Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Europa Oriental A divisão entre Europa Ocidental e Oriental justifica-se mais pela disputa de poder do que nos sentidos culturais e geográficos. Há várias interpretações para a abrangência do termo, frequentemente contraditórias e influenciadas por fatores geopolíticos e ideológicos. Após a Segunda Guerra Mundial, a divisão entre ocidente e oriente teve como base quais eram os países socialistas e quais eram os capitalistas. Em novembro de 1989, um milhão de alemães orientais passaram pelo Muro de Berlim. Em meses, os países dispensaram seus líderes comunistas. Logo o império russo, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas se desintegrou. A Estônia, a Letônia, a Lituânia, a Ucrânia e Bielo-Rússia se tornaram países independentes. A região A Europa Oriental é conhecida mais por suas terras do que pelo seu litoral. Ao sul, o Sistema de Montanhas Alpinas inclui os Bálcãs da Bulgária e os Cárpatos do norte da Eslováquia, sul da Polônia e oeste da Ucrânia e Romênia. As Montanhas do Cáucaso estão ao sul e se estendem do Mar Negro até o Mar Cáspio. Ao sul está localizado o Mar Cáspio, que é a maior massa de água no interior do continente do mundo. Em contraste, o Mar Negro é conectado com o Mediterrâneo pelo estreito de Bósforo. Os habitantes e sua história Germanos refere-se aos grupos étnicos oriundos da Idade do Bronze Nórdica (1000 a.C. a 500 a.C.), que ocupavam a região chamada Germânia, situada além das fronteiras do Império Romano, entre os rios Reno, Danúbio e Vístula, o norte da atual Alemanha, e os mares do Norte e Báltico que abrangem o sul da Escandinávia. Eram considerados bárbaros (estrangeiros em grego) pelos romanos e dividiam-se em numerosos grupos étnicos que viviam em pequenas povoações autônomas baseadas numa economia pecuária. A partir do período histórico do Sacro Império, passaram a se chamar alemães. Quando a Reforma Luterana dividiu o Cristianismo em Igreja Ortodoxa Oriental e a Igreja Católica, no século XVI, os missionários de Roma introduziram o alfabeto nas regiões da Hungria, República Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 44 Europa Oriental Checa, Eslováquia, Polônia e Estados Bálticos, e os missionários ortodoxos ensinaram o alfabeto cirílico1. A Igreja Católica Romana cedia autoridade aos monarcas e as igrejas do oriente ensinavam os cristãos ortodoxos obedecerem suas regras. Como resultado, a posse das terras pela aristocracia aumentou suas forças, e a estrutura de classe se tornou firmemente enraizada. A Rússia era um império transcontinental entre os séculos XVI e XIX, mas o autoritarismo dos czares (imperadores) da Rússia e as rupturas causadas pelas guerras alimentaram as forças revolucionárias. Durante a Primeira Guerra Mundial, o Czar Nicholas II (1868-1918) foi forçado a abdicar; mais tarde ele foi executado pelos revolucionários. Os Bolcheviques liderados por Lênin (1870-1924) retiraram o país da Primeira Guerra Mundial e formaram o governo comunista, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Após a Segunda Guerra Mundial, os países da Europa Oriental ficaram livres da ocupação da Alemanha, mas cresceu a influência comunista da União Soviética sobre seus governos. Durante essa época, o turismo era rigidamente controlado. O Estado possuía as companhias aéreas, os transportes, os hotéis, os restaurantes e empregava os guias de turismo. As viagens indepen- dentes eram restritas. Por motivos de segurança até os mapas eram difíceis de conseguir. Os palácios e os lugares históricos do passado “decadente” foram abandonados. Tudo isso mudou com a dissolução da União Soviética. A partir desse momento, os países da região serão abordados individualmente. Polônia A Polônia está localizada entre a Alemanha e a Rússia e devido a sua localização, era dita amaldi- çoada, pois os inimigos podiam chegar a ela por qualquer direção. O país faz fronteira com a República Checa e a Eslováquia ao sul, com a Ucrânia e Bielo-Rússia ao leste, com a Lituânia ao nordeste e com o Mar Báltico ao norte. Varsóvia Varsóvia é a capital e também a maior cidade da Polônia e está próxima da margem do Rio Vístula. No final da Segunda Guerra Mundial a cidade estava em ruínas, porém os arquitetos poloneses reconstruíram-na como era originalmente. As atrações de Varsóvia que o turista poderá visitar são: Palácio Wilanow é um prédio reconstruído do Centro Velho. Exibe uma coleção de pinturas e :::: mobília antigas e o Museu dos Pôsteres. Muitos artistas poloneses ganharam fama nas artes gráficas, especialmente em desenhos de pôsteres. Catedral de São João, do século XIV em estilo gótico.:::: 1 Criado por Cirilo no século IX (SAKALL, 2007). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Europa Oriental 45 Pa:::: lácio e Parque Lazienki, construído no século XVIII como residência da realeza, agora completamente restaurado é um monumento ao compositor Frederic Chopin (1810-1849). Museu Marie Curie, dedicado à vida da mulher que conduziu estudos pioneiros sobre a radio-:::: atividade com Pierre Curie. Madame Curie (1867-1934) morreu de leucemia. Um interessante fato é que alguns papéis desse laboratório ainda apresentam radioatividade. Palácio da Ciência e da Cultura, o prédio mais alto da Polônia até a construção do Hotel Marriot :::: Varsóvia. O prédio oferece uma vista interessante da cidade. Castelo Real, já foi a casa da família real e agora é um museu. O castelo está localizado na :::: entrada da Cidade Velha. Cracóvia Cracóvia é uma cidade da Polônia tombada pelo Patrimônio Histórico Cultural e desde 1970 o tráfego de carros foi proibido, no coração da cidade, para proteger sua arquitetura. O coração de Cracóvia é a imensa Market Square (Praça do Mercado). O andar térreo funciona como um mercado, o andar superior foi convertido em uma galeria de arte polonesa. O Castelo Real na Montanha Wawel foi a residência dos reis poloneses e é o castelo mais impor- tante da Polônia. O campo de concentração de Auschwitz está a 64 quilômetros de Cracóvia. O local é um marco da tragédia mundial, pois milhões de judeus perderam suas vidas durante o período da Segunda Guerra Mundial. Depois de anos o local foi transformado em um museu nacional para que o fato não seja esquecido e nunca mais repetido. Czestochowa Entre Varsóvia e Cracóvia, o mosteiro na montanha de Czestochowa domina a cidade do Rio Warta desde que o mosteiro foi construído em 1382. Mais de um milhão de católicos visitam a Black Madonna (a Madonna Negra), um ícone da Virgem Maria que dizem ter sido pintado por São Lucas. Os países bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia Estônia A Estônia é o menor país da Europa, o menos populoso e o mais ocidentalizado. A paisagem é formada por lagos e ilhas. As fazendas cobrem 40% do país, as florestas aproximadamente 30% e os pântanos 20%; as cidades ficam com somente 10% do território. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 46 Europa Oriental Tallinn Tallinn, da época medieval, é a capital da Estônia e também sua maior cidade. A cidade é um importante centro cultural do país com vários festivais e teatros. A maioria de suas igrejas data dos séculos XI ao XV. É um local de tradição e cultura. Letônia As praias da Letônia são locais populares para as férias, apesar das águas do Mar Báltico serem frias. Sua capital é Riga e também sua maior cidade, sendo rica em história e cultura, com prédios góticos, barrocos, clássicos e de arte nouveau. Os turistas sempre apreciam uma visita ao Castelo Riga que abriga dois museus da Letônia – o Museu de Arte Estrangeira e o Museu de História do país. Lituânia A Lituânia é o maior estado dos países Bálticos. Já foi quase que inteiramente arborizada e é um paraíso para os pescadores. Nenhum outro país na Europa Oriental sofreu tantos golpes quanto a Lituânia. No século XII era um país grandee poderoso. Em 1386, era provável que se tornasse parte da Rússia e, para evitar esse destino, os políticos decidiram unificar o país com a Polônia, providenciando o casamento do príncipe Jogaila da Lituânia com a princesa de nove anos Jadwiga da Polônia. Como parte do trato para ganhar a Polônia, Jogaila tinha de se tornar cristão e converter a Lituânia. Jadwiga odiava seu marido e morreu aos vinte e quatro anos sem filhos, mas o Cristianismo