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05/02/2022 07:28 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/2 PLENÁRIO DO TRIBUNAL DO JÚRI Autores Rodrigo Faucz Pereira e Silva Daniel Ribeiro Surdi de Avelar Thomson Reuters Brasil Juliana Mayumi Ono Diretora responsável © desta edição [2022] Av. Dr. Cardoso de Melo, 1855 – 13º andar - Vila Olímpia CEP 04548-005, São Paulo, SP, Brasil TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte desta obra em qualquer sistema de processamento de dados. Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal), com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais). Os autores gozam da mais ampla liberdade de opinião e de crítica, cabendo- lhes a responsabilidade das ideias e dos conceitos emitidos em seus trabalhos. Central de Relacionamento Thomson Reuters Selo Revista dos Tribunais (atendimento, em dias úteis, das 09h às 18h) Tel. 0800.702.2433 e-mail de atendimento ao consumidor: sacrt@thomsonreuters.com e-mail para submissão dos originais: aval.livro@thomsonreuters.com mailto:sacrt@thomsonreuters.com mailto:aval.livro@thomsonreuters.com 05/02/2022 07:28 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/2 Conheça mais sobre Thomson Reuters: www.thomsonreuters.com.br Visite nosso site: www.livrariart.com Profissional Fechamento desta edição: [09.12.2021] ISBN 978-65-5991-347-3 mailto:www.thomsonreuters.com.br http://www.livrariart.com/ 05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/1 Pesquisa de satisfação Ajude-nos a melhorar cada vez mais nossos produtos, acesse https://reuters.az1.qualtrics.com/jfe/form/SV_9Bosb7de7mOGQOV e responda nossa pesquisa! https://reuters.az1.qualtrics.com/jfe/form/SV_9Bosb7de7mOGQOV 05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/2 Expediente Diretora de Conteúdo e Operações Editoriais Juliana Mayumi Ono Gerente de Conteúdo Milisa Cristine Romera Editorial: Aline Marchesi da Silva, Camilla Sampaio, Diego Garcia Mendonça, Emanuel Silva, Karolina de Albuquerque Araújo Martino e Quenia Becker Gerente de Conteúdo Tax: Vanessa Miranda de M. Pereira Direitos Autorais: Viviane M. C. Carmezim Assistente de Conteúdo Editorial: Juliana Menezes Drumond Analista de Conteúdo Editorial Júnior: Bárbara Baraldi Estagiárias: Ana Amalia Strojnowski, Mariane Cordeiro e Mirna Adel Nasser Produção Editorial Gerente de Conteúdo Andréia R. Schneider Nunes Carvalhaes Especialistas Editoriais: Gabriele Lais Sant’Anna dos Santos e Maria Angélica Leite Analista de Projetos: Thyara Pina da Silva Analistas de Operações Editoriais: Caroline Vieira, Damares Regina Felício, Danielle Castro de Morais, Mariana Plastino Andrade, Mayara Macioni Pinto, Patrícia Melhado Navarra e Vanessa Mafra Analistas de Qualidade Editorial: Ana Paula Cavalcanti, Fernanda Lessa, Gabriela Cavalcante Lino e Victória Menezes Pereira Estagiárias: Bianca Satie Abduch, Gabrielly N. C. Saraiva, Maria Carolina Ferreira e Sofia Mattos Capa: Linotec Líder de Inovações de Conteúdo para Print Camilla Furegato da Silva Equipe de Conteúdo Digital Coordenação Marcello Antonio Mastrorosa Pedro Analistas: Gabriel George Martins, Jonatan Souza, Maria Cristina Lopes Araujo e Rodrigo Araujo Gerente de Operações e Produção Gráfica Mauricio Alves Monte 05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/2 Analistas de Produção Gráfica: Aline Ferrarezi Regis e Jéssica Maria Ferreira Bueno Assistente de Produção Gráfica: Ana Paula de Araújo Evangelista 05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/3 Degustação da obra Presidir ou participar de um julgamento perante o Tribunal do Júri é algo que inicia muito antes da instalação da sessão. O chamado “estado de júri”, como bem pontuava Evandro Lins e Silva, não é sintoma que atinge unicamente o advogado na tribuna da defesa, pois todos em plenário passam a fazer parte do “drama da vida real” que ali ganha o seu epílogo1. Contudo, um longo caminho deve ser percorrido até que o processo, mesmo após a pronúncia, possa alcançar o julgamento em plenário. Conforme uma pesquisa divulgada pelo CNJ2, mais da metade das sessões plenárias agendadas para o ano de 2018 foram adiadas. Tal dado ressalta a necessidade de que medidas prévias sejam estudadas e observadas evitando o adiamento das sessões, bem como que outras sejam consideradas durante os julgamentos com o intuito de evitar futuras nulidades. Diante disso, procuraremos neste capítulo trazer um pouco da nossa experiência no Tribunal do Júri, buscando identificar a prática de atos preparatórios que possam propiciar que a sessão plenária ocorra de maneira adequada e com o mínimo de problemas. 1.1. Reunião x sessão Fundamental, desde já, diferenciar os conceitos de reunião e sessão do Tribunal do Júri. As reuniões ordinárias ocorrem dentro de um espaço de tempo determinado pela organização judiciária (reunião do mês de agosto, ou ainda, da primeira quinzena de agosto, por exemplo). Nessas reuniões ordinárias podem ocorrer diversas sessões. Sessões são os julgamentos propriamente ditos. Em regra, é agendado um julgamento (sessão) por dia, no entanto, considerando a complexidade do processo que será julgado (números de testemunhas, acusados, entre outros), o juiz poderá reservar mais de um dia para a mesma sessão; ou, eventualmente, até realizar duas sessões no mesmo dia ( CPP, art. 452). 1.2. Organização da pauta O Código de Processo Penal disciplina no art. 429 a ordem dos julgamentos que, salvo motivo relevante, deverá ser observada. Assim, terão preferência de pauta: (i) os acusados presos; (ii) dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão; e (iii) em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. São exemplos de motivos relevantes para a alteração da pauta de julgamento: “o julgamento de um acusado solto, mas que esteja com prazo prescricional próximo de ser atingido, em detrimento de um acusado preso, suja prescrição esteja longínqua”3; o cumprimento de pautas temáticas e mutirões recomendados pelo Conselho Nacional de Justiça (ex vi julgamentos envolvendo feminicídios)4. javascript:void(0) javascript:void(0) https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.452&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.452&mdfilter=exclude-ficha-ind-comunjavascript:void(0) javascript:void(0) 05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/3 A legislação ainda disciplina que, dentro da mesma reunião periódica, o juiz presidente reserve datas para a inclusão de processo que, por qualquer motivo, teve o julgamento adiado. Porém, na realidade prática, a reserva de datas dificilmente ocorre, devido ao acúmulo de processos já preparados ( CPP, art. 431) para inclusão em pauta, especialmente em varas privativas onde os magistrados cumulam a competência para atuar na fase investigativa, no sumário de culpa e no juízo da causa. Contudo, caso o magistrado anteveja que um dos julgamentos pautados pode correr o risco de não se realizar, nada impede que, desde já, reserve uma data extra para eventual remarcação. Observando-se os critérios acima, o juiz presidente tem liberdade para distribuir os júris nas datas designadas para a reunião ordinária ou extraordinária, adequando-os à rotina de trabalho e atentando para as peculiaridades dos casos concretos. Caso haja concordância das partes, é possível que o mesmo Conselho de Sentença aprecie mais de um processo no mesmo dia ( CPP, art. 452). Nessa hipótese, geralmente o Ministério Público antecipa ao juízo que solicitará a absolvição do acusado em plenário, tornando assim possível a realização de um julgamento pela manhã e outro no período da tarde, renovando-se o compromisso dos membros do Conselho de Sentença. Caso assim seja, além de recomendar-se que não seja o mesmo promotor de justiça que exerça a acusação em ambos os júris, também não se pode permitir qualquer argumentação cruzada entre os casos5, sob pena de violação dos princípios constitucionais da plenitude de defesa, da presunção de inocência e do devido processo legal em um dos casos. 1 .LINS E SILVA, Evandro. A defesa tem a palavra, 2ª. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Aide Editora: 1984, p. 17. 