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Português Lista de Exercícios Exercício 1 (Fuvest 2021) Rubião �tava a enseada, – eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas em verdade vos digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora! Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade. – Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Barba, apenas me dano uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma desgraça... Machado de Assis, Quincas Borba. O primeiro capítulo de Quincas Borba já apresenta ao leitor um elemento que será fundamental na construção do romance: a) a contemplação das paisagens naturais, como se lê em “ele admirava aquele pedaço de água quieta”. b) a presença de um narrador-personagem, como se lê em “em verdade vos digo que pensava em outra coisa”. c) a sobriedade do protagonista ao avaliar o seu percurso, como se lê em “Cotejava o passado com o presente”. d) o sentido místico e fatalista que rege os destinos, como se lê em “Deus escreve direito por linhas tortas”. e) a reversibilidade entre o cômico e o trágico, como se lê em “de modo que o que parecia uma desgraça...”. Exercício 2 (G1 - cmrj 2020) Essa história em quadrinhos se comunica com o leitor por meio de palavras e imagens. Observando a fala de Calvin no primeiro e no último quadrinho, é correto perceber que ele expressa, respectivamente, a) orgulho e a�ição. b) medo e con�ança. c) alegria e precaução. d) curiosidade e satisfação. e) coragem e arrependimento. Exercício 3 (G1 - cotil 2020) Em relação à charge acima, pode-se inferir que: I. O autor faz uma crítica explícita à forma como é tratada a questão de demarcação de terras indígenas no país. II. A charge retrata �elmente a visão de que os indígenas são acomodados pelo fato de estarem acostumados a receber ajuda da classe mais abastada da sociedade. III. A charge ilustra o descaso da população para com a situação dos indígenas no país. IV. A construção do sentido da charge se baseia em aspectos verbais e não-verbais. Estão corretas apenas as proposições: a) I, III e IV b) I, II e III c) II, III e IV d) I e III Exercício 4 (Ufjf-pism 1 2020) Numa entrevista publicada na Folha Ilustrada, em 14 de marco de 2005, o escritor mineiro Luiz Ruffato disse o que está transcrito abaixo: “Estou indo de certa forma na contracorrente da literatura contemporânea brasileira. Ela tende ou para o neonaturalismo ou para uma literatura que chamo de ‘egótica’, muito centrada no eu. Tento caminhar em outra seara, a da literatura realista, que no meu entender não é otimista nem pessimista. Ela estabelece uma re�exão sobre o real a partir do real.” De acordo com o que disse Luiz Ruffato em sua entrevista, o conceito de “realismo contemporâneo” que ele defende pode ser explicado em qual das alternativas abaixo? a) Um realismo excessivamente elaborado, que busca o máximo de verossimilhança, mesmo que, para tanto, a verdade seja sacri�cada no texto. b) Um realismo totalmente descompromissado das questões fundamentais do seu próprio tempo, com vistas a fortalecer uma ideia de �cção baseada somente na experimentação com a linguagem. c) Um realismo que parta do real cotidiano para compreender a realidade, cuidando de tomar certo distanciamento da matéria para não tomá-la de forma demasiado personalista. d) Um realismo de combate, fruto das re�exões profundas do escritor acerca da realidade, com vistas a assumir uma postura de orientação para as tomadas de posição pelo leitor. e) Um realismo indiferente, cujo único compromisso e com a literatura que se alimenta de testar os seus próprios limites. Exercício 5 (Unicamp 2020) Texto I Os idiomas e suas regras são coisas vivas, que vão se modi�cando de maneira dinâmica, de acordo com o momento em que a sociedade vive. Um exemplo disso é a adoção do termo “maratonar”, quando os telespectadores podem assistir a vários ou a todos os episódios de uma série de uma só vez. Contudo, ao que parece, a plataforma Net�ix não quer mais estar associada “maratona” de séries. A maior razão seria a tendência atual que as gigantes da tecnologia têm seguido para evitar o consumo excessivo e melhorar a saúde dos usuários. (Adaptado de Claudio Yuge, “Você notou? Net�ix parece estar evitando o termo ‘maratonar’.” Disponível em https://www.tecmundo.com.br/ internet/133690-voce-notou-net �ix-pareceevitando-termo-maratonar.htm. Acessado em 01/06/2019.) Texto II Embora os dois textos tratem do termo “maratonar” a partir de perspectivas distintas, é possível a�rmar que o Texto II retoma aspectos apresentados no Texto I porque a) esclarece o signi�cado do neologismo “maratonar” como esforço físico exaustivo, derivado de “maratona”. b) deprecia a de�nição de “maratona” como ação contínua de superação de di�culdades e melhoria da saúde. c) re�ete sobre o impacto que a falta de exercícios físicos e a permanência em casa provocam na saúde. d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a um estilo de vida sedentário, antagônico a maratona. Exercício 6 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Examine a tira de André Dahmer para responder à(s) questão(ões) a seguir. (Unesp 2020) Na tira, a morte é caracterizada como a) frívola. b) compassiva. c) solitária. d) incorruptível. e) materialista. Exercício 7 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia a charge do cartunista Duke para responder à(s) questão(ões) a seguir. (Famema 2020) Depreende-se com a leitura da charge que as redes sociais a) melhoram a saúde do homem, quando usadas intensamente. b) podem ocasionar prejuízos à saúde do ser humano. c) promovem situações salutares de convivência humana. d) permitem o aguçamento da percepção das pessoas. e) in�uenciam pouco a saúde, assim como as atividades físicas. Exercício 8 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de escolarização. Além de medidas que incluem formação de professores e material didático estruturado, o governo cearense acionou um incentivo �nanceiro: as cidades com resultados melhores recebem fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos. O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo. Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São Paulo. Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de propostas palpáveis. (“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.) (Famema 2020) O objetivo do texto é a) analisar o impacto no aumento do ICMS para as políticas públicas educacionais. b) examinar práticas que visem à melhoria das condições de ensino do país. c) criticar a falta de políticas públicas em educação para atender os estados brasileiros. d) contestar os resultados de práticas educacionais chamadas de inovadoras no país. Exercício 9 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: (S1 - ifce 2020) Sobre a charge acima, é correto a�rmar-se a) fake news não existem, assim como personagens de contos de fadas.b) por ser experiente em mentiras, Pinóquio seria um bom consultor para a criação de fake news. c) o nariz de Pinóquio está crescendo, pois ele está veiculando fake news. d) Pinóquio ter uma agenda em seu tablet demonstra um exemplo de fake news. e) o personagem Pinóquio utilizará fake news para conseguir fazer campanha política. Exercício 10 (G1 - ifce 2019) Observe a tirinha a seguir. O livro é escolhido como presente por representar um(a) a) objeto de desejos. b) fonte de conhecimentos. c) objeto de entretenimento. d) meio de melhorar literalmente a visão das pessoas. e) forma de aproximar as pessoas. Exercício 11 (Fuvest 2019) Examine o anúncio. No contexto do anúncio, a frase “A diferença tem que ser só uma letra” pressupõe a a) necessidade de leis de proteção para todos que trabalham. b) existência de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. c) permanência de preconceito racial na contratação de mulheres para determinadas pro�ssões. d) importância de campanhas dirigidas para a mulher trabalhadora. e) discriminação de gênero que se manifesta na própria linguagem. Exercício 12 (Enem 2019) Nesse cartaz, o uso da imagem do calçado aliada ao texto verbal tem o objetivo de a) criticar as difíceis condições de vida dos refugiados. b) revelar a longa trajetória percorrida pelos refugiados. c) incentivar a campanha de doações para os refugiados. d) denunciar a situação de carência vivida pelos refugiados. e) simbolizar a necessidade de adesão à causa dos refugiados. Exercício 13 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o trecho do romance S. Bernardo, de Graciliano Ramos, para responder à(s) questão(ões) a seguir. O caboclo mal-encarado que encontrei um dia em casa do Mendonça também se acabou em desgraça. Uma limpeza. Essa gente quase nunca morre direito. Uns são levados pela cobra, outros pela cachaça, outros matam-se. Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se da pedra, bateu-lhe no peito, e foi a conta. Deixou viúva e órfãos miúdos. Sumiram-se: um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas comeram o segundo, o último teve angina e a mulher enforcou-se. Para diminuir a mortalidade e aumentar a produção, proibi a aguardente. Concluiu-se a construção da casa nova. Julgo que não preciso descrevê-la. As partes principais apareceram ou aparecerão; o resto é dispensável e apenas pode interessar aos arquitetos, homens que provavelmente não lerão isto. Ficou tudo confortável e bonito. Naturalmente deixei de dormir em rede. Comprei móveis e diversos objetos que entrei a utilizar com receio, outros que ainda hoje não utilizo, porque não sei para que servem. Aqui existe um salto de cinco anos, e em cinco anos o mundo dá um bando de voltas. Ninguém imaginará que, topando os obstáculos mencionados, eu haja procedido invariavelmente com segurança e percorrido, sem me deter, caminhos certos. Não senhor, não procedi nem percorri. Tive abatimentos, desejo de recuar; contornei di�culdades: muitas curvas. Acham que andei mal? A verdade é que nunca soube quais foram os meus atos bons e quais foram os maus. Fiz coisas boas que me trouxeram prejuízo; �z coisas ruins que deram lucro. E como sempre tive a intenção de possuir as terras de S. Bernardo, considerei legítimas as ações que me levaram a obtê- las. Alcancei mais do que esperava, mercê de Deus. Vieram-me as rugas, já se vê, mas o crédito, que a princípio se esquivava, agarrou-se comigo, as taxas desceram. E os negócios desdobraram-se automaticamente. Automaticamente. Difícil? Nada! Se eles entram nos trilhos, rodam que é uma beleza. Se não entram, cruzem os braços. Mas se virem que estão de sorte, metam o pau: as tolices que praticarem viram sabedoria. Tenho visto criaturas que trabalham demais e não progridem. Conheço indivíduos preguiçosos que têm faro: quando a ocasião chega, desenroscam-se, abrem a boca – e engolem tudo. Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primeiras tentativas e obriguei a fortuna a ser-me favorável nas seguintes. Depois da morte do Mendonça, derrubei a cerca, naturalmente, e levei-a para além do ponto em que estava no tempo de Salustiano Padilha. Houve reclamações. – Minhas senhoras, seu Mendonça pintou o diabo enquanto viveu. Mas agora é isto. E quem não gostar, paciência, vá à justiça. Como a justiça era cara, não foram à justiça. E eu, o caminho aplainado, invadi a terra do Fidélis, paralítico de um braço, e a dos Gama, que pandegavam no Recife, estudando Direito. Respeitei o engenho do Dr. Magalhães, juiz. Violências miúdas passaram despercebidas. As questões mais sérias foram ganhas no foro, graças às chicanas de João Nogueira. Efetuei transações arriscadas, endividei-me, importei maquinismos e não prestei atenção aos que me censuravam por querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a pomicultura e a avicultura. Para levar os meus produtos ao mercado, comecei uma estrada de rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos, chamou-me patriota, citou Ford e Delmiro Gouveia. Costa Brito também publicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e elogiando o chefe político local. Em consequência mordeu-me cem mil-réis. (S. Bernardo, 1996.) (Unesp 2019) No trecho, o narrador revela-se uma pessoa a) empreendedora e solidária. b) invejosa e hesitante. c) obstinada e compassiva. d) egoísta e violenta. e) preguiçosa e traiçoeira. Exercício 14 (G1 - ifsul 2019) Qual é a crítica central do texto: a) A imagem das crianças com os pés no sofá denota desrespeito aos pais. b) O bebê sofre abandono por parte dos pais. c) Os momentos em família são de mera presença física. d) O pai fala sozinho, enquanto os demais não lhe dão atenção. Exercício 15 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: (...) procurei adivinhar o que se passa na alma duma cachorra. Será que há mesmo alma em cachorro? Não me importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundo cheio de preás. Exatamente o que todos nós desejamos. A diferença é que eu quero que eles apareçam antes do sono, e padre Zé Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e esperamos preás. (...) Carta de Graciliano Ramos a sua esposa. (...) Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração. Precisava vigiar as cabras: àquela hora cheiros de suçuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas. Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do caritó onde sinhá Vitória guardava o cachimbo. (...) Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo �caria todo cheio de preás, gordos, enormes. Graciliano Ramos, Vidas secas. (Fuvest 2018) As declarações de Graciliano Ramos na Carta e o excerto do romance permitem a�rmar que a personagem Baleia, em Vidas secas, representa a) o conformismo dos sertanejos. b) os anseios comunitários de justiça social. c) os desejos incompatíveis com os de Fabiano. d) a crença em uma vida sobrenatural. e) o desdém por um mundo melhor. Exercício 16 (Fuvest 2021) Remissão Tua memória, pasto de poesia, tua poesia, pasto dos vulgares, vão se engastando numa coisa fria a que tu chamas: vida, e seus pesares. Mas, pesares de quê? perguntaria, se esse travo de angústia nos cantares, se o que dorme no base da elegia vai correndo e secando pelos ares, e nada resta, mesmo, do que escreves e te forçou ao exílio das palavras, senão contentamento de escrever, enquanto o tempo, e suas formas breves ou longas, que sutil interpretavas, se evapora no fundo do teu ser? Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma. Claro enigma apresenta, por meio do lirismo re�exivo, o posicionamento do escritor perante a sua condição no mundo. Considerando-o como representativo desse seu aspecto, o poema “Remissão” a) traduza melancolia e o recolhimento do eu lírico em face da sensação de incomunicabilidade com uma realidade indiferente à sua poesia. b) revela uma perspectiva inconformada, mesclando-a, livre da indulgência dos anos anteriores, a um novo formalismo estético. c) propõe, como reação do poeta à vulgaridade do mundo, uma poética capaz de interferir na realidade pelo viés nostálgico. d) re�ete a visão idealizada do trabalho do poeta e a consciência da perenidade da poesia, resistente à passagem do tempo. e) realiza a transição do lirismo social para o lirismo metafísico, caracterizado pela adesão ao conforto espiritual e ao escapismo imaginativo. Exercício 17 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Agressividade is the new black RUTH MANUS Para que dialogar se nós podemos jogar pedras? The new black. Expressão inglesa que designa uma nova tendência, algo que está tão na moda que poderia 1até mesmo funcionar como um pretinho básico. Adoraria que este fosse um texto sobre jaqueta jeans, mas não é. “Se prepare, Ruth, a agressividade nas redes sociais é algo que você não pode imaginar.” Foi o que me disseram pouco antes da estreia do blog. Eu, �ngindo não estar com medo, balancei a cabeça positivamente como quem diz “tô sabendo, tô sabendo”. Mas como diria Compadre Washington, “sabe de nada, inocente”. No meu segundo texto, quase desisti de tudo. Eu realmente não tinha dimensão do nível sem cabimento que as pessoas poderiam atingir para atacar algo que na maioria das vezes nem mesmo as provocou. Há muito tempo venho tentando digerir, mas não consigo. Achava que a agressividade 2vinha só de alguns leitores meio pancadas. Engano meu. Ela vem de todo lado: de quem lê, de quem não lê, de quem lê só o título e 3até de quem escreve. E eu pensava que isso acontecia porque o computador torna as pessoas intocáveis, assim como os carros e que por isso elas canalizavam toda sua agressividade nas redes sociais ou no trânsito. Engano meu. Tá generalizado, como uma peste que se espalha pelo país e ninguém faz nada para conter. Mesa de bar, �la da farmácia, ponto do ônibus. Discursos de ódio e ignorância estão por toda parte. Acho que existe um erro de conceito. As pessoas passaram a utilizar a agressividade como um artifício para aumentar a própria autoestima. Como as pessoas se sentem politizadas? Sendo agressivas. Como as pessoas se sentem informadas? Sendo agressivas. Como as pessoas se sentem engraçadas? Sendo agressivas. Como as pessoas se sentem menos ignorantes? Sendo agressivas. Entendam: 4pessoas inteligentes não jogam pedras. E pessoas equilibradas não berram, nem mesmo via caps lock. Sempre me vem à mente aquela passagem de Sagarana, em que Augusto Matraga 5diz que vai para o céu “nem que seja a porrete”. As pessoas tentam reduzir a violência com agressividade. Tentam melhorar o país com agressividade. Tentam educar seus �lhos com agressividade. Tentam fazer justiça amarrando pessoas em postes. “Pra pedir silêncio eu berro, pra fazer barulho eu mesma faço”. 6Será que um dia essa gente vai entender que o antônimo de agressividade não é passividade? Mas é assim que tá sendo. Porque argumentar dá muito trabalho. Pesquisar então, nem se fala. Articular um discurso está fora de questão. Tentar persuadir é bobagem. E tolerar... Tolerar é um verbo morto. Agressividade is the new black. (Disponível em: https://emais.estadao.com.br/blogs/ruth- manus/agressividade-is-the-new-black/ - Acesso em 28/08/2020) (G1 - epcar (Cpcar) 2021) O título do texto faz referência a uma expressão da língua inglesa que, no contexto utilizado, aponta para a) a tentativa da autora de a�rmar que, no Brasil, a agressividade tornou-se um problema generalizado e sem solução. b) o comportamento do brasileiro de apresentar uma postura racista nas redes sociais. c) a capacidade irrestrita das pessoas de não aceitação de convivência pací�ca com o inusitado e inesperado. d) a postura, insistente, difundida entre os brasileiros que não reconhecem a tolerância como conduta a ser praticada. Exercício 18 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O QUE É INTOLERÂNCIA 1A palavra “intolerância” vem do latim intolerantia, que signi�ca impaciência, incapacidade de suportar, falta de condescendência e de compreensão. 