floresceu. Em 1795, a Rússia dominou a Lituânia, o czar proibiu livros, fechou escolas e industrializou o país, mas as pessoas mantiveram sua cultura viva. Vilnius É a capital, principal centro econômico e também a maior cidade da Lituânia. Vilnius tem um dos mais preservados Centros Velho da região, pois foi tombado pelo Patrimônio Histórico da Unesco e data do século XVI. O coração da Europa: a República Checa e a Hungria República Checa A República Checa ocupa a terra dos reinos antigos da Boemia e Moravia. Seu esplêndido cenário montanhoso é conhecido por seus resorts e spas. As principais atrações turísticas são o platô da Boemia e as terras baixas da Moravia. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Europa Oriental 47 Praga Praga é a capital e também a maior cidade da República Checa, é um importante centro de cultura e aprendizagem e a cidade favorita dos imperadores Hasburg. Atualmente Praga é uma das maiores atrações da Europa. O Centro Velho é o centro histórico de Praga, fica na margem sul do Vltava. Muitos prédios do Centro Velho são museus nacionais. A Royal Way era o caminho para a cerimônia de coroação dos Hasburgs. O Castelo de Praga, localizado na colina da cidade, inclui as paredes proibidas que guardam a Catedral de São Vito. O complexo do castelo é o parlamento, assim como o centro religioso e cultural. Por muitos anos os comunistas declararam o castelo fora dos limites públicos, e quando o presidente Vaclav Havel assumiu o poder em 1989, seu primeiro ato foi o de reabrir o castelo (depois de 40 anos fechado). Sul da Boemia O Sul da Boemia é famoso por seus lagos e florestas, assim foi transformado num lugar popular para férias. O local oferece facilidades recreativas e suas atrações incluem as cidades de Cesky Krumlov e Hluboká. Seus castelos são adornados com torres redondas, perfeitas para servirem de paisagens em filmes de terror (muitos filmes foram rodados na região). Hungria O local conhecido como a Hungria hoje é habitado há milhares de anos. O país tem montanhas e colinas, mas na maior parte o seu relevo é plano. O Lago Balaton é o maior lago da Europa Central. O cenário do local o transformou em um dos locais favoritos para as férias. A reconstrução de muitas áreas aconteceu desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Os locais interessantes para visita são: Fishermen’s Bastion, chamado assim, pois os pescadores tinham como tarefa proteger o :::: Palácio Real durante a Idade Média; Mathias Church, uma igreja do século XIII, próxima ao moderno hotel Hilton Budapeste;:::: A Ilha Margaret, no Rio Danúbio;:::: Chain Bridge, a mais bela das oito pontes do Rio Danúbio;:::: Os Prédios do Parlamento;:::: A Opera House cujo primeiro presidente foi o famoso compositor Franz Liszt (1811-1886);:::: A Basílica de St. Stephen, construída no século XIX.:::: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 48 Europa Oriental O Danúbio Os viajantes podem ir de Viena a Budapeste – e voltar novamente – pelo Danúbio por jets hovercraft (veículos apoiados em um colchão de ar e podem deslocar-se em água) ou navios. Muitos capítulos da história da Hungria aconteceram nessa área, e os tesouros históricos, culturais e arquitetônicos estão preservados. Rússia A Rússia é o maior país do mundo em extensão territorial, mas tem a oitava maior população. Pode-se ter uma noção das suas proporções quando sabemos que a Rússia faz fronteira com 14 países. A Rússia tem a montanha mais alta da Europa: Elbrus; seu maior rio: Volga; e na parte que está no continente Asiático o lago mais profundo do mundo: Baikal. Há várias cidades no país que estão recebendo um maior número de turistas, como São Petersburgo e Moscou, cidade que veremos a seguir. As cidades Moscou Moscou é a capital da Rússia e também sua maior cidade. Moscou é também a maior cidade do continente Europeu em número de pessoas (sua população é estimada em 12,2 milhões de habitantes). O Rio Moscou, que deu o nome à cidade, corta-a ao meio. Os locais mais antigos e mais inte- ressantes para o turismo de Moscou estão próximos ao Kremlin (fortaleza em russo), atual sede do governo, construído com muros vermelhos, imponentes