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Medicina - 6º Semestre - Ana Paula Cuchera e Eduarda Costa Profº Sérgio 16 de ago. de 2023 Dor torácica - Dor pleurítica → É uma dor localizada na região torácica, sem suspeita de causa cardíaca - Causada por atrito pleural → pneumonia, derrame pleural, TEP (tromboembolismo pulmonar) - Piora a inspiração e a tosse, é localizada, não irradiada. ● Não irradia porque a pleura é inervada pelos nervos intercostais, que são somáticos - Sinal de Levine → punho cerrado sobre o tórax - importante achado da semiologia cardiovascular, usualmente encontrado em pacientes com queixa de angina ou precordialgia ● É um sinal patognomônico de isquemia miocárdica ● Manifestado quando o paciente coloca o punho cerrado sobre o tórax, ao se queixar de dor torácica ● Emmulher a dor é atípica - Exemplo de caso: ● Paciente apresenta dor torácica e você suspeita de dor pleurítica → pois piora a dor na respiração, dor localizada que não irradia, tosse piora, como pneumonia. - Existem várias causas de dor torácica, o infarto e causa cardíaca são as mais perigosas, porque são as coisas que mais matam o paciente - Com isso, quando tiver dor torácica tem que fazer o “Protocolo de dor torácica” → fazer eletro (10 min) ou pedir enzimas cardíacas - Dor não cardíaca → precisa ver a característica da dor, ela não é cardíaca quando: ● Piora com esforço físico ou com respiração OBS! A dor cardíaca não melhora com posição, movimento ou respiração - PROTOCOLO DE DOR TORÁCICA: ● Pacientes com queixa de dor torácica, ou com sinais/sintomas sugestivos de infarto agudo do miocárdio devem realizar um eletrocardiograma (ECG) em até 10 minutos, a contar do início da triagem. ● O ECG deve ser avaliado imediatamente pelo médico e seu resultado incluído na Classificação de Risco do paciente. ● A classificação de risco se dará nos seguintes níveis: ○ Vermelho: Prioridade zero - emergência, necessidade de atendimento imediato. ○ Amarelo: Prioridade 1 – urgência, atendimento o mais rápido possível. ○ Verde: Prioridade 2 – prioridade não urgente. ○ Azul: Prioridade 3 – consultas de baixa complexidade – atendimento de acordo com o horário de chegada. Tosse - Como investigar a tosse: ● Seca ou produtiva? ○ Saber do escarro: cor, odor e quantidade ● Presença de sangue ● Tempo → Aguda ou crônica ● Fator de piora ou melhora (como poeira, cheiros acentuados) ● Tem associação com alergia → diagnóstico de rinite, broncoespasmos - Tosse ocorrem em casos de: ● Asma ● Alergia → diagnóstico de rinite 1 ● Refluxo gastroesofágico → além da tosse tem azia, queimação, etc ● IECA (Inibidor da enzima de conversão da angiotensina) ○ Efeito colateral - bradicinina irrita a via aérea ● IVAS (Infecção de Vias Aéreas Superiores) ● Qualquer doença crônica pulmonar: ○ DPOC (tabagismo) ○ Tuberculose - Hemoptise → estrias de sangue no escarro ● Sangue tem característica de mousse de morango ● Hemoptise maciça - Escarro hemoptoico →muito sangue - Causas: ● Bronquiectasia → tubo tem depressões e pode sangrar muito, gerando muco com sangue ● Estenose mitral → aumento da pressão do retorno venoso do ventrículo esquerdo (inclusive do sangue que veio das veias brônquicas), com isso as veias dilatam e causam hemoptise brônquica - Hematêmese → sangue visível no vômito Pulmão - Dispneia: ● Retração de fúrcula ● Tiragem intercostal ● Batimento de asa nasal ● Taquipneia → respiração com alta frequência ○ Determinante anatômico da taquipneia → receptor J (quimiorreceptor), Localizados no interstício pulmonar, em contato com os capilares, ocorre quando há um preenchimento alveolar (em geral) ○ Receptor J → Uma vez estimulados, os impulsos viajam através do nervo vago em fibras de condução lenta, levando a uma respiração rápida e superficial ■ A estimulação extrema pode resultar em apnéia. ■ Os receptores “J” provavelmente desempenham um papel na aparente dispneia observada em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva do lado esquerdo e doença pulmonar intersticial ○ Se instala em um quadro muito maciço ou tardiamente (ex: covid = tardio) ● Hiperpnéia → aumento do volume corrente para a respiração (rápida e