Buscar

INTRODUÇÃO AO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - PNEE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 318 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 318 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 318 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO 
AO DIREITO 
PÚBLICO E 
PRIVADO
Profª Me. Mariane Helena Lopes Benedito
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Patrícia Rodrigues da Silva
Design Educacional
Ana Claudia Salvadego
Nayara Valenciano
Iconografia
Isabela Soares Silva
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Fernando Henrique Mendes
Qualidade Textual
Hellyery Agda
Érica Fernanda Ortega
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
BENEDITO, Mariane Helena Lopes.
 
 Introdução ao Direito Público e Privado. Mariane Helena Lopes Benedito. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. Reimpresso em 2018. 
 318 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Direito. 2. Público. 3. Privado. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0741-1
CDD - 22 ed. 342
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com prin-
cípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer 
uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar 
uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Base-
amo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de gradu-
ação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes 
espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais 
(Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 
polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribu-
ímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconheci-
dos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 
em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções 
inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar re-
levante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três 
virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. 
Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, me-
todologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é pro-
mover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma so-
ciedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Diretoria Operacional 
de Ensino
Diretoria de 
Planejamento de Ensino
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um proces-
so de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja 
ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que 
forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças 
capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os 
desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, 
o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): 
“Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se 
integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, desenvolvendo competências 
e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de 
maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm 
como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conte-
údo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca 
dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do 
conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, 
acesse regularmente o STUDEO – Ambiente Virtual de Aprendizagem, 
interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das 
discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores 
e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-
-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com 
tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
U
TO
R
Professora Me. Mariane Helena Lopes 
Benedito
Mestre em Ciências Jurídicas com ênfase 
em Direitos da Personalidade pelo Centro 
Universitário Cesumar (Unicesumar/2012). 
Tem pós-graduação em Direito Aplicado 
pela Escola da Magistratura do Paraná 
(2009). Tem graduação em Direito 
(Unicesumar/2008). Professora da 
Unicesumar desde 2010, atuando nos 
cursos de Administração, Direito, Gestão 
de Recursos Humanos, Jornalismo, 
Pilotagem de Aviões e Publicidade e 
Propaganda na modalidade presencial. 
No ensino a distância, atua nos cursos 
de Administração, Gestão de Recursos 
Humanos e Processos Gerenciais, Serviço 
Social, Gestão Hospitalar, Economia, Gestão 
de Cooperativas e trabalha também na 
Pós-graduação.
Para informações mais detalhadas sobre 
sua atuação profissional, pesquisas 
e publicações, acesse seu currículo, 
disponível no endereço a seguir:
< h t t p : / / l a t t e s . c n p q .
br/1815582404405502>.
Seja bem-vindo(A)!
Caro(a) aluno(a), esta disciplina tem o objetivo 
de fornecer as bases necessárias para que você 
possa entender as matérias que serão estudadas 
e que serão importantes no exercício de sua pro-
fissão.
O Direito está presente em todos os eventos do 
nosso cotidiano e para ilustrar tal afirmação, bas-
ta percebermos a simples ação ao apagarmos a 
luz. Apesar de passar despercebido, o que exis-
te nessa relação é um contrato de prestação de 
serviços fornecido pela companhia de energia 
elétrica. Por isso, conhecer o Direito é essencial 
para a tomada de decisões, tanto na vida pesso-
al, quanto na vida profissional. 
Durante nosso estudo, analisaremos como fun-
ciona o nosso país ao discutirmos assuntos como 
o Direito e a Moral e o Direito Constitucional. Ain-
da compreenderemos o sistema político adota-
do por nosso país e o que ele considera como 
fundamental para o seu funcionamento.
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO AO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
Visto isso, passaremos para o Direito Civil, em 
que estudaremos a relação entre pessoas, 
pessoas e bens e os próprios bens. Essa área 
do Direito estuda os contratos, os bens, o ca-
samento, os alimentos referentes aos filhos e 
ex-cônjuges. Todavia, aqui nos limitaremos a 
estudar a parte contratual do Direito Civil. 
Após estudarmos o Direito Civil, passaremos 
para o Direito Administrativo, em que ana-
lisaremos como funciona a Administração 
Pública e os órgãos pertencentes a ela. Vere-
mos, ainda, as formas de se realizar uma lici-
tação, os valores,como as empresas poderão 
participar e os serviços que a Administração 
pode realizar.
Na quarta unidade, analisaremos o Direito 
Internacional, que se divide em dois: Públi-
co e Privado. No primeiro, estudaremos o 
funcionamento da ONU, OIT, OEA, Santa Sé, 
União Europeia e MERCOSUL. No segundo, 
analisaremos alguns aspectos importantes e 
relevantes para se resolver os conflitos entre 
particulares.
APRESENTAÇÃO
Por fim, em nossa última unidade, estudare-
mos o Direito Penal Brasileiro, como ele fun-
ciona, o que é protegido por esse ramo do 
Direito, quem pode cometer um crime, as 
formas de punição existentes e as excluden-
tes de punibilidade.
Espero que, ao final, você tenha satisfeito al-
gumas dúvidas e despertado a curiosidade 
para os assuntos discutidos.
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO 
CONSTITUCIONAL
18 Introdução
20 Conceito de Direito 
24 Direito Objetivo e Direito Subjetivo 
25 Distinção Entre Direito e Moral 
29 Ramos do Direito 
32 Fontes do Direito 
35 Aplicação das Normas de Direito 
39 Eficácia 
42 Princípios Gerais do Direito 
45 Direito Constitucional 
47 Princípios Constitucionais 
50 Divisão dos Poderes 
54 Direitos e Garantias Individuais 
69 Nacionalidade 
72 Direitos Políticos 
74 Considerações Finais 
SUMÁRIO
90 Referências
92 Gabarito 
UNIDADE II
DIREITO CIVIL
96 Introdução
97 Conceito de Pessoa Natural 
104 Pessoa Jurídica 
105 Domicílio 
108 Bens 
111 Fatos Jurídicos 
119 Responsabilidade Civil 
127 Considerações Finais 
141 Referências 
143 Gabarito 
SUMÁRIO
UNIDADE III
DIREITO ADMINISTRATIVO
146 Introdução
148 Conceito de Administração Pública 
152 Órgãos da Administração 
153 Atos Administrativos 
158 Contratos Administrativos 
163 Licitação 
167 Serviços Públicos e de Utilidade Pública 
170 Servidor Público 
172 Considerações Finais 
188 Referências 
191 Gabarito 
UNIDADE IV
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO
194 Introdução
196 Conceito de Direito Internacional 
198 Organização das Nações Unidas (ONU) 
SUMÁRIO
217 Organização Internacional do Trabalho (OIT) 
220 Organização dos Estados Americanos (OEA) 
225 Santa Sé 
226 União Europeia 
227 Mercado Comum do Sul (Mercosul) 
231 Declarações Internacionais e Tratados 
233 Direito Internacional Privado 
234 Considerações Finais 
253 Referências 
255 Gabarito 
UNIDADE V
DIREITO PENAL
258 Introdução
260 Conceito de Direito Penal 
261 Fontes do Direito Penal 
266 Princípios O Direito Penal 
268 Imunidade Parlamentar 
271 Sujeito Ativo e Passivo 
SUMÁRIO
272 Objeto do Delito
274 Conceito de Crime 
276 Crimes 
278 Excludentes de Ilicitude 
280 Inimputabilidade 
281 Circunstâncias Agravantes e Atenuantes 
284 Penas 
285 Extinção de Punibilidade 
296 Considerações Finais 
312 Referências 
316 Gabarito 
317 Conclusão 
U
N
ID
A
D
E I
Professora Me. Mariane Helena 
Lopes Benedito
INTRODUÇÃO AO DIREITO E 
DIREITO CONSTITUCIONAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 ■ Conhecer o Direito.
 ■ Diferenciar Direito Objetivo e Direito 
Subjetivo.
 ■ Diferenciar Direito Público e Direito 
Privado.
 ■ Conhecer as fontes do Direito.
 ■ Compreender como ocorre a aplicação 
das normas.
 ■ Entender a eficácia da lei.
 ■ Elencar alguns princípios gerais do Direito.
 ■ Compreender a evolução do Direito 
Constitucional.
 ■ Elencar alguns princípios do Direito 
Constitucional.
U
N
ID
A
D
E I
Professora Me. Mariane Helena 
Lopes Benedito
INTRODUÇÃO AO DIREITO E 
DIREITO CONSTITUCIONAL
 ■ Conhecer os poderes existentes em nosso 
país.
 ■ Conhecer os direitos previstos na 
Constituição Federal.
 ■ Entender a nacionalidade.
 ■ Demonstrar os direitos políticos previstos.
