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Atendimento educacionalAtendimento educacional de alunos com de�ciênciade alunos com de�ciência físicafísica AUTORIA Bruna Solera Bem vindo(a)! Olá, aluno(a), Seja bem-vindo(a) à disciplina de “Atendimento Educacional dos Alunos com De�ciência Física”! Essa apostila tem como objetivo possibilitar a você conhecimentos relacionados ao atendimento educacional do aluno com de�ciência física. Para isso, estudaremos diversos conteúdos divididos em quatro unidades. Na Unidade I, intitulada de “História da De�ciência Física”, teremos contato com os aspectos históricos da de�ciência física, assim como iremos conceituá-la, conhecer as legislações – nacional e estadual – e discutir a acessibilidade e a inclusão. Na Unidade II, “Interlocução do Atendimento Especializado aos Alunos com De�ciência Física no Ensino Regular”, você irá ter contato com os fundamentos teóricos, legais e pedagógicos do atendimento especializado, com a institucionalização do atendimento especializado no Projeto Político Pedagógico da escola. Encerraremos a unidade entendendo as atividades de vida diária do aluno com de�ciência física. Em sequência, na Unidade III, “Avaliação, Adaptação, Orientação e Mobilidade”, vamos adentrar em temáticas como, avaliação, adaptações necessárias ao atendimento dos alunos com de�ciência física, orientação e mobilidade / autonomia e independência. Por �m, na Unidade IV, “Aprendizagem”, encerraremos nossos estudos tratando de aspectos relacionados ao processo de aprendizagem, com isso, serão enfatizados recursos didáticos e atuação docente. Frente aos conhecimentos contemplados nesta apostila, esperamos que você seja capaz de atuar futuramente com o atendimento de alunos com de�ciência física, de forma a valorizar suas potencialidades e intervir em suas necessidades. Vamos em frente, rumo a uma educação com base na inclusão, que possibilite a todos os alunos uma aprendizagem com sentido e signi�cado! Bons estudos! Unidade 1 História da de�ciência física AUTORIA Bruna Solera Introdução Olá, aluno(a). Seja-bem vindo(a) à primeira unidade da disciplina de “Atendimento Educacional dos Aluno com De�ciência Física”. Você conhece a história da de�ciência física? Sabe o que é, de fato, essa de�ciência? O que garante a esses alunos o direito de estarem na escola, assim como na sociedade como os demais sujeitos? Neste material buscaremos responder tais questões. Iniciaremos nossa caminhada rumo aos conhecimentos necessários para o trato com os alunos com de�ciência física no âmbito escolar. Para isso, estudaremos a história da de�ciência, assim como seu conceito e legislações que garantem tal atendimento, a oferta de acessibilidade e a efetiva inclusão. Essas temáticas são importantes para sua formação, pois, enquanto pro�ssionais, precisamos desses conhecimentos que vão além dos procedimentais e atitudinais, havendo a necessidade do adequado trato com a dimensão conceitual. A relação entre teoria e prática em sua atuação pro�ssional é indispensável, pois elas caminharão juntas, visando um atendimento com qualidade. Qualidade esta, aliás, que deve respeitar a história desses sujeitos, assim como ser uma prática acessível e que inclua a todos, sem distinção e/ou exclusão. Vamos em frente! Bons estudos. De�ciência física através dos tempos AUTORIA Bruna Solera O contexto histórico referente à pessoa com de�ciência física é um caminho trilhado por desa�os, tendo seu início na exclusão total dos sujeitos, caminho este que se mistura com a história da de�ciência em sua amplitude. Sendo assim, entender tal contexto nos permitirá veri�car que os problemas que as pessoas com de�ciência física enfrentam nos dias atuais são re�exos diretos do passado, atravessando e perpassando os períodos históricos e sociais. Vamos iniciar falando sobre as sociedades primitivas. Nesse período não havia espaço para pessoas com nenhum tipo de de�ciência, não havia estrutura social para inclui-los como parte da sociedade (GAIO, 2006). Devido à falta de recursos, tornava-se quase impossível a sobrevivência dessas pessoas. Apesar disso, muitos sobreviveram – mesmo que por compaixão –, sendo minimamente aceitas, mas, por outro lado, na grande maioria dos casos, havia a eliminação, menosprezo e destruição dessas pessoas. Apesar disso, Gaio (2006) associa tal atitude à falta de estrutura da sociedade primitiva frente à complexidade das de�ciências. Considera-se ainda que, nesse momento histórico, a sociedade era baseada no trabalho coletivo, com ênfase na terra e não havia recursos materiais que os auxiliassem nessa empreitada, fazendo com que a única forma para execução da tarefas fosse a força do próprio corpo, assim, a pessoa com de�ciência via-se isolada. Avançando em nossa caminhada, chegamos à Idade Antiga. Nesse período, os sujeitos viviam de forma um pouco menos primitiva, mas pouca coisa mudou para as pessoas com de�ciência física, pois ou elas eram abandonadas ou atendidas como forma de compaixão. Em especí�co na Grécia, sociedade que prezava e se preocupava com o corpo saudável, forte e perfeito, como forma de defender a pátria (GAIO, 2006), crianças que nasciam com malformação eram deixadas para morrer (PACHECO; ALVES, 2007). Esses pensamentos têm continuidade na sociedade romana, buscando a construção de uma coletividade perfeita, sendo assim, os “defeituosos” eram eliminados. Aranha (2001) a�rma que o fato de eliminar tais corpos acontecia pelo fato de que não era reconhecido nenhum tipo de humanidade nessas pessoas. Logo, poderiam ser facilmente descartadas. Na Idade Média, Gaio (2006) identi�cou um predomínio do moralismo cristão/católico, com isso, a pessoa que antes era morta, nesse momento histórico é segregada. As pessoas com de�ciência passaram a ser isoladas em casas, porões ou vales. A de�ciência era vista como pecado, sendo assim, a família que tinha um bebê fora dos padrões estabelecidos havia cometido algo muito grave e, por isso, foi castigada. Dessa forma, segundo Favatto (2018), a criança era vista como castigo, não apenas para a família, mas por toda a sociedade. Observem, até aqui, o desprezo pelas pessoas com de�ciência. Mas essa história ainda não se encerra. Em seguida, o século XVIII é um período marcante para esses sujeitos, pois foi quando houve a decisão de educá-los, momento que se chama de institucionalização da pessoa com de�ciência – seja ela qual for. Essa fase teve início na Alemanha e chegou até o Brasil permanecendo até o século XIX (FAVATTO, 2018). Além disso, deu-se início a uma visão médica para a de�ciência. Com esses fatos, o que aconteceu com a pessoa com de�ciência? De acordo com Solera (2018), elas eram segregadas em escolas especiais ou asilos. O objetivo de tal isolamento era “consertar” esses sujeitos, para viverem em sociedade. Você acha que essa ideia funcionou? É claro que não! As pessoas começaram a sentir-se piores, pois estavam isoladas, o que gerou sentimentos de baixa autoestima, inutilidade, dentre outros. Mas, seguindo nessa mesma época, entre os séculos XVII, XVIII e XIX, as pessoas com de�ciência física e aquelas que fugiam do padrão de normalidade faziam parte de circos e apresentações em praças públicas (FAVATTO, 2018). Veja a imagem a seguir: Continuando nossa caminhada pela história, já no �nal do século XIX e meados do século XX, houve o desenvolvimento de turmas especiais nas escolas. De acordo com Favatto (2018), isso se deu no setor público de educação, apesar disso, a educação oferecida era algo a parte. Ainda no século XX, com o fracasso da institucionalização, abriu-se espaço para o conceito de integração (FAVATTO, 2018). Tal conceito apoia-se no princípio da normalidade, ou seja, havia a busca pelo “direito” e a necessidade das pessoas com Figura 1 - Ella Harper, conhecida como “menina camelo”. Atração do W. H. Harris’s Nickel Plate Circus. Fonte: Site Anomalien (2019). de�ciência serem cuidadas para se aproximarem, o máximo possível, da normalidade. Aluno(a), você acha que isso seria possível? Re�ita. Alémdisso, no ambiente educacional, a intenção era inserir tais crianças em um espaço próximo dos demais. Com essa iniciativa, as pessoas com de�ciência foram aceitas na sociedade, desde que tais sujeitos se adaptassem à sociedade. De acordo com Solera (2018, p. 17) “a sociedade tentou integrá-los ao sistema a partir do ‘conserto’ de seus ‘defeitos’”. Veja a imagem ilustrativa desse movimento (Figura 2). Observe que apesar das pessoas com de�ciência estarem no mesmo espaço que as pessoas sem a de�ciência, elas estão separadas. Sendo assim, devemos ter em mente, de forma clara, que nosso papel enquanto professores não é integrar. Cuidado, aluno(a), com o uso incorreto deste termo. Nesse mesmo movimento, havia centros de reabilitação que tentavam realizar esse trabalho de normalidade, mas é fato que muitas das pessoas com de�ciência não conseguiam se aproximar dos ditos “normais”, pois muitas são as de�ciências, suas implicações e origens (SOLERA, 2018). Figura 2 - Representação do modelo de integração da pessoa com de�ciência Fonte: Fernandes (2018). Então, tivemos outra mudança, gradativa, claro, mas o fato é que essa ideia de normalização começou a perder forças, assim como foi percebendo-se que a