2 .Diagnóstico das Ações Penais de Competência do Tribunal do Júri (2019) e que atualmente consta do Manual do CNJ para a Gestão Processual no Tribunal do Júri, elaborado pelo magistrado Fabrício Castagna Lunardi, sendo um dos resultados alcançados pelo Grupo de trabalho para Otimização de Julgamentos do Tribunal do Júri (Portaria 36/2019), coordenado pelo Min. Rogerio Schietti Cruz. Disponível em: https://bit.ly/3hIXBWA. Acesso em 29 de jul. de 2020. 3 .CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Tribunal do júri. Salvador: Juspodivm: 2015, p. 161. BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo penal. As novas Leis de 2008 e os projetos de reforma. Coord. Maria Thereza Rocha de Assis Moura. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.431&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.431&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.452&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.452&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun javascript:void(0) 05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 3/3 p. 120. Consoante esclarece Badaró, o direito a um julgamento em prazo razoável também deve atingir o acusado solto (CR, art. 5º., LXXVIII e CADH, art. 8.1) e, “(...) a dificuldade ou a falta de pauta para a realização de sessões de julgamento não será justificativa para que o Estado se exima do dever de julgar em prazo razoável, posto que a existência de tal direito implica o dever do Estado de criar e aparelhar os órgãos do Poder Judiciário de forma a ter condições de dar uma adequada e efetiva prestação jurisdicional no prazo razoável, em cumprimento a esse dever fundamental. A violação de tal direito, por falta de aparelhamento estatal, gera o dever de indenizar por parte do Estado”. (Ibid., p. 121). 4 .CNJ, : “Art. 2º. Recomendar ao Superior Tribunal de Justiça, bem como aos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais, que, no mês do Tribunal do Júri, instituído por este CNJ, promovam no âmbito de suas Turmas e Câmaras mutirão para julgamento de processos de competência do Tribunal do Júri”. 5 .O membro do Ministério Público, ao pedir a absolvição no primeiro júri, jamais poderá utilizar tal fato como argumento para requerer a condenação no outro julgamento. Por isso, desde já, reafirma-se a importância de que as sessões sejam gravadas em sua integralidade (principalmente os debates, conforme será discutido posteriormente). Trata-se de proteção não apenas aos princípios constitucionais já mencionados, como também do princípio da lealdade processual e da paridade de armas. O pedido de absolvição em uma mesma reunião pela acusação, por si só, já caracteriza uma vantagem competitiva em detrimento dos acusados julgados posteriormente. Sendo assim, é necessário que as partes no Processo Penal atuem com responsabilidade e dentro de um fair play processual. 05/02/2022 07:29 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/1 Ficha catalográfica Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Silva, Rodrigo Faucz Pereira e Plenário do Tribunal do Júri [livro eletrônico] / Rodrigo Faucz Pereira e Silva, Daniel Ribeiro Surdi de Avelar. -- 2. ed. -- São Paulo : Thomson Reuters Brasil, 2022. 6 Mb ; ePub 2. ed. em e-book baseada na 2. ed. impressa. Bibliografia ISBN 978-65-5991-347-3 1. Brasil. Supremo Tribunal Federal 2. Brasil. Supremo Tribunal Federal - Jurisprudência 3. Júri - Brasil 4. Plenário I. Avelar, Daniel Ribeiro Surdi de. II. Título. 22-97641 CDU-347.991(81) Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Supremo Tribunal Federal : Direito 347.991(81) Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964 05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/1 Dedicatória Para a minha (ainda) pequena e amada Helena que, em meio a tudo o que se passa, está aprendendo a ler… E, para Soraya, pela paciência, amor e incentivo diuturno que tornaram possível a edificação dessa obra (por Daniel) Para a minha amada esposa Priscilla Kavalli, que tornou todo esse tempo em serenidade... (por Rodrigo) 05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/2 Agradecimentos Por DANIEL RIBEIRO SURDI DE AVELAR Com a humildade de afirmar que a presente obra é o início de um diálogo e uma pequena contribuição na busca do aprimoramento sobre o Tribunal do Júri, nãoposso deixar de agradecer a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, propiciaram que tudo tivesse início e a primeira palavra fosse lançada. Agradeço, antes de tudo, à minha família, em especial minhas amadas Soraya e Helena Avelar, que, dentro do isolamento que as circunstâncias sanitárias nos impõem, não mediram esforços para que a presente obra pudesse ser construída. É indispensável agradecer aos mestres que ajudaram a construir o meu modo de pensar o Tribunal do Júri: Clèmerson Merlin Clève (orientador da minha dissertação), Jacinto Nelson de Miranda Coutinho e René Ariel Dotti, estimados avaliadores que, com profundo conhecimento, ajudaram a aparar as arestas e corrigir o que era necessário. Sou grato, desde sempre, ao amigo Rodrigo Faucz, pelo convite para escrever a presente obra e pelo constante diálogo sobre o Tribunal do Júri. É um permanente aprendizado poder conversar com um profissional que verdadeiramente vive e entende o Tribunal do Júri. Ao Prof. Dr. Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho, destacado jurista e magistrado indicado pela AMB para estudar e ajudar a aperfeiçoar o PLS n. 156/2009, muito obrigado por ter prefaciado a obra. De igual maneira, agradeço o estimado Prof. Roncaglio pela valiosa apresentação desta obra. Suas aulas, caríssimo professor, foram sempre um estímulo ao estudo do direito e do processo penal. É imprescindível agradecer aos servidores do Tribunal do Júri, em especial, a minha dileta assessoria que, com grande profissionalismo, dedicam grande parte da sua vida aos julgamentos populares, tornando a 02ª Vara Privativa do Tribunal do Júri de Curitiba um modelo a ser seguido: Francielle Kieling Surm, Chefe de Secretaria, e Janelice Puton, Técnica Judiciária, em nome de quem agradeço a todos os serventuários e estagiários da vara; e aos meus assessores, Aruana Paula Bileski, Rodolfo Mair Coelho, Paulo Rogério Pontes, Maria Isabelle de Carvalho Appel e Eduarda Espanhol Borba. Tenho muita gratidão aos juízes (de fato e de direito), promotores de justiça, advogados e defensores públicos que labutam no Tribunal do Júri de Curitiba. Na pessoa do grande amigo e brilhante magistrado Leonardo Bechara Stancioli e do combativo promotor de justiça Marcelo Balzer Correia, consigno o meu agradecimento. Agradeço, ainda, aos amigos de toda uma vida por sempre estarem ao meu lado e àqueles que a vivência acadêmica me trouxe, em especial, aos professores da FAE, UTP e da Escola da Magistratura do Paraná e aos meus alunos dos grupos de estudo. No inverno e isolamento de 2020. Agradeço também meus sócios e parceiros profissionais, Luiz Eduardo Roncaglio, Murillo, Daniel, Larissa, Lorena, Victor, João Manoel e, sobremaneira, à minha sócia, prima e amiga Lijeane. Ao Prof. Roncaglio especial gratidão não apenas por apresentar este livro, mas por todos os inúmeros ensinamentos desde a época em que éramos colegas na UniBrasil e, atualmente, sócios no escritório de advocacia. O Prof. Roncaglio, além de possuir uma mente privilegiada, é um exemplo de retidão e ética, e nunca terei oportunidades suficientes para agradecer a parceria e ensinamentos diários. Agradeço também aos integrantes do NUPEJURI que tenho a honra de coordenar junto com Daniel Avelar e Thaise Mattar Assad, bem como aos colegas professores, tanto da FAE quanto da 05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/2 UTP. Aos acadêmicos da graduação e das pós-graduações que leciono, também faço questão de agradecer pelas questões trazidas e discutidas nas aulas. Ao João Machado e Alanis Matzembacher, pelo auxílio na pesquisa de jurisprudência e outras questões relacionadas ao livro. Agradeço também o pronto aceite para prefaciar a obra por parte do Prof. Dr. Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho, jurista e Professor de qualidade ímpar. Por fim, mas de igual importância, agradeço à Thomson Reuters Revista dos Tribunais, que eu considero a editora mais importante à nível nacional pela sua história e dedicação com a qualidade do conteúdo jurídico. Minha gratidão ao Prof. Gustavo Badaró por fazer à ponte de contato, e à editora Aline Marchesi por acompanhar e auxiliar todas as fases da publicação. Por RODRIGO FAUCZ PEREIRA E SILVA Considero a gratidão um valor fundamental. Não constitucional, mas quase isso. Um valor que nos permite reconhecer que sempre que conquistamos algo ou chegamos à algum lugar, não fazemos isso sozinhos. Primeiramente gostaria de agradecer à minha esposa Priscilla Kavalli, por ter não apenas me auxiliado e incentivado nas últimas conquistas acadêmicas, mas também oportunizado discutir e refletir sobre questões jurídicas essenciais, sempre com amor e lealdade. Obrigado por estar sempre disposta a contribuir e debater diversas ideias que aqui se encontram. Existem pessoas que mudam o rumo da nossa vida. E para eles tenho uma grande dívida de gratidão. Marcelo Boldori e Ernani Bortolini, que me ensinaram sobre atuação no júri. Juntos fizemos 30 júris – os 30 primeiros da minha carreira. O primeiro em 6 de fevereiro de 2004, o último em 2010. Aprendi muito com eles, principalmente, a paixão pelo Instituto. Foi também o Ernani quem me apresentou a vida acadêmica, convidando-me para lecionar logo após eu ter me formado. Não podia esquecer de agradecer quem fez a ponte com essa dupla, meu querido Cirso Teodoro. Aos Professores Paulo Cesar Busato, Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, Francisco do Rego Monteiro Rocha e Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, eu tenho a agradecer por sempre terem me auxiliado e me presenteado com oportunidades acadêmicas únicas. Aliás, na reflexão para o aperfeiçoamento de uma outra obra (o Manual de Tribunal do Júri, a ser lançado no início do ano de 2021 pela Thomson Reuters Revista dos Tribunais), que surgiu o lampejo do Dr. Daniel Avelar para desenvolvermos este projeto voltado especificamente ao Plenário. Também por isso agradeço ao parceiro e amigo, não apenas por compartilhar um vasto conhecimento prático, dogmático e histórico sobre júri comigo, mas também por ter reafirmado aquilo que qualquer profissional do direito aqui do Paraná sabe: o juiz Daniel é um profissional dedicado, preparado e, acima de tudo, um humanista preocupado com os valores constitucionais democráticos. 05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/1 Nota dos autores – 2ª Edição O ano de 2022 é o que marca o aniversário de 200 anos do Tribunal do Júri no ordenamento jurídico brasileiro. O júri foi instituído por um Decreto de 18 de junho de 1822. Trata-se da instituição mais democrática no sistema judiciário brasileiro, em que a própria comunidade afetada pelo crime decide sobre o fato, em um procedimento pautado pela oralidade. Apesar de inúmeras críticas que enfrenta, cada vez mais solidificamos nosso entendimento de que o juízo por jurados carrega uma série de vantagens em relação à justiça profissional, como a legitimidade social, a quantidade de julgadores e, principalmente, a imediatidade probatória. Revivescendo a tradição da Thomson Reuters Revista dos Tribunais sobre a matéria, publicamos as obras “Plenário do Tribunal do Júri” e “Manual do Tribunal do Júri” em 2020 e 2021. O retorno de vendas, aceitação e citações foi melhor do que esperávamos. Desta forma, a 2ª edição restou obrigatória face a 2ª tiragem do “Plenário” também já encontrar-se esgotada. A 2ª edição do “Manual” deve sair também até o meio de 2022. Ambos são, frutos de décadas de estudos dedicados ao júri, tanto pela abordagem profissional quanto acadêmica. Para esta 2ª edição, além de uma minuciosa revisão e atualização, aprofundamos e abordamos algumas ideias sobre, por exemplo, o abandono de plenário, o selecionamento de jurados, avirtualização do julgamento em plenário, o reconhecimento de pessoas, a limitação argumentativa pela legítima defesa da honra, a denominada Lei Mariana Ferrer, além de termos revisto nosso modelo de quesitação em relação ao dolo eventual e culpa. Também preparamos um índice sistemático para facilitar a busca dos temas. Jamais podemos esquecer de que todo procedimento do júri, ao estar sistematicamente posicionado como uma garantia constitucional no art. 5º, precisa ser interpretado por este viés. Por último, agradecemos nesta 2ª edição, além de todos aqueles que já estão nos “Agradecimentos” originais, alguns que colaboraram e/ou somaram nas discussões e reflexões sobre o júri desde a 1ª edição e que merecem ser lembrados, como: Isabela Bueno, Denis Sampaio, Kauana Kalache, André Peixoto, Priscila Palmeiro, Jader Marques, Janira Rocha e Alexandre Morais da Rosa. 05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/2 Nota dos autores – 1ª Edição No começo do ano de 2021, será lançada por esta mesma editora o “Manual do Tribunal do Júri”. Nesse intuito, inclusive, que começamos a escrever em conjunto. No entanto, percebemos que faltava na bibliografia do Tribunal do Júri brasileiro alguma obra que pudesse contribuir, de imediato, para o aumento da qualidade da decisão dos jurados, enfrentando aspectos da legislação atual – já parcialmente sedimentada pela jurisprudência – e recomendações do Conselho Nacional de Justiça. Sendo assim, desenvolvemos um olhar específico para o Plenário, de forma que compilamos uma gama de elementos para propor que o júri brasileiro possa responder aos anseios de justiça. E dizemos justiça como sendo a responsabilização daqueles que efetivamente precisam ser responsabilizados; sem que isso reflita na mitigação de valores constitucionais ou no atropelo de garantias. Percebemos que o aumento da qualidade das decisões certamente fará com que aqueles que precisam ser condenados, continuem sendo, mas a partir de um julgamento imparcial e justo, calcado nas provas sustentadas perante os juízes naturais. O presente trabalho é fruto de inúmeras pesquisas empíricas e doutrinárias que nos acompanharam desde a graduação até as pós-graduações que cursamos. Mas também é fruto da atuação efetiva no Tribunal do Júri. Daniel Avelar como Juiz Presidente da 02ª Vara Privativa do Tribunal do Júri de Curitiba desde o ano de 2008. Rodrigo Faucz como Professor de Processo Penal e advogado, tendo atuado em mais de 200 causas – tanto na defesa quanto na assistência de acusação – perante o Tribunal do Júri. Percebemos, no transcorrer das nossas carreiras – tanto pelo viés da práxis quanto acadêmico –, que a ausência de motivação das decisões do júri fundada no voto na íntima convicção não é sinônimo de decisões tirânicas e desarrazoadas. Isto é, trata-se de uma falácia acreditar que as decisões dos jurados não são ponderadas; que as decisões são tomadas em alienação completa dos autos. A enorme maioria dos jurados leva a sério a incumbência que recebem. Esforçam-se a entender o que é apresentado, prestando atenção e efetivamente ponderando sobre o que seria justo. Mas, claro, que é importante colaborar para o aumento da racionalidade da decisão. Dessa forma, os modelos de decisão e as instruções roteirizadas que apresentamos aqui visam justamente isso: cooperar com o instituto como um todo e, especificamente, para que os jurados consigam alcançar um veredicto que respeite o ordenamento jurídico pátrio e entregue a justiça no caso concreto com base nas provas válidas apresentadas. Em relação ao corpo do livro, dividimo-lo em 5 partes: (Parte I) Abordamos toda a parte procedimental do plenário do Tribunal do Júri, desde a preparação do julgamento para o plenário. Enfrentamos questões inéditas e controversas, trazendo também, na medida do possível, opiniões divergentes e decisões atualizadas dos tribunais. Trata- se um programa completo sobre o plenário do Tribunal do Júri; (Parte II) Desenvolvemos um roteiro completo prático para magistrados. Diferentemente de roteiros apresentados em outras obras, aqui foi abordado, com base na atuação em milhares de sessões plenárias, um modelo de condução dos trabalhos do júri. Acreditamos que a grande colaboração se encontra nos modelos decisórios – diretrizes de falas para os juízes presidentes –, que servirão para auxiliar com o desejado aumento da qualidade da decisão dos jurados; (Parte III) Os modelos de quesitação estão em parte específica. São quase cem modelos completos de quesitação, fundamentados em uma análise jurisprudencial aprofundada, mas sem olvidar de solucionar e enfrentar