2Também compreende o sentido de in�exível, rígido e que não admite opinião ou posição divergente. No sentido oposto, “tolerância” foi de�nida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como “o respeito, a aceitação e o apreço da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas maneiras de exprimir nossa qualidade de seres humanos”. (...) Um interessante entendimento das razões da intolerância é o da antropóloga francesa Françoise Héritier (1933-2017). Segundo ela, a intolerância está associada à di�culdade de 3reconhecer a expressão da condição humana no que nos é absolutamente diverso. Ser intolerante seria "restringir a de�nição de humano aos membros do grupo; 4os outros, sendo não humanos, podem ser tratados como tais". 5Está aí uma das chaves para a compreensão das causas do aumento da intolerância nos últimos tempos. (...) (Disponível em: http://conhecimentocerebral1.blogspot.com/2018/06/atualidades- vestibular-e-enem-dossie.html - Acesso em 28/08/2020) (G1 - epcar (Cpcar) 2021) De acordo com o texto, na compreensão da antropóloga francesa Françoise Héritier, a intolerância caracteriza-se pela a) incapacidade de conviver com indivíduos semelhantes. b) di�culdade de aceitação do que é considerado, entre membros do grupo, inumano. c) inaptidão de reconhecimento do comportamento similar entre os humanos. d) aceitação irrestrita de comportamentos heterogêneos entre os humanos. Exercício 19 (Ufrgs 2020) Um tema em Quarto de despejo é encontrado também no poema “O bicho”, de Manuel Bandeira, transcrito a seguir. O bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. Assinale a alternativa que identi�ca esse tema recorrente nas duas obras. a) A revolta e a indignação daqueles que sofrem a miséria e a marginalização social. . b) O problema da fome, que avilta a dignidade humana. c) A aceitação da pobreza, que se tornou uma condição inerente às sociedades modernas. d) A esperança como forma de enfrentar o sofrimento da fome e de garantir a sobrevivência. e) O ato de escrever funciona como modo de driblar a fome. Exercício 20 (Enem 2020) Retrato de homem A paisagem estrita ao apuro do muro feito vértebra a vértebra e escuro. A geração dos pelos sobre a casca e os rostos em seus diques de sombra repostos. Os poços com seu lodo de ira e de tensão: entre cimento e fronte – um vão. As setas se atiram às margens de ninguém, ilesas a si mesmas retêm. Compassos de evasão entre falange e rua sondando a solitude nua. E na armadura de coisa salobra, um só segredo: a polpa toda é fruição de medo. ARAÚJO, L.C. Cantochão. Belo Horizonte: Imprensa Publicações – Governo do Estado de Minas Gerais, 1967. No poema, a descrição lírica do objeto representado é orientada por um olhar que a) desvela sentimentos de vazio e angústia sob a aparente austeridade. b) expressa desilusão ante a possibilidade de superação do sofrimento. c) contrapõe a fragilidade emocional ao uso desmedido da força física. d) associa a incomunicabilidade emocional às determinações culturais. e) privilegia imagens relacionadas à exposição do dinamismo urbano. Exercício 21 (Unicamp 2020) O poema abaixo vem impresso na orelhado livro Psia, de Arnaldo Antunes. Psia é feminino de psiu; que serve para chamar a atenção de alguém, ou para pedir silêncio. Eu berro as palavras no microfone da mesma maneira com que as desenho, com cuidado, na página. Para transformá-las em coisas, em vez de substituírem as coisas. Calos na língua; de calar. Alguma coisa entre a piscina e a pia. Um hiato a menos. (Arnaldo Antunes, Psia. São Paulo: Iluminuras, 2012.) Na orelha do livro, Antunes apresenta ao leitor seu processo de criação poética. É correto dizer que o autor se propõe a a) revelar a primazia da comunicação oral sobre a escrita das palavras. b) discutir a �exão de gênero, que torna a palavra “psia” um substantivo. c) defender a conversão das palavras em coisas, mudando seu estatuto. d) explorar o poder de representação da interjeição exclamativa “psiu!”. Exercício 22 (Famerp 2020) Considere a tirinha Gar�eld, de Jim Davis. O pronome “este”, no terceiro quadrinho, a) refere-se ao presente do personagem, em que não há diversão. b) retoma o sentido das palavras “o mundo”. c) refere-se ao período em que o mundo diverte o personagem. d) aponta para um momento em que o desejo do personagem se realizaria. e) retoma o sentido da frase “o mundo existe para me divertir”. Exercício 23 (Ufjf-pism 1 2020) O que é um meme? Por Nova Escola 02/06/2015 Você sabia que o criador do termo é um biólogo que não estava nem aí para a cultura digital? O renomado (e polêmico) biólogo britânico Richard Dawkins, um dos principais cientistas que estuda a evolução das espécies, esteve na Editora Abril na semana passada para uma palestra e explicou a origem do conceito, cunhado em seu best-seller O gene egoísta, de 1976. O livro O gene egoísta popularizou a ideia de que a seleção natural acontece a partir dos genes. Eles “buscam” a sobrevivência, por meio de corpos capazes de sobreviver e de se reproduzir (para replicar os genes). O biólogo contou que queria terminar o livro com a proposta de que a cultura também se espalha como os genes. O meme é o equivalente cultural do gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por meio da imitação. Sobre o uso do termo para descrever os virais da internet, ele disse que não se importa com a apropriação: “A internet é um fenômeno novo, que não existia quando eu criei o meme. É um belo ambiente para o meme espalhar!”, disse. Texto adaptado. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/4629/o-que-e-um-meme#. Acesso em: 18 jul. 2019. Com base no texto, pode-se dizer que meme: a) É um termo recente, criado no contexto da internet, para nomear conteúdos digitais satíricos, que apresentam a característica de se propagar rapidamente. b) É um termo criado fora do contexto da internet para descrever informações genéticas que são capazes de se espalhar rapidamente de um organismo para outro. c) É um termo que, embora nascido fora do contexto da internet, foi aplicado ao mundo multimídia pelo próprio criador do termo, através de uma comparação do conceito de gene na biologia. d) É um termo proposto fora do contexto da internet, sendo uma analogia ao conceito biológico de gene, em alusão à sua capacidade de se propagar de um indivíduo para outro. e) É um termo de origem grega, cunhado por um biólogo, para nomear conteúdos culturais que se propagam, exclusivamente pela internet, através das redes sociais. Exercício 24 (Ufjf-pism 1 2020) Texto 1 Quer virar um gênio da web? Saiba como criar seu meme para WhatsApp Por Márcio Padrão 27/10/2018 No princípio, era o verbo. Depois, o e-mail, o link e o website. Logo em sequência, o GIF do bebê dançando, um dos primeiros memes da internet. Desde então, essa forma de comunicação dos novos tempos se alastrou como um tsunami em todas as nossas conversas e redes sociais. Mas e você? Já fez algum meme? Memes são conteúdos multimídia que se espalham (viralizam) rapidamente, recriando fatos ou algum conteúdo original com um propósito humorístico ou de sátira. Tudo vira meme na mão do povão: uma cena importante de "Game of Thrones", um discurso político, uma derrota de um time de futebol ou uma foto bizarra de um anônimo. A graça dele é que justamente qualquer um com uma boa sacada pode criar um meme ou participar de um que já está rolando na web. Se você quer fazer um, lembre-se de que um bom meme geralmente possui essas características, segundo o site "Thrillist": Mensagem simples e e�ciente É preciso que a frase/imagem/áudio/legenda/GIF/vídeo traga uma mensagem curta e clara, e com referências e contexto fáceis de identi�car. De preferência, sobre algo que ainda esteja fresco na memória das pessoas. Por isso, o autor do meme também deve ser rápido se quiser "surfar" no assunto do momento. Evolução O meme não pode permanecer estático; seu sinal de sucesso é que ele deve ser adotado e constantemente recriado pelo grande público, ou pelo menos por seu público-alvo. Maleabilidade Ele deve ter em si elementos que ajudem em sua própria evolução, com detalhes que podem ser alterados, mas mantendo o núcleo da ideia original. Por exemplo: se o meme for o de uma placa de aviso com uma frase, que seja possível trocar a frase por outra diferente sem que polua demais a imagem original. Efeito E o mais importante: tem que atingir um certo nível de popularidade e compreensão. Em poucas palavras, tem que causar reação e interesse imediato nas pessoas, além de atiçar nelas o interesse de repassar o meme ou de fazer outros parecidos. Texto adaptado. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/redacao/2018/10/27/como- criar-seu-memeparawhatsapp.htm . Acesso em: 18 jul. 2019. Texto 2 O que é um meme? Por Nova Escola 02/06/2015 Você sabia que o criador do termo é um biólogo que não estava nem aí para a cultura digital? O renomado (e polêmico) biólogo britânico Richard Dawkins, um dos principais cientistas que estuda a evolução das espécies, esteve na Editora Abril na semana passada para uma palestra e explicou a origem do conceito, cunhado em seu best-seller O gene egoísta, de 1976. O livro O gene egoísta popularizou a ideia de que a seleção natural acontece a partir dos genes. Eles “buscam” a sobrevivência, por meio de corpos capazes de sobreviver e de se reproduzir (para replicar os genes). O biólogo contou que queria terminar o livro com a proposta de que a cultura também se espalha como os genes. O meme é o equivalente cultural do gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por meio da imitação. Sobre o uso do termo para descrever os virais da internet, ele disse que não se importa com a apropriação: “A internet é um fenômeno novo, que não existia quando eu criei o meme. É um belo ambiente para o meme espalhar!”, disse. Texto adaptado. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/4629/o-que-e-um-meme#. Acesso em: 18 jul. 2019. A partir da relação entre o Texto 1 e o Texto 2, podemos dizer que ambos conferem ao meme a seguinte característica: a) Difusão cultural, sendo capaz de se propagar entre as pessoas. b) Efeito humorístico, sendo capaz de causar riso nas pessoas. c) Natureza crítica, sendo capaz de apontar problemas sociais. d) Aspecto informativo, servindo como divulgador de notícias. e) Natureza biológica, fazendo parte da constituição genética das pessoas. Exercício 25 (Enem 2020) Uma das mais contundentes críticas ao discurso da aptidão física relacionada à saúde está no caráter eminentemente individual de suas propostas, o que serve para obscurecer outros determinantes da saúde. Ou seja, costuma-se apresentar o indivíduo como o problema e a mudança do estilo de vida como a solução. Argumenta-se ainda que o movimento da aptidão física relacionada à saúde considera a existência de uma cultura homogênea na qual todos seriam livres para escolher seus estilos de vida, o que não condiz com a realidade. O fato é que vivemos numa sociedade divididaem classes sociais, na qual nem todas as pessoas têm condições econômicas para adotar um estilo de vida ativo e saudável. Há desigualdades estruturais com raízes políticas, econômicas e sociais que di�cultam a adoção desses estilos de vida. FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar; ampliando o enfoque. RBCE, n. 2. jan. 2001 (adaptado). Com base no texto, a relação entre saúde e estilos de vida a) constrói a ideia de que a mudança individual de hábitos promove a saúde. b) considera a homogeneidade da escolha de hábitos saudáveis pelos indivíduos. c) reforça a necessidade de solucionar os problemas de saúde da sociedade com a prática de exercícios. d) problematiza a organização social e seu impacto na mudança de hábitos dos indivíduos. e) reproduz a noção de que a melhoria da aptidão física pela prática de exercícios promove a saúde. Exercício 26 (Enem 2020) Em 2000 tivemos a primeira experiência do futebol feminino em um jogo de videogame, o Mia Hamm Soccer. Doze anos depois, uma petição on-line pedia que a EA Sports incluísse o futebol feminino no Fifa 13. Contudo, só em 2015, com uma nova petição on-line, que arrecadou milhares de assinaturas, tivemos o futebol feminino incluído no Fifa 16. Vendo um nicho de mercado inexplorado, a EA Sports produziu o jogo com 12 seleções femininas e o apresentou como inovação. A empresa sabe que mais de 40% dos praticantes de futebol nos EUA são meninas. Para elas, ver o futebol feminino representado em um jogo de videogame é extremamente importante. Ter o futebol feminino no Fifa 16 é um grande passo para a sua popularização na luta pela igualdade de gênero, num contexto machista, sexista, misógino e homofóbico. Disponível em: www.ludopedio.com.br. Acesso em: 5 jun. 2018 (adaptado). Os jogos eletrônicos presentes na cultura juvenil podem desempenhar uma relevante função na abordagem do futebol ao a) disseminarem uma modalidade, promovendo a igualdade de gênero. b) superarem jogos malsucedidos no mercado, lançados anteriormente. c) inovarem a modalidade com novas ofertas de jogos ao mercado. d) explorarem nichos de mercado antes ignorados, produzindo mais lucro. e) reforçarem estereótipos de gênero masculino ou feminino nos esportes. Exercício 27 (Enem 2020) LUTA: prática corporal imprevisível, caracterizada por determinado estado de contato proposital, que possibilita a duas ou mais pessoas se enfrentarem numa constante troca de ações ofensivas e/ou defensivas, regida por regras, com o objetivo mútuo sobre um alvo móvel personi�cado no oponente. GOMES, M. S. P. et al. Ensino das lutas: dos princípios condicionais aos grupos situacionais. Movimento, n. 2, abr.-jun. 2010 (adaptado). De acordo com o texto, podemos identi�car uma abordagem das lutas nas aulas de educação física quando o professor realiza uma proposta envolvendo a) contato corporal intenso entre o aluno e seu oponente. b) contenda entre os alunos que se agridem �sicamente. c) confronto corporal em que os vencedores são previamente identi�cados. d) combate corporal intencional com ações regulamentadas entre os oponentes. e) con�ito resolvido pelos alunos por meio de regras previamente estabelecidas. Exercício 28 (Enem 2019) Com o enredo que homenageou o centenário do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a Unidos da Tijuca foi coroada no Carnaval 2012. À penúltima escola a entrar na Sapucaí, na segunda noite de des�les, mergulhou no universo do cantor e compositor brasileiro e trouxe a cultura nordestina com criatividade para a Avenida, com o enredo O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão. Disponível em: www.cultura.rj.gov.br. Acesso em: 15 maio 2012 (adaptado). A notícia relata um evento cultural que marca a . a) primazia do samba sobre a música nordestina. b) inter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros. c) valorização das origens oligárquicas da cultura nordestina. d) proposta de resgate de antigos gêneros musicais brasileiros. e) criatividade em compor um samba-enredo em homenagem a uma pessoa. Exercício 29 (Enem 2019) Mídias: aliadas ou inimigas da educação física escolar? No caso do esporte, a mediação efetuada pela câmera da TV construiu uma nova modalidade de consumo: o esporte telespetáculo, realidade textual relativamente autônoma face à prática “real” do esporte, construída pela codi�cação e mediação dos eventos esportivos efetuados pelo enquadramento, edição das imagens e comentários, interpretando para o espectador o que ele está vendo. Esse fenômeno tende a valorizar a forma em relação ao conteúdo, e para tal faz uso privilegiado da linguagem audiovisual com ênfase na imagem cujas possibilidades são levadas cada vez mais adiante, em decorrência dos avanços tecnológicos. Por outro lado, a narração esportiva propõe uma concepção hegemônica de esporte: esporte é esforço máximo, busca da vitória, dinheiro... O preço que se paga por sua espetacularização é a fragmentação do fenômeno esportivo. A experiência global do ser-atleta é modi�cada: a socialização no confronto e a ludicidade não são vivências privilegiadas no enfoque das mídias, mas as eventuais manifestações de violência, em partidas de futebol, por exemplo, são exibidas e reexibidas em todo o mundo. BETTI, M. Motriz, n. 2, jul.-dez. 2001 (adaptado). A re�exão trazida pelo texto, que aborda o esporte telespetáculo, está fundamentada na a) distorção da experiência do ser-atleta para os espectadores. b) interpretação dos espectadores sobre o conteúdo transmitido. c) utilização de equipamentos audiovisuais de última geração. d) valorização de uma visão ampliada do esporte. e) equiparação entre a forma e o conteúdo. Exercício 30 (Enem 2019) Expostos na web desde a gravidez Mais da metade das mães e um terço dos pais ouvidos em uma pesquisa sobre compartilhamento paterno em mídias sociais discutem nas redes sociais sobre a educação dos �lhos. Muitos são pais e mães de primeira viagem, frutos da geração Y (que nasceu junto com a internet) e usam esses canais para saberem que não estão sozinhos na empreitada de educar uma criança. Há, contudo, um risco no modo como as pessoas estão compartilhando essas experiências. É a chamada exposição parental exagerada, alertam os pesquisadores. De acordo com os especialistas no assunto, se você compartilha uma foto ou vídeo do seu �lho pequeno fazendo algo ridículo, por achar engraçadinho, quando a criança tiver seus 11, 12 anos, pode se sentir constrangida. A autoconsciência vem com a idade. A exibição da privacidade dos �lhos começa a assumir uma característica de linha do tempo e eles não participaram da aprovação ou recusa quanto à veiculação desses conteúdos. Assim, quando a criança cresce, sua privacidade pode já estar violada. OTONI, A. C. O Globo, 31 mar. 2015 (adaptado). Sobre o compartilhamento parental