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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA GABRIELLY PAOLA DA SILVA SANTOS ESTUDO DE CASO – CLÍNICA VERGUEIRO SÃO PAULO 2021 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA GABRIELLY PAOLA DA SILVA SANTOS RA: D8224C7 ESTUDO DE CASO – CLÍNICA VERGUEIRO SÃO PAULO 2021 Estudo de caso elaborado no período de estágio de Nutrição Clínica, módulo Ambulatório da Universidade Paulista - Tatuapé, como parte dos requisitos para a conclusão do estágio, sob orientação da Professora Bettina Gerken Brasil. RESUMO O estudo de caso presente a seguir foi realizado na clínica de saúde da UNIP vergueiro, teve início no dia 03/09/2021 e finalizou no dia 17/09/2021. A paciente estudada é uma mulher de 60 anos, que a princípio veio até a clínica por indicação médica para tratar de urolitíase (pedra nos rins), entretanto ao decorrer da consulta informou também possuir as seguintes patologias: diabetes, dislipidemia e gastrite. Com base no recordatório de 24 horas realizado, foi identificado que a paciente consumia uma quantidade excessiva de açúcar e gordura saturada além de possuir um baixo consumo de água. Com a execução das medidas antropométricas (peso, altura e circunferências) foi possível diagnosticar através do cálculo do IMC utilizando a classificação para idosos, que a paciente se encontra eutrófica. A paciente relatou fazer alguns tratamentos medicamentosos para tratar as patologias existentes, bem como o uso diário de Glifage XR500, rosuvastatina, litocit e pantoprazol. Entretanto ao término da primeira consulta, foram passadas algumas metas nutricionais, sendo elas a inclusão de mais fibras na dieta, aumentar a ingestão diária de água para 2,2 litros, mudar o modo de preparo das carnes fritas para grelhadas, além de optar sempre por carnes magras. A diminuição do açúcar e a inclusão de mais frutas, legumes e verduras também foi uma das metas proposta. O caso então foi estudado e logo após executado um plano alimentar individualizado de 1,891kcal para tratar as patologias e proporcionar um estilo de vida melhor com escolhas alimentares mais saudáveis. No retorno a paciente alegou ter conseguido aderir às metas designadas, afirmou também estar muito disposta a seguir o plano alimentar entregue. Por fim a paciente será acompanhada para verificar a adesão ao tratamento dietético bem como a melhora dos sintomas provenientes das patologias. SUMARIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 5 UROLITÍASE (PEDRAS NOS RINS) ............................................................. 5 FATORES FÍSICO-QUÍMICOS DA FORMAÇÃO DO CÁLCULO ................... 7 IMPORTANCIA DOS CUIDADOS NUTRICIONAIS NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA UROLITÍASE .................................................................. 8 DIABETES MELLITUS ................................................................................... 9 DISLIPIDEMIA ............................................................................................... 9 GASTRITE ................................................................................................... 10 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................. 10 A. Identificação do paciente ......................................................................... 10 B. Diagnóstico clínico................................................................................... 11 C. Evolução nutricional ................................................................................ 11 Necessidades nutricionais ........................................................................... 11 Distribuição de macronutrientes: .................................................................. 