cotidiana que a maioria das pessoas simplesmente a considera uma parte integral da vida social. Assistimos TV, falamos sobre programas com amigos e familiares, e organizamos nosso tempo de lazer em torno do horário da televisão. A ‘caixa no canto’ fica ligada enquanto estamos fazendo outras coisas e parece proporcionar um pano de fundo essencial para a vida que transcorre. (Anthony Giddens. Sociologia. 6a Ed. Porto Alegre: Penso, 2012) * Ubíqua – que está ou existe ao mesmo tempo em toda parte; onipresente Qual o papel da mídia na sociedade contemporânea? (A) A mídia transmite informações sobre a sociedade, contribuindo para a redução das desigualdades regionais. (B) A mídia transmite informações e forja valores comuns; ocupa papel estratégico na disseminação do consumismo em nossa sociedade. (C) A mídia transmite informações e conhecimentos imparciais e é responsável pela elevação cultural da nossa sociedade. (D) A mídia contribui para a difusão da cultura local e é responsável pela preservação da cultura nacional. (E) A mídia contribui para a difusão de conhecimentos socialmente produzidos e contribui para elevação da consciência política da população. Comentários Na sessão 2.2 de nossa aula vimos o quanto a mídia, como responsável pela sustentação de uma cultura consumista, atua promovendo uma espécie de ação política que tem como objetivo principal homogeneizar a forma de pensar e de agir. Tendo isso em vista, podemos dizer o seguinte sobre cada alternativa: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 66 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo a) ERRADA – como difusora de ideias que preveem homogeneização dos padrões de consumo, a mídia não pode ser encarada como instituição que contribui para redução de desigualdades; b) CORRETA – numa perspectiva crítica, como a que apresentamos na aula, a mídia forja valores comuns quase totalmente sintonizados com a lógica do consumo. c) ERRADA – a “elevação cultural da sociedade” não pode ser promovida pela mídia. Lembre- se: é preciso entender que os meios de comunicação, sejam eles jornalísticos ou publicitários, não têm outro objetivo a não ser produzir algo que remeta a MASSIFICAÇÃO da cultura na sociedade. d) ERRADA – a mídia não é responsável pelo movimento de preservação de um modo nacional ou regional de pensar e agir. Quando vimos como essa instituição atua articulando um patrocínio do American Way of Life, isso fica mais claro. e) ERRADA – existe, na mídia, a veiculação de conhecimento socialmente produzido. O problema é a que o caráter desse conhecimento é essencialmente trivial, o que corrobora a alienação e não a tomada de consciência política. Gabarito: B (UNESP 2014) Os reality shows são hoje para a classe mais abastada e intelectualizada da sociedade o que as novelas eram assim que se popularizaram como produto de cultura massificada: sinônimo de mau gosto. Com uma maior aceitação das novelas na esfera dos críticos da mídia, o reality show segue agora como gênero televisivo mundial, transmitido em horário nobre, e principal símbolo da perda de qualidade do conteúdo televisivo na sociedade pós-moderna. Os reality shows personificam as novas formas de identificação dos sujeitos nas sociedades pós- modernas. Programas como o BBB são movidos pelas engrenagens de uma sociedade exibicionista e consumista, que se mantém vendendo ao mesmo tempo a proposta de que cada um pode sair do anonimato e conquistar facilmente fama e dinheiro. (Sávia Lorena B. C. de Sousa. O reality show como objeto de reflexão cultural. observatoriodaimprensa.com.br) Sobre a relação entre os meios de comunicação de massa e o público consumidor, é correto afirmar que: a) a qualidade da programação da tv não é condicionada pelas demandas e desejos dos consumidores culturais. b) o reality show é uma mercadoria cultural relacionada com processos emocionais de seu público. c) os critérios estéticos independem do nível de autonomia intelectual dos consumidores. d) no caso dos reality shows, a televisão estimula a capacidade de fruição estética do público consumidor. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 67 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo e) os programadores priorizam aspectos formativos relegando o entretenimento a uma condição secundária. Comentários Falso, pois o texto deixa claro que há uma identidade entro aquilo que é produzido e os consumidores do produto. Correto, é nosso gabarito. Pode-se dizer que os reality shows são um produto da indústria cultural: são uma mercadoria pasteurizada e padronizada que cria nos indivíduos um prazer alienante e conformista com a estrutura social vigente, não contribuindo para a transformação social, tampouco para a capacidade crítica da população. É sob essa perspectiva que esta alternativa é considerada como correta. Além disso, o trecho abaixo evidencia o que é afirmado: “Programas como o BBB são movidos pelas engrenagens de uma sociedade exibicionista e consumista, que se mantém vendendo ao mesmo tempo a proposta de que cada um pode sair do anonimato e conquistar facilmente fama e dinheiro”; Pelo contrário, o tipo de estética do programa é escolhido levando em consideração o tipo e consumidor. Não, o autor do texto deixa claro que esse tipo de programa expressa um “símbolo da perda de qualidade do conteúdo”. Errado, a lógica dos realitys é o consumo, depois pensa-se em aspectos como capacidade informativa. Gabarito: B (UNESP 2014) Não somente os tipos das canções de sucesso, os astros, as novelas ressurgem ciclicamente como invariantes fixos, mas o conteúdo específicodo espetáculo só varia na aparência. O fracasso temporário do herói, que ele sabe suportar como bom esportista que é; a boa palmada que a namorada recebe da mão forte do astro, são, como todos os detalhes, clichês prontos para serem empregados arbitrariamente aqui e ali e completamente definidos pela finalidade que lhes cabe no esquema. Desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado, e, ao escutar a música ligeira, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. O número médio de palavras é algo em que não se pode mexer. Sua produção é administrada por especialistas, e sua pequena diversidade permite reparti-las facilmente no escritório. (Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. “A indústria cultural como mistificação das massas”. In: Dialética do esclarecimento, 1947. Adaptado. O tema abordado pelo texto refere-se a) ao conteúdo intelectualmente complexo das produções culturais de massa. b) à hegemonia da cultura americana nos meios de comunicação de massa. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 68 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo c) ao monopólio da informação e da cultura por ministérios estatais. d) ao aspecto positivo da democratização da cultura na sociedade de consumo. e) aos procedimentos de transformação da cultura em meio de entretenimento. Comentários a) Errado, o texto destaca certa previsibilidade do que as produções culturais de massa apresentam, portanto, algo simples. b) Não há essa especificação aos EUA no texto. Pode-se entender que a crítica à produção de massa é algo comum em vários países. c) O texto não faz referência ao monopólio estatal sobre meio de cultura de massa. d) Há mais ênfase em aspectos negativos do que positivos. Aliás, esse e um tipo de alternativa que você, só por bater o olho nos autores e no tema central “industrial cultural”, já sabe que alguma crítica sairá. e) Repara que padronizar as produções culturais no sentido de torná-las aprazíveis e massificadas é transformar a cultura em mero entretenimento. Adorno e Horkheimer desenvolvem o termo indústria cultural para mostrar como esse processo ocorre. Gabarito: E (UNESP 2013) Em um documento rubricado pela Rede Global de Academias de Ciência (IAP), um grupo de pensadores da comunidade científica com sede em Trieste (Itália) que engloba 105 academias de todo o mundo alerta pela primeira vez sobre os riscos do consumo nos países do Primeiro Mundo e a falta de controle demográfico, principalmente nas nações em desenvolvimento. Na declaração da comunidade científica se indica que as pautas de consumo exacerbado do Primeiro Mundo estão se deslocando perigosamente para os países em desenvolvimento: os milhões de telefones celulares e toneladas de “junk food” que invadem os lares pobres são claros indicadores dessa problemática. A ausência nos países pobres de políticas de planejamento familiar ou de prevenção de gravidezes precoces acaba de configurar um sombrio cenário de superpopulação. “Trata-se de dois problemas convergentes que pela primeira vez analisamos de forma conjunta”, afirma García Novo. (Francho Barón. El País, 16.06.2012. Adaptado.) Um dos problemas relatados no texto está relacionado com a) a supremacia de tendências estatais de controle sobre a economia liberal. b) o aumento do nível de pobreza nos países