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Prof. Esp. Iane Neitzke GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS Relação Custo, Volume e Lucro Margem de Contribuição Sumário RELAÇÃO CUSTO, VOLUME E LUCRO Margem de Contribuição Margem de Contribuição A Margem de Contribuição é muito similar ao custeio variável. Tem como função contribuir tanto para a absorção dos gastos fixos, como para a obtenção do lucro total da empresa. Através dela a análise de lucro da empresa é efetuada não com base nos lucros totais unitários dos produtos e sim com base na Margem de Contribuição de cada um. Margem de Contribuição Margem de Contribuição é a diferença existente entre a receita proporcionada pelo produto e o seu gasto variável. Margem de Contribuição Unitária: corresponde a diferença entre os custos variáveis unitários apropriados ao produto e a receita gerada pelo mesmo. Margem de Contribuição Global ou Total: corresponde a diferença entre os custos variáveis totais e a receita gerada pelas vendas da empresa num determinado período. Margem de Contribuição Cálculo da Margem de Contribuição (MC) 1º Passo: identificar e separar os custos e as despesas variáveis, dos custos e despesas fixas: Custos Variáveis e Despesas Variáveis Custos Fixos e Despesas Fixas Margem de Contribuição Cálculo da Margem de Contribuição (MC) 2º Passo: aplicar a fórmula da Margem de Contribuição (MC) MC (Unitária) = PV(u) – CV(u) – DV(u) Onde: MC(u) – Margem de Contribuição Unitária PV(u) – Preço de Vendas CV(u) – Custos Variáveis DV(u)– Despesas Variáveis Margem de Contribuição Exemplo Prático Nº 08: Uma loja de artesanatos compra um vaso de cerâmica por R$ 16,00 e o vende por R$ 30,00. Sabendo que sobre o Preço de Venda incidem impostos no valor de 10% e que a empresa paga uma comissão aos seus funcionários de 5% sobre o Preço de Venda. Calcule a Margem de Contribuição registrada para o vaso de cerâmica. (+) Preço de Venda Unitário Receita R$ 30,00 (-) Custo da Mercadoria Vendida p/unidade Custo Variável Unitário (-) Comissões sobre as Vendas p/unidade (-) Impostos sobre as Vendas p/unidade (=) Margem de Contribuição p/unidade Despesa Variável Unitária Despesa Variável Unitária (R$ 16,00) (R$ 1,50) (R$ 3,00) R$ 9,50 Margem de Contribuição Exemplo Prático Nº 09: O restaurante Bom de Garfo apresenta os seguintes dados: O Custo do prato ficaria em: (+) Custo Fixo Total (+) Custo Variável Total (=) Custo Total Custo Unitário Dados Gerais Pratos servidos 3.000 por mês Custos Fixos R$ 12.000,00 Custos Variáveis R$ 15.000,00 Preço de Venda R$ 10,00 por prato Capacidade Produtiva 5.000 pratos por mês R$ 12.000,00 R$ 15.000,00 R$ 27.000,00 ÷ 3.000 unidades R$ 9,00 Margem de Contribuição Sabendo que o estabelecimento recebeu uma proposta para o fornecimento de 1.000 refeições mensais a R$ 6,00 por prato, analise a viabilidade da proposta. E agora? Como fica? Até então o Custo do prato = R$ 9,00 (+) Custo Fixo Total (+) Custo Variável Total (=) Custo Total Custo Unitário R$ 12.000,00 *R$ 20.000,00 *CVt=(R$15.000,00/3.000unid.)=R$5,00x4.000unid.