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Thaís Oliveira - @dicas.demed O sistema urinário consiste em dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra. Os rins filtram o plasma sanguíneo, devolvendo maior parte de água e dos solutos a corrente sanguínea. A agua e o soluto que restaram constituem a urina, que passa pelos ureteres e é armazenada na bexiga urinaria até ser eliminada do corpo pela uretra. Os rins realizam a principal função do sistema urinário: ● Auxilia na regulação de vários íons no sangue, como os íons de sódio, potássio, cálcio, cloreto e fosfato. ● Auxilia na regulação do pH do sangue; ● Eliminam ou conservam a água na urina, ajustando o volume sanguíneo, onde o aumento deste eleva a pressão arterial e a diminuição reduz a pressão arterial. ● Ajudam a regular a pressão arterial por meio da secreção da enzima renina, ativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona. ● Regula o nível sanguíneo de glicose a excreção de escórias metabólicas e substâncias estranhas; ● Produz hormônios como o calcitriol, a forma ativa da vitamina D, auxiliando na homeostase do cálcio e a eritropoetina, estimulando na produção de eritrócitos. Os rins estão localizados logo acima da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome, sendo considerado retroperitoneais. No adulto normal possui 10 a 12 cm de comprimento, 5 a 7 cm de largura e 3 cm de espessura, possuindo massa de 135 a 150g. No lado direito, o rim está um pouco mais abaixo do que o esquerdo por conta que o fígado ocupa um espaço considerável superior ao rim. Possui a margem medial que esta voltada para a coluna e ao centro da margem côncavo possui o hilo renal, local em que liga o ureter, junto com os vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Possui três camadas de tecido, a capsula fibrosa (mais profunda) de tecido conjuntivo denso não modelado, servindo como barreira a traumatismos e manter a forma do rim, a cápsula adiposa, uma massa de tecido adiposo que circunda a capsula fibrosa, também protegendo o rim contra traumas, e por fim, a camada superficial, a fáscia renal, de tecido conjuntivo denso não modelado, que ancora o rim a estruturas vizinhas e à parede abdominal. MORFOFISIOLOGIA DO RIM APG 15 i l Thaís Oliveira - @dicas.demed Irrigação sanguínea e Inervação É irrigado pela artéria renal, que se divide em várias artérias segmentares, irrigando diferentes segmentos do rim. Cada artéria segmentar emite ramos que penetram no parênquima e passam nas colunas renais entre os lobos renais como artérias interlobares. Na base das pirâmides renais, as artérias interlobares se arqueiam entre o córtex e a medula renal, sendo chamadas agora de artérias arqueadas, produzindo varias artérias interlobulares, se irradiando para fora, entrando no córtex renal. Nesse local, emite os ramos arteríolas glomerulares aferentes. Cada néfron recebe uma arteríolas gromerular aferente, se dividindo em gromérulo. Esses gromérulos capilares se unem e formam a arteríola glomerular eferente, levando o sangue para fora do gromérulo. As arteríolas eferentes se dividem formando os capilares peritubulares que circundam o néfron. Estes capilares se unem para formar as veias interlobulares, fluindo o sangue pelas veias arqueadas para as veias interlobares, saindo do rim pela veia renal, para a veia cava inferior. Os nervos renais integram parte da divisão autônoma do sistema nervoso, e a maior parte são nervos vasomotores que regulam o fluxo sanguíneo renal, causando a dilatação ou constrição das arteríolas renais. É composto por dois, que transporta a urina da pelve renal para a bexiga urinária. As paredes musculares dos ureteres geram contrações peristálticas para empurrar a urina para a bexiga urinaria, mas a pressão hidrostática e a gravidade também são fatores contribuintes. Os ureteres possuem 25 a 30 cm de comprimento, sendo tubos estreitos de paredes espessas, localizados retroperitoneais. A medida em que a bexiga se enche de urina, a pressão no seu interior comprime as aberturas para os ureteres, impedindo o refluxo da urina, e quando essa válvula fisiológica não esta funcionando de forma correta, é possível que microorganismos presentes na bexiga passem para os ureteres, gerando infecção no rim. Histologia É composto por túnica mucosa, com epitélio de transição e lâmina própria, colágeno, fibras elásticas e tecido linfático. Esse epitélio de transição possui capacidade de se distender quando o órgão precisa acomodar um volume variável de líquido. Na maior parte do comprimento, é composto por túnica muscular, com camadas longitudinais internas e circulares ternas de fibras de músculos liso. O revestimento superficial é a túnica adventícia, com vasos sanguíneos e linfáticos, e nervos que suprem a túnica muscular e a mucosa. É um órgão muscular oco e distensível localizado na cavidade pélvica. Nos homens esta mais anterior ao reto e nas mulheres, anterior a vagina e inferior ao útero, sendo menores por conta que o útero ocupa menos espaço. Quando está distendida, é esférica e quando vazia, possui formato achatado. A capacidade média é de 700 a 800 ml. No assoalho da bexiga possui o trígono da bexiga, sendo uma pequena área triangular que nos cantos posteriores possui dois óstio dos ureteres. Histologia É formado pela túnica mucosa, com epitélio de transição e lâmina própria, semelhante do ureter, para possibilitar o estiramento. MORFOFISIOLOGIA DOS URETERES MORFOFISIOLOGIA DA BEXIGA URINÁRIA l Thaís Oliveira - @dicas.demed Em torno da túnica mucosa, está a túnica muscular, chamada também de músculo detrusor da bexiga. Em torno da abertura da uretra, as fibras musculares formam o músculo esfíncter interno da uretra, e abaixo dele está o músculo esfíncter externo da uretra, composto por músculo esquelético. A parte mais superficial é a túnica adventícia, com tédio conjuntivo areolar continuo com o do ureter. Na face posterior, está a túnica serosa, uma camada de peritônio visceral. É um pequeno tubo que vai desde o óstio interno da uretra o assoalho da bexiga até a parte exterior do corpo. Nos homens e mulheres é a parte terminam do sistema urinário, sendo a via para a descarga da urina do corpo, e nos homens, também libera o sêmen. Uretra masculina Primeiro atravessa a próstata, depois o músculo transverso profundo do períneo e por último, o pênis. É composta por túnica mucosa profunda e túnica muscular superficial, sendo subdividida em: ● Parte prostática: passa através da próstata. A túnica mucosa possui epitélio continuo com a bexiga urinaria, epitélio de transição que se torna epitélio colunar estratificado ou pseudoestratificado mais distal.A túnica muscular é composta por fibras de musculo liso circulares que auxiliam a formar o músculo esfíncter interno da uretra da bexiga urinaria. ● Parte membranácea: porção mais curta que atravessa o músculo transverso profundo do períneo. A túnica mucosa possui epitélio colunar estratificado ou pseudoestratificado. A túnica muscular possui fibras musculares esqueléticas que ajudam a formar o músculo esfíncter externo da uretra. ● Parte esponjosa: porção mais lona que atravessa o pênis. A túnica mucosa possui epitélio colunar estratificado ou pseudoestratificado, exceto no óstio externo da uretra que é composto por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. A parte prostática contem aberturas dos ductos que transportam secreções da próstata e das glândulas seminais, e do ducto deferente, que liberam os espermatozoides para a uretra. Uretra feminina Está mais posterior a sínfise púbica, com comprimento de 4 cm. O óstio externo da uretra é a abertura exterior, localizada entre o clitoris e a abertura vaginal. A parede da uretra é constituída por túnica mucosa profunda composta por epitélio e lâmina própria. Perto da bexiga contém epitélio de transição, e pertodo óstio externo é composto por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado ou colunar pseudoestratificado. A túnica muscular são fibras de músico liso continua com a bexiga urinária. MORFOFISIOLOGIA DA URETRA l Thaís Oliveira - @dicas.demed INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO Conceito Infecção do trato urinário (ITU) compreende a colonização bacteriana da urina e a infecção de varias estruturas que formam o aparelho urinário, desde a uretra até o parênquima renal. Abrange grande variedade de síndromes clínicas, desde quadros assintomáticos, praticamente sem sequelas, até quadros mais graves, como a sepse. Epidemiologia É extremamente comum, com milhões de episódios de cistite aguda e pelo menos 250 mil episódios de pielonefrite por ano nos EUA. A incidência da cistite em mulheres jovens sexualmente ativa é de 0,5 por 1 pessoa ao ano. A bacteriúria assintomática é encontrada em cerca de 5% das mulheres adultas jovens, mas raramente com jovens abaixo dos 50 anos. Nas mulheres, os principais fatores de risco dos 15 aos 35 anos pelo uso do diafragma, e para as mulheres entre 36 e 65 anos, cirugia ginecológica e prolapso de bexiga também são fatores importantes. Em homens, a mesma faixa etária, os fatores de risco são a hipertrofia/obstrução prostática, carteterização e cirurgia. Defesa do hospedeiro Alguns fatores do hospedeiro possuem papel importante na parte fisiopatológica da ITU. A própria urina possui características específicas que inibem o crescimento e a colonização bacteriana. Dentre as características, inclui a osmolaridade, concentração de uréia, concentração de ácidos orgânicos e pH. Contém também fatores que inibem a aderência bacteriana, como glicoproteína de Tamm-Horsfall. Com a retenção da urina, estase ou refluxo urinário pra o trato urinário superior podem promover crescimento