reabilitação não era a única necessidade das pessoas com de�ciência. Começou-se a enxergar o papel da sociedade nesse cenário. Mudanças eram necessárias, assim como a aceitação das pessoas com de�ciência como elas são. Chegamos ao �nal do século XX, quando surgiu a inclusão social (Figura 3). Esse movimento não nega a integração, mas a melhora (SOLERA, 2018), pois agora a sociedade assume seu papel, ao ter que se adaptar para receber as pessoas com de�ciência sem qualquer tipo de preconceito ou discriminação, e elas, por outro lado, também têm o papel de tentar se preparar para a vida em sociedade. A inclusão permanece até os dias atuais, ao menos teoricamente. Na Figura 4, nesse contexto, a criança com de�ciência física, por exemplo, faz parte da sociedade, junto com os demais sujeitos. Isso se dá também no ambiente escolar, pois agora encontramos crianças com de�ciência nas salas do ensino regular junto com as crianças que não apresentam de�ciência. Então, caro(a) aluno(a), foi possível perceber, nesse tópico, o caminho árduo que as pessoas com de�ciência, assim como as pessoas com de�ciência física, percorreram. Apesar de hoje ainda existir a exclusão, desde o início da história houve uma grande evolução, tanto no contexto social quanto educacional. Figura 3 - Representação do movimento de inclusão Fonte: Fernandes (2018). Isso é possível de ser observado, pois, no início dos registros, não havia nem a menção da escola para tais sujeitos, sendo eles isolados e mortos. Em seguida, as crianças com de�ciência foram inseridas no espaço escolar, mas de forma parcial, e, por �m, foi conquistado o direito de estar no ensino regular, assim como na sociedade como as demais pessoas, sem discriminação ou preconceito. Mas, aluno(a), o que é a de�ciência? Vamos descobrir no tópico a seguir. Conceituando a de�ciência física AUTORIA Bruna Solera Antes de de�nirmos a de�ciência física, é importante destacar o que é a de�ciência. Você sabia que existem duas formas para a de�nição dessa palavra? Podemos entendê-la por meio do modelo médico e do modelo social. O modelo médico é o mais conhecido e difundido entre a maioria das pessoas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2004, p. 49) as “De�ciências são problemas nas funções ou nas estruturas do corpo, tais como, um desvio importante ou uma perda”. Nessa perspectiva, a de�ciência é vista como uma dimensão biológica. De acordo com Solera (2018), seria a lesão ou alteração no corpo, que impediriam e/ou di�cultariam, por exemplo, a participação das pessoas com de�ciência física na sociedade. Vistos tais conceitos, consideramos que ambos podem contribuir para uma sociedade e uma escola voltados ao verdadeiro sentido da palavra inclusão, na qual os alunos farão sua parte, como o professor e a escola. Mas, então, como vamos contribuir com a aprendizagem desses alunos? Além de nos adaptarmos a eles, assim como o nosso espaço escolar, é preciso conhecê-los. As pessoas com de�ciência física são aquelas que, segundo Diehl (2006, p. 92), “apresentam algum tipo de comprometimento para realização dos padrões motores esperados”. De acordo com a autora, essa di�culdade em executar os padrões de movimentos pode levar a não realização de alguns deles, como caminhar, correr, manipular. Assim como pode comprometê-los, afetando os níveis e amplitude do movimento desejado. @master1305 em freepik Por outro lado, mas não em oposição a essa vertente, temos o modelo social, que vem com uma pincelada de sociologia agregada ao conceito até então existente. A partir disso, a de�ciência passa ser associada à restrição social, ou seja, “sua causa advém da imposição social de barreiras que impedem ou di�cultam as pessoas com de�ciência a usufruírem de seus direitos” (SOLERA, 2018, p. 9). Com isso, houve o deslocamento da responsabilidade apenas do sujeito, para a sociedade, que, agora, teria a de�ciência como uma questão pública (SANTOS, 2008). Para Gorla, Campana e Oliveira (2009), a de�ciência física ocorre devido a alteração do aparelho locomotor ou do sistema nervoso, que, por sua vez, compromete o movimento. Com isso, podemos veri�car que a de�ciência física está relacionada ao comprometimento dos movimentos corporais. Neste sentido, temos vários tipos delas que podem estar relacionadas a diferentes origens, como origem cerebral, origem medular, origem muscular e origem ósseo-articular. De�ciências de Origem Cerebral As de�ciências de origem cerebral, de acordo com Diehl (2006), têm sua causa devido a lesões que acontecem no cérebro, afetando diferentes partes do corpo. Segundo Diehl (2006) e Marques, Cidade e Lopes (2009) as de�ciências podem causar: Monoplegia: quando um membro do corpo é afetado. Diplegia: quando afeta dois membros. Triplegia: quando afeta três membros. Quadriplegia: quando afeta quatro membros. Hemiplegia: comprometimento completo, apenas de um lado do corpo. Paraplegia: comprometimento de ambos os membros inferiores. O tipo mais comum de de�ciência de origem cerebral é a paralisia cerebral. Paralisia cerebral De acordo com Hernandez et al. (2018, p. 19), a paralisia cerebral é “um transtorno postural e do movimento, de caráter persistente embora não invariável, secundário a uma agressão não progressiva num cérebro imaturo”. Com base nessa de�nição, podemos observar que as sequelas dessa de�ciência duram a vida toda. Ela se manifesta desde criança – cérebro ainda não está maduro –, apesar disso, a criança pode evoluir para uma melhora motora, mas não a cura. De acordo com Hernández et al. (2018) e Diehl (2006), essa de�ciência pode acontecer antes do parto, durante ou após, por meio de infecções (meningite por exemplo) e podemos classi�cá-la de acordo com o tipo de alteração do controle do movimento: Espástica: o tônus muscular está aumentado. Há uma desordem no movimento voluntário, o que faz com que todo o corpo se envolva em um movimento que seria direcionado a apenas uma parte dele. Atetóica: o tônus muscular apresenta variações entre hipotonia e hipertonia. Há um re�exo que causa movimento involuntário do corpo. Atáxica: com frequência, o tônus muscular está reduzido. Há di�culdades de equilíbrio, em manter uma determinada posição e a coordenação das habilidades é prejudicada. Figura 4 - Criança com paralisia cerebral Fonte: @twenty20photos em Envato Origem Medular Tais de�ciências são causadas por lesões na região da coluna medular, isso afeta a sensibilidade e/ou o controle motor. A nossa coluna é dividida em Cervical, representada pela parte destacada em amarelo, Torácica, letra “T” (T1 a T12), Lombar letra “L” (L1 a L5) e Sacral letra “S”, e as lesões podem ocorrer em qualquer uma dessas regiões. Veja a �gura 5. Quanto mais alto acontecer a lesão, por exemplo, na C1, maior será o comprometimento dosmovimentos. SAIBA MAIS Muitas pessoas confundem paralisia cerebral com de�ciência intelectual. Isso se deve ao comprometimento motor grave dos sujeitos, que acaba por afetar até mesmo a fala verbal. Apesar disso, a mente está intacta. Fique atento(a)! Fonte: a autora. Uma lesão recorrente é a espinha bí�da. Vamos conhecê-la. Espinha bí�da A espinha bí�da é uma lesão que ocorre na medula, que pode ser de�nida como um impedimento ou defeito congênito no qual há uma falha no fechamento da coluna vertebral no momento que ela está sendo formada. Isso pode acontecer durante as quatro primeiras semanas de desenvolvimento fetal (DIEHL, 2006; HERNÁNDEZ, 2018; MARQUES; CIDADE; LOPES, 2009). Essa lesão, então, é congênita, ou seja, a criança nasce com ela. De acordo com Hernández (2018), quem a possui apresenta uma protuberância evidente. Observe a Figura 6. Figura 5 - Coluna e suas partes Fonte: Adaptada de Freepik Há classi�cações para a espinha bí�da, são elas (HERNÁNDEZ, 2018; MARQUES; CIDADE; LOPES, 2009): Espinha Bí�da oculta: é a forma mais leve, não há manifestação externa. Meningocele: apenas o revestimento da medula e o líquor se projetam para formar a protuberância. Mielomeningocele: é a forma mais grave e mais comum. É quando o revestimento da medula (meninge), o líquor e parte da medula conseguem sair pela abertura de má formação das vértebras lombares. Esse tipo, geralmente associa-se à presença de hidrocefalia. A hidrocefalia, para Marques, Cidade e Lopes (2009, p. 136) é o “aumento do volume e da pressão do líquido cefalorraquidiano”. Quando esse líquido não consegue ir para a corrente sanguínea, ele se acumula, causando aumento da pressão no interior do cérebro (Figura 7). “A hidrocefalia é conhecida vulgarmente como cabeça d’água” (MARQUES; CIDADE; LOPES, 2009, p. 136). Figura 6 - Criança com espinha bí�da. Fonte: Centers for Disease Control and Prevention (2012). Além disso, a espinha bí�da apresenta o nível de lesão, que é o lugar onde ela está. Retorne a Figura 5 ao ler os níveis a seguir (HERNÁNDEZ et al., 2018): 1. Nível alto: a lesão está nos níveis de D11/D12 a L1. 2. Nível médio: níveis L2, L3 e L4. 