excessivo em mídias sociais, o texto destaca como impacto o(a) a) interferência das novas tecnologias na comunicação entre pais e �lhos. b) desatenção dos pais em relação ao comportamento dos �lhos na internet. c) distanciamento na relação entre pais e �lhos é provocado pelo uso das redes sociais. d) fortalecimento das redes de relações decorrente da troca de experiências entre as famílias. e) desrespeito à intimidade das crianças cujas imagens têm sido divulgadas nas redes sociais. Exercício 31 (Enem 2019) TEXTO I O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e 56 no primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias de violação de direitos dos idosos em todo o País. Para especialistas da área, o aumento no número de denúncias pode ser consequência do encorajamento dos mais velhos na busca pelos direitos. Mas também pode re�etir uma onda crescente de violência na sociedade e dentro das próprias famílias. Políticas públicas mais e�cazes no atendimento ao idoso são o mínimoque um país deve estabelecer. O Brasil está �cando para trás e é preciso levar em consideração que o País envelhece (tendência mundial) sem estar preparado para arcar com os desa�os, como criar uma rede de proteção, preparar os serviços de saúde pública e dar suporte às famílias que precisam cuidar de seus idosos dependentes, Disponível em: www.folhadelondrina.com.br. Acesso em: 9 dez. 2018 (adaptado). TEXTO II Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do Estatuto do Idoso a) apresentam vantagens em relação às de outros países. b) são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos. c) alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos. d) precisam ser revistas em razão do envelhecimento da população. e) contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo País. Exercício 32 (Enem 2019) Na semana passada, os alunos do colégio do meu �lho se mobilizaram, através do Twitter, para não comprarem na cantina da escola naquele dia, pois acharam o preço do pão de queijo abusivo São adolescentes. Quase senhores das novas tecnologias, transitam nas redes sociais, varrem o mundo através dos teclados dos celulares, iPads e se organizam para fazer um movimento pací�co de não comprar lanches por um dia. Foi parar na TV e em muitas páginas da internet GOMES, A. A revolução silenciosa e o Impacto na sociedade das redes sociais. Disponível em: www.hsm.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012 O texto aborda a temática das tecnologias da informação e comunicação, especi�camente o uso de redes sociais. Muito se debate acerca dos benefícios e malefícios do uso desses recursos e, nesse sentido, o texto a) aborda a discriminação que as redes sociais sofrem de outros meios de comunicação. b) mostra que as reivindicações feitas nas redes sociais não têm impacto fora da internet. c) expõe a possibilidade de as redes sociais favorecem comportamentos e manifestações violentos dos adolescentes que nela se relacionam. d) trata as redes sociais como modo de agregar e empoderar grupos de pessoas, que se unem em prol de causas próprias ou de mudanças sociais. e) evidencia que as redes sociais são usadas inadequadamente pelos adolescentes, que, imaturos, não utilizam a ferramenta como forma de mudança social. Exercício 33 (Enem 2018) o que será que ela quer essa mulher de vermelho alguma coisa ela quer pra ter posto esse vestido não pode ser apenas uma escolha casual podia ser um amarelo verde ou talvez azul mas ela escolheu vermelho ela sabe o que ela quer e ela escolheu vestido e ela é uma mulher então com base nesses fatos eu já posso a�rmar que conheço o seu desejo caro watson, elementar: o que ela quer sou euzinho sou euzinho o que ela quer só pode ser euzinho o que mais podia ser FREITAS, A. Um útero é do tamanho de um punho. São Paulo: Cosac Naify, 2013. No processo de elaboração do poema, a autora confere ao eu lírico uma identidade que aqui representa a a) hipocrisia do discurso alicerçado sobre o senso comum. b) mudança de paradigmas de imagem atribuídos à mulher. c) tentativa de estabelecer preceitos da psicologia feminina. d) importância da correlação entre ações e efeitos causados. e) valorização da sensibilidade como característica de gênero. Exercício 34 (Enem 2018) A internet proporcionou o surgimento de novos paradigmas sociais e impulsionou a modi�cação de outros já estabelecidos nas esferas da comunicação e da informação. A principal consequência criticada na tirinha sobre esse processo é a a) criação de memes. b) ampliação da blogosfera. c) supremacia das ideias cibernéticas. d) comercialização de pontos de vista. e) banalização do comércio eletrônico. Exercício 35 (Fuvest 2021) O efeito de humor presente nas falas das personagens decorre: a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia. b) da ambiguidade causada pela antonímia. c) do contraste provocado pela fonética. d) do contraste introduzido pela neologia. e) do estranhamento devido à morfologia. Exercício 36 (Ueg 2020) Observe a tirinha a seguir. O sentido global da tirinha é constituído a partir de uma relação: a) sociolinguística, baseada numa variante linguística incompatível com a fala de crianças. b) antonímica, que se estabelece contextualmente entre as palavras “muros” e “pontes”. c) sintática, expressa pelo uso da construção adversativa no primeiro quadrinho. d) dialógica, devido à negação enfática da personagem no segundo quadrinho. e) morfológica, que se manifesta pela formação do diminutivo de “tijolinho”. Exercício 37 (Enem 2020) DECRETO N. 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007 Demite o Gerúndio do Distrito Federal e dá outras providências. O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA: Art. 1º Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal. Art. 2º Fica proibido, a partir desta data, o uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA. Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 28 de setembro de 2007. 119º da República e 48º de Brasília Disponível em: www.dodf.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2017. Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerúndio, como “desculpa de ine�ciência”, indica a) conclusão de uma ação. b) realização de um evento. c) repetição de uma prática. d) continuidade de um processo. e) transferência de responsabilidade. Exercício 38 (Fuvest 2020) Leia o trecho extraído de uma notícia veiculada na internet: “O carro furou o pneu e bateu no meio �o, então eles foram obrigados a parar. O refém conseguiu acionar a população, que depois pegou dois dos três indivíduos e tentaram linchar eles. O outro conseguiu fugir, mas foi preso momentos depois por uma viatura do 5º BPM”, a�rmou o major. Disponível em https://www.gp1.com.br/. No português do Brasil, a função sintática do sujeito não possui, necessariamente, uma natureza de agente, ainda que o verbo esteja na voz ativa, tal como encontrado em: a) “O carro furou o pneu”. b) “e bateu no meio �o”. c) “O refém conseguiu acionar a população”. d) “tentaram linchar eles”. e) “a�rmou o major”. Exercício 39 (Unicamp 2020) “(...) as palavras tomam signi�cados distintos daqueles utilizados no cotidiano. Por exemplo, utiliza-se, com frequência, nas aulas sobre frações, a frase reduzir ao mesmo denominador." (Edi Jussara Candido Lorensatti, Linguagem matemática e Língua Portuguesa: diálogo necessário na resolução de problemas matemáticos. Conjectura: Filoso�a e Educação. Caxias do Sul, v. 14, n. 2, p. 91, maio/ago. 2009.) Cada ciência usa uma linguagem própria e com um grau de precisão terminológica necessário para o seu exercício. Tendo em vista os signi�cados distintos que as palavras assumem nas situações concretas em que são empregadas, o verbo “reduzir”, no uso cotidiano, signi�ca a) limitar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é sinônimo de restringir. b) moderar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática implica aumentar as relações entre os números. c) eliminar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática implica reverter as relações entre os números. d) diminuir alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é sinônimo de converter. Exercício 40 (G1 - cftmg 2020) O su�xo -inho exprime um tom de crítica na passagem: a) Eu, meu Deusinho, �caria tão feliz de ser o escolhido! (p.36). b) A saudade da Mayumi, mesmo sem diminuir nem um tiquinho, deixou de ser tão doída. (p. 134). c) [...] até onde era possível saber, não tinha nenhum con�dente no mundinho acadêmico. (p. 51). d) Calei a minha boca na hora. Lembro direitinho. Aprendi de uma vez por todas. Não adiantava calar a tristeza. (p. 139). Exercício 41 (Enem 2020) O ouro do século 21 Cério, gadolínio, lutécio, promécioe érbio; sumário, térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de futebol, que ainda teria no banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais, chamados de terras-raras, fazem parte da vida de quase todos os humanos do planeta. Chamados por muitos de “ouro do século 21”, “elementos do futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles estão nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil, dono da segunda