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Português Lista de Exercícios
Exercício 1
(Fuvest 2021)  Rubião �tava a enseada, – eram oito horas da
manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do
chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que
ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas em verdade vos
digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o
presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora! Capitalista.
Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe
deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim,
para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as
chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de
propriedade.
– Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele.
Se mana Piedade tem casado com Quincas Barba, apenas me
dano uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e
aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma
desgraça...
Machado de Assis, Quincas Borba.
O primeiro capítulo de Quincas Borba já apresenta ao leitor um
elemento que será fundamental na construção do romance:
a) a contemplação das paisagens naturais, como se lê em “ele
admirava aquele pedaço de água quieta”.    
b) a presença de um narrador-personagem, como se lê em “em
verdade vos digo que pensava em outra coisa”.  
c) a sobriedade do protagonista ao avaliar o seu percurso, como
se lê em “Cotejava o passado com o presente”.   
d) o sentido místico e fatalista que rege os destinos, como se lê
em “Deus escreve direito por linhas tortas”.   
e) a reversibilidade entre o cômico e o trágico, como se lê em “de
modo que o que parecia uma desgraça...”.   
Exercício 2
(G1 - cmrj 2020) 
Essa história em quadrinhos se comunica com o leitor por meio de
palavras e imagens. Observando a fala de Calvin no primeiro e no
último quadrinho, é correto perceber que ele expressa,
respectivamente,
a) orgulho e a�ição.    
b) medo e con�ança.    
c) alegria e precaução.    
d) curiosidade e satisfação.   
e) coragem e arrependimento.    
Exercício 3
(G1 - cotil 2020) 
Em relação à charge acima, pode-se inferir que:
I. O autor faz uma crítica explícita à forma como é tratada a
questão de demarcação de terras indígenas no país.
II. A charge retrata �elmente a visão de que os indígenas são
acomodados pelo fato de estarem acostumados a receber ajuda
da classe mais abastada da sociedade.
III. A charge ilustra o descaso da população para com a situação
dos indígenas no país.
IV. A construção do sentido da charge se baseia em aspectos
verbais e não-verbais.
Estão corretas apenas as proposições:
a) I, III e IV   
b) I, II e III     
c) II, III e IV  
d) I e III
Exercício 4
(Ufjf-pism 1 2020)  Numa entrevista publicada na Folha Ilustrada,
em 14 de marco de 2005, o escritor mineiro Luiz Ruffato disse o
que está transcrito abaixo:
“Estou indo de certa forma na contracorrente da literatura
contemporânea brasileira. Ela tende ou para o neonaturalismo ou
para uma literatura que chamo de ‘egótica’, muito centrada no eu.
Tento caminhar em outra seara, a da literatura realista, que no
meu entender não é otimista nem pessimista. Ela estabelece uma
re�exão sobre o real a partir do real.”
De acordo com o que disse Luiz Ruffato em sua entrevista, o
conceito de “realismo contemporâneo” que ele defende pode ser
explicado em qual das alternativas abaixo?
a) Um realismo excessivamente elaborado, que busca o máximo
de verossimilhança, mesmo que, para tanto, a verdade seja
sacri�cada no texto.   
b) Um realismo totalmente descompromissado das questões
fundamentais do seu próprio tempo, com vistas a fortalecer uma
ideia de �cção baseada somente na experimentação com a
linguagem.   
c) Um realismo que parta do real cotidiano para compreender a
realidade, cuidando de tomar certo distanciamento da matéria
para não tomá-la de forma demasiado personalista.   
d) Um realismo de combate, fruto das re�exões profundas do
escritor acerca da realidade, com vistas a assumir uma postura de
orientação para as tomadas de posição pelo leitor.  
e) Um realismo indiferente, cujo único compromisso e com a
literatura que se alimenta de testar os seus próprios limites.
Exercício 5
(Unicamp 2020)  Texto I
Os idiomas e suas regras são coisas vivas, que vão se
modi�cando de maneira dinâmica, de acordo com o momento em
que a sociedade vive. Um exemplo disso é a adoção do termo
“maratonar”, quando os telespectadores podem assistir a vários
ou a todos os episódios de uma série de uma só vez. Contudo, ao
que parece, a plataforma Net�ix não quer mais estar associada
“maratona” de séries. A maior razão seria a tendência atual que
as gigantes da tecnologia têm seguido para evitar o consumo
excessivo e melhorar a saúde dos usuários.
(Adaptado de Claudio Yuge, “Você notou? Net�ix parece estar
evitando o termo ‘maratonar’.” Disponível em
https://www.tecmundo.com.br/ internet/133690-voce-notou-net
�ix-pareceevitando-termo-maratonar.htm. Acessado em
01/06/2019.)
Texto II
Embora os dois textos tratem do termo “maratonar” a partir de
perspectivas distintas, é possível a�rmar que o Texto II retoma
aspectos apresentados no Texto I porque
a) esclarece o signi�cado do neologismo “maratonar” como
esforço físico exaustivo, derivado de “maratona”.   
b) deprecia a de�nição de “maratona” como ação contínua de
superação de di�culdades e melhoria da saúde.   
c) re�ete sobre o impacto que a falta de exercícios físicos e a
permanência em casa provocam na saúde.  
d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a um
estilo de vida sedentário, antagônico a maratona.  
Exercício 6
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Examine a tira de André Dahmer para responder à(s)
questão(ões) a seguir.
(Unesp 2020)  Na tira, a morte é caracterizada como
a) frívola.    
b) compassiva.   
c) solitária.   
d) incorruptível.  
e) materialista.
Exercício 7
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia a charge do cartunista Duke para responder à(s)
questão(ões) a seguir.
(Famema 2020)  Depreende-se com a leitura da charge que as
redes sociais
a) melhoram a saúde do homem, quando usadas intensamente.   
b) podem ocasionar prejuízos à saúde do ser humano.    
c) promovem situações salutares de convivência humana.   
d) permitem o aguçamento da percepção das pessoas.   
e) in�uenciam pouco a saúde, assim como as atividades físicas.    
Exercício 8
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir.
O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em
alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os
municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de
escolarização.
            Além de medidas que incluem formação de professores e
material didático estruturado, o governo cearense acionou um
incentivo �nanceiro: as cidades com resultados melhores recebem
fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos.
O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo
implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São
Paulo.
Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em
Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao
estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São
Paulo.
Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação
é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de
propostas palpáveis.
(“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.)
(Famema 2020)  O objetivo do texto é
a) analisar o impacto no aumento do ICMS para as políticas
públicas educacionais.   
b) examinar práticas que visem à melhoria das condições de
ensino do país.    
c) criticar a falta de políticas públicas em educação para atender
os estados brasileiros.     
d) contestar os resultados de práticas educacionais chamadas de
inovadoras no país.
Exercício 9
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
(S1 - ifce 2020)  Sobre a charge acima, é correto a�rmar-se 
a) fake news não existem, assim como personagens de contos de
fadas.b) por ser experiente em mentiras, Pinóquio seria um bom
consultor para a criação de fake news.  
c) o nariz de Pinóquio está crescendo, pois ele está veiculando
fake news.  
d) Pinóquio ter uma agenda em seu tablet demonstra um
exemplo de fake news.   
e) o personagem Pinóquio utilizará fake news para conseguir
fazer campanha política.
Exercício 10
(G1 - ifce 2019)  Observe a tirinha a seguir.
O livro é escolhido como presente por representar um(a)  
a) objeto de desejos.    
b) fonte de conhecimentos.    
c) objeto de entretenimento.    
d) meio de melhorar literalmente a visão das pessoas.    
e) forma de aproximar as pessoas.   
Exercício 11
(Fuvest 2019)  Examine o anúncio.
No contexto do anúncio, a frase “A diferença tem que ser só uma
letra” pressupõe a
a) necessidade de leis de proteção para todos que trabalham.     
b) existência de desigualdade entre homens e mulheres no
mercado de trabalho.   
c) permanência de preconceito racial na contratação de mulheres
para determinadas pro�ssões.    
d) importância de campanhas dirigidas para a mulher
trabalhadora.     
e) discriminação de gênero que se manifesta na própria
linguagem.
Exercício 12
(Enem 2019)
Nesse cartaz, o uso da imagem do calçado aliada ao texto verbal
tem o objetivo de
a) criticar as difíceis condições de vida dos refugiados.   
b) revelar a longa trajetória percorrida pelos refugiados.   
c) incentivar a campanha de doações para os refugiados.   
d) denunciar a situação de carência vivida pelos refugiados.  
e) simbolizar a necessidade de adesão à causa dos refugiados.   
Exercício 13
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o trecho do romance S. Bernardo, de Graciliano Ramos, para
responder à(s) questão(ões) a seguir.
O caboclo mal-encarado que encontrei um dia em casa do
Mendonça também se acabou em desgraça. Uma limpeza. Essa
gente quase nunca morre direito. Uns são levados pela cobra,
outros pela cachaça, outros matam-se.
Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se da pedra, bateu-lhe
no peito, e foi a conta. Deixou viúva e órfãos miúdos. Sumiram-se:
um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas comeram o segundo,
o último teve angina e a mulher enforcou-se.
Para diminuir a mortalidade e aumentar a produção, proibi a
aguardente.
Concluiu-se a construção da casa nova. Julgo que não preciso
descrevê-la. As partes principais apareceram ou aparecerão; o
resto é dispensável e apenas pode interessar aos arquitetos,
homens que provavelmente não lerão isto. Ficou tudo confortável
e bonito. Naturalmente deixei de dormir em rede. Comprei móveis
e diversos objetos que entrei a utilizar com receio, outros que
ainda hoje não utilizo, porque não sei para que servem.
Aqui existe um salto de cinco anos, e em cinco anos o mundo dá
um bando de voltas.
Ninguém imaginará que, topando os obstáculos mencionados, eu
haja procedido invariavelmente com segurança e percorrido, sem
me deter, caminhos certos. Não senhor, não procedi nem percorri.
Tive abatimentos, desejo de recuar; contornei di�culdades: muitas
curvas. Acham que andei mal? A verdade é que nunca soube
quais foram os meus atos bons e quais foram os maus. Fiz coisas
boas que me trouxeram prejuízo; �z coisas ruins que deram lucro.
E como sempre tive a intenção de possuir as terras de S.
Bernardo, considerei legítimas as ações que me levaram a obtê-
las.
Alcancei mais do que esperava, mercê de Deus. Vieram-me as
rugas, já se vê, mas o crédito, que a princípio se esquivava,
agarrou-se comigo, as taxas desceram. E os negócios
desdobraram-se automaticamente. Automaticamente. Difícil?
Nada! Se eles entram nos trilhos, rodam que é uma beleza. Se
não entram, cruzem os braços. Mas se virem que estão de sorte,
metam o pau: as tolices que praticarem viram sabedoria. Tenho
visto criaturas que trabalham demais e não progridem. Conheço
indivíduos preguiçosos que têm faro: quando a ocasião chega,
desenroscam-se, abrem a boca – e engolem tudo.
Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primeiras tentativas e
obriguei a fortuna a ser-me favorável nas seguintes. Depois da
morte do Mendonça, derrubei a cerca, naturalmente, e levei-a
para além do ponto em que estava no tempo de Salustiano
Padilha. Houve reclamações.
– Minhas senhoras, seu Mendonça pintou o diabo enquanto viveu.
Mas agora é isto. E quem não gostar, paciência, vá à justiça.
Como a justiça era cara, não foram à justiça. E eu, o caminho
aplainado, invadi a terra do Fidélis, paralítico de um braço, e a dos
Gama, que pandegavam no Recife, estudando Direito. Respeitei o
engenho do Dr. Magalhães, juiz.
Violências miúdas passaram despercebidas. As questões mais
sérias foram ganhas no foro, graças às chicanas de João Nogueira.
Efetuei transações arriscadas, endividei-me, importei
maquinismos e não prestei atenção aos que me censuravam por
querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a pomicultura e a
avicultura. Para levar os meus produtos ao mercado, comecei uma
estrada de rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela dois
artigos, chamou-me patriota, citou Ford e Delmiro Gouveia. Costa
Brito também publicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e
elogiando o chefe político local. Em consequência mordeu-me
cem mil-réis.
(S. Bernardo, 1996.)
(Unesp 2019)  No trecho, o narrador revela-se uma pessoa
a) empreendedora e solidária.    
b) invejosa e hesitante.    
c) obstinada e compassiva.    
d) egoísta e violenta.   
e) preguiçosa e traiçoeira.
Exercício 14
(G1 - ifsul 2019)  Qual é a crítica central do texto:
a) A imagem das crianças com os pés no sofá denota desrespeito
aos pais.       
b) O bebê sofre abandono por parte dos pais.  
c) Os momentos em família são de mera presença física.   
d) O pai fala sozinho, enquanto os demais não lhe dão atenção.
Exercício 15
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
(...) procurei adivinhar o que se passa na alma duma cachorra.
Será que há mesmo alma em cachorro? Não me importo. O meu
bicho morre desejando acordar num mundo cheio de preás.
Exatamente o que todos nós desejamos. A diferença é que eu
quero que eles apareçam antes do sono, e padre Zé Leite
pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos
somos como a minha cachorra Baleia e esperamos preás. (...)
Carta de Graciliano Ramos a sua esposa.
(...) Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração. Precisava vigiar
as cabras: àquela hora cheiros de suçuarana deviam andar pelas
ribanceiras, rondar as moitas afastadas. Felizmente os meninos
dormiam na esteira, por baixo do caritó onde sinhá Vitória
guardava o cachimbo.
(...)
Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás.
E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças
se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num
chiqueiro enorme. O mundo �caria todo cheio de preás, gordos,
enormes.
Graciliano Ramos, Vidas secas.
(Fuvest 2018)  As declarações de Graciliano Ramos na Carta e o
excerto do romance permitem a�rmar que a personagem Baleia,
em Vidas secas, representa
a) o conformismo dos sertanejos.   
b) os anseios comunitários de justiça social.   
c) os desejos incompatíveis com os de Fabiano.   
d) a crença em uma vida sobrenatural.  
e) o desdém por um mundo melhor.   
Exercício 16
(Fuvest 2021)  Remissão
Tua memória, pasto de poesia,
tua poesia, pasto dos vulgares,
vão se engastando numa coisa fria
a que tu chamas: vida, e seus pesares.
Mas, pesares de quê? perguntaria,
se esse travo de angústia nos cantares,
se o que dorme no base da elegia
vai correndo e secando pelos ares,
e nada resta, mesmo, do que escreves
e te forçou ao exílio das palavras,
senão contentamento de escrever,
enquanto o tempo, e suas formas breves
ou longas, que sutil interpretavas,
se evapora no fundo do teu ser?
Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma.
Claro enigma apresenta, por meio do lirismo re�exivo, o
posicionamento do escritor perante a sua condição no mundo.
Considerando-o como representativo desse seu aspecto, o poema
“Remissão”
a) traduza melancolia e o recolhimento do eu lírico em face da
sensação de incomunicabilidade com uma realidade indiferente à
sua poesia.  
b) revela uma perspectiva inconformada, mesclando-a, livre da
indulgência dos anos anteriores, a um novo formalismo estético.   
c) propõe, como reação do poeta à vulgaridade do mundo, uma
poética capaz de interferir na realidade pelo viés nostálgico.  
d) re�ete a visão idealizada do trabalho do poeta e a consciência
da perenidade da poesia, resistente à passagem do tempo.  
e) realiza a transição do lirismo social para o lirismo metafísico,
caracterizado pela adesão ao conforto espiritual e ao escapismo
imaginativo.
Exercício 17
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Agressividade is the new black
RUTH MANUS
Para que dialogar se nós podemos jogar pedras?
The new black. Expressão inglesa que designa uma nova
tendência, algo que está tão na moda que poderia 1até mesmo
funcionar como um pretinho básico. Adoraria que este fosse um
texto sobre jaqueta jeans, mas não é.
            “Se prepare, Ruth, a agressividade nas redes sociais é algo
que você não pode imaginar.”
            Foi o que me disseram pouco antes da estreia do blog. Eu,
�ngindo não estar com medo, balancei a cabeça positivamente
como quem diz “tô sabendo, tô sabendo”. Mas como diria
Compadre Washington, “sabe de nada, inocente”.
            No meu segundo texto, quase desisti de tudo. Eu
realmente não tinha dimensão do nível sem cabimento que as
pessoas poderiam atingir para atacar algo que na maioria das
vezes nem mesmo as provocou.
            Há muito tempo venho tentando digerir, mas não consigo.
Achava que a agressividade 2vinha só de alguns leitores meio
pancadas. Engano meu. Ela vem de todo lado: de quem lê, de
quem não lê, de quem lê só o título e 3até de quem escreve.
            E eu pensava que isso acontecia porque o computador
torna as pessoas intocáveis, assim como os carros e que por isso
elas canalizavam toda sua agressividade nas redes sociais ou no
trânsito.
            Engano meu. Tá generalizado, como uma peste que se
espalha pelo país e ninguém faz nada para conter. Mesa de bar,
�la da farmácia, ponto do ônibus. Discursos de ódio e ignorância
estão por toda parte.
            Acho que existe um erro de conceito. As pessoas passaram
a utilizar a agressividade como um artifício para aumentar a
própria autoestima.
            Como as pessoas se sentem politizadas? Sendo
agressivas.
            Como as pessoas se sentem informadas? Sendo
agressivas.
            Como as pessoas se sentem engraçadas? Sendo
agressivas.
            Como as pessoas se sentem menos ignorantes? Sendo
agressivas.
            Entendam: 4pessoas inteligentes não jogam pedras. E
pessoas equilibradas não berram, nem mesmo via caps lock.
            Sempre me vem à mente aquela passagem de Sagarana,
em que Augusto Matraga 5diz que vai para o céu “nem que seja a
porrete”. As pessoas tentam reduzir a violência com
agressividade. Tentam melhorar o país com agressividade.
Tentam educar seus �lhos com agressividade. Tentam fazer
justiça amarrando pessoas em postes.
            “Pra pedir silêncio eu berro, pra fazer barulho eu mesma
faço”. 6Será que um dia essa gente vai entender que o antônimo
de agressividade não é passividade? Mas é assim que tá sendo.
            Porque argumentar dá muito trabalho. Pesquisar então,
nem se fala. Articular um discurso está fora de questão. Tentar
persuadir é bobagem. E tolerar... Tolerar é um verbo morto.
Agressividade is the new black.
(Disponível em: https://emais.estadao.com.br/blogs/ruth-
manus/agressividade-is-the-new-black/ - Acesso em
28/08/2020)
(G1 - epcar (Cpcar) 2021)  O título do texto faz referência a uma
expressão da língua inglesa que, no contexto utilizado, aponta
para
a) a tentativa da autora de a�rmar que, no Brasil, a agressividade
tornou-se um problema generalizado e sem solução.   
b) o comportamento do brasileiro de apresentar uma postura
racista nas redes sociais.   
c) a capacidade irrestrita das pessoas de não aceitação de
convivência pací�ca com o inusitado e inesperado.  
d) a postura, insistente, difundida entre os brasileiros que não
reconhecem a tolerância como conduta a ser praticada.  
Exercício 18
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O QUE É INTOLERÂNCIA
1A palavra “intolerância” vem do latim intolerantia, que signi�ca
impaciência, incapacidade de suportar, falta de condescendência
e de compreensão. 2Também compreende o sentido de in�exível,
rígido e que não admite opinião ou posição divergente. No sentido
oposto, “tolerância” foi de�nida pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como “o
respeito, a aceitação e o apreço da riqueza e da diversidade das
culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de
nossas maneiras de exprimir nossa qualidade de seres humanos”.
(...)
Um interessante entendimento das razões da intolerância é o da
antropóloga francesa Françoise Héritier (1933-2017). Segundo
ela, a intolerância está associada à di�culdade de 3reconhecer a
expressão da condição humana no que nos é absolutamente
diverso. Ser intolerante seria "restringir a de�nição de humano
aos membros do grupo; 4os outros, sendo não humanos, podem
ser tratados como tais". 5Está aí uma das chaves para a
compreensão das causas do aumento da intolerância nos últimos
tempos.
(...)
(Disponível em:
http://conhecimentocerebral1.blogspot.com/2018/06/atualidades-
vestibular-e-enem-dossie.html - Acesso em 28/08/2020)
(G1 - epcar (Cpcar) 2021)  De acordo com o texto, na
compreensão da antropóloga francesa Françoise Héritier, a
intolerância caracteriza-se pela
a) incapacidade de conviver com indivíduos semelhantes.   
b) di�culdade de aceitação do que é considerado, entre membros
do grupo, inumano.   
c) inaptidão de reconhecimento do comportamento similar entre
os humanos.  
d) aceitação irrestrita de comportamentos heterogêneos entre os
humanos.   
Exercício 19
(Ufrgs 2020)  Um tema em Quarto de despejo é encontrado
também no poema “O bicho”, de Manuel Bandeira, transcrito a
seguir.
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Assinale a alternativa que identi�ca esse tema recorrente nas
duas obras.
a) A revolta e a indignação daqueles que sofrem a miséria e a
marginalização social.   .   
b) O problema da fome, que avilta a dignidade humana.   
c) A aceitação da pobreza, que se tornou uma condição inerente
às sociedades modernas.   
d) A esperança como forma de enfrentar o sofrimento da fome e
de garantir a sobrevivência.  
e) O ato de escrever funciona como modo de driblar a fome.
Exercício 20
(Enem 2020)  Retrato de homem
A paisagem estrita
ao apuro do muro
feito vértebra a vértebra
e escuro.
A geração dos pelos
sobre a casca e os rostos
em seus diques de sombra
repostos.
Os poços com seu lodo
de ira e de tensão:
entre cimento e fronte
– um vão.
As setas se atiram
às margens de ninguém,
ilesas a si mesmas
retêm.
Compassos de evasão
entre falange e rua
sondando a solitude
nua.
E na armadura de coisa
salobra, um só segredo:
a polpa toda é fruição
de medo.
ARAÚJO, L.C. Cantochão. Belo Horizonte: Imprensa Publicações –
Governo do Estado de Minas Gerais, 1967.
No poema, a descrição lírica do objeto representado é orientada
por um olhar que
a) desvela sentimentos de vazio e angústia sob a aparente
austeridade.   
b) expressa desilusão ante a possibilidade de superação do
sofrimento.   
c) contrapõe a fragilidade emocional ao uso desmedido da força
física.   
d) associa a incomunicabilidade emocional às determinações
culturais.  
e) privilegia imagens relacionadas à exposição do dinamismo
urbano.  
Exercício 21
(Unicamp 2020)  O poema abaixo vem impresso na orelhado
livro Psia, de Arnaldo Antunes.
Psia é feminino
de psiu;
que serve para chamar a atenção
de alguém, ou para pedir
silêncio.
Eu berro as palavras
no microfone
da mesma maneira com que
as desenho, com cuidado,
na página.
Para transformá-las em coisas,
em vez de substituírem
as coisas.
Calos na língua; de calar.
Alguma coisa entre a piscina e a pia.
Um hiato a menos.
(Arnaldo Antunes, Psia. São Paulo: Iluminuras, 2012.)
Na orelha do livro, Antunes apresenta ao leitor seu processo de
criação poética. É correto dizer que o autor se propõe a
a) revelar a primazia da comunicação oral sobre a escrita das
palavras.   
b) discutir a �exão de gênero, que torna a palavra “psia” um
substantivo.  
c) defender a conversão das palavras em coisas, mudando seu
estatuto.  
d) explorar o poder de representação da interjeição exclamativa
“psiu!”.
Exercício 22
(Famerp 2020)  Considere a tirinha Gar�eld, de Jim Davis.
O pronome “este”, no terceiro quadrinho,
a) refere-se ao presente do personagem, em que não há diversão.
b) retoma o sentido das palavras “o mundo”.   
c) refere-se ao período em que o mundo diverte o personagem.   
d) aponta para um momento em que o desejo do personagem se
realizaria.  
e) retoma o sentido da frase “o mundo existe para me divertir”.   
Exercício 23
(Ufjf-pism 1 2020)  O que é um meme?
Por Nova Escola
02/06/2015
Você sabia que o criador do termo é um biólogo que não estava
nem aí para a cultura digital? O renomado (e polêmico) biólogo
britânico Richard Dawkins, um dos principais cientistas que
estuda a evolução das espécies, esteve na Editora Abril na
semana passada para uma palestra e explicou a origem do
conceito, cunhado em seu best-seller O gene egoísta, de 1976.
O livro O gene egoísta popularizou a ideia de que a seleção
natural acontece a partir dos genes. Eles “buscam” a
sobrevivência, por meio de corpos capazes de sobreviver e de se
reproduzir (para replicar os genes). O biólogo contou que queria
terminar o livro com a proposta de que a cultura também se
espalha como os genes. O meme é o equivalente cultural do
gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por
meio da imitação.
Sobre o uso do termo para descrever os virais da internet, ele
disse que não se importa com a apropriação: “A internet é um
fenômeno novo, que não existia quando eu criei o meme. É um
belo ambiente para o meme espalhar!”, disse.
Texto adaptado. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/4629/o-que-e-um-meme#.
Acesso em: 18 jul. 2019.
Com base no texto, pode-se dizer que meme:
a) É um termo recente, criado no contexto da internet, para
nomear conteúdos digitais satíricos, que apresentam a
característica de se propagar rapidamente.    
b) É um termo criado fora do contexto da internet para descrever
informações genéticas que são capazes de se espalhar
rapidamente de um organismo para outro.   
c) É um termo que, embora nascido fora do contexto da internet,
foi aplicado ao mundo multimídia pelo próprio criador do termo,
através de uma comparação do conceito de gene na biologia.   
d) É um termo proposto fora do contexto da internet, sendo uma
analogia ao conceito biológico de gene, em alusão à sua
capacidade de se propagar de um indivíduo para outro.  
e) É um termo de origem grega, cunhado por um biólogo, para
nomear conteúdos culturais que se propagam, exclusivamente
pela internet, através das redes sociais.  
Exercício 24
(Ufjf-pism 1 2020)  Texto 1
Quer virar um gênio da web? Saiba como criar seu meme para
WhatsApp
Por Márcio Padrão
27/10/2018
No princípio, era o verbo. Depois, o e-mail, o link e o website.
Logo em sequência, o GIF do bebê dançando, um dos primeiros
memes da internet. Desde então, essa forma de comunicação dos
novos tempos se alastrou como um tsunami em todas as nossas
conversas e redes sociais. Mas e você? Já fez algum meme?
Memes são conteúdos multimídia que se espalham (viralizam)
rapidamente, recriando fatos ou algum conteúdo original com um
propósito humorístico ou de sátira. Tudo vira meme na mão do
povão: uma cena importante de "Game of Thrones", um discurso
político, uma derrota de um time de futebol ou uma foto bizarra
de um anônimo.
A graça dele é que justamente qualquer um com uma boa sacada
pode criar um meme ou participar de um que já está rolando na
web. Se você quer fazer um, lembre-se de que um bom meme
geralmente possui essas características, segundo o site "Thrillist":
Mensagem simples e e�ciente
É preciso que a frase/imagem/áudio/legenda/GIF/vídeo traga uma
mensagem curta e clara, e com referências e contexto fáceis de
identi�car. De preferência, sobre algo que ainda esteja fresco na
memória das pessoas. Por isso, o autor do meme também deve
ser rápido se quiser "surfar" no assunto do momento.
Evolução
O meme não pode permanecer estático; seu sinal de sucesso é
que ele deve ser adotado e constantemente recriado pelo grande
público, ou pelo menos por seu público-alvo.
Maleabilidade
Ele deve ter em si elementos que ajudem em sua própria
evolução, com detalhes que podem ser alterados, mas mantendo
o núcleo da ideia original. Por exemplo: se o meme for o de uma
placa de aviso com uma frase, que seja possível trocar a frase por
outra diferente sem que polua demais a imagem original.
Efeito
E o mais importante: tem que atingir um certo nível de
popularidade e compreensão. Em poucas palavras, tem que
causar reação e interesse imediato nas pessoas, além de atiçar
nelas o interesse de repassar o meme ou de fazer outros
parecidos.