pontos que não estejam adequadamente abordados a partir da dogmática penal e processual. Na hipótese de não concordarmos com determinada redação proposta por eventuais decisões dos tribunais superiores, apontamos no que se trata a divergência; 05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/2 (Parte IV) Apresentamos um modelo completo da ata da sessão de julgamento na quarta parte da obra; (Parte V) Para facilitar os operadores de direito, nesta parte do livro estará a legislação referenciada. Sendo assim, tivemos o cuidado de separar somente as normas relativas ao que foi trabalhado no decorrer da obra, bem como que são mais frequentemente utilizadas no decorrer do plenário. Dessa forma, o leitor encontrará parte selecionada da Constituição, do Código de Processo Penal e do Direito Penal, até mesmo como forma de fácil manuseio durante as pesquisas ou mesmo durante a sessão de julgamento. Por fim, quando estávamos com a obra praticamente pronta, o Conselho Nacional de Justiça lançou um manual intitulado “Gestão Processual no Tribunal do Júri”, com o intuito de ajudar os juízes a conduzir o Tribunal do Júri com mais eficiência. Assim, adaptamos a obra para incorporar algumas das ideias apresentadas pelo CNJ e, em algumas questões que divergimos, fundamentar de que forma o ponto merece ser melhor discutido. O plenário do Tribunal do Júri é um ato altamente concentrado, em que o princípio da oralidade ganha grande destaque. Se o sistema judicial como um todo fosse fundado na oralidade, concentração de atos, imediação e publicidade, certamente teríamos uma justiça mais célere e, até mesmo, mais justa. O sistema certamente pode ser melhorado, mas com responsabilidade e respeito às garantias constitucionais. Por último, convidamos a todos os interessados a participarem do Núcleo de Pesquisas em Tribunal do Júri (www.tribunaldojuri.com.br), para que possamos, juntos, fomentar a discussão sobre o procedimento. Também estamos sempre dispostos e abertos a ouvir outros pontos de vista para o aperfeiçoamento das próximas edições. Fica aqui o convite para as críticas e sugestões pelo e-mail info@tribunaldojuri.com ou no website www.tribunaldojuri.com. 05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/3 Prefácio Prefaciar um livro é um caminho de mão dupla. Por um lado, é como se os autores/condutores dessem carona a um único prefacista/passageiro, em seu ônibus vazio, apanhando-o num ponto e devolvendo-o em outro ponto do trajeto. Por outro lado, o passageiro tem o privilégio de ser o primeiro a fazer a viagem e, por isso, tem o de emitir a primeira opinião sobre o trajeto e a condução. Seja como for, o passageiro que entra na condução, num ponto, salta em outro diferente, tendo a possibilidade de ver uma paisagem que antes não via. Já os condutores, comprometidos com o pragmatismo de segurança e do rumo do trajeto, pouco percebem do que se passouno interior do ônibus e de como foi a viagem, e, só com a opinião do passageiro, podem ter uma ideia de que como foi a viagem. Então vamos começar a nossa viagem. Conheci o autor Daniel Avelar quando atuamos juntos em uma comissão designada pela Associação dos Magistrados Brasileiros – AMB para oferecer sugestões e críticas ao anteprojeto de lei que veio a se tornar futuramente o projeto de reforma do Código de Processo Penal (PL 156/2009). Compunham, ainda, a comissão, os colegas Nereu Giacomolli (que a presidia) e Paulo Augusto Oliveira Irion. Fizemos inúmeras reuniões (Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro) e, depois de muito debate, apresentamos um relatório com as nossas sugestões, que foi encaminhado ao Senado Federal. Entre as sugestões que apresentamos, havia um capítulo todo dedicado ao procedimento do júri. As modificações que então propusemos – a maioria trazidas por Daniel Avelar – eram: a eliminação da impronúncia por violar o princípio da presunção de inocência; expurgar qualquer resquício do malsinado princípio in dubio pro societate (não escrito em lugar algum e ainda atuante, como se fosse um princípio constitucional); a possibilidade de oitiva de testemunhas quando o processo for remetido para outro juízo, em caso de desclassificação; tornar claro que a interposição de recurso especial ou extraordinário não impediriam a realização do júri; acesso de promotores e advogados aos cartões de identificação dos jurados que atuarão na reunião dos júris para que pudessem exercer a opção das recusas imotivadas dos jurados com mais segurança; exclusão por 12 meses do jurado que tiver integrado o conselho de sentença; desaforamento pela não realização do júri se não seja realizado em seis meses da preclusão da decisão de pronúncia; definir que ao Ministério Público cabe executar a multa a jurado faltoso, que reverteria obrigatoriamente ao programa de proteção de testemunhas; previsão de gratuidade nos transportes públicos para os jurados; a indicação de endereços das testemunhas seria ônus das partes, de modo que a sua insuficiência não poderia acarretar adiamento da sessão; o promotor teria assento em posição de igualdade com o defensor, em posição equidistante ao do juiz presidente; desnecessidade de degravar os interrogatórios e depoimentos colhidos durante a sessão de julgamento; as agravantes e atenuantes deveriam ser conhecidas e decididas pelo juiz presidente; extinção da réplica e da tréplica; garantia de prazo individual para cada defesa de pelo menos 45 minutos em caso de mais de um réu; evitar o conhecimento, por parte dos jurados, da decisão do juiz sumariante sobre crimes conexos para não influenciar no julgamento; prazo de 10 dias para a juntada de documento ou para a exibição de objeto, contados retroativamente da data da sessão. Como se pode ver, embora o PL 156/2009 tenha estancado no Legislativo, algumas destas propostas acabaram sendo aproveitadas pela Lei nº 11.689/2008, que reformou o Código de Processo Penal. Não vou me antecipar e dizer como os autores deste livro enfrentaram estas complexas questões. Já o segundo autor, Rodrigo Faucz, conheci em dois cursos que fizemos juntos no Chile e no Uruguai, por volta de 2016/2017, o primeiro deles sob os auspícios do Centro de Estudios Judiciales para las Americas, um órgão autônomo da OEA, para estudar os sistemas processuais penais dos dois países. Como se sabe, os países latino-americanos passaram por severas e sanguinárias ditaduras militares. Com a redemocratização, foi preciso reformar todo o seu sistema https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C2008%5C%5C2912&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-2008-2912|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun 05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/3 criminal. Nesses cursos tivemos o dissabor de constatar que o único país latino-americano que não fez uma reforma estruturante em seu Código de Processo Penal foi o Brasil. Com efeito, as demais nações, até menos evoluídas economicamente, fizeram: Argentina (1991), Guatemala (1992), Costa Rica (1996), El Salvador (1996), Venezuela (1998), Paraguai (1998), Bolívia (1999), Chile (2000), Equador (2000), Nicarágua (2001), República Dominicana (2002), Colômbia (2004), Panamá (2008), México (2014) e Uruguai (2014). Todos passaram a um modelo acusatório, com previsão de um juiz de garantias. Só o Brasil permanece num sistema inquisitorial com algumas concessões acusatórias, que não podem funcionar bem num modelo inquisitorial. Só no Brasil há tanta resistência contra a adoção de um sistema acusatório de verdade e contra implantação do instituto do juiz de garantias. Sintomaticamente, o Brasil não julgou os graves crimes contra os direitos humanos praticados pela sua ditadura militar, diferentemente do que ocorreu na Argentina, no Chile, no Uruguai (...). Consequentemente, só no Brasil se vê manifestações a favor de nova intervenção militar. Não é à toa que cultivemos com esmero o sistema inquisitorial (...). Enfim, os autores são dois valorosos companheiros na luta por um processo penal mais democrático e foi por essa razão que imediatamente aceitei, com prazer, ingressar na sua condução, certo de que a viagem seria aprazível e útil, como de fato foi. Vamos à obra, pois. O livro é dividido em cinco capítulos. O primeiro deles é destinado