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Português Lista de Exercícios Exercício 1 (Fuvest 2021) Rubião �tava a enseada, – eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas em verdade vos digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora! Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade. – Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Barba, apenas me dano uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma desgraça... Machado de Assis, Quincas Borba. O primeiro capítulo de Quincas Borba já apresenta ao leitor um elemento que será fundamental na construção do romance: a) a contemplação das paisagens naturais, como se lê em “ele admirava aquele pedaço de água quieta”. b) a presença de um narrador-personagem, como se lê em “em verdade vos digo que pensava em outra coisa”. c) a sobriedade do protagonista ao avaliar o seu percurso, como se lê em “Cotejava o passado com o presente”. d) o sentido místico e fatalista que rege os destinos, como se lê em “Deus escreve direito por linhas tortas”. e) a reversibilidade entre o cômico e o trágico, como se lê em “de modo que o que parecia uma desgraça...”. Exercício 2 (G1 - cmrj 2020) Essa história em quadrinhos se comunica com o leitor por meio de palavras e imagens. Observando a fala de Calvin no primeiro e no último quadrinho, é correto perceber que ele expressa, respectivamente, a) orgulho e a�ição. b) medo e con�ança. c) alegria e precaução. d) curiosidade e satisfação. e) coragem e arrependimento. Exercício 3 (G1 - cotil 2020) Em relação à charge acima, pode-se inferir que: I. O autor faz uma crítica explícita à forma como é tratada a questão de demarcação de terras indígenas no país. II. A charge retrata �elmente a visão de que os indígenas são acomodados pelo fato de estarem acostumados a receber ajuda da classe mais abastada da sociedade. III. A charge ilustra o descaso da população para com a situação dos indígenas no país. IV. A construção do sentido da charge se baseia em aspectos verbais e não-verbais. Estão corretas apenas as proposições: a) I, III e IV b) I, II e III c) II, III e IV d) I e III Exercício 4 (Ufjf-pism 1 2020) Numa entrevista publicada na Folha Ilustrada, em 14 de marco de 2005, o escritor mineiro Luiz Ruffato disse o que está transcrito abaixo: “Estou indo de certa forma na contracorrente da literatura contemporânea brasileira. Ela tende ou para o neonaturalismo ou para uma literatura que chamo de ‘egótica’, muito centrada no eu. Tento caminhar em outra seara, a da literatura realista, que no meu entender não é otimista nem pessimista. Ela estabelece uma re�exão sobre o real a partir do real.” De acordo com o que disse Luiz Ruffato em sua entrevista, o conceito de “realismo contemporâneo” que ele defende pode ser explicado em qual das alternativas abaixo? a) Um realismo excessivamente elaborado, que busca o máximo de verossimilhança, mesmo que, para tanto, a verdade seja sacri�cada no texto. b) Um realismo totalmente descompromissado das questões fundamentais do seu próprio tempo, com vistas a fortalecer uma ideia de �cção baseada somente na experimentação com a linguagem. c) Um realismo que parta do real cotidiano para compreender a realidade, cuidando de tomar certo distanciamento da matéria para não tomá-la de forma demasiado personalista. d) Um realismo de combate, fruto das re�exões profundas do escritor acerca da realidade, com vistas a assumir uma postura de orientação para as tomadas de posição pelo leitor. e) Um realismo indiferente, cujo único compromisso e com a literatura que se alimenta de testar os seus próprios limites. Exercício 5 (Unicamp 2020) Texto I Os idiomas e suas regras são coisas vivas, que vão se modi�cando de maneira dinâmica, de acordo com o momento em que a sociedade vive. Um exemplo disso é a adoção do termo “maratonar”, quando os telespectadores podem assistir a vários ou a todos os episódios de uma série de uma só vez. Contudo, ao que parece, a plataforma Net�ix não quer mais estar associada “maratona” de séries. A maior razão seria a tendência atual que as gigantes da tecnologia têm seguido para evitar o consumo excessivo e melhorar a saúde dos usuários. (Adaptado de Claudio Yuge, “Você notou? Net�ix parece estar evitando o termo ‘maratonar’.” Disponível em https://www.tecmundo.com.br/ internet/133690-voce-notou-net �ix-pareceevitando-termo-maratonar.htm. Acessado em 01/06/2019.) Texto II Embora os dois textos tratem do termo “maratonar” a partir de perspectivas distintas, é possível a�rmar que o Texto II retoma aspectos apresentados no Texto I porque a) esclarece o signi�cado do neologismo “maratonar” como esforço físico exaustivo, derivado de “maratona”. b) deprecia a de�nição de “maratona” como ação contínua de superação de di�culdades e melhoria da saúde. c) re�ete sobre o impacto que a falta de exercícios físicos e a permanência em casa provocam na saúde. d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a um estilo de vida sedentário, antagônico a maratona. Exercício 6 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Examine a tira de André Dahmer para responder à(s) questão(ões) a seguir. (Unesp 2020) Na tira, a morte é caracterizada como a) frívola. b) compassiva. c) solitária. d) incorruptível. e) materialista. Exercício 7 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia a charge do cartunista Duke para responder à(s) questão(ões) a seguir. (Famema 2020) Depreende-se com a leitura da charge que as redes sociais a) melhoram a saúde do homem, quando usadas intensamente. b) podem ocasionar prejuízos à saúde do ser humano. c) promovem situações salutares de convivência humana. d) permitem o aguçamento da percepção das pessoas. e) in�uenciam pouco a saúde, assim como as atividades físicas. Exercício 8 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de escolarização. Além de medidas que incluem formação de professores e material didático estruturado, o governo cearense acionou um incentivo �nanceiro: as cidades com resultados melhores recebem fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos. O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo. Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São Paulo. Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de propostas palpáveis. (“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.) (Famema 2020) O objetivo do texto é a) analisar o impacto no aumento do ICMS para as políticas públicas educacionais. b) examinar práticas que visem à melhoria das condições de ensino do país. c) criticar a falta de políticas públicas em educação para atender os estados brasileiros. d) contestar os resultados de práticas educacionais chamadas de inovadoras no país. Exercício 9 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: (S1 - ifce 2020) Sobre a charge acima, é correto a�rmar-se a) fake news não existem, assim como personagens de contos de fadas.b) por ser experiente em mentiras, Pinóquio seria um bom consultor para a criação de fake news. c) o nariz de Pinóquio está crescendo, pois ele está veiculando fake news. d) Pinóquio ter uma agenda em seu tablet demonstra um exemplo de fake news. e) o personagem Pinóquio utilizará fake news para conseguir fazer campanha política. Exercício 10 (G1 - ifce 2019) Observe a tirinha a seguir. O livro é escolhido como presente por representar um(a) a) objeto de desejos. b) fonte de conhecimentos. c) objeto de entretenimento. d) meio de melhorar literalmente a visão das pessoas. e) forma de aproximar as pessoas. Exercício 11 (Fuvest 2019) Examine o anúncio. No contexto do anúncio, a frase “A diferença tem que ser só uma letra” pressupõe a a) necessidade de leis de proteção para todos que trabalham. b) existência de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. c) permanência de preconceito racial na contratação de mulheres para determinadas pro�ssões. d) importância de campanhas dirigidas para a mulher trabalhadora. e) discriminação de gênero que se manifesta na própria linguagem. Exercício 12 (Enem 2019) Nesse cartaz, o uso da imagem do calçado aliada ao texto verbal tem o objetivo de a) criticar as difíceis condições de vida dos refugiados. b) revelar a longa trajetória percorrida pelos refugiados. c) incentivar a campanha de doações para os refugiados. d) denunciar a situação de carência vivida pelos refugiados. e) simbolizar a necessidade de adesão à causa dos refugiados. Exercício 13 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o trecho do romance S. Bernardo, de Graciliano Ramos, para responder à(s) questão(ões) a seguir. O caboclo mal-encarado que encontrei um dia em casa do Mendonça também se acabou em desgraça. Uma limpeza. Essa gente quase nunca morre direito. Uns são levados pela cobra, outros pela cachaça, outros matam-se. Na pedreira perdi um. A alavanca soltou-se da pedra, bateu-lhe no peito, e foi a conta. Deixou viúva e órfãos miúdos. Sumiram-se: um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas comeram o segundo, o último teve angina e a mulher enforcou-se. Para diminuir a mortalidade e aumentar a produção, proibi a aguardente. Concluiu-se a construção da casa nova. Julgo que não preciso descrevê-la. As partes principais apareceram ou aparecerão; o resto é dispensável e apenas pode interessar aos arquitetos, homens que provavelmente não lerão isto. Ficou tudo confortável e bonito. Naturalmente deixei de dormir em rede. Comprei móveis e diversos objetos que entrei a utilizar com receio, outros que ainda hoje não utilizo, porque não sei para que servem. Aqui existe um salto de cinco anos, e em cinco anos o mundo dá um bando de voltas. Ninguém imaginará que, topando os obstáculos mencionados, eu haja procedido invariavelmente com segurança e percorrido, sem me deter, caminhos certos. Não senhor, não procedi nem percorri. Tive abatimentos, desejo de recuar; contornei di�culdades: muitas curvas. Acham que andei mal? A verdade é que nunca soube quais foram os meus atos bons e quais foram os maus. Fiz coisas boas que me trouxeram prejuízo; �z coisas ruins que deram lucro. E como sempre tive a intenção de possuir as terras de S. Bernardo, considerei legítimas as ações que me levaram a obtê- las. Alcancei mais do que esperava, mercê de Deus. Vieram-me as rugas, já se vê, mas o crédito, que a princípio se esquivava, agarrou-se comigo, as taxas desceram. E os negócios desdobraram-se automaticamente. Automaticamente. Difícil? Nada! Se eles entram nos trilhos, rodam que é uma beleza. Se não entram, cruzem os braços. Mas se virem que estão de sorte, metam o pau: as tolices que praticarem viram sabedoria. Tenho visto criaturas que trabalham demais e não progridem. Conheço indivíduos preguiçosos que têm faro: quando a ocasião chega, desenroscam-se, abrem a boca – e engolem tudo. Eu não sou preguiçoso. Fui feliz nas primeiras tentativas e obriguei a fortuna a ser-me favorável nas seguintes. Depois da morte do Mendonça, derrubei a cerca, naturalmente, e levei-a para além do ponto em que estava no tempo de Salustiano Padilha. Houve reclamações. – Minhas senhoras, seu Mendonça pintou o diabo enquanto viveu. Mas agora é isto. E quem não gostar, paciência, vá à justiça. Como a justiça era cara, não foram à justiça. E eu, o caminho aplainado, invadi a terra do Fidélis, paralítico de um braço, e a dos Gama, que pandegavam no Recife, estudando Direito. Respeitei o engenho do Dr. Magalhães, juiz. Violências miúdas passaram despercebidas. As questões mais sérias foram ganhas no foro, graças às chicanas de João Nogueira. Efetuei transações arriscadas, endividei-me, importei maquinismos e não prestei atenção aos que me censuravam por querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a pomicultura e a avicultura. Para levar os meus produtos ao mercado, comecei uma estrada de rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos, chamou-me patriota, citou Ford e Delmiro Gouveia. Costa Brito também publicou uma nota na Gazeta, elogiando-me e elogiando o chefe político local. Em consequência mordeu-me cem mil-réis. (S. Bernardo, 1996.) (Unesp 2019) No trecho, o narrador revela-se uma pessoa a) empreendedora e solidária. b) invejosa e hesitante. c) obstinada e compassiva. d) egoísta e violenta. e) preguiçosa e traiçoeira. Exercício 14 (G1 - ifsul 2019) Qual é a crítica central do texto: a) A imagem das crianças com os pés no sofá denota desrespeito aos pais. b) O bebê sofre abandono por parte dos pais. c) Os momentos em família são de mera presença física. d) O pai fala sozinho, enquanto os demais não lhe dão atenção. Exercício 15 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: (...) procurei adivinhar o que se passa na alma duma cachorra. Será que há mesmo alma em cachorro? Não me importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundo cheio de preás. Exatamente o que todos nós desejamos. A diferença é que eu quero que eles apareçam antes do sono, e padre Zé Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e esperamos preás. (...) Carta de Graciliano Ramos a sua esposa. (...) Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração. Precisava vigiar as cabras: àquela hora cheiros de suçuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas. Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do caritó onde sinhá Vitória guardava o cachimbo. (...) Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo �caria todo cheio de preás, gordos, enormes. Graciliano Ramos, Vidas secas. (Fuvest 2018) As declarações de Graciliano Ramos na Carta e o excerto do romance permitem a�rmar que a personagem Baleia, em Vidas secas, representa a) o conformismo dos sertanejos. b) os anseios comunitários de justiça social. c) os desejos incompatíveis com os de Fabiano. d) a crença em uma vida sobrenatural. e) o desdém por um mundo melhor. Exercício 16 (Fuvest 2021) Remissão Tua memória, pasto de poesia, tua poesia, pasto dos vulgares, vão se engastando numa coisa fria a que tu chamas: vida, e seus pesares. Mas, pesares de quê? perguntaria, se esse travo de angústia nos cantares, se o que dorme no base da elegia vai correndo e secando pelos ares, e nada resta, mesmo, do que escreves e te forçou ao exílio das palavras, senão contentamento de escrever, enquanto o tempo, e suas formas breves ou longas, que sutil interpretavas, se evapora no fundo do teu ser? Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma. Claro enigma apresenta, por meio do lirismo re�exivo, o posicionamento do escritor perante a sua condição no mundo. Considerando-o como representativo desse seu aspecto, o poema “Remissão” a) traduza melancolia e o recolhimento do eu lírico em face da sensação de incomunicabilidade com uma realidade indiferente à sua poesia. b) revela uma perspectiva inconformada, mesclando-a, livre da indulgência dos anos anteriores, a um novo formalismo estético. c) propõe, como reação do poeta à vulgaridade do mundo, uma poética capaz de interferir na realidade pelo viés nostálgico. d) re�ete a visão idealizada do trabalho do poeta e a consciência da perenidade da poesia, resistente à passagem do tempo. e) realiza a transição do lirismo social para o lirismo metafísico, caracterizado pela adesão ao conforto espiritual e ao escapismo imaginativo. Exercício 17 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Agressividade is the new black RUTH MANUS Para que dialogar se nós podemos jogar pedras? The new black. Expressão inglesa que designa uma nova tendência, algo que está tão na moda que poderia 1até mesmo funcionar como um pretinho básico. Adoraria que este fosse um texto sobre jaqueta jeans, mas não é. “Se prepare, Ruth, a agressividade nas redes sociais é algo que você não pode imaginar.” Foi o que me disseram pouco antes da estreia do blog. Eu, �ngindo não estar com medo, balancei a cabeça positivamente como quem diz “tô sabendo, tô sabendo”. Mas como diria Compadre Washington, “sabe de nada, inocente”. No meu segundo texto, quase desisti de tudo. Eu realmente não tinha dimensão do nível sem cabimento que as pessoas poderiam atingir para atacar algo que na maioria das vezes nem mesmo as provocou. Há muito tempo venho tentando digerir, mas não consigo. Achava que a agressividade 2vinha só de alguns leitores meio pancadas. Engano meu. Ela vem de todo lado: de quem lê, de quem não lê, de quem lê só o título e 3até de quem escreve. E eu pensava que isso acontecia porque o computador torna as pessoas intocáveis, assim como os carros e que por isso elas canalizavam toda sua agressividade nas redes sociais ou no trânsito. Engano meu. Tá generalizado, como uma peste que se espalha pelo país e ninguém faz nada para conter. Mesa de bar, �la da farmácia, ponto do ônibus. Discursos de ódio e ignorância estão por toda parte. Acho que existe um erro de conceito. As pessoas passaram a utilizar a agressividade como um artifício para aumentar a própria autoestima. Como as pessoas se sentem politizadas? Sendo agressivas. Como as pessoas se sentem informadas? Sendo agressivas. Como as pessoas se sentem engraçadas? Sendo agressivas. Como as pessoas se sentem menos ignorantes? Sendo agressivas. Entendam: 4pessoas inteligentes não jogam pedras. E pessoas equilibradas não berram, nem mesmo via caps lock. Sempre me vem à mente aquela passagem de Sagarana, em que Augusto Matraga 5diz que vai para o céu “nem que seja a porrete”. As pessoas tentam reduzir a violência com agressividade. Tentam melhorar o país com agressividade. Tentam educar seus �lhos com agressividade. Tentam fazer justiça amarrando pessoas em postes. “Pra pedir silêncio eu berro, pra fazer barulho eu mesma faço”. 6Será que um dia essa gente vai entender que o antônimo de agressividade não é passividade? Mas é assim que tá sendo. Porque argumentar dá muito trabalho. Pesquisar então, nem se fala. Articular um discurso está fora de questão. Tentar persuadir é bobagem. E tolerar... Tolerar é um verbo morto. Agressividade is the new black. (Disponível em: https://emais.estadao.com.br/blogs/ruth- manus/agressividade-is-the-new-black/ - Acesso em 28/08/2020) (G1 - epcar (Cpcar) 2021) O título do texto faz referência a uma expressão da língua inglesa que, no contexto utilizado, aponta para a) a tentativa da autora de a�rmar que, no Brasil, a agressividade tornou-se um problema generalizado e sem solução. b) o comportamento do brasileiro de apresentar uma postura racista nas redes sociais. c) a capacidade irrestrita das pessoas de não aceitação de convivência pací�ca com o inusitado e inesperado. d) a postura, insistente, difundida entre os brasileiros que não reconhecem a tolerância como conduta a ser praticada. Exercício 18 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O QUE É INTOLERÂNCIA 1A palavra “intolerância” vem do latim intolerantia, que signi�ca impaciência, incapacidade de suportar, falta de condescendência e de compreensão. 2Também compreende o sentido de in�exível, rígido e que não admite opinião ou posição divergente. No sentido oposto, “tolerância” foi de�nida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como “o respeito, a aceitação e o apreço da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas maneiras de exprimir nossa qualidade de seres humanos”. (...) Um interessante entendimento das razões da intolerância é o da antropóloga francesa Françoise Héritier (1933-2017). Segundo ela, a intolerância está associada à di�culdade de 3reconhecer a expressão da condição humana no que nos é absolutamente diverso. Ser intolerante seria "restringir a de�nição de humano aos membros do grupo; 4os outros, sendo não humanos, podem ser tratados como tais". 5Está aí uma das chaves para a compreensão das causas do aumento da intolerância nos últimos tempos. (...) (Disponível em: http://conhecimentocerebral1.blogspot.com/2018/06/atualidades- vestibular-e-enem-dossie.html - Acesso em 28/08/2020) (G1 - epcar (Cpcar) 2021) De acordo com o texto, na compreensão da antropóloga francesa Françoise Héritier, a intolerância caracteriza-se pela a) incapacidade de conviver com indivíduos semelhantes. b) di�culdade de aceitação do que é considerado, entre membros do grupo, inumano. c) inaptidão de reconhecimento do comportamento similar entre os humanos. d) aceitação irrestrita de comportamentos heterogêneos entre os humanos. Exercício 19 (Ufrgs 2020) Um tema em Quarto de despejo é encontrado também no poema “O bicho”, de Manuel Bandeira, transcrito a seguir. O bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. Assinale a alternativa que identi�ca esse tema recorrente nas duas obras. a) A revolta e a indignação daqueles que sofrem a miséria e a marginalização social. . b) O problema da fome, que avilta a dignidade humana. c) A aceitação da pobreza, que se tornou uma condição inerente às sociedades modernas. d) A esperança como forma de enfrentar o sofrimento da fome e de garantir a sobrevivência. e) O ato de escrever funciona como modo de driblar a fome. Exercício 20 (Enem 2020) Retrato de homem A paisagem estrita ao apuro do muro feito vértebra a vértebra e escuro. A geração dos pelos sobre a casca e os rostos em seus diques de sombra repostos. Os poços com seu lodo de ira e de tensão: entre cimento e fronte – um vão. As setas se atiram às margens de ninguém, ilesas a si mesmas retêm. Compassos de evasão entre falange e rua sondando a solitude nua. E na armadura de coisa salobra, um só segredo: a polpa toda é fruição de medo. ARAÚJO, L.C. Cantochão. Belo Horizonte: Imprensa Publicações – Governo do Estado de Minas Gerais, 1967. No poema, a descrição lírica do objeto representado é orientada por um olhar que a) desvela sentimentos de vazio e angústia sob a aparente austeridade. b) expressa desilusão ante a possibilidade de superação do sofrimento. c) contrapõe a fragilidade emocional ao uso desmedido da força física. d) associa a incomunicabilidade emocional às determinações culturais. e) privilegia imagens relacionadas à exposição do dinamismo urbano. Exercício 21 (Unicamp 2020) O poema abaixo vem impresso na orelhado livro Psia, de Arnaldo Antunes. Psia é feminino de psiu; que serve para chamar a atenção de alguém, ou para pedir silêncio. Eu berro as palavras no microfone da mesma maneira com que as desenho, com cuidado, na página. Para transformá-las em coisas, em vez de substituírem as coisas. Calos na língua; de calar. Alguma coisa entre a piscina e a pia. Um hiato a menos. (Arnaldo Antunes, Psia. São Paulo: Iluminuras, 2012.) Na orelha do livro, Antunes apresenta ao leitor seu processo de criação poética. É correto dizer que o autor se propõe a a) revelar a primazia da comunicação oral sobre a escrita das palavras. b) discutir a �exão de gênero, que torna a palavra “psia” um substantivo. c) defender a conversão das palavras em coisas, mudando seu estatuto. d) explorar o poder de representação da interjeição exclamativa “psiu!”. Exercício 22 (Famerp 2020) Considere a tirinha Gar�eld, de Jim Davis. O pronome “este”, no terceiro quadrinho, a) refere-se ao presente do personagem, em que não há diversão. b) retoma o sentido das palavras “o mundo”. c) refere-se ao período em que o mundo diverte o personagem. d) aponta para um momento em que o desejo do personagem se realizaria. e) retoma o sentido da frase “o mundo existe para me divertir”. Exercício 23 (Ufjf-pism 1 2020) O que é um meme? Por Nova Escola 02/06/2015 Você sabia que o criador do termo é um biólogo que não estava nem aí para a cultura digital? O renomado (e polêmico) biólogo britânico Richard Dawkins, um dos principais cientistas que estuda a evolução das espécies, esteve na Editora Abril na semana passada para uma palestra e explicou a origem do conceito, cunhado em seu best-seller O gene egoísta, de 1976. O livro O gene egoísta popularizou a ideia de que a seleção natural acontece a partir dos genes. Eles “buscam” a sobrevivência, por meio de corpos capazes de sobreviver e de se reproduzir (para replicar os genes). O biólogo contou que queria terminar o livro com a proposta de que a cultura também se espalha como os genes. O meme é o equivalente cultural do gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por meio da imitação. Sobre o uso do termo para descrever os virais da internet, ele disse que não se importa com a apropriação: “A internet é um fenômeno novo, que não existia quando eu criei o meme. É um belo ambiente para o meme espalhar!”, disse. Texto adaptado. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/4629/o-que-e-um-meme#. Acesso em: 18 jul. 2019. Com base no texto, pode-se dizer que meme: a) É um termo recente, criado no contexto da internet, para nomear conteúdos digitais satíricos, que apresentam a característica de se propagar rapidamente. b) É um termo criado fora do contexto da internet para descrever informações genéticas que são capazes de se espalhar rapidamente de um organismo para outro. c) É um termo que, embora nascido fora do contexto da internet, foi aplicado ao mundo multimídia pelo próprio criador do termo, através de uma comparação do conceito de gene na biologia. d) É um termo proposto fora do contexto da internet, sendo uma analogia ao conceito biológico de gene, em alusão à sua capacidade de se propagar de um indivíduo para outro. e) É um termo de origem grega, cunhado por um biólogo, para nomear conteúdos culturais que se propagam, exclusivamente pela internet, através das redes sociais. Exercício 24 (Ufjf-pism 1 2020) Texto 1 Quer virar um gênio da web? Saiba como criar seu meme para WhatsApp Por Márcio Padrão 27/10/2018 No princípio, era o verbo. Depois, o e-mail, o link e o website. Logo em sequência, o GIF do bebê dançando, um dos primeiros memes da internet. Desde então, essa forma de comunicação dos novos tempos se alastrou como um tsunami em todas as nossas conversas e redes sociais. Mas e você? Já fez algum meme? Memes são conteúdos multimídia que se espalham (viralizam) rapidamente, recriando fatos ou algum conteúdo original com um propósito humorístico ou de sátira. Tudo vira meme na mão do povão: uma cena importante de "Game of Thrones", um discurso político, uma derrota de um time de futebol ou uma foto bizarra de um anônimo. A graça dele é que justamente qualquer um com uma boa sacada pode criar um meme ou participar de um que já está rolando na web. Se você quer fazer um, lembre-se de que um bom meme geralmente possui essas características, segundo o site "Thrillist": Mensagem simples e e�ciente É preciso que a frase/imagem/áudio/legenda/GIF/vídeo traga uma mensagem curta e clara, e com referências e contexto fáceis de identi�car. De preferência, sobre algo que ainda esteja fresco na memória das pessoas. Por isso, o autor do meme também deve ser rápido se quiser "surfar" no assunto do momento. Evolução O meme não pode permanecer estático; seu sinal de sucesso é que ele deve ser adotado e constantemente recriado pelo grande público, ou pelo menos por seu público-alvo. Maleabilidade Ele deve ter em si elementos que ajudem em sua própria evolução, com detalhes que podem ser alterados, mas mantendo o núcleo da ideia original. Por exemplo: se o meme for o de uma placa de aviso com uma frase, que seja possível trocar a frase por outra diferente sem que polua demais a imagem original. Efeito E o mais importante: tem que atingir um certo nível de popularidade e compreensão. Em poucas palavras, tem que causar reação e interesse imediato nas pessoas, além de atiçar nelas o interesse de repassar o meme ou de fazer outros parecidos. Texto adaptado. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/redacao/2018/10/27/como- criar-seu-memeparawhatsapp.htm . Acesso em: 18 jul. 2019. Texto 2 O que é um meme? Por Nova Escola 02/06/2015 Você sabia que o criador do termo é um biólogo que não estava nem aí para a cultura digital? O renomado (e polêmico) biólogo britânico Richard Dawkins, um dos principais cientistas que estuda a evolução das espécies, esteve na Editora Abril na semana passada para uma palestra e explicou a origem do conceito, cunhado em seu best-seller O gene egoísta, de 1976. O livro O gene egoísta popularizou a ideia de que a seleção natural acontece a partir dos genes. Eles “buscam” a sobrevivência, por meio de corpos capazes de sobreviver e de se reproduzir (para replicar os genes). O biólogo contou que queria terminar o livro com a proposta de que a cultura também se espalha como os genes. O meme é o equivalente cultural do gene, a unidade básica de transmissão cultural, que se dá por meio da imitação. Sobre o uso do termo para descrever os virais da internet, ele disse que não se importa com a apropriação: “A internet é um fenômeno novo, que não existia quando eu criei o meme. É um belo ambiente para o meme espalhar!”, disse. Texto adaptado. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/4629/o-que-e-um-meme#. Acesso em: 18 jul. 2019. A partir da relação entre o Texto 1 e o Texto 2, podemos dizer que ambos conferem ao meme a seguinte característica: a) Difusão cultural, sendo capaz de se propagar entre as pessoas. b) Efeito humorístico, sendo capaz de causar riso nas pessoas. c) Natureza crítica, sendo capaz de apontar problemas sociais. d) Aspecto informativo, servindo como divulgador de notícias. e) Natureza biológica, fazendo parte da constituição genética das pessoas. Exercício 25 (Enem 2020) Uma das mais contundentes críticas ao discurso da aptidão física relacionada à saúde está no caráter eminentemente individual de suas propostas, o que serve para obscurecer outros determinantes da saúde. Ou seja, costuma-se apresentar o indivíduo como o problema e a mudança do estilo de vida como a solução. Argumenta-se ainda que o movimento da aptidão física relacionada à saúde considera a existência de uma cultura homogênea na qual todos seriam livres para escolher seus estilos de vida, o que não condiz com a realidade. O fato é que vivemos numa sociedade divididaem classes sociais, na qual nem todas as pessoas têm condições econômicas para adotar um estilo de vida ativo e saudável. Há desigualdades estruturais com raízes políticas, econômicas e sociais que di�cultam a adoção desses estilos de vida. FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar; ampliando o enfoque. RBCE, n. 2. jan. 2001 (adaptado). Com base no texto, a relação entre saúde e estilos de vida a) constrói a ideia de que a mudança individual de hábitos promove a saúde. b) considera a homogeneidade da escolha de hábitos saudáveis pelos indivíduos. c) reforça a necessidade de solucionar os problemas de saúde da sociedade com a prática de exercícios. d) problematiza a organização social e seu impacto na mudança de hábitos dos indivíduos. e) reproduz a noção de que a melhoria da aptidão física pela prática de exercícios promove a saúde. Exercício 26 (Enem 2020) Em 2000 tivemos a primeira experiência do futebol feminino em um jogo de videogame, o Mia Hamm Soccer. Doze anos depois, uma petição on-line pedia que a EA Sports incluísse o futebol feminino no Fifa 13. Contudo, só em 2015, com uma nova petição on-line, que arrecadou milhares de assinaturas, tivemos o futebol feminino incluído no Fifa 16. Vendo um nicho de mercado inexplorado, a EA Sports produziu o jogo com 12 seleções femininas e o apresentou como inovação. A empresa sabe que mais de 40% dos praticantes de futebol nos EUA são meninas. Para elas, ver o futebol feminino representado em um jogo de videogame é extremamente importante. Ter o futebol feminino no Fifa 16 é um grande passo para a sua popularização na luta pela igualdade de gênero, num contexto machista, sexista, misógino e homofóbico. Disponível em: www.ludopedio.com.br. Acesso em: 5 jun. 2018 (adaptado). Os jogos eletrônicos presentes na cultura juvenil podem desempenhar uma relevante função na abordagem do futebol ao a) disseminarem uma modalidade, promovendo a igualdade de gênero. b) superarem jogos malsucedidos no mercado, lançados anteriormente. c) inovarem a modalidade com novas ofertas de jogos ao mercado. d) explorarem nichos de mercado antes ignorados, produzindo mais lucro. e) reforçarem estereótipos de gênero masculino ou feminino nos esportes. Exercício 27 (Enem 2020) LUTA: prática corporal imprevisível, caracterizada por determinado estado de contato proposital, que possibilita a duas ou mais pessoas se enfrentarem numa constante troca de ações ofensivas e/ou defensivas, regida por regras, com o objetivo mútuo sobre um alvo móvel personi�cado no oponente. GOMES, M. S. P. et al. Ensino das lutas: dos princípios condicionais aos grupos situacionais. Movimento, n. 2, abr.-jun. 2010 (adaptado). De acordo com o texto, podemos identi�car uma abordagem das lutas nas aulas de educação física quando o professor realiza uma proposta envolvendo a) contato corporal intenso entre o aluno e seu oponente. b) contenda entre os alunos que se agridem �sicamente. c) confronto corporal em que os vencedores são previamente identi�cados. d) combate corporal intencional com ações regulamentadas entre os oponentes. e) con�ito resolvido pelos alunos por meio de regras previamente estabelecidas. Exercício 28 (Enem 2019) Com o enredo que homenageou o centenário do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a Unidos da Tijuca foi coroada no Carnaval 2012. À penúltima escola a entrar na Sapucaí, na segunda noite de des�les, mergulhou no universo do cantor e compositor brasileiro e trouxe a cultura nordestina com criatividade para a Avenida, com o enredo O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão. Disponível em: www.cultura.rj.gov.br. Acesso em: 15 maio 2012 (adaptado). A notícia relata um evento cultural que marca a . a) primazia do samba sobre a música nordestina. b) inter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros. c) valorização das origens oligárquicas da cultura nordestina. d) proposta de resgate de antigos gêneros musicais brasileiros. e) criatividade em compor um samba-enredo em homenagem a uma pessoa. Exercício 29 (Enem 2019) Mídias: aliadas ou inimigas da educação física escolar? No caso do esporte, a mediação efetuada pela câmera da TV construiu uma nova modalidade de consumo: o esporte telespetáculo, realidade textual relativamente autônoma face à prática “real” do esporte, construída pela codi�cação e mediação dos eventos esportivos efetuados pelo enquadramento, edição das imagens e comentários, interpretando para o espectador o que ele está vendo. Esse fenômeno tende a valorizar a forma em relação ao conteúdo, e para tal faz uso privilegiado da linguagem audiovisual com ênfase na imagem cujas possibilidades são levadas cada vez mais adiante, em decorrência dos avanços tecnológicos. Por outro lado, a narração esportiva propõe uma concepção hegemônica de esporte: esporte é esforço máximo, busca da vitória, dinheiro... O preço que se paga por sua espetacularização é a fragmentação do fenômeno esportivo. A experiência global do ser-atleta é modi�cada: a socialização no confronto e a ludicidade não são vivências privilegiadas no enfoque das mídias, mas as eventuais manifestações de violência, em partidas de futebol, por exemplo, são exibidas e reexibidas em todo o mundo. BETTI, M. Motriz, n. 2, jul.-dez. 2001 (adaptado). A re�exão trazida pelo texto, que aborda o esporte telespetáculo, está fundamentada na a) distorção da experiência do ser-atleta para os espectadores. b) interpretação dos espectadores sobre o conteúdo transmitido. c) utilização de equipamentos audiovisuais de última geração. d) valorização de uma visão ampliada do esporte. e) equiparação entre a forma e o conteúdo. Exercício 30 (Enem 2019) Expostos na web desde a gravidez Mais da metade das mães e um terço dos pais ouvidos em uma pesquisa sobre compartilhamento paterno em mídias sociais discutem nas redes sociais sobre a educação dos �lhos. Muitos são pais e mães de primeira viagem, frutos da geração Y (que nasceu junto com a internet) e usam esses canais para saberem que não estão sozinhos na empreitada de educar uma criança. Há, contudo, um risco no modo como as pessoas estão compartilhando essas experiências. É a chamada exposição parental exagerada, alertam os pesquisadores. De acordo com os especialistas no assunto, se você compartilha uma foto ou vídeo do seu �lho pequeno fazendo algo ridículo, por achar engraçadinho, quando a criança tiver seus 11, 12 anos, pode se sentir constrangida. A autoconsciência vem com a idade. A exibição da privacidade dos �lhos começa a assumir uma característica de linha do tempo e eles não participaram da aprovação ou recusa quanto à veiculação desses conteúdos. Assim, quando a criança cresce, sua privacidade pode já estar violada. OTONI, A. C. O Globo, 31 mar. 2015 (adaptado). Sobre o compartilhamento parental excessivo em mídias sociais, o texto destaca como impacto o(a) a) interferência das novas tecnologias na comunicação entre pais e �lhos. b) desatenção dos pais em relação ao comportamento dos �lhos na internet. c) distanciamento na relação entre pais e �lhos é provocado pelo uso das redes sociais. d) fortalecimento das redes de relações decorrente da troca de experiências entre as famílias. e) desrespeito à intimidade das crianças cujas imagens têm sido divulgadas nas redes sociais. Exercício 31 (Enem 2019) TEXTO I O Estatuto do Idoso completou 15 anos em 2018 e 56 no primeiro semestre o Disque 100 recebeu 16 mil denúncias de violação de direitos dos idosos em todo o País. Para especialistas da área, o aumento no número de denúncias pode ser consequência do encorajamento dos mais velhos na busca pelos direitos. Mas também pode re�etir uma onda crescente de violência na sociedade e dentro das próprias famílias. Políticas públicas mais e�cazes no atendimento ao idoso são o mínimoque um país deve estabelecer. O Brasil está �cando para trás e é preciso levar em consideração que o País envelhece (tendência mundial) sem estar preparado para arcar com os desa�os, como criar uma rede de proteção, preparar os serviços de saúde pública e dar suporte às famílias que precisam cuidar de seus idosos dependentes, Disponível em: www.folhadelondrina.com.br. Acesso em: 9 dez. 2018 (adaptado). TEXTO II Na comparação entre os textos, conclui-se que as regras do Estatuto do Idoso a) apresentam vantagens em relação às de outros países. b) são ignoradas pelas famílias responsáveis por idosos. c) alteram a qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos. d) precisam ser revistas em razão do envelhecimento da população. e) contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo País. Exercício 32 (Enem 2019) Na semana passada, os alunos do colégio do meu �lho se mobilizaram, através do Twitter, para não comprarem na cantina da escola naquele dia, pois acharam o preço do pão de queijo abusivo São adolescentes. Quase senhores das novas tecnologias, transitam nas redes sociais, varrem o mundo através dos teclados dos celulares, iPads e se organizam para fazer um movimento pací�co de não comprar lanches por um dia. Foi parar na TV e em muitas páginas da internet GOMES, A. A revolução silenciosa e o Impacto na sociedade das redes sociais. Disponível em: www.hsm.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012 O texto aborda a temática das tecnologias da informação e comunicação, especi�camente o uso de redes sociais. Muito se debate acerca dos benefícios e malefícios do uso desses recursos e, nesse sentido, o texto a) aborda a discriminação que as redes sociais sofrem de outros meios de comunicação. b) mostra que as reivindicações feitas nas redes sociais não têm impacto fora da internet. c) expõe a possibilidade de as redes sociais favorecem comportamentos e manifestações violentos dos adolescentes que nela se relacionam. d) trata as redes sociais como modo de agregar e empoderar grupos de pessoas, que se unem em prol de causas próprias ou de mudanças sociais. e) evidencia que as redes sociais são usadas inadequadamente pelos adolescentes, que, imaturos, não utilizam a ferramenta como forma de mudança social. Exercício 33 (Enem 2018) o que será que ela quer essa mulher de vermelho alguma coisa ela quer pra ter posto esse vestido não pode ser apenas uma escolha casual podia ser um amarelo verde ou talvez azul mas ela escolheu vermelho ela sabe o que ela quer e ela escolheu vestido e ela é uma mulher então com base nesses fatos eu já posso a�rmar que conheço o seu desejo caro watson, elementar: o que ela quer sou euzinho sou euzinho o que ela quer só pode ser euzinho o que mais podia ser FREITAS, A. Um útero é do tamanho de um punho. São Paulo: Cosac Naify, 2013. No processo de elaboração do poema, a autora confere ao eu lírico uma identidade que aqui representa a a) hipocrisia do discurso alicerçado sobre o senso comum. b) mudança de paradigmas de imagem atribuídos à mulher. c) tentativa de estabelecer preceitos da psicologia feminina. d) importância da correlação entre ações e efeitos causados. e) valorização da sensibilidade como característica de gênero. Exercício 34 (Enem 2018) A internet proporcionou o surgimento de novos paradigmas sociais e impulsionou a modi�cação de outros já estabelecidos nas esferas da comunicação e da informação. A principal consequência criticada na tirinha sobre esse processo é a a) criação de memes. b) ampliação da blogosfera. c) supremacia das ideias cibernéticas. d) comercialização de pontos de vista. e) banalização do comércio eletrônico. Exercício 35 (Fuvest 2021) O efeito de humor presente nas falas das personagens decorre: a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia. b) da ambiguidade causada pela antonímia. c) do contraste provocado pela fonética. d) do contraste introduzido pela neologia. e) do estranhamento devido à morfologia. Exercício 36 (Ueg 2020) Observe a tirinha a seguir. O sentido global da tirinha é constituído a partir de uma relação: a) sociolinguística, baseada numa variante linguística incompatível com a fala de crianças. b) antonímica, que se estabelece contextualmente entre as palavras “muros” e “pontes”. c) sintática, expressa pelo uso da construção adversativa no primeiro quadrinho. d) dialógica, devido à negação enfática da personagem no segundo quadrinho. e) morfológica, que se manifesta pela formação do diminutivo de “tijolinho”. Exercício 37 (Enem 2020) DECRETO N. 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007 Demite o Gerúndio do Distrito Federal e dá outras providências. O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA: Art. 1º Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal. Art. 2º Fica proibido, a partir desta data, o uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA. Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 28 de setembro de 2007. 119º da República e 48º de Brasília Disponível em: www.dodf.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2017. Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerúndio, como “desculpa de ine�ciência”, indica a) conclusão de uma ação. b) realização de um evento. c) repetição de uma prática. d) continuidade de um processo. e) transferência de responsabilidade. Exercício 38 (Fuvest 2020) Leia o trecho extraído de uma notícia veiculada na internet: “O carro furou o pneu e bateu no meio �o, então eles foram obrigados a parar. O refém conseguiu acionar a população, que depois pegou dois dos três indivíduos e tentaram linchar eles. O outro conseguiu fugir, mas foi preso momentos depois por uma viatura do 5º BPM”, a�rmou o major. Disponível em https://www.gp1.com.br/. No português do Brasil, a função sintática do sujeito não possui, necessariamente, uma natureza de agente, ainda que o verbo esteja na voz ativa, tal como encontrado em: a) “O carro furou o pneu”. b) “e bateu no meio �o”. c) “O refém conseguiu acionar a população”. d) “tentaram linchar eles”. e) “a�rmou o major”. Exercício 39 (Unicamp 2020) “(...) as palavras tomam signi�cados distintos daqueles utilizados no cotidiano. Por exemplo, utiliza-se, com frequência, nas aulas sobre frações, a frase reduzir ao mesmo denominador." (Edi Jussara Candido Lorensatti, Linguagem matemática e Língua Portuguesa: diálogo necessário na resolução de problemas matemáticos. Conjectura: Filoso�a e Educação. Caxias do Sul, v. 14, n. 2, p. 91, maio/ago. 2009.) Cada ciência usa uma linguagem própria e com um grau de precisão terminológica necessário para o seu exercício. Tendo em vista os signi�cados distintos que as palavras assumem nas situações concretas em que são empregadas, o verbo “reduzir”, no uso cotidiano, signi�ca a) limitar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é sinônimo de restringir. b) moderar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática implica aumentar as relações entre os números. c) eliminar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática implica reverter as relações entre os números. d) diminuir alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é sinônimo de converter. Exercício 40 (G1 - cftmg 2020) O su�xo -inho exprime um tom de crítica na passagem: a) Eu, meu Deusinho, �caria tão feliz de ser o escolhido! (p.36). b) A saudade da Mayumi, mesmo sem diminuir nem um tiquinho, deixou de ser tão doída. (p. 134). c) [...] até onde era possível saber, não tinha nenhum con�dente no mundinho acadêmico. (p. 51). d) Calei a minha boca na hora. Lembro direitinho. Aprendi de uma vez por todas. Não adiantava calar a tristeza. (p. 139). Exercício 41 (Enem 2020) O ouro do século 21 Cério, gadolínio, lutécio, promécioe érbio; sumário, térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer a escalação de um time de futebol, que ainda teria no banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais, chamados de terras-raras, fazem parte da vida de quase todos os humanos do planeta. Chamados por muitos de “ouro do século 21”, “elementos do futuro” ou “vitaminas da indústria”, eles estão nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil, dono da segunda maior reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em retomar sua exploração. SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado). As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas intencionalmente pelo autor do texto para a) imprimir um tom irônico à reportagem. b) incorporar citações de especialistas à reportagem. c) atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem. d) esclarecer termos cientí�cos empregados na reportagem. e) marcar a apropriação de termos de outra ciência pela reportagem. Exercício 42 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Psicanálise do açúcar O açúcar cristal, ou açúcar de usina, mostra a mais instável das brancuras: quem do Recife sabe direito a quanto, e apouco desse quanto, que ela dura. Sabe a mínimo do pouca que a cristal se estabiliza cristal sobre a açúcar, por cima da fundo antiga, de mascavo, da mascava barrenta que se incuba; e sabe que tudo pode romper a mínima em que o cristal é capaz de censura: pois a tal fundo mascavo logo a�ara quer inverno ou verão mele o açúcar. Só os banguês* que-ainda purgam ainda o açúcar bruto com barro, de mistura; a usina já não a purga: da infância, não de depois de adulto, ela o educa; em enfermarias, com vácuos e turbinas, em mãos de metal de gente indústria, a usina o leva a sublimar em cristal o pardo do xarope: não o purga, cura. Mas como a cana se cria ainda hoje, em mãos de barro de gente agricultura, o barrento da pré-infância logo a�ora quer inverno ou verão mele o açúcar. João Cabral de Meio Neto, A Educação pela Pedra. *banguê: engenho de açúcar primitivo movido a força animal. (Fuvest 2021) Na oração “que ela dura” (v. 4), o pronome sublinhado a) não tem referente. b) retoma a palavra “usina” (v. 1). c) pode ser substituído por “ele”, referindo-se a “açúcar” (v. 1). d) refere-se à “mais instável das brancuras” (v. 2). e) equivale à palavra “censura” (v. 10). Exercício 43 (G1 - cftmg 2020) – No futuro, ao mapear o cérebro das pessoas cienti�camente, poderemos saber se o acusado de um crime está mentindo ao se declarar inocente. Achei aquilo impressionante. Primeiro, porque era impressionante em si, e depois, porque eu não conseguia imaginá-la fazendo algo assim. Parecia um ramo de estudo excessivamente futurista para a minha princesa oriental. Seu interesse no assunto, contudo, era evidentemente sincero. LACERDA, Rodrigo. O Fazedor de Velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 84. O termo em destaque pode ser substituído, sem alterar o sentido do texto, por a) portanto. b) todavia. c) então. d) assim. Exercício 44 (G1 - ifpe 2020) O uso da função apelativa é predominante nas campanhas comunitárias. O texto, produzido pelo Ministério Público de Goiás, reforça essa função ao priorizar o protagonismo do interlocutor. Isso pode ser comprovado a partir do uso a) da logomarca do Ministério Público. b) de verbos no imperativo. c) da imagem no centro do texto. d) de letras com formatação diferente. e) do número telefônico que receberá a denúncia. Exercício 45 Trecho da peça teatral A raposa e as uvas, escrita por Guilherme de Figueiredo. A cena ocorre na cidade de Samos (Grécia antiga), na casa de Xantós, um �lósofo grego, que recebe o convidado Agnostos, um capitão ateniense. O jantar é servido por Esopo e Melita, escravos de Xantós. (Entra Esopo, com um prato que coloca sobre a mesa. Está coberto com um pano. Xantós e Agnostos se dirigem para a mesa, o primeiro faz ao segundo um sinal para sentarem-se.) XANTÓS (Descobrindo o prato) – Ah, língua! (Começa a comer com as mãos, e faz um sinal para que Melita sirva Agnostos. 1Este também começa a comer vorazmente, dando grunhidos de satisfação.) Fizeste bem em trazer língua, Esopo. 2É realmente uma das melhores coisas do mundo. (Sinal para que sirvam o vinho. Esopo serve, Xantós bebe.) Vês, estrangeiro, de qualquer modo é bom possuir riquezas. Não gostas de saborear 3esta língua e 4este vinho? AGNOSTOS (A boca entupida, comendo) – Hum. XANTÓS – Outro prato, Esopo. (Esopo sai à esquerda e volta imediatamente com outro prato coberto. 5Serve, Xantós de boca cheia.) Que é isto? Ah, língua de fumeiro! É bom língua de fumeiro, hein, amigo? AGNOSTOS – Hum. (Xantós serve-se de vinho) /.../ XANTÓS (A Esopo) Serve outro prato. (Serve) Que trazes aí? ESOPO – Língua. XANTÓS – 6Mais língua? Não te disse que trouxesse o 7que há de melhor para meu hóspede? Por que só trazes língua? Queres expor-me ao ridículo? ESOPO – Que há de melhor do que a língua? A língua é o que nos une todos, quando falamos. Sem a língua nada poderíamos dizer. A língua é a chave das ciências, o órgão da verdade e da razão. Graças à língua dizemos o nosso amor. Com a língua 8se ensina, 9se persuade, 10se instrui, 11se reza, 12se explica, 13se canta, 14se descreve, 15se elogia, 16se mostra, 17se a�rma. É com a língua que dizemos sim. É a língua que ordena os exércitos à vitória, é a língua que desdobra os versos de Homero. A língua cria o mundo de Ésquilo, a palavra de Demóstenes. Toda a Grécia, Xantós, das colunas do Partenon às estátuas de Pidias, dos deuses do Olimpo à glória sobre Tróia, da ode do poeta ao ensinamento do �lósofo, toda a Grécia foi feita com a língua, a língua de belos gregos claros falando para a eternidade. XANTÓS (Levantando-se, entusiasmado, já meio ébrio) – Bravo, Esopo. Realmente, tu nos trouxeste o que há de melhor. (Toma outro saco da cintura e atira-o ao escravo) Vai agora ao mercado, e traze-nos o que houver de pior, pois quero ver a sua sabedoria! (Esopo retira-se à frente com o saco, Xantós fala a Agnostos.) Então, não é útil e bom possuir um escravo assim? AGNOSTOS (A boca cheia) – Hum. /.../ (Entra Esopo com prato coberto) XANTÓS – 18Agora que já sabemos o que há de melhor na terra, vejamos o que há de 19pior na opinião deste horrendo escravo! Língua, 20ainda? Mais língua? 21Não disseste que língua era o que havia de melhor? Queres ser espancado? ESOPO – A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que usam os maus poetas que nos fatigam na praça, é a língua que usam os �lósofos que não sabem pensar. É a língua que mente, que esconde, que tergiversa, que blasfema, que insulta, que se acovarda, que se mendiga, que impreca, que 22bajula, que 23destrói, que 24calunia, que vende, que seduz, é com a língua que dizemos morre e canalha e corja. É com a língua que dizemos não. Com a língua Aquiles mostrou sua cólera, com a língua a Grécia vai tumultuar os pobres cérebros humanos para toda a eternidade! Aí está, Xantós, porque a língua é a pior de todas as coisas! (FIGUEIREDO, Guilherme. A raposa e as uvas – peça em 3 atos. Cópia digitalizada pelo GETEB – Grupo de Estudos e Pesquisa em Teatro Brasileiro/UFSJ. Disponível para �ns didáticos em www.teatroparatodosufsj.com.br/ download/guilherme- �gueiredo-araposa-e-as-uvas-2/ Acesso em 13/03/2019.) (Epcar (Afa) 2020) Em relação ao estudo morfossintático do texto, assinale a alternativa que traz uma análise correta. a) Em “Este também começa a comer vorazmente (...)” (referência 1), o pronome “este” é anafórico e substituia personagem Xantós. b) O vocábulo “se” (referências 8 a 17) é uma marcação de indeterminação do sujeito. c) O emprego do pronome “esta” (referência 3) e “este” (referência 4) demonstra que a língua e o vinho estão próximos do locutor. d) Entre as palavras “agora” (referência 18), “pior” (referência 19), “ainda” (referência 20) e “não” (referência 21), há advérbios classi�cados como de tempo, intensidade e negação. Exercício 46 O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou ruins, ele precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” das más notícias. (Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional. Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adota-boa- noticia-e-que-para.html. Acessado em 01/03 /2019.) (Unicamp 2020) Para se referir a matérias jornalísticas televisivas que informam e, ao mesmo tempo, entretêm os espectadores, o autor cria um neologismo por meio de a) derivação pre�xal. b) composição por justaposição. c) composição por aglutinação. d) derivação imprópria. Exercício 47 O soneto XIII de Via-Láctea, coleção publicada em 1888 no livro Poesias, é o texto mais famoso da antologia, obra de estreia do poeta Olavo Bilac. O texto, cuidadosamente ritmado, suas rimas e a escolha da forma �xa revelam rigor formal e estilístico caros ao movimento parnasiano; o tema do poema, no entanto, entra em colisão com o tema da literatura típica do movimento, tal como concebido no continente europeu. XIII “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto… E conversamos toda a noite, enquanto A Via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.” BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002. p. 37-55. Via-Láctea. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000289.pdf>. Acesso em: 19/08/2019. (Ime 2020) O vocábulo a�m ao campo semântico da palavra “espanto”, empregada em “E abro as janelas, pálido de espanto…” (verso 4), é a) desequilíbrio. b) tristeza. c) euforia. d) admiração. e) distração. Exercício 48 QUAIS SÃO OS DEVERES E DIREITOS DAS CRIANÇAS? Essa foi a pergunta feita pela pequena leitora Vitória, de 10 anos de idade, à Turminha do MPF (Ministério Público Federal). Resposta do Rod, personagem da Turminha do MPF: Olá, Vitória! Nós temos muitos direitos e deveres e existem algumas leis que tratam só disso, como, por exemplo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Convenção sobre os Direitos da Criança, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Mas, para resumir um pouco a resposta à sua pergunta, posso dizer alguns dos nossos direitos: 1. ter uma educação de boa qualidade; 2. ter acesso à cultura e aos meios de comunicação e informação; 3. poder brincar com outras crianças da nossa idade; 4. não ser obrigado a trabalhar como adulto; 5. ter uma boa alimentação, que dê ao nosso organismo todos os nutrientes de que precisamos para crescer com saúde e energia; 6. receber assistência médica gratuita nos hospitais públicos sempre que precisarmos de atendimento; 7. ser livre para ir e vir, conviver em sociedade e expressar nossas ideias e sentimentos; 8. ter a proteção de uma família que nos ame, seja ela natural ou adotiva, ou de um lar oferecido pelo Estado se, por infelicidade, perdermos os nossos pais e parentes mais próximos; 9. não sofrer agressões físicas ou psicológicas por parte daqueles que são encarregados da nossa proteção e educação ou de qualquer outro adulto; En�m, temos direito a uma vida digna, saudável e feliz. Quanto aos nossos deveres, eles precisam começar pelo respeito ao direito das pessoas com quem convivemos, pois só assim poderemos esperar que elas também nos respeitem. Outro dever nosso é estudar e nos preparar para a vida adulta, quando a sociedade exigirá de nós uma série de responsabilidades que não temos hoje, enquanto somos crianças. 1Por exemplo, trabalhar para criar e educar nossos próprios �lhos ou para ser capaz de votar, com discernimento, nos melhores representantes para governar nossas cidades e nosso país. Temos também o dever de respeitar as pessoas que são ou pensam diferente de nós. Como cidadãos de um país democrático, precisamos aprender, desde a infância, a lidar com as diferenças e aceitá-las. Como fazemos isso? Não discriminando pessoas que tenham alguma de�ciência física ou mental, as mais pobres, que não receberam a mesma educação nem tiveram as mesmas oportunidades que nós, ou as que são diferentes porque têm outra religião, nacionalidade, etnia, idade, sexo, cor da pele, orientação sexual ou outro partido político. É nosso dever respeitar os que são diferentes, porque eles também são cidadãos e possuem os mesmos direitos e deveres que nós na sociedade brasileira. Disponível em: http://www.turminha.mpf.mp.br. Acesso em: 1 ago. 2019 (adaptado). (G1 - cp2 2020) Por exemplo, trabalhar para criar e educar nossos próprios �lhos ou para ser capaz de votar, com discernimento, nos melhores representantes para governar nossas cidades e nosso país (ref. 1) Mantendo o mesmo sentido, o substantivo discernimento pode ser substituído por a) honestidade. b) sabedoria. c) gentileza. d) bondade. Exercício 49 A internet facilita a vida de quem odeia 1Se a globalização fez com que bobagens alcançassem escala global, a internet maximizou a expressão de ódio, de intolerância, de 2exacerbação de preconceitos e da violência da linguagem. Mas a internet não cria o sentimento de ódio, talvez apenas torne mais evidente aquilo que só se daria no campo do relacionamento pessoal. 3Há cem anos, se eu fosse um racista, precisaria expressar meu racismo num livro. Para publicar um livro, eu teria de escrevê-lo durante meses. Depois teria de revisá-lo, achar um editor e vendê-lo. Dava muito trabalho. Hoje eu faço um post, e com um enter, atinjo mais gente do que um livro clássico atingiria. O ataque anônimo nas redes, sem o custo do ataque pessoal, deu ao ódio do covarde uma energia muito grande. Deu- lhe a proteção da distância física e do anonimato. O pior do ódio social, que é universal, agora pode ser dirigido sem custos. Numa comunidade, as relações são pessoais. Na rede, 4deletérias. É errado, portanto, dizer que a internet transformou as pessoas em odiosas. Mas é fato que ela gera mais tranquilidade no exercício desse ódio. O enter é tão destruidor quanto qualquer outra coisa. Antes da internet, matar dava trabalho. 5Agora, incita-se o ódio com um clique. Junte a proteção do anonimatoe da distância, o senso de identidade do ódio e acrescente um terceiro elemento importante: posso a todo instante dialogar com todos. Isso me empodera. Imagine se no passado alguém teria acesso ao universo de pessoas em todo o mundo que temos hoje? Hoje, com um simples post, posso enlamear. 6Não preciso ter mais compromisso, algo diferente da mentira. A mentira é usada por alguém que tem noção da verdade. Não importa saber se é verdade. O que importa é a sua e�cácia. KARNAL, Leandro. Todos contra todos: o ódio nosso de cada dia. Rio de Janeiro: Leya, 2017 (adaptado). 2exacerbação: exageração; aumento. 4deletérias: prejudiciais. (G1 - cp2 2020) Se a globalização fez com que bobagens alcançassem escala global... (ref. 1) A palavra destacada no excerto acima pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, pelo seguinte vocábulo: a) tolices b) ilusões c) ofensas d) brincadeiras Exercício 50 Leia a charge do cartunista Duke para responder à(s) questão(ões) a seguir. (Famema 2020) Nas perguntas do médico “Tem praticado atividades físicas? Mudou hábitos alimentares?”, o sujeito das orações remete a “você”. Se os sujeitos fossem “atividades físicas” e “hábitos alimentares”, essas perguntas assumiriam, em conformidade com a norma-padrão, a seguinte redação: a) Têm sido praticado atividades físicas? Mudaram-se hábitos alimentares? b) Vêm-se praticando atividades físicas? Mudou-se hábitos alimentares? c) Têm sido praticadas atividades físicas? Mudaram hábitos alimentares? d) Atividades físicas tem sido praticadas? Mudou-se hábitos alimentares? e) Atividades físicas vem sendo praticadas? Mudou hábitos alimentares? Exercício 51 Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de escolarização. Além de medidas que incluem formação de professores e material didático estruturado, o governo cearense acionou um incentivo �nanceiro: as cidades com resultados melhores recebem fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos. O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo. Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São Paulo. Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de propostas palpáveis. (“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.) (Famema 2020) A forma verbal sublinhada expressa ideia de ação em processo no trecho: a) “e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo” (3º parágrafo). b) “o governo cearense acionou um incentivo �nanceiro” (2º parágrafo). c) “O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em alfabetização” (1º parágrafo). d) “Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em Pernambuco” (4º parágrafo). e) essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar” (5º parágrafo). Exercício 52 Leia o texto de Luiz Eduardo Soares para responder à(s) questão(ões). Logo depois que assumi a Secretaria Nacional de Segurança, em 2003, recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da Rocinha. Ele desejava deixar a vida de tra�cante e viajar para longe. Tinha chegado à conclusão de que seu caminho era a perdição: morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas. Queria começar de novo e pedia uma chance. Tratara com respeito a comunidade, que era, a�nal de contas, sua família. A violência, ele a usara apenas na medida necessária à proteção de seus negócios. Esse era seu ponto de vista, sem dúvida demasiado edulcorado. Não obstante a possível autoidealização, o fato é que explicitá-la, naquele contexto, não deixava de ser signi�cativo, indicando a valorização positiva do lado certo da vida. Era um negociante clandestino, dizia, não um criminoso selvagem: alguns traziam uísque do Paraguai; ele vendia outras drogas. Reivindicava uma diferença importante, no mundo do crime carioca. (Cabeça de porco, 2005.) (Famerp 2020) A forma verbal no pretérito mais-que-perfeito, que indica uma ação, anterior a outra, ambas ocorridas no passado, está sublinhada em: a) “morreria cedo, de modo cruel, em mãos inimigas”. b) “Ele desejava deixar a vida de tra�cante”. c) “Esse era seu ponto de vista”. d) “recebi, por vias transversas, uma mensagem de Luciano, da Rocinha”. e) “Tratara com respeito a comunidade”. Exercício 53 João e o pé de feijão-preto José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta 1Era uma vez um menino chamado João, que vivia com sua mãe num casebre bem longe da cidade. 2Eles 3eram pobres, muito pobres, pobres de dar dó. Só o que tinham era uma vaca, e viviam de vender seu leite. 4Mas, um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma gota. Então a mãe de João disse; 5— Meu �lho, nosso dinheiro acabou e nossa vaquinha secou. Vá até o mercado e veja se alguém quer comprá-la. João pegou o animal pelo cabresto e foi até a cidade. Porém, antes que chegasse lá, um homem de cavanhaque lhe perguntou: — Ei, garoto, não quer trocar essa vaca por um grão de feijão? — Rá, rá, essa é boa. O senhor pensa que eu sou bobo? — Mas é feijão mágico. — Mágico? — Não vou contar o que ele faz, senão estraga a surpresa. Mas é só você plantá-lo numa noite de lua cheia e no dia seguinte vai ver o que acontece. João achou que era melhor ter um feijão mágico do que dinheiro, e assim trocou sua vaca com o homem de cavanhaque. 6O menino voltou para casa todo feliz, achando que tinha feito um ótimo negócio. Porém, quando sua mãe viu o feijão, �cou muito triste. — 7Você trocou nossa vaquinha por isso? Agora vamos morrer de fome... — Não! Este feijão é mágico! — Não existe mágica no feijão. Você foi enganado, João. 8Desapontada, ela atirou o grão pela janela. Mas, por uma grande coincidência, naquela noite houve uma bela lua cheia. Quando João acordou na manhã seguinte, viu que um enorme pé de feijão tinha crescido no seu quintal. Era tão alto que passava das nuvens! O garoto não pensou duas vezes 9e começou a subir pela planta para ver o que tinha lá em cima. Depois de passar pela última nuvem, avistou um castelo. 10Ele era muito grande, muitíssimo grande, muitíssimo grandíssimo! E tinha torres pretas bem pontudas. João andou até o castelo e passou por baixo da porta como se fosse uma barata. 11Mal entrou, ouviu um barulho diferente: “glu-glu!”. Olhando na direção do “glu-glu” ele viu uma enorme perua dentro de uma gaiola de ouro. Então pensou: “Vou levar esta perua para casa. Assim, eu e minha mãe comeremos omeletes para sempre!”. 12João ia abrir a gaiola quando o chão começou a tremer. Pou! Pou! Pou! O menino se escondeu atrás de um malcheiroso cesto de roupas sujas e quase desmaiou ao ver um gigante na sala. Para piorar, ele cantava assim: Fi-�-fa-fa, �-�-fó-fum, Mau como eu só existe um. Fi-�-fa-fa, �-�-fó-fum, Mau como eu só existe um. 13O gigante vinha todo contente, mas então torceu o nariz e fez “snif, snif, snif” — Sinto o cheiro de criança! Urrou ele. 14Já chegava perto do cesto em que João se escondia quando, ploc, a perua botou um ovo. Só que não era um ovo comum. Era de ouro! 15O grandalhão caminhou até a gaiola, pegou o ovo e guardou-o no bolso. Depois foi comer seu almoço, que naquele dia foi um cavalo assado e, de sobremesa, cavalos-marinhos cobertos de chocolate. Então ele abriu um baita bocejo e dormiu. Quando o gigante começou a roncar, João abriu a gaiola e amarrou seu cinto no pescoço da ave. Ele estava 16quase saindo do castelo, no entanto (sempre tem um “no entanto” nas histórias) a perua fez “glu-glu” bem alto. O gigante acordou. E com muitaraiva. 17— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife. O menino saiu correndo com o animal e 18desceu deslizando pelo pé de feijão-preto como se ele fosse um escorregador beeeeeeem comprido. Já o gigante teve que descer com calma pela planta, porque era meio desengonçado. Assim que chegou em casa, João gritou: — Mãe, vamos derrubar o pé de feijão-preto! Tem um gigante querendo me pegar! 19— O que você fez desta vez? — Entrei no castelo dele e roubei sua perua. — Você invade uma casa, rouba um bicho e ainda quer matar o sujeito? 20Então a mãe de João segurou-o pelo braço e esperou que o gigante descesse. 21Aí disse para o grandalhão: — Senhor gigante, meu �lho agiu muito mal. Por favor, nos desculpe. Isso não vai mais acontecer. Pode levar sua perua. Ainda bufando de raiva, o gigante tomou a ave nos braços e pôs a mão num dos galhos do pé de feijão. No entanto, antes de subir, pensou: “22Puxa, eles poderiam ter cortado o pé de feijão, mas essa mulher preferiu fazer a coisa certa. 23Isto não acontece todos os dias. Acho que darei uma recompensa a ela.” E, tirando o ovo de ouro do bolso, entregou-o à mãe de João. 24— Tome, faça o que quiser com isso. Depois, sem dizer mais nada, voltou para seu castelo nas nuvens. 25A mãe de João vendeu o ovo de ouro e comprou várias vacas (que davam leite) e galinhas (que botavam ovos de verdade). Assim, o menino aprendeu uma lição e eles nunca mais passaram fome. 26Moral da história: Às vezes quem é bom não se dá mal. TORERO, José Roberto & PIMENTA, Marcus Aurelius: ilustrações Jean-Claude R. Alphen. João e os 10 pés de feijão. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2016. p.5-6, 20-25. (G1 - cmrj 2020) Na frase “— Meu �lho, nosso dinheiro acabou e nossa vaquinha secou.” (referência 5), usou-se a vírgula pelo mesmo motivo em que foi usada na passagem a) “Mas, um dia, quando João foi ordenhá-la, não saiu nem uma gota.” (referência 4) b) “Desapontada, ela atirou o grão pela janela.” (referência 8) c) “— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife.” (referência 17) d) “Puxa, eles poderiam ter cortado o pé de feijão, mas essa mulher preferiu fazer a coisa certa.” (referência 22) e) “— Tome, faça o que quiser com isso.” (referência 24) Exercício 54 A oposição passado/presente é essencial na aquisição da consciência do tempo. Não é um dado natural, mas sim uma construção. Com efeito, o interesse do passado está em esclarecer o presente. O processo da memória no homem faz intervir não só na ordenação de vestígios, mas também na releitura desses vestígios. (Jacques Le Goff) Ainda hoje, 1permanece em mim um desejo obsessivo de salvar o que acontece — 2ou deixa de acontecer — na inscrição ininterrupta, sob a forma de memória. Aquele sonho adolescente de conservar o 3rastro de todas as vozes que me atravessavam — 4ou quase atravessavam —, 5o que devia ser tão precioso e único, a um só tempo especular e especulativo. 6Acabei de dizer “deixa de acontecer” e “quase atravessaram” para marcar o fato de que o que acontece — 7em outras palavras, o acontecimento único cujo rastro gostaríamos de conservar — é também o próprio desejo de que o que não acontece deva acontecer. (DERRIDA, Jacques. Essa estranha instituição chamada literatura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2014. p. 46-47. Texto adaptado.) Vocabulário Especular: 1 estudar com atenção, pesquisar, investigar; 2 referente a espelho, que re�ete, que tem as propriedades de um espelho. Especulativo: 1 relativo à especulação, que se caracteriza por investigar teoricamente, que busca o conhecimento, curioso; 2 contemplativo. (G1 - cmrj 2020) Em dois momentos, o autor utiliza travessões para introduzir “ou deixa de acontecer” (referência 2) e “ou quase atravessaram” (referência 4). Essas expressões separadas pelos travessões assumem, no texto, o papel de a) limitar a re�exão do leitor. b) indicar a opinião do senso comum. c) desconstruir a tese defendida pelo autor. d) rati�car o que foi a�rmado anteriormente. e) ampliar as possibilidades de leitura do texto. Exercício 55 A oposição passado/presente é essencial na aquisição da consciência do tempo. Não é um dado natural, mas sim uma construção. Com efeito, o interesse do passado está em esclarecer o presente. O processo da memória no homem faz intervir não só na ordenação de vestígios, mas também na releitura desses vestígios. (Jacques Le Goff) Colecionar fotos é colecionar o mundo. As fotos são, de fato, experiência capturada, e 1a câmera é o braço ideal da consciência, 2em sua disposição aquisitiva. 3Imagens fotografadas não parecem manifestações a respeito do mundo, 4mas sim pedaços dele, miniaturas da realidade que qualquer um pode fazer ou adquirir. Fotos, que enfeixam o mundo, parecem solicitar que as enfeixemos também. São a�xadas em álbuns, emolduradas e expostas em mesas, pregadas em paredes, projetadas como diapositivos. Por meio de fotos, 5cada família constrói uma crônica visual de si mesma — um conjunto portátil de imagens que dá 6testemunho de sua coesão. Um álbum de fotos de família é, em geral, um álbum sobre a família ampliada — e, muitas vezes, o que dela resta. 7Assim como 8as fotos dão às pessoas a posse imaginária de um passado irreal, 9também as ajudam a tomar posse de um espaço 10em que se acham inseguras. (SONTAG, Susan. Sobre fotogra�a. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 14-5 e 19. Texto adaptado.) Vocabulário Diapositivo: imagem positiva, estática e translúcida, de modo geral em película, e que se pode projetar; imagem fotográ�ca. Enfeixar: amarrar ou prender em feixe; colocar junto; ajuntar; reunir. (G1 - cmrj 2020) “Assim como as fotos dão às pessoas a posse imaginária de um passado irreal, também as ajudam a tomar posse de um espaço em que se acham inseguras”. (referência 7) Nessa passagem, o trecho sublinhado apresenta o valor de a) conclusão. b) concessão. c) explicação. d) alternância. e) comparação. Exercício 56 Leia a crônica “Incon�áveis cupins”, de Moacyr Scliar, para responder à(s) questão(ões) a seguir. Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador. Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não, usaria um método cientí�co, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins. Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras. Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava. Conseguiu introduzir os cupins no museu e �cou à espera do que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados. O homem �cou furioso. Nem nos cupins se pode con�ar, foi a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa. (O imagináriocotidiano, 2002.) (Unifesp 2020) No trecho “Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador” (1º parágrafo), a sensação explicitada pelo pintor, em relação à obra de Van Gogh, é de a) temor. b) devoção. c) indiferença. d) inibição. e) submissão. Exercício 57 Leia o texto a seguir e responda. (G1 - cotuca 2020) Essa imagem foi fotografada em um banheiro público e apresenta uma frase de autor desconhecido. Qual das alternativas a seguir melhor analisa a informalidade da linguagem da frase, característica do contexto apresentado, em relação à norma padrão? a) Uso da palavra “você”, cuja gra�a não é a formalizada pelos dicionários. b) Uso da palavra “te”, que já caiu em desuso e não é recomendada em textos formais. c) Ausência de vírgulas na frase, com a construção de uma frase muito longa. d) Uso das palavras “te” e “você” num mesmo texto, misturando as pessoas verbais. e) Uso da palavra “vê”, por estar conjugada no modo imperativo. Exercício 58 Como o comportamento de manada explica adesão impensada aos ativismos políticos O ativismo se expressa, sobretudo, através de movimentos coletivos. Mas essa própria noção de coletividade pode ser uma pressão para pessoas participarem de um movimento simplesmente para sentirem que fazem parte de algo: a chamada “mob mentality” ou comportamento de manada é um instrumento político e uma arma para promover a agenda de grupos especí�cos. A teoria psicológica de “comportamento de manada” sugere que seres humanos têm maior probabilidade de adotar determinados comportamentos porque seus amigos, colegas de trabalho e vizinhos já o adotam. Basicamente, ninguém quer ser o primeiro ou o último a fazer algo, mas sim estar seguro e inserido em um determinado grupo social. “Se a questão é o que fazer com uma caixa de pipoca vazia em um cinema, com que rapidez dirigir em um determinado trecho de rodovia ou como comer o frango em um jantar, as ações das pessoas ao nosso redor serão importantes para de�nir nossa resposta”, diz o psicólogo Robert Cialdini, autor de “In�uência: A Psicologia da Persuasão”. A mesma lógica se aplica a ideologias políticas: um estudo da Universidade da Califórnia em Berkeley constatou que as pessoas tendem a alinhar suas opiniões políticas às do grupo em que estão inseridas. O experimento reuniu 63 pessoas de duas cidades do Colorado: o primeiro de Boulder, um município com maioria de esquerda, enquanto o outro reunia pessoas de Colorado Springs. Ambos os grupos discutiram aquecimento global, ações a�rmativas e união civil para casais do mesmo sexo. Nas duas discussões, o principal efeito foi tornar os membros do grupo mais extremos em suas opiniões, comparado ao que eram antes de começarem a conversar. Ou seja: progressistas se tornaram mais progressistas nas três questões, enquanto conservadores se tornaram mais conservadores. “Todos queremos tomar decisões melhores. Estudos identi�cam os papéis bené�cos das estruturas de diversidade de pensamento, subgrupo e liderança plana na otimização de ideias e resolução de problemas”, diz Zac Baynham-Herd, analista da prática de ciências comportamentais da Ogilvy Consulting. “À medida que a atividade online cresce, o potencial de proliferação de 'ovelhas negras' e ‘comportamento de manada’ também aumenta”, acrescenta. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/como- o-comportamento-de-manada-explica-adesao-impensada-aos- ativismos-politicos/>. Acesso em: 23 set. 2019. Publicado em 22 set. 2019. [Fragmento adaptado]. (Acafe 2020) Considerando o texto, assinale a alternativa correta. a) A frase “Ou seja: progressistas se tornaram mais progressistas nas três questões, enquanto conservadores se tornaram mais conservadores” mantém o mesmo signi�cado se for reescrita da seguinte forma: “isso quer dizer que se os progressistas se tornaram mais progressistas então os conservadores se tornaram mais conservadores”. b) Em “[...] um estudo da Universidade da Califórnia em Berkeley constatou que as pessoas tendem a alinhar suas opiniões políticas às do grupo em que estão inseridas”, o vocábulo “às” é constituído pela combinação da preposição “a” mais o artigo de�nido “as”. c) Em “A mesma lógica se aplica a ideologias políticas [...]”, faltou indicar a ocorrência de crase em “à ideologias políticas”. d) Em “[...] seres humanos têm maior probabilidade de adotar determinados comportamentos porque seus amigos, colegas de trabalho e vizinhos já o adotam”, há um erro de concordância nominal. Exercício 59 GALILEU CULTURA Quem foi Carolina Maria de Jesus, que completaria 105 anos em março Ela foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais relevantes para a literatura nacional - MARILIA MARASCIULO 29 MAR 2019 - 15H06 |ATUALIZADO EM 29 MAR 2019 - 15H06 Negra, catadora de papel e favelada, 1Carolina Maria de Jesus foi uma autora improvável. Nasceu em 14 de março de 1914 em Sacramento, Minas Gerais, em uma comunidade rural, �lha de pais analfabetos. Foi maltratada durante a infância, 2mas aos sete anos frequentou a escola — em pouco tempo, aprendeu a ler e escrever e desenvolveu o gosto pela leitura. Em 1937, após a morte da mãe, ela mudou para São Paulo. Aos 33 anos, desempregada e grávida, mudou-se para a favela do Canindé, na zona norte da capital paulista. Trabalhava como catadora de papel e, nas horas vagas, registrava o cotidiano da favela em cadernos que encontrava no material que recolhia. Um destes diários deu origem a seu primeiro livro, Quarto de Despejo - Diário de uma Favelada, publicado em 1960. A obra virou best-seller, foi vendida em 40 países e traduzida para 16 idiomas. (...) Texto adaptado, disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2019/03/quem- foi-carolina-maria-de-jesus-que-completaria-105-anos-em- marco.html, acesso em 22 de outubro de 2019. 25. (G1 - ifce 2020) Ao usar a conjunção “mas” no trecho “..., mas aos sete anos frequentou a escola...” (referência 2), a autora a) destaca a comparação entre as etapas da vida de Carolina Maria de Jesus. b) expressa a ideia de explicação sobre a capacidade de escrita de Carolina Maria de Jesus. c) faz referência à época de nascimento de Carolina Maria de Jesus. d) pretende mostrar a consequência dos estudos de Carolina Maria de Jesus. e) marca a ideia de oposição em relação à ideia de sofrimento na infância de Carolina Maria de Jesus. Exercício 60 (Fuvest 2021) Rubião �tava a enseada, – eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas em verdade vos digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora! Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade. – Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Barba, apenas me dano uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma desgraça... Machado de Assis, Quincas Borba. O primeiro capítulo de Quincas Borba já apresenta ao leitor um elemento que será fundamental na construção do romance: a) a contemplação das paisagens naturais, como se lê em “ele admirava aquele pedaço de água quieta”. b) a presença de um narrador-personagem, como se lê em “em verdade vos digo que pensava em outra coisa”. c) a sobriedade do protagonista ao avaliar o seu percurso, como se lê em “Cotejava o passado com o presente”. d) o sentido místico e fatalista que regeos destinos, como se lê em “Deus escreve direito por linhas tortas”. e) a reversibilidade entre o cômico e o trágico, como se lê em “de modo que o que parecia uma desgraça...”. Exercício 61 (Fuvest 2021) O efeito de humor presente nas falas das personagens decorre a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia. b) da ambiguidade causada pela antonímia. c) do contraste provocado pela fonética. d) do contraste introduzido pela neologia. e) do estranhamento devido à morfologia. Exercício 62 (Fuvest 2021) Terça é dia de Veneza revelar as atrações de seu festival anual, cuja 77ª edição começa no dia 2 de setembro, com a dramédia “Lacci”, do romano Daniele Luchetti, seguindo até 12/9, com 50 produções internacionais e uma expectativa (extrao�cial) de colocar “West Side Story”, de Steven Spielberg, na ribalta. Rodrigo Fonseca. “À espera dos rugidos de Veneza”. O Estado de S. Paulo. Julho/2020. Adaptado. Um processo de formação de palavras em língua portuguesa é o cruzamento vocabular, em que são misturadas pelo menos duas palavras na formação de uma terceira. A força expressiva dessa nova palavra resulta da síntese de signi�cados e do inesperado da combinação, como é o caso de “dramédia” no texto. Ocorre esse mesmo tipo de formação em a) “deleitura” e “namorido”. b) “passatempo” e “microvestido”. c) “hidrelétrica” e “sabiamente”. d) “arenista” e “girassol”. e) “planalto” e “multicor”. Exercício 63 (Unicamp 2021) Entre todas as palavras do momento, a mais �amejante talvez seja desigualdade. E nem é uma boa palavra, incomoda. Começa com des. Des de desalento, des de desespero, des de desesperança. Des, de�nitivamente, não é um bom pre�xo. Desigualdade. A palavra do ano, talvez da década, não importa em que dicionário. Doravante ouviremos falar muito nela. De-si-gual-da-de. Há quem não veja nem soletre, mas está escrita no destino de todos os busões da cidade, sentido centro/subúrbio, na linha reta de um trem. Solano Trindade, no sinal fechado, fez seu primeiro rap, “tem gente com fome, tem gente com fome, tem gente com fome”, somente com esses substantivos. Você ainda não conhece o Solano? Corra, dá tempo. Dá tempo para você entender que vivemos essa desigualdade. Pegue um busão da Avenida Paulista para a Cidade Tiradentes, passe o vale-transporte na catraca e simbora – mais de 30 quilômetros. O patrão jardinesco vive 23 anos a mais, em média, do que um humaníssimo habitante da Cidade Tiradentes, por todas as razões sociais que a gente bem conhece. Evitei as estatísticas nessa crônica. Podia matar de desesperança os leitores, os números rendem manchete, mas carecem de rostos humanos. Pega a visão, imprensa, só há uma possibilidade de fazer a grande cobertura: mire-se na desigualdade, talvez não haja mais jeito de achar que os pontos da bolsa de valores signi�quem a ideia de fazer um país. (Adaptado de Xico Sá, A vidinha sururu da desigualdade brasileira. Em El País, 28/10/2019. