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Exercícios (15)

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Português Lista de Exercícios
Exercício 1
(Fuvest 2021)  Rubião �tava a enseada, – eram oito horas da
manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do
chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que
ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas em verdade vos
digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o
presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora! Capitalista.
Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe
deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim,
para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as
chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de
propriedade.
– Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele.
Se mana Piedade tem casado com Quincas Barba, apenas me
dano uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e
aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma
desgraça...
Machado de Assis, Quincas Borba.
O primeiro capítulo de Quincas Borba já apresenta ao leitor um
elemento que será fundamental na construção do romance:
a) a contemplação das paisagens naturais, como se lê em “ele
admirava aquele pedaço de água quieta”.    
b) a presença de um narrador-personagem, como se lê em “em
verdade vos digo que pensava em outra coisa”.  
c) a sobriedade do protagonista ao avaliar o seu percurso, como
se lê em “Cotejava o passado com o presente”.   
d) o sentido místico e fatalista que rege os destinos, como se lê
em “Deus escreve direito por linhas tortas”.   
e) a reversibilidade entre o cômico e o trágico, como se lê em “de
modo que o que parecia uma desgraça...”.   
Exercício 2
(G1 - cmrj 2020) 
Essa história em quadrinhos se comunica com o leitor por meio de
palavras e imagens. Observando a fala de Calvin no primeiro e no
último quadrinho, é correto perceber que ele expressa,
respectivamente,
a) orgulho e a�ição.    
b) medo e con�ança.    
c) alegria e precaução.    
d) curiosidade e satisfação.   
e) coragem e arrependimento.    
Exercício 3
(G1 - cotil 2020) 
Em relação à charge acima, pode-se inferir que:
I. O autor faz uma crítica explícita à forma como é tratada a
questão de demarcação de terras indígenas no país.
II. A charge retrata �elmente a visão de que os indígenas são
acomodados pelo fato de estarem acostumados a receber ajuda
da classe mais abastada da sociedade.
III. A charge ilustra o descaso da população para com a situação
dos indígenas no país.
IV. A construção do sentido da charge se baseia em aspectos
verbais e não-verbais.
Estão corretas apenas as proposições:
a) I, III e IV   
b) I, II e III     
c) II, III e IV  
d) I e III
Exercício 4
(Ufjf-pism 1 2020)  Numa entrevista publicada na Folha Ilustrada,
em 14 de marco de 2005, o escritor mineiro Luiz Ruffato disse o
que está transcrito abaixo:
“Estou indo de certa forma na contracorrente da literatura
contemporânea brasileira. Ela tende ou para o neonaturalismo ou
para uma literatura que chamo de ‘egótica’, muito centrada no eu.
Tento caminhar em outra seara, a da literatura realista, que no
meu entender não é otimista nem pessimista. Ela estabelece uma
re�exão sobre o real a partir do real.”
De acordo com o que disse Luiz Ruffato em sua entrevista, o
conceito de “realismo contemporâneo” que ele defende pode ser
explicado em qual das alternativas abaixo?
a) Um realismo excessivamente elaborado, que busca o máximo
de verossimilhança, mesmo que, para tanto, a verdade seja
sacri�cada no texto.   
b) Um realismo totalmente descompromissado das questões
fundamentais do seu próprio tempo, com vistas a fortalecer uma
ideia de �cção baseada somente na experimentação com a
linguagem.   
c) Um realismo que parta do real cotidiano para compreender a
realidade, cuidando de tomar certo distanciamento da matéria
para não tomá-la de forma demasiado personalista.   
d) Um realismo de combate, fruto das re�exões profundas do
escritor acerca da realidade, com vistas a assumir uma postura de
orientação para as tomadas de posição pelo leitor.  
e) Um realismo indiferente, cujo único compromisso e com a
literatura que se alimenta de testar os seus próprios limites.
Exercício 5
(Unicamp 2020)  Texto I
Os idiomas e suas regras são coisas vivas, que vão se
modi�cando de maneira dinâmica, de acordo com o momento em
que a sociedade vive. Um exemplo disso é a adoção do termo
“maratonar”, quando os telespectadores podem assistir a vários
ou a todos os episódios de uma série de uma só vez. Contudo, ao
que parece, a plataforma Net�ix não quer mais estar associada
“maratona” de séries. A maior razão seria a tendência atual que
as gigantes da tecnologia têm seguido para evitar o consumo
excessivo e melhorar a saúde dos usuários.
(Adaptado de Claudio Yuge, “Você notou? Net�ix parece estar
evitando o termo ‘maratonar’.” Disponível em
https://www.tecmundo.com.br/ internet/133690-voce-notou-net
�ix-pareceevitando-termo-maratonar.htm. Acessado em
01/06/2019.)
Texto II
Embora os dois textos tratem do termo “maratonar” a partir de
perspectivas distintas, é possível a�rmar que o Texto II retoma
aspectos apresentados no Texto I porque
a) esclarece o signi�cado do neologismo “maratonar” como
esforço físico exaustivo, derivado de “maratona”.   
b) deprecia a de�nição de “maratona” como ação contínua de
superação de di�culdades e melhoria da saúde.   
c) re�ete sobre o impacto que a falta de exercícios físicos e a
permanência em casa provocam na saúde.  
d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a um
estilo de vida sedentário, antagônico a maratona.  
Exercício 6
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Examine a tira de André Dahmer para responder à(s)
questão(ões) a seguir.
(Unesp 2020)  Na tira, a morte é caracterizada como
a) frívola.    
b) compassiva.   
c) solitária.   
d) incorruptível.  
e) materialista.
Exercício 7
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia a charge do cartunista Duke para responder à(s)
questão(ões) a seguir.
(Famema 2020)  Depreende-se com a leitura da charge que as
redes sociais
a) melhoram a saúde do homem, quando usadas intensamente.   
b) podem ocasionar prejuízos à saúde do ser humano.    
c) promovem situações salutares de convivência humana.   
d) permitem o aguçamento da percepção das pessoas.   
e) in�uenciam pouco a saúde, assim como as atividades físicas.    
Exercício 8
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir.
O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em
alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os
municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de
escolarização.
            Além de medidas que incluem formação de professores e
material didático estruturado, o governo cearense acionou um
incentivo �nanceiro: as cidades com resultados melhores recebem
fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos.
O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo
implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São
Paulo.
Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em
Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao
estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São
Paulo.
Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação
é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de
propostas palpáveis.
(“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.)
(Famema 2020)  O objetivo do texto é
a) analisar o impacto no aumento do ICMS para as políticas
públicas educacionais.   
b) examinar práticas que visem à melhoria das condições de
ensino do país.    
c) criticar a falta de políticas públicas em educação para atender
os estados brasileiros.     
d) contestar os resultados de práticas educacionais chamadas de
inovadoras no país.
Exercício 9
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
(S1 - ifce 2020)  Sobre a charge acima, é correto a�rmar-se 
a) fake news não existem, assim como personagens de contos de
fadas.b) por ser experiente em mentiras, Pinóquio seria um bom
consultor para a criação de fake news.  
c) o nariz de Pinóquio está crescendo, pois ele está veiculando
fake news.  
d) Pinóquio ter uma agenda em seu tablet demonstra um
exemplo de fake news.   
e) o personagem Pinóquio utilizará fake news para conseguir
fazer campanha política.
Exercício 10
(G1 - ifce 2019)  Observe a tirinha a seguir.
O livro é escolhido como presente por representar um(a)  
a) objeto de desejos.    
b) fonte de conhecimentos.    
c) objeto de entretenimento.    
d) meio de melhorar literalmente a visão das pessoas.    
e) forma de aproximar as pessoas.   
Exercício 11
(Fuvest 2019)  Examine o anúncio.
No contexto do anúncio, a frase “A diferença tem que ser só uma
letra” pressupõe a
a) necessidade de leis de proteção para todos que trabalham.     
b) existência de desigualdade entre homens e mulheres no
mercado de trabalho.   
c) permanência de preconceito racial na contratação de mulheres
para determinadas pro�ssões.    
d) importância de campanhas dirigidas para a mulher
trabalhadora.     
e) discriminação de gênero que se manifesta na própria
linguagem.
Exercício 12
(Enem 2019)
Nesse cartaz, o uso da imagem do calçado aliada ao texto verbal
tem o objetivo de
a) criticar as difíceis condições de vida dos refugiados.   
b) revelar a longa trajetória percorrida pelos refugiados.   
c) incentivar a campanha de doações para os refugiados.   
d) denunciar a situação de carência vivida pelos refugiados.  
e) simbolizar a necessidade de adesão à causa dos refugiados.   
Exercício 13
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o trecho do romance S. Bernardo, de Graciliano Ramos, para
responder à(s) questão(ões) a seguir.
O caboclo mal-encarado que encontrei um dia em casa do
Mendonça também se acabou em desgraça. Uma limpeza. Essa
gente quase nunca morre direito. Uns são levados pela cobra,
outros pela cachaça, outros matam-se.
Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se da pedra, bateu-lhe
no peito, e foi a conta. Deixou viúva e órfãos miúdos. Sumiram-se:
um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas comeram o segundo,
o último teve angina e a mulher enforcou-se.
Para diminuir a mortalidade e aumentar a produção, proibi a
aguardente.
Concluiu-se a construção da casa nova. Julgo que não preciso
descrevê-la. As partes principais apareceram ou aparecerão; o
resto é dispensável e apenas pode interessar aos arquitetos,
homens que provavelmente não lerão isto. Ficou tudo confortável
e bonito. Naturalmente deixei de dormir em rede. Comprei móveis
e diversos objetos que entrei a utilizar com receio, outros que
ainda hoje não utilizo, porque não sei para que servem.