bacteriano, levando a infecção, consequentemente, qualquer alteração na anormalidade anatômica ou funcional do trato urinário, impedindo o fluxo da urina, pode deixar o indivíduo suscetível ao hospedeiro da infecção urinaria. Em resposta as bactérias presentes, as células que revestem o trato urinário secretam substâncias quimioatrativas como a interleucina 8, ocorrendo o recrutamento de neutrófilos até a área e limitar essa invasão tecidual. Além destes, o rim sintetiza anticorpos séricos e urinários específicos para auxiliar na eliminação e a fagocitose bacteriana e inibindo a aderência bacteriana. A presença da deficiência funcional de linfócitos B ou T não aumenta a frequência e nem a alteração do curso da ITU. Estudos demonstram que mulheres com ITU’s recorrentes possuem maior aderência de bactérias em suas células mucosas, em comparação a mulheres que nunca tiveram infecção. Outro fator é a flora normal periuretral ou da próstata, e a presença de vesicouretra. Em mulheres, a flora normal da área periuretral serve como defesa contra a colonização de bactérias uropatogênicas. A alteração no ambiente, como do pH ou uso de antibióticos, podem lesar a flora periuretral, permitindo que essas bactérias colonizem e infectem o trato urinário. Etiologia As infecções do trato urinário não complicadas superior e inferior são mais frequente causadas por E. coli, presente em cerca de 70 a 95%, e Staphylococcus saprophyticus, em l Thaís Oliveira - @dicas.demed Algumas bactérias menos comuns causadoras da ITU não complicada, como Klebsiella spp., Pseudomonas aeruginosa, entre outros. Em mulheres não grávidas saudáveis, o isolamento de lactobacilos, enterococos, os estreptococos representam frequente contaminação nessas pessoas. Algumas infecções por fungos estão aumentando, como por espécies de Candida. Fisiopatologia ● Infecção não complicada: A interação entre a bactéria infectante e as características do epitélio urinários é a base da doença, incluindo os fatores de colonizaçào periuretral e virulência da bactéria. ● Fatores biológicos: os fatores protetores como IGA secretora, pH ácido, concentração de ureia, osmolaridade e vários ácidos orgânicos evitam a multiplicação dessas bactérias. Além disso, anormalidades hormonais e metabólicas representam maior incidência. As bactérias uropatogênica derivadas da microbiota fecal apresentam caracteristicas que permitem a aderência destas, o crescimento e a resistência as defesas do hospedeiro, resultando na colonização de bactérias e infecções. Ou seja, a ITU tem origem da colonização com infecção ascendente (via mais comum da infecção), disseminação hematogênica e via linfática. As enterbacteriáceas são originadas da microbiota fecal, colonizando as regiões perineal, periuretral e uretral distal, facilitadas pela turbulência do jato urinário, localizando e se multiplicando na bexiga. Além dos fatores bacterianos e do hospedeiros, possuímos os fatores genéticos, biológicos e comportamentais que influenciam nesse processo. ● Fatores genéticos: observou a capacidade da proteína Tamm-Horsfall e de receptores uroteliais celulares de impedir a aderência da E. coli tipo fimbrada, sendo eficiente na defesa contra ITÚ causada por bactérias uropatogênicas. Pacientes não secretores de antígenos do ABO apresentam cistite recorrente. Além disso, mulheres e crianças com fenótipo do grupo sanguíneo P1 apresentam risco aumentado para pielonefrite recorrente, já que as células uroepiteliais exibem o aumento da aderência da ECUP (E. coli uropatogênica) em relação as não secretoras, com reações inflamatórias e imunológicas. Gravidez e parto, e nascimento prematuro traz consequências para o futuro dessas crianças, aumentando o risco de hipertensão e doença renal crônica. Quadro clínico ● Cistite aguda: é a infecção urinária no trato urinário inferior, principalmente na bexiga. É mais comum em mulheres e o modo principal da infecção é a proliferação dos microorganismos das floras periuretral, vaginal e fecal. O apresenta apresenta sintomas de irritação durante a miccção, como a disúria, polaciúria e urgência. Além destes, apresenta dor na parte baixa das costas e na região suprapúbica, hematúria e urina turva com odor fétido. O tratamento é realizado através de antibióticos orais como a nitrfurantoína e trimetoprim-sulfametaxazol, sendo mais baratos. ● Cistite recorrente: é causada pela persistência bacteriana ou por reinfecção com outro microorganismo. Se a ITU for persistência bacteriana, a remoção da fonte será curativa, enquanto a terapia preventiva será eficaz no tratamento de reinfecção. O tratamento irá depender, por exemplo, se tiver cálculos urinários, faz a retirada cirurgicamente e faz o uso de antibióticos profiláticos. l Thaís Oliveira - @dicas.demed ● Uretrite: é uma infecção ou inflamação na uretra que podem ser classificadas por Neisseria gonorrhoeae e por outros microorganismos, como a Clamydia, Ureaplasma e Trichomonas, sendo na maioria das vezes, adquiridos na relação sexual. Apresenta corrimento uretral e disúria, podendo ser corrimento em abundância ou escasso. ● Estudos de localização: é preciso encontrar o foco da infecção e para localização no trato superior, a bexiga é irritada com água estéril, e aplica um cateter uretral em cada ureter, fazendo a coleta de amostra da pelve renal. Em homens, pode se diferenciar a infecção no trato inferior. Colhe-se uma amostra no início do jato (indica uretra), depois no meio do jato (bexiga). O próximo passo é a massagem da próstata e pede pra que urine novamente, indicando infecções da próstata. Tratamento ● Fluoroquinolonas : interferem no DNA bacteriano, impedindo a replicação dos microorganismos. Não deve ser utilizado em pacientes grávidas e em crianças. ● Nitrofuratoína: possui boa atividade contra a maioria das bactérias gram-negativas. Esse medicamento inibe a atividade de enzimas e do DNA das bactérias. ● Aminoglicosídeos: inibem a síntesedo DNA e RNA bacteriano. Quando associados a ampicilina, são eficazes ao enterococos. Cefalosporinas: Iniem a síntese da parede celular bacterina. ● Penicilinas. Referências ● Riella, Miguel Carlos. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan; 4 ed; 2003. 1033 p. ilus, tab, graf. ● Nefrologia clínica: abordagem abrangente, 5 edição. ● SMITH, Donald R.; TANAGHO, Emil A.; MCANINCH, Jack W. Smith Urologia geral. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994 O tratamento é atraves de fluoroquinolonas ou ceftriaxona. Se for uretrite não gonocócica, é atraves da tetraciclina ou eritromicina. ● Pielonefrite Aguda: é uma inflamação do rim e da pelve renal. Pacientes apresentam calafrios, febre e sensibilidade nos ângulos costovertebrais, apresentando disúria, polaciúria e urgência. O tratamento é feito a depender da gravidade da infecção. Pode ser utilizado aminoglicosídeos intravenosos e ampicilina. Como alternativa, também usa amoxilina com clavulonato. ● Pielonefrite Enfisematosa: é a infecção necrosante com presença de gás no interior do parenquima renal ou no tecido perinéfrco. ● Pielonefrite crônica: são repetidas infecções renais, provocando formação do tecido cicatricial, atrofia do rim e insuficiência renal como consequência. Diagnóstico ● Urinálise: proporciona avaliação rápida. Busca leucócitos e bactérias após a centrifugações. Quando a contagem de baterias excedem 100 ml UFC/ml, podem ser detectados no microscópio. É um teste especifico, mas sem grande sensibilidade. ● Cultura urinária: a urina deve ser coletada e guardada na geladeira até 24 horas, e a amostra será diluída e inoculada em placas de cultura. Cada bactéria formará uma colônia solidária nas placas. Considera uma contagem superior a 100 mil UFC/ml para exclusão de contaminação, porém a ITU também pode ocorrer com menos de 100 mil. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Nefrolitíase refere-se a formação de cálculo dentro dos túbulos renais ou do sistema coletor, embora os cálculos na maioria das vezes, são achados nos ureteres ou na bexiga. A maioria dos cálculos são de oxalato de cálcio, fosfato de cálcio, estruvita, ácido úrico e cistina. Epidemiologia Os cálculos são comuns em nações industrializadas, com incidência anual de cerca de 1 a cada 1.000 pessoas, e o risco é de 5% em mulheres e 13% em homens. A medida em que a idade aumenta, a prevalência aumenta até os 70 anos em homens e 60 anos em mulheres. Nos EUA, a tendencia de formação de cálculo também depende da localização geográfica, com aumento da prevalência no norte em relação ao sul, e em menor grau, no oeste em relação ao leste. A formação de cálculos no trato urinário exige que estejam presentes um ou mais fatores de risco determinados, em sua maioria, pela análise da bioquímica e do volume urinário. Essas condições causam aumento da saturação urinária em relação a determinado sal ou promovem diminuição da atividade inibidora da urina. ● Hábitos alimentares: baixa ingestão de água, excesso de sal, dieta rica em proteínas; ● Doenças renais (anatômicas e funcionais): rins Etiologia policísticos, rins em ferradura, acidose tubular renal, hiperparatireoidismo primário; ● Antecedentes familiares: parente de primeiro grau com litíase; ● Medicamentos: Indinavir, sulfadiazina, triantereno, vitamina D e análogos, vitamina C, salicilatos; ● Cirurgias/doenças intestinais: síndrome do intestino curto, doença de Crohn, síndrome de má absorção intestinal. ● Doenças sistêmicas: hipertensão arterial; ● Gota: a taxa elevada de ácido úrico no sangue, pode lesionar os vasos sanguíneos que abastecem os rins, causando a perda da sua função gradativa ao longo do tempo, resultando no surgimento da DRC. ● Infecção do trato urinário: bactérias