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Apostila Saúde e saneamento ambiental

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Prévia do material em texto

Saúde e Saneamento 
Ambiental
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Dudatt
Revisão Textual
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Núcleo de Educação a Distância;
MATARUCO, Sônia Maria Crivelli.
Saúde e Saneamento Ambiental.
Sônia Maria Crivelli Mataruco.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 75 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTOR
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/0836891204233076
●	 Mestre	na	área	de	Educação	pela	Unespar	Campus	de	Paranavaí	(2018)
●	 Graduação	 em	 Licenciatura	 em	 Matemática	 na	 Universidade	 Filadélfia	 de	
Londrina	-	Unifil;	(2015)
●	 Graduação	em	Tecnologia	em	Gestão	Ambiental	pela	Faculdade	de	Tecnolo-
gia	e	Ciências	do	Norte	do	Paraná		-	Fatecie	(2009).	
●	 Graduada	em	bacharelado	Administração	pela	Faculdade	Estadual	de	Educa-
ção Ciências e Letras de Paranavaí (1992); 
●	 Graduação	em	Licenciatura	em	Pedagogia	pela	UniFatecie	–	Faculdade	de	
Tecnologia	e	Ciências	do	Norte	do	Paraná	–	(2020)
●	 Pós-	graduada	em	Marketing	e	Gestão	de	pessoas	pela	Faculdade	Estadual	
de Educação Ciências e Letras de Paranavaí; 
●	 Pós-	graduada	em	Psicopedagogia	institucional	pela	Faculdade	de	Tecnologia	
e	Ciências	do	Norte	do	Paraná	-	Fatecie;	(2015)
●	 Pós-	graduada	em	auditoria	e	certificação	ambiental	pela	Faculdade	de	Tec-
nologia	e	Ciências	do	Norte	do	Paraná		-	Fatecie;	(2018)
●	 Pós-	graduada	em	Saneamento	Ambiental	pela	UENP	–	Universidade	Esta-
dual	Norte	do	Paraná.	(2020).
●	 Ampla	experiência	como	gestora	ambiental	da	Companhia	de	Saneamento	do	
Paraná	-	Sanepar	e	professora	universitária	atuando	nos	seguintes	temas:	gerenciamento	
ambiental, recursos hídricos e hidrologia, sustentabilidade ambiental, responsabilidade so-
cioambiental,	poluição	e	resíduos,	gestão	de	águas,	saneamento	ambiental,	agronegócio,	
gestão	ambiental,	Educação	ambiental,	gestão	de	negócios	ambientais,	 fundamentos	de	
marketing	e	administração	de	materiais	e	patrimônio,	Tópicos	especiais	de	Administração;	
Agroecologia e Gestão Ambiental e metodologia de pesquisa.
 
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a)	aluno(a),	se	você	se	interessou	pelo	assunto	desta	disciplina,	isso	já	é	
o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto 
com	você	construir	nosso	conhecimento	sobre	os	conceitos	fundamentais	sobre	saúde	e	
saneamento ambiental.
Na	unidade	I	começaremos	as	atividades	explanando	os	conceitos	e	os	processos	
de saúde individual e coletiva e a importância de ações preventivas no intuito de trazer 
qualidade de vida para as pessoas. Relataremos os níveis de atenção à saúde como pri-
mário,	secundário	e	terciário,	mostrando	que	essa	triagem	ajuda	os	setores	da	saúde	a	se	
organizarem e ter melhores condições de dar um atendimento de qualidade aos pacientes, 
garantindo assim o direito de integralidade. Além de relatar que o processo saúde/doença 
está	diretamente	relacionado	ao	meio	ambiente,	exigindo	desta	maneira	uma	estreita	rela-
ção entre saúde e mudanças ambientais.
Já	na	unidade	II	vamos	ampliar	nossos	conhecimentos	sobre	a	saúde	no	Brasil,	tra-
remos	algumas	legislações	importantes	e	principalmente	artigos	da	constituição	federal	que	
respalda que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso	universal	igualitário	às	ações	e	serviços	para	sua	promoção,	proteção	e	recupera-
ção”. (Constituição, 1988. P. 118).
