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1 Maria Elionara II @FENIXDAMEDICINA II caso 02 Tutoria Sem apego A.M.S.A., mulher, 42 anos, trabalha no mercado financeiro, pratica atividade física regularmente, após um período de 3 semanas apresentando febre, vômitos e ao perceber sua pele amarelada, decide ir em uma consulta médica. Durante a consulta com a Dra. Júlia ela relata que também sente dor do lado direito do tórax. Na anamnese nega tabagismo, afirma que não bebe, e que não consegue “se apegar” a ninguém, mas mantém uma vida sexual ativa com inúmeros “crush’s”. Dra. Júlia realiza o exame físico onde a paciente se apresenta eupneica, ictérica, acianótica, febril ao toque. Temperatura de 38,5oC, PA: 120×85 mmHg; FC: 90 bpm; FR: 18 inc/min; AR: MVBD s/RA; ACV: BCNF, rítmicas em 2 tempos s/sopro; Abdome globoso as custas de hepatoesplenomegalia, maciço a percussão, RHA inaudíveis. Presença de circulação colateral proeminente, e edema em MMII. Após avaliação Dra. Júlia, solicita os exames de função e lesão hepáticas. No dia em que a médica recebeu e avaliou os resultados ela questionou: - Doutora, o que eu tenho? Eu pesquisei sobre esses meus sintomas na internet, é alguma doença sexualmente transmissível, não é? Meu Deus! Eu vou morrer? Dra. Júlia percebe a aflição de A.M.S.A., levanta da sua cadeira, dá um abraço e afirma que juntas elas irão vencer esse desafio. Objetivos Definir os diferentes tipos de hepatites de acordo com os sinais e sintomas apresentados no caso Hepatite- consiste em ser uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, elas podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Hepatite A - HAV É uma infecção causada pelo vírus A da hepatite (HAV), também conhecida como “hepatite infecciosa”. Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno; contudo, o curso sintomático e a letalidade aumentam com a idade. os casos de hepatite A concentram-se, em sua maioria, nas regiões Norte e Nordeste, que juntas reúnem 55,7% de todos os casos confirmados no período de 1999 a 2018. • Transmissão A transmissão da hepatite A é fecal-oral (contato de fezes com a boca). Outras formas de transmissão são os contatos pessoais próximos (intradomiciliares, pessoas em situação de rua ou entre crianças em creches) e os contatos sexuais (especialmente em homens que fazem sexo com homens – HSH). • Sinais e sintomas Fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Esses sintomas iniciais podem ser seguidos de sintomas gastrointestinais, como enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia. A presença de urina escura ocorre antes da fase em que a pessoa pode ficar com a pele e os olhos amarelados (icterícia). Os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção e duram menos de dois meses. • Diagnóstico Exame de sangue, no qual se pesquisa a presença de anticorpos anti-HAV IgM (infecção inicial).Pode aparecer por cerca de seis meses. É possível também fazer a pesquisa do anticorpo IgG para verificar infecção passada ou resposta vacinal de imunidade. • Tratamento Não há nenhum tratamento específico para hepatite A. O médico saberá prescrever o medicamento mais adequado para melhorar o conforto e garantir o balanço nutricional adequado, incluindo a reposição de fluidos perdidos pelos vômitos e diarreia. A hospitalização está indicada apenas nos casos de insuficiência hepática aguda (OMS, 2018a) 2 Maria Elionara II @FENIXDAMEDICINA II caso 02 • Prevenção A melhor forma de evitar a doença é melhorando as condições de higiene e saneamento básico. • Vacina A vacina contra a hepatite A é altamente eficaz e segura, sendo a principal medida de prevenção contra a hepatite A. A gestação e a lactação não representam contraindicações para imunização. Atualmente, a vacina faz parte do calendário infantil, no esquema de 1 dose aos 15 meses de idade (podendo ser utilizada a partir dos 12 meses até 5 anos incompletos, ou seja, 4 anos, 11 meses e 29 dias). É importante que os pais, cuidadores e profissionais de saúde estejam atentos para garantir a vacinação de todas as crianças. Além disso, a vacina está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), no esquema de 2 doses – com intervalo mínimo de 6 meses – para pessoas acima de 1 ano de idade, com as seguintes