produtoras de urease (Proteus, Klebsiella, entre outras). A urease é responsável pela degradação de ureia em amônia, que leva ao aumento do pH urinário. O pH quando se torna alcalino, favorece a precipitação de cristais de fósforo, amônia e magnésio, formando os cálculos de estruvita. Além destes, a urolitíase pode ser resultado da falta de substancias que normalmente inibem a precipitação mineral. Esses inibidores incluem a glicoproteína Tam-Horsfall, osteopontina, pirosfofato, entre outros. Fisiopatologia Os cálculos ocorrem em uma urina que está supersaturada em relação aos componentes iônicos de cada tipo específico de cálculo. Supersaturação é dependente do produto da atividade de íons livres dos componentes do cálculo mais do que de suas concentrações molares. Enquanto uma concentração crescente dos componentes dos cristais aumenta a sua atividade do íon livre, outros fatores a diminuem. Quando o cálcio e o oxalato são dissolvidos na água pura, por exemplo, a solução torna-se saturada quando a adição de qualquer quantidade de cálcio ou oxalato não resulta em posterior dissolução Conceito ……………………………………………….. ………………………………………….. ……………………………………………….. ………………………………………… APG 16 i l Thaís Oliveira - @dicas.demed A urina, diferentemente da água pura, contém numerosos íons e moléculas que podem formar complexos solúveis com os componentes solúveis do cálculo. As interações com esses outros solutos podem resultar em redução da atividade de íons livres, o que possibilita que os constituintes dos cálculos aumentem em concentração total a níveis que poderiam normalmente levar à formação de cálculos na água. O nível de atividade do íon químico livre em que os cálculos não vão crescer ou serem dissolvidos é referido como produto de solubilidade de equilíbrio, ou o limite superior de metaestabilidade. Acima desse nível, a urina ficará supersaturada e qualquer cálculo presente irá aumentar de tamanho. Quando a solução se torna supersaturada em relação à fase sólida, íons podem se unir e formar uma fase mais estável e sólida, um processo chamado de nucleação. A nucleação homogênea refere-se à união de íons similares em cristais. As nucleações heterogêneas mais comuns e termodinamicamente favorecidas ocorrem quando cristais crescem adjacentes a outros cristais ou outras substâncias na urina, como as células epiteliais destacadas. Cristais de oxalato de cálcio, por exemplo, podem se nuclear com cristais de ácido úrico. Esses pequenos cristais podem, então, agregar- se e formar cálculos maiores, que irão passar na urina, caso eles não ancorem no urotélio, causando cristalúria. Cristais de oxalato de cálcio ancoram-se em áreas de depósitos de fosfato de cálcio, chamadas de placas de Randall, que estão localizadas na papila renal e são compostas de cristais de apatita. Essa apatita parece originar-se nas proximidades da alça fina de Henle, na membrana basal tubular, e estender-se ao interstício sem preencher o lúmen tubular ou danificar as células tubulares. Cristais de oxala-to de cálcio grudam nas placas de Randall, possibilitando crescimento significativo do cálculo Doença litiásica clinicamente aparente ocorre quando os cristais de oxalato de cálcio separam-se das placas de Randall e causam lesão ou obstrução. A Figura ilustra três condições gerais de uma solução contendo íons ou moléculas de materiais cristalinos solúveis (p. ex., a urina). ● O produto de solubilidade (PS, zona de subsaturação) é o produto de concentração no qual existe equilíbrio entre a porção cristalina e a solvente, não havendo formação de novas partículas. ● O produto de formação (PF, zona de cristalização espontânea) refere-se ao produto de concentração no qual haverá precipitação, em velocidade significativa, mesmo sem a inclusão de materiais pré-formados ou outras superfícies cristalinas. ● Soluções com concentrações abaixo do PS não possibilitam a formação de cristais. Contudo, quando o produto de concentração está maior que o PS, inicia-se a nucleação, a primeira fase de formação de qualquer substância cristalina. A urina habitual é supersaturada de oxalatode cálcio e só ocorre formação de cálculos renais se houver: ● deficiência dos inibidores endógenos da cristalização ou agregação, como proteína de Tamm-Horsfall, glicosaminoglicans, nefrocalcina, uropontina, ácido hialurônico, citrato, magnésio, pirofosfato. ● Hiperexcreção de seus constituintes; ● pH urinário persistentemente baixo ou elevado; ● Obstrução do trato urinário; ● Concentração urinária elevada consequente à baixa ingestão hídrica. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Os cálculos de oxalato de cálcio, que são maioria, têm como fatores de risco urinários mais importantes a hipercalciúria, a hipocitratúria, a hiperoxalúria e a hiperuricosúria. ● Hipercalciúria: excesso de cálcio na urina. ● Hipocitratúria: concentração baixa de citrato na urina. ● Hiperoxalúria: distúrbio genético muito raro, caracterizado por deficiência total ou parcial das enzimas relacionadas ao metabolismo do glioxilato, superprodução de oxalato de cálcio. ● Hiperuricosúria: quando há um aumento na excreção da substância pelos rins. Tipos de cálculos ● Cálculo de cálcio: é o tipo mais frequente, ocorrendo entre homens e mulheres de 20 a 30 anos de idade. É o tipo ocasionado por conta de disfunção do organismo, onde há uma maior absorção de cálcio pelo intestino. ● Cálculo de ácido úrico: esse tipo ocorre mais em homens, sendo ocasionado pelo alto grau de ácido úrico no sangue, podendo ser em dietas em excesso de proteínas ou em pacientes que realizam quimioterapia. Além disso, o pH da urina se torna abaixo de 5,5, com persistência ácida. ● Cálculo de estruvita: é mais comum nas mulheres, sendo cálculos por infecção ou de fosfato triplo, formado quando o trato urinário superior é infectado por bactérias, como a Klebsiella pneumoniae, bactérias produtoras de urease. Essa hidrolise da ureia pela urease leva a alteração do pH da urina, maior que 8,0, ocasionando a formação dos cálculos. Nesse tipo de cálculo, os cristais podem crescer muito, bloqueando as vias urinárias. ● Cálculo de cistina: é o tipo menos comum, que acomete baixa porcentagem populacional, sendo decorrente de uma doença hereditária rara que se dá pelo acumulo de cistina na urina, um tipo de aminoácido, por alterações metabólicas. Manifestações clinicas Os sintomas característicos são dor e hematúria. ● Dor: é caracterizada em cólica uretera;, de início abrupto e se intensifica com o tempo até uma dor grave no flanco que se resolve apenas com a passagem ou a remoção do cálculo. A dor pode migrar anteriormente pelo abdome e inferiormente pela virilha, testículos e grandes lábios. Além disso, a hematúria macroscópica, urgência urinaria, polaciúria, náusea e vômitos podem ocorrer. Os cálculos que são menores que 5 mm podem passar de forma espontânea com a hidratação, enquanto os maiores necessitam de intervenção neurológica. Além da cólica, a nefrolitíase pode provar a dor dorsal menos especifica localizada ao redor do rim. ● Hematúria: ocorre com mais frequência promoção cálculos maiores ou quando há infecção do trato urinário e cólica. Diagnostico A avaliação básica inclui uma historia e exame fisico, com informações sobre o cálculo, dieta e estudos laboratoriais específicos. A história de cálculo inclui o número e a frequência de cálculos formados, idade do paciente na incidência do primeiro cálculo, tamanho dos cálculos, tipo de cálculo e se o paciente foi submetido à remoção cirúrgica do cálculo. Essas informações indicam a gravidade da doença litiásica e fornecem pistas para a causa da formação de cálculos. …………………………………. ………………………………………….. …………………………… l Thaís Oliveira - @dicas.demed ● História familiar é importante porque vários tipos de cálculos têm uma base genética. ● História social deve incluir detalhes em relação a ocupação e estilo de vida. ● História dietética e uma revisão da ingesta de fluidos são essenciais na determinação de potenciais causas ou contribuintes para a formação de cálculos. ● Exame Físico: a maioria dos pacientes com hipercalciúria idiopática é saudável e tem achados normais ao exame físico. Pacientes com hiperuricosúria e formação de litíase de ácido úrico podem ter tofos. Obesidade central é associada a predisposição de síndrome metabólica e cálculos de ácido úrico. ● Achados Laboratoriais: o pH urinário está quase sempre alto em pacientes com cálculo de estruvita e cálculos de fosfato de cálcio, mas menor em pacientes com ácido úrico e cálculos de oxalato de cálcio. A densidade específica, se maior, confirmará a ingesta inadequada de fluidos em muitos pacientes. Hematúria pode implicar doença calculosa ativa com passagem de cristais ou cálculos. ● Exame de urina pode revelar células sanguíneas vermelhas além de cristais característicos. ● Bacteriúria com pH urinário de 6 a 6,5 sugere cálculo de estruvita. ● Cultura da urina deve ser realizada e, já que muitas bactérias produzem urease mesmo quando a contagem de colônias de bactérias urinárias é baixa, o laboratório de microbiologia deve ser instruído a tipificar o organismo mesmo quando há menos de 100.000 unidades formadoras de colônia/mL. ● Radiografia simples: pode revelar áreas de opacidade de rins e ureteres, como resultado de cálculos de cistina e estruvita. Já os cálculos de ácido úrico e xantina são radiolucentes e não são visíveis na radiografia. ● Tomografia computadorizada: é padrão para diagnostico. ● Nefrologia clínica: abordagem abrangente, 5 edição. ● SMITH, Donald R.; TANAGHO, Emil A.; MCANINCH, Jack W. Smith Urologia geral. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994 Referências …………………………………………. l Thaís Oliveira - @dicas.demed A insuficiencia renal aguda (IRA) pode ser definida como a perda da função renal, de maneira súbita, independente da etiologia ou mecanismos, provocando o acúmulo de substâncias nitrogenadas, como a uréia e creatinina, acompanhada ou não da diminuição da diurese. É considerada uma doença de pacientes hospitalizados, onde a sua incidência pode variar de 2 a 5%. Em estudo prospectivo, foram avaliados 2216 internações, onde 79% dos episódios se correlacionaram com hipovolemia, pós-cirurgia, administração de contraste para RX e aminoglicosídeos. Há também incidência relaxada da IRA na população geral, sendo observados 10% de aumento anual de episódios de diálises agudas nos EUA, entre 2000 e 2009, e o aumento em duas vezes no número de mortes. A incidência pelo uso de definições consensuais, baseadas na creatinina sérica e no débito urinário, tem sido bem caracterizada em populações de doentes críticos, em que os dados laboratoriais e o débito cardíaco são frequentemente medidos. ● Insuficiência pré-renal: é quando não há defeito estrutural nos rins, porém falta perfusão sanguínea adequada, no leito capilar renal, a medida que a PA decai progressivamente, abaixo de 80 mmHg. Durante essa baixa perfusão renal, o volume urinário diminui e fica altamente concentrado com nitrogenados e quantidades mínimas de sódio, gerando a azotemia pré-renal das causas parenquimatosas de IRA. ● Insuficiência pós-renal: É causada por obstrução da drenagem da urina produzidas nos rins, podendo ocorrer no ureter, bexiga e uretra. Conceito Epidemiologia Tipos de Insuficiência aguda APG 17 i l Thaís Oliveira - @dicas.demed ● Insuficiência renal intra-renal: são todas as formas de lesões recentes ao parênquima renal. Idade, gênero masculino, doença renal crônica, proteinúria, diabetes, insuficiência cardíaca congestiva, sepse, depleção de volume, doença hepática crônica e hiperuricemia. ● Idade: a incidência é maior em pessoas com 65 anos ou mais idosos. Existem várias razoes para essa associação, como as mudanças estruturais e funcionais associadas a idade que levam a diminuição da reversa de néfrons e a capacidade reduzida de autorregulação renal, acúmulo de comorbidades que aumentam a susceptibilidade e exposiçãoaumentada a medicações em idosos. ● Doença renal crônica: é um dos fatores de risco mais relevantes após a exposição de contraste radiológico, grandes cirurgias e outras condições medicas. ● Proteinúria: após estudos, foi associado a proteinúria como fator de risco, mais elevado em insuficiência renal aguda pós-operatória. Pré-renal Nesse caso, a função tubular é normal, a reabsorção de agua e sódio está aumentada e a análise química demonstra o sódio urinário baixo e a urina concentrada. A redução da perfusão renal pode superar a autorregulação e precipitar a uma queda aguda na taxa de filtração gromerular (TFG). Como esta ocorrendo a hipoperfusão renal, a pressão de filtração glomerular e a taxa de filtração gromerular são mantidas pela vasodilatação das arteríolas eferentes por meio de eicosanoides vasodilatadores, e a vasoconstrição das arteríolas aferentes, por meio da angiotensina II. Nesse contexto, a insuficiência renal aguda pode ser precipitada por agentes que prejudicam a essa vasodilatação da arteríolas eferentes, como o IECA e BRA. Geralmente, a insuficiencia renal aguda pré- renal é secundária a depleção de volume extracelular, como perda gastrointestinais (diarreia, vômitos), perdas renais (diurese osmótica, diuréticos), perdas da pele (sudorese abundante, queimaduras) ou até mesmo o sequestro de fluido (pancreatite aguda). A perfusão renal pode estar reduzida por consequência do débito cardíaco reduzido ou por uma vasodilatação sistêmica, redistribuindo o debito, como na sepse e na cirrose. IRÁ pré-renal pode ser corrigida através de fatores causadores extrarremais, que ocasionam a hipoperfusão. Se não corrigido, levará a injúria das células tubulares e necrose tubular isquêmica A necrose tubular aguda ocorre em diversos cenários de alto risco, como a cirurgia vascular e cardíaca, queimaduras severas, pancreatite, sepse e doença hepática crônica. Fatores de risco Fisiopatologia Intra-renal I Thaís Oliveira - @dicas.demed Essa necrose é responsável pelos casos de insuficiência renal aguda adquirida em hospital, e na maioria dos casos, e é resultado de injúria isquêmica ou nefrótica. Na análise histológica, ocorre a vacuolização e a perda da borda em escova nas células tubulares próximas. Ocorre descamação das células tubulares para o lúmen, gerando a obstrução dos cilindros, dilatando esse túbulos. Com a presença de edema intersticial, pode produzir os túbulos separados, e infiltração de leucócitos. A injúria tubular irá ocorrer o dano tubular, sendo causado pela combinação de injúria isquêmica, gerando a depleção celular de ATP e dano direto no epitélio tubular pelas nefrotoxinas. No suprimento sanguíneo, o fluxo sanguíneo para o rim não ocorre de forma uniforme, sendo que a pressão parcial de oxigênio é de 50 a 100 mmHg para a filtração glomerular. Em contraste, a medula externa e os raios medulares são supridos da vasa reta, onde ocorre a troca de oxigênio por contracorrente, levando a queda da PO2 do córtex para a medula, fazendo com o que as células medulares vivem em iminência da hipóxia. Então, os segmentos que estarão privados a esse oxigênio, é o segmento S3 as células dos túbulos proximais e a parte distal da porção mAE da alça de Henle. A redução da taxa de filtração glomerular pode ser renoprotetora, por diminuir a filtração de sódio, limitando a reabsorção de sódio dependente de ATP. As células tubulares próximas dependem, quase exclusivamente, da fosforilação oxidativo para a produção de ATP, e em contraste, a mAE da alça de Henle possui grande capacidade glicolítica e é muito mais resistente a insultos hipóxicos ou isquêmico. Quando a necrose tubular esta estabelecida, possui a vasodilatação em resposta a diminuição da pressão de perfusão, através de angiotensina II, adenosina, tromboxano A2, prostaglandina H2, leucotrienos e estimulação nervosa simpática. A injúria endotelial é caracterizada por edema celular, estimulo a oração de moléculas de adesão e a vasodilatação prejudicada, e esses fatores, podem gerar a perda da autorregulação e da vasoconstrição intrarregional. Essa injúria pode produzir uma congestão na medula externa. Além destes, possuem alguns fatores que afetam a integridade e a função das células epiteliais tubulares e que contribuem para a redução da taxa de filtração gromerular: morte celular, desorganização do citoesqueleto de actina, obstrução por cilindros e vazamento retrógrado. A inflamação do tecido também contribui para a injúria renal, através do sistema imune inato e adaptativo. O sistema imune inato é ativado pela lesão celular e por padrões reconhecimento de moléculas. Os receptores Toll-like 2 (TLR-2) e TLR-4 são estimulados no rim após a isquemia e ativados por moléculas liberadas das células lesionadas, induzindo as células renais a produzirem citocinas. O sistema complemento também é ativa, induzindo as celulas epiteliais próximas a produzirem citocinas pró-inflamat’roas, como o TNF-α,interleucina 6 e 8 e quimiocitocinas, promovendo a infiltração do rim por leucócitos e são diretamente vasoativos. Além desses, tem as células dendríticos, neutrófilos e monócitos. Alguns estudos também demonstramos os linfócitos B e T contribuem para as lesões. l Thaís Oliveira - @dicas.demed ● Pós-renal: dor e sensibilidade renal, e se houver lesão uretra, a urina pode vazar pela ferida. Além disso, pode notar a presença de edema pela super-hidratação, associados com distensão abdominal e vômito. Achados laboratoriais: ● Urina: baixo volume urinário, com alta densidade e osmolaridade. ● Bioquímicas urinarias e sanguínea: creatinina no sangue está aumentada. ● Pressão venosa central: esta baixa, indicando hipovolemia. ● Expansão hídrica: aumento do débito urinário. Achados laboratoriais: ● Urina: muitos eritrócitos ou leucócitos, e diversos tipos de cilindros celulares e granulares. ● Exame de sangue: detecta a diminuição dos componentes do complemento sérico. ● Biópsia renal: revela alterações caracteristicas de glomerulonefrite, nefrite intersticial aguda ou de trombos nos capilares glomerulares. ● Cintilografia renais: com radionuclídeos podem revelar extravasamento urinario, e em casos de obstrução, retensão do isótopo na pelve renal. ● Ultrassonografia: pode revelar um sistema coletor superior dilatado, com deformidades características de hidronefrose. É causada por obstrução da drenagem da urina produzidas nos rins, podendo ocorrer no ureter (cálculos e estenoses), na bexiga (tumor ou bexiga neurogênica) ou na uretra (hiperplasia da próstata). Como o volume maior de urina não consegue ser excretado por conta da obstrução, a pressão é transmitida em sentido inverso aos túbulos e nefrons, que são lesados. A evolução pode ser em quatro fases: 1. Fase inicial: é o período ate a instalação do evento desencadeante e o desenvolvimento de lesão tubular. 2. Fase oligárica: causa a retenção de metabólicos, como a ureia, potássio, sulfato e creatinina, o débito urinário alcança níveis mais baixos e a retenção de líquidos causa edema, intoxicação hídrica e congestão pulmonar. Nesse período, o paciente desenvolve hipertensão e sinais de uremia, que se não forem revertidas, as manifestações neurológicas da uremia progridem, gerando coma e morte. 