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Medicina - 6º Semestre - Ana Paula Cuchera e Eduarda Costa Profª Adelina 25 de set. de 2023 Definição - Trauma: ● Lesão causada por alteração estrutural ou desequilíbrio fisiológico por ação aguda → energia (mecânica , térmica, elétrica ou química). - Politraumatizado: ● Vítima apresenta lesões 2 ou + sistemas. - Choque: ● Anormalidade sistema circulatório → baixa perfusão orgânica (hipóxia) OBS! Síndrome caracterizada pela incapacidade do sistema circulatório em fornecer quantidades suficientes de oxigênio e nutrientes para atender as necessidades metabólicas dos tecidos - Falta perfusão e com isso da hipóxia → acometimento no sistema circulatório fazendo com que não chegue nutrientes e oxigênio. - Hipoperfusão tecidual: 1 OBS! O paciente que ficou internado muito tempo pode morrer por complicações de infecção → sepse. Porque o sangramento já foi resolvido nas primeiras horas que é chamada de hora ouro (PROVA) Fisiopatologia - DC= FC x V sistólico* ● DC → Vol sangue bombeado pelo coração / min. ● FC → nº batimento / min ● Vsist. → pré-carga, contratilidade miocárdica e pós-carga (ml/bat) OBS! O débito cardíaco é o quanto de sangue que está saindo por minuto, ou seja quanto de volume está indo para todo o organismo - O DC está relacionado com a FC e o volume sistólico - O volume de ejeção do débito cardíaco está relacionado na pré-carga que é o volume que está chegando no coração e depende da contratilidade do coração para ser expulso → então pode ter choque hipovolêmico porque não tá chegando, pode ter choque distributivo por conta da vasodilatação ou por conta da bomba cardíaca que não está funcionando, que é o cardiogênico. ● Pré-carga → volume de sangue venoso (70%) ● Contratilidade → coração (bomba) ● Pós-carga → sistema circulatório periférico 1- Hipovolêmico: ● Pouca volemia, não podendo ser somente por perda de sangue, como escrito na imagem, pode ser por diarréia densa, em crianças e idosos, porque têm diminuição do volume intravascular 2- Cardiogênico: ● Qualquer doença cardíaca em estágio final, o coração já não consegue ser eficaz no bombeamento ● E também porque bombeia mas não consegue levar para frente 3- Obstrutivo: ● Obstrui a saída, a bomba está funcionando mas tem alguma obstrução fazendo com que não tenha a saída do sangue para frente, tendo como causa associada à falência no ventrículo 4- Distributivo: ● O líquido não consegue chegar efetivamente porque o líquido está espalhado em tudo que é lado por conta de uma vasodilatação sistêmica, e não consegue ter uma pressão efetiva para perfusão ● Ocorre em sepse porque tem a presença das toxinas das bactérias 2 1- Choque hemorrágico (subtipo do hipovolêmico) - Maior incidência OBS! Choque hipovolêmico → o hemorrágico é um subtipo dele - Fisiopatologia: ● Perdas de sangue: ○ Mecanismo de compensação precoce: ■ 1- Vasoconstrição ● Circulação cutânea, muscular e visceral → preservar rins, coração e cérebro (órgãos nobres) ■ 2- Taquicardia ■ 3- Aumento RVP (resistência vascular periférica) ○ Esses mecanismos de compensação geram: ■ Menor perfusão e hipóxia - Imagem: ● Se tem hipóxia → quebra ácido graxo de metabolismo anaeróbico → forma ácido lático → gera acidose metabólica → menor ATP + perde integridade das membranas celulares (lesão das células) → mediadores inflamatórios TNF e citocinas (mais danos) - Choque no trauma: ● 1º Passo → Reconhecer sua presença ○ Como reconhecer: Taquicardia, pulso fino, pele fria, pegajosa e pálida ● 2º Passo → Identificar causa provável ○ Precisa saber causa para tratar a causa e melhorar o quadro ○ Mecanismo trauma → > nº hipovolemia (hemorragia) ● 