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Doenças virais: Hepatite B
DOENÇAS VIRAIS: HEPATITE B
Causada pelo vírus B (HBV), a hepatite do tipo B é uma doença infecciosa também chamada de soro-
homóloga. Como o VHB está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é
considerada uma doença sexualmente transmissível.
O vírus da hepatite B é 50 a 100 vezes mais infeccioso do que o HIV.
A hepatite B, descoberto em 1965, é a mais perigosa das hepatites e uma das doenças mais frequentes
do mundo, estimando-se que existam 350 milhões de portadores crônicos do vírus. Estes portadores
podem desenvolver doenças hepáticas graves, como a cirrose e câncer no fígado, patologias
responsáveis pela morte de um milhão de pessoas por ano em todo o planeta; contudo a prevenção
contra este vírus está ao nosso alcance através da vacina da hepatite B que tem uma eficácia de 95 por
cento.
Mais de 50% da população mundial já foi contaminada pelo vírus da hepatite B. Estima-se algo em torno
de 2 bilhões de pessoas que já entraram em contato com o vírus, 350 milhões de portadores crônicos e
50 milhões de novos casos a cada ano. Em áreas com maior incidência, 8 a 25% das pessoas carregam
o vírus e de 60 a 85% já foram expostas. No Brasil, 15% da população já foi contaminada e 1% é
portadora crônica.
TRANSMISSÃO
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O vírus que causa a hepatite B (VHB) é um vírus DNA, transmitido por sangue e outros líquidos/
secreções corporais contaminados. A transmissão pode também ocorrer em situações rotineiras no dia-
a-dia, como, por exemplo, no compartilhamento de alicates de unha. Foram identificadas quatro formas
de transmissão:
• de uma mãe portadora do vírus da hepatite B para seu bebê no nascimento;
 • por contato sexual com uma pessoa infectada;
• por injeções ou feridas provocadas por material contaminado;
 • por tratamento com derivados de sangue contaminados.
Não se adquire hepatite B através de talheres, pratos, beijo, abraço ou qualquer outro tipo de atividade
social aonde não ocorra contato com sangue. Após a infecção, o vírus concentra-se quase que
totalmente nas células do fígado, aonde seu DNA fará o hepatócito construir novos vírus.
O vírus da hepatite B é resistente, chegando a sobreviver 7 dias no ambiente externo em condições
normais e com risco de, se entrar em contato com sangue através de picada de agulha, corte ou
machucados (incluindo procedimentos de manicure e tatuagens com instrumentos contaminados), levar
a infecção em 5 a 40% das pessoas não vacinadas (o risco é maior do que o observado para o vírus
da hepatite C – 3 a 10% ou o da AIDS – 0,2-0,5%).
SINTOMAS
O vírus provoca hepatite aguda num terço dos atingidos, e um em cada mil infectados pode ser vítima de
hepatite fulminante. Em menos de dez por cento dos casos em que a infecção ocorre na idade adulta, à
doença torna-se crônica, verificando-se esta situação mais frequentemente nos homens. 
Embora a maioria dos adultos desenvolva sintomas de infecção aguda pelo vírus da hepatite B, muitas
crianças não o fazem. Adultos e crianças com idade superior a 5 anos são mais propensos a ter
sintomas. Setenta por cento dos adultos desenvolvem sintomas da infecção. Os sintomas da hepatite B
aguda, se eles aparecem, podem incluir:
• Febre
• Fadiga
 • Perda de apetite
• Náuseas
 • Vômitos
• Dor abdominal
 • Urina escura
• Dor nas articulações
 • Icterícia (cor amarela na pele ou dos olhos)
Em cerca de 3-8% dos adultos, a defesa imunológica não consegue destruir as células infectadas e a
inflamação (hepatite) persiste. Quando a infecção persiste por mais de 6 meses, definindo hepatite
crônica, a chance de cura espontânea é muito baixa. Os sintomas mais comuns são falta de apetite,
perda de peso e fadiga, apesar da maioria das pessoas ser assintomática. Outras manifestações extra-
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hepáticas, mais raras, incluem artralgias, artrite, poliarterite nodosa, glomerulonefrite, derrame pleural,
púrpura de Henoch-Schölein, edema angioneurótico, pericardite, anemia aplástica, pancreatite,
miocardite, pneumonia atípica, mielite transversa e neuropatia periférica.
DIAGNÓSTICO
Os marcadores que permitem diagnosticar a hepatite B surgem no sangue em tempos diferentes.
Normalmente, o primeiro a detectar-se é o antígeno HBs, que persiste um a três meses e que demonstra
a presença do vírus, no organismo. Um pouco mais tarde (mas às vezes ao mesmo tempo) surge o
antígeno HBe, sinónimo de que o agente infeccioso está a multiplicar-se. É nesta fase que é mais
elevado o perigo de contágio.
