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SIMULADO ABERTO 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) Proposta de Redação; c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição. 2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 5. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 6. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 7. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO. 8. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de prova nos 30 minutos que antecedem o término das provas. 1.o DIA RESOLUÇÕES ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA, com sua caligrafia usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase: A melhor maneira de realizar seus sonhos é nunca desistir deles. ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 1 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Obs.: Confira a resolução das questões de sua versão. 16/6/2019 VERSÃO ���� VERSÃO ������ VERSÃO ���� VERSÃO � � 1 D D D D 2 B B B B 3 D D D D 4 B B B B 5 B B B B 6 B A B B 7 A A C A 8 C D B D 9 D A A C 10 B A D B 11 A C E C 12 B A A D 13 C A A A 14 B B C B 15 B B B B 16 B B D D 17 A B C D 18 B B D C 19 A C C B 20 A B D E 21 C B A A 22 A A B A 23 E B B A 24 A B C E 25 B B B A 26 B C B A 27 B B E C 28 B B A B 29 C A C B 30 A C A A 31 D B A D 32 C C A C 33 D C B A 34 D B B B 35 C C A B 36 B A B C 37 A D C B 38 C D B A 39 E C B B 40 A D A C 41 A D B B 42 D E D B 43 B A B A 44 C E A C 45 B A C B VERSÃO ���� VERSÃO ������ VERSÃO ���� VERSÃO � � 46 B A E E 47 C E E B 48 B A D E 49 E A E C 50 B B C B 51 B E C A 52 D B B A 53 A B B B 54 E D A E 55 A B A E 56 A C B E 57 B B B B 58 E A B E 59 D A E C 60 E B C C 61 C E D B 62 D B A B 63 C E C D 64 A B C A 65 E B C E 66 E C B E 67 D C A A 68 A C D E 69 C B A B 70 B C E C 71 A B E B 72 C A C B 73 C C D D 74 C D C B 75 D A A A 76 A C E A 77 B D D C 78 E C B D 79 B A E A 80 B D A D 81 B E A E 82 A C A C 83 A D E C 84 C D B B 85 B A B A 86 D E D C 87 E E B D 88 C E E C 89 E E B A 90 E E C D ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 23/05/2019 10:23 Página 2 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 3 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) New vaccine could fight nicotine addiction Cigarette smokers who are having trouble quitting because of nicotine’s addictive power may some day be able to receive a novel antibody-producing vaccine to help them kick the habit. The average cigarette contains about 4 000 different chemicals that – when burned and inhaled – cause the serious health problems associated with smoking. But it is the nicotine in cigarettes that, like other addictive substances, stimulates rewards centers in the brain and hooks smokers to the pleasurable but dangerous routine. Ronald Crystal, who chairs the department of genetic medicine at Weill-Cornell Medical College in New York, where researchers are developing a nicotine vaccine, said the idea is to stimulate the smoker’s immune system to produce antibodies or immune proteins to destroy the nicotine molecule before it reaches the brain. BERMAN, J. Disponível em: <www.voanews.com>. Muitas pessoas tentam parar de fumar, mas fra cas - sam e sucumbem ao vício. Na tentativa de ajudar os fumantes, pesquisadores da Weill-Cornell Medical College estão desenvolvendo uma vacina que � diminua o risco de o fumante se tornar depen - dente da nicotina. � seja produzida a partir de moléculas de nicotina. � substitua a sensação de prazer oferecida pelo ci - garro. � ative a produção de anticorpos para combater a nicotina. � controle os estímulos cerebrais do hábito de fumar. Resolução De acordo com o autor, a ideia é estimular o sistema imunológico do fumante para que ele produza anti - corpos que destruam a molécula de nicotina antes que ela alcance o cérebro (último parágrafo). Resposta: D Slow Food Slow Food describes a movement created “to counteract fast food and fast life, the disappearance of local food traditions and people's dwindling interest in the food they eat, where it comes from, how it tastes and how our food choices affect the rest of the world,” according to the movement's website. More broadly, it involves an emphasis on local and seasonal produce and an adherence to regional cultures. Its goals also include lobbying against the use of pesticides and genetic engineering of food. Disponível em: <www.economii.com> O objetivo do movimento Slow food é � eliminar o hábito de fast food e os efeitos nega - tivos da vida agitada. � unir interesse por alimentação e responsabilidade ambiental. � investir em pesticidas e engenharia genética de alimentos. � tornar globais as tradições locais de alimentação. � transformar as culturas gastronômicas regionais. Resolução O texto nos informa que o objetivo desse movimento é aliar interesse por alimentação e responsabilidade ambiental. Resposta: B Why Everyone Should Read Harry Potter Harry Potter is the best selling book series of all time. But it’s had its reproaches. Various Christian groups claimed the books promoted paganism and witchcraft to children. Washington Post book critic Ron Charles called the fact that adults were also hooked on Potter a “bad case of cultural infantilism.” Charles and others also cited a certain artistic banality in massively commercial story-telling, while others criticized Hogwarts, the wizardry academy attended by Potter, for only rewarding innate talents. The Anglo-American writer Christopher Hitchens, on the other hand, praised J. K. Rowling for freeing QUESTÃO 01 QUESTÃO 02 QUESTÃO 03 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 3 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 4 English children’s literature from dreams of riches and class and snobbery and giving us a world of youthful democracy and diversity. A growing body of evidence suggests that reading Rowling’s work, at least as a youth, might be a good thing. Disponível em: <http://www.scientificamerican.com/article/why- everyone-should-read-harry-potter/> (adaptado). A leitura do excerto permite concluir adequadamente que � a série Harry Potter é aprovada por críticos lite - rários e grupos religiosos com base nos mesmos argumentos. � as qualidades literárias de Harry Potter justificam seu sucesso entre os adultos. � a abordagem educacional de Hogwarts recom - pensa as habilidades desenvolvidas por meio do esforço pessoal. � para os personagens da série Harry Potter, o sonho de ascendência social e poder financeiro é pouco relevante. � a academia de Hogwarts frequentada por Harry Potter alimentava o sonho de poder financeiro e ascensão social de seus alunos. Resolução A leitura do excerto permite concluir adequadamente que para os personagens da série Harry Potter o sonho de uma ascendência social e poder financeiro é pouco relevante. Encontramos a afirmação no trecho a seguir:“The Anglo-American writer Christopher Hitchens, on the other hand, praised J. K. Rowling for freeing English children’s literature from dreams of riches and class and snobbery and giving us a world of youthful democracy and diversity.” Resposta: D The Birth of My Kitchen-Table Fiction Most people – most of us who are part of Japanese society – graduate from school, then find work, then, after some time has passed, get married. Even I originally intended to follow that pattern. Yet in reality I married, then started working, then finally managed to graduate. In other words, the order I chose was the exact opposite to what was considered normal. Since I hated the idea of working for a company, I decided to open my own establishment, a place where people could go to listen to jazz records, have a coffee, eat snacks and drink. It was a simple, rather happy- go-lucky kind of idea: running a business like that would let me relax listening to my favorite music from morning till night. H. Murakami, Wind and Pimbal – Two Novels. Tradução do japonês para o inglês de Ted Goossen. London: Penguin Random House (adaptado). O autor do texto � fez o que era normal para os jovens japoneses na época, abrindo uma loja de discos. � fez o que era normal para os jovens japoneses, mas em uma ordem totalmente diferente. � queria viver feliz ouvindo música o dia todo, sem trabalhar. � queria ganhar dinheiro trabalhando só com música e viver feliz. � conseguiu realizar seu sonho de trabalhar para uma empresa fonográfica internacional. Resolução O autor do texto fez o que era normal para os jovens japoneses, mas em uma ordem totalmente diferente. Lê-se no texto: “Most people – most of us who are part of Japanese society – graduate from school, then find work, then, after some time has passed, get married. Even I originally intended to follow that pattern. Yet in reality I married, then started working, then finally managed to graduate. In other words, the order I chose was exactly the opposite to what was considered normal”. Resposta: B QUESTÃO 04 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 4 BANSKY. Disponível em: <www.weberbanist.com>. Bansky é um grafiteiro famoso. Na obra pintada em um muro da cidade de Claremont, Califórnia, em 2007, ele fez uso de um trocadilho com a palavra “change”, o que caracteriza seu grafite como um protesto contra a � escolha da mendicância como forma de vida. � condição de vida das pessoas em miséria. � falta de solidariedade dos mais favorecidos. � marginalização das pessoas desabrigadas. � incapacidade de os mendigos mudarem de vida. Resolução O vocábulo “change” apresenta vários significados em inglês, incluindo entre eles “moeda”, “troco” e “mudança”. O grafite em questão faz um jogo de significados para demonstrar que as pessoas que vivem em condição de miséria precisam de mudança e não de moedas. Resposta: B LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) El hombre imaginario vive en una mansión imaginaria rodeada