Texto adaptado. Disponível em:
https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/redacao/2018/10/27/como-
criar-seu-memeparawhatsapp.htm . Acesso em: 18 jul. 2019.
Texto 2
O que é um meme?
Por Nova Escola
02/06/2015
Você sabia que o criador do termo é um biólogo que não estava
nem aí para a cultura digital? O renomado (e polêmico) biólogo
britânico Richard Dawkins, um dos principais cientistas que
estuda a evolução das espécies, esteve na Editora Abril na
semana passada para uma palestra e explicou a origem do
conceito, cunhado em seu best-seller O gene egoísta, de 1976.
O livro O gene egoísta popularizou a ideia de que a seleção
natural acontece a partir dos genes. Eles “buscam” a
sobrevivência, por meio de corpos capazes de sobreviver e de se
reproduzir (para replicar os genes). O biólogo contou que queria
terminar o livro com a proposta de que a cultura também se
espalha como os genes. O meme é o equivalente cultural do
gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por
meio da imitação.
Sobre o uso do termo para descrever os virais da internet, ele
disse que não se importa com a apropriação: “A internet é um
fenômeno novo, que não existia quando eu criei o meme. É um
belo ambiente para o meme espalhar!”, disse.
Texto adaptado. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/4629/o-que-e-um-meme#.
Acesso em: 18 jul. 2019.
A partir da relação entre o Texto 1 e o Texto 2, podemos dizer
que ambos conferem ao meme a seguinte característica:
a) Difusão cultural, sendo capaz de se propagar entre as pessoas.
b) Efeito humorístico, sendo capaz de causar riso nas pessoas.   
c) Natureza crítica, sendo capaz de apontar problemas sociais.  
d) Aspecto informativo, servindo como divulgador de notícias.  
e) Natureza biológica, fazendo parte da constituição genética das
pessoas.  
Exercício 25
(Enem 2020)  Uma das mais contundentes críticas ao discurso da
aptidão física relacionada à saúde está no caráter eminentemente
individual de suas propostas, o que serve para obscurecer outros
determinantes da saúde. Ou seja, costuma-se apresentar o
indivíduo como o problema e a mudança do estilo de vida como a
solução. Argumenta-se ainda que o movimento da aptidão física
relacionada à saúde considera a existência de uma cultura
homogênea na qual todos seriam livres para escolher seus estilos
de vida, o que não condiz com a realidade. O fato é que vivemos
numa sociedade divididaem classes sociais, na qual nem todas as
pessoas têm condições econômicas para adotar um estilo de vida
ativo e saudável. Há desigualdades estruturais com raízes
políticas, econômicas e sociais que di�cultam a adoção desses
estilos de vida.
FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física
escolar; ampliando o enfoque. RBCE, n. 2. jan. 2001 (adaptado).
Com base no texto, a relação entre saúde e estilos de vida
a) constrói a ideia de que a mudança individual de hábitos
promove a saúde.     
b) considera a homogeneidade da escolha de hábitos saudáveis
pelos indivíduos.   
c) reforça a necessidade de solucionar os problemas de saúde da
sociedade com a prática de exercícios.   
d) problematiza a organização social e seu impacto na mudança
de hábitos dos indivíduos.  
e) reproduz a noção de que a melhoria da aptidão física pela
prática de exercícios promove a saúde.
Exercício 26
(Enem 2020)  Em 2000 tivemos a primeira experiência do futebol
feminino em um jogo de videogame, o Mia Hamm Soccer. Doze
anos depois, uma petição on-line pedia que a EA Sports incluísse
o futebol feminino no Fifa 13. Contudo, só em 2015, com uma
nova petição on-line, que arrecadou milhares de assinaturas,
tivemos o futebol feminino incluído no Fifa 16. Vendo um nicho
de mercado inexplorado, a EA Sports produziu o jogo com 12
seleções femininas e o apresentou como inovação. A empresa
sabe que mais de 40% dos praticantes de futebol nos EUA são
meninas. Para elas, ver o futebol feminino representado em um
jogo de videogame é extremamente importante. Ter o futebol
feminino no Fifa 16 é um grande passo para a sua popularização
na luta pela igualdade de gênero, num contexto machista, sexista,
misógino e homofóbico.
Disponível em: www.ludopedio.com.br. Acesso em: 5 jun. 2018
(adaptado).
Os jogos eletrônicos presentes na cultura juvenil podem
desempenhar uma relevante função na abordagem do futebol ao
a) disseminarem uma modalidade, promovendo a igualdade de
gênero.   
b) superarem jogos malsucedidos no mercado, lançados
anteriormente.   
c) inovarem a modalidade com novas ofertas de jogos ao
mercado.   
d) explorarem nichos de mercado antes ignorados, produzindo
mais lucro.  
e) reforçarem estereótipos de gênero masculino ou feminino nos
esportes.   
Exercício 27
(Enem 2020)  LUTA: prática corporal imprevisível, caracterizada
por determinado estado de contato proposital, que possibilita a
duas ou mais pessoas se enfrentarem numa constante troca de
ações ofensivas e/ou defensivas, regida por regras, com o objetivo
mútuo sobre um alvo móvel personi�cado no oponente.
GOMES, M. S. P. et al. Ensino das lutas: dos princípios
condicionais aos grupos situacionais. Movimento, n. 2, abr.-jun.
2010 (adaptado).
De acordo com o texto, podemos identi�car uma abordagem das
lutas nas aulas de educação física quando o professor realiza uma
proposta envolvendo
a) contato corporal intenso entre o aluno e seu oponente.   
b) contenda entre os alunos que se agridem �sicamente.   
c) confronto corporal em que os vencedores são previamente
identi�cados.   
d) combate corporal intencional com ações regulamentadas entre
os oponentes.  
e) con�ito resolvido pelos alunos por meio de regras previamente
estabelecidas.   
Exercício 28
(Enem 2019)  Com o enredo que homenageou o centenário do Rei
do Baião, Luiz Gonzaga, a Unidos da Tijuca foi coroada no
Carnaval 2012.
À penúltima escola a entrar na Sapucaí, na segunda noite de
des�les, mergulhou no universo do cantor e compositor brasileiro
e trouxe a cultura nordestina com criatividade para a Avenida,
com o enredo O dia em que toda a realeza desembarcou na
Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão.
Disponível em: www.cultura.rj.gov.br. Acesso em: 15 maio 2012
(adaptado).
A notícia relata um evento cultural que marca a
.   
a) primazia do samba sobre a música nordestina.   
b) inter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros.   
c) valorização das origens oligárquicas da cultura nordestina.   
d) proposta de resgate de antigos gêneros musicais brasileiros.  
e) criatividade em compor um samba-enredo em homenagem a
uma pessoa.   
Exercício 29
(Enem 2019)  Mídias: aliadas ou inimigas da educação física
escolar?
No caso do esporte, a mediação efetuada pela câmera da TV
construiu uma nova modalidade de consumo: o esporte
telespetáculo, realidade textual relativamente autônoma face à
prática “real” do esporte, construída pela codi�cação e mediação
dos eventos esportivos efetuados pelo enquadramento, edição
das imagens e comentários, interpretando para o espectador o
que ele está vendo. Esse fenômeno tende a valorizar a forma em
relação ao conteúdo, e para tal faz uso privilegiado da linguagem
audiovisual com ênfase na imagem cujas possibilidades são
levadas cada vez mais adiante, em decorrência dos avanços
tecnológicos. Por outro lado, a narração esportiva propõe uma
concepção hegemônica de esporte: esporte é esforço máximo,
busca da vitória, dinheiro... O preço que se paga por sua
espetacularização é a fragmentação do fenômeno esportivo. A
experiência global do ser-atleta é modi�cada: a socialização no
confronto e a ludicidade não são vivências privilegiadas no
enfoque das mídias, mas as eventuais manifestações de violência,
em partidas de futebol, por exemplo, são exibidas e reexibidas
em todo o mundo.
BETTI, M. Motriz, n. 2, jul.-dez. 2001 (adaptado).
A re�exão trazida pelo texto, que aborda o esporte telespetáculo,
está fundamentada na
a) distorção da experiência do ser-atleta para os espectadores.   
b) interpretação dos espectadores sobre o conteúdo transmitido.  
c) utilização de equipamentos audiovisuais de última geração.   
d) valorização de uma visão ampliada do esporte.  
e) equiparação entre a forma e o conteúdo.   
Exercício 30
(Enem 2019)  Expostos na web desde a gravidez
Mais da metade das mães e um terço dos pais ouvidos em uma
pesquisa sobre compartilhamento paterno em mídias sociais
discutem nas redes sociais sobre a educação dos �lhos. Muitos
são pais e mães de primeira viagem, frutos da geração Y (que
nasceu junto com a internet) e usam esses canais para saberem
que não estão sozinhos na empreitada de educar uma criança. Há,
contudo, um risco no modo como as pessoas estão
compartilhando essas experiências. É a chamada exposição
parental exagerada, alertam os pesquisadores.
De acordo com os especialistas no assunto, se você compartilha
uma foto ou vídeo do seu �lho pequeno fazendo algo ridículo, por
achar engraçadinho, quando a criança tiver seus 11, 12 anos,
pode se sentir constrangida. A autoconsciência vem com a idade.
A exibição da privacidade dos �lhos começa a assumir uma
característica de linha do tempo e eles não participaram da
aprovação ou recusa quanto à veiculação desses conteúdos.
Assim, quando a criança cresce, sua privacidade pode já estar
violada.
OTONI, A. C. O Globo, 31 mar. 2015 (adaptado).
Sobre o compartilhamento parental excessivo em mídias sociais,
o texto destaca como impacto o(a)
a) interferência das novas tecnologias na comunicação entre pais
e �lhos.   
b) desatenção dos pais em relação ao comportamento dos �lhos
na internet.      
c) distanciamento na relação entre pais e �lhos é provocado pelo
uso das redes sociais.   
d) fortalecimento das redes de relações decorrente da troca de
experiências entre as famílias.
e) desrespeito à intimidade das crianças cujas imagens têm sido
divulgadas nas redes sociais.
Exercício 31
(Enem 2019)  TEXTO I
O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e 56 no
primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias de
violação de direitos dos idosos em todo o País.
Para especialistas da área, o aumento no número de denúncias
pode ser consequência do encorajamento dos mais velhos na
busca pelos direitos. Mas também pode re�etir uma onda
crescente de violência na sociedade e dentro das próprias
famílias.
Políticas públicas mais e�cazes no atendimento ao idoso são o
mínimoque um país deve estabelecer. O Brasil está �cando para
trás e é preciso levar em consideração que o País envelhece
(tendência mundial) sem estar preparado para arcar com os
desa�os, como criar uma rede de proteção, preparar os serviços
de saúde pública e dar suporte às famílias que precisam cuidar de
seus idosos dependentes,
Disponível em: www.folhadelondrina.com.br.
Acesso em: 9 dez. 2018 (adaptado).
TEXTO II
Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do
Estatuto do Idoso
a) apresentam vantagens em relação às de outros países.   
b) são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos.    
c) alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos.
d) precisam ser revistas em razão do envelhecimento da
população.  
e) contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo País.
Exercício 32
(Enem 2019)  Na semana passada, os alunos do colégio do meu
�lho se mobilizaram, através do Twitter, para não comprarem na
cantina da escola naquele dia, pois acharam o preço do pão de
queijo abusivo São adolescentes. Quase senhores das novas
tecnologias, transitam nas redes sociais, varrem o mundo através
dos teclados dos celulares, iPads e se organizam para fazer um
movimento pací�co de não comprar lanches por um dia. Foi parar
na TV e em muitas páginas da internet
GOMES, A. A revolução silenciosa e o Impacto na sociedade das
redes sociais. Disponível em: www.hsm.com.br.
Acesso em: 31 jul. 2012
O texto aborda a temática das tecnologias da informação e
comunicação, especi�camente o uso de redes sociais. Muito se
debate acerca dos benefícios e malefícios do uso desses recursos
e, nesse sentido, o texto
a) aborda a discriminação que as redes sociais sofrem de outros
meios de comunicação.   
b) mostra que as reivindicações feitas nas redes sociais não têm
impacto fora da internet.    
c) expõe a possibilidade de as redes sociais favorecem
comportamentos e manifestações violentos dos adolescentes que
nela se relacionam.   
d) trata as redes sociais como modo de agregar e empoderar
grupos de pessoas, que se unem em prol de causas próprias ou
de mudanças sociais.  
e) evidencia que as redes sociais são usadas inadequadamente
pelos adolescentes, que, imaturos, não utilizam a ferramenta
como forma de mudança social.
Exercício 33
(Enem 2018)  o que será que ela quer
essa mulher de vermelho
alguma coisa ela quer
pra ter posto esse vestido
não pode ser apenas
uma escolha casual
podia ser um amarelo
verde ou talvez azul
mas ela escolheu vermelho
ela sabe o que ela quer
e ela escolheu vestido
e ela é uma mulher
então com base nesses fatos
eu já posso a�rmar
que conheço o seu desejo
caro watson, elementar:
o que ela quer sou euzinho
sou euzinho o que ela quer
só pode ser euzinho
o que mais podia ser
FREITAS, A. Um útero é do tamanho de um punho. São Paulo:
Cosac Naify, 2013.
No processo de elaboração do poema, a autora confere ao eu
lírico uma identidade que aqui representa a
a) hipocrisia do discurso alicerçado sobre o senso comum.    
b) mudança de paradigmas de imagem atribuídos à mulher.    
c) tentativa de estabelecer preceitos da psicologia feminina.      
d) importância da correlação entre ações e efeitos causados.   
e) valorização da sensibilidade como característica de gênero.  
Exercício 34
(Enem 2018)
A internet proporcionou o surgimento de novos paradigmas
sociais e impulsionou a modi�cação de outros já estabelecidos
nas esferas da comunicação e da informação. A principal
consequência criticada na tirinha sobre esse processo é a
a) criação de memes.    
b) ampliação da blogosfera.    
c) supremacia das ideias cibernéticas.    
d) comercialização de pontos de vista.   
e) banalização do comércio eletrônico.   
Exercício 35
(Fuvest 2021)
O efeito de humor presente nas falas das personagens decorre:
a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia.
b) da ambiguidade causada pela antonímia.
c) do contraste provocado pela fonética.
d) do contraste introduzido pela neologia.
e) do estranhamento devido à morfologia.
Exercício 36
(Ueg 2020)  Observe a tirinha a seguir.
O sentido global da tirinha é constituído a partir de uma relação:
a) sociolinguística, baseada numa variante linguística
incompatível com a fala de crianças.
b) antonímica, que se estabelece contextualmente entre as
palavras “muros” e “pontes”.
c) sintática, expressa pelo uso da construção adversativa no
primeiro quadrinho.
d) dialógica, devido à negação enfática da personagem no
segundo quadrinho.
e) morfológica, que se manifesta pela formação do diminutivo de
“tijolinho”.
Exercício 37
(Enem 2020)  DECRETO N. 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE
2007
Demite o Gerúndio do Distrito Federal
e dá outras providências.
            O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das
atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da Lei
Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:
Art. 1º Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo
do Distrito Federal.
Art. 2º Fica proibido, a partir desta data, o uso do gerúndio para
desculpa de INEFICIÊNCIA.
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 28 de setembro de 2007.
119º da República e 48º de Brasília
Disponível em: www.dodf.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2017.
Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerúndio, como
“desculpa de ine�ciência”, indica
a) conclusão de uma ação.
b) realização de um evento.
c) repetição de uma prática. 
d) continuidade de um processo. 
e) transferência de responsabilidade.
Exercício 38
(Fuvest 2020)  Leia o trecho extraído de uma notícia veiculada na
internet:
“O carro furou o pneu e bateu no meio �o, então eles foram
obrigados a parar. O refém conseguiu acionar a população, que
depois pegou dois dos três indivíduos e tentaram linchar eles. O
outro conseguiu fugir, mas foi preso momentos depois por uma
viatura do 5º BPM”, a�rmou o major.
Disponível em https://www.gp1.com.br/.
No português do Brasil, a função sintática do sujeito não possui,
necessariamente, uma natureza de agente, ainda que o verbo
esteja na voz ativa, tal como encontrado em:
a) “O carro furou o pneu”.
b) “e bateu no meio �o”.
c) “O refém conseguiu acionar a população”.
d) “tentaram linchar eles”.
e) “a�rmou o major”.
Exercício 39
(Unicamp 2020)  “(...) as palavras tomam signi�cados distintos
daqueles utilizados no cotidiano. Por exemplo, utiliza-se, com
frequência, nas aulas sobre frações, a frase reduzir ao mesmo
denominador."
(Edi Jussara Candido Lorensatti, Linguagem matemática e Língua
Portuguesa: diálogo necessário na resolução de problemas
matemáticos. Conjectura: Filoso�a e Educação. Caxias do Sul, v.
14, n. 2, p. 91, maio/ago. 2009.)
Cada ciência usa uma linguagem própria e com um grau de
precisão terminológica necessário para o seu exercício. Tendo em
vista os signi�cados distintos que as palavras assumem nas
situações concretas em que são empregadas, o verbo “reduzir”,
no uso cotidiano, signi�ca
a) limitar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é
sinônimo de restringir.   
b) moderar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática
implica aumentar as relações entre os números.
c) eliminar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática
implica reverter as relações entre os números.
d) diminuir alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática
é sinônimo de converter.
Exercício 40
(G1 - cftmg 2020)  O su�xo -inho exprime um tom de crítica na
passagem:
a) Eu, meu Deusinho, �caria tão feliz de ser o escolhido! (p.36).
b) A saudade da Mayumi, mesmo sem diminuir nem um tiquinho,
deixou de ser tão doída. (p. 134).
c) [...] até onde era possível saber, não tinha nenhum con�dente
no mundinho acadêmico. (p. 51).
d) Calei a minha boca na hora. Lembro direitinho. Aprendi de uma
vez por todas. Não adiantava calar a tristeza. (p. 139).
Exercício 41
(Enem 2020)  O ouro do século 21
Cério, gadolínio, lutécio, promécioe érbio; sumário, térbio e
disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes esquisitos e
pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de
futebol, que ainda teria no banco de reservas lantânio, neodímio,
praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais,
chamados de terras-raras, fazem parte da vida de quase todos os
humanos do planeta. Chamados por muitos de “ouro do século
21”, “elementos do futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles estão
nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de
computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos,
baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o
Brasil, dono da segunda maior reserva do mundo desses metais,
parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em
retomar sua exploração.
SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br. Acesso
em: 6 dez. 2017 (adaptado).
As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas
intencionalmente pelo autor do texto para
a) imprimir um tom irônico à reportagem.
b) incorporar citações de especialistas à reportagem.
c) atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
d) esclarecer termos cientí�cos empregados na reportagem.
e) marcar a apropriação de termos de outra ciência pela
reportagem.
Exercício 42
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Psicanálise do açúcar
O açúcar cristal, ou açúcar de usina,
mostra a mais instável das brancuras:
quem do Recife sabe direito a quanto,
e apouco desse quanto, que ela dura.
Sabe a mínimo do pouca que a cristal
se estabiliza cristal sobre a açúcar,
por cima da fundo antiga, de mascavo,
da mascava barrenta que se incuba;
e sabe que tudo pode romper a mínima
em que o cristal é capaz de censura:
pois a tal fundo mascavo logo a�ara
quer inverno ou verão mele o açúcar.
Só os banguês* que-ainda purgam ainda
o açúcar bruto com barro, de mistura;
a usina já não a purga: da infância,
não de depois de adulto, ela o educa;
em enfermarias, com vácuos e turbinas,
em mãos de metal de gente indústria,
a usina o leva a sublimar em cristal
o pardo do xarope: não o purga, cura.
Mas como a cana se cria ainda hoje,
em mãos de barro de gente agricultura,
o barrento da pré-infância logo a�ora
quer inverno ou verão mele o açúcar.
João Cabral de Meio Neto, A Educação pela Pedra.
*banguê: engenho de açúcar primitivo movido a força animal.
(Fuvest 2021)  Na oração “que ela dura” (v. 4), o pronome
sublinhado
a) não tem referente.   
b) retoma a palavra “usina” (v. 1).   
c) pode ser substituído por “ele”, referindo-se a “açúcar” (v. 1).   
d) refere-se à “mais instável das brancuras” (v. 2).   
e) equivale à palavra “censura” (v. 10).   
Exercício 43
(G1 - cftmg 2020)  – No futuro, ao mapear o cérebro das pessoas
cienti�camente, poderemos saber se o acusado de um crime está
mentindo ao se declarar inocente.
Achei aquilo impressionante. Primeiro, porque era impressionante
em si, e depois, porque eu não conseguia imaginá-la fazendo algo
assim. Parecia um ramo de estudo excessivamente futurista para
a minha princesa oriental. Seu interesse no assunto, contudo, era
evidentemente sincero.
LACERDA, Rodrigo. O Fazedor de Velhos. São Paulo: Companhia
das Letras, 2017. p. 84.
O termo em destaque pode ser substituído, sem alterar o sentido
do texto, por
a) portanto.
b) todavia.
c) então.
d) assim.
Exercício 44
(G1 - ifpe 2020) 
O uso da função apelativa é predominante nas campanhas
comunitárias. O texto, produzido pelo Ministério Público de Goiás,
reforça essa função ao priorizar o protagonismo do interlocutor.
Isso pode ser comprovado a partir do uso
a) da logomarca do Ministério Público.
b) de verbos no imperativo.
c) da imagem no centro do texto.
d) de letras com formatação diferente.
e) do número telefônico que receberá a denúncia.
Exercício 45
Trecho da peça teatral A raposa e as uvas, escrita por Guilherme
de Figueiredo. A cena ocorre na cidade de Samos (Grécia antiga),
na casa de Xantós, um �lósofo grego, que recebe o convidado
Agnostos, um capitão ateniense. O jantar é servido por Esopo e
Melita, escravos de Xantós.
(Entra Esopo, com um prato que coloca sobre a mesa. Está
coberto com um pano. Xantós e Agnostos se dirigem para a
mesa, o primeiro faz ao segundo um sinal para sentarem-se.)
XANTÓS (Descobrindo o prato) – Ah, língua! (Começa a comer
com as mãos, e faz um sinal para que Melita sirva Agnostos.
1Este também começa a comer vorazmente, dando grunhidos de
satisfação.) Fizeste bem em trazer língua, Esopo. 2É realmente
uma das melhores coisas do mundo. (Sinal para que sirvam o
vinho. Esopo serve, Xantós bebe.) Vês, estrangeiro, de qualquer
modo é bom possuir riquezas. Não gostas de saborear 3esta
língua e 4este vinho?
AGNOSTOS (A boca entupida, comendo) – Hum.
XANTÓS – Outro prato, Esopo. (Esopo sai à esquerda e volta
imediatamente com outro prato coberto. 5Serve, Xantós de boca
cheia.) Que é isto? Ah, língua de fumeiro! É bom língua de
fumeiro, hein, amigo?
AGNOSTOS – Hum. (Xantós serve-se de vinho) /.../ XANTÓS (A
Esopo) Serve outro prato. (Serve) Que trazes aí?
ESOPO – Língua.
XANTÓS – 6Mais língua? Não te disse que trouxesse o 7que há
de melhor para meu hóspede? Por que só trazes língua? Queres
expor-me ao ridículo?
ESOPO – Que há de melhor do que a língua? A língua é o que nos
une todos, quando falamos. Sem a língua nada poderíamos dizer.
A língua é a chave das ciências, o órgão da verdade e da razão.
Graças à língua dizemos o nosso amor. Com a língua 8se ensina,
9se persuade, 10se instrui, 11se reza, 12se explica, 13se canta,
14se descreve, 15se elogia, 16se mostra, 17se a�rma. É com a
língua que dizemos sim. É a língua que ordena os exércitos à
vitória, é a língua que desdobra os versos de Homero. A língua
cria o mundo de Ésquilo, a palavra de Demóstenes. Toda a Grécia,
Xantós, das colunas do Partenon às estátuas de Pidias, dos
deuses do Olimpo à glória sobre Tróia, da ode do poeta ao
ensinamento do �lósofo, toda a Grécia foi feita com a língua, a
língua de belos gregos claros falando para a eternidade.
XANTÓS (Levantando-se, entusiasmado, já meio ébrio) – Bravo,
Esopo. Realmente, tu nos trouxeste o que há de melhor. (Toma
outro saco da cintura e atira-o ao escravo) Vai agora ao mercado,
e traze-nos o que houver de pior, pois quero ver a sua sabedoria!
(Esopo retira-se à frente com o saco, Xantós fala a Agnostos.)
Então, não é útil e bom possuir um escravo assim?
AGNOSTOS (A boca cheia) – Hum. /.../ (Entra Esopo com prato
coberto)
XANTÓS – 18Agora que já sabemos o que há de melhor na terra,
vejamos o que há de 19pior na opinião deste horrendo escravo!
Língua, 20ainda? Mais língua? 21Não disseste que língua era o
que havia de melhor? Queres ser espancado?
ESOPO – A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte
de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de
todas as discussões. É a língua que usam os maus poetas que nos
fatigam na praça, é a língua que usam os �lósofos que não sabem
pensar. É a língua que mente, que esconde, que tergiversa, que
blasfema, que insulta, que se acovarda, que se mendiga, que
impreca, que 22bajula, que 23destrói, que 24calunia, que vende,
que seduz, é com a língua que dizemos morre e canalha e corja. É
com a língua que dizemos não. Com a língua Aquiles mostrou sua
cólera, com a língua a Grécia vai tumultuar os pobres cérebros
humanos para toda a eternidade! Aí está, Xantós, porque a língua
é a pior de todas as coisas!
(FIGUEIREDO, Guilherme. A raposa e as uvas – peça em 3 atos.
Cópia digitalizada pelo GETEB – Grupo de Estudos e Pesquisa em
Teatro Brasileiro/UFSJ. Disponível para �ns didáticos em
www.teatroparatodosufsj.com.br/ download/guilherme-
�gueiredo-araposa-e-as-uvas-2/ Acesso em 13/03/2019.)
(Epcar (Afa) 2020)  Em relação ao estudo morfossintático do
texto, assinale a alternativa que traz uma análise correta.
a) Em “Este também começa a comer vorazmente (...)” (referência
1), o pronome “este” é anafórico e substituia personagem Xantós.
b) O vocábulo “se” (referências 8 a 17) é uma marcação de
indeterminação do sujeito.
c) O emprego do pronome “esta” (referência 3) e “este” (referência
4) demonstra que a língua e o vinho estão próximos do locutor.
d) Entre as palavras “agora” (referência 18), “pior” (referência 19),
“ainda” (referência 20) e “não” (referência 21), há advérbios
classi�cados como de tempo, intensidade e negação.
Exercício 46
O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam
as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma experiência
esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um
“infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade.
Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos
telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT
do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões
armados matando em brigas de trânsito e supermercados.
Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais
conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de
amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No
jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente
espancada, internada com diversas fraturas no rosto. Em frente ao
hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da
UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora,
repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando
alguma brecha de esperança no “outro lado” das más notícias.
(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é
que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional. Disponível
em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adota-boa-
noticia-e-que-para.html. Acessado em 01/03 /2019.)
(Unicamp 2020)  Para se referir a matérias jornalísticas televisivas
que informam e, ao mesmo tempo, entretêm os espectadores, o
autor cria um neologismo por meio de
a) derivação pre�xal.
b) composição por justaposição.
c) composição por aglutinação.
d) derivação imprópria.
Exercício 47
O soneto XIII de Via-Láctea, coleção publicada em 1888 no livro
Poesias, é o texto mais famoso da antologia, obra de estreia do
poeta Olavo Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado, suas rimas e
a escolha da forma �xa revelam rigor formal e estilístico caros ao
movimento parnasiano; o tema do poema, no entanto, entra em
colisão com o tema da literatura típica do movimento, tal como
concebido no continente europeu.
XIII
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55.
Via-Láctea. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000289.pdf>.
Acesso em: 19/08/2019.
(Ime 2020)  O vocábulo a�m ao campo semântico da palavra
“espanto”, empregada em “E abro as janelas, pálido de espanto…”
(verso 4), é
a) desequilíbrio.
b) tristeza.
c) euforia.
d) admiração.
e) distração.