Garantindo	desta	 forma	que	 toda	pessoa	 tenha	o	direito	a	um	nível	de	vida	su-
ficiente	para	assegurar	a	sua	saúde,	o	seu	bem-estar	e	o	de	sua	família,	especialmente	
para	a	alimentação,	o	vestuário,	a	moradia,	a	assistência	médica	e	para	os	serviços	sociais	
necessários.
Depois,	na	unidade	III	vamos	tratar	especificamente	sobre	o	conceito	de	epidemio-
logia	mostrando	que	este	depende	da	avaliação	do	contexto	histórico,	dos	conhecimentos	
acumulados	na	área	de	saúde,	da	etapa	da	transição	epidemiológica	e	demográfica,	bem	
como	da	interpretação	que	se	tenha	em	determinada	época	e	contexto	sobre	a	saúde.	
Para	finalizar	na	unidade	IV,	relataremos	a	estreita	ligação	existente	entre	saúde	
ambiental e poluição ambiental. Os Problemas ambientais decorrentes do saneamento 
inadequado	e	as	influências	dos	serviços	de	saneamento	no	controle	de	doenças.
Aproveito	para	reforçar	o	convite	a	você,	para	junto	conosco	percorrer	esta	jornada	
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em 
nosso	material.	Esperamos	contribuir	para	seu	crescimento	pessoal	e	profissional.	
Muito obrigado e bom estudo!
 
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 7
Saúde Individual e Coletiva
UNIDADE II ................................................................................................... 22
Saúde no Brasil
UNIDADE III .................................................................................................. 37
Epidemiologia
UNIDADE IV .................................................................................................. 50
Saúde Ambiental e Poluição Ambiental
7
Plano de Estudo:
●	 Conceitos	-	Classificação:	individual	e	coletiva
●	 Princípios da Saúde Humana
●	 A relação saúde humana e meio ambiente
Objetivos da Aprendizagem:
●	 Conhecer os conceitos
●	 Entender	a	classificação:	individual	e	coletiva	
●	 Compreender os princípios da Saúde Humana
●	 Entender a relação saúde humana e meio ambiente
UNIDADE I
Saúde Individual e Coletiva
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
8UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
1. CONCEITOS - CLASSIFICAÇÃO: INDIVIDUAL E COLETIVA 
MAPA CONCEITUAL 
 
Fonte: o autor.
1.1 Entenda os Conceitos
A saúde é silenciosa e geralmente não é percebida e, na maior parte das vezes, 
apenas	a	identificamos	quando	adoecemos.	
De	acordo	com	a	Organização	Mundial	de	Saúde,	a	saúde	 individual	é	definida	
como	um	estado	em	que	o	indivíduo	se	encontra	com	o	bem-estar	físico,	emocional,	social,	
9UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
espiritual	e	psicológico	em	sua	totalidade.	Desta	forma,	a	saúde	é	vista	como	um	processo	
resultante	das	interações	realizadas	entre	as	esferas	biológicas,	sociais	e	psicológicas.
A saúde individual é determinada unicamente pela realidade social ou pela ação do 
poder público, tanto quanto a visão inversa, nem por isso menos determinista, que coloca 
todo peso no indivíduo, em sua herança genética e em seu empenho pessoal, precisa 
ser	 rompidos.	 Interferir	sobre	o	processo	saúde/doença	está	ao	alcance	de	 todos	e	não	
é	uma	tarefa	a	ser	delegada,	deixando	ao	cidadão	ou	à	sociedade	o	papel	de	objeto	da	
intervenção	“da	natureza”,	do	poder	público,	dos	profissionais	de	saúde	ou,	eventualmente,	
de vítima do resultado de suas ações.
Segundo o Ministério da Saúde (1999), a saúde coletiva é aquela voltada não ape-
nas para o indivíduo, mas para a população em geral. Trata-se de um campo de estudos 
e	práticasque	engloba	os	 serviços	de	 saúde	prestados	à	população	 (atenção	primária,	
secundária	e	terciária),	o	estado	da	saúde	desta	população	e	o	conhecimento	acerca	da	
saúde,	tanto	o	popular	quanto	o	científico	(BRASIL,	1999).
