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A_INFLUENCIA_DA_DESIGUALDADE_DE_RENDA_NA_QUALIDADE_DA_EDUCACAO_NO_BRASIL


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A INFLUÊNCIA DA DESIGUALDADE DE RENDA NA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO NO BRASIL[footnoteRef:2] [2: ] 
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Resumo
A desigualdade de renda é um dos problemas evidentes e preocupantes do nosso país. Diversos índices apontam o Brasil em posições negativas de destaque quando o assunto é o abismo social que separam ricos e pobres do nosso país nas mais diversas áreas. O presente trabalho, sobre a influência da desigualdade de renda na qualidade da educação no Brasil, que por ser uma área voltada para o desenvolvimento educacional e para as questões sociais de desigualdade de renda, merece uma atenção especial em relação a sua execução e que, se pós em evidencia com o advento da pandemia do novo Coronavírus e o distanciamento social que ela impôs de forma necessária e afetou as o modelo de aulas. Para sua elaboração esse trabalho teve como base a pesquisa bibliográfica, consultando fontes primárias, onde selecionamos alguns autores renomados dentro da área, tornando possível chegar aos objetivos definidos.
Palavras-chave: Renda - desigualdade; Educação - qualidade; Educação - Brasil.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema selecionado a influência da desigualdade de renda na qualidade da educação no Brasil, onde se sabe que a atuação da educação, vem passando por muitos progressos além de ser influenciada pela desigualdade de renda, tão comum no Brasil. Sua escolha é justificada pela área ganhar um abrangente destaque, diante de sua relação com o desenvolvimento educacional dos alunos, formando seu conhecimento pedagógico e abrindo caminhos para seu futuro.
E com relação à relevância do tema, para a universidade, tem-se a oportunidade de aprofundar a pesquisa nos fatores inerentes a educação, dentro do cenário social do Brasil, onde a desigualdade afeta diversas áreas da vida da sociedade.
Assim, define-se como objetivo geral, abordar a desigualdade de renda e sua influência na educação, e como objetivos específicos, busca-se conceituar a educação, relacionar onde a desigualdade causa prejuízos na educação.
Quanto à estrutura deste resumo expandido, estipulam-se quatro sessões para sua elaboração, onde após a sessão referente à introdução, tem-se a segunda sessão tratando da metodologia. Enquanto a terceira sessão trata dos resultados e discussão, mostrando as particularidades do tema e na sessão posterior, apresenta-se a conclusão do trabalho.
2 METODOLOGIA
Sobre a metodologia utilizada, quanto aos meios, é classificada, conforme Vergara (2011, p. 27), como uma pesquisa bibliográfica, tendo como base para sua construção, materiais publicados em fonte primaria como os livros e como fontes secundárias, materiais publicados em periódicos, revistas e meios eletrônicos.
Segundo o autor Gil (2012, p. 11), a pesquisa bibliográfica é realizada com material acessível ao público em geral. E assim, para as referências buscou-se pelas seguintes palavras chaves: Renda - desigualdade; Educação - qualidade; Educação – Brasil, que permitem o levantamento dos dados utilizando como seleção, referências adequadas ao tema tratado e de autores conhecidos, facilitando a elaboração do trabalho.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com Ferreira, num país como o Brasil, onde a base do desenvolvimento econômico, historicamente, se deu, com a concentração da propriedade fundiária e importação de mão de obra escrava, o que faz com que a desigualdade social viesse desde a época da colônia, se tornando crescente ao longo dos tempos, sem que sejam necessários censos, pesquisas ou grandes índices matemáticos para que ele se faça notada ou comentada (FERREIRA, 2000, p. 135).
O citado autor ainda apresenta, de maneira genérica, as causas das desigualdades de renda no país em cinco diferentes grupos de fatores, a saber: 
 - As diferenças no que diz respeito a características natas dos indivíduos, como raça, gênero, inteligência e/ou sua riqueza inicial;
	 - As diferenças em relação às características individuais adquiridas, como nível educacional, experiência profissional, etc;
	 - A maneira como o mercado de trabalho age sobre os dois grupos acima, transformando as diferenças no rendimento do trabalho;
	 - A influência e imperfeições do mercado de capital que também afetam a geração de renda e, portanto, sua distribuição;
	 - A influência de fatores demográficos sobre a determinação da renda familiar per capita, como decisões de formação familiar, de fertilidade, de coabitação ou separação familiar (FERREIRA, 2000, p. 135-6).