3. Fase diurética: ocorre quando os rins tentam curar e a produção de urina aumenta, mas ocorrem cicatrizes e danos nos túbulo. Com isso, os níveis de ureia sanguínea, as concentrações séricas de creatinina, potássio e fosfato podem continuar elevados ou até aumentar ainda mais. 4. Fase de recuperação: período em que o edema tubular desaparece e a função renal melhora. Nessa fase, existe a normalização do equilíbrio hidroeletrolítico. E, por fim, a função dos túbulos renais é recuperado e a capacidade de concentrar a urina aumenta, e os níveis séricos de creatinina e ureia começam a normalizare o TGF retoma ao normal. ● Pré-renal: pacientes se queixam de sede ou a tontura ortostática. Muitas vezes o exame fisico revela redução do turgor cutâneo, colapso de veias do pescoço, mucosas secas, alterações ortostáticas ou posturais na pressão sanguínea e de pulso. ● Intra-renal: dor bilateral das costas, uremia, alteração do estado mental, ou sinais gastrointestinais. O veneno de Crotalinae é uma mistura complexa de mais de 50 tipos de compostos tóxicos, incluindo fosfolipase A2 (PLA2), serina proteases e metaloproteinases.A composição do veneno varia entre e dentro das espécies de cobras e parece ser fortemente impactada pela geografia, condições ambientais, incluindo Pós-renal Manifestações clínicas Diagnóstico Pré-renal Intra-renal Pós-renal Complicações pelo ofidismo l Thaís Oliveira - @dicas.demed variação sazonal e preferências de presas relacionadas ao meio ambiente, bem como tamanho e localização da cobra As toxinas do veneno produzem diversos efeitos, como: ● Danos em tecidos e músculos: efeitos tóxicos locais são observados em 90 a 100% das envenenações de Crotalinae. Dentro de uma hora após a envenenamento, a ação enzimática na matriz extracelular, no endotélio vascular e na membrana basal causa inchaço, vermelhidão e dor no tecido. O inchaço progressivo envolvendo toda a extremidade e/ou necrose tecidual indica uma envenenamento grave com potencial de perda significativa de tecido e, para mordidas nos dedos das mãos ou dos pés, autoaputação. ● Hemotoxicidade: A hemotoxicidade ocorre em até 40% das envenenações de cascavel e até 15% das envenenações de cabeça de cobre e é caracterizada por tempo prolongado de protrombina (PT), hipofibrinogenia e trombocitopenia. O sangramento franco ocorre em uma minoria de pacientes, e a hemorragia com risco de vida é rara. A hipofibrinogenemia e a trombocitopenia ocorrem como resultado das ações de vários componentes do veneno, incluindo enzimas semelhantes à trombina, metaloproteinases, PLA2, desintegrinas e proteínas semelhantes à lectina do tipo C. Essa fisiopatologia contrasta com a verdadeira coagulação intravascular disseminada (DIC), onde a fibrinólise é ativada pelo aumento dos níveis de trombina endógena. ● Cardiovascular - A hipotensão pode surgir de uma variedade de efeitos de veneno, como aumento da permeabilidade capilar, vasodilatação e sangramento. ● Efeitos neurotóxicos: parestesias perirais e de extremidades e mioquimia (movimento muscular amassado frequentemente visto nos grupos musculares faciais e de extremidades proximais. A mioquemia pode interferir na deglutição e causar obstrução das vias aéreas superiores ou ataxia, de modo que as vítimas descrevam dificuldade para andar. Fraqueza grave e paralisia após picadas de cascavel são muito incomuns, mas podem resultar de envenenamento por algumas populações da cascaveleiras. Em certos locais, o veneno dessas cobras pode possuir a toxina Mojave, um PLA2 que age pré-sinápticamente para inibir a liberação de acetilcolina. ● Outros efeitos sistêmicos - A envenenamento de Crotalinae também pode levar a náuseas, vômitos, diarréia e sabor metálico. Referências ● DA COSTA, José Abrão Cardeal; VIEIRA- NETO, Osvaldo Merege; NETO, Miguel Moysés. Insuficiência renal aguda. Medicina (Ribeirão Preto), v. 36, n. 2/4, p. 307-324, 2003. ● Nefrologia clínica: abordagem abrangente, 5 edição. ● PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 9ª ed. Guanabara Koogan, 2015. ● SMITH, Donald R.; TANAGHO, Emil A.; MCANINCH, Jack W. Smith Urologia geral. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994 ● Artigo Uptodate: Mordidas por cobras Crotalinae (snakes de chocalho, mocassins de água [cottonmouths] ou copperheads) nos Estados Unidos: Manifestações clínicas, avaliação e diagnóstico.l Thaís Oliveira - @dicas.demed Doença renal crônica é definida pela presença de danos renais ou diminuição da taxa de filtração glomerular abaixo de 6o mL/min/1,73 m2 por três ou mais meses, independente da causa. Pode ser classificada em estágios, e de acordo com a última classificação de 2012 do KDIGO recomenda detalhar a causa da DRC, classificando-a dentro de seis categorias relacionadas com a taxa de filtração glomerular. G1 a G5, sendo que G3 é dividido em 2, 3a e 3b, e também com base no nível de albuminúria (A1, A2 e A3) Albuminúria é um importante marcador para dano renal. Normalmente, a urina contém quantidades diminutas de proteína. No entanto, se os rins estiverem danificados, a proteína pode “extravasar” dos rins para a urina. O tipo de proteína depende do tipo de doença renal. Excreção aumentada de globulinas de baixo peso molecular é um indício de doença tubulointersticial, enquanto excreção de albumina é um marcador de DRC resultante de hipertensão ou diabetes melito. Albuminúria e taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) são os biomarcadores clássicos endossados pela diretriz para a classificação de DRC. Esses biomarcadores são preditores fortes de progressão da doença renal, bem como de doença cardiovascular e mortalidade, mas ainda estão sendo pesquisados novos biomarcadores para aprimorar a identificação precoce de pessoas de alto risco. Além disso, a microalbuminúria pode se destacar em pessoas com aumento do risco relativo de progressão da DRC ou do risco cardiovascular, o risco absoluto do individuo permanece baixo. A maior parte dos indivíduos classificados como portados de DRC tem idade superior a 60 anos, sendo de maior parte, um reflexo da diminuição fisiológica da função renal relacionada a idade. Desse modo, segundo a classificação atual, um homem de 80 anos classificado como G4A1 é o maior risco de progressão para estágio terminal do que um jovem de 20 anos classificado como G3A2. Estágio 1: > 90 ml/min Estágio 2: 60 - 90 ml/min Estágio 3a: 45-59 ml/min Estágio 3b: 30-44 ml/min Estágio 4: 15-29 ml/min Estágio 5: < 15 ml/min É difícil determinar a incidência e prevalência da doença renal crônica dentro da comunidade, porque a DRC leve a moderada geralmente e assintomática. No Brasil, a prevalência dobrou nos últimos oito anos, de 24.000 pacientes em programas de diálise em 1994, em 2004 alcançou 59 mil A atual classificação não leva em consideração o fator de risco mais importante, que é a hipertensão arterial sistêmica. Além disso, não determina se a doença é progressiva ou não. Conceito Epidemiologia APG 18 l Thaís Oliveira - @dicas.demed Dentre os fatores de risco, se destaca: portador de diabetes, obesidade, hipertensão, idosos, glomerulonefrite, histórico de doença do aparelho circulatório (doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença auscultar periférica, insuficiência cardíaca), tabagismo e uso de agentes nefrótoxicos, principalmente as medicações que necessitam de ajustes em pacientes com alteração da função renal. Na diabetes e nefropatia hipertensiva irá ocorrer a sobrecarga dos néfrons, ocorrendo alterações, como o espessamento da membrana basal (diabetes) e na nefropatia hipertensiva, ocorrerá a glomeruloesclerose, ocorrendo alterações em nível estrutural e funcional. Dados da literatura indicam que os portadores de hipertensão arterial, de diabetes mellitus ou história familiar para DRC possuem maior probabilidade de desenvolverem a insuficiência renal crônica. O fator genético desempenham papel importante na DRC e na sua progressão. Estudos identificaram alguns loco do MHC que afetam a progressão da DRC. Além disso, pacientes portadores do genótipo PKD1 parecem ter pior prognostico do que o restante. O risco para desenvolvimento de nefropatia é de cerca de 30% nos diabtéticos tipo 1 e de 20% nos diabéticos tipo 2. Em relação a proteinúria, é provável que represente um marcador de progressão da DRC porque reflete a gravidade do dano renal. pacientes. A incidência cresce cerca de 8% ao ano, sendo que em2001, o número de pacientes foi 18.000. Como as duas principais causas de insuficiência renal crônica são a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, são os médicos clínicos gerais que trabalham na área de atençao básica à saúde que cuidam destes pacientes. Ao mesmo tempo, os portadores de disfunção renal leve apresentam quase sempre evoluçao progressiva, insidiosa e assintomática, dificultando o diagnóstico precoce da disfunçao renal. A DRC visa retardar a progressão, minimizar as complicações e controlar os fatores de progressão modificáveis, como a HAS, proteinúria e estimulação do sistema Renina- Angiotensina-Aldosterona. Ao contrário da lesão renal aguda transitória, a doença crônica evoluem para fibrose renal progressiva com destruição da arquitetura normal do rim e sua substituição do tecido fibroso feito de matriz extracelular de colágeno, levando a perda de função, doença renal crônica e doença renal em estágio terminal. Isso irá afetar todas as estruturas dos rins, os glomérulos, túbulos e interstício, assim como os vasos. A fibrose renal é complexa, podendo ser caracterizado por uma série de processos: ● Uma resposta inflamatória com infiltração nos rins lesados por células inflamatórias extrínsecas aos rins (derivadas do sangue e medula óssea) ● Ativação, proliferação e perda de células renais intrínsecas (por meio de apoptose ou necrose e incluindo mesangiólise e podocitopenia) ● Ativação e proliferação de matriz extracelular (MEC) – produzindo células, inclusive miofibroblastos e