Exercício 48
QUAIS SÃO OS DEVERES E DIREITOS DAS CRIANÇAS?
Essa foi a pergunta feita pela pequena leitora Vitória, de 10 anos
de idade, à Turminha do MPF (Ministério Público Federal).
Resposta do Rod, personagem da Turminha do MPF:
Olá, Vitória! Nós temos muitos direitos e deveres e existem
algumas leis que tratam só disso, como, por exemplo, o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) e a Convenção sobre os
Direitos da Criança, aprovada pela Organização das Nações
Unidas (ONU). Mas, para resumir um pouco a resposta à sua
pergunta, posso dizer alguns dos nossos direitos:
1. ter uma educação de boa qualidade;
2. ter acesso à cultura e aos meios de comunicação e informação;
3. poder brincar com outras crianças da nossa idade;
4. não ser obrigado a trabalhar como adulto;
5. ter uma boa alimentação, que dê ao nosso organismo todos os
nutrientes de que precisamos para crescer com saúde e energia;
6. receber assistência médica gratuita nos hospitais públicos
sempre que precisarmos de atendimento;
7. ser livre para ir e vir, conviver em sociedade e expressar nossas
ideias e sentimentos;
8. ter a proteção de uma família que nos ame, seja ela natural ou
adotiva, ou de um lar oferecido pelo Estado se, por infelicidade,
perdermos os nossos pais e parentes mais próximos;
9. não sofrer agressões físicas ou psicológicas por parte daqueles
que são encarregados da nossa proteção e educação ou de
qualquer outro adulto;
En�m, temos direito a uma vida digna, saudável e feliz.
Quanto aos nossos deveres, eles precisam começar pelo respeito
ao direito das pessoas com quem convivemos, pois só assim
poderemos esperar que elas também nos respeitem. Outro dever
nosso é estudar e nos preparar para a vida adulta, quando a
sociedade exigirá de nós uma série de responsabilidades que não
temos hoje, enquanto somos crianças. 1Por exemplo, trabalhar
para criar e educar nossos próprios �lhos ou para ser capaz de
votar, com discernimento, nos melhores representantes para
governar nossas cidades e nosso país.
Temos também o dever de respeitar as pessoas que são ou
pensam diferente de nós. Como cidadãos de um país democrático,
precisamos aprender, desde a infância, a lidar com as diferenças e
aceitá-las. Como fazemos isso? Não discriminando pessoas que
tenham alguma de�ciência física ou mental, as mais pobres, que
não receberam a mesma educação nem tiveram as mesmas
oportunidades que nós, ou as que são diferentes porque têm
outra religião, nacionalidade, etnia, idade, sexo, cor da pele,
orientação sexual ou outro partido político.
É nosso dever respeitar os que são diferentes, porque eles
também são cidadãos e possuem os mesmos direitos e deveres
que nós na sociedade brasileira.
Disponível em: http://www.turminha.mpf.mp.br. Acesso em: 1
ago. 2019 (adaptado).
(G1 - cp2 2020)  Por exemplo, trabalhar para criar e educar
nossos próprios �lhos ou para ser capaz de votar, com
discernimento, nos melhores representantes para governar
nossas cidades e nosso país (ref. 1)
Mantendo o mesmo sentido, o substantivo discernimento pode
ser substituído por
a) honestidade.
b) sabedoria.
c) gentileza.
d) bondade.
Exercício 49
A internet facilita a vida de quem odeia
                1Se a globalização fez com que bobagens alcançassem
escala global, a internet maximizou a expressão de ódio, de
intolerância, de 2exacerbação de preconceitos e da violência da
linguagem. Mas a internet não cria o sentimento de ódio, talvez
apenas torne mais evidente aquilo que só se daria no campo do
relacionamento pessoal.
                              3Há cem anos, se eu fosse um racista, precisaria
expressar meu racismo num livro. Para publicar um livro, eu teria
de escrevê-lo durante meses. Depois teria de revisá-lo, achar um
editor e vendê-lo. Dava muito trabalho. Hoje eu faço um post, e
com um enter, atinjo mais gente do que um livro clássico atingiria.
                      O ataque anônimo nas redes, sem o custo do ataque
pessoal, deu ao ódio do covarde uma energia muito grande. Deu-
lhe a proteção da distância física e do anonimato. O pior do ódio
social, que é universal, agora pode ser dirigido sem custos. Numa
comunidade, as relações são pessoais. Na rede, 4deletérias.
                      É errado, portanto, dizer que a internet transformou as
pessoas em odiosas. Mas é fato que ela gera mais tranquilidade
no exercício desse ódio. O enter é tão destruidor quanto qualquer
outra coisa. Antes da internet, matar dava trabalho. 5Agora,
incita-se o ódio com um clique.
            Junte a proteção do anonimatoe da distância, o senso de
identidade do ódio e acrescente um terceiro elemento importante:
posso a todo instante dialogar com todos. Isso me empodera.
Imagine se no passado alguém teria acesso ao universo de
pessoas em todo o mundo que temos hoje? Hoje, com um simples
post, posso enlamear. 6Não preciso ter mais compromisso, algo
diferente da mentira. A mentira é usada por alguém que tem
noção da verdade. Não importa saber se é verdade. O que
importa é a sua e�cácia.
KARNAL, Leandro. Todos contra todos: o ódio nosso de cada dia.
Rio de Janeiro: Leya, 2017 (adaptado).
2exacerbação: exageração; aumento.
4deletérias: prejudiciais.
(G1 - cp2 2020)  Se a globalização fez com que bobagens
alcançassem escala global... (ref. 1)
A palavra destacada no excerto acima pode ser substituída, sem
prejuízo de sentido, pelo seguinte vocábulo: 
a) tolices
b) ilusões
c) ofensas
d) brincadeiras
Exercício 50
Leia a charge do cartunista Duke para responder à(s)
questão(ões) a seguir.
(Famema 2020)  Nas perguntas do médico “Tem praticado
atividades físicas? Mudou hábitos alimentares?”, o sujeito das
orações remete a “você”. Se os sujeitos fossem “atividades físicas”
e “hábitos alimentares”, essas perguntas assumiriam, em
conformidade com a norma-padrão, a seguinte redação:
a) Têm sido praticado atividades físicas? Mudaram-se hábitos
alimentares?
b) Vêm-se praticando atividades físicas? Mudou-se hábitos
alimentares?
c) Têm sido praticadas atividades físicas? Mudaram hábitos
alimentares?
d) Atividades físicas tem sido praticadas? Mudou-se hábitos
alimentares? 
e) Atividades físicas vem sendo praticadas? Mudou hábitos
alimentares?
Exercício 51
Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir.
O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em
alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os
municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de
escolarização.
            Além de medidas que incluem formação de professores e
material didático estruturado, o governo cearense acionou um
incentivo �nanceiro: as cidades com resultados melhores recebem
fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos.
O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo
implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São
Paulo.
Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em
Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao
estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São
Paulo.
Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação
é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de
propostas palpáveis.
(“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.)
(Famema 2020)  A forma verbal sublinhada expressa ideia de
ação em processo no trecho:
a) “e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá,
Espírito Santo e São Paulo” (3º parágrafo).
b) “o governo cearense acionou um incentivo �nanceiro” (2º
parágrafo).
c) “O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em
alfabetização” (1º parágrafo).
d) “Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio
em Pernambuco” (4º parágrafo).
e) essa rede multilateral e multipartidária pela educação é
exemplo de como a sociedade pode se mobilizar” (5º parágrafo).
Exercício 52
Leia o texto de Luiz Eduardo Soares para responder à(s)
questão(ões).
Logo depois que assumi a Secretaria Nacional de Segurança, em
2003, recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da
Rocinha. Ele desejava deixar a vida de tra�cante e viajar para
longe. Tinha chegado à conclusão de que seu caminho era a
perdição: morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas. Queria
começar de novo e pedia uma chance. Tratara com respeito a
comunidade, que era, a�nal de contas, sua família. A violência, ele
a usara apenas na medida necessária à proteção de seus
negócios. Esse era seu ponto de vista, sem dúvida demasiado
edulcorado. Não obstante a possível autoidealização, o fato é que
explicitá-la, naquele contexto, não deixava de ser signi�cativo,
indicando a valorização positiva do lado certo da vida. Era um
negociante clandestino, dizia, não um criminoso selvagem: alguns
traziam uísque do Paraguai; ele vendia outras drogas.
Reivindicava uma diferença importante, no mundo do crime
carioca.
(Cabeça de porco, 2005.)
(Famerp 2020)  A forma verbal no pretérito mais-que-perfeito,
que indica uma ação, anterior a outra, ambas ocorridas no
passado, está sublinhada em:
a) “morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas”.
b) “Ele desejava deixar a vida de tra�cante”.
c) “Esse era seu ponto de vista”.
d) “recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da
Rocinha”. 
e) “Tratara com respeito a comunidade”. 
Exercício 53
João e o pé de feijão-preto
José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta
1Era uma vez um menino chamado João, que vivia com sua mãe
num casebre bem longe da cidade.
2Eles 3eram pobres, muito pobres, pobres de dar dó.
Só o que tinham era uma vaca, e viviam de vender seu leite. 4Mas,
um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma gota.
Então a mãe de João disse;
5— Meu �lho, nosso dinheiro acabou e nossa vaquinha secou. Vá
até o mercado e veja se alguém quer comprá-la.
João pegou o animal pelo cabresto e foi até a cidade. Porém,
antes que chegasse lá, um homem de cavanhaque lhe perguntou:
— Ei, garoto, não quer trocar essa vaca por um grão de feijão?
— Rá, rá, essa é boa. O senhor pensa que eu sou bobo?
— Mas é feijão mágico.
— Mágico?
— Não vou contar o que ele faz, senão estraga a surpresa. Mas é
só você plantá-lo numa noite de lua cheia e no dia seguinte vai
ver o que acontece.
João achou que era melhor ter um feijão mágico do que dinheiro, e
assim trocou sua vaca com o homem de cavanhaque.
6O menino voltou para casa todo feliz, achando que tinha feito um
ótimo negócio.
Porém, quando sua mãe viu o feijão, �cou muito triste.
— 7Você trocou nossa vaquinha por isso? Agora vamos morrer de
fome...
— Não! Este feijão é mágico!
— Não existe mágica no feijão. Você foi enganado, João.
8Desapontada, ela atirou o grão pela janela.
Mas, por uma grande coincidência, naquela noite houve uma bela
lua cheia.
Quando João acordou na manhã seguinte, viu que um enorme pé
de feijão tinha crescido no seu quintal. Era tão alto que passava
das nuvens!
O garoto não pensou duas vezes 9e começou a subir pela planta
para ver o que tinha lá em cima.
Depois de passar pela última nuvem, avistou um castelo. 10Ele
era muito grande, muitíssimo grande, muitíssimo grandíssimo! E
tinha torres pretas bem pontudas.
João andou até o castelo e passou por baixo da porta como se
fosse uma barata.
11Mal entrou, ouviu um barulho diferente: “glu-glu!”.
Olhando na direção do “glu-glu” ele viu uma enorme perua
dentro de uma gaiola de ouro. Então pensou: “Vou levar esta
perua para casa. Assim, eu e minha mãe comeremos omeletes
para sempre!”.
12João ia abrir a gaiola quando o chão começou a tremer. Pou!
Pou! Pou!
O menino se escondeu atrás de um malcheiroso cesto de roupas
sujas e quase desmaiou ao ver um gigante na sala.
Para piorar, ele cantava assim:
Fi-�-fa-fa, �-�-fó-fum,
Mau como eu só existe um.
Fi-�-fa-fa, �-�-fó-fum,
Mau como eu só existe um.
13O gigante vinha todo contente, mas então torceu o nariz e fez
“snif, snif, snif”
— Sinto o cheiro de criança! Urrou ele.
14Já chegava perto do cesto em que João se escondia quando,
ploc, a perua botou um ovo. Só que não era um ovo comum. Era
de ouro!
15O grandalhão caminhou até a gaiola, pegou o ovo e guardou-o
no bolso. Depois foi comer seu almoço, que naquele dia foi um
cavalo assado e, de sobremesa, cavalos-marinhos cobertos de
chocolate.
Então ele abriu um baita bocejo e dormiu.
Quando o gigante começou a roncar, João abriu a gaiola e
amarrou seu cinto no pescoço da ave.
Ele estava 16quase saindo do castelo, no entanto (sempre tem um
“no entanto” nas histórias) a perua fez “glu-glu” bem alto.
O gigante acordou. E com muitaraiva.
17— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife.
O menino saiu correndo com o animal e 18desceu deslizando pelo
pé de feijão-preto como se ele fosse um escorregador beeeeeeem
comprido.
Já o gigante teve que descer com calma pela planta, porque era
meio desengonçado.
Assim que chegou em casa, João gritou:
— Mãe, vamos derrubar o pé de feijão-preto! Tem um gigante
querendo me pegar!
19— O que você fez desta vez?
— Entrei no castelo dele e roubei sua perua.
— Você invade uma casa, rouba um bicho e ainda quer matar o
sujeito?
20Então a mãe de João segurou-o pelo braço e esperou que o
gigante descesse. 21Aí disse para o grandalhão:
— Senhor gigante, meu �lho agiu muito mal. Por favor, nos
desculpe. Isso não vai mais acontecer. Pode levar sua perua.
Ainda bufando de raiva, o gigante tomou a ave nos braços e pôs a
mão num dos galhos do pé de feijão.
No entanto, antes de subir, pensou: “22Puxa, eles poderiam ter
cortado o pé de feijão, mas essa mulher preferiu fazer a coisa
certa. 23Isto não acontece todos os dias. Acho que darei uma
recompensa a ela.”
E, tirando o ovo de ouro do bolso, entregou-o à mãe de João.
24— Tome, faça o que quiser com isso.
Depois, sem dizer mais nada, voltou para seu castelo nas nuvens.
25A mãe de João vendeu o ovo de ouro e comprou várias vacas
(que davam leite) e galinhas (que botavam ovos de verdade).
Assim, o menino aprendeu uma lição e eles nunca mais passaram
fome.
26Moral da história: Às vezes quem é bom não se dá mal.
TORERO, José Roberto & PIMENTA, Marcus Aurelius: ilustrações
Jean-Claude R. Alphen. João e os 10 pés de feijão. São Paulo:
Companhia das Letrinhas, 2016. p.5-6, 20-25.
(G1 - cmrj 2020)  Na frase “— Meu �lho, nosso dinheiro acabou e
nossa vaquinha secou.” (referência 5), usou-se a vírgula pelo
mesmo motivo em que foi usada na passagem 
a) “Mas, um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma
gota.” (referência 4)
b) “Desapontada, ela atirou o grão pela janela.” (referência 8)
c) “— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife.” (referência 17)
d) “Puxa, eles poderiam ter cortado o pé de feijão, mas essa
mulher preferiu fazer a coisa certa.” (referência 22)
e) “— Tome, faça o que quiser com isso.” (referência 24)
Exercício 54
A oposição passado/presente é essencial na aquisição da
consciência do tempo. Não é um dado natural, mas sim uma
construção. Com efeito, o interesse do passado está em
esclarecer o presente. O processo da memória no homem faz
intervir não só na ordenação de vestígios, mas também na
releitura desses vestígios.
(Jacques Le Goff)
Ainda hoje, 1permanece em mim um desejo obsessivo de salvar o
que acontece — 2ou deixa de acontecer — na inscrição
ininterrupta, sob a forma de memória. Aquele sonho adolescente
de conservar o 3rastro de todas as vozes que me atravessavam —
4ou quase atravessavam —, 5o que devia ser tão precioso e único,
a um só tempo especular e especulativo. 6Acabei de dizer “deixa
de acontecer” e “quase atravessaram” para marcar o fato de que o
que acontece — 7em outras palavras, o acontecimento único cujo
rastro gostaríamos de conservar — é também o próprio desejo de
que o que não acontece deva acontecer.
(DERRIDA, Jacques. Essa estranha instituição chamada literatura.
Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2014. p. 46-47. Texto adaptado.)
Vocabulário
Especular: 1 estudar com atenção, pesquisar, investigar; 2
referente a espelho, que re�ete, que tem as propriedades de um
espelho.
Especulativo: 1 relativo à especulação, que se caracteriza por
investigar teoricamente, que busca o conhecimento, curioso; 2
contemplativo.
(G1 - cmrj 2020)  Em dois momentos, o autor utiliza travessões
para introduzir “ou deixa de acontecer” (referência 2) e “ou quase
atravessaram” (referência 4). Essas expressões separadas pelos
travessões assumem, no texto, o papel de
a) limitar a re�exão do leitor.
b) indicar a opinião do senso comum.
c) desconstruir a tese defendida pelo autor.
d) rati�car o que foi a�rmado anteriormente.
e) ampliar as possibilidades de leitura do texto.
Exercício 55
A oposição passado/presente é essencial na aquisição da
consciência do tempo. Não é um dado natural, mas sim uma
construção. Com efeito, o interesse do passado está em
esclarecer o presente. O processo da memória no homem faz
intervir não só na ordenação de vestígios, mas também na
releitura desses vestígios.
(Jacques Le Goff)
Colecionar fotos é colecionar o mundo. As fotos são, de fato,
experiência capturada, e 1a câmera é o braço ideal da consciência,
2em sua disposição aquisitiva. 3Imagens fotografadas não
parecem manifestações a respeito do mundo, 4mas sim pedaços
dele, miniaturas da realidade que qualquer um pode fazer ou
adquirir.
Fotos, que enfeixam o mundo, parecem solicitar que as
enfeixemos também. São a�xadas em álbuns, emolduradas e
expostas em mesas, pregadas em paredes, projetadas como
diapositivos. Por meio de fotos, 5cada família constrói uma crônica
visual de si mesma — um conjunto portátil de imagens que dá
6testemunho de sua coesão. Um álbum de fotos de família é, em
geral, um álbum sobre a família ampliada — e, muitas vezes, o
que dela resta.
7Assim como 8as fotos dão às pessoas a posse imaginária de um
passado irreal, 9também as ajudam a tomar posse de um espaço
10em que se acham inseguras.
(SONTAG, Susan. Sobre fotogra�a. São Paulo: Companhia das
Letras, 2006. p. 14-5 e 19. Texto adaptado.)
Vocabulário
Diapositivo: imagem positiva, estática e translúcida, de modo
geral em película, e que se pode projetar; imagem fotográ�ca.
Enfeixar: amarrar ou prender em feixe; colocar junto; ajuntar;
reunir.
(G1 - cmrj 2020)  “Assim como as fotos dão às pessoas a posse
imaginária de um passado irreal, também as ajudam a tomar
posse de um espaço em que se acham inseguras”. (referência 7)
Nessa passagem, o trecho sublinhado apresenta o valor de
a) conclusão.
b) concessão.
c) explicação.
d) alternância.
e) comparação.
Exercício 56
Leia a crônica “Incon�áveis cupins”, de Moacyr Scliar, para
responder à(s) questão(ões) a seguir.
Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido,
pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês.
Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas
estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não
poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.
Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de
Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais
próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como
outros destruidores de telas que entram num museu armados de
facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não
apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não,
usaria um método cientí�co, recorrendo a aliados absolutamente
insuspeitados: os cupins.
Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário
treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para
isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do
artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução
açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais
obras de outras.
Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que
só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os
insetos era agradável, e isso era o que importava.
Conseguiu introduzir os cupins no museu e �cou à espera do que
aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar
as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do
prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram
detectados.
O homem �cou furioso. Nem nos cupins se pode con�ar, foi a sua
desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram
encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe
serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem
querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a
mesma coisa.
(O imagináriocotidiano, 2002.)
(Unifesp 2020)  No trecho “Enquanto existirem no mundo aqueles
horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles
ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu
instinto criador” (1º parágrafo), a sensação explicitada pelo pintor,
em relação à obra de Van Gogh, é de
a) temor.
b) devoção.
c) indiferença.
d) inibição.
e) submissão.
Exercício 57
Leia o texto a seguir e responda.
(G1 - cotuca 2020)  Essa imagem foi fotografada em um banheiro
público e apresenta uma frase de autor desconhecido. Qual das
alternativas a seguir melhor analisa a informalidade da
linguagem da frase, característica do contexto apresentado, em
relação à norma padrão?
a) Uso da palavra “você”, cuja gra�a não é a formalizada pelos
dicionários.
b) Uso da palavra “te”, que já caiu em desuso e não é
recomendada em textos formais.
c) Ausência de vírgulas na frase, com a construção de uma frase
muito longa.
d) Uso das palavras “te” e “você” num mesmo texto, misturando
as pessoas verbais.
e) Uso da palavra “vê”, por estar conjugada no modo imperativo.
Exercício 58
Como o comportamento de manada explica adesão impensada
aos ativismos políticos
O ativismo se expressa, sobretudo, através de movimentos
coletivos. Mas essa própria noção de coletividade pode ser uma
pressão para pessoas participarem de um movimento
simplesmente para sentirem que fazem parte de algo: a chamada
“mob mentality” ou comportamento de manada é um instrumento
político e uma arma para promover a agenda de grupos
especí�cos.
A teoria psicológica de “comportamento de manada” sugere que
seres humanos têm maior probabilidade de adotar determinados
comportamentos porque seus amigos, colegas de trabalho e
vizinhos já o adotam. Basicamente, ninguém quer ser o primeiro
ou o último a fazer algo, mas sim estar seguro e inserido em um
determinado grupo social.
“Se a questão é o que fazer com uma caixa de pipoca vazia em um
cinema, com que rapidez dirigir em um determinado trecho de
rodovia ou como comer o frango em um jantar, as ações das
pessoas ao nosso redor serão importantes para de�nir nossa
resposta”, diz o psicólogo Robert Cialdini, autor de “In�uência: A
Psicologia da Persuasão”.
A mesma lógica se aplica a ideologias políticas: um estudo da
Universidade da Califórnia em Berkeley constatou que as pessoas
tendem a alinhar suas opiniões políticas às do grupo em que
estão inseridas.
O experimento reuniu 63 pessoas de duas cidades do Colorado: o
primeiro de Boulder, um município com maioria de esquerda,
enquanto o outro reunia pessoas de Colorado Springs. Ambos os
grupos discutiram aquecimento global, ações a�rmativas e união
civil para casais do mesmo sexo.
Nas duas discussões, o principal efeito foi tornar os membros do
grupo mais extremos em suas opiniões, comparado ao que eram
antes de começarem a conversar. Ou seja: progressistas se
tornaram mais progressistas nas três questões, enquanto
conservadores se tornaram mais conservadores.
“Todos queremos tomar decisões melhores. Estudos identi�cam
os papéis bené�cos das estruturas de diversidade de
pensamento, subgrupo e liderança plana na otimização de ideias
e resolução de problemas”, diz Zac Baynham-Herd, analista da
prática de ciências comportamentais da Ogilvy Consulting. “À
medida que a atividade online cresce, o potencial de proliferação
de 'ovelhas negras' e ‘comportamento de manada’ também
aumenta”, acrescenta.
Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/como-
o-comportamento-de-manada-explica-adesao-impensada-aos-
ativismos-politicos/>. Acesso em: 23 set. 2019. Publicado em 22
set. 2019. [Fragmento adaptado].
(Acafe 2020)  Considerando o texto, assinale a alternativa
correta. 
a) A frase “Ou seja: progressistas se tornaram mais progressistas
nas três questões, enquanto conservadores se tornaram mais
conservadores” mantém o mesmo signi�cado se for reescrita da
seguinte forma: “isso quer dizer que se os progressistas se
tornaram mais progressistas então os conservadores se tornaram
mais conservadores”.
b) Em “[...] um estudo da Universidade da Califórnia em Berkeley
constatou que as pessoas tendem a alinhar suas opiniões
políticas às do grupo em que estão inseridas”, o vocábulo “às” é
constituído pela combinação da preposição “a” mais o artigo
de�nido “as”.
c) Em “A mesma lógica se aplica a ideologias políticas [...]”, faltou
indicar a ocorrência de crase em “à ideologias políticas”.
d) Em “[...] seres humanos têm maior probabilidade de adotar
determinados comportamentos porque seus amigos, colegas de
trabalho e vizinhos já o adotam”, há um erro de concordância
nominal.
Exercício 59
GALILEU
CULTURA
Quem foi Carolina Maria de Jesus, que completaria 105 anos
em março
Ela foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é
considerada uma das mais relevantes para a literatura nacional
- MARILIA MARASCIULO
29 MAR 2019 - 15H06 |ATUALIZADO EM 29 MAR 2019 -
15H06
Negra, catadora de papel e favelada, 1Carolina Maria de Jesus foi
uma autora improvável. Nasceu em 14 de março de 1914 em
Sacramento, Minas Gerais, em uma comunidade rural, �lha de
pais analfabetos. Foi maltratada durante a infância, 2mas aos sete
anos frequentou a escola — em pouco tempo, aprendeu a ler e
escrever e desenvolveu o gosto pela leitura.
Em 1937, após a morte da mãe, ela mudou para São Paulo. Aos
33 anos, desempregada e grávida, mudou-se para a favela do
Canindé, na zona norte da capital paulista. Trabalhava como
catadora de papel e, nas horas vagas, registrava o cotidiano da
favela em cadernos que encontrava no material que recolhia.
Um destes diários deu origem a seu primeiro livro, Quarto de
Despejo - Diário de uma Favelada, publicado em 1960. A obra
virou best-seller, foi vendida em 40 países e traduzida para 16
idiomas.
(...)
Texto adaptado, disponível em:
https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2019/03/quem-
foi-carolina-maria-de-jesus-que-completaria-105-anos-em-
marco.html, acesso em 22 de outubro de 2019.
25. (G1 - ifce 2020)  Ao usar a conjunção “mas” no trecho “..., mas
aos sete anos frequentou a escola...” (referência 2), a autora 
a) destaca a comparação entre as etapas da vida de Carolina
Maria de Jesus.
b) expressa a ideia de explicação sobre a capacidade de escrita de
Carolina Maria de Jesus.
c) faz referência à época de nascimento de Carolina Maria de
Jesus.
d) pretende mostrar a consequência dos estudos de Carolina
Maria de Jesus.
e) marca a ideia de oposição em relação à ideia de sofrimento na
infância de Carolina Maria de Jesus.
Exercício 60
(Fuvest 2021)  Rubião �tava a enseada, – eram oito horas da
manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do
chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que
ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas em verdade vos
digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o
presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora! Capitalista.
Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe
deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim,
para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as
chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de
propriedade.
– Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele.
Se mana Piedade tem casado com Quincas Barba, apenas me
dano uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e
aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma
desgraça...
Machado de Assis, Quincas Borba.
O primeiro capítulo de Quincas Borba já apresenta ao leitor um
elemento que será fundamental na construção do romance:
a) a contemplação das paisagens naturais, como se lê em “ele
admirava aquele pedaço de água quieta”.     
b) a presença de um narrador-personagem, como se lê em “em
verdade vos digo que pensava em outra coisa”.  
c) a sobriedade do protagonista ao avaliar o seu percurso, como
se lê em “Cotejava o passado com o presente”.   
d) o sentido místico e fatalista que regeos destinos, como se lê
em “Deus escreve direito por linhas tortas”.  
e) a reversibilidade entre o cômico e o trágico, como se lê em “de
modo que o que parecia uma desgraça...”.
Exercício 61
(Fuvest 2021) 
O efeito de humor presente nas falas das personagens decorre  
a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia.   
b) da ambiguidade causada pela antonímia.   
c) do contraste provocado pela fonética.   
d) do contraste introduzido pela neologia.  
e) do estranhamento devido à morfologia.
Exercício 62
(Fuvest 2021)  Terça é dia de Veneza revelar as atrações de seu
festival anual, cuja 77ª edição começa no dia 2 de setembro, com
a dramédia “Lacci”, do romano Daniele Luchetti, seguindo até
12/9, com 50 produções internacionais e uma expectativa
(extrao�cial) de colocar “West Side Story”, de Steven Spielberg,
na ribalta.
Rodrigo Fonseca. “À espera dos rugidos de Veneza”.
O Estado de S. Paulo. Julho/2020. Adaptado.