de árboles imaginarios a la orilla de un río imaginario De los muros que son imaginarios penden antiguos cuadros imaginarios irreparables grietas imaginarias que representan hechos imaginarios ocurridos en mundos imaginarios en lugares y tiempos imaginarios Todas las tardes tardes imaginarias sube las escaleras imaginarias y se asoma al balcón imaginario a mirar el paisaje imaginario que consiste en un valle imaginario circundado de cerros imaginarios […] El hombre imaginario. Nicanor Parra. Disponível em: <https://www.poemas-del-alma.com/nicanor-parra-el-hombre- imaginario.htm>. Acesso em: 16 de mar 2019. Marque a opção em que todas as palavras pertencem ao mesmo gênero dos substantivos: “árboles” e “paisaje”. � el área, el análisis, el insomnio � el origen, el énfasis, el agua � el fraude, el humo, el águila � el maratón, el vértigo, el engrenaje � el dolor, el hacha, el mensaje Resolução Os substantivos: agua, águila, área e hacha são pa - lavras femininas que levam o artigo masculino sin - gular “el”, segundo as regras de eufonia da língua espanhola. Resposta: D QUESTÃO 01 QUESTÃO 05 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 5 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 5 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 6 ¿Quién defienden a los animales? CARMEN PÉREZ-LANZAC El animalismo ya no es marginal. De ser considerado casi como una broma, su defensa de los derechos de los animales está ya entrando en colisión con los intereses de cazadores, empleados de mataderos o ritos religiosos. Filósofos de renombre lideran la conversación sobre la materia. Pero ¿qué defienden? ¿Qué cambio promueven? Los animalistas creen que los animales del planeta cuentan como individuos equiparables a nosotros. Así de simple y de complejo. Para ellos, no son una parte más del ecosistema, como creen los ecologistas. Consideran que deberíamos tratar a nuestros compañeros en la Tierra bajo las normas que merecen todos los seres sintientes. Sin embargo, lo que ven diariamente es justo lo contrario. Personas que dicen adorar a los animales, que hacen clic en las noticias que cuentan historias sobre estos, que tienen mascotas a las que cuidan hasta el ridículo y después desayunan una tostada con jamón york, visten zapatos de piel y cenan tortilla francesa. […] Disponível em: <https://elpais.com/elpais/2019/03/15/ideas/1552668230_738699.ht ml>. Acesso em: 17 de mar 2019 (adaptado). Com base na leitura do fragmento acima, podemos inferir que � caçadores, pecuaristas e religiosos estão respei - tando os direitos dos animais. � muitos se sensibilizam com as notícias sobre maus-tratos de animal, porém continuam consu - mindo carne em suas refeições. � o tema de maus-tratos de animal surgiu nas uni - ver sidades, em especial, nos cursos de filosofia. � os governos devem liderar essas conversações porque podem sugerir e criar leis sobre o tema. � a sociedade começa a perceber que humanos e animais devem seguir as mesmas leis gerais. Resolução Lê-se a resposta no final do último parágrafo: “Personas que dicen adorar a los animales, que hacen clic…” Resposta: B El mejor desprecio Rosa Montero AUNQUE soy una ferviente partidaria de las nuevas tecnologías, siempre he dicho que, en ese terreno, aún estamos en la época del Oeste sin ley, con hordas de facinerosos cabalgando a su aire, aterrorizando a los pacíficos y linchando a los indefensos. Los expertos coinciden en señalar el brutal empeoramiento que han supuesto las redes en el campo del acoso social. Antes, los individuos marginados y maltratados en su trabajo o en clase, conseguían dejar atrás a sus verdugos al salir de la oficina o del colegio; podían tener islas de tranquilidad, refugios personales, una porción de sus vidas segura y protegida. Ahora, en cambio, el linchamiento les persigue allí a donde van. No hay piedad ni descanso en la burla y el dolor. El acoso sin tregua de las redes es tan destructivo que empuja a los más frágiles hasta el abismo. Niños y adolescentes que se suicidan, hombres y mujeres que se sumen en profundas e irrecuperables depresiones. Las nuevas tecnologías poseen, en efecto, una zona de tinieblas pavorosa, un lado oscuro peor que el de Darth Vader. Porque además de ese hervidero de matones virtuales hay un aluvión de mentiras cochinas que recorre las redes con crepitar de incendio. ¿Y qué podemos hacer frente a las fake news y al griterío violento y amargo de Internet? Pues acostumbrarnos y educarnos; colocar las cosas en su justo lugar; civilizar los modos; aislar a los dañinos. Creo que se trata simplemente de una cuestión de tiempo: tenemos que aprender a movernos dentro de estas nuevas formas de comunicación. Y, a decir verdad, me parece que estamos empezando a entenderlo. […] Disponível em: <https://elpais.com/elpais/2019/02/18/eps/1550505721_082158.html>. Acesso em: 17 de mar 2019 (adaptado). A autora do texto compara a utilização da Internet e das redessociais a um período da história norte-ame - ricana conhecido como “Velho Oeste”. O que a autora busca alcançar com essa comparação? QUESTÃO 03QUESTÃO 02 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 6 � A autora busca comparar o antes e o depois do Oeste norte-americano, isto é, pobre e perigoso antes e moderno e rico agora. � A autora está afirmando que, assim como no Velho Oeste, a Internet necessita de alguém que cumpra o papel de xerife. � A autora busca conscientizar o internauta sobre os direitos que temos de nos defender das agressões da sociedade. � A autora compara os abusos e a falta de parâmetros que ocorrem na Internet com o que acontecia no período do Velho Oeste. � A autora defende a punição extrema daqueles que utilizam a Internet para aterrorizar e perseguir pessoas fragilizadas. Resolução A autora utiliza o Velho Oeste como uma alegoria para retratar os abusos, as injustiças, a falta de lei que ocorre atualmente nas redes sociais, isto é, parte da Internet se parece a um território sem lei. Resposta: D Disponível em: <http://uncentenardemiradas.blogspot.com/2013/04/conductores- salvajes-o-consumidores.html>. Acesso em: 17 de mar. 2019. A campanha da montadora de motocicletas japonesa tem por objetivo � destacar a força da marca entre as produtoras de motos. � sustentar que alguns motoristas se comportam de forma selvagem quando dirigem. � afirmar que até os animais irracionais querem uma moto dessa marca. � assegurar que todos têm direito de possuir uma moto da marca Yamaha. � informar que as motos Yamaha não são para qualquer um. Resolução A campanha chama a atenção para o comportamento “quase selvagem” de muitos motoristas. Observe que o gorila faz um gesto obsceno com a “mão” direita. Resposta: B La mosca que soñaba que era un águila Había una vez una mosca que todas las noches soñaba que era un águila y que se encontraba volando por los Alpes y por los Andes. En los primeros momentos esto la volvía loca de felicidad; pero pasado un tiempo le causaba una sensación de angustia, pues hallaba las alas demasiado grandes, el cuerpo demasiado pesado, el pico demasiado duro y las garras demasiado fuertes; bueno, que todo ese gran aparato le impedía posarse a gusto sobre los ricos pasteles o sobre las inmundicias humanas, así como sufrir a conciencia dándose topes contra los vidrios de su cuarto. En realidad no quería andar en las grandes alturas o en los espacios libres, ni mucho menos. Pero cuando volvía en sí lamentaba con toda el alma no ser un águila para remontar montañas, y se sentía tristísima de ser una mosca, y por eso volaba tanto, y estaba tan inquieta, y daba tantas vueltas, hasta que lentamente, por la noche, volvía a poner las sienes en la almohada. Disponível em: <https://ciudadseva.com/texto/la-mosca-que- sonaba-que-era-un-aguila/>. Acesso em: 17 de mar. 2019. Com base na leitura do texto, podemos inferir que o autor utiliza a águia e a mosca como alegorias para destacar QUESTÃO 04 QUESTÃO 05 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 7 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 7 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 8 � as desvantagens de ser uma mosca e as vanta - gens de ser uma águia. � as contradições, indecisões e insatisfações exis - ten tes no espírito humano. � que o mundo dos sonhos é um lugar mágico e repleto de possibilidades boas e ruins. � que tudo depende da postura que temos diante da vida e dos obstáculos que esta nos apresenta. � a importância de voar e visitar lugares distantes, seja como mosca ou como águia. Resolução De acordo com a leitura do texto, podemos deduzir que a opção D é a única que responde à questão. As - sim como a mosca, o ser humano nunca está satis - feito com o que tem. Resposta: B Questões de 06 a 45 Excelente apartamento localizado na Vila An - drade, 48m2 sendo 2 dor mitórios, 1 suíte, sala, co - zinha, banheiro, sacada ampla, armários plane jados, exce lente estado e bom gosto. 1 vaga de garagem. Lazer completo. Ótima localização. Disponível em: <https://imovelweb.com.br/propriedades/apto-2- dorms.