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MATERIAL DE APOIO - Língua Portuguesa - Interpretação Textual - Neurilo-099-100

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MUDE SUA VIDA! 
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uma determinada língua veja-se coagido a utilizar uma escrita e fala diferentes das suas, seja 
em razão de emigração, seja em virtude de relações de dominação, como as vivenciadas pelos 
índios brasileiros em relação aos portugueses. 
 
FATORES SOCIOCOGNITIVOS 
 
No que toca aos fatores sociocognitivos, a economia linguística constitui um ponto 
crucial para compreender-se o porquê das variações. Ela consiste em processos pautados em 
duas premissas: poupar a memória, diminuir o esforço ocasionado pelo funcionamento 
mental e tornar mais fácil o ato de exteriorização material da língua; e potencializar as 
capacidades comunicativas com base no preenchimento das falhas presentes na fala e na 
escrita. 
 
Percebe-se, então, que tal fenômeno é responsável por um rearranjo, que retira alguns 
excessos existentes no idioma bem como acrescenta outros elementos, o que desencadeia 
uma diversidade de estruturas. Um exemplo que ilustra satisfatoriamente esses mecanismos 
articulatórios, fisiológicos e psicológicos é a tendência de formar-se palavras em que há uma 
alternância entre vogais e consoantes, por exemplo, “gato”. Essa propensão gera a colocação 
de vogais em termos que contam com mais de uma consoante juntas, como “advogado”, cuja 
proximidade entre a letra “d” e a “v” leva as pessoas a incluírem o som de “i” ou “e” entre elas, 
originando as variações fonéticas “adivogado” e “adevogado”. 
 
Embora a economia linguística seja o elemento mais reconhecido, há que se falar 
também acerca da gramaticalização e da analogia como pilares sociocognitivos das variações. 
A primeira consiste na construção de recursos gramaticais inéditos por meio da 
reestruturação de formas já conhecidas pelos falantes. Tal ocorrência é observada, por 
exemplo, nas metáforas. 
 
A cobra chegou. Não sei o que Daiane faz aqui. 
 
Verifique que o termo “cobra” faz referência à pessoa Daiane, já que ela provavelmente 
possui um comportamento tão traiçoeiro quanto o do animal. Essa relação de proximidade 
levou o indivíduo a construir a metáfora citada. 
 
Por sua vez, a analogia constitui um mecanismo de comparação entre as palavras, e, com 
base nisso, há o estabelecimento de semelhanças entre elas e a escolha de um padrão mais 
comum. Esse raciocínio é facilmente identificado quando as crianças pré-escolares conjugam 
alguns verbos irregulares, ou seja, palavras que podem ter seus radicais (parte que carrega o 
sentido principal) e desinências (parte final da palavra que carrega informações, como 
gênero, número) modificados de acordo com a conjugação. 
 
Se eu “queresse”, faria o bolo. 
 
Se eu quisesse, faria o bolo. 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
6 
 
A primeira forma verbal é recorrente na primeira pessoa do pretérito imperfeito do 
subjuntivo, já que temos a manutenção do radical e a inserção da desinência “esse”, por 
exemplo, amasse, partisse, comesse, mandasse, bebesse; enquanto a segunda, apesar de estar 
gramaticalmente adequada, rompe com essa estrutura comum e apresenta-nos uma 
constituição diferente, causando, a princípio, estranhamento e vontade de adequá-la ao 
padrão. 
 
 
O QUE A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA TEM A VER COM O PRECONCEITO 
LINGUÍSTICO? 
 
O preconceito linguístico tem uma relação bastante estreita com a variação diatópica, 
que é aquela relacionada à região do falante. 
O preconceito acontece por causa das diferenças e é muito comum ouvir pessoas que 
ridicularizam ou brincam de maneira bastante ofensiva com o sotaque das pessoas que 
residem no norte ou nordeste do país, enquanto enaltecem o sotaque de uma pessoa que 
reside no sul, por exemplo. 
Não há como dito anteriormente um “falar correto” ou um “falar errado”, há várias 
culturas distintas. As variações não estão presas às regiões. Em muitos casos, cidades de um 
mesmo estado apresentam palavras, gírias e sotaques distintos e é essencial entender que um 
estado, definitivamente, não é melhor que outro. 
Por isso, conhecer as diferentes variações é fundamental para combater esse tipo de 
preconceito, que pode levar a atos de violência física, verbal ou psicológica. Como qualquer 
outro tipo de preconceito, ele é excludente e não faz o menor sentido. 
Além de combater o preconceito, saber sobre esse assunto vai ajudar você a selecionar 
qual variação linguística utilizar em gêneros textuais diferentes. Na redação do Enem, por 
exemplo, você deverá utilizar uma variação formal da língua. Se você quer saber mais sobre 
outros gêneros e como utilizar diferentes linguagens em seu texto. 
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