 ■ Elencar os direitos e deveres individuais 
e coletivos.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que 
você estudará nesta unidade:
 ■ Conceito de Direito
 ■ Direito Objetivo e Direito Subjetivo
U
N
ID
A
D
E I
Professora Me. Mariane Helena 
Lopes Benedito
INTRODUÇÃO AO DIREITO E 
DIREITO CONSTITUCIONAL
 ■ Distinção entre Direito e Moral
 ■ Ramos do Direito
 ■ Fontes do Direito
 ■ Aplicação das normas no Direito
 ■ Eficácia
 ■ Princípios gerais do Direito
 ■ Direito Constitucional
 ■ Princípios constitucionais 
 ■ Divisão dos Poderes
 ■ Direitos e garantias individuais
 ■ Nacionalidade
 ■ Direitos políticos
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
18
INTRODUÇÃO
Nesta primeira unidade, iremos estudar o 
conceito de Direito, qual a importância do 
Direito para a nossa sociedade e para regula-
mentar a vida humana em sociedade. Veremos 
também a divisão do Direito em ramos que 
facilitarão o nosso estudo e fazem que a com-
preensão da matéria seja mais fácil. 
Para facilitar nosso estudo, temos que con-
siderar que o Direito se divide em ramos, 
permitindo assim que o estudo dessa ciên-
cia seja mais fácil. Precisamos também nos 
atentar que o Direito é de suma importância 
para a organização da sociedade.
Contudo, deve-se tomar cuidado para não 
confundir o Direito com a Moral. Ambos se 
confundem e em muitas situações não con-
seguimos separá-los. De acordo com o que 
estudaremos nesta unidade, ficará claro que 
as características os diferenciam, tornando, 
assim, o Direito uma ciência que devo obri-
gatoriamente cumprir, enquanto a Moral 
dependerá da minha criação, da minha for-
mação enquanto indivíduo.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
19
Analisaremos as fontes do Direito, sendo as 
principais as leis, jurisprudência, costume jurí-
dico e doutrina jurídica, existindo outras fontes, 
mas de menor importância para esta disciplina. 
Após essa parte introdutória, passaremos a 
estudar o Direito Constitucional, a principal e 
mais importante área do Direito. É a partir da 
Constituição Federal que todas as demais fon-
tes no nosso ordenamento jurídico devem ser 
criadas. Caso alguma fonte seja criada em con-
tradição com a Constituição Federal, esta não 
pode ser aplicada em nossa sociedade, devendo 
ser considerada inconstitucional. Até porque é 
a Constituição que regulamenta toda a estru-
tura do nosso Estado.
Por fim, veremos alguns direitos e deveres 
individuais e coletivos previstos na Constituição 
Federal, que devem ser aplicados a toda a socie-
dade, sem qualquer distinção, visto que a Carta 
Magna é uma norma a ser aplicada para toda a 
sociedade.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
20
CONCEITO DE DIREITO
“Conceituar é limitar o significado e o sentido 
de cada palavra” (MARTINS, 2013, p. 26).
 Para Luis Alberto Warat (1977, p. 6), uma 
boa definição de Direito depende dos seguintes 
requisitos: a) não deve ser circular; b) não deve 
ser elaborada em linguagem ambígua, obscura 
ou figurada; c) não deve ser demasiado ampla 
nem restrita; d) não deve ser negativa quando 
puder ser positiva. Todavia, para conseguirmos 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
21
definir o que vem a ser o Direito, é fundamental 
analisarmos o pensamento de Aristóteles sobre 
o assunto.
 Aristóteles mencionava que o homem é um 
animal político, destinado a viver em sociedade. 
Por essa razão, havia a necessidade de regras 
para que pudesse viver em harmonia, evitando 
a desordem em sociedade (MARTINS, 2013, p. 
4).
 Ou seja, para Aristóteles as regras foram neces-
sárias, a fim de fazer que a sociedade pudesse ser 
harmônica e ainda fosse possível em sua orga-
nização. Miguel Reale define o Direito como “a 
vinculação bilateral atributiva da conduta para 
a realização ordenada dos valoresde convivên-
cia” (REALE, 1972, p. 617). Assim, pode-se dizer 
que o Direito é um conjunto de instituições, 
regras e princípios que buscam regulamentar a 
vida humana em sociedade. 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
22
Vamos desmembrar a definição acima para com-
preendermos melhor o Direito. Inicialmente, 
podemos defini-la como conjunto. De fato, o 
Direito representa um conjunto por ser com-
posto de várias partes organizadas, formando, 
assim, um sistema. Como iremos estudar mais 
adiante, observaremos que o Direito é dividido 
em vários ramos, cada um sobre um determi-
nado assunto. Nesta disciplina, estudaremos 
os seguintes ramos: Direito Constitucional, 
Direito Civil, Direito Administrativo, Direito 
Internacional e Direito Penal.
Possui também princípios próprios como qual-
quer ciência, mesmo que não exata. Dentre eles, 
pode-se citar o da dignidade humana, boa-fé, 
publicidade, razoabilidade, proporcionalidade, 
dentre outros que estudaremos adiante.
Quando se fala em regulamentar a vida huma-
na em sociedade, deve-se fazer uma reflexão: o 
Direito está em todo lugar? Posso falar que ele 
existe apenas onde existe a sociedade?
(A autora)
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
23
No Direito, encontramos as instituições, que 
são entidades que perduram no tempo, por exem-
plo: os sindicatos, os órgãos do Poder Judiciário, 
do Poder Executivo, etc. Por fim, ele é um meio 
para a realização ou obtenção de um fim, que é 
a Justiça. Por mais que esta, muitas vezes, pareça 
utópica, é para essa finalidade que o Direito 
existe na sociedade.
Para que o Direito seja cumprido em socie-
dade, o Estado (e aqui quando se fala em Estado 
deve-se compreender como país), com o uso do 
seu poder imperativo, prevê a sanção (punição). 
A sanção no Direito existe para que a norma 
criada seja cumprida, quando a submissão a ela 
não ocorre espontaneamente.
O Direito, como coloca Sérgio Pinto Martins 
(2013), tem em uma das mãos a balança e na 
outra a espada. A balança serve para sopesar 
o Direito e a espada visa fazer cumprir as suas 
determinações. A espada sem a balança é a des-
proporção. A balança sem a espada é um direito 
ineficaz. As duas devem caminhar juntas. A pro-
porção do emprego da espada e da balança tem 
que ser igual para não se criar desigualdades.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
24
DIREITO OBJETIVO E DIREITO 
SUBJETIVO
O Direito Objetivo, nas palavras de Sérgio Pinto 
Martins (2013, p. 5), “é o complexo de normas que 
são impostas às pessoas, tendo caráter de univer-
salidade, para regular suas relações”. O Direito 
Objetivo é, portanto, aquele criado pelo Estado 
e aplicado a toda a coletividade; independente 
da vontade do indivíduo, ele existe. Podemos 
citar como exemplo o Direito Constitucional, 
que é aplicado igualmente a todos.
O Direito Subjetivo, por outro lado, é a facul-
dade, a escolha de a pessoa postular seu direito, 
objetivando a realização de seus interesses, uma 
vez que não foram cumpridos.
Diferentemente do Direito Objetivo, no caso 
do Direito Subjetivo, ele dependerá da vontade 
do indivíduo para existir, ou seja, é necessária 
a manifestação de vontade para a aplicação de 
um direito. O exemplo deste seria o Direito do 
Consumidor. Quando se compra um produto e 
ele apresenta algum defeito, dependerá da mani-
festação da vontade daquele que o comprou 
para que o produto seja trocado ou o negócio 
seja desfeito.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
25
DISTINÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL
Para continuarmos nosso estudo sobre o Direito, 
precisamos estabelecer a distinção entre o que 
é Direito e o que é Moral. A Moral possui um 
conceito que varia com o tempo, em razão de 
questões políticas, sociais, econômicas que vão 
sendo alteradas de acordo com a história e com 
a sociedade que é estudada. A Moral é unilate-
ral, pois não há punição uma vez que a norma 
foi descumprida. No Direito, porém, há uma 
bilateralidade, uma vez que há uma imposição 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
26
do comportamento do indivíduo na sociedade, 
e quando este é descumprido, há uma sanção 
(punição) por parte do Estado.
Para melhor compreender, veja a tabela abaixo 
com a distinção feita por Miguel Reale (1972, 
p. 626).
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
27
Quadro 1 - Diferenças entre Moral e Direito 
ASPECTO MORAL DIREITO
Quanto à valoração 
do ato
a) unilateral;
b) visa à intenção, 
partindo da exterio-
rização do ato.
a) bilateral;
b) visa à exteriorização do 
ato, partindo da intenção.
Quanto à forma a) é autônoma, pro-
veniente da vontade 
das partes;
b) não há coação.
a) pode vir de fora da von-
tade das partes (heterôno-
mo);
b) é coercível.
Quanto ao objeto a) visa ao bem indi-
vidual ou aos valores 
da pessoa.
a) visa ao bem social ou 
aos valores de convivência
Fonte: Martins (2013).
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
28
Assim, observamos que, entre o Direito e a 
Moral, apesar de parecerem a mesma coisa em 
muitos momentos, a diferença fica clara quando 
se fala na punição e na criação da norma de 
cada um deles.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
29
RAMOS DO DIREITO
Existe uma vasta classificação da ciência do 
Direito. A primeira que vamos trabalhar é a clas-
sificação em direito natural e direito positivo. 
 O Direito natural nasce a partir do momento 
em que surge o homem, aparecendo, portanto, 
naturalmente para regular a vida humana em 
sociedade, de acordo com as regras da natureza 
(MARTINS, 2013, p. 8).