Um processo de formação de palavras em língua portuguesa é o
cruzamento vocabular, em que são misturadas pelo menos duas
palavras na formação de uma terceira. A força expressiva dessa
nova palavra resulta da síntese de signi�cados e do inesperado
da combinação, como é o caso de “dramédia” no texto. Ocorre
esse mesmo tipo de formação em
a) “deleitura” e “namorido”.   
b) “passatempo” e “microvestido”.   
c) “hidrelétrica” e “sabiamente”.   
d) “arenista” e “girassol”.  
e) “planalto” e “multicor”.   
Exercício 63
(Unicamp 2021)  Entre todas as palavras do momento, a mais
�amejante talvez seja desigualdade. E nem é uma boa palavra,
incomoda. Começa com des. Des de desalento, des de desespero,
des de desesperança. Des, de�nitivamente, não é um bom
pre�xo.
Desigualdade. A palavra do ano, talvez da década, não importa
em que dicionário. Doravante ouviremos falar muito nela.
De-si-gual-da-de. Há quem não veja nem soletre, mas está
escrita no destino de todos os busões da cidade, sentido
centro/subúrbio, na linha reta de um trem. Solano Trindade, no
sinal fechado, fez seu primeiro rap, “tem gente com fome, tem
gente com fome, tem gente com fome”, somente com esses
substantivos. Você ainda não conhece o Solano? Corra, dá tempo.
Dá tempo para você entender que vivemos essa desigualdade.
Pegue um busão da Avenida Paulista para a Cidade Tiradentes,
passe o vale-transporte na catraca e simbora – mais de 30
quilômetros. O patrão jardinesco vive 23 anos a mais, em média,
do que um humaníssimo habitante da Cidade Tiradentes, por
todas as razões sociais que a gente bem conhece.
Evitei as estatísticas nessa crônica. Podia matar de desesperança
os leitores, os números rendem manchete, mas carecem de rostos
humanos. Pega a visão, imprensa, só há uma possibilidade de
fazer a grande cobertura: mire-se na desigualdade, talvez não
haja mais jeito de achar que os pontos da bolsa de valores
signi�quem a ideia de fazer um país.
(Adaptado de Xico Sá, A vidinha sururu da desigualdade
brasileira. Em El País, 28/10/2019. Disponível em
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/28/opinion/1572287747_63785
fbclid=IwAR1VPA7qDYs1Q0Ilcdy6UGAJTwBO_snMDUAw4yZpZ3zyA1
Acessado em 25/05/2020.)
A crônica instiga o leitor a �car atento à desigualdade na cidade
de São Paulo. Assinale a alternativa que identi�ca corretamente
os recursos expressivos (estilísticos e literários) de que se vale o
autor.
a) A desigualdade está escrita nas linhas de trens e ressoa nos
versos de Solano Trindade: onomatopeia.   
b) No destino dos transportes coletivos no sentido centro
subúrbio é possível viver a desigualdade: eufemismo.   
c) A desigualdade se mostra na expectativa de vida dos
moradores de bairros bem situados e periferias: alusão.   
d) Na cobertura da imprensa, números da desigualdade perdem
para pontos da bolsa de valores: ambiguidade.   
Exercício 64
(G1 - epcar (Cpcar) 2021)  Abaixo são feitas algumas a�rmações
referentes à tirinha de Duke:
I. A janela do primeiro quadrinho e a do segundo podem ser
eliminadas, porque não têm um sentido no conjunto da tirinha.
II. As expressões �sionômicas dos personagens, no terceiro
quadrinho, da esquerda para a direita, revelam o inesperado da
cena, que terá desfecho no quarto quadrinho.
III. Pela fala do personagem da janela, subentende-se que a
discussão estava se estendendo cada vez mais e incomodando.
IV. Os advérbios, o tom imperativo de algumas frases, as
exclamações, tudo denuncia o clima de intolerância que atravessa
o texto.
Estão corretas 
a) I, II e III apenas.   
b) II, III e IV apenas.   
c) II e IV apenas.  
d) I e III apenas.   
Exercício 65
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Os estatutos do homem (Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
Agora vale a vida,
E de mãos dadas,
Marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
Inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
Têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
/.../
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
Sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
/.../
Parágrafo único:
Só uma coisa �ca proibida:
Amar sem amor.
(MELLO, Thiago de. Os estatutos do homem. São Paulo: Vergara
& Riba, 2001.)
(G1 - epcar (Cpcar) 2021)  Assinale a alternativa INCORRETA
referente ao texto.  
a) As expressões “terças-feiras cinzentas” e “manhãs de
domingo” não têm sentido próprio, por isso podem se converter
uma em outra, conforme sugerido nos versos do poema.   
b) A repetição do termo “agora”, no Artigo I do poema, realça a
importância do decreto a partir daquele momento. Pressupõe-se
um tempo anterior em que a verdade não valia e as pessoas
andavam desunidas.   
c) Não se evidencia uma preocupação rigorosa com a métrica,
como se pode observar pela presença de versos longos e curtos.  
d) Neste poema, aborda-se o tema da esperança, da união das
pessoas, da necessidade de se marchar de “mãos dadas”.   
Exercício 66
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leusipo perguntou o que eu tinha ido fazer na aldeia. Preferi
achar que o tom era amistoso e, no meu paternalismo ingênuo,
comecei a lhe explicar o que era um romance. Eu tentava
convencê-lo de que não havia motivo para preocupação. Tudo o
que eu queria saber já era conhecido. E ele me perguntava:
“Então, porque você quer saber, se já sabe?” Tentei lhe explicar
que pretendia escrever um livro e mais uma vez o que era um
romance, o que era um livro de �cção (e mostrava o que tinha nas
mãos), que seria tudo historinha, sem nenhuma consequência na
realidade. Ele seguia incrédulo. Fazia-se de desentendido, mas na
verdade só queria me intimidar. As minhas explicações sobre o
romance eram inúteis. Eu tentava dizer que, para os brancos que
não acreditam em deuses, a �cção servia de mitologia, era o
equivalente dos mitos dos índios, e antes mesmo de terminar a
frase, já não sabia se o idiota era ele ou eu. Ele não dizia nada a
não ser: “O que você quer com o passado?”. Repetia. E, diante da
sua insistência bovina, tive de me render à evidência de que eu
não sabia responder à sua pergunta.
Bernardo Carvalho, Nove Noites. Adaptado.
(Fuvest 2021)  Sem prejuízo de sentido e fazendo as adaptações
necessárias, é possível substituir as expressões em destaque no
texto, respectivamente, por
a) incompreensão; armação; inofensivo; irredutível.   
b) altivez; brincadeira; ofendido; mansa.   
c) ignorância; mentira; prejudicado; alienada.   
d) complacência; invenção; bobo; cega.   
e) arrogância; entretenimento; incapaz; animalesca.  
Exercício 67
Mito, na acepção aqui empregada, não signi�ca mentira, falsidade
ou misti�cação. Tomo de empréstimo a formulação de Hans
Blumenberg do mito político como um processo contínuo de
trabalho de uma narrativa que responde a uma necessidade
prática de uma sociedade em determinado período. Narrativa
simbólica que é, o mito político coloca em suspenso o problema
da verdade. Seu discurso não pretende ter validadefactual, mas
também não pode ser percebido como mentira (do contrário, não
seria mito). O mito político confere um sentido às 1circunstâncias
que envolvem os indivíduos: ao 2fazê‐los ver sua condição
presente como parte de uma história em curso, ajuda a
compreender e suportar o mundo 3em 4que vivem.
ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p.
24. 
(Fuvest 2019)  De acordo com o texto, o “mito político” 
a) prejudica o entendimento do mundo real.    
b) necessita da abstração do tempo.    
c) depende da veri�cação da verdade.    
d) é uma fantasia desvinculada da realidade.    
e) atende a situações concretas.   
Exercício 68
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O texto a seguir é parte de um capítulo de O príncipe, de Nicolau
Maquiavel (Florença, 1469-1527).
Ser amado ou ser temido
Creio que todo príncipe deve desejar muito ser considerado
compassivo, e não cruel; no entanto, deve ter cuidado e não usar
mal essa piedade. César Bórgia foi considerado cruel, mas Sua
crueldade reformou toda a Romanha, uniu-a e proporcionou-lhe
paz e �delidade. Bem vistas as coisas, seu procedimento foi mais
compassivo que o do governo �orentino, o qual, para evitar a
fama de cruel, deixou destruir Pistoia1. Portanto, o príncipe não se
deve preocupar com ganhar fama de cruel para conservar todos
os súditos em união e obediência, pois será muito mais ético do
que aqueles que, por excesso de clemência, deixam alastrar a
desordem, da qual se geram assassínios e rapinas: a desordem
prejudica a todos, ao passo que as penas in�igidas pelo príncipe
só atingem particulares. [...]
Daqui nasce um dilema: vale mais ser amado do que temido, ou o
inverso? Seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é difícil
conciliá-Ias, parece-me muito mais seguro ser temido do que
amado, se só se puder ser uma delas. Há uma verdade que se
pode dizer da maioria dos homens: que são ingratos, instáveis,
dissimulados, inimigos do risco e do perigo, ávidos de ganhar.
Enquanto lhes fazes bem, são teus, oferecem-te o sangue, os
bens, a vida e os �lhos, porque, como já disse, os riscos maiores
estão no futuro; mas, quando o perigo se aproxima, furtam-se,
debandam, e o príncipe que se baseou somente em suas palavras
encontra-se despojado de outros preparativos; está de fato
perdido.
As amizades que se conquistam com dinheiro ou favores, e não
pelo coração nobre e altivo, terão seus efeitos, mas são como se
não as tivéssemos, pois de nada nos servem quando delas
precisamos. Os homens hesitam menos em prejudicar um homem
que se torna amado do que outro que se faz temer, pois o amor
mantém-se por um laço de obrigações que, em virtude de os
homens serem maus, se quebra quando surge ocasião de melhor
proveito. Mas o medo mantém-se por um temor do castigo, que
nunca nos abandona.
Por outro lado, o príncipe deve fazer-se temer de tal modo que, se
não conseguir a amizade, possa pelo menos fugir à inimizade,
visto haver a possibilidade de ser temido e não ser odiado, ao
mesmo tempo. Isso sucederá, sempre, se ele se abstiver de se
apoderar dos bens e riquezas de seus concidadãos e súditos, e
também de suas mulheres. E quando for obrigado a proceder
contra o sangue de alguém, não deve agir sem justi�cação
conveniente nem causa manifesta. Acima de tudo, convém que se
abstenha de tocar na propriedade alheia, porque os homens
esquecem mais depressa a morte de seu pai do que a perda de
seu património. Além do mais, não faltam nunca motivos para
apoderar-se do bem alheio, e aquele que começa a viver da
rapina encontra sempre razões para apoderar-se do que é dos
outros.
(1) Cidade da Toscana (Itália); antiga forti�cação construída sobre
Pistoriae; na Idade Média, as lutas políticas entre guelfos e
gibelinos enfraqueceram-na, tendo sido conquistada por Florença
em 1351.
Adaptado de: MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Lisboa: Europa-
América. 1976. p, 88-90.
(Fepar 2018 - Adaptada)  Julgue as a�rmativas com relação aos
conteúdos e à estrutura do texto.
(     )  Resumo do parágrafo 1: a crueldade para com os súditos
constitui uma falta ética que deve ser combatida pela
demonstração de piedade.  
(     )  No parágrafo 2, Maquiavel apresenta uma perspectiva
realista em relação aos homens, constatando que eles são ora
bons, ora maus.  
(     )  No parágrafo 3, Maquiavel a�rma que as amizades são
geralmente relativas e traiçoeiras, enquanto o medo é mais
seguro para manter a colaboração dos súditos.  
(     )  No parágrafo 4, Maquiavel apresenta uma receita para
evitar inimizades e aplicar a pena de morte a algum súdito.   
(     )  Vínculos de nacionalidade e companheirismo são o melhor
meio de promover a lealdade num grupo social.  
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) F – F – V – V – F.
B) F - V - F - V - F
C) V - F - V - F - F
D) V - V - F - F - V
Exercício 69
(G1 - cftmg 2020)  De repente, ele começou a gritar:
– Pare! Pare já com isso! Não suporto ninguém se �ngindo de bom
moço por mais de cinco minutos. E o senhor já está aqui há dez!
Fiquei sem ação, de novo. O que ele queria que eu �zesse?
Chamasse-o de “mano”, “veio”, “bróder”? A vontade de ir embora
bateu outra vez.
Ele respirou fundo, pigarreou e recomeçou:
– Na verdade, é mais uma aposta do que uma pesquisa... Um
professor inglês, que conheci pela rede, apostou comigo que eu
não conseguiria encontrar as frases-chave em três peças do
Shakespeare.
Eu entendi e não entendi. Depois de um instante, deduzi que
“rede” queria dizer internet.
LACERDA, Rodrigo. O Fazedor de Velhos. São Paulo: Companhia
das Letras, 2017. p. 56.
O trecho evidencia que, entre o narrador e o professor, há marcas
de variação linguística fundamentadas na diferença de
a) faixa etária.    
b) classe social.    
c) região geográ�ca.    
d) nível de escolarização.   
Exercício 70
(G1 - cftmg 2020)  Compare os textos 1 e 2 extraídos da obra O
Fazedor de Velhos, de Rodrigo Lacerda.
Texto 1
Eu não lembro direito quando meu pai e minha mãe começaram a
me en�ar livros garganta abaixo. Mas foi cedo. Lembro das
sessões de leitura de poesia a que eu e minha irmã éramos
submetidos pela nossa mãe, e que ela só aceitava interromper
quando um �lho, em geral eu, caía de joelhos a sua frente com
gestos de reza fervorosa, e o outro, normalmente minha irmã,
agarrava sua mão com a intensidade de um moribundo fazendo o
último desejo. Ela nos olhava contrariada, mas ria do nosso
desespero exagerado: “Para, mãe, pelo amor de Deus, para!”. (p.
9).
Texto 2
Aos poucos, recriar num texto aquelas lembranças todas, felizes
ou não, foi me dando uma sensação diferente. Era bom ser quem
eu era aos vinte anos, mas por outro lado eu sentia uma saudade
imensa do que já vivera. Será que eu trocaria a minha vida atual
para voltar no tempo? Por um lado, lamentei não ser mais criança,
meus pais não serem tão jovens. Foi um pouco triste concretizar
que certas etapas da minha vida estavam encerradas, e que nada
poderia trazê-las de volta. (p. 121).
Esses fragmentos põem em evidência a
a) consciência do sofrimento diante das perdas da vida.    
b) angústia do personagem ao descrever fatos do passado.   
c) percepção da ine�cácia da educação no contexto familiar.  
d) memória afetiva remodelada pela perspectiva do narrador.    
Exercício 71
(Unicamp 2020)  – Pela milionésima vez, por favor, “se amostrar”
não existe. Não pega bem usar uma expressão incorreta como
essa.
– Ora veja, incorreto para mim é o que não faz sentido, “se
amostrar” faz sentido para boa parte do país.
– Por que você não usa um sinônimo mais simples da palavra?
Que tal ”exibido”? Todo mundo conhece.
– Não dá, porque quem se exibe é exibido, quem se amostra é
amostrado. Por exemplo: quando os vendedores de shopping
olham com desprezo para os meninos dos rolezinhos e moram no
mesmo bairro deles, são exibidos. Eles acham que a roupa de
vendedor faz deles seres superiores. Por outro lado, as meninas e
os meninos dos rolezinhosvão para os shoppings para se
amostrar uns para outros, e são, portanto, amostrados. Percebeu
a sutileza da diferença?
– Entendo, mas está errado.
– Como é que está errado se você entende? Você não aceita a
inventividade linguística do povo. “Amostrar” é verbo torto no
manual das conjugações e “amostrado” é particípio de amostra
grátis! Captou?
(Adaptado de Cidinha da Silva, Absurdada. Disponível em
http://notarodape. blogspot. com/search/label/Cotidiano.
Acessado em 22/05/2019.)
Considerando que a comparação entre modos de falar pode ser
fonte de preconceito, o exemplo citado por uma das personagens
da crônica
a) reforça o preconceito em relação às turmas de jovens de um
mesmo bairro, com base nos signi�cados de “amostrado” e
“exibido”.   
b) explicita o preconceito, valendo-se de “amostrado” e “exibido”
para distinguir dois grupos de jovens do mesmo bairro.   
c) dissimula o preconceito e reconhece que “se amostrar” é, de
fato, um verbo que não está de acordo com as normas
gramaticais.  
d) refuta o preconceito e con�rma o desconhecimento da regra de
formação do particípio passado do verbo “se amostrar”.  
Exercício 72
(Enem 2020)  A vida às vezes é como um jogo brincado na rua:
estamos no último minuto de uma brincadeira bem quente e não
sabemos que a qualquer momento pode chegar um mais velho a
avisar que a brincadeira já acabou e está na hora de jantar. A vida
a�nal acontece muito de repente – nunca ninguém nos avisou que
aquele era mesmo o último Carnaval da Vitória. O Carnaval
também chegava sempre de repente. Nós, as crianças, vivíamos
num tempo fora do tempo, sem nunca sabermos dos calendários
de verdade. [...] O “dia da véspera do Carnaval”, como dizia a avô
Nhé, era dia de confusão com roupas e pinturas a serem
preparadas, sonhadas e inventadas. Mas quando acontecia era
um dia rápido, porque os dias mágicos passam depressa
deixando marcas fundas na nossa memória, que alguns chamam
também de coração.
ONDJAKI. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007.
As signi�cações afetivas engendradas no fragmento pressupõem
o reconhecimento da
a) perspectiva infantil assumida pela voz narrativa.   
b) suspensão da linearidade temporal da narração.  
c) tentativa de materializar lembranças da infância.   
d) incidência da memória sobre as imagens narradas.  
e) alternância entre impressões subjetivas e relatos factuais.
Exercício 73
(Ufrgs 2020)  Leia os fragmentos abaixo da obra "Quarto de
despejo".
Quando eu fui catar papel encontrei um preto. Estava rasgado e
sujo que dava pena. Nos seus trajes rôtos êle podia representar-
se como diretor do sindicato dos miseráveis.
2 de maio de 1958 […] Passei o dia catando papel. A noite meus
pés doíam tanto que eu não podia andar.
14 de junho … Está chovendo. Eu não posso ir catar papel. O dia
que chove eu sou mendiga.
3 de maio ... Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer
coisa.
Depois fui catar lenha. Parece que vim ao mundo predestinada a
catar. Só não cato a felicidade.
Considere as seguintes a�rmações sobre a ação de “catar”.
I. Relaciona-se ao título da obra, uma vez que Quarto de despejo
serve de metáfora à situação da própria personagem, que vive na
favela como um objeto descartado.
II. Associa-se à atividade da escritora, que recolhe da experiência
de viver do lixo a própria matéria para a sua criação literária.
III. Refere-se à descoberta dos diários de Carolina pelo jornalista
Audálio Dantas, graças ao qual ela se torna uma escritora de
grande sucesso editorial, condição que lhe garante
sustentabilidade �nanceira e saída de�nitiva da miséria.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.   
b) Apenas II.   
c) Apenas III.   
d) Apenas I e II.    
e) I, II e III.
Exercício 74
(Ufjf-pism 1 2020)  Leia o poema abaixo para responder à
questão:
Meu povo, meu poema
Meu povo e meu poema crescem juntos
como cresce no fruto
a árvore nova
No povo meu poema vai nascendo
como no canavial
nasce verde o açúcar
No povo meu poema está maduro
como o sol
na garganta do futuro
Meu povo em meu poema
se re�ete
como a espiga se funde em terra fértil
Ao povo seu poema aqui devolvo
menos como quem canta
do que planta
GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. José Olympio: Rio de Janeiro,
2000.
Marque a alternativa INCORRETA a respeito do poema:
a) Trata-se de um texto que pode ser rotulado como poema
participante ou poesia engajada.  
b) O texto apresenta forte adesão à temática de interesse da
coletividade, o que afasta o eu-poético do individualismo
sentimental.   
c) A ideia-núcleo do poema é a da transformação. A esse núcleo
estão associadas as metáforas do poema.   
d) Plantar equivale no poema à tarefa de abrir mão do presente
em benefício do futuro.  
e) O eu-poético parece inclinado a unir os requintes do
formalismo de vanguarda à linguagem dos cantadores populares.
Exercício 75
(Ufrgs 2020)  Considere o poema abaixo, de Oswald de Andrade,
do livro Pau-Brasil, de 1925.
RIQUEZAS NATURAIS
Muitos metaes pepinos romans e �gos
De muitas castas
Cidras limões e laranjas
Uma in�nidade
Muitas cannas daçucre
In�nito algodam
Também há muito paobrasil
Nestas capitanias
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes a�rmações
sobre o poema.
(     ) Insere-se no contexto do primitivismo das vanguardas do
Modernismo brasileiro, remetendo particularmente às propostas
do Manifesto Pau-Brasil, de Oswald de Andrade.
(     ) Constrói imagens incompatíveis com os ideais de progresso
e civilização, trazidos pelas vanguardas europeias, inspiradoras do
Modernismo brasileiro.
(     ) Reforça os elementos naturais da paisagem, remetendo à
“cor local”, tal como o nacionalismo presente em José de Alencar
e Gonçalves Dias.
(     ) Descreve a exuberância da natureza tropical, apropriando-se
de maneira paródica dos discursos dos primeiros cronistas, que
alardeavam as belezas naturais das terras recém-descobertas.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima
para baixo, é
a) F – V – F – F.   
b) V – F – F – V.   
c) V – F – V – V.   
d) F – F – V – F.  
e) V – V – F – V.
Exercício 76
(G1 - cmrj 2020)  “Mas como estão aí e não há mais jeito para
conseguir manter a massa na ignorância total, até parece que
surgiu outra tática de propósito: distrair a maioria da população
com outras coisas, [...]” (referência 14)
Os trechos sublinhados apresentam, respectivamente, os
sentidos de 
a) fato e conclusão.   
b) causa e consequência.    
c) adição e conformidade.    
d) concessão e alternância.       
e) comparação e �nalidade.
Exercício 77
 (G1 - ifsul 2020)  Para responder à questão, leia a tirinha a
seguir, publicada pela Federação Interestadual de Sindicatos de
Engenheiros (Fisenge).
Com base nos elementos verbo-visuais presentes na tirinha,
considere as seguintes a�rmações:
I. Ao compararmos os primeiros quadros com o último quadro, é
perceptível o constrangimento do homem diante da resposta da
mulher, possivelmente porque ele considerava o alisamento do
cabelo como algo normal, sinônimo de “boa aparência”.
II. A tirinha problematiza a imposição social que as mulheres
negras sofriam/sofrem para alisar o cabelo, pois a estética branca
era/é o modelo a ser seguido, produzindo um imaginário social de
que os cabelos crespos eram desarrumados, inadequados ao
ambiente pro�ssional.
III. Na primeira parte da fala do personagem masculino, há a
utilização do nível formal de linguagem; no entanto, nas próximas
interações, os personagens utilizam uma linguagem mais
informal. Essa mudança de registro sinaliza uma mudança de
pauta do diálogo: de um comunicado mais pro�ssional, passa
para uma conversa mais coloquial.
Está(ão) correta(s) a(s) a�rmativa (s) 
a) I, apenas.    
b) I e II, apenas.    
c) II e III, apenas.   
d) I, II e III.   
Exercício 78
(S1 - ifpe 2020)
As tirinhas constituem um gênero textual multimodal, por terem
seu sentido construído pela associação de mais de uma
modalidade da linguagem.Na leitura da tirinha acima, ao
associarmos o texto verbal com as ilustrações, percebemos que 
a) a conclusão à qual o personagem chega no terceiro quadrinho
caracteriza um exagero no que diz respeito aos cuidados com a
camisa e uma ironia quanto ao seu uso.    
b) a ilustração do cômodo no qual o personagem se encontra
caracteriza uma informação irrelevante, visto que as informações
verbais quanto aos cuidados com a roupa são su�cientes para
compreendermos o sentido da tira.    
c) a interpretação que o personagem dá à informação “não torcer”
é equivocada já no segundo quadrinho, sendo dispensável a
leitura do terceiro para compreendermos o sentido da tira.    
d) a expressão do personagem no segundo quadrinho sugere que
a informação da etiqueta da camisa o surpreendeu de algum
modo e que isso atende às expectativas do leitor quanto ao que
será dito no último quadrinho.   
e) a polissemia de um termo provocou ambiguidade no texto, o
que levou o personagem a uma interpretação equivocada sobre o
que poderia ser feito com a camisa.  
Exercício 79
(Fuvest 2020)  O Twitter é uma das redes sociais mais
importantes no Brasil e no mundo. (...) Um estudo identi�cou que
as fake news são 70% mais propensas a serem retweetadas do
que fatos verdadeiros. (...) Outra conclusão importante do
trabalho diz respeito aos famosos bots: ao contrário do que
muitos pensam, esses robôs não são os grandes responsáveis por
disseminar notícias falsas. Nem mesmo comparando com outros
robozinhos: tanto os que espalham informações mentirosas
quanto aqueles que divulgam dados verdadeiros alcançaram o
mesmo número de pessoas.
Superinteressante, “No Twitter, fake news se espalham 6 vezes
mais rápido que notícias verdadeiras”. Maio/2019.
No período “Nem mesmo comparando com outros robozinhos:
tanto os que espalham informações mentirosas quanto aqueles
que divulgam dados verdadeiros alcançaram o mesmo número de
pessoas.”, os dois‐pontos são utilizados para introduzir uma
a) conclusão.   
b) concessão.   
c) explicação.   
d) contradição.  
e) condição.
Exercício 80
(Enem 2020)  Uma das mais contundentes críticas ao discurso da
aptidão física relacionada à saúde está no caráter eminentemente
individual de suas propostas, o que serve para obscurecer outros
determinantes da saúde. Ou seja, costuma-se apresentar o
indivíduo como o problema e a mudança do estilo de vida como a
solução. Argumenta-se ainda que o movimento da aptidão física
relacionada à saúde considera a existência de uma cultura
homogênea na qual todos seriam livres para escolher seus estilos
de vida, o que não condiz com a realidade. O fato é que vivemos
numa sociedade dividida em classes sociais, na qual nem todas as
pessoas têm condições econômicas para adotar um estilo de vida
ativo e saudável. Há desigualdades estruturais com raízes
políticas, econômicas e sociais que di�cultam a adoção desses
estilos de vida.
FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física
escolar; ampliando o enfoque. RBCE, n. 2. jan. 2001 (adaptado).
Com base no texto, a relação entre saúde e estilos de vida
a) constrói a ideia de que a mudança individual de hábitos
promove a saúde.     
b) considera a homogeneidade da escolha de hábitos saudáveis
pelos indivíduos.   
c) reforça a necessidade de solucionar os problemas de saúde da
sociedade com a prática de exercícios.   
d) problematiza a organização social e seu impacto na mudança
de hábitos dos indivíduos.  
e) reproduz a noção de que a melhoria da aptidão física pela
prática de exercícios promove a saúde.
Exercício 81
(Unicamp 2020)  “(...) as palavras tomam signi�cados distintos
daqueles utilizados no cotidiano. Por exemplo, utiliza-se, com
frequência, nas aulas sobre frações, a frase reduzir ao mesmo
denominador."
(Edi Jussara Candido Lorensatti, Linguagem matemática e Língua
Portuguesa: diálogo necessário na resolução de problemas
matemáticos. Conjectura: Filoso�a e Educação. Caxias do Sul, v.
14, n. 2, p. 91, maio/ago. 2009.)
Cada ciência usa uma linguagem própria e com um grau de
precisão terminológica necessário para o seu exercício. Tendo em
vista os signi�cados distintos que as palavras assumem nas
situações concretas em que são empregadas, o verbo “reduzir”,
no uso cotidiano, signi�ca
a) limitar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é
sinônimo de restringir.   
b) moderar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática
implica aumentar as relações entre os números.   
c) eliminar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática
implica reverter as relações entre os números.   
d) diminuir alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática
é sinônimo de converter.  