3. Nível baixo: L5 - Sacro. É muito importante avaliar o nível da lesão para nossas intervenções, pois a partir delas saberemos quais atividades e movimentos nossos alunos conseguem realizar. Origem Muscular Dentro da de�ciência física de origem muscular, ou seja, aquela que afeta a musculatura por meio de uma degeneração progressiva (MARQUES; CIDADE; LOPES, 2009), temos a Distro�a muscular. Distro�a muscular Há dois tipos de distro�a muscular mais frequentes, são elas: Distro�a muscular de Duchenne: ela é rara em meninas, tendo início próximo aos 4 anos de idade. Possui duas etapas, primeiro surge o desequilíbrio da marcha, que evolui para um problema de desvio da coluna, levando a criança Figura 7 - Comparação da criança com e sem hidrocefalia Fonte: Siqueira (2017). ao uso de cadeira de rodas. A segunda etapa é a partir dos 10 anos, momento em que a degeneração muscular se agrava, há uma perda de força, e o sujeito deve ser auxiliado quase a todo momento (DIEHL, 2006). Distro�a muscular de Becker: é um tipo em que a progressão é mais lenta e afeta apenas pessoas do sexo masculino, tendo o aparecimento dos sintomas entre 5 e 15 anos (MARQUES; CIDADE; LOPES, 2009). Apesar de termos dois tipos, ambos levam a dependência no momento mais grave de desenvolvimento da de�ciência. Origem Ósseo-Articular Esse tipo de lesão afeta principalmente o tecido ósseo e/ou articular. Com isso, pode deixar sequelas no aspecto motor. Tal lesão pode ser originada antes ou após o nascimento, assim como ao longo da vida (DIEHL, 2006). Vamos conhecer? Malformações A malformação, de acordo com Diehl (2006), pode acontecer durante a gestação ou no nascimento. Essa de�ciência se caracteriza pela formação inadequada (como deformidades) ou até mesmo a ausência total de um membro. O uso de drogas é uma das causas da malformação. Figura 8 - Criança com distro�a muscular Fonte: Criança e Saúde (2016). Amputação, de acordo com Hernández et al. (2018, p. 30), é a perda total ou parcial de uma extremidade superior ou inferior. Tal de�ciência é marcada pela ausência de um membro ou parte dele. As principais causas são (HERNÁNDEZ et al., 2018): Congênitas: quando a criança já nasce com ela. Isso acontece por falta de formação embrionária; Traumáticas: relacionada a acidentes de trabalho, de trânsito, ou seja, a pessoa adquire a de�ciência. Vasculares: causada por doenças, como diabetes. Tumorais: por tumores primários (originados nos órgãos que são acometidos) ou secundários (iniciam em outros órgãos e depois se espalham). Além disso, há níveis de amputação. Segundo Diehl (2006), pode ser total – quando o membro é amputado por completo, em sua extensão total – e parcial – quando apenas uma parte for amputada. Neste segundo caso, o restante do membro ainda presente é chamado de coto. Veja a Figura 10. Figura 9 - Malformação de membros superiores Fonte: Carvalho (2015). Em geral, as pessoas com amputação usam próteses que substituem a parte ausente do membro. Mas não é regra, pois muitas utilizam muletas. Figura 10 - Amputação parcial. Criança com prótese Fonte: Microsoft News (2015). Figura 11 - Criança com amputação nas duas pernas com apoio de muletas e uso de próteses Fonte: Froes (2020). SAIBA MAIS Você sabia que quando a pessoa perde um membro ela ainda o sente? Chama-se isso de membro fantasma. Fonte: a autora. Legislação nacional e estadual, acessibilidade e a era da inclusão AUTORIA Bruna Solera Caro(a) aluno(a), após conhecermos a história da pessoa com de�ciência física, conceituá-la e estudar seus tipos e classi�cações, neste tópico iremos identi�car quais são as legislações que legitimam a presença da criança com de�ciência na escola, assim como, os demais direitos estabelecidos na era da inclusão. Vamos lá? Legislações: os Direitos da Pessoa com De�ciência em Cena Devido às barreiras impostas à pessoa com de�ciência, foi necessário criação de leis que garantam as mínimas condições de participação social como os demais sujeitos. Podemos citar, por exemplo, a Constituição Federal de 1988, que, apesar de possuir termos não mais usados para se referir às pessoas com de�ciência, garante, como dever do Estado, cuidados, proteção e integração social. Vejam os artigos a seguir: Art. 23, II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de de�ciência; Art. 24, XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de de�ciência. Além disso, na Constituição, art. 28, há a a�rmação do atendimento da pessoa com de�ciência na escola de ensino regular, conforme segue, art. 208, III - atendimento educacional especializado aos portadores de de�ciência, preferencialmente na rede regular de ensino. É importante ressaltar que tal atendimento não é obrigatório. Mas já se considera um avanço, quando comparado aos tempos passados. Em 1990, temos a Convenção de Direitos da Criança, promulgada pelo Decreto no 99.710, de 21 de novembro de 1990, na qual a criança com de�ciência tem a�rmadas condições que garantem sua dignidade, contribuindo com a sua participação na comunidade, assim como as demais crianças. Essa convenção também foi um marco para a pessoa com de�ciência, assim como quando tivemos a Declaração Mundial sobre Educação para Todos (UNESCO, 1990), que a�rma que todas as crianças, sem exceção, têm direito a educação voltada para suprir suas necessidades básicas de aprendizagem. Em 1994, foi publicado um dos principais documentos mundiais que objetivam a inclusão social, a Declaração de Salamanca. Nesse documento houve a a�rmação de que todas as crianças devem aprender juntas, assegurando uma educação de qualidade para todos através do currículo apropriado, estratégias de ensino, recursos necessários, além do apoio extra a esta criança (MENEZES; SANTOS, 2001). Dois anos depois, entrou em vigor a Lei deDiretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394, que menciona, no Título III, inciso III, art. 4, o “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com de�ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação” (BRASIL, 1996). Tal atendimento é direcionado a todos os níveis, etapas e modalidades do ensino, preferencialmente na rede regular. Veja quanta evolução! Mas o assunto não se esgota por aqui. Nos dias atuais temos a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com De�ciência (Estatuto da Pessoa com De�ciência) - Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Este documento, é o mais recente que busca “assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com de�ciência, visando à sua inclusão social e cidadania” (art. 1). Essa legislação, em seu artigo 2º, inciso III, de�niu a pessoa com de�ciência como aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Para efetivar sua participação, essa Lei a�rma vários direitos, como: Da igualdade e não discriminação; Do Atendimento prioritário; Dos direitos fundamentais, como exemplo o direito à vida; à habilitação e reabilitação, à saúde, e à educação. Acerca da Educação, leia atentamente o Art. 27 e o parágrafo único que segue: A educação constitui direito da pessoa com de�ciência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com de�ciência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação (BRASIL, 2015). Aluno(a), por meio de todos os documentos mencionados é possível veri�car a luta para evolução e garantia de direitos para tais sujeitos e, com foco na Lei Brasileira de Inclusão, é possível veri�car que esse movimento resultou em possibilidades reais e positivas para a pessoa com de�ciência, independente de qual seja ela. Veja mais sobre essa Lei, na Leitura Complementar. Seguimos em frente. Além disso, ainda temos leis estaduais, como exemplo, a Lei do Estado do Paraná, Lei nº 18419, de 07 de janeiro de 2015, que estabelece o Estatuto da Pessoa com De�ciência do Estado do Paraná e a Lei nº 20059, de 18 de dezembro de 2019, art. 1 que altera alguns itens da lei de 2015 mencionada. Sendo assim, tais leis a�rmam que o Estatuto é [...] destinado a estabelecer orientações normativas que objetivam assegurar, promover e proteger o exercício pleno e em condições de equidade de todos os direitos humanos e fundamentais das pessoas com de�ciência, visando à sua inclusão social e cidadania plena, efetiva e participativa (PARANÁ, 2019). Aluno(a), qual o seu Estado? Faça, neste momento, uma breve pesquisa e veri�que se há alguma Lei Estadual destinada aos direitos das pessoas com de�ciência. Após isso, veri�que se na Lei estadual da sua localidade há menção da acessibilidade. Essa será a temática da nossa próxima discussão. Acessibilidade e a Era da Inclusão: Mito ou Verdade? Aluno(a), já iniciaremos com um questionamento: você sabe o que é acessibilidade? Analise a imagem a seguir. REFLITA A pessoa com de�ciência, assim como a com de�ciência física, possui diversos direitos estabelecidos em diferentes documentos legais. Mas o que questionamos é: toda a teoria é colocada em prática? A Figura 13 se refere a um caso de falta de acessibilidade, o que prejudica a inclusão. O que deveríamos ter nessa imagem para que ela se torne inclusiva? Re�ita. Acessibilidade, de acordo com Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com De�ciência, é de�nida como: Art. 3 I. possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edi�cações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com de�ciência ou com mobilidade reduzida (BRASIL, 2015). Analisando a de�nição, �ca evidente que a Figura 13 vai na contramão do direito estabelecido pela Lei mencionada, não é mesmo? É direito da pessoa com de�ciência que haja acessibilidade em todos os locais, desde a escola ao