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TÓPICOS DE ESTUDO 
Clique nos botões para saber mais 
Códigos de ética profissional 
–// Surgimento do código de ética profissional 
// Finalidade do código de ética profissional 
Interfaces entre a ética e a psicologia 
// Ética na formação e nos campos de práticas do psicólogo 
// Ética na atuação profissional do psicólogo 
Reflexões sobre ética no contexto de atuação do psicólogo 
// A ética no contexto da avaliação psicológica 
// Reflexões sobre ética e psicologia da saúde 
 
 
Os códigos de ética profissional são instrumentos que visam orientar as condutas e posturas 
dos profissionais em relação aos seus pares, aos pacientes e para com a sociedade em geral. Todas 
as categorias profissionais oficialmente regulamentadas possuem um código de ética específico. 
Os princípios, direitos e deveres preconizados nesses códigos devem ser observados e 
considerados pelos profissionais de cada categoria desde o período de formação acadêmica e em 
todos os momentos e contextos que os profissionais estiverem expostos em suas práticas. 
 
SURGIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL 
 
Ao adentrarmos na discussão sobre os códigos de ética profissional, faz-se necessário 
explicitar sobre a definição de profissão, que pode ser caracterizada como um conjunto de 
conhecimentos, saberes e atribuições específicas que possibilitam uma atuação direcionada através 
de condutas inerentes à categoria. 
 
Os conhecimentos e saberes específicos de cada profissão são adquiridos através de um processo 
formativo em um sistema formal de ensino. A formação possibilita o desenvolvimento de 
qualificações, habilidades e práticas que orientam a atuação dos profissionais. 
 
Quadro 1. Esquema das características principais do conceito de profissão. 
 
Essa dinâmica entre formação e atuação profissional engloba a essencialidade dos Códigos 
de Ética de cada categoria profissional, tendo em vista que esses orientam as condutas e são 
autarquias com autonomia para fiscalização da atuação dos profissionais em todos os contextos de 
atuação, além de servirem de base para o controle público no sentido de oferecer parâmetros que 
apontam as posturas consideradas positivas nas práticas profissionais (ALMEIDA, 1996). 
O código de ética profissional pode ser definido como um instrumento que estabelece os 
princípios, valores, deveres e responsabilidades de cada profissional em sua respectiva categoria, 
bem como estabelece o que é vedado e as devidas punições caso ocorram faltas éticas cometidas 
pelos profissionais. 
O conteúdo do código de ética profissional deve ser produzido de modo a considerar as 
necessidades dos indivíduos e coletividades que serão assistidos pelos profissionais em questão, 
bem como estar embasado no compromisso e responsabilidade social de cada profissão. O conteúdo 
do código de ética profissional é formulado por um conselho de ética formado por profissionais 
alinhados na responsabilidade ética, e geralmente escolhidos pela respectiva categoria profissional. 
Apesar de não serem considerados como lei, todos os códigos de ética profissionais estão de 
acordo com as legislações e regulamentações vigentes no Brasil, bem como consideram o conteúdo 
preconizado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, tendo em vista que as relações 
humanas existem no contexto de qualquer atuação profissional. 
FINALIDADE DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL 
Um código de ética profissional tem como finalidade o estabelecimento de padrões esperados 
de atuação dos profissionais, bem como visa promover a autorreflexão desses acerca de sua 
atuação, considerando sua responsabilização quanto às suas condutas práticas no exercício 
profissional. 
O objetivo essencial de um código de ética profissional é de assegurar um padrão de conduta 
profissional pautado em valores que fortaleçam o reconhecimento social da categoria profissional, 
através de normas que consideram o respeito aos direitos fundamentais do ser humano. As normas 
estabelecidas nos códigos de ética devem estar em consonância com as mudanças sociais (CFP, 
2003). 
O código de ética profissional pode ser definido como um instrumento de caráter orientador 
que contempla os princípios, deveres e responsabilidades do profissional diante de sua atuação. 
Além de estabelecer as condições do que é vedado, ou seja, das condutas consideradas como faltas 
éticas, proibidas por cada categoria profissional. 
As condutas vedadas são estabelecidas por cada profissão, geralmente se referem a questões 
sobre sigilo, respeito, promoção da autonomia do assistido, responsabilidade durante as 
intervenções e procedimentos, propaganda sobre os serviços ofertados, realização de práticas que 
não são consideradas como atribuições da classe profissional, dentre outras questões. 
 