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/28/opinion/1572287747_63785 fbclid=IwAR1VPA7qDYs1Q0Ilcdy6UGAJTwBO_snMDUAw4yZpZ3zyA1 Acessado em 25/05/2020.) A crônica instiga o leitor a �car atento à desigualdade na cidade de São Paulo. Assinale a alternativa que identi�ca corretamente os recursos expressivos (estilísticos e literários) de que se vale o autor. a) A desigualdade está escrita nas linhas de trens e ressoa nos versos de Solano Trindade: onomatopeia. b) No destino dos transportes coletivos no sentido centro subúrbio é possível viver a desigualdade: eufemismo. c) A desigualdade se mostra na expectativa de vida dos moradores de bairros bem situados e periferias: alusão. d) Na cobertura da imprensa, números da desigualdade perdem para pontos da bolsa de valores: ambiguidade. Exercício 64 (G1 - epcar (Cpcar) 2021) Abaixo são feitas algumas a�rmações referentes à tirinha de Duke: I. A janela do primeiro quadrinho e a do segundo podem ser eliminadas, porque não têm um sentido no conjunto da tirinha. II. As expressões �sionômicas dos personagens, no terceiro quadrinho, da esquerda para a direita, revelam o inesperado da cena, que terá desfecho no quarto quadrinho. III. Pela fala do personagem da janela, subentende-se que a discussão estava se estendendo cada vez mais e incomodando. IV. Os advérbios, o tom imperativo de algumas frases, as exclamações, tudo denuncia o clima de intolerância que atravessa o texto. Estão corretas a) I, II e III apenas. b) II, III e IV apenas. c) II e IV apenas. d) I e III apenas. Exercício 65 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Os estatutos do homem (Ato Institucional Permanente) A Carlos Heitor Cony Artigo I Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida, E de mãos dadas, Marcharemos todos pela vida verdadeira. Artigo II Fica decretado que todos os dias da semana, Inclusive as terças-feiras mais cinzentas, Têm direito a converter-se em manhãs de domingo. /.../ Artigo VIII Fica decretado que a maior dor Sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama /.../ Parágrafo único: Só uma coisa �ca proibida: Amar sem amor. (MELLO, Thiago de. Os estatutos do homem. São Paulo: Vergara & Riba, 2001.) (G1 - epcar (Cpcar) 2021) Assinale a alternativa INCORRETA referente ao texto. a) As expressões “terças-feiras cinzentas” e “manhãs de domingo” não têm sentido próprio, por isso podem se converter uma em outra, conforme sugerido nos versos do poema. b) A repetição do termo “agora”, no Artigo I do poema, realça a importância do decreto a partir daquele momento. Pressupõe-se um tempo anterior em que a verdade não valia e as pessoas andavam desunidas. c) Não se evidencia uma preocupação rigorosa com a métrica, como se pode observar pela presença de versos longos e curtos. d) Neste poema, aborda-se o tema da esperança, da união das pessoas, da necessidade de se marchar de “mãos dadas”. Exercício 66 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leusipo perguntou o que eu tinha ido fazer na aldeia. Preferi achar que o tom era amistoso e, no meu paternalismo ingênuo, comecei a lhe explicar o que era um romance. Eu tentava convencê-lo de que não havia motivo para preocupação. Tudo o que eu queria saber já era conhecido. E ele me perguntava: “Então, porque você quer saber, se já sabe?” Tentei lhe explicar que pretendia escrever um livro e mais uma vez o que era um romance, o que era um livro de �cção (e mostrava o que tinha nas mãos), que seria tudo historinha, sem nenhuma consequência na realidade. Ele seguia incrédulo. Fazia-se de desentendido, mas na verdade só queria me intimidar. As minhas explicações sobre o romance eram inúteis. Eu tentava dizer que, para os brancos que não acreditam em deuses, a �cção servia de mitologia, era o equivalente dos mitos dos índios, e antes mesmo de terminar a frase, já não sabia se o idiota era ele ou eu. Ele não dizia nada a não ser: “O que você quer com o passado?”. Repetia. E, diante da sua insistência bovina, tive de me render à evidência de que eu não sabia responder à sua pergunta. Bernardo Carvalho, Nove Noites. Adaptado. (Fuvest 2021) Sem prejuízo de sentido e fazendo as adaptações necessárias, é possível substituir as expressões em destaque no texto, respectivamente, por a) incompreensão; armação; inofensivo; irredutível. b) altivez; brincadeira; ofendido; mansa. c) ignorância; mentira; prejudicado; alienada. d) complacência; invenção; bobo; cega. e) arrogância; entretenimento; incapaz; animalesca. Exercício 67 Mito, na acepção aqui empregada, não signi�ca mentira, falsidade ou misti�cação. Tomo de empréstimo a formulação de Hans Blumenberg do mito político como um processo contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma necessidade prática de uma sociedade em determinado período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter validadefactual, mas também não pode ser percebido como mentira (do contrário, não seria mito). O mito político confere um sentido às 1circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao 2fazê‐los ver sua condição presente como parte de uma história em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo 3em 4que vivem. ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24. (Fuvest 2019) De acordo com o texto, o “mito político” a) prejudica o entendimento do mundo real. b) necessita da abstração do tempo. c) depende da veri�cação da verdade. d) é uma fantasia desvinculada da realidade. e) atende a situações concretas. Exercício 68 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O texto a seguir é parte de um capítulo de O príncipe, de Nicolau Maquiavel (Florença, 1469-1527). Ser amado ou ser temido Creio que todo príncipe deve desejar muito ser considerado compassivo, e não cruel; no entanto, deve ter cuidado e não usar mal essa piedade. César Bórgia foi considerado cruel, mas Sua crueldade reformou toda a Romanha, uniu-a e proporcionou-lhe paz e �delidade. Bem vistas as coisas, seu procedimento foi mais compassivo que o do governo �orentino, o qual, para evitar a fama de cruel, deixou destruir Pistoia1. Portanto, o príncipe não se deve preocupar com ganhar fama de cruel para conservar todos os súditos em união e obediência, pois será muito mais ético do que aqueles que, por excesso de clemência, deixam alastrar a desordem, da qual se geram assassínios e rapinas: a desordem prejudica a todos, ao passo que as penas in�igidas pelo príncipe só atingem particulares. [...] Daqui nasce um dilema: vale mais ser amado do que temido, ou o inverso? Seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é difícil conciliá-Ias, parece-me muito mais seguro ser temido do que amado, se só se puder ser uma delas. Há uma verdade que se pode dizer da maioria dos homens: que são ingratos, instáveis, dissimulados, inimigos do risco e do perigo, ávidos de ganhar. Enquanto lhes fazes bem, são teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os �lhos, porque, como já disse, os riscos maiores estão no futuro; mas, quando o perigo se aproxima, furtam-se, debandam, e o príncipe que se baseou somente em suas palavras encontra-se despojado de outros preparativos; está de fato perdido. As amizades que se conquistam com dinheiro ou favores, e não pelo coração nobre e altivo, terão seus efeitos, mas são como se não as tivéssemos, pois de nada nos servem quando delas precisamos. Os homens hesitam menos em prejudicar um homem que se torna amado do que outro que se faz temer, pois o amor mantém-se por um laço de obrigações que, em virtude de os homens serem maus, se quebra quando surge ocasião de melhor proveito. Mas o medo mantém-se por um temor do castigo, que nunca nos abandona. Por outro lado, o príncipe deve fazer-se temer de tal modo que, se não conseguir a amizade, possa pelo menos fugir à inimizade, visto haver a possibilidade de ser temido e não ser odiado, ao mesmo tempo. Isso sucederá, sempre, se ele se abstiver de se apoderar dos bens e riquezas de seus concidadãos e súditos, e também de suas mulheres. E quando for obrigado a proceder contra o sangue de alguém, não deve agir sem justi�cação conveniente nem causa manifesta. Acima de tudo, convém que se abstenha de tocar na propriedade alheia, porque os homens esquecem mais depressa a morte de seu pai do que a perda de seu património. Além do mais, não faltam nunca motivos para apoderar-se do bem alheio, e aquele que começa a viver da rapina encontra sempre razões para apoderar-se do que é dos outros. (1) Cidade da Toscana (Itália); antiga forti�cação construída sobre Pistoriae; na Idade Média, as lutas políticas entre guelfos e gibelinos enfraqueceram-na, tendo sido conquistada por Florença em 1351. Adaptado de: MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Lisboa: Europa- América. 1976. p, 88-90. (Fepar 2018 - Adaptada) Julgue as a�rmativas com relação aos conteúdos e à estrutura do texto. ( ) Resumo do parágrafo 1: a crueldade para com os súditos constitui uma falta ética que deve ser combatida pela demonstração de piedade. ( ) No parágrafo 2, Maquiavel apresenta uma perspectiva realista em relação aos homens, constatando que eles são ora bons, ora maus. ( ) No parágrafo 3, Maquiavel a�rma que as amizades são geralmente relativas e traiçoeiras, enquanto o medo é mais seguro para manter a colaboração dos súditos. ( ) No parágrafo 4, Maquiavel apresenta uma receita para evitar inimizades e aplicar a pena de morte a algum súdito. ( ) Vínculos de nacionalidade e companheirismo são o melhor meio de promover a lealdade num grupo social. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. A) F – F – V – V – F. B) F - V - F - V - F C) V - F - V - F - F D) V - V - F - F - V Exercício 69 (G1 - cftmg 2020) De repente, ele começou a gritar: – Pare! Pare já com isso! Não suporto ninguém se �ngindo de bom moço por mais de cinco minutos. E o senhor já está aqui há dez! Fiquei sem ação, de novo. O que ele queria que eu �zesse? Chamasse-o de “mano”, “veio”, “bróder”? A vontade de ir embora bateu outra vez. Ele respirou fundo, pigarreou e recomeçou: – Na verdade, é mais uma aposta do que uma pesquisa... Um professor inglês, que conheci pela rede, apostou comigo que eu não conseguiria encontrar as frases-chave em três peças do Shakespeare. Eu entendi e não entendi. Depois de um instante, deduzi que “rede” queria dizer internet. LACERDA, Rodrigo. O Fazedor de Velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 56. O trecho evidencia que, entre o narrador e o professor, há marcas de variação linguística fundamentadas na diferença de a) faixa etária. b) classe social. c) região geográ�ca. d) nível de escolarização. Exercício 70 (G1 - cftmg 2020) Compare os textos 1 e 2 extraídos da obra O Fazedor de Velhos, de Rodrigo Lacerda. Texto 1 Eu não lembro direito quando meu pai e minha mãe começaram a me en�ar livros garganta abaixo. Mas foi cedo. Lembro das sessões de leitura de poesia a que eu e minha irmã éramos submetidos pela nossa mãe, e que ela só aceitava interromper quando um �lho, em geral eu, caía de joelhos a sua frente com gestos de reza fervorosa, e o outro, normalmente minha irmã, agarrava sua mão com a intensidade de um moribundo fazendo o último desejo. Ela nos olhava contrariada, mas ria do nosso desespero exagerado: “Para, mãe, pelo amor de Deus, para!”. (p. 9). Texto 2 Aos poucos, recriar num texto aquelas lembranças todas, felizes ou não, foi me dando uma sensação diferente. Era bom ser quem eu era aos vinte anos, mas por outro lado eu sentia uma saudade imensa do que já vivera. Será que eu trocaria a minha vida atual para voltar no tempo? Por um lado, lamentei não ser mais criança, meus pais não serem tão jovens. Foi um pouco triste concretizar que certas etapas da minha vida estavam encerradas, e que nada poderia trazê-las de volta. (p. 121). Esses fragmentos põem em evidência a a) consciência do sofrimento diante das perdas da vida. b) angústia do personagem ao descrever fatos do passado. c) percepção da ine�cácia da educação no contexto familiar. d) memória afetiva remodelada pela perspectiva do narrador. Exercício 71 (Unicamp 2020) – Pela milionésima vez, por favor, “se amostrar” não existe. Não pega bem usar uma expressão incorreta como essa. – Ora veja, incorreto para mim é o que não faz sentido, “se amostrar” faz sentido para boa parte do país. – Por que você não usa um sinônimo mais simples da palavra? Que tal ”exibido”? Todo mundo conhece. – Não dá, porque quem se exibe é exibido, quem se amostra é amostrado. Por exemplo: quando os vendedores de shopping olham com desprezo para os meninos dos rolezinhos e moram no mesmo bairro deles, são exibidos. Eles acham que a roupa de vendedor faz deles seres superiores. Por outro lado, as meninas e os meninos dos rolezinhosvão para os shoppings para se amostrar uns para outros, e são, portanto, amostrados. Percebeu a sutileza da diferença? – Entendo, mas está errado. – Como é que está errado se você entende? Você não aceita a inventividade linguística do povo. “Amostrar” é verbo torto no manual das conjugações e “amostrado” é particípio de amostra grátis! Captou? (Adaptado de Cidinha da Silva, Absurdada. Disponível em http://notarodape. blogspot. com/search/label/Cotidiano. Acessado em 22/05/2019.) Considerando que a comparação entre modos de falar pode ser fonte de preconceito, o exemplo citado por uma das personagens da crônica a) reforça o preconceito em relação às turmas de jovens de um mesmo bairro, com base nos signi�cados de “amostrado” e “exibido”. b) explicita o preconceito, valendo-se de “amostrado” e “exibido” para distinguir dois grupos de jovens do mesmo bairro. c) dissimula o preconceito e reconhece que “se amostrar” é, de fato, um verbo que não está de acordo com as normas gramaticais. d) refuta o preconceito e con�rma o desconhecimento da regra de formação do particípio passado do verbo “se amostrar”. Exercício 72 (Enem 2020) A vida às vezes é como um jogo brincado na rua: estamos no último minuto de uma brincadeira bem quente e não sabemos que a qualquer momento pode chegar um mais velho a avisar que a brincadeira já acabou e está na hora de jantar. A vida a�nal acontece muito de repente – nunca ninguém nos avisou que aquele era mesmo o último Carnaval da Vitória. O Carnaval também chegava sempre de repente. Nós, as crianças, vivíamos num tempo fora do tempo, sem nunca sabermos dos calendários de verdade. [...] O “dia da véspera do Carnaval”, como dizia a avô Nhé, era dia de confusão com roupas e pinturas a serem preparadas, sonhadas e inventadas. Mas quando acontecia era um dia rápido, porque os dias mágicos passam depressa deixando marcas fundas na nossa memória, que alguns chamam também de coração. ONDJAKI. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007. As signi�cações afetivas engendradas no fragmento pressupõem o reconhecimento da a) perspectiva infantil assumida pela voz narrativa. b) suspensão da linearidade temporal da narração. c) tentativa de materializar lembranças da infância. d) incidência da memória sobre as imagens narradas. e) alternância entre impressões subjetivas e relatos factuais. Exercício 73 (Ufrgs 2020) Leia os fragmentos abaixo da obra "Quarto de despejo". Quando eu fui catar papel encontrei um preto. Estava rasgado e sujo que dava pena. Nos seus trajes rôtos êle podia representar- se como diretor do sindicato dos miseráveis. 2 de maio de 1958 […] Passei o dia catando papel. A noite meus pés doíam tanto que eu não podia andar. 14 de junho … Está chovendo. Eu não posso ir catar papel. O dia que chove eu sou mendiga. 3 de maio ... Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Depois fui catar lenha. Parece que vim ao mundo predestinada a catar. Só não cato a felicidade. Considere as seguintes a�rmações sobre a ação de “catar”. I. Relaciona-se ao título da obra, uma vez que Quarto de despejo serve de metáfora à situação da própria personagem, que vive na favela como um objeto descartado. II. Associa-se à atividade da escritora, que recolhe da experiência de viver do lixo a própria matéria para a sua criação literária. III. Refere-se à descoberta dos diários de Carolina pelo jornalista Audálio Dantas, graças ao qual ela se torna uma escritora de grande sucesso editorial, condição que lhe garante sustentabilidade �nanceira e saída de�nitiva da miséria. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. Exercício 74 (Ufjf-pism 1 2020) Leia o poema abaixo para responder à questão: Meu povo, meu poema Meu povo e meu poema crescem juntos como cresce no fruto a árvore nova No povo meu poema vai nascendo como no canavial nasce verde o açúcar No povo meu poema está maduro como o sol na garganta do futuro Meu povo em meu poema se re�ete como a espiga se funde em terra fértil Ao povo seu poema aqui devolvo menos como quem canta do que planta GULLAR, Ferreira. Toda Poesia. José Olympio: Rio de Janeiro, 2000. Marque a alternativa INCORRETA a respeito do poema: a) Trata-se de um texto que pode ser rotulado como poema participante ou poesia engajada. b) O texto apresenta forte adesão à temática de interesse da coletividade, o que afasta o eu-poético do individualismo sentimental. c) A ideia-núcleo do poema é a da transformação. A esse núcleo estão associadas as metáforas do poema. d) Plantar equivale no poema à tarefa de abrir mão do presente em benefício do futuro. e) O eu-poético parece inclinado a unir os requintes do formalismo de vanguarda à linguagem dos cantadores populares. Exercício 75 (Ufrgs 2020) Considere o poema abaixo, de Oswald de Andrade, do livro Pau-Brasil, de 1925. RIQUEZAS NATURAIS Muitos metaes pepinos romans e �gos De muitas castas Cidras limões e laranjas Uma in�nidade Muitas cannas daçucre In�nito algodam Também há muito paobrasil Nestas capitanias Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes a�rmações sobre o poema. ( ) Insere-se no contexto do primitivismo das vanguardas do Modernismo brasileiro, remetendo particularmente às propostas do Manifesto Pau-Brasil, de Oswald de Andrade. ( ) Constrói imagens incompatíveis com os ideais de progresso e civilização, trazidos pelas vanguardas europeias, inspiradoras do Modernismo brasileiro. ( ) Reforça os elementos naturais da paisagem, remetendo à “cor local”, tal como o nacionalismo presente em José de Alencar e Gonçalves Dias. ( ) Descreve a exuberância da natureza tropical, apropriando-se de maneira paródica dos discursos dos primeiros cronistas, que alardeavam as belezas naturais das terras recém-descobertas. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) F – V – F – F. b) V – F – F – V. c) V – F – V – V. d) F – F – V – F. e) V – V – F – V. Exercício 76 (G1 - cmrj 2020) “Mas como estão aí e não há mais jeito para conseguir manter a massa na ignorância total, até parece que surgiu outra tática de propósito: distrair a maioria da população com outras coisas, [...]” (referência 14) Os trechos sublinhados apresentam, respectivamente, os sentidos de a) fato e conclusão. b) causa e consequência. c) adição e conformidade. d) concessão e alternância. e) comparação e �nalidade. Exercício 77 (G1 - ifsul 2020) Para responder à questão, leia a tirinha a seguir, publicada pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge). Com base nos elementos verbo-visuais presentes na tirinha, considere as seguintes a�rmações: I. Ao compararmos os primeiros quadros com o último quadro, é perceptível o constrangimento do homem diante da resposta da mulher, possivelmente porque ele considerava o alisamento do cabelo como algo normal, sinônimo de “boa aparência”. II. A tirinha problematiza a imposição social que as mulheres negras sofriam/sofrem para alisar o cabelo, pois a estética branca era/é o modelo a ser seguido, produzindo um imaginário social de que os cabelos crespos eram desarrumados, inadequados ao ambiente pro�ssional. III. Na primeira parte da fala do personagem masculino, há a utilização do nível formal de linguagem; no entanto, nas próximas interações, os personagens utilizam uma linguagem mais informal. Essa mudança de registro sinaliza uma mudança de pauta do diálogo: de um comunicado mais pro�ssional, passa para uma conversa mais coloquial. Está(ão) correta(s) a(s) a�rmativa (s) a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e III. Exercício 78 (S1 - ifpe 2020) As tirinhas constituem um gênero textual multimodal, por terem seu sentido construído pela associação de mais de uma modalidade da linguagem.Na leitura da tirinha acima, ao associarmos o texto verbal com as ilustrações, percebemos que a) a conclusão à qual o personagem chega no terceiro quadrinho caracteriza um exagero no que diz respeito aos cuidados com a camisa e uma ironia quanto ao seu uso. b) a ilustração do cômodo no qual o personagem se encontra caracteriza uma informação irrelevante, visto que as informações verbais quanto aos cuidados com a roupa são su�cientes para compreendermos o sentido da tira. c) a interpretação que o personagem dá à informação “não torcer” é equivocada já no segundo quadrinho, sendo dispensável a leitura do terceiro para compreendermos o sentido da tira. d) a expressão do personagem no segundo quadrinho sugere que a informação da etiqueta da camisa o surpreendeu de algum modo e que isso atende às expectativas do leitor quanto ao que será dito no último quadrinho. e) a polissemia de um termo provocou ambiguidade no texto, o que levou o personagem a uma interpretação equivocada sobre o que poderia ser feito com a camisa. Exercício 79 (Fuvest 2020) O Twitter é uma das redes sociais mais importantes no Brasil e no mundo. (...) Um estudo identi�cou que as fake news são 70% mais propensas a serem retweetadas do que fatos verdadeiros. (...) Outra conclusão importante do trabalho diz respeito aos famosos bots: ao contrário do que muitos pensam, esses robôs não são os grandes responsáveis por disseminar notícias falsas. Nem mesmo comparando com outros robozinhos: tanto os que espalham informações mentirosas quanto aqueles que divulgam dados verdadeiros alcançaram o mesmo número de pessoas. Superinteressante, “No Twitter, fake news se espalham 6 vezes mais rápido que notícias verdadeiras”. Maio/2019. No período “Nem mesmo comparando com outros robozinhos: tanto os que espalham informações mentirosas quanto aqueles que divulgam dados verdadeiros alcançaram o mesmo número de pessoas.”, os dois‐pontos são utilizados para introduzir uma a) conclusão. b) concessão. c) explicação. d) contradição. e) condição. Exercício 80 (Enem 2020) Uma das mais contundentes críticas ao discurso da aptidão física relacionada à saúde está no caráter eminentemente individual de suas propostas, o que serve para obscurecer outros determinantes da saúde. Ou seja, costuma-se apresentar o indivíduo como o problema e a mudança do estilo de vida como a solução. Argumenta-se ainda que o movimento da aptidão física relacionada à saúde considera a existência de uma cultura homogênea na qual todos seriam livres para escolher seus estilos de vida, o que não condiz com a realidade. O fato é que vivemos numa sociedade dividida em classes sociais, na qual nem todas as pessoas têm condições econômicas para adotar um estilo de vida ativo e saudável. Há desigualdades estruturais com raízes políticas, econômicas e sociais que di�cultam a adoção desses estilos de vida. FERREIRA, M. S. Aptidão física e saúde na educação física escolar; ampliando o enfoque. RBCE, n. 2. jan. 2001 (adaptado). Com base no texto, a relação entre saúde e estilos de vida a) constrói a ideia de que a mudança individual de hábitos promove a saúde. b) considera a homogeneidade da escolha de hábitos saudáveis pelos indivíduos. c) reforça a necessidade de solucionar os problemas de saúde da sociedade com a prática de exercícios. d) problematiza a organização social e seu impacto na mudança de hábitos dos indivíduos. e) reproduz a noção de que a melhoria da aptidão física pela prática de exercícios promove a saúde. Exercício 81 (Unicamp 2020) “(...) as palavras tomam signi�cados distintos daqueles utilizados no cotidiano. Por exemplo, utiliza-se, com frequência, nas aulas sobre frações, a frase reduzir ao mesmo denominador." (Edi Jussara Candido Lorensatti, Linguagem matemática e Língua Portuguesa: diálogo necessário na resolução de problemas matemáticos. Conjectura: Filoso�a e Educação. Caxias do Sul, v. 14, n. 2, p. 91, maio/ago. 2009.) Cada ciência usa uma linguagem própria e com um grau de precisão terminológica necessário para o seu exercício. Tendo em vista os signi�cados distintos que as palavras assumem nas situações concretas em que são empregadas, o verbo “reduzir”, no uso cotidiano, signi�ca a) limitar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é sinônimo de restringir. b) moderar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática implica aumentar as relações entre os números. c) eliminar alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática implica reverter as relações entre os números. d) diminuir alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é sinônimo de converter. Exercício 82 (Enem 2020) Essa campanha de conscientização sobre o assédio sofrido pelas mulheres nas ruas constrói-se pela combinação da linguagem verbal e não verbal. A imagem da mulher com o nariz e a boca cobertos por um lenço é a representação não verbal do(a) a) silêncio imposto às mulheres, que não podem denunciar o assédio sofrido. b) metáfora de que as mulheres precisam defender-se do assédio masculino. c) constrangimento pelo qual passam as mulheres e sua tentativa de esconderem-se. d) necessidade que as mulheres têm de passarem despercebidas para evitar o assédio. e) incapacidade de as mulheres protegerem-se da agressão verbal dos assediadores. Exercício 83 (Enem 2020) O conceito de saúde formulado na histórica VIII Conferência Nacional de Saúde, no ano de 1986, �cou conhecido como um “conceito ampliado” de saúde, conforme ilustrado na �gura. Esse conceito foi fruto de intensa mobilização em diversos países da América Latina nas décadas de 1970 e 1980, como resposta à crise dos sistemas públicos de saúde. Com base no conceito apresentado no texto, a saúde é consequência direta do(a) a) adoção de um estilo de vida ativo por parte dos indivíduos. b) disponibilidade de emprego no mercado de trabalho. c) condição habitacional presente nas cidades. d) acesso ao sistema educacional. e) forma de organização social. Exercício 84 (G1 - ifmt 2020) Abaixo, analise os períodos compostos por coordenação. Após, enumere a segunda coluna de acordo com a primeira e, em seguida, assinale a alternativa que indica a sequência correta: ( 1 ) O goleiro esforçou-se, porém não conseguiu evitar o gol. ( ) Aditiva ( 2 ) Hoje começa o horário de verão, portanto adiante seu relógio em uma hora. ( ) Adversativa ( 3 ) Não deixe de votar, pois sua participação nas decisões políticas é fundamental. ( ) Alternativa ( 4 ) Aos domingos, ou vou ao cinema ou �co em casa estudando. ( ) Conclusiva ( 5 ) Peguei os materiais e fui à escola. ( ) Explicativa a) 5 – 3 – 4 – 2 – 1 b) 5 – 1 – 4 – 2 – 3 c) 3 – 2 – 1 – 5 – 4 d) 4 – 2 – 3 – 1 – 5 e) 5 – 1 – 4 – 3 – 2 Exercício 85 (Acafe 2020) Preencha os espaços em branco com Há, a, à, nessa ordem. I. _____ dois anos não _____ visitava, mas sua mãe sempre esteve _____ espera. II. _____ beira do precipício, _____ poucos arbustos _____ decorar a paisagem. III. _____ quem quisesse ver, demonstrei que não _____ possibilidade de resolver _____ questão. IV. _____ alguma chance, _____ custa de muito esforço, de obter _____ vaga pretendida. V. _____ ao menos três maneiras de encaminhar isso _____ quem está _____ disposição para ajudar. As frases corretas, de acordo com a ordem proposta, são: a) II - III - IV b) I - V c) I - III - IV d) III - V Exercício 86 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Texto para a(s) questão(ões) a seguir. amora a palavra amora seria talvez menos doce e um pouco menos vermelha se não trouxesse em seu corpo (como um velado esplendor) a memória da palavra amor a palavra amargo seria talvez mais doce e um pouco menos acerba se não trouxesse em seu corpo (como uma sombra a espreitar) a memória da palavra amar Marco Catalão, Sob a face neutra. (Fuvest 2020) Tal como se lê no poema,a) a palavra “amora” é substantivo, e “amargo”, adjetivo. b) o verbo “amar” ameniza o amargor da palavra “amargo”. c) o substantivo “corpo” apresenta sentido denotativo. d) o substantivo “amor” intensi�ca o dulçor da palavra “amora”. e) o verbo “amar” e o substantivo “amor” são intercambiáveis. Exercício 87 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Texto para a(s) questão(ões) a seguir. Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército que a pisa. Mas mais frágil �ca a bota. Gonçalo M. Tavares, 1: poemas. *sesta: repouso após o almoço. (Fuvest 2020) O ditado popular que se relaciona melhor com o poema é: a) Para bom entendedor, meia palavra basta. b) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. c) Quem com ferro fere, com ferro será ferido. d) Um dia é da caça, o outro é do caçador. e) Uma andorinha só não faz verão. Exercício 88 Texto para a(s) questão(ões) a seguir. Mito, na acepção aqui empregada, não signi�ca mentira, falsidade ou misti�cação. Tomo de empréstimo a formulação de Hans Blumenberg do mito político como um processo contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma necessidade prática de uma sociedade em determinado período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter validade factual, mas também não pode ser percebido como mentira (do contrário, não seria mito). O mito político confere um sentido às 1circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao 2fazê‐los ver sua condição presente como parte de uma história em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo 3em 4que vivem. ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24. (Fuvest 2019) Sobre o sujeito da oração “em que vivem” (ref. 3), é correto a�rmar: a) Expressa indeterminação, cabendo ao leitor deduzir a quem se refere a ação verbal. b) Está oculto e visa evitar a repetição da palavra “circunstâncias” (ref. 1). c) É uma função sintática preenchida pelo pronome “que” (ref. 4). d) É indeterminado, tendo em vista que não é possível identi�car a quem se refere a ação verbal. e) Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em “fazê‐los” (ref. 2). Exercício 89 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto a seguir e responda. A palavra slam é uma onomatopeia da língua inglesa utilizada para indicar o som de uma “batida” de porta ou janela, seja esse movimento leve ou abrupto. Algo próximo do nosso “pá!” em língua portuguesa. A onomatopeia foi emprestada por Marc Kelly Smith, um trabalhador da construção civil e poeta, para nomear o Uptown Poetry Slam, evento poético que surgiu em Chicago, em 1984. O termo slam é utilizado para se referir às �nais de torneios de baseball, tênis, bridge, basquete, por exemplo. Smith nomeou também slam os campeonatos de performances poéticas que organizava e no qual os slammers (poetas) eram avaliados com notas pelo público presente, inicialmente em um bar de jazz em Chicago, depois nas periferias da cidade. A iniciativa “viralizou”, como se diz hoje, contagiando outras cidades dos Estados Unidos e, mais tarde, ganhou o mundo. Poesia é o mundo. Adaptado de NEVES, C. A. B. Slams - letramentos literários de reexistência ao/no mundo contemporâneo. Linha D'Água (Online), São Paulo, v. 30, n. 2, p. 92-112, out. 2017 Linha D'Água (Online), São Paulo, v. 30, n. 2, p. 92-112, out. 2017. Acesso em 18/07/2019. (G1 - cotuca 2020) De acordo com o texto, “slam” é uma palavra a) que pode ser traduzida, em português, por “evento esportivo”. b) usada em algumas modalidades esportivas. c) criada em bares de jazz de Chicago. d) que, em português, signi�ca “porta que bate”. e) característica de meios musicais, principalmente de jazz. Exercício 90 (Enem 2019) Toca a sirene na fábrica, e o apito como um chicote bate na manhã nascente e bate na tua cama no sono da madrugada. Ternuras da áspera lona pelo corpo adolescente. É o trabalho que te chama. Às pressas tomas o banho, tomas teu café com pão, tomas teu lugar no bote no cais do Capibaribe. Deixas chorando na esteira teu �lho de mãe solteira. Levas ao lado a marmita, contendo a mesma ração do meio de todo o dia, a carne-seca e o feijão. De tudo quanto ele pede dás só bom-dia ao patrão, e recomeças a luta na engrenagem da �ação. MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964. Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e pronominais a) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático. b) auxilia na caracterização física do personagem principal. c) acrescenta informações modi�cadoras às ações dos personagens. d) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do texto. e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos referentes. Exercício 91 (Enem 2018) Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando a cabeça com di�culdade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água de sal – e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da �lha e esta a�igiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó. RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998. Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a progressão temática. No fragmento, esse processo é indicado a) pela a alternância das pessoas do discurso que determinam o foco narrativo. b) utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos variados. c) indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam os eventos narrados. d) justaposição de frases que relacionam semanticamente os acontecimentos narrados. e) recorrência de expressões adverbiais que organizam temporalmente a narrativa. Exercício 92 (Enem 2018) Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu comportamento por meio da associação de verbos no modo imperativo à a) indicação de diversos canais de atendimento. b) divulgação do Centro de Defesa da Mulher. c) informação sobre a duração da campanha. d) apresentação dos diversos apoiadores. e) utilização da imagem das três mulheres. Exercício 93 (Enem 2017) João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no tempo, retornando para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá acertar as coisas? Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em: 4 out. 2011. Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo para despertar o interesse do leitor pelo �lme? a) O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há 20 anos atrás foi humilhado”. b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo, como “retorna” e “descobre”. c) A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor ideias. d) A �nalização do texto com a frase de efeito “Será que ele conseguirá acertar as coisas?”. e) O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao longo do texto para fazer referência ao protagonista “João/Zero”. Exercício 94 (Enem 2016) L.J.C. — 5 tiros? — É. — Brincando de pegador? — É. O PM pensou que... — Hoje? — Cedinho. COELHO, M ln: FREIRE, M. (Org). Os cem menores contos brasileiros do século. São Paulo: Ateliê Editorial. 2004. Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse miniconto, as reticências foram utilizadaspara indicar a) uma fala hesitante. b) uma informação implícita. c) uma situação incoerente. d) a eliminação de uma ideia. e) a interrupção de uma ação. Exercício 95 (Enem 2016) De domingo –– Outrossim... –– O quê? –– O que o quê? –– O que você disse. –– Outrossim? –– É. –– O que é que tem? –– Nada. Só achei engraçado. –– Não vejo a graça. –– Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias. –– Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo. –– Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira. –– Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”. –– “Ônus”. –– “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”. –– “Resquício” é de domingo. –– Não, não. Segunda. No máximo terça. –– Mas “outrossim”, francamente... –– Qual o problema? –– Retira o “outrossim”. –– Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”. VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento). No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a) a) marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da semana. b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos formais. c) caracterização da identidade linguística dos interlocutores, percebida pela recorrência de palavras regionais. d) distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com signi�cados pouco conhecidos. e) inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por parte de um dos interlocutores do diálogo. Exercício 96 (Enem 2015) TEXTO I Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo produtivo. Foi o que ocorreu com a palavra sambódromo, criativamente formada com a terminação -(ó)dromo (= corrida), que �gura em hipódromo, autódromo, cartódromo, formas que designam itens culturais da alta burguesia. Não demoraram a circular, a partir de então, formas populares como rangódromo, beijódromo, camelódromo. AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008. TEXTO II Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo uma passarela para des�le de escolas de samba? Em grego, -dromo quer dizer “ação de correr, lugar de corrida”, dai as palavras autódromo e hipódromo. É certo que, às vezes, durante o des�le, a escola se atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos, mas não se desloca com a velocidade de um cavalo ou de um carro de Formula 1. GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago, 2012. Há nas línguas mecanismos geradores de palavras. Embora o Texto II apresente um julgamento de valor sobre a formação da palavra sambódromo, o processo de formação dessa palavra re�ete a) o dinamismo da língua na criação de novas palavras. b) uma nova realidade limitando o aparecimento de novas palavras. c) a apropriação inadequada de mecanismos de criação de palavras por leigos. d) o reconhecimento da impropriedade semântica dos neologismos. e) a restrição na produção de novas palavras com o radical grego. Exercício 97 (Enem 2015) A rapidez é destacada como uma das qualidades do serviço anunciado, funcionando como estratégia de persuasão em relação ao consumidor do mercado grá�co. O recurso da linguagem verbal que contribui para esse destaque é o emprego a) do termo “fácil” no início do anúncio, com foco no processo. b) de adjetivos que valorizam a nitidez da impressão. c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência. d) da expressão intensi�cadora “menos do que” associada à qualidade. e) da locução “do mundo” associada a “melhor”, que quanti�ca a ação. Exercício 98 (Enem 2014) Tarefa Morder o fruto amargo e não cuspir Mas avisar aos outros quanto é amargo Cumprir o trato injusto e não falhar Mas avisar aos outros quanto é injusto Sofrer o esquema falso e não ceder Mas avisar aos outros quanto é falso Dizer também que são coisas mutáveis... E quando em muitos a não pulsar – do amargo e injusto e falso por mudar – então con�ar à gente exausta o plano de um mundo novo e muito mais humano. CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função sintática, a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes. b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis. c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência. d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório. e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo. Exercício 99 (Enem 2013) Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado pelo(a) a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao �nal. b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações. c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos d) utilização da forma pronominal “la”, que re�ete um tratamento formal do �lho em relação à “mãe”. e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações. Exercício 100 (Acafe 2020) Transforme as locuções adjetivas destacadas em adjetivos, optando por uma das sugestões entre parênteses. I. Não se impressione, são apenas chuvas de verão. (verânicas, estivais, pluviais) II. Faça a catalogação dos livros por faixa de idade, pois isso facilita a consulta. (etária, vital, hereditária) III. Desculpe, mas seu comportamento foi de criança. (senil, pueril, inadequado) IV. Diferentemente de ontem, as águas do rio estão turvas. (hidroviais, rivais, �uviais) V. Foram lindos encontros de irmãos motivados pela mesma fé. (irmanados, fraternos, magistrais) A resposta correta, de cima para baixo, é: a) verânicas - hereditária - pueril - �uviais - irmanados b) estivais - etária - pueril - �uviais - fraternos c) estivais, - hereditária - senil - hidroviais - magistrais d) pluviais - vital - pueril - rivais – irmanados Exercício 101 (G1 - ifmt 2020) Considerando a norma culta da língua portuguesa acerca do plural dos compostos, assinale a alternativa em que todos os substantivos estão corretamente �exionados para o plural. a) Guardas-�orestais; bates-bocas; batata-doces. b) Guardas-roupas; beija-�ores; couve-�ores. c) Guardas-costas; guardas-noturnos; pãos-de-ló. d) Quebra-cabeças; más-línguas; sextas-feiras. e) Cartões-postais; viras-latas; guardas-chuvas. Exercício 102 Em 1934, um redator de Nova York chamado Robert Pirosh largou o emprego bem remunerado numa agência de publicidade e rumou para Hollywood, decidido a trabalhar como roteirista. Lá chegando, anotou o nome e o endereço de todos os diretores, produtores e executivos que conseguiu encontrar e enviou-lhes o que certamente é o pedido de emprego mais e�caz que alguém já escreveu, pois resultou em três entrevistas, uma das quais lhe rendeu o cargo de roteirista assistente na MGM. Prezado senhor: Gosto de palavras. 1Gosto de palavras gordas, untuosas, como lodo, torpitude, glutinoso, bajulador. Gosto de palavras solenes, como pudico, ranzinza, pecunioso, valetudinário. 2Gosto de palavras espúrias, enganosas, como mortiço, liquidar, tonsura, mundana. Gosto de suaves palavras com “V”, como Svengali, avesso, bravura, verve. Gosto de palavras crocantes, quebradiças, crepitantes, como estilha, croque, esbarrão, crosta. 3Gosto de palavras emburradas, carrancudas, amuadas, como furtivo, macambúzio, escabioso, sovina. 4Gosto de palavras chocantes, exclamativas, enfáticas, como astuto, estafante, requintado, horrendo. Gosto de palavras elegantes, rebuscadas, como estival, peregrinação, Elísio, Alcíone. Gosto de palavras vermiformes, contorcidas, farinhentas, como rastejar, choramingar, guinchar, gotejar. Gosto de palavras escorregadias,risonhas, como topete, borbulhão, arroto. Gosto mais da palavra roteirista que da palavra redator, e por isso resolvi largar meu emprego numa agência de publicidade de Nova York e tentar a sorte em Hollywood, mas, antes de dar o grande salto, fui para a Europa, onde passei um ano estudando, contemplando e perambulando. Acabei de voltar e ainda gosto de palavras. Posso trocar algumas com o senhor? Robert Pirosh Madison Avenue, 385 Quarto 610 Nova York Eldorado 5-6024. (USHER, Shaun .(Org) Cartas extraordinárias: a correspondência inesquecível de pessoas notáveis. Trad. de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.p. 48.) (Epcar (Afa) 2020) Considerando o texto, em que o autor agrupa as palavras para poder classi�cá-las, assinale a alternativa verdadeira: a) “choramingar” signi�ca chorar aos berros, para chamar a atenção dos outros. Equivale à expressão “Quem não chora não mama”. b) Em “Gosto de palavras com “V”, como Svengali, avesso, bravura, nota-se a presença do efeito da aliteração, também usado em poesia. c) Em “Palavras escorregadias”, está presente a linguagem denotativa, que equivale, por exemplo, a “Os ombros suportam o mundo”. d) Em “onde passei um ano estudando”, o termo “onde” indica a posse de um lugar imaginário, a que o autor nunca foi. Exercício 103 Uma última gargalhada estrondosa. 1E depois, o silêncio. O palhaço jazia 2imóvel no chão. 3Mas seu rosto continua sorrindo, para sempre. Porque a carreira original do Coringa era para durar apenas 30 páginas. O tempo de envenenar Gotham, sequestrar 4Robin, en�ar um par de sopapos na Homem-Morcego e disparar o primeiro “vou te matar” da sua relação. Na briga �nal do Batman nº. 1, o “horripilante bufão”sofria um �nal digno de sua desumana ironia: 5ao tropeçar, cravava sua própria adaga no peito. Assim decidiram e desenharam 6seus pais, os artistas Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson. Entretanto, o criminoso mostrou, já em sua primeira aventura, um enorme talento para 7se rebelar contra a ordem estabelecida. 8Seu carisma seduziu a editora DC Comics, que impôs o acréscimo de um quadrinho. Já dentro da ambulância, vinha à tona “um dado desconcertante”. E então um médico sentenciava: “Continua 9vivo. E vai sobreviver!”. Tommaso Koch. “O Coringa completa 80 anos e na Espanha ganha duas HQs, que inspiram debates �losó�cos sobre a liberdade”, EI País. Junho/2020. (Fuvest 2021) No fragmento “ao tropeçar, cravava sua própria adaga no peito.” (ref. 5), a oração em negrito abrange, simultaneamente, as noções de a) proporção e explicação. b) causa e proporção. c) tempo e consequência. d) explicação e consequência. e) tempo e causa. Exercício 104 Psicanálise do açúcar O açúcar cristal, ou açúcar de usina, mostra a mais instável das brancuras: quem do Recife sabe direito a quanto, e apouco desse quanto, que ela dura. Sabe a mínimo do pouca que a cristal se estabiliza cristal sobre a açúcar, por cima da fundo antiga, de mascavo, da mascava barrenta que se incuba; e sabe que tudo pode romper a mínima em que o cristal é capaz de censura: pois a tal fundo mascavo logo a�ara quer inverno ou verão mele o açúcar. Só os banguês* que-ainda purgam ainda o açúcar bruto com barro, de mistura; a usina já não a purga: da infância, não de depois de adulto, ela o educa; em enfermarias, com vácuos e turbinas, em mãos de metal de gente indústria, a usina o leva a sublimar em cristal o pardo do xarope: não o purga, cura. Mas como a cana se cria ainda hoje, em mãos de barro de gente agricultura, o barrento da pré-infância logo a�ora quer inverno ou verão mele o açúcar. João Cabral de Meio Neto, A Educação pela Pedra. *banguê: engenho de açúcar primitivo movido a força animal. (Fuvest 2021) Na oração “que ela dura” (v. 4), o pronome sublinhado a) não tem referente. b) retoma a palavra “usina” (v. 1). c) pode ser substituído por “ele”, referindo-se a “açúcar” (v. 1). d) refere-se à “mais instável das brancuras” (v. 2). e) equivale à palavra “censura” (v. 10). Exercício 105 (Epcar (Afa) 2020) Poesia Gastei a manhã inteira pensando um verso que a pena não quer escrever. No entanto ele está cá dentro inquieto, vivo. Ele está cá dentro e não quer sair. Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. 8. ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 45.) Assinale a alternativa INCORRETA referente ao texto “Poesia”. a) “No entanto”, no terceiro verso, e “Mas”, no penúltimo verso, têm sentido adversativo; reforçam a luta do poeta com as palavras. b) No segundo verso, “que a pena não quer escrever”, a forma verbal apropriada, para o racionalismo que o poema defende, seria “quis escrever”. c) O poema fala da própria busca da poesia. Trata-se de um texto metalinguístico. d) Em “inunda minha vida inteira” há um exagero verbal, que recebe o nome de hipérbole; o exagero nasce do contentamento do eu-lírico. Exercício 106 (G1 - ifmt 2020) Analise as alternativas abaixo e marque aquela em que todas as palavras têm a mesma classi�cação quanto ao número de sílabas: a) primeiro – saída – tragédia – consegui. b) sentia – roupa – transtorno – adjetivo. c) loura – trabalho – superou – noite. d) árvore – casamento – ambiente – madeira. e) poeira – alegria – troféu – igual. Exercício 107 “É Brasileiro, já passou de Português...” A ideia de uma língua única, que não se altera, é um mito, pois a heterogeneidade social e cultural implica a heterogeneidade linguística. (...) Embora Brasil e Portugal tenham uma língua comum, é nítido a qualquer falante do português que existem diferenças entre o português falado nos dois países – claro que elas também existem com relação aos demais países de língua portuguesa. (...) Essas diferenças são tão grandes que pode mos a�rmar que no Brasil se fala uma língua diferente da de Portugal, que os linguistas denominaram de português brasileiro. Isso é tão evidente que, se você observar um processador de textos, o Word, por exemplo, na ferramenta idiomas há as opções portu- guês e português brasileiro ou português (Brasil). Por quê? Como são línguas diferen tes, o corretor automático do processador precisa saber em que “língua” está sendo escrito o documento, pois o português euro peu e o brasileiro seguem regras diferentes. Quando ouvimos um habitante de Portugal falando, percebemos imediata mente um uso diverso da língua. A dife rença mais perceptível é de ordem fono lógica, ou seja, na maneira de produzir os sons da língua. Identi�camos rapidamente que ele fala português, porém com “so taque ou acento lusitano”. Se atentarmos com mais cuidado, perceberemos, entre tanto, que as diferenças não são apenas de ordem fonológica. Há também diferenças sintáticas (poucas) e lexicais. Um mesmo conceito é designado por signi�cantes di ferentes, o que prova o caráter imotivado do signo linguístico. (...) (Ernani Terra, Revista Língua Portuguesa, adaptado, julho/2018) (Espm 2019) O autor defende que: a) Há diferenças linguísticas tão grandes, com regras também tão diferentes, que se constatam duas línguas diversas: o portu guês de Portugal e o português europeu. b) Diferenças de ordem fonológica ocorrem quando um mesmo signi�cado é designa do por signi�cantes diferentes. c) Diferenças linguísticas em outros países, como Angola, Moçambique, Cabo Verde, Timor Leste e São Tomé e Príncipe, são tão pequenas que não chegam a caracte rizar línguas diferentes. d) As alterações linguísticas entre Portugal e Brasil ocorrem principalmente, por serem mais veri�cáveis, no campo da escrita. e) O signo linguístico não necessita, para sua existência, de um caráter motivado. Exercício 108 Noruega como Modelo de Reabilitação de Criminosos O Brasil é responsável por uma das mais altas taxas de reincidência criminal em todo o mundo. No país, a taxa média de reincidência(amplamente admitida, mas nunca comprovada empiricamente) é de mais ou menos 70%, ou seja, 7 em cada 10 criminosos voltam a cometer algum tipo de crime após saírem da cadeia. Alguns perguntariam "Por quê?". E eu pergunto: "Por que não?" O que esperar de um sistema que propõe reabilitar e reinserir aqueles que cometerem algum tipo de crime, mas nada oferece, para que essa situação realmente aconteça? Presídios em estado de depredação total, pouquíssimos programas educacionais e laborais para os detentos, praticamente nenhum incentivo cultural, e, ainda, uma sinistra cultura (mas que diverte muitas pessoas) de que bandido bom é bandido morto (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche). Situação contrária é encontrada na Noruega. Considerada pela ONU, em 2012, o melhor país para se viver (1º no ranking do IDH) e, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Avante Brasil, o 8º país com a menor taxa de homicídios no mundo, lá o sistema carcerário chega a reabilitar 80% dos criminosos, ou seja, apenas 2 em cada 10 presos voltam a cometer crimes; é uma das menores taxas de reincidência do mundo. Em uma prisão em Bastoy, chamada de ilha paradisíaca, essa reincidência é de cerca de 16% entre os homicidas, estupradores e tra�cantes que por ali passaram. Os EUA chegam a registrar 60% de reincidência e o Reino Unido, 50%. A média europeia é 50%. A Noruega associa as baixas taxas de reincidência ao fato de ter seu sistema penal pautado na reabilitação e não na punição por vingança ou retaliação do criminoso. A reabilitação, nesse caso, não é uma opção, ela é obrigatória. Dessa forma, qualquer criminoso poderá ser condenado à pena máxima prevista pela legislação do país (21 anos), e, se o indivíduo não comprovar estar totalmente reabilitado para o convívio social, a pena será prorrogada, em mais 5 anos, até que sua reintegração seja comprovada. O presídio é um prédio, em meio a uma �oresta, decorado com gra�tes e quadros nos corredores, e no qual as celas não possuem grades, mas sim uma boa cama, banheiro com vaso sanitário, chuveiro, toalhas brancas e porta, televisão de tela plana, mesa, cadeira e armário, quadro para a�xar papéis e fotos, além de geladeiras. Encontra-se lá uma ampla biblioteca, ginásio de esportes, campo de futebol, chalés para os presos receberem os familiares, estúdio de gravação de música e o�cinas de trabalho. Nessas o�cinas são oferecidos cursos de formação pro�ssional, cursos educacionais, e o trabalhador recebe uma pequena remuneração. Para controlar o ócio, oferecer muitas atividades, de educação, de trabalho e de lazer, é a estratégia. A prisão é construída em blocos de oito celas cada (alguns dos presos, como estupradores e pedó�los, �cam em blocos separados). Cada bloco tem sua cozinha. A comida é fornecida pela prisão, mas é preparada pelos próprios detentos, que podem comprar alimentos no mercado interno para abastecer seus refrigeradores. Todos os responsáveis pelo cuidado dos detentos devem passar por no mínimo dois anos de preparação para o cargo, em um curso superior, tendo como obrigação fundamental mostrar respeito a todos que ali estão. Partem do pressuposto que, ao mostrarem respeito, os outros também aprenderão a respeitar. A diferença do sistema de execução penal norueguês em relação ao sistema da maioria dos países, como o brasileiro, americano, inglês, é que ele é fundamentado na ideia de que a prisão é a privação da liberdade, e pautado na reabilitação e não no tratamento cruel e na vingança. O detento, nesse modelo, é obrigado a mostrar progressos educacionais, laborais e comportamentais, e, dessa forma, provar que pode ter o direito de exercer sua liberdade novamente junto à sociedade. A diferença entre os dois países (Noruega e Brasil) é a seguinte: enquanto lá os presos saem e praticamente não cometem crimes, respeitando a população, aqui os presos saem roubando e matando pessoas. Mas essas são consequências aparentemente colaterais, porque a população manifesta muito mais prazer no massacre contra o preso produzido dentro dos presídios (a vingança é uma festa, dizia Nietzsche). LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do Portal atualidadesdodireito.com.br. Estou no blogdolfg.com.br. ** Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil. FONTE: Adaptado de http://institutoavantebrasil.com.br/noruega- como-modelo-de-reabilitacao-de-criminosos/. Acessado em 17 de março de 2017. (Espcex (Aman) 2018) Um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes. A sequência de palavras que ilustra esse conceito é: a) taxa - máxima - a�xar b) o�cina - praça - cela c) presídio - lazer - execução d) exercício - inexorável - exórdio e) preso - sangue - asa Exercício 109 (G1 - ifsc 2017) Em português, frequentemente, o mesmo fonema (som) pode ser representado de maneiras diferentes na escrita. Por exemplo, o fonema /z/ pode ser representado pelas letras x, z e s, como ocorre nas palavras “exame”, “natureza” e “rosa”, respectivamente. A possibilidade de se registrar gra�camente o mesmo fonema empregando-se diferentes letras ou dígrafos pode gerar dúvidas que, às vezes, resultam em erros de ortogra�a. Considerando a ortogra�a, analise as frases a seguir e assinale a alternativa CORRETA. a) A limpesa dos tanques consome dezenas de litros de detergente. b) Se ela soube-se a data da viajem, poderia antecipar o envio da bagajem. c) Após duas semanas de paralização, os petroleiros retomaram o projeto. d) A visualização da trajetória do projétil só seria possível à noite. e) Não sei por que você não desisti logo e exclue seu primo da equipe. Exercício 110 (G1 - ifsc 2016) Considerando as palavras adolescentes, derrocada, necessário e professora, é CORRETO a�rmar: a) As palavras derrocada e professora têm o mesmo número de sílabas. b) Todas as palavras são substantivos abstratos. c) A divisão silábica correta de adolescentes é: a-do-le-scen-tes, pois não se separam os encontros consonantais. d) Adolescentes é um substantivo sobrecomum. e) Todas as a�rmativas estão corretas. Exercício 111 Os cargos públicos são os que mais desquali�cam candidatos com tatuagens, dentre eles: agentes das polícias militar, civil e carreiras do exército. Para cargos que exigem que o funcionário trabalhe diretamente com o público, os candidatos tatuados costumam ser menos quali�cados que os candidatos “limpos”. Disponível em: TATUAGENS ATRAPALHAM NA HORA DE ARRUMAR UM EMPREGO? - http://www.abaratadigital.com/tatuagensatrapalham-na-hora-de- arrumar-um-emprego/ Acesso: 13 out. /2013. (G1 - ifsc 2014) Com base na leitura do texto, assinale a alternativa CORRETA. a) na palavra ‘tatuagens’ tem-se a presença de um ditongo, formado por duas vogais na mesma sílaba. b) as formas verbais ‘desquali�cam’ e ‘exigem’ estão no pretérito perfeito. c) em ‘... candidatos menos quali�cados...’ tem-se dois adjetivos quali�cando o substantivo ‘candidatos’. d) no trecho “Os cargos públicos são os que mais desquali�cam...”, o artigo de�nido ‘os’ aparece representado duas vezes. e) os termos ‘mais’ e ‘diretamente’ são advérbios, de intensidade e de modo, respectivamente. Exercício 112 (Fuvest 2020) Leia o trecho extraído de uma notícia veiculada na internet: “O carro furou o pneu e bateu no meio �o, então eles foram obrigados a parar. O refém conseguiu acionar a população, que depois pegou dois dos três indivíduos e tentaram linchar eles. O outro conseguiu fugir, mas foi preso momentos depois por uma viatura do 5º BPM”, a�rmou o major. Disponível em https://www.gp1.com.br/. No português do Brasil, a função sintática do sujeito não possui, necessariamente, uma natureza de agente, ainda que o verbo esteja na voz ativa, tal como encontrado em: a) “O carro furou o pneu”. b) “e bateu no meio �o”. c) “O refém conseguiu acionara população”. d) “tentaram linchar eles”. e) “a�rmou o major”. Exercício 113 Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir. Devemos mudar nosso estilo de vida. É preciso um pacto entre gerações Os custos ligados ao desenvolvimento sustentável do planeta são in�nitamente menores do que qualquer nossa inércia. Hoje, a dimensão e a velocidade da mudança climática desa�am qualquer negacionismo: comentamos sobre a seca prolongada, mas _____ algumas semanas estávamos _____ voltas com o gelo e antes disso com as chuvas aluviais. Alguns dizem que isso sempre aconteceu: não é verdade. A intensidade e a agressividade dos fenômenos meteorológicos estão na cara de todos. O clima extremo tem um impacto tangível na qualidade da produção agrícola, portanto em nossa alimentação e em nossa saúde e, portanto, nos números de nossa exportação que é baseada na excelência do agronegócio. Antes que seja tarde demais, algo deve ser feito: no plano global, é claro, mas também mudando nossos estilos de vida insustentáveis. O comentário é de Andrea Segrè, agro-economista e professor universitário em Bolonha, escreveu "Il gusto per le cose giuste. Lettera alla generazione Z” (O gosto para as coisas certas. Carta _____ geração Z" (Monadori), publicado por la Repubblica, 12-03- 2019. A tradução é de Luisa Rabolini. Desde agosto do ano passado, Greta Thunberg nos lembra isso com insistência, antes uma estudante solitária acampada em frente ao parlamento sueco, agora líder do movimento Global Climate Strike. Os jovens estão nos dando uma grande lição: nós vivemos a crédito e deixaremos _____ eles um planeta no vermelho. A dívida pública e a dívida ecológica são apostas feitas jogando sobre o futuro daqueles que ainda não nasceram, e apenas um pacto intergeracional pode mitigar esse futuro em queda livre. Respeitar os acordos internacionais sobre o clima é apenas o primeiro passo: os resultados serão vistos em algumas gerações. Enquanto isso, devemos nos focar sobre a pesquisa e a formação, mesmo na agricultura. Assistimos, na Itália, ao envelhecimento da classe dos agricultores - 41% têm mais de 65 anos, apenas 4% têm menos de 35 anos. A agricultura inteligente pode nos ajudar contra a mudança climática com a tecnologia, mas precisamos saber como usá-la. A pesquisa pode desenvolver a resistência das plantas, mas é necessário investir. Disponível em: ˂http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/587390- devemos-mudar-nosso-estilo-de-vida-e-preciso-um-pacto- entre-geracoes˃ Acesso em: 25 ago. 2019. (G1 - ifsul 2020) Assinale a alternativa INCORRETA: a) O título do texto apresenta verbos no modo imperativo. b) Em “A pesquisa pode desenvolver a resistência das plantas, mas é necessário investir “, temos o sentido denotativo da frase. c) Em “Hoje, a dimensão e a velocidade da mudança climática desa�am qualquer negacionismo”, a retirada da vírgula depois de hoje não acarreta mudança de sentido. d) No excerto “Enquanto isso, devemos nos focar sobre a pesquisa e a formação, mesmo na agricultura.”, a extração do termo em destaque acarreta prejuízo semântico. Exercício 114 EDUCAÇÃO E COOPERAÇÃO: PRÁTICAS QUE SE RELACIONAM A educação e a cooperação são duas práticas sociais em que, sob certos aspectos, uma contém a outra. Na educação, podem-se identi�car práticas cooperativas; na cooperação, podem-se identi�car práticas educativas. Entrelaçam-se e potencializam-se como processos sociais. A organização da cooperação exige de seus atores uma comunicação de interesses, de objetivos, a respeito dos quais precisam falar, argumentar e decidir. Nesse processo de interlocução de saberes, acontece a educação. Há, portanto, uma estreita relação entre esses dois fenômenos: na prática cooperativa, para além de seus propósitos e interesses especí�cos, produz-se conhecimento, aprendizagem, educação; na prática educativa, como um processo complexo de relações humanas, produz-se cooperação. Assim, as práticas cooperativas na escola podem constituir-se em privilegiados "espaços pedagógicos", através dos quais os seus sujeitos tomam consciência das diferentes dimensões da vida social. FRANTZ, Walter. Educação e cooperação: práticas que se relacionam. Sociologias [online]. 2001, n.6, pp.242-264. ISSN 1517-4522. http://dx.doi.org/10.1590/S1517- 45222001000200011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517- 45222001000200011&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 27 nov. 2019 (adaptado). (G1 - ifpe 2020) Observe a forma verbal destacada no texto e assinale a alternativa cuja explicação justi�ca CORRETAMENTE sua �exão no singular. a) Trata-se de verbo impessoal, isto é, que não tem sujeito. b) Trata-se de verbo intransitivo, logo, não tem complementos com os quais deva concordar. c) Concorda com o seu sujeito, a expressão “estreita relação”, que também está no singular. d) Possui dois complementos (“estreita relação” e “dois fenômenos”), podendo concordar com o mais próximo. e) É apenas um elemento coesivo, portanto, não precisa concordar com outros elementos. Exercício 115 (Fgv 2016) No primeiro aniversário da morte de Luís Garcia, Iaiá foi com o marido ao cemitério, a�m de depositar na sepultura do pai uma coroa de saudades. Outra coroa havia ali sido posta, com uma �ta aonde lia-se estas palavras: – A meu marido. Iaiá beijou com ardor a singela dedicatória, como beijaria a madrasta se ela lhe aparecesse naquele instante. Era sincera a piedade da viúva. Alguma coisa escapa ao naufrágio das ilusões. (Machado de Assis. Iaiá Garcia, 1983. Adaptado) a) No texto, há duas passagens que foram transcritas em discordância com a norma-padrão da língua portuguesa. Transcreva-as e faça as devidas correções. b) Explique que sentido assume a preposição “com” na formação das expressões nas passagens “Iaiá foi com o marido ao cemitério” e “Iaiá beijou com ardor a singela dedicatória”. Exercício 116 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o excerto do romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto. Cassi Jones, sem mais percalços, se viu lançado em pleno Campo de Sant’Ana, no meio da multidão que jorrava das portas da Central, cheia da honesta pressa de quem vai trabalhar. A sua sensação era que estava numa cidade estranha. No subúrbio tinha os seus ódios e os seus amores; no subúrbio, tinha os seus companheiros, e a sua fama de violeiro percorria todo ele, e, em qualquer parte, era apontado; no subúrbio, en�m, ele tinha personalidade, era bem Cassi Jones de Azevedo; mas, ali, sobretudo do Campo de Sant’Ana para baixo, o que era ele? Não era nada. Onde acabavam os trilhos da Central, acabava a sua fama e o seu valimento; a sua fanfarronice evaporava-se, e representava-se a si mesmo como esmagado por aqueles “caras” todos, que nem o olhavam. [...] Na “cidade”, como se diz, ele percebia toda a sua inferioridade de inteligência, de educação; a sua rusticidade, diante daqueles rapazes a conversar sobre coisas de que ele não entendia e a trocar pilhérias; em face da sofreguidão com que liam os placards1 dos jornais, tratando de assuntos cuja importância ele não avaliava, Cassi vexava-se de não suportar a leitura; comparando o desembaraço com que os fregueses pediam bebidas variadas e esquisitas, lembrava-se que nem mesmo o nome delas sabia pronunciar; olhando aquelas senhoras e moças que lhe pareciam rainhas e princesas, tal e qual o bárbaro que viu, no Senado de Roma, só reis, sentia-se humilde; en�m, todo aquele conjunto de coisas �nas, de atitudes apuradas, de hábitos de polidez e urbanidade, de franqueza no gastar, reduziam-lhe a personalidade de medíocre suburbano, de vagabundo doméstico, a quase coisa alguma. (Clara dos Anjos, 2012.) 1placards: nome que se dava às tabuletas que traziam resultados de competições esportivas, publicados nos jornais. 1. (Unesp 2020) a) “no meio da multidão que jorrava das portas da Central, cheia da honesta pressa de quem vai trabalhar”(1º parágrafo). Identi�que as �guras de linguagem utilizadas pelo narrador nas expressões sublinhadas. b) Reescreva o trecho “lembrava-se que nem mesmo o nome delas sabia pronunciar” (2º parágrafo), empregando a ordem direta e adequando-o à norma-padrão da língua escrita. Exercício 117 (Unicamp 2019) Atrás dos olhos das meninas sérias Mas poderei dizer-vos que elas ousam? Ou vão, por injunções muito mais sérias, lustrar pecados que jamais repousam? O texto acima encontra-se no livro A teus pés, de Ana Cristina Cesar. Leia-o atentamente e responda às questões. a) Indique a quem se referem, no texto, a segunda pessoa do plural (“vos”) e a terceira pessoa do plural (“elas”). b) Por meio da partícula “Ou”, o poema estabelece uma alternativa entre duas situações: a ousadia e a ação de “lustrar pecados”. Explique de que maneira a primeira situação é diferente da segunda, levando em consideração o título do poema. Exercício 118 (Fuvest 2018) Leia o texto. A complicada arte de ver Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou �cando louca". Eu �quei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões – é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já �zera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se re�etindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto." Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementares", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver". Rubem Alves, Folha de S.Paulo, 26/10/2004. Adaptado. a) Segundo a concepção do autor, como a poesia pode ser entendida? b) Reescreva o trecho “Agora, tudo o que vejo me causa espanto.”, substituindo o termo sublinhado por “Naquela época” e empregando a primeira pessoa do plural. Faça as adaptações necessárias. Exercício 119 (Fuvest 2018) Leia o texto. Um tema frequente em culturas variadas é o do desa�o à ordem divina, a apropriação do fogo pelos mortais. Nos mitos gregos, Prometeu é quem rouba o fogo dos deuses. Diz Vernant que Prometeu representa no Olimpo uma vozinha de contestação, espécie de movimento estudantil de maio de 1968. Zeus decide esconder dos homens o fogo, antes disponível para todos, mortais e imortais, na copa de certas árvores – os freixos – porque Prometeu tentara tapeá-lo numa repartição da carne de um touro entre deuses e homens. Na mitologia dos Yanomami, o dono do fogo era o jacaré, que cuidadosamente o escondia dos outros, comendo taturanas assadas com sua mulher sapo, sem que ninguém soubesse. Ao resto do povo – animais que naquela época eram gente – eles só davam as taturanas cruas. O jacaré costumava esconder o fogo na boca. Os outros decidem fazer uma festa para fazê-lo rir e soltar as chamas. Todos fazem coisas engraçadas, mas o jacaré �ca �rme, no máximo dá um sorrisinho. Betty Mindlin, O fogo e as chamas dos mitos. Revista Estudos Avançados. Adaptado. a) O emprego do diminutivo nas palavras “vozinha” e “sorrisinho”, consideradas no contexto, produz o mesmo efeito de sentido nos dois casos? Justi�que. b) Reescreva o trecho “Os outros decidem fazer uma festa para fazê-lo rir (...). Todos fazem coisas engraçadas”, substituindo o verbo “fazer” por sinônimos adequados ao contexto em duas de suas três ocorrências. Exercício 120 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Ao oferecer-se para ajudar o cego, o homem que depois roubou o carro não tinha em mira, nesse momento preciso, qualquer intenção malévola, muito pelo contrário, o que ele fez não foi mais que obedecer àqueles sentimentos de generosidade e altruísmo que são, como toda a gente sabe, duas das melhores características do género humano, podendo ser encontradas até em criminosos bem mais empedernidos do que este, simples 1ladrãozeco de automóveis sem esperança de avanço na carreira, explorado pelos verdadeiros donos do negócio, que esses é que se vão aproveitando das necessidades de quem é pobre. (...) Foi só quando já estava perto da casa do cego que a ideia se lhe apresentou com toda a naturalidade (...). Os cépticos acerca da natureza humana, que são muitos e teimosos, vêm sustentando que se é certo que a ocasião nem sempre faz o ladrão, também é certo que o ajuda muito. 2Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego tivesse aceitado o segundo oferecimento do a�nal falso samaritano, naquele derradeiro instante em que a bondade ainda poderia ter prevalecido, referimo-nos o oferecimento de lhe �car a fazer companhia enquanto a mulher não chegasse, quem sabe se o efeito da responsabilidade moral resultante da con�ança assim outorgada não teria inibido a tentação criminosa e feito vir ao de cima o que de luminoso e nobre sempre será possível encontrar mesmo nas almas mais perdidas. JOSÉ SARAMAGO Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. (Uerj 2018) Observe a mudança de posição do advérbio a�nal nos enunciados a seguir: 1) Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego tivesse aceitado o segundo oferecimento do a�nal falso samaritano, (ref. 2) 2) Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego tivesse aceitado a�nal o segundo oferecimento do falso samaritano. Explique a diferença de sentido entre os enunciados, a partir da posição do advérbio. Justi�que, ainda, a opção pela primeira construção, tendo em vista a sequência dos acontecimentos. Exercício 121 (Fuvest 2020) Quarenta e seis anos depois, a vietnamita que comoveu o mundo quer que sua foto contribua para a paz Só vi esse registro muito tempo depois. Passei 14 meses no hospital, tratando as queimaduras. Quando voltei para casa, meu pai me mostrou a foto, recortada de um jornal vietnamita: “Aqui está sua foto, Kim”. Olhei a foto e, meu Deus, como �quei envergonhada! Como eu estava feia! E pelada! Todos estavam vestidos, e eu, uma menina, estava sem roupa. Vi a agonia e dor em meu rosto. Fiquei com raiva. Por que ele tirou aquela foto de mim? Era melhor não ter tirado nenhuma! Eu era só uma criança, mas tinha de lidar com muita dor. Quanto mais famosa a imagem �cava, mais eu precisava encarar minha tragédia. Kim Phuc Phan Thi, em depoimento a Ruan de Sousa Gabriel, 19/09/2018. Disponível em https://epoca.globo.com/. a) Justi�que o emprego das sentenças exclamativas, explicitando o motivo do espanto de Kim. b) A partir da expressão “minha tragédia”, que encerra o depoimento, analise os dois níveis de apreensão do evento trágico, considerando o momento do primeiro contato de Kim com o registro fotográ�co e o momento do testemunho. Exercício 122 (Fuvest 2018) Leia o texto. No Brasil colonial, o indissolúvel vínculo do matrimônio, tal como ele era concebido pela Igreja Católica, nem sempre terminava com a morte natural de um dos cônjuges. A crise do casamento assumia várias formas: a clausura das mulheres, enquanto os maridos continuavam suas vidas; a separação ou a anulação do matrimônio decretadas pela Igreja; a transgressão pela bigamia ou mesmo pelo assassínio do cônjuge. Maria Beatriz Nizza da Silva, História da Família no Brasil Colonial. Adaptado. a) No texto, que ideia é sintetizada pela palavra “crise”? b) Reescreva a oração “talcomo ele era concebido pela Igreja Católica”, empregando a voz ativa e fazendo as adaptações necessárias. Exercício 123 (Fuvest 2018) Examine a transcrição do depoimento de Eduardo Koge, líder indígena de Tadarimana, MT. Nós vivemos aqui que nem gado. Tem a cerca e nós não podemos sair dessa cerca. Tem que viver só do que tem dentro da cerca. É, nós vivemos que nem boi no curral. Paulo A. M. Isaac, Drama da educação escolar indígena Bóe- Bororo. a) Nos trechos “Tem a cerca...” e “Tem que viver...”, o verbo “ter” assume sentidos diferentes? Justi�que. b) Reescreva, em um único período, os trechos “Nós vivemos aqui que nem gado” e “nós não podemos sair dessa cerca”, empregando discurso indireto. Comece o período conforme indicado na página de respostas. Exercício 124 (Fuvest 2017) Leia o trecho do conto “A hora e vez de Augusto Matraga”, de Sagarana, de João Guimarães Rosa, para responder ao que se pede. E aí o povo encheu a rua, à distância, para ver. Porque não havia mais balas, e seu Joãozinho Bem-Bem mais o Homem do Jumento tinham rodado cá para fora da casa, só em sangue e em molambos de roupas pendentes. E eles negaceavam e pulavam, numa dança ligeira, de sorriso na boca e de faca na mão. – Se entregue, mano velho, que eu não quero lhe matar... – Joga a faca fora, dá viva a Deus, e corre, seu Joãozinho Bem- Bem... – Mano velho! Agora é que tu vai dizer: quantos palmos é que tem, do calcanhar ao cotovelo!... – Se arrepende dos pecados, que senão vai sem contrição, e vai direitinho p’ra o inferno, meu parente seu Joãozinho Bem-Bem!... – Úi, estou morto... a) Nesse trecho, em que se narra a luta entre Nhô Augusto e seu Joãozinho Bem-Bem, os combatentes, ao mesmo tempo em que se agridem, dispensam, um ao outro, um tratamento que demonstra estima e consideração. No âmbito dos valores que são postos em jogo no conto, como se explica esse tratamento? b) No trecho, Nhô Augusto é designado como “o Homem do Jumento”. Considerando-se essa designação no intertexto religioso, muito presente no conto, como se pode interpretá-la? Justi�que sua resposta. Exercício 125 (Fuvest 2017) Examine a seguinte citação: É menor pecado elogiar um mau livro, sem lê-lo, do que depois de o haver lido. Por isso, agradeço imediatamente depois de receber o volume. Carlos Drummond de Andrade, Passeios na ilha. a) Explique por que o autor agradece “imediatamente depois de receber o volume”. b) Levando em conta o contexto, reescreva duas vezes o trecho “sem lê-lo”, substituindo “sem” por “sem que”, na primeira vez, e por “mesmo não”, na segunda. Exercício 126 (Fuvest 2017) Leia o seguinte texto, extraído de uma matéria jornalística sobre supercomputadores: Supercomputadores são usados para cálculos de simulação pesada. Um exemplo recorrente do uso desse tipo de equipamento é a de simulação climática: com quatrilhões por segundo de processamento, torna-se possível que um computador tenha capacidade de calcular as oscilações meteorológicas. Isso ajuda a prevenir desastres, ou a preparar políticas de apoio à agricultura, se antecipando a cenários os mais variados. Evidentemente, há outros usos, como pesquisas cientí�cas que precisam também simular cenários, com uma ampla gama de variáveis. Estudos militares e de desenvolvimento de tecnologia também se bene�ciam do poder computacional desse tipo de equipamento. www.techtudo.com.br, 24.06.2016. a) Reescreva o trecho “é a de simulação climática: com quatrilhões por segundo de processamento”, levando em conta a correção e a clareza. b) A palavra “cenários” (sublinhada no texto) foi empregada com o mesmo sentido em suas duas ocorrências? Justi�que sua resposta. Exercício 127 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: A adoção do cardápio indígena introduziu nas cozinhas e zonas de serviço das moradas brasileiras equipamentos desconhecidos no Reino. Instalou nos alpendres roceiros a prensa de espremer mandioca ralada para farinha. Nos inventários paulistas é comum a menção de tal fato. No inventário de Pedro Nunes, por exemplo, efetuado em 1623, fala-se num sítio nas bandas do Ipiranga “com seu alpendre e duas camarinhas no dito alpendre com a prensa no dito sítio” que deveria comprimir nos tipitis toda a massa proveniente do mandiocal também inventariado. Mas a farinha não exigia somente a prensa – pedia, também, raladores, cochos de lavagem e forno ou fogão. Era normal, então, a casa de fazer farinha, no quintal, ao lado dos telheiros e próxima à cozinha. Carlos A. C. Lemos, Cozinhas, etc. (Fuvest 2017) Traduz corretamente uma relação espacial expressa no texto o que se encontra em: a) A prensa é paralela aos tipitis. b) A casa de fazer farinha é adjacente aos telheiros. c) As duas camarinhas são transversais à cozinha. d) O alpendre é perpendicular às zonas de serviço. e) O mandiocal e o Ipiranga são equidistantes do sítio. Exercício 128 A adoção do cardápio indígena introduziu nas cozinhas e zonas de serviço das moradas brasileiras equipamentos desconhecidos no Reino. Instalou nos alpendres roceiros a prensa de espremer mandioca ralada para farinha. Nos inventários paulistas é comum a menção de tal fato. No inventário de Pedro Nunes, por exemplo, efetuado em 1623, fala-se num sítio nas bandas do Ipiranga “com seu alpendre e duas camarinhas no dito alpendre com a prensa no dito sítio” que deveria comprimir nos tipitis toda a massa proveniente do mandiocal também inventariado. Mas a farinha não exigia somente a prensa – pedia, também, raladores, cochos de lavagem e forno ou fogão. Era normal, então, a casa de fazer farinha, no quintal, ao lado dos telheiros e próxima à cozinha. Carlos A. C. Lemos, Cozinhas, etc. (Fuvest 2017) Além de “tipitis”, constituem contribuição indígena para a língua portuguesa do Brasil as seguintes palavras empregadas no texto: a) “cardápio” e “roceiros”. b) “alpendre” e “fogão”. c) “mandioca” e “Ipiranga”. d) “sítio” e “forno”. e) “prensa” e “quintal”. Exercício 129 Evidentemente, não se pode esperar que Dostoiévski seja traduzido por outro Dostoiévski, mas desde que o tradutor procure penetrar nas peculiaridades da linguagem primeira, aplique-se com a�nco e faça com que sua criatividade orientada pelo original permita, paradoxalmente, afastar-se do texto para �car mais próximo deste, um passo importante será dado. Deixando de lado a �delidade mecânica, frase por frase, tratando o original como um conjunto de blocos a serem transpostos, e transgredindo sem receio, quando necessário, as normas do “escrever bem”, o tradutor poderá trazê-lo com boa margem de �delidade para a língua com a qual está trabalhando. Boris Schnaiderman, Dostoiévski Prosa Poesia. (Fuvest 2017) Tendo em vista que algumas das recomendações do autor, relativas à prática da tradução, fogem do senso comum, pode-se quali�cá-las com o seguinte termo, de uso relativamente recente: a) dubitativas. b) contraintuitivas. c) autocomplacentes. d) especulativas. e) aleatórias. Exercício 130 Evidentemente, não se pode esperar que Dostoiévski seja traduzido por outro Dostoiévski, mas desde que o tradutor procure penetrar nas peculiaridades da linguagem primeira, aplique-se com a�nco e faça com que sua criatividade orientada pelo original permita, paradoxalmente, afastar-se do texto para �car mais próximo deste, um passo importante será dado. Deixando de lado a �delidade mecânica, frase por frase, tratando o original como um conjunto de blocos a serem transpostos, e transgredindo sem receio, quando necessário, as normas do “escrever bem”, o tradutor poderá trazê-lo com boa margem de �delidade para a língua com a qual está trabalhando. Boris Schnaiderman, Dostoiévski Prosa Poesia. (Fuvest 2017) De acordo com o texto, a boa tradução precisa a) evitar a transposição �el dos conteúdos do texto original. b) desconsiderar as características da linguagem primeira para poder atingir a língua de chegada.c) desviar-se da norma-padrão tanto da língua original quanto da língua de chegada. d) privilegiar a inventividade, ainda