=R$20.000,00 R$ 32.000,00 ÷ 4.000 unidades R$ 8,00 Dados 3.000 unidades 1.000 unidades Receita R$ 10,00 R$ 6,00 Custo Variável R$ 5,00 R$ 5,00 Margem Contribuição R$ 5,00 R$ 1,00 O que vimos nesta aula Após estudarmos margem de contribuição podemos dizer que ela representa o quanto um produto deixa de margem (unitária ou total) para cobrir todos os gastos fixos (custos e despesas) de uma empresa. Prof. Esp. Iane Neitzke GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS Relação Custo, Volume e Lucro Ponto de Equilíbrio Sumário RELAÇÃO CUSTO, VOLUME E LUCRO Ponto de Equilíbrio Ponto de Equilíbrio Em outras palavras, podemos dizer que o ponto de equilíbrio equivale ao nível mínimo de vendas que uma empresa deve realizar para não incorrer em prejuízo. Ponto de equilíbrio é aquele nível de operação no qual os gastos e as receitas equivalem-se resultando em lucro zero. Ponto de Equilíbrio Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) Ponto de Equilíbrio Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) Resumindamente: Ponto de Equilíbrio Contábil é o valor de vendas necessário para cobrir todos os gastos (custos e despesas fixas e variáveis) da empresa, sem obter lucro, ou seja lucro zero. PEC(q) = GFt / Mc(R$) PEC(R$) = PEC(q) x PVu É a representação do volume (em unidades e/ou em reais) de vendas necessária para cobrir todos os custos e despesas e no qual o lucro é nulo. Nele tem-se que: O lucro é igual a zero. As receitas são iguais ao somátório dos custos e despesas. Ponto de Equilíbrio Resumindamente: Ponto de Equilíbrio Econômico é o valor de vendas necessário para cobrir todos os gastos (custos e despesas fixas e variáveis) e ainda obter lucro. PEE(q) = GFt + Lucro desejado MCu PEE(R$) = PEE(q) x PVu É a representação do volume (em unidades e/ou em reais) de vendas necessária para cobrir, além de todos os custos e despesas, também o lucro desejado. Nele tem-se que: Haverá lucro. As receitas são iguais ao somátório dos custos, mais as despesas, mais o lucro desejado. Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) Ponto de Equilíbrio É a representação do volume (em unidades e/ou em reais) de vendas necessária para cobrir somente os custos e despesas desembolsáveis (que geram desembolso de caixa) e outros gastos, também desembolsáveis, que não são computados como custo ou despesa. Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) Ponto de Equilíbrio Desconsidera os custos ou despesas que não representam saída de caixa (não desembolsáveis) como a depreciação, a amortização e a exastão. Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) PEF(q)= GFt - Deprec. + Amortiz.Emprést.ou Financ. MC(R$) PEF(R$) = PEF(q) x PVu Engloba outros desembolsos financeiros que não estão necessariamente inclusos nos custos ou nas despesas. Exemplo: a amortização de empréstimos e financiamentos. Ponto de Equilíbrio Quanto à aplicabilidade - É facilmente entendida quando se trata de: Um único produto; Mais de um produto, porém desde que todos tenham a mesma margem de contribuição; Numa linha de produção, onde se possa estabelecer o ponto de equilíbrio por unidade de produção, seja por horas, quantidades, etc. Ponto de Equilíbrio Quanto às contribuições - Tanto o planejamento, quanto o monitoramento podem contribuir para: O planejamento de um novo negócio; A análise da viabilidade de novos investimentos em negócios existentes; O monitoramento sistemático de negócios em andamento; A simulação de cenários de vendas e suas repercussões nos resultados. A utilização na tomada de decisões. Ponto de Equilíbrio Quanto às restrições - Algumas situações podem ser objeto de reflexão ou de limitação: Dificuldade em classificar a MOD como custo direto e variável. A forma como identificamos e classificamos os custos e as despesas em fixos e variáveis (nem sempre com facilidade e clareza). Os gastos (pagamentos) que