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1 LISTA DE EXERCÍCIOS: REVISÃO 5 – FILOSOFIA MODERNA TEMA ABORDADO AULA 11 – Filosofia Moderna: Introdução à filosofia moderna. AULA 12 – Filosofia Moderna: Epistemologia – David Hume. AULA 13 – Filosofia Moderna: Epistemologia – René Descartes. AULA 14 – Filosofia Moderna: Epistemologia – Immanuel Kant (Parte 01). AULA 15 – Filosofia Moderna: Epistemologia – Immanuel Kant (Parte 02). 1. (Uem 2012) Afirma o filósofo David Hume (1711-1776): “Todos os objetos da investigação ou razão humana podem ser naturalmente divididos em duas espécies, quais sejam, relações de ideias e questões de fato. Na primeira estão incluídas as ciências da geometria, álgebra e aritmética, ou, em suma, toda afirmação intuitiva ou demonstrativamente certa. [...] Questões de fato, que são a segunda espécie de objetos da razão humana, não são passíveis de uma certificação como essa, e tampouco nossa evidência de sua verdade, por grande que seja, é da mesma natureza que a precedente.” (HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. In: Figueiredo, V. (Org.) Filósofos na sala de aula, São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, v. 3, p. 107). Sobre essa noção de ciência, é correto afirmar que 01) a filosofia da ciência de Hume trata de objetos, ou seja, de coisas concretas e materiais. 02) as ciências matemáticas para Hume possuem certeza e verdade. 04) as relações de ideias podem ser verdadeiras desde que sejam passíveis de demonstração matemática. 08) há um domínio de objetos de investigação humana – a que pertencem as questões de fato – que não pode ser demonstrado matematicamente. 16) a razão humana deve ter como objeto de investigação apenas aquilo que pode ser matematizável. 2. (Ufsj 2012) David Hume afirma que “a razão, em sentido estrito e filosófico, só pode influenciar nossa conduta de duas maneiras”, a saber: A) “a razão por si só funda a moral humana e como tal nela encontra respaldo para instaurar influências, além disso, reduz o campo de influência dogmática sobre a conduta humana”. B) “ao reconhecer o estatuto racional que fundamenta e legitima a paixão, a moral se estabelece como consequência dessa razão em si mesma, além de determinar o sujeito que age”. C) “despertando uma paixão ao nos informar sobre a existência de alguma coisa que é um objeto próprio dessa paixão ou descobrindo a conexão de causas e efeitos de modo a nos dar meios de exercer uma paixão qualquer”. D) “razão e ação prática são princípios ativos fundamentais que conferem poderes aos corpos externos ou às ações racionais ou se fundam, exclusivamente, na intenção que é peculiar ao indivíduo”. 2 3. (Uem 2012) O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) estabelece uma íntima relação entre a liberdade humana e sua capacidade de pensar autonomamente, ao afirmar: “Esclarecimento é a saída do homem da menoridade pela qual é o próprio culpado. Menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem direção alheia. [...] É tão cômodo ser menor. Possuo um livro que faz as vezes do meu entendimento; um guru espiritual, que faz às vezes de minha consciência; um médico, que decide por mim a dieta etc.; assim não preciso eu mesmo dispensar nenhum esforço. Não preciso necessariamente pensar, se posso apenas pagar.” (KANT, I. Resposta à questão: o que é esclarecimento? In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009. p. 407). A partir do texto de Kant, é correto afirmar que 01) liberdade é não precisar de ninguém para nada. 02) riqueza não é sinônimo de liberdade, como pobreza não é sinônimo de escravidão. 04) a justificativa para a falta de liberdade é a pouca idade dos seres humanos. 08) a liberdade é, primeiramente, liberdade de pensamento. 16) a liberdade é resultado de um esforço pessoal incômodo para libertar-se das amarras do pensamento. 4. (Ufsj 2012) Sobre a questão do conhecimento na filosofia kantiana, é CORRETO afirmar que A) o ato de conhecer se distingue em duas formas básicas: conhecimento empírico e conhecimento puro. B) para conhecer, é preciso se lançar ao exercício do pensar conceitos concretos. C) as formas distintas de conhecimento, descritas na obra Critica da razão pura, são denominadas, respectivamente, juízo universal e juízo necessário e suficiente. D) o registro mais contundente acerca do conhecimento se faz a partir da distinção de dois juízos, a saber: juízo analítico e juízo sintético ou juízo de elucidação. 5. (Unioeste 2012) “Em todos os juízos em que for pensada a relação de um sujeito com o predicado (se considero apenas os juízos afirmativos (…)), essa relação é possível de dois modos. Ou o predicado B pertence ao sujeito A como algo contido (ocultamente) nesse conceito A, ou B jaz completamente fora do conceito A, embora esteja em conexão com o mesmo”. Kant. Considerando o texto acima e a teoria do conhecimento de Kant, é incorreto afirmar que A) os juízos sintéticos a posteriori são os mais importantes para a teoria do conhecimento de Kant, pois são contingentes e particulares, estando ligados a casos empíricos singulares. B) Kant denomina o primeiro modo de relacionar sujeito e predicado de juízo analítico e o segundo, de juízo sintético. C) o problema do conhecimento para Kant envolve responder “como são possíveis os juízos sintéticos a priori?”