 Pode-se dizer que seria uma norma criada 
pela natureza e não pelo homem, logo não pode 
ser criada pelo Estado. Seriam princípios gerais 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
30
e universais para regular os direitos e deveres 
do homem. O Direito natural é aquele que fixa 
regras de validade universal, não consubstan-
ciadas em regras impostas ao indivíduo pelo 
Estado. Em verdade, ele se impõe a todos os 
povos pela força dos princípios supremos dos 
quais resulta, como, por exemplo, o direito de 
reproduzir, o direito de viver, etc. (FÜHRER; 
MILARÉ, 2009, p. 34). 
Por outro lado, o Direito positivo compreende 
o conjunto de regras estabelecidas por meio do 
poder político em vigor num determinado país e 
numa determinada época (FÜHRER; MILARÉ, 
2009). “O Direito positivo é apenas a norma 
legal, emanada pelo Estado e não de outras fon-
tes do Direito. Ele estabelece o que é útil, sendo 
conhecido por meio de uma declaração de von-
tade alheia, que é a promulgação” (FÜHRER; 
MILARÉ, 2009, p. 23).
O Direito público é aquele que regula as rela-
ções em que o Estado é parte; o segundo é o 
que disciplina as relações entre particulares, nas 
quais predomina, de modo imediato, o interesse 
de ordem privada (REIS; REIS, 2006). 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
31
Ainda, pode-se definir o Direito público como 
o ramo que: 
[...] regula as relações em que predomi-
nam os interesses gerais da sociedade, 
considerada como um todo. Nas relações 
de Direito Público, o Estado participa 
como sujeito ativo (titular do poder jurí-
dico) ou como sujeito passivo (destinatá-
rio do dever jurídico), mas sempre como 
órgão da sociedade e, portanto, sem per-
der a posição de supremacia ou poder de 
império. (REIS; REIS, 2006, p. 8).
O Direito privado é aquele que:
[...] regula as relações em que predomi-
nam os interesses particulares ou a esfera 
privada. Nas relações jurídicas de Direito 
Privado o Estado pode participar como 
sujeito ativo ou passivo, em regime de 
coordenação com os particulares, isto é, 
dispensando sua supremacia ou poder de 
império (REIS; REIS, 2006, p. 8).
Assim, conclui-se que,o Direito público envolve 
a organização de um Estado, onde são estabe-
lecidas as normas de ordem pública, enquanto 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
32
o direito privado diz respeito ao interesse dos 
particulares, decorrentes da manifestação de 
vontade dos interessados.
FONTES DO DIREITO
Ao se falar em fontes, deve-se ter em mente as 
diversas formas pelas quais nasce o Direito. 
Como visto, o Direito é uma criação do Estado, 
de acordo com as necessidades da sociedade. 
Por essa razão, a própria sociedade determi-
nará de onde provém ou emanam as regras que 
a disciplinará.
As fontes primárias do Direito são: lei, cos-
tumes, doutrina e jurisprudência. Passaremos 
a estudar cada uma delas. 
LEI
Essa é a fonte do direito de maior importância 
em nosso país e em nosso ordenamento jurídico. 
Assim, deve-se buscar na lei a forma correta de 
proceder em nossas relações sociais.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
33
 O Art. 5º, II da Constituição Federal esta-
belece que “ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude 
de lei”.
Tal fonte é uma regra de conduta editada pelo 
Poder Legislativo, no qual estão presentes os 
representantes do povo, ou seja, são os verea-
dores (nível municipal), os deputados estaduais 
(nível estadual) e os deputados federais (nível 
federal).
A característica da lei é a generalidade, ela 
se aplica de uma maneira geral a todos, não 
fazendo qualquer tipo de distinção.
COSTUME
O costume é o comportamento praticado reitera-
damente pela sociedade, que acaba se tornando 
uma lei, sendo então incorporada ao ordena-
mento jurídico brasileiro. Ou seja, antes mesmo 
de se tornar uma lei já é considerado uma fonte 
do direito.
 Como dito anteriormente, a principal fonte 
do direito é a lei. Todavia, em alguns casos ainda 
não há regulamentação, sendo necessário buscar 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
34
a solução para estes casos nas regras que a socie-
dade vem praticando de forma reiterada. Deve-se 
salientar que o costume não poderá ser aplicado 
se for contrário a uma determinação expressa 
em lei.
 O costume acaba variando de acordo com o 
ramo do Direito. Contudo, no caso do Direito 
Penal, por exemplo, o costume é proibido, pois 
não há crime sem lei que o defina. 
DOUTRINA
A doutrina consiste na opinião dos juristas, que 
são os estudiosos do Direito sobre determinado 
assunto.
Seria o conjunto sistemático de teorias sobre 
o Direito elaborado pelos juristas. Pode-se dizer 
que é um produto da reflexão e do estudo que 
os grandes juristas desenvolvem sobre o Direito 
(COTRIM, 2009, p. 8).
JURISPRUDÊNCIA
Ao lado da doutrina, a jurisprudência realiza a 
interpretação do Direito. Enquanto a doutrina 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
35
é a interpretação do Direito feita pelos juristas, 
a jurisprudência é a interpretação do Direito 
feita pelos Tribunais do nosso país.
A principal fonte é a lei, porém ela deve ser 
interpretada e isto é feito tanto pelos juristas, 
quanto pelos Tribunais, no momento em que 
eles julgam os casos concretos.
Dessa forma, a jurisprudência acaba sendo 
utilizada como uma referência para a pessoa 
ingressar com uma ação, ajudando assim a fun-
damentar seu pedido.
APLICAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO
Ao aplicar uma lei, o juiz busca atender aos fins 
sociais a que ela se dirige e às exigências do bem 
comum.
Passaremos a estudar a interpretação e a inte-
gração das normas, compreendendo assim como 
se aplica uma lei ao caso concreto.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
36
INTERPRETAÇÃO
Para se aplicar a norma, precisamos interpretá-la, 
compreendendo assim o que levou o legislador 
a criá-la. Quanto às fontes que interpretam a 
norma, elas podem ser: autêntica, doutrinária, 
jurisprudencial. Com relação aos meios: gra-
matical, lógica, histórica e sistemática. E, por 
fim, quanto aos resultados: declarativa, exten-
siva, restritiva, finalística.
 Vamos analisar as várias formas de interpre-
tação da norma jurídica (MARTINS, 2013, p. 
21-22):
A) Gramatical, literal ou filológica: é a verifica-
ção do sentido gramatical da norma criada. 
Analisa-se o alcance das palavras no texto 
da lei. 
B) Lógica: estabelece-se uma conexão entre 
vários textos legais a serem interpretados 
e aplicados ao caso concreto.
C) Teleológica ou finalística: a interpretação da 
norma é dada de acordo com o fim espe-
rado pelo legislador.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
37
D) Sistemática: é feita a interpretação de acordo 
com o sistema que a norma está inserida, 
não interpretando isoladamente a lei.
E) Extensiva ou ampliativa: dá-se um sentido 
mais amplo à norma do que ela normal-
mente teria.
F) Restritiva ou limitativa: dá-se um sentido 
mais restrito, limitando-se à interpretação 
da norma jurídica.
G) Histórica: deve-se analisar a evolução histó-
rica dos fatos, o pensamento do legislador 
não só à época da edição da lei, mas também 
de acordo com sua exposição de motivos.
H) Autêntica: é realizada pelo próprio órgão 
que criou a lei, no momento em que ela 
declara o sentido, alcance e conteúdo por 
meio de norma.
I) Sociológica: constata-se a realidade e a 
necessidade social na elaboração da lei e 
em sua aplicação.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
38
No Direito, não há uma única interpretação 
fora do que foi mencionado anterior, por isso 
devem ser seguidos os métodos de interpreta-
ção supracitados.
INTEGRAÇÃO
A integração é quando o intérprete da lei fica 
autorizado a suprir as lacunas existentes na 
norma jurídica por meio da utilização de téc-
nicas jurídicas, que são: analogia, equidade e 
princípios gerais do direito. 
A analogia é um meio de preenchimento das 
lacunas deixadas pelo legislador no momento 
de criação de uma lei. É quando o juiz, ao ana-
lisar o caso concreto, aplica uma lei semelhante 
ao caso.
A equidade é a justiça, o bom senso. Nesse 
caso, o juiz irá aplicar ao caso concreto a solu-
ção que considerar como adequada de acordo 
com o seu entendimento, com o que ele consi-
derar como correto. Ela tem como significado 
completar a lacuna da lei, porém é vedado jul-
gar contra a lei. 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
39
Tanto a analogia, quanto a equidade serão utili-
zadas exclusivamente pelo juiz para fundamentar 
sua decisão quando a lei apresentar alguma 
lacuna. Os princípios gerais do direito, porém, 
serão analisados separadamente no decorrer 
desta unidade devido à sua complexidade.
EFICÁCIA
A eficácia pode ser conceituada como “a produ-
ção de efeitos jurídicos concretos ao regular as 
relações” (MARTINS, 2013, p. 25). Compreende 
a aplicabilidade da norma e se ela é obedecida 
ou não pelas pessoas.
