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Cirurgia – Amanda Longo Louzada 1 HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA INTRODUÇÃO: ➔ O sangramento ocorre abaixo do ângulo de Treitz TERRITÓRIOS: ➔ Jejuno ➔ Cólon ➔ Íleo ➔ Reto ➔ Ânus FORMAS DE EXTERIORIZAÇÃO: ➔ Hematoquezia: presença de sangue vivo nas fezes ➔ Enterorragia: diarreia sanguinolenta ➔ Melena: é mais raro, pois as vezes o sangramento é pequeno tendendo a um quadro mais crônico do que agudo que dá tempo de sofrer transformação pelo aparelho digestivo e adquirir uma coloração mais escura QUADRO CLÍNICO: ➔ Exteriorização + Repercussão hemorrágica ➔ Repercussões Hemorrágicas: ➢ Queda da hemoglobina ➢ Taquicardia ➢ Hipotensão ➢ Alargamento do tempo de enchimento capilar ➢ Hipocorado ➔ Exame Proctológico: deve ser feito o toque retal, pois pode ajudar a encontrar a causa ➢ Pode ser encontrado sangue em dedo de luvar ➢ Deve ser o primeiro exame a ser feito após a coleta da história CAUSAS: MAIS COMUNS: ➔ Doença Diverticular dos Cólons: ➢ É muito prevalente ➢ É a principal causa de hemorragia digestiva baixa ➢ O sangramento ocorre do divertículo do cólon direito ➢ O divertículo é um pseudodivertículo, é um “buraco” na camada muscular por onde a mucosa se exterioriza, encontra a serosa e faz o saco que é o divertículo ➢ Esse “buraco” é o orifício da camada muscular por onde a artéria cólica daquele setor penetra na parede, por isso o sangramento que ocorre é de características arteriais ➢ Diagnóstico: colonoscopia ➔ Angiodisplasia: consiste em uma má formação venosa capilar, então tem um vaso venoso frágil que eventualmente sangra ➢ É a segunda causa mais comum de hemorragia digestiva baixa ➢ É uma doença muito prevalente em idosos ➢ Pode acometer qualquer parte do tubo digestivo, mas a que sangra é o ceco (mais comum) e o cólon direito ➢ A minoria das angiodisplasia irão sangrar ➢ Diagnóstico: colonoscopia CAUSAS MENOS COMUNS: ➔ Tumores: ➢ Tumor no colón esquerdo se manifesta com obstrução ➢ Tumor no reto se manifesta com tenesmo, sangramento e obstrução ➢ Tumor no cólon direito se manifesta com sangramento crônico ➔ Doença Inflamatória Intestinal: ➢ Retocolite Ulcerativa: • Pega retrogradamente do reto aos cólons • Se manifesta com diarreia crônica, disenteria (diarreia com produtos patológicos, como sangue, muco e pus) • Se apresenta com surto e remissão ➢ Doença de Crohn: • Se apresenta com episódios de surto e remissão • Diarreia crônica que sangrar é exceção • Acomete da boca ao ânus, com predileção pelo íleo • O comportamento típico dela normalmente é de suboclusão ➔ Isquemia Mesentérica: qualquer território pode sofrer isquemia, sendo mais comum no intestino delgado e cólon, que podem sofrer necrose da mucosa e da submucosa pela isquemia, gerando uma descamação, exposição dos vasos da mucosa e sangramento ➢ A evacuação vai ser sanguinolenta, com raias mucosas ➔ Lesões Actínica: ocorre em pacientes que fizeram radioterapia, essa radiação gera uma colite actínica ou uma enterite actínica Cirurgia – Amanda Longo Louzada 2 HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA ➢ Esse território que sofreu com a radiação pode ficar inflamado gerando dor e sangramento, pode descamar e sangrar ou obstruir ➔ Divertículo de Meckel; acomete o íleo distal ➢ Ocorre em crianças e adultos jovens ➔ Pólipos: acomete cólon, reto e delgado ➢ Em geral é assintomático ➔ Doença Orificiais: é um diagnostico de exclusão ➢ Pode ser fissura anal ou doença hemorroidária TRATAMENTO: ABORDAGEM DO PACIENTE GRAVE: ➔ Fazer ABCDE no trauma ➔ Deve fazer reanimação volêmica para o paciente, e se necessitar pode ser feito droga vasoativa e transfusão de hemoderivados ➔ Quando o paciente estiver estabilizado, deve fazer EDA em 12 a 24 horas, para afastar hemorragia digestiva alta maciça ➔ Após ter sito afastado uma hemorragia digestiva alta, deve ser feito colonoscopia, parar tentar encontrar a causa MANEJO DO PACIENTE INSTÁVEL: ➔ Nos casos que o paciente permanece com hemorragia digestiva baixa, e não consegue fazer colonoscopia, deve ser feito laparotomia exploradora ➔ Sempre procurar sinais de hemorragia digestiva alta ou baixa ➔ Pode ser passado SNG de forma prévia para diferenciar sangramento digestivo lato ou baixo, se vier sangue na sonda se trata de sangramento digestivo alto ➔ Nos casos em que é hemorragia digestiva baixa com foco indeterminado deve ser feito uma colectomia total e se for achado o foco deve ser feito a colectomia parcial ➔ Paciente com hemorragia digestiva baixa persistentemente instável deve fazer