Aqui existe um salto de cinco anos, e em cinco anos o mundo dá
um bando de voltas.
Ninguém imaginará que, topando os obstáculos mencionados, eu
haja procedido invariavelmente com segurança e percorrido, sem
me deter, caminhos certos. Não senhor, não procedi nem percorri.
Tive abatimentos, desejo de recuar; contornei di�culdades: muitas
curvas. Acham que andei mal? A verdade é que nunca soube
quais foram os meus atos bons e quais foram os maus. Fiz coisas
boas que me trouxeram prejuízo; �z coisas ruins que deram lucro.
E como sempre tive a intenção de possuir as terras de S.
Bernardo, considerei legítimas as ações que me levaram a obtê-
las.
Alcancei mais do que esperava, mercê de Deus. Vieram-me as
rugas, já se vê, mas o crédito, que a princípio se esquivava,
agarrou-se comigo, as taxas desceram. E os negócios
desdobraram-se automaticamente. Automaticamente. Difícil?
Nada! Se eles entram nos trilhos, rodam que é uma beleza. Se
não entram, cruzem os braços. Mas se virem que estão de sorte,
metam o pau: as tolices que praticarem viram sabedoria. Tenho
visto criaturas que trabalham demais e não progridem. Conheço
indivíduos preguiçosos que têm faro: quando a ocasião chega,
desenroscam-se, abrem a boca – e engolem tudo.
Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primeiras tentativas e
obriguei a fortuna a ser-me favorável nas seguintes. Depois da
morte do Mendonça, derrubei a cerca, naturalmente, e levei-a
para além do ponto em que estava no tempo de Salustiano
Padilha. Houve reclamações.
– Minhas senhoras, seu Mendonça pintou o diabo enquanto viveu.
Mas agora é isto. E quem não gostar, paciência, vá à justiça.
Como a justiça era cara, não foram à justiça. E eu, o caminho
aplainado, invadi a terra do Fidélis, paralítico de um braço, e a dos
Gama, que pandegavam no Recife, estudando Direito. Respeitei o
engenho do Dr. Magalhães, juiz.
Violências miúdas passaram despercebidas. As questões mais
sérias foram ganhas no foro, graças às chicanas de João Nogueira.
Efetuei transações arriscadas, endividei-me, importei
maquinismos e não prestei atenção aos que me censuravam por
querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a pomicultura e a
avicultura. Para levar os meus produtos ao mercado, comecei uma
estrada de rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela dois
artigos, chamou-me patriota, citou Ford e Delmiro Gouveia. Costa
Brito também publicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e
elogiando o chefe político local. Em consequência mordeu-me
cem mil-réis.
(S. Bernardo, 1996.)
(Unesp 2019)  No trecho, o narrador revela-se uma pessoa
a) empreendedora e solidária.    
b) invejosa e hesitante.    
c) obstinada e compassiva.    
d) egoísta e violenta.   
e) preguiçosa e traiçoeira.
Exercício 14
(G1 - ifsul 2019)  Qual é a crítica central do texto:
a) A imagem das crianças com os pés no sofá denota desrespeito
aos pais.       
b) O bebê sofre abandono por parte dos pais.  
c) Os momentos em família são de mera presença física.   
d) O pai fala sozinho, enquanto os demais não lhe dão atenção.
Exercício 15
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
(...) procurei adivinhar o que se passa na alma duma cachorra.
Será que há mesmo alma em cachorro? Não me importo. O meu
bicho morre desejando acordar num mundo cheio de preás.
Exatamente o que todos nós desejamos. A diferença é que eu
quero que eles apareçam antes do sono, e padre Zé Leite
pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos
somos como a minha cachorra Baleia e esperamos preás. (...)
Carta de Graciliano Ramos a sua esposa.
(...) Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração. Precisava vigiar
as cabras: àquela hora cheiros de suçuarana deviam andar pelas
ribanceiras, rondar as moitas afastadas. Felizmente os meninos
dormiam na esteira, por baixo do caritó onde sinhá Vitória
guardava o cachimbo.
(...)
Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás.
E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças
se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num
chiqueiro enorme. O mundo �caria todo cheio de preás, gordos,
enormes.
Graciliano Ramos, Vidas secas.
(Fuvest 2018)  As declarações de Graciliano Ramos na Carta e o
excerto do romance permitem a�rmar que a personagem Baleia,
em Vidas secas, representa
a) o conformismo dos sertanejos.   
b) os anseios comunitários de justiça social.   
c) os desejos incompatíveis com os de Fabiano.   
d) a crença em uma vida sobrenatural.  
e) o desdém por um mundo melhor.   
Exercício 16
(Fuvest 2021)  Remissão
Tua memória, pasto de poesia,
tua poesia, pasto dos vulgares,
vão se engastando numa coisa fria
a que tu chamas: vida, e seus pesares.
Mas, pesares de quê? perguntaria,
se esse travo de angústia nos cantares,
se o que dorme no base da elegia
vai correndo e secando pelos ares,
e nada resta, mesmo, do que escreves
e te forçou ao exílio das palavras,
senão contentamento de escrever,
enquanto o tempo, e suas formas breves
ou longas, que sutil interpretavas,
se evapora no fundo do teu ser?
Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma.
Claro enigma apresenta, por meio do lirismo re�exivo, o
posicionamento do escritor perante a sua condição no mundo.
Considerando-o como representativo desse seu aspecto, o poema
“Remissão”
a) traduza melancolia e o recolhimento do eu lírico em face da
sensação de incomunicabilidade com uma realidade indiferente à
sua poesia.  
b) revela uma perspectiva inconformada, mesclando-a, livre da
indulgência dos anos anteriores, a um novo formalismo estético.   
c) propõe, como reação do poeta à vulgaridade do mundo, uma
poética capaz de interferir na realidade pelo viés nostálgico.  
d) re�ete a visão idealizada do trabalho do poeta e a consciência
da perenidade da poesia, resistente à passagem do tempo.  
e) realiza a transição do lirismo social para o lirismo metafísico,
caracterizado pela adesão ao conforto espiritual e ao escapismo
imaginativo.
Exercício 17
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Agressividade is the new black
RUTH MANUS
Para que dialogar se nós podemos jogar pedras?
The new black. Expressão inglesa que designa uma nova
tendência, algo que está tão na moda que poderia 1até mesmo
funcionar como um pretinho básico. Adoraria que este fosse um
texto sobre jaqueta jeans, mas não é.
            “Se prepare, Ruth, a agressividade nas redes sociais é algo
que você não pode imaginar.”
            Foi o que me disseram pouco antes da estreia do blog. Eu,
�ngindo não estar com medo, balancei a cabeça positivamente
como quem diz “tô sabendo, tô sabendo”. Mas como diria
Compadre Washington, “sabe de nada, inocente”.
            No meu segundo texto, quase desisti de tudo. Eu
realmente não tinha dimensão do nível sem cabimento que as
pessoas poderiam atingir para atacar algo que na maioria das
vezes nem mesmo as provocou.
            Há muito tempo venho tentando digerir, mas não consigo.
Achava que a agressividade 2vinha só de alguns leitores meio
pancadas. Engano meu. Ela vem de todo lado: de quem lê, de
quem não lê, de quem lê só o título e 3até de quem escreve.
            E eu pensava que isso acontecia porque o computador
torna as pessoas intocáveis, assim como os carros e que por isso
elas canalizavam toda sua agressividade nas redes sociais ou no
trânsito.
            Engano meu. Tá generalizado, como uma peste que se
espalha pelo país e ninguém faz nada para conter. Mesa de bar,
�la da farmácia, ponto do ônibus. Discursos de ódio e ignorância
estão por toda parte.
            Acho que existe um erro de conceito. As pessoas passaram
a utilizar a agressividade como um artifício para aumentar a
própria autoestima.
            Como as pessoas se sentem politizadas? Sendo
agressivas.
            Como as pessoas se sentem informadas? Sendo
agressivas.
            Como as pessoas se sentem engraçadas? Sendo
agressivas.
            Como as pessoas se sentem menos ignorantes? Sendo
agressivas.
            Entendam: 4pessoas inteligentes não jogam pedras. E
pessoas equilibradas não berram, nem mesmo via caps lock.
            Sempre me vem à mente aquela passagem de Sagarana,
em que Augusto Matraga 5diz que vai para o céu “nem que seja a
porrete”. As pessoas tentam reduzir a violência com
agressividade. Tentam melhorar o país com agressividade.
Tentam educar seus �lhos com agressividade. Tentam fazer
justiça amarrando pessoas em postes.
            “Pra pedir silêncio eu berro, pra fazer barulho eu mesma
faço”. 6Será que um dia essa gente vai entender que o antônimo
de agressividade não é passividade? Mas é assim que tá sendo.
            Porque argumentar dá muito trabalho. Pesquisar então,
nem se fala. Articular um discurso está fora de questão. Tentar
persuadir é bobagem. E tolerar... Tolerar é um verbo morto.
Agressividade is the new black.
(Disponível em: https://emais.estadao.com.br/blogs/ruth-
manus/agressividade-is-the-new-black/ - Acesso em
28/08/2020)
(G1 - epcar (Cpcar) 2021)  O título do texto faz referência a uma
expressão da língua inglesa que, no contexto utilizado, aponta
para
a) a tentativa da autora de a�rmar que, no Brasil, a agressividade
tornou-se um problema generalizado e sem solução.   
b) o comportamento do brasileiro de apresentar uma postura
racista nas redes sociais.   
c) a capacidade irrestrita das pessoas de não aceitação de
convivência pací�ca com o inusitado e inesperado.  
d) a postura, insistente, difundida entre os brasileiros que não
reconhecem a tolerância como conduta a ser praticada.  