A	doença	não	pode	ser	compreendida	apenas	por	meio	das	medições	fisiopato-
lógicas,	pois	quem	estabelece	o	estado	da	doença	é	o	sofrimento,	a	dor,	o	prazer,	enfim,	
os	 valores	 e	 sentimentos	 expressos	 pelo	 corpo	 subjetivo	 que	 adoece	 (CANGUILHEM;	
CAPONI, 1995. In: BRÊTAS; GAMBA, 2006).
A	Constituição	Federal,	de	1988,	expressa	essa	preocupação	em	diversos	de	seus	
artigos:
Em	 seu	 art.	 196	 define	 saúde	 como:	 direito	 de	 todos	 e	 dever	 do	 Estado,	
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do 
risco	de	doença	e	de	outros	agravos	e	ao	acesso	universal	e	 igualitário	às	
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação; O art. 225 diz: 
todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público	e	à	coletividade	o	dever	de	defendê-lo,	preservá-lo	para	as	presentes	
e	futuras	gerações;	E	no	art.	200,	incisos	II	e	VIII,	fixam,	como	atribuição	do	
Sistema	Único	de	Saúde	–	SUS	-,	entre	outras,	a	execução	de	ações	de	vi-
gilância	sanitária	e	epidemiológica,	bem	como	as	de	saúde	do	trabalhador	e	
colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.( 
BRASIL, 1988. p. 118, 120; 131.)
A	Lei	nº	8.080/1990	ressalta	as	expressões	da	questão	social,	ao	apontar	que:
Indicar	como	fatores	determinantes	e	condicionantes	da	saúde,	“entre	outros,	
a	alimentação,	a	moradia,	o	saneamento	básico,	o	meio	ambiente,	o	trabalho,	
a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços 
essenciais;	os	níveis	de	saúde	da	população	expressam	a	organização	social	
e econômica do País” (Lei nº 8.080/1990, artigo 3º).
10UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
Desta	 forma	podemos	 incluir	o	conceito	de	 “Cidade	Saudável”,	 como	parâmetro	
para nortear projetos de saúde que vêm se desenvolvendo em diversas partes do mundo, 
a	partir	da	sua	incorporação	pela	OMS.	Considera-se	que	uma	“Cidade	Saudável”	deve	ter:	
●	 uma	comunidade	forte,	solidária	e	constituída	sobre	bases	de	justiça	social,	na	
qual ocorre alto grau de participação da população nas decisões do poder público; 
●	 ambiente	 favorável	 à	 qualidade	 de	 vida	 e	 saúde,	 limpo	 e	 seguro;	 satisfação	
das	necessidades	básicas	dos	cidadãos,	incluídos	a	alimentação,	a	moradia,	o	trabalho,	o	
acesso a serviços de qualidade em saúde, à educação e à assistência social; 
●	 vida cultural ativa, sendo promovido o contato com a herança cultural e a partici-
pação	numa	grande	variedade	de	experiências;	
●	 economia	forte,	diversificada	e	inovadora.
1.2 Níveis de Atenção à Saúde Pública
O	modelo	de	organização	brasileiro	segue	a	classificação	da	Organização	Mundial	
da	Saúde	(OMS),	que	define	três	diferentes	níveis	de	atenção	à	saúde:	o	primário,	o	secun-
dário	e	o	terciário.
Essas categorias seguem uma ordem crescente para garantir que cada paciente 
seja atendido no nível que corresponde, estabelecendo-se assim uma prioridade no acolhi-
mento.	Entender	em	qual	conjunto	cada	usuário	se	encaixa,	possibilita	o	investimento	em	
estratégias de melhorias gerais, independente do motivo que levou a pessoa a procurar sua 
instituição.
Os níveis de atenção à saúde são importantes para uma adequada triagem e desta 
forma	tornar	o	Sistema	Único	de	Saúde	(SUS)	mais	eficiente.	
1.2.1 Nível Primário 
Segundo	a	classificação	da	OMS	o	nível	primário	 são	os	casos	em	que	se	são	
atendidos	os	casos	considerados	mais	simples,	ou	o	grau	de	complexidade	é	considerado	
baixo.	Restringe-se	no	agendamento	de	consultas	de	rotinas	e	exames	considerados	bá-
sicos,	como	curativos,	radiografias	e	eletrocardiogramas,	podendo	ser	classificado	como	
as	atividades	que	são	 realizadas	pelas	Unidades	Básicas	de	Saúde	 (UBS),	que	são	de	
extrema	importância	para	manter	uma	vida	saudável.	