subdesenvolvidos. c) a hegemonia do planejamento familiar nos países do Terceiro Mundo. d) o declínio dos valores morais e religiosos na era contemporânea. e) o irracionalismo das relações de consumo no mundo atual. Comentários t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 69 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo a) errado, porque é o contrário. A ausência de políticas públicas e de planejamento familiar orientado por ações estatais faz com que a economia impere e passe a determinar consumo e crescimento populacional. b) o aumento do nível de pobreza é uma realidade em países subdesenvolvidos, mas, repare, é uma das consequências da lógica de consumo capitalista. Então, essa afirmação foge ao problema principal apresentado no texto do enunciado, qual seja, o das relações de consumo. c) errado, pois há falta de planejamento. d) errado, pois não é abordada essa questão no texto do enunciado. e) é o nosso gabarito, pois a afirmação vai na “ferida” e sintetiza na ideia de irracionalidade a falta de planejamento e de políticas. É uma alternativa mais abrangente do que a b), por exemplo, e dá conta de emitir uma opinião coerente com os argumentos do trecho do texto. Gabarito: E (UNESP 2012) Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. A França deve ser considerada em sua história não somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas também segundo o comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão em massa, e em sua colonização oprimiu povos e negou suas aspirações à emancipação. Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos considerar uma cultura não somente segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob esses ideais. (Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.) No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve a) reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo ocidental sobre outras culturas. b) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da Revolução Francesa na história. c) argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores culturais. d) uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental e outras culturas na história. e) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa. Comentários t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 70 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo A chave para responder a esta questão é o trecho: “Devemos considerar uma cultura não somente segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob esses ideais”. a) O autor não faz reflexões elogiosas, mas críticas, pois o pensamento europeu foi capaz de produzir grandes atrocidades. b) Não é idealista na medida em que o autor expõe tanto o lado ideal, de fato, da liberdade, igualdade e fraternidade, quanto o comportamento escravocrata, colonialista e menor das sociedades europeias. c) Não é isso que o autor aborda nesse trecho, ele faz uma referência à forma de entendimento mais geral das culturas e defende que cada nação deve se buscar nas demais aquilo que de melhor é cada uma possui: “simbiose do melhor de todas as culturas”. d) Morin propõe uma análise crítica das culturas contemporâneas. Segundo ele, elas não devem ser analisadas somente por seus valores, mas também por aquilo que produziram e pelas barbáries que permitiram. É a partir dessa análise que cada nação deve buscar integrar aquilo que as outras possuem de melhor. É o nosso gabarito. e) Na medida em que E. Morin propõe mesclas entre as culturas, nota-se que há uma sugestão para que elas não sejam absolutizadas a fim de se evitar construções autoritárias de pensamento social. Gabarito: D(UEL 2022) Lara Croft é uma personagem bastante popular na cultura contemporânea. Na indústria dos games, assim como no universo da propaganda, circulam significados e representações sobre diferentes aspectos do mundo social. Entre eles, os corpos femininos cuja objetificação é uma estratégia comunicacional muito frequente. Com base nos conhecimentos da crítica sociológica sobre a representação dos corpos na propaganda, considere as afirmativas a seguir. I. As experiências corporais são constitutivas da formação das identidades e, quando retratadas pela propaganda de forma homogênea ou estereotipada, podem contribuir para os fenômenos de invisibilizar certos grupos ou gerar e reforçar preconceitos. II. O conceito de indústria cultural, concebido pelos filósofos que estudaram as propagandas e as imagens midiáticas características do capitalismo, refere-se às estratégias de objetificação e representação do corpo feminino, presentes na indústria dos games. III. O corpo feminino é retratado nas propagandas de games e nos produtos de beleza, de modo que seus atributos naturais — perfeição, harmonia e sensualidade — sejam destacados, a fim de garantir às mulheres o reconhecimento social e a valorização, pelas quais lutam os movimentos de mulheres. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 71 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo IV. Utilizar corpos femininos elegantes, brancos, esbeltos, “perfeitos” em propagandas, é uma forma de associar ao produto atributos subjetivos, fazendo com que os consumidores se identifiquem com os “benefícios” do produto, estimulando e facilitando o consumo. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Comentários I – correto, pois se constrói um padrão do que é “belo”, “aceitável” e “consumível”. II – errado, pois o conceito foi formulado dentro da crítica à sociedade de consumo, o que pode incluir a objetificação e representação do corpo feminino, sem dúvidas. Mas, veja, as elaborações dos teóricos da Escola de Frankfurt são mais amplas. III – falso, pois o destaque é para um tipo de padrão de corpo e beleza construído por meio da sensualização do feminino, elemento desconectado dos movimentos das mulheres. IV – correto, pois tais características refletem um padrão cultural dominante, marcado pela cultura branca ocidental. Gabarito: B (UEL 2009) De acordo com a crítica à “indústria cultural”, na sociedade capitalista avançada, a produção e a reprodução da cultura se realizam sob a égide da padronização e da racionalidade técnica. No contexto dessa crítica, considerando o fast food como produto cultural, é correto afirmar: a) A padronização dos hábitos e valores alimentares obedece aos ditames da lógica material da sociedade industrializada. b) O consumo dos produtos da indústria do fast food e a satisfação dos novos hábitos alimentares contribuem com a emancipação humana. c) A homogeneização dos hábitos alimentares reflete a inserção crítica dos indivíduos na cultura de massa. d) A racionalidade técnica e a padronização dos valores alimentares permitem ampliar as condições de liberdade e de autonomia dos cidadãos. e) A massificação dos produtos alimentares sob os ditames do mercado corresponde à efetiva democratização da sociedade. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 72 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Comentários a) Essa é o nosso gabarito. Tenha sempre em mente a relação entre indústria cultural e massificação proposta pelos críticos da Escola de Frankfurt. Se a comida é produzida com rapidez e precisa ser vendida em larga escala, a propagação de valores que condicionam o consumo dessa comida está necessariamente conectada com a lógica da produção industrial. b) Tendo em vista o caráter homogeneizador e massificador dos investimentos da indústria fast food, fica impossível imaginar que hábitos alimentares produzidos a partir do consumo dos produtos dessa indústria reflitam algo parecido com emancipação. c) A contradição aqui está na ideia de que, em alguma medida, homogeneização e a inserção crítica possam atuar produzindo as mesmas coisas. d) vimos em nossa aula que a racionalidade técnica e a padronização de valores estiveram sempre ligadas à acentuação da alienação e do aprisionamento dos cidadãos, e não o contrário, como sugere essa alternativa. e) se olharmos para a distribuição de produtos e a encararmos como algo inserido num contexto de massificação, não podemos inferir que exista aí um modelo que promova democracia. Gabarito: A (UFU 2018) O futebol tornou-se um espetáculo profissional que atualiza rituais, legitimando e justificando o sacrifício de muitos esportistas para uma possível futura profissionalização dos jogadores, ao lado, de uma gama de produtos negociáveis, desde os próprios jogadores, passando por equipamentos esportivos, transmissões televisivas e até álbuns de figurinhas. Os processos de conformação das práticas esportivas do futebol, como apresentado, podem ser analisados pela Sociologia a partir do conceito de A) Indústria Cultural. B) Movimento Social. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 73 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo C) Relativismo Cultural. D) Identidade Social. Comentários Até o esporte se tornou em uma mercadoria no contexto da complexização da sociedade capitalista. Para além de mera manifestação cultural e popular, o futebol passou a ser visto como fonte de riqueza. Trata-se, portanto, da aplicação do esvaziamento do significado original dessa atividade futebolística. Assim, a lógica que foi empregada aqui é a mesma que foi empregada para a cultura em geral quando sob análise dos críticos da cultura. Portanto, a condição do futebol hoje é próxima ao conceito de Industria Cultural. Indústria cultural foi um conceito criado por Theodor Adorno e Max Horkheimer em seu livro “A dialética do esclarecimento”, de 1947. Contextualmente, foi escrito sob o impacto das consequências que o nazismo produziu no mundo. Esse conceito foi mais preciso e desenvolvido que o de “cultura de massas”. Uma especificidade importante da ideia de indústria cultural é revelar a dimensão econômica dos meios de comunicação, bem como dos conteúdos artísticos-culturais. Ou seja, a produção da arte, da cultura e da comunicação passaram a visar o lucro. Para tanto, foram assimiladas como entretenimento. Tal como qualquer indústria, a indústria-cultural produz mercadorias. Contudo trata-se de uma mercadoria específica: bens simbólicos no qual a imagem é o principal elemento comunicador. Produzidos de forma seriada e tecnológica têm a finalidade de satisfazer as necessidades de entretenimento, ilusão e emoção. Gabarito: A (UFU 2009) Com relação à chamada cultura de massas ou à mercantilização da cultura, marque a alternativa correta. a) Para os autores da teoria crítica, as modernas sociedades industrializadas desenvolvem uma produção cultural diversificada, produzida pelas massas. Essa produção tem por objetivo a satisfação das necessidades humanas, independentemente da lógica do mercado. b) De acordo com a teoria crítica, as sociedades modernas capitalistas têm como característica fundamental a produção do valor de troca, o que possibilita a existência de uma produção artística e cultural totalmente independente da lógica do mercado. c) Segundo osautores da chamada teoria crítica, há uma tendência, na moderna sociedade capitalista, de transformar tudo em mercadorias, fazendo com que o critério estético das pessoas passe a ser diferente daquele pelo qual as mercadorias são analisadas. Esse outro critério é fundado na exterioridade e na lógica de mercado. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 74 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo d) De acordo com a teoria crítica, há uma tendência na sociedade moderna capitalista de transformar tudo em mercadoria, fazendo com que o critério estético das pessoas passe a ser o mesmo das coisas. Esse critério funda-se na exterioridade e na lógica do mercado. Comentários Essa questão parece muito difícil, pois requer do candidato um conhecimento que seja específico ao ponto de caracterizar apenas um elemento presente nas alternativas: o critério estético dos consumidores. As coisas se tornam mais fáceis, porém, quando vemos o que foi problematizado na aula, especificamente nas sessões 2 e 2.1. Lá, percebemos que a relação entre produção e consumo no capitalismo acaba condicionando critérios estéticos. Vamos analisar cada uma das alternativas? a) Tem uma pegadinha nessa alternativa. Ela trata a massificação não como produto, mas como produtora na indústria cultural. Veja que a alusão feita à massificação está ligada ao fato de a massa produzir e, por isso, diversificar os bens de consumo. Não é isso que os filósofos da Teoria Crítica dizem. Para eles, buscando a satisfação do mercado capitalista industrializado, a produção tem por objetivo massificar os modos de ver o e agir sobre o mundo. b) Como também observamos em nossa aula, a arte e os bens produzidos nesse campo são cooptados pelo mercado na sociedade capitalista. Por isso essa alternativa está INCORRETA. c) Essa alternativa e a próxima formam o problema central dessa questão. A alternativa C diz que a sociedade capitalista acaba “fazendo com que o critério estético das pessoas passe a ser diferente daquele pelo qual as mercadorias são analisadas”. Agora você precisa recorrer ao que há de mais básico nessa aula: a ideia de que a indústria cultural capitalista homogeneíza os gostos e os hábitos de consumo. Assim sendo, como poderíamos imaginar que o critério estético das pessoas suplanta o critério estético empregado na produção da mercadoria? Já pensou se a indústria tivesse que se submeter ao que cada indivíduo pensa sobre o que é aprazível ou não? Ela simplesmente não conseguiria produzir nada em larga escala, se tornando, assim, inviável. É por isso que essa alternativa está INCORRETA. d) Bom, se virou consenso a ideia de que a indústria cultural precisa homogeneizar gostos para se tornar viável, é totalmente plausível que imaginemos que as mercadorias por essa indústria produzidas cumpram o papel de condicionar os critérios estéticos das pessoas A PARTIR dos critérios estéticos dos bens de consumo. Essa alternativa está CORRETA. Gabarito: D (UFU 2008) Em matéria veiculada na revista CULT (número 115, julho/2007, pp. 46-48), o sociólogo e professor da USP, Laurindo Lalo Leal Filho, assim se manifestou acerca da TV digital no Brasil: ...vozes que se levantam contra a qualidade do serviço prestado pela televisão são contidas sob a alegação de que com a nova tecnologia [TV digital] tudo será diferente [...]. As t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 75 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo perspectivas não são muito animadoras. Há fortes indícios de que uma tecnologia, como a da TV digital, capaz de impulsionar a democratização da oferta televisiva, venha a ser apropriada pelos mesmos grupos que sempre controlaram o setor. São empresas operadoras de um serviço público atuando estritamente nos limites da lógica comercial, determinada pela maximização dos lucros [...]. A diversidade da programação ficará, outra vez, posta de lado. Considerando esse ponto de vista, marque a alternativa correta. A) Nenhuma forma de estruturar a mídia televisiva pode ser democrática, pois as relações sociais que a enquadram não podem ser alteradas. B) A diversidade da programação televisiva é a expressão da soberania do telespectador, consumidor de produtos culturais nessa mídia. C) A tecnologia da TV digital democratizará o acesso a um leque mais amplo de abordagens e conteúdos, pois essa tecnologia independe das relações sociais nas quais se insere. D) A mercantilização das relações sociais também se expressa no espaço televisivo, que se serve, também, de estereótipos para fins econômicos. Comentários a) falso, pois não é o que o texto afirma. A rigor a mídia passa por processos de reformas e há enquadramentos legais que buscam a democratização dos meios de comunicação. b) falso, pois as empresas midiáticas são capazes de determinar comportamento. c) errado, pois há influência significativa do meio social em que a mídia está inserida. d) correto, afinal a TV é uma empresa capitalista. Gabarito: D (UFU 2007) Considere a afirmação abaixo e assinale a alternativa que NÃO a completa corretamente. O discurso da publicidade reproduz as práticas de uma cultura de consumo, enfatizando o poder das marcas e se impondo como um modelo totalitário. A manipulação ideológica de noções como beleza, felicidade e a transformação do consumo em condição para a aceitação social são indicativos: A) da constituição do consumo como um discurso coerente, em que a propaganda se coloca como atividade manipuladora de signos. B) de um processo de transformação do próprio consumidor em mercadoria, em que o objeto-signo é agora sujeito. C) da mudança do estatuto do próprio objeto de consumo, que passa a possuir singularidade. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 76 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo D) de que o consumo, ao criar os sentidos do senso comum de forma hegemônica, fortalece as relações sociais. Comentários a) correto, pois é parte da estratégia de venda e do convencimento do consumidor lhe apresentar algo que faça sentido para sua vida – valor de uso, nos dizeres marxistas. b) correto e aqui temos algo um pouco mais complexo, pois há uma sugestão de que o consumidor acaba com dois papeis: um subjetivo, isto é, como comprador; outro, objetivo, isto é, o comprador como mercadoria. Se pensarmos no debate atual da Lei Geral de Proteção de Dados, veremos que os dados que os consumidores fornecem para o mercado, os quais refletem a personalidade do consumidor, acabam sendo transformados em mercadoria. c) sim, pois uma das metas das empresas, até para reforçar o sentido coerente do atendimento ao cliente, é “customizar” serviços e produtos. d) errado, pois na economia atual, mais globalizada, sob efeitos do modo de produção toyotista o principal objetivo é atender às demandas específicas dos consumidores. Assim, há diferentes “sensos comuns” quando falamos em gostos e preferências. Além disso, não é dado que o senso comum fortalece as relações sociais, pois se é senso comum, é passível de fragilidade quando confrontado. Gabarito: D (UENP 2011) Sobre a cultura de massa, a indústria cultural e a pop art, julgue as afirmativas. I. A Pop Art socializou a arte mantendo o engajamento político; em suas obras, o sonho americano se dividiu entre promessa e maldição - já que os avanços tecnológicos capazes de preencher o mercado com uma série de diferentes produtos também contribuíam para a criação de armas e outros objetos que limitavam a liberdade individual. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural eSociedade de Consumo 77 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo II. Indústria cultural é o nome dado a empresas e instituições que trabalham com a produção de projetos, canais, jornais, rádios, revistas e outras formas de descontração baseadas na cultura, visando o lucro e produzindo cultura de massa. III. O grande fato cultural que cerca a televisão é que, a partir dos anos 50, ela passou a centralizar os debates sobre a cultura de massa da mesma forma que esses debates eram centralizados no cinema nas décadas de 40 e 50, pois quem fala nessas décadas tem como referência os anos dourados de Hollywood. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões): a) nenhuma. b) apenas II. c) todas. d) apenas III. e) apenas I e III. Comentários Afirmação I – CORRETA – a Pop Art surgiu como um modelo de contestação na medida em que propunha uma ressignificação da arte clássica através da edição de grandes obras, alterando cores, formas e sentidos. Ao mesmo tempo, esse modelo ficou conhecido por atrair a atenção do público para noções que questionavam o caráter bélico e imperialista da sociedade estadunidense. Veja alguns exemplos disso abaixo, nas obras Live Ammo, Blam, Brattata e Mr. Bellamy, de Roy Lichtenstein. Afirmação II – CORRETA – essa afirmação pode ser considerada como uma síntese de tudo o que vimos sobre indústria cultural em nossa aula. Afirmação III – CORRETA – vimos lá na primeira sessão da aula como o cinema esteve no centro do debate sobre a indústria cultural na primeira metade do século XX. Vimos também como a Televisão passou a ser o grande instrumento de veiculação de cultura de massas a partir dos anos 1950. Gabarito: C (UNIOESTE 2017) O ensaio “Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, de Theodor W. Adorno e Max Horkheimer, publicado originalmente em 1947, é considerado um dos t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 78 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo textos essenciais do século XX que explicam o fenômeno da cultura de massa e da indústria do entretenimento. É uma das várias contribuições para o pensamento contemporâneo do Instituto de Pesquisa Social fundado na década de 1920, em Frankfurt, na Alemanha. Um ponto decisivo para a compreensão do conceito de “Indústria Cultural” é a questão da autonomia do artista em relação ao mercado. Assim, sobre o conceito de “Indústria Cultural” é CORRETO afirmar. a) A arte não se confunde com mercadoria, e não necessita da mídia e nem de campanhas publicitárias para ser divulgada para o público. b) Não há uniformização artística, pois, toda cultura de massa se caracteriza por criações complexas e diversidade cultural. c) A cultura é independente em relação aos mecanismos de reprodução material da sociedade. d) A obra de arte se identifica com a lógica de reprodução cultural e econômica da sociedade. e) Um pressuposto básico é que a arte nunca se transforma em artigo de consumo. Comentários A) FALSO – para os filósofos da Escola de Frankfurt, um dos mais sérios problemas da indústria cultural é o que remete à absorção da arte pelo mercado capitalista. A música, o cinema, a literatura se transformaram, segundo esses pensadores, em produtos, tal como um automóvel exposto no pátio de uma concessionária. B) FALSO – como um dos papeis principais da indústria cultural é o de massificar o gosto e o critério estético das pessoas, isso acaba incidindo sobre as produções artísticas, que também estão sob a tutela da propaganda veiculada nos grandes meios de comunicação. C) FALSO – no capitalismo, de acordo com o que pensa a Escola de Frankfurt, a cultura está imbricada com a produção de mercadorias. Isso quer dizer que os hábitos, os costumes e os valores da sociedade se adequam às expectativas de lucro do mercado. D) VERDADEIRO – a arte passou a ser incluída nos projetos da indústria cultural no século XX segundo os teóricos da Escola de Frankfurt. E) FALSO – os filósofos frankfurtianos sempre abordaram a arte como mais um elemento absorvido pela indústria cultural, passando, por isso, de uma esfera caracterizada pela efusão espiritual para uma esfera caracterizada pelo entretenimento. Gabarito: D (UEM 2015) No trecho abaixo o sociólogo norte-americano Charles Wright-Mills propõe uma definição para o fenômeno social denominado massa: “No extremo oposto, em uma massa, as pessoas expressam muito menos opiniões do que as recebem; pois a comunidade de públicos torna- t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 79 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo se uma coletividade abstrata de indivíduos que recebem ideias dos meios de comunicação em massa. As comunicações prevalecentes organizam-se de uma tal forma que é difícil, ou até impossível, ao indivíduo, replicar imediatamente, ou com qualquer efeito. A concretização da opinião em ação é controlada pelas autoridades que organizam canais para esse tipo de ação. A massa não tem autonomia frente às instituições; ao contrário, agentes de instituições autorizadas se infiltram nessa massa, reduzindo qualquer autonomia que ela possa ter na formação de opinião através da discussão.” (WRIGHT-MILLS, C. Sociedade de massa. In FERNANDES, H. R. Wright-Mills. Coleção Grandes Cientistas Sociais, São Paulo: Ática, 1985, p.136). Considere o texto acima e as teorias sociológicas sobre indústria cultural e consumo em massa e assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) O controle dos meios de comunicação de massa no Brasil, particularmente das emissoras de rádio e de TV, é obtido por meio de concessões públicas. Contudo, esse processo diz respeito apenas a um mecanismo burocrático, não havendo necessidade de reflexão sociológica sobre as relações entre mídia, sociedade e poder público. 02) Os fenômenos típicos das chamadas sociedades de massa têm nos meios de comunicação um de seus principais protagonistas. 04) Nas sociedades contemporâneas, a opinião generalizada de que um determinado político é honesto ou corrupto ou, ainda, um bom ou mal governante, é fortemente influenciada pelos meios de comunicação de massa. 08) Os intensos conflitos entre opinião pública e meios de comunicação de massa são objeto de discussão de várias correntes da sociologia. 16) As opiniões independentes em relação aos pontos de vista dominantes têm, sobre as massas, a mesma influência que aquelas veiculadas pelos grandes meios de comunicação. Comentários A afirmação 01 está INCORRETA. Por mais que o Estado, que representa a sociedade civil, seja o responsável pelo processo de concessão de sinal para emissoras de rádio e TV, ele não gera garantias de que o que será veiculado por essas emissoras esteja sob a égide da honestidade e da promoção do bem-estar da população. E é por isso que as relações firmadas nesse campo devem ser encaradas como muito relevantes para a análise sociológica. A afirmação 02 está CORRETA. Nada é mais importante para a análise da chamada “sociedade de massas” do que os meios de comunicação. É através deles que as notícias, a publicidade política e mercadológica e a arte chegam a um grande número de pessoas. A afirmação 04 está CORRETA. Sem recorrer a uma legislação ancorada na crítica e na reflexão, os meios de comunicação de massa manipulam informações e condicionam a percepção das pessoas acerca da realidade. A 08 também está CORRETA. Desde a Escola de Frankfurt, passando pela crítica inglesa, a sociologia trata os meios de comunicação de massa como objeto de seus estudos. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 80 94AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo A afirmação 16 está INCORRETA. Como o texto-base sugere, as opiniões independentes são suplantadas pelas opiniões veiculadas pela mídia. É nesse sentido que, além de ser uma comunicação para as massas, o que os grandes veículos produzem é uma massificação das opiniões, uma homogeneização das opiniões. Gabarito: 02 + 04 + 08 = 14. (UEM 2015) “Tanto técnica quanto economicamente, a publicidade e a indústria cultural se confundem. Tanto lá como cá, a mesma coisa aparece em inúmeros lugares, e a repetição mecânica do mesmo produto cultural já é a repetição do mesmo slogan propagandístico.” (ADORNO, T. e HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985, p. 153). Considerando a citação e a perspectiva de Adorno e Horkheimer sobre o processo de industrialização da cultura, assinale o que for correto: 01) O conceito de indústria cultural, formulado por Adorno e Horkheimer, se refere ao processo de expansão das relações mercantis sobre as mais diversas formas de produção dos bens culturais. 