transporte público. É importante ressaltar que acessibilidade não se resume a estrutura física, ela vai além disso. Existem alguns tipos de acessibilidade que podemos mencionar, que são essenciais para nossa atuação docente com as pessoas com de�ciência física. São elas (ZAQUEU, 2012): Figura 13 - Falta de acessibilidade estrutural Fonte: @rawf8 em Envato Acessibilidade Arquitetônica: não deve haver barreiras físicas em quaisquer espaços. Exemplo: rampas em todos os locais para que a pessoa usuária de cadeira de rodas tenha acesso. Acessibilidade Comunicacional: não deve haver barreiras na comunicação interpessoal, escrita e virtual. Exemplo: acessibilidade digital. Acessibilidade Metodológica: sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo, trabalho etc. Precisa-se fazer adaptações curriculares, metodológicas... Acessibilidade Instrumental: sem barreiras nos instrumentos de estudo, de trabalho, de lazer e recreação. Precisa-se de dispositivos que supram as necessidades dos alunos, por exemplo, utilizar um lápis mais grosso. Acessibilidade Programática: não deve ter barreiras invisíveis, como nas políticas públicas. Acessibilidade Atitudinal: sem preconceito, exclusão. Parte da sensibilidade e empatia dos sujeitos, conscientização de todos. Promover a acessibilidade é extremamente importante e indispensável para o movimento da inclusão. Até o momento observamos que, teoricamente, a acessibilidade existe e é possível. No entanto sabemos que algumas escolas, por exemplo, não estão preparadas para o atendimento do aluno com de�ciência como deveriam. Então, nós, como professores, a partir deste subtópico temos a ciência da existência do mencionado. Assim, não podemos negar tal conhecimento em nossa prática docente, devemos transpor a teoria para a prática. SAIBA MAIS COMO AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA VEEM A QUESTÃO DA INCLUSÃO? Solera (2018, p. 69) realizou um estudo com pessoas com de�ciência física praticantes de esportes paralímpicos (Basquete em Cadeira de Rodas, Bocha e Voleibol Sentado) para veri�car como eles percebiam a questão da inclusão no seu dia a dia. E adivinha: poucos a reconhecem como efetiva na sociedade. Veja as falas a seguir: Hoje não tem, não. Muito difícil [...] tem meios que eles te fornecem pra você correr atrás e reinventar, então, por exemplo, tem as ortopedias aí que você vai até lá e você vai ver o que você precisa, que são objetos adaptáveis, tipo carro, hoje tem o especialista que vai lá e monta, faz uma adaptação do seu carro pra você que é portador aí poder pilotar. Dirigir e tudo nas mãos, então isso é uma adaptação. A sociedade te oferece isso, mas tudo isso tem um custo e o custo é muito alto, porque às vezes eu penso até que é uma exploração. E daí os descontos que eles te dão lá pra você comprar um veículo lá, você vai pagar o dobro pra mandar adaptar o carro. Então a sociedade não te fornece tanto isso porque se fosse assim, se ela pensasse tanto em você, ela já mandava o carro de fábrica do jeito que você precisa, então eu vejo que tudo isso é um comércio (SBC4). SBC1: [...] inclusão ainda é uma coisa que está engatinhando [...] Nossa sociedade ainda tá anos luz de uma inclusão da pessoa com de�ciência. SBC6: Inclusão poderia melhorar um pouco mais. SBC8: Inclusão tipo assim, é muito super�cial,o ginásio que a gente treina não é adaptado o banheiro. Aluno(a), essas são falas reais, que demonstram a realidade – de pelo menos uma pequena parte das pessoas com de�ciência física, que muitas vezes não são consideradas. Leve esse conhecimento para o ambiente escolar, de forma a dar voz a seus alunos e, com isso, diagnostique, de fato, como eles percebem as questões a sua volta. Fonte: Solera (2018). Chegamos ao �nal da Unidade I da nossa apostila. Com ela, ao objetivar contextualizar a história da pessoa com de�ciência física, conceituá-la e conhecer os documentos legais que legitimam os direitos de tais sujeitos, seguimos caminhos pelos quais nos deparamos com diversos estudiosos e conhecimentos que irão subsidiar as próximas unidades desta apostila, assim como, in�uenciar na futura prática pro�ssional. Acerca da história da pessoa com de�ciência física, vimos que sua contextualização histórica não está deslocada da história da de�ciência, permitindo identi�car fases pelas quais ela passou. Resumidamente, foram elas: exclusão, integração e inclusão. Ao nos referirmos às legislações, �cou evidente que muitos direitos estão estabelecidos e são de responsabilidade do estado, da família e do próprio sujeito a execução prática delas. Nesse enfoque, ainda falamos sobre acessibilidade, assunto que possibilitou conhecermos o que, de fato, é essa palavra e quais os seus tipos. Por �m, é preciso destacar que o momento que vivemos é constituído a partir de todos os fatos e acontecimentos já tidos, e isso nos levou ao movimento da inclusão, que, apesar de se mostrar por vezes frágil em sua prática, é nosso dever contribuir para efetivá-la, tanto na sociedade quanto no ambiente escolar. Leitura complementar Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com De�ciência (Estatuto da Pessoa com De�ciência) - Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. DO DIREITO À EDUCAÇÃO Conclusão - Unidade 1 Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com de�ciência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com de�ciência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação. Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida; II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com de�ciência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia; IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com de�ciência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino; VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva; VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; VIII - participação dos estudantes com de�ciência e de suas famílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar; IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e pro�ssionais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com de�ciência; X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento educacional especializado; XI - formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de pro�ssionais de apoio; XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação; XIII - acesso à educação superior e à educação pro�ssional e tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas; XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de educação pro�ssional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com de�ciência nos respectivos campos de conhecimento; XV - acesso da pessoa com de�ciência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar; XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e demais integrantes da comunidade escolar às edi�cações, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino; XVII - oferta de pro�ssionais de apoio escolar; XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas públicas. § 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumprimento dessas determinações. § 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte: I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certi�cado de pro�ciência na Libras; (Vigência) II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras. (Vigência) Art. 29. (VETADO). Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de educação pro�ssional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser adotadas as seguintes medidas: I - atendimento preferencial à pessoa com de�ciência nas dependências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços; II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com campos especí�cos para que o candidato com de�ciência informe os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários para sua participação; III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendimento às necessidades especí�cas do candidato com de�ciência; IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo candidato com de�ciência; V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com de�ciência, tanto na realização de exame para seleção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação e comprovação da necessidade; VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursivasou de redação que considerem a singularidade linguística da pessoa com de�ciência, no domínio da modalidade escrita da língua portuguesa; VII - tradução completa do edital e de suas reti�cações em Libras. Fonte: Brasil (2015). Livro Filme Acesse o link https://www.facebook.com/1905263236207612/videos/1904060303237036/ Unidade 2 Interlocução do atendimento especializado aos alunos com de�ciência física no ensino regular AUTORIA Bruna Solera Introdução Olá, aluno(a). Nesta unidade, intitulada Interlocução do Atendimento Especializado aos Alunos com De�ciência Física no Ensino Regular, vamos dar continuidade aos conhecimentos que foram adquiridos na Unidade I. Para isso, a Unidade II está dividida em três momentos, sendo eles: Fundamentos teóricos, legais e pedagógicos do atendimento especializado, tópico no qual você terá contato com as principais leis que têm permeado o atendimento de crianças e adolescentes