De acordo com o coeficiente de Gini, medida estatística utilizada por diversas áreas para comparação de desigualdades, em 2017, o Brasil já ocupava a nova posição entre os países do mundo com maior desigualdade de renda, sendo o primeiro entre os países das Américas. No nosso país, quase 30% da renda está concentrada nas mãos de apenas 1% da população mais rica (MENDONÇA, 2018, online).
Dentre as causas acima mencionadas, é perceptível a influência da educação enquanto fator de impacto na renda dos indivíduos e, por sua vez, como determinante nas desigualdades sociais, seja ela um condicionante direto ou indireto. De fato, há tempos, o investimento em educação tem sido apontado, como uma das soluções mais promissoras para diminuir essa imensa distância entre pobres e ricos.
Pode-se conceituar a educação, conforme destaca Becker (2017, p. 22), “a educação é a doutrina segundo a qual todo o conhecimento tem sua origem no domínio sensorial, na experiência”, dessa forma, o aluno absorve o conteúdo através de experiências, gerando conhecimento.
Diaz (2016, p. 39) destaca o cenário atual da educação no Brasil, considerando os principais problemas por ela enfrentados:
 - Diferentes níveis de qualidade de ensino ofertado na rede pública e na rede privada;
 - Elevado índices de repetências;
 - Evasão escolar; 
 - Desrespeito e conflito com aos professores;
 - Desigualdade de renda.
Esse autor também aponta que as escolas, como instituições de ensino, precisam de mais inovação, visando, chamar a atenção dos alunos para a transmissão da educação, por tratar-se de uma área que se não oferecer qualidade, poderá prejudicar e atrasar, outras áreas da vida, sendo sem dúvidas, a área profissional a mais afetada (Diaz, 2016, p. 41).
Já na concepção de Moran:
A educação acontece em tempo integral, não somente dentro das salas de aula, mas sim ao longo da vida. É preciso ter meios inovadores que despertem a atenção para a educação, está não deve continuar a ser transmitida de forma repetitiva. E educação, está em constante movimento entre passado, presente e futuro. Buscando referências fundamentadas, visando ensinar e objetivando a preparação conforme os novos desafios. (MORAN, 2018, p. 37).
E conforme o autor, Oliveira (2015, p. 52) detalha, a educação é um conjunto de fatores, tal qual, a forma da transmissão do ensino, da cultura a ser absorvida e da inovação empregada como um método facilitador da educação.
As instituições de ensino estão constantemente observando as mudanças tantos sociais, quanto às mudanças tecnológicas, que são fortemente influenciadas pela desigualdade de renda, refletindo na qualidade da educação, onde quem tem mais poder aquisitivo pode então fazer uso dos recursos que estão frequentemente sendo ofertados, moldando-os para a nova finalidade, porém essa não é a realidade da maioria.
Além disso, significativas às ferramentas ofertadas, sejam elas tecnológicos, virtuais, capazes de atrair a curiosidade, dessa forma, essas novas ferramentas proporcionam inúmeros benefícios à educação no geral. Diante disso, se todos tivessem a mesma qualidade de ensino, poderiam aproveitar mais os novos recursos que facilitam o processo educacional.
Pode-se compreender essa desigualdade, de acordo com o nível socioeconômico através da figura a seguir:
Figura 1: Aprendizagem por nível socioeconômico.
Fonte: MORENO e VALADARES, 2019, online.
Pela figura se pode observar as diferentes regiões do Brasil e suas notas, ficando as regiões Nortee Nordeste com as piores notas respectivamente e a região sul, seguida da região sudeste e centro-oeste, com as melhores notas.
E apesar da desigualdade no Brasil, para os autores Almeida e Moran (2015, p. 30), os profissionais da educação, são peças importantíssimas no avanço da educação, diante de sua ampla liberdade e diversas opções, porém um grande número, não lecionam do modo indicado e recomendado, além de terem uma formação pedagógica inadequada.
Almeida e Moran (2015, p. 32) também destacam que é inegável o domínio do conteúdo, por parte dos profissionais, mas os mesmos não apresentam motivação de utilizar dinâmicas que contribuam para o processo de aprendizagem. E isso causa danos na motivação, afetando aos alunos, gerando uma grande monotonia.
A pandemia causada pelo vírus do Covid-19, ou novo Coronavírus, nesse ano de 2020, evidenciou ainda mais o impacto que as desigualdades sociais exercem sobre as práticas educacionais no Brasil. Seguindo as orientações das autoridades de saúde prezando pelo distanciamento social, as aulas presenciais foram suspensas e, em seguida, substituídas pelo ensino à distância. Mas esse tipo de ensino demanda meios tecnológicos, como computador, celular e acesso a internet de qualidade, que ainda não estão presentes na maioria dos lares brasileiros, sobretudo, nos de menor renda.