Desta	 forma	entende-se	 como	momento	 de	 contato	 inicial	 para	 prevenção,	 pro-
moção	e	redução	de	risco	de	doenças.	Aqui	não	se	encaixa	os	tratamentos	complexos	ou	
combate	a	doenças.	Podemos	encaixar	neste	nível	também	ações	para	promoção	da	saú-
11UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
de	pública	em	espaços	comunitários	com	destaque	como	campanhas	de	conscientização	
para	incentivar	a	população	a	tomar	vacinas	ou	prevenir	hipertensão	arterial,	por	exemplo.	
Dependendo do estado de saúde do paciente, ele pode ser encaminhado para cuidados 
secundários	ou	terciários.
O	nível	de	atenção	primário	é	de	suma	importância	à	medida	que	se	vê	o	aumento	
significativo	do	desenvolvimento	de	doenças	não	transmissíveis,	como	as	cardiovasculares,	
por	exemplo,	e	que	poderiam	ser	evitadas	com	cuidados	primários.
1.2.2 Nível Secundário
No	nível	 secundário	 a	 complexidade	 requer	 contato	 com	profissionais	 da	 saúde	
mais	 especializados,	 como	por	 exemplo,	 cardiologista	 e	 oftalmologista	 e	 são	 realizados	
exames	mais	detalhados	para	um	diagnóstico	mais	preciso	e	tratamento	adequado.	É	inte-
grada pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPA).
Nesse nível é o momento onde se recebe os pacientes que passaram pelo nível 
primário	e	necessitam	ser	encaminhados	para	melhor	acompanhamento	diante	da	espe-
cialidade	requerida.	Nesse	nível	os	profissionais	devem	possuir	o	suporte	adequado	para	
realizar intervenções em doenças agudas ou crônicas, além de atendimentos emergen-
ciais.	Nesta	fase,	o	processo	de	atendimento	é	mais	personalizado	e	reforça	os	cuidados	
necessários	 para	 recuperação	 da	 saúde.	 Recursos	 tecnológicos	 podem	 ser	muito	 bem	
aproveitados	para	atender	e	comunicar	o	paciente	da	melhor	forma.
1.2.3 Nível Terciário
Os	grandes	hospitais	correspondem	ao	nível	terciário.	São	pacientes	que	passa-
ram	pelo	nível	primário	ou	secundário	e	devido	à	gravidade	do	problema	de	saúde	requer	
encaminhamento para um nível de atendimento altamente especializado. Esses pacientes 
podem	estar	internados	e	precisando	de	cirurgias	e	ou	exames	mais	invasivos,	etc.
Desta	forma	esse	momento	é	constituído	por	um	processo	curativo,	pois	os	pacien-
tes podem ter doenças graves que representam risco à sua vida, entrando aqui cuidados 
para reabilitação. 
Nesse nível a tecnologia torna-se a principal aliada dos médicos e dos outros pro-
fissionais	 que	 são	 responsáveis	 pelo	 socorro	 aos	 usuários.	 Importante	 ressaltar	 que	 os	
recursos	 tecnológicos	quando	necessário	podem	ser	aplicados	para	beneficiar	 todos	os	
estágios.	
12UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
2. PRINCÍPIOS DA SAÚDE HUMANA
A Declaração Universal dos Direitos Humanos reconheceu a saúde como direito 
inalienável	de	toda	e	qualquer	pessoa	e	como	um	valor	social	a	ser	perseguido	por	toda	a	
humanidade (PIOVESAN, 2011, p.20)
A partir de então e progressivamente, diversos Estados passaram a incluir este e 
outros	direitos	humanos	em	suas	constituições,	convertendo-os	em	direitos	fundamentais	
derivados do pacto social estabelecido em cada país.
Segundo	Piovesan	(2011)	o	direito	à	saúde	está	inserido	em	um	amplo	grupo	de	
questões	relacionando	a	saúde	e	o	bem-estar,	assim	como	os	diferentes	direitos	humanos,	
interligados	 e	 dependentes	 entre	 si.	 	A	 saúde	 não	 existe	 de	 forma	 isolada	 da	 vida	 das	
pessoas, da sociedade. 