02) Como observam Adorno e Horkheimer, o progresso da publicidade ajuda as pessoas a se informarem sobre os melhores produtos culturais e a escolherem livremente o que querem comprar. 04) Para Adorno e Horkheimer, o desenvolvimento da indústria cultural fez com que os valores culturais passassem a ser gerados pelo mercado e pelas técnicas publicitárias. 08) Segundo Adorno e Horkheimer, o único ramo da indústria cultural que não se corrompeu com a lógica capitalista de produção foi o jornalismo, pois não há como manipular uma notícia. 16) O conceito de indústria cultural define, para Adorno e Horkheimer, o conjunto de práticas capitalistas de produção e consumo que se expressam no modo como as pessoas se relacionam com a cultura. Comentários Além de observar as informações trazidas no texto-base, você precisa ter uma noção básica sobre o trabalho dos dois filósofos em questão para identificar as afirmativas falsas e verdadeiras. De modo geral, o que é necessário ter em mente é que Adorno e Horkheimer criticavam os meios de comunicação de massa, os caracterizando como motores de uma indústria cultural. Com isso em vista, vamos verificar a plausibilidade de cada afirmação: 01 – CORRETA – através do conceito de ideologia, os dois pensadores nos ajudaram a pensar sobre a relação entre as intenções do mercado e as intenções dos veículos de comunicação de massas. Para eles essa relação é uma relação de simbiose: o mercado expande a t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 81 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo capacidade de transmissão de informações, enquanto a mídia outorga a anuência da lógica de consumo do mercado. 02 – INCORRETA – não é possível inferir que Adorno e Horkheimer concebiam o avanço da publicidade poderia resultar em maior autonomia das pessoas. Em sua perspectiva, os autores pensavam justamente no contrário. 04 – CORRETA – a expressão “indústria cultural” pode sugerir que o que é produzido por essa indústria sejam os bens culturais de povo em larga escala. Mas o aprofundamento da reflexão sobre o tema no meio do século XX demonstra que, mais do que produza bens culturais, tal indústria assume o papel de produzir gostos culturais, visões de mundo, ideias. 08 – INCORRETA – um dos alvos mais atingidos pela crítica da Escola de Frankfurt foi a produção jornalística. 16 – CORRETA – essa afirmação poderia servir como uma ótima definição do que é a indústria cultural e como ela modela contextos em prol da manutenção do consumismo. Para que a indústria em abstrato se desenvolva é necessário que se inscrevam nos hábitos, costumes e valores de um povo aspectos de uma vida para o consumo. Essa inscrição é feita pela indústria cultural. Gabarito: 01 + 04 + 16 = 21. (UEM 2017) “Ver TV é um dos principais deveres do sociólogo. É ali, no mundo tal como ele é visto na TV, que a maioria das pessoas passa boa parte de suas vidas e adquire grande parcela de seu conhecimento do mundo. O Lebenswelt [mundo em que vivemos], o principal objeto de nosso estudo e o principal alvo de nossas mensagens, estaria dolorosamente incompleto hoje se fosse privado dos ingredientes fornecidos pela TV on-line. Recusar-se a ver TV equivale a dar as costas a uma parte considerável, e ainda em crescimento, da experiência humana contemporânea. Essa é uma consideração que deveria orientar e ditar a seleção daquilo que os sociólogos devem ver, e não, lamentavelmente, sua estética ou outras preferências voltadas para a busca do prazer. Mas quem disse que o trabalho dos sociólogos deve ser – está fadado a ser – invariavelmente prazeroso?”. BAUMAN, Z. P. Para que serve a sociologia? Diálogos com Michael Hviid Jacobsen e Keith Tester. Rio de Janeiro: Zahar, 2015, p. 129 e 130. A partir do texto acima e de teorias sociológicas sobre mídias, publicidade e consumo, assinale o que for correto. 01) A televisão, em nossa sociedade, está relacionada ao entretenimento, o que anula o interesse de qualquer pesquisa objetiva sobre a sociedade a partir de sua observação. 02) A análise sociológica de telejornais, telenovelas, programação infantil, pode enfocar, por exemplo, concepções sobre natureza, educação, feminino, velhice e outros temas comunicados a milhares de pessoas. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 82 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 04) Pesquisar programas televisivos é algo irrelevante para a sociologia contemporânea devido à baixa qualidade da programação. 08) Considerando o caráter subjetivo da pesquisa sociológica, seus praticantes devem se ocupar apenas daquilo que lhes seja agradável. 16) O papel social da TV como meio de expressão, canal midiático e mediador de publicidade e consumo, a torna um fenômeno sociologicamente relevante. Comentários 01 – INCORRETA – mesmo que concebamos a Televisão como veículo de entretenimento, é preciso observar, nos produtos dessa veiculação, aspectos que formam a visão do público. Isso é e sempre deve ser relevante para a sociologia segundo Bauman. 02 – CORRETA – o preconceito contra a programação televisiva pode levar à falta de compreensão do papel cultural que as mídias assumem na sociedade. As escolhas que a Televisão faz produzem critérios estéticos, gostos, perspectivas que podem revelar muito sobre os jogos de poder que mobilizam nossa vida. 04 – INCORRETA – o sociólogo não é obrigado a gostar do que vê na TV. Mas é fundamental que ele entenda que a própria trivialidade dos programas, ou a própria desonestidade dos editorias jornalísticos, constituem uma série de elementos que dinamizam a vida em sociedade. 08 – INCORRETA – essa afirmação diz exatamente o contrário do que defende Bauman na última parte do excerto publicado como texto-base. 16 – CORRETA – essa é a defesa que subjaz a perspectiva dos autores que estudamos nessa aula. Esse conjunto de fatores que sustentam a indústria cultural merece muita atenção, já que funciona como um canal que modifica maneiras de pensar e de agir de um grupo imenso de pessoas. Gabarito: 02 + 16 = 18. (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) O comércio soube extrair um bom proveito da interatividade própria do meio tecnológico. A possibilidade de se obter um alto desenho do perfil de interesses do usuário, que deverá levar às últimas consequências o princípio da oferta como isca para o desejo consumista, foi a principal deles. SANTAELLA, L. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulos, 2003 (adaptado). Do ponto de vista das relações sociais de produção, a individualização do produtoa partir do interesses dos usuários expressa um modelo a) de nichos de consumidores b) fordista. c) taylorista. d) da sociedade de massas. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 83 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo e) toyotista Comentários Vejam, queridos e queridas alunas, o enunciado da questão delimita o problema no campo das relações sociais de produção, ou seja, da organização do processo produtivo. Por isso, a alternativa a), por exemplo, foge do propósito da questão porque apresenta um conceito utilizado para mapear consumidores. As demais, com a tenção para não confundia a alternativa d), remetem à organização do processo produtivo. b) errado, pois o fordismo está baseado na sociedade de massas, ou seja, o sentido é da produção para os consumidores, independentemente dos gostos individuais e das particularidades, sem se preocupar com a customização. Veja o que está na autobiografia de Henry Ford: “O cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto". c) falso, pois taylorismo foi o início da racionalização da indústria de larga escala, quando métodos científicos passaram a ser aplicados para otimizar a produção, com ganhos de tempo e melhor eficiência. É a típica indústria de ponta do início do século XX. d) falso, pois a sociedade de massas está associada ao modelo fordista. e) correto, pois o toyotismo é o modelo de organização fabril pensado para não ter estoque e para ser eficiente. Dessa forma, o ponto de destaque no toyotismo é focar naquilo que o cliente de fato quer e, com misso, dar a maior customização do produto. Veja, então, que um das atividades para se chegar no ótimo do toyotismo é buscar “obter um alto desenho do perfil de interesses do usuário”. Gabarito: E (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) Do TikTok à imprensa, a espetacularização do Caso Lázaro atrapalha o desfecho da operação Policiais, envolvidos diretamente ou não nas buscas por Lázaro Barbosa, estão viralizando nas redes sociais com vídeos e posts sobre o