fibroblastos ● Deposição de MEC substituindo a arquitetura renal normal Resposta inflamatória a lesão tecidual: As células inflamatórias possuem papel importante na cura e na fibrose. A gravidade do processo inflamatório esta relacionado com o grau de disfunção renal. Essa inflamação ocorre um recrutamento de neutrófilos, linfócitos, monócitos, macrofágos, células dendríticos e mastócitos para o tecido lesado, gerando o ciclo de inflamação continua, dano tecidual e fibrose. ● Linfócitos: são frequentemente encontrados em rins com lesão. O equilíbrio entre Th1 (pró- inflamatório) e Th2 (anti-inflamatório) pode ser importante na progressão ou na resolução da cicatrização renal. Isso também depende das citocinas que são liberadas pelas células T, como a IL-1, IL-2, TNF-α com propriedades pró- Etiologia e fatores de risco Fisiopatologia l Thaís Oliveira - @dicas.demed inflamatórias e IL-4, IL-10, IL-13 e IL-25, com propriedades anti-inflamtórias e antifibróticas. Há evidencias da participação das células T CD4+ na fibrinogênese. ● Monócitos: possuem papel importante na cicatrização renal, assim como nos processos fibróticos, porque se diferenciam em macrófagos após se infiltrarem no rim lesado. O monócito circulante após recrutado, se diferencia em dois tipos: os ativados pela via clássica (M1), com fenótipo pró-infamatório, citotóxico , e pela via alternativa (M2), com fenótipo cicatrizador, predominante na lesão crônica. ● Células dendríticas: as células dentríticas imaturas recebem sinais de ativação pelas células renais lesadas e adquirem o fenótipo maduro, que permite a sua migração para os linfonodos. Essa célula madura são altamente estimulatórias e induzem resposta através da interação com outras células inflamatórias teciduais. ● Células derivadas de medula óssea: a detecção de células mesenquimais no glomérulo levou a hipótese que células tronco podem estar envolvidas na renovação celular glomerular normal, assim como a resposta dos glomérulos com lesão. A secreção de citocinas em um rim inflamado leva a ativação de células produtoras de matriz nos glomérulos e nos túbulos. Dentre eles, a angiotensina II, endotelina, óxido nítrico, TGF-b1, fator de crescimento de tecido conjuntivo, fator de crescimento derivado de plaquetas, fator de crescimento fibroblástico e fator de crescimento epidérmico, que promovem a fibrose pela ativação da cascata de sinalização. Células glomerulares: ● Células endoteliais: quando ocorre lesão endotelial, ocorre a transformação da camada celular de proteção em uma superfície pró- inflamatória e mitogênica, levando ao acúmulo de células inflamatórias, como plaquetas dentro dos capilares. Esse processo se assemelha com a aterosclerose, com formação de microtrombos, infiltração por macrófagos e células espumosas, e proliferação das células musculares lisas. ● Células mesangiais: promovem suporte estrutural ao glomérulo e interagem com as células endoteliais e os podocitos. No dano crônico, irá ocorrer a hipertrofia dessas células, proliferação e acúmulo de matriz extracelular, com desenvolvimento de lesões e glomerulosclerose. ● Podocitos: são células que possuem a capacidade de proliferação em resposta a lesão. Células Tubulares e Interstício renal: Os danos a essas células ocorrem na tentativa de regeneração e reparo. Quando ocorre a lesão, algumas células morrem por apopstose e as sobreviventes rentam restaurar a integridade dos túbulos, e na sequencia, ocorre a recuperação da função renal. Por outro lado, lesões repetidas levam a infiltração inflamatória nos túbulos, ativação dos miofibroblastos produtores de matriz extracelular e a transformação do epitélio mesenquimal. Células Vasculares: A esclerose vascular é uma característica importante no processo de formação das cicatrizes renais, associada a progressão da DRC. Acúmulo de matriz extracelular É a etapa final da fibrogênese renal, com fluxo constante, migração de células moduladoras, proliferação e sobrevivência. Então, o acumulo promove a perda das células renais nativas. As citocinas estimulam a cascata de sinalização intracelular. O processo da formação de cicatrizes e fibrose renal causam a DRC progressiva, envolvendo interações entre células extrínsecas e presentes nos rins, com transformação, proliferação e produção de matriz extracelular ocasionando a fibrose não, perda de função e doença renal crônica terminal. l Thaís Oliveira - @dicas.demed Dependendo da duração e gravidade, os pacientes podem apresentar sinais de insuficiência renal prolongada, como fraqueza e fácil fadiga, anorexia, vômitos, prurido, e em estágios muito avançados, encefalopatia ou convulsões. Oligúria raramente é observada em pacientes apenas com DRC, sendo que pode estar presente em pacientes com insuficiência renal aguda com etiologia DRC. Além desses, ocorre a acumulação de escórias nitrogenadas; distúrbios hidreletrolíticos e acidobásicos; distúrbios minerais e ósseos; anemia e distúrbios da coagulação; hipertensão e alterações da função cardiovascular; distúrbios gastrintestinais; complicações neurológicas; distúrbios dermatológicos; e distúrbios do sistema imune Geralmente é assintomática até o estágio 4 avançado ou 5, sendo comum ser detectado no exame de sangue de rotina. Podem apresentar sinais e sintomas resultante da diminuição da função renal, como edema ou hipertensão. Outras anormalidades laboratoriais comuns que podem fazer parte do quadro clínico incluem anemia, hiperfosfatemia, hipercalemia, acidose metabólica, hipocalcemia e hormônio paratiroide elevado (PTH). ● progressão : A progressão natural é um diagnóstico de exclusão. Portanto, primeiramente deve-se determinar se a doença renal primária está ativa no paciente com DRC que mostra sinais de progressão. Se isso for razoavelmente descartado, deve-se então determinar se uma glomerular. Por outro lado, certas formas de DRC podem apresentar progressão substancial, apesar de proteinúria mínima. ● Estadiamento: tem como objetivo orientar o manejo, incluindo a estratificação do risco de progressão e complicações da DRC. A estratificação de risco é usada como um guia para informar os tratamentos apropriados e a intensidade do monitoramento e da educação do paciente. Empacientes que são diagnosticados com DRC usando os critérios descritos acima, a estadia da DRC é feita de acordo com: causa da doença, as seis categorias do estágio G e as três categorias do estágio A. Ultrassonografia também é realizada para analisar se há alterações anatômica e estrutural. Manifestações clinicas Diagnóstico Os achados laboratoriais mais comuns em pacientes com DRC incluem aumento da creatinina sérica e nitrogênio ureia no sangue. Estudos de urina podem mostrar proteinúria (ou albuminúria) e/ou glóbulos vermelhos ou brancos anormais em microscopia de urina. outra doença renal está sobreposta. A nefropatia do envelhecimento também deve ser excluída, o que é relativamente fácil pois inicia após os 40 anos de idade, o declínio na TFG é lento (cerca de 1 mL/ano), e geralmente não envolve um aumento importante na proteinúria. É improvável tratar-se de progressão natural quando a Crs é normal. Vê-se a progressão natural principalmente naqueles com aumento da Crs. Uma proteinúria aumentada é o primeiro sinal de progressão natural. Somente após um período prolongado de aumento na proteinúria é que a Crs começa a aumentar. Esse padrão tam-bém é comumente visto em pacientes com DRC cuja condição progride devido à atividade da doença l Thaís Oliveira - @dicas.demed ● Nefrologia clínica: abordagem abrangente, 5 edição. ● PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 9ª ed. Guanabara Koogan, 2015. ● JUNIOR, João Egidio Romão. Doença renal crônica: definição, epidemiologia e classificação. J. Bras. Nefrol., v. 26, n. 3 suppl. 1, p. 1-3, 2004. Artigos Uptodate: ● Doença renal crônica (recém-identifica): Apresentação clínica e abordagem diagnóstica em adultos. ● Definição e estadiamento da doença renal crônica em adultos Outra preocupação em relação ao uso do remédio refere-se à combinação inadequada. Neste caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro. O uso de remédios de maneira incorreta ou irracional pode trazer, ainda, conseqüências como: reações alérgicas, dependência e até a morte. Entre os riscos mais freqüentes para a saúde daqueles que estão habituados a se automedicar estão o perigo de intoxicação e resistência aos remédios. Todo medicamento possui riscos que são os efeitos colaterais. É o ato de tomar remédios por conta própria, sem orientação médica. A automedicação, muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas pode trazer consequências mais graves do que se imagina. O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que sua utilização inadequada pode esconder determinados sintomas. Se o remédio for antibiótico, a atenção deve ser sempre redobrada, pois o uso abusivo destes produtos pode facilitar o aumento da resistência de microorganismos, o que compromete a eficácia dos tratamentos. Automedicação Referências l Thaís Oliveira - @dicas.demed Os néfrons são as unidades funcionais dos rins, composto por duas partes: um corpúsculo renal, onde o plasma sanguíneo é filtrado, e um túbulo renal, pelo qual passa o líquido filtrado (filtrado glomerular). Os dois componentes de um corpúsculo renal são o glomérulo e a cápsula glomerular (cápsula de Bowman), uma estrutura epitelial de parede dupla que circunda os capilares glomerulares. O plasma sanguíneo é filtrado na cápsula glomerular, e então o líquido filtrado passa para o túbulo renal, que tem três partes principais. O túbulo renal consiste em: 1. Túbulo contorcido proximal 2. Alça de Henle 3. Túbulo contorcido distal (TCD). O túbulo proximal é a parte do túbulo ligado à cápsula glomerular, e distal indica a parte que está mais longe. O corpúsculo renal e os túbulos contorcidos proximais e distais se localizam no córtex renal; a alça de Henle se estende até a medula renal, faz uma curva fechada, e então retorna ao córtex renal. Os túbulos contorcidos distais de vários néfrons drenam para um único ducto coletor que se unem e convergem em várias centenas de grandes ductos papilares, que drenam para os cálices renais menores. Os ductos coletores e papilares se estendem desde o córtex renal ao longo da medula renal até a pelve renal. Então, um rim tem aproximadamente 1 milhão de néfrons, mas um número muito menor de ductos coletores e ainda menor de ductos papilares. HISTOLOGIA Cápsula glomerular consiste em camadas visceral e parietal. ● Camada visceral: é formada por células epiteliais pavimentosas simples modificadas chamadas podócitos. As projeções em forma de pé destas células (pedicelos) envolvem a camada única de células endoteliais dos capilares glomerulares e formam a parede interna da cápsula. ● Camada parietal: a camada da cápsula glomerular consiste em epitélio pavimentoso simples e forma a parede externa da cápsula. O líquido filtrado pelos capilares glomerulares entra no espaço capsular, o espaço entre as duas camadas da cápsula glomerular, que é o lúmen do tubo urinário. ● Túbulo renal e ducto coletor: no túbulo contorcido proximal, as células são células epiteliais cúbicas simples com uma borda em escova proeminente de microvilosidades que aumentam a área de superfície para a reabsorção e secreção. A parte descendente da alça de Henle e a primeira porção da parte ascendente da alça de Henle são compostas por epitélio pavimentoso simples. A parte espessa ascendente da alça de Henle é composta por epitélio colunar cúbico simples a epitélio colunar baixo. MORFOFISIOLOGIA ANATOMIA APG 19 l Thaís Oliveira - @dicas.demed ● Filtração glomerular: Na primeira etapa da produção de urina, a água e a maior parte dos solutos do plasma sanguíneo atravessam a parede dos capilares glomerulares, onde são filtrados e passam para o interior da cápsula glomerular e, em seguida, para o túbulo renal. ● Reabsorção tubular: Conforme o líquido filtrado flui pelos túbulos renais e ductos coletores, as células tubulares reabsorvem aproximadamente 99% da água filtrada e muitos solutos úteis. A água e os solutos retornam ao sangue que flui pelos capilares peritubulares e arteríolas retas. ● Secreção tubular: a medida que o líquido filtrado flui pelos túbulos renais e ductos coletores, as células do túbulos renais e do ducto secretam outros materiais, como as escórias metabólicas, fármacos e excesso de íons para o líquido. Comparado a síndrome nefrótica, a síndrome nefrítica ocorre inflamação glomerular, resultando na diminuição da taxa de filtração glomerular, proteinúria não nefrótica, edema e hipertensão, secundária a retenção do sódio, assim como a hematúria com cilindros. Nessa síndrome, a apresentação clinica é aquela observada na glomerulonefrite pós- estreptocócica aguda nas crianças, com início rápido de oligúria, ganho de peso e edema generalizado durante alguns dias. Com a hematúria, a urina se torna marrom ao invés de vermelha, e os coágulos não são vistos. A urina irá conter proteínas, hemácias e cilindros hemático. Podem ser classificadas em infecciosas e não infecciosas. Infecciosas: ● Glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica, grupo A, beta-hemolítico. ● Glomerulonefrites infecciosas não estreptocócica: endocardite infecciosa, bacteremia estafilocócica, sífilis secundária, malária, abcesso visceral, entre outros. Não infecciosas: ● Glomerulonefrites primárias: nefropatias por IgA, glomerulonefrite ploriferativa mesangial, membranoploriferativa, por IgM e rapidamente progressiva idiopática. ● Glomerulonefrites secundárias a doenças sistêmicas: lúpus eritematoso, vasculares neurotizaste, síndrome de Goodpasture, entre outros. A epidemiologia da síndrome nefrítica varia de forma considerável de acordo com a glomerulopatia que a causa. Deforma geral, a mais prevalente é a glomerulonefrite pós- estreptocócica, predominando na população masculina dos 6 aos 10 anos. Entretanto, a faixa etária mais prevalente depende da doença específica, variando entre a primeira década de vida e após os 50 anos. F ISIOLOGIA SÍNDROME Nefrítica O que faz aumentar a pressão é o volume circulante, e o edema pulmonar sugere doença cardíaca primária. EPIDEMIOLOGIA ET IOLOGIA IMUNOLOGIA Muitas doenças glomerulares estão associadas a deposição ou ao aprisionamento de imunoglobulinas. Em condições normais, como na glomerulonefrite proliferativa mesangial (GNPM) e glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP) ou na nefrite lúdica, pensa que os complexos imunes originam da circulação e são aprisionados pelo mesângio ou nas áreas subendotelial. Antígeno e anticorpol Thaís Oliveira - @dicas.demed Normalmente, os imunocomplexos são removidosda circulação através da ligação do complexo com os receptores C3b nos eritrócitos, e esses imunocomplexos são removidos e degradados durante o transporte dos eritrócitos no fígado e no baço. Se a remoção for prejudicada, os complexos imunes podem se depositar nos glomérulos por conta da ligação ao recetor Fc, e as próprias caracteristicas dos complexos podem favorecer a essa deposição, incluindo a avidez, carga e tamanho. O Staphylococcus aureus é o padrão associado a superantígenos, e o padrão de depósitos imunes é por IgG e IgA. Então, complexos imunes podem sim passar de forma fácil pela membrana basal glomerular. A presença de IgG na parte subepitelial da membrana basal é resultado da ligação diretamente antígenos podocitários a anticorpos ou representa a ligação de um anticorpo a um antígeno que foi aprisionado ou ligado neste local (formação in situ do complexo). A glomerulonefrite também pode ocorrer por ativação do sistema complemento nos glomérulos na ausência do IgG. Alguns antígenos podem se depositar nos glomérulos e ativar diretamente a via alternativa pela ausencia de IgG, o que pode ocorrer na glomerulonefrite pós-espreptocócia (GNPE). Os anticorpos com caracteristicas aberrantes também podem se agregar nos glomérulos na ausência de um antígeno e ativar o complemento, como ocorre na nefropatia por IgA. A glomerulonefrite é descrita como focal onde apenas os glomérulos estão envolvidos, ou difusa. Em cada glomérulo, a lesão pode ser segmentar, onde irá afetar apenas parte de qualquer glomérulo ou global. As lesões também podem ser hipercelulares devido ao aumento das células endoteliais ou mesangiais (glomerulonefrite proliferativa)ou por infiltração de leucócitos, sendo exsudativa. As paredes dos capilares glomerulares podem estar espessadas por inúmeros processos, como o aumento da membrana basal glomerular e depósitos imunes. ● Via da lecitina: iniciada pela MBL que possui estrutura similar ao C1q. A ativação da via do complemento possui diversas consequências, como o recrutamento de leucócitos. Esse recrutamento é facilitado pelo C5a, e a ligação ao C3b é importante na opsonização e ligação dos imunocomplexos pela infiltração leucocitária. O complexo final C5b-9 pode matar as células ou ativá-las para secretar citocinas, oxidante e matriz extracelular, possuindo papel de mediar a lesão á célula do epitélio glomerular na nefropatia membranoso. O sistema complemento é uma cascata de autoamplificação de proteínas que gera um complexo de ataque a membrana. Essa cascata promove a inflamação pela atividade de fragmentos que produz. A cascata amplificadora resulta e fragmentos ativados que combinam para produzir enzimas que degradam C3 e C5, sendo controlada pelos seus componentes. Possui também proteínas reguladoras inibitórias, o fator H que inibe o C3b. Denomina-se b, os fragmentos que são ativados, e os fragmentos anafilatóxicos, são designados como a. A ativação do complemento é controlada por proteínas reguladoras do complemento, e a ausência genética ou o mal funcionamento do H ou de outras originas, aumenta a suscetibilidade a lesão endotelial glomerular. Pode ser ativado por três vias: ● Via clássica: envolve a ligação do C1q ao Fc do anticorpo em imunocomplexos que contém IgG e IgM, podendo resultar na redução do C3 e C4 séricos, sendo comum na nefrite lúdica, GNMP tipo I e CNMP crioglobulinêmica. ● Via alternativa: é ativado independentemente dos imunocomplexos e pode ser desencadeado por antígenos polissacarídeo, IgA polimérica, células lesadas, produtos bacteriano. Anticorpos contra a cascata do complemento C3. SISTEMA COMPLEMENTO HISTOPATOLOGIA l Thaís Oliveira - @dicas.demed É a situação clinica em que a lesão glomerular é aguda e grave, que a função renal se deteriora em dias ou semanas. O padrão histológico é a glomerulonefrite, de forma crescêntica, onde a resposta proliferativa é vista fora do glomérulo, mas dentro do espaço de Bowman, sendo conhecido como crescente devido a sua forma em corte histológico transversal. Além desse crescimento, o tufo glomerular também mostra a necrose segmentar típica ou glomerulonefrite necrotizante segmentar focal, sendo característico da vasculite. O paciente pode apresentar em emergência urêmica, com síndrome nefrítica que não é autolimitada, encaminhando rapidamente para uma falência renal, ou com rápida deteriorização da função renal em dias ou semanas. Sua manifestação clínica se dá através de hematúria macro ou microscópica, cilindrúria, hemácias dismórficas, edema, febre, astenia, perda de peso e dor articular. A esclerose segmentar e cicatrizes também podem ocorrer e são caracterizadas pelo colapso capilar segmentar e muitas