Considerando	todos	os	direitos	humanos	fundamentais,	a	relação	com	a	saúde	vai	
além	da	potencial	redução	da	vulnerabilidade,	em	termos	de	problemas	e	fatores	de	risco.
O direito à saúde também perpassa questões de violações de direitos, como a 
violência nas grandes cidades, casos de tortura, escravidão e violência de gênero, que 
podem	causar	 danos	à	 saúde.	 	E,	 ainda	mais	 importante,	 está	diretamente	 relacionado	
ao desenvolvimento da saúde, no que diz respeito a outros direitos, como a participação 
social,	o	acesso	à	informação,a	comunicação,	que	se	tornam	instrumentos	e	potencializa	
a	democracia,	o	exercício	da	cidadania	e	a	própria	garantia	desses	direitos	considerados	
fundamentais.
13UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
O	princípio	da	fundamentalidade	extrínseca	do	direito	à	saúde	significa	que	o	direito	
à	saúde	foi	catalogado	formalmente	no	rol	dos	direitos	fundamentais,	ao	se	conjuntar	os	
arts. 6º, 196 a 200, todos da Constituição Federal, podendo-se notar aspectos essenciais 
que assim o caracterizam: a historicidade; a universalidade; a autogeneratividade. Além 
disso,	 a	 sistemática	 da	 interpretação	 constitucional	 dos	 Direitos	 Fundamentais	 permite	
identificar,	também,	a	maximização,	a	rigidez	constitucional	e	sua	aplicabilidade	imediata	
(PIOVESAN, 2011).
O	direito	à	saúde	se	insere	na	órbita	dos	direitos	sociais	constitucionalmente	ga-
rantidos. Trata-se de um direito público subjetivo, uma prerrogativa jurídica indisponível 
assegurada à generalidade das pessoas.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de doença e 
de	outros	agravos	e	o	acesso	universal	e	igualitário	às	ações	e	serviços	para	
sua promoção, proteção e recuperação ( BRASIL, C. F. Art. 196).
Tal preceito é complementado pela lei 8.080/90, em seu artigo 2º: “a saúde é um 
direito	fundamental	do	ser	humano,	devendo	o	Estado	prover	as	condições	indispensáveis	
ao	seu	pleno	exercício”.
A	Lei	Fundamental	 não	 faz	qualquer	distinção	no	que	 tange	ao	direito	à	 saúde,	
englobando	expressamente	o	acesso	universal	 a	 ações	de	promoção,	 proteção	e	 recu-
peração de saúde, nos âmbitos individual e genérico. Seguem-se as linhas traçadas pela 
Organização Mundial de Saúde, segundo a qual, a saúde se caracteriza como o completo 
bem	estar	físico	da	sociedade	e	não	apenas	como	a	ausência	de	doenças.	A	questão	do	
fornecimento	de	medicamentos	e	tratamentos	pelo	Estado	se	inclui,	obviamente,	na	faceta	
de proteção à saúde.
 
14UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
3. A RELAÇÃO SAÚDE HUMANA E MEIO AMBIENTE
O	processo	saúde/doença	está	diretamente	relacionado	ao	meio	ambiente,	exigin-
do desta maneira uma estreita relação entre saúde e mudanças ambientais.
Nesse sentido, as inter-relações entre população, recursos naturais e desenvolvi-
mento têm sido objeto de preocupação, e levando ao entendimento a importância de um 
bom relacionamento homem/natureza.
Entretanto,	a	sociedade	está	cada	vez	mais	complexa,	exigente	e	consumista	e	tem	
comprometido a resiliência dos recursos naturais, resultando degradação ambiental que 
tem colocado o bem-estar social em risco e os riscos ambientais são hoje um problema de 
saúde coletiva.
Para	a	Organização	das	Nações	Unidas,	os	agentes	de	poluição,	com	efeito,	no	
meio	ambiente	e	saúde,	são:	metais,	petróleo,	óxidos	de	nitrogênio,	dióxido	de	enxofre	e	
monóxido	de	carbono.	A	contaminação	acontece	pela	absorção	direta	de	espécies	dissolvi-
das ou pela ingestão de partículas ou alimentos contaminados (MENDES, 2017).