criminoso. O caso tem sido usado para aumentar significativamente o engajamento dos perfis dos agentes nas redes. Mais um dos sintomas negativos da espetacularização em torno do caso. No Tik Tok, uma publicação do perfil Casal Policial já foi vista mais de 9 milhões de vezes. O vídeo publicado tem poucos segundos e mostra o policial militar, fardado e empunhado uma arma em meio a mata. Na legenda o PM diz: “Estamos vivendo dias difíceis, mas tenha fé, não vamos parar até encontrar o Lázaro! Obrigado pelo apoio”. A midiatização das buscas por Lázaro também avança em outras redes sociais. No Youtube, um vídeo sobre o caso publicado por um Delegado foi visto por mais de 2,6 milhões de pessoas. Um policial integrante da equipe de buscas também usou as redes sociais para mostrar parte da operação em Goiás. O agente tirou uma selfie logo após o resgate de uma família feita de refém por Lázaro. Na publicação, as vítimas aparecem deitadas nas pedras de um rio onde foram encontradas na terça-feira 15. A foto também viralizou nas redes e foi duramente criticada por internautas. Não foram apenas policiais e programas de televisão que se aproveitaram do ‘grande espetáculo’ que se formou em torno t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 84 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo do caso. De roupa camuflada, armada com um fuzil e a bordo de um helicóptero, uma parlamentar federal fez um vídeo em que mostrava sua ‘contribuição’ para o caso. A publicação também viralizou nas redes. Especialistas avaliam que a conduta de autopromoção usando os símbolos da polícia nas redes não condiz com o ofício de um policial. A ação é vedada por lei na maior parte dos estados brasileiros, podendo incorrer em crime de improbidade administrativa. “Eu não conheço nenhuma polícia no mundo que permita que seus policiais se comportem dessa maneira”, destaca o professor da FGV-EAESP e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani. A opinião é compartilhada também por Elizeu Soares Lopes, ouvidor das polícias do Estado de São Paulo. “A roupa, a farda, a arma do policial têm que estar dentro de um propósito, de uma estratégia da ação para que ele de fato esteja empenhado. Não se pode fazer uso de instrumentos estatais para autopromoção, seja o prédio da polícia, a viatura”, explica o corregedor. (Carta Capital. Sociedade. 25/Jun/2021. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-espetacularizacao-do-caso-lazaro-atrapalha-o-desfecho-da- operacao/. Acesso em: 07/07/2021. Adaptado). Diante da problemática apresentada, de acordo com a análise dos especialistas em segurança pública é possível afirmar que a) a comunicação de agentes de segurança via redes sociais potencializa a coordenação de políticas públicas de segurança. b) a mobilização de membros do Poder Legislativo na busca pelo criminoso evidencia que a segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos. c) a polícia brasileira não está preparada para campanhas via redes sociais, diferentemente de outras forças de segurança de países de primeiro mundo. d) a espetacularização da temática da violência por meio de ações individuais de agentes de segurança pública corrobora para o desvio do papel institucional da segurança pública. e) a espetacularização da busca pelo criminoso foi imprescindível para a delimitação da área de captura do criminoso. Comentários Nesta questão, o objetivo é chamar a atenção para a politica pública de segurança pública. Em geral, o ENEM explora política públicas de Saúde, busca verificar se os alunos conhecem alguma coisa sobre o SUS, etc. Aqui, vamos aproveitar o caso que ficou famoso recentemente, para esboçar a tensão entre indivíduo e coletividade, portanto, dentro do escopo da sociologia das organizações, mesclando com a potência das redes sociais. Ou seja, uma questão bem 5G, até por isso, relativamente fácil, mas que demanda a famosa e cansativa leitura de textos longos da prova do ENEM. Ah, importante, fiz adaptações no texto para suprimir nomes, salvo dos especialistas. Vamos lá então... Olha só: t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 85 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo a) errado, pois tanto o professor quanto o ouvidor da polícia militar de do Estado de São Paulo criticam a ação de policiais, durante suas funções, em redes sociais, de modo que as postagens sugerem mais autopromoção do que propriamente a concretização de políticas públicas de segurança pública. b) falso, pois aqui há erros em diversos sentidos: primeiro porque não é papel institucional de membros do Poder Legislativo atuar nas atividades de polícia (seja militar ou civil); segundo, a ação individual da parlamentar que usou um helicóptero à revelia do comando unificado da operação que visava prender o criminoso provocou um risco social; terceiro, de fato, há uma responsabilidade de todos na segurança pública, mas ao parlamentar compete elaborar leis e fiscalizar as ações administrativas do Poder Executivo. c) falso, pois não é esta a natureza da comparação que o professor da FGV faz em sua análise. Ele compara o excesso de exposição de policiais brasileiros nas redes com o que é praticado em outros países. d) correto, pois os dois analistas enfatizam o primado do coletivo sobre o individual, de modo que mais vale o papel institucional das instituições de segurança pública do que seus agentes agindo isoladamente. Na prática, há uma reafirmação da organização hierárquica das forças de segurança pública dentro do que, por exemplo, Max Weber já haviaindicado nos estudos sobre sociologia da organização no que diz respeito à impessoalidade que rege os agentes estatais, em particular aqueles que atuam em função policial. e) errado, pois as ações de segurança pública, como regra, são centralizadas e com comando de organização, de modo que a maior ou menor eficiência de uma ação depende dessa cadeia de comando. Salvo ser uma estratégia de atuação calculada e planejada, quanto maior a exposição voluntária da localização e das ações, bem como de outros passos dos agentes de segurança pública, chamando a atenção para o caso, mais difícil se torna a operação. Em outro trecho da mesma reportagem, o policial especialista Elizeu Soares comenta que a espetacularização do caso prejudicou na construção de laços com a população, pois as pessoas ficaram amedrontadas diante do caso, quando, na verdade a situação – até por conta da quantidade de policiais envolvidos na operação – era para fornecer tranquilidade aos moradores da região. Gabarito: D (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade capitalista, quando há uma interdependência entre o processo de acúmulo de capital e o processo de acúmulo de imagens. O papel desempenhado pelo marketing, sua onipresença, ilustra perfeitamente bem o que [Guy] Debord quis dizer: das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido por imagens. Mas, se a sociedade do espetáculo só pode ser compreendida dentro do contexto da sociedade capitalista, isso não quer dizer que só nessa forma de vida social ocorre a produção de espetáculos. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 86 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo (COELHO, Cláudio Novaes Pinto. Mídia e poder na sociedade do espetáculo . CULT. Dossiê. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/midia-e-poder-na-sociedade-do-espetaculo/. Acesso em: 10/06/2021) Uma definição mais condizente com as ideias de Guy Debord indica que a sociedade do espetáculo a) é o poder que as imagens exercem sobre as sociedades contemporâneas. b) é a capacidade de massificação do consumo. c) é a forma mercadoria veiculada por propagandas que também são mercadorias e, como tal, criam relações sociais desconectadas da realidade. d) são os efeitos empregados pela publicidade e propaganda para tornar as mercadorias mais atrativas. e) é o conjunto de relações sociais mediadas por imagens que estão intimamente conectadas com as relações de produção e de consumo de mercadorias. Comentários a) falso, pois essa frase resume a sociedade do espetáculo às imagens, porém, Debord vai além e delineia as relações sociais por trás da imagens. Veja que o texto do enunciado enfatiza “tudo está mercantilizado e envolvido por imagens”, ou seja, é preciso descobrir o que essas imagens guardam, escodem. b) falso, pois aqui também temos um aspecto da sociedade do espetáculo e não a definição mais condizente. Vender, claro, é um dos objetivos, mas se a análise ficar nesse âmbito ela não responde à complexidade da elaboração de Debord. c) errado, pois aqui temos uma sugestão de compressão do conceito que extrapola o que o autor quis nos dizer. Isso porque a mercadoria da mercadoria não leva a uma outra realidade, pelo contrário, é justamente a realidade formada por relações de consumo que permite criar a espetacularização. Dessa forma, a alternativa peca por sugerir algo que não