profunda) ● Cianose de extremidades → dependendo do grau de dispneia pode dar ● Ortopneia → sensação de dispneia quando o paciente está deitado ● Platipneia → é o nome dado à sensação de dispneia, que surge ou se agrava com a adoção da posição ortostática, particularmente em pé. ○ Ocorre em pacientes com pericardite ● Dispneia paroxística noturna → paciente acorda sem ar ● Baqueteamento digital → unha em vidro de relógio - Alteração do ritmo respiratório: ● Cheyne-Stokes → é uma forma de respiração periódica na qual apnéias e hipopnéias se alternam com períodos de hiperpnéias que apresentam um padrão crescendo e decrescendo de volume corrente. ○ Principal causa → intoxicação por morfina ou barbitúrico, aterosclerose cerebral, etc. ● Kussmaul → respiração do indivíduo é lenta e profunda, e, quando encontrada, deve alertar o médico para quadros de intoxicação no bulbo respiratório desses pacientes ○ Podendo ser uma cetoacidose diabética (principal causa) ou uma acidose metabólica ■ Cetoacidose → halitose (cheiro de cetona) ● Biot → é um padrão anormal de respiração caracterizado por grupos de rápidas e curtas inspirações seguidas por períodos regulares ou irregulares de apneia. 2 ○ Ocorre pois o centro respiratório está demorando para receber as informações se está dando certo ou não (demora mais para perceber a hipercapnia) ■ O centro respiratório controla de acordo com o nível de CO2 no sangue que chega ao cérebro ● Respiração sibilante → sons que se assemelham a assobios Parâmetros para fazer acesso central - Seguir o passo-a-passo: 1. Encontrar o triângulo de Sedillot a. Triângulo de Sedillot → formado pela cabeça esternal e cabeça clavicular do músculo esternocleidomastóideo e o juntamente com a clavícula 2. Puncionar na borda medial da cabeça clavicular em direção ao mamilo homolateral 3. Pegar a veia jugular interna 4. O cateter vai até a entrada do átrio direito ● Entrada do átrio direito → na borda esternal do segundo espaço intercostal (achar pelo ângulo de Louis) ● Para medir o cateter, ver primeiro por fora e fazer um nó no cateter para saber até onde introduzir OBS! Nunca puncionar a subclávia esquerda, porque perto há o ducto torácico e se esse é lesado não há como consertar (muito difícil), a pessoa pode morrer com derrames pericárdicos, já que 80% da linfa produzida no corpo humano desemboca nesse local. ● Quando puncionar, utilizar só do lado direito → se o direito estiver inflamado punciona a femoral ● Utilizar o ultrassom ajuda a puncionar Coração - Trombose da veia cava superior ● Paciente inchado e quando começa a falar fica roxo, desaparece a saboneteira anatômica ● Causado por linfoma não Hodgkin (rápido - neoplasia commaior fração de crescimento do ser humano) OBS! O linfoma Hodgkin ele cresce lentamente e é mais fácil identificar e tratar 3 - 4T → Tumores de mediastino: ● Tiróide mergulhante ● Timoma ○ Manifestação clínica → miastenia gravis (problema na contração muscular), cai a pálpebra superior ■ Coloca bolsa de gelo por 5 min, pois assim retarda a ação da acetilcolinesterase e aumenta a quantidade de acetilcolina na musculatura ● Teratoma ● Terrível Linfoma PROVA - Marcos anatômicos importantes: ● 2º espaço intercostal (EIC) → para a inserção da agulha no caso de pneumotórax hipertensivo ○ Pneumotórax → acúmulo de ar entre a pleura parietal e visceral ● 4º EIC → para a inserção de dreno torácico ○ Exemplo: quando tiver derrame pleural, hemotórax que precisa drenar ○ Nem todos os derrames pleurais precisa drenar OBS! Tubo ou agulha sempre coloca na parte de cima da costela, pois na parte de baixo passa vasos e nervos importantes ● Ângulo de Louis → está no esterno e é referência para o 2º EIC ● As cartilagens costais das sete primeiras costelas articulam-se com o esterno. ● As cartilagens das 8ª , 9ª e 10ª costelas articulam-se com as cartilagens costais logo acima delas. ● A11ª e a 12ª costelas, as chamadas “costelas flutuantes”, não têm fixações anteriores. ● C7 → processo espinhoso mais visível ● T7 e T8 → fazer toracocentese (punção de alívio para coletar fluidos no derrame pleural) - Pulmão: reparos anatômicos - Pulmão examinar: ● De frente ● De lado ● De costa