Condições	térmicas	precárias,	umidade,	presença	de	mofo,	má-ventilação,	grande	
adensamento	de	indivíduos	por	cômodo,	infestações	por	insetos	e	roedores,	nível	de	ruído,	
todos	estes	fatores	têm	sido	descritos	como	potenciais	fatores	de	risco	à	saúde.
Conforme	relatado	no	Quarto	Relatório	de	Avaliação	do	IPCC	(IPCC,	2007),	é	pro-
vável	que	a	exposição	à	mudança	do	clima	afeta	o	estado	de	saúde	de	milhões	de	pessoas,	
em	especial	daquelas	com	baixa	capacidade	de	adaptação,	mediante:	aumento	da	subnu
15UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
trição	e	de	disfunções	consequentes,	com	implicações	no	crescimento	e	desenvol-
vimento	infantil;	aumento	de	mortes,	doenças	e	ferimentos	por	causa	das	ondas	de	calor,	
inundações, tempestades, incêndios e secas; aumento das consequências negativas da 
diarreia;	aumento	da	frequência	de	doenças	cardiorrespiratórias	por	causa	das	concentra-
ções mais elevadas de ozônio no nível do solo relacionadas com a mudança do clima; e 
alteração	da	distribuição	espacial	de	alguns	vetores	de	doenças	infecciosas.
Na	legislação	pátria,	o	inciso	I,	do	artigo	3º,	da	Política	Nacional	do	Meio	Ambiente	
(Lei	Federal	nº	6.938/81),	define	meio	ambiente	como	"o	conjunto	de	condições,	 leis,	 in-
fluências	e	interações	de	ordem	física,	química	e	biológica,	que	permite,	abriga	e	rege	a	
vida	em	todas	as	suas	formas".
Assim,	 entende-se	 que	 a	 expressão	 "meio	 ambiente"	 deve	 ser	 interpretada	 de	
uma	forma	ampla,	não	se	referindo	apenas	à	natureza	propriamente	dita,	mas	sim	a	uma	
realidade	complexa,	 resultante	do	conjunto	de	elementos	 físicos,	químicos,	biológicos	e	
socioeconômicos, bem como de suas inúmeras interações que ocorrem dentro de sistemas 
naturais,	artificiais,	sociais	e	culturais	(MENDES,	2017).
O	meio	ambiente	é	um	resultado	social	que	pode	influenciar	a	saúde	humana	po-
sitiva ou negativamente, de maneira individual ou coletiva, direta ou indiretamente, o que 
torna	a	relação	entre	saúde	e	meio	ambiente	uma	complexa	relação	entre	Estado,	natureza	
e sociedade (MENDES, 2017).
16UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
SAIBA MAIS
Matta,	G.	C.	Princípios	do	Sistema	Único	de	Saúde	(SUS).	Disponível	em:	https://www.arca.fiocruz.br/bits-
tream/icict/39223/2/Pol%C3%ADticas%20de%20Sa%C3%BAde%20-%20Princ%C3%ADpios%20e%20
Diretrizes%20do%20Sistema%20%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde.pdf.	Acesso	17	ago.	2020
Resumo: Os princípios e diretrizes do Sistema único de Saúde (SUS) constituem as 
bases	para	o	funcionamento	e	organização	do	sistema	de	saúde	em	nosso	país,	afir-
mando	direitos	conquistados	historicamente	pelo	povo	brasileiro	e	o	formato	democrá-
tico,	humanista	e	federalista	que	deve	caracterizar	sua	materialização.	Neste	sentido,	
os princípios e diretrizes do SUS devem ser compreendidos a partir de uma perspectiva 
histórica	e	epistemológica,	constituindo-se	como	um	produto	resultante	de	um	processo	
político	e	que	expressa	concepções	sobre	saúde	e	doença,	direitos	sociais,	gestão,	as	
relações	entre	as	esferas	de	governo	do	país,	entre	outros.
LEI Nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/legislacao/lei8080.
htm. Acesso 17 ago. 2020.
Resumo: Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saú-
de,	a	organização	e	o	funcionamento	dos	serviços	correspondentes	e	dá	outras	provi-
dências.