a uma abordagem teórica, com discussão da doutrina e da jurisprudência. O segundo tem um viés eminentemente prático para quem atua no júri, com modelos de decisões corriqueiras. O terceiro é dedicado a formulação de quesitos, o que é a maior causa de anulações de julgamento pelo júri, tal a complexidade da matéria, embora bem mais simplificada depois da edição da Lei nº 11.689/2008. O quarto contempla um modelo de ata do plenário de júri e o quinto, legislação. Como se vê, é obra para ser levada ao plenário, de uso indispensável, para auxiliar os profissionais, especialmente após longos debates que entram noite adentro, de modo a auxiliá-los naquelas madrugadas, quando a mente, já cansada, tem dificuldade para pensar os temas mais difíceis, como, por exemplo, a quesitação. Não pretendo, porém, antecipar as discussões que o livro trava. Deixo esse garimpo para os leitores. O fato é que ingressei de um jeito e saí de outro, vendo o que antes não via. E quero deixar a opinião de que vale muito a pena fazer essa viagem, especialmente para quem atua no júri, esta instituição tão rica de histórias e tão apaixonante. Sobre essa paixão, quero compartilhar com os autores uma impressão muito pessoal de quem passou três anos como defensor público no Tribunal do Júri de Duque de Caxias (RJ) e outros três anos como juiz do mesmo tribunal. Hoje, não posso dizer que continuo apaixonado pelo Tribunal do Júri. Muito pelo contrário. Não que não preze os seus atributos democráticos indiscutíveis, mas hoje percebo que nós, brasileiros, não criamos uma cultura comunitária que seja consentânea ao funcionamento adequado do júri, tal qual ocorre nos países de tradição anglo-saxônica. Não cultivamos uma atuação comunitária: sequer temos a cultura de participar das reuniões de nosso condomínio, das escolas dos nossos filhos (salvo nos anos iniciais da escolarização), das igrejas de nossa religião, dos círculos políticos aos quais nos afeiçoamos mais (...). Não temos essa virtude comunitária que os países anglo-saxões têm. Do mesmo modo que não temos uma sociedade de iguais (no sentido de igualdade de oportunidades, em uma sociedade rica em diversidade), tão importante para o bom desempenho da instituição. Explico: os nossos conselhos de sentença não espelham efetivamente a complexa e multirracial sociedade brasileira. De maneira geral, o que vemos nos tribunais do júri é quase sempre o mesmoespectro social de jurados: funcionários públicos, de estratos sociais de classe média ou média baixa, com escolaridade média. A sociedade brasileira é muito mais diversa. De um modo geral, ela não está representada nos conselhos de sentença. Deixo esse comentário pessoal em retribuição pela viagem, que recomendo efusivamente. Rio de Janeiro, 8 de julho de 2020. Luis Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho Desembargador aposentado do TJRJ Professor Adjunto de Direito Processual Penal da UERJ https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C2008%5C%5C2912&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-2008-2912|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun 05/02/2022 07:30 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 3/3 Pós-doutor pela Universidade de Coimbra Doutor pela UERJ. Mestre pela PUC-RJ Sócio do escritório de advocacia Marrafon, Robl & Grandinetti 05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/2 Apresentação Atendendo honroso convite dos ilustres professores Rodrigo Faucz Pereira e Silva e Daniel Ribeiro de Surdi de Avelar apresento-me, em rápidas linhas, a desenhar modesta apresentação da utilíssima obra que os dignos doutrinadores ora apresentam aos profissionais e estudantes de Direito. Recordo-me de ter ouvido, por mais de uma vez, do saudoso prof. Luiz Carlos Souza de Oliveira – idealizador do conhecidíssimo curso Professor Luiz Carlos, inegável marco no ensino do direito não só na cidade de Curitiba mas em todo o Estado do Paraná – que o Direito Penal e o Processo Penal muito se assemelhariam ao primeiro amor experimentado pelo homem ou pela mulher. Exatamente como aquele faz com os enamorados, arrebata, empolga, seduz e embriaga quase que a totalidade dos estudantes de Direito. Nada obstante, também como ocorre com a primeira romântica paixão, raramente a inebriante parceria vinga e frutifica! Poucos, efetivamente, sublinhava com veemência o Prof. Luiz Carlos, “convolam núpcias” com o Direito (e o Processo) Penal; mas é certo que aqueles que assim o fazem, para sempre fiéis a este primeiro amor permanecem! Porém, se já o próprio Direito Penal (e, por corolário, o Processo Penal) exprime não simplesmente uma especialidade, entre os diversos ramos do Direito, mas induvidosamente uma paixão, verifica-se, surpreendentemente, que no âmago desta especialidade – paixão habita uma flor ainda mais rara; seu nome é Tribunal do Júri! Com a devida vênia, nada no mundo do direito é mais cativante que o Tribunal do Júri; e isto até os leigos enxergam! Pois bem! A obra dos cultos professores Rodrigo e Daniel percorre, com inegável maestria, os intrincados meandros do julgamento popular, aliando, em justa medida, teoria e prática, identificando questionamentos, desnudando respostas aos mais diversos problemas quiçá equacionados pelos profissionais (e mesmo estudantes) do Direito! Aliás, a supra referida justa medida entre teoria e prática (tão procurada e ao mesmo tempo tão incomum nas obras especializadas) facilmente se explica na medida em que analisado os currículos dos prefalados professores. Rodrigo, Mestre em Direito e Doutor em Neurociências pela UFMG (sim; Neurociências – a paixão pelo Júri levou-o a estudar, com profundidade, a psiquê do homem comum, responsável pelo julgamento no Tribunal do Popular), é um dos mais combativos e preparados advogados especializados em processos de Júri do Paraná. Sua profícua atuação como advogado de plenário encontra espeque seguro no metódico estudo doutrinário, lapidada ainda em fulgurante e aplicada dedicação ao magistério superior. Não menos impressionante é o currículo de Daniel, Mestre e Especialista em Direito, magistrado de larga experiência profissional (titular de vara especializada do Júri da capital paranaense há mais de doze anos), que também empresta sua privilegiada inteligência ao magistério jurídico, em cursos de graduação e pós-graduação (com especial destaque aos anos dedicados aos futuros colegas na prestigiosa Escola da Magistratura do Paraná). Como corretamente destacado pelos próprios autores, a presente obra vem subdividida em cinco partes, ostentando opiniões doutrinarias divergentes, roteiros práticos, modelos de quesitação e de atas de julgamento, legislação correlata e, inclusive, observações ao recentíssimo manual denominado “gestão processual no Tribunal do Júri”, da lavra do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Desnecessárias outras considerações; a obra fala por si! A todos (indesculpáveis apaixonados) desejo a melhor das leituras! 05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/2 Curitiba, inverno de 2020. Luiz Eduardo Trigo Roncaglio Procurador de Justiça aposentado do MPPRProfessor de Direito Penal da UniBrasil e da pós- graduação da ABDConstAdvogado consultor do escritório Faucz Santos & Advogados Associados 05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/2 P���� I. P������� �� T������� �� J��� 1. Atos antecedentes à instalação da sessão de julgamento Presidir ou participar de um julgamento perante o Tribunal do Júri é algo que inicia muito antes da instalação da sessão. O chamado “estado de júri”, como bem pontuava Evandro Lins e Silva, não é sintoma que atinge unicamente o advogado na tribuna da defesa, pois todos em plenário passam a fazer parte do “drama da vida real” que ali ganha o seu epílogo1. Contudo, um longo caminho deve ser percorrido até que o processo, mesmo após a pronúncia, possa alcançar o julgamento em plenário. Conforme uma pesquisa divulgada pelo CNJ2, mais da metade das sessões plenárias agendadas para o ano de 2018 foram adiadas. Tal dado ressalta a necessidade de que medidas prévias sejam estudadas e observadas evitando o adiamento das sessões, bem como que outras sejam consideradas durante os julgamentos com o intuito de evitar futuras nulidades. Diante disso, procuraremos neste capítulo trazer um pouco da nossa experiência no Tribunal do Júri, buscando identificar a prática de atos preparatórios que possam propiciar que a sessão plenária ocorra de maneira adequada e com o mínimo de problemas. 