Exercício 82
(Enem 2020) 
Essa campanha de conscientização sobre o assédio sofrido pelas
mulheres nas ruas constrói-se pela combinação da linguagem
verbal e não verbal. A imagem da mulher com o nariz e a boca
cobertos por um lenço é a representação não verbal do(a)
a) silêncio imposto às mulheres, que não podem denunciar o
assédio sofrido.   
b) metáfora de que as mulheres precisam defender-se do assédio
masculino.   
c) constrangimento pelo qual passam as mulheres e sua tentativa
de esconderem-se.   
d) necessidade que as mulheres têm de passarem despercebidas
para evitar o assédio.  
e) incapacidade de as mulheres protegerem-se da agressão
verbal dos assediadores.   
Exercício 83
(Enem 2020)  O conceito de saúde formulado na histórica VIII
Conferência Nacional de Saúde, no ano de 1986, �cou conhecido
como um “conceito ampliado” de saúde, conforme ilustrado na
�gura. Esse conceito foi fruto de intensa mobilização em diversos
países da América Latina nas décadas de 1970 e 1980, como
resposta à crise dos sistemas públicos de saúde.
Com base no conceito apresentado no texto, a saúde é
consequência direta do(a)
a) adoção de um estilo de vida ativo por parte dos indivíduos.   
b) disponibilidade de emprego no mercado de trabalho.   
c) condição habitacional presente nas cidades.  
d) acesso ao sistema educacional.  
e) forma de organização social.   
Exercício 84
(G1 - ifmt 2020)  Abaixo, analise os períodos compostos por
coordenação. Após, enumere a segunda coluna de acordo com a
primeira e, em seguida, assinale a alternativa que indica a
sequência correta:
( 1 ) O goleiro esforçou-se, porém não conseguiu evitar o gol. (     ) Aditiva
( 2 ) Hoje começa o horário de verão, portanto adiante seu relógio em uma
hora.
(     ) Adversativa
( 3 ) Não deixe de votar, pois sua participação nas decisões políticas é
fundamental.
(     ) Alternativa
( 4 ) Aos domingos, ou vou ao cinema ou �co em casa estudando. (     ) Conclusiva
( 5 ) Peguei os materiais e fui à escola. (     ) Explicativa
a) 5 – 3 – 4 – 2 – 1   
b) 5 – 1 – 4 – 2 – 3   
c) 3 – 2 – 1 – 5 – 4   
d) 4 – 2 – 3 – 1 – 5  
e) 5 – 1 – 4 – 3 – 2   
Exercício 85
(Acafe 2020)  Preencha os espaços em branco com Há, a, à,
nessa ordem.
I. _____ dois anos não _____ visitava, mas sua mãe sempre esteve
_____ espera.
II. _____ beira do precipício, _____ poucos arbustos _____ decorar
a paisagem.
III. _____ quem quisesse ver, demonstrei que não _____
possibilidade de resolver _____ questão.
IV. _____ alguma chance, _____ custa de muito esforço, de obter
_____ vaga pretendida.
V. _____ ao menos três maneiras de encaminhar isso _____ quem
está _____ disposição para ajudar.
As frases corretas, de acordo com a ordem proposta, são:
a) II - III - IV   
b) I - V   
c) I - III - IV  
d) III - V   
Exercício 86
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Texto para a(s) questão(ões) a seguir.
amora
a palavra amora
seria talvez menos doce
e um pouco menos vermelha
se não trouxesse em seu corpo
(como um velado esplendor)
a memória da palavra amor
a palavra amargo
seria talvez mais doce
e um pouco menos acerba
se não trouxesse em seu corpo
(como uma sombra a espreitar)
a memória da palavra amar
Marco Catalão, Sob a face neutra.
(Fuvest 2020)  Tal como se lê no poema,a) a palavra “amora” é substantivo, e “amargo”, adjetivo.   
b) o verbo “amar” ameniza o amargor da palavra “amargo”.   
c) o substantivo “corpo” apresenta sentido denotativo.   
d) o substantivo “amor” intensi�ca o dulçor da palavra “amora”.  
e) o verbo “amar” e o substantivo “amor” são intercambiáveis.   
Exercício 87
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Texto para a(s) questão(ões) a seguir.
Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército que a pisa.
Mas mais frágil �ca a bota.
Gonçalo M. Tavares, 1: poemas.
*sesta: repouso após o almoço.
(Fuvest 2020)  O ditado popular que se relaciona melhor com o
poema é:
a) Para bom entendedor, meia palavra basta.   
b) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.   
c) Quem com ferro fere, com ferro será ferido.   
d) Um dia é da caça, o outro é do caçador.  
e) Uma andorinha só não faz verão.   
Exercício 88
Texto para a(s) questão(ões) a seguir.
Mito, na acepção aqui empregada, não signi�ca mentira, falsidade
ou misti�cação. Tomo de empréstimo a formulação de Hans
Blumenberg do mito político como um processo contínuo de
trabalho de uma narrativa que responde a uma necessidade
prática de uma sociedade em determinado período. Narrativa
simbólica que é, o mito político coloca em suspenso o problema
da verdade. Seu discurso não pretende ter validade factual, mas
também não pode ser percebido como mentira (do contrário, não
seria mito). O mito político confere um sentido às 1circunstâncias
que envolvem os indivíduos: ao 2fazê‐los ver sua condição
presente como parte de uma história em curso, ajuda a
compreender e suportar o mundo 3em 4que vivem.
ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p.
24. 
(Fuvest 2019)  Sobre o sujeito da oração “em que vivem” (ref. 3), é
correto a�rmar: 
a) Expressa indeterminação, cabendo ao leitor deduzir a quem se
refere a ação verbal.    
b) Está oculto e visa evitar a repetição da palavra “circunstâncias”
(ref. 1).    
c) É uma função sintática preenchida pelo pronome “que” (ref.
4).    
d) É indeterminado, tendo em vista que não é possível identi�car
a quem se refere a ação verbal.    
e) Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em
“fazê‐los” (ref. 2).   
Exercício 89
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto a seguir e responda.
A palavra slam é uma onomatopeia da língua inglesa utilizada
para indicar o som de uma “batida” de porta ou janela, seja esse
movimento leve ou abrupto. Algo próximo do nosso “pá!” em
língua portuguesa. A onomatopeia foi emprestada por Marc Kelly
Smith, um trabalhador da construção civil e poeta, para nomear o
Uptown Poetry Slam, evento poético que surgiu em Chicago, em
1984. O termo slam é utilizado para se referir às �nais de torneios
de baseball, tênis, bridge, basquete, por exemplo. Smith nomeou
também slam os campeonatos de performances poéticas que
organizava e no qual os slammers (poetas) eram avaliados com
notas pelo público presente, inicialmente em um bar de jazz em
Chicago, depois nas periferias da cidade. A iniciativa “viralizou”,
como se diz hoje, contagiando outras cidades dos Estados Unidos
e, mais tarde, ganhou o mundo. Poesia é o mundo.
Adaptado de NEVES, C. A. B. Slams - letramentos literários de
reexistência ao/no mundo contemporâneo. Linha D'Água (Online),
São Paulo, v. 30, n. 2, p. 92-112, out. 2017 Linha D'Água (Online),
São Paulo, v. 30, n. 2, p. 92-112, out. 2017. Acesso em
18/07/2019.
(G1 - cotuca 2020)  De acordo com o texto, “slam” é uma palavra
a) que pode ser traduzida, em português, por “evento esportivo”.
b) usada em algumas modalidades esportivas.   
c) criada em bares de jazz de Chicago.   
d) que, em português, signi�ca “porta que bate”.   
e) característica de meios musicais, principalmente de jazz.   
Exercício 90
(Enem 2019)  Toca a sirene na fábrica,
e o apito como um chicote
bate na manhã nascente
e bate na tua cama
no sono da madrugada.
Ternuras da áspera lona
pelo corpo adolescente.
É o trabalho que te chama.
Às pressas tomas o banho,
tomas teu café com pão,
tomas teu lugar no bote
no cais do Capibaribe.
Deixas chorando na esteira
teu �lho de mãe solteira.
Levas ao lado a marmita,
contendo a mesma ração
do meio de todo o dia,
a carne-seca e o feijão.
De tudo quanto ele pede
dás só bom-dia ao patrão,
e recomeças a luta
na engrenagem da �ação.
MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1964.
Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e
pronominais
a) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático.   
b) auxilia na caracterização física do personagem principal.   
c) acrescenta informações modi�cadoras às ações dos
personagens.   
d) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do
texto.   
e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos
referentes.   
Exercício 91
(Enem 2018)  Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda
nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído,
virando a cabeça com di�culdade, eu distinguia nas costelas
grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em
panos molhados com água de sal – e houve uma discussão na
família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da
�lha e esta a�igiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não
guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó.
RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998.
Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a
progressão temática. No fragmento, esse processo é indicado
a) pela a alternância das pessoas do discurso que determinam o
foco narrativo.   
b) utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos
variados.    
c) indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam os
eventos narrados.    
d) justaposição de frases que relacionam semanticamente os
acontecimentos narrados.    
e) recorrência de expressões adverbiais que organizam
temporalmente a narrativa.    
Exercício 92
(Enem 2018) 
Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu
comportamento por meio da associação de verbos no modo
imperativo à
a) indicação de diversos canais de atendimento.    
b) divulgação do Centro de Defesa da Mulher.    
c) informação sobre a duração da campanha.    
d) apresentação dos diversos apoiadores.    
e) utilização da imagem das três mulheres.    
Exercício 93
(Enem 2017)  João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial,
mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente
durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga
e eterna paixão. Certo dia, uma experiência com um de seus
inventos permite que ele faça uma viagem no tempo, retornando
para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas
quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e
agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem que
para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele
conseguirá acertar as coisas?
Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011.
Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos
apresentados na resenha, contribuindo para despertar o interesse
do leitor pelo �lme?
a) O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há 20 anos
atrás foi humilhado”.   
b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo,
como “retorna” e “descobre”.    
c) A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor
ideias.    
d) A �nalização do texto com a frase de efeito “Será que ele
conseguirá acertar as coisas?”.    
e) O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao longo do texto
para fazer referência ao protagonista “João/Zero”.    
Exercício 94
(Enem 2016)  L.J.C.
— 5 tiros?
— É.
— Brincando de pegador?
— É. O PM pensou que...
— Hoje?
— Cedinho.
COELHO, M ln: FREIRE, M. (Org). Os cem menores contos
brasileiros do século.
São Paulo: Ateliê Editorial. 2004.
Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções
para a progressão temática. Nesse miniconto, as reticências foram
utilizadaspara indicar
a) uma fala hesitante.   
b) uma informação implícita.   
c) uma situação incoerente.   
d) a eliminação de uma ideia.   
e) a interrupção de uma ação.   
Exercício 95
(Enem 2016)  De domingo
–– Outrossim...
–– O quê?
–– O que o quê?
–– O que você disse.
–– Outrossim?
–– É.
–– O que é que tem?
–– Nada. Só achei engraçado.
–– Não vejo a graça.
–– Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.
–– Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
–– Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira.
–– Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”.
–– “Ônus”.
–– “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.
–– “Resquício” é de domingo.
–– Não, não. Segunda. No máximo terça.
–– Mas “outrossim”, francamente...
–– Qual o problema?
–– Retira o “outrossim”.
–– Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é uma palavra difícil de
usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”.
VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada.
Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).
No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da
língua portuguesa. Esse uso promove o(a)
a) marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras
indicativas dos dias da semana.   
b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras
empregadas em contextos formais.   
c) caracterização da identidade linguística dos interlocutores,
percebida pela recorrência de palavras regionais.   
d) distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo
emprego de palavras com signi�cados pouco conhecidos.   
e) inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras
desconhecidas por parte de um dos interlocutores do diálogo.   
Exercício 96
(Enem 2015)  TEXTO I
Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo produtivo.
Foi o que ocorreu com a palavra sambódromo, criativamente
formada com a terminação -(ó)dromo (= corrida), que �gura em
hipódromo, autódromo, cartódromo, formas que designam itens
culturais da alta burguesia. Não demoraram a circular, a partir de
então, formas populares como rangódromo, beijódromo,
camelódromo.
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São
Paulo: Publifolha, 2008.
TEXTO II
Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo uma
passarela para des�le de escolas de samba? Em grego, -dromo
quer dizer “ação de correr, lugar de corrida”, dai as palavras
autódromo e hipódromo. É certo que, às vezes, durante o des�le,
a escola se atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos,
mas não se desloca com a velocidade de um cavalo ou de um
carro de Formula 1.
GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3
ago, 2012.
Há nas línguas mecanismos geradores de palavras. Embora o
Texto II apresente um julgamento de valor sobre a formação da
palavra sambódromo, o processo de formação dessa palavra
re�ete
a) o dinamismo da língua na criação de novas palavras.   
b) uma nova realidade limitando o aparecimento de novas
palavras.   
c) a apropriação inadequada de mecanismos de criação de
palavras por leigos.   
d) o reconhecimento da impropriedade semântica dos
neologismos.   
e) a restrição na produção de novas palavras com o radical grego.
Exercício 97
(Enem 2015) 
A rapidez é destacada como uma das qualidades do serviço
anunciado, funcionando como estratégia de persuasão em relação
ao consumidor do mercado grá�co. O recurso da linguagem
verbal que contribui para esse destaque é o emprego
a) do termo “fácil” no início do anúncio, com foco no processo.   
b) de adjetivos que valorizam a nitidez da impressão.   
c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência.   
d) da expressão intensi�cadora “menos do que” associada à
qualidade.   
e) da locução “do mundo” associada a “melhor”, que quanti�ca a
ação.   
Exercício 98
(Enem 2014)  Tarefa
Morder o fruto amargo e não cuspir
Mas avisar aos outros quanto é amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder
Mas avisar aos outros quanto é falso
Dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a não pulsar
– do amargo e injusto e falso por mudar –
então con�ar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas”
articulam, para além de sua função sintática,
a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes.   
b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis.   
c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência.   
d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório.   
e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo.   
Exercício 99
(Enem 2013) 
Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o
efeito de humor está indicado pelo(a)
a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da
expectativa ao �nal.   
b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e
efeito entre as ações.   
c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos
sentidos a ele atribuídos   
d) utilização da forma pronominal “la”, que re�ete um tratamento
formal do �lho em relação à “mãe”.   
e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição
existente entre as orações.   
Exercício 100
(Acafe 2020)  Transforme as locuções adjetivas destacadas em
adjetivos, optando por uma das sugestões entre parênteses.
I. Não se impressione, são apenas chuvas de verão. (verânicas,
estivais, pluviais)
II. Faça a catalogação dos livros por faixa de idade, pois isso
facilita a consulta. (etária, vital, hereditária)
III. Desculpe, mas seu comportamento foi de criança. (senil, pueril,
inadequado)
IV. Diferentemente de ontem, as águas do rio estão turvas.
(hidroviais, rivais, �uviais)
V. Foram lindos encontros de irmãos motivados pela mesma fé.
(irmanados, fraternos, magistrais)
A resposta correta, de cima para baixo, é:
a) verânicas - hereditária - pueril - �uviais - irmanados   
b) estivais - etária - pueril - �uviais - fraternos   
c) estivais, - hereditária - senil - hidroviais - magistrais   
d) pluviais - vital - pueril - rivais – irmanados   
Exercício 101
(G1 - ifmt 2020)  Considerando a norma culta da língua
portuguesa acerca do plural dos compostos, assinale a alternativa
em que todos os substantivos estão corretamente �exionados
para o plural.
a) Guardas-�orestais; bates-bocas; batata-doces.   
b) Guardas-roupas; beija-�ores; couve-�ores.   
c) Guardas-costas; guardas-noturnos; pãos-de-ló.   
d) Quebra-cabeças; más-línguas; sextas-feiras.   
e) Cartões-postais; viras-latas; guardas-chuvas.   
Exercício 102
Em 1934, um redator de Nova York chamado Robert Pirosh
largou o emprego bem remunerado numa agência de publicidade
e rumou para Hollywood, decidido a trabalhar como roteirista. Lá
chegando, anotou o nome e o endereço de todos os diretores,
produtores e executivos que conseguiu encontrar e enviou-lhes o
que certamente é o pedido de emprego mais e�caz que alguém já
escreveu, pois resultou em três entrevistas, uma das quais lhe
rendeu o cargo de roteirista assistente na MGM.
Prezado senhor:
Gosto de palavras. 1Gosto de palavras gordas, untuosas, como
lodo, torpitude, glutinoso, bajulador. Gosto de palavras solenes,
como pudico, ranzinza, pecunioso, valetudinário. 2Gosto de
palavras espúrias, enganosas, como mortiço, liquidar, tonsura,
mundana. Gosto de suaves palavras com “V”, como Svengali,
avesso, bravura, verve. Gosto de palavras crocantes, quebradiças,
crepitantes, como estilha, croque, esbarrão, crosta. 3Gosto de
palavras emburradas, carrancudas, amuadas, como furtivo,
macambúzio, escabioso, sovina. 4Gosto de palavras chocantes,
exclamativas, enfáticas, como astuto, estafante, requintado,
horrendo. Gosto de palavras elegantes, rebuscadas, como estival,
peregrinação, Elísio, Alcíone. Gosto de palavras vermiformes,
contorcidas, farinhentas, como rastejar, choramingar, guinchar,
gotejar. Gosto de palavras escorregadias,risonhas, como topete,
borbulhão, arroto.
Gosto mais da palavra roteirista que da palavra redator, e por isso
resolvi largar meu emprego numa agência de publicidade de
Nova York e tentar a sorte em Hollywood, mas, antes de dar o
grande salto, fui para a Europa, onde passei um ano estudando,
contemplando e perambulando.
Acabei de voltar e ainda gosto de palavras.
Posso trocar algumas com o senhor?
Robert Pirosh
Madison Avenue, 385
Quarto 610
Nova York
Eldorado 5-6024.
(USHER, Shaun .(Org) Cartas extraordinárias: a correspondência
inesquecível de pessoas notáveis. Trad. de Hildegard Feist. São
Paulo: Companhia das Letras, 2014.p. 48.)
(Epcar (Afa) 2020)  Considerando o texto, em que o autor agrupa
as palavras para poder classi�cá-las, assinale a alternativa
verdadeira:
a) “choramingar” signi�ca chorar aos berros, para chamar a
atenção dos outros. Equivale à expressão “Quem não chora não
mama”.    
b) Em “Gosto de palavras com “V”, como Svengali, avesso,
bravura, nota-se a presença do efeito da aliteração, também
usado em poesia.    
c) Em “Palavras escorregadias”, está presente a linguagem
denotativa, que equivale, por exemplo, a “Os ombros suportam o
mundo”.    
d) Em “onde passei um ano estudando”, o termo “onde” indica a
posse de um lugar imaginário, a que o autor nunca foi.   
Exercício 103
Uma última gargalhada estrondosa. 1E depois, o silêncio. O
palhaço jazia 2imóvel no chão. 3Mas seu rosto continua sorrindo,
para sempre. Porque a carreira original do Coringa era para durar
apenas 30 páginas. O tempo de envenenar Gotham, sequestrar
4Robin, en�ar um par de sopapos na Homem-Morcego e disparar
o primeiro “vou te matar” da sua relação. Na briga �nal do
Batman nº. 1, o “horripilante bufão”sofria um �nal digno de sua
desumana ironia: 5ao tropeçar, cravava sua própria adaga no
peito. Assim decidiram e desenharam 6seus pais, os artistas Bill
Finger, Bob Kane e Jerry Robinson. Entretanto, o criminoso
mostrou, já em sua primeira aventura, um enorme talento para
7se rebelar contra a ordem estabelecida. 8Seu carisma seduziu a
editora DC Comics, que impôs o acréscimo de um quadrinho. Já
dentro da ambulância, vinha à tona “um dado desconcertante”. E
então um médico sentenciava: “Continua 9vivo. E vai sobreviver!”.
Tommaso Koch. “O Coringa completa 80 anos e na Espanha
ganha duas HQs, que inspiram debates �losó�cos sobre a
liberdade”, EI País. Junho/2020.
(Fuvest 2021)  No fragmento “ao tropeçar, cravava sua própria
adaga no peito.” (ref. 5), a oração em negrito abrange,
simultaneamente, as noções de
a) proporção e explicação.   
b) causa e proporção.   
c) tempo e consequência.   
d) explicação e consequência.   
e) tempo e causa.   
Exercício 104
Psicanálise do açúcar
O açúcar cristal, ou açúcar de usina,
mostra a mais instável das brancuras:
quem do Recife sabe direito a quanto,
e apouco desse quanto, que ela dura.
Sabe a mínimo do pouca que a cristal
se estabiliza cristal sobre a açúcar,
por cima da fundo antiga, de mascavo,
da mascava barrenta que se incuba;
e sabe que tudo pode romper a mínima
em que o cristal é capaz de censura:
pois a tal fundo mascavo logo a�ara
quer inverno ou verão mele o açúcar.
Só os banguês* que-ainda purgam ainda
o açúcar bruto com barro, de mistura;
a usina já não a purga: da infância,
não de depois de adulto, ela o educa;
em enfermarias, com vácuos e turbinas,
em mãos de metal de gente indústria,
a usina o leva a sublimar em cristal
o pardo do xarope: não o purga, cura.
Mas como a cana se cria ainda hoje,
em mãos de barro de gente agricultura,
o barrento da pré-infância logo a�ora
quer inverno ou verão mele o açúcar.
João Cabral de Meio Neto, A Educação pela Pedra.
*banguê: engenho de açúcar primitivo movido a força animal.
(Fuvest 2021)  Na oração “que ela dura” (v. 4), o pronome
sublinhado
a) não tem referente.   
b) retoma a palavra “usina” (v. 1).   
c) pode ser substituído por “ele”, referindo-se a “açúcar” (v. 1).   
d) refere-se à “mais instável das brancuras” (v. 2).   
e) equivale à palavra “censura” (v. 10).   
Exercício 105
(Epcar (Afa) 2020)  Poesia
Gastei a manhã inteira pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. 8. ed. Rio de
Janeiro: Record, 2007, p. 45.)
Assinale a alternativa INCORRETA referente ao texto “Poesia”.
a) “No entanto”, no terceiro verso, e “Mas”, no penúltimo verso,
têm sentido adversativo; reforçam a luta do poeta com as
palavras.   
b) No segundo verso, “que a pena não quer escrever”, a forma
verbal apropriada, para o racionalismo que o poema defende,
seria “quis escrever”.    
c) O poema fala da própria busca da poesia. Trata-se de um texto
metalinguístico.    
d) Em “inunda minha vida inteira” há um exagero verbal, que
recebe o nome de hipérbole; o exagero nasce do contentamento
do eu-lírico.    
Exercício 106
(G1 - ifmt 2020)  Analise as alternativas abaixo e marque aquela
em que todas as palavras têm a mesma classi�cação quanto ao
número de sílabas:
a) primeiro – saída – tragédia – consegui.   
b) sentia – roupa – transtorno – adjetivo.   
c) loura – trabalho – superou – noite.   
d) árvore – casamento – ambiente – madeira.   
e) poeira – alegria – troféu – igual.   
Exercício 107
“É Brasileiro, já passou de Português...”
A ideia de uma língua única, que não se altera, é um mito, pois a
heterogeneidade social e cultural implica a heterogeneidade
linguística.
(...)
Embora Brasil e Portugal tenham uma língua comum, é nítido a
qualquer falante do português que existem diferenças entre o
português falado nos dois países – claro que elas também
existem com relação aos demais países de língua portuguesa. (...)
Essas diferenças são tão grandes que pode mos a�rmar que no
Brasil se fala uma língua diferente da de Portugal, que os
linguistas denominaram de português brasileiro. Isso é tão
evidente que, se você observar um processador de textos, o
Word, por exemplo, na ferramenta idiomas há as opções portu-
guês e português brasileiro ou português (Brasil). Por quê?
Como são línguas diferen tes, o corretor automático do
processador precisa saber em que “língua” está sendo escrito o
documento, pois o português euro peu e o brasileiro seguem
regras diferentes.
Quando ouvimos um habitante de Portugal falando, percebemos
imediata mente um uso diverso da língua. A dife rença mais
perceptível é de ordem fono lógica, ou seja, na maneira de
produzir os sons da língua. Identi�camos rapidamente que ele
fala português, porém com “so taque ou acento lusitano”. Se
atentarmos com mais cuidado, perceberemos, entre tanto, que as
diferenças não são apenas de ordem fonológica. Há também
diferenças sintáticas (poucas) e lexicais. Um mesmo conceito é
designado por signi�cantes di ferentes, o que prova o caráter
imotivado do signo linguístico. (...)
(Ernani Terra, Revista Língua Portuguesa, adaptado, julho/2018)
(Espm 2019)  O autor defende que: 
a) Há diferenças linguísticas tão grandes, com regras também tão
diferentes, que se constatam duas línguas diversas: o portu guês
de Portugal e o português europeu.    
b) Diferenças de ordem fonológica ocorrem quando um mesmo
signi�cado é designa do por signi�cantes diferentes.    
c) Diferenças linguísticas em outros países, como Angola,
Moçambique, Cabo Verde, Timor Leste e São Tomé e Príncipe, são
tão pequenas que não chegam a caracte rizar línguas diferentes.    
d) As alterações linguísticas entre Portugal e Brasil ocorrem
principalmente, por serem mais veri�cáveis, no campo da escrita.
e) O signo linguístico não necessita, para sua existência, de um
caráter motivado.   
Exercício 108
Noruega como Modelo de Reabilitação de Criminosos
O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de
reincidência criminal em todo o mundo. No país, a taxa média de
reincidência(amplamente admitida, mas nunca comprovada
empiricamente) é de mais ou menos 70%, ou seja, 7 em cada 10
criminosos voltam a cometer algum tipo de crime após saírem da
cadeia.
Alguns perguntariam "Por quê?". E eu pergunto: "Por que não?" O
que esperar de um sistema que propõe reabilitar e reinserir
aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas nada oferece,
para que essa situação realmente aconteça? Presídios em estado
de depredação total, pouquíssimos programas educacionais e
laborais para os detentos, praticamente nenhum incentivo
cultural, e, ainda, uma sinistra cultura (mas que diverte muitas
pessoas) de que bandido bom é bandido morto (a vingança é uma
festa, dizia Nietzsche).
Situação contrária é encontrada na Noruega. Considerada pela
ONU, em 2012, o melhor país para se viver (1º no ranking do IDH)
e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante Brasil,
o 8º país com a menor taxa de homicídios no mundo, lá o sistema
carcerário chega a reabilitar 80% dos criminosos, ou seja, apenas
2 em cada 10 presos voltam a cometer crimes; é uma das
menores taxas de reincidência do mundo. Em uma prisão em
Bastoy, chamada de ilha paradisíaca, essa reincidência é de cerca
de 16% entre os homicidas, estupradores e tra�cantes que por ali
passaram. Os EUA chegam a registrar 60% de reincidência e o
Reino Unido, 50%. A média europeia é 50%.
A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao fato de ter
seu sistema penal pautado na reabilitação e não na punição por
vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso,
não é uma opção, ela é obrigatória. Dessa forma, qualquer
criminoso poderá ser condenado à pena máxima prevista pela
legislação do país (21 anos), e, se o indivíduo não comprovar
estar totalmente reabilitado para o convívio social, a pena será
prorrogada, em mais 5 anos, até que sua reintegração seja
comprovada.
O presídio é um prédio, em meio a uma �oresta, decorado com
gra�tes e quadros nos corredores, e no qual as celas não
possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro com vaso
sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta, televisão de tela
plana, mesa, cadeira e armário, quadro para a�xar papéis e fotos,
além de geladeiras. Encontra-se lá uma ampla biblioteca, ginásio
de esportes, campo de futebol, chalés para os presos receberem
os familiares, estúdio de gravação de música e o�cinas de
trabalho. Nessas o�cinas são oferecidos cursos de formação
pro�ssional, cursos educacionais, e o trabalhador recebe uma
pequena remuneração. Para controlar o ócio, oferecer muitas
atividades, de educação, de trabalho e de lazer, é a estratégia.
A prisão é construída em blocos de oito celas cada (alguns dos
presos, como estupradores e pedó�los, �cam em blocos
separados). Cada bloco tem sua cozinha. A comida é fornecida
pela prisão, mas é preparada pelos próprios detentos, que podem
comprar alimentos no mercado interno para abastecer seus
refrigeradores.
Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos devem passar
por no mínimo dois anos de preparação para o cargo, em um
curso superior, tendo como obrigação fundamental mostrar
respeito a todos que ali estão. Partem do pressuposto que, ao
mostrarem respeito, os outros também aprenderão a respeitar.
A diferença do sistema de execução penal norueguês em relação
ao sistema da maioria dos países, como o brasileiro, americano,
inglês, é que ele é fundamentado na ideia de que a prisão é a
privação da liberdade, e pautado na reabilitação e não no
tratamento cruel e na vingança.
O detento, nesse modelo, é obrigado a mostrar progressos
educacionais, laborais e comportamentais, e, dessa forma, provar
que pode ter o direito de exercer sua liberdade novamente junto à
sociedade.
A diferença entre os dois países (Noruega e Brasil) é a seguinte:
enquanto lá os presos saem e praticamente não cometem crimes,
respeitando a população, aqui os presos saem roubando e
matando pessoas. Mas essas são consequências aparentemente
colaterais, porque a população manifesta muito mais prazer no
massacre contra o preso produzido dentro dos presídios (a
vingança é uma festa, dizia Nietzsche).
LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista, diretor-presidente do Instituto
Avante Brasil e coeditor do Portal atualidadesdodireito.com.br.
Estou no blogdolfg.com.br.
** Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora
do Instituto Avante Brasil.
FONTE: Adaptado de http://institutoavantebrasil.com.br/noruega-
como-modelo-de-reabilitacao-de-criminosos/.
Acessado em 17 de março de 2017.
(Espcex (Aman) 2018)  Um mesmo fonema pode ser
representado por letras diferentes. A sequência de palavras que
ilustra esse conceito é:
a) taxa - máxima - a�xar   
b) o�cina - praça - cela   
c) presídio - lazer - execução   
d) exercício - inexorável - exórdio   
e) preso - sangue - asa   
Exercício 109
(G1 - ifsc 2017)  Em português, frequentemente, o mesmo
fonema (som) pode ser representado de maneiras diferentes na
escrita. Por exemplo, o fonema /z/ pode ser representado pelas
letras x, z e s, como ocorre nas palavras “exame”, “natureza” e
“rosa”, respectivamente.
A possibilidade de se registrar gra�camente o mesmo fonema
empregando-se diferentes letras ou dígrafos pode gerar dúvidas
que, às vezes, resultam em erros de ortogra�a.
Considerando a ortogra�a, analise as frases a seguir e assinale a
alternativa CORRETA.
a) A limpesa dos tanques consome dezenas de litros de
detergente.   
b) Se ela soube-se a data da viajem, poderia antecipar o envio da
bagajem.   
c) Após duas semanas de paralização, os petroleiros retomaram o
projeto.   
d) A visualização da trajetória do projétil só seria possível à noite.
e) Não sei por que você não desisti logo e exclue seu primo da
equipe.   
Exercício 110
(G1 - ifsc 2016)  Considerando as palavras adolescentes,
derrocada, necessário e professora, é CORRETO a�rmar: 
a) As palavras derrocada e professora têm o mesmo número de
sílabas.    
b) Todas as palavras são substantivos abstratos.    
c) A divisão silábica correta de adolescentes é: a-do-le-scen-tes,
pois não se separam os encontros consonantais.    
d) Adolescentes é um substantivo sobrecomum.    
e) Todas as a�rmativas estão corretas.   
Exercício 111
Os cargos públicos são os que mais desquali�cam candidatos
com tatuagens, dentre eles: agentes das polícias militar, civil e
carreiras do exército. Para cargos que exigem que o funcionário
trabalhe diretamente com o público, os candidatos tatuados
costumam ser menos quali�cados que os candidatos “limpos”.
Disponível em: TATUAGENS ATRAPALHAM NA HORA DE
ARRUMAR UM EMPREGO? -
http://www.abaratadigital.com/tatuagensatrapalham-na-hora-de-
arrumar-um-emprego/ Acesso: 13 out. /2013.
(G1 - ifsc 2014)  Com base na leitura do texto, assinale a
alternativa CORRETA.
a) na palavra ‘tatuagens’ tem-se a presença de um ditongo,
formado por duas vogais na mesma sílaba.   
b) as formas verbais ‘desquali�cam’ e ‘exigem’ estão no pretérito
perfeito.   
c) em ‘... candidatos menos quali�cados...’ tem-se dois adjetivos
quali�cando o substantivo ‘candidatos’.
d) no trecho “Os cargos públicos são os que mais
desquali�cam...”, o artigo de�nido ‘os’ aparece representado duas
vezes.   
e) os termos ‘mais’ e ‘diretamente’ são advérbios, de intensidade e
de modo, respectivamente.   
Exercício 112
(Fuvest 2020)  Leia o trecho extraído de uma notícia veiculada na
internet:
“O carro furou o pneu e bateu no meio �o, então eles foram
obrigados a parar. O refém conseguiu acionar a população, que
depois pegou dois dos três indivíduos e tentaram linchar eles. O
outro conseguiu fugir, mas foi preso momentos depois por uma
viatura do 5º BPM”, a�rmou o major.
Disponível em https://www.gp1.com.br/.
No português do Brasil, a função sintática do sujeito não possui,
necessariamente, uma natureza de agente, ainda que o verbo
esteja na voz ativa, tal como encontrado em:
a) “O carro furou o pneu”.   
b) “e bateu no meio �o”.   
c) “O refém conseguiu acionara população”.   
d) “tentaram linchar eles”.   
e) “a�rmou o major”.   
Exercício 113
Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.
Devemos mudar nosso estilo de vida. É preciso um pacto entre
gerações
Os custos ligados ao desenvolvimento sustentável do planeta são
in�nitamente menores do que qualquer nossa inércia. Hoje, a
dimensão e a velocidade da mudança climática desa�am
qualquer negacionismo: comentamos sobre a seca prolongada,
mas _____ algumas semanas estávamos _____ voltas com o gelo
e antes disso com as chuvas aluviais. Alguns dizem que isso
sempre aconteceu: não é verdade. A intensidade e a
agressividade dos fenômenos meteorológicos estão na cara de
todos. O clima extremo tem um impacto tangível na qualidade da
produção agrícola, portanto em nossa alimentação e em nossa
saúde e, portanto, nos números de nossa exportação que é
baseada na excelência do agronegócio. Antes que seja tarde
demais, algo deve ser feito: no plano global, é claro, mas também
mudando nossos estilos de vida insustentáveis.
O comentário é de Andrea Segrè, agro-economista e professor
universitário em Bolonha, escreveu "Il gusto per le cose giuste.
Lettera alla generazione Z” (O gosto para as coisas certas. Carta
_____ geração Z" (Monadori), publicado por la Repubblica, 12-03-
2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Desde agosto do ano passado, Greta Thunberg nos lembra isso
com insistência, antes uma estudante solitária acampada em
frente ao parlamento sueco, agora líder do movimento Global
Climate Strike. Os jovens estão nos dando uma grande lição: nós
vivemos a crédito e deixaremos _____ eles um planeta no
vermelho. A dívida pública e a dívida ecológica são apostas feitas
jogando sobre o futuro daqueles que ainda não nasceram, e
apenas um pacto intergeracional pode mitigar esse futuro em
queda livre. Respeitar os acordos internacionais sobre o clima é
apenas o primeiro passo: os resultados serão vistos em algumas
gerações. Enquanto isso, devemos nos focar sobre a pesquisa e a
formação, mesmo na agricultura. Assistimos, na Itália, ao
envelhecimento da classe dos agricultores - 41% têm mais de 65
anos, apenas 4% têm menos de 35 anos. A agricultura inteligente
pode nos ajudar contra a mudança climática com a tecnologia,
mas precisamos saber como usá-la. A pesquisa pode desenvolver
a resistência das plantas, mas é necessário investir.
Disponível em: ˂http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/587390-
devemos-mudar-nosso-estilo-de-vida-e-preciso-um-pacto-
entre-geracoes˃ Acesso em: 25 ago. 2019.
(G1 - ifsul 2020)  Assinale a alternativa INCORRETA:
a) O título do texto apresenta verbos no modo imperativo.    
b) Em “A pesquisa pode desenvolver a resistência das plantas,
mas é necessário investir “, temos o sentido denotativo da frase.
c) Em “Hoje, a dimensão e a velocidade da mudança climática
desa�am qualquer negacionismo”, a retirada da vírgula depois de
hoje não acarreta mudança de sentido.    
d) No excerto “Enquanto isso, devemos nos focar sobre a
pesquisa e a formação, mesmo na agricultura.”, a extração do
termo em destaque acarreta prejuízo semântico.    
Exercício 114
EDUCAÇÃO E COOPERAÇÃO: PRÁTICAS QUE SE
RELACIONAM
            A educação e a cooperação são duas práticas sociais em
que, sob certos aspectos, uma contém a outra. Na educação,
podem-se identi�car práticas cooperativas; na cooperação,
podem-se identi�car práticas educativas. Entrelaçam-se e
potencializam-se como processos sociais. A organização da
cooperação exige de seus atores uma comunicação de interesses,
de objetivos, a respeito dos quais precisam falar, argumentar e
decidir. Nesse processo de interlocução de saberes, acontece a
educação. Há, portanto, uma estreita relação entre esses dois
fenômenos: na prática cooperativa, para além de seus propósitos
e interesses especí�cos, produz-se conhecimento, aprendizagem,
educação; na prática educativa, como um processo complexo de
relações humanas, produz-se cooperação. Assim, as práticas
cooperativas na escola podem constituir-se em privilegiados
"espaços pedagógicos", através dos quais os seus sujeitos tomam
consciência das diferentes dimensões da vida social.
FRANTZ, Walter. Educação e cooperação: práticas que se
relacionam. Sociologias [online]. 2001, n.6, pp.242-264. ISSN
1517-4522. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-
45222001000200011. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-
45222001000200011&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso
em: 27 nov. 2019 (adaptado).
(G1 - ifpe 2020)  Observe a forma verbal destacada no texto e
assinale a alternativa cuja explicação justi�ca CORRETAMENTE
sua �exão no singular.
a) Trata-se de verbo impessoal, isto é, que não tem sujeito.   
b) Trata-se de verbo intransitivo, logo, não tem complementos
com os quais deva concordar.   
c) Concorda com o seu sujeito, a expressão “estreita relação”, que
também está no singular.   
d) Possui dois complementos (“estreita relação” e “dois
fenômenos”), podendo concordar com o mais próximo.   
e) É apenas um elemento coesivo, portanto, não precisa concordar
com outros elementos.   
Exercício 115
(Fgv 2016)  No primeiro aniversário da morte de Luís Garcia, Iaiá
foi com o marido ao cemitério, a�m de depositar na sepultura do
pai uma coroa de saudades. Outra coroa havia ali sido posta, com
uma �ta aonde lia-se estas palavras: – A meu marido. Iaiá beijou
com ardor a singela dedicatória, como beijaria a madrasta se ela
lhe aparecesse naquele instante. Era sincera a piedade da viúva.
Alguma coisa escapa ao naufrágio das ilusões.
(Machado de Assis. Iaiá Garcia, 1983. Adaptado)
a) No texto, há duas passagens que foram transcritas em
discordância com a norma-padrão da língua portuguesa.
Transcreva-as e faça as devidas correções.
b) Explique que sentido assume a preposição “com” na formação
das expressões nas passagens “Iaiá foi com o marido ao
cemitério” e “Iaiá beijou com ardor a singela dedicatória”.
Exercício 116
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o excerto do romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto.
Cassi Jones, sem mais percalços, se viu lançado em pleno Campo
de Sant’Ana, no meio da multidão que jorrava das portas da
Central, cheia da honesta pressa de quem vai trabalhar. A sua
sensação era que estava numa cidade estranha. No subúrbio
tinha os seus ódios e os seus amores; no subúrbio, tinha os seus
companheiros, e a sua fama de violeiro percorria todo ele, e, em
qualquer parte, era apontado; no subúrbio, en�m, ele tinha
personalidade, era bem Cassi Jones de Azevedo; mas, ali,
sobretudo do Campo de Sant’Ana para baixo, o que era ele? Não
era nada. Onde acabavam os trilhos da Central, acabava a sua
fama e o seu valimento; a sua fanfarronice evaporava-se, e
representava-se a si mesmo como esmagado por aqueles “caras”
todos, que nem o olhavam. [...]
Na “cidade”, como se diz, ele percebia toda a sua inferioridade de
inteligência, de educação; a sua rusticidade, diante daqueles
rapazes a conversar sobre coisas de que ele não entendia e a
trocar pilhérias; em face da sofreguidão com que liam os
placards1 dos jornais, tratando de assuntos cuja importância ele
não avaliava, Cassi vexava-se de não suportar a leitura;
comparando o desembaraço com que os fregueses pediam
bebidas variadas e esquisitas, lembrava-se que nem mesmo o
nome delas sabia pronunciar; olhando aquelas senhoras e moças
que lhe pareciam rainhas e princesas, tal e qual o bárbaro que viu,
no Senado de Roma, só reis, sentia-se humilde; en�m, todo
aquele conjunto de coisas �nas, de atitudes apuradas, de hábitos
de polidez e urbanidade, de franqueza no gastar, reduziam-lhe a
personalidade de medíocre suburbano, de vagabundo doméstico,
a quase coisa alguma.
(Clara dos Anjos, 2012.)
1placards: nome que se dava às tabuletas que traziam resultados
de competições esportivas, publicados nos jornais.
1. (Unesp 2020)  a) “no meio da multidão que jorrava das portas
da Central, cheia da honesta pressa de quem vai trabalhar”(1º
parágrafo). Identi�que as �guras de linguagem utilizadas pelo
narrador nas expressões sublinhadas.
b) Reescreva o trecho “lembrava-se que nem mesmo o nome
delas sabia pronunciar” (2º parágrafo), empregando a ordem
direta e adequando-o à norma-padrão da língua escrita.
Exercício 117
(Unicamp 2019)  Atrás dos olhos das meninas sérias
Mas poderei dizer-vos que elas ousam? Ou vão, por injunções
muito mais sérias,
lustrar pecados que jamais repousam?
O texto acima encontra-se no livro A teus pés, de Ana Cristina
Cesar. Leia-o atentamente e responda às questões.
a) Indique a quem se referem, no texto, a segunda pessoa do
plural (“vos”) e a terceira pessoa do plural (“elas”).
b) Por meio da partícula “Ou”, o poema estabelece uma
alternativa entre duas situações: a ousadia e a ação de “lustrar
pecados”. Explique de que maneira a primeira situação é diferente
da segunda, levando em consideração o título do poema.
Exercício 118
(Fuvest 2018)  Leia o texto.
A complicada arte de ver
Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou �cando
louca". Eu �quei em silêncio aguardando que ela me revelasse os
sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou
para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é
uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para
fazer aquilo que já �zera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato
banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e
tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles
anéis perfeitamente ajustados, a luz se re�etindo neles: tive a
impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral
gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se
transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o
mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões...
Agora, tudo o que vejo me causa espanto."
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à
estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementares", de Pablo
Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação
ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que
Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou
assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não
está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a
ver".
Rubem Alves, Folha de S.Paulo, 26/10/2004. Adaptado.
a) Segundo a concepção do autor, como a poesia pode ser
entendida?
b) Reescreva o trecho “Agora, tudo o que vejo me causa
espanto.”, substituindo o termo sublinhado por “Naquela época” e
empregando a primeira pessoa do plural. Faça as adaptações
necessárias.
Exercício 119
(Fuvest 2018)  Leia o texto.
Um tema frequente em culturas variadas é o do desa�o à ordem
divina, a apropriação do fogo pelos mortais. Nos mitos gregos,
Prometeu é quem rouba o fogo dos deuses. Diz Vernant que
Prometeu representa no Olimpo uma vozinha de contestação,
espécie de movimento estudantil de maio de 1968. Zeus decide
esconder dos homens o fogo, antes disponível para todos,
mortais e imortais, na copa de certas árvores – os freixos –
porque Prometeu tentara tapeá-lo numa repartição da carne de
um touro entre deuses e homens.
Na mitologia dos Yanomami, o dono do fogo era o jacaré, que
cuidadosamente o escondia dos outros, comendo taturanas
assadas com sua mulher sapo, sem que ninguém soubesse. Ao
resto do povo – animais que naquela época eram gente – eles só
davam as taturanas cruas. O jacaré costumava esconder o fogo na
boca. Os outros decidem fazer uma festa para fazê-lo rir e soltar
as chamas. Todos fazem coisas engraçadas, mas o jacaré �ca
�rme, no máximo dá um sorrisinho.
Betty Mindlin, O fogo e as chamas dos mitos. Revista Estudos
Avançados. Adaptado.
a) O emprego do diminutivo nas palavras “vozinha” e “sorrisinho”,
consideradas no contexto, produz o mesmo efeito de sentido nos
dois casos? Justi�que.
b) Reescreva o trecho “Os outros decidem fazer uma festa para
fazê-lo rir (...). Todos fazem coisas engraçadas”, substituindo o
verbo “fazer” por sinônimos adequados ao contexto em duas de
suas três ocorrências.
Exercício 120
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Ao oferecer-se para ajudar o cego, o homem que depois roubou o
carro não tinha em mira, nesse momento preciso, qualquer
intenção malévola, muito pelo contrário, o que ele fez não foi mais
que obedecer àqueles sentimentos de generosidade e altruísmo
que são, como toda a gente sabe, duas das melhores
características do género humano, podendo ser encontradas até
em criminosos bem mais empedernidos do que este, simples
1ladrãozeco de automóveis sem esperança de avanço na carreira,
explorado pelos verdadeiros donos do negócio, que esses é que
se vão aproveitando das necessidades de quem é pobre. (...) Foi
só quando já estava perto da casa do cego que a ideia se lhe
apresentou com toda a naturalidade (...). Os cépticos acerca da
natureza humana, que são muitos e teimosos, vêm sustentando
que se é certo que a ocasião nem sempre faz o ladrão, também é
certo que o ajuda muito. 2Quanto a nós, permitir-nos-emos
pensar que se o cego tivesse aceitado o segundo oferecimento do
a�nal falso samaritano, naquele derradeiro instante em que a
bondade ainda poderia ter prevalecido, referimo-nos o
oferecimento de lhe �car a fazer companhia enquanto a mulher
não chegasse, quem sabe se o efeito da responsabilidade moral
resultante da con�ança assim outorgada não teria inibido a
tentação criminosa e feito vir ao de cima o que de luminoso e
nobre sempre será possível encontrar mesmo nas almas mais
perdidas.
JOSÉ SARAMAGO
Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
(Uerj 2018)  Observe a mudança de posição do advérbio a�nal
nos enunciados a seguir:
1) Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego
tivesse aceitado o segundo oferecimento do a�nal falso
samaritano, (ref. 2)
2) Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego
tivesse aceitado a�nal o segundo oferecimento do falso
samaritano.
Explique a diferença de sentido entre os enunciados, a partir da
posição do advérbio. Justi�que, ainda, a opção pela primeira
construção, tendo em vista a sequência dos acontecimentos.  
Exercício 121
(Fuvest 2020)  
Quarenta e seis anos depois, a vietnamita que comoveu o mundo
quer que sua foto contribua para a paz
Só vi esse registro muito tempo depois. Passei 14 meses no
hospital, tratando as queimaduras. Quando voltei para casa, meu
pai me mostrou a foto, recortada de um jornal vietnamita: “Aqui
está sua foto, Kim”. Olhei a foto e, meu Deus, como �quei
envergonhada! Como eu estava feia! E pelada! Todos estavam
vestidos, e eu, uma menina, estava sem roupa. Vi a agonia e dor
em meu rosto. Fiquei com raiva. Por que ele tirou aquela foto de
mim? Era melhor não ter tirado nenhuma! Eu era só uma criança,
mas tinha de lidar com muita dor. Quanto mais famosa a imagem
�cava, mais eu precisava encarar minha tragédia.
Kim Phuc Phan Thi, em depoimento a Ruan de Sousa Gabriel,
19/09/2018. Disponível em https://epoca.globo.com/.
a) Justi�que o emprego das sentenças exclamativas, explicitando
o motivo do espanto de Kim.
b) A partir da expressão “minha tragédia”, que encerra o
depoimento, analise os dois níveis de apreensão do evento
trágico, considerando o momento do primeiro contato de Kim com
o registro fotográ�co e o momento do testemunho. 
Exercício 122
(Fuvest 2018)  Leia o texto.
No Brasil colonial, o indissolúvel vínculo do matrimônio, tal como
ele era concebido pela Igreja Católica, nem sempre terminava
com a morte natural de um dos cônjuges. A crise do casamento
assumia várias formas: a clausura das mulheres, enquanto os
maridos continuavam suas vidas; a separação ou a anulação do
matrimônio decretadas pela Igreja; a transgressão pela bigamia
ou mesmo pelo assassínio do cônjuge.
Maria Beatriz Nizza da Silva, História da Família no Brasil
Colonial. Adaptado.
a) No texto, que ideia é sintetizada pela palavra “crise”?
b) Reescreva a oração “talcomo ele era concebido pela Igreja
Católica”, empregando a voz ativa e fazendo as adaptações
necessárias.
Exercício 123
(Fuvest 2018)  Examine a transcrição do depoimento de Eduardo
Koge, líder indígena de Tadarimana, MT.
Nós vivemos aqui que nem gado. Tem a cerca e nós não podemos
sair dessa cerca. Tem que viver só do que tem dentro da cerca. É,
nós vivemos que nem boi no curral.
Paulo A. M. Isaac, Drama da educação escolar indígena Bóe-
Bororo.
a) Nos trechos “Tem a cerca...” e “Tem que viver...”, o verbo “ter”
assume sentidos diferentes? Justi�que.
b) Reescreva, em um único período, os trechos “Nós vivemos aqui
que nem gado” e “nós não podemos sair dessa cerca”,
empregando discurso indireto. Comece o período conforme
indicado na página de respostas. 
Exercício 124
(Fuvest 2017)  Leia o trecho do conto “A hora e vez de Augusto
Matraga”, de Sagarana, de João Guimarães Rosa, para responder
ao que se pede.
E aí o povo encheu a rua, à distância, para ver. Porque não havia
mais balas, e seu Joãozinho Bem-Bem mais o Homem do Jumento
tinham rodado cá para fora da casa, só em sangue e em
molambos de roupas pendentes. E eles negaceavam e pulavam,
numa dança ligeira, de sorriso na boca e de faca na mão.
– Se entregue, mano velho, que eu não quero lhe matar...
– Joga a faca fora, dá viva a Deus, e corre, seu Joãozinho Bem-
Bem...
– Mano velho! Agora é que tu vai dizer: quantos palmos é que
tem, do calcanhar ao cotovelo!...
– Se arrepende dos pecados, que senão vai sem contrição, e vai
direitinho p’ra o inferno, meu parente seu Joãozinho Bem-Bem!...
– Úi, estou morto...
a) Nesse trecho, em que se narra a luta entre Nhô Augusto e seu
Joãozinho Bem-Bem, os combatentes, ao mesmo tempo em que
se agridem, dispensam, um ao outro, um tratamento que
demonstra estima e consideração. No âmbito dos valores que são
postos em jogo no conto, como se explica esse tratamento?
b) No trecho, Nhô Augusto é designado como “o Homem do
Jumento”. Considerando-se essa designação no intertexto
religioso, muito presente no conto, como se pode interpretá-la?
Justi�que sua resposta. 
Exercício 125
(Fuvest 2017)  Examine a seguinte citação:
É menor pecado elogiar um mau livro, sem lê-lo, do que depois
de o haver lido. Por isso, agradeço imediatamente depois de
receber o volume.
Carlos Drummond de Andrade, Passeios na ilha.
a) Explique por que o autor agradece “imediatamente depois de
receber o volume”.
b) Levando em conta o contexto, reescreva duas vezes o trecho
“sem lê-lo”, substituindo “sem” por “sem que”, na primeira vez, e
por “mesmo não”, na segunda.
Exercício 126
(Fuvest 2017)  Leia o seguinte texto, extraído de uma matéria
jornalística sobre supercomputadores:
Supercomputadores são usados para cálculos de simulação
pesada. Um exemplo recorrente do uso desse tipo de
equipamento é a de simulação climática: com quatrilhões por
segundo de processamento, torna-se possível que um
computador tenha capacidade de calcular as oscilações
meteorológicas. Isso ajuda a prevenir desastres, ou a preparar
políticas de apoio à agricultura, se antecipando a cenários os mais
variados.
Evidentemente, há outros usos, como pesquisas cientí�cas que
precisam também simular cenários, com uma ampla gama de
variáveis. Estudos militares e de desenvolvimento de tecnologia
também se bene�ciam do poder computacional desse tipo de
equipamento.
www.techtudo.com.br, 24.06.2016.
a) Reescreva o trecho “é a de simulação climática: com
quatrilhões por segundo de processamento”, levando em conta a
correção e a clareza.
b) A palavra “cenários” (sublinhada no texto) foi empregada com
o mesmo sentido em suas duas ocorrências? Justi�que sua
resposta. 
Exercício 127
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
A adoção do cardápio indígena introduziu nas cozinhas e zonas de
serviço das moradas brasileiras equipamentos desconhecidos no
Reino. Instalou nos alpendres roceiros a prensa de espremer
mandioca ralada para farinha. Nos inventários paulistas é comum
a menção de tal fato. No inventário de Pedro Nunes, por exemplo,
efetuado em 1623, fala-se num sítio nas bandas do Ipiranga “com
seu alpendre e duas camarinhas no dito alpendre com a prensa
no dito sítio” que deveria comprimir nos tipitis toda a massa
proveniente do mandiocal também inventariado. Mas a farinha
não exigia somente a prensa – pedia, também, raladores, cochos
de lavagem e forno ou fogão. Era normal, então, a casa de fazer
farinha, no quintal, ao lado dos telheiros e próxima à cozinha.
Carlos A. C. Lemos, Cozinhas, etc. 
(Fuvest 2017)  Traduz corretamente uma relação espacial
expressa no texto o que se encontra em:  
a) A prensa é paralela aos tipitis.   
b) A casa de fazer farinha é adjacente aos telheiros.   
c) As duas camarinhas são transversais à cozinha.   
d) O alpendre é perpendicular às zonas de serviço.   
e) O mandiocal e o Ipiranga são equidistantes do sítio.
Exercício 128
A adoção do cardápio indígena introduziu nas cozinhas e zonas de
serviço das moradas brasileiras equipamentos desconhecidos no
Reino. Instalou nos alpendres roceiros a prensa de espremer
mandioca ralada para farinha. Nos inventários paulistas é comum
a menção de tal fato. No inventário de Pedro Nunes, por exemplo,
efetuado em 1623, fala-se num sítio nas bandas do Ipiranga “com
seu alpendre e duas camarinhas no dito alpendre com a prensa
no dito sítio” que deveria comprimir nos tipitis toda a massa
proveniente do mandiocal também inventariado. Mas a farinha
não exigia somente a prensa – pedia, também, raladores, cochos
de lavagem e forno ou fogão. Era normal, então, a casa de fazer
farinha, no quintal, ao lado dos telheiros e próxima à cozinha.
Carlos A. C. Lemos, Cozinhas, etc. 
(Fuvest 2017)  Além de “tipitis”, constituem contribuição indígena
para a língua portuguesa do Brasil as seguintes palavras
empregadas no texto: 
a) “cardápio” e “roceiros”.   
b) “alpendre” e “fogão”.   
c) “mandioca” e “Ipiranga”.   
d) “sítio” e “forno”.   
e) “prensa” e “quintal”.  
Exercício 129
Evidentemente, não se pode esperar que Dostoiévski seja
traduzido por outro Dostoiévski, mas desde que o tradutor
procure penetrar nas peculiaridades da linguagem primeira,
aplique-se com a�nco e faça com que sua criatividade orientada
pelo original permita, paradoxalmente, afastar-se do texto para
�car mais próximo deste, um passo importante será dado.
Deixando de lado a �delidade mecânica, frase por frase, tratando
o original como um conjunto de blocos a serem transpostos, e
transgredindo sem receio, quando necessário, as normas do
“escrever bem”, o tradutor poderá trazê-lo com boa margem de
�delidade para a língua com a qual está trabalhando.
