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1 ABORDAGEM DO PACIENTE COM SUSPEITA DE TUBER CULOSE NA APS DEFINIÇÃO: ➔ A TB é uma doença infectocontagiosa, universal, crônica, endêmica. ➔ Agente etiológico: o Mycobacterium tuberculosis (Mtb) ou bacilo de Koch (BK). ➔ Ainda é um importante e grave problema de saúde pública mundial. ➔ A principal forma de prevenção dos casos graves é aplicação da vacina BCG. EPIDEMIOLOGIA: ➔ Foram 5.072 óbitos por TB no Brasil em 2021 (2,38/100 mil habit.) ➔ Aumento de 11,9% no número de óbitos e de 10,7% na taxa de mortalidade em relação ao ano de 2019. ➔ Última vez que foram notificados mais de 5.000 óbitos foi no ano de 2002. ➔ O Espírito Santo tem uma tendência de aumentar o número de notificações anterior ao ano de 2019. CARACTERÍSTICAS DO BACILO: ➔ Bacilos retos ou ligeiramente curvos, imóveis, não esporulados, não capsulados. ➔ Induz a formação de granulomas devido a sua parede celular possuir alto conteúdo lipídico. ➔ Aeróbio estrito. ➔ Pode ficar em latência por longos períodos de tempo. ➔ Sensível a luz solar. TRANSMISSÃO: ➔ Transmissão de pessoa a pessoa. ➔ Contato com gotículas carregadas de bacilos expelidas pela fala, espirro e pela tosse de paciente bacilífero. ➔ A via aérea é a porta de entrada mais frequente. ➔ População socialmente desfavoráveis tem risco aumentado para contrair a doença. ➔ Populações Vulneráveis: ➢ Indígenas: risco de adoecimento por tuberculose 3 vezes maior ➢ Privados de Liberdade: risco de adoecimento por tuberculose 28 vezes maior ➢ Pessoas que vivem com o HIV\AIDS: risco de adoecimento por tuberculose 35 vezes maior ➢ Pessoas em Situação de Rua: risco de adoecimento por tuberculose 44 vezes maior PROCESSO DE INFECÇÃO\ PRIMOINFECÇÃO: ➔ 1º: Instalação do bacilo ➔ 2º: Passagem pelas resistências inespecíficas das barreiras físicas do organismo ➔ 3º: Início de rápida resposta inflamatória (macrófagos + neutrófilos), que levam a uma rápida limpeza dos bacilos. ➔ 4º: Se houver falha nesse processo de limpeza, há avanço da inflamação e da broncopneumonia inespecífica no foco pulmonar (foco de Ghon). ➔ 5º: Bacilo se multiplica e ocorre a disseminação linfática (até o gânglio satélite -> foco ganglionar) seguida por hematológica para todo organismo. ➔ 6º: A ocorrência do foco pulmonar, da linfangite e do foco ganglionar denomina-se complexo primário ou complexo de Ranke. TUBERCULOSE PRIMÁRIA: ➔ Resulta da não contenção da primoinfecção. ➔ Pode ser explicada pela alta carga bacilífera, virulência da cepa ou falha na imunidade celular. ➔ Liquefação do cáseo e desenvolvimento da doença. ➔ Pode haver febre, dispnéia e tosse não produtiva. ➔ A maioria dos casos só é conhecida quando há teste tuberculínico positivo. TUBERCULOSE PÓS-PRIMÁRIA\ REATIVAÇÃO: ➔ Normalmente ocorre anos após a lesão primária em pessoas que desenvolveram alguma imunidade aos antígenos do BK. ➔ Modalidade de adoecimento mais comum em jovens e adultos. ➔ A maior parte tem apresentação pulmonar. ➔ Caracterizada por tosse produtiva, sudorese noturna, anorexia, perda ponderal e febre vespertina. 2 ABORDAGEM DO PACIENTE COM SUSPEITA DE TUBER CULOSE NA APS TUBERCULOSE LATENTE: ➔ Corresponde ao período entre a infecção pelo bacilo e o aparecimento da doença. ➔ O risco de desenvolvimento da doença depende de: ➢ Virulência e patogenia do bacilo; ➢ Competência imunológica; ➔ Deve ser tratado para evitar adoecimento e quebrar cadeia de contágio. ➔ O Diagnóstico é realizado pelo PPD e exclusão de TB ativa. DIAGNÓSTICO: LABORATORIAL: ➔ Baciloscopia: ➢ 0 BAAR em 100 campos observados: negativo ➢ 1 – 9 BAAR em 100 campos observados: paucibacilar ➢ De 10 a 99 BAAR em 100 campos OU 1 a 10 BAAR em 50 campos OU mais de 10 BAAR nos primeiros 20 campos observados: positivo. ➔ Teste tuberculínico: ➢ Trata-se do teste de triagem padrão para identificar exposição prévia do indivíduo ao Mycobacterium tuberculosis. ➢ Auxilia no diagnóstico de tuberculose ativa em crianças. ➢ A leitura é feita com a medição em mm do endurecimento em local onde foi aplicada a tuberculina. • 0 – 4 mm: não reator • > 5 mm e < 10 mm: reator fraco • > 10 mm: forte reator. IMAGEM: ➔ Raio x de tórax ➔ Tomografia computadorizada de tórax TRATAMENTO: ➔ Deve ser iniciado o mais precocemente possível ➢ Cura e restauração da qualidade de vida; ➢ Prevenção de mortes por TB ➢ Quebra da cadeia de transmissão ➔ Tem duração mínima de 6 meses. ➔ No Brasil há a estratégia do Tratamento diretamente observado (TDO). ➔ A fase intensiva tem duração de dois meses. ➔ A fase de manutenção tem duração de 4 meses. ➢ Usa-se apenas a rifampicina e a isoniazida. TUBERCULOSE LATENTE: ➔ Quando bem indicado reduz de 60 a 90% o risco de adoecimento. ➔ Indicações: ➢ Idade ➢ Probabilidade de ILTB ➢ Risco de adoecimento ➔ A droga escolhida é a Isoniazida ➔ Tempo de duração: 9 – 12 meses ACOMPANHAMENTO: ➔ Deve ser realizado mensalmente. ➔ Identificar presença de queixas ou sinais clínicos para avaliar evolução da doença. ➔ Avaliar uso correto da medicação. ➔ Monitorar peso. ➔ Repetir mensalmente baciloscopia (2°, 4° e 6° mês são obrigatórias). ➔ Paciente inicialmente bacilíferos devem ter duas baciloscopias negativas (acompanhamento e final) para comprovar cura. CRITÉRIOS DE CURA: ➔ Duas baciloscopias negativas (acompanhamento + encerramento). ➔ Tratamento completo sem evidências de falência QUANDO REFERENCIAR: ➔ Com falha no tratamento (baciloscopia positiva ao final do tratamento). ➔ Com baciloscopia fortemente reagente no início e no 4° mês de tratamento 3 ABORDAGEM DO PACIENTE COM SUSPEITA DE TUBER CULOSE NA APS ➔ Pacientes com coinfecção HIV/TB ➔ Com evolução clínica insatisfatória.
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