-1suite-vila-andrade-perfil-morumbi-2940336265.html>. Acesso em: 27 mar. 2019 (adaptado). Os gêneros textuais nascem emparelhados a neces - sidades e atividades da vida sociocultural. Por isso, caracterizam-se por um objetivo comunicativo e por peculiaridades linguísticas e estruturais que lhes conferem determinado formato. Esse clas sificado procura convencer o leitor a comprar um imóvel e, para isso, utiliza-se � da predominância das formas imperativas dos verbos e de abundância de substantivos. � de adjetivos que modificam os substantivos, re - velando as qualidades do produto. � de uma enumeração de vocábulos, que visam con ferir ao texto um efeito de certeza. � do emprego de numerais, quantificando as características e aspectos positivos do produto. � da exposição de opiniões de corretores de imóveis no que se refere à qualidade do produto. Resolução Com o objetivo de convencer um possível comprador das vantagens do imóvel colocado à venda, o autor do anúncio usa adjetivos como excelente, ampla, ótima. Resposta: B Pela leitura, o bebê pode desenvolver a capa cida - de de se desligar de outras fontes de estímulo, man - tendo-se concentrado em uma só atividade por pe ríodos mais longos. No entanto, vale lembrar que bebês ou crianças muito pequenas normalmente têm um período de atenção curto. Para driblar essa dis - persão, os movimentos de leitura devem ser dinâ - micos e envolventes e, por isso, a escolha do livro apropriado é fundamental. Revista Língua Portuguesa. Edição 74. p. 23 (janeiro de 2019). Os elementos de coesão são mecanismos linguísticos capazes de estabelecer relações de sentido entre as partes de um texto. Os conectivos destacados no texto estabelecem, respectivamente, relações de � oposição, condição e consequência. � tempo, oposição e causa. � oposição, finalidade e conclusão. � concessão, oposição e finalidade. � tempo, finalidade e consequência. Resolução A locução conjuntiva no entanto estabelece, em rela - ção ao período anterior, ideia de oposição; a pre - posição para indica finalidade em relação ao período se guinte (“os movimentos de leitura devem ser dinâ - micos e envolventes”) e a locução conjuntiva por isso indica a conclusão decorrente das explicações do texto. Resposta: C QUESTÃO 06 QUESTÃO 07 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 8 Os textos publicitários são produzidos para cumprir determinadas funções comunicativas. O objetivo desse cartaz está voltado para a conscientização dos brasileiros sobre � a importância de pessoas com deficiência tirarem o título de eleitor. � a existência de seções eleitorais com acessi bili - dade. � o prazo para cadastramento de pessoas com mo - bilidade reduzida. � a presença de seções não acessíveis para pessoas com deficiência. � o acesso ao atendimento eletrônico para saber o lo cal de votação. Resolução O objetivo do texto publicitário é informar a existên - cia de seções eleitorais com acessibilidade, sugerindo que eleitores com deficiência ou mobilidade reduzida, cujas seções não são acessíveis, comuniquem sua necessidade e atualizem seus dados, para que pos - sam ser encaminhados para seções acessíveis. Resposta: B Terça-feira, 2 de julho Uma de minhas colegas, da minha idade, não tem mãe e mora com a tia. O pai viúvo morava na chácara, no Rio Grande, que tem muita fruta e Finoca me convidava sempre a ir lá chupar jabuticabas. Encon - tramos lá uma vez uma moça bonita, nossa conhe - cida, e Finoca me disse: “É namoro de papai. Ele está querendo fazer essa bobagem de, já velho, casar com moça”. Eu perguntei: “Será que ela tam bém vai querer, Finoca?”. Ela respondeu: “Pois você não está vendo o derretimento dela com ele?”. MORLEY, Helena. Minha vida de menina. 1.a ed. São Paulo: Companhia de Bolso, 2016. p. 257. O diário é um gênero em que predomina a tipologia narrativa. Entretanto, no texto acima há também características� descritivas, pois a narradora caracteriza a família da amiga e o lugar em que morava. � injuntivas, pois a amiga da narradora dá ordens a respeito do relacionamento do pai. � dissertativo-expositivas, pois a narradora ques - tiona o interesse da pretendente do pai da amiga. � dissertativo-argumentativas, pois a narradora de - fende seu ponto de vista sobre a família da amiga. � analíticas, pois a amiga avalia a curiosidade da narradora sobre a sinceridade de Finoca. Resolução No texto, além da narração há também trechos des - critivos. Textos dis sertativos são aqueles que expõem e desenvolvem ideias, o que não ocorre no texto; textos injuntivos são aqueles usados para emitir ordem ou instruções. Em e, o “questiona men to” não é uma característica da des crição. Resposta: A QUESTÃO 08 QUESTÃO 09 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 9 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 9 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 10 EVANGELISTA, Eduardo dos Reis (Duke Chargista). Disponível em: <https://pt-br.facebook.com/humorinteligente01/photos/a>. Acesso em: 1 abr. 2019. A charge é um desenho geralmente veiculado na im - prensa e que tem como tema um acontecimento social contemporâneo. No exemplo acima, o caráter crítico e cômico é obtido por meio � do uso em forma satírica de um provérbio consa - grado pelo povo brasileiro. � da inadequação do emprego de linguagem formal em circunstâncias informais. � da construção de caricatura de um torcedor que difere do padrão do brasileiro comum. � do anticlímax provocado pela gradação decres - cente evidenciada nos recursos verbais e visuais. � da inversão do sentido de um pensamento bastante difundido no ambiente esportivo. Resolução A crítica humorística da charge não só é obtida pela gra dação decrescente dos elementos verbais e vi - suais, como também pela repetição da expressão “é nossa”, inicialmente explícita e posteriormente im - plícita (na forma de zeugma). A princípio, a perso - nagem de mons tra sua empolgação, ce lebran do algo que é um orgulho para os brasileiros, depois o desa - lento vai marcando sua expressão facial e corporal quando percebe que muitas mazelas também são nossas. Resposta: D O Estado de S. Paulo. 25 fev. 2019. Disponível em: <https://cultura.estadao.com.br/quadrinhos/bill-watterson,o- melhor-de-calvin,971799>. Acesso em: 1 abr. 2019. Em um texto, diversos recursos linguísticos podem ser utilizados para contribuir com a progressão de ideias. É por isso que, na tirinha acima, as perso - nagens fazem uso dos pronomes demons trativos � aí e este, para se referirem às posições assumidas durante a alimentação. � aí e senão, para se referirem ao tempo e à con - dição para comerem o cereal. � este e me, para se referirem às suas sensações durante o intervalo da refeição. � aí e isso, para se referirem à consequência da de - mora no consumo do produto. � isso e este, para se referirem ao consumo do cereal para assegurar a touca. Resolução Os únicos pronomes demonstrativos existentes na tirinha são isso e este, que apontam para o desejo de Calvin consumir o cereal rapi damente. Resposta: E QUESTÃO 11QUESTÃO 10 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 10 Meme: imagem, informação ou ideia que se es - palha rapidamente através da internet, corres pon dendo geralmente à reutilização ou alteração hu mo rís tica ou satírica de uma imagem. Disponível em: <https://dicionario.priberam.org/meme>. Acesso em: 10 abr. 2019. O meme acima gera humor, utilizando para esse fim o recurso da � construção antitética, reforçada pela ironia com o título da obra, atribuindo ao próprio “espírito das leis” a transgressão. � transgressão das regras de pontuação (vírgula) na fotografia da placa, a qual se refere ao caráter normativo do “espírito das leis”. � necessidade do conhecimento da obra do filósofo para se compreender a razão da proibição de se “dançar agarrado”. � construção ambígua, uma vez que a permissão para dançar não encontra respaldo na obra de Montesquieu. � relação paradoxal entre o título do livro e a placa, já que o espírito das leis proíbe a realização dos desejos dos indivíduos. Resolução Para a correta interpretação da montagem humo - rística, o receptor precisa compreender a relação anti - tética entre proibir um ato, mas permiti-lo caso haja o desejo, assim como a relação com o título do livro O espírito das leis, já que se insinua que a essência das leis está em obedecê-las, desde que não contra - riem nossos desejos. Resposta: A QUESTÃO 12 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 11 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 11 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 12 Texto I *Síndrome de Asperger é um transtorno com características muito parecidas com o autismo e afeta geralmente crianças do sexo masculino. Os porta - dores dessa síndrome apresentam dificuldade de socialização, mas conseguem expressar suas expe - riências e seus sentimentos. Há uma certa consciência de si e poder de introspecção. Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=charge+armandinho+eu+n ao+sofro+de+asperger&riz=1C1GGR>. Acesso em: mar. 2018. Texto II “Devemos ser capazes de apreciar a diferença e manter uma distância saudável entre as próprias ideias e as opostas. Isso significa manter a motivação de que as pessoas podem ser felizes do modo delas, e de que não seremos nós quem as ensinará como ser felizes”, analisa Bel Cesar, psicoterapeuta (...) “Para cultivar um espaço saudável entre aqueles que vivem de modo diferente, é necessário que cada pessoa mantenha certa curiosidade sobre as razões do outro e procure compreender o que o leva a pensar e agir de uma determinada maneira. É importante lembrar que o nosso bem-estar depende também do bem-estar comum. Sinto falta disso na nossa sociedade”, comenta Bel. Revista Planeta. Ano 43, edição 520 (adaptado). O texto I relata o sofrimento de um portador da Sín - drome de Asperger em razão do preconceito, não da doença em si. Essa intolerância, de acordo com o texto II, poderia ser eliminada se houvesse � capacidade dos indivíduos de valorizar a dife - rença. � distância entre as próprias ideias e as opostas. � aceitação das variadas formas de felicidade alheia. � garantia de espaço saudável para os autistas. � curiosidade sobre as razões do comportamento do outro. Resolução Apreciar (“dar valor a, ter consideração por”) dife - renças significa considerar a existência delas e ser capaz de aceitá-las. Tratar o diferente com respeito e tolerância é fundamental para minimizar o sofrimento do outro e tornar a sociedade mais justa. Resposta: A A primeira subversiva Inconformada com a situação de submissão da mulher na sociedade brasileira, Dionísia Gonçalves Pinto, nascida no