colectomia total ou subtotal MANEJO DO PACIENTE ESTÁVEL: ➔ Na maioria das vezes ocorre resolução espontânea, e normalmente o paciente tem auto resolução prévia à colonoscopia ➔ Então na maioria das vezes a colonoscopia é diagnóstica, podendo ser vista doença diverticular e angiodisplasia com ou sem sinais de sangramento ➔ Mesmo que o paciente já tenha algum diagnóstico prévio, deve ser feito colonoscopia ➔ Além disso, a presença de doença não orificial não afasta a necessidade de colonoscopia para afastar doença oncológica ➔ Colonoscopia Terapêutica: ➢ Sem sangramento ativo: a conduta é expectante ➢ Com sangramento ativo: vai ser feito uma terapia colonoscópica podendo ser usado adrenalina, eletrocautério, clipe ou cianoacrilato • Pode tentar em até 2 vezes para controlar o sangramento ➔ Tratamento cirúrgico: ➢ Eletivo após sangramentos recorrentes: colectomia parcial ➢ Urgência no sangramento persistente: colectomia parcial ou total • Se sabe onde está sangrando é feito colectomia parcial • Se não sabe onde está sangrando é feito colectomia total ➔ Outras formas de tratamento: arteriografia com embolização ➢ É um procedimento diagnóstico e terapêutico TUMORES: ➔ Tumor de Cólon: Deve ser feito cirurgia independente do estadiamento ➔ Tumor de Reto: pode ser feito cirurgia mas pode ser muito mórbido em alguns contextos, podendo ser feito como terapia alternativa a radioterapia hemostática HEMORRAGIA DIGESTIVA DE ORIGEM OSBCURA: ➔ São os casos em que a colonoscopia não tem alterações ➔ Deve-se pensar em se a causa não passou despercebida ou se a causa está além do território investigado, que no caso é no intestino delgado ➔ Nesses casos deve ser pedido uma segunda colonoscopia propedêutica para garantir que a causa não passou despercebida, caso seja confirmado que não tem uma causa, deve ser feito outros métodos Cirurgia – Amanda Longo Louzada 3 HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA MÉTODOS ADICIONAIS: ➔ Angiotomografia: é método de primeira escolha ➢ Vai ser visto o “bush” no território com hemorragia ➢ É muito sensível a ponto de conseguir ver uma hemorragia de 0,3 – 0,5 mL\min ➢ Localiza exatamente onde está o sangramento ➢ A desvantagem é que ela é apenas diagnostica, não sendo terapêutica também ➔ Cintilografia: método de medicina nuclear que utiliza hemácias marcadas ➢ É muito sensível podendo pegar até 0,1 a 0,5 mL\min ➢ A desvantagem é que ela não dá a localização específica do sangramento, apenas a região geral dele, além disso também não é terapêutica ➔ Arteriografia: é um método intervencionista ➢ Possui uma sensibilidade ruim, identifica apenas hemorragias de a partir de 0,5 mL\min ➢ Ele faz a topografia do sangramento ➢ É um exame complexo, invasivo e com diversas complicações ➔ Enteroscopia: endoscopia do intestino delgado ➢ É também chamada de duplo balão ➢ Pode ser feita por via alta ou baixa ➢ Possui propriedades terapêuticas ➢ Veio para substituir a cápsula endoscópica DIVERTÍCULO DE MECKEL: CONCEITOS: ➔ É uma protuberância semelhante a uma pequena bolsa que sai da parede do intestinodelgado e que está presente em algumas crianças desde o nascimento. ➔ É um divertículo verdadeiro ➔ A embriogênese dele significa que ele veio do conduto oonfalomesentérico ➔ É um causa rara de hemorragia digestiva baixa ➔ É a anomalia congênita mais comum do trato gastrointestinal ➔ Resulta da obliteração incompleta do ducto vitelino levando à formação de um verdadeiro divertículo do intestino delgado FISIOPATOLOGIA: ➔ O divertículo é revestido por uma mucosa gástrica, que produz ácido, gerando uma úlcera péptica no íleo adjacente ➔ Levando a um sangramento no íleo CLÍNICA: ➔ Exteriorização + Repercussão hemorrágica ➔ Repercussões Hemorrágicas: ➢ Queda da hemoglobina ➢ Taquicardia ➢ Hipotensão ➢ Alargamento do tempo de enchimento capilar ➢ Hipocorado ➔ Mais comum em crianças e adultos jovens ➔ O sintoma mais comum em crianças com menos de cinco anos é a hemorragia retal sem dor ➔ As evacuações podem ter uma cor entre vermelho intenso ou cor de tijolo devido à mistura de sangue e muco. Às vezes, as fezes têm cor preta devido à decomposição do sangue. DIAGNÓSTICO: ➔ Colonoscopia negativa, ou vindo com sangue proveniente do íleo ➔ A cintilografia é o método de escolha, por ser muito sensível. Pois as hemácias marcadas vão corar na fossa ilíaca direita ➔ O diagnóstico mesmo é firmado com cirurgia, que também é terapêutica TRATAMENTO: ➔ Cirurgia de urgência ou eletivo ➔ Pode ser feito diverticulectomia ou enterectomia
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