condições: • Hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, inclusive infecção crônica pelo HBV e/ou pelo HCV; • Pessoas com coagulopatias, hemoglobinopatias, trissomias, doenças de depósito ou fibrose cística (mucoviscidose); • Pessoas vivendo com HIV; • Pessoas submetidas à terapia imunossupressora ou que vivem com doença imunodepressora; • Candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes, ou transplantados de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea); • Doadores de órgão sólido ou de células- tronco hematopoiéticas (medula óssea), cadastrados em programas de transplantes. Hepatite B - HBV É uma doença infecciosa que agride o fígado, sendo causada pelo vírus B da hepatite (HBV). O HBV está presente no sangue e secreções, e a hepatite B é também classificada como uma infecção sexualmente transmissível. Inicialmente, ocorre uma infecção aguda e, na maior parte dos casos, a infecção se resolve espontaneamente até seis meses após os primeiros sintomas, sendo considerada de curta duração. Essa resolução é evidenciada pela presença de anticorpos chamados anti-Hbs. Contudo, algumas infecções permanecem após esse período, mantendo a presença do marcador HBsAg no sangue. Nesses casos, a infecção é considerada crônica. O risco de a infeção tornar-se crônica depende da idade do indivíduo. As crianças, por exemplo, têm maior chance de desenvolver a forma crônica. Naquelas com menos de um ano, esse risco chega a 90%; entre um e cinco anos, varia entre 20% e 50%. Por essa razão, é extremamente importante realizar a testagem de gestantes durante o pré-natal e, caso necessário, realizar a profilaxia para a prevenção da transmissão vertical.Em adultos, cerca de 20% a 30% das pessoas adultas infectadas cronicamente pelo vírus B da hepatite desenvolverão cirrose e/ou câncer de fígado. • Transmissão • Relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; • Da mãe infectada para o filho, durante a gestação e o parto; • Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos); • Compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam); • Na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança; • Por contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas e soluções de continuidade); • Transfusão de sangue (mais relacionadas ao período anterior a 1993. Além disso, alguns grupos são considerados mais vulneráveis à infecção pelo aumento de sua exposição ao vírus, a saber: trabalhadores do sexo, pessoas que usam drogas, pessoas privadas de liberdade e pessoas em situação de rua. • Sinais e sintomas A história natural da infecção é marcada por evolução silenciosa, geralmente com diagnóstico após décadas da infecção. Os sinais e sintomas, quando presentes, são comuns às demais doenças crônicas do fígado e costumam manifestar-se apenas em fases mais avançadas da doença, na forma de cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre e dor abdominal. A ocorrência de pele e olhos amarelados é observada em menos de um terço dos pacientes com hepatite B. 3 Maria Elionara II @FENIXDAMEDICINAII caso 02 • Diagnóstico A presença do HBsAg na amostra de sangue do paciente estabelece o diagnóstico de hepatite B. somando-se a a isso, os testes rápidos fornecidos pelo sus . • Tratamento Após o resultado positivo e confirmação, o tratamento será realizado com antivirais específicos, disponibilizados no SUS, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções (PCDT Hepatite B). Além do uso de medicamentos, quando necessários, é importante que se evite o consumo de bebidas alcoólicas. Os tratamentos disponíveis atualmente não curam a infecção pelo vírus da hepatite B, mas podem retardar a progressão da cirrose, reduzir a incidência de câncer de fígado e melhorar a sobrevida em longo prazo. • Prevenção A vacinação é a principal medida de prevenção contra a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura. Além da vacina, outros cuidados ajudam na prevenção da infecção pelo HBV, como usar preservativo em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal – tais como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings. Hepatite C - HCV É um processo infeccioso e inflamatório, causado pelo vírus C da hepatite (HCV) e que pode se manifestar na forma aguda ou crônica, sendo