A eficácia jurídica é a possibilidade de a norma 
ser aplicada ao caso concreto, gerando efeitos 
jurídicos. Essa eficácia pode ser dividida: no 
tempo e no espaço, que iremos estudar a seguir 
(MARTINS, 2013, p. 25).
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
40
EFICÁCIA NO TEMPO
Significa a entrada da lei em vigor, ou seja, quando 
a lei passará a existir na sociedade. Geralmente, 
a lei entra em vigor na data de sua publicação 
no Diário Oficial da União (DOU). Caso a lei 
não apresente nenhum prazo, esta começará a 
vigorar 45 dias depois de oficialmente publi-
cada. (MARTINS, 2013, p. 26).
Com a publicação da lei no Diário Oficial da 
União, objetiva-se torná-la pública para toda a 
sociedade, não podendo ser alegado o desco-
nhecimento da mesma.
Se a lei não trouxer um prazo específico de 
duração da norma, ela só deixará de existir até 
que outra lei a modifique ou a revogue.
A lei posterior pode revogar a anteriornas 
seguintes situações (MARTINS, 2013, p. 26):
A) Expressamente o declare: revogam-se as 
disposições em contrário, ou quando revoga 
especificamente outra lei ou Artigo de lei;
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
41
B) For incompatível como, por exemplo, 
quando prescrever conduta totalmente con-
trária à especificada na lei anterior;
C) Regule inteiramente a matéria de que tra-
tava a lei anterior.
Caso a lei nova estabeleça disposições gerais ou 
especiais iguais às já existentes, ela não revoga 
nem modifica a lei anterior. Uma vez que a lei 
passou a ter vigor, terá efeito imediato e geral, 
respeitando sempre o ato jurídico perfeito, o 
direito adquirido e a coisa julgada.
O ato jurídico perfeito é aquele já consumado 
segundo a lei vigente ao tempo em que ela se 
efetuou. O direito adquirido é o que integra o 
patrimônio jurídico da pessoa, por já ter imple-
mentado todas as condições para adquirir o 
direito, podendo exercê-lo a qualquer momento. 
E, por fim, a coisa julgada que é a decisão judi-
cial que já não cabe mais recurso, não podendo 
ser modificada. (MARTINS, 2013, p. 27).
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
42
EFICÁCIA NO ESPAÇO
A eficácia no espaço diz respeito ao território 
em que será aplicada a norma. Ela se aplica ao 
Brasil, tanto para os natos como para os estran-
geiros que aqui residam (MARTINS, 2013, p. 
27).
 A eficácia no espaço também resolverá os 
casos em que acontecer alguma atitude contrá-
ria à lei, analisando se naquele território será 
aplicada a lei brasileira ou uma lei estrangeira.
Para ilustrar, imagine a seguinte situação: o 
indivíduo A entrou na embaixada brasileira na 
Holanda e acabou matando o sujeito B. Nesse 
caso, ainda que a embaixada esteja localizada 
na Holanda, será aplicada a lei brasileira, pois 
o órgão oficial é brasileiro, sendo considerada 
uma extensão do nosso território.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
O princípio é a base de tudo. Por essa razão, 
podemos dizer que ele é o alicerce do Direito, 
que servirá para informar e orientar as normas 
jurídicas. 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
43
FUNÇÕES GERAIS DO PRINCÍPIO
As funções dos princípios são: informadora, 
normativa e interpretativa. A primeira função 
tem como finalidade a inspiração e orientação 
ao legislador, servindo para basear a criação de 
uma norma e como sustentáculo para o orde-
namento jurídico (MARTINS, 2013).
A segunda função – normativa – atuará nos 
casos concretos quando não houver uma dis-
posição específica para disciplinar determinada 
situação. E, por fim, a terceira e última função 
servirá de critério orientador para os intérpretes 
e aplicadores da lei. Auxiliará na interpretação 
da norma e também tem sua exata compreensão.
Em nosso ordenamento jurídico, os princí-
pios só serão utilizados quando não houver uma 
norma legal, convencional ou contratual. Será 
o último elo a que o intérprete irá recorrer para 
solucionar o caso concreto.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
44
ALGUNS PRINCÍPIOS GERAIS DE 
DIREITO
A seguir, vemos os princípios gerais do Direito:
1°) Princípio do respeito à dignidade da pes-
soa humana: é um dos objetivos do nosso 
país. O Art. 5º, X da Constituição Federal 
assegura a inviolabilidade à intimidade, à 
vida privada, à honra e à imagem das pes-
soas, assegurando o direito à indenização 
pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação.
2°) Princípio da função social: regula a vida 
humana em sociedade, estabelecendo as 
regras de conduta que devem ser respeita-
das por todos. 
3°) Princípio da razoabilidade: as pessoas 
devem agir com razoabilidade, o que tam-
bém acontece com as normas jurídicas.
4°) Princípio da proporcionalidade: não se 
pode impor condutas a não ser que seja em 
estrito cumprimento do interesse público. 
Não se pode agir com excessos, nem de 
forma insuficiente.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
45
DIREITO CONSTITUCIONAL
Antes de se começar a estudar o Direito 
Constitucional, é preciso fazer a análise do Art. 
1º da Constituição Federal que dispõe que a 
República Federativa do Brasil, formada pela 
união indissolúvel dos estados, municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como funda-
mento: a soberania, a cidadania, a dignidade 
da pessoa humana, os valores sociais do traba-
lho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
A Constituição é a lei máxima e fundamen-
tal do Estado. Ela ocupa o ponto mais alto da 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
46
hierarquia das normas, recebendo, por esse 
motivo, nomes como: Lei Suprema, Lei Maior, 
Carta Magna, Lei das Leis ou Lei Fundamental 
(COTRIM, 2009, p. 19).
O Direito Constitucional é o ramo do Direito 
Público responsável por estudar as regras estru-
turadoras do Estado e garantidoras dos direitos 
e liberdades individuais (JACQUES, 1954 apud 
MARTINS, 2013).
 A Constituição pode ser conceituada como 
um conjunto de princípios e regras relativos à 
estrutura e ao funcionamento do Estado. Ela é 
uma norma escrita ou costumeira, que regula a 
forma de Estado e governo, a sua organização 
(MARTINS, 2013, p. 60). Por isso, na Constituição 
Federal brasileira são encontradas várias regras 
de Direito Civil, Tributário, Administrativo, 
Internacional, Penal, do Trabalho, da Seguridade 
Social, entre outras, ou seja, ela traz um pouco 
de cada ramo do direito.
 Possui, ainda, um conteúdo específico, previa-
mente identificável, do que seja ou não próprio 
de uma Constituição. Seu conteúdo é elástico, 
variando de acordo com a vontade política do 
povo.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
47
Gilberto Cotrim (2009, p. 19) define a 
Constituição como:
É a declaração da vontade política de um 
povo, manifestada por meio de seus re-
presentantes cujos mandatos resultam de 
eleição popular. É uma declaração solene 
expressa mediante um conjunto de nor-
mas jurídicas superiores a todas as outras 
que estabelece os direitos e deveres fun-
damentais das pessoas, das entidades e 
dos poderes públicos.
Conclui-se que a Constituição é um documento 
político, dirigida a todas as pessoas, tendo, geral-
mente, uma linguagem comum e não técnica 
para que todos possam compreender.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Passaremos a estudar alguns dos princípios cons-
titucionais previstos na Constituição Federal.
1°) Princípio da supremacia da Constituição: a 
norma constitucional é superior, devendo 
ser obedecida por todas as demais normas.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
48
2°) Princípio da unidade da Constituição: ela 
deve ser interpretada na sua unidade, ou 
seja, no seu conjunto. A interpretação deve 
ser feita de forma a evitar contradições.
3°) Princípio da máxima efetividade da Cons-
tituição: as normas constitucionais devem 
ter o máximo de eficácia na sua aplicação.
4°) Princípio da interpretação conforme a 
Constituição: caso a norma tenha mais de 
uma interpretação, deve-se dar preferência 
àquela que estiver de acordo com a Cons-
tituição.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
O preâmbulo da Constituição Federal (BRASIL, 
1988, on-line) dispõe que:
Nós, representantes do povo brasileiro, 
reunidos em Assembleia Nacional Cons-
tituinte para instituir um Estado Demo-
crático, destinado a assegurar o exercício 
dos direitos sociais e individuais, a liber-
dade, a segurança, o bem-estar, o desen-
volvimento, a igualdade e a justiça como 
valores supremos de uma sociedade fra-
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
49
terna, pluralista e sem preconceitos, fun-
dada na harmonia social e comprome-
tida, na ordem interna e internacional, 
com a solução pacífica das controvérsias, 
promulgamos,sob a proteção de Deus, a 
seguinte Constituição da República Fede-
rativa do Brasil.
Quando se fala em preâmbulo, deve-se enten-
der como uma indicação das intenções da 
Constituição brasileira.
 Os fundamentos da República Federativa do 
Brasil são: a) soberania; b) cidadania; c) digni-
dade da pessoa humana; d) valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa; e) pluralismo polí-
tico, sendo vedada a existência de um partido 
único.