Rio Grande do Norte, em 1810, subverteu todas as ordens. Separou-se, casou nova - mente, colaborou com a imprensa sob o pseu dônimo de Nísia Floresta, incentivou a educação feminina – chegando a abrir uma escola no Rio de Janeiro – e criticou os costumes. “Num tempo em que a esma - gadora maioria das mulheres brasileiras vivia tran - cafiada em casa sem nenhum direito, quando o ditado popular dizia que ‘o melhor livro é a almofada e o bas - tidor’ [instrumento de bordado], Nísia Floresta di rigia um colégio para moças no Rio de Janeiro e es crevia livros para defender os direitos não só das mu lheres como também dos índios e dos es cra vos”, explica a pesquisadora Constância Lima Duarte, em seu livro Nísia Floresta – A primeira feminista do Brasil. Aventuras na História, edição 190, março/2019. Os gêneros textuais são caracterizados por meio de seus recursos expressivos e suas intenções comuni - cativas. Esse texto enquadra-se no gênero � relato, por trazer o depoimento de Dionísia Gonçalves Pinto. � resenha, por apresentar características do livro da pesquisadora. � biografia, por fazer referência à vida de Dionísia Gonçalves Pinto. � artigo, por apresentar as opiniões de Dionísia Gonçalves Pinto sobre o feminismo.QUESTÃO 13 QUESTÃO 14 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 12 � notícia, por informar o lançamento do livro de Constância Lima Duarte. Resolução O trecho transcrito é uma biografia, pois apresenta episódios da vida de Dionísia Gonçalves Pinto, con - siderada a primeira mulher subversiva da socie dade brasileira. Resposta: C Texto I WATTERSON, Bill. Disponível em: <http://www.pinterest.dk/pin/856246947876444714/>. Acesso em: 9 abr. 2019. Texto II Liberdade significa, em sentido próprio, a au - sência de oposição (enten dendo por oposição os im - pedimentos externos do movimento); e não se aplica menos às criaturas irracionais e inanimadas, do que às racionais. Porque de tudo que estiver amarrado ou envolvido de modo a não poder mover-se senão dentro de um certo espaço, sendo esse espaço deter - minado pela oposição de algum corpo externo, di - zemos que não tem liberdade de ir mais além. (...) Mas quando o que im pede o movimento faz parte da cons - tituição da própria coisa não costumamos dizer que ela não tem liberdade, mas que lhe falta o poder de se mover; como quando uma pedra está parada, ou um homem se encontra amarrado ao leito pela doença. Conformemente a este significado próprio e ge - ralmente aceito da palavra, um homem livre é aquele que, naquelas coisas que graças a sua força e engenho é capaz de fazer, não é impedido de fazer o que tem vontade de fazer. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 129. A liberdade sempre foi eleita como um dos ideais mais legítimos de um povo ou nação, porque ela valida a independência do ser. O texto II conceitua o desejo de liberdade expresso no texto I, pois Hobbes considera que � a escola impede o crescimento pessoal do in - divíduo por se opor a sua liberdade enquanto ser autônomo. � a liberdade é a falta de entraves para que o in - divíduo faça aquilo que tenha inclinação para fazer ou vontade de realizar. � as pessoas não sabem o que querem, mas de - sejam a liberdade como se ela fosse legitimar a sua independência. � a liberdade é superestimada quando, na verdade, o convívio social exige que ela seja sacrificada por um bem maior. � o indivíduo precisa ser livre para ser feliz e ficar em segurança, pois o medo da violência contra si o priva de gozar a sua autonomia. Resolução Embora Hobbes acreditasse que a abdicação da li - berdade individual asseguraria a paz porque o ser hu - mano é naturalmente mau e precisa de um Estado absoluto para protegê-lo de si e dos outros, nesse excerto ele defende com exemplos práticos que a liberdade só existe se se satisfizer a própria vontade. Resposta: B QUESTÃO 15 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 13 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 13 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 14 Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/campanhas/44280- campanha-hpv>. Acesso em: 29 mar. 2019. Os textos publicitários são produzidos para atingir um grande número de interlocutores através de uma linguagem acessível, objetiva e de fácil com preensão. Esse cartaz busca a adesão do seu público-alvo � por meio da ironia em “começou a 2.a temporada”, sugerindo que o jo vem se imunize contra o HPV até o prazo estabelecido da mesma forma que ele se preocuparia com o lançamento da se quência de um seriado. � pelo uso do selo oficial do Ministério da Saúde co - mo recurso visual, o que valida o discurso como verdadeiro ao lançar mão de uma fonte oficial do governo federal para resguardar a campanha. � pelo emprego da conjunção aditiva em “e se ain - da não tomou a 1.a dose”, alertando que ain da há tempo para se imunizar, pois a vacina prevê duas doses e deixar de cumprir alguma dessas etapas não garante a proteção plena. � pelo uso de recursos que aproximam o cartaz de um contexto familiar à juventude atual, como elementos retirados do universo dos filmes em série, levando o jovem a se identificar com o conteúdo verbal e não verbal do texto. � por meio do uso do verbo no modo imperativo em “vacine-se em uma unidade de saúde”, indi cando que se trata de uma determinação do go ver no federal e que deve ser cumprida ra pi damente para a imunização segura da população. Resolução Os recursos visuais articulados com expressões como “começou a 2.a temporada” e “maratonar em várias outras aventuras” sugerem que o jovem esteja fami - liarizado com esse tipo de discurso devido ao hábito de assistir a seriados. Resposta: D EVANGELISTA, Eduardo dos Reis (Duke). Disponível em: <http://www.otempo.com.br/charges/charge-o-tempo-24-10-2016- 1.1389969>. Acesso em: 9 abr. 2019. Com o surgimento das redes sociais, as democracias pareciam alcançar novo patamar, uma vez que todos teriam os meios para expor suas opiniões, cons - QUESTÃO 16 QUESTÃO 17 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 14 truindo uma sociedade mais igualitária. A charge, no entanto, aponta que uma das consequências pouco democráticas do uso dessas redes é a � massificação de um ponto de vista único. � redução das interações fora do ambiente virtual. � inaptidão para dialogar com pontos de vista dife - rentes. � equiparação das opiniões dos leigos às dos especialistas. � elevação das opiniões pessoais à categoria de verdade. Resolução O verbo odiar, repetido ao longo da charge (em subs - tituição ao verbo amar, do poema de Drummond com o qual a charge dialoga), chama a atenção, de ma - neira enfática, para a falta de aptidão, presente em gran de número dos usuários das redes sociais, em estabelecer diálogo com aqueles que defendem ponto de vista divergente. Resposta: C O aumento da expectativa de vida, ocorrido a par - tir do início do século pas sado, deslocou a morta li da - de geral do campo das doenças infecciosas e pa ra sitárias para as crônico-degenerativas. Hiper - tensão arterial, diabete e obesidade tornaram-se as epi demias com maior prevalência até em países de renda mais baixa. A vida sedentária aumenta o risco de infarto do miocárdio, derrame cerebral, obstruções em artérias periféricas, insuficiência renal crônica, problemas de visão e cardiopatias, entre outras en - fermidades. Quando vem associada ao diabete e à obesidade, os riscos se multiplicam. Quando acon - selho um paciente a fazer exercícios, porque está dez, vinte quilos acima do peso, com glicemia alterada e pressão arterial a caminho da hipertensão, preciso estar disposto a ouvir um rosário de lamentações. No início da profissão, eu ficava condoído com lamúrias como essa. Hoje? Meu coração se transforma em pedra de gelo. Respondo com frieza: é problema seu. Se você não consegue 30 minutos, num dia de 24 horas, para praticar uma atividade fundamental para preservar a saúde e melhorar o funcionamento do seu organismo, está vivendo errado. Deixou de levar em consideração o que existe de mais precioso em sua vida: o corpo, estrutura sem a qual você volta ao nada que existia antes da sua concepção. VARELLA, Drauzio. “O pai dos males”. Folha de S.Paulo, 19 ago. 2018. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2018/08/o- pai-dos-males.shtml>. Acesso em: 9 abr. 2019. O texto acima faz uma reflexão sobre a importância dos exercícios físicos para a manutenção da saúde. A for - ça argumentativa dessa reflexão se constrói a partir da � enumeração das principais doenças crônico-de - generativas associadas a uma vida sedentária. � sinalização da importância dos benefícios dos exercícios físicos no combate às doenças car - diovasculares. � alusão à atividade clínica do autor, exercida por longa data, o que o torna referência no assunto abordado. � menção ao tempo diário, gasto com atividade fí - sica, necessário para se ter uma vida saudável. � comparação entre as principais causas de morta - lidade no século passado e as principais causas de mortalidade neste século. Resolução No trecho “Se você não consegue 30 minutos, num dia de 24 horas, para praticar uma atividade fun - damental para preservar a saúde e melhoraro fun - cionamento do seu organismo, está vivendo errado”, fica evidente a menção ao tempo diário, gasto com atividade física, necessário para se ter uma vida saudável. É esse o ponto para o qual converge a dis - cussão sobre as doenças associadas a uma vida sedentária. Resposta: D QUESTÃO 18 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 15 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 15 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 16 O hino nacional, em brasileirês O hino do Brasil não nasceu de uma vez. A melodia, feita em 1882 para dar aquela valorizada na Inde - pendência, foi obra épica de um maestro. Já a letra, de 