esta segunda a forma mais comum. A hepatite crônica pelo HCV é uma doença de caráter silencioso, que evolui sorrateiramente e se caracteriza por um processo inflamatório persistente no fígado. Aproximadamente 60% a 85% dos casos se tronam crônicos e, em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo. Uma vez estabelecido o diagnóstico de cirrose hepática, o risco anual para o surgimento de carcinoma hepatocelular (CHC) é de 1% a 5% A hepatite C é considerada uma epidemia mundial. A maior prevalência de hepatite C está entre pessoas que têm idade superior a 40 anos, sendo mais frequentemente encontrada nas regiões Sul e Sudeste do país. Pessoas submetidas a hemodiálise, privados de liberdade, usuários de drogas e pessoas vivendo com HIV são exemplos de populações mais vulneráveis à infecção pelo HCV. Atualmente, são conhecidos seis genótipos do vírus C da hepatite. O genótipo 1 é o mais prevalente no mundo, sendo responsável por 46% de todas as infecções pelo HCV, seguido pelo genótipo 3 (30%) (MESSINA et al., 2015; OMS, 2016). O mesmo se observa no Brasil, com pequenas variações na proporção de prevalência desses genótipos. • Transmissão • Contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos); • Reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos; • Falha de esterilização de equipamentos de manicure; • Reutilização de material para realização de tatuagem; • Procedimentos invasivos (ex.: hemodiálise, cirurgias, transfusão) sem os devidos cuidados de biossegurança; • Uso de sangue e seus derivados contaminados; • Relações sexuais sem o uso de preservativos (menos comum); • Transmissão da mãe para o filho durante a gestação ou parto (menos comum). A hepatite C não é transmitida pelo leite materno, comida, água ou contato casual, como abraçar, beijar e compartilhar alimentos ou bebidas com uma pessoa infectada. • Diagnóstico Em geral, a hepatite C é descoberta em sua fase crônica. Normalmente, o diagnóstico ocorre após teste rápido de rotina ou por doação de sangue. Esse fato reitera a importância da realização dos testes rápidos ou sorológicos, que apontam a presença dos anticorpos anti-HCV. Se o teste de anti-HCV for positivo, é necessário realizar um exame de carga viral (HCV-RNA) para confirmar a infecção ativa pelo vírus Hepatite C tem CURA! http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2016/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-hepatite-b-e-coinfeccoes 4 Maria Elionara II @FENIXDAMEDICINA II caso 02 • Tratamento O tratamento da hepatite C é feito com os chamados antivirais de ação direta (DAA), que apresentam taxas de cura de mais 95% e são realizados, geralmente, por 8 ou 12 semanas. Os DAA revolucionaram o tratamento da hepatite C, possibilitando a eliminação da infecção. Todas as pessoas com infecção pelo HCV podem receber o tratamento pelo SUS. O médico, tanto da rede pública quanto suplementar, poderá prescrever o tratamento seguindo as orientações do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções (PCDT Hepatite C). Os pacientes na fase inicial da infecção podem ser tratados nas unidades básicas de saúde, sem a necessidade de consulta na rede especializada para dar início ao tratamento. • Prevenção Não existe vacina contra a hepatite C. • Não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente etc.); • Usar preservativo nas relações sexuais; • Não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas; • Toda mulher grávida precisa fazer, no pré- natal, os exames para detectar as hepatites B e C, o HIV e a sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada. Hepatite D -HDV Trata-se de um vírus defectivo, o que significa que ele necessita do vírus da hepatite B para conseguir infectar o organismo, pois seu envelope é composto por lipídios e por antíge- nos AgHbs. Assim, ele necessita da presença dos AgHbs da hepatite B para conseguir sobreviver. A hepatite D é uma infecção viral que cause a inflamação do fígado (inchamento do tecido que ocorre devido a ferimento ou à infecção) e o dano. Os sintomas são tipicamente similares àqueles da gripe, e a infecção é transmitida com da partilha de agulhas ou de líquidos corporais contaminados Em primeiro lugar, é causada pela co-infecção com o vírus da hepatite B e da hepatite