Exercício 18
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O QUE É INTOLERÂNCIA
1A palavra “intolerância” vem do latim intolerantia, que signi�ca
impaciência, incapacidade de suportar, falta de condescendência
e de compreensão. 2Também compreende o sentido de in�exível,
rígido e que não admite opinião ou posição divergente. No sentido
oposto, “tolerância” foi de�nida pela Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como “o
respeito, a aceitação e o apreço da riqueza e da diversidade das
culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de
nossas maneiras de exprimir nossa qualidade de seres humanos”.
(...)
Um interessante entendimento das razões da intolerância é o da
antropóloga francesa Françoise Héritier (1933-2017). Segundo
ela, a intolerância está associada à di�culdade de 3reconhecer a
expressão da condição humana no que nos é absolutamente
diverso. Ser intolerante seria "restringir a de�nição de humano
aos membros do grupo; 4os outros, sendo não humanos, podem
ser tratados como tais". 5Está aí uma das chaves para a
compreensão das causas do aumento da intolerância nos últimos
tempos.
(...)
(Disponível em:
http://conhecimentocerebral1.blogspot.com/2018/06/atualidades-
vestibular-e-enem-dossie.html - Acesso em 28/08/2020)
(G1 - epcar (Cpcar) 2021)  De acordo com o texto, na
compreensão da antropóloga francesa Françoise Héritier, a
intolerância caracteriza-se pela
a) incapacidade de conviver com indivíduos semelhantes.   
b) di�culdade de aceitação do que é considerado, entre membros
do grupo, inumano.   
c) inaptidão de reconhecimento do comportamento similar entre
os humanos.  
d) aceitação irrestrita de comportamentos heterogêneos entre os
humanos.   
Exercício 19
(Ufrgs 2020)  Um tema em Quarto de despejo é encontrado
também no poema “O bicho”, de Manuel Bandeira, transcrito a
seguir.
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Assinale a alternativa que identi�ca esse tema recorrente nas
duas obras.
a) A revolta e a indignação daqueles que sofrem a miséria e a
marginalização social.   .   
b) O problema da fome, que avilta a dignidade humana.   
c) A aceitação da pobreza, que se tornou uma condição inerente
às sociedades modernas.   
d) A esperança como forma de enfrentar o sofrimento da fome e
de garantir a sobrevivência.  
e) O ato de escrever funciona como modo de driblar a fome.
Exercício 20
(Enem 2020)  Retrato de homem
A paisagem estrita
ao apuro do muro
feito vértebra a vértebra
e escuro.
A geração dos pelos
sobre a casca e os rostos
em seus diques de sombra
repostos.
Os poços com seu lodo
de ira e de tensão:
entre cimento e fronte
– um vão.
As setas se atiram
às margens de ninguém,
ilesas a si mesmas
retêm.
Compassos de evasão
entre falange e rua
sondando a solitude
nua.
E na armadura de coisa
salobra, um só segredo:
a polpa toda é fruição
de medo.
ARAÚJO, L.C. Cantochão. Belo Horizonte: Imprensa Publicações –
Governo do Estado de Minas Gerais, 1967.
No poema, a descrição lírica do objeto representado é orientada
por um olhar que
a) desvela sentimentos de vazio e angústia sob a aparente
austeridade.   
b) expressa desilusão ante a possibilidade de superação do
sofrimento.   
c) contrapõe a fragilidade emocional ao uso desmedido da força
física.   
d) associa a incomunicabilidade emocional às determinações
culturais.  
e) privilegia imagens relacionadas à exposição do dinamismo
urbano.  
Exercício 21
(Unicamp 2020)  O poema abaixo vem impresso na orelhado
livro Psia, de Arnaldo Antunes.
Psia é feminino
de psiu;
que serve para chamar a atenção
de alguém, ou para pedir
silêncio.
Eu berro as palavras
no microfone
da mesma maneira com que
as desenho, com cuidado,
na página.
Para transformá-las em coisas,
em vez de substituírem
as coisas.
Calos na língua; de calar.
Alguma coisa entre a piscina e a pia.
Um hiato a menos.
(Arnaldo Antunes, Psia. São Paulo: Iluminuras, 2012.)
Na orelha do livro, Antunes apresenta ao leitor seu processo de
criação poética. É correto dizer que o autor se propõe a
a) revelar a primazia da comunicação oral sobre a escrita das
palavras.   
b) discutir a �exão de gênero, que torna a palavra “psia” um
substantivo.  
c) defender a conversão das palavras em coisas, mudando seu
estatuto.  
d) explorar o poder de representação da interjeição exclamativa
“psiu!”.
Exercício 22
(Famerp 2020)  Considere a tirinha Gar�eld, de Jim Davis.
O pronome “este”, no terceiro quadrinho,
a) refere-se ao presente do personagem, em que não há diversão.
b) retoma o sentido das palavras “o mundo”.   
c) refere-se ao período em que o mundo diverte o personagem.   
d) aponta para um momento em que o desejo do personagem se
realizaria.  
e) retoma o sentido da frase “o mundo existe para me divertir”.   
Exercício 23
(Ufjf-pism 1 2020)  O que é um meme?
Por Nova Escola
02/06/2015
Você sabia que o criador do termo é um biólogo que não estava
nem aí para a cultura digital? O renomado (e polêmico) biólogo
britânico Richard Dawkins, um dos principais cientistas que
estuda a evolução das espécies, esteve na Editora Abril na
semana passada para uma palestra e explicou a origem do
conceito, cunhado em seu best-seller O gene egoísta, de 1976.
O livro O gene egoísta popularizou a ideia de que a seleção
natural acontece a partir dos genes. Eles “buscam” a
sobrevivência, por meio de corpos capazes de sobreviver e de se
reproduzir (para replicar os genes). O biólogo contou que queria
terminar o livro com a proposta de que a cultura também se
espalha como os genes. O meme é o equivalente cultural do
gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por
meio da imitação.
Sobre o uso do termo para descrever os virais da internet, ele
disse que não se importa com a apropriação: “A internet é um
fenômeno novo, que não existia quando eu criei o meme. É um
belo ambiente para o meme espalhar!”, disse.
Texto adaptado. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/4629/o-que-e-um-meme#.
Acesso em: 18 jul. 2019.
Com base no texto, pode-se dizer que meme:
a) É um termo recente, criado no contexto da internet, para
nomear conteúdos digitais satíricos, que apresentam a
característica de se propagar rapidamente.    
b) É um termo criado fora do contexto da internet para descrever
informações genéticas que são capazes de se espalhar
rapidamente de um organismo para outro.   
c) É um termo que, embora nascido fora do contexto da internet,
foi aplicado ao mundo multimídia pelo próprio criador do termo,
através de uma comparação do conceito de gene na biologia.   
d) É um termo proposto fora do contexto da internet, sendo uma
analogia ao conceito biológico de gene, em alusão à sua
capacidade de se propagar de um indivíduo para outro.  
e) É um termo de origem grega, cunhado por um biólogo, para
nomear conteúdos culturais que se propagam, exclusivamente
pela internet, através das redes sociais.  
Exercício 24
(Ufjf-pism 1 2020)  Texto 1
Quer virar um gênio da web? Saiba como criar seu meme para
WhatsApp
Por Márcio Padrão
27/10/2018
No princípio, era o verbo. Depois, o e-mail, o link e o website.
Logo em sequência, o GIF do bebê dançando, um dos primeiros
memes da internet. Desde então, essa forma de comunicação dos
novos tempos se alastrou como um tsunami em todas as nossas
conversas e redes sociais. Mas e você? Já fez algum meme?
Memes são conteúdos multimídia que se espalham (viralizam)
rapidamente, recriando fatos ou algum conteúdo original com um
propósito humorístico ou de sátira. Tudo vira meme na mão do
povão: uma cena importante de "Game of Thrones", um discurso
político, uma derrota de um time de futebol ou uma foto bizarra
de um anônimo.
A graça dele é que justamente qualquer um com uma boa sacada
pode criar um meme ou participar de um que já está rolando na
web. Se você quer fazer um, lembre-se de que um bom meme
geralmente possui essas características, segundo o site "Thrillist":
Mensagem simples e e�ciente
É preciso que a frase/imagem/áudio/legenda/GIF/vídeo traga uma
mensagem curta e clara, e com referências e contexto fáceis de
identi�car. De preferência, sobre algo que ainda esteja fresco na
memória das pessoas. Por isso, o autor do meme também deve
ser rápido se quiser "surfar" no assunto do momento.
Evolução
O meme não pode permanecer estático; seu sinal de sucesso é
que ele deve ser adotado e constantemente recriado pelo grande
público, ou pelo menos por seu público-alvo.
Maleabilidade
Ele deve ter em si elementos que ajudem em sua própria
evolução, com detalhes que podem ser alterados, mas mantendo
o núcleo da ideia original. Por exemplo: se o meme for o de uma
placa de aviso com uma frase, que seja possível trocar a frase por
outra diferente sem que polua demais a imagem original.
Efeito
E o mais importante: tem que atingir um certo nível de
popularidade e compreensão. Em poucas palavras, tem que
causar reação e interesse imediato nas pessoas, além de atiçar
nelas o interesse de repassar o meme ou de fazer outros
parecidos.
Texto adaptado. Disponível em:
https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/redacao/2018/10/27/como-
criar-seu-memeparawhatsapp.htm . Acesso em: 18 jul. 2019.
Texto 2
O que é um meme?
