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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA CURSO SUPERIOR TECNOLÓGICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP RUI RODRIGUES DO NASCIMENTO A SEGURANÇA PÚBLICA E A GUARDA MUNICIPAL Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como requisito para aprovação na disciplina de TCC em Segurança Pública. Orientador: KATIA DE MELLO SANTOS Rio de Janeiro – RJ Junho de 2018 2 A SEGURANÇA PÚBLICA E A GUARDA MUNICIPAL Rui Rodrigues do Nascimento 1 Katia de Mello Santos 2 RESUMO A proposta deste trabalho é mostrar a Segurança Pública, focando na atuação da Guarda Municipal. Falaremos sobre cada um dos órgãos responsáveis pela manutenção da ordem e o que determina a Lei em relação a eles. Mostraremos também, o que a falta da segurança pública pode causar na sociedade. O trabalho terá como base a pesquisa bibliográfica, onde serão consultadas fontes primárias, como os livros e fontes secundárias como os sites relacionados as leis citadas e as órgãos. E dessa forma é possível concluir apesar dos problemas relacionados a segurança pública é possível melhorar a situação e entender como funciona a Guarda Municipal e quais seus pontos de atuação, para conseguir devolver a sensação de segurança a sociedade. O trabalho será estruturado em capítulos que possibilitarão melhor entendimento sobre o tema, usando como base conceitos de autores como Braga (2006), Caetano e Sampaio (2016), Oliveira, Tonelli e Pereira (2013) e Salineiro (2016). Palavras-chave: Segurança. Pública. Guarda. Municipal. Lei. ABSTRACT The proposal of this work is to show the Public Security, focusing on the performance of the Municipal Guard. We will talk about each of the agencies responsible for maintaining order and what determines the Law in relation to them. We will also show what the lack of public safety can cause in society. The work will be based on bibliographical research, where primary sources such as books and secondary sources will be consulted, such as sites related to cited laws and bodies. And so it is possible to conclude despite the problems related to public safety, it is possible to improve the situation and understand how the Municipal Guard works and what its points of action, in order to restore a sense of security to society. The work will be structured in chapters that will enable a better understanding of the theme, based on concepts such as Braga (2006), Caetano and Sampaio (2016), Oliveira, Tonelli and Pereira (2013) and Salineiro (2016). Keywords: Safety. Public. Guard. Municipal. Law. 1 Graduando em Tecnólogo em Segurança Pública pela UNESA – Universidade Estácio de Sá. 2 Professora orientadora – UNESA – Universidade Estácio de Sá. 3 1. INTRODUÇÃO No presente artigo, vamos abordar as questões que envolvem a Segurança Pública e a Guarda Municipal. A maioria dos problemas, relacionados as questões da segurança pública, poderiam ser solucionados através de uma política mais efetiva, que não favorecesse a desigualdade social e econômica do país. Sabemos que a violência é um problema global, presente em todas as sociedades e tradições culturais. Devido a esse contexto, a segurança pública, ganha muito destaque tanto na mídia, quanto na política e para a sociedade. Com o medo que a população vem sentindo por forte influência da violência, muitos problemas, tanto a vida das pessoas que deixam de andar tranquilas, sair à noite, frequentar determinados lugares, quanto para a economia. Pois evitando sair as pessoas evitam gastar, logo a circulação de dinheiro cai e as lojas, restaurantes, e empresas começam a ser afetadas economicamente, o que começa a implicar em outros problemas. Com isso o problema deixou de ser uma questão de política e passou para a questão de segurança pública. Outras questões que se tornaram preocupantes, são: o aumento da criminalidade, aumento da insegurança, aumento da violência, certeza de impunidade, superlotação dos presídios, corrupção, rebeliões, investigação criminal e perícia precárias por falta de investimentos. Diante desses fatores, podemos observar que a responsabilidade da segurança pública, não é somente dos policiais, juízes e promotores, mas também de uma política de segurança estimule melhorias aos órgãos do poder público e da sociedade civil para oferecer mais segurança e qualidade de vida a toda população brasileira. Entendemos que a violência é um mal e que precisa ser eliminado da sociedade. Ela tira das