 Por sua vez, os objetivos fundamentais são: a) 
construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
b) garantir o desenvolvimento nacional; c) erra-
dicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; d) promover 
o bem de todos, sem preconceitos de origem, 
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
50
DIVISÃO DOS PODERES
A base da organização do governo está no Art. 2º 
da Constituição Federal, que prevê: “são poderes 
da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 
1988, on-line).
 “Os Poderes são os órgãos que realizam as 
diversas funções atribuídas ao Estado, quais 
sejam, as funções: legislativas, administrativas 
e jurisdicionais” (FÜHRER; MILARÉ, 2009, p. 
73). A fórmula ideal para o funcionamento do 
Estado é de que suas operações fundamentais 
sejam repartidas entre vários órgãos autônomos, 
cada um atuando na sua esfera de atribuição.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
51
PODER EXECUTIVO
Figura 1 - Palácio do planalto
Fonte: Wikipédia (on-line)1.
É o órgão incumbido de executar as leis e admi-
nistrar o país. Ele é exercido pelo Presidente da 
República, auxiliado pelos Ministros de Estado. 
O mandato do Presidente da República é de 
quatro anos com início no dia 1º de janeiro do 
ano seguinte de sua eleição. A reeleição é per-
mitida em um único período.
 O presidente pode cometer crimes como: a) 
de responsabilidade definidos em lei especial; 
b) comuns, previstos na legislação ordinária. A 
acusação contra o Presidente da República, para 
ser admitida, precisa de dois terços de aprova-
ção na Câmara dos Deputados e, após isso, será 
submetido a julgamento perante o Supremo 
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
52
ou perante o Senado Federal, nos crimes de res-
ponsabilidade (Art. 86 da Constituição Federal).
 Para ser eleito, o candidato a presidente e 
vice-presidente da República deverão ter a idade 
mínima de 35 anos. O governador e o vice-go-
vernador de Estado e Distrito Federal deverão 
ter, no mínimo, 30 anos. O prefeito e o vice-pre-
feito deverão ter no mínimo 21 anos.
PODER JUDICIÁRIO
O Poder Judiciário tem a função de legislar e 
administrar, bem como a função de dizer o 
direito, aplicando ao caso concreto, mediante 
um processo regularmente instaurado, por ini-
ciativa do interessado. É o Poder Judiciário que 
dirá como as normas serão aplicadas e assim 
ele demonstrará a forma correta de interpreta-
ção das leis existentes em nosso ordenamento 
jurídico.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
53
PODER LEGISLATIVO
Em nível federal, o Poder Legislativo é exercido 
pelo Congresso Nacional, que se compõe de 
duas casas, o Senado e a Câmara dos Deputados, 
ambos eleitos pelos habitantes dos respectivos 
estados. Cada estado e o Distrito Federal, de 
acordo com os Arts. 44 e 45 da Constituição 
Federal, elegerá três senadores, com dois suplen-
tes cada, com mandato de oito anos, sendo 
renovada a representação a cada quatro anos 
de forma alternada.
O número total de deputados, bem como a 
representação por estado e pelo Distrito Federal, 
será estabelecido por Lei Complementar, pro-
porcionalmente à população, procedendo-se 
aos ajustes necessários, no ano anterior às elei-
ções, para que nenhuma unidade da federação 
tenha menos de oito e mais de setenta deputa-
dos (PALAIA, 2011, p. 40).
O mandato dos deputados tem duração de 
quatro anos e para se elegerem devem ter idade 
mínima de 21 anos. No caso dos senadores, estes 
são eleitos pelo sistema majoritário, sendo três 
para cada estado e para o Distrito Federal. Os 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
54
mandatos têm duração de oito anos e para se 
elegerem devem ter idade mínima de 35 anos 
(MARTINS, 2013).
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS
Eles foram estabelecidos para coibir os abu-
sos praticados pelas autoridades. Os direitos 
não se confundem com as garantias. Os direitos 
são aspectos, manifestações da personalidade 
humana em sua existência subjetiva ou em suas 
situações de relação com a sociedade ou ainda os 
indivíduos que a compõem. As garantias, porém, 
são os instrumentos para o exercício do direito 
consagrados na Constituição (MARTINS, 2013).
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
55
Os direitos e deveres são individuais e cole-
tivos. São garantias expressas na Constituição, 
pois não excluem outros decorrentes do regime 
e dos princípios por ela adotados ou dos trata-
dos internacionais em que o Brasil é parte (Art. 
5º, §2º da Constituição Federal).
A Constituição Federal, em seu Art. 5º, asse-
gura que:
1. Homens e mulheres são iguais em direitos 
e obrigações, nos termos da Constituição. 
Poderá haver tratamento diferenciado se 
assim a Constituição estabelecer;
2. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar 
de fazer algo a não ser em virtude de lei. É 
o princípio da legalidade;
3. Ninguém será submetido à tortura nem a 
tratamento desumano ou degradante;
4. É livre a manifestação do pensamento, sendo 
vedado o anonimato;
5. É assegurado o direito de resposta, propor-
cional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem;
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
56
6. É inviolável a liberdade de consciência e de 
crença, sendo assegurado o livre exercício 
dos cultos religiosos e garantida, na forma 
da lei, a proteção aos locais de culto e suas 
liturgias;
7. É assegurada, nos termos da lei, a prestação 
de assistência religiosa nas entidades civis 
e militares de internação coletiva;
8. É assegurada, nos termos da lei, a prestação 
de assistência religiosa ou de convicção filo-
sófica ou política, salvo se as invocar para 
eximir-se de obrigação legal a todos imposta 
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, 
fixada em lei;
9. É livre a expressão da atividade intelectual, 
Artística, científica e de comunicação, inde-
pendentemente de censura ou licença;
10. São invioláveis a intimidade, a vida privada, 
a honra e a imagem das pessoas, assegurado 
o direito à indenização pelo dano material 
ou moral decorrente de sua violação;
11. A casa é asilo inviolável do indivíduo, 
ninguém nela podendo penetrar sem con-
sentimento do morador, salvo em caso de 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
57
flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determina-
ção judicial;
12. É inviolável o sigilo da correspondência as 
comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último 
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e 
na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução proces-
sual penal. A norma que trata do assunto é 
a Lei nº 9.296/96;
13. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofí-
cio ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer;
14. É assegurado a todos o acesso à informa-
ção e resguardado o sigilo da fonte, quando 
necessário ao exercício profissional;
15. É livre a locomoção no território nacional 
em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, 
nos termos da lei, nele entrar, permanecer 
ou dele sair com seus bens;
16. Todospodem reunir-se pacificamente, sem 
armas, em locais abertos ao público, inde-
pendentemente de autorização, desde que 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
58
não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigido prévio aviso à autoridade compe-
tente;
17. É plena a liberdade de associação para fins 
lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
18. A criação de associações e, na forma da lei, 
a de cooperativas independem de autori-
zação, sendo vedada a interferência estatal 
em seu funcionamento. As sociedades coo-
perativas são reguladas na Lei nº 5.764/71;
19. As associações só poderão ser compulso-
riamente dissolvidas ou ter suas atividades 
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, 
no primeiro caso, o trânsito em julgado;
20. Ninguém poderá ser compelido a associar-
-se ou a permanecer associado;
21. As entidades associativas, quando expres-
samente autorizadas, têm legitimidade para 
representar seus filiados judicial ou extra-
judicialmente;
22. É garantido o direito de propriedade;
23. A propriedade atenderá a sua função social;
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
59
24. A lei estabelecerá o procedimento para desa-
propriação por necessidade ou utilidade 
pública, ou por interesse social, mediante 
justa e prévia indenização em dinheiro, res-
salvados os casos previstos na Constituição;
25. No caso de iminente perigo público, a autori-
dade competente poderá usar de propriedade 
particular, assegurada ao proprietário inde-
nização ulterior, se houver dano;
26. A pequena propriedade rural, assim definida 
em lei, desde que trabalhada pela família, 
não será objeto de penhora para pagamento 
de débitos decorrentes de sua atividade pro-
dutiva, dispondo a lei sobre os meios de 
financiar o seu desenvolvimento;
27. Aos autores pertence o direito exclusivo 
de utilização, publicação ou reprodução de 
suas obras, transmissível aos herdeiros pelo 
tempo que a lei fixar;
28. São assegurados, nos termos da lei: (a) a 
proteção às participações individuais em 
obras coletivas e à reprodução da imagem 
e voz humanas, inclusive nas atividades 
desportivas; (b) o direito de fiscalização 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
60
do aproveitamento econômico das obras 
que criarem ou de que participarem aos 
criadores, aos intérpretes e às respectivas 
representações sindicais e associativas;
29. A lei assegurará aos autores de inventos 
industriais privilégio temporário para sua 
utilização, bem como proteção às criações 
industriais, à propriedade das marcas, aos 
nomes de empresas e a outros signos dis-
tintivos, tendo em vista o interesse social 
e o desenvolvimento tecnológico e econô-
mico do país;
30. É garantido o direito de herança;
31. A sucessão de bens de estrangeiros situa-
dos no país será regulada pela lei brasileira 
em benefício do cônjuge ou dos filhos bra-
sileiros, sempre que não lhes seja favorável 
a lei pessoal do de cujus;
32. O Estado promoverá, na forma da lei, a 
defesa do consumidor. O Código de Defesa 
do Consumidor é a Lei nº 8.078/90;
33. Todos têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse par-
ticular, ou de interesse coletivo ou geral, que 
serão prestadas no prazo de lei, sob pena de 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
61
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo 
sigilo seja imprescindível à segurança da 
sociedade e do Estado;
34. São a todos assegurados, independente-
mente do pagamento de taxas: (a) o direito 
de petição aos Poderes Públicos em defesa 
de direito ou contra ilegalidade ou abuso 
de poder; (b) a obtenção de certidões em 
repartições públicas, para defesa de direitos 
e esclarecimento de situações de interesse 
pessoal;
35. A lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito;
36. A lei não prejudicará o direito adquirido, o 
ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Direito 
adquirido é o que faz parte do patrimônio 
jurídico da pessoa, que implementou todas 
as condições para esse fim, podendo exer-
cê-lo a qualquer momento. Na expectativa 
de direito, a pessoa não reuniu todas as con-
dições para adquirir o direito no curso do 
tempo. Ato jurídico perfeito é o que se for-
mou sob o império da lei velha e não pode 
ser modificado. A lei não pode ser retro-
ativa. Devem ser respeitadas as situações 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
62
estabelecidas na vigência de lei anterior, em 
razão da estabilidade e segurança jurídicas. 