Por Nova Escola
02/06/2015
Você sabia que o criador do termo é um biólogo que não estava
nem aí para a cultura digital? O renomado (e polêmico) biólogo
britânico Richard Dawkins, um dos principais cientistas que
estuda a evolução das espécies, esteve na Editora Abril na
semana passada para uma palestra e explicou a origem do
conceito, cunhado em seu best-seller O gene egoísta, de 1976.
O livro O gene egoísta popularizou a ideia de que a seleção
natural acontece a partir dos genes. Eles “buscam” a
sobrevivência, por meio de corpos capazes de sobreviver e de se
reproduzir (para replicar os genes). O biólogo contou que queria
terminar o livro com a proposta de que a cultura também se
espalha como os genes. O meme é o equivalente cultural do
gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por
meio da imitação.
Sobre o uso do termo para descrever os virais da internet, ele
disse que não se importa com a apropriação: “A internet é um
fenômeno novo, que não existia quando eu criei o meme. É um
belo ambiente para o meme espalhar!”, disse.
Texto adaptado. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/4629/o-que-e-um-meme#.
Acesso em: 18 jul. 2019.
A partir da relação entre o Texto 1 e o Texto 2, podemos dizer
que ambos conferem ao meme a seguinte característica:
a) Difusão cultural, sendo capaz de se propagar entre as pessoas.
b) Efeito humorístico, sendo capaz de causar riso nas pessoas.   
c) Natureza crítica, sendo capaz de apontar problemas sociais.  
d) Aspecto informativo, servindo como divulgador de notícias.  
e) Natureza biológica, fazendo parte da constituição genética das
pessoas.  
Exercício 25
(Enem 2020)  Uma das mais contundentes críticas ao discurso da
aptidão física relacionada à saúde está no caráter eminentemente
individual de suas propostas, o que serve para obscurecer outros
determinantes da saúde. Ou seja, costuma-se apresentar o
indivíduo como o problema e a mudança do estilo de vida como a
solução. Argumenta-se ainda que o movimento da aptidão física
relacionada à saúde considera a existência de uma cultura
homogênea na qual todos seriam livres para escolher seus estilos
de vida, o que não condiz com a realidade. O fato é que vivemos
numa sociedade divididaem classes sociais, na qual nem todas as
pessoas têm condições econômicas para adotar um estilo de vida
ativo e saudável. Há desigualdades estruturais com raízes
políticas, econômicas e sociais que di�cultam a adoção desses
estilos de vida.
FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física
escolar; ampliando o enfoque. RBCE, n. 2. jan. 2001 (adaptado).
Com base no texto, a relação entre saúde e estilos de vida
a) constrói a ideia de que a mudança individual de hábitos
promove a saúde.     
b) considera a homogeneidade da escolha de hábitos saudáveis
pelos indivíduos.   
c) reforça a necessidade de solucionar os problemas de saúde da
sociedade com a prática de exercícios.   
d) problematiza a organização social e seu impacto na mudança
de hábitos dos indivíduos.  
e) reproduz a noção de que a melhoria da aptidão física pela
prática de exercícios promove a saúde.
Exercício 26
(Enem 2020)  Em 2000 tivemos a primeira experiência do futebol
feminino em um jogo de videogame, o Mia Hamm Soccer. Doze
anos depois, uma petição on-line pedia que a EA Sports incluísse
o futebol feminino no Fifa 13. Contudo, só em 2015, com uma
nova petição on-line, que arrecadou milhares de assinaturas,
tivemos o futebol feminino incluído no Fifa 16. Vendo um nicho
de mercado inexplorado, a EA Sports produziu o jogo com 12
seleções femininas e o apresentou como inovação. A empresa
sabe que mais de 40% dos praticantes de futebol nos EUA são
meninas. Para elas, ver o futebol feminino representado em um
jogo de videogame é extremamente importante. Ter o futebol
feminino no Fifa 16 é um grande passo para a sua popularização
na luta pela igualdade de gênero, num contexto machista, sexista,
misógino e homofóbico.
Disponível em: www.ludopedio.com.br. Acesso em: 5 jun. 2018
(adaptado).
Os jogos eletrônicos presentes na cultura juvenil podem
desempenhar uma relevante função na abordagem do futebol ao
a) disseminarem uma modalidade, promovendo a igualdade de
gênero.   
b) superarem jogos malsucedidos no mercado, lançados
anteriormente.   
c) inovarem a modalidade com novas ofertas de jogos ao
mercado.   
d) explorarem nichos de mercado antes ignorados, produzindo
mais lucro.  
e) reforçarem estereótipos de gênero masculino ou feminino nos
esportes.   
Exercício 27
(Enem 2020)  LUTA: prática corporal imprevisível, caracterizada
por determinado estado de contato proposital, que possibilita a
duas ou mais pessoas se enfrentarem numa constante troca de
ações ofensivas e/ou defensivas, regida por regras, com o objetivo
mútuo sobre um alvo móvel personi�cado no oponente.
GOMES, M. S. P. et al. Ensino das lutas: dos princípios
condicionais aos grupos situacionais. Movimento, n. 2, abr.-jun.
2010 (adaptado).
De acordo com o texto, podemos identi�car uma abordagem das
lutas nas aulas de educação física quando o professor realiza uma
proposta envolvendo
a) contato corporal intenso entre o aluno e seu oponente.   
b) contenda entre os alunos que se agridem �sicamente.   
c) confronto corporal em que os vencedores são previamente
identi�cados.   
d) combate corporal intencional com ações regulamentadas entre
os oponentes.  
e) con�ito resolvido pelos alunos por meio de regras previamente
estabelecidas.   
Exercício 28
(Enem 2019)  Com o enredo que homenageou o centenário do Rei
do Baião, Luiz Gonzaga, a Unidos da Tijuca foi coroada no
Carnaval 2012.
À penúltima escola a entrar na Sapucaí, na segunda noite de
des�les, mergulhou no universo do cantor e compositor brasileiro
e trouxe a cultura nordestina com criatividade para a Avenida,
com o enredo O dia em que toda a realeza desembarcou na
Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão.
Disponível em: www.cultura.rj.gov.br. Acesso em: 15 maio 2012
(adaptado).
A notícia relata um evento cultural que marca a
.   
a) primazia do samba sobre a música nordestina.   
b) inter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros.   
c) valorização das origens oligárquicas da cultura nordestina.   
d) proposta de resgate de antigos gêneros musicais brasileiros.  
e) criatividade em compor um samba-enredo em homenagem a
uma pessoa.   
Exercício 29
(Enem 2019)  Mídias: aliadas ou inimigas da educação física
escolar?
No caso do esporte, a mediação efetuada pela câmera da TV
construiu uma nova modalidade de consumo: o esporte
telespetáculo, realidade textual relativamente autônoma face à
prática “real” do esporte, construída pela codi�cação e mediação
dos eventos esportivos efetuados pelo enquadramento, edição
das imagens e comentários, interpretando para o espectador o
que ele está vendo. Esse fenômeno tende a valorizar a forma em
relação ao conteúdo, e para tal faz uso privilegiado da linguagem
audiovisual com ênfase na imagem cujas possibilidades são
levadas cada vez mais adiante, em decorrência dos avanços
tecnológicos. Por outro lado, a narração esportiva propõe uma
concepção hegemônica de esporte: esporte é esforço máximo,
busca da vitória, dinheiro... O preço que se paga por sua
espetacularização é a fragmentação do fenômeno esportivo. A
experiência global do ser-atleta é modi�cada: a socialização no
confronto e a ludicidade não são vivências privilegiadas no
enfoque das mídias, mas as eventuais manifestações de violência,
em partidas de futebol, por exemplo, são exibidas e reexibidas
em todo o mundo.
BETTI, M. Motriz, n. 2, jul.-dez. 2001 (adaptado).
A re�exão trazida pelo texto, que aborda o esporte telespetáculo,
está fundamentada na
a) distorção da experiência do ser-atleta para os espectadores.   
b) interpretação dos espectadores sobre o conteúdo transmitido.  
c) utilização de equipamentos audiovisuais de última geração.   
d) valorização de uma visão ampliada do esporte.  
e) equiparação entre a forma e o conteúdo.   
Exercício 30
(Enem 2019)  Expostos na web desde a gravidez
Mais da metade das mães e um terço dos pais ouvidos em uma
pesquisa sobre compartilhamento paterno em mídias sociais
discutem nas redes sociais sobre a educação dos �lhos. Muitos
são pais e mães de primeira viagem, frutos da geração Y (que
nasceu junto com a internet) e usam esses canais para saberem
que não estão sozinhos na empreitada de educar uma criança. Há,
contudo, um risco no modo como as pessoas estão
compartilhando essas experiências. É a chamada exposição
parental exagerada, alertam os pesquisadores.
De acordo com os especialistas no assunto, se você compartilha
uma foto ou vídeo do seu �lho pequeno fazendo algo ridículo, por
achar engraçadinho, quando a criança tiver seus 11, 12 anos,
pode se sentir constrangida. A autoconsciência vem com a idade.
A exibição da privacidade dos �lhos começa a assumir uma
característica de linha do tempo e eles não participaram da
aprovação ou recusa quanto à veiculação desses conteúdos.
Assim, quando a criança cresce, sua privacidade pode já estar
violada.
OTONI, A. C. O Globo, 31 mar. 2015 (adaptado).
Sobre o compartilhamento parental excessivo em mídias sociais,
o texto destaca como impacto o(a)
a) interferência das novas tecnologias na comunicação entre pais
e �lhos.   
b) desatenção dos pais em relação ao comportamento dos �lhos
na internet.      
c) distanciamento na relação entre pais e �lhos é provocado pelo
uso das redes sociais.   
d) fortalecimento das redes de relações decorrente da troca de
experiências entre as famílias.
e) desrespeito à intimidade das crianças cujas imagens têm sido
divulgadas nas redes sociais.
