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Medicina - 6º Semestre - Ana Paula Cuchera e Eduarda Costa Profº Sérgio Tomaz Schettini 8 de ago. de 2023 Introdução - Hemorragia digestiva alta → ocorre hematêmese (vômito com presença de sangue) - Hemorragia digestiva baixa →melena → sangue digerido nas fezes 1- Úlcera intestinal → quando come passa a dor e depois volta, periodicidade, clocking (acorda com dor e melhora após consumo de alimentos), ritmicidade 2- Úlcera gastroduodenal → essa dor pode irradiar para as costas (em faixa) e o indivíduo começa a ter vômitos. Isso ocorre porque a úlcera penetra na cabeça do pâncreas e é chamada de úlcera terebrante (penetrante). - Dá dor nas costas e sangra → pois ela penetra na cabeça do pâncreas (dor) e pega a artéria duodenal (com isso sangra) ● A artéria gastroduodenal dá a volta na cabeça do pâncreas - Úlcera sangra, com isso sai vômito com sangue e parte desce e temmelena (todos os pacientes) - Paciente que chega com hemorragia digestiva alta por úlcera duodenal, a primeira conduta seria a endoscopia OBS! Melena:melhor identificada pelo odor ● Aspecto de borra de café ● Sempre que tem hemorragia digestiva alta tem hematêmese e melena Hemorragia digestiva - Incidência de 1:2.000 indivíduos ou 2,0% das admissões de urgência ● Taxa de mortalidade 5,0%. ● Alta taxa de morte entre idosos hospitalizados com sepse. ● Normalmente a endoscopia é solicitado para o diagnóstico, iniciando o tratamento ● O número de intervenções cirúrgicas vem diminuindo progressivamente. - Classificação: ● Hemorragia digestiva alta e baixa; ○ Altas → tem localização anterior ao ângulo de Treitz (duodeno-jejunal) - 80% dos casos ○ Baixas → abaixo do ângulo de Treitz - são 20,0% dos casos 1 - Causas: ● Altas: Doença ulcerosa péptica, gastrite hemorrágica pp, Medicamentos (aspirina e antiinflamatórios) e varizes esofágicas devido à hipertensão portal. OBS! Hemorragia digestiva alta → localização proximal ao ligamento de treitz - A causa mais grave de hemorragia digestiva alta é por hipertensão portal, a maioria não consegue chegar ao hospital. Paciente morre sem atendimento médico - Gastrite hemorrágica → ocorre por H. Pylori, por ingestão de aspirina ou ingestão de anti-inflamatório ● Por anti-inflamatório → inibe produção de prostaglandinas, e essas inibem a vascularização do estômago (que normalmente é amplamente vascularizado). ● O estômago fica em choque, aumenta a produção de ácido e as substâncias que protegem desse ácido diminuem → hemorragia gástrica difusa. - Geralmente a hemorragia digestiva baixa não é algo muito grave, pois está associada a úlceras. Avaliação inicial 1- Excluir: ● Trauma facial ou hemoptise com deglutição de sangue ● Epistaxe (hemorragia nasal) com deglutição de sangue ● Vômitos de estase gástrica ○ Vômito escuro, que pode ser confundido com hematêmese. ○ Pode se diferenciar com água oxigenada: ■ Se for sangue irá gerar espuma ● Ingestão de substâncias com componentes ferrosos (vitaminas) ○ Exemplo: Sulfato ferroso ● Sangue deglutido no canal do parto pelo RN (Teste de Apt) ○ Teste de Apt-Doone → pega o material e centrifuga, mistura também soda cáustica ■ Se for do bebê fica vermelho → pela hemoglobina fetal ■ Se for da mãe fica cor de tijolo 2- Características Clínicas: ● Hematêmese: vômito de sangue vivo normalmente com restos alimentares. ● Melena: eliminação de fezes muito amolecidas, enegrecidas e com intenso mau cheiro. O Trânsito muito acelerado em hemorragias vultuosas pode determinar uma melena avermelhada como uma enterorragia OBS! Se as fezes for mais avermelhada é porque o trânsito está mais acelerado, então o quadro é mais grave 3- Antecedentes Obrigatoriamente Pesquisados ● Dor epigástrica com ritmicidade, periodicidade e clocking (úlcera intestinal) ● Vômitos frequentes, principalmente se atuais e de forma repetida ○ Conteúdo gástrico: muco claro, incolor e com grumos escurecidos 2 ● Ingestão de medicamentos ulcerogênicos