Chama-se coisa julgada ou caso julgado a 
decisão judicial de que já não caiba mais 
recurso. Há coisa julgada “quando se repete 
ação que já foi decidida por sentença, de que 
não caiba recurso”. Denomina-se coisa jul-
gada material a eficácia, que torna imutável 
e indiscutível a sentença, não mais sujeita a 
recurso ordinário ou extraordinário.
37. Não haverá juízo ou tribunal de exceção;
38. É reconhecida a instituição do júri, com a 
organização que lhe der a lei, assegurados: 
(a) a plenitude de defesa; (b) o sigilo das 
votações; (c) a soberania dos veredictos; (d) 
a competência para o julgamento dos cri-
mes dolosos contra a vida;
39. Não há crime sem lei anterior que o defina, 
nem pena sem prévia cominação legal;
40. A lei penal não retroagirá, salvo para bene-
ficiar o réu;
41. A lei punirá qualquer discriminação atenta-
tória dos direitos e liberdades fundamentais;
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
63
42. A prática do racismo constitui crime ina-
fiançável e imprescritível, sujeito à pena de 
reclusão, nos termos da lei;
43. A lei considerará crimes inafiançáveis e 
insuscetíveis de graça ou anistia a prática 
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins, o terrorismo e os definidos 
como crimes hediondos, por eles respon-
dendo os mandantes, os executores e os que, 
podendo evitá-los, se omitirem;
44. Constitui crime inafiançável e imprescritível 
a ação de grupos armados, civis ou milita-
res, contra a ordem constitucional e o Estado 
Democrático;
45. Nenhuma pena passará da pessoa do con-
denado, podendo a obrigação de reparar o 
dano e a decretação do perdimento de bens 
ser, nos termos da lei, estendidas aos suces-
sores e contra eles asseguradas, até o limite 
do valor do patrimônio transferido;
46. A lei regulará a individualização da pena e 
adotará, entre outras, as seguintes: (a) priva-
ção ou restrição da liberdade; (b) perda de 
bens; (c) multa; (d) prestação social alterna-
tiva; (e) suspensão ou interdição de direitos;
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
64
47. Não haverá penas: (a) de morte, salvo em 
caso de guerra declarada; (b) de caráter 
perpétuo; (c) de trabalhos forçados; (d) de 
banimento; (e) cruéis;
48. A pena será cumprida em estabelecimen-
tos distintos, de acordo com a natureza do 
delito, a idade e o sexo do apenado;
49. É assegurado aos presos o respeito à inte-
gridade física e moral;
50. Às presidiárias serão asseguradas condi-
ções para que possam permanecer com seus 
filhos durante o período de amamentação;
51. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo 
o naturalizado, em caso de crime comum, 
praticado antes da naturalização, ou de com-
provado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da 
lei;
52. Não será concedida extradição de estran-
geiro por crime político ou de opinião;
53. Ninguém será processado nem sentenciado 
senão pela autoridade competente;
54. Ninguém será privado da liberdade ou de 
seus bens sem o devido processo legal;
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
65
55. Aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa,com os meios e recursos a ela inerentes;
56. São inadmissíveis, no processo, as provas 
obtidas por meios ilícitos;
57. Ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal con-
denatória;
58. O civilmente identificado não será sub-
metido a identificação criminal, salvo nas 
hipóteses previstas em lei;
59. Será admitida ação privada nos crimes de 
ação pública, se esta não for intentada no 
prazo legal;
60. A lei só poderá restringir a publicidade dos 
atos processuais quando a defesa da intimi-
dade ou o interesse social o exigirem;
61. Ninguém será preso senão em flagrante 
delito ou por ordem escrita e fundamentada 
de autoridade judiciária competente, salvo 
nos casos de transgressão militar ou crime 
propriamente militar, definidos em lei;
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
66
62. A prisão de qualquer pessoa e o local onde 
se encontre serão comunicados imediata-
mente ao juiz competente e à família do 
preso ou à pessoa por ele indicada;
63. O preso será informado de seus direitos, 
entre os quais o de permanecer calado, sen-
do-lhe assegurada a assistência da família e 
de advogado;
64. O preso tem direito à identificação dos 
responsáveis por sua prisão ou por seu inter-
rogatório policial;
65. A prisão ilegal será imediatamente relaxada 
pela autoridade judiciária;
66. Ninguém será levado à prisão ou nela 
mantido, quando a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança;
67. Não haverá prisão civil por dívida, salvo a 
do responsável pelo inadimplemento volun-
tário e inescusável de obrigação alimentícia 
e a do depositário infiel;
68. Conceder-se-á habeas corpus sempre que 
alguém sofrer ou se achar ameaçado de 
sofrer violência ou coação em sua liberdade 
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de 
poder;
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
67
69. Conceder-se-á mandado de segurança para 
proteger direito líquido e certo, não ampa-
rado por habeas corpus ou habeas data, 
quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público;
70. O mandado de segurança coletivo deve ser 
impetrado por: (a) partido político com 
representação no Congresso Nacional; (b) 
organização sindical, entidade de classe 
ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em 
defesa dos interesses de seus membros ou 
associados.
71. Conceder-se-á mandado de injunção sem-
pre que a falta de norma regulamentadora 
torne inviável o exercício dos direitos e liber-
dades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania;
72. Conceder-se-á habeas data: (a) para asse-
gurar o conhecimento de informações 
relativas à pessoa do impetrante, constantes 
de registros ou bancos de dados de entida-
des governamentais ou de caráter público; 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
68
(b) para a retificação de dados, quando não 
se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judi-
cial ou administrativo;
73. Qualquer cidadão é parte legítima para pro-
por ação popular que vise a anular ato lesivo 
ao patrimônio público ou de entidade de que 
o Estado participe, à moralidade adminis-
trativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo 
comprovada má-fé, isento de custas judi-
ciais e do ônus da sucumbência.
74. O Estado prestará assistência jurídica integral 
e gratuita aos que comprovarem insuficiên-
cia de recursos.
75. O Estado indenizará o condenado por erro 
judiciário, assim como o que ficar preso além 
do tempo fixado na sentença;
76. São gratuitos para os reconhecidamente 
pobres, na forma da lei: (a) o registro civil 
de nascimento; (b) a certidão de óbito;
77. São gratuitas as ações de habeas corpus e 
habeas data, e, na forma da lei, os atos neces-
sários ao exercício da cidadania;
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
69
78. A todos, no âmbito judicial e administra-
tivo, são assegurados a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a celeri-
dade de sua tramitação.
São direitos sociais previstos na Constituição 
Federal: a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a pre-
vidência social, a proteção à maternidade e à 
infância e a assistência aos desamparados.
Estes irão garantir aos indivíduos condições 
materiais tidas como imprescindíveis para o 
pleno gozo dos seus direitos. Contudo, eles 
exigem uma intervenção na ordem social para 
assegurar uma justiça distributiva, ou seja, dessa 
forma o Estado teria que atuar diretamente com 
a finalidade de diminuir as desigualdades sociais.
NACIONALIDADE
A nacionalidade pode ser definida por dois cri-
térios: ius sanguini e ius soli. O primeiro é aquele 
em que a pessoa tem a mesma nacionalidade de 
seus pais, como o nome diz, decorre do sangue; 
enquanto a segunda é aquela em que a pessoa 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
70
tem que nascer no território para adquirir a 
nacionalidade do Estado. 
De acordo com o Art. 12 da Constituição 
Federal, são considerados brasileiros natos:
 a) os nascidos na República Federativa 
do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, 
desde que estes não estejam a serviço de 
seu país (ius soli); b) os nascidos no estran-
geiro, depois de atingida a maioridade, de 
pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que 
sejam registrados em repartição brasilei-
ra competente ou qualquer deles esteja a 
serviço do Brasil (ius sanguini); c) os nas-
cidos no estrangeiro de pai brasileiro ou 
mãe brasileira, desde que sejam registra-
dos em repartição brasileira competente 
ou venham a residir no Brasil e optem, 
em qualquer tempo, depois de atingida a 
maioridade pela nacionalidade brasileira.