Exercício 31
(Enem 2019)  TEXTO I
O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e 56 no
primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias de
violação de direitos dos idosos em todo o País.
Para especialistas da área, o aumento no número de denúncias
pode ser consequência do encorajamento dos mais velhos na
busca pelos direitos. Mas também pode re�etir uma onda
crescente de violência na sociedade e dentro das próprias
famílias.
Políticas públicas mais e�cazes no atendimento ao idoso são o
mínimoque um país deve estabelecer. O Brasil está �cando para
trás e é preciso levar em consideração que o País envelhece
(tendência mundial) sem estar preparado para arcar com os
desa�os, como criar uma rede de proteção, preparar os serviços
de saúde pública e dar suporte às famílias que precisam cuidar de
seus idosos dependentes,
Disponível em: www.folhadelondrina.com.br.
Acesso em: 9 dez. 2018 (adaptado).
TEXTO II
Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do
Estatuto do Idoso
a) apresentam vantagens em relação às de outros países.   
b) são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos.    
c) alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos.
d) precisam ser revistas em razão do envelhecimento da
população.  
e) contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo País.
Exercício 32
(Enem 2019)  Na semana passada, os alunos do colégio do meu
�lho se mobilizaram, através do Twitter, para não comprarem na
cantina da escola naquele dia, pois acharam o preço do pão de
queijo abusivo São adolescentes. Quase senhores das novas
tecnologias, transitam nas redes sociais, varrem o mundo através
dos teclados dos celulares, iPads e se organizam para fazer um
movimento pací�co de não comprar lanches por um dia. Foi parar
na TV e em muitas páginas da internet
GOMES, A. A revolução silenciosa e o Impacto na sociedade das
redes sociais. Disponível em: www.hsm.com.br.
Acesso em: 31 jul. 2012
O texto aborda a temática das tecnologias da informação e
comunicação, especi�camente o uso de redes sociais. Muito se
debate acerca dos benefícios e malefícios do uso desses recursos
e, nesse sentido, o texto
a) aborda a discriminação que as redes sociais sofrem de outros
meios de comunicação.   
b) mostra que as reivindicações feitas nas redes sociais não têm
impacto fora da internet.    
c) expõe a possibilidade de as redes sociais favorecem
comportamentos e manifestações violentos dos adolescentes que
nela se relacionam.   
d) trata as redes sociais como modo de agregar e empoderar
grupos de pessoas, que se unem em prol de causas próprias ou
de mudanças sociais.  
e) evidencia que as redes sociais são usadas inadequadamente
pelos adolescentes, que, imaturos, não utilizam a ferramenta
como forma de mudança social.
Exercício 33
(Enem 2018)  o que será que ela quer
essa mulher de vermelho
alguma coisa ela quer
pra ter posto esse vestido
não pode ser apenas
uma escolha casual
podia ser um amarelo
verde ou talvez azul
mas ela escolheu vermelho
ela sabe o que ela quer
e ela escolheu vestido
e ela é uma mulher
então com base nesses fatos
eu já posso a�rmar
que conheço o seu desejo
caro watson, elementar:
o que ela quer sou euzinho
sou euzinho o que ela quer
só pode ser euzinho
o que mais podia ser
FREITAS, A. Um útero é do tamanho de um punho. São Paulo:
Cosac Naify, 2013.
No processo de elaboração do poema, a autora confere ao eu
lírico uma identidade que aqui representa a
a) hipocrisia do discurso alicerçado sobre o senso comum.    
b) mudança de paradigmas de imagem atribuídos à mulher.    
c) tentativa de estabelecer preceitos da psicologia feminina.      
d) importância da correlação entre ações e efeitos causados.   
e) valorização da sensibilidade como característica de gênero.  
Exercício 34
(Enem 2018)
A internet proporcionou o surgimento de novos paradigmas
sociais e impulsionou a modi�cação de outros já estabelecidos
nas esferas da comunicação e da informação. A principal
consequência criticada na tirinha sobre esse processo é a
a) criação de memes.    
b) ampliação da blogosfera.    
c) supremacia das ideias cibernéticas.    
d) comercialização de pontos de vista.   
e) banalização do comércio eletrônico.   
Exercício 35
(Fuvest 2021)
O efeito de humor presente nas falas das personagens decorre:
a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia.
b) da ambiguidade causada pela antonímia.
c) do contraste provocado pela fonética.
d) do contraste introduzido pela neologia.
e) do estranhamento devido à morfologia.
Exercício 36
(Ueg 2020)  Observe a tirinha a seguir.
O sentido global da tirinha é constituído a partir de uma relação:
a) sociolinguística, baseada numa variante linguística
incompatível com a fala de crianças.
b) antonímica, que se estabelece contextualmente entre as
palavras “muros” e “pontes”.
c) sintática, expressa pelo uso da construção adversativa no
primeiro quadrinho.
d) dialógica, devido à negação enfática da personagem no
segundo quadrinho.
e) morfológica, que se manifesta pela formação do diminutivo de
“tijolinho”.
Exercício 37
(Enem 2020)  DECRETO N. 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE
2007
Demite o Gerúndio do Distrito Federal
e dá outras providências.
            O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das
atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da Lei
Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:
Art. 1º Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo
do Distrito Federal.
Art. 2º Fica proibido, a partir desta data, o uso do gerúndio para
desculpa de INEFICIÊNCIA.
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 28 de setembro de 2007.
119º da República e 48º de Brasília
Disponível em: www.dodf.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2017.
Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerúndio, como
“desculpa de ine�ciência”, indica
a) conclusão de uma ação.
b) realização de um evento.
c) repetição de uma prática. 
d) continuidade de um processo. 
e) transferência de responsabilidade.
Exercício 38
(Fuvest 2020)  Leia o trecho extraído de uma notícia veiculada na
internet:
“O carro furou o pneu e bateu no meio �o, então eles foram
obrigados a parar. O refém conseguiu acionar a população, que
depois pegou dois dos três indivíduos e tentaram linchar eles. O
outro conseguiu fugir, mas foi preso momentos depois por uma
viatura do 5º BPM”, a�rmou o major.
Disponível em https://www.gp1.com.br/.
No português do Brasil, a função sintática do sujeito não possui,
necessariamente, uma natureza de agente, ainda que o verbo
esteja na voz ativa, tal como encontrado em:
a) “O carro furou o pneu”.
b) “e bateu no meio �o”.
c) “O refém conseguiu acionar a população”.
d) “tentaram linchar eles”.
e) “a�rmou o major”.
Exercício 39
(Unicamp 2020)  “(...) as palavras tomam signi�cados distintos
daqueles utilizados no cotidiano. Por exemplo, utiliza-se, com
frequência, nas aulas sobre frações, a frase reduzir ao mesmo
denominador."
(Edi Jussara Candido Lorensatti, Linguagem matemática e Língua
Portuguesa: diálogo necessário na resolução de problemas
matemáticos. Conjectura: Filoso�a e Educação. Caxias do Sul, v.
14, n. 2, p. 91, maio/ago. 2009.)
Cada ciência usa uma linguagem própria e com um grau de
precisão terminológica necessário para o seu exercício. Tendo em
vista os signi�cados distintos que as palavras assumem nas
situações concretas em que são empregadas, o verbo “reduzir”,
no uso cotidiano, signi�ca
a) limitar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é
sinônimo de restringir.   
b) moderar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática
implica aumentar as relações entre os números.
c) eliminar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática
implica reverter as relações entre os números.
d) diminuir alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática
é sinônimo de converter.
Exercício 40
(G1 - cftmg 2020)  O su�xo -inho exprime um tom de crítica na
passagem:
a) Eu, meu Deusinho, �caria tão feliz de ser o escolhido! (p.36).
b) A saudade da Mayumi, mesmo sem diminuir nem um tiquinho,
deixou de ser tão doída. (p. 134).
c) [...] até onde era possível saber, não tinha nenhum con�dente
no mundinho acadêmico. (p. 51).
d) Calei a minha boca na hora. Lembro direitinho. Aprendi de uma
vez por todas. Não adiantava calar a tristeza. (p. 139).
Exercício 41
(Enem 2020)  O ouro do século 21
Cério, gadolínio, lutécio, promécioe érbio; sumário, térbio e
disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes esquisitos e
pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de
futebol, que ainda teria no banco de reservas lantânio, neodímio,
praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais,
chamados de terras-raras, fazem parte da vida de quase todos os
humanos do planeta. Chamados por muitos de “ouro do século
21”, “elementos do futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles estão
nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de
computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos,
baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o
Brasil, dono da segunda maior reserva do mundo desses metais,
parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em
retomar sua exploração.
SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br. Acesso
em: 6 dez. 2017 (adaptado).
As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas
intencionalmente pelo autor do texto para
a) imprimir um tom irônico à reportagem.
b) incorporar citações de especialistas à reportagem.
c) atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
d) esclarecer termos cientí�cos empregados na reportagem.
e) marcar a apropriação de termos de outra ciência pela
reportagem.
Exercício 42
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Psicanálise do açúcar
O açúcar cristal, ou açúcar de usina,
mostra a mais instável das brancuras:
quem do Recife sabe direito a quanto,
e apouco desse quanto, que ela dura.
Sabe a mínimo do pouca que a cristal
se estabiliza cristal sobre a açúcar,
por cima da fundo antiga, de mascavo,
da mascava barrenta que se incuba;
e sabe que tudo pode romper a mínima
em que o cristal é capaz de censura:
pois a tal fundo mascavo logo a�ara
quer inverno ou verão mele o açúcar.