está no conceito. d) falso, pois aqui temos uma compreensão superficial e restrita do que seria a sociedade do espetáculo. e) correto, agora sim, uma definição mais condizente com a complexidade que o termos nos exige, isso porque, quando Debord formula a sociedade do espetáculo, por mais que ele esteja partindo das mídias ou até mesmo da indústria cultural, para usarmos termos de Adorno e Horkheimer, na verdade, ele quer ir além. Debord que explicar que a vida social está pautada pela espetacularização que aprisiona as pessoas e as mantém sob uma lógica mercantilista. Assim como o conceito de “indústria cultural”, o conceito de “sociedade do espetáculo” faz parte de uma postura crítica com relação à sociedade capitalista, pois fazem parte de uma construção teórica que procura apontar aquilo que se constitui em entraves para a emancipação humana. Gabarito: E (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Alê Lopes) t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 87 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Ao longo do século XX, as grandes potências, com destaque para os Estados Unidos, promoveram incursões militares em diversas nações subdesenvolvidas. A charge abaixo lembra desses conflitos. No que diz respeito à relação entre operações militares e mercado, pode-se afirmar que a charge acima expressa a existência de uma estratégia a) de transformar produtos em armas de destruição em massa. b) de buscar apoio financeiro privado para custear operações de guerra. c) direcionada à ajuda humanitária de combate à fome. d) ideológico-cultural com vistas à manutenção da continuidade da dominação com artifícios para criar uma sociedade de consumo. e) nacional-cooperativa, já que as grandes corporações buscaram estabelecer relações de parcerias com governos nacionais após afastarem ameaças comunistas. Comentários No contexto de dominações imperialistas, comum no longo século XX, as potências imperialistas, em particular os EUA, levavam empresas e produtos responsáveis por dominar o mercado do país sob intervenção. Por um lado, essas empresas buscavam novos mercados consumidores, por outro, objetivavam matéria prima. Além disso, a charge nos lembra de personagens do Wall Disney, portanto, há uma referência à imposição cultural. Nesse sentido, marcamos o gabarito na alternativa d). a) errado, pois, embora as mercadorias estejam sendo arremessadas, é no sentido figurado. b) isso pode até ocorrer, em função do pagamento de imposto aos tesouros. Contudo, os orçamentos de guerra, em geral, são voltados em Casas Legislativas, como nos EUA. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 88 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo c) falso, pois não há distribuição de alimentos, a imagem apresenta um contrates com os direitos humanos, já que é uma intervenção militar desproporcional e que impõe condições à soberania da nação invadida. e) falso, pois não há sugestão de cooperação na charge e, tampouco, a experiencia histórica imperialista demonstrou que as grandes multinacionais se instalaram em países subdesenvolvidos para fins de parceria. Um dos objetivos das dessas corporações foi, além da matéria-prima, o baixo custo do trabalho. Gabarito: D (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) Os reality shows, como o Big Brother, sugerem diversas discussões que atravessam os campos das diversas áreas do conhecimento, como psicologia e sociologia. Isso porque, de forma temporária, os participantes abrem mão de muitos aspectos de sua intimidade e da vida privada. No que diz respeito a uma possível consideração teórica sobre a relação público e participantes é correto afirmar que: a) a capacidade de vigilância dos indivíduos nos reality shows vai ao encontro dos princípios de controle prisional do panopticon, pesquisado por Michel Foucault, porém vai além, já que tudo o que se fala também é vigiado, superando o controle dos corpos e movimentos. b) os conflitos em torno das preferências do público remetem a lutas de classes, pois são feitos juízos de valor permanentemente dos preconceitos que cada participanteexpressa. c) ao controlar a vida dos participantes, já que é o público quem define a continuidade ou não dos participantes, pode-se sugerir uma relação entre patrão e empregados. d) na medida em que o público define a permanência nos programas, a ação externa sobre os participantes sugere os elementos que compõem um “fato social”. e) já que os participantes desses programas se preocupam com a opinião do público – agradá-la ou não – a interação sugere a teoria das redes, pois há permanente conexão entre os polos. Comentários a) correto, pois o panopticon é um modelo de vigilância dos corpos com vistas a disciplinar comportamentos. Vale lembrar que Foucault percebe que a maioria dos projetos arquitetônicos, como hospitais, prisões e escolas, buscam disposições que permitam o controle pelo olhar. Conforme o filósofo francês esses modelos seguiriam princípios formulados por Jeremy Bentham (1748-1832) em “O Panopticon”. Na obra “Vigiar e Punir”, Foucault aborda a temática da tecnologia, poder e vigilância. Agora, repare que a alternativa colocou um plus, isto é, o aprimoramento da capacidade de controle já que, além dos corpos, a voz e outros detalhas de expressões e diálogos também são capitados. b) errado, pois, dificilmente um conflito de natureza de classe aparece nesses programas: operários x patrões; pobres x ricos. Além disso, a análise da luta de classes passa muito mais t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 89 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo por interesses econômicos-sociais conflitantes do que propriamente pelo juízo de valor que se pode fazer dos relacionamentos particulares desenvolvidos nestes realitys. c) errado, pois a variável do poder econômico – o que seria o “patrão” nesta relação – parte muito mais da empresa que organiza os realitys e dos patrocinadores do que do público. d) errado, pois os “fatos sociais” da teoria de Émile Durkheim não são definidos dessa forma, por uma única ação (a votação em determinado participante e as consequências disso) e sim por um conjunto de acontecimentos exteriores aos indivíduos que agem socialmente sobre as pessoas. Lembrando: o fato social é exterior ao indivíduo, age coercitivamente sobre ele e atinge a todos. Nesses termos, fazendo uma analogia, um fato social no Big Brother, por exemplo, poderia ser a “prova do líder”, pois os participantes devem fazê-la, é uma norma para todos e é de fora para dentro. e) falso, pois os participantes vigiados não mantêm interação com o público, o que inviabiliza uma possível analogia com a teoria das redes. Gabarito: A (Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes) Um importante teórico da pós-modernidade é Jean Baudrillard. Ele responsabiliza a mídia eletrônica pela destruição da relação humana com seu passado de modo a criar um mundo caótico e vazio. Na pós-modernidade, a vida social é, acima de tudo, definida por imagens e símbolos. Nosso mundo social teria, segundo Baudrillard, se transformado em um universo de “faz de conta”, determinado por um fluxo das imagens. Assim, interagimos com imagens e não com pessoas ou lugares reais. É uma afirmação que corrobora com o sentido crítico apresentado por Jean Baudrillard: a) a pandemia do Coronavirus tornou sem sentido a interação por imagens, já que as pessoas reduziram o grau de aglomeração e, portanto, de “selfs”. b) a percepção do senso coletivo em torno desse problema tem diminuído o grau de interação em redes sociais com o objetivo de as pessoas manter suas memórias ativas. c) a sociedade seria cada vez mais individualista, a ponto de as pessoas não interagirem. d) o mundo vazio seria aquele em que a sociedade de massas perde sentido. e) as redes sociais têm reafirmado o vazio das personalidades, pois há padrões de beleza e de consumo que são priorizados tanto por algoritmos quanto pelas preferências individuais. Comentários a) e b) erradas, pois não é possível afirmar que, em meio à pandemia, em um contexto de isolamento social (embora com desigualdades de país para pais e de classe social para classe social), as pessoas diminuíram a vida em redes sociais. Na verdade, é o contrário, novas redes sociais ganharam espaço e ampliaram a capacidade de interação das pessoas no mundo virtual, como o TikTok, por exemplo. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 90 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo c) falso, pois, a afirmação em torno do crescente individualismo pode ou não fazer sentido com o que o autor do pensamento expresso no enunciado indica. Isso porque, é possível o individualismo material, bem como o egoísmo, aumentar, de fato. Mas isso não significa que as pessoas deixam de interagir. Pelo contrário, essas interações são feitas muito mais em redes sociais e elas acabam reforçando os individualismos. O trecho final da alternativa, “as pessoas não interagem” sugere que cada um se isolaria no seu mundo. Porém, isso não é parte da vida em sociedade, já que, a vida social exige um grau mínimo de interação, ou relação entre as pessoas. Claro, Baudrillard agrega – e isso enquanto problema sociológico – a percepção do “vazio”, mesmo as pessoas vivendo em sociedade. Nesse sentido, ele identifica o problema nas mídias pelo fato de se criar uma lógica de imagens e símbolos, apenas. Com efeito, aproveitando essa discussão sobre “sociedade”, podemos definir a sociedade pós-moderna como aquela marcada pelo enorme crescimento e disseminação das mídias de massa, as inúmeras tecnologias da informação em um movimento fluido de pessoas, ideias, imagens que circulam ao redor do mundo de modo a produzir sociedade e comportamentos multiculturais e sem identidades fixas. Esse processo, voltando a Baudrillard, bloquearia a formação de memórias. d) falso, pelo contrário, a sociedade de massas é potencializada. e) é o nosso gabarito. Pense nas redes sociais que priorizam imagens e no efeito infinito das “time lines”, tão logo corremos as linhas do tempo, em 3 minutos já esquecemos o que anteriormente fora visto e o que significava. A dinâmica dos posts e a própria cultura do cancelamento também indicam que as memórias são abandonadas, já que o que é válido é o momento, o ponto, sem que o debate público e as ações comunicativas – no sentido de J. Habermas – sejam exploradas. Gabarito: E 5.1 QUESTÕES DESAFIO: DISCURSIVAS (UFPR 2017) Leia os fragmentos abaixo, reproduzidos de Theodor W. Adorno, do livro intitulado A indústria cultural: Tudo indica que o termo “indústria cultural” foi empregado pela primeira vez no livro Dialética do esclarecimento, que Horkheimer e eu publicamos em 1947, em Amsterdã. Em nossos esboços, tratava-se do problema da cultura de massa. Abandonamos essa última expressão para substituí-la por “indústria cultural”, a fim de excluir de antemão a interpretação que agrada aos advogados da coisa; estes pretendem, com efeito, que se trata de algo como uma cultura surgindo espontaneamente das próprias massas, em suma, da forma contemporânea da arte popular. Ora, desta arte a indústria cultural se distingue radicalmente. (ADORNO, 1986, p. 92). t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 91 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo [...] As mercadorias culturais da indústria se orientam, como disseram Brecht e Suhrkamp há já trinta anos, segundo o princípio de sua comercialização e não segundo seu próprio conteúdo e sua figuração adequada. Toda a prática da indústria cultural transfere, sem mais, a motivação do lucro às criações espirituais. A partir do momento em que essas mercadorias asseguram a vida de seus produtores no mercado, elasjá estão contaminadas por essa motivação. (ADORNO, 1986, p. 92) [...] O que na indústria cultural se apresenta como um progresso, o insistentemente novo que ela oferece permanece, em todos os seus ramos, a mudança da indumentária de um sempre semelhante; em toda parte a mudança encobre um esqueleto no qual houve tão poucas mudanças como na própria motivação do lucro desde que ela ganhou ascendência sobre a cultura. (ADORNO, 1986, p. 94) […] A satisfação compensatória que a indústria cultural oferece às pessoas ao despertar nelas a sensação confortável de que o mundo está em ordem frustra-as na própria felicidade que ela ilusoriamente lhes propicia. O efeito do conjunto da indústria cultural é o de uma antidesmistificação, a de um anti-iluminismo; […] Ela impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente. Mas estes constituem, contudo, a condição prévia de uma sociedade democrática, que não poderia salvaguardar e desabrochar senão através de homens não tutelados. (ADORNO, 1986, p. 99) (ADORNO, Theodor W. A indústria cultural. In: COHN, Gabriel (org.). Adorno, Theodor W. São Paulo: Ática, 1986.) Com base nesses fragmentos e nos conhecimentos sociológicos, discorra sobre a indústria cultural, abordando em seu texto os seguintes aspectos: - a razão pela qual Adorno substituiu a expressão “cultura de massa” por “indústria cultural”; - de que forma a prática da indústria cultural transfere a motivação do lucro para as criações espirituais. - o que Adorno quer dizer com a metáfora sobre o progresso da indústria cultural como uma indumentária que recobre um esqueleto. - a relação entre indústria cultural e democracia na perspectiva de Adorno. Comentários Vamos fazer uma sugestão de um caminho dissertativo que seu texto pode seguir 1º - Um choque relativista impacta as concepções sobre cultura de massas em meados do século XX. As críticas feitas pela Escola de Frankfurt esbarraram na ideia de que os valores culturais são sempre legítimos, e na ideia de que sua contestação pode reflete certo preconceito ou etnocentrismo. Num movimento teórico-reflexivo que visava fortalecer o argumento de que as massas não produziam valores culturais resguardadas em sua autonomia e independência, surge o conceito de “indústria cultural”. O problema que envolve esse embate filosófico deve ocupar a primeira parte do seu texto. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 92 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 2º A lógica utilizada na indústria cultural está estritamente conectada com o sucesso das vendas de seus produtos. Isso quer dizer que o design do tênis da próxima coleção, as cores das novas jaquetas ou o formato dos smartphones lançados no ano que vem serão sugeridos a partir do que se estabeleceu no fluxo comercial da indústria cultural. Com o desenvolvimento dessa indústria e através de seus intentos massificadores e mistificadores, produtos lançados no mercado hoje acabam por consolidar os critérios estéticos que levarão os produtos de amanhã ao sucesso de vendas. 3º Na terceira parte de seu texto, você deve fazer alusão a obsolescência dos produtos da indústria cultural. Por mais que sejam rodeados por nuances de inovação, esses produtos reverberam sempre os mesmos gostos, assim como o gosto dos grandes empresários sempre foi pelo lucro. 4º Para finalizar, seu texto pode abordar a massificação da cultura como um ícone característico da sociedade capitalista. Esse ícone reflete sobre o campo político como um empecilho para a consolidação de um regime democrático: quanto mais tutelados pelos meios de comunicação de massas, menos capazes serão as pessoas de exercer plena cidadania. (UEL 2013) Observe a tirinha a seguir. a) Defina Indústria Cultural, de acordo com Adorno e Horkheimer. Que tal recapitular tudo o que foi dito em nossa aula para encontrar noções-chave do conceito de indústria cultural? É lá na sessão 2.1 que encontraremos essas noções, que estão na órbita desse conceito. t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 93 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Articulando bem esse esquema, é possível elaborar uma boa definição. b) Aponte dois elementos na tirinha que remetem à atuação dos meios de comunicação de massa. • Quando a mãe sugere que a filha assista televisão em vez de ir para a praça, existe um realce do incentivo ao entretenimento, característico da indústria cultural. • Ao dizer que o assoalho não está limpo, ou que o cabelo da mãe não está “encantador”, a filha demonstra ter passado por um processo de redefinição de critérios estéticos a partir da audiência de propagandas. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em todas as aulas eu deixei essa frase para vocês: Ninguém pode atrasar quem veio para vencer!!! Então, pense que você fez o melhor. O melhor que podia, no seu tempo. Poderia ter feito mais? Só você pode responder essa questão. Seja transparente com você, honesto com seus sonhos. Não lhe deva nada, pois você pode tudo. Tudo o que sonhar! Que seu céu de sonhos estrelados ilumine muito toda sua trajetória. E não esquece MESMO: cada dia, cada hora, cada minuto que você se envolve com a tarefa de adquirir mais conhecimento, gravar mais uma informação, colar mais um post it é uma riqueza infinita. Ninguém tira de você aquilo que está acumulado: o seu CONHECIMENTO. O SEGREDO DO SUCESSO É A CONSTÂNCIA NO OBJETIVO! • FABRICAÇÃO DE BENS SIMBÓLICOS que são sempre • CARACTERIZADOS PRINCIPALMENTE PELA IMAGEM visando produzir • ENTRETENIMENTO • ILUSÃO • EMOÇÃO a serviço do lucro t.me/CursosDesignTelegramhub Profe Alê Lopes Estratégia Vestibulares – Aula 07 – Indústria Cultural e Sociedade de Consumo 94 94 AULA 07: Indústria Cultural e Sociedade de Consumo Utilize o Fórum de Dúvidas. Eu responderei suas perguntas com esmero. E não se esqueça de que não existe dúvida boba. Quanto mais você pergunta, mais conversamos e mais você sintetiza o conteúdo, certo! Também me procure nas redes sociais. Lá tem dicas preciosas para te ajudar na sua preparação. Um abraço apertado, um suspiro dobrado de amor sem fim! Alê Lopes t.me/CursosDesignTelegramhub