pessoas o direito de ir e vir. A sociedade muda sua rotina para evitar locais e situações que possam causar violência, criando assim, estratégias próprias, por isso a importância desse estudo. Todos esses fatores, tomam a atenção de especialistas políticos ao longo dos anos. Tanto em relação aos fatores, quanto em relação as medidas de segurança que em muitos casos precisam ser imediatas. Como no caso da impunidade e da criminalidade, que precisa constantemente de reformulações nas suas propostas e mudanças nos órgãos 4 de segurança, na legislação penal e na justiça. É assim, favorecer o trabalho da guarda municipal na prevenção e na solução dos crimes. Com essas informações, chegamos ao seguinte questionamento: Como a guarda municipal pode auxiliar na melhoria da segurança pública? E temos como objetivo geral, mostrar a atuação da guarda municipal no combate a violência e quanto aos objetivos específicos, queremos apresentar a segurança pública de forma geral e a responsabilidade do Governo em relação a ela. Quanto a metodologia utilizada, quantos aos fins, é classificada como uma pesquisa descritiva, por descrever características e situações encontradas constantemente em diversas organizações. E quanto aos meios, é classificada como uma pesquisa bibliográfica usando como base material publicado em livros ou redes eletrônicas, com em fonte primaria e secundária. Conforme explica a autora Vergara, (2007) “A pesquisa bibliográfica é o estudo sistemático desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”. Que geram entendimento sobre a variedade e a abrangência sobre o tema, adequados ao propósito da pesquisa. E para isso o artigo, será estruturado em 6 capítulos, onde serão abordados, após a introdução, os seguintes temas: os conceitos e o que é a segurança pública de forma ampla. No capítulo seguinte, mostraremos a responsabilidade da União, do Estado e dos Municípios, abordando de forma detalhada os órgãos que atuam dentro de cada unidade. Posteriormente, falaremos da sociedade sem segurança, apresentando os problemas vividos pela população. E já no quinto capítulo, falaremos da atuação da Guarda Municipal, mostrando o contexto histórico e a atuação da Guarda Municipal. E em seguida, chegaremos a conclusão do estudo. 2. SEGURANÇA PÚBLICA Conforme o artigo 144 da Constituição Federal de 88, o conceito de melhor traduz o que é a segurança pública é a “Incumbência do Estado com a finalidade de 5 proteger a sociedade, prevenindo e controlando as manifestações da criminalidade e da violência, garantindo o exercício pleno da cidadania nos limites legais.” Comparando com as outras Constituições Brasileiras, a Carta Magna de 1988 trouxe poucas mudanças, por parte dos seus legisladores, relativas ao tema segurança pública e manutenção da ordem e preservação do patrimônio. A carta política pouco inovou no âmbito da segurança pública. Realocou apenas algumas competências, criou uma instituição no âmbito municipal, mas, principalmente, reconheceu e legitimou o que já existia: a existência de uma polícia militarizada adstrita ao policiamento ostensivo fardado e uma polícia judiciária incumbida da elaboração do inquérito policial (PINHEIRO, 2003). A Constituição Federal também prevê que, além de ser um dever do Estado,direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da integridade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: Polícia federal; Polícia rodoviária federal; Polícias civis; Polícias militares; Guardas municipais; Corpos de bombeiros militares. Percebe-se que a Segurança Pública é composta pela polícia federal, polícia rodoviária e ferroviária federal, polícias civis (estaduais) e polícias militares e corpos de bombeiros militares (também estaduais) e pela guarda municipal, que terão por objetivo a preservação da ordem pública. E por fazer parte da responsabilidade do Estado, é voltada para a sociedade. Ela gera possibilidade de todos os cidadãos viverem em sociedade com sentimento de segurança, protegidos em seus direitos. Pois a criminalidade não atinge somente uma pessoa, mas a sociedade como um todo. Conforme explica o autor Sapori (2007): A manutenção da ordem pública é, indubitavelmente, um dos principais bens coletivos da sociedade moderna. O combate à criminalidade constitui uma atribuição estruturante do Estado nas sociedades contemporâneas. Além de prover saúde e educação, bem como outros serviços que garantem o bem-estar social, deve o Estado zelar pela preservação do