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31 de promoção, são necessárias. Desde a pandemia de covid-19, a companhia oferece reembolsos às mães e pais que precisavam de assistência com as crianças, além de ações de cuidado mental, como curso de mindfulness (atenção plena). Não à toa, a Intel foi eleita pelo 12º ano consecutivo entre as 100 melhores empresas para mulheres com filhos, pela revista Working Mother, que homenageia empresas de diferentes setores que ajudam as funcionárias a integrar a vida doméstica à profissional. Cabe às empresas darem voz às suas colaboradoras, na tentativa de identificar o que tem valor para elas, incorporando a perspectiva delas e não se basear apenas no que é bom do ponto de vista da or- ganização. Afinal, é importante recordarmos que termos esses talentos dentro de nossas empresas é ótimo também. Com esse intuito, há diversas iniciativas que visam contribuir com o empoderamento econômico da mulher brasileira. O movimento Mulher 360 é um exemplo dessas iniciativas. Trata-se de combo de práticas que podem ser adaptadas e implementadas pelas empresas que acopla: licença-maternidade estendida; licença-pater- nidade, a fim de repensar o papel do homem na educação dos filhos; licença-parental, suporte pré e pós- -maternidade (creches, auxílio-creche, lactário, entre outros benefícios); modelos flexíveis de carga horária e local de trabalho, também home office e outras adaptações que favoreçam a conciliação entre vida pessoal e trabalho. Acrescentando também políticas de repetição de bonificação. Para a mãe, é importante sempre contar com um grupo de apoio, podendo ser composto de família, amigos e pessoas que ajudam no momento de dúvida e dão suporte quando for preciso. No mundo ideal, todas as mulheres teriam esse apoio, mas é preciso lidar e compreender a individualidade de cada família, considerando que muitas mulheres são mães solo, moram distantes de suas famílias, entre outros motivos para não poder contar com esse suporte. Para se estabelecer uma relação de confiança, há de se ter da empresa um olhar sensível para essas realidades, pois assim, todos ganham: a própria empresa, as mães e a sociedade. https://www.tecmundo.com.br/mercado/236285-vamos-galera-mulheres-conquistas-mulheres-dentro-fora-tech.htm TEXTO III 32 Texto IV Mulheres perdem trabalho após terem filhos Após 24 meses, quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade está fora do mercado de trabalho, um padrão que se perpetua inclusive 47 meses após a licença. A maior parte das saídas do mercado de trabalho se dá sem justa causa e por iniciativa do empregador. Pesquisa FGV - Think tank A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A NECESSIDADE DE ISONOMIA PARA AS MÃES NO MERCADO DE TRABALHO BRA- SILEIRO, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu posto de vista. 33 ▮ PROPOSTA DE REDAÇÃO - FUVEST / VUNESP TEXTO I Sobre o autoritarismo brasileiro | Lilia Moritz Schwarcz (R) 1 de janeiro de 2021 É preciso coragem de verdade para enfrentar as histórias associadas às construções mitológicas, sobretudo aquelas calcadas no senso comum. A importância de uma resenha do livro de Lilia Schwarcz, “Sobre o autoritarismo brasileiro”, não reside exclusivamente na qualidade de seu conteúdo, mas sobre- tudo na atualidade de seu tema. A vontade da autora em dar uma rápida resposta à crise política da qual atravessamos, reveste o livro de importância, independentemente da relativa superficialidade com que aborda o tema. Tal superficialidade, no entanto, não deve ser encarada apenas como uma fragilidade argumentativa. Se boa parte da sociedade brasileira está estupefata com a escalada do autoritarismo bol- sonarista, era urgente que algum historiador propusesse algumas respostas que dessem conta de explicar o recrudescimento do autoritarismo e a violência institucional que ele implica. Temos sempre de ter em vista que a história não deve ser direcionada para usufruto exclusivo de seu público especializado, mas que momentos políticos conturbados exigem que reflexões deste tipo se tornem públicas, sem, é claro, perder as especificidades da disciplina. Uma importante reflexão do livro, quase chave explicativa para entendermos o principal público a que se destina a obra, trata-se de uma reflexão onde a autora encaminha uma diferenciação entre história e memória. Neste caso, a história seria um procedimento inconcluso, plural, composto em diversos debates, “incompreensões e lacunas”. Já a memória, um procedimento individual de atualização do passado no presente, uma produção. Se recupera “o presente do passado”, fazendo com que o passado também vire presente. Nesse sentido, o que pretende a autora é lembrar, ou seja, repensar o presente sob os auspícios do passado, ou seja, sem esquecê-lo, projetando ao mesmo tempo o futuro. Dessa maneira ela entende que não há como dominar totalmente o passado e que sua contribuição jamais se propõe a fazê-lo, se distanciando, agora, da história pois essa seria composta de uma diversidade de debates sem os quais ela pretende realizar. Com isso, podemos entrever que a obra busca uma maior amplitude de público que não somente o especializado, pois não se dedica a fazer história, mas, como bem quer a autora, a produzir memória, sendo esta produção, por fim, uma atitude individual, capaz de ser realizada por todos. TEXTO II O QUE FAZ O BRASIL, BRASIL? (ROBERTO DA MATTA) Garoto esperto! Quatrocentos e noventa anos de conciliação. Jamais ouvi de um japonês, de um canadense ou de um norte-americano nem mesmo a mais leve indicação de se considerarem patrícios de Deus. Entretanto, quantas vezes ouvi brasileiros expressarem de forma inequívoca essa idéia! Num livro intitulado Explorações: Ensaios de Sociologia Interpretativa, Rober- to DaMatta, antropólogo brasileiro que tão bem tem captado as peculiaridades de nossa sociedade, analisa essa noção, lembrando que Deus é concebido como ideal de totalidade, totalidade que só se pode pensar a partir das divisões infinitas nas quais o universo se apresenta, totalidade que, no caso brasileiro, só pode ser pensada como integração de dimensões bastante separadas, como a rua, a casa e o “outro mundo”, integração que concilie o alto e o baixo, o forte e o fraco, o Estado, a sociedade e o cidadão, a lei e a vida, o amigo e a autoridade, o “caxias” e o malandro.