ocorrem em um determinado período, mas que podem abranger períodos seguintes. A falta de sincronismo entre as receitas e as despesas, dentre outras. Ponto de Equilíbrio Exemplo Prático Nº 10: Uma empresa apresenta num determinado período os dados apresentados abaixo: Dados Preço de Venda Unitário 927,50 Custos e Despesas Variáveis Unitários 556,50 Custos e Despesas Fixos Anuais 155.820,00 Depreciação inclusa nos Custos e Despesas Fixos 22.260,00 Amortização (pagamento) de Empréstimo 30.000,00 Patrimônio Líquido (PL) constante no BP 267.120,00 Remuneração esperada pelos proprietários (Lucro desejado) 10% a.a. s/PL= R$ 26.712,00 Tópico 2 - Ponto de Equilíbrio PEC - Ponto de Equilíbrio Contábil PEC (q) = GF(t) / MC (R$) = PEC (R$) = PEC (q) x PV (u) = PEE - Ponto de Equilíbrio Econômico PEE (q) = (GF (t) + Lucro desejado) / MC(R$) = PEE (R$) = PEE (q) x PV (u) = PEF - Ponto de Equilíbrio Financeiro PEF(q) = (GF(t) – Depreciação + Amortização Empréstimo ou Financiamento / MC (R$) = PEF(q) = PEF (R$) = PEF (q) x PV (u ) = 155.820,00 / (927,50 - 556,50) 420 unidades x R$ 927,50 420 unidades R$ 389.550,00 (155.820,00 + 26.712,00) / (927,50 - 556,50) 492 Unidades 492 unidades x R$ 927,50 R$ 456.330,00 (155.820,00 - 22.260,00 + 30.000,00) / (927,50 - 556,50) 440,8625 unidades 440,8625 unidades x R$ 927,50 R$ 408.900,00 Tópico 2 - Ponto de Equilíbrio DRE no Ponto de Equilíbrio Ponto de Equilíbrio Contábil Ponto de Equilíbrio Econômico Ponto de Equilíbrio Financeiro Quantidade Quantidade Quantidade Unitário (R$) Total (R$) Unitário (R$) Total (R$) Unitário (R$) Total (R$) (+) Receita (-) Custos Custo Variável Custo Fixo (=) Resultado 420 492 440,8625 927,50 927,50 556,50 371,00 0,000,00 389.550,00 389.550,00 233.730,00 155.820,00 927,50 927,50 873,21 556,50 316,71 54,29 456.330,00 429.618,00 273.798,00 155.820,00 *26.712,00 859,45 556,50 302,95 68,05 408.899,98 378.899,98 245.339,98 **133.560,00 30.000,00 *Lucro desejado ** (-) Deprec. R$ 22.260,00 (+) Amortiz. R$ 30.000,00 Tópico 2 - Ponto de Equilíbrio Ponto de Equilíbrio Contábil: Se empresa produzir e vender 420 unidades ou ter R$ 389.550,00 de vendas, terá lucro Zero, uma vez que, as receitas cobrem somente os custos e as despesas. Ponto de Equilíbrio Econômico: Se empresa produzir e vender 492 unidades ou ter R$ 456.330,00 de vendas, terá o lucro desejado de R$ 26.712,00, além de cobrir todos os custos e as despesas. Ponto de Equilíbrio Financeiro: Se empresa produzir e vender aproximadamente 441 (440,8625) unidades ou ter R$ 408.899,98 de vendas, não terá lucro, mas sobrará uma diferença de R$ 30.000,00 correspondente ao valor do empréstimo a ser amortizado e que foi incluido no cálculo do ponto de equilibrio. O que vimos nesta aula Ponto de equilíbrio momento em que o nível do volume de vendas (receita) se iguala aos gastos totais, resultando num lucro zero. Porém, este é apenas um dos conceitos de ponto de equilíbrio: Ponto de Equilíbrio Contábil: quando o valor de vendas é igual ao somatório de todos os gastos (custos e despesas fixas e variáveis) da empresa, sem obter lucro (lucro zero). Ponto de Equilíbio Econômico: quando o valor de vendas, além de suportar todos os gastos (custos e despesas fixas e variáveis) da empresa, também cobre o custo de oportunidade do capital investido na empresa, ou seja, o lucro desejado. Ponto de Equlíbrio Financeiro: quando o valor de vendas é igual ao somatório de todos os gastos (custos e despesas fixas e variáveis) desembolsáveis