Só os banguês* que-ainda purgam ainda
o açúcar bruto com barro, de mistura;
a usina já não a purga: da infância,
não de depois de adulto, ela o educa;
em enfermarias, com vácuos e turbinas,
em mãos de metal de gente indústria,
a usina o leva a sublimar em cristal
o pardo do xarope: não o purga, cura.
Mas como a cana se cria ainda hoje,
em mãos de barro de gente agricultura,
o barrento da pré-infância logo a�ora
quer inverno ou verão mele o açúcar.
João Cabral de Meio Neto, A Educação pela Pedra.
*banguê: engenho de açúcar primitivo movido a força animal.
(Fuvest 2021)  Na oração “que ela dura” (v. 4), o pronome
sublinhado
a) não tem referente.   
b) retoma a palavra “usina” (v. 1).   
c) pode ser substituído por “ele”, referindo-se a “açúcar” (v. 1).   
d) refere-se à “mais instável das brancuras” (v. 2).   
e) equivale à palavra “censura” (v. 10).   
Exercício 43
(G1 - cftmg 2020)  – No futuro, ao mapear o cérebro das pessoas
cienti�camente, poderemos saber se o acusado de um crime está
mentindo ao se declarar inocente.
Achei aquilo impressionante. Primeiro, porque era impressionante
em si, e depois, porque eu não conseguia imaginá-la fazendo algo
assim. Parecia um ramo de estudo excessivamente futurista para
a minha princesa oriental. Seu interesse no assunto, contudo, era
evidentemente sincero.
LACERDA, Rodrigo. O Fazedor de Velhos. São Paulo: Companhia
das Letras, 2017. p. 84.
O termo em destaque pode ser substituído, sem alterar o sentido
do texto, por
a) portanto.
b) todavia.
c) então.
d) assim.
Exercício 44
(G1 - ifpe 2020) 
O uso da função apelativa é predominante nas campanhas
comunitárias. O texto, produzido pelo Ministério Público de Goiás,
reforça essa função ao priorizar o protagonismo do interlocutor.
Isso pode ser comprovado a partir do uso
a) da logomarca do Ministério Público.
b) de verbos no imperativo.
c) da imagem no centro do texto.
d) de letras com formatação diferente.
e) do número telefônico que receberá a denúncia.
Exercício 45
Trecho da peça teatral A raposa e as uvas, escrita por Guilherme
de Figueiredo. A cena ocorre na cidade de Samos (Grécia antiga),
na casa de Xantós, um �lósofo grego, que recebe o convidado
Agnostos, um capitão ateniense. O jantar é servido por Esopo e
Melita, escravos de Xantós.
(Entra Esopo, com um prato que coloca sobre a mesa. Está
coberto com um pano. Xantós e Agnostos se dirigem para a
mesa, o primeiro faz ao segundo um sinal para sentarem-se.)
XANTÓS (Descobrindo o prato) – Ah, língua! (Começa a comer
com as mãos, e faz um sinal para que Melita sirva Agnostos.
1Este também começa a comer vorazmente, dando grunhidos de
satisfação.) Fizeste bem em trazer língua, Esopo. 2É realmente
uma das melhores coisas do mundo. (Sinal para que sirvam o
vinho. Esopo serve, Xantós bebe.) Vês, estrangeiro, de qualquer
modo é bom possuir riquezas. Não gostas de saborear 3esta
língua e 4este vinho?
AGNOSTOS (A boca entupida, comendo) – Hum.
XANTÓS – Outro prato, Esopo. (Esopo sai à esquerda e volta
imediatamente com outro prato coberto. 5Serve, Xantós de boca
cheia.) Que é isto? Ah, língua de fumeiro! É bom língua de
fumeiro, hein, amigo?
AGNOSTOS – Hum. (Xantós serve-se de vinho) /.../ XANTÓS (A
Esopo) Serve outro prato. (Serve) Que trazes aí?
ESOPO – Língua.
XANTÓS – 6Mais língua? Não te disse que trouxesse o 7que há
de melhor para meu hóspede? Por que só trazes língua? Queres
expor-me ao ridículo?
ESOPO – Que há de melhor do que a língua? A língua é o que nos
une todos, quando falamos. Sem a língua nada poderíamos dizer.
A língua é a chave das ciências, o órgão da verdade e da razão.
Graças à língua dizemos o nosso amor. Com a língua 8se ensina,
9se persuade, 10se instrui, 11se reza, 12se explica, 13se canta,
14se descreve, 15se elogia, 16se mostra, 17se a�rma. É com a
língua que dizemos sim. É a língua que ordena os exércitos à
vitória, é a língua que desdobra os versos de Homero. A língua
cria o mundo de Ésquilo, a palavra de Demóstenes. Toda a Grécia,
Xantós, das colunas do Partenon às estátuas de Pidias, dos
deuses do Olimpo à glória sobre Tróia, da ode do poeta ao
ensinamento do �lósofo, toda a Grécia foi feita com a língua, a
língua de belos gregos claros falando para a eternidade.
XANTÓS (Levantando-se, entusiasmado, já meio ébrio) – Bravo,
Esopo. Realmente, tu nos trouxeste o que há de melhor. (Toma
outro saco da cintura e atira-o ao escravo) Vai agora ao mercado,
e traze-nos o que houver de pior, pois quero ver a sua sabedoria!
(Esopo retira-se à frente com o saco, Xantós fala a Agnostos.)
Então, não é útil e bom possuir um escravo assim?
AGNOSTOS (A boca cheia) – Hum. /.../ (Entra Esopo com prato
coberto)
XANTÓS – 18Agora que já sabemos o que há de melhor na terra,
vejamos o que há de 19pior na opinião deste horrendo escravo!
Língua, 20ainda? Mais língua? 21Não disseste que língua era o
que havia de melhor? Queres ser espancado?
ESOPO – A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte
de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de
todas as discussões. É a língua que usam os maus poetas que nos
fatigam na praça, é a língua que usam os �lósofos que não sabem
pensar. É a língua que mente, que esconde, que tergiversa, que
blasfema, que insulta, que se acovarda, que se mendiga, que
impreca, que 22bajula, que 23destrói, que 24calunia, que vende,
que seduz, é com a língua que dizemos morre e canalha e corja. É
com a língua que dizemos não. Com a língua Aquiles mostrou sua
cólera, com a língua a Grécia vai tumultuar os pobres cérebros
humanos para toda a eternidade! Aí está, Xantós, porque a língua
é a pior de todas as coisas!
(FIGUEIREDO, Guilherme. A raposa e as uvas – peça em 3 atos.
Cópia digitalizada pelo GETEB – Grupo de Estudos e Pesquisa em
Teatro Brasileiro/UFSJ. Disponível para �ns didáticos em
www.teatroparatodosufsj.com.br/ download/guilherme-
�gueiredo-araposa-e-as-uvas-2/ Acesso em 13/03/2019.)
(Epcar (Afa) 2020)  Em relação ao estudo morfossintático do
texto, assinale a alternativa que traz uma análise correta.
a) Em “Este também começa a comer vorazmente (...)” (referência
1), o pronome “este” é anafórico e substituia personagem Xantós.
b) O vocábulo “se” (referências 8 a 17) é uma marcação de
indeterminação do sujeito.
c) O emprego do pronome “esta” (referência 3) e “este” (referência
4) demonstra que a língua e o vinho estão próximos do locutor.
d) Entre as palavras “agora” (referência 18), “pior” (referência 19),
“ainda” (referência 20) e “não” (referência 21), há advérbios
classi�cados como de tempo, intensidade e negação.
Exercício 46
O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam
as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma experiência
esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um
“infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade.
Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos
telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT
do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões
armados matando em brigas de trânsito e supermercados.
Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais
conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de
amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No
jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente
espancada, internada com diversas fraturas no rosto. Em frente ao
hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da
UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora,
repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando
alguma brecha de esperança no “outro lado” das más notícias.
(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é
que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional. Disponível
em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adota-boa-
noticia-e-que-para.html. Acessado em 01/03 /2019.)
(Unicamp 2020)  Para se referir a matérias jornalísticas televisivas
que informam e, ao mesmo tempo, entretêm os espectadores, o
autor cria um neologismo por meio de
a) derivação pre�xal.
b) composição por justaposição.
c) composição por aglutinação.
d) derivação imprópria.
Exercício 47
O soneto XIII de Via-Láctea, coleção publicada em 1888 no livro
Poesias, é o texto mais famoso da antologia, obra de estreia do
poeta Olavo Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado, suas rimas e
a escolha da forma �xa revelam rigor formal e estilístico caros ao
movimento parnasiano; o tema do poema, no entanto, entra em
colisão com o tema da literatura típica do movimento, tal como
concebido no continente europeu.
XIII
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto…
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55.
Via-Láctea. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000289.pdf>.
Acesso em: 19/08/2019.
(Ime 2020)  O vocábulo a�m ao campo semântico da palavra
“espanto”, empregada em “E abro as janelas, pálido de espanto…”
(verso 4), é
a) desequilíbrio.
b) tristeza.
c) euforia.
d) admiração.
e) distração.
Exercício 48
QUAIS SÃO OS DEVERES E DIREITOS DAS CRIANÇAS?
Essa foi a pergunta feita pela pequena leitora Vitória, de 10 anos
de idade, à Turminha do MPF (Ministério Público Federal).