Dessa forma, sem a proposição de políticas pública para solucionar o problema, Borges (2020, online) afirma que, as pessoas mais pobres vão sendo vitimadas pelo afastamento do sistema educacional, enquanto as mais abastardas, normalmente ligadas a instituições privadas de ensino, gozam de estrutura que lhes permite certa qualidade e assiduidade no processo de ensino-aprendizagem. Contudo, os que possuem acesso a esse modelo de educação a distância são a minoria, pois como retrata o relatório da OXFAM, intitulado “A distância que nos une: um retrato das desigualdades brasileiras”: o Brasil é um dos piores países do mundo em matéria de desigualdade de renda, onde mais de 16 milhões de pessoas vivem abaixo da chamada linha da pobreza (BORGES, 2020, online).
Assim, só no mês de julho de 2020, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, mais de 8 milhões de alunos ficaram de fora das atividades escolares. Os dados também mostram que, de fato, a renda familiar influencia diretamente a ausência desses alunos nas aulas (MAIS DE OITO..., 2020, online).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o presente trabalho, conseguimos apresentar algumas das causas da desigualdade social no nosso país, assim como também apresentamos a definição da educação, mostrando seu conceito e a situação da educação no Brasil e como ela é transmitida dentro das salas de aula.
Ao mesmo tempo foi possível apontar, criteriosamente como a desigualdade afeta a educação, visto que se todos os alunos, escolas e educadores tivessem acesso aos mesmos recursos à qualidade da educação poderia ser muito superior e padronizada.
Diante da dificuldade de acesso a educação e da desigualdade de renda, o uso de alguns recursos como computadores, internet, aplicativos, aproveitados como ferramentas de ensino, deixam de ser aproveitadas com o potencial de deveria.
Assim, muitos alunos, recebem um número maior de informações e tem acesso a diversos meios de obter conhecimento, agregando mais conteúdo a sua educação e outros, muitas vezes, não tem nem o básico que é um professor em sala de aula.
Dessa forma foi possível chegar os objetivos proposto pelo trabalho, tornando o estudo, recomendado para acadêmicos das áreas relacionados à educação ou pessoas com tem interesse especial nos conhecimentos transmitidos pela área relacionada.
E indica-se como sugestão para a elaboração de trabalhos futuros, uma pesquisa de caso, entrevistando amostras pertencentes a diversas classes sociais, levantando o nível de qualidade recebida pela população entrevistada, ao mesmo tempo em que verifica-se as maiores dificuldades relatadas pelos mesmos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M.; MORAN, J. M. Integração das tecnologias na educação. Brasília. Ministério da Educação, 2015.
BECKER, F. A epistemologia do professor: o cotidiano da escola. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2017.
BORGES. S. S. H. Um olhar para a desigualdade escolar em tempos de pandemia. In: Carta Capital, 2020. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/blogs/sororidade-em-pauta/um-olhar-para-a-desigualdade-escolar-em-tempos-de-pandemia/. Acesso em: 19 ago. 2020.
DIAZ, F. O processo de aprendizagem e seus transtornos. Salvador: EDUFBA, 2016.
FERREIRA, F. G. H. Os determinantes da desigualdade de renda no Brasil: luta de classes ou heterogeneidade educacional?. In.: HENRIQUES, R. Desigualdade e pobreza no Brasil. Brasília-DF: IPEA, 2000.
GIL. A. C. Como elabora projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2012.
MAIS de oito milhões de estudantes não tiveram atividades escolares em julho, segundo IBGE. In: G1, 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/google/amp/educacao/noticia/2020/08/20/mais-de-oito-milhoes-de-estudantes-nao-tiveram-atividades-escolares-em-julho-segundo-ibge.ghtml. Acesso em 18 ago. 2020.
MORENO, A. C.; VALADARES, M. Desigualdade entre alunos ricos e pobres no Brasil. In: G1, 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/19/desigualdade-entre-alunos-ricos-e-pobres-no-brasil-esta-entre-as-maiores-do-mundo-diz-estudo.ghtml. Acesso em: 14 ago. 2020.
MENDONÇA, H. Apenas acesso à educação não é suficiente para reduzir desigualdade no Brasil, diz estudo. In: El País, 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/12/15/politica/1544829880_024075.html. Acesso em 18 ago. 2020.
MORAN, J. M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2018.
OLIVEIRA, M. A. C. Psicopedagogia: a instituição educacional em foco. Curitiba: InterSaberes, 2015.
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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