com de�ciência. No segundo momento, no tópico Institucionalização do atendimento especializado no Projeto Político Pedagógico (PPP), você irá estudar como o atendimento se manifesta no PPP, bem como sobre a importância da construção de um documento que abarque todas as necessidades educacionais e que re�ita a realidade institucional. Por �m, ao adentrarmos no último tópico, Atividades de Vida Diária do aluno com de�ciência física, falaremos sobre esse termo e qual o papel do terapeuta ocupacional nesse contexto. Vamos em frente, aluno(a)! Bons estudos! Fundamentos teóricos, legais e pedagógicos do atendimento especializado AUTORIA Bruna Solera O Atendimento Educacional Especializado (AEE) está garantido na legislação educacional desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, ou seja, a garantia do Atendimento Educacional Especializado está presente em documentos anteriores à Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEE-EI) (BRASIL, 2008). Sua oferta é estabelecida como dever do Estado na Constituição Federal de 1988, no art. 208, e posteriormente no Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, no artigo 54. Também, nas Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, no art. 4, e nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB n. 2, de 11 de setembro de 2001, no parágrafo único do artigo 1º. O delineamento do seu atual propósito, bem como a forma de efetivação desse serviço, encontra-se mais bem de�nido após a elaboração da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, em 2008. Desse modo, priorizamos, neste tópico, o levantamento e análise de leis, decretos, instruções, notas técnicas e documentos de orientações pedagógicas de âmbito nacional, que direcionam a implantação desse serviço nas redes de ensino, a partir da constituição do referido documento orientador. Assim, entre os documentos normativos, destacamos no Quadro 1: Além desses documentos orientadores, o Governo Federal, com vistas a disseminar a política de construção de sistemas educacionais inclusivos, difundiu um conjunto de programas e projetos que possibilitam a implementação dessas diretrizes e também que as ações de acessibilidade sejam postas em prática. Entre estes, destacamos no Quadro 2: Quadro 1 - Documentos normativos Documentos Descrição Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008. (PNEE – EI) Acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando constituir políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade para todos os alunos. Resolução CNE/CEB n. 4, de 2 de outubro de 2009 Institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Nota Técnica nº 11, de 7 de maio de 2010 Apresenta orientações para a institucionalização na escola da oferta do AEE em Sala de Recursos Multifuncionais. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011 Dispõe sobre a Educação Especial e o Atendimento Educacional Especializado. Lei 13.146, de 06 de julho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com De�ciência (Estatuto da Pessoa com De�ciência). Fonte: a autora. Quadro 2 - Conjunto de programas e projetos Programas e Projetos Descrição Programa Nacional de Formação Continuada a Distância Resolução/CD/FNDE nº 12, de 25 de abril de 2008. Estabelece os critérios de implementação e execução do Programa Nacional de Formação Continuada a Distância nas Ações do FNDE (Formação pela Escola). Formação de professor para o Atendimento Educacional Especializado Parecer nº 252/69; LDBEN/96; Resolução n. 2/01; PNEE – EI/08; Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade Apoia a formação de gestores e educadores a �m de transformar os sistemas educacionais em sistemas educacionais inclusivos. Documentos: Documento Orientador 2011/2012 Manual para inserção dos itens �nanciáveis no PAR Relação dos municípios polos e respectivas abrangências. Programa Implantação da Salas de Recursos Multifuncionais (SEM) Apoia a organização e a oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE, prestado de forma complementar ou suplementar aos estudantes com de�ciência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação matriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes condições de acesso, participação e aprendizagem. Documentos: Doação SRM - Relação nominal das escolas estaduais e do Distrito Federal (Portaria nº 105, 14/10/2015) Doação SRM - Relação nominal das escolas municipais (Portaria nº 105, 14/10/2015) Relação nominal dos estados e municípios que aderiram ao Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais no período de 2008 a 2013 (Portaria nº 105, 14/10/2015) Nota técnica nº 42/2015 - MEC/SECADI/DPEE Decreto n° 6.094/ 2007 Portaria 13/2007 Manual de Orientação do Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. Nota Técnica n° 11/2010 – Orientações para a institucionalização da oferta do Atendimento Educacional Especializado – AEE em Salas de Recursos Multifuncionais implantadas nas escolas de ensino regular. Relação das escolas contempladas pelo Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. Documento Orientador do Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. Programa Escola Acessível Promove condições de acessibilidade ao ambiente físico, aos recursos didáticos e pedagógicos e à comunicação e informação nas escolas públicas de ensino regular. Documentos: Relação nominal das escolas que serão contempladas com os recursos do PDDE Acessibilidade 2013 Documento Orientador do Programa Escola Acessível 2013 Resolução/CD/FNDE/Nº 19/2013 de 21 de maio de 2013 Resolução Nº 27 de 02 de junho de 2011 Manual do Programa Escola Acessível Relação das escolas contempladas pelo Programa Escola Acessível 2012 Relação dos municípios contemplados pelo Programa Transporte Escolar Acessível 2011/2012 Documento Orientador do Programa Escola Acessível 2012 Resolução FNDE nº27/2012 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=13289&Itemid= http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=13290&Itemid= http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=13291&Itemid= http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=9932&Itemid= http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=9933&Itemid= http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=11285&Itemid= http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=10698&Itemid= http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=11261&Itemid= http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=11260&Itemid= Sobre esse conjunto de política e programas, é oportuno fazermosuma observação acerca das implicações que a descontinuidade de ações promovidas no campo educacional provoca para a materialidade da ação educativa (SAVIANI, 2013). Sem desconsiderarmos a importância de rever e estruturar ações com o empenho de melhorar as condições do ensino-aprendizagem, apontamos a necessidade da continuidade frente às questões especi�camente educacionais. O problema apresenta-se aí com um grau tal que inviabiliza qualquer avanço no campo da educação. Parece que cada governo, cada secretário de educação ou cada ministro quer imprimir sua própria marca, deixando de lado programas implementados nas gestões anteriores. Com esse grau de descontinuidade, não há como fazer frente às questões especi�camente educacionais, dado que, como se mostrou, trata-se de um tipo de atividade que requer continuidade. Portanto, a política educacional precisa levar em conta essa peculiaridade e formular metas não apenas a curto prazo, mas a médio e longo prazo e instituir propostas que possam, de fato, ser implementadas e avaliadas no seu processo e nos seus resultados, sendo corrigidas, quando for o caso, mas que tenham sequência, e que permitam criar situações irreversíveis de tal modo que as mudanças de governo não desmantelem aquilo que está sendo construído (SAVIANI, 2013, p. 109). Essas descontinuidades dos programas nas políticas educacionais, além de di�cultar a materialidade da ação educativa, distanciam os propositores dessas políticas em, de fato, elaborar ações que assegurem a universalização da escola com direitos e qualidades comuns. Outro ponto a ser observado refere-se aos interesses imbuídos pela manutenção da atual forma de organização, uma vez que essa descontinuidade, muitas vezes, leva a um falso entendimento da inconsistência dos referenciais teóricos que subsidiam essas políticas ou dos reais interesses que estes estão a serviço. É notório que a organização do ensino requer tempo necessário para que o trabalho pedagógico, conduzido no interior das escolas, tenha condições de �xar habilidades. Fonte: a autora. Nesses termos, pensando na caracterização do trabalho pedagógico do professor de AEE nas SRM, destacamos, entre as atribuições gerais desse pro�ssional, apresentadas no Decreto n. 7.611, de 17 de novembro de 2011, as atividades que teriam articulação com o trabalho pedagógico realizado pelo professor regente na classe comum. Entre essas atribuições, identi�camos, no art. 3, os objetivos do atendimento educacional especializado, sendo eles: I - prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de apoio especializados de acordo com as necessidades individuais dos estudantes; II - garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular; III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e IV - assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, etapas e modalidades de ensino (BRASIL, 2011). Embora a articulação intencionada fosse com o trabalho pedagógico da escola, nota-se uma supressão dos conteúdos curriculares. Contudo, @Wavebreakmedia em Envato Dando continuidade, a orientação pedagógica voltada para a especi�cidade da ação educacional no AEE não é expressa claramente nos documentos orientadores desse serviço. O Decreto n. 7.611, de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre a Educação Especial e o Atendimento Educacional Especializado, no art. 2, parágrafo 2º, a�rma que o AEE “[...] deve integrar a proposta pedagógica da escola [...]”