D, e esta conduz a uma infecção aguda mais severa da hepatite com uma taxa de mortalidade mais alta do que visto com a infecção aguda da hepatite B apenas essa conduz raramente à infecção crônica. O segundo formulário da infecção da hepatite D é um superinfection (segunda infecção sobrepor em uma mais adiantada) do vírus da hepatite D em um portador do vírus da hepatite B, e pode ser denominado como uma hepatite “aguda” severa em portadores previamente assintomáticos do vírus da hepatite B, ou como uma exacerbação da hepatite crônica subjacente B. O vírus da hepatite D pode causar uma infecção crônica, aguda ou dupla. A hepatite aguda D é uma infecção a curto prazo, visto que a hepatite crônica D é uma infecção duradouro. A hepatite crônica D ocorre quando o corpo não pode lutar fora o vírus, e o vírus não parte. Os povos que têm complicações menos inclinadas crônicas da hepatite B apenas compararam àqueles que têm a hepatite crônica B e o D. A hepatite D geralmente é transmitida por contato parenteral ou mucosa com sangue ou líquidos corporais infectados. Os hepatócitos infectados contêm partículas delta revestidas com o antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). A prevalência do vírus da hepatite D (HDV) varia de acordo com a região geográfica, com áreas endêmicas em diversos países. Usuários de drogas injetáveis têm maior risco, mas o HDV, diferentemente do vírus da hepatite B (HBV), não contamina a comunidade homossexual de forma intensa. • Formas de transmissão As formas de transmissão são idênticas às da hepatite B, sendo: • Por relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; • Da mãe infectada para o filho, durante a gestação e parto; • Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos); • Compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates deunha ou outros objetos que furam ou cortam); • Na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou 5 Maria Elionara II @FENIXDAMEDICINA II caso 02 cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança; • Por contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas e soluções de continuidade); • Transfusões de sangue (mais relacionadas ao período anterior a 1993). • Sinais e sintomas Os sintomas da infecção aguda da hepatite D incluem: • Alta temperatura corporal (100.4°F ou acima) • Fadiga (sentimento do cansaço) • Perda de apetite (desejo reduzido comer) • Náusea • Vomitar • Dor abdominal • Urina escura • movimentos de entranhas Argila-coloridos • Dor articular • Icterícia • Cirrose (dano de fígado crônico) • Cancro hepatocelular (do fígado) Alguns sintomas da hepatite crônica D incluem: • Fraqueza e sentimento cansado • Perda de peso • Inchamento do abdômen • Inchamento dos tornozelos (edema) • Itching da pele • Icterícia Cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. • Diagnóstico Exames sorológicos No diagnóstico inicial da hepatite aguda, deve-se diferenciar a hepatite viral de outras doenças que causam icterícia (ver figura Abordagem diagnóstica simplificada a possível hepatite viral aguda). Se há suspeita de hepatite viral aguda, os seguintes testes são realizados para triagem das hepatites virais A, B e C: • Anticorpo IgM para o vírus da hepatite A (IgM anti-HAV) • Antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg) • Anticorpo central da hepatite B (IgM anti-HBc) • Anticorpo contra o vírus da hepatite C (anti- HCV) e PCR para RNA da hepatite C (HCV-RNA) E se testes sorológicos para hepatite B confirmarem que a infecção e as manifestações clínicas são graves, os níveis do anticorpo para HDV (anti-HDV) devem ser medidos. Anti-HDV implica infecção ativa. Pode permanecer indetectável após semanas da infecção aguda. • Tratamento • Cuidados de suporte Nenhum tratamento atenua a hepatite viral aguda, incluindo hepatite D. Deve-se evitar a ingestão de álcool, pois pode haver piora da lesão hepática. Não existem evidências científicas que apoiem o uso de restrições dietéticas ou de atividades, incluindo o repouso no leito habitualmente prescrito. Para a hepatite colestática, o uso de colestiramina, 8 g VO uma vez ao dia ou bid, pode melhorar o prurido.O único fármaco aprovado para o tratamento da hepatite D crônica é o interferon alfa, embora o IFN- alfa peguilado provavelmente