portões e torres, que a circundam. As atrações de Moscou estão na Praça Vermelha (que recebeu muitos desfiles militares na época da extinta União Soviética) e algumas delas são: O Mausoléu de Lênin, apesar de haver rumores que o corpo embalsamado de Lênin está :::: enterrado no local, é aberto ao público. A Catedral de St. Basel, famosa por seus domos redondos e coloridos, foi construída entre 1555 :::: e 1560. A lenda diz que quando a catedral foi terminada, o arquiteto foi cegado para que não construísse nada comparado ao seu esplendor. GUM, do lado oposto do Kremlin e da Praça Vermelha é a maior loja de departamentos do :::: país. A Ópera e o Balé de Bolshoi estão entre os melhores do mundo. A primeira apresentação :::: da Companhia Bolshoi foi em 1877 com o famoso balé O Lago dos Cisnes, do compositor Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Europa Oriental 49 Tchaikovsky. Dois séculos depois foi inaugurada a escola do Teatro Bolshoi no Brasil (em Joinville, Santa Catarina). O Metrô é uma atração turística. Ele tem 140 estações decoradas com estilos diferentes. Muitas :::: parecem halls de palácios e são decoradas com candelabros, painéis de mármore, pinturas, vitrais e estátuas. Mais de 7 milhões de passageiros usam o metrô diariamente. As duas avenidas próximas à Praça Vermelha: Nikolskaya, a rua mais antiga e Tverskaya a rua :::: de compras. A Rua Arbat, uma zona de pedestre com artistas de ruas.:::: São Petersburgo São Petersburgo é a segunda maior cidade da Rússia e é o porto para os cruzeiros bálticos. São Petersburgo é chamada da cidade mais europeia da Rússia. Os canais lembram Veneza e a Nevsky Prospekt (a rua mais famosa da cidade) tem o ar dos grandes boulevards de Paris. A cidade é cheia de mansões da época da aristocracia. Pedro, o Grande, declarou que nenhuma estrutura deveria ser mais alta do que as da Catedral dos Santos Pedro e Paulo, razão pela qual a cidade não tem prédios altos. O Museu Hermitage (com obras da Idade da Pedra ao século XX) está localizado no centro da cidade. É a atração número um da Rússia pelos visitantes estrangeiros. O museu era a residência de inverno dos czares. O teatro Mariinsky vale a pena ser visitado simplesmente por sua decoração. Algumas das melhores óperas e companhias de balé da Rússia se apresentam no local, incluindo a Bela Adormecida, de Tchaikovsky. O teatro foi inaugurado em 1860 e tornou-se um marco no teatro musical russo. Uma visita a São Petersburgo não é completa sem uma viagem a um dos palácios conhecidos como Palácios de Verão, que agora estão abertos ao público. Os palácios Petrodvorets, Catherine e Pavlovks são os preferidos dos turistas. Petrodvorets, residência de verão dos czares é o mais conhecido e o mais luxuoso dos palácios suburbanos. Pedro – o Grande, construiu o palácio que esperava ser um rival para o Palácio de Versailles. Os prédios foram danificados durante a Segunda Guerra Mundial, mas foram cuidadosamente restaurados. Outras atrações As cidades do “Anel de Ouro” que ficam perto de Moscou são cidades medievais ligadas por sua significância histórica e arquitetônica. Tais cidades preservam a memória da Rússia e tiveram papel fundamentalna Igreja Ortodoxa do país. Outros passeios interessantes na região são cruzeiros pelo rio. É possível navegar de Moscou a São Petersburgo em uma combinação do Canal de Moscou, o Rio Volga, o Reservatório Rybinsk, o Canal Volga/Báltico, o Lago Onega, o Rio Svir, o Lago Ladoga e o Rio Neva. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 50 Europa Oriental Bielo-Rússia É um país ao lado da Rússia (que também faz fronteira com a Polônia, Ucrânia, Lituânia e Látvia), cuja capital e também sua maior cidade é Minsk. Tida como a Rússia Branca, tradução literal do seu nome, Bielo-Rússia tem uma longa história de dominação pelos seus vizinhos. A neve e o clima frio do país fazem das paisagens uma opção de passeio interessante aos turistas que têm coragem de encarar as temperaturas baixas. Vale também visitar suas construções religiosas, como as catedrais e igrejas. Bulgária A Bulgária é um país montanhoso ao leste da Península Balcânica, onde a Europa se