. Entretanto, o documento PNEE-EI esclarece que as atividades desenvolvidas no AEE “[...] diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela” (BRASIL, 2008). A supressão do trabalho com os conteúdos escolares, ao mencionar as atribuições do professor, não se trata de uma omissão sem signi�cado por parte do documento em questão. Trata-se de um fato revelador da intencionalidade de adotar uma concepção de educação segundo a qual tanto o ensino quanto o elemento circunstancial dessa ação, o conteúdo escolar, são relegados. Temos, assim, um indicativo que nos permite inferir que as proposições para o trabalho docente na SRM carregam em si uma descaracterização da atividade do professor, pois o ensino é secundarizado nas normativas que organizam o setor (PERTILE, 2014, p. 80). Ainda que o documento PNEE-EI tenha como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos estudantes com de�ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais, garantindo, entre elas, “[...] Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais pro�ssionais da educação para a inclusão escolar [...]” (BRASIL, 2008), percebe-se que a responsabilidade para tal processo é compartilhada com os sistemas de ensino, conforme evidenciado nas orientações da Resolução CNE/CEB n. 02, de 11 de setembro de 2001, em seu art. 18, onde é exposto em que: Cabe aos sistemas de ensino estabelecer normas para o funcionamento de suas escolas, a �m de que essas tenham as su�cientes condições para elaborar seu projeto pedagógico e possam contar com professores capacitados e especializados, conforme previsto no Artigo 59 da LDBEN e com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na modalidade Normal, e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura de graduação plena. [...] § 4º Aos professores que já estão exercendo o magistério devem ser oferecidas oportunidades de formação continuada, inclusive em nível de especialização, pelas instâncias educacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 2001). Assim, temos o entendimento de que preparar de forma apropriada os pro�ssionais para essas novas funções e responsabilidades exige a implementação de um modelo de formação contínua, consistente, plani�cado, selecionado e políticas educacionais que normatizam, orientem e assegurem tais necessidades. Institucionalização do atendimento especializado no projeto político pedagógico AUTORIA Bruna Solera A Resolução do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica - CNE/CEB n. 4, de 2 de outubro de 2009, em seu art. 10, descreve a organização do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola de ensino regular, que deve institucionalizar a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE): I – sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos especí�cos; II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria escola ou de outra escola; III – cronograma de atendimento aos alunos; IV – plano do AEE: identi�cação das necessidades educacionais especí�cas dos alunos, de�nição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas; V – professores para o exercício da docência do AEE; VI – outros pro�ssionais da educação: tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente às atividades de alimentação, higiene e locomoção; VII – redes de apoio no âmbito da atuação pro�ssional, da formação, do desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre outros que maximizem o AEE. Parágrafo único. Os pro�ssionais referidos no inciso VI atuam com os alunos público-alvo da Educação Especial em todas as atividades escolares nas quais se �zerem necessários (BRASIL, 2009). Para �ns de planejamento, acompanhamento e avaliação dos recursos e estratégias pedagógicase de acessibilidade, utilizadas no processo de escolarização, a escola institui a oferta do atendimento educacional especializado, contemplando, na elaboração do PPP, aspectos do seu funcionamento, tais como: · Carga horária para os alunos do AEE, individual ou em pequenos grupos, de acordo com as necessidades educacionais especí�cas; · Espaço físico com condições de acessibilidade e materiais pedagógicos para as atividades do AEE; · Professores com formação para atuação nas salas de recursos multifuncionais; · Pro�ssionais de apoio às atividades da vida diária e para a acessibilidade nas comunicações e informações, quando necessário; · Articulação entre os professores da educação especial e do ensino regular e a formação continuada de toda a equipe escolar; · Participação das famílias e interface com os demais serviços públicos de saúde, assistência, entre outros necessários; · Oferta de vagas no AEE para alunos matriculados no ensino regular da própria escola e de outras escolas da rede pública, conforme demanda; · Registro anual no Censo Escolar MEC/INEP das matrículas no AEE. (BRASIL, 2010, p. 8). Para recordar como é construído o PPP, segue um modelo (BRASIL, 2010, p. 19-20): PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP 1. Informações Institucionais 1.1 Dados cadastrais da escola 1.2 Objetivos e �nalidades da escola 1.3 Ato normativo de autorização de funcionamento da escola 1.4 Código do Censo Escolar/INEP 2. Diagnóstico local Dados gerais da comunidade onde a escola se insere. Com relação aos alunos matriculados no AEE, descrever sobre esse grupo populacional na comunidade. 3. Fundamentação legal, político e pedagógica Referenciais atualizados da política educacional, da legislação do ensino e da concepção pedagógica que embasam a organização do PPP da escola. Com relação ao AEE, indicar os referenciais da educação especial na perspectiva da educação inclusiva que fundamentam sua organização e oferta. 4. Gestão 4.1 Existência de cargos de direção, coordenação pedagógica, conselhos deliberativos; forma de escolha dos gestores e representantes dos conselhos; 4.2 Corpo docente e respectiva formação: número geral de docentes da escola; o número de professores que exercem a função docente; a formação inicial dos professores para o exercício da docência (normal de nível médio, licenciatura); a carga horária e o vínculo de trabalho dos professores (servidor público, contrato de trabalho, cedência, outro); Com relação ao(s) docente(s) do AEE, informar o número de professores, carga horária, formação especí�ca (aperfeiçoamento, graduação, pós-graduação), competências do professor e interface com o ensino regular; 4.3. Pro�ssionais da escola não docentes: número geral de pro�ssionais que não exerce a função docente; formação desses pro�ssionais; carga horária e vínculo de trabalho; função exercida na escola (administrativa, educacional, alimentação, limpeza, apoio ao aluno, tradutor intérprete, guia intérprete, outras). 5. Matrículas na Escola Identi�cação das matrículas gerais da escola, por etapas e modalidades, séries/anos, níveis ou ciclos; dos participantes em programas e ações educacionais complementares e outras. Com relação aos alunos público-alvo da educação especial, além das matrículas em classes comuns do ensino regular informar as matrículas no AEE realizado na sala de recursos multifuncionais. A escola que não tiver sala de recursos multifuncionais deverá constar, no Projeto Político Pedagógico, a informação sobre a oferta do AEE em sala de recursos de outra escola pública ou em centro de AEE. 6. Organização da Prática Pedagógica da Escola 6.1. Organização curricular, programas e projetos desenvolvidos na escola: descrição de objetivos, carga horária, espaços, atividades, materiais didáticos e pedagógicos, entre outros integrantes da proposta curricular da escola para a formação dos alunos. 6.2. Avaliação do ensino e da aprendizagem na escola: descrição da concepção, instrumentos e registro dos processos avaliativos dos alunos e estratégias de acompanhamento do processo de escolarização; 6.3 Formação continuada no âmbito da escola e/ou do sistema de ensino: descrição da formação na escola (organização, parcerias e outros); participação em cursos de formação continuada (extensão, aperfeiçoamento ou pós-graduação), carga horária, modalidade (presencial ou à distância), número de professores/cursistas da escola. 