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AULA 09 – 1 ESTRAT É GIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPOR ÂNEA I IDADE CONTEMPOR ÂNEA I UNESP P rof . Marco Túlio Aula 09 – Idade Contemporânea I A Revolução Francesa. O Império Napoleônico, o Congresso de Viena e a Restauração. As Revoluções de 1830 e 1848. estretegiavestibulares.com.br vestibulares.estrategia.com EXTENSIVO 2023 t.me/CursosDesignTelegramhub AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 2 ESTRAT É GIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPOR ÂNEA I SUMÁRIO 1 . INTRODUÇÃO 4 2 . A FRANÇA ANTE RIOR À REVOLUÇÃO 5 3 . REVOLUÇÃO FRANCESA (1789 - 1799) 12 3.1 . ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE E ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 12 3.2 . CONVENÇÃO NACIONAL (1792 - 1794) 19 3.3 . O DIRETÓRIO (1795 - 1799) 24 4 . ERA NAPOLEÔNICA (1799 - 1815) 27 4.1 . CONSULADO (1799 - 1804) 27 4.2 . I MPÉRIO (1804 - 1814) 29 4.3 . GOVERNO DOS CEM DIAS (1815) 32 5 . CONGRESSO DE VIENA (1815) 34 6 . FRANÇA PÓS - NAPOLEÔNICA (1830 - 1870) 36 6.1 . REVOLUÇÃO DE 1830 36 6.2 . REVOLUÇÃO DE 1848 39 7 . LISTA DE QUESTÕES 42 7.1 . ENEM 42 7.2 . VESTIBULARES 43 7.2 . INÉDITAS 60 8 . GABARITO 63 8.1 . ENEM 63 8.2 . VESTIBULARES 63 8.3 . INÉDITAS 63 9 . LISTA DE QUESTÕES COMENTADA 63 9.1 . ENEM 63 9.2 . VESTIBULARES 66 9.3 . INÉDITAS 94 t.me/CursosDesignTelegramhub AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 3 ESTRAT É GIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPOR ÂNEA I 10 . CONSIDERAÇÕES FINAIS 99 11 . REFERÊNCIAS 99 12 . VERSÕES DAS AULAS 100 t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 4 1. INTRODUÇÃO Na aula passada, tratamos das revoluções enquanto processos que provocaram rupturas e transformações de ordem política, social e econômica. Tratamos dos seguintes processos: ▪ Revoluções Inglesas: solaparam as bases do absolutismo, lançando os bases da monarquia constitucional e parlamentar na Inglaterra no século XVII. Seus impactos influenciaram a Revolução Americana e o movimento iluminista. ▪ Revolução Industrial: nome dado ao surgimento modelo industrial de produção, iniciado na Inglaterra no século XVII e difundido pela Europa e outras partes do mundo no século XIX. É também o surgimento de um novo sistema econômico, o capitalismo industrial. ▪ Revolução Americana (1776-1783): o processo de independência dos Estados Unidos foi definido como revolucionário, pois ao provocar transformações nas relações entre súditos e colonos, tornou-se um modelo para muitos projetos de emancipação na América Espanhola e para a Inconfidência Mineira. Ao mesmo tempo, chegou a inspirar nomes da Revolução Francesa. O que veremos por aqui? Nesta aula falaremos sobre outro processo transformador, a Revolução Francesa (1789-1799), bem como o cenário francês após o seu término. Para muitos historiadores, a Revolução Francesa marcou o início da Idade Contemporânea para a Humanidade, período em que ainda nos encontramos. Caso você tenha esquecido da nossa periodização, dê uma retomada no nosso esquema a seguir: Antes mesmo de adentrarmos no assunto, é bom destacar alguns pontos: ▪ A Revolução Francesa foi o primeiro acontecimento a buscar o uso do conceito de revolução como sinônimo de ruptura, o que não observamos entre os revolucionários dos movimentos anteriores – ainda que também tenham sido. ▪ Os revolucionários franceses tinham a noção de que estavam vivenciando algo único, sem precedentes em qualquer momento ou sociedade ao longo da História. Isso contribuiu para enfraquecer ideias de que a História seria algo cíclico (se repete), existentes desde a Antiguidade. Idade Antiga • Do surgimento da escrita (4000 a.C) à desintegração do Império Romano no Ocidente (sec. V). Idade Média • Da desintegração do Império Romano ( sec. V) à Tomada de Constantinopla (1453) Idade Moderna • Da Tomada de Constantinopla à Revolução Francesa (1789) Idade Contemporânea • Da Revolução Francesa aos dias attuais. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 5 ▪ A Revolução Francesa formou um repertório de ideias e símbolos para a Humanidade, que foram utilizados por múltiplos movimentos e personagens em todas as partes do mundo. E então? Pronto para ingressar na História Contemporânea? Então vamos lá! 2. A FRANÇA ANTERIOR À REVOLUÇÃO É na França do século XVIII que encontramos o surgimento do conceito de Antigo Regime, definido a partir de suas estruturas políticas, econômicas, sociais e culturais. Recordemos: Forma de governo baseada na concentração de poderes em torno da figura do Rei, cuja autoridade não é limitada. Práticas e ideias econômicas que consideram o Estado o principal agente da economia. Não há mobilidade social entre os indivíduos. A posição de cada um é definida pela sua origem de nascimento. A Igreja mantém grande influência sobre o Estado, sobre a cultura e a produção de conhecimento científico. Assim sendo, considere que o conceito de Antigo Regime envolve todos esses aspectos, que como vimos em uma aula anterior, foram questionados pelas ideias iluministas e liberais. A sociedade francesa no século XVIII Quando a Revolução se irrompeu, a sociedade estava dividida pelos seguintes estamentos: ▪ Primeiro Estado: Composto por membros do alto clero (cardeais e bispos). A Igreja Católica era a única instituição que tinha o direito de ensinar a religião, além de dispor de muitas terras e do direito de cobrar tributos. ▪ Segundo Estado: Composto pelos membros da nobreza. No campo, eram senhores da maioria das terras da França, cobrando tributos dos camponeses que nelas trabalhavam (nobreza fundiária). No Palácio de Versalhes, sede do poder, formou-se uma nobreza cortesã, que vivia do prestígio que dispunha perante a Coroa e chegava a ocupar cargos importantes no Estado. Clero (Primeiro Estado) e nobreza (Segundo Estado) representavam cerca de 3% da população francesa, sendo setores privilegiados – ou seja, concentravam as riquezas do país, não pagavam tributos e eram sustentados pelo Estado. Vejamos então quem pagava a conta: ABSOLUTISMO MERCANTILISMO SOCIEDADE ESTAMENTAL DOGMATISMO RELIGIOSO t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 6 ▪ Terceiro Estado: composto pelo restante da população francesa (97%), que sustentava os demais estamentos com o pagamento de impostos e não dispunham de privilégios. É uma camada heterogênea, composta pelos seguintes grupos sociais: Camponeses – representam 85% da população total do país; Sans-culottes – nome dado aos trabalhadores pobres dos centros urbanos; Alta Burguesia – composta por banqueiros e grandes comerciantes; Média burguesia - composta por comerciantes, médicos e advogados; Pequena burguesia – composta por vendedores e artesãos. Figura 1 - Caricaturas feitas no curso da Revolução denunciavam a opressão fiscal que clero e nobreza impunham ao Terceiro Estado. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 7 O abade Sieyès, um dos apoiadores da Revolução Francesa, fez uma definição do Terceiro Estado, que é recorrente em provas: Que é o Terceiro Estado? Que é o Terceiro Estado? Tudo. Que temsido até agora na ordem política? Nada. Que deseja? Vir a ser alguma coisa... O Terceiro Estado forma em todos os setores os dezenove/vinte avos, com a diferença de que ele é encarregado de tudo o que existe de verdadeiramente penoso, de todos os trabalhos que a ordem privilegiada se recusa a cumprir. Os lugares lucrativos e honoríficos são ocupados pelos membros da ordem privilegiada... Quem, portanto, ousaria dizer que o Terceiro Estado não tem em si tudo o que é necessário para formar uma nação completa? Ele é o homem forte e robusto que tem um dos braços ainda acorrentado. Se suprimíssemos a ordem privilegiada, a nação não seria algo de menos e sim alguma 1 º ESTADO: Clero 2 º ESTADO: Nobreza 3 º ESTADO: Burguesia, camponeses e sans - culottes. SETORES PRIVILEGIADOS SUSTENTAM OS DEMAIS ESTADOS COM OBRIGAÇÕES E IMPOSTOS t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 8 coisa mais. Assim, que é o Terceiro Estado? Tudo, mas um tudo livre e florescente. Nada pode caminhar sem ele, tudo iria infinitamente melhor sem os outros... Uma espécie de confraternidade faz com que os nobres deem preferência a si mesmos para tudo, em relação ao resto da nação. A usurpação é completa, eles verdadeiramente reinam... É a Corte que tem reinado e não o monarca. É a Corte que faz e desfaz, convoca e demite os ministros, cria e distribui lugares etc. Também o povo se acostumou a separar nos seus murmúrios o monarca dos impulsionadores do poder. Ele sempre encarou o rei como um homem tão enganado e de tal maneira indefeso em meio a uma Corte ativa e todo-poderosa, que jamais pensou em culpá-lo de todo o mal que se faz em seu nome. SIEYÈS. Que é o Terceiro Estado? 1789. Disponível em: < http://www.fafich.ufmg.br/~luarnaut/seyes.PDF>. Acesso em: 09 set. 2019. Crise econômica na França Ao final da década de 1780, uma forte crise econômica se abateu sobre a França. Vejamos os principais aspectos que contribuíram para isso: ▪ Crise na produção agrícola: em 1788, uma péssima colheita agravou a situação dos camponeses; ▪ Acordos comerciais desvantajosos, especialmente aqueles firmados com a Inglaterra; ▪ Gastos do Estado em conflitos militares: o envolvimento da França na Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e na Guerra de Independência dos Estados Unidos (1775-1783) agravou suas finanças. A crise afetava principalmente os mais desprivilegiados. Para se ter uma ideia da situação do país, um trabalhador chegava a destinar até 90% de seus rendimentos para a compra de pão! Crise de subsistência: preço do trigo e do centeio de 1787 a 1790 t.me/CursosDesignTelegramhub http://www.fafich.ufmg.br/~luarnaut/seyes.PDF ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 9 Figura 1 - Fonte: VOVELLE, 2012, p. 19. O despreparado Luís XVI reinou por mais de duas décadas sem promover qualquer mudança desse cenário, o que agravava cada vez mais as finanças do Estado francês e a situação dos mais pobres do Terceiro Estado. Alguns de seus ministros das Finanças, como Turgot e Necker 1 , tentaram promover reformas, mas não tiveram o apoio da Coroa e enfrentaram a oposição dos grupos privilegiados. Figura 2 - O rei Luís XVI. Fonte: Shutterstock. 1 Turgot e Necker foram nomes ligados à Escola Fisiocrática, que abordamos na aula intitulada IDADE MODERNA III. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 10 Em 1788, o monarca convocou a Assembleia dos Estados Gerais, composta pelos representantes dos três Estados. Sua última reunião havia ocorrido em 1614, mas foi reativada para discutir os problemas econômicos enfrentados pelo país. Naquele momento, os estamentos da França se comportaram da seguinte forma: ▪ para o Terceiro Estado, a reativação da Assembleia era uma oportunidade para solicitar que reformas tributárias incidissem sobre a França, de modo a desonerá-los; ▪ para o Primeiro e Segundo Estados, era importante a manutenção de seus privilégios, fazendo com que o Terceiro Estado arcasse com mais tributos. Figura 3 - Representação da abertura da Assembleia dos Estados Gerais em Versalhes, em 05 de maio de 1789. O Terceiro Estado conseguiu o direito de ter o mesmo número de representantes que os das demais ordens juntas, mas de nada adiantou: ao invés de serem computados votos individuais, a Assembleia concedeu o direito de um voto por cada Estado, fazendo com que clero e nobreza se unissem para vencer o Terceiro Estado em todas as decisões. Depois de seis semanas de impasse, os representantes do Terceiro Estado encontraram as portas da sala de reuniões fechadas. Suspeitando de um complô organizado pelos outros dois estamentos, eles t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 11 invadiram uma sala de jogo de Versalhes e juraram permanecer unidos até obterem uma Constituição. O episódio ficou conhecido como o Juramento do Jogo da Péla2. Figura 4 - Representação do Juramento do jogo da péla, ocorrido em 20 de junho de 1789. Deputados do Terceiro Estado se colocavam em Assembleia Nacional, ou seja, se consideravam os verdadeiros representantes do povo. Naquela altura, membros do clero se colocavam ao lado deles. A partir daí, Luís XVI adotou uma postura contraditória: sugeriu a mudança no sistema de votação, mas demitiu o ministro Necker, que propunha que clero e nobreza pagassem impostos. Em resposta aos atos do rei, parisienses invadiram a Bastilha em busca de armas, em 11 de julho de 1789. Antiga fortaleza medieval, operava como uma prisão do Estado naquele período. Embora estivesse com apenas meia dúzia de presos na ocasião, a prisão era um símbolo do absolutismo, pois muitos adversários do rei foram encarcerados e torturados no local, sem mesmo serem julgados. 2 O jogo da péla era uma espécie de ancestral do tênis, praticado desde o século XIII por nobres, clérigos e burgueses. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 12 Figura 5 - Representação da Tomada da Bastilha, um dos episódios mais marcantes da Revolução Francesa. ATENÇÃO: A Tomada da Bastilha é um dos eventos que marcam o início da Revolução Francesa. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 13 (2007/FGV) Analise a imagem: Essa ilustração pode ser corretamente associada à sociedade a) espanhola colonial, estruturada segundo o ideal de pureza de sangue. b) inglesa, após a Revolução Gloriosa, na qual o rei reina, mas não governa. c) francesa, antes da Revolução de 1789, marcada pelos privilégios. d) burguesa, que impôs o critério de riqueza no lugar do nascimento. e) europeia, após a Revolução Industrial, com o surgimento do proletariado. Comentários Apesar de não dispor de grande qualidade, o candidato naquele ano deveria interpretar a imagem para responder à questão. Nela, encontramos um clérigo, um nobre e um camponês, representantes do Primeiro, Segundo e Terceiro Estados, respectivamente. Diferentemente das demais figuras, o camponês aparece com um enorme peso sobre as costas, sugerindo que seu estamento era o único a sustentar a estrutura social do país com vultuosos tributos. Feitas essas considerações, a alternativa C é a correta. Quanto às demais... - A alternativa A está incorreta, afinal não são representadas figuras de tons de pele distintos. - A alternativa B está incorreta, pois o Rei, representado na imagem perante a cruz, mostraser uma figura proeminente na sociedade ilustrada pela charge. - A alternativa D está incorreta, pois os indivíduos da charge representam estamentos cuja posição era definida por critério de nascimento. - A alternativa E está incorreta, pois o trabalhador representado na ilustração não é um proletário, mas um camponês. Gabarito: C 3. REVOLUÇÃO FRANCESA (1789-1799) A Revolução Francesa é um processo que pode ser dividido em três fases: ▪ Assembleia Nacional Constituinte e Assembleia Legislativa (1789-1792) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 14 ▪ Convenção Nacional (1792-1795) ▪ Diretório (1795-1799) Vejamos, a seguir, cada uma delas. 3.1. Assembleia Nacional Constituinte e Assembleia Legislativa As agitações populares não se limitaram à Paris. No interior, camponeses incendiaram castelos e destruíram documentos que estabeleciam os impostos, fenômeno que ficou conhecido como Grande Medo. Acuados, representantes da nobreza renunciaram a seus privilégios, incluindo a servidão. O feudalismo foi formalmente abolido, ainda que fossem mantidas garantias aos nobres sobre as terras. Figura 6 - O Grande Medo representado em uma gravura. Na imagem, castelos são invadidos e incendiados por camponeses. Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão O fim dos privilégios feudais foi o primeiro passo na eliminação da sociedade estamental. Enquanto os deputados da Assembleia Nacional elaboravam a primeira constituição do país, foi criada a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, que concluiu o processo de destruição do Antigo Regime. O documento considerou que todos “os homens nascem livres e iguais em direitos”, incluindo povos de todo o mundo. Com isso, verificou-se na Revolução Francesa uma pretensão à universalidade. Vejamos suas principais características asseguradas pela Declaração: ▪ Igualdade jurídica –os homens são iguais perante a lei, sem distingui-los pela origem social; ▪ Liberdades individuais – são reconhecidos a todos os homens a liberdade de ir e vir e de agir, não sendo possível prendê-los sem julgamento. Também se reconheceu a liberdade de pensamento, de crença e de expressão. Por fim, existe também a liberdade de empreender, de produzir e fabricar. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 15 ▪ Reconhecimento do direito à vida – o Estado deve zelar pela integridade física dos cidadãos. Com isso, a tortura foi abolida na França. ▪ Direito à propriedade – Trata-se de uma garantia que atendia aos interesses da burguesia, na medida em que se impõem limites à ação do Estado diante do patrimônio dos indivíduos. ▪ Separação de poderes – Defendida por Montesquieu e outros iluministas no passado, ela visava evitar o surgimento de lideranças autoritárias que pudessem limitar os direitos dos cidadãos. ▪ Direito de resistência à opressão – garantido aos cidadãos em situações em que se verifica o surgimento de figuras autoritárias. ▪ A Lei como expressão da vontade geral – influenciados por Rousseau, os revolucionários consideraram que o conjunto de leis deveria atender aos interesses do corpo de cidadãos. Figura 7 - Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. ATENÇÃO: O direito à vida, o direito à liberdade e o direito à propriedade são considerados direitos naturais e imprescritíveis, ou seja, os homens nascem com eles e deles não podem ser dissociados. Assim sendo, caberia ao Estado garanti-los, sendo reconhecidos como direitos civis. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 16 A Declaração de Direitos e a condução do processo revolucionário foram fortemente influenciados por ideias iluministas e liberais, mas não se pode estabelecer uma relação de causa/consequência entre eles. Isso quer dizer que o Iluminismo não gerou a Revolução Francesa, mas que os revolucionários se apropriaram de discussões realizadas pelos falecidos autores para orientar, refletir e legitimar as transformações empreendidas. Tomemos como exemplo os escritos de Rousseau: a Declaração de Direitos adotou a noção de vontade geral trazida pelo autor, mas não questionou a desigualdade social gerada pela propriedade privada, que também é discutida por ele. Mulheres na Revolução Francesa Em outubro de 1789, as mulheres assumiram o protagonismo de um dos momentos mais marcantes da Revolução, a Marcha Sobre Versalhes. Para protestar contra a falta de pão, donas de casa munidas de facões, lanças, machados e canhões percorreram 20 quilômetros a pé, de Paris até Versalhes, conseguindo apoio de milhares de guardas da capital. Diante da pressão, Luís XVI reconheceu a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Figura 8 - Representação da Marcha sobre Versalhes, 1789. Fonte: Wikimedia commons. As mulheres atuaram ativamente no período, se associando em clubes femininos, se manifestando na Assembleia e nas ruas. Para os líderes revolucionários, as mulheres eram idealizadas como “virtuosas”, afinal a elas se depositava a tarefa de gerar, amamentar e educar as futuras gerações de patriotas. Contudo, algumas mulheres foram mais além ao se demonstrarem assíduas espectadoras das execuções públicas, ou mesmo reivindicando direitos, o que as levava a serem consideradas “perigosas” no decorrer da revolução. Uma das mais destacadas ativistas do período foi Olympe de Gouges, que adotou o pseudônimo de Marie Gouze. Ela é a autora do panfleto Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791), uma t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 17 resposta à Declaração de Direitos em que se reivindicam direitos políticos às mulheres. Ela também defendeu a instituição do divórcio e o fim da escravidão, ainda adotada nas colônias francesas. DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER E DA CIDADÃ (1791) Artigo 1º A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. As distinções sociais só podem ser baseadas no interesse comum. Artigo 2º O objeto de toda associação política é a conservação dos direitos imprescritíveis da mulher e do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão. Artigo 3º O princípio de toda soberania reside essencialmente na nação, que é a união da mulher e do homem nenhum organismo, nenhum indivíduo, pode exercer autoridade que não provenha expressamente deles. Figura 9 - Pintura de Olympe de Gouges, por Alexander Kucharsky. Considerada “desnaturada” e “contrarrevolucionária” devido às críticas dirigidas ao governo revolucionário, Olympe de Gouges foi condenada à guilhotina em 1793, ano em que as mulheres foram proibidas de frequentar a Assembleia e de se reunirem em locais públicos. Pouco antes de ser executada, bradou a seguinte frase: Se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve ter igualmente o direito de subir à tribuna. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 18 (2022/Famerp) Em 1791, a escritora francesa Olympe de Gouges publicou a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. Esse documento a) defendia a participação da mulher na vida política e civil em condição de igualdade com os homens. b) baseou-se na noção de papel social das mulheres proposta na Declaração de Independência dos Estados Unidos. c) sustentava a importância das atividades femininas no ambiente doméstico e na liderança da estrutura familiar. d) consolidou a igualdade de gêneros como um dos princípios defendidos pelos revolucionáriosfranceses. e) embasou a ascensão das mulheres ao primeiro escalão governamental na França revolucionária. Comentários - A alternativa A é a resposta. As mulheres foram personagens ativos da Revolução Francesa, se associando em clubes femininos, se manifestando na Assembleia e nas ruas. Para os líderes revolucionários, as mulheres eram idealizadas como “virtuosas”, afinal a elas se depositava a tarefa de gerar, amamentar e educar as futuras gerações de patriotas. Contudo, algumas mulheres foram mais além ao se demonstrarem assíduas participantes das execuções públicas, ou mesmo reivindicando direitos, o que as levava a serem consideradas “perigosas” no decorrer da revolução. Uma das mais destacadas ativistas do período foi Olympe de Gouges, que redigiu um panfleto no qual defendia os direitos políticos das mulheres, a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. - A alternativa B está incorreta, afinal a Declaração de Independência norte-americana não concedeu direitos às mulheres. - A alternativa C está incorreta, pois o documento defendia que as mulheres desfrutassem dos mesmos direitos políticos que os homens no espaço público. - A alternativa D está incorreta, afinal os revolucionários consideravam que as mulheres deveriam se voltar à esfera doméstica, tendo em vista sua suposta indisposição para a vida pública. - A alternativa E está incorreta, a Revolução Francesa não garantiu direitos políticos às mulheres. Gabarito: A t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 19 Monarquia Constitucional (1791-1792) Em 1791, a promulgação da constituição implantava uma monarquia constitucional no país, que limitava os poderes do rei (fim do absolutismo). A Declaração de Direitos foi incorporada à Constituição. Foi estabelecido o voto censitário, que considera necessário comprovar uma renda mínima para votar e se candidatar. Assim sendo, os cidadãos foram categorizados em dois grupos: ▪ Cidadãos ativos: são aqueles que possuem a renda mínima para poder votar e serem votados. Assim sendo, acumulam direitos civis e políticos. Homens maiores de 21 anos e proprietários eram considerados cidadãos ativos, o que correspondia a 30% da população. ▪ Cidadãos passivos: como não possuem a renda mínima necessária, possuem apenas direitos civis. Eram a maioria da população masculina. No mesmo período foi criada a Constituição do Clero, que reduzia o número de sacerdotes no país e os transformava em funcionários do governo, eleitos pelo povo e pagos pelo Estado. O governo revolucionário também confiscou propriedades da Igreja, que foram colocadas à venda. Naquele momento, a alta burguesia do país dispunha de igualdade jurídica, direitos políticos e o reconhecimento de seus direitos civis. Assim sendo, para essa camada da sociedade, o processo revolucionário já havia alcançado o seu objetivo. Desde o chamado Grande Medo, muitos nobres fugiram para países vizinhos, o que fez com que a Revolução Francesa passasse a ser vista uma ameaça pelas monarquias absolutistas da Áustria e da Prússia, tendo em vista que suas ideias poderiam se espalhar pela Europa – vimos que ela tinha uma pretensão à universalidade. Assim sendo, Áustria e Prússia passaram a ameaçar invadir a França. Em junho de 1791, Luís XVI tentou fugir disfarçado para a Bélgica, mas foi reconhecido e enviado de volta a Paris. Até então, o monarca conspirava contra a Revolução por meio de cartas trocadas com a Áustria, o que causou extrema indignação. Para muitos, o rei havia se tornado um traidor. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 20 Figura 10 - Na charge, Luis XVI é representado como um porco. O processo revolucionário também envolveu a dessacralização da imagem do rei. A França declarou guerra à Áustria em abril de 1792, ainda que não fosse algo consensual entre os revolucionários. A monarquia austríaca foi apoiada pela Prússia e a Rússia em seu objetivo de invadir a França e dar fim à revolução, recuperando os poderes de Luís XVI. Para proteger o governo revolucionário, batalhões marcharam a pé de Marselha e outras regiões em direção à capital, muitos deles entoando a chamada Marselhesa, canção que mais tarde seria transformada no hino da França. Veja a letra da canção: t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 21 Avante, filhos da Pátria O dia da Glória chegou Contra nós, da tirania O estandarte ensanguentado se ergueu O estandarte ensanguentado se ergueu Ouvis nos campos Rugirem esses ferozes soldados? Vêm eles até aos nossos braços Degolar nossos filhos, nossas mulheres Às armas, cidadãos Formai vossos batalhões Marchemos, marchemos! Que um sangue impuro Ague o nosso arado! Quando os invasores adentraram as fronteiras da França, a população se voltou contra o rei e invadiu o Palácio de Tulherias em junho de 1792. Luís XVI e a família real foram presos e condenados à morte no ano seguinte, em janeiro de 1793. Terminava uma monarquia que perdurara por mais de mil anos. 3.2. Convenção Nacional (1792-1794) A prisão de Luís XVI foi seguida pela proclamação da República na França, com a nova Assembleia sendo batizada de Convenção. Foi implementado o sufrágio universal masculino, ou seja, todos os homens adultos passaram a dispor do direito de voto, independente de sua renda. Sans-culottes e a Revolução Desde a queda da Bastilha até o enfrentamento das potências invasoras, os trabalhadores urbanos mostraram-se mobilizados em defesa da Revolução. Eram pejorativamente chamados de sansculottes, em razão de vestirem calças (geralmente listradas), enquanto burguesias e aristocratas trajavam calções até o joelho e meias. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 22 Os sans-culottes geralmente usavam na cabeça um de gorro na cor vermelha, conhecido como barrete frígio. O adorno se tornou símbolo da Revolução e da República, não somente na França, mas em diversos países. Figura 11 - Representação de um sans-culotte com o barrete vermelho. Os sans-culottes são uma das principais forças que pressionam para que a Revolução prosseguisse com novas transformações. Eles se mostram dispostos a apoiar o grupo político que colocasse em pauta a questão social, se comprometendo a combater o cenário de miséria no qual eles se encontravam. Também são defensores da democracia, que buscam participar diretamente. Gironda X Montanha No início da Convenção Nacional, dois grupos se destacaram: ▪ Os girondinos, assim chamado devido à sua expressividade na província francesa de Gironda. Durante a monarquia constitucional, foram relutantes quanto a execução de Luís XVI. Eram membros da alta burguesia, temerosa que a continuidade do processo revolucionário desembocasse na democracia. Com isso, preferiam a manutenção do voto censitário; ▪ Os montanheses, nome dado aos representantes da pequena e média burguesia, assim chamados por se sentarem em assentos mais altos da Convenção. Eram liderados pelo advogado Maximilien de Robespierre, que há muito defendia a implantação de uma República democrática na França, e apoiados pelos sans-culottes. São revolucionários radicais, postura que os leva à defesa do sufrágio universal masculino. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 23 Os girondinos se sentavam à direita da Assembleia; enquanto os montanheses se sentavam à esquerda. Ao centro se localizavam os membros da Planície, grupo que oscilavaentre ambos. Eles constituem a maioria dos deputados. ATENÇÃO: Algumas provas denominam os montanheses de “jacobinos”. Embora o termo se refira a outro grupo existente na Convenção, podemos considerá-los equivalentes em sua prova. MONTANHESES GIRONDINOS Representantes da pequena e média burguesia, apoiados pelos sans-culottes. Representantes da alta burguesia. Favoráveis à execução de Luís XVI. Contrários à execução de Luís XVI. Defensores da implantação da República. Defensores da monarquia constitucional. Preferência pelo sufrágio universal masculino. Preferência pelo voto censitário. Além dos direitos civis e políticos, buscam garantias sociais aos grupos desfavorecidos. Buscam a manutenção dos direitos civis e políticos. REVOLUCIONÁRIOS RADICAIS Querem prosseguir com a Revolução. REVOLUCIONÁRIOS MODERADOS Querem encerrar a Revolução. A divisão entre esquerda e direita criada pelos montanheses e girondinos foi assimilada pelo vocabulário político de diversos países, sendo utilizada ainda hoje para diferenciar as ideias e projetos dos grupos que disputam pelo poder. A principal diferenciação que podemos traçar entre a esquerda e a direita na maioria das épocas e países é o tratamento dado à questão da igualdadedesigualdade. Enquanto as direitas tendem a considerar a desigualdade algo inerente à condição humana, as esquerdas acreditam que os homens são mais iguais que desiguais entre si, por isso as diferenças entre eles devem ser amenizadas – ou, em alguns casos, eliminadas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 24 Apesar das vitórias iniciais contra os inimigos, os exércitos franceses acumularam derrotas em 1792, quando a Inglaterra, a Holanda e a Espanha se uniram à Áustria e à Prússia. No mesmo momento, eclodiu uma revolta de camponeses na Vendeia, região oeste do país. O movimento foi instigado por aristocratas, a partir de boatos de que o governo republicano adotaria o recrutamento obrigatório. Em junho de 1793, os radicais da Montanha se mobilizaram em Paris para prender os deputados girondinos da Convenção, golpe de Estado que contou com o apoio dos sans-culottes. A partir daí, os radicais conduziram a continuidade do processo revolucionário. O Terror No momento em que assumiram o controle do poder, Robespierre, montanheses e jacobinos tinham três forças inimigas: ▪ as forças estrangeiras, que ameaçavam a continuidade da Revolução nas fronteiras; ▪ a guerra civil na Vendeia, tendo à frente camponeses e contrarrevolucionários da elite; ▪ os girondinos, que iniciaram revoltas nas províncias em que eram mais expressivos. Para contornar a crise, os dirigentes do Partido da Montanha criaram o Comitê de Salvação Pública, um órgão executivo que tinha à frente Maximilien de Robespierre, conhecido como “o Incorruptível”. O novo governo tratou de atender as demandas dos sans-culottes com a criação da Lei do Máximo, que tabelou preços dos gêneros alimentícios. A ideia era controlar a inflação que assolava os mais pobres. Figura 12 - Maximilien de Robespierre, conhecido como “o Incorruptível”. Com amplo apoio do grupo dos sans-culottes em Paris, a burguesia montanhesa criou o Tribunal Revolucionário, responsável por julgar e condenar os suspeitos de conspirar contra a República e a Revolução, sobretudo antigos aristocratas, membros do clero e girondinos. A partir daí, cerca de 10 mil pessoas foram condenadas à guilhotina, máquina criada alguns anos antes para aplicar a pena de morte por meio da decapitação. Na Vendeia, a guerra civil também foi abafada após pelo menos 128 mil mortos. O banho de sangue conduzido pelo governo fez com que sua política de repressão ficasse conhecida como Terror. O período também foi marcado por outros pontos importantes. Vejamos: t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 25 ▪ Abolição da escravidão nas colônias da França; ▪ Instituição do ensino leigo, público, gratuito e universal, para todos os sexos, classes e idades. ▪ Criação do sistema métrico decimal, influenciados pelo racionalismo legado pelo Iluminismo. Novos símbolos Para os revolucionários, não bastou a derrubada da monarquia e da Igreja, mas a eliminação das tradições e costumes que remetiam a essas instituições. Para tanto, foi criado o calendário republicano (1792), que recomeçou a contagem dos anos a partir da criação da República – assim sendo, o ano de 1792 tornou-se o Ano I da Revolução. Para “descristianizar” a contagem do tempo, os meses receberam novos nomes, em referência às estações do ano e outros elementos da natureza. Vejamos: NOME DO MÊS SIGNIFICADO CALENDÁRIO GREGORIANO VINDEMIÁRIO Colheita da uva. 22 de setembro a 21 de outubro BRUMÁRIO Nevoeiro. 22 de outubro a 20 de novembro FRIMÁRIO Geadas. 21 de novembro a 20 de dezembro NIVOSO Neve. 21 de dezembro a 19 de janeiro PLUVIOSO Chuvas. 20 de janeiro a 18 de fevereiro VENTOSO Ventos. 19 de fevereiro a 20 de março GERMINAL Sementes. 21 de março a 19 de abril FLOREAL Flores. 20 de abril a 19 de maio PRAIRIAL Pastagens 20 de maio a 18 de junho MESSIDOR Colheitas 19 de junho a 18 de julho TERMIDOR Calor 19 de julho a 17 de agosto FRUTIDOR Frutas 18 de agosto a 20 de setembro. CURIOSIDADE: Para completar o número de dias do ano, eram acrescentados cinco dias (ou seis, nos anos bissextos) no fim do ano. Durante a fase da Convenção, Igrejas foram fechadas, mas foi mantido um culto ao que se chamou de Ser Supremo. Embora muitos defendessem que a religião deveria ser suprimida pelo culto à Razão, t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 26 Robespierre considerava necessária a existência de uma entidade que estimulasse uma postura virtuosa, coerente com a República que buscava organizar. Festas ao Ser Supremo chegaram a ser organizadas pelo governo, também com o objetivo de “descristianizar” a sociedade. A Revolução Francesa e o estilo neoclássico A Revolução Francesa deu um enorme impulso a esse tipo de interesse na história e à pintura de temas heroicos [...]. Os revolucionários franceses gostavam de se considerar gregos e romanos renascidos, e sua pintura, não menos que a arquitetura, refletia seu gosto pelo que era designado como grandeza romana. O principal artista desse estilo neoclássico foi o pintor Jacques Louis David (1748-1825), que foi o "artista oficial" do Governo Revolucionário e desenhou os trajes e cenários para tais eventos de propaganda como o "Festival do Ser Supremo" em que Robespierre oficiava como Sumo Sacerdote autonomeado. Essas pessoas achavam estar vivendo tempos heroicos e que os acontecimentos de seus próprios dias eram tão dignos da atenção do pintor quanto os episódios da história grega e romana. Quando um dos líderes da Revolução Francesa, Marat, foi assassinado em seu banho por uma jovem fanática, David pintou-o como um mártir que morrera por sua causa. Marat, segundo parece, tinha o hábito de escrever durante o banho e sua banheira tinha uma pequena escrivaninha adaptada. Sua agressora entregara-lhe uma petição, que ele estava prestes a assinar quando ela o apunhalou. A situação não parece prestar-se facilmente a um quadro de dignidade e grandeza, mas David conseguiu torná-lo heroico, sem deixar de respeitar os detalhes concretos de um registro policial. Ele aprendera através do estudo da escultura grega e romana como modelar os músculos e tendões do corpo, e a dar-lhe a aparência de nobre beleza; também aprendera com a arte clássica a deixar de fora todos os detalhes que não são essenciais ao efeito principale a almejar a simplicidade. GOMBRICH, Ernst Hans. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2015. p. 485. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 27 Figura 12 – Marat assassinado, de Jacques-Louis David, 1793. Fonte: Gombrich. A história da arte, 2015. Reação Termidoriana Robespierre e seus partidários tiveram êxito na contenção dos seus inimigos internos, mas também se afastaram e condenaram antigos aliados, incluindo líderes dos sans-culottes, o que os isolou no poder. No dia 09 do mês Termidor, Robespierre foi impedido de falar na Assembleia e teve sua prisão decretada por conspiradores. No dia seguinte, ele foi guilhotinado, juntamente com os poucos apoiadores que ainda lhe restava. O episódio ficou conhecido como Reação Termidoriana. 3.3. O Diretório (1795-1799) Após a morte de Robespierre, a alta burguesia girondina retomou o controle do poder, com objetivo de encerrar a revolução. Uma nova Constituição foi criada para o país, na qual o poder legislativo era dividido por duas assembleias, o Conselho dos Quinhentos e o Conselho dos Anciãos. Já o Executivo, chamado de Diretório, era exercido por cinco homens eleitos pelo Legislativo. Vejamos as principais medidas do período: ▪ reintrodução do voto censitário; ▪ restabelecimento da escravidão nas colônias da França; t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 28 ▪ extinção da Lei do Máximo e de qualquer medida estatal que incidisse sobre a economia; ▪ perseguição aos montanheses e sans-culottes. No mesmo período, os contrarrevolucionários se sentiram livres para se vingarem dos radicais da Revolução, iniciando um massacre contra montanheses, sans-culottes e jacobinos no sul do país e na Provença. A ação ficou conhecida como Terror Branco. Conspiração dos Iguais (1796) Liderados por Graco Babeuf, os jacobinos democratas organizaram um levante que defendia a propriedade coletiva da terra (fim da propriedade privada) e a repartição da produção de maneira igualitária. No Manifesto dos Iguais, documento produzido pelos rebeldes, defendia-se a igualdade total entre os homens. O movimento foi duramente combatido, mas, para muitos historiadores, ele teria sido precursor das teorias socialista e anarquista, que surgiriam no século XIX. O 18 de Brumário Apesar de obter vitórias expressivas contra seus adversários nas fronteiras, o Diretório amargava denúncias de corrupção, era incapaz de conter a inflação e não dispunha de autoridade entre funcionários e soldados, pois não conseguia pagá-los. Ao mesmo tempo, o exército francês acumulava vitórias no exterior, liderado pelo jovem Napoleão Bonaparte. O rápido prestígio conquistado por Bonaparte contribuiu para catapultá-lo para a cena política francesa. Para os burgueses, um nome confiável; para as camadas populares, um “justiceiro” e feroz combatente da corrupção. Em 09 de novembro de 1799 – ou 18 Brumário, no calendário republicano – um golpe de Estado colocou Napoleão Bonaparte e outros dois nomes como cônsules da França. O episódio marcou tanto o fim do Diretório quanto o término da Revolução Francesa. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 29 Figura 13 - O general Bonaparte no Conselho dos Quinhentos, por François Bouchot. (2014/PUCSP) “O Terror, que se tornou oficial durante certo tempo, é o instrumento usado para reprimir a contrarrevolução (…). É a parte sombria e mesmo terrível desse período da Revolução [Francesa], mas é preciso levar em conta o outro lado dessa política.” Michel Vovelle. A revolução francesa explicada à minha neta. São Paulo: Unesp, 2007, p. 74-75. São exemplos dos “dois lados” da política revolucionária desenvolvida na França, durante o período do Terror, a) o julgamento e a execução de cidadãos suspeitos e o tabelamento do preço do pão. b) a prisão do rei e da rainha e a conquista e colonização de territórios no Norte da África. c) a vitória na guerra contra a Áustria e a Prússia e o fim do controle sobre os salários dos operários. d) a ascensão política dos principais comandantes militares e a implantação da monarquia constitucional. e) o início da perseguição e da repressão contra religiosos e a convocação dos Estados Gerais. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 30 Comentários A política do Terror foi implantada durante a Revolução Francesa, no período em que a Convenção foi dominada pelos jacobinos. Ao sugerir a existência de “dois lados da moeda”, o historiador Michel Vovelle argumenta que a violência certamente foi um instrumento bárbaro, responsável pela morte de milhares de pessoas em um curto espaço de tempo. Contudo, o leitor é convidado a refletir sobre os ganhos do período, sendo um exemplo disso a criação da Lei do Máximo, que institui o tabelamento dos preços dos víveres para aliviar os camponeses da inflação. Assim sendo, a alternativa A é a resposta. Quanto as demais alternativas... - A alternativa B está incorreta, afinal a França conquista o Egito somente durante o Diretório, sendo a campanha militar conduzida pelo general Napoleão Bonaparte. - A alternativa C está incorreta, pois as forças austríacas e prussianas não foram detidas durante o período conhecido como Diretório. - A alternativa D está incorreta, afinal a França se torna uma monarquia constitucional antes da implementação da política do terror. - A alternativa E está incorreta, pois os Estados Gerais foram convocados por Luís XVI em maio de 1789, antes da eclosão da Revolução Francesa. Gabarito: A 4. ERA NAPOLEÔNICA (1799-1815) A ascensão de Napoleão Bonaparte representou um novo contexto político para a França. Assim sendo, podemos dividir o período em que se encontra no poder em três fases: ▪ Consulado (1799-1804) ▪ Império (1804-1814) ▪ Governo dos Cem Dias (1815) A seguir, veremos cada uma delas. 4.1. Consulado (1799-1804) Após a queda do Diretório, estabeleceu-se que Napoleão deveria ocupar o poder com outros dois cônsules por 10 anos. Contudo, ele monopolizou o poder a partir de 1802, quando se proclamou cônsul vitalício da França. Apesar do término da Revolução, os conflitos externos contra a Áustria, Inglaterra e Rússia permaneceram até 1802, quando foi negociada a Paz de Amiens. Porém, a paz não durou muito tempo, pois entre 1804 e 1815, a França voltou a enfrentar as monarquias rivais nas chamadas guerras napoleônicas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 31 Figura 14 - O primeiro-cônsul Napoleão Bonaparte, por volta de 1800. Fonte: Wellcome Colection. Internamente, Napoleão buscou fomentar o desenvolvimento econômico por meio da criação do Banco da França, reservando ao Estado a prerrogativa de emitir dinheiro e descontar títulos privados e empréstimos. Também criou a Sociedade para o Estímulo da Indústria Nacional, a fim de impulsionar a produção do país. Napoleão também buscou a reconciliação com os adversários internos da Revolução ao estimular o retorno dos nobres exilados durante a Revolução Francesa. Para se aproximar da Igreja, assinou a Concordata de 1801, documento em que reconhecia o catolicismo como a principal religião do país, mas sem torná-la oficial. Código Napoleônico A medida mais importante do período foi a aprovação do Código Civil, mais conhecido como Código Napoleônico (1804). Vejamos seus principais pontos: ▪ Liberdade de consciência; ▪ Igualdadejurídica; ▪ Direito à propriedade privada; ▪ Proibição de greves; ▪ Tutela do marido sobre a mulher e os filhos; ▪ Restabelecimento da escravidão nas colônias francesas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 32 Distribuído para cada cidadão francês, o novo sistema de leis trazia vários princípios iluministas e liberais, como por exemplo reconhecer que o Estado era a única fonte da lei, e que ela se aplicava à toda a Nação. Por outro lado, o Código Napoleônico buscou suprimir certos ideais da Revolução Francesa. A lei do divórcio foi endurecida, a mulher colocada sob a tutela do marido, as greves proibidas e a escravidão restabelecida nas colônias. Influenciado pelos valores da burguesia, Napoleão substituía “Liberdade, fraternidade e igualdade” por “propriedade, igualdade e liberdade”. Napoleão Bonaparte e a Revolução Francesa O paradoxo da vida incessantemente política de Napoleão é que ele conseguiu “acabar” com a política — pelo menos no sentido turbulento, partidário, diário, em que os franceses a haviam praticado durante uma década de Revolução. Como primeiro-cônsul, depois como imperador, ele puxou, esvaziou e incorporou la politique; ele, e nada ou ninguém mais, tornou-se partido, parlamento e político. A linguagem, que foi o principal meio que Napoleão usou para fazer isso, girou em torno de dois fecundos termos franceses — “nação” e “nacional”, este último prestando muitas vezes bons serviços como substantivo, não apenas como adjetivo [...]. Isto não quer dizer que Napoleão não tenha devido muito a “grandes eventos”, e de maneiras de que nem mesmo ele teve completa consciência. [...]. A Revolução moldou sua percepção e sua consciência, levando-o a lamentar muitas ações tanto enquanto as praticava quanto por muito tempo depois. A Revolução determinou de maneira decisiva suas ideias, acima de tudo sua intenção de eliminar os efeitos da explosiva “descoberta da política” feita pela França no final no século XVIII. Por mais que tentasse “consertar” (leia-se: sufocar) a Revolução Francesa, ele continuou sendo mais seu herdeiro do que seu parricida no início e no fim da sua carreira, e durante a maior parte das crises [...]. ENGLUND, Steven. Napoleão: uma biografia política. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. p. 514-515. 4.2. Império (1804-1814) Em 1804, Napoleão Bonaparte tornou-se imperador dos franceses, o que foi legitimado por um plebiscito. O papa Pio VII foi intimado a ir até a França para coroá-lo na catedral de Notre-Dame, mas durante a cerimônia, Napoleão tomou a coroa de suas mãos e botou em sua própria cabeça. Com isso, manifestava que seu poder não dependia do reconhecimento da Igreja, mas apenas dele próprio. Em seguida, corou a esposa, Josefina, como imperatriz da França. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 33 Figura 15 - A Coroação de Napoleão, por Jacques-Louis David, 1807. O período foi marcado por fortes investimentos no ensino público em todo o país, a partir da criação de diversas escolas secundárias, chamadas de liceus. Nelas era aplicado o Catecismo Imperial, um guia de instrução religiosa que recomendava obediência dos alunos ao líder máximo do país. Expansão territorial Tanto a Revolução Francesa quanto a Era Napoleônica foram marcadas pela dominação de áreas do continente europeu pela França, incluindo territórios da Áustria, a anexação da Holanda e o domínio sobre o reino de Nápoles. Por vezes, o imperador francês designou parentes para a administração de suas conquistas territoriais. O processo de expansão territorial ameaçava não somente o poderio de monarquias tradicionais, mas a própria continuidade do Antigo Regime em outros países. Em cada área anexada, aplicava-se o Código Napoleônico, o sistema decimal e o casamento civil. Além disso, tributos e privilégios feudais eram eliminados, ao passo que se estimulava a tolerância religiosa e o ensino secular. A França napoleônica buscou consolidar sua hegemonia militar e econômica sobre a Europa, mas esbarrou com uma poderosa adversária: a Inglaterra. Embora o Exército napoleônico tenha se mostrado eficaz no processo expansionista, ele se mostrou pouco eficaz diante de um país que era insular (a Inglaterra é uma ilha) e apresentava uma poderosa frota naval. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 34 (2020/ENEM DIGITAL) O gesto representado no quadro simboliza uma diferença entre o império napoleônico e a monarquia absolutista, por a) reduzir a autoridade do clero. b) instaurar a censura da imprensa. c) controlar a organização judiciária. d) suspender as pensões da nobreza. e) desrespeitar a propriedade privada. Comentários - A alternativa A está correta. As monarquias possuíam uma íntima relação com o poder religioso. O clero justificava os governos absolutistas na medida que afirmava que o poder provinha de Deus, portanto os reis eram escolhidos divinos. No período absolutista, quem colocava a coroa na cabeça do rei, em um ato extremamente simbólico, era uma autoridade religiosa. Napoleão rompe com isso, já que ele próprio tomou a coroa das mãos do papa e se autoproclamou imperador. Esse ato revela uma redução do poder e autoridade clerical, que estaria submetido a Napoleão. - A alternativa B está incorreta, porque Napoleão, embora fosse uma figura autoritária, era adepto dos pensamentos liberais e da defesa dos direitos naturais, onde se inclui o direito à livre expressão. Portanto, não havia o intuito de censurar a imprensa. - A alternativa C está incorreta, porque o controle da organização judiciária era uma característica do período absolutista, não do período napoleônico. A organização judiciária possuía certo grau de liberdade durante o governo de Napoleão. - A alternativa D está incorreta, porque o gesto representado na imagem não possui relações com a suspensão das pensões da nobreza. A imagem apresenta um ato de soberania e submissão ao imperador. - A alternativa E está incorreta, porque Napoleão era adepto do liberalismo. Uma das principais ideias dessa corrente é a defesa da propriedade privada. Logo, Napoleão promoveu o respeito a tal noção, não o desrespeito, como sugere o enunciado. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 35 Gabarito: A t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 36 Bloqueio Continental (1806) Para fazer frente à Inglaterra, a França decretou o Bloqueio Continental, que buscava sufocar a economia inglesa ao proibir todas as nações de estabelecerem relações comerciais com a rival. O país que o desacatasse, ficaria à mercê das tropas napoleônicas, que marchariam para invadi-lo e depor seu governante. O plano de Napoleão se mostrou falho por duas razões: ▪ ainda que buscasse tomar o lugar da Inglaterra no continente, a produção industrial francesa não era tão expressiva, mostrando-se incapaz de suprir a demanda dos países europeus; ▪ ao ser limitada pelo embargo napoleônico, a Inglaterra investiu em novos mercados para os seus produtos nas Américas. Figura 16 - Mapa da Europa durante as guerras napoleônicas. A expansão francesa e a aplicação do Bloqueio Continental enfrentaram adversidades. Na Espanha, a dinastia Bourbon foi deposta pelas tropas napoleônicas, sendo substituída pelo irmão de Napoleão, José Bonaparte. Contudo, clero, nobres e populares não aceitaram a dominação, dando início a um processo de resistência conhecido como “úlcera espanhola”, que consumiufortunas da França. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 37 Figura 17 - Os fuzilamentos de 3 de maio de 1808 (1814-1815), de Goya. Em estilo romântico, a mostra a execução de cidadãos que resistiam à ocupação de Napoleão na Espanha. Fonte: GRAÇA PROENÇA, 2018, p. 176. Em Portugal, país economicamente dependente da Inglaterra, o príncipe-regente D. João não cumpriu o boicote, o que o levou a ser invadido por tropas napoleônicas. Em resposta a isso, ele optou pela transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808. A Rússia também se recusou a romper relações comerciais com os ingleses, o que levou Napoleão à invadir a Rússia com seu Exército, em 1812. Contudo, foram derrotados diante da política de “terra arrasada” implementada pelos russos: conforme as tropas napoleônicas avançavam até Moscou, seu abastecimento era dificultado pelos habitantes do Império russo, que queimavam e destruíam tudo. Como o rigoroso inverno se aproximava na região, Napoleão optou por bater em retirada, mas seu Grande Exército foi abatido pelo frio, epidemias de tifo e ataques russos. Depois de retornar à França, o Imperador não obteve recursos para recompor as perdas de seus efetivos militares, o que favoreceu a sua derrota por uma coligação formada pela Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia. Deposto, Napoleão foi exilado na ilha de Elba, situada na costa da península itálica, enquanto o trono da França era ocupado por Luís XVIII, irmão do monarca executado pela Revolução. 4.3. Governo dos cem dias (1815) O retorno dos Bourbons ao poder provocava o receio de que conquistas legadas pela Revolução Francesa e a Era Napoleônica fossem suprimidas. Por parte dos camponeses, havia o medo de serem retiradas as terras distribuídas durante a Convenção, enquanto a burguesia acreditava que a valorização do mérito individual implementada por Napoleão poderia dar lugar aos privilégios que existiam no período do Antigo Regime. Por fim, o Exército buscava conservar o status adquirido nos últimos anos. No dia 1º de março de 1815, as tropas enviadas por Luís XVIII para manter Napoleão em Elba auxiliaram-no a retornar para Paris, onde foi aclamado pela população. Diante disso, o rei Luís XVIII fugiu para os Países Baixos, mas a situação não durou muito: em 18 de junho de 1815, Napoleão foi derrotado t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 38 em Waterloo, Bélgica, por uma coligação de monarquias europeias. Foi novamente exilado, dessa vez para a ilha africana de Santa Helena, no meio do Atlântico, onde morreu, em 1821. O seu novo e breve governo ficou conhecido como os “cem dias”, sendo sucedido pelo retorno de Luís XVIII ao trono. (2001/Mackenzie) Minha maior glória não consistiu em ter ganho quarenta batalhas; Waterloo apagará a memória de tantas vitórias. O que nada apagará, o que viverá eternamente, é o meu Código Civil. Napoleão Bonaparte O Código Civil Napoleônico, promulgado em 1804, assegurava: a) que os reis franceses só poderiam aumentar impostos ou alterar as leis com a aprovação do Grande Conselho, composto por membros do clero, burgueses e nobres. b) as conquistas burguesas, como a igualdade do indivíduo perante a lei, o direito à propriedade e a proibição da organização de sindicatos de trabalhadores e das greves. c) uma organização da Europa em novas bases econômicas e sociais, fixando uma bipolarização ideológica marcada pela tensão internacional, o que reativou o confronto com a Inglaterra. d) a harmonização dos interesses conflitantes do capital e do trabalho dentro dos quadros das corporações, defendendo que tudo deveria ser feito para a nação, pois esta representava a mais alta forma de sociedade. e) um planejamento econômico e social baseado na intervenção do Estado na economia, através de investimentos estatais de monta, estimulando uma política de pleno emprego. Comentários - A alternativa A está incorreta. Enquanto esteve no poder, Napoleão Bonaparte não submeteu sua política tributária à representantes da sociedade, afinal o poder decisório permaneceu centralizado em sua figura. - A alternativa B é a resposta. O Código Napoleônico (1804) representou o triunfo dos valores da burguesia, na medida em que foram garantidos o direito à propriedade e a igualdade perante a lei, legados da Revolução de 1789. Por outro lado, o sistema de leis buscou enquadrar os trabalhadores proibindo a realização de greves, enquanto as mulheres foram legalmente consideradas tuteladas pelos maridos. - A alternativa C está incorreta, afinal a ideologia liberal foi capaz de fincar raízes tanto na Inglaterra quanto na França ao longo do século XIX. Contudo, o processo revolucionário francês, por encampar a ideia de igualdade e discutir questões sociais, causava temor entre as elites políticas da Inglaterra. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 39 - A alternativa D está incorreta, afinal o corporativismo foi um modelo implementado pelo Estado fascista de Mussolini, na primeira metade do século XX. - A alternativa E está incorreta. Embora buscasse alavancar a economia francesa por meio de iniciativas como a criação da Sociedade para o Estímulo da Indústria Nacional, Napoleão Bonaparte não implementou medidas voltadas à geração de empregos. Gabarito: C 5. CONGRESSO DE VIENA (1815) Após a derrota efetiva de Napoleão, as monarquias vencedoras – Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia –, juntamente com a própria França, reuniram-se em Viena, em 1815, para discutir o acordo de paz e os rumos da Europa. Vejamos os seus objetivos: ▪ reorganização das fronteiras na Europa, desarranjadas diante do expansionismo francês e das guerras napoleônicas; ▪ conter o surgimento e êxito de movimentos nacionalistas, liberais e separatistas no interior dos Impérios europeus, que ameaçavam a continuidade do Antigo Regime. Em outras palavras: era preciso extirpar qualquer influência da Revolução Francesa sobre o continente. Figura 18 - Representação do Congresso de Vienta, em 1815. Fonte: Shutterstock. Os países defenderam o chamado Concerto Europeu, ou seja, o equilíbrio de poder entre as potências do continente, com o intuito de evitar o surgimento de outra figura similar ao imperador francês deposto. Para que isso fosse possível, consideraram a aplicação de dois princípios: t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 40 ▪ Restauração: todos os monarcas depostos por Napoleão deveriam retornar aos seus tronos, ou seus descendentes diante de sua morte. ▪ Legitimidade: era reconhecido aos monarcas europeus o direito de ocupar o trono, contrariando ideias liberais que afirmavam que a soberania se encontrava no povo. Quanto às fronteiras europeias, o Congresso de Viena determinou os seguintes pontos: ▪ Diminuição do território francês, a partir da redistribuição das áreas anexadas durante o período napoleônico. Contudo, suas fronteiras não foram diminuídas para o período anterior ao da Revolução Francesa; ▪ Incorporação da Finlândia e de parte da Polônia pela Rússia; ▪ Anexação da Renânia e parte da Saxônia pela Prússia; ▪ Incorporação de parte da Lombardia pela Áustria; ▪ A Inglaterra adquiriu bases navais importantes, como a ilha de Malta e as ilhas jônicas no Mediterrâneo, além da província do Cabo (atual África do Sul) e o Ceilão, no Oceano Índico. Santa Aliança Por sugestão do monarca russo, Alexandre I, foi criada a Santa Aliança, pacto militar firmado entre Rússia, Áustria e Prússia, no qual essas potências católicas reivindicavam parasi o direito de intervenção caso princípios do Congresso de Viena fossem ameaçados. Com isso, as monarquias se comprometiam a combater movimentos nacionalistas e liberais que eclodissem no continente, ou mesmo em seus domínios coloniais. A Inglaterra se envolveu apenas formalmente na formação de uma Quádrupla Aliança, se unindo aos esforços das monarquias absolutistas mencionadas. Contudo, há muito demonstrava apreço às ideias liberais, além de ser favorável à formação de nações na América, tendo em vista os seus novos mercados consumidores. Ondas revolucionárias O Congresso de Viena apresentou êxitos e fracassos. Vejamos: ▪ Alcançou-se certo equilíbrio entre os países. Até 1914, quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial, a Europa não foi palco de nenhum grande conflito militar de proporções similares às guerras napoleônicas; ▪ A Inglaterra se consolidou como a principal potência econômica e militar entre 1815 e 1914, o que fez com que o período ficasse conhecido como “pax britannica”. ▪ A Santa Aliança não conteve a eclosão de movimentos nacionalistas e liberais nas décadas seguintes, que sepultaram o Antigo Regime na Europa, nem os processos de independência nas Américas. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 41 Três ondas revolucionárias abalaram o Ocidente entre 1815 e 1848: ONDAS REVOLUCIONÁRIAS LOCAL DE OCORRÊNCIA 1ª ONDA (1820-1824) Incluiu países do Mediterrâneo, como Espanha, Nápoles e Grécia. Dela também fez parte a Revolução Liberal do Porto (1821). 2ª ONDA (1829-1834) Incluiu toda a Europa, o oeste da Rússia e os Estados Unidos. Em diversos países, a aristocracia foi definitivamente derrotada. 3ª ONDA (18148) A maior de todas as ondas, ficou conhecida como Primavera dos Povos. Inspirados pela Revolução Francesa, as ondas revolucionárias evidenciaram a formação de três projetos de poder que buscavam superar o Antigo Regime: ▪ Liberal-moderado: encabeçado por setores abastados, buscavam a monarquia constitucional; ▪ Democrata radical: defendiam a introdução de repúblicas que garantissem algum bem-estar social. Era sustentado principalmente por classes médias baixas, intelectuais e membros da pequena nobreza; ▪ Socialista: sustentado por trabalhadores pobres que buscavam transformações significativas na sociedade, a fim de se garantir a igualdade entre os homens. Tais modelos políticos eram abominados pelos absolutistas, uma vez que subvertiam a ordem do Antigo Regime. Mas apesar do adversário comum, essas ideias eram diferentes entre si, conforme veremos a seguir. 6. FRANÇA PÓS-NAPOLEÔNICA (1830-1870) Após a deposição de Napoleão Bonaparte, a França estava dividida entre os seguintes grupos: ▪ Ultrarrealistas → também conhecidos como tradicionalistas extremados, buscavam o retorno do Antigo Regime e a anulação dos efeitos da Revolução de 1789. ▪ Constitucionalistas → defensores da monarquia constitucional e do voto censitário; ▪ Liberais (ou independentes) → grupo composto por bonapartistas que defendiam mais espaço para a burguesia. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 42 6.1. Revolução de 1830 Após a morte do irmão, o rei Luís XVIII, Carlos X assumiu o trono da França. Líder dos ultrarrealistas, o novo monarca adotou as seguintes posturas: ▪ Defendeu o predomínio da Igreja sobre o ensino; ▪ Promoveu censura à imprensa; ▪ Indenizou nobres pelas suas perdas materiais sofridas durante a Revolução Francesa. As ações retrógradas desagradaram os liberais, que conclamaram os populares e os burgueses às ruas contra o governo do monarca. Era o início da Revolução de 1830, movimento de bases liberais. Carlos X reagiu com a publicação das Ordenações de Julho, que dissolveram a Câmara dos Deputados, cancelaram as eleições e aumentaram a censura à imprensa. A população reagiu fortemente entre os dias 27 e 29 de julho de 1830, os chamados “Três Dias Gloriosos”. Sem saída, o monarca abdicou do poder e partiu para o exílio. Luís Filipe de Orléans, primo de Carlos X, assumiu o poder. ATENÇÃO: Os acontecimentos da França tiveram repercussão no Brasil. Ao tomar ciência da deposição de Carlos X, muitos políticos brasileiros se embasaram na Revolução de 1830 para exigir a abdicação de D. Pedro I, considerado igualmente autoritário. Liberalismo O liberalismo é uma matriz de pensamento que se pauta pela ideia de liberdade para influir sobre todas as esferas da vida em sociedade. Herdeira do iluminismo, ela se opôs às autoridades tirânicas e ao dogmatismo da Igreja, contribuindo para o fim do Antigo Regime. Inicialmente, a doutrina liberal se mostrou revolucionária, sendo exemplos disso a Revolução Francesa, a Revolução Americana e a Revolução de 1830. Em grande medida, ela respondeu aos anseios da burguesia, pois como vimos, ela se pautou nos seguintes pontos: ▪ A igualdade dos cidadãos perante a lei, eliminando privilégios de nascimento; ▪ Direito à vida, à liberdade e à propriedade privada; ▪ A garantia do livre-mercado, limitando a interferência do Estado na economia; ▪ Certas limitações aos poderes constituídos, a fim de evitarem autoridades tirânicas; t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 43 Para muitos, contudo, o liberalismo não deu respostas satisfatórias à exclusão política e socioeconômica de amplos setores da sociedade. Com isso, novas correntes de pensamento surgiram na Europa, questionando a hegemonia liberal. Em reação a isso, o liberalismo adquiriu um caráter conservador, com o intuito de frear as ideias democráticas e a extensão a extensão do voto para grupos sociais tidos como incapacitados para atuar na vida pública. Foi essa forma de liberalismo que predominou entre as elites a partir do século XIX, incluindo aquelas condutoras dos processos de independência no Brasil e no restante da América Latina. Luís Filipe, o “rei burguês” O reinado de Luís Filipe de Orléans atendeu aos interesses da burguesia liberal, na medida em que manteve a monarquia constitucional, a autonomia do Parlamento, a liberdade de expressão e o voto censitário. Com isso, ficou conhecido como o “rei burguês”. Como atos simbólicos do novo período, a bandeira tricolor foi oficializada no período, ao mesmo tempo em que o governo adquiriu a pintura A Liberdade guiando o povo (1830), de Eugene Delacroix. A pintura foi adquirida pelo governo para ser exposta pela população, fornecendo uma espécie de imagem oficial para os acontecimentos. Porém, para muitos ela também lembrava o radicalismo da fase da Convenção, o que fez com que fosse depositada em um porão. Figura 6 - A bandeira tricolor da França. As cores são comumente associadas ao lema "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" da Revolução Francesa, mas suas origens são anteriores ao processo. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 44 Figura 7 - A Liberdade conduzindo o povo, pintura de Eugéne Delacroix, 1830. Fonte: Shutterstock. O Romantismo, uma reação à arte neoclássica O estilo neoclássico, cultivado nas academias de belas-artes, sofreu contestações devido ao rigor técnico imposto por essas instituições e a excessiva valorização da arte greco-romana. Nomes como Goya, Delacroix, Turner e Constable buscaram valorizar os sentimentos e a imaginação, em um contexto de exaltação do nacionalismo e de elementos da natureza. Essa reação ficou conhecida como romantismo. As cenas retratadas ganham maior dinamismo, fazendo maior uso de cores para provocar contrastes de claro e escuro e produzir grandedramaticidade para o observador. Além disso, diferentemente das temáticas mitológicas do neoclassicismo, os românticos se atrelaram a temas históricos, sendo um exemplo disso a obra A Liberdade guiando o povo (1830), de Eugene Delacroix. 6.2. Revolução de 1848 O governo de Luís Filipe avançou no processo industrial do país e beneficiou interesses da burguesia, mas a inflação e o desemprego assolavam os trabalhadores rurais e urbanos. Com o intuito de evitar críticas ao seu governo, o monarca proibiu a realização de manifestações públicas. Naquele momento, o governo contava com a oposição de republicanos, socialistas e políticos de centro-direita. Eles resolveram burlar as proibições organizando a “política dos banquetes”, uma campanha de encontros políticos realizados em locais privados e que reuniam milhares de pessoas. O principal ministro à época era François Guizot, que proibiu a continuada dos eventos. Diante disso, a população parisiense se rebelou, forçando Luís Filipe a abdicar do poder em 24 de fevereiro de 1848. Era o início da Segunda República na França. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 45 Figura 8 - Republicanos queimam a carruagem real no Castelo D'Eu, em fevereiro de 1848. Fonte: Shutterstock. Primavera dos Povos A Revolução de 1848, responsável pela instalação da Segunda República na França, foi impulsionadora da terceira onda revolucionária da Europa. Assim como no país, insurreições eclodiram na península itálica, nos Estados alemães, no Império dos Habsburgo e na Suíça, e por isso podemos dizer que o continente foi palco de uma “primavera dos povos”. Embora boa parte dos movimentos tenha fracassado, certas conquistas foram obtidas em alguns deles, como o sufrágio universal na França e a criação de parlamentos nos Estados alemães. Também manifestavam o fortalecimento dos movimentos operários, mobilizados pelas ideias socialistas e republicanas. Segunda República francesa (1848-1852) Na França, um governo provisório foi formado por liberais, republicanos e socialistas. Vejamos suas principais iniciativas: ▪ Criação do sufrágio universal masculino; ▪ Garantia das liberdades de imprensa e reunião; ▪ Abolição da pena de morte por motivações políticas; ▪ Proibição da escravidão nas colônias ▪ Redução da jornada de trabalho; t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 46 ▪ Criação das oficinas nacionais (ateliers nationaux), que ofereciam trabalho aos desempregados. Figura 9 - Representação da conquista do sufrágio universal, em 1848. Fonte: Musee Carnavalet, Paris. Temerosos com o avanço das ideias radicais de trabalhadores e socialistas, a alta burguesia se uniu à setores católicos e da velha aristocracia para vencer as eleições em abril de 1848. Em seguida, eles fecharam as oficinas nacionais. Os trabalhadores ergueram barricadas pelas ruas de Paris em junho, mas foram massacrados pelas forças policiais que bombardeavam quarteirões, prendiam e executavam rebeldes e fecharam jornais socialistas. Essa reação conservadora ficou conhecida como Jornadas de Junho. Em novembro de 1848, a eleição presidencial foi vencida com 73% dos votos por Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão que havia conquistado o apoio dos camponeses e proletários com promessas de restaurar os tempos de glória do país. Apesar da vitória esmagadora, nas eleições seguintes a oposição conservadora obteve maioria no parlamento, o que engessou o poder de decisão do novo presidente. 18 de Brumário e o Segundo Império Em 2 de dezembro de 1851, contanto com o apoio do Exército para ampliar o seu poder, Luís Bonaparte fechou a Assembleia Nacional, prendeu adversários políticos e empastelou jornais. Karl Marx observou que o presidente recorreu à mesma tática que o tio, por isso a denominou de golpe de 18 Brumário. Na obra de mesmo nome, o filósofo registraria: t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 47 Em alguma passagem de suas obras, Hegel comenta que todos os grandes fatos e todos os grandes personagens da história mundial são encenados, por assim dizer, duas vezes. Ele se esqueceu de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa. Caussidière como Danton, Luís Blanc como Robespierre, a Montanha de 1848-51 como a Montanha de 1793-952, o sobrinho como o tio. E essa mesma caricatura se repete nas circunstâncias que envolvem a reedição do 18 de brumário! MARX, Karl. O 18 de brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo, 2011. p. 25. Seguindo os passos do tio, Luís realizou um plebiscito para decidir se a República deveria ser substituída por um Império, obtendo parecer favorável dos votantes. Sua coroação foi realizada em dezembro de 1852, quando adotou o nome de Napoleão III. Iniciava-se o período chamado Segundo Império, que perduraria até 1870. Embora autoproclamado imperador da França, Karl Marx registraria que Luís Bonaparte teria inaugurado uma ditadura no país, chamada por ele bonapartismo. Nessa forma de governo, interesses econômicos da burguesia eram assegurados, mas sem conferir-lhes poder político de fato. Figura 10 - Napoleão III de França. Fonte: Wikimedia Commons. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 48 7. LISTA DE QUESTÕES 7.1. ENEM 1. (2020/ENEM) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão — 1789 Os representantes do povo francês, tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos, resolveram declarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres; a fim de que as reivindicações dos cidadãos, fundados em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à felicidade geral. Disponível em: www.direitoshumanosusp.br. Acesso em: 7 jun. 2018 (adaptado). Esse documento, elaborado no contexto da Revolução Francesa, reflete uma profunda mudança social ao estabelecer a a) manutenção das terras comunais. b) supressão do poder constituinte. c) falência da sociedade burguesa. d) paridade do tratamento jurídico. e) abolição dos partidos políticos. 2. (2020/ENEM DIGITAL) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 49 O gesto representado no quadro simboliza uma diferença entre o império napoleônico e a monarquia absolutista, por a) reduzir a autoridade do clero. b) instaurar a censura da imprensa. c) controlar a organização judiciária. d) suspender as pensões da nobreza. e) desrespeitar a propriedade privada. 7.2. Vestibulares 1. (2022/FCMSCSP) Os sucessos militares de Napoleão Bonaparte resultaram da organização de um novo exército de cidadãos pela Revolução Francesa. As vitórias de Bonaparte no continente europeu implicaram a) consolidação das tradicionais dinastias absolutistas europeias. b) desarticulação da produção têxtil da primeira revolução industrial. c) desestabilização de sistemas de dominação das metrópoles ibéricas. d) propagações de revoluções sociais de caráter jacobino em escala universal. e) modificações geopolíticas restritas aos espaços da Europa Ocidental. 2. (2021/Famerp) Em 1791, a escritora francesa Olympe de Gouges publicou a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. Esse documentoa) defendia a participação da mulher na vida política e civil em condição de igualdade com os homens. b) baseou-se na noção de papel social das mulheres proposta na Declaração de Independência dos Estados Unidos. c) sustentava a importância das atividades femininas no ambiente doméstico e na liderança da estrutura familiar. d) consolidou a igualdade de gêneros como um dos princípios defendidos pelos revolucionários franceses. e) embasou a ascensão das mulheres ao primeiro escalão governamental na França revolucionária. 3. (2020/UFRGS) Considerando o contexto histórico e os desdobramentos da Revolução Francesa, assinale a alternativa que caracteriza a “Era Napoleônica”. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 50 a) Consolidação da revolução burguesa na França, por meio da contenção dos inimigos internos (monarquistas e jacobinos), e sua expansão para a Europa. b) Retorno da monarquia absolutista ao poder, por intermédio da extinção da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. c) Ascensão política das camadas populares, conhecidas como sans-cullotes, o que provocou a radicalização do processo. d) Fim do Antigo Regime e implementação da Monarquia Constitucionalista, inspirada nos ideais jacobinos. e) Início da Assembleia dos Estados Gerais, repressão aos monarquistas e derrota da Primeira Coligação Europeia Antifrancesa. 4. (2020/Unesp) Na Europa, as forças reacionárias que compunham a Santa Aliança não viam com bons olhos a emancipação política das colônias ibéricas na América. […] Todavia, o novo Império do Brasil podia contar com a aliança da poderosa Inglaterra, representada por George Canning, primeiro-ministro do rei Jorge IV. […] Canning acabaria por convencer o governo português a aceitar a soberania do Brasil, em 1825. Uma atitude coerente com o apoio que o governo britânico dera aos EUA, no ano anterior, por ocasião do lançamento da Doutrina Monroe, que afirmava o princípio da não intervenção europeia na América. (Ilmar Rohloff de Mattos e Luis Affonso Seigneur de Albuquerque. Independência ou morte: a emancipação política do Brasil, 1991.) O texto relaciona (A) a restauração das monarquias absolutistas no continente europeu, a industrialização dos Estados Unidos e a constituição da Federação dos Estados Independentes da América Latina. (B) a influência da Igreja católica nos assuntos políticos europeus, o controle britânico dos mares depois do Ato de Navegação e o avanço imperialista dos Estados Unidos sobre o Brasil. (C) a disposição europeia de recolonização da América, o Bloqueio Continental determinado pela França e os acordos de livre-comércio do Brasil com os países hispano- -americanos. (D) a penetração dos industrializados britânicos nos mercados europeus, a tolerância portuguesa em relação ao emancipacionismo brasileiro e a independência política dos Estados Unidos. (E) a reorganização da Europa continental depois do período de domínio napoleônico, os processos de independência na América e a ampliação do controle comercial mundial pela Inglaterra. 5. (2019/ Unesp) Analise a tela Marat assassinado, pintada por Jacques-Louis David em 1793. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 51 (In: Ernst Hans Gombrich. A história da arte, 2015.) Essa pintura apresenta estilo a) gótico, expresso no confronto entre claro e escuro, e representa uma importante passagem bíblica. b) barroco, expresso no contraste entre os objetos retratados, e valoriza a importância da leitura e da escrita. c) romântico, expresso no conteúdo religioso da cena, e representa o predomínio da emoção sobre a razão. d) neoclássico, expresso na modelação da musculatura do corpo, e representa um episódio político da época. e) moderno, expresso na imprecisão das formas e dos contornos do desenho, e representa o cotidiano do homem da época. 6. (2019/CUSC) — De volta à França, Bonaparte é visto como o salvador por toda uma facção, mas também por um grande número de capitalistas. Ele, por sua vez, prepara o golpe de Estado, um golpe de Estado militar que acontece no dia 18 Brumário do ano VIII (9 de novembro de 1799), após o que os deputados são afastados e ele assume o cargo de primeiro cônsul. Um poder que ele vai consolidar entre 1800 e 1804, até se tornar imperador. — Então é o fim da Revolução? — Não e sim. (Michel Vovelle. A Revolução Francesa explicada à minha neta, 2007. Adaptado.) A ambiguidade da última frase é explicada pelo fato de que Napoleão Bonaparte a) preservou a democracia direta implantada pela Revolução, mas defendeu a ideia de uma França belicosa e expansionista. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 52 b) aboliu os resquícios do feudalismo que sobreviveram à Revolução, mas eliminou as pequenas propriedades rurais. c) assegurou a difusão das práticas mercantis liberais, mas restabeleceu o poder da aristocracia e da monarquia bourbônica. d) manteve a prática do terror e a perseguição aos adversários políticos, mas restaurou os privilégios do primeiro e do segundo estados. e) consolidou conquistas da Revolução e o poder da burguesia, mas limitou a participação e as liberdades políticas. 7. (UERJ/2019) Caricatura de Napoleão Bonaparte, 1814. Adaptado de britishmuseum.org. A derrota de Napoleão Bonaparte, em 1814-1815, foi registrada de diversas formas nas sociedades europeias. Na imagem, o imperador francês tenta devorar o globo terrestre, sendo atacado por uma águia, um dos símbolos do Império Russo. Dois impactos que as guerras napoleônicas exerceram sobre as relações internacionais na Europa da época foram: (A) crise agrária e consolidação dos Estados republicanos (B) concorrência industrial e retomada de domínios coloniais (C) integração comercial e declínio de monarquias absolutistas (D) expansionismo territorial e reorganização das fronteiras políticas 8. (2019/UNESPAR) Trecho 1: “Gostaria que os seus compatriotas não estivessem se precipitando pelo caminho mais curto em direção a esta situação horrível e repugnante. Uma pobreza de concepção, uma rudeza e uma t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 53 vulgaridade já se manifestam em todos os procedimentos da Assembleia [Nacional Constituinte] e dos homens que a inspiram. Sua liberdade não é liberal. Sua ciência é ignorância presunçosa. Seu humanismo é selvagem e brutal” (BURKE, E. Reflexões sobre a Revolução em França. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982. p. 103). Trecho 2: “A convocação dos Estados Gerais de 1789 é a era verdadeira do nascimento do povo. Ela chamou o povo inteiro ao exercício de seus direitos”. (MICHELET, J. História da Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras: Círculo do Livro, 1989. p. 91). A escrita dos acontecimentos históricos é constituída de muitas versões. Nos trechos acima, dois intérpretes da Revolução Francesa, o inglês Edmund Burke e o francês Jules Michelet, cujas obras foram publicadas, respectivamente, em 1790 e em 1847, descrevem o início desse evento histórico. Os dois trechos acima são: a) Desconectados um em relação ao outro porque, embora tratem do mesmo fenômeno histórico, os dois convergem para um mesmo sentido; b) Complementares, pois ambos consideram que a Revolução Francesa está pautada em ideias iluministas de racionalidade e justiça social; c) Excludentes, pois Burke tem uma interpretação negativa da Revolução, ao passo que Michelet a considera a legitimação de direitos do terceiroestado; d) Complementares, pois para Burke a Revolução Francesa expressa ideias condenáveis e para Michelet ela efetiva o desejado exercício do poder popular; e) Excludentes, pois Burke considera que a Revolução Francesa superará a situação de pobreza e brutalidade; já Michelet considera que se trata de uma nova era. 9. (2018/UENP) A Revolução Francesa de 1789 estabeleceu conceitos sobre ideologia política considerados essenciais para esclarecer os cidadãos sobre as diferenças entre as doutrinas que se digladiavam na Convenção Nacional. Sobre os posicionamentos políticos de cada grupo, assinale a alternativa correta. a) Os do Pântano, ou da Planície, que se situavam na parte mais baixa da Convenção, modificavam constantemente suas posições políticas entre direita e esquerda. b) Os Girondinos posicionavam-se no esquerdismo radical e representavam os interesses dos pequenos proprietários e comerciantes c) Os Montanheses adotaram a doutrina da conservação dos poderes políticos direitistas da alta burguesia aliada à monarquia nobiliárquica d) Os Jacobinos, mais centralistas democráticos em suas reivindicações, propunham o estabelecimento constitucional da monarquia apoiada pelos altos financistas. e) Os Sans-culottes postulavam a destruição da república francesa inspirados nos ideais da revolução Russa, visando à venda do patrimônio público. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 54 10. (UNEMAT/2018) “Artigo onze: A livre comunicação dos pensamentos e das opiniões constitui um dos direitos mais preciosos da mulher, dado que esta liberdade garante legitimidade dos pais em relação aos filhos. Toda cidadã pode, portanto, dizer livremente: ‘eu sou a mãe de um filho que lhe pertence, sem que um preconceito bárbaro a force a esconder a verdade, sob pena de responder pelo abuso dessa liberdade nos casos estabelecidos pela lei’”. “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, proposta por Olimpe de Gouges em 1791”. In: Interhesis (Revista Internacional Interdisciplinar. V. 4. n. 1, Florianópolis jan/jun – 2007). A reivindicação expressa na Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, datada do final do século XVIII na França, informa, indiretamente, que as mulheres daquele período a) tinham os mesmos direitos em relação aos homens, tanto na vida privada como na vida pública, pois um dos preceitos da Revolução Francesa era a ‘igualdade’. b) recebiam um tratamento desigual que as impedia de se equiparar aos homens nas atividades públicas de suas comunidades, porque a elas cabia a administração do lar. c) tinham, tal como os homens, a obrigação de cuidar dos filhos, porquanto a linha que separava os papeis sexuais entre o casal era muito tênue em relação a este quesito. d) tinham o direito de comunicar, opinar e se constituir como entidade pública, desde que apresentassem uma autorização dos pais ou dos maridos. e) recebiam o apoio e a solidariedade da Igreja na luta pela igualdade de direitos, uma vez que a instituição religiosa advogava a favor dos pobres e dos marginalizados. 11. (2018/Unesp) (www.fafich.ufmg.br) A gravura representa a marcha de mulheres revolucionárias até o palácio real de Versalhes em 5 de outubro de 1789. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 55 A participação das mulheres na Revolução Francesa a) levou à conquista do direito de voto, porém não do direito de exercer cargos executivos no novo governo francês. b) teve ressonância parcial nas decisões políticas, pois apenas as mulheres da alta burguesia envolveram- se nos protestos políticos e civis. c) foi notável nas manifestações e clubes políticos, porém seus direitos políticos e sociais não foram ampliados significativamente. d) originou a igualdade de direitos civis em relação aos homens após a proclamação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. e) diminuiu bastante após os conflitos e a violência generalizada que marcaram a tomada da Bastilha. 12. (2017/Famerp) A Revolução é feita de sombra, mas, acima de tudo, de luz. Michel Vovelle. A Revolução Francesa explicada à minha neta, 2007. A frase apresenta a Revolução Francesa, destacando a) a aliança de setores católicos, associados à luz da revelação divina, com a ação revolucionária, que representava as trevas da morte. b) o contraste entre a obscura violência de alguns de seus momentos e a razão luminosa que guiou muitos de seus propósitos. c) a vitória do projeto aristocrático, que representava a luz, sobre as lutas burguesas, que representavam as sombras. d) o contraponto entre o esforço obscuro de impor o terror e a vontade iluminista de restaurar a monarquia parlamentar. e) a derrota do ideal republicano, que associava a revolução às trevas, e o sucesso da monarquia absoluta, liderada pelo Rei Sol. 13. (2017/Famema) Nosso atual modelo de Estado é fruto da Revolução Francesa, que, fascinada pela democracia grega, considerava que os atenienses criaram o princípio do Estado legal – um governo fundado em leis discutidas, planejadas, emendadas e obedecidas por cidadãos livres – e a ideia de que o Estado representa uma comunidade de cidadãos livres. Ao afirmarem que o governo era algo que as pessoas criavam para satisfazer as necessidades humanas, os atenienses consideravam seus governantes homens que haviam demonstrado capacidade para dirigir o Estado, e não deuses ou sacerdotes. (Flavio de Campos e Renan G. Miranda. A escrita da História, 2005.) a) a concepção moderna de democracia deriva da Revolução Francesa e da Atenas antiga, embora nesta a cidadania estivesse limitada à minoria da população. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 56 b) a democracia ateniense, por fundamentar-se na comunidade de homens livres, não era compatível com a existência de trabalho escravo. c) a Revolução Francesa ampliou o conceito de democracia grega, ao tornar cidadãos todos os habitantes da comunidade, inclusive as mulheres e os estrangeiros. d) os gregos desenvolveram a noção de lei como uma emanação dos deuses, à qual os homens deveriam obedecer após discussão em assembleia. e) os atenienses vinculavam a política à religião e, por isso, seu Estado nacional dependia da razão divina e limitava a expressão política dos cidadãos. 14. (2017/Unesp) Observe a gravura de Isidore-Stanislas Helman (1743-1806). O evento representado na imagem mostra a) o poder legislativo, composto por representantes de todas as classes sociais e responsável pela proposição e criação das leis federais. b) uma assembleia popular, reunida em caráter permanente e aberta à participação direta de todos os cidadãos. c) o poder moderador, composto por representantes de organismos sociais e políticos e responsável pelo controle sobre as decisões do rei. d) o poder executivo, composto pelos membros da nobreza e do clero e responsável pelas decisões relativas à política exterior. e) uma assembleia consultiva, convocada esporadicamente pelo rei e formada por representantes das três ordens sociais. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 57 15. (2016.2/FASM) Leia um trecho do discurso do deputado Antoine Barnave, proferido na Assembleia francesa, em 15 de julho de 1791. Vamos concluir a Revolução, ou vamos recomeçá-la? Um passo a mais seria um ato funesto e culpável, um passo a mais, na linha da liberdade, seria a destruição da realeza e, na linha da igualdade, a destruição da propriedade. (Apud Modesto Florenzano. As revoluçõesburguesas, 1995.) Considerando o trecho e o contexto histórico, é correto afirmar que o deputado defendia a) parte da burguesia, que considerava necessário o término do processo revolucionário para resguardar os seus interesses. b) setores da burguesia contrarrevolucionários, que desejavam o retorno do absolutismo e dos privilégios de nascimento. c) segmentos moderados da burguesia, que queriam dar prosseguimento ao processo revolucionário a qualquer custo. d) a pequena burguesia, disposta a perseguir os ideais iluministas mais radicais com o auxílio das camadas populares. e) grupos populares, que planejavam a instauração de um governo republicano e a implementação da reforma agrária. 16. (2016/UFRGS) A Santa Aliança, coalizão entre Rússia, Prússia e Áustria, criada em setembro de 1815, após a derrota de Napoleão Bonaparte, tinha por objetivo político a) promover e proteger os ideais republicanos e revolucionários franceses em toda a Europa. b) impedir as intenções recolonizadoras dos países ibéricos e apoiar as independências dos países latinoamericanos. c) lutar contra a expansão do absolutismo monárquico e a influência do papado em todos os países europeus. d) combater e prevenir a expansão dos ideais republicanos e revolucionários franceses em toda a Europa. e) apoiar o retorno de Napoleão ao governo francês e garantir o equilíbrio entre as potências europeias. 17. (UERR/2016) Com a Revolução Francesa foi instituído o Tribunal Revolucionário que tinha competência para julgar e punir, até a morte os suspeitos de oposição ao regime. Assim, o Governo revolucionário adotou diversas medidas para punir os opositores ao regime. Assinale a fase dessa Revolução que se identifica com esse fato: A) O 18 Brumário. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 58 B) O Período do Terror. C) Conspiração dos Iguais. D) Período do Termidor. E) Diretório. 18. (UEMA/2016) A imagem se refere à situação das receitas e das despesas do Estado francês na década de 1780. Podese analisar pelos dados que a) a maior arrecadação do Estado era proveniente dos impostos diretos, pagos, em sua grande maioria, pelos representantes da Igreja Católica francesa, uma das mais poderosas da Europa. b) o elevado déficit público do Estado francês foi um elemento central para o contexto histórico de profunda crise econômica que favoreceu a eclosão da Revolução Francesa em 1789. c) a crise econômica relacionava-se diretamente às questões internas, já que, no cenário internacional, os negócios contribuíram de forma significativa para as receitas do Estado francês. d) os gastos com o pagamento da dívida representavam uma pequena parcela das despesas estatais, o que indicava a possibilidade de recuperação rápida da economia francesa. e) a opulência da nobreza francesa era a responsável pela fração mais elevada dos gastos do Estado, seu principal financiador. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 59 19. (UFPR/2016) Considere os seguintes excertos produzidos no contexto da Revolução Francesa (1789-1799): Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (26 de agosto de 1789) Art. 1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar- se na utilidade comum. Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Art. 13. Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração, é indispensável uma contribuição comum, que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades. Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (setembro de 1791)* Art. 1º. A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. As distinções sociais só podem ser baseadas no interesse comum. Art. 2º. O objeto de toda associação política é a conservação dos direitos imprescritíveis da mulher e do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão. Art. 13. Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração, as contribuições da mulher e do homem serão iguais; ela participa de todos os trabalhos ingratos, de todas as fadigas, deve então participar também da distribuição dos postos, dos empregos, dos cargos, das dignidades e da indústria. * Essa declaração, escrita e proposta pela francesa Olympe de Gouges, não foi aprovada pela Assembleia Nacional; Olympe foi guilhotinada por ordem de Robespierre em 1793. Compare as duas declarações e assinale a alternativa que identifica a principal diferença entre o texto de 1789 e o de 1791. a) O texto de 1791 estabelece direitos e obrigações detalhados e separados para homens e mulheres na política e nos negócios, conforme o projeto burguês de sociedade, enquanto o texto de 1789 defende um ideal universalista, sem distinção social. b) O texto de 1789 defende direitos universais, sem explicitar a questão de gênero, enquanto o texto de 1791 defende a igualdade de direitos entre os gêneros, reivindicando a atuação feminina em assuntos considerados masculinos, como a política e os negócios. c) O texto de 1791 defende a luta contra a opressão das mulheres após séculos de dominação monárquica na França, enquanto o texto de 1789 é contra a opressão masculina causada pela predominância do clero e da nobreza sobre o terceiro estado. d) O texto de 1789 utiliza o termo “homem” para designar a todo o conjunto de cidadãos, sem distinção de classe e origem, enquanto o texto de 1791 substitui “homem” por “mulher”, a fim de reivindicar direitos exclusivos para as cidadãs da classe burguesa. e) O texto de 1789 defende que nenhum direito é válido se não incluir todos os cidadãos, enquanto o texto de 1791 contradiz esse princípio ao privilegiar as mulheres, que reivindicavam maior espaço na sociedade após a morte da Rainha Maria Antonieta. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 60 20. (UFPR/2015) Alexis de Tocqueville, um dos grandes teóricos da democracia na América, afirma em sua obra de 1835: “Quando comparo as repúblicas gregas e romanas com essas repúblicas da América, as bibliotecas manuscritas das primeiras e seu populacho grosseiro com os mil jornais que circulam nas segundas e com o povo esclarecido que as habita; quando em seguida penso em todos os esforços que ainda são feitos para julgar uns com a ajuda dos outros e prever, pelo que aconteceu há dois mil anos, o que acontecerá em nossos dias, sou tentado a queimar meus livros, a fim de aplicar apenas ideias novas a um estado social tão novo”. (TOCQUEVILLE, Alexis. de. “A Democracia na América”. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 355-356.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a formação da democracia nos Estados Unidos da América, é correto afirmar: a) O “estado social tão novo” apregoado pelo autor refere-se à existência de uma democracia fundamentada nos pressupostos do Despotismo Esclarecido que caracterizava o sistema político no Antigo Regime na Europa. b) Tocqueville sugere que, diferente das repúblicas gregas e romanas, a experiência democrática americana resultou na formação de uma população grosseira e iletrada, consequência da leitura de jornais em vez de livros. c) A instituição precoce da democracia liberal nos Estados Unidos foi responsável pela implementação da “missão civilizadora” que possibilitou a incorporação pacífica das populações indígenas nativas na sociedade nacional e assegurou a manutenção doseu modo de viver. d) Por considerar a democracia na América uma ruptura histórica, Alexis de Tocqueville afirma que a democracia norte-americana foi um episódio original e sem precedentes em experiências históricas anteriores. e) Ao destacar o ineditismo da democracia norte-americana, Tocqueville refere-se ao fato de a Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) ter conferido igualdade, liberdade e direitos irrestritos às mulheres e aos escravos. 21. (2015/UNESPAR) A Revolução Francesa, impulsionada pelas ideias iluministas, é considerado um dos mais importantes movimentos revolucionários do mundo ocidental. É correto afirmar sobre a Revolução Francesa que: A) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi o resultado de um acordo entre os filósofos Iluministas e do Antigo Regime, preconizando a manutenção da autoridade da nobreza sobre as terras da França e dos burgueses sobre as cidades; B) O lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, representou, no contexto da época, interesses diversos, como igualdade social, com o fim da sociedade de classes; C) Defendia as instituições democráticas para a renovação e restabelecimento da monarquia; D) A democracia conseguiu chegar a sua plenitude máxima, universalizando todos os direitos sociais; t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 61 E) A crise financeira provocada pelas guerras externas, pelos gastos excessivos internos e pela crise no abastecimento de gêneros alimentícios foram fatores que propiciaram a eclosão da Revolução. 22. (2015/UFRGS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre as Revoluções de 1848, ocorridas na Europa. (F) A origem desses conflitos foi o levante espanhol antiabsolutista de 1848. (F) A principal meta dos revolucionários foi o restabelecimento do absolutismo nos países europeus. (V) Os revolucionários foram extremamente heterogêneos, representando ideologias e setores sociais diversos. (V) Os efeitos dos conflitos foram sentidos inclusive no Brasil, como demonstra a Revolta da Praieira. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) F – V – F – V. b) V – F – V – F. c) V – V – F – F. d) F – F – V – V. e) F – V – F – F. 23. (2015/UEMA) O mapa ao lado representa a divisão geopolítica europeia no início do século XIX, destacando a estratégia militar napoleônica conhecida como Bloqueio Continental. Fonte: Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia>. Acesso em: 12 jun. 2014. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 62 A linha de Bloqueio Continental que se estende de Portugal até a Noruega, representada no mapa, revela a intenção francesa de a) integrar a economia europeia, com a isenção das tarifas alfandegárias. b) fortalecer a França, garantindo-lhe a livre circulação pelos portos britânicos. c) desenvolver a economia espanhola, consolidando seu monopólio comercial na Península Ibérica. d) isolar a Grã-Bretanha, impedindo-lhe o acesso a importantes mercados da Europa continental. e) inibir o comércio de escravos oriundos de portos africanos, situados ao norte da Linha do Equador. 24. (Mackenzie/2015) De fato, a partir de 1789, a Europa, ainda aristocrática, começa a ouvir a palavra nação de uma nova maneira. Uma nova forma de organização política se desenvolve, trazendo junto com ela a promissora expressão de liberdade. (...). Finalmente, o Estado, que se constitui como a representação de todos os cidadãos da nação, apareceu como a forma de organização política que acompanha a República nascente. (...) Assim fica claro que nação, Estado e cidadania foram um conjunto indissociável de ideias e práticas sociais que surgem de um processo revolucionário da história universal. Guillermo Raúl Ruben. O que é nacionalidade. São Paulo: Brasiliense, 1984, p.25. A Revolução Francesa contribuiu, dentre diversos aspectos, para a emergência de um novo sentido à nação e ao nacionalismo. A respeito do assunto, considere as afirmativas. I. A partir daquele momento, os indivíduos passam a se considerar cidadãos abstratamente iguais, membros de uma organização política e representados pelo Estado. II. A cidadania que emerge a partir do processo revolucionário francês difere do sentimento de pertencimento a um certo senhor, típico da sociedade aristocrática. III. Surge, a partir daquele momento, a concepção de Estado-nação presente nos dias de hoje: aquele que envolve o conjunto de leis próprias, a autonomia e a soberania, a cultura de um povo que vive em um determinado território. Assinale a) se somente a afirmativa I está correta. b) se somente as afirmativas II e III estão corretas. c) se somente as afirmativas I e III estão corretas. d) se somente a afirmativa III está correta. e) se todas as afirmativas estão corretas. 25. (2015/UNESPAR) A Revolução Francesa, impulsionada pelas ideias iluministas, é considerado um dos mais importantes movimentos revolucionários do mundo ocidental. É correto afirmar sobre a Revolução Francesa que: t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 63 A) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi o resultado de um acordo entre os filósofos Iluministas e do Antigo Regime, preconizando a manutenção da autoridade da nobreza sobre as terras da França e dos burgueses sobre as cidades; B) O lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, representou, no contexto da época, interesses diversos, como igualdade social, com o fim da sociedade de classes; C) Defendia as instituições democráticas para a renovação e restabelecimento da monarquia; D) A democracia conseguiu chegar a sua plenitude máxima, universalizando todos os direitos sociais; E) A crise financeira provocada pelas guerras externas, pelos gastos excessivos internos e pela crise no abastecimento de gêneros alimentícios foram fatores que propiciaram a eclosão da Revolução. 26. (2014/Unicamp) Observe a obra do pintor Delacroix, intitulada A Liberdade guiando o povo (1830), e assinale a alternativa correta. a) Os sujeitos envolvidos na ação política representada na tela são homens do campo com seus instrumentos de ofício nas mãos. b) O quadro evoca temas da Revolução Francesa, como a bandeira tricolor e a figura da Liberdade, mas retrata um ato político assentado na teoria bolchevique. c) O quadro mostra tanto o ideário da Revolução Francesa reavivado pelas lutas políticas de 1830 na França quanto a posição política do pintor. d) No quadro, vê-se uma barricada do front militar da guerra entre nobres e servos durante a Revolução Francesa, sendo que a Liberdade encarna os ideais aristocráticos. 27. (2014/UFRGS) O texto abaixo refere-se à Revolução Francesa. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 64 Terror é doravante um sistema de governo, ou melhor, uma parte essencial do governo revolucionário. Seu braço. (...) Ele é também um meio de governo omnipresente, através do qual a ditadura revolucionária de Paris deve fazer sentir sua mão de ferro em todos os lugares, tanto nas províncias quanto nas forças armadas. FURET, François ; OZOUF, Mona. Diccionnaire critique de la Révolution française. Événements Paris: Flammarion, 1992. p. 298-299. Considere as seguintes afirmações sobre o denominado Terror. I - O governo jacobino, dirigido por Robespierre, e o Comitê de Salvação Pública foram responsáveis pelo período do Terror. II - O Terror foi uma política de extermínio liderada pelos girondinosde origem burguesa. III- O objetivo dessa política centrava-se na defesa da Revolução contra os inimigos internos e externos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas I e III. 28. (2014/ACAFE) Classificada pela história como modelo clássico de Revolução Burguesa, a Revolução Francesa deu sua contribuição para o Ocidente, seja no vocabulário político ou na influência das constituições que adotaram alguns princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Sobre a revolução francesa é correto afirmar, exceto: a) A Assembleia Nacional aboliu as taxas e impostos que recaiam sobre o campesinato, acabando com os vestígios do feudalismo que ainda perdurava em várias regiões francesas. b) Monarquias como a Prússia e a Áustria assinaram a declaração de Pillnitz e anunciaram a intenção de intervir militarmente na França e deter o processo revolucionário. c) No período do Terror, os excessos de Robespierre fizeram-no perder o apoio político. Posteriormente, o próprio Robespierre foi guilhotinado. d) Os jacobinos defendiam posições moderadas e representavam, sobretudo, os interesses da alta burguesia e do primeiro Estado. 