1.1. Reunião x sessão Fundamental, desde já, diferenciar os conceitos de reunião e sessão do Tribunal do Júri. As reuniões ordinárias ocorrem dentro de um espaço de tempo determinado pela organização judiciária (reunião do mês de agosto, ou ainda, da primeira quinzena de agosto, por exemplo). Nessas reuniões ordinárias podem ocorrer diversas sessões. Sessões são os julgamentos propriamente ditos. Em regra, é agendado um julgamento (sessão) por dia, no entanto, considerando a complexidade do processo que será julgado (números de testemunhas, acusados, entre outros), o juiz poderá reservar mais de um dia para a mesma sessão; ou, eventualmente, até realizar duas sessões no mesmo dia ( CPP, art. 452). 1 .LINS E SILVA, Evandro. A defesa tem a palavra, 2ª. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Aide Editora: 1984, p. 17. javascript:void(0) javascript:void(0) https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.452&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.452&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/2 2 .Diagnóstico das Ações Penais de Competência do Tribunal do Júri (2019) e que atualmente consta do Manual do CNJ para a Gestão Processual no Tribunal do Júri, elaborado pelo magistrado Fabrício Castagna Lunardi, sendo um dos resultados alcançados pelo Grupo de trabalho para Otimização de Julgamentos do Tribunal do Júri (Portaria 36/2019), coordenado pelo Min. Rogerio Schietti Cruz. Disponível em: https://bit.ly/3hIXBWA. Acesso em 29 de jul. de 2020. 05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/2 1.2. Organização da pauta O Código de Processo Penal disciplina no art. 429 a ordem dos julgamentos que, salvo motivo relevante, deverá ser observada. Assim, terão preferência de pauta: (i) os acusados presos; (ii) dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão; e (iii) em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. São exemplos de motivos relevantes para a alteração da pauta de julgamento: “o julgamento de um acusado solto, mas que esteja com prazo prescricional próximo de ser atingido, em detrimento de um acusado preso, suja prescrição esteja longínqua”3; o cumprimento de pautas temáticas e mutirões recomendados pelo Conselho Nacional de Justiça (ex vi julgamentos envolvendo feminicídios)4. A legislação ainda disciplina que, dentro da mesma reunião periódica, o juiz presidente reserve datas para a inclusão de processo que, por qualquer motivo, teve o julgamento adiado. Porém, na realidade prática, a reserva de datas dificilmente ocorre, devido ao acúmulo de processos já preparados ( CPP, art. 431) para inclusão em pauta, especialmente em varas privativas onde os magistrados cumulam a competência para atuar na fase investigativa, no sumário de culpa e no juízo da causa. Contudo, caso o magistrado anteveja que um dos julgamentos pautados pode correr o risco de não se realizar, nada impede que, desde já, reserve uma data extra para eventual remarcação. Observando-se os critérios acima, o juiz presidente tem liberdade para distribuir os júris nas datas designadas para a reunião ordinária ou extraordinária, adequando-os à rotina de trabalho e atentando para as peculiaridades dos casos concretos. Caso haja concordância das partes, é possível que o mesmo Conselho de Sentença aprecie mais de um processo no mesmo dia ( CPP, art. 452). Nessa hipótese, geralmente o Ministério Público antecipa ao juízo que solicitará a absolvição do acusado em plenário, tornando assim possível a realização de um julgamento pela manhã e outro no período da tarde, renovando-se o compromisso dos membros do Conselho de Sentença. Caso assim seja, além de recomendar-se que não seja o mesmo promotor de justiça que exerça a acusação em ambos os júris, também não se pode permitir qualquer argumentação cruzada entre os casos5, sob pena de violação dos princípios constitucionais da plenitude de defesa, da presunção de inocência e do devido processo legal em um dos casos. 3 .CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista. Tribunal do júri. Salvador: Juspodivm: 2015, p. 161. BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo penal. As novas Leis de 2008 e os projetos de reforma. Coord. Maria Thereza Rocha de Assis Moura. São Paulo: Editora javascript:void(0) javascript:void(0) https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.431&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.431&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.452&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.452&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun javascript:void(0) 05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/2 Revista dos Tribunais, 2008, p. 120. Consoante esclarece Badaró, o direito a um julgamento em prazo razoável também deve atingir o acusado solto (CR, art. 5º., LXXVIII e CADH, art. 8.1) e, “(...) a dificuldade ou a falta de pauta para a realização de sessões de julgamento não será justificativa para que o Estado se exima do dever de julgar em prazo razoável, posto que a existência de tal direito implica o dever do Estado de criar e aparelhar os órgãos do Poder Judiciário de forma a ter condições de dar uma adequada e efetiva prestação jurisdicional no prazo razoável, em cumprimento a esse dever fundamental. A violação de tal direito, por falta de aparelhamento estatal, gera o dever de indenizar por parte do Estado”. (Ibid., p. 121). 4 .CNJ, Recomendação n. 55, de 08/10/2019: “Art. 2º. Recomendar ao Superior Tribunal de Justiça, bem como aos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais, que, no mês do Tribunal do Júri, instituído por este CNJ, promovam no âmbito de suas Turmas e Câmaras mutirão para julgamento de processos de competência do Tribunal do Júri”. 5 .O membro do Ministério Público, ao pedir a absolvição no primeiro júri, jamais poderá utilizar tal fato como argumento para requerer a condenação no outro julgamento. Por isso, desde já, reafirma-se a importância de que as sessões sejam gravadas em sua integralidade (principalmente os debates, conforme será discutido posteriormente). Trata-se de proteção não apenas aos princípios constitucionais já mencionados, como também do princípio da lealdade processual e da paridade de armas. O pedido de absolvição em uma mesma reunião pela acusação, por si só, já caracteriza uma vantagem competitiva em detrimento dos acusados julgados posteriormente. Sendo assim, é necessário que as partes no Processo Penal atuem com responsabilidade e dentro de um fair play processual. https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C2019%5C%5C9453&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-2019-9453|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun 05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/1 1.3. Publicação da pauta Na forma prescrita pelo § 1º do art. 429 do CPP: “Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião periódica, será afixada na porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem prevista no caput deste artigo”. O dispositivo busca dar publicidade à lista de processos que serão levados a julgamento naquela reunião e identificar a ordem designada. https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.429&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.429&mdfilter=exclude-ficha-ind-comunhttps://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun 05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/1 1.4. Procedimento para o sorteio e a convocação dos jurados O sorteio dos jurados ocorrerá entre o 15º. e o 10º. dia útil antecedente à instalação da reunião ( CPP, art. 433, § 1º.). É importante que ocorra logo no início do prazo, facilitando a cientificação dos jurados em tempo hábil para a primeira sessão pautada. Outrossim, em grandes centros, muitos dos sorteados acabam não sendo localizados ou, dependendo das datas designadas para as sessões (próximo a feriados, durante as férias escolares etc.), outros tantos solicitam dispensa. Sabendo disso com antecedência, nada impede que um novo sorteio