como aspirina e antiinflamatórios. ● Hemopatias - pacientes recebendo anticoagulantes ○ Ocorre sangramentos mais facilmente ● Passado de esquistossomótico ○ Lagoas de coceira ● Doença hepática prévia ● Dor retroesternal crônica com regurgitações ○ Inflamação do esôfago = esofagites → baba sangue, vomita sangue, pode formar úlcera e perfurar. ● Episódio prévio de sangramento digestivo ● Ingestão sistemática de bebidas alcoólicas → Cirrose alcoólica ● Queimação → gastrite OBS! Úlcera duodenal nunca vira câncer - Úlcera gástrica → 5% das vezes é câncer gástrico já de início 4- Exame físico: ● Alterações referentes ao comprometimento hemodinâmico: ○ Pulso elevado ○ Estado das mucosas ○ Débito urinário ○ Pressão arterial ● Alterações referentes à hepatopatia: ○ Icterícia ○ Hepatoesplenomegalia ■ Por aumento de pressão ○ Ascite ○ Flapping ■ Pela alta quantidade de amônia no cérebro, gera tremor ○ Circulação colateral ■ Cirrose → varizes esofágicas para aliviar a pressão no fígado, porém chega um ponto que rompe e gera hemorragia ■ Pode recanalizar para veia umbilical, podendo recanalizar também varizes no cólon e retroperitônio ○ Encefalopatia hepática ■ Sinal terminal da insuficiência hepática (excesso de amônia) Avaliação laboratorial inicial - Hematócrito e hemoglobina podem ser enganosos nas primeiras horas (redistribuição do plasma pelos espaços vasculares). - Tipagem sanguínea - É importante que seja seriado - Na suspeita de Hepatopatia é fundamental: Bilirrubinas, eletroforese de proteínas, coagulograma completo - Choque hemorrágico: ● 40,0% do volume sanguíneo que é 8,0% do peso corporal ● Embotamento mental ● PA sistólica < 90 mm Hg ● Agitação ● Mucosas descoradas 3+ ou 4+ ● FC > 100 bpm - Cuidado na avaliação da FC de idosos com betabloqueadores. - Boas medidas iniciais: 2 acessos venosos periféricos e iniciar infusão rápida de soro fisiológico ou Ringer lactato. ● Ringer lactato → temmuitos eletrólitos para ter pressão osmótica maior e melhor para repor. 3 Esquema de avaliação inicial: Avaliação inicial ⇩ Pulso, pressão arterial, estado das mucosas, estado de lucidez, histórico clínico e do sangramento, sua magnitude e frequência. ⇩ Acesso venoso periférico bilateral - Sonda nasogástrica, Sondagem vesical, avaliação laboratorial ( Htc, Hb, Tipagem, Hemograma, Uréia e creatinina), infusão rápida de SF ou Ringer lactato ⇩ Localização do sangramento por Endoscopia e possível tratamento ● Endoscópico ● Angiografia ● Cirurgia ⇩ Necessidade de transfusão sanguínea (concentrado de hemácias ou sangue total aquecido na hemorragia maciça) Jovens (Htc de 20 a 25%) Idosos, cardiopatas (Htc de 30 a 35%) Fatores de Risco para Morbidade e Mortalidade na Hemorragia Gastrointestinal Aguda Idade > 60 anos Doenças comórbidas Insuficiência renal Doença hepática Insuficiência respiratória Doença cardíaca Magnitude da hemorragia Pressão arterial sistólica <100 mmHg na apresentação Necessidade de transfusão Hemorragia persistente ou recorrente Início da hemorragia durante a hospitalização Necessidade de operação Exame físico e Anamnese: Hematêmese, melena, enterorragia (muito sangue vivo nas fezes) e hematoquesia (pouco sangue vivo nas fezes) - Aspirado da sonda nasogástrica negativo fala contra, mas não exclui origem alta. - Antecedentes de uso de medicações como salicilatos, drogas anti-inflamatórias, doença ulcerosa péptica, Refluxo gastroesofágico, doença hepática avançada, de doença diverticular do colo, alterações do hábito intestinal. Vômitos incoercíveis (Sd. de Mallory Weiss) - Exame físico: Sangue deglutido (epistaxe), sinais de insuficiência hepática (icterícia, ascite) Hepatoesplenomegalia, massa palpável. 4 OBS! Hipertensão portal: o fígado fibrótico, o sangue volta pela veia umbilical e forma circulação em volta denominada de cabeça de medusa Principais Etiologias e Terapêutica 1- Doença ulcerosa péptica: 40,0% dos casos de HDA (hemorragia digestiva alta) - Incidência caindo progressivamente devido à terapêutica clínica com IBP (inibidor de bomba de prótons) e erradicação do Helicobacter Pylori.