 
Os códigos de ética profissional estão geralmente alinhados com resoluções, notas técnicas 
e outros instrumentos normativos estabelecidos pelo Conselho Federal de Psicologia e Regionais 
da referida profissão. Sendo assim, para evitar irregularidades ou faltas éticas quanto à sua conduta, 
o profissional deve considerar em sua atuação o código de ética e todos os instrumentos 
regulamentares oficiais emitidos por sua categoria profissional. 
 
DICA 
O Conselho Federal de Psicologia não reconhece algumas práticas profissionais como 
atribuições dos psicólogos. Sendo assim, torna-se importante que o profissional, antes de ofertar um 
serviço, certifique-se junto às resoluções e notas emitidas pelos órgãos oficiais, ou através de contato 
com o Conselho Regional ao qual está vinculado, se tais práticas são ou não permitidas. 
 
 
A psicologia é uma ciência ampla que possui como finalidade a compreensão do 
comportamento humano. Desse modo, os profissionais psicólogos exercem uma atuação pautada 
no entendimento dos fatores e situações que influenciam as condutas humanas e alteram sua 
dinâmica funcional, resultando em sofrimento, prejuízos funcionais, entre outros agravos à saúde. 
Sendo assim, os psicólogos promovem intervenções que objetivam a promoção de qualidade 
de vida para indivíduos e/ou grupos. Essas intervenções precisam estar pautadas em normas éticas 
preconizadas em todos os serviços, contextos e âmbitos de atuação e devem ser observadas por 
todos os profissionais da categoria. 
ÉTICA NA FORMAÇÃO E NOS CAMPOS DE PRÁTICAS 
DO PSICÓLOGO 
O processo formativo do psicólogo perpassa por uma construção que engloba diversos temas, 
teorias e técnicas que promovem um arcabouço de conhecimentos essenciais para o fomento 
necessário a uma atuação resolutiva no cuidado com indivíduos. 
Durante a construção desses conhecimentos, a ética deve ser considerada como conceito 
fundamental e norteador das experiências, desde as vivências no campo acadêmico até as práticas 
nos variados campos profissionais. Torna-se de essencial importância que o estudante de psicologia 
considere a essencialidade dos valores morais e éticos como norteadores de sua formação e 
atuação. 
Por se tratar de um campo de conhecimento científico relacionado à compreensão do 
comportamento humano, durante o processo de formação do psicólogo, devemos considerar que os 
direitos humanos possibilitam a garantia do compromisso social da profissão (NÓRTE; MACIEIRA; 
RODRIGUES, 2010). 
No entanto, para que os estudantes considerem os aspectos éticos, faz-se necessário que 
esses sejam discutidos na graduação através da exposição das principais premissas estabelecidas 
sobre o tema. Desse modo, o Conselho Federal de Psicologia, para estimular a reflexão sobre ética, 
publicou no ano de 2003 uma cartilha que aborda o tema de maneira transversal: “Os direitos 
humanos na prática profissional de psicólogos”. 
A referida cartilha trata sobre questões éticas nos campos de atuação da psicologia e 
fundamentará nossa discussão. Os conceitos explanados nessa discussão propõem superar as 
desigualdades e segregação social, bem comopromover um relacionamento social salutar entre os 
indivíduos e as práticas profissionais em psicologia nos diversos âmbitos em que se insere. 
Esse processo de atuação deve considerar a subjetividade individual e coletiva, a promoção 
dos direitos humanos de modo a dirimir qualquer forma de violação. Assim, é importante que os 
profissionais se voltem para uma reflexão crítica de seu papel na promoção de práticas 
comprometidas com a garantia da saúde, autonomia dos sujeitos e coletividades, estimulando o 
compromisso profissional e de cidadania. 
Os conceitos envolvidos entre o campo da ética e os âmbitos da prática psicológica devem 
ser fomentados desde o momento da graduação, para que os formandos possam construir um 
arcabouço de conhecimentos que possibilitem a discussão e reflexão acerca da associação entre os 
princípios éticos e as atribuições da categoria, antes mesmo de estarem atuando profissionalmente. 
No âmbito judiciário, a psicologia jurídica se apresenta historicamente como responsável pela 
produção de intervenções, avaliação e emissão de pareceres e laudos técnicos solicitados por juízes 
e/ou promotores de justiça ao profissional psicólogo. Geralmente as demandas são de ordem 
criminal, guarda, tutela, curatela, casos relacionados à violência contra crianças, adolescentes, 
mulheres, idosos, entre outras, nas diversas varas de justiça. 
Vale salientar que os documentos resultantes de avaliação psicológica, atendimentos, 
entrevistas, visitas ou qualquer outra intervenção que o psicólogo produza em seu exercício 
profissional no campo judiciário não deve ser de ordem decisória, ou seja, não deve impor que seja 
tomada nenhuma decisão contra ou em favor de qualquer sujeito envolvido, pois cabe ao psicólogo 
apenas realizar as práticas condizentes com sua atribuição e, no mais, recomendar ou sugerir 
alguma conduta no âmbito da psicologia. O poder de decisão ou definição de ordens oficiais cabe 
apenas ao juiz, promotor de justiça ou autoridade solicitante. 
 