seja igualmente eficaz. Recomenda-se o tratamento por 1 ano, embora não tenha sido estabelecido se os tratamentos mais longos são mais eficazes. A hepatite D também é tratada em protocolos de ensaios clínicos. Explicar o exame físico básico para avaliação abdominal, relembrando a anatomia da região https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-hepáticos-e-biliares/hepatite/visão-geral-da-hepatite-viral-aguda#v900386_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-hepáticos-e-biliares/hepatite/visão-geral-da-hepatite-viral-aguda#v900409_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-hepáticos-e-biliares/hepatite/visão-geral-da-hepatite-viral-aguda#v900409_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-hepáticos-e-biliares/hepatite/hepatite-b-aguda#v21347430_pt 6 Maria Elionara II @FENIXDAMEDICINA II caso 02 A cavidade abdominal comporta o estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas e ductos biliares, baço, intestinos delgado e grosso, rins, glândulas suprarrenais e os vasos abdominais, que são ramificações da aorta abdominal. A bexiga urinária, útero, tuba uterina e ovários (em mulheres) são considerados órgãos abdominais e pélvicos. O exame físico abdominal, feito corretamente, é capaz de identificar massas anormais (tumores), irritação peritoneal, íleo paralítico, sopros arteriais e outros problemas de saúde. Na anamnese, quando a queixa principal é relativa ao abdome, é importante que se descreva todos os sintomas, especificando: 1. O local de incômodo e irradiação da dor, utilizando como referência as 9 regiões e os 4 quadrantes abdominais. 2. Início, frequência, duração e horário preferencial dos sintomas. (Ex: Refere dor abdominal 2 vezes ao dia, por cerca de 5 minutos, há uma semana, sem horário preferencial). 3. Intensidade dos sintomas, que deve ser graduada em cruzes. (Ex: +++/4+, ou seja, 3 cruzes em 4). 4. Tipo de dor: em pontada, em aperto, latejante – é aconselhável colocar entre parênteses as palavras que o paciente utilizar para descrever a dor. 5. Quantidade de vezes de ocorrência do evento. (Ex: Refere ter vomitado 3 vezes nas últimas 24h). 6. Fatores desencadeantes: são as causas da dor atribuídas pelo paciente.(Ex: refere dor quando se senta). 7. Fatores de melhora e piora: farmacológicos e não farmacológicos. Exame físico do abdômen Inspeção Observa-se: • Forma do abdômen (normal, globoso) • Circulação colateral (portal, veia cava inferior, veia cava superior) • Alterações cutâneas (equimoses, sinais de cullen e de grey-turner), herniações • Movimentos do abdome • Respiração toracoabdominal • Pulsações e peristalse visíveis • Inspeção dinâmica Manobra de valsalva- assoprar contra resistência (expõe hérnias) Manobra de Smith Bates – contrair o abdome (esconde massas intra-abdominais) Ausculta RUÍDOS HIDROAÉREOS - RHA Começar pelo QID e progredir para os demais (QSD→QSE→QIE), caso não haja som Auscultar por um minuto Normal: 5 a 34 RHA/min Ausente: somente após se auscultar um minuto em cada quadrante SOPROS Aórtico (epigástrico) Renais (flancos) Femorais (fossas ilíacas) Venoso portal (Cruveilhier-Baumgarten Percussão Fígado 7 Maria Elionara II @FENIXDAMEDICINA II caso 02 Borda superior – submacicez à percussão nas costelas Borda inferior – fim da macicez à percussão no abdome Hepatimetria normal: 6 a 12 cm na linha hemiclavicular D; 4 a 8cm no apêndice xifóide Sinais Joubert – pneumoperitônio (timpanismo no fígado) Torres Homem – abscesso hepático (dor bem localizada à percussão no fígado) ASCITE Semicírculo de Skoda: semicírculo mesogástrico (com a convexidade para cima) hipertimpânico, com periferia maciça Macicez móvel: a macicez (pela ascite) muda de local conforme a gravidade (mudando de decúbito dorsal para decúbito lateral) Piparote: “peteleco Palpação Superficial Sempre à direita do paciente e com mãos aquecidas Se houver dor, palpar a região apontada pelo paciente por último (seguir a rotina dos quadrantes) Procurar por massas superficiais PROFUNDA Uma mão sobre a outra – tentar delimitar e descrever massas flagradas à percussão FÍGADO Palpação bimanual (com a mão E tracionando o fígado de trás para frente) ou em garra Consistência: lisa ou nodular Borda: romba (hepatomegalia) ou fina (normal) Massas e sensibilidade (dor) Esplenomegalia pode ser identificada através de duas técnicas: percussão da região inferior esquerda da parede torácica anterior (espaço deTraube) e verificação da presença dosinal de percussão esplênica. O espaço de Traube fica entre a área de atimpanismo pulmonar e o rebordo costal abaixo, e ao percutir esse espaço, deve-se ouvir som timpânico, indicando que não há visceromegalia, ou seja, que o espaço de Traube está livre. Para verificar o sinal de percussão esplênica, deve percutir o espaço intercostal mais abaixo da linha axilar anterior esquerda, região que costuma ser timpânica. Em seguida, é importante solicitar ao paciente que respire fundo e percutir novamente esta região. Quando o tamanho do baço está normal, o som timpânico à percussão se mantém mesmo com a respiração funda. O baço cresce em direção ao umbigo (sentido anterior, inferior e medial), e muitas vezes substitui o timpanismo doestomago e do cólon pela macicez de órgão, que é sólido (assim como o fígado). Então deve-se percutir nesse sentido Pontuar os exames requeridos entendendo seus critérios avaliativos • Hemograma • A presença do HBsAg na amostra de sangue do paciente estabelece o diagnóstico de hepatite B. Crônica 8 Maria Elionara II @FENIXDAMEDICINA II caso 02 Exames sorológicos Biópsia hepática Suspeita-se do diagnóstico da hepatite B crônica nos pacientes com: • Sinais e sintomas sugestivos • Elevações casualmente observadas nos níveis de aminotransferases. • Hepatite aguda previamente diagnosticada Confirma-se o diagnóstico com o antígeno de superfície da hepatite B positivo (HBsAg) e o anticorpo IgG para hepatite B de núcleo (IgG anti-HBc) e IgM anti-HBcAg e medindo o DNA do vírus da hepatite B (VHB-DNA quantitativo). Se hepatite B crônica é confirmada, realizar testes para antígeno e da hepatite B (HBeAg) e anticorpo para antígeno e da hepatite B (anti-HBe) pode ajudar a determinar o prognóstico e guiar a terapia antiviral. Se infecção por HBV confirmada sorologicamente é grave, deve-se medir anticorpos para vírus da hepatite D (anti-HDV). Testes quantitativos para HBV-DNA também são utilizados antes e durante o tratamento para avaliação da resposta. Biópsia é normalmente feita para avaliar a extensão dos danos no fígado e excluir outras causas de doença hepática. A biópsia hepática é mais útil em casos que não atendem as diretrizes para o tratamento (ver também as diretrizes práticas. Outros testes Testes de função hepática são necessários se não tiverem sido feitos anteriormente; eles incluem níveis séricos de ALT, AST, fosfatase alcalina e bilirrubina. Outros testes devem ser feitos para avaliar a gravidade da doença; eles incluem albumina sérica, contagem de plaquetas e TP/INR. Aguda • Exames sorológicos No diagnóstico inicial da hepatite aguda, deve-se diferenciar a hepatite viral de outras doenças que causam icterícia. Se há suspeita de hepatite viral aguda, os seguintes testes são realizados para triagem das hepatites virais A, B e C: • Anticorpo IgM para HAV (IgM anti-HAV) • Antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg) • Anticorpo central da hepatite B (IgM anti-HBc) • Anticorpo contra o vírus da hepatite C (anti- HCV) e PCR para RNA da hepatite C (HCV-RNA) Se qualquer um dos testes para Hepatite B for positivo, podem ser necessárias outras sorologias para diferenciar infecção aguda de infecções passadas ou crônicas Se as sorologias sugerirem hepatite B, realizar testes para antígeno e da hepatite B (HBeAg) e anticorpo para antígeno e da hepatite B (anti-HBe) pode ajudar a determinar o prognóstico e guiar a terapia antiviral. Se infecção por HBV confirmada sorologicamente é grave, deve-se medir anticorpos para vírus da hepatite D (anti-HDV). O HBV tem pelo menos 3 sistemas distintos de antígeno-anticorpo que podem ser testados: • HBsAg • Antígeno nuclear da hepatite B (HBcAg) • HBeAg HBsAg - aparece, caracteristicamente, durante o período de incubação, 1 a 6 semanas antes do início dos sintomas e alterações laboratoriais, e implica em estado de infecciosidade sanguínea. Desaparece durante a fase de convalescença. Entretanto, o HBsAg pode aparecer de forma transitória. Seu anticorpo protetor correspondente (anti-HBs) surge semanas ou meses depois, após a recuperação clínica, e geralmente