Só depois surgem os anticorpos e o primeiro a aparecer, em geral, é o anti-HBc; em seguida, se as
defesas imunitárias do organismo estiverem a funcionar corretamente, surgem o anti-HBe, como
resposta ao antígeno HBe. Isto significa que houve uma soroconversão, a multiplicação do vírus
diminuiu e, se nada alterar o curso normal, desaparece o antígeno HBs e surge o anticorpo anti-HBs,
que permanece no organismo para o resto da vida e confere imunidade.
A presença do antígeno HBe, além das oito semanas, indica que a hepatite está a passar a uma fase
crônica. A permanência do antígeno HBs, por mais de seis meses confirma a passagem ao estágio
crônico.
A realização de uma biopsia hepática pode ser necessária nalguns doentes que apresentem indícios da
presença do vírus no organismo por mais de seis meses para avaliar a gravidade das lesões do fígado.
Como a infecção crónica pelo VHB é uma doença sexualmente transmissível, devem-se fazer análises
para detectar a eventual presença do HIV nas pessoas infectadas.
TRATAMENTO
A hepatite B aguda é tratada com repouso e aconselha-se o doente a não consumir bebidas alcoólicas e
alimentos ou medicamentos que possam ser tóxicos para o fígado.
Se a hepatite B evolui para uma doença crônica pode fazer-se o tratamento com interferon ou com
medicamentos designados por análogos dos nucleósidos, que têm como objetivo interromper a
multiplicação do vírus e estimular a destruição das células infectadas. O interferon peguilado, ou
peginterferon, veio substituir o interferon clássico. O tratamento com peguinterferon dura, em geral, 12
meses e tem uma eficácia de 36 a 42 por cento, sendo mais alta nos doentes com transminases mais
elevadas e com carga virial mais baixa.
Em alternativa, o tratamento pode ser feito com os análogos dos nucleósidos, como a lamivudina e o
adefovir, que têm um efeito antivial potente mas que necessitam de uma administração mais prolongada
do que o peginterferon para se obterem taxas de resposta semelhantes.
O tenofovir (TDF) é o fármaco mais recentemente aprovado para o tratamento da hepatite viral crônica
B, tanto na comunidade europeia como nos Estados Unidos. Trata-se de um análogo nucleotídeo que
bloqueia a ação da enzima transcriptase reversa, a responsável pela replicação do VHB. Pertence à
mesma classe do adefovir (ADF); porém, tem maior potência de inibição da replicação viral e maior
rapidez de ação, além de melhor perfil de resistência, por possuir maior barreira genética.
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Como com todos os medicamentos, os tratamentos para a hepatite B têm efeitos secundários, pelo que
os doentes devem aconselhar-se com o seu médico.
Se a hepatite crónica conduzir à cirrose e esta evoluir para a insuficiência hepática, aconselha-se o
transplante hepático. Contudo, no caso da hepatite B os riscos de recidiva são muito elevados, pois, não
existem formas eficazes de evitar a infecção do novo fígado. Normalmente administra-se imunoglobulina
anti-HBs logo após ter-se retirado o fígado do corpo e antes de inserir o novo órgão, para neutralizar o
vírus que se encontra no sangue. O doente deve continuar a receber imunoglobulina anti-HBs durante
vários anos, para evitar o reaparecimento do antígeno HBs.
O doente que vai receber o novo fígado não deve ter mais de 65 anos nem sofrer de uma patologia
grave que afete outro órgão como os rins, os pulmões e o coração.
PREVENÇÃO
Evitar a doença é muito fácil. Basta tomar as três doses da vacina, usar camisinha em todas as relações
sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminasde barbear e depilar, escovas de
dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e
colocação de piercings.
Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar a hepatites, a aids
e a sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso positivo, é
necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de parto e amamentação.
REFERÊNCIAS
– Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
[HEPATITE B]. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pagina/hepatite-b
– Hepcentro – Hepatologia Médica [Haptite b]. Disponível em:
http://www.hepcentro.com.br/hepatite_b.htm
– Bio-Manguinhos [Hepatite B: sintomas, trasmissão e prevenção]. Disponível em:
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/hepatite-b-sintomas-transmissao-e-prevencao
– Roche [Hepatite B]. Disponível em: http://www.roche.pt/hepatites/hepatiteb/index.cfm
– Ministério da Saúde [Protocolo Clínico e diretrizes terapêuticas para tratamento da Hepatite Viral
Crônica B e Coinfecções]. Disponível em:
http://www.sbhepatologia.org.br/pdf/politicas_publicas/hepatiteB.pdf

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