12 Micronutrientes: ........................................................................................... 12 a- Avaliação dietética: (calcular e avaliar quantitativamente e qualitativamente) ......................................................................................... 13 Discussão sobre os hábitos alimentares ...................................................... 15 b- Avaliação de sinais clínicos ..................................................................... 15 c- Avaliação antropométrica: ........................................................................ 15 d- Avaliação bioquímica: .............................................................................. 15 e- Determinar o diagnóstico nutricional ........................................................ 16 3- ANÁLISES DA CONDUTA NUTRICIONAL ................................................ 16 a- Analisar a conduta nutricional adotada frente a evolução nutricional do paciente ....................................................................................................... 16 b- Apresentar plano alimentar: ..................................................................... 17 5. CONCLUSÃO ............................................................................................. 22 6. REFERÊNCIAS .......................................................................................... 23 1. INTRODUÇÃO UROLITÍASE (PEDRAS NOS RINS) Os rins possuem um formato semelhante ao de um grão de feijão com uma maior tamanho, são duas estruturas anatômicas que tem por função filtram o sangue que chega pela artéria aorta, distribui-se pelas artérias renais e retorna ao coração pela veia cava. Neles é produzida a urina, que desce pelos ureteres, desemboca na bexiga e é eliminada pela uretra. (AJZEN E SCHOR, 2010) A urolitíase é considerada uma doença comum, mais conhecido popularmente como pedra nos rins, é classificada como um quadro agudo que se desenvolve mais nos homens do que nas mulheres e causa dores inesquecíveis. É uma massa sólida formada por pequenos cristais, que podem ser encontrados tanto nos rins quanto em qualquer outro órgão do trato urinário. Afeta, sobretudo pessoas de raça branca (são incomuns em povos afro-americanos e asiáticos) e homens (são duas a três vezes mais comuns em homens do que em mulheres) entre os 35 e os 45 anos e podem trazer consequências mais severas, como por exemplo, a doença renal crônica. (AJZEN E SCHOR, 2010) Também existem os fatores epidemiológicos para o surgimento da urolitíase como: raça, sexo, idade, hereditariedade, aspectos nutricionais e dietéticos, condições climáticas, ocupação profissional e atividade física. Sendo que os mais importantes são herança hereditária e os aspectos nutricionais. (MATHEUS, 2015) Existem cerca de alguns tipos de cálculos renais, sendo que um se diferencia do outro no que diz respeito à sua formação e principais características. Sendo eles: • Oxalato de cálcio puro • Oxalato de cálcio e fosfato • Fosfato de cálcio puro • Estruvita (formado de fosfato amoníaco magnesiano) • Ácido úrico • Cistina Além da diferença de composição, esses cálculos apresentam também uma diferença também quanto à sua radiotransparência, frequência, e variação de PH. (MATHEUS, 2015) Normalmente os sintomas de cálculo renal aparecem de forma repentina, quando a pedra se desloca pelas vias urinárias, gerando uma dor muito forte nas costas que deve ser tratada o mais rápido possível em um hospital ou pronto-socorro embora cálculos localizados dentro do rim habitualmente não causam sintomas. Estes somente incomodarão quando se movimentarem para sair do rim e obstruírem o ureter (conduto que ecoa a urina do rim para a bexiga). Nesta situação pode se observarcomo sintomas dores intensas e outros associados, como por