1909, é de um poeta parnasiano, que usava só as palavras raras e difíceis da nossa língua. Daí o hino ser como é: imponente, mas quase incompreensível. Abaixo, veja como fica a canção da pátria em linguagem direta, sem seus fúlgidos floreios. Superinteressante, edição 401, p. 61, abr. 2019. A palavra “brasileirês” é um neologismo, ou seja, um termo não dicionarizado, que se refere, no texto, à “tradução” de uma linguagem rebuscada para uma linguagem mais acessível. Essa prática, realizada no Hino Nacional, tem o objetivo de � confirmar o uso da norma-padrão em linguagem poética. � valorizar usos informais caracterizadores da norma nacional. � enfatizar o processo de transformação da língua portuguesa. � registrar a diversidade linguística presente no território brasileiro. � reafirmar a forte ligação com a herança linguística lusitana. Resolução O texto visa a “traduzir” o hino para uma linguagem mais acessível, já que muitas de suas palavras são hoje incompreensíveis para um grande número de brasileiros. Resposta: C QUESTÃO 19 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 16 Texto I O sentido do texto é socialmente construído e sua eficiência como ato de fala ou de escrita depende de uma série de fatores textuais e extratextuais, que envolvem os mecanismos de coesão e coerência presentes na construção dos enunciados da língua. Elaborada a partir de uma série de processos linguísticos que têm como principal função estabe - lecer relações significativas entre os elementos do texto, a coesão textual está intrinsecamente ligada à coerência. (...) O que procuramos é analisar de que maneira os componentes conceituais e linguísticos ajudam na construção de uma unidade de sentido para o texto. (...) Principal responsável pela coerência textual, a coesão se estabelece a partir de relações que são fixadas por elementos de natureza gramatical, lexical e sintática. Revista Língua Portuguesa. Edição 75, p. 16, fev. 2019. Texto II Disponível em: <http://foliasteatrais.com.br/viuva-porem-honesta- de-nelson-rodrigues/>. Acesso em: 14 mai. 2019. O texto I aborda a importância da coesão e da coe - rência como mecanismos de estruturação e com - preensão de textos capazes de revelar a visão de mun do expressa pelo enunciador. Analisando-se no texto II o título da peça de Nelson Rodrigues, ence - nada pela primeira vez em 1957, pode-se aplicar a teoria exposta no primeiro texto, uma vez que com o elemento de coesão utilizado é possível � estabelecer oposição entre os valores morais e os literários. � confundir o leitor, já que são aproximados os sentidos das palavras. � apresentar uma crítica do autor ao com porta - mento das viúvas da época. � sugerir a visão que se tinha das viúvas à época em que a peça foi escrita. � ressaltar a importância da honestidade no com - portamento das viúvas da época. Resolução Ao criar oposição entre os termos viúva e honesta por meio da conjunção adversativa porém, o escritor Nelson Rodrigues, crítico da sociedade de sua época, sintetiza o conceito depreciativo que se tinha a res - peito do caráter das viúvas à época em que a peça foi escrita e encenada. Resposta: D Texto I Paralelo cinematográfico PSYCHO (1960) / SCREAMING HAMSTER (2018) Disponível em: <https://twitter.com/search?q=psycho%20(1960)%20screaming%2 0hamster&src=typd>. Acesso em: 9 abr. 2019. QUESTÃO 21 QUESTÃO 20 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 17 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 17 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 18 Texto II Na repetição, muitas opções de discurso (...) Ao longo da obra, Petrie e Boggs analisam detalhadamente os diferentes elementos que com - põem um filme: os elementos temáticos, o foco da narrativa, estrutura dramática, conflitos e caracte - rizações e como diferentes códigos – o design visual, o figurino, a cinematografia, cor, edição, efeitos vi - suais e sonoros, trilha e interpretação – podem produzir sentido. (...) Todos eles importam, já que estão indiretamente embutidos na ideia de que, para analisar cada nível, eu preciso conhecer esses ele - mentos. (...) É nesse ponto que eles precisam ser dis - tinguidos dos paralelos. Pramaggiore e Wallis explicam que: “Cineastas algumas vezes usam repetição de de - talhes para criar paralelos. Um paralelo surge quando dois personagens, eventos ou locações são compara - dos através do uso de um elemento narrativo ou vi sual ou sonoro. Quando isso ocorre, espec tadores são en - corajados a considerar suas simila ridades e diferenças”. ROCKENBACH, Fábio Luis. Disponível em: <https://revistamoviement.net/com-fazer-uma0-anlise-0filmica- 96f1e7e6cc74>. Acesso em: 09 abr. 2019. Os textos I e II apresentam o termo paralelo esta be - lecendo referências ao cinema. O segundo texto o apre senta como recurso utilizado por cineastas quan - do repetem detalhes em uma cena, fazendo o espec - tador analisá-las, enquanto o primeiro, que incorpora os fotogramas do filme Psicose e do meme Screaming Hamster, � compara duas linguagens distintas e busca, na similaridade das imagens, provocar um efeito humorístico. � traz duas produções cinematográficas de épocas diferentes e mostra a coincidência irônica entre imagens. � emprega um novo ator interpretando algo já rea - lizado por outro anteriormente, para explorar a comicidade. � evoca uma análise da história do cinema, con - siderando que a primeira imagem se refere a um clássico de 1960. � permite uma visão moderna do cinema, em que um diretor traça um paralelo entre diferentes épocas. Resolução Ambos os textos utilizam o termo paralelo, definido no texto II e ilustrado no texto I, que traz uma cena de um clássico do cinema, Psicose, de Alfred Hitchcock, ao lado da foto de um animal com a mesma expres - são da personagem do filme. Resposta: A Tarsila do Abaporu no Masp A exposição Tarsila Popular, com 50 pinturas da artista, entre elas Abaporu, entra em cartaz amanhã no Masp. Tarsila poderá ser vista até julho. O Estado de S. Paulo, 4 abr. 2019. Capa. O trecho anuncia a exposição da artista brasileira Tarsila do Amaral. No último período o uso de lin - guagem figurada consiste em � estabelecer uma similaridade entre duas palavras de universos diferentes por meio de um nexo textual, configurando uma comparação. � substituir um termo por outro, porque existe entre eles uma relação de sentido, configurando uma metonímia. � denominar algo ou alguém com base em uma carac terística, geralmente uma expressão mais longa e socialmente reconhecida, configurando uma perífrase. � expressar mistura de sensações de diferentes órgãos do sentido, con figurando uma sinestesia. � atribuir características humanas a seres animados ou inanimados, con figurando uma prosopopeia. Resolução A metonímia é a figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra ou expressão em lugar de outra para designar algo que mantém relação de “proximidade” com o referente da palavra ou expressão substituída. No período “Tarsila poderá ser vista até julho”, o autor foi substituído por sua obra, já que são as obras de Tarsila que poderão ser vistas até julho, e não a pintora. Resposta: B QUESTÃO 22 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 18 O esporte, dirigido por equipes e profissionais instrumentalizados por métodos interventivos ade - quados a cada faixa etária, é uma ferramenta lúdica e cognitivade transformação e emancipação, já que sua prática proporciona aos seus usuários a construção do reconhecimento de si próprio como sujeito his - tórico, levando a criança e o adolescente a um pro - cesso de concepção do autoconceito e da identi ficação de suas capacidades e potencialidades. Esta dinâmica, que permite que crianças e adolescentes façam construções significa tivas, como o reconhe cimento próprio e coletivo de esforços e conquistas, propor cionando caminhos para a emancipação do sujeito e do grupo social, também contribui para o fortale cimento da construção de sua identidade histórica. ABI-EÇAB, Alice. A função social do esporte na construção identitária dos sujeitos. 62 SERV. SOC. VER., Londrina. V. 19, N. 2, pp. 45-62, jan/jul. 2017. O esporte consta como direito fundamental da criança e do adolescente, assegurado pelo ECA. Além dos benefícios físicos, como aumento de força e agilidade, segundo o texto, a prática esportiva também é fun - damental para a construção do indivíduo, pois � permite que o sujeito faça construções sociais significativas, emancipando-se do grupo social. � possibilita a emancipação do sujeito e do grupo social a que ele pertence, por meio do reconhe - cimento do esforço próprio e coletivo. � origina um processo de concepção do autocon - ceito da criança e do adolescente por meio de vitórias adequadas na escola. � desenvolve a psicomotricidade, que apoia a crian - ça e o adolescente na construção de uma autoima gem que os torne sujeitos históricos. � cria uma ferramenta de transformação e eman - cipação, uma vez que estimula a disciplina e é uma potencial profissão. Resolução A única alternativa que traz os benefícios da atividade esportiva elen cados no texto é a que afirma que a prática esportiva traz o reconhe cimento do esforço próprio e coletivo como forma de emancipação social. Resposta: B Aptidão física é um conceito bastante utilizado por educadores físicos, nutricionistas e médicos. Este termo foi utilizado em 1971, nos Estados Unidos, para definir a capacidade que uma pessoa tem de executar atividades com energia, vigor e sem fadiga extrema. Na prática, este conceito pode ser compreendido como a capacidade do ser humano de resistir ao estresse de determinada atividade, seja um exercício físico ou os desafios do dia a dia. Disponível em: <https://www.grupoescolar.com/pesquisa/o-que-e- aptidao-fisica.html>. Acesso em: 20 abr. 2019. A aptidão física, que também pode ser entendida co - mo a