Já os brasileiros naturalizados, serão considerados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a na-
cionalidade brasileira, exigidas aos ori-
ginários de países de língua portuguesa 
apenas residência por um ano ininterrup-
to e idoneidade moral; b) os estrangeiros 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
71
de qualquer nacionalidade residentes no 
Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e 
sem condenação penal, desde que requei-
ram a nacionalidade brasileira.
A lei brasileira não poderá fazer qualquer distin-
ção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo 
as previstas na Constituição Federal (MARTINS, 
2013).
De acordo com a Constituição Federal, os 
cargos exclusivos de brasileiros nato são: 
presidente e Vice-presidente da Repúbli-
ca; b) Presidente da Câmara dos Deputa-
dos; c) Presidente do Senado Federal; d) 
Ministro do Supremo Tribunal Federal; e) 
carreira diplomática; f) oficial das Forças 
Armadas; g) Ministro de Estado da Defe-
sa (BRASIL, 1988, on-line).
Por fim, existem hipóteses em que será decla-
rada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
a) tiver cancelada sua naturalização, por 
sentença judicial, em virtude de atividade 
nociva ao interesse nacional; b) adquirir 
outra nacionalidade, salvo nos casos de: 
1) reconhecimento de nacionalidade ori-
ginária pela lei estrangeira; 2) imposição 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
72
de naturalização, pela forma estrangeira, 
ao brasileiro residente em país estrangei-
ro, como condição para permanência em 
seu território ou para o exercício de direi-
tos civis (MARTINS, 2013, p. 57).
Dessa forma, podemos observar que tanto a 
aquisição quanto a perda da nacionalidade são 
previstas em lei com o objetivo de proporcio-
nar a todos direitos iguais.
DIREITOS POLÍTICOS
De acordo com o Art. 14 da Constituição Federal, 
a soberania popular é exercida pelo sufrágio uni-
versal e pelo voto direto e secreto, com valor 
igual paratodos e, nos termos da lei, pelo: a) 
plebiscito; b) referendo; c) iniciativa popular.
O sufrágio é o direito subjetivo de uma pessoa 
eleger alguém ou de ser eleito para algum cargo 
político. Por ser um direito subjetivo, como visto 
anteriormente, significa que ele é uma faculdade 
do indivíduo. O voto é apenas o direito de ele-
ger uma pessoa, cada indivíduo tem o seu, não 
podendo vendê-lo nem transmitir a terceiros.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
73
O plebiscito é a consulta anterior formulada 
ao povo para aprovar ou rejeitar o que lhe hou-
ver sido submetido, sendo feito por meio do 
voto. O referendo, porém, é a consulta posterior 
formulada ao povo para ratificar ou rejeitar ato 
legislativo ou administrativo já determinado.
Pela Carta Magna, o alistamento eleitoral e o 
voto são obrigatórios para os maiores de 18 
anos e facultativo (opcional) para os analfa-
betos, os maiores de 70 anos e os maiores de 
Em recente caso de plebiscito que tivemos em 
nosso país, foi feita uma proposta de divisão do 
Estado do Pará e, para tanto, houve uma con-
sulta à população paraense. Com a realização 
do plebiscito, a população rejeitou a proposta 
que acabou não seguindo adiante.
Leia a reportagem “Em plebiscito, eleitores do 
Pará rejeitam divisão do estado”, disponível em: 
<http://politica.estadao.com.br/noticias/ge-
ral,em-plebiscito-eleitores-do-para-rejeitam-
-divisao-do-estado,809700>. 
Fonte: a autora.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
74
16 e menores de 18 anos. Ainda, não poderão 
fazer o alistamento eleitoral os estrangeiros e, 
durante o período do serviço militar obrigató-
rio, os conscritos.
 Para ser eleito, é preciso ter idade mínima de: 
a) 35 anos para presidente, vice-presidente da 
República e senador; b) 30 anos para governa-
dor e vice-governador de Estado e do Distrito 
Federal; c) 21 anos para deputado federal, depu-
tado estadual ou distrital, prefeito e vice-prefeito; 
d) 18 anos para vereador. Contudo, não há uma 
idade limite para se candidatar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na primeira unidade, estudamos quais as fun-
ções e como se divide o Direito. Diferenciamos 
ainda o Direito da Moral. Neste estudo, pudemos 
constatar que o Direito surge por uma imposição 
do Estado, que o cria a partir da necessidade da 
própria sociedade, devendo evoluir conforme 
a evolução da mesma. A moral, porém, surge 
a partir da cultura, da religião, da criação de 
cada pessoa, não existindo uma punição e nem 
mesmo sendo imposta pelo Estado.
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
75
Além disso, verificamos também que o Direito 
possui uma classificação em ramos, com o obje-
tivo de facilitar nosso estudo e ficar mais claro 
também como o Direito se estruturou.
No que diz respeito às fontes, como o Direito 
traz regras que regulamentam a vida humana 
em sociedade, não poderíamos deixar de men-
cionar que a principal delas é a Constituição 
Federal de 1988. Ela que regulamenta todo o 
nosso Estado Democrático de Direito. Além 
disso, toda lei que é criada em nosso país deve, 
obrigatoriamente, seguir o que é previsto na 
Constituição. Caso contrário, a lei criada será 
declarada como inconstitucional, ou seja, não 
produzirá efeitos perante a sociedade.
Para inspirar a criação de uma norma, não 
podemos deixar de falar dos princípios de Direito, 
os quais têm como função a inspiração, o dire-
cionamento, o que permitirá que a norma seja 
criada. Todavia, deve-se ressaltar que estes não 
sao considerados fontes do Direito, mas sim 
apenas uma referência para o mesmo.
Vimos, ainda, que a Constituição brasileira 
traz uma série de Artigos, prevendo um pouco 
INTRODUÇÃO AO DIREITO E DIREITO CONSTITUCIONAL
76
de cada ramo do Direito. Ela aborda quais são 
os fundamentos e os objetivos do nosso Estado 
e, por fim, os direitos e garantias fundamentais 
previstos no Art. 5º da Carta Magna.
Aqui objetivamos não esgotar os assuntos, 
mas apenas ilustrar a importância deles, bus-
cando despertar a curiosidade e o estudo pelos 
temas apresentados.
DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direitos fundamentais são entendidos como 
os direitos mais básicos de todos os cidadãos. 
Embora haja confusão terminológica quanto 
ao termo, sendo muito usado como sinônimo 
de “direitos humanos” ou “direitos do Homem”, 
é importante isolá-lo como uma categoria pró-
pria. Na doutrina jurídica brasileira, os direitos 
fundamentais são descritos pela Constituição 
de 1988 e se aplicam somente aos indivídu-
os e casos por ela regidos, diferindo de “direi-
tos humanos” por estes se aplicarem a todo o 
mundo, independente de soberania nacional. 
No seu Título segundo, a Constituição classi-
fica os direitos e garantias fundamentais dos 
brasileiros entre direitos e deveres individuais 
e coletivos (igualdade perante a lei, inviolabi-
lidade do direito à vida, etc...), direitos sociais 
(saúde, educação, trabalho, lazer...) e direitos 
políticos.
Não existe uma origem concreta nem uma de-
finição objetiva para direitos fundamentais, 
embora as três principais correntes jusfilosó-
ficas tenham dado suas interpretações. A dos 
jusnaturalistas é a mais conhecida, classifican-
do tais direitos como anteriores a qualquer 
legislação; para eles, tais direitos nascem de 
características inatas da humanidade, sendo 
comuns a todos os homens, independente do 
espaço ou tempo. Mais sucintos, os juspositi-
vistas defendem tais direitos como frutos da 
legislação humana, enquanto os realistas ju-
rídicos, mais influentes na América do Norte, 
acreditam que os direitos fundamentais são 
aqueles conquistados pelas sociedades ao 
longo do história, não tendo uma origem fixa 
nem dependendo somente da vontade jurídi-
ca.
Hoje, tanto no Brasil quanto em boa parte do 
Ocidente, o consenso é de que estes direitos 
resultaram de um gradual processo histórico e 
sociológico. Como explanou o jurista Norber-
to Bobbio, os “direitos do homem” nasceram 
após árduas lutas entre os detentores de ve-
lhos privilégios e os defensores de novas liber-
dades. Assim, o “fundamental” para uma socie-
dade em determinado tempo não é igual para 
outros povos em épocas diferentes, caracteri-
zando sua natureza histórica. Além disso, re-
conhece-se que os direitos fundamentais são 
relativos (nenhum se sobrepõe ao outro), con-
correntes (podem conflitar-se) imprescritíveis 
(não se perdem pela falta de uso), inalienáveis 
(não podem ser transferidos), irrenunciáveis 
(ninguém pode abdicar deles), eficazes (ge-
ram relações entre indivíduos ou entre estes 
e o Estado) e indivisíveis, ou seja, devem ser 
tomados em sua completude (ninguém pode 
“desrespeitar um pouco” certo direito; ele é ou 
respeitado ou quebrado inteiramente).