29. (2014/Unesp) O Congresso de Viena, entre 1814 e 1815, reuniu representantes de diversos Estados europeus e resultou a) na afirmação do caráter laico dos regimes políticos e da importância da separação entre Estado e Igreja. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 65 b) na criação da Santa Aliança e no esforço de reafirmar valores do Antigo Regime. c) na validação da nova divisão política da Europa, definida pelas conquistas napoleônicas. d) na derrubada dos regimes republicanos e na restauração monárquica na França e na Inglaterra. e) na defesa dos princípios do livre comércio e da emancipação das colônias na América 30. (2013/PUCRJ) “A Revolução Francesa constitui um dos capítulos mais importantes da longa e descontínua passagem histórica do feudalismo ao capitalismo. Com a Revolução (científica) do século XVII e a Revolução Industrial do século XVIII na Inglaterra, e ainda com a Revolução Americana de 1776, a Grande Révolution lança os fundamentos da História contemporânea”. [Mota, C. G. A Revolução Francesa]. Entre as transformações promovidas pela Revolução na França, iniciada em 1789, é CORRETO afirmar que: a) os privilégios feudais e o regime de servidão foram abolidos destruindo a base social que sustentava o Antigo Regime absolutista francês. b) a Revolução aboliu o trabalho servil e fortaleceu o clero católico instituindo uma série de medidas de caráter humanista. c) os revolucionários derrubaram o rei e proclamaram uma República fundamentada no igualitarismo radical na qual a propriedade privada foi abolida. d) a Revolução rompeu os laços com a Igreja católica iniciando uma reforma de cunho protestante que se aproximava dos ideais da ética do capitalismo moderno. e) a Revolução, mesmo em seu momento mais radical, não foi capaz de romper com as formas de propriedade e trabalho vigentes no antigo regime. 31. (2013/UFRGS) Em 1815, foi encerrado o Congresso de Viena que tinha como propósito reorganizar o mapa político da Europa. A respeito desse Congresso, considere as seguintes afirmações. I. Foi realizado após a derrota de Napoleão Bonaparte, que havia alterado o equilíbrio de forças na Europa. II. Resultou na formação da Santa Aliança para coibir qualquer tentativa de revolução liberal. III. Garantiu a Portugal e Espanha ganhos territoriais na Europa, por terem lutado contra as forças napoleônicas. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e II d) Apenas I e III e) I, II e III. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 66 7.2. Inéditas 1. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) DELACROIX, E. Liberdade guiando o povo. Óleo sobre tela, 260 X 324. Louvre, França, 1830. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Liberdade_guiando_o_povo#/media/Ficheiro:Eug%C3%A8ne_Delacroix_ _Le_28_Juillet._La_Libert%C3%A9_guidant_le_peuple.jpg>. Acesso em: 23 mar. 2021. Ao representar os acontecimentos da França no decorrer do ano de 1830, o quadro intenciona (A) exaltar o protagonismo feminino. (B) destacar a repressão política. (C) suscitar sentimentos nacionalistas. (D) defender o governo popular vigente. (E) valorizar o protagonismo da burguesia. 2. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Quando a Convenção, sitiada pelos insurretos, decidiu deter e aprisionar os principais deputados da Gironda: é o que se chama de golpe de Estado – e esse também representa um momento importante na marcha da Revolução. O sangue corre na República: para enfrentar todos esses perigos, as liberdades são suspensas, e é instalado um governo – o governo de salvação nacional – cuja arma será o Terror. VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa explicada à minha neta. São Paulo: Editora UNESP, 2007. p. 72-73. Adaptado. Implementada no decorrer do processo revolucionário francês, a política do Terror t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 67 (A) perseguiu as forças contrarrevolucionárias e garantiu a hegemonia de girondinos no poder. (B) combateu os grupos considerados ameaçadores das virtudes defendidas pelos jacobinos. (C) buscou o extermínio dos camponeses e sans-culottes, grupos que se opuseram à revolução. (D) questionou o predomínio dos jacobinos na política e permitiu a ascensão dos bonapartistas. (E) dirigiu-se ao chamado partido da Montanha, considerado alheio aos setores revolucionários. 3. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Todas as revoluções civis e políticas tiveram uma pátria e nela se fecharam. A Revolução Francesa não teve um território próprio, mais do que isso, teve por efeito por assim dizer apagar do mapa todas as antigas fronteiras. Aproximou ou dividiu os homens a despeito das leis, das tradições dos caracteres, da língua, transformando, às vezes, compatriotas em inimigos e irmãos em estranhos ou, melhor, formando acima de todas as nacionalidades uma pátria intelectual comum da qual os homens de todas as nações podiam tornar-se cidadãos. TOCQUEVILLE, Alexis de. O Antigo Regime e a Revolução. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1979. p. 57. Considerando os apontamentos feitos por Alexis de Tocqueville, pode-se afirmar que a Revolução Francesa: (A) se difundiu para outras partes da Europa por meio do expansionismo napoleônico. (B) converteu-se em um paradigma para grupos e indivíduos de diversas partes do mundo. (C) desenvolveu um ideal de cidadania universal, que permitia participação dos estrangeiros. (D) defendeu valores e direitos considerados fundamentais pelos regimes dos demais países. (E) contribuiu para suprimir ideias nacionalistas em favor de um ideário cultural universalista. 4. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) A Revolução é feita de sombra, mas, acima de tudo, de luz. Ela foi de uma enorme violência, mas foi, e continua sendo, a base para uma enorme esperança, a esperança de mudar o mundo, eliminando as injustiças, em nome das luzes da razão e não de um fanatismo cego. VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa explicada à minha neta. São Paulo: Ed. Unes, 2007. Adaptado. Como exemplo de “injustiças” contestadas pelo processo revolucionário francês, pode-se destacar a) as disparidades socioeconômicas existentes entre a população do campo e a dos centros urbanos. b) a desigualdade social verificada entrea burguesia privilegiada e os pequenos camponeses. c) o direcionamento dos recursos do Estado à manutenção dos privilégios dos clérigos e da nobreza. d) a inexistência de políticas sociais direcionadas às camadas populares pelo Estado burguês. e) a garantia de representação para apenas clérigos e nobres na Assembleia dos Estados Gerais. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 68 5. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) O feudalismo havia sido abolido no reino. Era o fim da sociedade hierarquizada: acabavam-se as ordens de nobreza e do clero, as corporações e as academias, o que havia agora eram os cidadãos. A destruição do Antigo Regime institucional e social era o prenúncio do importante texto da Declaração dos Direitos do Homem que aparecia algumas semanas mais tarde. (VOVELLE, M. A Revolução Francesa explicada à minha neta. São Paulo: Ed. Unesp, 2007. p.41) O contexto revolucionário francês descrito pelo texto levou à aprovação da Declaração dos Direitos do Homem, que significou, dentre outros aspectos, o fim (A) das distinções socioeconômicas. (B) das associações de ofício nas cidades. (C) da desigualdade jurídica perante a lei. (D) da concentração fundiária na França. (E) da exploração do trabalho campesino. 6. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Sob o terror, a guilhotina passou a ser uma realidade cotidianamente representada, contada, entoada nas ruas pela canção popular, que nas suas estrofes fala da “viúva”, como era chamada, da navalha nacional, da abadia do sobe-sem-querer, do corte patriótico, da foice da igualdade e do altar da pátria. As mulheres republicanas, querendo exibir suas opiniões, usam brincos que mostram uma guilhotina em miniatura, onde se balança, como um penduricalho. MURAT, Laure. O homem que se achava Napoleão. São Paulo: Três Estrelas, 2012. p. 53 A partir do texto, pode-se afirmar que no período jacobino ocorreu (A) o engajamento das mulheres nas cerimônias públicas. (B) a manutenção de práticas de tortura do Antigo Regime. (C) o apoio irrestrito ao governo pelas camadas populares. (D) a aplicação de formas desiguais de condenação dos réus. (E) o abrandamento das disputas pelo poder entre os partidos. 7. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) O que é o Terceiro Estado? Tudo. O que tem sido até agora na ordem política? Nada. O que deseja? Vir a ser alguma coisa. Ele é o homem forte e robusto que tem um dos braços ainda acorrentado. Se suprimíssemos a ordem privilegiada, a nação não seria algo de menos e sim alguma coisa mais. Assim, que é o Terceiro Estado? Tudo, mas um tudo livre e florescente. Nada pode caminhar sem ele, tudo iria infinitamente melhor sem os outros. SIEYÈS. Que é o Terceiro Estado? 1789. O fragmento acima integra um panfleto escrito em 1789, no contexto da organização da Assembleia dos Estados Gerais na França, no qual a mudança da ordem política é atrelada à a) superação da miséria. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 69 b) instituição democrática. c) tolerância religiosa. d) igualdade jurídica. e) criação da república. 8. GABARITO 8.1. ENEM 1 - D 2 - A 8.2. Vestibulares 1 - C 8 - A 15 - A 22 - D 29 - B 2 - A 9 - A 16 - D 23 - D 30 - A 3 - A 10 - B 17 - B 24 - E 31 - C 4 - E 11 - C 18 - B 25 - A 5 - D 12 - B 19 - B 26 - C 6 - E 13 - A 20 - D 27 - E 7 - D 14 - E 21 - A 28 - D 8.3. Inéditas 1 - C 5 - C 2 - B 6 - A 3 - B 7 - D 4 - C t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 70 9. LISTA DE QUESTÕES COMENTADA 9.1. ENEM 1. (2020/ENEM) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão — 1789 Os representantes do povo francês, tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos, resolveram declarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres; a fim de que as reivindicações dos cidadãos, fundados em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à felicidade geral. Disponível em: www.direitoshumanosusp.br. Acesso em: 7 jun. 2018 (adaptado). Esse documento, elaborado no contexto da Revolução Francesa, reflete uma profunda mudança social ao estabelecer a a) manutenção das terras comunais. b) supressão do poder constituinte. c) falência da sociedade burguesa. d) paridade do tratamento jurídico. e) abolição dos partidos políticos. Comentários - A alternativa A está incorreta. As terras comunais eram locais de uso comunitário dos camponeses. Foi uma criação do período medieval e não possui relações com a declaração de 1789, que se voltava pra universalização de direitos. - A alternativa B está incorreta. O poder constituinte era o poder advindo do conjunto da sociedade, exercido pelo povo. É exatamente o que o texto exalta. Portanto, não há uma supressão de tal poder, e sim sua expansão/valorização. - A alternativa C está incorreta, porque a Revolução Francesa é tida como a maior Revolução burguesa da história. Ela promove o fortalecimento de tal parcela da sociedade e não a sua “falência”, como sugere o enunciado. - A alternativa D está correta, porque a Revolução Francesa se inspirou nos ideais iluministas, buscando a universalização de certos direitos e o fim da diferença de tratamento jurídico. Na França Absolutista havia uma clara distinção no tratamento do primeiro e segundo estados, clero e nobreza, que tinham privilégios em comparação ao povo comum. A declaração de 1789 buscava, portanto, o fim desses estigmas, iniciando uma era pautada na “liberdade, igualdade e fraternidade”. - A alternativa E está incorreta, porque a Revolução Francesa marca a ascensão de diversos partidos políticos, como os girondinos, jacobinos e republicanos. Não há, portanto, a extinção de tais organizações políticas, como sugere o enunciado. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 71 Gabarito: D 2. (2020/ENEM DIGITAL) O gesto representado no quadro simboliza uma diferença entre o império napoleônico e a monarquia absolutista, por a) reduzir a autoridade do clero. b) instaurar a censura da imprensa. c) controlar a organização judiciária. d) suspender as pensões da nobreza. e) desrespeitar a propriedade privada. Comentários - A alternativa A está correta. As monarquias possuíam uma íntima relação com o poder religioso. O clero justificava os governos absolutistas na medida que afirmava que o poder provinha de Deus, portanto os reis eram escolhidos divinos. No período absolutista, quem colocava a coroa na cabeça do rei, em um ato extremamente simbólico, era uma autoridade religiosa. Napoleão rompe com isso, já que ele próprio tomou a coroa das mãos do papa e se autoproclamou imperador. Esse ato revela uma redução do poder e autoridade clerical, que estaria submetido a Napoleão. - A alternativa B está incorreta, porque Napoleão, embora fosse uma figura autoritária, era adepto dos pensamentos liberais e da defesa dos direitos naturais, onde se inclui o direito à livre expressão. Portanto, não havia o intuito de censurar a imprensa. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 72- A alternativa C está incorreta, porque o controle da organização judiciária era uma característica do período absolutista, não do período napoleônico. A organização judiciária possuía certo grau de liberdade durante o governo de Napoleão. - A alternativa D está incorreta, porque o gesto representado na imagem não possui relações com a suspensão das pensões da nobreza. A imagem apresenta um ato de soberania e submissão ao imperador. - A alternativa E está incorreta, porque Napoleão era adepto do liberalismo. Uma das principais ideias dessa corrente é a defesa da propriedade privada. Logo, Napoleão promoveu o respeito a tal noção, não o desrespeito, como sugere o enunciado. Gabarito: A 9.2. Vestibulares 1. (2022/FCMSCSP) Os sucessos militares de Napoleão Bonaparte resultaram da organização de um novo exército de cidadãos pela Revolução Francesa. As vitórias de Bonaparte no continente europeu implicaram a) consolidação das tradicionais dinastias absolutistas europeias. b) desarticulação da produção têxtil da primeira revolução industrial. c) desestabilização de sistemas de dominação das metrópoles ibéricas. d) propagações de revoluções sociais de caráter jacobino em escala universal. e) modificações geopolíticas restritas aos espaços da Europa Ocidental. Comentários - A alternativa A está incorreta, porque as invasões napoleônicas levaram à modificação do panorama geopolítico europeu, enfraquecendo algumas dinastias absolutistas como a portuguesa e espanhola. - A alternativa B está incorreta, porque a campanha de Napoleão não promoveu a desarticulação da produção têxtil. Na verdade, essa se ampliou após a derrota desta figura. - A alternativa C está correta. Napoleão Bonaparte invadiu uma série de países europeus, incluindo Portugal e Espanha, que mantinham impérios ultramarinos. Sua presença na região ibérica levou à desestabilização das monarquias pré-existentes, através da destituição do rei espanhol e fuga da corte portuguesa. Com isso, as estruturas metropolitanas de dominação foram corroídas, fato que corroborou para a proclamação gradual de independência das colônias. - A alternativa D está incorreta, porque não houve uma “propagação universal de revoluções sociais de caráter jacobino”. - A alternativa E está incorreta. Como foi citado na alternativa C, as modificações geopolíticas não se resumiram ao espaço da Europa Ocidental, já que as colônias na América e Ásia também foram afetadas. Gabarito: C t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 73 2. (2021/Famerp) Em 1791, a escritora francesa Olympe de Gouges publicou a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. Esse documento a) defendia a participação da mulher na vida política e civil em condição de igualdade com os homens. b) baseou-se na noção de papel social das mulheres proposta na Declaração de Independência dos Estados Unidos. c) sustentava a importância das atividades femininas no ambiente doméstico e na liderança da estrutura familiar. d) consolidou a igualdade de gêneros como um dos princípios defendidos pelos revolucionários franceses. e) embasou a ascensão das mulheres ao primeiro escalão governamental na França revolucionária. Comentários - A alternativa A é a resposta. As mulheres foram personagens ativos da Revolução Francesa, se associando em clubes femininos, se manifestando na Assembleia e nas ruas. Para os líderes revolucionários, as mulheres eram idealizadas como “virtuosas”, afinal a elas se depositava a tarefa de gerar, amamentar e educar as futuras gerações de patriotas. Contudo, algumas mulheres foram mais além ao se demonstrarem assíduas participantes das execuções públicas, ou mesmo reivindicando direitos, o que as levava a serem consideradas “perigosas” no decorrer da revolução. Uma das mais destacadas ativistas do período foi Olympe de Gouges, que redigiu um panfleto no qual defendia os direitos políticos das mulheres, a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. - A alternativa B está incorreta, afinal a Declaração de Independência norte-americana não concedeu direitos às mulheres. - A alternativa C está incorreta, pois o documento defendia que as mulheres desfrutassem dos mesmos direitos políticos que os homens no espaço público. - A alternativa D está incorreta, afinal os revolucionários consideravam que as mulheres deveriam se voltar à esfera doméstica, tendo em vista sua suposta indisposição para a vida pública. - A alternativa E está incorreta, a Revolução Francesa não garantiu direitos políticos às mulheres. Gabarito: A 3. (2020/UFRGS) Considerando o contexto histórico e os desdobramentos da Revolução Francesa, assinale a alternativa que caracteriza a “Era Napoleônica”. a) Consolidação da revolução burguesa na França, por meio da contenção dos inimigos internos (monarquistas e jacobinos), e sua expansão para a Europa. b) Retorno da monarquia absolutista ao poder, por intermédio da extinção da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 74 c) Ascensão política das camadas populares, conhecidas como sans-cullotes, o que provocou a radicalização do processo. d) Fim do Antigo Regime e implementação da Monarquia Constitucionalista, inspirada nos ideais jacobinos. e) Início da Assembleia dos Estados Gerais, repressão aos monarquistas e derrota da Primeira Coligação Europeia Antifrancesa. Comentários - A alternativa A está correta, haja visto que Napoleão chegou ao poder durante a fase mais burguesa da Revolução Francesa, chamada de Diretório. Foi o período no qual os girondinos governavam a França, pondo em prática políticas voltadas para a alta burguesia e criando sérios conflitos internos com os jacobinos (radicais) e monarquistas. A ascensão de Napoleão marcou a estabilização destes problemas, além de reafirmar a soberania francesa contra os inimigos externos, permitindo que a ideologia burguesa se expandisse para além dos limites franceses. Portanto, Napoleão permitiu a consolidação do projeto burguês. - A alternativa B está incorreta, haja visto que a monarquia absolutista não retornou ao poder com a ascensão de Napoleão. O governo instaurado por ele possuía um ideal republicano, se transformando depois no Império Francês. - A alternativa C está incorreta, porque a ascensão dos sans-culottes ocorreu no período anterior à Era Napoleônica, na fase radical da Revolução Francesa, ainda entre o ano de 1792 e 1793. - A alternativa D está incorreta, porque Napoleão formou um governo pautado pelos ideais girondinos, ou seja, aqueles da alta burguesia. Além disso, não foi estabelecida a Monarquia Constitucionalista, e sim um governo republicano. - A alternativa E está incorreta, porque os acontecimentos narrados pelo enunciado ocorreram antes da consolidação da Era Napoleônica, portanto não correspondem a esse período. Gabarito: A 4. (2020/Unesp) Na Europa, as forças reacionárias que compunham a Santa Aliança não viam com bons olhos a emancipação política das colônias ibéricas na América. […] Todavia, o novo Império do Brasil podia contar com a aliança da poderosa Inglaterra, representada por George Canning, primeiro-ministro do rei Jorge IV. […] Canning acabaria por convencer o governo português a aceitar a soberania do Brasil, em 1825. Uma atitude coerente com o apoio que o governo britânico dera aos EUA, no ano anterior, por ocasião do lançamento da Doutrina Monroe, que afirmava o princípio da não intervenção europeia na América. (Ilmar Rohloff de Mattos e Luis Affonso Seigneur de Albuquerque. Independência ou morte: a emancipação política do Brasil, 1991.) O texto relaciona (A) a restauraçãodas monarquias absolutistas no continente europeu, a industrialização dos Estados Unidos e a constituição da Federação dos Estados Independentes da América Latina. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 75 (B) a influência da Igreja católica nos assuntos políticos europeus, o controle britânico dos mares depois do Ato de Navegação e o avanço imperialista dos Estados Unidos sobre o Brasil. (C) a disposição europeia de recolonização da América, o Bloqueio Continental determinado pela França e os acordos de livre-comércio do Brasil com os países hispano- -americanos. (D) a penetração dos industrializados britânicos nos mercados europeus, a tolerância portuguesa em relação ao emancipacionismo brasileiro e a independência política dos Estados Unidos. (E) a reorganização da Europa continental depois do período de domínio napoleônico, os processos de independência na América e a ampliação do controle comercial mundial pela Inglaterra. Comentários – A alternativa A está incorreta, afinal não se verifica a formação de uma federação entre os Estados latino-americanos no século XIX. Este ideal foi defendido por Simon Bolívar, um dos principais articuladores dos processos de independência na América Espanhola, mas que não foi colocado em prática devido a prevalência dos interesses localistas das elites criollas. – A alternativa B está incorreta, pois o texto não faz referência a interferências da Igreja em questões de natureza política no século XIX, ainda que as monarquias formadoras da Santa Aliança possuíssem orientação católica. – A alternativa C está incorreta, afinal o Brasil e os países formados a partir dos processos de independência da América Espanhola não praticaram o livre-comércio no século XIX. – A alternativa D está incorreta, pois conforme destaca o próprio enunciado, Portugal não aceitou de imediato a emancipação política do Brasil. Além disso, os Estados Unidos já eram uma nação independente no período. – A alternativa E é a resposta. A Santa Aliança foi um pacto militar formado entre Áustria, Prússia e Rússia, com o objetivo de aplicar os princípios de restauração e legitimidade que regeram o Congresso de Viena. Com o intuito de preservar a ordem do Antigo Regime no continente, buscaram conter os processos de emancipação política de colônias na América, ao passo que a Inglaterra, observando neste processo a possibilidade de expandir seus negócios no continente, não contribuiu para isso. O século que se segue entre a derrota de Napoleão e a Primeira Guerra (1914-1918) ficou conhecido como “pax britannica”, em referência a supremacia econômica e militar dos ingleses neste período. Gabarito: E 5. (2019/ Unesp) Analise a tela Marat assassinado, pintada por Jacques-Louis David em 1793. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 76 (In: Ernst Hans Gombrich. A história da arte, 2015.) Essa pintura apresenta estilo a) gótico, expresso no confronto entre claro e escuro, e representa uma importante passagem bíblica. b) barroco, expresso no contraste entre os objetos retratados, e valoriza a importância da leitura e da escrita. c) romântico, expresso no conteúdo religioso da cena, e representa o predomínio da emoção sobre a razão. d) neoclássico, expresso na modelação da musculatura do corpo, e representa um episódio político da época. e) moderno, expresso na imprecisão das formas e dos contornos do desenho, e representa o cotidiano do homem da época. Comentários O quadro Marat assassinado, de Jacque-Louis David, é um exemplo da predisposição do estilo neoclássico por temas históricos, principalmente a partir da Revolução Francesa. Os contemporâneos deste evento consideravam estarem vivendo tempos heroicos, e por isso os acontecimentos eram dignos de serem imortalizados pela pintura tanto quanto os temas gregos ou romanos. No quadro de David, é possível perceber a influência da escultura greco-romana sobre o autor, com a qual possivelmente aprendeu a modelar músculos e tendões do corpo e a valorizar somente o essencial para o efeito almejado, sendo excluídos elementos tidos como supérfluos. Feitas essas considerações, a alternativa D é a correta. Vejamos às demais opções de resposta... - A alternativa A está incorreta, afinal o estilo gótico foi predominante na Europa dos séculos XII e XIII, em especial nas catedrais erguidas nos centros urbanos. Sua consolidação se relaciona com a afirmação do clero secular na Igreja, ou seja, aqueles sacerdotes cuja atuação se dava voltada para o público, daí a utilização de vitrais e outros elementos para transmitir os ensinamentos cristãos. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 77 - A alternativa B está incorreta, pois o estilo barroco se estabelece no contexto das reformas religiosas, quando se verifica o predomínio da emoção em obras que retratavam temas religiosos e a vida de nobres e o cotidiano da população simples. - O romantismo é uma reação ao neoclassicismo, cujo academicismo era considerado obstáculo à livreexpressão do artista. Com isso, busca a recuperação de elementos do barroco, como o contraste claroescuro, a fim de conferir maior dramaticidade às obras. Assim sendo, a alternativa C está incorreta. - O modernismo é o nome dado ao conjunto de vanguardas europeias que surgem na primeira metade do século XX, que refletem a perplexidade do Homem diante das rápidas transformações tecnológicas, das turbulências políticas e das contribuições dadas pela filosofia existencialista e a psicanálise. Assim sendo, a alternativa E está incorreta. ATENÇÃO: Essa é uma questão que demanda conhecimentos sobre história da arte, algo extremamente recorrente nas provas da Unesp. Fique atento aos estilos artísticos de cada período, suas principais características e como refletiam a mentalidade dos homens de seu tempo. Se por acaso você não conhecesse os estilos mencionados, a questão também poderia ser respondida a partir da análise dos elementos da imagem. Vejamos novamente as alternativas: - Não há nenhum elemento que remeta à temática religiosa no quadro, o que tornam incorretas as alternativas A e C. - Apesar da petição segurada por Marat, o personagem aparece morto em cena, o que dificilmente poderia sugerir que a obra buscava valorizar a leitura. Assim sendo, a alternativa B está incorreta. - As formas humanas e dos objetos são bem delimitadas, e por isso também podemos descartar a alternativa E. - Por eliminação, poderíamos concluir que a alternativa D é a resposta. Caso o vestibulando não soubesse que o quadro retrata um episódio político, ainda sim poderia alcançar a resposta se considerasse a atenção dada pelo autor à musculatura do corpo, assim como sugere a alternativa. Gabarito: D 6. (2019/CUSC) — De volta à França, Bonaparte é visto como o salvador por toda uma facção, mas também por um grande número de capitalistas. Ele, por sua vez, prepara o golpe de Estado, um golpe de Estado militar que acontece no dia 18 Brumário do ano VIII (9 de novembro de 1799), após o que os deputados são afastados e ele assume o cargo de primeiro cônsul. Um poder que ele vai consolidar entre 1800 e 1804, até se tornar imperador. — Então é o fim da Revolução? — Não e sim. (Michel Vovelle. A Revolução Francesa explicada à minha neta, 2007. Adaptado.) A ambiguidade da última frase é explicada pelo fato de que Napoleão Bonaparte a) preservou a democracia direta implantada pela Revolução, mas defendeu a ideia de uma França belicosa e expansionista. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09– IDADE CONTEMPORÂNEA I 78 b) aboliu os resquícios do feudalismo que sobreviveram à Revolução, mas eliminou as pequenas propriedades rurais. c) assegurou a difusão das práticas mercantis liberais, mas restabeleceu o poder da aristocracia e da monarquia bourbônica. d) manteve a prática do terror e a perseguição aos adversários políticos, mas restaurou os privilégios do primeiro e do segundo estados. e) consolidou conquistas da Revolução e o poder da burguesia, mas limitou a participação e as liberdades políticas. Comentários - A alternativa A está incorreta, porque o cargo de imperador, topo do poder executivo, não poderia ser alcançado mediante eleição direta, o que rompe com a noção de democracia direta. - A alternativa B está incorreta, porque Napoleão não eliminou as pequenas terras rurais. Na verdade, estabeleceu um rígido controle sobre toda forma de propriedade, firmando seu compromisso com a burguesia. - A alternativa C está incorreta, porque Napoleão não assegurou a difusão das práticas mercantis, e sim do liberalismo. Seu governo se focalizou na burguesia, e não na aristocracia. - A alternativa D está incorreta, porque Napoleão não manteve a prática do terror perpetrada pelos jacobinos. Do mesmo modo, não restaurou os privilégios do primeiro e segundo estados. - A alternativa E está correta. Napoleão manteve algumas das conquistas da Revolução Francesa, especialmente no que tange a propriedade privada, liberdades individuais e direitos da burguesia. No entanto, o meio político foi restringido, já que seu governo era extremamente centralizado e possuía aspectos autoritários, fato que reduzia a participação política. Gabarito: E 7. (UERJ/2019) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 79 Caricatura de Napoleão Bonaparte, 1814. Adaptado de britishmuseum.org. A derrota de Napoleão Bonaparte, em 1814-1815, foi registrada de diversas formas nas sociedades europeias. Na imagem, o imperador francês tenta devorar o globo terrestre, sendo atacado por uma águia, um dos símbolos do Império Russo. Dois impactos que as guerras napoleônicas exerceram sobre as relações internacionais na Europa da época foram: (A) crise agrária e consolidação dos Estados republicanos (B) concorrência industrial e retomada de domínios coloniais (C) integração comercial e declínio de monarquias absolutistas (D) expansionismo territorial e reorganização das fronteiras políticas Comentários Questão de interpretação de imagem e que demanda conhecimentos acerca da Era Napoleônica. A imagem reproduz Napoleão com o globo em suas mãos, aludindo a todas as conquistas alcançadas pelo general, todos os territórios anexados, toda sua expansão pela Europa. Nesse sentido, vejamos: - A alternativa A é incorreta, pois a expansão de Napoleão antes desestabilizou regimes e monarquias do que favoreceu a consolidação de Estados republicanos. - A alternativa B é incorreta, a concorrência industrial não foi a principal influência na política desse contexto, a França sob a batuta do Imperador se colocou como a nação a testa da Europa, qualquer outro estado que contestasse esse poder sofria retaliações, como os Ingleses sofreram com embargos econômicos. Nesse sentido, não havia concorrência. - A alternativa C é incorreta, a Era Napoleônica não promoveu a integração comercial na Europa, haja vista o bloqueio continental imposto à Inglaterra. Apesar de ter contribuído para o declínio de monarquias absolutistas, como do Sacro Império Romano-Germânico. - A alternativa D é a correta, a Era Napoleônica promoveu uma política expansionista pela Europa, anexando e conquistando inúmeros territórios, como os Reinos da Itália e de Nápoles, Córsega, Baviera, entre outros. Na imagem, o globo na mão do monarca representa essas expansões. Conquistas que de fato reordenaram as localizações, fronteiras e limites entre os estados da Europa. Gabarito: D 8. (2019/UNESPAR) Trecho 1: “Gostaria que os seus compatriotas não estivessem se precipitando pelo caminho mais curto em direção a esta situação horrível e repugnante. Uma pobreza de concepção, uma rudeza e uma vulgaridade já se manifestam em todos os procedimentos da Assembleia [Nacional Constituinte] e dos homens que a inspiram. Sua liberdade não é liberal. Sua ciência é ignorância presunçosa. Seu humanismo é selvagem e brutal” (BURKE, E. Reflexões sobre a Revolução em França. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982. p. 103). t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 80 Trecho 2: “A convocação dos Estados Gerais de 1789 é a era verdadeira do nascimento do povo. Ela chamou o povo inteiro ao exercício de seus direitos”. (MICHELET, J. História da Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras: Círculo do Livro, 1989. p. 91). A escrita dos acontecimentos históricos é constituída de muitas versões. Nos trechos acima, dois intérpretes da Revolução Francesa, o inglês Edmund Burke e o francês Jules Michelet, cujas obras foram publicadas, respectivamente, em 1790 e em 1847, descrevem o início desse evento histórico. Os dois trechos acima são: a) Desconectados um em relação ao outro porque, embora tratem do mesmo fenômeno histórico, os dois convergem para um mesmo sentido; b) Complementares, pois ambos consideram que a Revolução Francesa está pautada em ideias iluministas de racionalidade e justiça social; c) Excludentes, pois Burke tem uma interpretação negativa da Revolução, ao passo que Michelet a considera a legitimação de direitos do terceiro estado; d) Complementares, pois para Burke a Revolução Francesa expressa ideias condenáveis e para Michelet ela efetiva o desejado exercício do poder popular; e) Excludentes, pois Burke considera que a Revolução Francesa superará a situação de pobreza e brutalidade; já Michelet considera que se trata de uma nova era. Comentários As duas análises devem ser contextualizadas em suas produções. Em primeiro, o Edmund Burke é inglês, com rixas com a França e via a Revolução como um perigo ao Estado Monárquico inglês, então, este tem uma visão negativa da Revolução. Já Michelet, é francês, e escreve sobre a Revolução após a restauração de Napoleão e enxerga a Revolução como uma conquista do povo, ou seja, do terceiro estado, e muito mais do que isso, a construção de um povo. Segundo o trecho, os Estados Gerais “eram o verdadeiro nascimento do povo”. Gabarito: A 9. (2018/UENP) A Revolução Francesa de 1789 estabeleceu conceitos sobre ideologia política considerados essenciais para esclarecer os cidadãos sobre as diferenças entre as doutrinas que se digladiavam na Convenção Nacional. Sobre os posicionamentos políticos de cada grupo, assinale a alternativa correta. a) Os do Pântano, ou da Planície, que se situavam na parte mais baixa da Convenção, modificavam constantemente suas posições políticas entre direita e esquerda. b) Os Girondinos posicionavam-se no esquerdismo radical e representavam os interesses dos pequenos proprietários e comerciantes c) Os Montanheses adotaram a doutrina da conservação dos poderes políticos direitistas da alta burguesia aliada à monarquia nobiliárquica t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 81 d) Os Jacobinos, mais centralistas democráticos em suas reivindicações, propunham o estabelecimento constitucional da monarquia apoiada pelos altos financistas. e) Os Sans-culottes postulavam a destruição da república francesa inspirados nos ideais da revolução Russa, visando à venda do patrimônio público. Comentários A única alternativa que demonstra corretamente os posicionamentos políticosna Convenção Nacional é a “A”. Os girondinos se posicionavam à direita, os jacobinos se posicionavam à esquerda da convenção e os sans-cullote eram radicais ligados aos jacobinos. Os montanheses eram o grupo dos jacobinos e que se alinhavam a esquerdas, eram chamados de Montanhas pois ficavam na parte mais alta da Convenção. Já os da Planície eram o maior grupo da Convenção e sua característica era mais moderada, mudando constantemente entre as posições dos girondinos e jacobinos. Desta maneira, a alternativa A está correta. Gabarito: A 10. (UNEMAT/2018) “Artigo onze: A livre comunicação dos pensamentos e das opiniões constitui um dos direitos mais preciosos da mulher, dado que esta liberdade garante legitimidade dos pais em relação aos filhos. Toda cidadã pode, portanto, dizer livremente: ‘eu sou a mãe de um filho que lhe pertence, sem que um preconceito bárbaro a force a esconder a verdade, sob pena de responder pelo abuso dessa liberdade nos casos estabelecidos pela lei’”. “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, proposta por Olimpe de Gouges em 1791”. In: Interhesis (Revista Internacional Interdisciplinar. V. 4. n. 1, Florianópolis jan/jun – 2007). A reivindicação expressa na Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, datada do final do século XVIII na França, informa, indiretamente, que as mulheres daquele período a) tinham os mesmos direitos em relação aos homens, tanto na vida privada como na vida pública, pois um dos preceitos da Revolução Francesa era a ‘igualdade’. b) recebiam um tratamento desigual que as impedia de se equiparar aos homens nas atividades públicas de suas comunidades, porque a elas cabia a administração do lar. c) tinham, tal como os homens, a obrigação de cuidar dos filhos, porquanto a linha que separava os papeis sexuais entre o casal era muito tênue em relação a este quesito. d) tinham o direito de comunicar, opinar e se constituir como entidade pública, desde que apresentassem uma autorização dos pais ou dos maridos. e) recebiam o apoio e a solidariedade da Igreja na luta pela igualdade de direitos, uma vez que a instituição religiosa advogava a favor dos pobres e dos marginalizados. Comentários Questão que de interpretação sobre a atuação feminina na Revolução Francesa. Vejamos: t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 82 A alternativa A é incorreta, pois no trecho da “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, proposta por Olimpe de Gouges, é reivindicada a liberdade de expressão para as mulheres. A alternativa B é correta, a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, 1791,foi escrita como reação a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”, 1789, que não contemplava os direitos políticos e de cidadania para as mulheres, Olimpe de Gouges escrevia em um contexto de profunda desigualdade entre homens e mulheres, tanto que aquelas mulheres que fugissem da esfera do lar e ousassem participar da revolução, como Gouges, eram vistas como “deturpações do feminino”. A alternativa C é incorreta, a obrigação de cuidar dos filhos era uma responsabilidade compartilhada entre a mulher e os criados, era uma atividade considerada do espaço doméstico, portanto, as mulheres eram responsáveis. Signo de uma sociedade desigual quanto aos gêneros, em que os espaços públicos e privados eram rigorosamente definidos. A alternativa D é incorreta, as mulheres daquele período não possuíam voz pública, o trecho da declaração de Olimpe de Gouges é a expressão da luta por esse direito, sendo que a mulher tinha como espaço primordial, o ambiente privado. A alternativa E é incorreta, não temos expresso no trecho nenhum elemento que expressa o apoio da Igreja a reinvindicação dos direitos da mulher. Era uma luta autônoma. E pelos conhecimentos daquele período, podemos dizer que a Igreja era uma das grandes perpetuadores e promotoras da desigualdade. Gabarito: B 11. (2018/Unesp) (www.fafich.ufmg.br) A gravura representa a marcha de mulheres revolucionárias até o palácio real de Versalhes em 5 de outubro de 1789. A participação das mulheres na Revolução Francesa a) levou à conquista do direito de voto, porém não do direito de exercer cargos executivos no novo governo francês. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 83 b) teve ressonância parcial nas decisões políticas, pois apenas as mulheres da alta burguesia envolveram- se nos protestos políticos e civis. c) foi notável nas manifestações e clubes políticos, porém seus direitos políticos e sociais não foram ampliados significativamente. d) originou a igualdade de direitos civis em relação aos homens após a proclamação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. e) diminuiu bastante após os conflitos e a violência generalizada que marcaram a tomada da Bastilha. Comentários Apesar da imagem, essa é uma questão que demanda conhecimentos prévios sobre a Revolução Francesa. Vejamos as alternativas: - A alternativa A está incorreta. Promulgada pelas forças revolucionárias francesas, a Constituição de 1791 introduziu o direito ao voto apenas para os homens maiores de 25 anos, pagantes de impostos e dotados de propriedades e riquezas. - A alternativa B está incorreta. A imagem retrata a Marcha sobre Versalhes, episódio em que mulheres das classes subalternas partiram de mercados de Paris rumo a Corte de Luís XVI, protestando contra o cenário de escassez de alimentos, inflação e desemprego do país. - A alternativa C é a resposta. Para tomar parte do processo revolucionário francês, as mulheres recorreram a estratégias de ação diversas, tais como petições, marchas e associações de assistência. Mas, a despeito de sua participação ativa na vida pública na derrocada do Antigo Regime, as mulheres não conquistaram direito ao divórcio, educação, saúde ou de voto, sendo consideradas cidadãs passivas pela Constituição de 1791. Tal categoria, que não oferecia qualquer direito político, também incluía as crianças, os loucos, os condenados e criados domésticos. - A alternativa D está incorreta, afinal a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão não reconheceu direitos civis às mulheres. - A alternativa E está incorreta. A charge faz referência a um episódio da Revolução Francesa ocorrido após a queda Bastilha, representando mulheres com baionetas, machados, lanças e um canhão. Dessa maneira, pode-se aferir que a participação feminina no processo revolucionário também foi marcada por ações violentas. ATENÇÃO: história das mulheres têm sido tema recorrente nas provas da Unesp. Assim sendo, se atente para as transformações da condição feminina ao longo da História, considerando os papéis sociais desempenhado pelas mulheres em cada período e sociedade, bem como as lutas e manifestações por mais direitos e igualdade de gênero. Gabarito: C 12. (2017/Famerp) A Revolução é feita de sombra, mas, acima de tudo, de luz. Michel Vovelle. A Revolução Francesa explicada à minha neta, 2007. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 84 A frase apresenta a Revolução Francesa, destacando a) a aliança de setores católicos, associados à luz da revelação divina, com a ação revolucionária, que representava as trevas da morte. b) o contraste entre a obscura violência de alguns de seus momentos e a razão luminosa que guiou muitos de seus propósitos. c) a vitória do projeto aristocrático, que representava a luz, sobre as lutas burguesas, que representavam as sombras. d) o contraponto entre o esforço obscuro de impor o terror e a vontade iluminista de restaurar a monarquia parlamentar. e) a derrotado ideal republicano, que associava a revolução às trevas, e o sucesso da monarquia absoluta, liderada pelo Rei Sol. Comentários Ao definir o processo revolucionário francês, o historiador Michel Vovelle destaca o caráter violento de alguns momentos, compreensível se considerada a reação também excessiva das forças que buscavam a conservação do Antigo Regime. Contudo, também constata a existência de “luzes” que iluminam a ação de seus personagens, como o sentimento de esperança de transformação da ordem social e a valorização da Razão na prática política. Assim sendo, a alternativa B é a resposta. - A alternativa A está incorreta. Durante a Revolução Francesa, parte do clero (“refratário”) se negou a reconhecer ao Código Civil formulado pelo governo revolucionário, mantendo-se alinhados às forças contrarrevolucionárias. - A alternativa C está incorreta, afinal o projeto aristocrático não foi vitorioso no desfecho da Revolução Francesa. A ordem do Antigo Regime foi minada pelos ideais revolucionários, muitos deles encampados pela burguesia em ascensão. - A alternativa D está incorreta, pois os intelectuais do iluminismo não apresentaram uma visão única sobre as formas de governo. Enquanto para Montesquieu a monarquia parlamentar era a mais apropriada para superar o absolutismo, Rousseau era um defensor do modelo republicano. - A alternativa E está incorreta, pois a despeito da continuidade de grupos contrarrevolucionários na França, o absolutismo foi definitivamente sepultado pela Revolução Francesa. Gabarito: B 13. (2017/Famema) Nosso atual modelo de Estado é fruto da Revolução Francesa, que, fascinada pela democracia grega, considerava que os atenienses criaram o princípio do Estado legal – um governo fundado em leis discutidas, planejadas, emendadas e obedecidas por cidadãos livres – e a ideia de que o Estado representa uma comunidade de cidadãos livres. Ao afirmarem que o governo era algo que as pessoas criavam para satisfazer as necessidades humanas, os atenienses consideravam seus governantes homens que haviam demonstrado capacidade para dirigir o Estado, e não deuses ou sacerdotes. (Flavio de Campos e Renan G. Miranda. A escrita da História, 2005.) a) a concepção moderna de democracia deriva da Revolução Francesa e da Atenas antiga, embora nesta a cidadania estivesse limitada à minoria da população. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 85 b) a democracia ateniense, por fundamentar-se na comunidade de homens livres, não era compatível com a existência de trabalho escravo. c) a Revolução Francesa ampliou o conceito de democracia grega, ao tornar cidadãos todos os habitantes da comunidade, inclusive as mulheres e os estrangeiros. d) os gregos desenvolveram a noção de lei como uma emanação dos deuses, à qual os homens deveriam obedecer após discussão em assembleia. e) os atenienses vinculavam a política à religião e, por isso, seu Estado nacional dependia da razão divina e limitava a expressão política dos cidadãos. Comentários - A alternativa A está correta. Enquanto em Atenas o conceito de cidadania excluía uma vasta quantidade de grupos sociais, a noção moderna de democracia, que recebeu influências da Revolução Francesa, pressupõe uma inclusão maior de indivíduos. Apesar disso não estar presente em todas as fases da Revolução, isso se manifestou pela chamada Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, que reconhece todos os homens livres e iguais em direitos, independente da classe social e nacionalidade. - A alternativa B está incorreta, pois em Atenas diversos aristocratas que dispunham de direitos na pólis eram detentores de escravizados. A ideia de democracia em Atenas se baseia na noção de igualdade entre iguais, o que não incluía mulheres, estrangeiros e escravizados. - A alternativa C está incorreta, pois as mulheres não foram consideradas cidadãs pela Revolução Francesa. - A alternativa D está incorreta, afinal as decisões tomadas na Assembleia são entendidas pelos atenienses como resultante do consenso entre os cidadãos da pólis. - A alternativa E está incorreta, afinal o debate político em Atenas se guiava pelo pensamento racional e a noção do bem comum. Gabarito: A 14. (2017/Unesp) Observe a gravura de Isidore-Stanislas Helman (1743-1806). t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 86 O evento representado na imagem mostra a) o poder legislativo, composto por representantes de todas as classes sociais e responsável pela proposição e criação das leis federais. b) uma assembleia popular, reunida em caráter permanente e aberta à participação direta de todos os cidadãos. c) o poder moderador, composto por representantes de organismos sociais e políticos e responsável pelo controle sobre as decisões do rei. d) o poder executivo, composto pelos membros da nobreza e do clero e responsável pelas decisões relativas à política exterior. e) uma assembleia consultiva, convocada esporadicamente pelo rei e formada por representantes das três ordens sociais. Comentários – A alternativa A está incorreta. Não existe a delimitação de poderes em uma monarquia absoluta, afinal as atribuições do Estado permanecem concentradas na figura do rei. – A alternativa B está incorreta, inexistiam mecanismos de representação popular no Antigo Regime. Contudo, representantes do Terceiro Estado se utilizaram do espaço que obtiveram na Assembleia dos Estados Gerais para expor suas queixas em relação aos privilégios garantidos aos demais estamentos, e como isso sobretaxava a maioria da população. – A alternativa C está incorreta. Naquele contexto, a França era uma monarquia absoluta, então não havia a delimitação de poderes. – A alternativa D está incorreta, trata-se de um órgão consultivo, que não dispõe de atribuições na administração do país. – A alternativa E é a resposta. A Assembleia dos Estados Gerais era um mecanismo consultivo que poderia ser convocado pelo monarca francês e que contava de representantes dos três estamentos existentes à época – o clero, a nobreza e o chamado “terceiro Estado”, composto pelo restante da população. No contexto representado pela imagem, a França se encontrava mergulhada em uma crise econômica, sendo os representantes dos estamentos convocados para discutirem algumas reformas que se faziam necessárias. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 87 Diante dos impasses gerados pela recusa do clero e da nobreza de abrirem mão dos seus privilégios tributários, representantes do Terceiro Estado adotaram uma postura de forte resistência, que culminaria na Revolução Francesa. Gabarito: E 15. (2016.2/FASM) Leia um trecho do discurso do deputado Antoine Barnave, proferido na Assembleia francesa, em 15 de julho de 1791. Vamos concluir a Revolução, ou vamos recomeçá-la? Um passo a mais seria um ato funesto e culpável, um passo a mais, na linha da liberdade, seria a destruição da realeza e, na linha da igualdade, a destruição da propriedade. (Apud Modesto Florenzano. As revoluções burguesas, 1995.) Considerando o trecho e o contexto histórico, é correto afirmar que o deputado defendia a) parte da burguesia, que considerava necessário o término do processo revolucionário para resguardar os seus interesses. b) setores da burguesia contrarrevolucionários, que desejavam o retorno do absolutismo e dos privilégios de nascimento. c) segmentos moderados da burguesia, que queriam dar prosseguimento ao processo revolucionário a qualquer custo. d) a pequena burguesia, disposta a perseguir os ideais iluministas mais radicais com o auxílio das camadas populares.e) grupos populares, que planejavam a instauração de um governo republicano e a implementação da reforma agrária. Comentários - A alternativa A está correta. O trecho se refere aos setores mais conservadores da burguesia, que objetivavam o fim do processo revolucionário de modo a resguardar os seus interesses, como a manutenção da propriedade privada. Era de amplo conhecimento que a radicalização do processo revolucionário, como propunham os jacobinos, poderia causar extensivos danos às estruturas econômicas do país. - A alternativa B está incorreta, porque o deputado não defende o retorno do absolutismo, e sim seus interesses próprios, como a manutenção da propriedade privada. - A alternativa C está incorreta, porque os setores moderados da burguesia não objetivavam dar prosseguimento ao processo revolucionário, e sim pará-lo antes da radicalização proposta pelos jacobinos. - A alternativa D está incorreta, porque o trecho não busca a radicalização do processo revolucionário, e sim o fim deste. Portanto, não corresponde ao discurso da pequena burguesia. - A alternativa E está incorreta, porque o trecho não cita o republicanismo, e sim a manutenção da realeza. Além disso, o deputado também defende a propriedade privada, contrariando o ideal de reforma agrária. Gabarito: A t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 88 16. (2016/UFRGS) A Santa Aliança, coalizão entre Rússia, Prússia e Áustria, criada em setembro de 1815, após a derrota de Napoleão Bonaparte, tinha por objetivo político a) promover e proteger os ideais republicanos e revolucionários franceses em toda a Europa. b) impedir as intenções recolonizadoras dos países ibéricos e apoiar as independências dos países latinoamericanos. c) lutar contra a expansão do absolutismo monárquico e a influência do papado em todos os países europeus. d) combater e prevenir a expansão dos ideais republicanos e revolucionários franceses em toda a Europa. e) apoiar o retorno de Napoleão ao governo francês e garantir o equilíbrio entre as potências europeias. Comentários - A alternativa A está incorreta, porque a Santa Aliança não procurou promover os ideais republicanos. Na verdade, agiu no lado oposto disso, buscando frear o avanço desses ideais na Europa. - A alternativa B está incorreta, haja visto que a Santa Aliança buscou reafirmar a soberania dos países europeus, colocando-se contra as independências dos países latino-americanos. - A alternativa C está incorreta, porque a Santa Aliança buscou a manutenção e expansão do absolutismo monárquico na Europa, não o oposto disso, como sugere o enunciado. - A alternativa D está correta. O principal objetivo da Santa Aliança era impedir que ocorresse a expansão dos ideais republicanos e revolucionários pela Europa. Para isso, esse acordo se colocava a favor da defesa do absolutismo e da soberania dos países europeus, fornecendo, inclusive, apoio militar contra revoltas antimonárquicas. - A alternativa E está incorreta, porque a Santa Aliança surgiu justamente em oposição à Era Napoleônica, buscando evitar que outros processos revolucionários (como o francês) ocorressem na Europa. Portanto, não objetivava o retorno de Napoleão ao governo francês. Gabarito: D 17. (UERR/2016) Com a Revolução Francesa foi instituído o Tribunal Revolucionário que tinha competência para julgar e punir, até a morte os suspeitos de oposição ao regime. Assim, o Governo revolucionário adotou diversas medidas para punir os opositores ao regime. Assinale a fase dessa Revolução que se identifica com esse fato: A) O 18 Brumário. B) O Período do Terror. C) Conspiração dos Iguais. D) Período do Termidor. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 89 E) Diretório. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Revolução Francesa. Vejamos: A alternativa A é incorreta, 18 de brumário pode se refere ao início da Era Napoleônica no governo da França. A alternativa B é correta, o Período do Terror corresponde ao momento em que os jacobinos monopolizaram a condução do processo revolucionário, foi marcado por perseguições políticas, religiosas, guerras e execuções na guilhotina. A alternativa C é incorreta, a “conspiração dos iguais” foi um movimento dentro do processo revolucionário, liderado por Graco Babeuf. Propunha a comunidades dos bens e do trabalho para a conquista efetiva da igualdade. A alternativa D é incorreta, o Período Termidor marca o final do terror, com a queda de Robespierre e seus seguidores. A alternativa E é incorreta, marcou a tomada do controle da revolução pelos girondinos e a ascensão de Napoleão. Gabarito: B 18. (UEMA/2016) A imagem se refere à situação das receitas e das despesas do Estado francês na década de 1780. Podese analisar pelos dados que a) a maior arrecadação do Estado era proveniente dos impostos diretos, pagos, em sua grande maioria, pelos representantes da Igreja Católica francesa, uma das mais poderosas da Europa. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 90 b) o elevado déficit público do Estado francês foi um elemento central para o contexto histórico de profunda crise econômica que favoreceu a eclosão da Revolução Francesa em 1789. c) a crise econômica relacionava-se diretamente às questões internas, já que, no cenário internacional, os negócios contribuíram de forma significativa para as receitas do Estado francês. d) os gastos com o pagamento da dívida representavam uma pequena parcela das despesas estatais, o que indicava a possibilidade de recuperação rápida da economia francesa. e) a opulência da nobreza francesa era a responsável pela fração mais elevada dos gastos do Estado, seu principal financiador. Comentários Questão sobre a França as vésperas da Revolução Francesa e interpretação das informações do gráfico. Vejamos: A alternativa A está incorreta, somente o Terceiro Estado pagava tributos, sendo excluída a Igreja Católica. A alternativa B está correta, como podemos ver pelo gráfico o Estado Francês se encontrava em crise, sobrevivendo praticamente com a exploração do Terceiro Estado, formado por burgueses ascendentes e camponeses. A alternativa C é incorreta, a monarquia também possuía despesas com guerras e com a marinha, 17, 2% como expresso no gráfico. A alternativa D é incorreta, o pagamento da dividas representava 50 % das receitas. A alternativa E é incorreta, segundo o gráfico as despesas da nobreza representava 10 % das despesas, e seu financiador direito era o Terceiro Estado. Gabarito: B 19. (UFPR/2016) Considere os seguintes excertos produzidos no contexto da Revolução Francesa (1789-1799): Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (26 de agosto de 1789) Art. 1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar- se na utilidade comum. Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. Art. 13. Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração, é indispensável uma contribuição comum, que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades. Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (setembro de 1791)* Art. 1º. A mulher nasce livre e tem os mesmos direitos do homem. As distinções sociais só podem ser baseadas no interesse comum. Art. 2º. O objeto de toda associação política é a conservação dos direitos imprescritíveis da mulher e do homem. Esses direitos sãoa liberdade, a propriedade, a segurança e, sobretudo, a resistência à opressão. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 91 Art. 13. Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração, as contribuições da mulher e do homem serão iguais; ela participa de todos os trabalhos ingratos, de todas as fadigas, deve então participar também da distribuição dos postos, dos empregos, dos cargos, das dignidades e da indústria. * Essa declaração, escrita e proposta pela francesa Olympe de Gouges, não foi aprovada pela Assembleia Nacional; Olympe foi guilhotinada por ordem de Robespierre em 1793. Compare as duas declarações e assinale a alternativa que identifica a principal diferença entre o texto de 1789 e o de 1791. a) O texto de 1791 estabelece direitos e obrigações detalhados e separados para homens e mulheres na política e nos negócios, conforme o projeto burguês de sociedade, enquanto o texto de 1789 defende um ideal universalista, sem distinção social. b) O texto de 1789 defende direitos universais, sem explicitar a questão de gênero, enquanto o texto de 1791 defende a igualdade de direitos entre os gêneros, reivindicando a atuação feminina em assuntos considerados masculinos, como a política e os negócios. c) O texto de 1791 defende a luta contra a opressão das mulheres após séculos de dominação monárquica na França, enquanto o texto de 1789 é contra a opressão masculina causada pela predominância do clero e da nobreza sobre o terceiro estado. d) O texto de 1789 utiliza o termo “homem” para designar a todo o conjunto de cidadãos, sem distinção de classe e origem, enquanto o texto de 1791 substitui “homem” por “mulher”, a fim de reivindicar direitos exclusivos para as cidadãs da classe burguesa. e) O texto de 1789 defende que nenhum direito é válido se não incluir todos os cidadãos, enquanto o texto de 1791 contradiz esse princípio ao privilegiar as mulheres, que reivindicavam maior espaço na sociedade após a morte da Rainha Maria Antonieta. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Revolução Francesa e interpretação de texto. Vejamos: - A alternativa A é incorreta, o texto de 1791 estabelece os direitos políticos das mulheres e o de 1789 direitos universais, sem distinções entre homens e mulheres. - A alternativa B é correta, o texto de 1791 foi escrito por Olympe de Gouges, uma das mulheres que participaram ativamente da Revolução Francesa, a declaração tinha como objetivo a conquista da igualdade política entre os gêneros, por isso, diferentemente da declaração de 1789, marcava a presença dos gêneros, igualdade para mulheres e homens. Na declaração de 1789, os direitos são declarados universais, mas na prática os homens exerciam o poder. - A alternativa C é incorreta, o texto de 1789 não marca os gêneros, homem e mulher; os direitos são declarados universais. - A alternativa D é incorreta, o texto de 1791 não tinha como objetivo reivindicar direitos exclusivos para as cidadãs da classe burguesa, somente a igualdade entre homens e mulheres. - A alternativa E é incorreta, o texto de 1791 não buscar privilegiar as mulheres, apenas assegurar a igualdade de fato entre os gêneros, que não havia sido realizada com a declaração de 1789. Gabarito: B t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 92 20. (UFPR/2015) Alexis de Tocqueville, um dos grandes teóricos da democracia na América, afirma em sua obra de 1835: “Quando comparo as repúblicas gregas e romanas com essas repúblicas da América, as bibliotecas manuscritas das primeiras e seu populacho grosseiro com os mil jornais que circulam nas segundas e com o povo esclarecido que as habita; quando em seguida penso em todos os esforços que ainda são feitos para julgar uns com a ajuda dos outros e prever, pelo que aconteceu há dois mil anos, o que acontecerá em nossos dias, sou tentado a queimar meus livros, a fim de aplicar apenas ideias novas a um estado social tão novo”. (TOCQUEVILLE, Alexis. de. “A Democracia na América”. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 355-356.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a formação da democracia nos Estados Unidos da América, é correto afirmar: a) O “estado social tão novo” apregoado pelo autor refere-se à existência de uma democracia fundamentada nos pressupostos do Despotismo Esclarecido que caracterizava o sistema político no Antigo Regime na Europa. b) Tocqueville sugere que, diferente das repúblicas gregas e romanas, a experiência democrática americana resultou na formação de uma população grosseira e iletrada, consequência da leitura de jornais em vez de livros. c) A instituição precoce da democracia liberal nos Estados Unidos foi responsável pela implementação da “missão civilizadora” que possibilitou a incorporação pacífica das populações indígenas nativas na sociedade nacional e assegurou a manutenção do seu modo de viver. d) Por considerar a democracia na América uma ruptura histórica, Alexis de Tocqueville afirma que a democracia norte-americana foi um episódio original e sem precedentes em experiências históricas anteriores. e) Ao destacar o ineditismo da democracia norte-americana, Tocqueville refere-se ao fato de a Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) ter conferido igualdade, liberdade e direitos irrestritos às mulheres e aos escravos. Comentários - A alternativa A está incorreta. O despotismo esclarecido é o nome dado ao movimento empreendido por alguns monarcas europeus no final da Idade Moderna, que adotaram certas reformas baseadas nos preceitos iluministas a fim de atender parte das críticas do período, mas sem alterar a forma de governo. Os Estados Unidos tornaram-se uma República cuja organização foi influenciada pelos pressupostos da Ilustração. - A alternativa B está incorreta, afinal Tocqueville elogia o esclarecimento dos habitantes das antigas Treze Colônias. A população grosseira a qual ele se refere é situada na Antiguidade Clássica. - A alternativa C está incorreta, afinal as populações indígenas foram massacradas ao longo do processo de expansão dos Estados Unidos sobre o Oeste. Além disso, Tocqueville não se debruça sobre essa realidade no relato do enunciado. - A alternativa D é a resposta. Ao dizer de sua tentação em queimar os livros, Tocqueville chama atenção para a particularidade do modelo político implementado nos Estados Unidos, a primeira grande t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 93 República democrática do mundo. Vale ressaltar que o conceito de democracia do período se mostra mais limitado que o dos dias atuais. - A alternativa E está incorreta, pois a democracia norte-americana não garantiu direitos às mulheres e libertos, algo que só seria efetivamente assegurado no século XX. Gabarito: D 21. (2015/UNESPAR) A Revolução Francesa, impulsionada pelas ideias iluministas, é considerado um dos mais importantes movimentos revolucionários do mundo ocidental. É correto afirmar sobre a Revolução Francesa que: A) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi o resultado de um acordo entre os filósofos Iluministas e do Antigo Regime, preconizando a manutenção da autoridade da nobreza sobre as terras da França e dos burgueses sobre as cidades; B) O lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, representou, no contexto da época, interesses diversos, como igualdade social, com o fim da sociedade de classes; C) Defendia as instituições democráticas para a renovação e restabelecimento da monarquia; D) A democracia conseguiu chegar a sua plenitude máxima, universalizando todos os direitos sociais; E) A crise financeira provocadapelas guerras externas, pelos gastos excessivos internos e pela crise no abastecimento de gêneros alimentícios foram fatores que propiciaram a eclosão da Revolução. Comentários A Revolução Francesa foi um movimento revolucionário motivado pelos ideais iluministas. Esse movimento entrou no bojo da crise do Antigo Regime, principalmente na França, que se envolveu em guerras sucessivas, como a Guerra dos Sete Anos e Guerra de Independência das 13 Colônias, o que gerou gastos excessivos internos, criando crises de fome. Isso motivou os movimentos republicanos. Por conta disso, a alternativa E é a única que contempla corretamente fatos verdadeiros sobre a Revolução. Gabarito: A 22. (2015/UFRGS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre as Revoluções de 1848, ocorridas na Europa. (F) A origem desses conflitos foi o levante espanhol antiabsolutista de 1848. (F) A principal meta dos revolucionários foi o restabelecimento do absolutismo nos países europeus. (V) Os revolucionários foram extremamente heterogêneos, representando ideologias e setores sociais diversos. (V) Os efeitos dos conflitos foram sentidos inclusive no Brasil, como demonstra a Revolta da Praieira. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 94 A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) F – V – F – V. b) V – F – V – F. c) V – V – F – F. d) F – F – V – V. e) F – V – F – F. Comentários - A afirmativa I é falsa, porque as Revoluções de 1848 tiveram origem na França, devido ao panorama de crises econômicas e políticas vividas naquele local. - A afirmativa II é falsa, haja visto que a luta dos revolucionários se direcionava justamente contra as monarquias, buscando a transformação ou o fim destas. Portanto, não houve a tentativa de reestabelecer o absolutismo nos países europeus. - A afirmativa III é verdadeira. Nesses movimentos havia a representação dos interesses do povo, que passava por problemáticas ligadas à fome e alta dos preços, mas também existia o interesse de certas parcelas da elite burguesa, já que essas revoltas possuíam caráter liberal. Percebemos, portanto, a heterogeneidade da Primavera dos Povos, que também contava com a influência do socialismo, atraindo a atenção da classe operária e dos sindicatos. - A afirmativa IV é verdadeira. A Revolução Praieira foi um acontecimento do Brasil Imperial, ocorrida no ano de 1848, sendo fortemente influenciada pelas revoltas desse período. Buscava o estabelecimento de políticas liberais e federalistas, além do fim do autoritarismo relacionado à figura do Imperador. Seguindo a ordem F – F – V – V, a alternativa correta é a de letra D. Gabarito: D 23. (2015/UEMA) O mapa ao lado representa a divisão geopolítica europeia no início do século XIX, destacando a estratégia militar napoleônica conhecida como Bloqueio Continental. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 95 Fonte: Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia>. Acesso em: 12 jun. 2014. A linha de Bloqueio Continental que se estende de Portugal até a Noruega, representada no mapa, revela a intenção francesa de a) integrar a economia europeia, com a isenção das tarifas alfandegárias. b) fortalecer a França, garantindo-lhe a livre circulação pelos portos britânicos. c) desenvolver a economia espanhola, consolidando seu monopólio comercial na Península Ibérica. d) isolar a Grã-Bretanha, impedindo-lhe o acesso a importantes mercados da Europa continental. e) inibir o comércio de escravos oriundos de portos africanos, situados ao norte da Linha do Equador. Comentários - A alternativa A está incorreta, afinal o Bloqueio Continental imposto pelo Império francês restringia a circulação de mercadorias inglesas, ameaçando intervir militarmente nos territórios que mantivessem relações econômicas com o reino adversário. - A alternativa B está incorreta. Sendo a Inglaterra uma potência rival da França, não era possível a livrecirculação de produtos franceses em portos britânicos. - A alternativa C está incorreta. Devido à insubmissão dos espanhóis ante a dominação napoleônica, a Espanha foi duramente combatida por tropas francesas nas primeiras décadas do século XIX. - A alternativa D é a resposta. Visando sufocar a economia da Inglaterra, Napoleão Bonaparte proibiu toda a Europa de estabelecer relações comerciais com o país, mas a produção industrial dos franceses era insuficiente para suprir a demanda do continente por mercadorias até então oferecidas pelos ingleses, precursores da Revolução Industrial. - A alternativa E está incorreta, afinal o comércio de escravos africanos não tinha como rota países europeus, o que tornaria ineficaz o Bloqueio Continental. Gabarito: D t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 96 24. (Mackenzie/2015) De fato, a partir de 1789, a Europa, ainda aristocrática, começa a ouvir a palavra nação de uma nova maneira. Uma nova forma de organização política se desenvolve, trazendo junto com ela a promissora expressão de liberdade. (...). Finalmente, o Estado, que se constitui como a representação de todos os cidadãos da nação, apareceu como a forma de organização política que acompanha a República nascente. (...) Assim fica claro que nação, Estado e cidadania foram um conjunto indissociável de ideias e práticas sociais que surgem de um processo revolucionário da história universal. Guillermo Raúl Ruben. O que é nacionalidade. São Paulo: Brasiliense, 1984, p.25. A Revolução Francesa contribuiu, dentre diversos aspectos, para a emergência de um novo sentido à nação e ao nacionalismo. A respeito do assunto, considere as afirmativas. I. A partir daquele momento, os indivíduos passam a se considerar cidadãos abstratamente iguais, membros de uma organização política e representados pelo Estado. II. A cidadania que emerge a partir do processo revolucionário francês difere do sentimento de pertencimento a um certo senhor, típico da sociedade aristocrática. III. Surge, a partir daquele momento, a concepção de Estado-nação presente nos dias de hoje: aquele que envolve o conjunto de leis próprias, a autonomia e a soberania, a cultura de um povo que vive em um determinado território. Assinale a) se somente a afirmativa I está correta. b) se somente as afirmativas II e III estão corretas. c) se somente as afirmativas I e III estão corretas. d) se somente a afirmativa III está correta. e) se todas as afirmativas estão corretas. Comentários Questão que demanda conhecimentos sobre a Revolução Francesa. Vejamos: A afirmativa I é correta, a Revolução tinha como lema a igualdade, liberdade e fraternidade. Sendo o primeiro termo fruto dos ideais iluministas, principalmente das ideias de Jean Jacques Rousseau. A afirmativa II é correta, a Revolução Francesa solapa o Antigo Regime e a noção de “súdito”, surge em seu lugar o “cidadão”, um indivíduo que possui direitos e deveres no corpo social. A afirmativa III é correta, com a Revolução Francesa surge uma nova noção na modernidade, a nação. Isto é, um país autodeterminado, com seu território e suas fronteiras definidas, bem como com uma cultura e uma prática social específica. Gabarito: E 25. (2015/UNESPAR) A Revolução Francesa, impulsionada pelas ideias iluministas, é considerado um dos mais importantes movimentos revolucionários do mundo ocidental. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 97 É correto afirmar sobre a Revolução Francesa que:A) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi o resultado de um acordo entre os filósofos Iluministas e do Antigo Regime, preconizando a manutenção da autoridade da nobreza sobre as terras da França e dos burgueses sobre as cidades; B) O lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, representou, no contexto da época, interesses diversos, como igualdade social, com o fim da sociedade de classes; C) Defendia as instituições democráticas para a renovação e restabelecimento da monarquia; D) A democracia conseguiu chegar a sua plenitude máxima, universalizando todos os direitos sociais; E) A crise financeira provocada pelas guerras externas, pelos gastos excessivos internos e pela crise no abastecimento de gêneros alimentícios foram fatores que propiciaram a eclosão da Revolução. Comentários A Revolução Francesa foi um movimento revolucionário motivado pelos ideais iluministas. Esse movimento entrou no bojo da crise do Antigo Regime, principalmente na França, que se envolveu em guerras sucessivas, como a Guerra dos Sete Anos e Guerra de Independência das 13 Colônias, o que gerou gastos excessivos internos, criando crises de fome. Isso motivou os movimentos republicanos. Por conta disso, a alternativa E é a única que contempla corretamente fatos verdadeiros sobre a Revolução. Gabarito: A 26. (2014/Unicamp) Observe a obra do pintor Delacroix, intitulada A Liberdade guiando o povo (1830), e assinale a alternativa correta. a) Os sujeitos envolvidos na ação política representada na tela são homens do campo com seus instrumentos de ofício nas mãos. b) O quadro evoca temas da Revolução Francesa, como a bandeira tricolor e a figura da Liberdade, mas retrata um ato político assentado na teoria bolchevique. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 98 c) O quadro mostra tanto o ideário da Revolução Francesa reavivado pelas lutas políticas de 1830 na França quanto a posição política do pintor. d) No quadro, vê-se uma barricada do front militar da guerra entre nobres e servos durante a Revolução Francesa, sendo que a Liberdade encarna os ideais aristocráticos. Comentários Essa é uma questão que demanda análise da imagem para respondê-la. Vejamos as alternativas: - A alternativa A está incorreta, afinal na tela foram representados tipos humanos dos espaços urbanos, como estudantes, burgueses e operários. - A alternativa B está incorreta. O partido bolchevique surgiu na Rússia do início do século XX, durante seu processo revolucionário. - A alternativa C é a reposta. Na obra de Delacroix, a figura feminina que conduz a multidão é uma alegoria à Liberdade, um dos ideais da Revolução Francesa. Também é recuperada a bandeira tricolor, criada pelos revolucionários de 1789. - A alternativa D está incorreta, afinal a Liberdade é representada em trajes simples, o que sugere aproximação não somente com a burguesia, mas também com as classes subalternas da França do século XIX. Gabarito: C 27. (2014/UFRGS) O texto abaixo refere-se à Revolução Francesa. Terror é doravante um sistema de governo, ou melhor, uma parte essencial do governo revolucionário. Seu braço. (...) Ele é também um meio de governo omnipresente, através do qual a ditadura revolucionária de Paris deve fazer sentir sua mão de ferro em todos os lugares, tanto nas províncias quanto nas forças armadas. FURET, François ; OZOUF, Mona. Diccionnaire critique de la Révolution française. Événements Paris: Flammarion, 1992. p. 298-299. Considere as seguintes afirmações sobre o denominado Terror. I - O governo jacobino, dirigido por Robespierre, e o Comitê de Salvação Pública foram responsáveis pelo período do Terror. II - O Terror foi uma política de extermínio liderada pelos girondinos de origem burguesa. III- O objetivo dessa política centrava-se na defesa da Revolução contra os inimigos internos e externos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 99 e) Apenas I e III. Comentários - A afirmação I está correta. O período do Terror foi o momento no qual a Revolução Francesa atingiu o ápice da radicalização, sob o comando de Robespierre, líder dos jacobinos. Nesse período foram estabelecidas leis que permitiam a prisão e julgamento daqueles considerados “antirrevolucionários”. Além disso, contou com o Comitê de Salvação Pública, que era um órgão responsável por controlar a economia e o exército francês, reprimindo revoltas internas. - A afirmação II está incorreta, haja visto que o extermínio foi liderado pelos jacobinos, que tinham sua origem na baixa burguesia e no povo (terceiro estado). - A afirmação III está correta. Os considerados inimigos internos eram os girondinos e os monarquistas, que buscavam frear a radicalização do movimento e levá-lo para outros rumos. Já os externos eram as outras nações europeias monarquistas, que viam na Revolução Francesa uma ameaça para seus próprios governos. Esses países chegaram a formar alianças para combater a expansão dos ideais republicanos e revolucionários. Tendo em vista que as afirmações I e III estão certas, a alternativa correta é a de letra E. Gabarito: E 28. (2014/ACAFE) Classificada pela história como modelo clássico de Revolução Burguesa, a Revolução Francesa deu sua contribuição para o Ocidente, seja no vocabulário político ou na influência das constituições que adotaram alguns princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Sobre a revolução francesa é correto afirmar, exceto: a) A Assembleia Nacional aboliu as taxas e impostos que recaiam sobre o campesinato, acabando com os vestígios do feudalismo que ainda perdurava em várias regiões francesas. b) Monarquias como a Prússia e a Áustria assinaram a declaração de Pillnitz e anunciaram a intenção de intervir militarmente na França e deter o processo revolucionário. c) No período do Terror, os excessos de Robespierre fizeram-no perder o apoio político. Posteriormente, o próprio Robespierre foi guilhotinado. d) Os jacobinos defendiam posições moderadas e representavam, sobretudo, os interesses da alta burguesia e do primeiro Estado. Comentários - A alternativa A está correta. A Assembleia de fato aboliu taxas e impostos que recaíam sobre os camponeses. Essas taxas eram destinadas ao sustento da Igreja e da nobreza, sendo pagas muitas vezes em forma de serviços e produtos, nos moldes do ideário medieval. - A alternativa B está correta. A Declaração de Pillnitz foi um documento assinado entre Áustria e Prússia, que previa a intervenção no território francês caso o rei Luís XVI não fosse restituído ao poder. Esse ato não teve nenhuma eficácia, servindo como bode expiatório para que os jacobinos radicalizassem ainda mais o processo revolucionário. Por fim, Luís XVI acabou sendo guilhotinado. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 100 - A alternativa C está correta. Robespierre era o líder dos chamados jacobinos, que eram a ala radical do processo revolucionário. Por conta deles foi instaurado o período do terror, onde pessoas eram acusadas de agir contra a Revolução, sendo guilhotinadas sem um processo de julgamento formal. Por conta desses e outros excessos, Robespierre acabou sendo guilhotinado no ano de 1794. - A alternativa D está incorreta, porque aqueles que defendiam posições moderadas e representavam tais interesses eram os girondinos. Os jacobinos eram, na verdade, a ala radical da revolução, possuindo representantes da baixa burguesia e do próprio povo comum francês. Gabarito: D 29. (2014/Unesp)O Congresso de Viena, entre 1814 e 1815, reuniu representantes de diversos Estados europeus e resultou a) na afirmação do caráter laico dos regimes políticos e da importância da separação entre Estado e Igreja. b) na criação da Santa Aliança e no esforço de reafirmar valores do Antigo Regime. c) na validação da nova divisão política da Europa, definida pelas conquistas napoleônicas. d) na derrubada dos regimes republicanos e na restauração monárquica na França e na Inglaterra. e) na defesa dos princípios do livre comércio e da emancipação das colônias na América Comentários - A alternativa A está incorreta, afinal Áustria, Prússia e Rússia eram monarquias absolutistas e católicas, reivindicando a permanência nas relações estreitas entre Igreja e Estado. - A alternativa B é a resposta. Com o intuito de garantir o equilíbrio europeu após a Era Napoleônica, a Áustria, a Prússia e a Rússia, potências absolutistas que venceram o Império francês, organizaram um pacto militar denominado Santa Aliança. Com isso, buscava-se garantir o cumprimento das decisões estabelecidas pelo Congresso de Viena, estando sujeito à intervenção dessas monarquias absolutistas territórios que protagonizassem movimentos de ruptura à ordem do Antigo Regime. - A alternativa C está incorreta, pois os países participantes do Congresso dividiram entre si territórios anexados pela França durante a Era Napoleônico. A Rússia incorporou a Finlândia e parte da Polônia; a Prússia tomou para si a Renânia e parte da Saxônia, enquanto a Áustria anexou a Lombardia. Por fim, à Inglaterra foi garantida a posse de bases navais na Europa, África e Ásia. - A alternativa D está incorreta, afinal França e Inglaterra possuíam governos monárquicos quando ocorreu o Congresso de Viena. Seu objetivo era garantir a restauração da ordem política, social e econômica anterior à Revolução Francesa e à expansão napoleônica – o chamado Antigo Regime. - A alternativa E está incorreta. O Congresso de Viena foi uma reação à difusão do liberalismo no continente europeu, doutrina que inclui a defesa do livre-comércio em seus princípios. Gabarito: B t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 101 30. (2013/PUCRJ) “A Revolução Francesa constitui um dos capítulos mais importantes da longa e descontínua passagem histórica do feudalismo ao capitalismo. Com a Revolução (científica) do século XVII e a Revolução Industrial do século XVIII na Inglaterra, e ainda com a Revolução Americana de 1776, a Grande Révolution lança os fundamentos da História contemporânea”. [Mota, C. G. A Revolução Francesa]. Entre as transformações promovidas pela Revolução na França, iniciada em 1789, é CORRETO afirmar que: a) os privilégios feudais e o regime de servidão foram abolidos destruindo a base social que sustentava o Antigo Regime absolutista francês. b) a Revolução aboliu o trabalho servil e fortaleceu o clero católico instituindo uma série de medidas de caráter humanista. c) os revolucionários derrubaram o rei e proclamaram uma República fundamentada no igualitarismo radical na qual a propriedade privada foi abolida. d) a Revolução rompeu os laços com a Igreja católica iniciando uma reforma de cunho protestante que se aproximava dos ideais da ética do capitalismo moderno. e) a Revolução, mesmo em seu momento mais radical, não foi capaz de romper com as formas de propriedade e trabalho vigentes no antigo regime. Comentários - A alternativa A é a resposta. A Revolução Francesa estabeleceu limites ao poder absoluto, extinguiu privilégios e relações feudais que perduravam no país e estabeleceu o princípio da igualdade jurídica, desorganizando as relações estamentais da sociedade do Antigo Regime. - A alternativa B está incorreta, uma vez que a Igreja foi afetada com restrições impostas pelo governo revolucionário. A partir de 1789, terras do clero foram confiscadas, além de ser instituídos o Código Civil do Clero, que limitava o número de sacerdotes e os tornava funcionários do Estado e eleitos pelos cidadãos. - A alternativa C está incorreta, pois apesar do princípio da Igualdade guiar a ação revolucionária dos jacobinos durante a Convenção, em nenhum momento a propriedade privada foi extinta. - A alternativa D está incorreta, pois a Revolução Francesa não foi mobilizada por valores protestantes, mas sim a Revolução Puritana, durante o século XVII. - A alternativa E está incorreta, afinal os elementos que definiam o Antigo Regime (poder absoluto, relações feudais de produção e sociedade estamental) foram solapados pelo processo revolucionário. Gabarito: A 31. (2013/UFRGS) Em 1815, foi encerrado o Congresso de Viena que tinha como propósito reorganizar o mapa político da Europa. A respeito desse Congresso, considere as seguintes afirmações. I. Foi realizado após a derrota de Napoleão Bonaparte, que havia alterado o equilíbrio de forças na Europa. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 102 II. Resultou na formação da Santa Aliança para coibir qualquer tentativa de revolução liberal. III. Garantiu a Portugal e Espanha ganhos territoriais na Europa, por terem lutado contra as forças napoleônicas. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas I e II d) Apenas I e III e) I, II e III. Comentários - A afirmação I está correta. Napoleão Bonaparte conquistou diversos territórios na Europa, como a Espanha, Itália, alguns trechos da atual Alemanha, etc. Com o fim da Era Napoleônica, foi necessária a reestruturação do mapa europeu, redistribuindo os territórios antes conquistados. Isso marcou a alteração das forças políticas no continente, já que com o acordo houve a ascensão da Inglaterra e Áustria no cenário político e econômico internacional. - A afirmação II está correta. A Santa Aliança foi formada entre Rússia, Áustria, Prússia e Grã- Bretanha. Buscava a reafirmação da soberania dos países europeus, evitando a expansão dos ideais republicanos e revolucionários. - A afirmação III está incorreta, haja visto que Portugal e Espanha não obtiveram ganhos territoriais na Europa. Na verdade, Portugal precisou ceder o território da Guiana, e a Espanha perdeu a posse sobre a ilha de Trinidade. Tendo em vista que as afirmações I e II estão certas, a alternativa correta é a de letra C. Gabarito: C 9.3. Inéditas 1. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 103 DELACROIX, E. Liberdade guiando o povo. Óleo sobre tela, 260 X 324. Louvre, França, 1830. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Liberdade_guiando_o_povo#/media/Ficheiro:Eug%C3%A8ne_Delacroix_ _Le_28_Juillet._La_Libert%C3%A9_guidant_le_peuple.jpg>. Acesso em: 23 mar. 2021. Ao representar os acontecimentos da França no decorrer do ano de 1830, o quadro intenciona (A) exaltar o protagonismo feminino. (B) destacar a repressão política. (C) suscitar sentimentos nacionalistas. (D) defender o governo popular vigente. (E) valorizar o protagonismo da burguesia. Comentários - A alternativa A está incorreta. A figura feminina no centro da obra é uma alegoria à liberdade. - A alternativa B está incorreta, o quadro representa o triunfo das forças revolucionárias sobre as repressoras. - A alternativa C é a resposta. A obra A Liberdade guiando o povo (1830), de Eugene Delacroix, busca valorizar os sentimentos e a imaginação, em um contexto de exaltação do nacionalismo e de elementos da natureza. Trata-se de uma representação romântica dos acontecimentos verificados na França na Revolução de 1830, na qual é destacadaa bandeira tricolor, símbolo revolucionário, e a luta pela liberdade contra o despotismo. - A alternativa D está incorreta, a Revolução de 1830 não levou as camadas populares ao poder; trata-se de uma reação aos arroubos despóticos do rei Carlos X. - A alternativa E está incorreta, os personagens da tela conduzido pela Liberdade apresentam origem popular, portanto não há a sugestão de que os burgueses teriam protagonizado aquele processo. Gabarito: C t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 104 2. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Quando a Convenção, sitiada pelos insurretos, decidiu deter e aprisionar os principais deputados da Gironda: é o que se chama de golpe de Estado – e esse também representa um momento importante na marcha da Revolução. O sangue corre na República: para enfrentar todos esses perigos, as liberdades são suspensas, e é instalado um governo – o governo de salvação nacional – cuja arma será o Terror. VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa explicada à minha neta. São Paulo: Editora UNESP, 2007. p. 72-73. Adaptado. Implementada no decorrer do processo revolucionário francês, a política do Terror (A) perseguiu as forças contrarrevolucionárias e garantiu a hegemonia de girondinos no poder. (B) combateu os grupos considerados ameaçadores das virtudes defendidas pelos jacobinos. (C) buscou o extermínio dos camponeses e sans-culottes, grupos que se opuseram à revolução. (D) questionou o predomínio dos jacobinos na política e permitiu a ascensão dos bonapartistas. (E) dirigiu-se ao chamado partido da Montanha, considerado alheio aos setores revolucionários. Comentários - A alternativa A está incorreta. A política do Terror foi aplicada tanto contra grupos reacionários, defensores dos valores do Antigo Regime, quanto contra os girondinos, que discordavam dos rumos da revolução conduzidos pelos jacobinos. - A alternativa B é a resposta. Para os inimigos, Robespierre e os jacobinos implementaram a política do Terror: os suspeitos de conspirarem contra a República e a Revolução eram presos e submetidos ao Tribunal Revolucionário, que condenou milhares de pessoas à guilhotina. Ao punir seus adversários, o objetivo dos jacobinos era um só: fundar uma República democrática e com cidadãos virtuosos. - A alternativa C está incorreta, afinal muitos sans-culottes foram partidários dos jacobinos no decorrer do processo revolucionário. - A alternativa D está incorreta, a política do Terror foi implementada pelos jacobinos. - A alternativa E está incorreta. O partido da Montanha também foi um grupo defensor da Revolução Francesa. Gabarito: B 3. (Estratégia Vestibulares 2020 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Todas as revoluções civis e políticas tiveram uma pátria e nela se fecharam. A Revolução Francesa não teve um território próprio, mais do que isso, teve por efeito por assim dizer apagar do mapa todas as antigas fronteiras. Aproximou ou dividiu os homens a despeito das leis, das tradições dos caracteres, da língua, transformando, às vezes, compatriotas em inimigos e irmãos em estranhos ou, melhor, formando acima de todas as nacionalidades uma pátria intelectual comum da qual os homens de todas as nações podiam tornar-se cidadãos. TOCQUEVILLE, Alexis de. O Antigo Regime e a Revolução. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1979. p. 57. Considerando os apontamentos feitos por Alexis de Tocqueville, pode-se afirmar que a Revolução Francesa: t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 105 (A) se difundiu para outras partes da Europa por meio do expansionismo napoleônico. (B) converteu-se em um paradigma para grupos e indivíduos de diversas partes do mundo. (C) desenvolveu um ideal de cidadania universal, que permitia participação dos estrangeiros. (D) defendeu valores e direitos considerados fundamentais pelos regimes dos demais países. (E) contribuiu para suprimir ideias nacionalistas em favor de um ideário cultural universalista. Comentários: - A alternativa A está incorreta. Napoleão Bonaparte não se colocou como um continuador do processo revolucionário francês, chegando a combater certos aspectos legados por ele. - A alternativa B é a resposta. A Revolução Francesa se tornou uma espécie de matriz revolucionária, defendendo valores e ideias que se espalharam por todos os continentes e foram apropriados por grupos diversos, como por exemplo a Conjuração Baiana, na América Portuguesa. - A alternativa C está incorreta, afinal os critérios de participação política na França se aplicavam exclusivamente aos franceses. - A alternativa D está incorreta, pois muitas monarquias absolutistas combateram a expansão das ideias apregoadas pela Revolução Francesa, incluindo Áustria, Prússia e Rússia. - A alternativa E está incorreta, afinal muitos movimentos posteriores à Revolução Francesa buscaram conciliar suas ideias com o discurso nacionalista. Gabarito: B 4. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) A Revolução é feita de sombra, mas, acima de tudo, de luz. Ela foi de uma enorme violência, mas foi, e continua sendo, a base para uma enorme esperança, a esperança de mudar o mundo, eliminando as injustiças, em nome das luzes da razão e não de um fanatismo cego. VOVELLE, Michel. A Revolução Francesa explicada à minha neta. São Paulo: Ed. Unes, 2007. Adaptado. Como exemplo de “injustiças” contestadas pelo processo revolucionário francês, pode-se destacar a) as disparidades socioeconômicas existentes entre a população do campo e a dos centros urbanos. b) a desigualdade social verificada entre a burguesia privilegiada e os pequenos camponeses. c) o direcionamento dos recursos do Estado à manutenção dos privilégios dos clérigos e da nobreza. d) a inexistência de políticas sociais direcionadas às camadas populares pelo Estado burguês. e) a garantia de representação para apenas clérigos e nobres na Assembleia dos Estados Gerais. Comentários - A alternativa A está incorreta, tal cenário não foi alterado com a Revolução Francesa. - A alternativa B está incorreta, a desigualdade existente entre os dois grupos continuou a existir. - A alternativa C é a resposta. Todo o Estado francês era amparado pelos impostos pagos por burgueses, comerciantes, operários e camponeses, ao passo que os membros do clero e da nobreza dispunham de t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 106 privilégios fiscais. Tais disparidades foram questionadas e extintas da França no contexto da Revolução Francesa. - A alternativa D incorreta, a burguesia não tinha controle do poder político à época. - A alternativa E está incorreta, o chamado Terceiro Estado também contava com representantes na Assembleia dos Estados Gerais. Gabarito: C 5. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) O feudalismo havia sido abolido no reino. Era o fim da sociedade hierarquizada: acabavam-se as ordens de nobreza e do clero, as corporações e as academias, o que havia agora eram os cidadãos. A destruição do Antigo Regime institucional e social era o prenúncio do importante texto da Declaração dos Direitos do Homem que aparecia algumas semanas mais tarde. (VOVELLE, M. A Revolução Francesa explicada à minha neta. São Paulo: Ed. Unesp, 2007. p.41) O contexto revolucionário francês descrito pelo texto levou à aprovação da Declaração dos Direitos do Homem, que significou, dentre outros aspectos, o fim (A) das distinções socioeconômicas. (B) das associações de ofício nas cidades. (C) da desigualdade jurídica perante a lei. (D) da concentração fundiária na França. (E) da exploraçãodo trabalho campesino. Comentários - A alternativa A está incorreta, as desigualdades sociais não foram eliminadas pela Revolução Francesa, mas a desigualdade perante a lei. - A alternativa B está incorreta, as corporações profissionais continuaram a existir na França. - A alternativa C é a resposta. A desintegração do Antigo de Regime significou as desigualdades de tratamento verificadas entre os estamentos sociais, garantindo que todos passassem a ser considerados cidadãos iguais perante a lei. - A alternativa D está incorreta, a estrutura fundiária não foi drasticamente alterada no período, sofrendo algumas modificações na fase jacobina. - A alternativa E está incorreta, os trabalhadores rurais continuaram a ser explorados por homens mais abastados, porém sendo reconhecidos como cidadãos. Gabarito: C 6. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) Sob o terror, a guilhotina passou a ser uma realidade cotidianamente representada, contada, entoada nas ruas pela canção popular, que nas suas estrofes fala da “viúva”, como era chamada, da navalha nacional, da abadia do sobe-sem-querer, do corte patriótico, da foice da igualdade e do altar da pátria. As t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 107 mulheres republicanas, querendo exibir suas opiniões, usam brincos que mostram uma guilhotina em miniatura, onde se balança, como um penduricalho. MURAT, Laure. O homem que se achava Napoleão. São Paulo: Três Estrelas, 2012. p. 53 A partir do texto, pode-se afirmar que no período jacobino ocorreu (A) o engajamento das mulheres nas cerimônias públicas. (B) a manutenção de práticas de tortura do Antigo Regime. (C) o apoio irrestrito ao governo pelas camadas populares. (D) a aplicação de formas desiguais de condenação dos réus. (E) o abrandamento das disputas pelo poder entre os partidos. Comentários - A alternativa A é a resposta. Conforme sugere o texto, as mulheres participavam ativamente das condenações, festejos, reuniões e de outras cerimônias públicas. - A alternativa B está incorreta, a guilhotina era um instrumento de execução, e não de tortura. - A alternativa C está incorreta. No contexto do governo jacobino, muitos camponeses não apoiaram suas propostas, enquanto nas cidades, alguns sans-culottes se rebelaram contra ele ao longo do tempo. - A alternativa D está incorreta, a introdução da guilhotina representou uma “democratização” da morte, afinal todos eram condenados da mesma forma, independente da origem social. - A alternativa E está incorreta, jacobinos e girondinos disputaram o poder violentamente até o final do período da Convenção Nacional. Gabarito: A 7. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Marco Túlio) O que é o Terceiro Estado? Tudo. O que tem sido até agora na ordem política? Nada. O que deseja? Vir a ser alguma coisa. Ele é o homem forte e robusto que tem um dos braços ainda acorrentado. Se suprimíssemos a ordem privilegiada, a nação não seria algo de menos e sim alguma coisa mais. Assim, que é o Terceiro Estado? Tudo, mas um tudo livre e florescente. Nada pode caminhar sem ele, tudo iria infinitamente melhor sem os outros. SIEYÈS. Que é o Terceiro Estado? 1789. O fragmento acima integra um panfleto escrito em 1789, no contexto da organização da Assembleia dos Estados Gerais na França, no qual a mudança da ordem política é atrelada à a) superação da miséria. b) instituição democrática. c) tolerância religiosa. d) igualdade jurídica. e) criação da república. Comentários - A alternativa A está incorreta, o texto questiona a desigualdade jurídica, mas não a econômica. t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 108 - A alternativa B está incorreta, não se defende a democracia, mas o fim dos privilégios de nascimento. - A alternativa C está incorreta, o documento não trata da religiosidade do povo francês, mas do caráter estamental da sociedade do Antigo Regime. - A alternativa D é a resposta. O panfleto aponta a existência de setores privilegiados, isentos de impostos, enquanto o chamado Terceiro Estado sustenta a economia nacional. Com isso, o texto propõe a erradicação dos privilégios de nascimento, de modo a garantir que todos sejam iguais perante a lei. - A alternativa E está incorreta, o texto não chega a questionar a forma de governo monárquica, que na época se discutissem mecanismos de diminuição das atribuições do rei. Gabarito: D 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final de mais uma aula! Conforme dissemos no início da nossa aula, as revoluções francesas legaram ao mundo diversos conceitos e ideias que são fundamentais para assuntos que abordaremos ao longo do nosso curso, como República, liberalismo e nacionalismo. Dessa maneira, chamo atenção para os seguintes pontos da aula: ▪ Como era o cenário da França pré-revolucionária, e como o mundo do Antigo Regime foi solapado a partir de 1789; ▪ Quais foram os momentos da Revolução Francesa, quais eram os grupos predominantes em cada um deles e quais eram suas visões da política; ▪ Qual foi a importância da Revolução Francesa para a construção da cidadania? Quais foram os direitos adquiridos ao longo deste processo? ▪ De que maneira o Império Napoleônico contribuiu para a afirmação das ideias liberais? Qual é sua ligação com a Revolução Francesa? ▪ Quais foram os projetos políticos apresentados no Congresso de Viena e nas Revoluções de 1830 e 1848? Se algo não foi esclarecido, entre em contato comigo no Fórum de Dúvidas! Na próxima aula falaremos sobre os processos de independência do Brasil e da América Latina, bem como sobre o período regencial. Bons estudos! Marco Túlio Ah, não se esqueça de me seguir nas redes sociais: profmarco.tulio @profmarcotulio t.me/histpraboidormir t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 109 11. REFERÊNCIAS BONAPARTISMO. In: BOBBIO, Norberto. Dicionário de política. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1998. pp. 118-119. CHARTIER, Roger. Origens culturais da Revolução Francesa. São Paulo: Ed. Unesp, 2009. p. 29. ENGLUND, Steven. Napoleão: uma biografia política. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. GOMBRICH, Ernst Hans. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2015. p. 485. GRAÇA PROENÇA. História da arte. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2018. GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo: Contexto, 2019. HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções, 1789-1848. 31ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2013. MARX, Karl. O 18 de brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo, 2011. (Coleção Marx-Engels) ODALIA, Nilo. A liberdade como meta coletiva. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (orgs.). História da cidadania. 5ª ed. São Paulo: Contexto, 2011. p. 159-169. RÉMOND, René. Introdução a história de nosso tempo, v. 2. São Paulo: Cultrix, 1976. VOVELLE, Michel. A Revolução explicada à minha neta. São Paulo: Editora Unesp, 2007. VOVELLE, Michel. A revolução francesa, 1789-1799. São Paulo: Editora Unesp 2012 12. VERSÕES DAS AULAS 10/02/2021 Versão 1 Aula original t.me/CursosDesignTelegramhub ESTRATÉGIA VESTIBULARES – IDADE CONTEMPORÂNEA I AULA 09 – IDADE CONTEMPORÂNEA I 110 t.me/CursosDesignTelegramhub