capacidade de a pessoa utilizar seu corpo de forma eficiente em suas atividades cotidianas, é fundamental para se avaliar a saúde de um indivíduo. Com base nisso, considera-se, de acordo com o texto acima, que uma pessoa tem boa aptidão física quando � pratica exercícios com acompanhamento profis - sional regularmente, de preferência um nutricio - nista. � realiza exercícios que causam grande estresse no corpo, sem demonstrar fadiga extrema. � desenvolve as atividades corporais do dia a dia, com energia e vigor, sem cansaço excessivo. � executa suas atividades cotidiana com vigor, atenção e uma fadiga de moderada a intensa. � exerce atividades vigorosas, melhorando seu de - sempenho também em tarefas intelectuais. Resolução A afirmação da letra c ratifica o que afirma o texto quando diz que um dos elementos essenciais (da atividade física) é a aptidão física, entendida como a capacidade de a pessoa utilizar seu corpo de forma eficiente em suas atividades cotidianas. Resposta: C QUESTÃO 23 QUESTÃO 24 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 19 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 19 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 20 Disponível em: <https://supercuriosos.com/wp- content/uploads/2016/07/nao-podemos-publicar9.jpg>. Acesso em: 10 abr. 2019. O meme é uma combinação entre texto e imagem que costuma apresentar um caráter humorístico, o que inspira sua disseminação pelas redes sociais. No exemplo acima, o efeito cômico é obtido por meio � da distorção da teoria da evolução das espécies. � do jogo entre linguagem coloquial e formal. � do desrespeito à figura consagrada de Darwin. � do ataque ao apuro da linguagem científica. � da contraposição entre Biologia e internet. Resolução O humor do meme em análise é obtido pelo jogo de equivalência de sentido e oposição de variedade lin - guística entre as frases “Ei mermão, vacilão aqui morre cedo” e “o meio seleciona o mais apto”. A pri - meira expres são, em linguagem coloquial, como se percebe pelo emprego de termos como mermão e vacilão, é sur preendentemente associada a Charles Darwin e de pois traduzida para a linguagem formal, marcada pelo respeito às regras gramaticais e pelo emprego de expressões mais elitizadas, como “o mais apto”. Resposta: B Disponível em: <http://www.penocarnaval.com.br>. Acesso em: 30 mai. 2018. Essa campanha publicitária visa à orientação do público para o entendimento de determinadas atitu - des carnavalescas. Na imagem acima, estimula-se a conscientização a respeito de um problema ligado � ao uso de fantasias ofensivas à moral. � ao assédio sofrido pelas mulheres. � à libertinagem das pessoas carnavalescas. � às doenças sexualmente transmissíveis. � aos trajes estranhos à realidade brasileira. Resolução O panfleto faz parte de um manual educativo distri - buído pela Secretaria da Mulher no Recife. O material integrou uma série de serviços que tinham como objetivo orientar e acolher mulheres em situação de violência doméstica e/ou sexual. Resposta: B QUESTÃO 25 QUESTÃO 26 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 20 A cena que se passou teve lugar numa se - gunda-feira. Já lá se foram quatro dias, hoje é sexta- feira, amanhã será sábado, não um sábado como outro qual quer, mas um sábado véspera de Sant’Ana. São dez horas da noite. Os sinos tocaram a re - colher. Augusto está só, sentado junto de sua mesa, tendo diante de seus olhos seis ou sete livros e papéis, pena e toda essa série de coisas que com - põem a mobília do estudante. É inútil descrever o quarto de um estudante. Aí na - da se encontra de novo. Ao muito acharão uma estante, onde ele guarda os seus livros, um cabide, onde pendura a casaca, o moringue, o castiçal, a cama, uma, até duas canastras de roupa, o chapéu, a bengala e a bacia; a mesa onde escreve e que só apre - senta de recomendável a gaveta, cheia de papéis, de cartas de família, de flores e fitinhas misteriosas, é pouco mais ou menos assim o quarto de Augusto. Agora ele está só. Às sete horas, desse quarto saíram três amigos: Filipe, Leopoldo e Fabrício. MACEDO, J. M. A Moreninha. Rio de Janeiro: Ediouro, p. 22. O romance brasileiro A Moreninha foi publicado por Joaquim Manuel de Macedo em 1844. O excerto des - taca um grupo de amigos apresentados por meio de um foco narrativo � onisciente, que detalha o universo íntimo do personagem Augusto. � oscilante, que alterna o foco narrativo ao relatar as ações das personagens. � intruso, que expressa opiniões a respeito do caráter das personagens. � contestador, que questiona as ações do desenvolvimento da história. � observador, que se concentra nas ações, no tempo e no espaço da trama. Resolução No trecho do segundo capítulo, o narrador apenas descreve as cenas e conta os fatos como narrador observador sem expor, em seu discurso, os pen - samentos e sentimentos das personagens. Resposta: E Cordel adolescente, ó xente! Sou mocinha nordestina, Meu nome é Doralice, tenho treze anos de idade, conto e reconto o que disse, pois me chamo Doralice, sou quem vende meu cordel nas feiras lindas de longe onde a poesia se esconde nas sombras do meu chapéu! Eu falo tudo rimado no adoçado da palavra do Nordeste feiticeiro; no meu jeito brasileiro, aqui vim dizer e digo que escrevo muito livro que penduro num cordel, todo fato acontecido eu coloco num papel! ORTHOF, Sylvia. Cordel adolescente, ó xente!. São Paulo: Quinteto, 1996. O cordel é um gênero literário que se caracteriza por uma formasingular de apresentação, que lhe for - neceu historicamente sua denominação (literatura de cordel). Nesse poema, essa maneira característica de composição artística está referida na menção � ao folheto pendurado em cordas e barbantes, lido e vendido em feira livre. � à utilização de rimas ricas, de versos livres e de linguagem solene. � à região de onde provém a inspiração dessa escrita: o Nordeste brasileiro. � ao conteúdo das narrativas, em que se misturam fatos reais e fictícios. � à espontaneidade de quem produz literatura em linguagem simples. QUESTÃO 27 QUESTÃO 28 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 21 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 21 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 22 Resolução Nessas duas estrofes, há referência ao fato de os folhetos produzidos ficarem pendurados em cordas ou barbantes e serem comercializados em feiras livres (“sou eu quem vende meu cordel / nas feiras lindas”, “que escrevo muito livro / que penduro num cordel”). Essa forma de apresentação caracteriza a literatura de cordel, pendurada em corda bastante fina. Resposta: A O TÚNEL. O menino cisma e pergunta: - “Por que será que sempre constroem um morro em cima dos túneis?” A RISADA. A menina – estavam de visita a um protético – repentinamente entrou na sala, com uma dentadura articulada, que descobrira em alguma prateleira: “Titia! Titia! Encontrei uma risada!” ROSA, João Guimarães. Tutameia (Terceiras Estórias). 6. ed., Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 13. O texto acima são algumas definições que Guimarães Rosa retirou do livro Criança diz cada uma!, de Pedro Bloch. Além de provocarem riso, elas também po - dem, na visão rosiana, fazer o leitor alcançar sabe - doria por meio do “pulo do cômico ao excelso”. Esse processo seria possível, pois as definições infantis � dispensam uma atitude lúdica na observação do cotidiano. � seguem uma orientação pragmática para a existência. � capturam uma realidade que escapa ao senso comum. � contêm uma postura propícia à negação do irreal. � valorizam uma lógica dominada pela objetividade. Resolução Para Guimarães Rosa, as definições infantis desen - cadeiam o “pulo do cômico ao excelso” justamente por conterem observações inusitadas, diferentes das estabelecidas. Resposta: C E a galinha? O ovo é o grande sacrifício da ga - linha. O ovo é a cruz que a galinha carrega na vida. O ovo é o sonho inatingível da galinha. A galinha ama o ovo. Ela não sabe que existe o ovo. Se soubesse que tem em si mesma um ovo, ela se salvaria? Se sou - besse que tem em si mesma um ovo, perderia o es - tado da galinha. Ser uma galinha é a sobrevivência da galinha. Sobreviver é a salvação. Pois parece que viver não existe. Viver leva à morte. Então o que a ga - linha faz é estar permanentemente sobrevivendo. Sobreviver chama-se manter luta contra a vida que é imortal. LISPECTOR, Clarice. “O ovo e a galinha”. In: Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 52. Na prosa modernista de Clarice Lispector (1920-1977), o uso de metáforas incomuns promove a abordagem de questões existenciais. Nesse trecho, a relação entre as figuras do ovo e da galinha permite ao narrador � discutir a mortalidade do homem e a transmissão da vida. � construir uma visão pessimista da sociedade contemporânea. � refletir sobre a imortalidade da alma e a busca do metafísico. � abordar a necessidade do sonho, como con - trapon to à vida real. � criticar a busca da origem da vida e de sua finalidade mística. Resolução As metáforas do ovo e da galinha servem para que se discuta a ideia da continuidade da vida indepen - dentemente de sua origem ou manifestação real, isto é, na existência particular do indivíduo, no caso, a galinha. A vida subsiste, é contínua e, portanto, imor - tal, transmitida a outro ser. Resposta: A QUESTÃO 29 QUESTÃO 30 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 22 Não só quem nos odeia ou nos inveja Nos limita e oprime; quem nos ama Não menos nos limita. Que os deuses me concedam que, despido De afetos, tenha a fria liberdade Dos píncaros sem nada. Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada É livre; quem não tem, e não deseja, Homem, é igual aos deuses. PESSOA, Fernando. O poeta fingidor. São Paulo: Globo, 2008, p. 43. Nesse poema de Ricardo Reis, heterônimo do poeta modernista Fernando Pessoa, a singularidade da expressão lírica diante das questões da existência manifesta-se na � inversão de uma visão comum, ao propor uma nova forma de liberdade. � desconstrução de valores antigos, preferindo os conceitos pós-modernos. � valorização da vida simples, por idealizar a vida bucólica, pastoril. � ressignificação do amor, como elemento promovedor da igualdade social. � incorporação da mitologia clássica, pois o eu lírico aspira ao poder dos deuses. Resolução Ao conceber o homem livre como aquele que “não tem, e não deseja”, Ricardo Reis inverte a visão comum do homem moderno visto como um in - divíduo voltado para a satisfação dos desejos, para a absorção daquilo que lhe pode dar prazer. Resposta: A Meu bem, você me dá água na boca Vestindo fantasias, tirando a roupa Molhada de suor de tanto a gente se beijar De tanto imaginar loucuras A gente faz amor por telepatia No chão, no mar, na lua, na melodia Mania de você De tanto a gente se beijar De tanto imaginar loucuras Nada melhor do que não fazer nada Só pra deitar e rolar com você Nada melhor do que não fazer nada Só pra deitar e rolar com você LEE, Rita e CARVALHO, Roberto de. “Mania de você”. Disponível em: <http://www.letras.mus.br/rita-lee/22414/>. Acesso em: 10 abr. 2019. “Mania de você” apresenta um eu lírico que se confessa intensamente dependente da pessoa amada. O recurso de linguagem utilizado que comprova essa obsessão é a � anáfora da expressão “de tanto”, usada quatro vezes ao longo poema. � comparação ou símile “do que não fazer nada”, no início da última estrofe. � metáfora “água na boca”, presente no primeiro verso da primeira estrofe. � antítese “vestindo fantasias” x “tirando a roupa”, na primeira estrofe. � apóstrofe “meu bem”, no início do poema, indicando a dependência. Resolução A anáfora “de tanto”, que foi empregada quatro ve - zes no poema e, em uma das ocasiões, ocorre após a expressão “mania de você”, comprova a obsessão do eu lírico pela pessoa amada. Resposta: A QUESTÃO 31 QUESTÃO 32 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 23 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 23 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 24 São Francisco de Assis Senhor, não mereço isto. Não creio em vós para vos amar. Trouxestes-me a São Francisco e me fazeis vosso escravo. Não entrarei, Senhor, no templo, seu frontispício me basta. Vossas flores e querubins são matéria de muito amar. Dai-me, Senhor, a só beleza destes ornatos. E não a alma. Pressente-se dor de homem, paralela à das cinco chagas. Mas entro e, Senhor, me perco na rósea nave triunfal. Por que tanto baixar o céu? Por que esta nova cilada? Senhor, os púlpitos mudos entretanto me sorriem. Mais que vossa igreja, esta sabe a voz de me embalar. Perdão, Senhor, por não amar-vos Carlos Drummond de Andrade, Claro Enigma. In: Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 276. No poema acima, Drummond relata o que sente diante da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, projeto arquitetônico e decorativo de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que contou com mão de obra escrava. Associando o patrimônio histórico brasileiro a perspectivas sociais, o poeta revela uma consciência crítica da escravidão em � “Trouxestes-me a São Francisco / e me fazeis vos - so escravo.” � “Pressente-se dor de homem, / paralela à das cin - co chagas.” � “Por que tanto baixar o céu? / Por que esta nova ci lada?” � “Não entrarei, Senhor, no templo, / seu frontis - pício me basta.” � “Senhor, não mereço isto. / Não creio em vós para vos amar.” Resolução O trecho “Pressente-se dor de homem, / paralela à dascinco chagas” refere-se à construção da igreja no período colonial. Drummond percebe nesse trabalho artístico a atividade dos escravos, captando nesse esforço um sofrimento semelhante ao de Jesus com suas cinco chagas. Sua consciência crítica aproxima a escravidão ao martírio de Cristo, engradecendo a mão de obra essencial, mas pouco lembrada ou valorizada na construção da igreja de São Francisco de Assis. Resposta: B Ao som de pandeiros, matracas e maracás, figuras fantasiadas com roupas coloridas e chapéus em forma de meia lua carregam uma das tradições mais preciosas da cultura brasileira: a festa do Bumba meu boi. Brincantes ensaiam durante três meses, para no dia 23 de junho apresentar o espetáculo de dança e música à comunidade. Hoje, no Centro de tradições populares — Boi de Seu Teodoro [em Sobradinho (DF)], essas figuras prometem encher a noite com a magia e os encantos do ritual. Correio Braziliense. “Sobradinho comemora Dia do Bumba meu boi com eventos culturais”, 23 jun. 2015. Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e- arte/2015/06/23/interna_diversao_arte,487502/sobradinho- comemora-dia-do-bumba-meu-boi-com-eventos-culturais.shtml>. Acesso em: 6 abr. 2014. A reportagem acima tem como tema um espetáculo que envolve “dança e música à comunidade”. Outras duas manifestações culturais que integram essa mesma categoria são � a Lavagem do Bonfim e a Vaquejada. � o Carnaval e o Festival de Parintins. � o Boitatá e a festa de São João. � o Círio de Nazaré e a Ciranda. � a Parlenda e a festa de Peão de Barretos. QUESTÃO 33 QUESTÃO 34 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 24 Resolução Tanto o Carnaval, principalmente o desfile de escolas de samba e blocos, quanto o Festival de Parintins, no Amazonas, são festivais que envolvem “dança e música”, além de fantasia, como o Bumba Meu Boi de Sobradinho (DF). Resposta: B Disponível em: <www.infoescola.com/generos-literarios/parod>. Acesso em: 10 abr. 2019. Na criação do texto, a charge usa criativamente um intertexto: duas obras de grande valor estético, O grito (1893), de Edvard Munch, e Mona Lisa (1503-1506), de Leonardo da Vinci. A comicidade é obtida pela � junção das duas imagens numa semântica nova, crítica e original. � dessacralização de duas obras valiosas da arte contemporânea. � sátira às artes plásticas e aos artistas que defor - maram o ser. � justaposição satírica de quadros originalmente expressionistas. � contraposição de símbolos do universo masculino e feminino. Resolução As obras O grito, expressionista, e Mona Lisa, renas - centista, pertencem a períodos e estéticas dife ren tes. A charge estabeleceu uma comunicação entre as obras, trazendo uma nova forma e mensagem. Resposta: A Texto I DUCHAMP, Marcel. A Fonte (1917). Réplica, Museu Maillol, Paris. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fontaine- Duchamp.jpg>. Acesso em: 11 abr. 2019. Texto II As artes sempre inovaram, está claro, mas só a partir dos anos 1860 se afirmou nelas o princípio renovador da ruptura e do ataque declarado. A pa - lavra vanguarda sugere batalha: vem do voca bulário militar, designa a primeira linha numa tropa de combate. (...) A crítica denunciava, violenta, o assalto aos verdadeiros princípios das artes. E o escândalo fazia-se instrumento propagador das vanguardas. Mas os novos venceram. (...) Em 1916, inventou-se o ready-made, a arte pronta. Qualquer objeto se torna arte. Sobre um pedestal, disposto na galeria ou no museu, nosso olhar o transfigura e descobre nele se - cretos mistérios. Porque acreditamos que seja arte – e é preciso essa adesão de crente para que a me tamor - fose se dê. COLI, Jorge. Folha de S.Paulo, 17 mar. 2019 (adaptado). QUESTÃO 35 QUESTÃO 36 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 25 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 25 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 26 O ready-made questiona a própria natureza da forma artística ao introduzir objetos do cotidiano em museus e galerias, a fim de que “nosso olhar” o transfigure em arte. Nas obras abaixo, cujos autores foram propo - sitalmente omitidos, esse princípio é observável em � O beijo. Österreichische Galerie Belvedere, Viena (Áustria). � Porta-garrafas. Museu de Arte de Chicago. � Formas únicas de continuidade no espaço. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque. � Doze girassóis numa jarra, Nova Pinacoteca, Munique (Alemanha). ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 26 � Dinamismo de um cachorro numa coleira. Galeria de Arte da Coleção Albright Knox, Bufalo (Estados Unidos). Resolução Duchamp convoca o público a uma reflexão acerca da própria natureza da finalidade artística ao expor um objeto pronto, um porta-garrafas, em uma galeria de arte. As demais obras são de: a) Gustav Klimt; c) Umberto Boccioni; d) Vincent van Gogh; e) Giacomo Balla. Resposta: B Tendo a palavra “negro” servido para ofender, no momento em que o ofendido assume-a dizendo “eu sou negro”, o que ocorre é que ele dá a ela um outro significado, ele positiva o que era negativo. Aqui acontece algo estranho para quem ofende. Se a pa - lavra perde o poder de ofender, ele, o ofensor, per de um instrumento importante na prática (dis cri mi nação) e na manutenção psíquica (o pre conceito) do racismo. Por outro lado, a palavra “negro” não o dei xa em paz, por trazer em sua se mântica a histórica opressão escravista, colonia lista, e desafia a convic ção em que se baseia a doença psíquica do racismo. Qualquer circunstância de inferioridade ou igualdade a um negro desequilibra o branco racista, impelindo-o a comportamentos agressivos que podem, de algu ma maneira, redundar em punição, inclusive a vingativa. CUTI. “Quem tem medo da palavra negro”. Porto Alegre: Revista Matriz, nov. 2010, p. 5 (adaptado). O significado das palavras ativas nas línguas naturais decorre de transformações sociais e culturais ao lon - go da história. Segundo afirma o poeta e crítico lite - rário Cuti, a ressignificação do vocábulo negro � perde a ofensividade após a aceitação das limita - ções ligadas a fatores étnicos. � reforça a permanência da autodepreciação dos descendentes dos escravos. � subverte de maneira positiva o sentido