Boris Schnaiderman, Dostoiévski Prosa Poesia.
(Fuvest 2017)  Tendo em vista que algumas das recomendações
do autor, relativas à prática da tradução, fogem do senso comum,
pode-se quali�cá-las com o seguinte termo, de uso relativamente
recente: 
a) dubitativas.   
b) contraintuitivas.   
c) autocomplacentes.   
d) especulativas.   
e) aleatórias.
Exercício 130
Evidentemente, não se pode esperar que Dostoiévski seja
traduzido por outro Dostoiévski, mas desde que o tradutor
procure penetrar nas peculiaridades da linguagem primeira,
aplique-se com a�nco e faça com que sua criatividade orientada
pelo original permita, paradoxalmente, afastar-se do texto para
�car mais próximo deste, um passo importante será dado.
Deixando de lado a �delidade mecânica, frase por frase, tratando
o original como um conjunto de blocos a serem transpostos, e
transgredindo sem receio, quando necessário, as normas do
“escrever bem”, o tradutor poderá trazê-lo com boa margem de
�delidade para a língua com a qual está trabalhando.
Boris Schnaiderman, Dostoiévski Prosa Poesia.
(Fuvest 2017)  De acordo com o texto, a boa tradução precisa 
a) evitar a transposição �el dos conteúdos do texto original.   
b) desconsiderar as características da linguagem primeira para
poder atingir a língua de chegada.c) desviar-se da norma-padrão tanto da língua original quanto da
língua de chegada.      
d) privilegiar a inventividade, ainda que em detrimento das
peculiaridades do texto original.   
e) buscar, na língua de chegada, soluções que correspondam ao
texto original. 
Exercício 131
Evidentemente, não se pode esperar que Dostoiévski seja
traduzido por outro Dostoiévski, mas desde que o tradutor
procure penetrar nas peculiaridades da linguagem primeira,
aplique-se com a�nco e faça com que sua criatividade orientada
pelo original permita, paradoxalmente, afastar-se do texto para
�car mais próximo deste, um passo importante será dado.
Deixando de lado a �delidade mecânica, frase por frase, tratando
o original como um conjunto de blocos a serem transpostos, e
transgredindo sem receio, quando necessário, as normas do
“escrever bem”, o tradutor poderá trazê-lo com boa margem de
�delidade para a língua com a qual está trabalhando.
Boris Schnaiderman, Dostoiévski Prosa Poesia.
(Fuvest 2017)  O pre�xo presente na palavra “transpostos” tem o
mesmo sentido do pre�xo que ocorre em 
a) ultrapassado.   
b) retrocedido.   
c) infracolocado.   
d) percorrido.   
e) introvertido.
Exercício 132
(Fuvest 2016)  Leia este texto.
O tempo personalizou minha forma de falar com Deus, mas
sempre termino a conversa com um pai-nosso e uma ave-maria.
(...) 
Metade da ave-maria é uma saudação �oreada para, só no �nal,
pedir que ela rogue por nós. No pai-nosso, sempre será um
mistério para mim o “mas” do “não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal”. Me parece que, a princípio, se o Pai não
nos deixa cair em tentação, já estará nos livrando do mal.
Denise Fraga, www1.folha.uol.com.br, 07/07/2015. Adaptado.
a) Mantendo-se a relação de sentido existente entre os
segmentos “não nos deixeis cair em tentação” / “mas livrai-nos do
mal”, a conjunção “mas” poderia ser substituída pela conjunção e,
de modo a dissipar o “mistério” a que se refere a autora?
Justi�que.
b) Sem alterar seu sentido, reescreva o trecho da oração citado
pela autora, colocando os verbos “deixeis” e “livrai” na terceira
pessoa do singular.
Exercício 133
(Fuvest 2016)  Leia este texto.
Nosso andar é elegante e gracioso, e também extremamente
e�ciente do ponto de vista energético. Somos capazes de andar
dezenas de quilômetros por quilo de feijão ingerido. Até agora,
nenhum sapato, nenhuma técnica especial de balançar os braços,
ou qualquer outro truque foram capazes de melhorar o número de
quilômetros caminhados por quilo de feijão consumido. Mas,
agora, depois de anos investigando o funcionamento de nossas
pernas, um grupo de cientistas construiu uma traquitana simples,
mas extremamente so�sticada, que é capaz de diminuir o
consumo de energia de uma caminhada em até 10%
Trata-se de um pequeno exoesqueleto que recobre nosso pé e
�ca preso logo abaixo do joelho. Ele mimetiza o funcionamento
do tendão de Aquiles e dos músculos ligados ao tendão. Uma
haste na altura do tornozelo, a qual se projeta para trás, segura
uma ponta de uma mola. Outra haste, logo abaixo do joelho,
segura uma espécie de embreagem (...).
Fernando Reinach, www.estadao.com.br, 13/06/2015. Adaptado.
a) Transcreva o trecho do texto em que o autor explora, com �ns
expressivos, o emprego de termos contraditórios, sublinhando-os.
b) Esse excerto provém de um artigo de divulgação cientí�ca.
Aponte duas características da linguagem nele empregada que o
diferenciam de um artigo cientí�co especializado. 
Exercício 134
(Fuvest 2016)  Leia este texto.
É conhecida a raridade de diários íntimos na sociedade
escravocrata do Brasil colonial e imperial, em comparação com a
frequência com que surgem noutra sociedade do mesmo feitio, o
velho Sul dos Estados Unidos. Gilberto Freire reparou na
diferença, atribuindo-a ao catolicismo do brasileiro e ao
protestantismo do americano: aquele podia recorrer ao
confessionário, mas a este só restava o refúgio do papel. Esta é
também a explicação que oferece Georges Gusdorf, na base de
uma comparação mais ampla dos textos autobiográ�cos
produzidos nos países da Reforma e da Contrarreforma. Ao passo
que no catolicismo o exame de consciência está tutelado na
con�ssão pela autoridade sacerdotal, no protestantismo, ele não
está submetido à interposta pessoa.
Evaldo C. de Mello, “Diários e ‘livros de assentos’”. In: Luiz Felipe
de Alencastro (org.),
História da vida privada no Brasil - 2.
a) De acordo com o texto, em que grupo de países os diários
íntimos surgiam com maior frequência e por que isso ocorria?
b) A que expressões do texto se referem, respectivamente, os
termos sublinhados no trecho “ele não está submetido à
interposta pessoa”? 
Exercício 135
(Fuvest 2016)  Um restaurante, cujo nome foi substituído por Y,
divulgou, no ano de 2015, os seguintes anúncios:
a) Na redação do anúncio II, evitou-se um erro gramatical que
aparece no anúncio I. De que erro se trata? Explique.
b) Tendo em vista o caráter publicitário dos textos, com que
�nalidade foi usada, em ambos os anúncios, a forma “pra”, em
lugar de “para”? 
Exercício 136
Texto para a(s) questão(ões) abaixo
A ARMA DA PROPAGANDA
O governo Médici não se limitou à repressão. Distinguiu
claramente entre um setor signi�cativo, mas minoritário da
sociedade, adversário do regime, e a massa da população que
vivia um dia a dia de alguma esperança nesses anos de
prosperidade econômica. A repressão 1acabou com o primeiro
setor, enquanto a propaganda encarregou-se de, pelo menos,
neutralizar gradualmente o segundo. Para alcançar este último
objetivo, o governo contou com o grande avanço das
telecomunicações no país, após 1964. As facilidades de crédito
pessoal permitiram a expansão do número de residências que
possuíam televisão: em 1960, apenas 9,5% das residências
urbanas tinham televisão; em 1970, a porcentagem chegava a
40% Por essa época, bene�ciada pelo apoio do governo, de quem
se transformou em porta-voz, a TV Globo expandiu-se até se
tornar rede nacional e 2alcançar praticamente o controle do setor.
A propaganda governamental passou a ter um canal de
expressão como nunca existira na história do país. A promoção do
“Brasil grande potência” foi realizada a partir da Assessoria
Especial de Relações Públicas (AERP), criada no governo Costa e
Silva, mas que não chegou a ter importância nesse governo. Foi a
época do “Ninguém segura este país”, da marchinha Prá Frente,
Brasil, que embalou a grande vitória brasileira na Copa do Mundo
de 1970.
Boris Fausto, História do Brasil. Adaptado. 
(Fuvest 2016)  A frase que expressa uma ideia contida no texto
é: 
a) A marchinha “Prá Frente, Brasil” também contribuiu para o
processo de neutralização da grande massa da população.   
b) A repressão no Governo Médici foi dirigida a um setor que,
além de minoritário, era também irrelevante no conjunto da
sociedade brasileira.    
c) O tricampeonato de futebol conquistado pelo Brasil em 1970
ajudou a mascarar inúmeras di�culdades econômicas daquele
período.   
d) Uma característica do governo Médici foi ter conseguido levar a
televisão à maioria dos lares brasileiros.    
e) A TV Globo foi criada para ser um veículo de divulgação das
realizações dos governos militares.  
Exercício 137
A ARMA DA PROPAGANDA
O governo Médici não se limitou à repressão. Distinguiu
claramente entre um setor signi�cativo, mas minoritário da
sociedade, adversário do regime, e a massa da população que
vivia um dia a dia de alguma esperança nesses anos de
prosperidade econômica. A repressão 1acabou com o primeiro
setor, enquanto a propaganda encarregou-se de, pelo menos,
neutralizar gradualmente o segundo. Para alcançar este último
objetivo, o governo contou com o grande avanço das
telecomunicações no país, após 1964. As facilidades de crédito
pessoal permitiram a expansão do número de residências que
possuíam televisão: em 1960, apenas 9,5% das residências
urbanas tinham televisão; em 1970, a porcentagem chegavaa
40% Por essa época, bene�ciada pelo apoio do governo, de quem
se transformou em porta-voz, a TV Globo expandiu-se até se
tornar rede nacional e 2alcançar praticamente o controle do setor.
A propaganda governamental passou a ter um canal de
expressão como nunca existira na história do país. A promoção do
“Brasil grande potência” foi realizada a partir da Assessoria
Especial de Relações Públicas (AERP), criada no governo Costa e
Silva, mas que não chegou a ter importância nesse governo. Foi a
época do “Ninguém segura este país”, da marchinha Prá Frente,
Brasil, que embalou a grande vitória brasileira na Copa do Mundo
de 1970.
Boris Fausto, História do Brasil. Adaptado.
(Fuvest 2016)  Nos trechos “acabou com o primeiro setor” (ref. 1)
e “alcançar praticamente o controle do setor” (ref. 2), a palavra
sublinhada refere-se, respectivamente, a 
a) aliados; população.    
b) adversários; telecomunicações.   
c) população; residências urbanas.    
d) maiorias; classe média.   
e) repressão; facilidades de crédito.
Exercício 138
A ARMA DA PROPAGANDA
O governo Médici não se limitou à repressão. Distinguiu
claramente entre um setor signi�cativo, mas minoritário da
sociedade, adversário do regime, e a massa da população que
vivia um dia a dia de alguma esperança nesses anos de
prosperidade econômica. A repressão 1acabou com o primeiro
setor, enquanto a propaganda encarregou-se de, pelo menos,
neutralizar gradualmente o segundo. Para alcançar este último
objetivo, o governo contou com o grande avanço das
telecomunicações no país, após 1964. As facilidades de crédito
pessoal permitiram a expansão do número de residências que
possuíam televisão: em 1960, apenas 9,5% das residências
urbanas tinham televisão; em 1970, a porcentagem chegava a
40% Por essa época, bene�ciada pelo apoio do governo, de quem
se transformou em porta-voz, a TV Globo expandiu-se até se
tornar rede nacional e 2alcançar praticamente o controle do setor.
A propaganda governamental passou a ter um canal de
expressão como nunca existira na história do país. A promoção do
“Brasil grande potência” foi realizada a partir da Assessoria
Especial de Relações Públicas (AERP), criada no governo Costa e
Silva, mas que não chegou a ter importância nesse governo. Foi a
época do “Ninguém segura este país”, da marchinha Prá Frente,
Brasil, que embalou a grande vitória brasileira na Copa do Mundo
de 1970.
Boris Fausto, História do Brasil. Adaptado. 
 (Fuvest 2016)  A estratégia de dominação empregada pelo
governo Médici, tal como descrita no texto, assemelha-se,
sobretudo, à seguinte recomendação feita ao príncipe – ou ao
governante – por um célebre pensador da política: 
a) “Deve o príncipe fazer-se temer, de maneira que, se não se �zer
amado, pelo menos evite o ódio, pois é fácil ser ao mesmo tempo
temido e não odiado”.   
b) “O mal que se tiver que fazer, deve o príncipe fazê-lo de uma
só vez; o bem, deve fazê-lo aos poucos (...)”.   
c) “Não se pode deixar ao tempo o encargo de resolver todas as
coisas, pois o tempo tudo leva adiante e pode transformar o bem
em mal e o mal em bem”.   
d) “Engana-se quem acredita que novos benefícios podem fazer
as grandes personagens esquecerem as antigas injúrias (...)”.   
e) “Deve o príncipe, sobretudo, não tocar na propriedade alheia,
porque os homens esquecem mais depressa a morte do pai que a
perda do patrimônio”.   
Exercício 139
Examine este anúncio de uma instituição �nanceira, cujo nome foi
substituído por X, para responder às questões a seguir.
(Fuvest 2016)  Compare os diversos elementos que compõem o
anúncio e atenda ao que se pede.
a) Considerando o contexto do anúncio, existe alguma relação de
sentido entre a imagem e o slogan “É DIFERENTE QUANDO
VOCÊ CONHECE”? Explique.
b) A inclusão, no anúncio, dos ícones e algarismos que precedem
o texto escrito tem alguma �nalidade comunicativa? Explique.
Exercício 140
Examine este anúncio de uma instituição �nanceira, cujo nome foi
substituído por X, para responder às questões a seguir.
(Fuvest 2016)  Com base na parte escrita do anúncio, responda.
a) Qual é a relação temporal que se estabelece entre os verbos
“conhecer”, “oferecer”, “proporcionar” e “alcançar”? Explique.
b) Complete a frase abaixo, �exionando de forma adequada os
verbos “oferecer”, “proporcionar” e “alcançar”.
Conhecer profundamente os negócios de nossos clientes é só o
primeiro passo que permite que __________ sempre respostas
mais rápidas, __________ decisões mais assertivas e __________
melhores resultados.
Exercício 141
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões)
Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a
cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu
de vacinas? Era um pobre deus das �orestas d’África. Um deus
dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga
desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer
foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e
tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu
dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu
só queria com o alastrim marcar seus �lhinhos negros. O lazareto
é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a
bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão.
Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam
tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros,
os ogãs, as �lhas e pais de santo cantam: 
Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar... 
Omolu promete ir. Mas para que seus �lhos negros não o
esqueçam avisa no seu cântico de despedida:
Ora, adeus, ó meus �lhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...
E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa
noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste
Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.
Jorge Amado, Capitães da Areia.
1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas
atingidas por determinadas doenças. 
(Fuvest 2016)  Das propostas de substituição para os trechos
sublinhados nas seguintes frases do texto, a única que faz, de
maneira adequada, a correção de um erro gramatical presente no
discurso do narrador é: 
a) “Assim mesmo morrera negro, morrera pobre.”: havia morrido
negro, havia morrido pobre.   
b) “Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara.”: Omolu
dizia, no entanto, que não fora.   
c) “Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não
sabiam tampouco da vacina.”: mas tão pouco sabiam da vacina.   
d) “Mas para que seus �lhos negros não o esqueçam [...].”: não lhe
esqueçam.   
e) “E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas [...].”:
numa noite em que os atabaques.   
Exercício 142
(Ufpr 2020)  Na Seção II (Das Atribuições do Congresso
Nacional), que integra o Título IV (Da Organização dos Poderes),
da Constituição da República Federativa do Brasil, 1988, o artigo
48 traz a seguinte redação em seu caput:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente
da República, não exigida esta para o especi�cado nos arts. 49,
51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual,
operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III - �xação e modi�cação do efetivo das Forças Armadas;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marinho e bens
do domínio da União; [...]
Com base no caput desse artigo, considere as seguintes
a�rmativas:
1. A sanção do Presidente da República às matérias de
competência da União, especi�cadas nesse artigo, deve ser
entendida como o veto presidencial.
2. O Congresso Nacional pode dispor sobre matérias de
competência da União, como as especi�cadas nos incisos do art.
48, condicionadoà apreciação do Presidente da República.
3. Esse artigo especi�ca matérias sobre as quais o Congresso
Nacional pode dispor sem necessidade de apreciação pelo
Presidente da República.
Está/Estão de acordo com o disposto no artigo 48: 
a) a a�rmativa 1 apenas.   
b) a a�rmativa 2 apenas.   
c) as a�rmativas 1 e 2 apenas.   
d) as a�rmativas 2 e 3 apenas.   
e) as a�rmativas 1, 2 e 3.
Exercício 143
(Ufpr 2020)
O jogo do salário mínimo
[...] Em menos de trinta minutos, dois times centenários do futebol
carioca, Bonsucesso e Olaria, vão se enfrentar num jogo-treino,
na preparação para a disputa da segunda divisão do campeonato
do Rio.
¹Na arena vazia, os jogadores vivem a desigualdade salarial do
futebol brasileiro. Na esperança de chegar a um clube grande, os
22 atletas em campo correm no estádio em troca de um salário
mínimo (998 reais) na carteira assinada – ²isso quando não há
atraso no pagamento. Juntos, ganham cerca de 22 mil reais –
menos de 2% do salário mensal de uma estrela como o atacante
Gabriel Barbosa, o Gabigol, do Flamengo. Longe do ³glamour dos
estádios padrão Fifa, os 22 em campo no chamado Clássico da
Leopoldina, ⁴em referência à antiga linha de trem, são um retrato
do precário mercado de trabalho da bola no Brasil.
Levantamento do antigo Ministério do Trabalho revela que a
maioria (54%) dos jogadores de futebol do país empregados em
2017 recebia até três salários mínimos (2.811 reais). Os dados
constam da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de
2017.
[...]
A estatística do antigo Ministério do Trabalho é o único
levantamento que tenta mapear os salários no futebol brasileiro.
⁵A CBF fazia uma pesquisa parecida, mas deixou de publicar por
causa das distorções criadas pelos contratos de direito de
imagem. Segundo a última edição do trabalho da entidade que
comanda o futebol nacional, mais de 80% dos jogadores de
futebol ganhavam até 1 mil reais por mês em 2016. ⁶Sem citar
nomes, a CBF informou que apenas um jogador recebia mais de
500 mil reais, mas o número estava longe da realidade, e o
mesmo se pode dizer dos dados da RAIS. O salário em carteira é
só uma parte do que os atletas recebem, pois o principal vem dos
direitos de imagem e patrocínios.
Mas essa é uma realidade dos clubes grandes. Em clubes como
Bonsucesso e Olaria, não há direitos de imagem, já que não há
imagem a ser vendida. Os patrocinadores estão mais para
pequenos comerciantes locais do que para grandes �nanciadores
do futebol.
(Sérgio Rangel. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/o-
jogo-do-salario-minimo/. 31/05/2019.)
Com base no texto de Rangel, considere as seguintes a�rmativas:
1. Em “Os patrocinadores estão mais para pequenos
comerciantes locais do que para grandes �nanciadores do
futebol”, temos uma relação de contraposição.
2. Os baixos salários, somados aos atrasos nos pagamentos, são
aspectos da precariedade do mercado da bola no Brasil.
3. Os dados salariais dos jogadores brasileiros, apontados pela
RAIS, apresentam distorções porque a maioria dos jogadores
recebem até três salários mínimos por mês, enquanto outros
recebem até quinhentos mil reais por mês.
4. A ausência de comercialização de imagens de jogadores de
clubes como Bonsucesso e Olaria decorre do fato de esses
jogadores não terem direitos de imagem como o jogador Gabigol,
por exemplo.
Assinale a alternativa correta. 
a) As a�rmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.   
b) Somente as a�rmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.   
c) Somente as a�rmativas 3 e 4 são verdadeiras.   
d) Somente as a�rmativas 1 e 2 são verdadeiras.   
e) Somente a a�rmativa 3 é verdadeira.
Exercício 144
(Ufpr 2019)  Assinale a alternativa corretamente pontuada.
a) A técnica de Mourou e Strickland criada em 1985, e conhecida
como: ampli�cação de pulso com varredura em frequência – CPA,
por sua sigla em inglês, tornou-se muito rapidamente a
ferramenta-padrão para obter lasers de alta intensidade,
utilizados, desde então, em milhões de cirurgias do olho.    
b) A técnica de Mourou e Strickland, criada em 1985, e conhecida
como ampli�cação de pulso com varredura em frequência (CPA,
por sua sigla em inglês); tornou-se muito rapidamente, a
ferramenta-padrão para obter lasers de alta intensidade
utilizados desde então em milhões de cirurgias do olho.    
c) A técnica de Mourou e Strickland criada em 1985 e conhecida
como ampli�cação de pulso com varredura em frequência, (CPA,
por sua sigla em inglês), tornou-se muito rapidamente a
ferramenta-padrão, para obter lasers de alta intensidade
utilizados desde então, em milhões de cirurgias do olho.    
d) A técnica de Mourou e Strickland, criada em 1985 e conhecida
como ampli�cação de pulso com varredura em frequência – CPA,
por sua sigla em inglês – tornou-se muito rapidamente, a
ferramenta-padrão para: obter lasers de alta intensidade
utilizados desde então em milhões de cirurgias do olho.    
e) A técnica de Mourou e Strickland, criada em 1985 e conhecida
como ampli�cação de pulso com varredura em frequência (CPA,
por sua sigla em inglês), tornou-se muito rapidamente a
ferramenta-padrão para obter lasers de alta intensidade,
utilizados desde então em milhões de cirurgias do olho.
Exercício 145
(Ufpr 2019)
‘Ferrugem’: um ótimo nacional encara o cyberbullying
Um celular perdido, um vídeo viralizado, e Tati, de 16 anos, se vê
no meio de um furacão que abalaria qualquer um – e muito mais
uma menina a quem ainda falta o equipamento emocional para
lidar com uma situação tão drástica de exposição da intimidade e
de ostracismo social. Os amigos e amigas vão caindo fora; com os
pais, ela não consegue falar. Renet, o garoto com quem ela
começava a engatar um �erte quando tudo começou, dá as costas
a ela. E Tati, interpretada pela ótima novata Tiffanny Dopke, de
�sionomia suave e jeitinho cativante, sucumbe à pressão. 
‘Ferrugem’, do diretor Aly Muritiba, é um dos pontos altos de uma
safra surpreendentemente boa do cinema nacional nos últimos
meses (completada ainda por ‘Aos Teus Olhos’, ‘As Boas
Maneiras’, ‘O Animal Cordial’ e ‘Benzinho’). Da agitação e
cacofonia dessa primeira parte do �lme, Muritiba vai, na segunda
metade, para um estilo oposto: com atenção e re�exão,
acompanha o sofrimento de Renet (o também muito bom
Giovanni de Lorenzi) com as consequências do episódio que
afetou Tati. Aqui, duas visões morais muito distintas se opõem: a
do pai (Enrique Diaz), que quer poupar Renet, e a da mãe (a
calorosa Clarissa Kiste), que quer obrigá-lo a enfrentar os fatos. 
Maduro, lúcido, muito bem escrito e �lmado, ‘Ferrugem’ está na
comissão de frente dos possíveis indicados do Brasil ao Oscar do
ano que vem. 
(Disponível em: <https://veja.abril.com.br/tveja/em-
cartaz/ferrugem-um-otimo-nacional-encara-o-cyberbullying/>.
Acesso em 31/08/2018.) 
As expressões ‘equipamento emocional’ e ‘ostracismo social’, no
segundo parágrafo, podem ser interpretadas, segundo o contexto
de ocorrência, respectivamente, como:  
a) objeto que regula emoções – exílio.    
b) capacidade de sentir emoções – exclusão.    
c) experiência – falta de exposição.    
d) maturidade – isolamento.    
e) malícia – incapacidade de se expressar.
Exercício 146
(Ufpr 2016) 
Outras razões para a pauta negativa
Venício A. Lima
O sempre interessante Boletim UFMG, que traz, a cada semana,
notícias do dia a dia da Universidade Federal de Minas Gerais,
informa, na edição de 4 de maio, o trabalho desenvolvido por
grupo de pesquisa do Departamento de Ciência da Computação
(DCC) em torno da “análise de sentimento”, que relaciona o
sucesso das notícias com sua polaridade, negativa ou positiva.
Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC-
UFMG, foram identi�cadas, coletadas e analisadas 69.907
manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos internacionais
ao longo de oito meses de 2014: The New York Times, BBC,
Reuters e Daily Mail. E as notícias foram agrupadas em cinco
grandes categorias: negócios e dinheiro, saúde,ciência e
tecnologia, esportes e mundo. As conclusões da pesquisa são
preciosas.
Cerca de 70% das notícias diárias estão relacionadas a fatos que
geram “sentimentos negativos” – tais como catástrofes, acidentes,
doenças, crimes e crises. Os textos das manchetes foram
relacionados aos sentimentos que elas despertam, numa escala
de menos 5 (muito negativo) a mais 5 (muito positivo). Descobriu-
se que o sucesso de uma notícia, vale dizer, o número de vezes
em que é “clicada” pelo eventual leitor está fortemente vinculado
a esses “sentimentos” e que os dois extremos – negativo e
positivo – são os mais “clicados”. As manchetes negativas,
todavia, são aquelas que atraem maior interesse dos leitores.
Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites
internacionais – não brasileiros –, os resultados do trabalho dos
pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a compreender a
predominância do “jornalismo do vale de lágrimas” na grande
mídia brasileira.
Para além da partidarização seletiva das notícias, parece haver
também uma importante estratégia de sobrevivência empresarial
in�uindo na escolha da pauta negativa. Os principais telejornais
exibidos na televisão brasileira, por exemplo, estão se
transformando em incansáveis noticiários diários de crises,
crimes, catástrofes, acidentes e doenças de todos os tipos.
Carrega-se, sem dó nem piedade, nas notícias que geram
sentimentos negativos. Mais do que isso: os âncoras dos
telejornais, além das notícias negativas, se encarregam de
editorializar, fazer comentários, invariavelmente críticos e
pessimistas, reforçando, para além da notícia, exatamente seus
aspectos e consequências funestos.
Existe, sim, o risco do esgotamento. Cansado de tanta notícia ruim
e sentindo-se impotente para in�uir no curso dos eventos, pode
ser que o leitor/telespectador a�nal desista de se expor a esse
tipo de jornalismo que o empurra cotidianamente rumo a um
inexorável “vale de lágrimas” mediavalesco.
Adaptado de <http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-
ebates/outras-razoes-para-a-pauta-negativa/>. Acesso em 19
mai. 2015. 
Considere as seguintes sentenças retiradas do texto e assinale a
alternativa em que a expressão verbal grifada concorda com um
sujeito posposto. 
a) Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC-
UFMG, foram identi�cadas, coletadas e analisadas 69.907
manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos internacionais
ao longo de oito meses de 2014.   
b) As manchetes negativas, todavia, são aquelas que atraem
maior interesse dos leitores.   
c) Os principais telejornais exibidos na televisão brasileira, por
exemplo, estão se transformando em incansáveis noticiários
diários de crises.   
d) Mais do que isso: os âncoras dos telejornais, além das notícias
negativas, se encarregam de editorializar, fazer comentários,
invariavelmente críticos e pessimistas.   
e) Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites
internacionais – não brasileiros –, os resultados do trabalho dos
pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a compreender a
predominância do “jornalismo do vale de lágrimas” na grande
mídia brasileira.