exemplo: • Dor lombar variável e intensa, com cólica, que pode se irradiar para flanco, abdome inferior e região genital (até vulva ou testículo) • Urina rosada, devido à presença de algumas gotas de sangue na urina • Náuseas e vômitos são comuns • Desejo aumentado de ir ao banheiro urinar, mas não expelir urina • Desejo de evacuar, mas sem eliminar nada • Ardência para urinar • Febre e calafrios • Suor excessivo. (COSTA E NOVO, 2017) Embora a fisiopatologia da litíase renal ainda seja repleta de questões e não exista um processo único e universal de formação que se aplique a todos os cálculos e pacientes, o modo como um mineral se acumula numa solução e se torna um cálculo clinicamente evidente parece ser semelhante. (AMBROGINI, 2010) As pedras nos rins são formadas quando a urina apresenta quantidades maiores que o normal de determinadas substâncias, como cálcio, oxalato e ácido úrico ou que têm uma diminuição na quantidade de alguns fatores que impediriam a aglomeração desses cristais como, por exemplo, o citrato. Essas substâncias podem se precipitar e formar pequenos cristais que, depois, vão se aglutinar e se transformarão em pedras. Alguns fatores são considerados de risco, pois contribuem para o surgimento do cálculo renal. (COSTA E NOVO, 2017) FATORES FÍSICO-QUÍMICOS DA FORMAÇÃO DO CÁLCULO Saturação Para haver a formação de cálculo, a urina deve conter uma quantidade excessiva de minerais. Para todas as soluções, a urina inclusive, existe uma quantidade máxima de sal que se pode ser dissolvida numa solução estável. A concentração nesse ponto é denominada de produto de solubilidade termodinâmico. Quando a concentração de um sal é menor que o produto de solubilidade, a solução é dita subsaturada e nesse ponto não ocorre cristalização desse sal nem a formação de cálculo. Com aumento na concentração do sal acima de seu produto de solubilidade, existe um segundo ponto em que a solução torna-se instável e começa o processo de cristalização. Esse ponto é chamado de produto de formação. A região entre o produto de solubilidade e o produto de formação é chamada de região metaestável. Nessa região, o processo de cristalização de novo é pouco provável de ocorrer, embora o crescimento de um cristal já existente seja possível. (AMBROGINI, 2010) Nucleação É a formação da menor unidade de um cristal, o primeiro passo na formação de um cálculo. Agregação É o processo em que ocorre a junção dos cristais, resultante de forças intermoleculares e que leva ao aparecimento de grandes partículas que podem ficar retidas no sistema coletor. Retenção Para formação do cálculo é necessário a retenção do cristal. Se cristais que sofreram nucleação e agregação forem eliminados com o fluxo urinário, um cálculo clinicamente evidente não se formará. Existem dois mecanismos propostos de retenção de um cristal. Numa delas (hipótese da partícula livre), o processo de nucleação ocorreria dentro da luz do túbulo. Com deslocamento do cristal pelos túbulos renais, ocorreriam rápida agregação e formação de uma estrutura grande o suficiente para ficar retida em nível das papilas renais. A segunda teoria (hipótese da partícula fixa) preconiza que após lesão química no urotélio, que normalmente atua impedindo a aderência do cristal, ocorreria aderência de cristais num ponto do sistema coletor renal, prolongando o tempo de exposição à urina supersaturada e facilitando a agregação e o crescimento do cálculo. (AMBROGINI, 2010) IMPORTANCIA DOS CUIDADOS NUTRICIONAIS NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA UROLITÍASE Apesar de ser influenciada por outros fatores, a composição da urina é grandemente determinada pela composição da dieta do indivíduo. (HEIBERG,2013) Vários estudos evidenciaram que a dieta típica dos países industrializados, rica em