original, embora contenha o legado racista. � denuncia na atualidade a manutenção da opres - são étnica no Brasil e no mundo. � impele a população branca à prática discrimi - natória e ao medo da retaliação. Resolução Segundo o escritor, a decisão dos movimentos ne - gros de utilizar essa palavra para se autodesignar é uma ação afirmativa que visa dar “a ela um outro significado, ele (o negro) positiva o que era negativo”. Entretanto, a manutenção da palavra traz “em sua semântica a histórica opressão escra vista, colonia - lista, e desafia a convicção em que se baseia a doença psíquica do racismo”. Resposta: C A origem e o mito da baderna Você conhece a origem da palavra baderna com o sentido de arruaça, tão ao gosto dos agentes do autoritarismo que dominou o Brasil a partir da década de 1960? Pois está lá, no Aurélio. Era o sobrenome de uma dançarina italiana que esteve no Rio de Janeiro em meados do século 19. Mas que fique bem claro: não era a artista, mas seus fanáticos admiradores que gostavam de confusões e brigas de rua. Daí a dizer- se que os tumultos tinham sido provocados pelo “pes soal da Baderna” ou pelos “baderneiros de sempre” foi um passo. A história dessa personagem que en trou para o dicionário está no livro Maria Baderna, de Silvério Corvisieri. O autor, italiano, foi deputado do Partido Comunista italiano. Para escrevê- lo, veio ao Brasil e, por meio de pesquisas em arquivos e jornais de época, resgatou a trajetória da jovem bailarina que empolgou a sociedade carioca dos primeiros anos do Segundo Reinado. Disponível em: <http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,a- origem-e-o-mito-da-baderna,20010831p4408>. Acesso em: 15 abr. 2019 (adaptado). QUESTÃO 37 QUESTÃO 38 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página27 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 27 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 28 Texto II Muito prazer, sou Maria Baderna, eterna, estran - geira, dançando na rua, aprendendo batuque, fazendo umbigada, criando bagunça pela liberdade, causando alvoroço, desejo, desordem. Sou um vírus degra - dando as mentiras das falsas madames. PENOV, Isabela. Marias de Mim. Disponível em: <http://isabelapenov.blogspot.com/2016/08/marias-de-mim.html>. Acesso em: 15 abr. 2019. O texto I apresenta a história de Maria Baderna, bailarina nascida na Itália e que esteve no Brasil no século XIX. No texto II, a escritora Isabela Penov retoma essa dançarina italiana a fim de � criticar a inquietude e a irreverência da dançarina, justificando a fama de seu nome. � elogiar a rebeldia da bailarina, que desafiou o convencionalismo ético e comportamental. � demonstrar tristeza pelo fato de a artista ter tido seu trabalho esquecido ao longo da história. � mostrar admiração pelo trabalho da europeia, cuja estética agradou a elite brasileira da época. � evidenciar a hipocrisia da burguesia da época, que fingia rejeitar as apresentações da artista. Resolução O texto I nos dá a origem de um vocábulo da língua portuguesa associado a uma artista revolucionária: Maria Baderna. A dançarina teve seu nome pejora - tivamente associado à desordem, ao passo que seu trabalho seguiu ignorado por muitos, ao longo da história. Isabela Penov, em seu texto, retoma Ba der - na, elogiando o fato de a bailarina ter, em meados do século XIX, um comportamento agressivo contra as limitações socioculturais. Resposta: B Texto I Aos quatro anos de idade, o filho da historiadora Luciana Brito, de 40 anos, já estava passando pela terceira escola infantil. O menino tinha frequentado instituições “excelentes”, mas que ainda careciam de uma ênfase na cultura africana e indígena, algo que a mãe sentia falta. No ano passado, ela conheceu o projeto pedagógico da Escolinha Maria Felipa, em Salvador, na Bahia, que nasceu para atender essa demanda – dela e de outros pais da cidade. (...) O ensino oferecido na escola particular Maria Felipa resgata os grandes feitos dos antepassados negros para que as crianças tenham prazer de ser descendentes deles. “[Queremos mostrar] que os ante passados vieram de grandes impérios, são filósofos, rainhas, reis, que o conhecimento ameríndio é avançado, não é menor que a ciência moderna”, diz Ian Cavalcante, sócio-diretor da escola. HONORATO, L. História afro-brasileira nas escolas eleva autoestima de crianças. Disponível em: <https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/comportamento/historia- afro-brasileira-nas-escolas-eleva-autoestima-de- criancas,a241e8bd0bc8d865cdb0b6373fb7bcabi4q1476e.html>. Acesso em: 15 abr. 2019. Texto II Exu nas escolas Exu nas escolas Exu nas escolas Exu no recreio Não é show da Xuxa Exu brasileiro Exu nas escolas Exu nigeriano Exu nas escolas E a prova do ano É tomar de volta Alcunha roubada De um deus iorubano Exu nas escolas Exu nas escolas Exu nas escolas (ê-ê-exu) Exu nas escolas (ê-ê-exu) DINUCCI, K. e SILVA, E. P. (Edgar). “Exu nas escolas”. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/elza-soares/exu-nas- escolas/#album:deus-mulher-2018>. Acesso em: 15 abr. 2019. QUESTÃO 39 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 28 O texto I é uma reportagem sobre uma escola cuja proposta é inserir a cultura afro-brasileira na edu - cação básica, a fim de permitir às crianças negras orgulharem-se de suas origens. Nesse sentido, a letra da canção, presente no texto II, relaciona-se com o artigo jornalístico porque � critica a eficiência do ensino da cultura ameríndia e afro-brasileira em um meio laico. � considera o ensino de mitos afro-brasileiros como forma de preservação de identidade. � questiona a persistência do culto a divindades africa nas e ameríndias no século XXI. � preconiza o esquecimento da cultura negra em um país que superou essa questão. � despreza o currículo do ensino regular e o conteúdo ministrado por professores. Resolução O trecho “Exu nas escolas / (...) É tomar de volta / Alcunha roubada / De um deus iorubano” permite inferir que o ensino da cultura afro-brasileira é uma forma de recuperar e preservar elementos que fazem parte da identidade cultural dos afrodescendentes. Resposta: B Dos vários problemas do Facebook, um deles vai se consolidando como um importante obstáculo à resolução dos demais. Chama-se Mark Zuckerberg. Nesta semana, ele tentou de novo. Publicou outro de seus manifestos, desta vez pedindo, veja só, mais regulação governamental sobre empresas como a que comanda. Seria apenas uma iniciativa curiosa não fosse o histórico; um ano atrás, ele se desviava desse debate ao falar com congressistas. A esta altura, nada do que Zuckerberg fala soa crível. Basta olhar a repercussão na sua própria página – os comentários negativos prevalecem. No mês passado, ele jurou prezar pela privacidade dos usuários. Um ex-conselheiro seu, Roger McNamee, definiu a fala como “um esforço de relações públicas que mais uma vez nos afastará do problema central”. Dentro da cortina de fumaça, existem coisas que merecem atenção, pois ele sabe bem como a banda toca. Nesta semana, Zuckerberg escreveu: “As leis de propaganda política focam em candidatos e eleições, e não em assuntos políticos divisivos onde vimos mais interferência. Algumas leis são aplicadas só nas eleições, mas as campanhas não param”. DIAS, R. “Líder sem like”. Folha de S.Paulo. 04 abr. 2019, p. A2. No artigo acima, o jornalista Roberto Dias expõe um histórico sobre o comportamento do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, a respeito da privacidade e da regulação governamental sobre a mais popular das redes sociais. A comparação entre as ideias veicu - ladas no decorrer do tempo mostra que o fundador do Facebook tem assumido uma postura � contraditória, pois antes evitava falar das pro - blemáticas causadas pela rede social e mais re - cen temente pede que ela seja regulamentada. � incisiva, pois exigiu dos políticos norte-ame ri - canos uma maior atenção na forma como as eleições devem passar a ser conduzidas. � passiva, pois acatou sem reclamar a regulação proposta pelos congressistas estadunidenses após as falhas e escândalos do Facebook. � influenciável, pois cedeu às pressões vindas da maioria dos internautas que exigiram a regulação das redes sociais. � coerente, pois adotou a postura de ratificar os con - ceitos emitidos por ele próprio em outras ocasiões. Resolução Há contradição nas opiniões de Mark Zuckerberg a respeito da privacidade e da regulação governa - mental sobre o Facebook. O seu último conceito emitido pede “mais regulação governamental sobre empresas como a que comanda”, o que contraria o procedimento do ano anterior, em que evitava debater esse tema com os congressistas. Resposta: A QUESTÃO 40 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 29 ENEM_PROVA2_16_6_ALICE_2019 22/05/2019 12:42 Página 29 LC – 1.o dia � RESOLUÇÕES – Página 30 Texto I Automóvel + Velocidade + Luz, de Giacomo Balla. Coleção Particular. Texto II 1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade. 2. Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, a audácia e a revolta. 3. Tendo a literatura até aqui enaltecido a imo - bilidade pensativa, o êxtase e o sono, nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o pas - so ginástico, o salto perigoso e a bofetada e o soco. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro. Editora Vozes Ltda. Petrópolis, RJ 1973 p. 66. O texto II é trecho de um manifesto de uma das cor - rentes de vanguarda que formaram o Modernismo e que está também representada no texto I. Na pintura do século XX, o conceito estético acima ocorre tam - bém em � O trem na neve, de Claude Monet. Museu Marmottan Monet, Paris. � Trem blindado, de Gino Severini. MoMa, Nova Iorque. � A dança da vida, de Edvard Munch.
IFRJ - Instituto Federal do Rio de Janeiro
Regina Figueiredo
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