6.4 Com relação aos alunos público alvo da educação especial, informar a organização da prática pedagógica do AEE na sala de recursos multifuncionais: a) Atividades e recursos pedagógicos e de acessibilidade, prestados de forma complementar a formação dos alunos público alvo da educação especial, matriculados no ensino regular; b) Articulação e interface entre os professores das salas de recursos multifuncionais e os demais professores das classes comuns de ensino regular; c) Plano de AEE: identi�cação das habilidades e necessidades educacionais especí�cas do aluno; planejamento das atividades a serem realizadas, avaliação do desenvolvimento e acompanhamento dos alunos; oferta de forma individual ou em pequenos grupos; periodicidade e carga horária; e outras informações da organização do atendimento conforme as necessidades de cada aluno; d) Existência de espaço físico adequado para a sala de recursos multifuncionais; de mobiliários, equipamentos, materiais didático- pedagógicos e outros recursos especí�cos para o AEE, atendendo as condições de acessibilidade. 7. Infraestrutura da escola Descrição do espaço físico: existência e número de salas de aula, sala de professores, sala de informática, sala multimeio, salas de recursos multifuncionais e outras; de laboratório de informática, de ciências e outros; de biblioteca; de refeitório; de ginásio, quadra de esportes e outras instalações desportivas; de sanitários feminino e masculino, para alunos e professores/pro�ssionais, para pessoas com de�ciência ou com mobilidade reduzida; de mobiliários; de equipamentos; e demais recursos. 8. Condições de acessibilidade na escola Descrição das condições de acessibilidade da escola: arquitetônica (banheiros e vias de acesso, sinalização táctil, sonora e visual); pedagógica (livros e textos em formatos acessíveis e outros recursos de TA disponibilizados na escola); nas comunicações e informações (tradutor/intérprete de Libras, guia intérprete e outros recursos e serviços); nos mobiliários (classe escolar acessível, cadeira de rodas e outros); e. no transporte escolar (veículo rebaixado para acesso aos usuários de cadeira de rodas, de muletas, andadores e outros). Desta forma, no PPP da escola, como nos referimos ao atendimento aos alunos com de�ciência física, esse atendimento deve estar na proposta, de forma a instituir, de acordo com Toyoshima, Silva e Cerezuela (2018, p. 172), “uma nova cultura escolar, na qual sejam previstas diferentes formas de encontros desses alunos com os conhecimentos cientí�cos, possibilitando sua aprendizagem e desenvolvimento”. Assim, um aspecto que se destaca é a acessibilidade, uma das condições básicas para promover a escola inclusiva pautada na garantia de que as pessoas com de�ciência possam participar de atividades cotidianas, escolares e de lazer, entre outras, por meio de produtos, serviços, informação e ajuda técnica, objetivando a superação de várias barreiras, como as de comunicação e mobilidade (ZILIOTTO, 2015). Para tanto, é importante relembrar que a acessibilidade envolve os seguintes aspectos: arquitetônicos (banheiros e vias de acesso adaptados, sinalização táctil, sonora e visual); pedagógicos (materiais didáticos e pedagógicos acessíveis e recursos de tecnologia assistiva disponibilizados); de comunicações e informações (comunicação alternativa aumentativa, Libras, Braille, Libras, táctil, Tadoma, informática acessível, texto ampliado, relevo e outros); além de adaptações nos mobiliários e no transporte (ZILIOTTO, 2015). Os alunos com de�ciência podem precisar de adequações arquitetônicas, possibilitandoa locomoção com o máximo de autonomia possível. Estes podem utilizar apoios como a cadeira de rodas, muletas, entre outros que dominam suas di�culdades motoras. Caso esses alunos não apresentem de�ciência intelectual associada à de�ciência física, o trabalho pedagógico será o mesmo dos demais alunos, adequando apenas aspectos físicos. REFLITA Para a construção de um PPP que tenha �ns educativos e inclusivos de fato, essa ação não pode ser unilateral, ela deve partir da construção em grupo, de forma participativa. Você já se envolveu com esse momento? Pois bem, caso nunca tenha participado, tenha em mente que em sua futura atuação pro�ssional seu envolvimento será indispensável. Fonte: a autora. Alunos com de�ciência física podem necessitar de um tempo maior para a realização de tarefas e de algumas adequações nas atividades, levando em conta as particularidades físicas. Assim, podem ser usadas algumas estratégias, como a �xação das atividades na mesa com �ta adesiva e ampliação do diâmetro do lápis (BRASIL, 2006a). As estratégias serão usadas de acordo com a necessidade do aluno, outros exemplos de acessibilidade pedagógica que podemos citar são o receptor de lápis e o digitador. É preciso notar, caro(a) aluno(a), que a acessibilidade não é exclusivamente permitir um caminho para a mobilidade de uma pessoa com de�ciência física, ela envolve também o conceito da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), pela norma NBR 9.050, de 30 de junho de 2004 – acessibilidade de pessoas com de�ciência e edi�cações, espaço mobiliário e equipamentos urbanos –, para possibilitar a condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de edi�cações, espaço, mobiliário e equipamento urbano, desenho universal e outros aspectos (ABNT, 2004), e também atender a legislação atual. Voltando no art. 12 da Resolução CNE/CEB n. 4/2009, que descreve que, para atuar no AEE, o professor deve ter formação inicial que o habilite para o exercício da docência e formação especí�ca para a Educação Especial, além disso, espera-se que “[...] dominem programas de enriquecimento curricular, adequação/produção de materiais didáticos e pedagógicos” (BRASIL, 2009). O art. 13 apresenta as atribuições do professor do AEE, são elas: I – identi�car, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades especí�cas dos alunos público-alvo da Educação Especial; II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade; III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais; IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola; V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade; VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno; VII – ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia e participação; VIII– estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares. (BRASIL, 2009). En�m, a escola, ao trabalhar com o aluno público-alvo da educação especial, deve planejar alternativas e intervenções, de forma a diversi�car as situações de aprendizagem para adaptar às especi�cidades dos alunos: desa�ando e motivando constantemente a capacidade dos alunos; propondo situações desa�adoras e motivadoras para estimular o pensamento e a capacidade cognitiva da criança. É preciso que a escola desenvolva uma Proposta Pedagógica inclusiva, que atenda toda diversidade. SAIBA MAIS Um aluno com de�ciência física pode ter di�culdade em realizar muitas das tarefas rotineiras na escola. Não participando ativamente das atividades escolares, ele �ca em desvantagem, pois não tem oportunidades de se desa�ar e criar como seus colegas. Vamos resolver os problemas com CRIATIVIDADE. Veja o exemplo: Na educação infantil todas as crianças estão se desa�ando no uso da tesoura. Alguns alunos possuem maior facilidade, outros ainda mostram di�culdades, mas todos estão orgulhosos de seus feitos. Nesse caso, o menino com de�ciência física não poderá participar da atividade de recorte e colagem, a menos que consigamos uma tesoura diferente para que ele possa manejá-la com a habilidade que possui (fechar a mão ou bater a mão). Encontramos ou construímos uma tesoura adaptada para nosso aluno, mas ele ainda não consegue manejar simultaneamente a tesoura e o papel. Nesse caso, mudamos a atividade, que de individual passa a ser coletiva: o grupo de alunos trabalha junto e um colega segura o papel, o outro usa a tesoura, o outro passa a cola e juntos fazem a colagem. Fonte: Bresh e Machado (2007). Atividade de vida diária do aluno com de�ciência física AUTORIA Bruna Solera O programa de Atividades da Vida Diária (AVD) constitui-se, basicamente no treinamento de habilidades referentes à: alimentação, higiene pessoal e ao vestuário, aparência pessoal, higiene e arrumação da casa, administração do lar, comunicação pelo telefone, veri�cação de horas, enfermagem caseira e boas maneiras (SIERRA, 2009). A de�ciência física pode apresentar comprometimentos diversos das funções motoras do organismo físico que variam em número e grau, de indivíduo para indivíduo, dependendo das causas e da abrangência, como vimos no início de nossa disciplina, que podem in�uenciar nas AVD. Esses comprometimentos relativos à de�ciência física podem apresentar-se como: Esses problemas poderão estar associados ou não a: leve cambalear no andar; necessidade do uso de muletas ou andador adequados para auxiliarem a execução da marcha; uso de cadeira de rodas que pode ser manobrada pelo aluno; uso de cadeira de rodas manobrada por terceiros devido à impossibilidade do aluno; uso de cadeira de rodas motorizada que poderá ser acionada por qualquer parte do corpo onde predomine alguma função voluntária (BRASIL, 2006b, p. 13). di�culdades de linguagem (disartria, anartia, ...); di�culdades visuais (estrabismo, nistagmo, visão sub-normal, ...); di�culdades auditivas com possibilidade de compensação com uso de aparelho especí�co; semi-dependência para atividades da vida diária (AVD): higiene; alimentação; uso do banheiro; escrita; desenho; atividades que necessitem coordenação