vezes com adesão da parede capilar à cápsula de Bowman. Esses focos inflamatórios no espaço de Bowman se desenvolvem quando a lesão esta grave, podendo gerar a ruptura local da parede capilar ou da capsula, permitindo a entrada de proteínas plasmáticas e de material inflamatorio no espaço. Esses “crescentes” são formados pela proliferação de células epiteliais, parietais e viscerais, fibroblastos infiltrados e linfócitos, monócitos e macrófagos, e ainda podendo ter a deposição de fibrina. T IPOS DE GLOMERULONEFRITES Glomerulonefrite rapidamente Progressiva Na GNMP tipo I, os depósitos imunes se localizam tanto no mesânquio quanto no espaço subendotelial. Uma IgM monoclonal ou IgM policlonal atua como o fator reumatoide atraves da ligação a IgG ao imunocomplexos. Em ambos casos, acredita- se que a doença ocorre pela deposição de imunocomplexos vindos da circulação. Neutrófilos, plaquetas e monócitos se localizam no glomérulo e liberam oxidantes e proteases que provocam lesão celular local e degradação da membrana basal glomerular. Além disso, há a presença de citocinas pró- inflamatórias IL-1 e fator de necrose tumoral, produzidos no local e aumentando a resposta inflamatória. Glomerulonefrite Membranoproliferativa Do tipo i Glomerulonefrite Membranoproliferativa Do tipo II Os imunocomplexos estão ausentes nos glomérulos e o inicio da doença resulta na ativação espontânea intraglomerular da via alternativa do sistema complemento, sendo a causa mais comum de ação, é o fator nefrítico. Alguns casos, podem ser causados por mutações no fator H regulador e nesses casos, a localização da mutação engenhoca determina se a doenca se manifestara como doença do deposito denso (GNMP) ou síndrome hemolítica urêmica atípica. É o tipo mais comum de glomerulonefrite, onde há a produção de IgA glicosado de maneira anormal, possivelmente por um superantígenos bacteriano ou a partir de hiperreatividade generalizada das muco, podendo levar a deposição do IgA no mesângio. A lesão na célula mesangial pode ser mediada pela ligaçãode imunocomplexos contendo IgA ao receptor Fc ou outros receptores, resultando na liberação de quimiocinas e fatores de crescimento que provocam infiltração GLOMERULONEFRITE PROLIFERATIVA MESANGIALl Thaís Oliveira - @dicas.demed É observada somente em pacientes infectados por estreptocococos do grupo A, e em alguns casos, o antígeno responsável é a exotoxina pirogênico estreptocócica B, que entra na circulação e se aloja nos glomérulos, resultando a reação inflamatoria ativa com proliferação de célula endotelial e mesangial, como as manifestações nefrítica. A ativação do complemento ocorre através da via alternativa e pode ser pela relação por antígenos estreptocócicos. Estudos sugerem que a glomerulonefrite pós- estreptocócica é mediada por imunocomplexos. Apesar da semelhança com a doença do soro aguda em coelhos, o achado de imunocomplexos circulantes não é uniforme, ocorrendo a ativação do sistema complemento pela via alternada (independente de anticorpo) e não pela clássica (ativada por anticorpo). Então, ocorre a ligação de antígenos no tecido glomerular renal, depositando imunocomplexos e ativação do sistema complemento, ocasionando o processo inflamatório agudo, diminuindo a taxa de filtração glomerular, gerando as manifestações clinicas, como a oligúria, retendo sódio e água, ocasionando edema e hipertensão. Dentre as manifestações, podem variar desde quadros de hematúria microscópica assintomática a quadros de insuficiência renal. Os rins estarão aumentados, onde todos os glomérulos estarão aumentados e relativamente pálidos, apresentando ploriferação das células mesangiais com aumento da matriz mesangial. Além dessas alterações, há a presença de leucócitos polimorfonucleares durante a fase inicial, e em casos mais graves, há crescentes e inflamação intersticial. O nosso próprio sistema imunológico começa a destruir o rim, e é importante se atentar aos sinais e sintomas. A nefrite lúpica (NL) é uma glomerulonefrite por imunocomplexos e constitui uma complicação grave e frequente do lúpus eritematoso sistêmico (LES). O pico de incidência do lúpus é de 15 a 45 anos, com a relação entre mulheres e homens. Essa predominância de gênero é menos pronunciada em crianças e indivíduos idosos. Entre os pacientes com lúpus, a NL afeta igualitariamente ambos os sexos e é mais grave em crianças e homens e menos grave em adultos mais velhos. Os pacientes com LES tipicamente desenvolvem uma grande variedade de autoanticorpos. Os estágios iniciais da evolução da doença incluem um defeito no clareamento de células apoptóticas e liberação de autoantígenos dessas células, estimulando a produção de interferon-a (IFN-a) e a produção de citocinas pró-inflamatórias. Isso resulta na quebra da autotolerância, produção de autoanticorpos e deposição de imunocomplexos. Uma característica marcante do envolvimento glomerular na NL é o acúmulo de imunocomplexos. A localização de complexos imunes dentro do glomérulo é influenciada por tamanho, carga, especificidade e avidez, bem como a habilidade do mesângio em depurar os imunocomplexos e pela hemodinâmica local.12-16 A localização dos imunocomplexos no glomérulo leva a ativação do complemento e dano por ele mediado, ativação dos fatores pró- coagulantes, ativação do receptor Fc dos leucócitos, conduzindo a infiltração leucocitária nos rins, liberação de enzimas proteolíticas e ativação de citocinas associadas a proliferação celular e a formação de matriz glomerulonefrite Pós-estreptococica Glomerulonefrite secundária Ao lúpus eritematoso MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ● Hematúria e/ou proteinúria: deve-se suspeitar de doença glomerular quando hematúria e/ou proteinúria são observadas no exame de urina. A hematúria glomerular é estabelecida pela presença de cilindros de hemácias l Thaís Oliveira - @dicas.demed (de qualquer número) ou hematúria na qual uma proporção substancial de hemácias são acantócitos. Embora os distúrbios intersticiais e vasculares do rim também possam causar essas anormalidades, os achados de eritrócitos dismórficos e cilindros eritrocitários no sedimento urinário e/ou proteinúria na faixa nefrótica (ou seja, mais de 3 a 3,5 g/ dia de proteinúria) são mais específicos para uma origem glomerular. ● comprometimento da função renal: pacientes com início agudo de síndrome nefrótica geralmente não apresentam lesão renal aguda (LRA). No entanto, a LRA pode ser observada no momento da apresentação em pacientes com podocitopatias, como doença de lesão mínima ou glomeruloesclerose segmentar focal primária (GESF). No entanto, o comprometimento da função renal (aguda ou crônica) é comumente observado em pacientes com glomerulonefrite: ● A LRA pode ocorrer com glomerulonefrite aguda, especialmente em pacientes com glomerulonefrite crescêntica, que geralmente é devido a vasculite associada a autoanticorpos citoplasmáticos de neutrófilos (ANCA) ou doença antimembrana basal glomerular (GBM). ● Pacientes com doenças glomerulares crônicas podem desenvolver um declínio progressivo na taxa de filtração glomerular e doença renal crônica. ● Hipertensão: O início agudo da hipertensão em alguém com pressão arterial previamente normal ou o agravamento agudo da hipertensão em alguém com hipertensão preexistente e controlada deve levantar a suspeita de doença glomerular, particularmente se outras manifestações (por exemplo, hematúria, edema) também estiverem presentes. ● Edema: a presença de edema periférico e/ou periorbitário em pacientes com hematúria ou hematúria ou proteinúria pode ser um sinal de retenção renal primária de sódio como resultado de doença glomerular. ● Hipercoagulabilidade: Alguns tipos de doença glomerular, em particular a nefropatia membranosa ou, menos comumente, outras causas de síndrome nefrótica, podem produzir um estado de hipercoagulabilidade. Assim, eventos trombóticos, como embolia pulmonar, podem ser uma manifestação de doença glomerular. ● Achados sistêmicos: A doença glomerular pode estar limitada principalmente ao rim ou pode estar associada a condições sistêmicas, como infecções, distúrbios autoimunes, malignidade e reações a medicamentos. Assim, em pacientes com suspeita de doença glomerular, a história, o exame e os estudos laboratoriais iniciais devem incluir a avaliação de um distúrbio sistêmico, como exemplos: ● Constitucional – Febre, calafrios, perda de peso, suores noturnos, fadiga ● Olho – Retinite ou uveíte ● Ouvido, nariz e garganta – Epistaxe, sinusite, úlceras orais ● Cardiovascular – Sopros, dor (pericardite) ou insuficiência cardíaca ● Pulmões – Hemoptise, infiltrados ou nódulos ● Abdômen – Enterite, colite ou pancreatite ● Sistema nervoso – Convulsões ou neuropatia periférica ● Extremidades – isquemia digital ou infarto ● Pele – Púrpura ou erupção cutânea ● Musculoesquelético – Artrite, artralgias, mialgias ● Infecções – Particularmente evidência de Staphylococcus , Streptococcus , vírus da hepatite ou HIV, sífilis DIAGNÓST ICO ● Pesquisa de anticorpos antiestreptocócicos (suspeita de glomerulonefrite pós- estreptocócica); l Thaís Oliveira - @dicas.demed ● FAN e anti-DNA para investigação de lúpus eritematoso sistêmico; ● ANCA (especialmente em casos de glomerulonefrite normocomplementêmica); ● pesquisa de anticorpo anti-MBG (principalmente quando a imunofluorescência apresentar um padrão linear de depósito); ● pesquisa de crioglobulinas; ● sorologias para HIV, hepatites B e C; ● hemoculturas e ecocardiograma (suspeita de endocardite ou nefropatia do shunt). No contexto de uma glomerulonefrite aguda, a biópsia renal nem sempre está indicada. Quadros sugestivos
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