sódio, em proteínas de origem animal e bebidas adoçadas com açúcar e frutose, tem como consequência uma elevada excreção de cálcio, ácido úrico, oxalato e fósforo e uma diminuição do citrato e pH urinários, favorecendo, assim, a formação dos cálculos. (TAYLOR, 2004) Por outro lado, um consumo adequado de frutas, legumes e verduras parece ser um fator protetor para a formação dos cálculos, por estar diretamente relacionado à ingestão de fatores antilitogênicos como potássio, magnésio, citrato e fitato. (TAYLOR, 2004) Desta forma, um aconselhamento nutricional para a prevenção da ocorrência e também da recorrência dos cálculos é uma estratégia conveniente tanto para profissionais como para os pacientes por ser economicamente acessível e segura. Importante observar que, para a obtenção de melhores resultados, preconiza-se que as recomendações dietéticas devem ser estabelecidas de acordo com o tipo de cálculo e as características da análise de urina de 24h.2 Por exemplo, as orientações dietéticas para os formadores de cálculos (Orientação dietética e litíase renal Dietary counseling and nephrolithiasis) de oxalato de cálcio não são exatamente as mesmas empregadas para indivíduos que apresentam cálculos de ácido úrico. E, para aqueles cujos cálculos são de origem infecciosa (estruvita), nenhuma influência da composição da dieta foi evidenciada. (HEIBERG,2013) De qualquer forma, um hábito que deve ser aconselhado a todos os indivíduos com nefrolitíase é o aumento da ingestão hídrica, para a diminuição da concentração urinária dos componentes litiásicos. Embora a quantidade exata não tenha sido ainda estabelecida, o consumo mínimo de 30 ml/kg de peso por dia deve ser encorajado. (HEIBERG,2013) No âmbito populacional, visando à prevenção deste problema, o incentivo à alimentação equilibrada parece ser a estratégia mais adequada. Uma publicação recente que avaliou a associação entre hábito alimentar e o risco de nefrolitíase em mais de 50 mil pessoas concluiu que os principais fatores protetores foram o alto consumo de magnésio, de frutas frescas e de fibras provenientes dos cereais integrais. Além disso, quando comparados aos participantes que apresentavam um consumo elevado de carnes (> 100 g/dia), os que tinham um consumo moderado (50-99 g/dia) ou baixo (< 50 g/dia) tiveram 20% e 48% menor chance de ocorrência de litíase, respectivamente. (TURNEY, 2014) DIABETES MELLITUS O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006) Os tipos de diabetes mais frequentes são o diabetes tipo 1, anteriormente conhecido como diabetes juvenil, que compreende cerca de 10% do total de casos, e o diabetes tipo 2, anteriormente conhecido como diabetes do adulto, que compreende cerca de 90% do total de casos. Outro tipo de diabetes encontrado com maior frequência e cuja etiologia ainda não está esclarecida é o diabetes gestacional, que, em geral, é um estágio pré-clínico de diabetes, detectado no rastreamento pré-natal. Outros tipos específicos de diabetes menos frequentes podem resultar de defeitos genéticos da função das células beta, defeitos genéticos da ação da insulina, doenças do pâncreas exócrino, endocrinopatias, efeito colateral de medicamentos, infecções e outras síndromes genéticas associadas ao diabetes. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006) DISLIPIDEMIA As dislipidemias são definidas como distúrbios no metabolismo das lipoproteínas, como o aumento do colesterol total, da lipoproteína de baixa densidade(LDL) e dos triglicerídeos, e diminuição da lipoproteína de alta densidade (HDL), sendo desenvolvidas de acordo com a exposição a fatores genéticos e/ou ambientais. (NOBRE E LAMOUNIER, 2013) Essas alterações no perfil lipídico contribuem para o desenvolvimento da doença arterial coronariana (DAC), aterosclerose e hipertensão arterial sistêmica (HAS), sendo também secundárias à obesidade, podendo surgir durante a infância e se potencializar durante a vida, de acordo com a combinação de outros fatores, como o estilo de vida, hábitos alimentares e históricos familiares. (SILVA E PERALTA, 2007) A aterosclerose como consequência das dislipidemias, ocorre por meio da formação de placas lipídicas aterogênicas, que são depositadas na parede arterial, podendo causar obstrução do fluxo sanguíneo. Essas placas lipídicas podem aparecer na superfície capilar da aorta a partir dos 3 anos de idade e nas coronárias durante a adolescência. (HONORATO E BANDO, 2010) GASTRITE A gastrite caracteriza se como uma inflamação que ocorre na parede do estômago. Os tipos de gastrite são: aguda ou crônica geralmente, e pode ser causada também por contaminação de uma bactéria, a Helicobacter pylori ou através de uma alimentação inadequada (LIMA, et al; 2011) Segundo Félix et al (2014), a gastrite é uma causada habitualmente por maus hábitos alimentares como jejuns prolongados ou refeições muito rápidas, e o abuso de alimentos irritantes, como por exemplo, café, chocolate, coca-cola, etc., que contribuem para o agravamento da doença podendo estar diretamente envolvidos no aumento e evolução da gastrite sendo ela crônica ou aguda. Até pouco mais de uma década, a gastrite, ulcera gástrica, duodenite e úlcera duodenal eram devido ao desequilíbrio entre mecanismos de defesa do hospedeiro e secreção ácida; portanto nos últimos anos, pesquisas têm sugerido a vista de bactérias no estômago e a relação entre estes microrganismos e patologias gástricas. (FÉLIX, et al. 2014). 2. DESENVOLVIMENTO A. Identificação do paciente. M.M.R.E, sexo feminino, branca, nascida no dia 16/03/1961 (60 anos e 7 meses), brasileira, viúva, possui o ensino médio completo, atualmente é dona de casa. A 1° consulta foi no dia 03/09/21 e o retorno realizado no dia 17/09/21. B. Diagnóstico clínico Paciente relata ter as seguintes patologias: pedra nos rins, diabetes, dislipidemia, artrite e gastrite. C. Evolução nutricional Paciente veio até o consultório com o objetivo de ter uma qualidade de vida melhor com uma alimentação equilibrada e adequada para tratar as patologias existentes bem como diminuir os sinais e sintomas decorrentes das doenças. Na primeira consulta foi feita as perguntas do questionário disponibilizado pela clínica, além da realização do recordátorio de 24h. Logo após foram executado os procedimentos de antropometria (peso,estatura e circunferências) e com os dados antropométricos, a paciente foi classificada como eutrófica por possuir o IMC de 26,71, classificação obtida através das referências da Norma Técnica da Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN, 2004 utilizando a tabela de classificação segundo Lipschitz de 1994. Necessidades nutricionais Necessidade energética diária: GEB: (10,5X65)+596 682,5+596 = 1.278,5 EER: 354-(6,91X60)+1,12X(9,36X65+727X1,56) 354-414,6+1,12X608,4+1.134,12 -60,6+1,12X1.742,52 -60,6+1.951,62 1.891,02 Distribuição de macronutrientes: Nutrientes Recomendação Energia (kcal) 1.890 Carboidrato (%) 45 a 60 Proteína (%) 15 Lipídio (%) 25 a 35 Recomendações nutricionais obtidas a partir das tabelas de recomendações disponíveis nas diretrizes da sociedade brasileira de diabetes 2019-2020 e da diretriz brasileira de dislipidemia e prevenção da aterosclerose-2017. Micronutrientes: Micronutrientes Recomendação Cálcio (mg) 1.200 Ferro (mg) 5 Fósforo (mg) 580 Vitamina C (mg) 75 Vitamina A (mcg) 700 Vitamina B12 (mcg) 2,4 Vitamina D (ug) 10 Potássio (g) 4,7 Sódio (mg) 2,000 Folato (mcg) 400 Dados obtidos através do Dietary reference inakes (DRIS) Quantidade especifica para o sexo e idade da paciente. a- Avaliação dietética: (calcular e avaliar