persiste por toda a vida; portanto, sua detecção indica infecção prévia por HBV e imunidade relativa. Em cerca de 5 a 10% dos pacientes, o HBsAg persiste e não são desenvolvidos os anticorpos: esses https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-hepáticos-e-biliares/hepatite/visão-geral-da-hepatite-crônica#v900702_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/distúrbios-hepáticos-e-biliares/hepatite/visão-geral-da-hepatite-viral-aguda#v900386_pt 9 Maria Elionara II @FENIXDAMEDICINA II caso 02 pacientes tornam-se portadores assintomáticos do vírus ou desenvolvem quadro de hepatite crônica. O HBcAg -reflete o núcleo viral. É detectado em células hepáticas infectadas, mas não no soro, a não ser por meio de técnicas especiais. Anticorpos contra o HBcAg (anti-HBc) normalmente são detectados no início da doença; então, seus títulos diminuem de maneira gradual, geralmente durante anos ou por toda a vida. Sua detecção, somada ao anti-HBs, indica recuperação de infecção prévia por HBV. O anti-HBc também está presente nos portadores crônicos de HBsAg, que não expressam uma resposta contra o antígeno de superfície (anti-HBs). Na infecção aguda, o anti-HBc é, em grande parte, da classe IgM; já na infecção crônica, predomina o IgG anti-HBc. O IgM anti-HBc é um marcador sensível de infecção aguda pelo HBV e, muitas vezes, o único marcador de infecção recente por este vírus, refletindo uma janela entre o desaparecimento do HBsAg e o surgimento do anti-HBs. HBeAg- é uma proteína derivada do núcleo viral (não confundir com vírus da hepatite E). Presente apenas em pacientes com HBsAg positivo, indica um estado aumentado de replicação e infecciosidade viral. Em contraste, a presença do anticorpo correspondente (anti-HBe) indica infecciosidade reduzida. Assim, os marcadores sorológicos relacionados com o antígeno- e são mais úteis para prognóstico do que para diagnóstico. O desenvolvimento de hepatopatia crônica ocorre de forma mais frequente em portadores do HBeAg e de forma menos frequente em pacientes com anti-HBe. VHB-DNA pode ser detectado no soro de pacientes com infecção ativa por HBV Hepatograma- conjunto de elementos dosados no sangue que fornecem indicações sobre o funcionamento do fígado e das vias biliares. O hepatograma pode também ser chamado de provas de função hepática. O hepatograma consiste no doseamento das seguintes substâncias: • AST (aspartato aminotransferase) e ALT (alanina aminotransferase), antigamente chamada de TGO (transaminase glutâmica oxalacética) e TGP (transaminase glutâmica pirúvica), respectivamente*. • Fosfatase alcalina • GGT ou Gama GT (Gama glutamil transpeptidase) • Bilirrubinas (direta, indireta e total) • TAP (tempo de protrombina ativada) ou TP (tempo de protrombina) e INR • Albumina • 5′ nucleotidase (5’NTD) • LDH (lactato desidrogenase No caso da hepatite B, visualizar com propriedade as funções da TGO quanto da TGP. TGO (transaminase glutâmica oxalacética) e a TGP (transaminase glutâmica pirúvica). Toda vez que células que contenham TGO e/ou TGP sofrem lesão, essas enzimas “vazam” para o sangue, aumentando a sua concentração sanguínea. Portanto, é fácil entender por que doenças do fígado, que cursam com lesão dos hepatócitos, cursam com níveis sanguíneos elevados de TGO e TGP. Possíveis tratamentos para a condição do paciente • Relação sexual com preservativo; • O tratamento será realizado com antivirais específicos, disponibilizados no SUS, de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções (PCDT Hepatite B). Além do uso de medicamentos, quando necessários, é importante que se evite o consumo de bebidas alcoólicas. Os tratamentos disponíveis atualmente não curam a infecção pelo vírus da hepatite B, mas podem retardar a progressão da cirrose, reduzir a incidência de câncer de fígado e melhorar a sobrevida em longo prazo. HIPÓTESES 1-Segundo o relato de caso a paciente pode apresentar hepatite B associado a um quadro de hepatite D 2- Segundo o relato de caso a paciente pode apresentar hepatoesplenomegalia que é característico de quadro de HIV positivo. http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2016/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-hepatite-b-e-coinfeccoes
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