Coimbra et al. (2002) fazem uma crítica apontando que as solicitações judiciárias à psicologia 
jurídica, na maioria das vezes, estão remetidas a determinados segmentos sociais, a classe média 
baixa, visada como indivíduos potencialmente perigosos. Outra colocação apontada pelos autores 
sobre a atuação da psicologia jurídica são as recorrentes solicitações de “situações-problemas” 
relacionadas ao comportamento dos indivíduos. 
A psicologia no âmbito judiciário geralmente tem sido relacionada aos conceitos de normal e 
patológico e se constitui com um modo de entendimento e intervenção no campo da adequação e 
ajustamento do comportamento humano. Nesse sentido, Foucault (2021), aponta que os discursos 
da psicologia no âmbito jurídico têm a possibilidade de influenciar uma decisão de justiça de maneira 
direta ou indireta. 
Tomando como premissa o que foi citado anteriormente, cabe ao profissional psicólogo, 
utilizar-se de seu senso crítico, ético e técnico no momento de avaliação e produção de intervenções 
e documentações que serão construídas e emitidas ao âmbito judiciário. Nesse ponto, cabe frisar 
que é fundamental considerar os princípios dos direitos humanos nessas práticas. 
As questões éticas e relacionadas aos direitos humanos na área clínica estão relacionadas à 
promoção de autonomia, qualidade de vida, acolhimento, respeito e garantia de sigilo. A psicologia 
clínica tem por finalidade compreender o ser humano nas suas dimensões psíquica, emocional e 
comportamental. 
 
 
Entretanto, na prática psicológica faz-se necessário que o profissional mantenha um trabalho 
pessoal de suas demandas emocionais e pessoais, de modo a elaborar possíveis conflitos ou 
alterações que possam influenciar em sua atuação com os pacientes. 
O psicólogo, no momento da sua atuação, deve despir-se psicologicamente e emocionalmente 
das suas convicções e certezas e observar o contexto a partir do olhar do outro, caso contrário, 
poderá incorrer grandes riscos desse profissional promover exclusão e segregação, aumentando 
assim o sofrimento da pessoa atendida. Vale frisar que uma atuação crítica em psicologia clínica não 
pretende pautar-se em uma neutralidade, mas sim priorizar o dinamismo, a ciência, a ética, moral e 
a compreensão do quadro psicopatológico do indivíduo. 
O psicólogo não deve atuar de maneira engessada em técnicas automatizadas, mas sim 
desenvolver suas intervenções de modo a entender o sofrimento psíquico, considerando que cada 
sujeito está imerso em um contexto social, cultural, ideológico e biológico. A atuação na clínica deve 
estar embasada em uma abordagem teórica específica de formação. Dentre as principais 
abordagens clínicas, podemos citar a abordagem psicanalítica, humanista e a terapia cognitivo-
comportamental. 
A abordagem psicanalítica tem como precursor Sigmund Freud, que se utilizou de suas 
experiências com pacientes, em sua análise dos próprios sonhos e em sua vasta leitura de várias 
ciências e humanidades para construir a sua teoria (a psicanálise). As maiores contribuições de 
Freud para a teoria da personalidade são a exploração do inconsciente e o entendimento de que as 
pessoas são motivadas, primariamente, por impulsos dos quais elas têm pouca ou nenhuma 
consciência. 
Para Freud, o desenvolvimento da personalidade seria fruto de fontes de tensão, a 
personalidade se desenvolve como um processo de aprendizagem de novas formas de reduzir a 
tensão dentro do aparelho psíquico. Os instintos e as pulsões são os elementos básicos da 
personalidade, as forças motivadoras que impulsionam o comportamento e determinam o seu rumo 
(SCHULTZ; SCHULTZ, 2016). 
Os instintos estão sempre influenciando o nosso comportamento, possuem como finalidade 
satisfazer as necessidades e, assim, reduzir a tensão psíquica, enquanto o indivíduo busca recuperar 
e manter uma situação de equilíbrio fisiológico para manter o corpo livre de tensão. 
A teoria topográfica, primeira proposta por Freud, era constituída por três sistemas: o 
consciente, o pré-consciente e o inconsciente, que interagiam entre si em todos os momentos. Na 
década de 1920, Freud introduziu um modelo estrutural do aparelho psíquico (personalidade) a partir 
das inter-relações entre Id, Ego e Superego. Aqui o inconsciente passa a ser uma qualidade 
atribuída às instâncias psíquicas, de modo que o Id é totalmente inconsciente, o Ego e Superego 
possuem partes inconscientes e conscientes. 
 