encontra com a Ásia. Sua capital e maior cidade é Sofia. A arquitetura da cidade reflete a forte influência turca e russa. A Catedral Alexander Nevsky é um dos pontos principais de visitação turística na cidade. A Catedral é considerada uma das mais belas do mundo e há parte das exposições da galeria nacional realizadas ali. O Vale das Rosas, localizado entre as Montanhas Bálcãs e o Sredna Gora, é a fonte de mais de 80% do fornecimento de rosas usadas para a fabricação de perfume pelo mundo. Romênia Romênia, a terra dos romanos, foi fundada como parte do Império Romano. Os romenos são latinos que mantiveram seu idioma e seus costumes. Bucareste é a capital e também a maior cidade da Romênia. Alguém que é perguntado o que sabe sobre o país, lembra-se frequentemente dos livros de Bram Stoker (escritor inglês) sobre o conde Drácula. O castelo de Drácula é uma construção do século XIV, uma atração de ficção, mas de muito sucesso. O conde Vlad Tepes era um príncipe do século XV da região de Wallachia. Conta a lenda que o Conde destruía seus inimigos cravando-os em estacas, ou cozendo-os, assando-os ou mesmo enterrando-os vivos. Seus amigos o chamavam de Vlad, o Empalador. Eslováquia A Eslováquia é um estado no centro da Europa recentemente criado. A população eslava original radicou-se na área onde hoje fica a Eslováquia no século V e no século VII fazia parte do centro do Império de Samo. A Eslováquia foi um país sucessivamente ocupado. Foi parte do reino da Hungria entre os séculos XI e XIV e mais tarde, parte do Império Austro-Húngaro até 1918. Nesse ano, a Eslováquia juntou-se às regiões da Boemia e da Morávia para formar a Checoslováquia. Com a separação do país que se seguiu ao Acordo de Munique de 1938, a Eslováquia transformou-se numa república separada, embora debaixo de um controle firme por parte da Alemanha nazista. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Europa Oriental 51 A história em cada esquina (BACELAR, 2007) As duas maiores cidades da Rússia são um deleite para quem gosta de decifrar o passado escondido além das belas e imponentes fachadas. Moscou ou São Petersburgo? Qual representa melhor a opulência cultural e histórica do país de Dostoievski e Gorbachev? Talvez seja impossível dizer. As diferenças parecem se completar. São Petersburgo pode não ser a maior. Mas, certamente, coleciona números espantosos. A cidade tem mais de 300 pontes. Abriga um museu com 3 milhões de obras. Já sobreviveu a um cerco de 872 dias, sem comida, água, energia elétrica e munição. Mais incomum ainda: mudou de nome três vezes nos últimos 100 anos. Moscou, por sua vez, guarda todo o imaginário da União Sovi- ética, com seus monumentos e a inigualável Praça Vermelha. É uma megalópole de 10 milhões de habitantes, vibrante e nervosa. Um páreo tão duro quanto a alma russa, que sempre protegeu ambas as cidades. São Petersburgo é, sem dúvida, um lugar especial, dentro de uma já tão peculiar Rússia. Fundada por Pedro, o Grande, em 1703, ela manteve esse nome até o começo da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Foi por essa época que o sufixo “burgo” passou a ser considerado “alemão demais” para uma cidade russa. Mudou para Petrogrado. E três dias após a morte de Lênin, em 1924, a cidade passou a homenageá-lo, sendo rebatizada de Leningrado. Com o fim do comunismo, em 1991, o ciclo fechou-se e ela voltou à alcunha original: São Petersburgo. Os desavisados podem compará-la à Veneza, ao tomar conhecimento da quantidade de canais que cruzam a cidade, demandando as mais de 400 pontes. Suposição errônea. A cidade, ainda que construída sobre quarenta ilhotas do Delta do Rio Neva, não é apenas dos barcos: tem O Divórcio de Veludo de 1993, da República Checa, deu pacificamente à Eslováquia sua indepen- dência pela primeira vez em muito tempo. A indústria do turismo promove os spas e a arquitetura de muitas regiões. Ucrânia A Ucrânia está localizada no Mar Negro, com a Rússia e outros seis países. Ela é famosa por suas longas estepes, quebradas somente pelas Montanhas Cárpatos. O artesanato da Ucrânia tem longa tradição e a gastronomia do local é bastante variada (recebendo influência de vários