complementar seja executado, garantindo a realização dos julgamentos pautados. Os jurados deverão ser cientificados de todas as sessões para os quais foram convocados, constando o local, data, horário, nome do representante do Ministério Público, dos defensores, do acusado e da vítima. A disponibilização dessas informações ajudará o jurado a reconhecer eventual hipótese de impedimento ou suspeição, facilitando o andamento do feito e evitando nulidades na composição do Conselho de Sentença. https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.433&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.433&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun 05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/1 1.5. Intimação do MP, OAB e da Defensoria Pública Antes da realização do sorteio, o juiz presidente deverá intimar o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Defensoria Pública ( CPP, art. 432), notificando-lhes da data e horário designado para a realização do sorteio dos jurados. Contudo, o não comparecimento dos seus representantes não impedirá a realização do ato. https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.432&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.432&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun 05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/2 1.6. Intimação dos advogados dos acusados A partir da leitura do art. 433, § 2º do CPP, parte da doutrina sustenta a necessidade da intimação dos advogados dos acusados para o ato do sorteio dos jurados que irão participar da reunião6. Veja-se a redação da regra legal: “A audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das partes”. Respeitando o entendimento em sentido diverso, pensamos que o Código de Processo Penal não determina a intimação de todos os advogados para o ato do sorteio. Se essa fosse a intenção do legislador, teria acrescentado ao art. 432 do CPP esse comando, o qual já determina a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública. Em nenhum momento, esse ou outro dispositivo legal determina a intimação de todos os advogados que atuarão nos processos pautados para a reunião, tampouco os assistentes de acusação. Em consonância com Nucci, ressaltamos: “É interessante observar que não se cientifica nenhuma parte específica, mas instituições, somente para demonstrar a lisura do procedimento (art. 432, CPP)”7. Vislumbramos que a regra descrita no § 2º do art. 433 do CPP apenas admite a presença das partes ao ato do sorteio, como, aliás, admitiria a presença de qualquer pessoa, mas não determina a intimação para o ato. Ao se referir ao comparecimento das “partes” o legislador, por equívoco, tentou se referir à presença dos representantes das instituições identificadas no art. 432 do CPP8. Porém, nada impede que o advogado interessado solicite previamente a sua intimação para o ato do sorteio, quando então o cartório providenciará a sua notificação. Aliás, em algumas comarcas os advogados que atuarão naquela reunião são regularmente comunicados da data. De qualquer maneira, atualmente o sorteio passou a ser um ato burocrático, muitas vezes, feito eletronicamente, sem qualquer possibilidade de manipulação por terceiros presentes ao ato. Dessa forma, eventual fiscalização poderia ser levada adiante analisando-se a segurança do sistema eletrônico ou do programa utilizado. Mas, acreditamos que eventual imperfeição trivial do sistema – mas que mantenha a aleatoriedade do sorteio – ou mesmo a ausência de intimação, não seria suficiente a macular o futuro julgamento diante da possibilidade das recusas em plenário. 6 .Nesse sentido: BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. As reformas no processo penal... Ob. cit., 2008, p. 124. 7 .NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do júri. Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 186. https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.433&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.433&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun javascript:void(0) https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.432&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.432&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.432&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.432&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun javascript:void(0) https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.433&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.433&mdfilter=exclude-ficha-ind-comunhttps://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.432&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.432&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun javascript:void(0) 05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/2 8 .Ibidem, p. 187. 05/02/2022 07:31 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/1 1.7. Publicidade do sorteio O sorteio é presidido pelo magistrado em um ato público, sendo realizado com as “portas abertas” ( CPP, art. 433) para facilitar a fiscalização de eventuais interessados, sejam eles as partes ou representantes das instituições. A publicidade na realização do sorteio e, depois, da relação dos jurados convocados ( CPP, art. 434), é extremamente importante para que as partes possam investigar eventuais hipóteses de impedimento, suspeição e incompatibilidade ou, até mesmo, para averiguar a existência de motivos para futuras recusas imotivadas. Todas essas informações já deverão ter sido levantadas até o ato do sorteio dos jurados em plenário, sendo esse o momento preclusivo para eventuais recusas (motivadas ou imotivadas). Destacamos: (...) HOMICÍDIO QUALIFICADO. PARCIALIDADE DE UM DOS JURADOS. EIVA NÃO ARGUIDA TEMPESTIVAMENTE. PRECLUSÃO. PUBLICIDADE DA LISTA DE JURADOS. NECESSIDADE DE IMPUGNAÇÃO OPORTUNA. MEMBRO DO CONSELHO DE SENTENÇA QUE É MARIDO DA CUNHADA DA IRMà DA VÍTIMA. FATO QUE NÃO SE ENQUADRA NAS HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO. COAÇÃO ILEGAL NÃO CONFIGURADA. 1. Nos termos do artigo 571, inciso VIII, do Código de Processo Penal, as eivas em plenário devem ser arguidas logo depois de ocorrerem, sob pena de preclusão. 2. Na espécie, a aventada parcialidade de um dos jurados só foi suscitada por ocasião da interposição de recurso de apelação contra a sentença condenatória, o que revela a preclusão do exame do tema. Precedentes do STJ e do STF. 3. O artigo 433 do Código de Processo Penal preceitua que o sorteio dos jurados é público, ao passo que o artigo 435 do mencionado diploma legal dispõe “serão afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri a relação dos jurados convocados, os nomes do acusado e dos procuradores das partes, além do dia, hora e local das sessões de instrução e julgamento”. 4. Dada a publicidade do sorteio, cabe às partes analizar previamente a lista dos jurados, a fim de verificar a ocorrência de possível suspeição, impedimento ou mesmo inconveniência da participação de determinada pessoa no julgamento, recusando-a no momento em que é formado o Conselho de Sentença. Inteligência do artigo 468 da Lei Penal Adjetiva. Doutrina. Jurisprudência do STJ e do STF. (...). (HC 535.530/PE, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 03/12/2019, DJe 16/12/2019).9 9 .STJ, AgRg no REsp 1.779.876/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. em 09/04/2019, DJe 25/04/2019; STF, 01ª. Turma, HC 120.746, Rel. Min. Roberto Barroso, j. em 19/08/2014. https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.433&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.433&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.434&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.434&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun javascript:void(0) 05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/2 1.8. Número de jurados convocados A partir da lista geral dos alistados ( CPP, art. 426) serão sorteados 25 jurados ( CPP, art. 433) para cada reunião periódica ou extraordinária, número que o legislador entendeu ser suficiente para que ao menos 15 estejam presentes no dia designado para a sessão de julgamento – correspondente ao número mínimo previsto em lei para a instalação dos trabalhos ( CPP, art. 463). Todavia, a realidade mostra que o sorteio de apenas 25 jurados pode ser exíguo, e isso se dá por uma série de fatores já aduzidos: (i) muitos não são localizados; (ii) alguns pedem dispensa ou simplesmente não aparecem; (iii) a depender do número de acusados e de recusas, mesmo a presença de 15 jurados pode ainda ser insuficiente para a composição do Conselho de Sentença (constituído por 7 membros). Para tanto, bastaria que dois acusados estejam sendo levados a júri e efetivem, juntamente com o Ministério Público, todas as recusas imotivadas possíveis. Nessa hipótese, seria necessária a presença de ao menos dezesseis jurados. Diante desses fatores, entendemos ser preciso, em muitos casos, o sorteio de suplentes em número suficiente a atender à quantidade de júris e acusados que serão levados a julgamento na reunião. Ao assim agir, não há qualquer irregularidade. Ao contrário, quanto maior o número de jurados sorteados, maior será a representatividade social e menor a possibilidade de uma aproximação entre as partes e os jurados10. A jurisprudência não destoa: (...) 