quantitativamente e qualitativamente) Recordatório de 24h 09:00 - Café da manhã Grupo Pão, trigo, francês (1 unidade: 1) Cereais e derivados Manteiga, com sal (Ponta de espátula: 1). Gorduras e óleos Café com leite (Copo Medio: 1) Miscelâneas Açúcar cristal (Colher de café (3g): 4) - 13:00 - Almoço Grupo Arroz branco (cozido) (colher de servir: 2) - Feijão, carioca, cozido (Concha Média Rasa: 1) Leguminosas e derivados Bife frito de contra filé (Unidade grande (150g): 1) - Alface crespa (Folha média (10g): 1) - Tomate cereja (Unidade (10g): 0,5) - Limonada com açúcar (Copo de requeijão (200 ml): 1) - Sal refinado - Cisne® (Colher de café (3g): 1) - 17:00 - Lanche da tarde Grupo Café (Mililitro: 100) Miscelâneas Bolacha salgada (Unidade: 5) Panificados Açúcar cristal (Colher de café (3g): 2) - 19:30 - Jantar Grupo Pão francês (Unidade (50g): 1) - Bife frito de contra filé (Unidade pequena (80g): 1) - 21:30 – Ceia Grupo Chá (preto, camomila, erva-cidreira, capim limão, etc.) (Xícara De Chá: 1) Bebidas não alcoólicas e infusões Bolacha salgada (Unidade: 5) Panificados Geléia de morango - Rutter® (Potinho (20g): 1) - Requeijão - Nestlé® (Colher de sopa (30g): 1) - Manga, Palmer, crua (Grama: 100). Frutas e derivados CARDÁPIO HABITUAL/ REC DE 24h Nutrientes Recomendação Calculado Adequação Energia (kcal) 1.890 1.932 Normocalórica Carboidrato (%) 45 a 60 48 Normoglicídica Proteína (%) 15 18,4 Normoproteica Lipídio (%) 25 a 35 33,6 Normolipídica Gordura saturada (%) < 7 % VET (15g) 28,78 Inadequado Cálcio (mg) 1.200 386,49 Inadequado Ferro (mg) 5 13,35 Adequado Vitamina C (mg) 75 84,01 Adequado Vitamina A (mcg) 700 76,9 Inadequado Vitamina B12 (mcg) 2,4 1,64 Inadequado Sódio (mg) 2,000 3.542,36 Inadequado Folato (mcg) 400 75,12 Inadequado Fibra (g) 20 – 30 14,38 Inadequado Quantitativamente o cardápio relatado no recodatório de 24h, apresenta alguns excessos, como por exemplo, o consumo de gorduras saturadas que está inadequado, pois apresenta um valor maior que o recomendado, ainda mais considerando que a paciente sofre de dislipidemia, além de o colesterol estar alto também. Outro excesso que podemos analisar é o sódio. Entretanto encontramos alguns micronutrientes abaixo, sendo eles o cálcio, vitamina A, vitamina B9 e vitamina B12. As fibras alimentares que são de extrema importância para a saúde, também estão abaixo do recomendado. Não podemos esquecer a baixa ingestão de água que é de 1L por dia, o que está inadequado, pensando também na patologia da paciente que requer uma ingestão hídrica adequada. Qualitativamente, podemos perceber que falta uma variedade maior de legumes e verduras, consumo excessivo de açucares e carne frita. Discussão sobre os hábitos alimentares Paciente alega não tem alergias nem intolerâncias alimentares, porém afirma ter algumas aversões com determinados alimentos, sendo eles verduras refogadas, alguns tipos de legumes, cebola e alimentos com consistência pastosa. b- Avaliação de sinais clínicos Os sinais clínicos como pele, cabelo, olhos e unhas estavam normais, com aspectos saudáveis. Entretanto no momento da realização das medidas antropométricas foi observado certo edema na região abdominal. c- Avaliação antropométrica: Feminino, 60 anos, peso atual 65kg, altura 1.56, peso ideal mínimo 46kg, médio 52kg e máximo 61kg. IMC: 26,71. Circunferências: CMB:33cm, C. cintura:94,5cm, C. quadril: 99cm. d- Avaliação bioquímica: Resultados dos exames realizados pela paciente no dia 17/08/2021:Dosagem sérica de Ureia: 34mg/dL Valor de referência: 19 a 49mg/dl Dosagem sérica de Creatinina: 70,81mg/dl Valor de referência: 60,00 até 170,00mg/dl Dosagem sérica de colesterol: 159mg/dl Valor de referência: <190mg/dl Dosagem sérica de ácido úrico: 6,1 Valor de referência: 2,6 a 6,0 mg/dl Dosagem sérica de potássio: 4,5 