motora �na. problemas do desenvolvimento cognitivo: di�culdades para o “fazer”; di�culdades para o “compreender o que está sendo visto”; di�culdades para compreender a linguagem (BRASIL, 2006b, p. 13): CONECTE-SE Você sabe o que é Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)? Dizemos que a comunicação é aumentativa quando o sujeito utiliza um outro meio de comunicação para complementar ou compensar de�ciências que a fala apresenta, mas sem substituí-la totalmente. Visite o link e descubra a importância da CAA para o atendimento educacional dos alunos com de�ciência física. ACESSAR http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf Na Resolução n. 316, de 19 de julho de 2006, que dispõe sobre a prática de Atividades de Vida Diária, de Atividades Instrumentais da Vida Diária e Tecnologia Assistiva pelo Terapeuta Ocupacional e dá outras providências, nos art. 1 e 2 é descrito que: Artigo 1° – É de exclusiva competência do Terapeuta Ocupacional, no âmbito de sua atuação, avaliar as habilidades funcionais do indivíduo, elaborar a programação terapêutico-ocupacional e executar o treinamento das funções para o desenvolvimento das capacidades de desempenho das Atividades de Vida Diária (AVDs) e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) para as áreas comprometidasno desempenho ocupacional, motor, sensorial, percepto-cognitivo, mental, emocional, comportamental, funcional, cultural, social e econômico de pacientes. Artigo 2°– Compete ao Terapeuta Ocupacional o uso da Tecnologia Assistiva nas Atividades de Vida Diária (AVDs) e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) com os objetivos de: I – promover adaptações de jogos, brincadeiras e brinquedos; II – criar equipamentos, adaptações de acesso ao computador e software; III – utilizar sistemas de comunicação alternativa, de órteses, de próteses e de adaptações; IV – promover adequações posturais para o desempenho ocupacional por meio de adaptações instrumentais; V – realizar adaptações para dé�cits sensoriais (visuais, auditivos, táteis, dentre outros) e cognitivos em equipamentos e dispositivos para mobilidade funcional; VI – adequar unidades computadorizadas de controle ambiental; VII – promover adaptações estruturais em ambientes domésticos, laborais, em espaços públicos e de lazer; VIII – promover ajuste, acomodação e adequação do indivíduo a uma nova condição e melhoria na qualidade de vida ocupacional (BRASIL, 2006c). É importante destacar que houve uma alteração em relação à nomenclatura. Atividade de Vida Diária (AVD), na Resolução CNE/CEB n. 2, de 11 de setembro de 2001, que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, passa a ser designada por Atividades de Vida Autônoma e Social (AVAS). Assim, após a aprovação da Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008 (PNEE – EI) (BRASIL, 2008), esse é o novo termo adotado. SAIBA MAIS Leitura do artigo intitulado Qualidade de Vida em Adultos com De�ciência Física, publicado na revista Psicologia: Re�exão E Crítica, Porto Alegre, v. 24, n.1, 2011. O artigo é de autoria de Marineia Crosara de Resende e Valdiney Veloso Gouveia. O objetivo dessa pesquisa foi investigar a qualidade de vida em adultos com de�ciência física nos domínios: bem-estar subjetivo, competências comportamentais, qualidade de vida percebida e condições ambientais. Para saber mais, acesse o link: ACESSAR https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722011000100012 Chegamos ao �nal da segunda unidade da apostila de Atendimento Educacional de Alunos com De�ciência Física e, com isso, alguns conhecimentos foram adquiridos. Façamos um resgate em sua memória acerca do que foi lido nesta unidade. Vamos lá! Nesta unidade objetivamos contribuir com sua formação a partir da contextualização histórica, com foco nas legislações nacionais que abordam questões pedagógicas relacionadas ao atendimento especializado do aluno com de�ciência. Como vimos, a partir da criação e promulgação de inúmeros documentos normativos, �cou evidente a necessidade da presença e obrigatoriedade da oferta do atendimento especializado com pro�ssionais quali�cados. Em seguida falamos sobre o Projeto Político Pedagógico, sua composição e obrigatoriedade em ter o atendimento pedagógico �rmado em seu corpo, mesmo que este não seja efetivado na escola para a qual o PPP está sendo formado. Apresentamos um modelo, que pode servir de parâmetro para a construção do PPP nas escolas. Por �m, mas não menos importante, no último tópico da unidade, houve a exposição da AVD, que na atualidade é chamada de AVAS, em que apresentamos e discutimos a importância do estímulo e oferta dessas atividades para o pleno desenvolvimento da autonomia dos sujeitos. Veja, aluno(a), tais conhecimentos são essenciais para sua formação e para o atendimento aos alunos com de�ciência física de forma inclusiva, acessível e de acordo com as necessidades especí�cas de cada sujeito, levando em conta seus aspectos individuais. Dessa forma, daremos um passo rumo à educação e um ensino- aprendizagem efetivo e de qualidade. Conclusão - Unidade 2 Leitura complementar Aluno(a), uma das maneiras de aprendermos sobre a inclusão do AEE nas escolas regulares é lendo e pesquisando acerca das práticas exitosas, isto é, que obtiveram resultados positivos dentro das instituições. Pensando nisso, disponibilizamos um artigo que relata a experiência de uma escola na cidade de Jaboatão dos Guararapes, no Estado do Pernambuco, que contou com a colaboração e compromisso de toda a rede escolar para o efetivo funcionamento e execução do AEE. Boa leitura! ACESSAR Livro https://www.ufpe.br/documents/39399/2403144/MESSIAS%3B+ARAU%C2%B4JO+-+2019.1.pdf/f648e5bc-b55c-403a-9755-ab9c8b3875a0 Filme Acesse o link https://youtu.be/4INwx_tmTKw Unidade 3 Avaliação, adaptação, orientação e mobilidade AUTORIA Bruna Solera Introdução Olá, aluno(a). Seja bem-vindo(a) à Unidade III da nossa apostila de estudos acerca do atendimento educacional de alunos com de�ciência física. Neste momento iremos estudar os princípios avaliativos para alunos com de�ciência física. Com isso, você conseguirá ter a base para que, na sua futura atuação docente, você possua recursos para efetivar essa etapa, que, por sinal, é indispensável e extremamente importante para diagnosticar o processo de ensino-aprendizagem. Em conjunto com conceito de avaliação, trataremos da temática adaptações para esse processo no entendimento educacional especializado aos alunos com de�ciência física. Com isso, veremos estratégias que podem ser utilizadas para facilitar e tornar o processo avaliativo efetivo e acessível. Por �m, neste tópico, vamos conceituar e discorrer sobre a orientação e mobilidade/autonomia e independência dos alunos com de�ciência física. Aluno(a), você sabe o que é autonomia? Caso você não saiba, vamos descobrir. Ótimo estudo! Conceitos e adaptações da avaliação no atendimento educacional especializado para alunos com de�ciência física AUTORIA Bruna Solera Para iniciarmos, gostaria de perguntar a você: o que é avaliação? Qual a sua função no espaço escolar? Vamos lá, aluno(a). Para o professor, de acordo com Menegolla e Sant’Anna (1992, p. 94), a avaliação é “um meio de diagnosticar a realidade dos seus alunos, a �m de poder realizar uma ação pedagógica, a partir da realidade e das necessidades dos seus alunos”. É um erro pensar que a avaliação tem como função apenas quanti�car o conhecimento através de provas ou atribuir notas ou conceitos. Para Menegolla e Sant’Anna (1992), ela vai além disso, deve ser um meio para auxiliar o aluno a conhecer a sua realidade de forma mais efetiva. Nessa mesma linha de pensamento, Libâneo (2013, p. 216) destaca que A avaliação é uma tarefa complexa que não se resume à realização de provas e atribuições de notas. A mensuração apenas proporciona dados que devem ser submetidos a uma apreciação qualitativa. A avaliação, assim, cumpre funções pedagógico-didáticas, de diagnóstico e de controle em relação às quais se recorre a instrumentos de veri�cação do rendimento escolar. Logo, por que a avaliação é importante para os alunos? A avaliação é importante para os alunos porque é por meio dela que ele pode adquirir conhecimento sobre sua situação – relacionada ao aproveitamento escolar (MENEGOLLA; SANT’ANNA, 1992). Desta forma, a avaliação possui função tanto para o professor quanto para a escola, mas ela assume maior valoração para o aluno. Para os docentes, a avaliação possui como objetivo re�etir acerca do nível da qualidade do trabalho dos alunos e, inclusive, dos próprios professores. É através da avaliação que o professor percebe quais recursos estão sendo efetivamente apreendidos pelos alunos, isto é, ele passa a ter a possibilidade, dependendo dos resultados mostrados, de avaliar progressos, reorientar, adaptar, a �m de realizar correções que se �zerem necessárias (LIB NEO, 2013). Como parte do processo de ensino-aprendizagem, a avaliação deve ser parte integrante do planejamento do professor. Com isso, ao organizar sua disciplina, suas aulas, de�ne e estabelece, de forma clara, as técnicas e instrumentos de avaliação (MENEGOLLA; SANT’ANNA, 1992). Assim, percebe-se que o mais comum na prática docente é a
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