patrimônio dos cidadãos e de 6 suas respectivas integridades físicas. Os conflitos sociais derivados da disseminação de comportamentos desviantes são manejados, nas sociedades modernas, por organizações públicas especializadas na efetivação de mecanismos de controle social. E em conformidade com o autor, Silva (2003), deve ocorrer uma diminuição dos riscos, um melhor gerenciamento e posicionamento por parte do Estado, para conseguir oferecer segurança a toda sociedade pois a violência e a criminalidade estão presentes por toda parte e níveis sociais, conforme vemos em sua citação logo a seguir. Admitindo o crime como fenômeno inerente à convivência social, portanto, na caberão políticas que tenham a pretensão de acabar com ele, e muito menos que se restrinjam ao acionamento do sistema policial penal. SILVA (2003) O autor também nos mostra que devido ao medo, a sociedade começa a se distanciar uns dos outros, e assim rompem algumas relações. E com isso a insegurança pode diminuir, mas não será solucionada, pois o crime pode ser executado por qualquer indivíduo, e não tem relação com estereótipos conforme o autor explica a seguir: Os criminosos são vinculados a características físicas e econômicas e estes estereótipos (pobre e negro) estimulam o racismo e o elitismo no interior da sociedade. Na verdade, numa sociedade cuja maioria é formada de negros e pobres presenciamos um aumento crescente do sentimento de insegurança. SILVA (2003). 3. A RESPONSABILIDADE DA UNIÃO, DO ESTADO E DOS MUNICÍPIOS Nesse capítulo, mostraremos de forma separada a responsabilidade de cada órgão a nível da União, do Estado e dos Municípios. Os autores Caetano e Sampaio (2016), podemos ver na tabela a seguir a missão de cada órgão de segurança pública. 7 Tabela 1: Missão dos órgãos de segurança pública. Fonte: Caetano e Sampaio (2016). 3.1. A responsabilidade do município: Guarda Municipal Começando pelos municípios, temos a Guarda Municipal, que tem poder de polícia administrativa ao cumprir as leis municipais e podem atuar em situações de flagrante. E segundo o autor Ventris (2010), a Guarda Municipal, pode ser definida, como uma “Instituição Pública Municipal, uniformizada, hierarquizada, desmilitarizada, armada ou não, de criação constitucionalmente facultativa, por iniciativa exclusiva do 8 Executivo Municipal”. Para agir na prestação de serviços na segurança pública municipal e na preservação da ordem pública. 3.2. A responsabilidade do Estado: Polícia Militar, Polícia Civil e o Corpo De Bombeiro Militares Inciando pela Polícia Militar, atuando para manter o equilíbrio social, porém muitas vezes, são criticados, ao cumprir seu papel, como por exemplo ao entregar infratores e marginais a justiça e essa, através das normas jurídicas acaba o devolvendo as ruas. Em seguida, a polícia civil, é responsável pela atividade de polícia judiciária em todo o Estado atua depois do crime ter ocorrido, fazendo investigações para chegar aos infratores e assim proteger os direitos e garantias da população. Tem a responsabilidade de elaborar os boletins de ocorrência, expedir Atestado de Antecedentes Criminais e Carteiras de Identidade. Seu quadro é formado por delegados, investigadores, escrivães e papiloscopistas. O delegado de Polícia Civil é a autoridade que instaura e preside o inquérito policial, antes do encaminhamento para o Ministério Público e para o Poder Judiciário. Já o Corpo de Bombeiro Militares, atua na manutenção da ordem pública e da integridade física das pessoas. Fazem parte da Polícia Militar, apensas nos Estados Brasileiros: São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e Paraná. Nos demais Estados eles são independentes da Polícia. E no Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros é subordinado à Secretaria de Estado de Defesa Civil. Historicamente, os corpos de bombeiros apresentam um vínculo muito forte com as Organizações Policiais Militares, quer seja por terem sido criados, em geral, como um de seus órgãos, como ainda, por terem sido integrados a elas em algum momento de suas histórias. A exceção é feita ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal que desde sua criação no ano de 1856, como Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, sempre se constituiu em uma organização independente da Força Policial (COSTA, 2008). 