3º Passo → Ajustar tratamento adequado ○ Ajustar de acordo com a causa e as resposta do indivíduo CD hospitalar: ATLS - ATLS: ● X (eXsanguinante) – conter hemorragia externa grave 3 ● A (airways) – vias aéreas com proteção da coluna cervical ● B (breathing) – respiração e ventilação ● C (circulation) – circulação com controle da hemorragia ● D (disability) – estado neurológico ● E (exposure) – exposição e controle da temperatura - Avaliação inicial: ● Assegurar a VA (A) e ventilação (B) ● Avalia condições circulatórias (C) → taquicardia e vasoconstrição - Reconhecer: ● PA → mantida mecanismos compensação até 30% perda volemia ○ Até começar a mostrar a hipotensão, o paciente já perdeu muito sangue ● FC, FR , perfusão cutânea (pálido e frio) e Pressão (≠ entre Sistólica e Diastólica) - Todo doente traumatizado taquicárdico e frio → choque, até prova contrária. - Grupos especiais: Idosos, Atletas, Portadores Marcapasso (FC não altera), uso betabloqueador → pode não ter alguns sintomas - Grupo C: ● Pele → pálida/fria ● Pulso → fraco (central) ● Perfusão → diminuída ● Hemorragia ● Hipotensão ● Taquicardia Choque hemorrágico: tratamento imediato - Dentro do hipovolêmico (subtipo) - Interromper hemorragia (sangramento ativo): ato cirúrgico - Oxigenação e ventilação - Repor fluidos → soluções isotônicas e sangue - Afastar outras causas: ● Tamponamento cardíaco ● Pneumotórax ● Hemorragias internas (tórax, abdome, pelve, retro-peritônio): ○ FAST (USG direcionado ao trauma) ■ (Focused Assessment with Sonography for Trauma – FAST) ○ Rx ● Hb e Ht → não estima perda de sangue aguda, perdas maciças → decréscimo mín Ht e Hb ○ Não é o melhor para avaliar a perda, o melhor é a clínica (taquicardia e pele pálida) ● Gasometria (BE e lactato) →monitora evolução ○ BE = Base Excess → permite ver alcalose e acidose 4 ○ Lactato → é ummetabólito da glicose produzido pelos tecidos no corpo em patologias com aporte insuficiente de oxigénio Hemorragia - Perda aguda maciça de volume sanguíneo - Volemia → 7% do peso do paciente, adulto 70kg → 5L de sangue - Sinais clínicos → cálculo da perda de sangue 1- Hemotórax 2- Lesão com sangramento abdominal → pálido, e aumento de volume 3- Fratura de bacia → ruptura do vaso (não visível) 4- Fratura de ossos longo → ponta pode mover dentro e rompe o vaso = sangra OBS! Ou seja, prestar atenção em: Tórax, Abdome, Quadril e Ossos longos Sinais e Sintomas de hemorragia por classe: - Perda sanguínea aproximada (SABER) 5 - Imagem: ● Classe I:monitorar ● Classe II (Leve): começa alterar frequência cardíaca e pressão de pulso diminuída, bases começam a subir + reposição de cristalóide ● Classe III (Moderada): Frequência elevada, pulso diminuído, FR pode estar igual ou diminuída, débito urinário sofre (rim) + transfusão/hemocomponentes (cristalóide + sangue) ● Classe IV (Severa): Começa a ter alteração de consciência + tem que fazer reposição de sangue, protocolo de transfusão maciça Graus Hemorragia: - GRAU I → até 750 ml (15% vol) - GRAU II → 750 a 1500 ml (15 a 30%) → reposição cristalóide - GRAU III → 1500 a 2000 ml (30 a 40%) → cristalóide e sangue - GRAU IV → > 40% vol → crítico → morte eminente ● Falência de órgãos por tamanha perda de sangue - Reposição volume → avaliar resposta: ● DU (débito urinário) ● Nível consciência ● Perfusão ● Eq Ac-Bs ○ Alcalose respiratória (taquipneia) ○ Acidose metabólica (met. anaeróbio) Resposta Clínica + Reposição Sangue Resposta Clínica: - Resposta Rápida ● Estabiliza rápido e fica bem (tipagem e provas cruzadas e observa) - Resposta Transitória ● Melhora inicial e piora (sangramento persistente): cirurgia - Resposta Mínima ou Ausente ● Cirurgia