Para a psicanálise, a personalidade se forma com base nos relacionamentos constituídos ao 
longo do desenvolvimento na infância e adolescência. Se constitui como um conjunto pessoal de 
atributos de caráter, um padrão consistente de comportamento que define cada pessoa como 
indivíduo singular. 
Para Freud, o desenvolvimento da personalidade se dá a partir de estágios ou fase 
psicossexuais que ocorrem ao longo do desenvolvimento, em faixas etárias específicas. Todos os 
indivíduos passam pelos estágios oral, anal, fálico, período de latência e genital, nos quais a 
gratificação dos instintos do Id depende da estimulação das áreas correspondentes do corpo. Em 
cada fase do desenvolvimento existe um conflito que precisa ser resolvido antes que a criança passe 
para o próximo estágio. 
Como uma crítica à psicanálise, surge a perspectiva humanista, que entende o ser humano 
como um todo, entendendo que a existência humana acontece em um contexto de relação e 
interação interpessoal. Seus principais autores são Carl Rogers e Abraham Maslow. É uma 
abordagem que acredita no livre-arbítrio, na possibilidade de escolha. A psicologia 
humanista nasce para enunciar questões presentes na vida cotidiana das pessoas sobre o sentido 
da existência. Ou seja, a psicologia humanista se interessa pelos valores e ressalta a experiência 
humana. 
Nos anos de 1950, embasada nos princípios do humanismo e como alternativa à psicanálise, 
surgiu a abordagem centrada na pessoa,que valorizava fatores inespecíficos das psicoterapias, 
como a pessoa do terapeuta, a empatia, o calor humano e a autenticidade e foi desenvolvida por 
Carl Rogers. A ideia central da abordagem de Rogers é a de que há uma tendência inerente em 
todos os seres humanos a se desenvolver em uma direção positiva, o que ele chamou de tendência 
atualizante. 
Rogers desenvolveu o conceito de “autoconceito”, que seria um padrão organizado e 
consistente de características percebidas em cada um desde a infância. Indivíduos bem ajustados 
psicologicamente teriam autoconceitos realistas. Para ele, a angústia psicológica advém do impasse 
ou desarmonia entre o autoconceito real (o que se é de fato) e o ideal para si (o que se deseja ser). 
Por isso, o cliente deve determinar o conteúdo e a direção do tratamento, não cabe ao terapeuta 
direcionar as escolhas do cliente, mas dirigir o cliente para uma maior liberdade e maior autonomia. 
Nessa abordagem o diagnóstico psicológico não é importante, pois o cliente é um companheiro 
existencial, não um objeto a ser diagnosticado e analisado. 
Na abordagem centrada na pessoa de Rogers, o psicólogo deve possuir três atitudes básicas 
(compreensão empática, aceitação incondicional e congruência), que são o caminho 
necessário e suficiente para o experienciar-se do cliente. Sentindo-se aceito e aceitando-se, 
sentindo-se compreendido e compreendendo-se, o cliente experiencia-se congruentemente e pode 
“ser o que realmente se é” (ROGERS, 1973, p. 152). 
 