Resposta do Rod, personagem da Turminha do MPF:
Olá, Vitória! Nós temos muitos direitos e deveres e existem
algumas leis que tratam só disso, como, por exemplo, o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) e a Convenção sobre os
Direitos da Criança, aprovada pela Organização das Nações
Unidas (ONU). Mas, para resumir um pouco a resposta à sua
pergunta, posso dizer alguns dos nossos direitos:
1. ter uma educação de boa qualidade;
2. ter acesso à cultura e aos meios de comunicação e informação;
3. poder brincar com outras crianças da nossa idade;
4. não ser obrigado a trabalhar como adulto;
5. ter uma boa alimentação, que dê ao nosso organismo todos os
nutrientes de que precisamos para crescer com saúde e energia;
6. receber assistência médica gratuita nos hospitais públicos
sempre que precisarmos de atendimento;
7. ser livre para ir e vir, conviver em sociedade e expressar nossas
ideias e sentimentos;
8. ter a proteção de uma família que nos ame, seja ela natural ou
adotiva, ou de um lar oferecido pelo Estado se, por infelicidade,
perdermos os nossos pais e parentes mais próximos;
9. não sofrer agressões físicas ou psicológicas por parte daqueles
que são encarregados da nossa proteção e educação ou de
qualquer outro adulto;
En�m, temos direito a uma vida digna, saudável e feliz.
Quanto aos nossos deveres, eles precisam começar pelo respeito
ao direito das pessoas com quem convivemos, pois só assim
poderemos esperar que elas também nos respeitem. Outro dever
nosso é estudar e nos preparar para a vida adulta, quando a
sociedade exigirá de nós uma série de responsabilidades que não
temos hoje, enquanto somos crianças. 1Por exemplo, trabalhar
para criar e educar nossos próprios �lhos ou para ser capaz de
votar, com discernimento, nos melhores representantes para
governar nossas cidades e nosso país.
Temos também o dever de respeitar as pessoas que são ou
pensam diferente de nós. Como cidadãos de um país democrático,
precisamos aprender, desde a infância, a lidar com as diferenças e
aceitá-las. Como fazemos isso? Não discriminando pessoas que
tenham alguma de�ciência física ou mental, as mais pobres, que
não receberam a mesma educação nem tiveram as mesmas
oportunidades que nós, ou as que são diferentes porque têm
outra religião, nacionalidade, etnia, idade, sexo, cor da pele,
orientação sexual ou outro partido político.
É nosso dever respeitar os que são diferentes, porque eles
também são cidadãos e possuem os mesmos direitos e deveres
que nós na sociedade brasileira.
Disponível em: http://www.turminha.mpf.mp.br. Acesso em: 1
ago. 2019 (adaptado).
(G1 - cp2 2020)  Por exemplo, trabalhar para criar e educar
nossos próprios �lhos ou para ser capaz de votar, com
discernimento, nos melhores representantes para governar
nossas cidades e nosso país (ref. 1)
Mantendo o mesmo sentido, o substantivo discernimento pode
ser substituído por
a) honestidade.
b) sabedoria.
c) gentileza.
d) bondade.
Exercício 49
A internet facilita a vida de quem odeia
                1Se a globalização fez com que bobagens alcançassem
escala global, a internet maximizou a expressão de ódio, de
intolerância, de 2exacerbação de preconceitos e da violência da
linguagem. Mas a internet não cria o sentimento de ódio, talvez
apenas torne mais evidente aquilo que só se daria no campo do
relacionamento pessoal.
                              3Há cem anos, se eu fosse um racista, precisaria
expressar meu racismo num livro. Para publicar um livro, eu teria
de escrevê-lo durante meses. Depois teria de revisá-lo, achar um
editor e vendê-lo. Dava muito trabalho. Hoje eu faço um post, e
com um enter, atinjo mais gente do que um livro clássico atingiria.
                      O ataque anônimo nas redes, sem o custo do ataque
pessoal, deu ao ódio do covarde uma energia muito grande. Deu-
lhe a proteção da distância física e do anonimato. O pior do ódio
social, que é universal, agora pode ser dirigido sem custos. Numa
comunidade, as relações são pessoais. Na rede, 4deletérias.
                      É errado, portanto, dizer que a internet transformou as
pessoas em odiosas. Mas é fato que ela gera mais tranquilidade
no exercício desse ódio. O enter é tão destruidor quanto qualquer
outra coisa. Antes da internet, matar dava trabalho. 5Agora,
incita-se o ódio com um clique.
            Junte a proteção do anonimatoe da distância, o senso de
identidade do ódio e acrescente um terceiro elemento importante:
posso a todo instante dialogar com todos. Isso me empodera.
Imagine se no passado alguém teria acesso ao universo de
pessoas em todo o mundo que temos hoje? Hoje, com um simples
post, posso enlamear. 6Não preciso ter mais compromisso, algo
diferente da mentira. A mentira é usada por alguém que tem
noção da verdade. Não importa saber se é verdade. O que
importa é a sua e�cácia.
KARNAL, Leandro. Todos contra todos: o ódio nosso de cada dia.
Rio de Janeiro: Leya, 2017 (adaptado).
2exacerbação: exageração; aumento.
4deletérias: prejudiciais.
(G1 - cp2 2020)  Se a globalização fez com que bobagens
alcançassem escala global... (ref. 1)
A palavra destacada no excerto acima pode ser substituída, sem
prejuízo de sentido, pelo seguinte vocábulo: 
a) tolices
b) ilusões
c) ofensas
d) brincadeiras
Exercício 50
Leia a charge do cartunista Duke para responder à(s)
questão(ões) a seguir.
(Famema 2020)  Nas perguntas do médico “Tem praticado
atividades físicas? Mudou hábitos alimentares?”, o sujeito das
orações remete a “você”. Se os sujeitos fossem “atividades físicas”
e “hábitos alimentares”, essas perguntas assumiriam, em
conformidade com a norma-padrão, a seguinte redação:
a) Têm sido praticado atividades físicas? Mudaram-se hábitos
alimentares?
b) Vêm-se praticando atividades físicas? Mudou-se hábitos
alimentares?
c) Têm sido praticadas atividades físicas? Mudaram hábitos
alimentares?
d) Atividades físicas tem sido praticadas? Mudou-se hábitos
alimentares? 
e) Atividades físicas vem sendo praticadas? Mudou hábitos
alimentares?
Exercício 51
Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir.
O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em
alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os
municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de
escolarização.
            Além de medidas que incluem formação de professores e
material didático estruturado, o governo cearense acionou um
incentivo �nanceiro: as cidades com resultados melhores recebem
fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos.
O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo
implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São
Paulo.
Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em
Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao
estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São
Paulo.
Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação
é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de
propostas palpáveis.
(“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.)
(Famema 2020)  A forma verbal sublinhada expressa ideia de
ação em processo no trecho:
a) “e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá,
Espírito Santo e São Paulo” (3º parágrafo).
b) “o governo cearense acionou um incentivo �nanceiro” (2º
parágrafo).
c) “O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em
alfabetização” (1º parágrafo).
d) “Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio
em Pernambuco” (4º parágrafo).
e) essa rede multilateral e multipartidária pela educação é
exemplo de como a sociedade pode se mobilizar” (5º parágrafo).
Exercício 52
Leia o texto de Luiz Eduardo Soares para responder à(s)
questão(ões).
Logo depois que assumi a Secretaria Nacional de Segurança, em
2003, recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da
Rocinha. Ele desejava deixar a vida de tra�cante e viajar para
longe. Tinha chegado à conclusão de que seu caminho era a
perdição: morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas. Queria
começar de novo e pedia uma chance. Tratara com respeito a
comunidade, que era, a�nal de contas, sua família. A violência, ele
a usara apenas na medida necessária à proteção de seus
negócios. Esse era seu ponto de vista, sem dúvida demasiado
edulcorado. Não obstante a possível autoidealização, o fato é que
explicitá-la, naquele contexto, não deixava de ser signi�cativo,
indicando a valorização positiva do lado certo da vida. Era um
negociante clandestino, dizia, não um criminoso selvagem: alguns
traziam uísque do Paraguai; ele vendia outras drogas.
Reivindicava uma diferença importante, no mundo do crime
carioca.
(Cabeça de porco, 2005.)
(Famerp 2020)  A forma verbal no pretérito mais-que-perfeito,
que indica uma ação, anterior a outra, ambas ocorridas no
passado, está sublinhada em:
a) “morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas”.
b) “Ele desejava deixar a vida de tra�cante”.
c) “Esse era seu ponto de vista”.
d) “recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da
Rocinha”. 
e) “Tratara com respeito a comunidade”. 
Exercício 53
João e o pé de feijão-preto
José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta
1Era uma vez um menino chamado João, que vivia com sua mãe
num casebre bem longe da cidade.
2Eles 3eram pobres, muito pobres, pobres de dar dó.
Só o que tinham era uma vaca, e viviam de vender seu leite. 4Mas,
um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma gota.
Então a mãe de João disse;
5— Meu �lho, nosso dinheiro acabou e nossa vaquinha secou. Vá
até o mercado e veja se alguém quer comprá-la.
João pegou o animal pelo cabresto e foi até a cidade. Porém,
antes que chegasse lá, um homem de cavanhaque lhe perguntou:
— Ei, garoto, não quer trocar essa vaca por um grão de feijão?
— Rá, rá, essa é boa. O senhor pensa que eu sou bobo?
— Mas é feijão mágico.
— Mágico?
— Não vou contar o que ele faz, senão estraga a surpresa. Mas é
só você plantá-lo numa noite de lua cheia e no dia seguinte vai
ver o que acontece.
João achou que era melhor ter um feijão mágico do que dinheiro, e
assim trocou sua vaca com o homem de cavanhaque.
6O menino voltou para casa todo feliz, achando que tinha feito um
ótimo negócio.
Porém, quando sua mãe viu o feijão, �cou muito triste.
— 7Você trocou nossa vaquinha por isso? Agora vamos morrer de
fome...