da empresa. Ele desconsidera os gastos não desembolsáveis como depreciação e amortização de empréstimos e financiamentos. Prof. Esp. Iane Neitzke GESTÃO DE CUSTOS E PREÇOS Relação Custo, Volume e Lucro Margem de Segurança Operacional e Grau de Alavancagem Operacional Sumário RELAÇÃO CUSTO, VOLUME E LUCRO Margem de Segurança Operacional Alavancagem Operacional Margem de Segurança Corresponde à quantidade de produtos ou de receitas operadas acima do Ponto de Equilíbrio ou seja, o quanto se pode perder em vendas (quantidades e R$) sem incorrer em prejuízos. MS(q) = Vendas(q) – PEC(q) MS(R$) = Vendas(R$) – PEC(R$) MS(%) = MS(q) / Vendas(q) MS(%) = MS(R$) / Vendas(R$) Onde: MS (%) = Margem de Segurança em Percentuais MS (q) = Margem de Segurança em Quantidade MS (R$) = Margem de Segurança em Reais PEC (Q) = Ponto de Equilíbrio em Quantidade PEC (R$) = Ponto de Equilíbrio em Reais Vendas (Q) = Vendas em Quantidades Margem de Segurança Alavancagem Operacional Para entendermos melhor o que significa Alavancagem Operacional vamos utilizar um exemplo prático: Exemplo Prático N° 11 - Uma empresa, em sua situação normal produz e vende 200 unidades de um determinado produto X e apresenta os seguintes dados: Preço de Venda R$ 2.700,00 por unidade Custos e Despesas Variáveis R$ 1.700,00 por unidade Custos e Despesas Fixos R$ 150.000,00 por mês Através do Demonstrativo do Resultado do Exercício, vamos simular duas situações: 1ª Situação: Redução das quantidades vendidas para 180 unidades. 2ª Situação: Aumento das quantidades vendidas para 220 unidades. 37 Demonstrativo Resultado do Exercício Redução na Quantidade Situação Atual Aumento na Quantidade Quantidade 200 Quantidade Quantidade Unitário Total Unitário Total Unitário Total (+) Receita de Vendas 2.700,00 2.700,00 540.000,00 2.700,00 (-) Custos e Desp. Variáveis -1.700,00 -306.000,00 -1.700,00 -340.000,00 -1.700,00 -374.000,00 (=) Margem de Contribuição 1.000,00 180.000,00 1.000,00 200.000,00 1.000,00 220.000,00 (-) Custos e Despesas Fixos -833,33 -150.000,00 -750,00 -150.000,00 -681,82 -150.000,00 (=) Lucro Operacional 166,67 250,00 318,18 Variação % Quant. ou Receita Variação em % Lucro -10% -40% +10% +40% 30.000,00 50.000,00 70.000,00 180 486.000,00 220 594.000,00 Alavancagem Operacional Observe que o lucro aumenta mais que proporcionalmente ao aumento dos custos e das despesas – nesse caso custos e despesas variáveis -, já que os custos fixos totais não sofrem alteração. A redução nas vendas causa o mesmo impacto, só que no sentido contrário, e isso é Alavancagem Operacional. Alavancagem Operacional corresponde ao quanto o lucro alavanca em relação a qualquer variação ocorrida em suas vendas, mantendo se a mesma estrutura de custos e despesas fixos. Alavancagem Operacional Alavancagem Operacional GAO(q) = MC(R$) / LO(R$) Onde: GAO – Grau de Alavancagem Operacional MC(R$) – Margem de Contribuição Total em Reais LO(R$) – Lucro Operacional em Reais O que vimos nesta aula Margem de segurança operacional corresponde à quantidade de produtos ou de receitas operadas acima do Ponto de Equilíbrio, ou seja, o quanto se pode perder em vendas (quantidades e R$) sem incorrer em prejuízos. Alavancagem operacional é responsável por indicar o quanto o lucro de uma empresa irá alavancar (para mais ou para menos) em relação a qualquer variação ocorrida em suas vendas, mantendo se a mesma estrutura de custos e despesas fixas.
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