imediata ou Angioembolização → controle hemorragia OBS! Se der volume e responder bem é indicativo de que ainda tem chance de sair desse choque, pois a bomba está funcionando bem. Ou seja, a reposição de volume depende da resposta do paciente. - Resposta à reposição volêmica → determina CD: cirurgia Reposição de sangue: - Colher amostra sg → Tipagem e realizar provas cruzadas - Uso sg tipo específico (Emergência) ● Sangue compatível ABO e Rh. ○ Tipo O negativo → se não der tempo de fazer tipagem usa O- - Transfusão maciça → > 10 unidades em 24 horas - Considerações: - PA: reflete quanto sai e quanto resiste para que saia ● PA: DC X RVP 6 ● DC: quanto sai ● RVP: quanto resiste parasair - Elevação PA → não melhora DC/perfusão ou recuperação choque ● Aumento da PA não reflete diretamente no DC ● Ex: Aumento RVP → eleva PA → não melhora perfusão e O² tecidos ● Ou seja, mesmo com elevação da PA, ela não melhora a perfusão dos tecidos Choque - Hipoperfusão tecidual (SABER) 2- Choque cardiogênico - Disfunção miocárdica: ● Trauma fechado com contusão ● IAM ● Rotura valvas cardíacas ● Miocardite ● Arritmias 3- Choque Obstrutivo - Diminuição do retorno venoso → falta de volume sanguíneo (DC) 7 - Ferimento grave de fogo, fez rompimento que gerou o tamponamento - Comprometimento Diástole → falta de volume (DC) - Embolia Pulmonar e Ferimento Cardíaco 4- Choque distributivo - A base do choque é a hipóxia, já que o principal problema é a perfusão 1- Choque neurogênico: ● Lesões intracranianas isoladas → não causam Choque ● Lesão medular → pode causar hipotensão por perda tônus simpático ○ Hipotensão → sem taquicardia e → sem vasoconstrição cutânea 2- Choque séptico: ● Infecção e endotoxina produzidas pelo agente ● PAS<90 mmHg ○ Pressão cai pela vasodilatação ● Redução perfusão periférica ○ Está muito distribuído, com isso sangue chega menos na periferia ● Oligúria ○ Não consegue fazer vasodilatação e diminui volume a nível renal ● Aumento Lactato ○ Abre mão do glicogênio → faz respiração anaeróbica e forma o lactato ● Alterações nível consciência ● Alt. celulares e metabólicas → resposta desregulada à infecção (SRIS - Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica - resposta desregulada a infecção) 8 - Ver nos exames: ● FR > 22 rpm ● PAM < 65 mmhg ● PAO2/fio2 ● Plaquetas ● Droga vasoativa ● Escala Glasgow ● Creatinina ● Volume urinário ● Lactato > 2 mmol/dl - Toxinas: ● Endotoxinas, bactérias gram-negativas → se ligam nos tecidos → disfunções ○ Miocárdio → redução cronotropismo e inotropismo ○ Plr e intestino → danos endoteliais ● Gram-positivas → lesões endotélio vasos sistêmicos, e acoplamento à lipoproteínas → alteram transporte iônico - Citoquinas/Citocinas: ● > alterações teciduais ● Produção estimulada: bactérias, vírus, fungos ,parasitas e outras condições não infecciosas ● Estimulação leucócitos mononucleares e produção citoquinas, agressão endotelial → expõe proteínas adesão conglomerado leucócitos e plaquetas → hipermetabolismo SRIS → choque ○ Quando em excesso não lesa apenas as células invasoras, mas também as nossas células - Radicais livres (RL): ● Agressão inicial (isquemia ou toxinas) → potencialização radicais livres → Peroxidação lipídeos → Disfunção membranas celulares 9 Disfunção e Interdependência orgânica - Falência isolada de um órgão é capaz de produzir disfunção em vários outros: ● Interdependência orgânica - Tratamento e disfunção orgânica: ● Ventilação Mecânica ● Nefrotoxicidade por medicamentos ● Suporte nutricional e falência hepática ● Monitorização invasiva e infecções ● Drogas vasoativas sobrecarregando miocárdio 10
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