maior reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em retomar sua exploração. SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado). As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas intencionalmente pelo autor do texto para a) imprimir um tom irônico à reportagem. b) incorporar citações de especialistas à reportagem. c) atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem. d) esclarecer termos cientí�cos empregados na reportagem. e) marcar a apropriação de termos de outra ciência pela reportagem. Exercício 42 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Psicanálise do açúcar O açúcar cristal, ou açúcar de usina, mostra a mais instável das brancuras: quem do Recife sabe direito a quanto, e apouco desse quanto, que ela dura. Sabe a mínimo do pouca que a cristal se estabiliza cristal sobre a açúcar, por cima da fundo antiga, de mascavo, da mascava barrenta que se incuba; e sabe que tudo pode romper a mínima em que o cristal é capaz de censura: pois a tal fundo mascavo logo a�ara quer inverno ou verão mele o açúcar. Só os banguês* que-ainda purgam ainda o açúcar bruto com barro, de mistura; a usina já não a purga: da infância, não de depois de adulto, ela o educa; em enfermarias, com vácuos e turbinas, em mãos de metal de gente indústria, a usina o leva a sublimar em cristal o pardo do xarope: não o purga, cura. Mas como a cana se cria ainda hoje, em mãos de barro de gente agricultura, o barrento da pré-infância logo a�ora quer inverno ou verão mele o açúcar. João Cabral de Meio Neto, A Educação pela Pedra. *banguê: engenho de açúcar primitivo movido a força animal. (Fuvest 2021) Na oração “que ela dura” (v. 4), o pronome sublinhado a) não tem referente. b) retoma a palavra “usina” (v. 1). c) pode ser substituído por “ele”, referindo-se a “açúcar” (v. 1). d) refere-se à “mais instável das brancuras” (v. 2). e) equivale à palavra “censura” (v. 10). Exercício 43 (G1 - cftmg 2020) – No futuro, ao mapear o cérebro das pessoas cienti�camente, poderemos saber se o acusado de um crime está mentindo ao se declarar inocente. Achei aquilo impressionante. Primeiro, porque era impressionante em si, e depois, porque eu não conseguia imaginá-la fazendo algo assim. Parecia um ramo de estudo excessivamente futurista para a minha princesa oriental. Seu interesse no assunto, contudo, era evidentemente sincero. LACERDA, Rodrigo. O Fazedor de Velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 84. O termo em destaque pode ser substituído, sem alterar o sentido do texto, por a) portanto. b) todavia. c) então. d) assim. Exercício 44 (G1 - ifpe 2020) O uso da função apelativa é predominante nas campanhas comunitárias. O texto, produzido pelo Ministério Público de Goiás, reforça essa função ao priorizar o protagonismo do interlocutor. Isso pode ser comprovado a partir do uso a) da logomarca do Ministério Público. b) de verbos no imperativo. c) da imagem no centro do texto. d) de letras com formatação diferente. e) do número telefônico que receberá a denúncia. Exercício 45 Trecho da peça teatral A raposa e as uvas, escrita por Guilherme de Figueiredo. A cena ocorre na cidade de Samos (Grécia antiga), na casa de Xantós, um �lósofo grego, que recebe o convidado Agnostos, um capitão ateniense. O jantar é servido por Esopo e Melita, escravos de Xantós. (Entra Esopo, com um prato que coloca sobre a mesa. Está coberto com um pano. Xantós e Agnostos se dirigem para a mesa, o primeiro faz ao segundo um sinal para sentarem-se.) XANTÓS (Descobrindo o prato) – Ah, língua! (Começa a comer com as mãos, e faz um sinal para que Melita sirva Agnostos. 1Este também começa a comer vorazmente, dando grunhidos de satisfação.) Fizeste bem em trazer língua, Esopo. 2É realmente uma das melhores coisas do mundo. (Sinal para que sirvam o vinho. Esopo serve, Xantós bebe.) Vês, estrangeiro, de qualquer modo é bom possuir riquezas. Não gostas de saborear 3esta língua e 4este vinho? AGNOSTOS (A boca entupida, comendo) – Hum. XANTÓS – Outro prato, Esopo. (Esopo sai à esquerda e volta imediatamente com outro prato coberto. 5Serve, Xantós de boca cheia.) Que é isto? Ah, língua de fumeiro! É bom língua de fumeiro, hein, amigo? AGNOSTOS – Hum. (Xantós serve-se de vinho) /.../ XANTÓS (A Esopo) Serve outro prato. (Serve) Que trazes aí? ESOPO – Língua. XANTÓS – 6Mais língua? Não te disse que trouxesse o 7que há de melhor para meu hóspede? Por que só trazes língua? Queres expor-me ao ridículo? ESOPO – Que há de melhor do que a língua? A língua é o que nos une todos, quando falamos. Sem a língua nada poderíamos dizer. A língua é a chave das ciências, o órgão da verdade e da razão. Graças à língua dizemos o nosso amor. Com a língua 8se ensina, 9se persuade, 10se instrui, 11se reza, 12se explica, 13se canta, 14se descreve, 15se elogia, 16se mostra, 17se a�rma. É com a língua que dizemos sim. É a língua que ordena os exércitos à vitória, é a língua que desdobra os versos de Homero. A língua cria o mundo de Ésquilo, a palavra de Demóstenes. Toda a Grécia, Xantós, das colunas do Partenon às estátuas de Pidias, dos deuses do Olimpo à glória sobre Tróia, da ode do poeta ao ensinamento do �lósofo, toda a Grécia foi feita com a língua, a língua de belos gregos claros falando para a eternidade. XANTÓS (Levantando-se, entusiasmado, já meio ébrio) – Bravo, Esopo. Realmente, tu nos trouxeste o que há de melhor. (Toma outro saco da cintura e atira-o ao escravo) Vai agora ao mercado, e traze-nos o que houver de pior, pois quero ver a sua sabedoria! (Esopo retira-se à frente com o saco, Xantós fala a Agnostos.) Então, não é útil e bom possuir um escravo assim? AGNOSTOS (A boca cheia) – Hum. /.../ (Entra Esopo com prato coberto) XANTÓS – 18Agora que já sabemos o que há de melhor na terra, vejamos o que há de 19pior na opinião deste horrendo escravo! Língua, 20ainda? Mais língua? 21Não disseste que língua era o que havia de melhor? Queres ser espancado? ESOPO – A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que usam os maus poetas que nos fatigam na praça, é a língua que usam os �lósofos que não sabem pensar. É a língua que mente, que esconde, que tergiversa, que blasfema, que insulta, que se acovarda, que se mendiga, que impreca, que 22bajula, que 23destrói, que 24calunia, que vende, que seduz, é com a língua que dizemos morre e canalha e corja. É com a língua que dizemos não. Com a língua Aquiles mostrou sua cólera, com a língua a Grécia vai tumultuar os pobres cérebros humanos para toda a eternidade! Aí está, Xantós, porque a língua é a pior de todas as coisas! (FIGUEIREDO, Guilherme. A raposa e as uvas – peça em 3 atos. Cópia digitalizada pelo GETEB – Grupo de Estudos e Pesquisa em Teatro Brasileiro/UFSJ. Disponível para �ns didáticos em www.teatroparatodosufsj.com.br/ download/guilherme- �gueiredo-araposa-e-as-uvas-2/ Acesso em 13/03/2019.) (Epcar (Afa) 2020) Em relação ao estudo morfossintático do texto, assinale a alternativa que traz uma análise correta. a) Em “Este também começa a comer vorazmente (...)” (referência 1), o pronome “este” é anafórico e substituia personagem Xantós. b) O vocábulo “se” (referências 8 a 17) é uma marcação de indeterminação do sujeito. c) O emprego do pronome “esta” (referência 3) e “este” (referência 4) demonstra que a língua e o vinho estão próximos do locutor. d) Entre as palavras “agora” (referência 18), “pior” (referência 19), “ainda” (referência 20) e “não” (referência 21), há advérbios classi�cados como de tempo, intensidade e negação. Exercício 46 O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” das más notícias. (Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional. Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adota-boa- noticia-e-que-para.html. Acessado em 01/03 /2019.) (Unicamp 2020) Para se referir a matérias jornalísticas televisivas que informam e, ao mesmo tempo, entretêm os espectadores, o autor cria um neologismo por meio de a) derivação pre�xal. b) composição por justaposição. c) composição por aglutinação. d) derivação imprópria. Exercício 47 O soneto XIII de Via-Láctea, coleção publicada em 1888 no livro Poesias, é o texto mais famoso da antologia, obra de estreia do poeta Olavo Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado, suas rimas e a escolha da forma �xa revelam rigor formal e estilístico caros ao movimento parnasiano; o tema do poema, no entanto, entra em colisão com o tema da literatura típica do movimento, tal como concebido no continente europeu. XIII “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto… E conversamos toda a noite, enquanto A Via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.” BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55. Via-Láctea. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000289.pdf>. Acesso em: 19/08/2019. (Ime 2020) O vocábulo a�m ao campo semântico da palavra “espanto”, empregada em “E abro as janelas, pálido de espanto…” (verso 4), é a) desequilíbrio. b) tristeza. c) euforia. d) admiração. e) distração. Exercício 48 QUAIS SÃO OS DEVERES E DIREITOS DAS CRIANÇAS? Essa foi a pergunta feita pela pequena leitora Vitória, de 10 anos de idade, à Turminha do MPF (Ministério Público Federal). Resposta do Rod, personagem da Turminha do MPF: Olá, Vitória! Nós temos muitos direitos e deveres e existem algumas leis que tratam só disso, como, por exemplo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Convenção sobre os Direitos da Criança, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Mas, para resumir um pouco a resposta à sua pergunta, posso dizer alguns dos nossos direitos: 1. ter uma educação de boa qualidade; 2. ter acesso à cultura e aos meios de comunicação e informação; 3. poder brincar com outras crianças da nossa idade; 4. não ser obrigado a trabalhar como adulto; 5. ter uma boa alimentação, que dê ao nosso organismo todos os nutrientes de que precisamos para crescer com saúde e energia; 6. receber assistência médica gratuita nos hospitais públicos sempre que precisarmos de atendimento; 7. ser livre para ir e vir, conviver em sociedade e expressar nossas ideias e sentimentos; 8. ter a proteção de uma família que nos ame, seja ela natural ou adotiva, ou de um lar oferecido pelo Estado se, por infelicidade, perdermos os nossos pais e parentes mais próximos; 9. não sofrer agressões físicas ou psicológicas por parte daqueles que são encarregados da nossa proteção e educação ou de qualquer outro adulto; En�m, temos direito a uma vida digna, saudável e feliz. Quanto aos nossos deveres, eles precisam começar pelo respeito ao direito das pessoas com quem convivemos, pois só assim poderemos esperar que elas também nos respeitem. Outro dever nosso é estudar e nos preparar para a vida adulta, quando a sociedade exigirá de nós uma série de responsabilidades que não temos hoje, enquanto somos crianças. 1Por exemplo, trabalhar para criar e educar nossos próprios �lhos ou para ser capaz de votar, com discernimento, nos melhores representantes para governar nossas cidades e nosso país. Temos também o dever de respeitar as pessoas que são ou pensam diferente de nós. Como cidadãos de um país democrático, precisamos aprender, desde a infância, a lidar com as diferenças e aceitá-las. Como fazemos isso? Não discriminando pessoas que tenham alguma de�ciência física ou mental, as mais pobres, que não receberam a mesma educação nem tiveram as mesmas oportunidades que nós, ou as que são diferentes porque têm outra religião, nacionalidade, etnia, idade, sexo, cor da pele, orientação sexual ou outro partido político. É nosso dever respeitar os que são diferentes, porque eles também são cidadãos e possuem os mesmos direitos e deveres que nós na sociedade brasileira. Disponível em: http://www.turminha.mpf.mp.br. Acesso em: 1 ago. 2019 (adaptado). (G1 - cp2 2020) Por exemplo, trabalhar para criar e educar nossos próprios �lhos ou para ser capaz de votar, com discernimento, nos melhores representantes para governar nossas cidades e nosso país (ref. 1) Mantendo o mesmo sentido, o substantivo discernimento pode ser substituído por a) honestidade. b) sabedoria. c) gentileza. d) bondade. Exercício 49 A internet facilita a vida de quem odeia 1Se a globalização fez com que bobagens alcançassem escala global, a internet maximizou a expressão de ódio, de intolerância, de 2exacerbação de preconceitos e da violência da linguagem. Mas a internet não cria o sentimento de ódio, talvez apenas torne mais evidente aquilo que só se daria no campo do relacionamento pessoal. 3Há cem anos, se eu fosse um racista, precisaria expressar meu racismo num livro. Para publicar um livro, eu teria de escrevê-lo durante meses. Depois teria de revisá-lo, achar um editor e vendê-lo. Dava muito trabalho. Hoje eu faço um post, e com um enter, atinjo mais gente do que um livro clássico atingiria. O ataque anônimo nas redes, sem o custo do ataque pessoal, deu ao ódio do covarde uma energia muito grande. Deu- lhe a proteção da distância física e do anonimato. O pior do ódio social, que é universal, agora pode ser dirigido sem custos. Numa comunidade, as relações são pessoais. Na rede, 4deletérias. É errado, portanto, dizer que a internet transformou as pessoas em odiosas. Mas é fato que ela gera mais tranquilidade no exercício desse ódio. O enter é tão destruidor quanto qualquer outra coisa. Antes da internet, matar dava trabalho. 5Agora, incita-se o ódio com um clique. Junte a proteção do anonimatoe da distância, o senso de identidade do ódio e acrescente um terceiro elemento importante: posso a todo instante dialogar com todos. Isso me empodera. Imagine se no passado alguém teria acesso ao universo de pessoas em todo o mundo que temos hoje? Hoje, com um simples post, posso enlamear. 6Não preciso ter mais compromisso, algo diferente da mentira. A mentira é usada por alguém que tem noção da verdade. Não importa saber se é verdade. O que importa é a sua e�cácia. KARNAL, Leandro. Todos contra todos: o ódio nosso de cada dia. Rio de Janeiro: Leya, 2017 (adaptado). 2exacerbação: exageração; aumento. 4deletérias: prejudiciais. (G1 - cp2 2020) Se a globalização fez com que bobagens alcançassem escala global... (ref. 1) A palavra destacada no excerto acima pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, pelo seguinte vocábulo: a) tolices b) ilusões c) ofensas d) brincadeiras Exercício 50 Leia a charge do cartunista Duke para responder à(s) questão(ões) a seguir. (Famema 2020) Nas perguntas do médico “Tem praticado atividades físicas? Mudou hábitos alimentares?”, o sujeito das orações remete a “você”. Se os sujeitos fossem “atividades físicas” e “hábitos alimentares”, essas perguntas assumiriam, em conformidade com a norma-padrão, a seguinte redação: a) Têm sido praticado atividades físicas? Mudaram-se hábitos alimentares? b) Vêm-se praticando atividades físicas? Mudou-se hábitos alimentares? c) Têm sido praticadas atividades físicas? Mudaram hábitos alimentares? d) Atividades físicas tem sido praticadas? Mudou-se hábitos alimentares? e) Atividades físicas vem sendo praticadas? Mudou hábitos alimentares? Exercício 51 Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de escolarização. Além de medidas que incluem formação de professores e material didático estruturado, o governo cearense acionou um incentivo �nanceiro: as cidades com resultados melhores recebem fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos. O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo. Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São Paulo. Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de propostas palpáveis. (“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.) (Famema 2020) A forma verbal sublinhada expressa ideia de ação em processo no trecho: a) “e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo” (3º parágrafo). b) “o governo cearense acionou um incentivo �nanceiro” (2º parágrafo). c) “O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em alfabetização” (1º parágrafo). d) “Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em Pernambuco” (4º parágrafo). e) essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar” (5º parágrafo). Exercício 52 Leia o texto de Luiz Eduardo Soares para responder à(s) questão(ões). Logo depois que assumi a Secretaria Nacional de Segurança, em 2003, recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da Rocinha. Ele desejava deixar a vida de tra�cante e viajar para longe. Tinha chegado à conclusão de que seu caminho era a perdição: morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas. Queria começar de novo e pedia uma chance. Tratara com respeito a comunidade, que era, a�nal de contas, sua família. A violência, ele a usara apenas na medida necessária à proteção de seus negócios. Esse era seu ponto de vista, sem dúvida demasiado edulcorado. Não obstante a possível autoidealização, o fato é que explicitá-la, naquele contexto, não deixava de ser signi�cativo, indicando a valorização positiva do lado certo da vida. Era um negociante clandestino, dizia, não um criminoso selvagem: alguns traziam uísque do Paraguai; ele vendia outras drogas. Reivindicava uma diferença importante, no mundo do crime carioca. (Cabeça de porco, 2005.) (Famerp 2020) A forma verbal no pretérito mais-que-perfeito, que indica uma ação, anterior a outra, ambas ocorridas no passado, está sublinhada em: a) “morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas”. b) “Ele desejava deixar a vida de tra�cante”. c) “Esse era seu ponto de vista”. d) “recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da Rocinha”. e) “Tratara com respeito a comunidade”. Exercício 53 João e o pé de feijão-preto José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta 1Era uma vez um menino chamado João, que vivia com sua mãe num casebre bem longe da cidade. 2Eles 3eram pobres, muito pobres, pobres de dar dó. Só o que tinham era uma vaca, e viviam de vender seu leite. 4Mas, um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma gota. Então a mãe de João disse; 5— Meu �lho, nosso dinheiro acabou e nossa vaquinha secou. Vá até o mercado e veja se alguém quer comprá-la. João pegou o animal pelo cabresto e foi até a cidade. Porém, antes que chegasse lá, um homem de cavanhaque lhe perguntou: — Ei, garoto, não quer trocar essa vaca por um grão de feijão? — Rá, rá, essa é boa. O senhor pensa que eu sou bobo? — Mas é feijão mágico. — Mágico? — Não vou contar o que ele faz, senão estraga a surpresa. Mas é só você plantá-lo numa noite de lua cheia e no dia seguinte vai ver o que acontece. João achou que era melhor ter um feijão mágico do que dinheiro, e assim trocou sua vaca com o homem de cavanhaque. 