— Não! Este feijão é mágico!
— Não existe mágica no feijão. Você foi enganado, João.
8Desapontada, ela atirou o grão pela janela.
Mas, por uma grande coincidência, naquela noite houve uma bela
lua cheia.
Quando João acordou na manhã seguinte, viu que um enorme pé
de feijão tinha crescido no seu quintal. Era tão alto que passava
das nuvens!
O garoto não pensou duas vezes 9e começou a subir pela planta
para ver o que tinha lá em cima.
Depois de passar pela última nuvem, avistou um castelo. 10Ele
era muito grande, muitíssimo grande, muitíssimo grandíssimo! E
tinha torres pretas bem pontudas.
João andou até o castelo e passou por baixo da porta como se
fosse uma barata.
11Mal entrou, ouviu um barulho diferente: “glu-glu!”.
Olhando na direção do “glu-glu” ele viu uma enorme perua
dentro de uma gaiola de ouro. Então pensou: “Vou levar esta
perua para casa. Assim, eu e minha mãe comeremos omeletes
para sempre!”.
12João ia abrir a gaiola quando o chão começou a tremer. Pou!
Pou! Pou!
O menino se escondeu atrás de um malcheiroso cesto de roupas
sujas e quase desmaiou ao ver um gigante na sala.
Para piorar, ele cantava assim:
Fi-�-fa-fa, �-�-fó-fum,
Mau como eu só existe um.
Fi-�-fa-fa, �-�-fó-fum,
Mau como eu só existe um.
13O gigante vinha todo contente, mas então torceu o nariz e fez
“snif, snif, snif”
— Sinto o cheiro de criança! Urrou ele.
14Já chegava perto do cesto em que João se escondia quando,
ploc, a perua botou um ovo. Só que não era um ovo comum. Era
de ouro!
15O grandalhão caminhou até a gaiola, pegou o ovo e guardou-o
no bolso. Depois foi comer seu almoço, que naquele dia foi um
cavalo assado e, de sobremesa, cavalos-marinhos cobertos de
chocolate.
Então ele abriu um baita bocejo e dormiu.
Quando o gigante começou a roncar, João abriu a gaiola e
amarrou seu cinto no pescoço da ave.
Ele estava 16quase saindo do castelo, no entanto (sempre tem um
“no entanto” nas histórias) a perua fez “glu-glu” bem alto.
O gigante acordou. E com muitaraiva.
17— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife.
O menino saiu correndo com o animal e 18desceu deslizando pelo
pé de feijão-preto como se ele fosse um escorregador beeeeeeem
comprido.
Já o gigante teve que descer com calma pela planta, porque era
meio desengonçado.
Assim que chegou em casa, João gritou:
— Mãe, vamos derrubar o pé de feijão-preto! Tem um gigante
querendo me pegar!
19— O que você fez desta vez?
— Entrei no castelo dele e roubei sua perua.
— Você invade uma casa, rouba um bicho e ainda quer matar o
sujeito?
20Então a mãe de João segurou-o pelo braço e esperou que o
gigante descesse. 21Aí disse para o grandalhão:
— Senhor gigante, meu �lho agiu muito mal. Por favor, nos
desculpe. Isso não vai mais acontecer. Pode levar sua perua.
Ainda bufando de raiva, o gigante tomou a ave nos braços e pôs a
mão num dos galhos do pé de feijão.
No entanto, antes de subir, pensou: “22Puxa, eles poderiam ter
cortado o pé de feijão, mas essa mulher preferiu fazer a coisa
certa. 23Isto não acontece todos os dias. Acho que darei uma
recompensa a ela.”
E, tirando o ovo de ouro do bolso, entregou-o à mãe de João.
24— Tome, faça o que quiser com isso.
Depois, sem dizer mais nada, voltou para seu castelo nas nuvens.
25A mãe de João vendeu o ovo de ouro e comprou várias vacas
(que davam leite) e galinhas (que botavam ovos de verdade).
Assim, o menino aprendeu uma lição e eles nunca mais passaram
fome.
26Moral da história: Às vezes quem é bom não se dá mal.
TORERO, José Roberto & PIMENTA, Marcus Aurelius: ilustrações
Jean-Claude R. Alphen. João e os 10 pés de feijão. São Paulo:
Companhia das Letrinhas, 2016. p.5-6, 20-25.
(G1 - cmrj 2020)  Na frase “— Meu �lho, nosso dinheiro acabou e
nossa vaquinha secou.” (referência 5), usou-se a vírgula pelo
mesmo motivo em que foi usada na passagem 
a) “Mas, um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma
gota.” (referência 4)
b) “Desapontada, ela atirou o grão pela janela.” (referência 8)
c) “— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife.” (referência 17)
d) “Puxa, eles poderiam ter cortado o pé de feijão, mas essa
mulher preferiu fazer a coisa certa.” (referência 22)
e) “— Tome, faça o que quiser com isso.” (referência 24)
Exercício 54
A oposição passado/presente é essencial na aquisição da
consciência do tempo. Não é um dado natural, mas sim uma
construção. Com efeito, o interesse do passado está em
esclarecer o presente. O processo da memória no homem faz
intervir não só na ordenação de vestígios, mas também na
releitura desses vestígios.
(Jacques Le Goff)
Ainda hoje, 1permanece em mim um desejo obsessivo de salvar o
que acontece — 2ou deixa de acontecer — na inscrição
ininterrupta, sob a forma de memória. Aquele sonho adolescente
de conservar o 3rastro de todas as vozes que me atravessavam —
4ou quase atravessavam —, 5o que devia ser tão precioso e único,
a um só tempo especular e especulativo. 6Acabei de dizer “deixa
de acontecer” e “quase atravessaram” para marcar o fato de que o
que acontece — 7em outras palavras, o acontecimento único cujo
rastro gostaríamos de conservar — é também o próprio desejo de
que o que não acontece deva acontecer.
(DERRIDA, Jacques. Essa estranha instituição chamada literatura.
Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2014. p. 46-47. Texto adaptado.)
Vocabulário
Especular: 1 estudar com atenção, pesquisar, investigar; 2
referente a espelho, que re�ete, que tem as propriedades de um
espelho.
Especulativo: 1 relativo à especulação, que se caracteriza por
investigar teoricamente, que busca o conhecimento, curioso; 2
contemplativo.
(G1 - cmrj 2020)  Em dois momentos, o autor utiliza travessões
para introduzir “ou deixa de acontecer” (referência 2) e “ou quase
atravessaram” (referência 4). Essas expressões separadas pelos
travessões assumem, no texto, o papel de
a) limitar a re�exão do leitor.
b) indicar a opinião do senso comum.
c) desconstruir a tese defendida pelo autor.
d) rati�car o que foi a�rmado anteriormente.
e) ampliar as possibilidades de leitura do texto.
Exercício 55
A oposição passado/presente é essencial na aquisição da
consciência do tempo. Não é um dado natural, mas sim uma
construção. Com efeito, o interesse do passado está em
esclarecer o presente. O processo da memória no homem faz
intervir não só na ordenação de vestígios, mas também na
releitura desses vestígios.
(Jacques Le Goff)
Colecionar fotos é colecionar o mundo. As fotos são, de fato,
experiência capturada, e 1a câmera é o braço ideal da consciência,
2em sua disposição aquisitiva. 3Imagens fotografadas não
parecem manifestações a respeito do mundo, 4mas sim pedaços
dele, miniaturas da realidade que qualquer um pode fazer ou
adquirir.
Fotos, que enfeixam o mundo, parecem solicitar que as
enfeixemos também. São a�xadas em álbuns, emolduradas e
expostas em mesas, pregadas em paredes, projetadas como
diapositivos. Por meio de fotos, 5cada família constrói uma crônica
visual de si mesma — um conjunto portátil de imagens que dá
6testemunho de sua coesão. Um álbum de fotos de família é, em
geral, um álbum sobre a família ampliada — e, muitas vezes, o
que dela resta.
7Assim como 8as fotos dão às pessoas a posse imaginária de um
passado irreal, 9também as ajudam a tomar posse de um espaço
10em que se acham inseguras.
(SONTAG, Susan. Sobre fotogra�a. São Paulo: Companhia das
Letras, 2006. p. 14-5 e 19. Texto adaptado.)
Vocabulário
Diapositivo: imagem positiva, estática e translúcida, de modo
geral em película, e que se pode projetar; imagem fotográ�ca.
Enfeixar: amarrar ou prender em feixe; colocar junto; ajuntar;
reunir.
(G1 - cmrj 2020)  “Assim como as fotos dão às pessoas a posse
imaginária de um passado irreal, também as ajudam a tomar
posse de um espaço em que se acham inseguras”. (referência 7)
Nessa passagem, o trecho sublinhado apresenta o valor de
a) conclusão.
b) concessão.
c) explicação.
d) alternância.
e) comparação.
Exercício 56
Leia a crônica “Incon�áveis cupins”, de Moacyr Scliar, para
responder à(s) questão(ões) a seguir.
Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido,
pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês.
Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas
estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não
poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.
Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de
Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais
próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como
outros destruidores de telas que entram num museu armados de
facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não
apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não,
usaria um método cientí�co, recorrendo a aliados absolutamente
insuspeitados: os cupins.
Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário
treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para
isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do
artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução
açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais
obras de outras.
Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que
só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os
insetos era agradável, e isso era o que importava.
Conseguiu introduzir os cupins no museu e �cou à espera do que
aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar
as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do
prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram
detectados.
O homem �cou furioso. Nem nos cupins se pode con�ar, foi a sua
desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram
encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe
serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem
querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a
mesma coisa.
(O imaginário

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