povos). Texto complementar Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 52 Europa Oriental largas avenidas e ruas retas e planas. Todas impregnadas de beleza arquitetônica e, mais que isso, de história. Esse é o cenário de obras de Dostoievski, do surgimento dos movimentos operários, do triunfo do bolchevismo, da chegada épica de Lênin após o exílio, das perseguições políticas stalinistas e da pacífica retomada democrática em 1991, quando, por votação, ela reassumiu o nome de oitenta anos antes. As marcas históricas mais dramáticas, felizmente, não estão à vista: o martírio sofrido durante a Segunda Guerra Mundial. Ao contrário de Budapeste ou Praga, a cidade russa foi cruelmente açoitada pelos tanques, canhões e metralhadoras de Hitler. No entanto, diferentemente de Varsóvia, por exemplo, ela conseguiu resistir, mantendo boa parte de seus prédios em pé. Foram quase três anos de cerco, isolada do resto do país, com seus habitantes obrigados a extremos como se alimentar de animais de estimação e usar móveis e madeira das próprias casas como combustível de lareiras, fogões e fábricas. O povo resistiu estoicamente, guardando a integridade de joias culturais e históricas como o antigo palácio de inverno dos czares, hoje transformado no famoso Museu Hermitage, que se divide em nada menos que 1057 salas, com 3 milhões de obras expostas (o Louvre, para efeito de comparação, exibe cerca de 35000). Ou ainda o Palácio Nikolaievsky, onde as grandes assembleias comunistas moldavam a utopia intelectual na União Soviética, hoje sede de shows folclóricos. Para não falar da Catedral Ortodoxa de São Isaac, obra magistral do arquiteto francês Rocard de Montferrand, coalhada de afrescos de pintores célebres, e da Mussorg – sky Opera House, palco de uma das melhores orquestras do mundo, a Filarmônica de São Petersburgo. Moscou, por sua vez, é um interessante contraponto. Com 10 milhões de moradores, a “cidade-mãe”, como os russos a chamam, é 600 anos mais antiga e inspira sensações diversas. Se São Petersburgo evoca cultura, Moscou lembra poder, expresso na imponência do Kremlin. Se São Petersburgo celebrizou a resistência russa aos detratores, Moscou se moldou ao longo das invasões de tártaros, mongóis, poloneses e lituanos – só Napoleão e Hitler não conseguiram tomá-la. Se São Petersburgo mudou de nome várias vezes, olhando cuidadosamente para o significado de cada alcunha, Moscou é Moscou desde o primeiro registro histórico, num texto do século 12, e ninguém sabe ao certo o que essa palavra quer dizer. Visitar essa cidade demanda mais que sensibilidade estética. Pois a beleza de lugares como a Catedral de São Basílio ou o MuseuHistórico do Estado pode desviar a mente de seu significado histórico. Quem imagina, por exemplo, que o descoladíssimo Mercado Gum, no extremo leste da Praça Vermelha – hoje repleto de lojas de grife, com sua fachada de 242 metros – foi um dia centro da burocracia soviética e local do velório da esposa suicida de Stalin, Nadezhda Alliluyeva? Ou que as profundas estações de metrô tiveram seu desenho bolado para servir como abrigos nucleares durante a Guerra Fria? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Europa Oriental 53 Atividade 1. Um casal (com idade em torno de 50 anos) gostaria de fazer um passeio cultural pelos seguintes países: Polônia, Letônia, República Checa, Hungria, Rússia e Romênia. Qual a sua sugestão de passeios culturais nesses locais? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 54 Europa Oriental Gabarito 1. O aluno deverá ver as atrações dessas localidades que tenham um apelo cultural como museus, galerias de arte e castelos, por exemplo. Algumas sugestões: o Palácio Wilanow, o Palácio da Ciência e da Cultura e o Castelo Real em Varsóvia, na Polônia, :::: Criado por São Cirilo no século IX (SAKALL, 2007); o Castelo Riga na Letônia;:::: uma visita ao Centro Velho de Praga;:::: a Igreja Mathias, a Opera House e a Basílica de Saint Stephen em Budapeste na Hungria;:::: o mausoléu de Lênin, a Ópera e o Balé Bolshoi em Moscou na Rússia;:::: o Castelo do Drácula na Romênia.:::: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
Compartilhar