9 Então por serem considerados órgãos de segurança pública, também têm o dever de zelar por ela, buscando a melhoria da sensação de segurança pelas pessoas. Os corpos de bombeiros militares, portanto, são organizações militares estaduais que possuem um papel claro e bem definido no contexto da segurança pública. Eles têm como missão precípua a proteção contra incêndios e salvamentos, além de atendimentos a casos de calamidades públicas e atividades de defesa civil, entre outras previstas em lei. Muito embora, no atual contexto da segurança pública a integração dos órgãos tem possibilitado a atuação dos corpos de bombeiros militares em ações voltadas para as questões sociais, assistenciais e de prevenção primária da violência, o que, de certa forma, amplia a sua missão e contribui para a melhoria da qualidade dos serviços de segurança pública prestada à sociedade (COSTA, 2008). 3.3. A responsabilidade da União: Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal A Polícia Federal, é um órgão permanente, estruturado em carreira. E conforme estabelecido no art. 144, da Constituição Federal de 1988, suas atribuições são: "§ 1º - A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente estruturado em carreira, destina-se a: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras; IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União." 10 Já a Polícia Rodoviária Federal, também é um órgão permanente, estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. Conforme, vemos no Art. 20 da Constituição Federal de 1988, a seguir: “Compete à Polícia Rodoviária Federal,no âmbito das rodovias e estradas federais: I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições; II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança pública, com objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros; III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as medidas administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas; IV - executar serviços de prevenção, atendimento de acidentes e salvamento de vítimas; V - realizar perícias, levantamentos de locais de acidentes, boletins de ocorrência e termos circunstanciados, teste de dosagem alcoólica e outros procedimentos estabelecidos em lei e regulamentos imprescindíveis à elucidação das causas dos acidentes de trânsito. VI - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de cargas indivisíveis; VII - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normais legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções e instalações não autorizadas; VIII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas, adotando ou indicando medidas operacionais preventivas encaminhando-os ao órgão rodoviário federal; IX - implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Educação de Trânsito; X - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Contran; XI - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículos ede prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação; XII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 67, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais; XIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis às infrações referentes a excesso de dimensões e, por meio de balanças móveis, as relativas a 11 excessos de peso, bem como notificar e arrecadar as multas aplicadas”. (Art. 20) Todos esses profissionais da área da segurança pública, se arriscam e se comprometem a estabelecer a ordem e melhorar a integridade da sociedade. 4. A SOCIEDADE SEM SEGURANÇA PUBLICA A sociedade, é sem dúvidas quem mais sofre diante da falta de segurança, sofrem ao se tornarem vítimas da criminalidade, ao perderem o direito de ir e vir, sofrem por deixar sua rotina de lado em busca de segurança para tentarem se proteger dos perigos que enfrentamos constantemente. O medo da violência, causa diversos danos a vida das pessoas, segundo o autor Bauman (2006), as pessoas sentem medo de situações que estão fora de seu controle, conforme o autor cita a seguir, “o que não somos capazes de administrar nos é desconhecido. O desconhecido é assustador. Medo é outro nome que damos à nossa falta de defesa”. Ainda sobre o mesmo autor, as pessoas, temem o que é desconhecido e como não estamos acostumados a situações perigosas e de conflitos que nos deixam ameaçados, reagimos sentindo medo. São esses fatores que se tornam culturais e se fortalecem cada vez mais, considerando os perigos das ruas e dando a sensação que a vida dentro de casa é mais segura. Depois disso, vem a discriminação, todos como referência de lugares, bairros e cidades perigosas que devem ser evitados, quando em relação com pessoas específicas da sociedade, como os negros que sofrem muitas discriminação, como com os moradores de comunidades, que são considerados como ladrões, marginais ou viciados. O autor, Zaluar (2000), especifica bem esse tipo de comportamento “uma das técnicas repressivas é a estigmatização de quem se quer reprimir. O espelho que se constrói agora no Brasil é este: pobre, criminoso, perigoso.” 