2. Ademais, já decidiu esta Corte no sentido de que é “[...] irrelevante também para ostentação desse quorum o sorteio dos suplentes. Aliás, são intimados para comparecer, visando-se a eventuais ausências” (REsp 110.318/RJ, 6.ª Turma, Rel. Min. LUIZ VICENTE CERNICCHIARO, DJ de 09/06/1997.) (STJ, 5ª. Turma, HC n. 129.377/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, j. em 22/11/2011). A preocupação de que a falta de jurados acarrete o adiamento das sessões de julgamento motivou o Senado Federal a aprovar uma alteração no atual art. 433 do CPP, determinando que além dos 25 jurados, sejam sorteados uma quantidade suficiente de suplentes, de acordo com a complexidade e o número de sessões a serem realizadas. A alteração faz parte do PLS n. 156/2009 (ou PLC n. 8.045/2010) que trata da elaboração do novo Código de Processo Penal: Art. 346. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou extraordinária, bem como quantidade suficiente de suplentes, de acordo com a complexidade e o número de sessões a serem realizadas. (grifamos). O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), imbuído do mesmo propósito,apresentou ao legislativo, em 19/02/2020, sugestões para o aprimoramento da legislação processual no tocante ao julgamento dos crimes dolosos contra a vida. E, no que se refere ao número de jurados, a proposta acrescenta um § 4º ao atual https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.426&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.426&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.433&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.433&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.463&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.463&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun javascript:void(0) https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.433&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.433&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun 05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 2/2 art. 433 do CPP, admitindo igualmente o sorteio de um número maior de jurados: Art. 433. (...) § 4º. O juiz presidente poderá determinar o sorteio de quantitativo superior de jurados para que, no dia da primeira sessão de julgamento, após as dispensas por impedimento, suspeição, isenção, incompatibilidade ou recusa, se atinja o número de 25 (vinte e cinco) jurados. O sorteio de jurados e suplentes é medida que contribui para a eficiência na prestação jurisdicional e para a concretude do direito a um julgamento em prazo razoável (CR, art. 5º. LXXVIII e CADH, art. 8.1), demonstrando o zelo e a preocupação do magistrado para com a diminuição de procrastinações inúteis e uma maior realização da justiça11. 10 .O que poderia ocorrer se, por conta do pequeno número de jurados (e elevado número de sessões na mesma reunião), houver pouca variação na composição do Conselho de Sentença. A partir do momento em que o(s) mesmo(s) jurado(s) compuser(em) o Conselho por diversas sessões, criaria, em tese, uma maior proximidade ou identificação com as partes, até mesmo por conta da convivência durante o período do julgamento. 11 .Ao apreciar uma correição parcial manejada contra ato de magistrado que teria sorteado 25 jurados e 35 suplentes, o TJPR entendeu que o recurso sequer deveria ser conhecido e assentou inexistir prejuízo na ação cautelosa do magistrado ao sortear um número elevado de suplentes objetivando garantir o quorum mínimo para a instalação da sessão: TJPR, Correição Parcial 0005257-58.2018.8.16.0000, Rel. Des. Antonio Loyola Vieira, j. em 06.03.2018. https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=A.433&unit2Scroll=LGL-1941-8|A.433&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun https://signon.thomsonreuters.com/?productid=WLBR&returnto=http://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/authentication/signon&bhcp=1&redirect=/maf/app/document?stid=st-rql&marg=LGL%5C%5C1941%5C%5C8&fromProview=true&fcwh=true&unit=&unit2Scroll=LGL-1941-8|&mdfilter=exclude-ficha-ind-comun javascript:void(0) 05/02/2022 07:32 Thomson Reuters ProView - Plenário do Tribunal do Júri - Ed. 2022 https://proview.thomsonreuters.com/title.html?redirect=true&titleKey=rt%2Fmonografias%2F250585410%2Fv2.3&titleStage=F&titleAcct=i0ad82d… 1/1 1.9. Inclusão de novos processos na reunião após o sorteio dos jurados Observando-se a ordem estabelecida no art. 429 do CPP, não há óbice na inclusão de novos processos na reunião, mesmo após o sorteio dos jurados. Considerando que o sorteio dos jurados pode ocorrer, por exemplo, até quinze dias úteis antes da primeira sessão de julgamento, é natural que, previamente ao início da reunião, outros processos superem a fase do art. 422 do CPP, ou que autos que estavam em grau de recurso baixem para julgamento. Assim, imaginando que existem datas abertas – aliás, conforme determina o próprio Código de Processo Penal no seu art. 429, § 2º. – nada impede que, em nome da célere prestação jurisdicional, outros casos sejam incluídos na pauta. Não existe um suposto engessamento da pauta após o sorteio dos jurados ou mesmo vício ao princípio do juiz natural, pois o Tribunal do Júri continuará a exercer a sua competência ao julgar o caso, não configurando qualquer forma de areópago de exceção. Ademais, o conceito de juiz natural não pode ser misturado com a figura física dos jurados ou com o conceito de identidade física do juiz que, obviamente, são inaplicáveis ao Conselho de Sentença. Destaca-se quanto ao tema, o judicioso aresto do Tribunal de Justiça do Paraná: HABEAS CORPUS (...) INCLUSÃO EM PAUTA DE PROCESSO DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI NÃO RELACIONADO NA ORGANIZAÇÃO DA PAUTA – QUESTÃO NÃO EXAURIDA PELA LIMINAR QUE DETERMINOU O ADIAMENTO DO JULGAMENTO – POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA NOVAMENTE NO MUNDO FENOMÊNICO DO DIREITO EM RELAÇÃO AO MESMO PROCESSO – PRELIMINAR REJEITADA. MÉRITO – ALEGAÇÃO DE QUE: 1) A PAUTA NÃO PODE SER ELABORADA A DELEITO DO JUIZ COM PINÇAMENTO DE PROCESSOS A SUA CONVENIÊNCIA – ARTIGO 429 DO CPP PREVÊ ENGESSAMENTO SOMENTE EM RELAÇÃO A FEITOS DE RÉUS PRESOS ESTABELECENDO CRITÉRIOS A SEREM OBSERVADOS PELO JUIZ QUANDO DA ELABORAÇÃO DA PAUTA – DISCRICIONARIDADE NÃO REALIZADA – PAUTA ELABORADA DE FORMA PÚBLICA, RAZOÁVEL E CRITERIOSA – INOCORRÊNCIA DE PINÇAMENTO PROCESSUAL. 2) PROCESSO INCLUÍDO EM PAUTA DE AFOGADILHO – INOCORRÊNCIA – PRAZO DE 15 A 10 DIAS PREVISTO NO PARÁGRAFO 1º DO ART. 433 DO CPP, RIGOROSAMENTE OBSERVADO, A PROPÓSITO, O PROCESSO DO IMPETRANTE OBTEVE LAPSO TEMPORAL PARA JULGAMENTO SUPERIOR AO PREVISTO PARA TODOS OS DEMAIS PROCESSOS DAQUELA REUNIÃO PERIÓDICA DO TRIBUNAL DO JÚRI – SURPRESA DO IMPETRANTE NÃO DEMONSTRADA. 3) ORGANIZAÇÃO DA PAUTA COM VÍNCULO DIRETO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL E COM VEDAÇÃO AO TRIBUNAL DE EXCEÇÃO – ORGANIZAÇÃO DA PAUTA – ATO FORMAL – SEM CUNHO DECISÓRIO A DIREITO DAS PARTES – A ANTECIPAÇÃO DE PROCESSOS PARA JULGAMENTO NA REUNIÃO QUE SE REALIZA NÃO CRIA A FIGURA JURÍDICA DE DESRESPEITO AO JUIZO NATURAL, POSTO QUE O PROCESSO CONTINUA VINCULADO, PROCESSADO E JULGADO PELO TRIBUNAL
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