que em detrimento das peculiaridades do texto original. e) buscar, na língua de chegada, soluções que correspondam ao texto original. Exercício 131 Evidentemente, não se pode esperar que Dostoiévski seja traduzido por outro Dostoiévski, mas desde que o tradutor procure penetrar nas peculiaridades da linguagem primeira, aplique-se com a�nco e faça com que sua criatividade orientada pelo original permita, paradoxalmente, afastar-se do texto para �car mais próximo deste, um passo importante será dado. Deixando de lado a �delidade mecânica, frase por frase, tratando o original como um conjunto de blocos a serem transpostos, e transgredindo sem receio, quando necessário, as normas do “escrever bem”, o tradutor poderá trazê-lo com boa margem de �delidade para a língua com a qual está trabalhando. Boris Schnaiderman, Dostoiévski Prosa Poesia. (Fuvest 2017) O pre�xo presente na palavra “transpostos” tem o mesmo sentido do pre�xo que ocorre em a) ultrapassado. b) retrocedido. c) infracolocado. d) percorrido. e) introvertido. Exercício 132 (Fuvest 2016) Leia este texto. O tempo personalizou minha forma de falar com Deus, mas sempre termino a conversa com um pai-nosso e uma ave-maria. (...) Metade da ave-maria é uma saudação �oreada para, só no �nal, pedir que ela rogue por nós. No pai-nosso, sempre será um mistério para mim o “mas” do “não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. Me parece que, a princípio, se o Pai não nos deixa cair em tentação, já estará nos livrando do mal. Denise Fraga, www1.folha.uol.com.br, 07/07/2015. Adaptado. a) Mantendo-se a relação de sentido existente entre os segmentos “não nos deixeis cair em tentação” / “mas livrai-nos do mal”, a conjunção “mas” poderia ser substituída pela conjunção e, de modo a dissipar o “mistério” a que se refere a autora? Justi�que. b) Sem alterar seu sentido, reescreva o trecho da oração citado pela autora, colocando os verbos “deixeis” e “livrai” na terceira pessoa do singular. Exercício 133 (Fuvest 2016) Leia este texto. Nosso andar é elegante e gracioso, e também extremamente e�ciente do ponto de vista energético. Somos capazes de andar dezenas de quilômetros por quilo de feijão ingerido. Até agora, nenhum sapato, nenhuma técnica especial de balançar os braços, ou qualquer outro truque foram capazes de melhorar o número de quilômetros caminhados por quilo de feijão consumido. Mas, agora, depois de anos investigando o funcionamento de nossas pernas, um grupo de cientistas construiu uma traquitana simples, mas extremamente so�sticada, que é capaz de diminuir o consumo de energia de uma caminhada em até 10% Trata-se de um pequeno exoesqueleto que recobre nosso pé e �ca preso logo abaixo do joelho. Ele mimetiza o funcionamento do tendão de Aquiles e dos músculos ligados ao tendão. Uma haste na altura do tornozelo, a qual se projeta para trás, segura uma ponta de uma mola. Outra haste, logo abaixo do joelho, segura uma espécie de embreagem (...). Fernando Reinach, www.estadao.com.br, 13/06/2015. Adaptado. a) Transcreva o trecho do texto em que o autor explora, com �ns expressivos, o emprego de termos contraditórios, sublinhando-os. b) Esse excerto provém de um artigo de divulgação cientí�ca. Aponte duas características da linguagem nele empregada que o diferenciam de um artigo cientí�co especializado. Exercício 134 (Fuvest 2016) Leia este texto. É conhecida a raridade de diários íntimos na sociedade escravocrata do Brasil colonial e imperial, em comparação com a frequência com que surgem noutra sociedade do mesmo feitio, o velho Sul dos Estados Unidos. Gilberto Freire reparou na diferença, atribuindo-a ao catolicismo do brasileiro e ao protestantismo do americano: aquele podia recorrer ao confessionário, mas a este só restava o refúgio do papel. Esta é também a explicação que oferece Georges Gusdorf, na base de uma comparação mais ampla dos textos autobiográ�cos produzidos nos países da Reforma e da Contrarreforma. Ao passo que no catolicismo o exame de consciência está tutelado na con�ssão pela autoridade sacerdotal, no protestantismo, ele não está submetido à interposta pessoa. Evaldo C. de Mello, “Diários e ‘livros de assentos’”. In: Luiz Felipe de Alencastro (org.), História da vida privada no Brasil - 2. a) De acordo com o texto, em que grupo de países os diários íntimos surgiam com maior frequência e por que isso ocorria? b) A que expressões do texto se referem, respectivamente, os termos sublinhados no trecho “ele não está submetido à interposta pessoa”? Exercício 135 (Fuvest 2016) Um restaurante, cujo nome foi substituído por Y, divulgou, no ano de 2015, os seguintes anúncios: a) Na redação do anúncio II, evitou-se um erro gramatical que aparece no anúncio I. De que erro se trata? Explique. b) Tendo em vista o caráter publicitário dos textos, com que �nalidade foi usada, em ambos os anúncios, a forma “pra”, em lugar de “para”? Exercício 136 Texto para a(s) questão(ões) abaixo A ARMA DA PROPAGANDA O governo Médici não se limitou à repressão. Distinguiu claramente entre um setor signi�cativo, mas minoritário da sociedade, adversário do regime, e a massa da população que vivia um dia a dia de alguma esperança nesses anos de prosperidade econômica. A repressão 1acabou com o primeiro setor, enquanto a propaganda encarregou-se de, pelo menos, neutralizar gradualmente o segundo. Para alcançar este último objetivo, o governo contou com o grande avanço das telecomunicações no país, após 1964. As facilidades de crédito pessoal permitiram a expansão do número de residências que possuíam televisão: em 1960, apenas 9,5% das residências urbanas tinham televisão; em 1970, a porcentagem chegava a 40% Por essa época, bene�ciada pelo apoio do governo, de quem se transformou em porta-voz, a TV Globo expandiu-se até se tornar rede nacional e 2alcançar praticamente o controle do setor. A propaganda governamental passou a ter um canal de expressão como nunca existira na história do país. A promoção do “Brasil grande potência” foi realizada a partir da Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP), criada no governo Costa e Silva, mas que não chegou a ter importância nesse governo. Foi a época do “Ninguém segura este país”, da marchinha Prá Frente, Brasil, que embalou a grande vitória brasileira na Copa do Mundo de 1970. Boris Fausto, História do Brasil. Adaptado. (Fuvest 2016) A frase que expressa uma ideia contida no texto é: a) A marchinha “Prá Frente, Brasil” também contribuiu para o processo de neutralização da grande massa da população. b) A repressão no Governo Médici foi dirigida a um setor que, além de minoritário, era também irrelevante no conjunto da sociedade brasileira. c) O tricampeonato de futebol conquistado pelo Brasil em 1970 ajudou a mascarar inúmeras di�culdades econômicas daquele período. d) Uma característica do governo Médici foi ter conseguido levar a televisão à maioria dos lares brasileiros. e) A TV Globo foi criada para ser um veículo de divulgação das realizações dos governos militares. Exercício 137 A ARMA DA PROPAGANDA O governo Médici não se limitou à repressão. Distinguiu claramente entre um setor signi�cativo, mas minoritário da sociedade, adversário do regime, e a massa da população que vivia um dia a dia de alguma esperança nesses anos de prosperidade econômica. A repressão 1acabou com o primeiro setor, enquanto a propaganda encarregou-se de, pelo menos, neutralizar gradualmente o segundo. Para alcançar este último objetivo, o governo contou com o grande avanço das telecomunicações no país, após 1964. As facilidades de crédito pessoal permitiram a expansão do número de residências que possuíam televisão: em 1960, apenas 9,5% das residências urbanas tinham televisão; em 1970, a porcentagem chegavaa 40% Por essa época, bene�ciada pelo apoio do governo, de quem se transformou em porta-voz, a TV Globo expandiu-se até se tornar rede nacional e 2alcançar praticamente o controle do setor. A propaganda governamental passou a ter um canal de expressão como nunca existira na história do país. A promoção do “Brasil grande potência” foi realizada a partir da Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP), criada no governo Costa e Silva, mas que não chegou a ter importância nesse governo. Foi a época do “Ninguém segura este país”, da marchinha Prá Frente, Brasil, que embalou a grande vitória brasileira na Copa do Mundo de 1970. Boris Fausto, História do Brasil. Adaptado. (Fuvest 2016) Nos trechos “acabou com o primeiro setor” (ref. 1) e “alcançar praticamente o controle do setor” (ref. 2), a palavra sublinhada refere-se, respectivamente, a a) aliados; população. b) adversários; telecomunicações. c) população; residências urbanas. d) maiorias; classe média. e) repressão; facilidades de crédito. Exercício 138 A ARMA DA PROPAGANDA O governo Médici não se limitou à repressão. Distinguiu claramente entre um setor signi�cativo, mas minoritário da sociedade, adversário do regime, e a massa da população que vivia um dia a dia de alguma esperança nesses anos de prosperidade econômica. A repressão 1acabou com o primeiro setor, enquanto a propaganda encarregou-se de, pelo menos, neutralizar gradualmente o segundo. Para alcançar este último objetivo, o governo contou com o grande avanço das telecomunicações no país, após 1964. As facilidades de crédito pessoal permitiram a expansão do número de residências que possuíam televisão: em 1960, apenas 9,5% das residências urbanas tinham televisão; em 1970, a porcentagem chegava a 40% Por essa época, bene�ciada pelo apoio do governo, de quem se transformou em porta-voz, a TV Globo expandiu-se até se tornar rede nacional e 2alcançar praticamente o controle do setor. A propaganda governamental passou a ter um canal de expressão como nunca existira na história do país. A promoção do “Brasil grande potência” foi realizada a partir da Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP), criada no governo Costa e Silva, mas que não chegou a ter importância nesse governo. Foi a época do “Ninguém segura este país”, da marchinha Prá Frente, Brasil, que embalou a grande vitória brasileira na Copa do Mundo de 1970. Boris Fausto, História do Brasil. Adaptado. (Fuvest 2016) A estratégia de dominação empregada pelo governo Médici, tal como descrita no texto, assemelha-se, sobretudo, à seguinte recomendação feita ao príncipe – ou ao governante – por um célebre pensador da política: a) “Deve o príncipe fazer-se temer, de maneira que, se não se �zer amado, pelo menos evite o ódio, pois é fácil ser ao mesmo tempo temido e não odiado”. b) “O mal que se tiver que fazer, deve o príncipe fazê-lo de uma só vez; o bem, deve fazê-lo aos poucos (...)”. c) “Não se pode deixar ao tempo o encargo de resolver todas as coisas, pois o tempo tudo leva adiante e pode transformar o bem em mal e o mal em bem”. d) “Engana-se quem acredita que novos benefícios podem fazer as grandes personagens esquecerem as antigas injúrias (...)”. e) “Deve o príncipe, sobretudo, não tocar na propriedade alheia, porque os homens esquecem mais depressa a morte do pai que a perda do patrimônio”. Exercício 139 Examine este anúncio de uma instituição �nanceira, cujo nome foi substituído por X, para responder às questões a seguir. (Fuvest 2016) Compare os diversos elementos que compõem o anúncio e atenda ao que se pede. a) Considerando o contexto do anúncio, existe alguma relação de sentido entre a imagem e o slogan “É DIFERENTE QUANDO VOCÊ CONHECE”? Explique. b) A inclusão, no anúncio, dos ícones e algarismos que precedem o texto escrito tem alguma �nalidade comunicativa? Explique. Exercício 140 Examine este anúncio de uma instituição �nanceira, cujo nome foi substituído por X, para responder às questões a seguir. (Fuvest 2016) Com base na parte escrita do anúncio, responda. a) Qual é a relação temporal que se estabelece entre os verbos “conhecer”, “oferecer”, “proporcionar” e “alcançar”? Explique. b) Complete a frase abaixo, �exionando de forma adequada os verbos “oferecer”, “proporcionar” e “alcançar”. Conhecer profundamente os negócios de nossos clientes é só o primeiro passo que permite que __________ sempre respostas mais rápidas, __________ decisões mais assertivas e __________ melhores resultados. Exercício 141 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das �orestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus �lhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as �lhas e pais de santo cantam: Ele é mesmo nosso pai e é quem pode nos ajudar... Omolu promete ir. Mas para que seus �lhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida: Ora, adeus, ó meus �lhinhos, Qu’eu vou e torno a vortá... E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele. Jorge Amado, Capitães da Areia. 1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças. (Fuvest 2016) Das propostas de substituição para os trechos sublinhados nas seguintes frases do texto, a única que faz, de maneira adequada, a correção de um erro gramatical presente no discurso do narrador é: a) “Assim mesmo morrera negro, morrera pobre.”: havia morrido negro, havia morrido pobre. b) “Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara.”: Omolu dizia, no entanto, que não fora. c) “Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina.”: mas tão pouco sabiam da vacina. d) “Mas para que seus �lhos negros não o esqueçam [...].”: não lhe esqueçam. e) “E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas [...].”: numa noite em que os atabaques. Exercício 142 (Ufpr 2020) Na Seção II (Das Atribuições do Congresso Nacional), que integra o Título IV (Da Organização dos Poderes), da Constituição da República Federativa do Brasil, 1988, o artigo 48 traz a seguinte redação em seu caput: Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especi�cado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; III - �xação e modi�cação do efetivo das Forças Armadas; IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento; V - limites do território nacional, espaço aéreo e marinho e bens do domínio da União; [...] Com base no caput desse artigo, considere as seguintes a�rmativas: 1. A sanção do Presidente da República às matérias de competência da União, especi�cadas nesse artigo, deve ser entendida como o veto presidencial. 2. O Congresso Nacional pode dispor sobre matérias de competência da União, como as especi�cadas nos incisos do art. 48, condicionadoà apreciação do Presidente da República. 3. Esse artigo especi�ca matérias sobre as quais o Congresso Nacional pode dispor sem necessidade de apreciação pelo Presidente da República. Está/Estão de acordo com o disposto no artigo 48: a) a a�rmativa 1 apenas. b) a a�rmativa 2 apenas. c) as a�rmativas 1 e 2 apenas. d) as a�rmativas 2 e 3 apenas. e) as a�rmativas 1, 2 e 3. Exercício 143 (Ufpr 2020) O jogo do salário mínimo [...] Em menos de trinta minutos, dois times centenários do futebol carioca, Bonsucesso e Olaria, vão se enfrentar num jogo-treino, na preparação para a disputa da segunda divisão do campeonato do Rio. ¹Na arena vazia, os jogadores vivem a desigualdade salarial do futebol brasileiro. Na esperança de chegar a um clube grande, os 22 atletas em campo correm no estádio em troca de um salário mínimo (998 reais) na carteira assinada – ²isso quando não há atraso no pagamento. Juntos, ganham cerca de 22 mil reais – menos de 2% do salário mensal de uma estrela como o atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, do Flamengo. Longe do ³glamour dos estádios padrão Fifa, os 22 em campo no chamado Clássico da Leopoldina, ⁴em referência à antiga linha de trem, são um retrato do precário mercado de trabalho da bola no Brasil. Levantamento do antigo Ministério do Trabalho revela que a maioria (54%) dos jogadores de futebol do país empregados em 2017 recebia até três salários mínimos (2.811 reais). Os dados constam da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de 2017. [...] A estatística do antigo Ministério do Trabalho é o único levantamento que tenta mapear os salários no futebol brasileiro. ⁵A CBF fazia uma pesquisa parecida, mas deixou de publicar por causa das distorções criadas pelos contratos de direito de imagem. Segundo a última edição do trabalho da entidade que comanda o futebol nacional, mais de 80% dos jogadores de futebol ganhavam até 1 mil reais por mês em 2016. ⁶Sem citar nomes, a CBF informou que apenas um jogador recebia mais de 500 mil reais, mas o número estava longe da realidade, e o mesmo se pode dizer dos dados da RAIS. O salário em carteira é só uma parte do que os atletas recebem, pois o principal vem dos direitos de imagem e patrocínios. Mas essa é uma realidade dos clubes grandes. Em clubes como Bonsucesso e Olaria, não há direitos de imagem, já que não há imagem a ser vendida. Os patrocinadores estão mais para pequenos comerciantes locais do que para grandes �nanciadores do futebol. (Sérgio Rangel. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/o- jogo-do-salario-minimo/. 31/05/2019.) Com base no texto de Rangel, considere as seguintes a�rmativas: 1. Em “Os patrocinadores estão mais para pequenos comerciantes locais do que para grandes �nanciadores do futebol”, temos uma relação de contraposição. 2. Os baixos salários, somados aos atrasos nos pagamentos, são aspectos da precariedade do mercado da bola no Brasil. 3. Os dados salariais dos jogadores brasileiros, apontados pela RAIS, apresentam distorções porque a maioria dos jogadores recebem até três salários mínimos por mês, enquanto outros recebem até quinhentos mil reais por mês. 4. A ausência de comercialização de imagens de jogadores de clubes como Bonsucesso e Olaria decorre do fato de esses jogadores não terem direitos de imagem como o jogador Gabigol, por exemplo. Assinale a alternativa correta. a) As a�rmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. b) Somente as a�rmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. c) Somente as a�rmativas 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as a�rmativas 1 e 2 são verdadeiras. e) Somente a a�rmativa 3 é verdadeira. Exercício 144 (Ufpr 2019) Assinale a alternativa corretamente pontuada. a) A técnica de Mourou e Strickland criada em 1985, e conhecida como: ampli�cação de pulso com varredura em frequência – CPA, por sua sigla em inglês, tornou-se muito rapidamente a ferramenta-padrão para obter lasers de alta intensidade, utilizados, desde então, em milhões de cirurgias do olho. b) A técnica de Mourou e Strickland, criada em 1985, e conhecida como ampli�cação de pulso com varredura em frequência (CPA, por sua sigla em inglês); tornou-se muito rapidamente, a ferramenta-padrão para obter lasers de alta intensidade utilizados desde então em milhões de cirurgias do olho. c) A técnica de Mourou e Strickland criada em 1985 e conhecida como ampli�cação de pulso com varredura em frequência, (CPA, por sua sigla em inglês), tornou-se muito rapidamente a ferramenta-padrão, para obter lasers de alta intensidade utilizados desde então, em milhões de cirurgias do olho. d) A técnica de Mourou e Strickland, criada em 1985 e conhecida como ampli�cação de pulso com varredura em frequência – CPA, por sua sigla em inglês – tornou-se muito rapidamente, a ferramenta-padrão para: obter lasers de alta intensidade utilizados desde então em milhões de cirurgias do olho. e) A técnica de Mourou e Strickland, criada em 1985 e conhecida como ampli�cação de pulso com varredura em frequência (CPA, por sua sigla em inglês), tornou-se muito rapidamente a ferramenta-padrão para obter lasers de alta intensidade, utilizados desde então em milhões de cirurgias do olho. Exercício 145 (Ufpr 2019) ‘Ferrugem’: um ótimo nacional encara o cyberbullying Um celular perdido, um vídeo viralizado, e Tati, de 16 anos, se vê no meio de um furacão que abalaria qualquer um – e muito mais uma menina a quem ainda falta o equipamento emocional para lidar com uma situação tão drástica de exposição da intimidade e de ostracismo social. Os amigos e amigas vão caindo fora; com os pais, ela não consegue falar. Renet, o garoto com quem ela começava a engatar um �erte quando tudo começou, dá as costas a ela. E Tati, interpretada pela ótima novata Tiffanny Dopke, de �sionomia suave e jeitinho cativante, sucumbe à pressão. ‘Ferrugem’, do diretor Aly Muritiba, é um dos pontos altos de uma safra surpreendentemente boa do cinema nacional nos últimos meses (completada ainda por ‘Aos Teus Olhos’, ‘As Boas Maneiras’, ‘O Animal Cordial’ e ‘Benzinho’). Da agitação e cacofonia dessa primeira parte do �lme, Muritiba vai, na segunda metade, para um estilo oposto: com atenção e re�exão, acompanha o sofrimento de Renet (o também muito bom Giovanni de Lorenzi) com as consequências do episódio que afetou Tati. Aqui, duas visões morais muito distintas se opõem: a do pai (Enrique Diaz), que quer poupar Renet, e a da mãe (a calorosa Clarissa Kiste), que quer obrigá-lo a enfrentar os fatos. Maduro, lúcido, muito bem escrito e �lmado, ‘Ferrugem’ está na comissão de frente dos possíveis indicados do Brasil ao Oscar do ano que vem. (Disponível em: <https://veja.abril.com.br/tveja/em- cartaz/ferrugem-um-otimo-nacional-encara-o-cyberbullying/>. Acesso em 31/08/2018.) As expressões ‘equipamento emocional’ e ‘ostracismo social’, no segundo parágrafo, podem ser interpretadas, segundo o contexto de ocorrência, respectivamente, como: a) objeto que regula emoções – exílio. b) capacidade de sentir emoções – exclusão. c) experiência – falta de exposição. d) maturidade – isolamento. e) malícia – incapacidade de se expressar. Exercício 146 (Ufpr 2016) Outras razões para a pauta negativa Venício A. Lima O sempre interessante Boletim UFMG, que traz, a cada semana, notícias do dia a dia da Universidade Federal de Minas Gerais, informa, na edição de 4 de maio, o trabalho desenvolvido por grupo de pesquisa do Departamento de Ciência da Computação (DCC) em torno da “análise de sentimento”, que relaciona o sucesso das notícias com sua polaridade, negativa ou positiva. Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC- UFMG, foram identi�cadas, coletadas e analisadas 69.907 manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos internacionais ao longo de oito meses de 2014: The New York Times, BBC, Reuters e Daily Mail. E as notícias foram agrupadas em cinco grandes categorias: negócios e dinheiro, saúde,ciência e tecnologia, esportes e mundo. As conclusões da pesquisa são preciosas. Cerca de 70% das notícias diárias estão relacionadas a fatos que geram “sentimentos negativos” – tais como catástrofes, acidentes, doenças, crimes e crises. Os textos das manchetes foram relacionados aos sentimentos que elas despertam, numa escala de menos 5 (muito negativo) a mais 5 (muito positivo). Descobriu- se que o sucesso de uma notícia, vale dizer, o número de vezes em que é “clicada” pelo eventual leitor está fortemente vinculado a esses “sentimentos” e que os dois extremos – negativo e positivo – são os mais “clicados”. As manchetes negativas, todavia, são aquelas que atraem maior interesse dos leitores. Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites internacionais – não brasileiros –, os resultados do trabalho dos pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a compreender a predominância do “jornalismo do vale de lágrimas” na grande mídia brasileira. Para além da partidarização seletiva das notícias, parece haver também uma importante estratégia de sobrevivência empresarial in�uindo na escolha da pauta negativa. Os principais telejornais exibidos na televisão brasileira, por exemplo, estão se transformando em incansáveis noticiários diários de crises, crimes, catástrofes, acidentes e doenças de todos os tipos. Carrega-se, sem dó nem piedade, nas notícias que geram sentimentos negativos. Mais do que isso: os âncoras dos telejornais, além das notícias negativas, se encarregam de editorializar, fazer comentários, invariavelmente críticos e pessimistas, reforçando, para além da notícia, exatamente seus aspectos e consequências funestos. Existe, sim, o risco do esgotamento. Cansado de tanta notícia ruim e sentindo-se impotente para in�uir no curso dos eventos, pode ser que o leitor/telespectador a�nal desista de se expor a esse tipo de jornalismo que o empurra cotidianamente rumo a um inexorável “vale de lágrimas” mediavalesco. Adaptado de <http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de- ebates/outras-razoes-para-a-pauta-negativa/>. Acesso em 19 mai. 2015. Considere as seguintes sentenças retiradas do texto e assinale a alternativa em que a expressão verbal grifada concorda com um sujeito posposto. a) Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC- UFMG, foram identi�cadas, coletadas e analisadas 69.907 manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos internacionais ao longo de oito meses de 2014. b) As manchetes negativas, todavia, são aquelas que atraem maior interesse dos leitores. c) Os principais telejornais exibidos na televisão brasileira, por exemplo, estão se transformando em incansáveis noticiários diários de crises. d) Mais do que isso: os âncoras dos telejornais, além das notícias negativas, se encarregam de editorializar, fazer comentários, invariavelmente críticos e pessimistas. e) Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites internacionais – não brasileiros –, os resultados do trabalho dos pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a compreender a predominância do “jornalismo do vale de lágrimas” na grande mídia brasileira. Exercício 147 (Ufpr 2017) Livro e futebol O leitor a quem se dirige esse livro não é evidente: em geral, quem vive o futebol não está interessado em ler sobre ele mais do que a notícia de jornal ou revista, e quem se dedica a ler livros e especulações poucas vezes conhece o futebol por dentro. Pierre Bourdieu observa, por exemplo, que a sociologia esportiva é desdenhada pelos sociólogos e menosprezada pelos envolvidos com o esporte. A observação pode valer também para ensaios como este aqui, embora ele não seja do gênero sociológico. No limite, a onipresença do jogo de bola soa abusiva e irrelevante para quem acompanha a discussão cultural. Assim, mais do que um desconhecimento recíproco entre as partes, pode-se falar, de fato, de uma dupla resistência. Viver o futebol dispensa pensá-lo, e, em grande parte, é essa dispensa que se procura nele. Os pensadores, por sua vez, à esquerda ou à direita, na meia ou no centro, têm muitas vezes uma reserva contra os componentes anti-intelectuais e massivos do futebol, e temem ou se recusam a endossá-los, por um lado, e a se misturar com eles, por outro. Tudo isso, por si só, já daria um belo assunto: o futebol como o nó cego em que a cultura e a sociedade se expõem no seu ponto ao mesmo tempo mais visível e invisível. E esse não deixa de ser o tema deste livro, que talvez possa interessar a quem esteja disposto a lê-lo independentemente de conhecer o futebol ou de ser ou não “intelectual”. Não é incomum, também, que intelectuais vivam intensamente o futebol, sem pensá-lo, e que resistam, ao mesmo tempo, a admiti-lo na ordem do pensamento. Nesse caso, aqueles dois personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar numa pessoa só. [...] (José Miguel Wisnik. Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.) “Nesse caso, aqueles dois personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar numa pessoa só”. Com isso, o autor reconhece que: 1. é desejável pensar o esporte por outro viés que não seja aquele permeado por admiração e paixão. 