12 Esses fatores, mostram o quanto uma gestão de segurança pública efetiva, pode melhorar a vida da população. As alterações da rotina, começam de forma pequena, se tornam gradual e chega o momento que as pessoas só saem de suas casas para ir trabalhar, aproveitam a ida e a volta, para levar seus filhos na escola, resolver problemas e fazer compras, tudo com meda, em estado de alerta, causando um desgaste emocional e físico muito grande. 4.1. Soluções para a segurança pública Diante de tantos problemas que a segurança pública enfrenta no Brasil, temos possíveis soluções, que se bem executadas, podem devolver a paz a sociedade. Em primeiro lugar, deveria ser intensificado, o combate ao tráfico de entorpecentes para diminuir o poder dos marginas. Combater a corrupção, para evitar, trabalho e retrabalhos, por parte da polícia. Investir na educação e na evasão escolar, para os estudantes saírem das escolas preparados para o mercado de trabalho. Melhorias nas condições de trabalhos para todos os agentes, sejam em nível de guarda municipal, ou policiais e até combeiros, armas mais potentes, viaturas novas, melhores equipamentos de segurança. Oferecer treinamentos de alta qualidade e fazer reciclagens constantes de acordo com as mudanças que irão surgindo e aumentar o policiamento ostensivo nas ruas. Iniciativa de gerar novos empregos, para diminuir a ociosidade e o nível de pobreza. Estabelecer uma mudança nas leis e na sua execução, pois com leis mais rígidas e efetivas, quando são obedecidas, geram medo das consequências e funcionam inibindo os crimes. Esse é o melhor caminho para um planejamento eficaz de segurança. A melhoria dos pontos indicados, garantirá melhores condições de vida para a sociedade e de trabalho para os policiais. 5. A GUARDA MUNICIPAL 13 5.1 Contexto histórico da Guarda Municipal Em 1775, foi criado em Minas, o Regimento da Cavalaria, que é considerado como o órgão antecessor a Guarda Municipal. Sua criação foi voltada para a proteção dos patrimônios e oferecer mais segurança a população. Já em 1809, houve uma divisão na Guarda Real, destacando mais características da Guarda Municipal que temos atualmente, no município do Rio de Janeiro. 5.2. Atuação da Guarda Municipal A princípio, podemos destacar, a opinião de alguns autores, sobre a atuação da Guarda Municipal, onde, os autores Caetano e Sampaio (2016), explicam que os municípios, se preocuparam em oferecer condições de trabalho para a atuação da Guarda Municipal, de forma que o órgão auxilie no combate a violência. Através disso, o poder público, elaborou um planejamento, onde forneciam a qualificação aos agentes dentro dos padrões estabelecidos pela Secretaria Nacional de Segurança (SENASP). Desenvolvendo também, a prevenção a violência e a preservação dos patrimônios públicos. E para o autor Salineiro (2016), “as guardas municipais, necessitam de uma nova estrutura.” E conforme os autores, Oliveira, Tonelli e Pereira (2013), “a segurança pública, deixou de ser um problema policial, envolvendo a administração e a politicas públicas, com isso a responsabilidade municipal ganhou importância.” E vemos na Lei nº 13.022, de 08 Agosto de 2014 que as Guardas Municipais, obedecem diretamente ao Poder Executivo municipal etem seu poder efetivo relacionado ao número de habitantes dos municípios. E a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça, oferece a capacitação requeria ao cargo, em termos de treinamento, com garantias de progressão na carreira e autorização para uso de armas de fogo, como forma de combate 14 a violências em casos extremos, após treinamento intensivo. E no Art. 144, da Constituição Federal de 1988, que “A segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos” e no inciso 8, vemos que “os municípios poderão agir através das guardas municipais para a proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.” O autor Kopitike (2016), O autor Kopitike (2016), mostra que as guardas municipais não atuam nos chamados de emergência e não devem fazer o papel ostensivo. E cita que “As guardas não fazem parte dos efetivos