. D) os juízos analíticos, embora universais e necessários, não fazem progredir o conhecimento, pois são tautológicos. E) o juízo “Todos os corpos são extensos” é analítico, pois não há como pensar o conceito de corpo sem o conceito de extensão. 3 6. (Enem 2012) Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida. KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado). Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa A) a reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade. B) o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas. C) a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma. D) a compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento. E) a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão. 7. (Uem-pas 2012) Segundo o filósofo francês Luc Ferry (1951), “O nascimento da estética como disciplina filosófica está indissoluvelmente ligado à mutação radical que intervém na representação do belo quando este é pensado em termos de gosto, portanto, a partir do que no homem irá logo aparecer como a essência mesma da subjetividade, como o mais subjetivo do sujeito. Com o conceito de gosto, efetivamente, o belo é ligado tão intimamente à subjetividade humana que se define, no limite, pelo prazer que proporciona, pelas sensações ou pelos sentimentos que suscita em nós [...]. Com o nascimento do gosto, a antiga filosofia da arte deve, portanto, ceder lugar a uma teoria da sensibilidade.” (FERRY L. Homo aestheticus – a invenção do gosto na era democrática. In: CHAUÍ, M.Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2011, p. 350). A respeito das noções de Estética e Filosofia da Arte, assinale o que for correto. 01) A teoria estética, nascida no século XVIII, investiga não apenas a beleza intrínseca às obras de arte, mas também os mecanismos subjetivos da criação artística. 02) Segundo Immanuel Kant (1724-1804), embora a experiência estética seja individual e particular, ela também possui, ao mesmo tempo, caráter universal, pois a beleza é uma ideia da razão, tal como as ideias de liberdade e de imortalidade da alma. 04) Para o movimento romântico dos séculos XVIII e XIX, a finalidade da arte é o conhecimento da natureza por meio de sua imitação ou reprodução. 08) A partir do século XVIII, a obra de arte torna-se objeto de investigação filosófica, à medida que seu valor está subordinado à sua capacidade de representar uma ideologia religiosa ou política. 16) Segundo Kant, a validade universal do juízo de gosto é comprovada pela análise conceitual do objeto artístico contemplado. 4 8. (Unioeste 2012) “Como toda lei prática representa uma ação possível como boa e por isso como necessária para um sujeito praticamente determinável pela razão, todos os imperativos são fórmulas da determinação da ação que é necessária segundo o princípio de uma vontade boa de qualquer maneira. No caso da ação ser apenas boa como meio para qualquer outra coisa, o imperativo é hipotético; se a ação é representada como boa em si, por conseguinte, como necessária numa vontade em si conforme à razão como princípio dessa vontade, então o imperativo é categórico”. Kant Considerando o pensamento ético de Kant e o texto acima, é correto afirmar que A) o imperativo hipotético representa a necessidade prática de uma ação como subjetivamente necessária para um ser determinável pelas inclinações. B) o imperativo categórico representa a necessidade prática de uma ação como meio para se atingir um fim possível ou real. C) os imperativos (hipotético e categórico) são fórmulas de determinação necessária, segundo o princípio de uma vontade que é boa em si mesma. D) o imperativo categórico representa a ação como boa em si mesma e como necessária para uma vontade em si conforme a razão. E) o imperativo hipotético declara a ação como objetivamente necessária independentemente de qualquer intenção ou finalidade da ação. 9. (Enem PPL 2012) Um Estado é uma multidão de seres humanos submetida a leis de direito. Todo Estado encerra três poderes dentro de si, isto é, a vontade unida em geral consiste de três pessoas: o poder soberano (soberania) na pessoa do legislador; o poder executivo na pessoa do governante (em consonância com a lei) e o poder judiciário (para outorgar a cada um o que é seu de acordo com a lei) na pessoa do juiz. KANT, I. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003. De acordo com o texto, em um Estado de direito A) a vontade do governante deve ser obedecida, pois é ele que tem o verdadeiro poder. B) a lei do legislador deve ser obedecida, pois ela é a representação da vontade geral. C) o Poder Judiciário, na pessoa do juiz, é soberano, pois é ele que outorga a cada um o que é seu. D) o Poder Executivo deve submeter-se ao Judiciário, pois depende dele para validar suas determinações. E) o Poder Legislativo deve submeter-se ao Executivo, na pessoa do governante, pois ele que é soberano. 