Abraham Maslow, psicólogo, em sua teoria de motivação e como o criador da “pirâmide das 
necessidades”, propõe que a vida humana não está restrita ao ajustamento e à realização de 
necessidades atuais, pois se lança sempre no sentido de crescimento pessoal. A visão de Maslow 
considera o que o ser humano possui de melhor, sua capacidade potencial para o desenvolvimento. 
O ser humano, ao voltar-se para seu interior (Self), entende seus valores e identifica sua 
capacidade de crescimento. Maslow reconhece que o ser humano tem potencial da autorrealização, 
do crescimento projetivo de si, capacidade de escolha, decisão, vontade, autonomia e 
responsabilidade, visão de futuro e desenvolvimento autopessoal (MASLOW, 1970). 
 
A terapia cognitiva surgiu nos anos de 1960, como uma proposta de Aaron Beck para o 
tratamento da depressão. Após anos de pesquisas, Beck concluiu que a forma como o indivíduo 
interpreta os fatos influencia seus sentimentos e comportamentos. Uma mesma situação produz 
sensações distintas em diferentes pessoas. Atualmente, a TCC é utilizada com grande êxito nos 
diversos transtornos psiquiátricos e sofrimento psíquico. 
Rangé (2011) ressalta que o indivíduo em sofrimento psicológico tem sua capacidade de 
percepção de si, dos outros e do mundo prejudicada pelas distorções de conteúdo de pensamento 
específico de sua patologia. Nos estados depressivos, são essas distorções cognitivas que 
influenciam na visão negativa do indivíduo em relação a si, aos outros e ao ambiente. Essa dinâmica 
é denominada como tríade cognitiva. 
 
EXPLICANDO 
A tríade cognitiva consiste em uma interpretação negativa do paciente sobre si mesmo, seu 
futuro e suas experiências. É uma sintomatologia característica do diagnóstico de depressão. O 
primeiro componente da tríade consiste em uma visão crítica negativa de si mesmo como defeituoso, 
inadequado, indesejável. No segundo componente, o paciente percebe o mundo como perigoso e 
hostil. No terceiro componente, o paciente antecipa que suas dificuldades ou sofrimentos presentes 
se prolongarão ao longo do tempo. Prevê sofrimentos, frustrações e privações incessantes. 
 
A terapia cognitivo-comportamental possui como princípio promover a psicoeducação às 
pessoas que estão em sofrimento psíquico. De acordo com Beck (2013), para o entendimento da 
cognição do paciente, o psicólogo precisa elaborar conceituação cognitiva que consiste em analisar 
pensamentos, crenças, estratégias compensatórias e padrões de comportamento de cada paciente. 
O terapeuta procura auxiliar o paciente a obter uma reformulação funcional do pensamento e no 
sistema de crenças do paciente – para produzir uma mudança emocional e comportamental 
duradoura e salutar ao indivíduo. 
A conceitualização cognitiva é um elemento fundamental no tratamento em terapia cognitivo-
comportamental. O terapeuta cognitivo precisa dominar essa habilidade para que o tratamento seja 
eficaz. Esse posicionamento é ratificado em Rangé (2011), às condições fundamentais para elaborar 
uma conceitualização cognitiva envolvem o diagnóstico clínico do paciente, a identificação dos 
pensamentos automáticos, sentimentos e comportamentos frente às situações vivenciadas, crenças 
nucleares e intermediárias, estratégias compensatórias de conduta que o indivíduo utiliza para evitar 
ter acesso a suas crenças negativas; dados relevantes da história de vida do paciente que 
contribuíram para formação ou fortalecimento dessas cognições. 
 