policiais, de forma que não atendem emergências ou realizam o serviço de patrulha.” Considerando Ventris (2010), notamos que a autoridade que a Guarda Municipal, possui é a de uma polícia administrativa, garantindo a ordem e a obediência as Leis. 5.3. A Guarda Municipal do Rio de Janeiro Em 1992, foi criada a Guarda Municipal no município do Rio de Janeiro, em acordo com a Lei nº1.887, de 27 de Setembro de 1992, com a finalidade de melhorar a vida da população em termos de segurança. Considerando somente o município de Rio de Janeiro, segundo o IBGE, a população está estimada em 6.520.266 pessoas e contam com mais de 5 mil agentes da Guarda Municipal, que segundo informações da prefeitura do Rio de Janeiro, que tem as obrigações de: Orientar a população; Implementar ações comunitárias; Vigiar os espaços públicos; Proteger o meio ambiente, o patrimônio histórico, cultural, ecológico e paisagístico do Município; Organizar o trafego de veículos e das normas de trânsito. E como podemos observar na Lei nº 13.022/14, no Art. 19, a guarda municipal, não pode usar a hierarquia das forças militares, em relação as graduações. 15 E dessa forma, o autor, Braga (2006), nos mostra que os agentes usam nomeações, de acordo com a sua classe, que podem ser 3ª Classe, 2ª Classe e 1ª Classe. Passando para Subinspetor e Inspetor posteriormente. Ao ingressar, o agente é considerado como de 3ª Classe, podendo ficar na mesma classe até 3 anos, conforme o determinado no plano de cargo. Após a promoção, passa para a 2ª Classe, adquirindo mais atribuições e se tornando superior aos agentes de 3ª Classe. Após o período de 3 a 5 anos, os agentes passam da 2ª Classe para a 1ª Classe, recebendo mais responsabilidades e consequentemente gratificações adequadas ao nível. Já os Subinspetores, tem a tarefa de fiscalizar, todas as três classes e de executar os projetos determinados pelos Inspetores. E para se tornarem inspetores, eles recebem um treinamento específico e é exigido qualificações em nível superior. E ao se tornar um inspetor, este comandará toda a parte estratégica e organizacional da corporação, escolhendo as melhores forma de execução. E as promoções continuam para os cargos de corregedor, ouvidor, subcomandante e comentante da Guarda Municipal. Os agentes, de todas as classes, atuam de diversas formas pra garantir a segurança pública sua atuação pode acontecer de diversas formas como informado através do site da prefeitura do Rio de Janeiro e assim podemos ver de forma detalhada a seguir: Patrulhamento a pé: Em locais públicos, garantindo ordem e também auxílio a sociedade. Em viaturas: Atuam prestando apoio nas missões executadas pelo município. Em motocicletas: Ganham agilidade no trânsito, e ainda podem garantir o patrulhamento. Em bicicletas: Atuam em parques, praças e pela orla da praia ou em pontos estratégicos, garantindo a ordem. Com cães: Atuam também em locais públicos para reprimir os delitos e proporcionar segurança. Com carros elétricos: Em locais públicos de grande extensão, para facilitar o deslocamento em terrenos onde uma viatura comum, enfrentaria dificuldades de 16 acesso, como podemos ver no Parque Madureira, no Aterro do Flamengo e na Quinta da Boa Vista. Com micro-ônibus: Para garantir o deslocamento das equipes do GOE – Grupamento de Operações Especiais, que precisam agir com equipamentos individuais como colete, capacete, bastões e escudos. Com uma Unidade Móvel de Comando: Onde o carro, fica posicionado de forma estratégica em grandes locais e eventos. Nessa unidade, os agentes contam como câmeras de monitoramento, rádio transmissores, computadores e internet, que ajudarão na fiscalização da ordem pública. Na Torre de Vigilância: Também usada em eventos, a torre tem a vantagem de atingir 9 metros de altura, dando uma visão ampla da área ao entorno, e também conta com câmeras de monitoramentos, computadores e internet para execução do trabalho dos agentes. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Dessa forma, o objetivo desse trabalho, foi mostra a segurança pública e a guarda municipal. Para isso abordamos a questão da segurança pública, onde apresentamos os órgãos que a compõe e as funções de cada um. O trabalho, também discorreu sobre a responsabilidade da união, do estado e dos municípios em relação aos órgãos, onde mostramos os conceitos fundamentados conforme as leis de forma detalhada. A analisamos a vida da sociedade com os problemas relacionados a falta de uma segurança pública adequada ao que a população precisa e conseguimos encontrar algumas soluções que podem gerar melhorias para os problemas enfrentados pela segurança pública, aqui no Brasil. Onde inicialmente é necessário combater o tráfico e a corrupção de forma simultânea, para em seguida proporcionar melhorias no setor de educação. Diante do desespero a sociedade, busca assiduamente, auxilio dos responsáveis, buscando formas de solucionar os problemas do cotidiano. E a principais, soluções para esse problema é a punição e a criminalização. A insegurança, criminalidade e violência, é caracterizada por forçar uma situação contra a vontade da outra pessoa. Para combatê-la, é necessário um planejamento efetivo, que será posto em prática pelo trabalho dos órgãos responsáveis. Essas possíveis soluções encontradas, em um primeiro momento, 17 causará muitas discordâncias, até chegar ao fim do planejamento. São medidas de fácil entendimento e de execução que poderão gerar resultados satisfatórios a todos os envolvidos. A insegurança deve ser controlada para parar de crescer de forma descontrolada. Os órgãos integrantes do Sistema de Segurança Pública, devem funcionar com uma integração, onde cada órgão fará sua parte, e o fluxo sequencial do trabalho chegará a melhorias de forma geral. Com relação aos profissionais, que trabalham diariamente nas ruas para garantir a manutenção e estabelecimento da ordem pública, entendemos que se trata de um trabalho árduo e complexo, baseado no que determina as Leis e a Constituição Federal de 1988. Esses profissionais, se arriscam em benefício da população, além de se preocuparem com sua própria segurança e de sua família, e esses fatores podem vir a causar diversas mudanças no próprio ser humano e nas suas condições de comportamento. O que também serve para mostrar que é preciso fazer melhorias nas condições de trabalhos para os profissionais que preservam a ordem pública. Todo o trabalho foi baseado nas Leis citadas e na Constituição Federal de 1988, onde conseguimos encontrar as melhores forma de resolver determinadas questões, que precisam ser trabalhados com todos os órgãos responsáveis por manter e melhorar o fornecimento da segurança pública para a sociedade e esse trabalho, pode ser feitocombinado com a sociedade, pois eles têm o direito de propor melhorias e expor como as melhorias geradas pelo serviço pode influenciar de forma positiva nas suas vidas. E sobre o órgão, considerado como foco, do trabalho, conseguimos apresentar a evolução histórica da Guarda, assim como sua atuação, dando destaque para a Guarda Municipal do Rio de Janeiro, onde destacamos suas obrigações, as hierarquias e as formas utilizada pelo órgão para manter a segurança pública. E com isso, concluímos responder o questionamento levantado inicialmente e chegar aos objetivos propostos. Logo o artigo é recomendado para acadêmicos das áreas relacionadas a Segurança Pública e pessoas interessadas pelos conhecimentos transmitidos pela área relacionada. 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Art. 144. § 8 da Constituição Federal de 88. Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10672399/paragrafo-8-artigo-144-da- constituicao-federal-de-1988> Acesso em 21 mai. 2018. BAUMAN, Z. Medo Líquido. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. BRAGA, C. A. Guarda Municipal: Manual de Criação, Organização e Manutenção, Orientações Administrativas e Legais. 2º ed. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2006. CAETANO, C. I. SAMPAIO, P. P. P. de. Planejamento estratégico e administração em segurança. Curitiba: InterSaberes, 2016. COSTA, C. M. Corpos de Bombeiros Militares: Uma abordagem organizacional. Revista Preleção – Publicação Institucional da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo – Assuntos de Segurança Pública – ano II, n. 3, abr. 2008. Guarda Municipal do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.rio.rj.gov.br/web/gmrio/unidades-de-ordem-publica> Acesso em 21 mai. 2018 KOPITIKE, A. L. O novo papel dos municípios na segurança pública. In: MENDES, G. CARNEIRO, R. A. Gestão Pública e Direito Municipal: Tendencias e desafios. São Paulo: Saraiva, 2016. Lei nº 13.022 de 08 de Agosto de 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13022.htm> Acesso em 21 mai. 2018. OLIVEIRA, V. A. R. de. TONELLI, D. F. PEREIRA, J. R. O problema da (in)segurança pública. Revista Brasileira de Segurança Pública. 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