OBS! De frente, o lobo inferior direito e esquerdo equivale só a uma ponta - Dispneia: ● A dispneia é a conscientização não dolorosa, porém desconfortável, da respiração que é inadequada em relação ao nível de esforço. ● Escala mMRC (prova) 4 - Como descrever um achado no tórax: ● Linhas ● Regiões Linha → do apêndice xifóide para separar a 7 da 8 OBS! Pedir para o paciente colocar a mão na cabeça para ver a região lateral 5 - Inspeção: - Sinal de Virchow: linfonodo sentinela → supraclavicular, grande e duro → indicativo de câncer gástrico - Palpação: - Partes moles: ● Contraturas musculares ● Edema ● Sudorese ● Enfisema subcutâneo ● Gânglios ● Supra e infra claviculares ● Axilares - Expansibilidade pulmonar: Os dedos vão se afastar OBS! Expansão unilateral: um dedo movimenta e o outro não - Frêmito: ● “Palpar” o som → é o frêmito ● Vogal ou “33” → sentir a vibração do som ● A, L e P ● Aumentado - consolidações ● Normal ● Diminuído - derrames pleurais - Percussão: - Falange distal nos espaços intercostais (indicador e/ou dedo médio)/movimento de martelo - Movimenta o punho e não o braço - Sons: ● Normal: Claro pulmonar ● Hiper sonoro: “tambor”/hipertimpânico → Enfisema 6 ● Macicez ou Submacicez: “som abafado” → Derrame pleural - Ausculta: - Manobra com instrumento ● Respirar profundamente, pausadamente, sem fazer ruídos e em ambiente silencioso ● Sons normais: ○ Ruído laringo traqueal ○ Ruído brônquico ○ Murmúrio vesicular ● Sons anormais ○ Descontínuos: estertores ○ Contínuos: roncos e sibilos ○ Sopros ○ Atritos pleurais Homem: Mulher: OBS! Não auscultar em cima da mama e nem da escápula - Asma brônquica: ● Inflamação crônica das vias aéreas, geralmente alérgica ○ Manutenção → para evitar crises ○ Medicação de resgate para sintomas episódicos (crises) ● Fisiopatologia: hiperreatividade brônquica que leva a broncoconstrição (SN parassimpático) ○ Broncoconstrição (leucotrienos) + vasodilatação (inflamação) = edema ○ Broncoconstrição continua → espessamento da musculatura lisa (fibrose) - Anamnese: ● Perguntas ativas sobre os sintomas ● Classificar a asma: controlada, parcialmente controlada e não controlada - Inspeção: ● Tipo de tórax ● Formato do tórax: normolíneo, brevilíneo, longilíneo ● Dispnéia → Tiragem intercostal e retração de fúrcula 7 ● Sintomas: sibilos, dispneia, opressão torácica retroesternal, tosse, acidose respiratória (avalia pela gasometria) - Diagnóstico: ● Espirometria (com broncodilatador) ○ Assopra o máximo que puder ○ Depois broncodilatador e pede para soprar novamente ● Hemograma (eosinófilo e macrófago - inflamação) ● Raio x - Tratamento: O2, broncodilatador (para dispneia) e outros antiinflamatórios + antibiótico (tosse produtiva) ● LABA (beta 2 agonista de longa duração) e SABA (beta 2 agonista de curta duração) ● Corticoide inalatório (base do tratamento) e oral ● Imunobiológicos - Componentes inspiratório e expiratório ● Sons vocais (ausculta da) ○ Ressonância vocal normal ○ Ressonância vocal diminuída: derrames pleurais , atelectasia ○ Ressonância vocal aumentada: ■ Broncofonia → ausculta da voz sem nitidez ● Pectorilóquia → consegue escutar claramente o que a pessoa fala (hiperressonância) ○ Pectorilóquia fônica → é quando se ouve com nitidez a voz falada ○ Pectorilóquia afônica → é quando se ouve com nitidez a voz cochichada ● Egofonia → ressonância vocal aumentada (sommetálico e nasalado) - Sons anormais: - Descontínuos - estertores ● Sons que se superpõe aos sons normais ○ Estertores finos ou crepitantes ■ Som agudo ■ Som de cabelo ■ Não modifica com a tosse ■ Produzidos quando há presença de líquido (pneumonia) ou alteração do tecido de sustentação (doenças intersticiais) ○ Estertores grossos, bolhosos ou subcrepitantes ■ Som grave ■ Modifica com a tosse ■ Bronquite crônica, pneumonia (líquido) - Contínuos ● Roncos ● Sibilos (único agudo) ● Estridor (chiado no peito) ● Sopro ○ Anormal: condições clínicas em que o pulmão perde sua textura normal ■ Tubário: pneumonia ■ Cavitário: cavidades (tuberculose, neoplasia - brônquio de drenagem) ■ Anfórico: pneumotórax hipertensivo (pode ocorrer em cavidades e pneumonias) ● Atrito pleural (ranger de couro) 8 - Síndromes