Exercício 147
(Ufpr 2017) Livro e futebol
O leitor a quem se dirige esse livro não é evidente: em geral,
quem vive o futebol não está interessado em ler sobre ele mais
do que a notícia de jornal ou revista, e quem se dedica a ler livros
e especulações poucas vezes conhece o futebol por dentro. Pierre
Bourdieu observa, por exemplo, que a sociologia esportiva é
desdenhada pelos sociólogos e menosprezada pelos envolvidos
com o esporte. A observação pode valer também para ensaios
como este aqui, embora ele não seja do gênero sociológico. No
limite, a onipresença do jogo de bola soa abusiva e irrelevante
para quem acompanha a discussão cultural. Assim, mais do que
um desconhecimento recíproco entre as partes, pode-se falar, de
fato, de uma dupla resistência. Viver o futebol dispensa pensá-lo,
e, em grande parte, é essa dispensa que se procura nele. Os
pensadores, por sua vez, à esquerda ou à direita, na meia ou no
centro, têm muitas vezes uma reserva contra os componentes
anti-intelectuais e massivos do futebol, e temem ou se recusam a
endossá-los, por um lado, e a se misturar com eles, por outro.
Tudo isso, por si só, já daria um belo assunto: o futebol como o nó
cego em que a cultura e a sociedade se expõem no seu ponto ao
mesmo tempo mais visível e invisível. E esse não deixa de ser o
tema deste livro, que talvez possa interessar a quem esteja
disposto a lê-lo independentemente de conhecer o futebol ou de
ser ou não “intelectual”. 
Não é incomum, também, que intelectuais vivam intensamente o
futebol, sem pensá-lo, e que resistam, ao mesmo tempo, a
admiti-lo na ordem do pensamento. Nesse caso, aqueles dois
personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar
numa pessoa só. [...] 
(José Miguel Wisnik. Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil.
São Paulo: Companhia das Letras, 2008.)
“Nesse caso, aqueles dois personagens a que nos referimos no
começo podem se encontrar numa pessoa só”. Com isso, o autor
reconhece que: 
1. é desejável pensar o esporte por outro viés que não seja
aquele permeado por admiração e paixão. 
2. admitir o futebol na ordem do pensamento signi�ca fazer do
torcedor apaixonado uma pessoa capaz de re�etir sobre seus
pontos positivos e negativos. 
3. há intelectuais que, mesmo não admitindo que possam haver
abordagens intelectualizadas do futebol, são torcedores
fervorosos. 
4. o torcedor apaixonado é aquele que prefere pensar o futebol
na sua expressão cultural e, portanto, é o que congrega as
características de leitor preferencial do livro. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente a a�rmativa 3 é verdadeira.    
b) Somente as a�rmativas 1 e 3 são verdadeiras.    
c) Somente as a�rmativas 2 e 4 são verdadeiras.    
d) Somente as a�rmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.    
e) As a�rmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
Exercício 148
(Ufpr 2017) Livro e futebol
O leitor a quem se dirige esse livro não é evidente: em geral,
quem vive o futebol não está interessado em ler sobre ele mais
do que a notícia de jornal ou revista, e quem se dedica a ler livros
e especulações poucas vezes conhece o futebol por dentro. Pierre
Bourdieu observa, por exemplo, que a sociologia esportiva é
desdenhada pelos sociólogos e menosprezada pelos envolvidos
com o esporte. A observação pode valer também para ensaios
como este aqui, embora ele não seja do gênero sociológico. No
limite, a onipresença do jogo de bola soa abusiva e irrelevante
para quem acompanha a discussão cultural. Assim, mais do que
um desconhecimento recíproco entre as partes, pode-se falar, de
fato, de uma dupla resistência. Viver o futebol dispensa pensá-lo,
e, em grande parte, é essa dispensa que se procura nele. Os
pensadores, por sua vez, à esquerda ou à direita, na meia ou no
centro, têm muitas vezes uma reserva contra os componentes
anti-intelectuais e massivos do futebol, e temem ou se recusam a
endossá-los, por um lado, e a se misturar com eles, por outro.
Tudo isso, por si só, já daria um belo assunto: o futebol como o nó
cego em que a cultura e a sociedade se expõem no seu ponto ao
mesmo tempo mais visível e invisível. E esse não deixa de ser o
tema deste livro, que talvez possa interessar a quem esteja
GABARITO
disposto a lê-lo independentemente de conhecer o futebol ou de
ser ou não “intelectual”. 
Não é incomum, também, que intelectuais vivam intensamente o
futebol, sem pensá-lo, e que resistam, ao mesmo tempo, a
admiti-lo na ordem do pensamento. Nesse caso, aqueles dois
personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar
numa pessoa só. [...] 
(José Miguel Wisnik. Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil.
São Paulo: Companhia das Letras, 2008.)
O autor inicia o texto dizendo que o leitor de seu livro não é
evidente, porque o tema por ele tratado, o futebol, é abordado de
maneira incomum. Tendo isso em vista, considereas seguintes
a�rmativas:
1. Os apaixonados pelo futebol anseiam há muito por uma
abordagem sociológica do esporte. 
2. Pensar o futebol do ponto de vista intelectual é algo muito
comum num país em que esse esporte é o mais apreciado, e é
esse tratamento que predomina hoje em jornais e revistas. 
3. O livro aborda o futebol do ponto de vista cultural, intelectual,
distanciando-se do tratamento do senso comum que impera em
jornais e revistas. 
4. Viver e pensar o futebol são coisas diferentes e independentes,
mas é possível uma abordagem intelectual que agrade os dois
tipos de espectador. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente a a�rmativa 3 é verdadeira.    
b) Somente as a�rmativas 1 e 2 são verdadeiras.   
c) Somente as a�rmativas 3 e 4 são verdadeiras.    
d) Somente as a�rmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.    
e) As a�rmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Exercício 149
(Ufpr 2017)
A épica narrativa de nosso caminho até aqui
Quando viajamos para o exterior, muitas vezes passamos pela
experiência de aprender mais sobre o nosso país. Ao nos
depararmos com uma realidade diferente ¹daquela em que
estamos imersos cotidianamente, o estranhamento serve de
alerta: deve haver uma razão, um motivo, para que as coisas
funcionem em cada lugar de um jeito. Presentes diferentes só
podem resultar de passados diferentes. Essa constatação pode
ser um poderoso impulso para conhecer melhor a nossa história. 
Algo assim vem ocorrendo no campo de estudos sobre o Sistema
Solar. O �orescimento da busca de planetas extrassolares –
aqueles que orbitam em torno de outras estrelas – equivaleu a
dar uma espiadinha no país vizinho, para ver como vivem “seus
habitantes”. Os resultados são surpreendentes. Em certos
sistemas, os planetas estão tão perto de suas estrelas que
completam uma órbita em poucos dias. Muitos são gigantes feitos
de gás, e alguns chegam a possuir mais de seis vezes a massa e
quase sete vezes o raio de Júpiter, o grandalhão do nosso
sistema. Já os nossos planetas rochosos, classe em que se
enquadram Terra, Mercúrio, Vênus e Marte, parecem ser mais
bem raros do que imaginávamos a princípio. 
A constatação de que somos quase um ponto fora da curva (pelo
menos no que tange ao nosso atual estágio de conhecimento de
sistemas planetários) provocou os astrônomos a formular novas
teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua atual
con�guração. ²Isso implica responder perguntas tais como
quando se formaram os planetas gasosos, por que estão nas
órbitas em que estão hoje, de que forma os planetas rochosos
surgiram etc. 
Nosso artigo de capa traz algumas das respostas que foram
formuladas nos últimos 15 a 20 anos. Embora não sejam
consensuais, teorias como o Grand Tack, o Grande Ataque e o
Modelo de Nice têm desfrutado de grande prestígio na
comunidade astronômica e oferecem uma fascinante narrativa da
cadeia de eventos que pode ter permitido o surgimento da Terra
e, em última instância, da vida por aqui. [...] 
(Paulo Nogueira, editorial de Scienti�c American – Brasil – nº 168,
junho 2016.)
“Isso” (ref. 2) se refere:  
a) ao �orescimento da busca de planetas extrassolares.   
b) a gigantes feitos de gás, alguns chegando a possuir mais de
seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de Júpiter.   
c) à formulação de novas teorias para explicar como o Sistema
Solar adquiriu sua con�guração atual.   
d) à constatação de que somos quase um ponto fora da curva.   
e) ao nosso atual estágio de conhecimento de sistemas
planetários.
Exercício 1
Exercício 2
Exercício 3
Exercício 4
Exercício 5
e) a reversibilidade entre o cômico e o trágico, como se lê em
“de modo que o que parecia uma desgraça...”.   
d) curiosidade e satisfação.   
a) I, III e IV   
c) Um realismo que parta do real cotidiano para compreender
a realidade, cuidando de tomar certo distanciamento da
matéria para não tomá-la de forma demasiado personalista.   
Exercício 6
Exercício 7
Exercício 8
Exercício 9
Exercício 10
Exercício 11
Exercício 12
Exercício 13
Exercício 14
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Exercício 31
Exercício 32
Exercício 33
Exercício 34
Exercício 35
d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a um
estilo de vida sedentário, antagônico a maratona.  
d) incorruptível.  
b) podem ocasionar prejuízos à saúde do ser humano.    
b) examinar práticas que visem à melhoria das condições de
ensino do país.    
b) por ser experiente em mentiras, Pinóquio seria um bom
consultor para a criação de fake news.  
b) fonte de conhecimentos.    
b) existência de desigualdade entre homens e mulheres no
mercado de trabalho.   
e) simbolizar a necessidade de adesão à causa dos refugiados.
d) egoísta e violenta.   
c) Os momentos em família são de mera presença física.   
b) os anseios comunitários de justiça social.   
a) traduz a melancolia e o recolhimento do eu lírico em face da
sensação de incomunicabilidade com uma realidade
indiferente à sua poesia.  
d) a postura, insistente, difundida entre os brasileiros que não
reconhecem a tolerância como conduta a ser praticada.  
b) di�culdade de aceitação do que é considerado, entre
membros do grupo, inumano.   
b) O problema da fome, que avilta a dignidade humana.   
a) desvela sentimentos de vazio e angústia sob a aparente
austeridade.   
c) defender a conversão das palavras em coisas, mudando seu
estatuto.  
a) refere-se ao presente do personagem, em que não há
diversão.   
d) É um termo proposto fora do contexto da internet, sendo
uma analogia ao conceito biológico de gene, em alusão à sua
capacidade de se propagar de um indivíduo para outro.  
a) Difusão cultural, sendo capaz de se propagar entre as
pessoas.   
d) problematiza a organização social e seu impacto na
mudança de hábitos dos indivíduos.  
a) disseminarem uma modalidade, promovendo a igualdade de
gênero.   
d) combate corporal intencional com ações regulamentadas
entre os oponentes.  
b) inter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros.   
a) distorção da experiência do ser-atleta para os espectadores.
e) desrespeito à intimidade das crianças cujas imagens têm
sido divulgadas nas redes sociais.
e) contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo
País.   
d) trata as redes sociais como modo de agregar e empoderar
grupos de pessoas, que se unem em prol de causas próprias
ou de mudanças sociais.  
a) hipocrisia do discurso alicerçado sobre o senso comum.    
d) comercialização de pontos de vista.   
a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia.
Exercício 36
Exercício 37
Exercício 38
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Exercício 68
b) antonímica, que se estabelece contextualmente entre as
palavras “muros” e “pontes”.
d) continuidade de um processo. 
a) “O carro furou o pneu”.
d) diminuir alguma coisa, ao passo que na linguagem
matemática é sinônimo de converter.
c) [...] até onde era possível saber, não tinha nenhum
con�dente no mundinho acadêmico. (p. 51).
c) atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
d) refere-se à “mais instável das brancuras” (v. 2).   
b) todavia.
b) de verbos no imperativo.
c) O emprego do pronome “esta” (referência 3) e “este”
(referência 4) demonstra que a língua e o vinho estão
próximos do locutor.
c) composição por aglutinação.
d) admiração.
b) sabedoria.
a) tolices
c) Têm sido praticadas atividades físicas? Mudaram hábitos
alimentares?
a) “e está sendoimplantado ou avaliado por Alagoas, Amapá,
Espírito Santo e São Paulo” (3º parágrafo).
e) “Tratara com respeito a comunidade”. 
c) “— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife.” (referência
17)
e) ampliar as possibilidades de leitura do texto.
e) comparação.
d) inibição.
d) Uso das palavras “te” e “você” num mesmo texto,
misturando as pessoas verbais.
d) Em “[...] seres humanos têm maior probabilidade de adotar
determinados comportamentos porque seus amigos, colegas
de trabalho e vizinhos já o adotam”, há um erro de
concordância nominal.
e) marca a ideia de oposição em relação à ideia de sofrimento
na infância de Carolina Maria de Jesus.
e) a reversibilidade entre o cômico e o trágico, como se lê em
“de modo que o que parecia uma desgraça...”.
a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia.   
a) “deleitura” e “namorido”.   
a) A desigualdade está escrita nas linhas de trens e ressoa nos
versos de Solano Trindade: onomatopeia.   
b) II, III e IV apenas.   
a) As expressões “terças-feiras cinzentas” e “manhãs de
domingo” não têm sentido próprio, por isso podem se
converter uma em outra, conforme sugerido nos versos do
poema.   
d) complacência; invenção; bobo; cega.   
e) atende a situações concretas.   
Exercício 69
Exercício 70
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Exercício 100
A) F – F – V – V – F.
a) faixa etária.    
d) memória afetiva remodelada pela perspectiva do narrador.
b) explicita o preconceito, valendo-se de “amostrado” e
“exibido” para distinguir dois grupos de jovens do mesmo
bairro.   
a) perspectiva infantil assumida pela voz narrativa.   
d) Apenas I e II.    
d) Plantar equivale no poema à tarefa de abrir mão do
presente em benefício do futuro.  
b) V – F – F – V.   
b) causa e consequência.    
d) I, II e III.   
e) a polissemia de um termo provocou ambiguidade no texto, o
que levou o personagem a uma interpretação equivocada
sobre o que poderia ser feito com a camisa.  
c) explicação.   
d) problematiza a organização social e seu impacto na
mudança de hábitos dos indivíduos.  
d) diminuir alguma coisa, ao passo que na linguagem
matemática é sinônimo de converter.  
b) metáfora de que as mulheres precisam defender-se do
assédio masculino.   
e) forma de organização social.   
b) 5 – 1 – 4 – 2 – 3   
b) I - V   
d) o substantivo “amor” intensi�ca o dulçor da palavra
“amora”.  
b) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.   
e) Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em
“fazê‐los” (ref. 2).   
b) usada em algumas modalidades esportivas.   
e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção
dos referentes.   
b) utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos
variados.    
e) utilização da imagem das três mulheres.    
b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo,
como “retorna” e “descobre”.    
b) uma informação implícita.   
b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras
empregadas em contextos formais.   
a) o dinamismo da língua na criação de novas palavras.   
c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência.   
c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência.   
a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra
da expectativa ao �nal.   
b) estivais - etária - pueril - �uviais - fraternos   
Exercício 101
Exercício 102
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d) Quebra-cabeças; más-línguas; sextas-feiras.   
b) Em “Gosto de palavras com “V”, como Svengali, avesso,
bravura, nota-se a presença do efeito da aliteração, também
usado em poesia.    
e) tempo e causa.   
d) refere-se à “mais instável das brancuras” (v. 2).   
b) No segundo verso, “que a pena não quer escrever”, a forma
verbal apropriada, para o racionalismo que o poema defende,
seria “quis escrever”.    
a) primeiro – saída – tragédia – consegui.   
e) O signo linguístico não necessita, para sua existência, de um
caráter motivado.   
c) presídio - lazer - execução   
d) A visualização da trajetória do projétil só seria possível à
noite.   
a) As palavras derrocada e professora têm o mesmo número
de sílabas.    
e) os termos ‘mais’ e ‘diretamente’ são advérbios, de
intensidade e de modo, respectivamente.   
a) “O carro furou o pneu”.   
a) O título do texto apresenta verbos no modo imperativo.    
a) Trata-se de verbo impessoal, isto é, que não tem sujeito.   
a) As duas passagens são: “a�m de depositar na sepultura do
pai uma coroa de saudades” e “...com uma �ta aonde lia-se
estas palavras: — A meu marido”.
Suas correções são, respectivamente: “a �m de depositar na
sepultura do pai uma coroa de saudades” (a locução conjuntiva
�nal não pode ser confundida com o adjetivo “a�m”) e “...com
uma �ta onde liam-se estas palavras: — A meu marido” (em
primeiro lugar, não há verbo que solicite a presença da
preposição “a” combinada com a preposição “onde”; em
seguida, a voz passiva sintética a partir de verbo transitivo
direto, caso de “ler”, implica concordância com o sujeito – no
caso, “estas palavras”).
b) Em “Iaiá foi com o marido ao cemitério”, a preposição “com”
indica companhia; já em “Iaiá beijou com ardor a singela
dedicatória”, a mesma preposição tem valor de modo.  
a) O termo verbal “jorrava” foi usado em sentido �gurado,
emprestando noção conotativa de grande intensidade ao �uxo
da multidão que saía das portas da Central, con�gurando,
assim, uma hipérbole: ênfase expressiva resultante do exagero
da signi�cação linguística. Já na expressão “honesta pressa” o
narrador utiliza a personi�cação para atribuir qualidades
humanas, a honestidade, a seres inanimados, como a pressa.
b) Na ordem direta, o trecho “lembrava-se que nem mesmo o
nome delas sabia pronunciar” (2º parágrafo) apresenta a
seguinte redação: lembrava-se de que nem mesmo sabia
pronunciar o nome delas.
a) No segmento “Mas poderei dizer-vos que elas ousam?”, o
uso do pronome pessoal oblíquo em segunda pessoa do
plural, “vos”, indica que o eu lírico se dirige ao interlocutor, no
caso, o próprio leitor do poema, enquanto que o pronome
pessoal reto, “elas”, se refere a “meninas sérias”, mencionadas
no próprio título do poema. 
b) Por meio da partícula “Ou”, o poema estabelece uma
alternativa entre duas situações: a ousadia e a ação de “lustrar
pecados”. A primeira (“que elas ousam? “) sugere o desejo de
ruptura com a moral e o senso comum do contexto social em
que as meninas vivem. A segunda, “lustrar pecados”, implica
um comportamento revelador de paixões que não podem ser
expostas publicamente por estarem carregadas de culpas,
associadas à noção religiosa do pecado. 
a) Segundo Rubem Alves, a poesia resulta da intensi�cação da
sensibilidade que estimula a percepção de tudo que nos
rodeia, de maneira a conferir novos signi�cados aos seres e
objetos: “Os poetas ensinam a ver".
b) Substituindo o termo sublinhado por “Naquela época” e
empregando a primeira pessoa do plural, a frase poderia
apresentar as seguintes con�gurações: Naquela época, tudo o
que vimos nos causou espanto. Ou, naquela época, tudo o que
víamos nos causava espanto.
Exercício 120
Exercício 121
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a) Não, o emprego do diminutivo nas palavras “vozinha” e
“sorrisinho” não produz o mesmo efeitode sentido nos dois
casos.  Enquanto que, na primeira ocorrência, o diminutivo
pretende diminuir a atitude contestatória de Prometeu, na
segunda, confere ironia ao comportamento do jacaré.
b) Substituindo o verbo “fazer” por sinônimos adequados ao
contexto, os trechos poderiam apresentar as seguintes
con�gurações: os outros decidem realizar (preparar) uma festa
para provocar-lhe o riso (...). Todos praticam (elaboram) coisas
engraçadas”.
   No primeiro enunciado, o advérbio “a�nal” está relacionado à
expressão “falso samaritano”, modi�cando-a. Assim,
compreende-se que, de início, não era possível chamá-lo de
“falso samaritano”, mas, após concluir o roubo, esta
nomenclatura passa a ser adequada. Ou seja: torna-se a�nal
falso samaritano, reforçando a opinião do narrador de que
antes o ladrão não tinha em mente intenções malé�cas,
apenas sentimentos de generosidade, mas acabou mudando
de ideia posteriormente.
   No segundo enunciado, por outro lado, o advérbio “a�nal”
está relacionado à locução verbal “tivesse aceitado”,
modi�cando-a. Assim, entende-se que, de início, a
personagem não aceitou a oferta, mas, somente depois de
muita insistência.
a) As frases exclamativas traduzem as fortes emoções –
vergonha, espanto e medo – vivenciadas por Kim no momento
do primeiro contato com o registro fotográ�co, 14 meses
depois do bombardeio químico ao vilarejo onde morava. 
b) A partir da expressão “minha tragédia”, pode-se inferir que,
no primeiro contato com o registro fotográ�co, Kim reage como
criança, envergonhada e indignada pela exposição do corpo nu
entre os que a rodeiam, todos vestidos. No segundo, 46 anos
depois, reage como adulta consciente da importância desse
registro para promoção de campanhas em prol da paz. 
a) O termo “crise” refere-se a con�itos matrimoniais que
obrigavam à separação do casal, contrariando assim os
preceitos da Igreja Católica que considerava o casamento
como um vínculo indissolúvel. 
b) Na voz ativa, a oração apresentaria a seguinte con�guração:
tal como a Igreja Católica o concebia.
a) Sim, o verbo “ter” apresenta diferente valor semântico em
cada um dos dois segmentos. Na primeira ocorrência, substitui
o verbo haver ou existir. Na segunda, o verbo necessitar ou
precisar. 
b) Em discurso indireto, a frase apresentaria a seguinte
con�guração: Eduardo Koge disse que eles viviam ali que nem
gado e não podiam sair daquela cerca.
a) Quando seu Joãozinho Bem-Bem e seus jagunços passam
pelos arredores do Tombador, Nhô Augusto oferece-lhes
alimentação e estadia, e logo se torna amigo do cangaceiro.
No entanto, Augusto estava determinado a ser um homem de
bem e, por isso, não poderia permitir as malfeitorias de seu
Joãozinho Bem-Bem. Assim, luta contra o amigo e encontra,
nessa morte heroica, sua redenção.
b) Quando Nhô Augusto é resgatado pela mãe Quitéria e o pai
Serapião, após ser quase morto pelos capangas do Major
Consilva, passa por um processo cristão de arrependimento e
regeneração. Logo, o povo da região o considera um homem
“santo”, pois passa a trabalhar para si e para os outros e a
praticar o bem. 
Em determinado momento da narrativa, quando busca a sua
oportunidade de redenção, deixa-se guiar por um jumento, que
o leva ao encontro do seu destino. Pelo simbolismo religioso
presente no conto, é possível estabelecer um paralelo com a
imagem de Jesus Cristo entrando em Jerusalém.  
a) O autor agradece “imediatamente depois de receber o
volume” para se libertar do pecado de não apreciá-lo.
b) “É menor pecado elogiar um mau livro, sem que o tenha
lido...” e “É menor pecado elogiar um mau livro, mesmo não o
tendo lido...”. 
a) O trecho, do modo como está redigido, possui problemas de
coesão, já que sua clareza �ca comprometida. São possíveis
diversas redações, umas delas seria: “Um exemplo recorrente
do uso desse tipo de equipamento é a simulação climática, que
possui a capacidade de processar quatrilhões de dados por
segundo, tornando possível que um computador calcule as
oscilações meteorológicas”.
b) O sentido da palavra “cenários” nas duas ocorrências é
sutilmente diferente. No primeiro caso, possui um sentido mais
especí�co, mais restrito, já que se refere à antecipação de
fenômenos climáticos. No segundo, seu sentido é mais
amplo.  
b) A casa de fazer farinha é adjacente aos telheiros.   
c) “mandioca” e “Ipiranga”.   
b) contraintuitivas.   
e) buscar, na língua de chegada, soluções que correspondam
ao texto original. 
a) ultrapassado.   
Exercício 133
Exercício 134
Exercício 135
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Exercício 143
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Exercício 145
Exercício 146
a) Se a conjunção “mas” fosse substituída pela conjunção “e”, o
estranhamento da autora desapareceria, pois a segunda
oração deixaria de constituir oposição à primeira e seria
entendida como um outro pedido a Deus: “não nos deixeis cair
em tentação” / “e livrai-nos do mal”.
b) Se a segunda pessoa do plural dos termos verbais “deixeis”
e “livrai” fosse substituída pela terceira pessoa do singular, a
frase correta seria:  não nos deixe cair em tentação, mas livre-
nos do mal.
a) Os termos “simples” e “so�sticada” na expressão “uma
traquitana simples, mas extremamente so�sticada” con�guram
uma contradição.
b) O uso da primeira pessoa do plural (“nosso andar”, “somos
capazes”, “nossas pernas”), a linguagem coloquial presente no
uso do termo “traquitana”, assim como a imprecisão semântica
da expressão “espécie de embreagem” diferenciam o texto de
Fernando Reinach dos textos cientí�cos em que predomina a
função referencial da linguagem, denotativa e objetiva.
a) Segundo o autor, os diários íntimos surgiam com maior
frequência nos países em que a Reforma Protestante se
consolidou, pois os adeptos dessa nova corrente religiosa, que
não contempla o ato da con�ssão, não podiam recorrer à
autoridade sacerdotal para fazer exame de consciência. Assim,
recorriam com frequência à escrita de textos autobiográ�cos
para elaborarem questionamentos autocríticos relacionados
com comportamento individual ou conduta social.
b) Os termos “ele” e “interposta pessoa” referem-se a “exame
de consciência” e “autoridade sacerdotal”, respectivamente. 
a) A expressão “A 10 anos” do primeiro anúncio é incorreta,
pois, na indicação de tempo decorrido, deve usar-se o verbo
“haver”. Para atender aos requisitos da norma culta da língua,
deveria ser substituída por “Há dez anos”.
b) “Pra” aparece em dicionários, inclusivamente no vocabulário
ortográ�co da Academia Brasileira de Letras, como sendo a
forma reduzida da preposição “para”. Pode ser utilizada na
linguagem falada e em alguns tipos de textos informais, como
recurso de frases publicitárias em que se pretende enfatizar a
aproximação do emissor com o receptor da mensagem.
a) A marchinha “Prá Frente, Brasil” também contribuiu para o
processo de neutralização da grande massa da população.   
b) adversários; telecomunicações.   
b) “O mal que se tiver que fazer, deve o príncipe fazê-lo de
uma só vez; o bem, deve fazê-lo aos poucos (...)”.   
a) Sim, pois a pegada de um sapato, usado normalmente por
funcionários de empresas comerciais e �nanceiras, sobre uma
área que remete a uma plantação de soja permite inferir que o
anúncio destaca a importância da aproximação dessas
empresas com a realidade do meio em que o cliente
desenvolve as suas atividades. 
b) Os ícones e os algarismos informam a posição geográ�ca
exata do campo de soja a que se refere o texto. Assim, através
dessa inclusão, associa-se facilmente a precisão do local com
a e�ciência da empresa baseada no conhecimento rigoroso da
realidade do negócio. 
a) A sequência dos verbos “conhecer”, “oferecer”,
“proporcionar” e “alcançar” estabelecem uma relação temporal
de continuidade e progressão. Em primeiro lugar, é necessário
conhecer a atividade do cliente, para depois oferecer
propostas que venham a proporcionarresultados positivos e
correspondam aos objetivos positivos do negócio.
b) Os verbos mencionados devem ser conjugados no modo
subjuntivo, na primeira pessoa do plural: Conhecer
profundamente os negócios de nossos clientes é só o primeiro
passo que permite que ofereçamos sempre respostas mais
rápidas, proporcionemos decisões mais assertivas e
alcancemos melhores resultados. 
e) “E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas
[...].”: numa noite em que os atabaques.   
b) a a�rmativa 2 apenas.   
d) Somente as a�rmativas 1 e 2 são verdadeiras.   
e) A técnica de Mourou e Strickland, criada em 1985 e
conhecida como ampli�cação de pulso com varredura em
frequência (CPA, por sua sigla em inglês), tornou-se muito
rapidamente a ferramenta-padrão para obter lasers de alta
intensidade, utilizados desde então em milhões de cirurgias do
olho.
d) maturidade – isolamento.    
a) Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo
DCC-UFMG, foram identi�cadas, coletadas e analisadas
Exercício 147
Exercício 148
Exercício 149
69.907 manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos
internacionais ao longo de oito meses de 2014.   
a) Somente a a�rmativa 3 é verdadeira.    
c) Somente as a�rmativas 3 e 4 são verdadeiras.    
c) à formulação de novas teorias para explicar como o Sistema
Solar adquiriu sua con�guração atual.

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