6O menino voltou para casa todo feliz, achando que tinha feito um ótimo negócio. Porém, quando sua mãe viu o feijão, �cou muito triste. — 7Você trocou nossa vaquinha por isso? Agora vamos morrer de fome... — Não! Este feijão é mágico! — Não existe mágica no feijão. Você foi enganado, João. 8Desapontada, ela atirou o grão pela janela. Mas, por uma grande coincidência, naquela noite houve uma bela lua cheia. Quando João acordou na manhã seguinte, viu que um enorme pé de feijão tinha crescido no seu quintal. Era tão alto que passava das nuvens! O garoto não pensou duas vezes 9e começou a subir pela planta para ver o que tinha lá em cima. Depois de passar pela última nuvem, avistou um castelo. 10Ele era muito grande, muitíssimo grande, muitíssimo grandíssimo! E tinha torres pretas bem pontudas. João andou até o castelo e passou por baixo da porta como se fosse uma barata. 11Mal entrou, ouviu um barulho diferente: “glu-glu!”. Olhando na direção do “glu-glu” ele viu uma enorme perua dentro de uma gaiola de ouro. Então pensou: “Vou levar esta perua para casa. Assim, eu e minha mãe comeremos omeletes para sempre!”. 12João ia abrir a gaiola quando o chão começou a tremer. Pou! Pou! Pou! O menino se escondeu atrás de um malcheiroso cesto de roupas sujas e quase desmaiou ao ver um gigante na sala. Para piorar, ele cantava assim: Fi-�-fa-fa, �-�-fó-fum, Mau como eu só existe um. Fi-�-fa-fa, �-�-fó-fum, Mau como eu só existe um. 13O gigante vinha todo contente, mas então torceu o nariz e fez “snif, snif, snif” — Sinto o cheiro de criança! Urrou ele. 14Já chegava perto do cesto em que João se escondia quando, ploc, a perua botou um ovo. Só que não era um ovo comum. Era de ouro! 15O grandalhão caminhou até a gaiola, pegou o ovo e guardou-o no bolso. Depois foi comer seu almoço, que naquele dia foi um cavalo assado e, de sobremesa, cavalos-marinhos cobertos de chocolate. Então ele abriu um baita bocejo e dormiu. Quando o gigante começou a roncar, João abriu a gaiola e amarrou seu cinto no pescoço da ave. Ele estava 16quase saindo do castelo, no entanto (sempre tem um “no entanto” nas histórias) a perua fez “glu-glu” bem alto. O gigante acordou. E com muitaraiva. 17— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife. O menino saiu correndo com o animal e 18desceu deslizando pelo pé de feijão-preto como se ele fosse um escorregador beeeeeeem comprido. Já o gigante teve que descer com calma pela planta, porque era meio desengonçado. Assim que chegou em casa, João gritou: — Mãe, vamos derrubar o pé de feijão-preto! Tem um gigante querendo me pegar! 19— O que você fez desta vez? — Entrei no castelo dele e roubei sua perua. — Você invade uma casa, rouba um bicho e ainda quer matar o sujeito? 20Então a mãe de João segurou-o pelo braço e esperou que o gigante descesse. 21Aí disse para o grandalhão: — Senhor gigante, meu �lho agiu muito mal. Por favor, nos desculpe. Isso não vai mais acontecer. Pode levar sua perua. Ainda bufando de raiva, o gigante tomou a ave nos braços e pôs a mão num dos galhos do pé de feijão. No entanto, antes de subir, pensou: “22Puxa, eles poderiam ter cortado o pé de feijão, mas essa mulher preferiu fazer a coisa certa. 23Isto não acontece todos os dias. Acho que darei uma recompensa a ela.” E, tirando o ovo de ouro do bolso, entregou-o à mãe de João. 24— Tome, faça o que quiser com isso. Depois, sem dizer mais nada, voltou para seu castelo nas nuvens. 25A mãe de João vendeu o ovo de ouro e comprou várias vacas (que davam leite) e galinhas (que botavam ovos de verdade). Assim, o menino aprendeu uma lição e eles nunca mais passaram fome. 26Moral da história: Às vezes quem é bom não se dá mal. TORERO, José Roberto & PIMENTA, Marcus Aurelius: ilustrações Jean-Claude R. Alphen. João e os 10 pés de feijão. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2016. p.5-6, 20-25. (G1 - cmrj 2020) Na frase “— Meu �lho, nosso dinheiro acabou e nossa vaquinha secou.” (referência 5), usou-se a vírgula pelo mesmo motivo em que foi usada na passagem a) “Mas, um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma gota.” (referência 4) b) “Desapontada, ela atirou o grão pela janela.” (referência 8) c) “— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife.” (referência 17) d) “Puxa, eles poderiam ter cortado o pé de feijão, mas essa mulher preferiu fazer a coisa certa.” (referência 22) e) “— Tome, faça o que quiser com isso.” (referência 24) Exercício 54 A oposição passado/presente é essencial na aquisição da consciência do tempo. Não é um dado natural, mas sim uma construção. Com efeito, o interesse do passado está em esclarecer o presente. O processo da memória no homem faz intervir não só na ordenação de vestígios, mas também na releitura desses vestígios. (Jacques Le Goff) Ainda hoje, 1permanece em mim um desejo obsessivo de salvar o que acontece — 2ou deixa de acontecer — na inscrição ininterrupta, sob a forma de memória. Aquele sonho adolescente de conservar o 3rastro de todas as vozes que me atravessavam — 4ou quase atravessavam —, 5o que devia ser tão precioso e único, a um só tempo especular e especulativo. 6Acabei de dizer “deixa de acontecer” e “quase atravessaram” para marcar o fato de que o que acontece — 7em outras palavras, o acontecimento único cujo rastro gostaríamos de conservar — é também o próprio desejo de que o que não acontece deva acontecer. (DERRIDA, Jacques. Essa estranha instituição chamada literatura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2014. p. 46-47. Texto adaptado.) Vocabulário Especular: 1 estudar com atenção, pesquisar, investigar; 2 referente a espelho, que re�ete, que tem as propriedades de um espelho. Especulativo: 1 relativo à especulação, que se caracteriza por investigar teoricamente, que busca o conhecimento, curioso; 2 contemplativo. (G1 - cmrj 2020) Em dois momentos, o autor utiliza travessões para introduzir “ou deixa de acontecer” (referência 2) e “ou quase atravessaram” (referência 4). Essas expressões separadas pelos travessões assumem, no texto, o papel de a) limitar a re�exão do leitor. b) indicar a opinião do senso comum. c) desconstruir a tese defendida pelo autor. d) rati�car o que foi a�rmado anteriormente. e) ampliar as possibilidades de leitura do texto. Exercício 55 A oposição passado/presente é essencial na aquisição da consciência do tempo. Não é um dado natural, mas sim uma construção. Com efeito, o interesse do passado está em esclarecer o presente. O processo da memória no homem faz intervir não só na ordenação de vestígios, mas também na releitura desses vestígios. (Jacques Le Goff) Colecionar fotos é colecionar o mundo. As fotos são, de fato, experiência capturada, e 1a câmera é o braço ideal da consciência, 2em sua disposição aquisitiva. 3Imagens fotografadas não parecem manifestações a respeito do mundo, 4mas sim pedaços dele, miniaturas da realidade que qualquer um pode fazer ou adquirir. Fotos, que enfeixam o mundo, parecem solicitar que as enfeixemos também. São a�xadas em álbuns, emolduradas e expostas em mesas, pregadas em paredes, projetadas como diapositivos. Por meio de fotos, 5cada família constrói uma crônica visual de si mesma — um conjunto portátil de imagens que dá 6testemunho de sua coesão. Um álbum de fotos de família é, em geral, um álbum sobre a família ampliada — e, muitas vezes, o que dela resta. 7Assim como 8as fotos dão às pessoas a posse imaginária de um passado irreal, 9também as ajudam a tomar posse de um espaço 10em que se acham inseguras. (SONTAG, Susan. Sobre fotogra�a. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 14-5 e 19. Texto adaptado.) Vocabulário Diapositivo: imagem positiva, estática e translúcida, de modo geral em película, e que se pode projetar; imagem fotográ�ca. Enfeixar: amarrar ou prender em feixe; colocar junto; ajuntar; reunir. (G1 - cmrj 2020) “Assim como as fotos dão às pessoas a posse imaginária de um passado irreal, também as ajudam a tomar posse de um espaço em que se acham inseguras”. (referência 7) Nessa passagem, o trecho sublinhado apresenta o valor de a) conclusão. b) concessão. c) explicação. d) alternância. e) comparação. Exercício 56 Leia a crônica “Incon�áveis cupins”, de Moacyr Scliar, para responder à(s) questão(ões) a seguir. Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador. Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não, usaria um método cientí�co, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins. Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras. Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava. Conseguiu introduzir os cupins no museu e �cou à espera do que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados. O homem �cou furioso. Nem nos cupins se pode con�ar, foi a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa. (O imaginário
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