10. (Uel 2012) O desenvolvimento não é um mecanismo cego que age por si. O padrão de progresso dominante descreve a trajetória da sociedade contemporânea em busca dos fins tidos como desejáveis, fins que os modelos de produção e de consumo expressam. É preciso, portanto, rediscutir os sentidos. Nos marcos do que se entende predominantemente por desenvolvimento, aceita-se rever as quantidades (menos energia, menos água, mais eficiência, mais tecnologia), mas pouco as qualidades: que desenvolvimento, para que e para quem? (LEROY, Jean Pierre. Encruzilhadas do Desenvolvimento. O Impacto sobre o meio ambiente. Le Monde Diplomatique Brasil. jul. 2008, p.9.) 5 Tendo como referência a relação entre desenvolvimento e progresso presente no texto, é correto afirmar que, em Kant, tal relação, contida no conceito de Aufklärung (Esclarecimento), expressa: A) A tematização do desenvolvimento sob a égide da lógica de produção capitalista. B) A segmentação do desenvolvimento tecnocientífico nas diversas especialidades. C) A ampliação do uso público da razão para que se desenvolvam sujeitos autônomos. D) O desenvolvimento que se alcança no âmbito técnico e material das sociedades. E) O desenvolvimento dos pressupostos científicos na resolução dos problemas da filosofia prática. 6 RESOLUÇÕES Resposta da questão 1: 02 + 04 + 08 = 14. A certeza matemática adquire este seu caráter da sua simplicidade óbvia ou de seu rigor dedutivo. Como na matemática não há necessidade de demonstração empírica, isto é, os objetos matemáticos não precisam de materialização no Universo e suas relações não precisam ser observáveis para serem verdadeiras, então o caráter formal de suas proposições é suficiente para a consolidação da veracidade. A verdade dada entre relações de ideias só perde este valor se alteradas as concepções, ou seja, se alterada a própria relação fundamental; porém, dados os postulados convenientes ao Teorema de Pitágoras, por exemplo, e ele será sempre correto. Já as questões que, de fato, exigem confirmações empíricas, não permitem a existência da certeza matemática, pois as mudanças constantes de nossas percepções determinam a importância de uma posição cética sobre afirmações que fazemos a respeito de eventos envolvidos com as coisas existentes no Universo. A validade das afirmações sobre questões de fato é definida pelo cálculo da sua probabilidade. Resposta da questão 2: [C] A alternativa [C] é a única correta, e corresponde a uma afirmação de David Hume em seu texto Tratado sobre a natureza humana. Essa passagem se insere numa argumentação a respeito da moral, que leva Hume a considerar que a distinção entre o bem o mal não pode ser feita por princípios da razão. Resposta da questão 3: 02 + 08 + 16 = 26. Um entendimento básico que se deve ter sobre a reflexão kantiana de liberdade é sua centralidade estar localizada na noção de autonomia. Isso significa que livre é o homem capaz de guiar moralmente sua vida servindo-se de seu próprio intelecto, de suas próprias faculdades, de seus próprios esforços. Basicamente, livre é o homem capaz de viver sem a tutela, de usar publicamente sua razão e tomar responsabilidade por suas palavras sem propagá-las através do uso da autoridade de outrem. Resposta da questão 4: [A] O conhecimento na filosofia kantiana se distingue em conhecimento puro, ou a priori, e conhecimento empírico, ou a posteriori. O conhecimento puro é um tipo de conhecimento que possui universalidade e necessidade. Por exemplo, a definição geométrica de círculo, isto é, a figura cujo todos os pontos são equidistantes do centro, não é particular de um círculo específico, porém refere-se a todos sem exceção (universalidade), e não se define um círculo desta maneira apenas em determinadas circunstâncias, porém sempre um círculo será de tal maneira definido (necessidade). Já experiência sensível, diz Kant, não é capaz de produzir esse tipo de juízo e, por conseguinte, os conhecimentos empíricos se constituem como particulares, contingentes e derivados da sensibilidade. 7 Vale lembrar também que: “Ao lado da distinção entre a posteriori ou empírico, e a priori ou puro, impõe- se – segundo Kant –distinguir entre juízo analítico e juízo sintético. No primeiro, o predicado já está contido no sujeito, de tal forma que o juízo em questão consiste apenas em um processo de análise, através do qual se extrai do sujeito aquilo que já está contido nele. Para Kant, o juízo “os corpos são extensos” é desse tipo, pois o predicado “extensos” está contido implicitamente no sujeito “corpos”. Isso significa que não é possível pensar o conceito de corporeidade sem pensar, ao mesmo tempo, o conceito de extensão. Os juízos sintéticos, ao contrário, unem o conceito expresso pelo predicado ao conceito do sujeito, constituindo o único tipo de juízo que enriquece o conhecimento. A esse tipo pertence o juízo “todos os corpos se movimentam”. (M. de S. Chauí. Kant – Vida e Obra. In Coleção Os Pensadores. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999, p. 7) Resposta da questão 5: [A] Somente a alternativa [A] é incorreta. Por serem contingentes e particulares, os juízos sintéticos a posteriori não podem ser universalizados e é justamente por isso que não são os mais importantes para Kant. Resposta da questão 6: [A] Como diz Kant em Resposta à pergunta: “O que é Iluminismo?” (1784), a palavra de ordem deste movimento de renovação cultural é “Sapere aude!”, isto quer dizer basicamente que os homens deveriam deixar sua menoridade, da qual são culpados, e direcionarem seu entendimento a partir de suas próprias forças, sem a guia de outro. (Para uma noção geral sobre o assunto: <http://www.youtube.com/watch?v=9a9kWxpnjWk>.) Esta posição perante o mundo possibilitou um movimento em busca da liberdade e de um ideal de independência política, econômica e intelectual. Desta busca nasce, entre muitos outros movimentos, a Independência americana, a Independência haitiana e a Revolução francesa (esta última influenciada pelo pensamento do filósofo Jean-Jacques Rousseau). E sendo uma posição opositora dos regimes absolutistas, o Iluminismo almeja a libertação da riqueza e de tudo mais dos mistérios divinos tão presentes no pensamento medieval e influentes neste tipo de Estado absoluto. Tudo passa a ser problema resolvível se o entendimento do homem se empenhar de maneira metodológica. Nada é misterioso. Desta confiança na razão nasce uma reflexão sobre a riqueza e sua administração – Adam Smith, A riqueza das nações (1776), por exemplo. Neste contexto Montesquieu também é importante, na sua obra O Espírito das Leis temos um tratado sobre as relações do poder administrativo e uma teorização sobre a tripartição deste poder (executivo, legislativo e judiciário) de modo a serem separados, porém interdependentes. 8 Resposta da questão 7: 01 + 02 = 03. Além da interiorização do juízo sobre o belo a partir de noções subjetivas que torna particular a avaliação da arte, há também uma grande mudança nos procedimentos artísticos que produzem a arte. Estes também se tornam extremamente vinculados à experiência individual e deixam de expressar uma noção de belo compartilhada pela comunidade. E também há uma grande mudança na própria configuração da sociedade que passa a viver sob o regime de um liberalismo perturbador, que forçava a percepção da historicidade dos cânones. A arte, a crítica da arte, por conseguinte, passam, como qualquer outra coisa, pelo crivo da história, da época, da modernidade. Resposta da questão 8: [D] Kant distingue dois tipos de lei produzidos pela razão. Dado certo fim que nós gostaríamos de alcançar a razão pode proporcionar um imperativo hipotético – uma regra contingente para a ação alcançar esse fim. Um imperativo hipotético diz, por exemplo: se alguém deseja comprar um carro novo, então se deve previamente considerar quais tipos de carros estão disponíveis para compra. Mas Kant objeta que a concepção de uma lei moral não pode ser meramente hipotética, pois uma ação moral não pode ser fundada sobre um propósito circunstancial. A moralidade exige uma afirmação incondicional do dever de um indivíduo, a moralidade exige uma regra para ação que seja necessária, a moralidade exige um imperativo categórico. Resposta da questão 9: [B] Para Kant, a boa vontade é aquela vontade cuja direção é totalmente determinada por demandas morais ou, como ele normalmente se refere a isso, pela Lei Moral. Os seres humanos veem essa Lei como restrição dos seus desejos e, por conseguinte, uma vontade decidida por seguir a Lei Moral só pode ser motivada pela ideia de Dever. Hipoteticamente, se houvesse uma vontade divina, embora boa, não seria boa porque é motivada pela ideia de Dever, pois uma vontade divina seria livre de qualquer desejo imoral. Apenas a presença dos desejos imorais, ou das ações que operam independentemente da moralidade, exige a bondade da vontade e faz da Lei Moral coerciva, isto é, faz dela constituída essencialmente da ideia de Dever. O ato de obedecer à vontade unida não provém da sua característica de vontade geral (o conceito “vontade geral” sequer aparece explicitamente no texto citado: “vontade unida em geral”), mas sim da sua característica modelar e, por conseguinte, restritiva que reduz a ação do sujeito deixando livres apenas aquelas que são morais, e também pela ideia de Dever que ao motivar o cumprimento da lei de direito mantém a multidão estável. Resposta da questão 10: [C] Segundo Kant, o esclarecimento é a saída do estado de menoridade e corresponde à autonomização do sujeito mediante o uso público da razão. Sendo assim, somente a alternativa [C] está correta.
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