- Idosos e pacientes hospitalizados em condição grave são a quase totalidade dos casos de tratamento cirúrgico. ● Controle com IBP ● Controle endoscópico: injeção de epinefrina no leito sangrante , aplicação de clip, eletrocoagulação, coagulação com plasma argônio - Repetir a tentativa antes de optar pela cirurgia. ● Cirurgia: Necessidade de 3 transfusões repetidas/dia pp. nas Úlceras duodenais posteriores. ● Procedimento ácido-redutor definitivo: Vagotomia troncular e antrectomia indicado pela maioria nas úlceras hemorrágicas e não nas perfuradas crônicas (menor associação com Helicobacter nas hemorrágicas) 2- Gastrite hemorrágica: Controle clínico com Inibidores da bomba de prótons e controle do Helicobacter Pylori. 3- Síndrome de Mallory-Weiss: 10,0% dos casos. ● Resolução com tratamento clínico. ● Raramente será necessária a endoscopia. 4- Hemorragia devido à esofagite de refluxo ou úlcera de Barrett: tratamento clínico. ● Na úlcera de Barret excepcionalmente poderá até ser necessária a esofagectomia 5 5- Lesão de Dieulafoy (rara):malformação (ectasia = inchaço, dilatação) vascular. ● Controle endoscópico 6- Lesões malignas: São raras hemorragia de vulto. ● Endoscopia normalmente é eficaz. 7- Hipertensão Portal: OCTREOTIDE (vasoconstrição esplâncnica) ● Controle endoscópico com esclerose e/ou bandagem das varizes. ● Uso de TIPS (Encefalopatia amoniacal) ● Tratamento definitivo apenas com transplante hepático. 1. Shunt venoso porto sistêmico: ● Leva invariavelmente à encefalopatia amoniacal e/ou recidiva da Hipertensão portal a longo prazo. ● Prefere-se os TIPS (Cateter via transjugular interna inserido até o nível dos ramos portais intra-hepáticos) 2. TIPS - Transjugular intrahepatic portosystemic shunt: ● Tem objetivo de reduzir a mortalidade de pacientes com hipertensão portal que desenvolvem varizes esofagianas ● Ele possibilita redução significativa do gradiente de pressão porta hepático, uma vez que funciona como um "shunt" porto-cava látero-lateral, promovendo, dessa forma, descompressão eficiente do sistema portal, reduzindo significativamente o risco de sangramentos. 3. REX Shunt: - O REX Shunt feito com enxerto venoso entre a veia mesentérica superior e o ramo esquerdo da veia porta em casos de recanalização da veia porta pós trombose é totalmente fisiológico e curativo. ● REX é o enxerto venoso interposto entre as duas. ● Este shunt é possível em casos de degeneração cavernomatosa da veia porta, pós trombose da mesma normalmente devida à cateterização prolongada da veia umbilical. 6 ● Ou seja, uma das formas de Hipertensão portal é a trombose de veia porta por tempo prolongado de cateter no recém nascido ● Isso leva a flebite da veia umbilical que leva também, a flebite da veia porta. ● Essa trombose não progride para o ramo esquerdo da veia porta, põe enxerto venoso (jugular), se trata hipertensão portal e cura, pois alivia a pressão do restante dos lugares e as varizes somem. ● Resumindo, consiste na colocação de um enxerto de veia jugular entre a veia mesentérica superior e o ramo esquerdo intra-hepático da veia porta, restaurando o fluxo sanguíneo portal para o fígado ● Evidentemente não vai ocorrer encefalopatia amoniacal pós-operatória. - Hemobilia: trauma hepático com sangramento pelo colédoco. OBS! Variz do esofago com sangramento ativo e após aplicação de bandagem (ligadura elástica), onde foi colocado um clipe 7 Sonda de Sengstaken-Blackmore (PROVA) - Sonda de Sengstaken-Blackmore ou cateter Minessota ● Tratamento inicial da hemorragia por hipertensão portal (varizes sangrantes) ● “Balão salvador” → enfiado pelo nariz que vai até o estômago,fica preso na cárdia do estômago (parte superior) e para a hemorragia. ● O endoscopista, depois de passar o balão, ele clampeia o local que está sangrando 8
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