Por sua evolução histórica, classificam-se os 
direitos fundamentais em três gerações. Os 
de primeira geração são os direitos mais fun-
damentais conquistados pela humanidade, 
como a posse de propriedade e as liberdades 
de movimento, crença ou expressão. São cha-
mados de direitos individuais ou negativos, 
pois concernem primariamente a cada cida-
dão e não podem ser negados por qualquer 
autoridade. Já os direitos de segunda geração 
focam no bem estar coletivo, a exemplo da 
saúde, educação, segurança pública e alimen-
tação (liberdade da fome). São chamados de 
direitos positivos porque se pressupõe um de-
ver do Estado, por assistência ou políticas pú-
blicas, em promovê-los.
Mais recente, a terceira geração brotou com 
a revolução tecnocientífica (década de 70 em 
diante), sendo também referida como direitos 
meta ou supraindividuais. Embora indivíduos 
estejam envolvidos, esses direitos focam no 
ecossistema de relações por eles construído. 
São os direitos à paz, ao desenvolvimento e 
a um meio ambiente ecologicamente equili-
brado, por exemplo.Adicionalmente, o Direi-
to Processual Civil distingue-os entre direitos 
difusos (válidos para todos, sem pertencer a 
ninguém específico), direitos coletivos stricto 
sensu (válidos para um grupo, sem pertencer 
a nenhum membro só) e direitos individuais 
homogêneos (pertencentes a cada indivíduo, 
mas cuja defesa pode ser feita coletivamen-
te). Vale notar que, com a ascensão de novas 
tecnologias e movimentos sociais, os direitos 
fundamentais podem entrar em uma quarta 
geração, a exemplo dos direitos ao acesso à 
Internet e à saúde sexual e reprodutiva.
Fonte: Cysne, D. (2016, on-line)2.
1. O Direito pode ser definido como o con-
junto de princípios, regras e instituições 
destinados a regulamentar a vida huma-
na em sociedade. Para que o Direito seja 
cumprido em sociedade, o Estado, com o 
uso do seu poder imperativo, prevê a san-
ção (punição). Com o intuito de facilitar a 
compreensão do Direito, este é dividido 
em algumas áreas. Vimos que uma des-
sas divisões é em Direito Objetivo e Direi-
to Subjetivo. Com relação a essa divisão, 
analise as afirmativas abaixo e assinale 
a alternativa correta:
I. O Direito Objetivo é aquele criado pelo 
Estado e aplicado a toda a sociedade.
II. O Direito Subjetivo é a faculdade, a es-
colha de a pessoa postular seu direito, 
objetivando a realização de seus inte-
resses.
III. O Direito Objetivo dependerá da vonta-
de do indivíduo para existir.
IV. O Direito Subjetivo é um complexo de 
normas que são impostas às pessoas.
a) Estão corretas somente as afirmativas I e 
II.
b) Estão corretas somente as afirmativas I e 
IV.
c) Estão corretas somente as afirmativas III 
e IV.
d) Estão corretas somente as afirmativas II 
e III.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
2. O Direito é uma ciência, sendo bilateral, 
pois precisa de duas pessoas para existir, 
além de impor um comportamento do in-
divíduo na sociedade e, quando for des-
cumprido, haverá uma sanção por parte 
do Estado. Já que o Direito é uma ciência, 
existe uma vasta classificação dele. Com 
relação a essa classificação, analise as 
afirmativas abaixo e assinale a alterna-
tiva correta. 
I. O Direito Natural nasce a partir do mo-
mento em que surge o homem, apare-
cendo naturalmente para regular a vida 
humana em sociedade.
II. O Direito Positivo é um conjunto de re-
gras estabelecidas por meio do poder 
político em vigor em um determinado 
país e em uma determinada época.
III. O Direito Público envolve a organização 
de um Estado, onde são estabelecidas 
as normas de ordem pública.
IV. O Direito Privado diz respeito ao interes-
se dos particulares, decorrente da mani-
festação de vontade dos interessados.
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
3. Ao aplicar uma lei, o juiz busca atender aos 
fins sociais a que ela se dirige e às exigên-
cias do bem comum. Para se aplicar uma 
norma, muitas vezes o juiz precisa analisar 
o caso e interpretar a norma com o intui-
to de compreender o que o legislador quis 
dizer com sua criação. Sobre as formas 
de interpretação, analise as afirmativas 
abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Histórica: constata-se a realidade e a ne-
cessidade social na elaboração da lei e 
em sua aplicação.
II. Restritiva: é aquela realizada pelo pró-
prio órgão que criou a lei, no momento 
em que ela declara o sentido, alcance e 
conteúdo por meio de norma.
III. Lógica: estabelece-se uma conexão en-
tre vários textos legais a serem interpre-
tados e aplicados ao caso concreto.
IV. Gramatical: é a verificação do sentido 
gramatical da norma criada.
a) Estão corretas somente as afirmativas I, 
II e IV.
b) Estão corretas somente as afirmativas I e 
II.
c) Estão corretas somente as afirmativas II, 
III e IV.
d) Estão corretas somente as afirmativas III 
e IV.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
4. Como o próprio nome diz, o princípio é a 
base de tudo. Pode-se dizer que ele é o ali-
cerce do Direito. A atuação do princípio no 
Direito se inicia antes de a regra ser feita, ou 
em uma fase pré-jurídica. Ou seja, em ver-
dade os princípios acabam influenciando 
a elaboração da regra. Em nossa disciplina, 
estudamos alguns princípios gerais de Di-
reito. Sobre esses princípios, assinale a 
alternativa incorreta:
a) O princípio do respeito à dignidade da 
pessoa humana é um dos objetivos do 
nosso país.
b) O princípio da proporcionalidade é 
aquele em que não se pode impor con-
dutas a não ser que seja em estrito cum-
primento do interesse público.
c) O princípio da razoabilidade é aquele em 
que as pessoas devem agir com razoabi-
lidade, o que também acontece com as 
normas jurídicas.
d) O princípio da função social é aquele que 
regula a vida humana em sociedade, es-
tabelecendo regras de conduta que de-
vem ser respeitadas por todos.
e) O princípio normativo é aquele em que 
o Poder Legislativo atuará nos casos con-
cretos quando não houver uma disposi-
ção específica para disciplinar determi-
nada atuação.
5. A Constituição Federal, em seu art. 2º, pre-
vê que “são poderes da União, indepen-
dentes e harmônicos entre si, o Legislativo, 
o Executivo e o Judiciário”. A fórmula ide-
al para o funcionamento do Estado é que 
suas operações fundamentais sejam repar-
tidas entre vários órgãos autônomos, cada 
um atuando em sua esfera de atribuição. 
No Brasil, existem três poderes: Executivo, 
Legislativo e Judiciário. Sobre esses pode-
res, assinale a alternativa incorreta:
a) O Poder Executivo é exercido pelo Presi-
dente da República, auxiliado pelos Mi-
nistros de Estado.
b) O Poder Judiciário dirá como as normas 
serão aplicadas, e assim demonstrará 
qual a forma correta de interpretação 
das leis.
c) O Poder Legislativo é exercido pelo Con-
gresso Nacional, que é composto somen-
te pelo Senado Federal, sendo eleito pe-
los habitantes dos respectivos estados.
d) Os deputados são escolhidos pelo siste-
ma proporcional e cada estado da fede-
ração, bem como o Distrito Federal, não 
poderá ter menos de oito e mais de 70 
representantes.
e) O vereador é um representante do povo 
na Câmara dos Vereadores.
MATERIAL 
COMPLEMENTAR
Instituições de Direito 
Público e Privado
Sérgio Pinto Martins 
Editora: Atlas
Sinopse: a obra citada é 
excelente para nos auxiliar a 
entender melhor o Direito. É 
uma obra simples, com linguagem fácil, voltada 
para aqueles que não têm formação jurídica, mas 
têm interesse em conhecer melhor a estrutura e 
o funcionamento do nosso país. 
MATERIAL 
COMPLEMENTAR
O náufrago
Narra a história de um empregado 
da FedEx que sofre um acidente 
aéreo e vai parar numa ilha 
desabitada no meio do Pacífico 
Sul. É incomum no cinema 
em Hollywood que, durante a 
maior parte do filme, só haja um 
personagem humano. 
Comentário: o filme é um bom exemplo de 
onde existe o Direito de fato. No momento em 
que Tom Hanks fica sozinho na ilha, não existe 
nenhuma regulamentação sobre a vida em 
sociedade. A partir do momento em que ele volta 
para a civilização, deve se adaptar novamente à 
regulamentação que ali existe.
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Fede-
rativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicaocompilado.htm>. 
Acesso em: 20 mar. 2017.
COTRIM, G. Direito Fundamental: Institui-
ções de Direito Público e Privado. São Paulo: 
Saraiva. 2009.
MARTINS, S. P. Instituições de Direito Públi-
co e Privado. São Paulo: Atlas, 2013.
FÜHRER, M. C. A.; MILARÉ, E. Manual de Di-
reito Público e Privado. São Paulo: R dos 
Tribunais. 2009.
PALAIA, N. Noções essenciais de Direito. 
São Paulo: Saraiva.

Outros materiais