mmol/dl Valor de referência: 3,5 a 5,1 mmol/dl Dosagem sérica de cálcio: 9,6mg/dl Valor de referência: 8,3 a 10,6mg/dl Dosagem sérica de ferro: 93,0ug/dl Valor de referência: 50 a 170ug/dl Dosagem sérica de TSH: 0,97uIU/ml Valor de referência: 0,55 A 4,78Uiu/ml e- Determinar o diagnóstico nutricional Foi realizado o recordatório de 24h e observado que a mesma possuía uma alimentação com pouca diversidade de frutas, legumes e verduras, não bebia a quantidade recomendada de água, consumia o açúcar em excesso, além de ter alimentos com muitas frituras inseridos na dieta. 3- ANÁLISES DA CONDUTA NUTRICIONAL a- Analisar a conduta nutricional adotada frente a evolução nutricional do paciente Foi entregue algumas metas de mudanças para a paciente na qual foi orientada a mudar o modo de preparo de algumas carnes que estavam sendo preparadas fritas com óleos, para uma forma mais saudável como, por exemplo, grelhadas, além de substituir as carnes mais gordas por carnes magras. A paciente foi orientada a diminuir o açúcar da dieta bem como trocar alguns cereais refinados por cereais integrais a fim de aumentar o consumo de fibras. Aumentar o consumo de água (2,2L) utilizando de estratégias para não se esquecer de beber, como por exemplo: sempre andar com a garrafinha de água. b- Apresentar plano alimentar: Plano Alimentar – Meta calórica - 1891 kcal Desjejum: 09:00 ALIMENTO/PREPARAÇÃO QUANTIDADE/medida caseira GRUPO ALIMENTAR/substituições Pão de forma integral 2 fatias 1 porção do grupo 1 - cereais Leite desnatado ½ xícara ½ porção do grupo 6 - leite e derivados Café ½ xícara --------------------------------------- Requeijão light 2 ponta de faca ½ porção do grupo 6 - leite e derivados Maça 1 unidade 1 porção do grupo 3 - frutas Lanche da Manhã: 11:30 ALIMENTO/PREPARAÇÃO QUANTIDADE/medida caseira GRUPO ALIMENTAR/substituições Vitamina de abacate 1 copo americano 1 porção do grupo 6 – leite e derivados Aveia em flocos 2 colheres de sopa 1 porção do grupo 1 - cereais Almoço:13:30 ALIMENTO/PREPARAÇÃO QUANTIDADE/medida caseira GRUPO ALIMENTAR/substituições Arroz integral cozido 3 colheres de sopa ½ porção do grupo 1- cereais Feijão carioca cozido 1 concha média 1 porção do grupo 4 - leguminosas Filé de frango grelhado 1 bife M 1 porção do grupo 5 – carnes e ovos Gergelim 2 Colheres de sopa 1 porção do grupo 2 - verduras e legumes Batata cozida 2 colheres de sopa ½ porção do grupo 1- cereais* Beterraba cozida 3 colheres de sopa 1e ½ porção do grupo 2 - verduras e legumes Agrião cru 3 colheres de sopa ½ porção do grupo 2 - verduras e legumes Salsa cru 2 colheres de sopa ½ porção do grupo 2 - verduras e legumes Suco de laranja natural sem açúcar 1 copo M 1 porção do grupo 3 - frutas Obs: Utilize o gergelim para empanar o frango Lanche da tarde: 16:00 ALIMENTO/PREPARAÇÃO QUANTIDADE/medida caseira GRUPO ALIMENTAR/substituições Farelo de aveia 2 colheres de sopa 1 porção do grupo 1 - cereais Linhaça, semente 1 colher de sopa 1 porção do grupo 4 - oleaginosas Banana (ouro, prata) 1 Unidade 1 porção do grupo 3 - frutas Ovo de galinha 1 Unidade 1 porção do grupo 6 – leite e derivados Canela em pó 1 colher de Sopa --------------------------------------- Limonada sem açúcar 1 copo 200ml 1 porção do grupo 3 - frutas Obs: Panqueca de banana com Aveia e Linhaça Jantar: 19:00 ALIMENTO/PREPARAÇÃO QUANTIDADE/medida caseira GRUPO ALIMENTAR/substituições Pão de forma integral 2 fatias 1 porção do grupo 1 - cereais Alface crespa 2 folhas ½ porção do grupo 2 - verduras e legumes Cenoura crua ralada 4 colheres de sopa ½ porção do grupo 2 - verduras e legumes Atum em conserva 1 colher de sopa 1 porção do grupo 5 – carnes e ovos Salsa crua 2 colheres de sopa ½ porção do grupo 2 - verduras e legumes Melancia 1 Fatia 1 porção do grupo 3 - frutas Obs: faça um