2. admitir o futebol na ordem do pensamento signi�ca fazer do torcedor apaixonado uma pessoa capaz de re�etir sobre seus pontos positivos e negativos. 3. há intelectuais que, mesmo não admitindo que possam haver abordagens intelectualizadas do futebol, são torcedores fervorosos. 4. o torcedor apaixonado é aquele que prefere pensar o futebol na sua expressão cultural e, portanto, é o que congrega as características de leitor preferencial do livro. Assinale a alternativa correta. a) Somente a a�rmativa 3 é verdadeira. b) Somente as a�rmativas 1 e 3 são verdadeiras. c) Somente as a�rmativas 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as a�rmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. e) As a�rmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. Exercício 148 (Ufpr 2017) Livro e futebol O leitor a quem se dirige esse livro não é evidente: em geral, quem vive o futebol não está interessado em ler sobre ele mais do que a notícia de jornal ou revista, e quem se dedica a ler livros e especulações poucas vezes conhece o futebol por dentro. Pierre Bourdieu observa, por exemplo, que a sociologia esportiva é desdenhada pelos sociólogos e menosprezada pelos envolvidos com o esporte. A observação pode valer também para ensaios como este aqui, embora ele não seja do gênero sociológico. No limite, a onipresença do jogo de bola soa abusiva e irrelevante para quem acompanha a discussão cultural. Assim, mais do que um desconhecimento recíproco entre as partes, pode-se falar, de fato, de uma dupla resistência. Viver o futebol dispensa pensá-lo, e, em grande parte, é essa dispensa que se procura nele. Os pensadores, por sua vez, à esquerda ou à direita, na meia ou no centro, têm muitas vezes uma reserva contra os componentes anti-intelectuais e massivos do futebol, e temem ou se recusam a endossá-los, por um lado, e a se misturar com eles, por outro. Tudo isso, por si só, já daria um belo assunto: o futebol como o nó cego em que a cultura e a sociedade se expõem no seu ponto ao mesmo tempo mais visível e invisível. E esse não deixa de ser o tema deste livro, que talvez possa interessar a quem esteja GABARITO disposto a lê-lo independentemente de conhecer o futebol ou de ser ou não “intelectual”. Não é incomum, também, que intelectuais vivam intensamente o futebol, sem pensá-lo, e que resistam, ao mesmo tempo, a admiti-lo na ordem do pensamento. Nesse caso, aqueles dois personagens a que nos referimos no começo podem se encontrar numa pessoa só. [...] (José Miguel Wisnik. Veneno Remédio: o Futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.) O autor inicia o texto dizendo que o leitor de seu livro não é evidente, porque o tema por ele tratado, o futebol, é abordado de maneira incomum. Tendo isso em vista, considereas seguintes a�rmativas: 1. Os apaixonados pelo futebol anseiam há muito por uma abordagem sociológica do esporte. 2. Pensar o futebol do ponto de vista intelectual é algo muito comum num país em que esse esporte é o mais apreciado, e é esse tratamento que predomina hoje em jornais e revistas. 3. O livro aborda o futebol do ponto de vista cultural, intelectual, distanciando-se do tratamento do senso comum que impera em jornais e revistas. 4. Viver e pensar o futebol são coisas diferentes e independentes, mas é possível uma abordagem intelectual que agrade os dois tipos de espectador. Assinale a alternativa correta. a) Somente a a�rmativa 3 é verdadeira. b) Somente as a�rmativas 1 e 2 são verdadeiras. c) Somente as a�rmativas 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as a�rmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. e) As a�rmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. Exercício 149 (Ufpr 2017) A épica narrativa de nosso caminho até aqui Quando viajamos para o exterior, muitas vezes passamos pela experiência de aprender mais sobre o nosso país. Ao nos depararmos com uma realidade diferente ¹daquela em que estamos imersos cotidianamente, o estranhamento serve de alerta: deve haver uma razão, um motivo, para que as coisas funcionem em cada lugar de um jeito. Presentes diferentes só podem resultar de passados diferentes. Essa constatação pode ser um poderoso impulso para conhecer melhor a nossa história. Algo assim vem ocorrendo no campo de estudos sobre o Sistema Solar. O �orescimento da busca de planetas extrassolares – aqueles que orbitam em torno de outras estrelas – equivaleu a dar uma espiadinha no país vizinho, para ver como vivem “seus habitantes”. Os resultados são surpreendentes. Em certos sistemas, os planetas estão tão perto de suas estrelas que completam uma órbita em poucos dias. Muitos são gigantes feitos de gás, e alguns chegam a possuir mais de seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de Júpiter, o grandalhão do nosso sistema. Já os nossos planetas rochosos, classe em que se enquadram Terra, Mercúrio, Vênus e Marte, parecem ser mais bem raros do que imaginávamos a princípio. A constatação de que somos quase um ponto fora da curva (pelo menos no que tange ao nosso atual estágio de conhecimento de sistemas planetários) provocou os astrônomos a formular novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua atual con�guração. ²Isso implica responder perguntas tais como quando se formaram os planetas gasosos, por que estão nas órbitas em que estão hoje, de que forma os planetas rochosos surgiram etc. Nosso artigo de capa traz algumas das respostas que foram formuladas nos últimos 15 a 20 anos. Embora não sejam consensuais, teorias como o Grand Tack, o Grande Ataque e o Modelo de Nice têm desfrutado de grande prestígio na comunidade astronômica e oferecem uma fascinante narrativa da cadeia de eventos que pode ter permitido o surgimento da Terra e, em última instância, da vida por aqui. [...] (Paulo Nogueira, editorial de Scienti�c American – Brasil – nº 168, junho 2016.) “Isso” (ref. 2) se refere: a) ao �orescimento da busca de planetas extrassolares. b) a gigantes feitos de gás, alguns chegando a possuir mais de seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de Júpiter. c) à formulação de novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua con�guração atual. d) à constatação de que somos quase um ponto fora da curva. e) ao nosso atual estágio de conhecimento de sistemas planetários. Exercício 1 Exercício 2 Exercício 3 Exercício 4 Exercício 5 e) a reversibilidade entre o cômico e o trágico, como se lê em “de modo que o que parecia uma desgraça...”. d) curiosidade e satisfação. a) I, III e IV c) Um realismo que parta do real cotidiano para compreender a realidade, cuidando de tomar certo distanciamento da matéria para não tomá-la de forma demasiado personalista. Exercício 6 Exercício 7 Exercício 8 Exercício 9 Exercício 10 Exercício 11 Exercício 12 Exercício 13 Exercício 14 Exercício 15 Exercício 16 Exercício 17 Exercício 18 Exercício 19 Exercício 20 Exercício 21 Exercício 22 Exercício 23 Exercício 24 Exercício 25 Exercício 26 Exercício 27 Exercício 28 Exercício 29 Exercício 30 Exercício 31 Exercício 32 Exercício 33 Exercício 34 Exercício 35 d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a um estilo de vida sedentário, antagônico a maratona. d) incorruptível. b) podem ocasionar prejuízos à saúde do ser humano. b) examinar práticas que visem à melhoria das condições de ensino do país. b) por ser experiente em mentiras, Pinóquio seria um bom consultor para a criação de fake news. b) fonte de conhecimentos. b) existência de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. e) simbolizar a necessidade de adesão à causa dos refugiados. d) egoísta e violenta. c) Os momentos em família são de mera presença física. b) os anseios comunitários de justiça social. a) traduz a melancolia e o recolhimento do eu lírico em face da sensação de incomunicabilidade com uma realidade indiferente à sua poesia. d) a postura, insistente, difundida entre os brasileiros que não reconhecem a tolerância como conduta a ser praticada. b) di�culdade de aceitação do que é considerado, entre membros do grupo, inumano. b) O problema da fome, que avilta a dignidade humana. a) desvela sentimentos de vazio e angústia sob a aparente austeridade. c) defender a conversão das palavras em coisas, mudando seu estatuto. a) refere-se ao presente do personagem, em que não há diversão. d) É um termo proposto fora do contexto da internet, sendo uma analogia ao conceito biológico de gene, em alusão à sua capacidade de se propagar de um indivíduo para outro. a) Difusão cultural, sendo capaz de se propagar entre as pessoas. d) problematiza a organização social e seu impacto na mudança de hábitos dos indivíduos. a) disseminarem uma modalidade, promovendo a igualdade de gênero. d) combate corporal intencional com ações regulamentadas entre os oponentes. b) inter-relação entre dois gêneros musicais brasileiros. a) distorção da experiência do ser-atleta para os espectadores. e) desrespeito à intimidade das crianças cujas imagens têm sido divulgadas nas redes sociais. e) contrastam com as condições de vida proporcionadas pelo País. d) trata as redes sociais como modo de agregar e empoderar grupos de pessoas, que se unem em prol de causas próprias ou de mudanças sociais. a) hipocrisia do discurso alicerçado sobre o senso comum. d) comercialização de pontos de vista. a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia. Exercício 36 Exercício 37 Exercício 38 Exercício 39 Exercício 40 Exercício 41 Exercício 42 Exercício 43 Exercício 44 Exercício 45 Exercício 46 Exercício 47 Exercício 48 Exercício 49 Exercício 50 Exercício 51 Exercício 52 Exercício 53 Exercício 54 Exercício 55 Exercício 56 Exercício 57 Exercício 58 Exercício 59 Exercício 60 Exercício 61 Exercício 62 Exercício 63 Exercício 64 Exercício 65 Exercício 66 Exercício 67 Exercício 68 b) antonímica, que se estabelece contextualmente entre as palavras “muros” e “pontes”. d) continuidade de um processo. a) “O carro furou o pneu”. d) diminuir alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é sinônimo de converter. c) [...] até onde era possível saber, não tinha nenhum con�dente no mundinho acadêmico. (p. 51). c) atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem. d) refere-se à “mais instável das brancuras” (v. 2). b) todavia. b) de verbos no imperativo. c) O emprego do pronome “esta” (referência 3) e “este” (referência 4) demonstra que a língua e o vinho estão próximos do locutor. c) composição por aglutinação. d) admiração. b) sabedoria. a) tolices c) Têm sido praticadas atividades físicas? Mudaram hábitos alimentares? a) “e está sendoimplantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo” (3º parágrafo). e) “Tratara com respeito a comunidade”. c) “— Espere aí, seu patife, vais virar um belo bife.” (referência 17) e) ampliar as possibilidades de leitura do texto. e) comparação. d) inibição. d) Uso das palavras “te” e “você” num mesmo texto, misturando as pessoas verbais. d) Em “[...] seres humanos têm maior probabilidade de adotar determinados comportamentos porque seus amigos, colegas de trabalho e vizinhos já o adotam”, há um erro de concordância nominal. e) marca a ideia de oposição em relação à ideia de sofrimento na infância de Carolina Maria de Jesus. e) a reversibilidade entre o cômico e o trágico, como se lê em “de modo que o que parecia uma desgraça...”. a) da quebra de expectativa gerada pela polissemia. a) “deleitura” e “namorido”. a) A desigualdade está escrita nas linhas de trens e ressoa nos versos de Solano Trindade: onomatopeia. b) II, III e IV apenas. a) As expressões “terças-feiras cinzentas” e “manhãs de domingo” não têm sentido próprio, por isso podem se converter uma em outra, conforme sugerido nos versos do poema. d) complacência; invenção; bobo; cega. e) atende a situações concretas. Exercício 69 Exercício 70 Exercício 71 Exercício 72 Exercício 73 Exercício 74 Exercício 75 Exercício 76 Exercício 77 Exercício 78 Exercício 79 Exercício 80 Exercício 81 Exercício 82 Exercício 83 Exercício 84 Exercício 85 Exercício 86 Exercício 87 Exercício 88 Exercício 89 Exercício 90 Exercício 91 Exercício 92 Exercício 93 Exercício 94 Exercício 95 Exercício 96 Exercício 97 Exercício 98 Exercício 99 Exercício 100 A) F – F – V – V – F. a) faixa etária. d) memória afetiva remodelada pela perspectiva do narrador. b) explicita o preconceito, valendo-se de “amostrado” e “exibido” para distinguir dois grupos de jovens do mesmo bairro. a) perspectiva infantil assumida pela voz narrativa. d) Apenas I e II. d) Plantar equivale no poema à tarefa de abrir mão do presente em benefício do futuro. b) V – F – F – V. b) causa e consequência. d) I, II e III. e) a polissemia de um termo provocou ambiguidade no texto, o que levou o personagem a uma interpretação equivocada sobre o que poderia ser feito com a camisa. c) explicação. d) problematiza a organização social e seu impacto na mudança de hábitos dos indivíduos. d) diminuir alguma coisa, ao passo que na linguagem matemática é sinônimo de converter. b) metáfora de que as mulheres precisam defender-se do assédio masculino. e) forma de organização social. b) 5 – 1 – 4 – 2 – 3 b) I - V d) o substantivo “amor” intensi�ca o dulçor da palavra “amora”. b) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. e) Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em “fazê‐los” (ref. 2). b) usada em algumas modalidades esportivas. e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos referentes. b) utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos variados. e) utilização da imagem das três mulheres. b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo, como “retorna” e “descobre”. b) uma informação implícita. b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos formais. a) o dinamismo da língua na criação de novas palavras. c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência. c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência. a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao �nal. b) estivais - etária - pueril - �uviais - fraternos Exercício 101 Exercício 102 Exercício 103 Exercício 104 Exercício 105 Exercício 106 Exercício 107 Exercício 108 Exercício 109 Exercício 110 Exercício 111 Exercício 112 Exercício 113 Exercício 114 Exercício 115 Exercício 116 Exercício 117 Exercício 118 Exercício 119 d) Quebra-cabeças; más-línguas; sextas-feiras. b) Em “Gosto de palavras com “V”, como Svengali, avesso, bravura, nota-se a presença do efeito da aliteração, também usado em poesia. e) tempo e causa. d) refere-se à “mais instável das brancuras” (v. 2). b) No segundo verso, “que a pena não quer escrever”, a forma verbal apropriada, para o racionalismo que o poema defende, seria “quis escrever”. a) primeiro – saída – tragédia – consegui. e) O signo linguístico não necessita, para sua existência, de um caráter motivado. c) presídio - lazer - execução d) A visualização da trajetória do projétil só seria possível à noite. a) As palavras derrocada e professora têm o mesmo número de sílabas. e) os termos ‘mais’ e ‘diretamente’ são advérbios, de intensidade e de modo, respectivamente. a) “O carro furou o pneu”. a) O título do texto apresenta verbos no modo imperativo. a) Trata-se de verbo impessoal, isto é, que não tem sujeito. a) As duas passagens são: “a�m de depositar na sepultura do pai uma coroa de saudades” e “...com uma �ta aonde lia-se estas palavras: — A meu marido”. Suas correções são, respectivamente: “a �m de depositar na sepultura do pai uma coroa de saudades” (a locução conjuntiva �nal não pode ser confundida com o adjetivo “a�m”) e “...com uma �ta onde liam-se estas palavras: — A meu marido” (em primeiro lugar, não há verbo que solicite a presença da preposição “a” combinada com a preposição “onde”; em seguida, a voz passiva sintética a partir de verbo transitivo direto, caso de “ler”, implica concordância com o sujeito – no caso, “estas palavras”). b) Em “Iaiá foi com o marido ao cemitério”, a preposição “com” indica companhia; já em “Iaiá beijou com ardor a singela dedicatória”, a mesma preposição tem valor de modo. a) O termo verbal “jorrava” foi usado em sentido �gurado, emprestando noção conotativa de grande intensidade ao �uxo da multidão que saía das portas da Central, con�gurando, assim, uma hipérbole: ênfase expressiva resultante do exagero da signi�cação linguística. Já na expressão “honesta pressa” o narrador utiliza a personi�cação para atribuir qualidades humanas, a honestidade, a seres inanimados, como a pressa. b) Na ordem direta, o trecho “lembrava-se que nem mesmo o nome delas sabia pronunciar” (2º parágrafo) apresenta a seguinte redação: lembrava-se de que nem mesmo sabia pronunciar o nome delas. a) No segmento “Mas poderei dizer-vos que elas ousam?”, o uso do pronome pessoal oblíquo em segunda pessoa do plural, “vos”, indica que o eu lírico se dirige ao interlocutor, no caso, o próprio leitor do poema, enquanto que o pronome pessoal reto, “elas”, se refere a “meninas sérias”, mencionadas no próprio título do poema. b) Por meio da partícula “Ou”, o poema estabelece uma alternativa entre duas situações: a ousadia e a ação de “lustrar pecados”. A primeira (“que elas ousam? “) sugere o desejo de ruptura com a moral e o senso comum do contexto social em que as meninas vivem. A segunda, “lustrar pecados”, implica um comportamento revelador de paixões que não podem ser expostas publicamente por estarem carregadas de culpas, associadas à noção religiosa do pecado. a) Segundo Rubem Alves, a poesia resulta da intensi�cação da sensibilidade que estimula a percepção de tudo que nos rodeia, de maneira a conferir novos signi�cados aos seres e objetos: “Os poetas ensinam a ver". b) Substituindo o termo sublinhado por “Naquela época” e empregando a primeira pessoa do plural, a frase poderia apresentar as seguintes con�gurações: Naquela época, tudo o que vimos nos causou espanto. Ou, naquela época, tudo o que víamos nos causava espanto. Exercício 120 Exercício 121 Exercício 122 Exercício 123 Exercício 124 Exercício 125 Exercício 126 Exercício 127 Exercício 128 Exercício 129 Exercício 130 Exercício 131 Exercício 132 a) Não, o emprego do diminutivo nas palavras “vozinha” e “sorrisinho” não produz o mesmo efeitode sentido nos dois casos. Enquanto que, na primeira ocorrência, o diminutivo pretende diminuir a atitude contestatória de Prometeu, na segunda, confere ironia ao comportamento do jacaré. b) Substituindo o verbo “fazer” por sinônimos adequados ao contexto, os trechos poderiam apresentar as seguintes con�gurações: os outros decidem realizar (preparar) uma festa para provocar-lhe o riso (...). Todos praticam (elaboram) coisas engraçadas”. No primeiro enunciado, o advérbio “a�nal” está relacionado à expressão “falso samaritano”, modi�cando-a. Assim, compreende-se que, de início, não era possível chamá-lo de “falso samaritano”, mas, após concluir o roubo, esta nomenclatura passa a ser adequada. Ou seja: torna-se a�nal falso samaritano, reforçando a opinião do narrador de que antes o ladrão não tinha em mente intenções malé�cas, apenas sentimentos de generosidade, mas acabou mudando de ideia posteriormente. No segundo enunciado, por outro lado, o advérbio “a�nal” está relacionado à locução verbal “tivesse aceitado”, modi�cando-a. Assim, entende-se que, de início, a personagem não aceitou a oferta, mas, somente depois de muita insistência. a) As frases exclamativas traduzem as fortes emoções – vergonha, espanto e medo – vivenciadas por Kim no momento do primeiro contato com o registro fotográ�co, 14 meses depois do bombardeio químico ao vilarejo onde morava. b) A partir da expressão “minha tragédia”, pode-se inferir que, no primeiro contato com o registro fotográ�co, Kim reage como criança, envergonhada e indignada pela exposição do corpo nu entre os que a rodeiam, todos vestidos. No segundo, 46 anos depois, reage como adulta consciente da importância desse registro para promoção de campanhas em prol da paz. a) O termo “crise” refere-se a con�itos matrimoniais que obrigavam à separação do casal, contrariando assim os preceitos da Igreja Católica que considerava o casamento como um vínculo indissolúvel. b) Na voz ativa, a oração apresentaria a seguinte con�guração: tal como a Igreja Católica o concebia. a) Sim, o verbo “ter” apresenta diferente valor semântico em cada um dos dois segmentos. Na primeira ocorrência, substitui o verbo haver ou existir. Na segunda, o verbo necessitar ou precisar. b) Em discurso indireto, a frase apresentaria a seguinte con�guração: Eduardo Koge disse que eles viviam ali que nem gado e não podiam sair daquela cerca. a) Quando seu Joãozinho Bem-Bem e seus jagunços passam pelos arredores do Tombador, Nhô Augusto oferece-lhes alimentação e estadia, e logo se torna amigo do cangaceiro. No entanto, Augusto estava determinado a ser um homem de bem e, por isso, não poderia permitir as malfeitorias de seu Joãozinho Bem-Bem. Assim, luta contra o amigo e encontra, nessa morte heroica, sua redenção. b) Quando Nhô Augusto é resgatado pela mãe Quitéria e o pai Serapião, após ser quase morto pelos capangas do Major Consilva, passa por um processo cristão de arrependimento e regeneração. Logo, o povo da região o considera um homem “santo”, pois passa a trabalhar para si e para os outros e a praticar o bem. Em determinado momento da narrativa, quando busca a sua oportunidade de redenção, deixa-se guiar por um jumento, que o leva ao encontro do seu destino. Pelo simbolismo religioso presente no conto, é possível estabelecer um paralelo com a imagem de Jesus Cristo entrando em Jerusalém. a) O autor agradece “imediatamente depois de receber o volume” para se libertar do pecado de não apreciá-lo. b) “É menor pecado elogiar um mau livro, sem que o tenha lido...” e “É menor pecado elogiar um mau livro, mesmo não o tendo lido...”. a) O trecho, do modo como está redigido, possui problemas de coesão, já que sua clareza �ca comprometida. São possíveis diversas redações, umas delas seria: “Um exemplo recorrente do uso desse tipo de equipamento é a simulação climática, que possui a capacidade de processar quatrilhões de dados por segundo, tornando possível que um computador calcule as oscilações meteorológicas”. b) O sentido da palavra “cenários” nas duas ocorrências é sutilmente diferente. No primeiro caso, possui um sentido mais especí�co, mais restrito, já que se refere à antecipação de fenômenos climáticos. No segundo, seu sentido é mais amplo. b) A casa de fazer farinha é adjacente aos telheiros. c) “mandioca” e “Ipiranga”. b) contraintuitivas. e) buscar, na língua de chegada, soluções que correspondam ao texto original. a) ultrapassado. Exercício 133 Exercício 134 Exercício 135 Exercício 136 Exercício 137 Exercício 138 Exercício 139 Exercício 140 Exercício 141 Exercício 142 Exercício 143 Exercício 144 Exercício 145 Exercício 146 a) Se a conjunção “mas” fosse substituída pela conjunção “e”, o estranhamento da autora desapareceria, pois a segunda oração deixaria de constituir oposição à primeira e seria entendida como um outro pedido a Deus: “não nos deixeis cair em tentação” / “e livrai-nos do mal”. b) Se a segunda pessoa do plural dos termos verbais “deixeis” e “livrai” fosse substituída pela terceira pessoa do singular, a frase correta seria: não nos deixe cair em tentação, mas livre- nos do mal. a) Os termos “simples” e “so�sticada” na expressão “uma traquitana simples, mas extremamente so�sticada” con�guram uma contradição. b) O uso da primeira pessoa do plural (“nosso andar”, “somos capazes”, “nossas pernas”), a linguagem coloquial presente no uso do termo “traquitana”, assim como a imprecisão semântica da expressão “espécie de embreagem” diferenciam o texto de Fernando Reinach dos textos cientí�cos em que predomina a função referencial da linguagem, denotativa e objetiva. a) Segundo o autor, os diários íntimos surgiam com maior frequência nos países em que a Reforma Protestante se consolidou, pois os adeptos dessa nova corrente religiosa, que não contempla o ato da con�ssão, não podiam recorrer à autoridade sacerdotal para fazer exame de consciência. Assim, recorriam com frequência à escrita de textos autobiográ�cos para elaborarem questionamentos autocríticos relacionados com comportamento individual ou conduta social. b) Os termos “ele” e “interposta pessoa” referem-se a “exame de consciência” e “autoridade sacerdotal”, respectivamente. a) A expressão “A 10 anos” do primeiro anúncio é incorreta, pois, na indicação de tempo decorrido, deve usar-se o verbo “haver”. Para atender aos requisitos da norma culta da língua, deveria ser substituída por “Há dez anos”. b) “Pra” aparece em dicionários, inclusivamente no vocabulário ortográ�co da Academia Brasileira de Letras, como sendo a forma reduzida da preposição “para”. Pode ser utilizada na linguagem falada e em alguns tipos de textos informais, como recurso de frases publicitárias em que se pretende enfatizar a aproximação do emissor com o receptor da mensagem. a) A marchinha “Prá Frente, Brasil” também contribuiu para o processo de neutralização da grande massa da população. b) adversários; telecomunicações. b) “O mal que se tiver que fazer, deve o príncipe fazê-lo de uma só vez; o bem, deve fazê-lo aos poucos (...)”. a) Sim, pois a pegada de um sapato, usado normalmente por funcionários de empresas comerciais e �nanceiras, sobre uma área que remete a uma plantação de soja permite inferir que o anúncio destaca a importância da aproximação dessas empresas com a realidade do meio em que o cliente desenvolve as suas atividades. b) Os ícones e os algarismos informam a posição geográ�ca exata do campo de soja a que se refere o texto. Assim, através dessa inclusão, associa-se facilmente a precisão do local com a e�ciência da empresa baseada no conhecimento rigoroso da realidade do negócio. a) A sequência dos verbos “conhecer”, “oferecer”, “proporcionar” e “alcançar” estabelecem uma relação temporal de continuidade e progressão. Em primeiro lugar, é necessário conhecer a atividade do cliente, para depois oferecer propostas que venham a proporcionarresultados positivos e correspondam aos objetivos positivos do negócio. b) Os verbos mencionados devem ser conjugados no modo subjuntivo, na primeira pessoa do plural: Conhecer profundamente os negócios de nossos clientes é só o primeiro passo que permite que ofereçamos sempre respostas mais rápidas, proporcionemos decisões mais assertivas e alcancemos melhores resultados. e) “E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas [...].”: numa noite em que os atabaques. b) a a�rmativa 2 apenas. d) Somente as a�rmativas 1 e 2 são verdadeiras. e) A técnica de Mourou e Strickland, criada em 1985 e conhecida como ampli�cação de pulso com varredura em frequência (CPA, por sua sigla em inglês), tornou-se muito rapidamente a ferramenta-padrão para obter lasers de alta intensidade, utilizados desde então em milhões de cirurgias do olho. d) maturidade – isolamento. a) Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC-UFMG, foram identi�cadas, coletadas e analisadas Exercício 147 Exercício 148 Exercício 149 69.907 manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos internacionais ao longo de oito meses de 2014. a) Somente a a�rmativa 3 é verdadeira. c) Somente as a�rmativas 3 e 4 são verdadeiras. c) à formulação de novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua con�guração atual.