pulmonares: 1- Congestão - Acúmulo de líquido no interstício pulmonar (ICC, hipertensão pulmonar e doença das valvas) 2- Consolidação - preenchimento do espaço por células e exsudato (mais denso que ar - pneumonia, tuberculose) 3- Hiperaeração - enfisema é o exemplo clássico = destruição alveolar (diafragma reto - pressão ar, tórax em barril) 4- Atelectasia - desaparecimento do ar no alvéolos sem que o espaço alveolar seja preenchido por células ou exsudato = colaba o pulmão (corpos estranhos e massa) ● Extrínseca → fora da árvore brônquica ● Intrínseca → dentro da árvore brônquica 9 5- Cavidade, cavitação e escavação - é uma área pulmonar preenchida por ar no centro de um nódulo ou área consolidada, identificada habitualmente pela radiografia de tórax ou tomografia computadorizada (tuberculose e câncer de pulmão) OBS! Vômica → eliminação de uma secreção purulenta com odor bastante fétido - Pode ter hemoptise → pois pode no processo inflamatório ter neovascularização ou até atingir vaso - Hemoptoico → sangue misturado com catarro - Frêmito toracovocal → no local da cavitação vai estar aumentado pois tem secreção devido a inflamação - Síndromes pleurais: 1- Derrame pleural - Presença de líquido na cavidade pleural (ICC, pneumonia, tuberculose, colagenoses, neoplasias) ● Sempre fazer punção e biópsia pleural (colher líquido para analisar) 10 2.a- Pneumotórax simples- presença de ar no espaço pleural, estoura uma bolha e por diferença de pressão começa a entrar ar e forma o pneumotórax (traumas, ruptura de bolha subpleural, ou causas de comunicação de alvéolos com cavidade pleural, neoplasia) - Paciente súbito que do nada tem dor e dispneia 2.b- Pneumotórax hipertensivo ● Diferença de um pneumotórax hipertensivo para não hipertensivo: no hipertensivo a entrada de ar é contínua e em grande quantidade, lesão é maior que ⅔ que o tamanho da traqueia → entra mais ar, pois vai crescendo e empurrando ● Inspeção: ○ Dispnéia importante ○ Hipotensão ○ Assimetria de tórax ○ Desvio de traquéia ○ Distensão das veias do pescoço ● Ausculta: ○ MV diminuído abolido ○ Diminuição da expansão ● Percussão: ○ Hipertimpanismo 3- Pleurite - inflamação dos folhetos pleurais, dor ao respirar (tuberculose, pneumonia, viroses, neoplasia) - Pneumonias lobares → onde o comprometimento inflamatório nos espaços aéreos é difuso e homogêneo (consolidação) ● Causa: streptococcus pneumoniae (pneumococo) está envolvido em cerca de 90% dos casos de infecção adquirida na comunidade ● Sintomas: ○ Febre alta de início súbito ○ Calafrios com tremores ○ Tosse produtiva com escarro purulento ○ Hemoptise (às vezes) 11 - Paralisia diafragmática → perda da força muscular para gerar a pressão necessária para uma ventilação adequada ● Inervação do diafragma vem dos nervos frênicos (C3-C5) ● Sintomas: dificuldade respiratória, movimentos assimétricos do tórax durante a respiração, além de frequentes infecções pulmonares ● Tratamento: cirúrgico - Edema agudo de pulmão → é um acúmulo de líquido extravasado dos capilares para o interstício pulmonar o que dificulta troca gasosa (congestão) ● Causa: hipertireoidismo, arritmias, IAM ● Pode levar a insuficiência respiratória aguda hipoxêmica ● Sintomas: dificuldade de respiração, sensação de afogamento, sudorese, má perfusão periférica e cianose ● Tratamento: O2, nitroprussiato de sódio, diurético e ventilação - Tuberculose: - Muito prevalente, associada ao HIV ● Sintomas e sinais: febre baixa vespertina (arrepios), perda de pesoponderal, sudorese noturna e tosse seca ou produtiva mais de 3 semanas - Fisiopatologia: ● Mycobacterium se estabelece no ápice do pulmão, células inflamatórias produzem cálcio para formar barreira (formação do nódulo de Ghon) ● Quando disseminar → tuberculose miliar ● Morte de células, alvéolos e pneumócitos = necrose caseosa (pus) ● Reativação - imunidade baixa (tb secundária) - Formas graves: ● Tuberculose miliar ● Tuberculose meníngea ● Tuberculose ganglionar ● Tuberculose óssea ● Tuberculose renal OBS! BCG:miliar e meníngea - Diagnóstico: escarro, raio X, Prova tuberculínica, teste rápido molecular - Tratamento: rifampicina e isolamento OBS! Notificação compulsória 12