Portanto, o objetivo da conceitualização cognitiva é melhorar o resultado do tratamento, 
auxiliando o terapeuta na escolha das intervenções e atividades a serem realizadas. A 
conceitualização cognitiva considera as características individuais de cada paciente, acontece do 
primeiro ao último atendimento, à medida que aparecem novos dados, terapeuta e paciente 
colaborativamente modificam e refinam sua formulação, confirmando algumas hipóteses e 
abandonando outras. A solicitação periódica de feedback do paciente como rotina no tratamento 
facilita que essas avaliações críticas e necessárias correções de rumo sejam efetuadas o mais 
precocemente possível. 
A terapia cognitivo-comportamental é estruturada e se baseia no empirismo colaborativo, é 
voltada para a resolução de problemas atuais através do estabelecimento de metas e objetivos para 
o tratamento. A TCC é de duração breve, geralmente de 10 a 20 sessões, podendo esse tempo ser 
estendido nos casos de transtornos de personalidade, e possibilita a reestruturação cognitiva do 
paciente. 
Diante do exposto, a terapia cognitivo-comportamental tem por objetivo corrigir as distorções 
do pensamento, e em um nível mais profundo da cognição, as crenças intermediárias e centrais. No 
entanto, a cognição não tem um modelo linear, existe uma interação recíproca de pensamentos, 
sentimentos, comportamentos, fisiologia e ambiente, quando um destes é modificado, todos os 
outros também são. 
Beck (2013) ressalta que o modelo cognitivo propõe que o pensamento disfuncional, que 
influencia o humor e o comportamento do paciente, é comum a todos os transtornos psicológicos. 
Quando as pessoas aprendem a avaliar seu pensamento de forma mais realista e adaptativa, elas 
obtêm uma melhora no seu estado emocional e no comportamento. É necessário que o terapeuta 
cognitivo tenha o entendimento das distorções cognitivas e dos consequentes comportamentos mal 
adaptativos do paciente. 
De modo geral em todas as abordagens clínicas, a prática do profissional psicólogo deve ser 
pautada e orientada através das normas do código de ética profissional do psicólogo. É necessário 
que o psicólogo exerça uma determinada postura, firmada em condutas éticas, tais como: sigilo das 
informações compartilhadas; respeito à demanda, subjetividade e valores do paciente. São 
necessárias também atribuições a respeito da escuta clínica, observação, domínio referente às 
intervenções e aplicações de técnicas e procedimentos fundamentados teoricamente. 
 
ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO 
Desde a academia, é importante que o estudante conheça as resoluções que se relacionam 
aos temas de direitos humanos emitidas pelo conselho da categoria. Nesse sentido, trataremos sobre 
duas resoluções emitidas pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP que se relacionam com o 
referido tema. São as resoluções nº 01/1999 que estabelece normas de atuação para psicólogos(as) 
em relação àorientação sexual, bem como a resolução nº 18/2002 que estabelece normas de 
atuação para o profissional de psicologia com relação a preconceito e discriminação racial. 
A resolução nº 01/1999 estabelece que os psicólogos possuem o dever de atuar de acordo 
com os princípios éticos da psicologia, sem discriminação e promovendo intervenções que 
assegurem o bem-estar das pessoas. Devem contribuir, através dos saberes da psicologia, com a 
promoção de discussões críticas e reflexões sobre o preconceito, discriminação e estigmatização 
contra as pessoas que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas. 
O psicólogo deve recusar qualquer prática ou pronunciamento que possa favorecer a 
patologização ou ação coercitiva aos homossexuais, bem como participar de eventos ou prestar 
serviços em instituições que proponham tratamento e cura para homossexuais. 
A resolução nº 18/2002 estabelece que os psicólogos devem atuar em consonância com os 
princípios éticos da profissão, contribuindo, através dos saberes da psicologia, com a promoção de 
reflexões sobre a eliminação do preconceito e racismo. Devem atuar de modo a evitar qualquer tipo 
de prática, instrumento ou técnica psicológica que possa criar, manter ou reforçar estigmas, 
preconceito de raça ou etnia, discriminação ou estereótipos, não sendo conivente com qualquer 
prática que se configure como crime de racismo, bem como deverá se recusar a participar de 
eventos, pronunciamentos ou prestar serviços em instituições de natureza discriminatória. 
 
ASSISTA 
Para uma reflexão mais aprofundada sobre os princípios éticos e o exercício profissional da 
psicologia, vale conferir uma discussão sobre o tema através de um vídeo emitido pelo CRP-12 
(Santa Catarina), desenvolvido pela Comissão de Ética e Comissão de Orientação e Fiscalização. O 
vídeo trata sobre as questões éticas relacionadas ao registro documental, elaboração de documentos 
psicológicos, atendimento psicológico online e relação com a justiça. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=9EA0_To6WEo 
 
https://www.youtube.com/watch?v=9EA0_To6WEo

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