delicioso lanche natural com os ingredientes. Ceia : 21:30 ALIMENTO/PREPARAÇÃO QUANTIDADE/medida caseira GRUPO ALIMENTAR/substituições Chá (camomila, erva-cidreira) 1 caneca --------------------------------------- Torrada Integral 4 unidades 1 porção do grupo 1 - cereais Geleia de frutas 100% natural 2 pontas de faca Além do cardápio, também foi entregue algumas receitas de preparações que foram utilizadas no plano, com a finalidade de ensinar e promover a criatividade da paciente na hora de fazer suas refeições, experimentando assim alimentos novos que possuem inúmeros benefícios para a saúde. Segue o modelo que foi usado abaixo: Receitas que valem a pena experimentar FRANGO COM CROSTA DE GERGELIM: Ingredientes 300 gramas de peito de frango 50 gramas de sementes de gergelim 20 gramas de farinha de trigo 1 ovo 100 mililitros de óleo vegetal (usar de girassol) 1 pitada de pimenta do reino 1 pitada de sal Modo de preparo Corte o peito de frango em filés ou tirinhas e tempere com sal e pimenta a gosto. Se você quiser pode usar outros ingredientes para temperar o frango: suco de limão, alho, páprica, orégano, etc. Em seguida prepare os ingredientes para empanar: num prato coloque a farinha de trigo, no outro os ovos batidos e, no outro prato, as sementes de gergelim. Passe os filés de frango pela farinha, depois envolva no ovo e, por fim, empane com o gergelim. Dica: Pressione levemente os pedaços de frango no gergelim para garantir uma boa crosta de gergelim. Aqueça uma panela com óleo ou azeite e grelhe os dois lados. Imagem tirada do site “tudo receitas” PANQUECA DE BANANA COM AVEIA COM LINHAÇA: Ingredientes 1 banana prata ou d'água (de preferência madura) 1 colher de farelo de aveia 1 colher de sopa de linhaça canela a gosto adoçante a gosto 1 ovo Modo de preparo 1. Peneire o ovo. 2. Amasse bem a banana. 3. Coloque na frigideira por 1 minuto em fogo médio, virando para não queimar. 4. Misture em um recipiente a banana e o ovo, acrescente a aveia, linhaça, canela e o adoçante e misture bem. Imagem tirada do site “tudo receitas” 5. CONCLUSÃO Com base nos artigos e livros nutricionais destinados as patologias apresentadas na paciente da qual se originou o estudo, podemos dizer que o plano alimentar entregue foi direcionado para que a paciente tenha suas necessidades nutricionais supridas, visando sempre o controle das patologias crônicas e a eliminação das pedras nos rins, como observamos na literatura que a dieta é um fator essencial para a prevenção e diminuição dos cálculos, em conjunto com o tratamento medicamentoso. Entretanto poderemos ver o efeito que a adesão ao plano alimentar fará na paciente apenas ao longo prazo nos demais retornos que ela fará. Mas foi possível identificar através do primeiro retorno que a mesma conseguiu aderir às metas propostas, e que já obteve melhoras no estilo de vida, além da diminuição de 1 quilo do peso corporal. 6. REFERÊNCIAS AJZEN, Horácio; SCHOR, Nestor. Guia de Nefrologia. 3.ed. São Paulo: Manole, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério daSaúde, 2006. 64 p. il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 16) Heilberg IP, Goldfarb DS. Optimum nutrition for kidney stone disease. Adv Chronic Kidney Dis 2013;20:165-74. DOI: http://dx.doi.org/10.1053/j.ackd.2012.12.001 Honorato ASD, Bando E, Uchimura TT, Junior MM. Perfis antropométrico, lipídico e glicêmico em adolescentes de uma instituição filantrópica no noroeste do Paraná. J Bras de Patol Med Lab 2010; 46(1):7-15. NOVO, Benigno Núñez. COSTA, Baruc Bandeira LITÍASE RENAL. Revista Científica Semana Acadêmica. Fortaleza, ano MMXVII, Nº. 000110, 14/08/2017. Disponível em: https://semanaacademica.org.br/artigo/litiase-renal Acessado em: 23 de setembro de 2021. 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