SILVA, Marcelo José de Souza e; SCHRAIBER, Lilia Blima; MOTA, André Mota. O conceito de saúde na 
Saúde	Coletiva:	contribuições	a	partir	da	crítica	social	e	histórica	da	produção	científica.	Disponível	em:	
Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 29, n. 1, e290102, 2019. Disponível em: https://www.
scielosp.org/pdf/physis/2019.v29n1/e290102/pt.	Acesso	21	ago.	2020.
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo compreender qual é o conceito de 
saúde	dentro	da	Saúde	Coletiva.	Nossa	análise	parte	do	marxismo	como	 referencial	
teórico,	tanto	para	definir	o	que	é	um	“conceito”	quanto	para	compreender	o	pensamento	
crítico	da	Saúde	Coletiva.	Como	pesquisa	empírica,	usou-se	a	produção	bibliográfica	
dos	 principais	 periódicos	 que	 reúnem	publicações	 da	Saúde	Coletiva	 enquanto	 área	
de	 conhecimento,	 o	 que	 resultou	 em	 34	 artigos	 que	 tratavam,	 de	 alguma	 forma,	 do	
17UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
conceito	de	saúde,	mesmo	que	não	fosse	o	objeto	principal	do	trabalho.	Dessa	análise	
identificamos	ao	menos	três	distintas	modalidades	de	definições,	que	variaram	tanto	na	
base	referencial	usada	para	apreender	e	analisar	realidades	empíricas	concernentes	à	
saúde	quanto	na	conceituação	de	social	que	poderia	estar	nessa	análise	–	também	se	
identificando	que	os	artigos	mais	oscilaram	entre	uma	produção	estritamente	descritiva	
dessas	realidades	empíricas	e	ensaios	estritamente	teóricos	do	que	produziram	um	par-
ticular	concreto	(empírico)	pensado	com	base	na	definição	de	social	eleita.	Concluiu-se	
quedentro da Saúde Coletiva o conceito de saúde tem sido tomado, em grande parte, 
ou	como	noção	(uma	aproximação	parcial	do	objeto)	ou	como	um	lema,	a	partir	de	um	
engajamento	ético-político	que	acaba	relegando	a	contribuição	teórico	conceitual	a	se-
gundo plano.
 
REFLITA
De	acordo	com	o	último	relatório	da	OMS	sobre	doenças	não	transmissíveis,	não	estão	
a	ser	feitos	os	esforços	suficientes	para	reduzir	em	um	terço	a	taxa	de	mortalidade	pre-
matura por doenças não transmissíveis até 2030.
As doenças não transmissíveis matam em cada ano mais de 40 milhões de pessoas, 
das quais 15 milhões têm entre 30 e 70 anos. Mais de 80% destes casos chamados 
«prematuros»	acontecem	em	países	com	rendimento	baixo	ou	médio
Fonte: Serviço Nacional de Saúde. Disponível em: https://www.sns.gov.pt/noticias/2017/09/19/doencas-
-nao-transmissiveis/. Acesso: 17 ago. 2020.
Clique	 https://www.youtube.com/watch?v=2fpRaU8VkIE.	 Para	 conhecer	mais	 sobre:	O	 que	 é	 o	 SUS?	
Sistema Único de Saúde do Brasil: Princípios e diretrizes - Paulo Sérgio
Clique	 https://www.youtube.com/watch?v=PzVxQkNyqLs.	 Para	 conhecer	mais	 sobre:	Os	 princípios	 do	
SUS.
18UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno aqui terminou a primeira etapa do nosso trabalho,
Percebemos que o ambiente dentro dos padrões registrados pela legislação é 
ideal para manter seu equilíbrio e consequentemente a saúde das pessoas e de todas as 
espécies.
O corpo humano é um todo conectado por partes, isto é, composto de mente, corpo 
e	emoções.	Para	estar	em	equilíbrio,	é	preciso	que	todas	as	partes	estejam	funcionando	de	
igual maneira e, para isso, é preciso cuidar da saúde de um modo geral.
Apesar	de	muitas	pessoas	associarem	doença	instantaneamente	ao	corpo	físico,	
há	doenças	 também	no	sistema	emocional	que	causam	diversos	males	e	 interferem	na	
vida	das	pessoas.	Mente	e	emoções	andam	bem	próximas,	pois	uma	não	funciona	bem	
enquanto a outra não estiver em equilíbrio.
Segundo	a	definição	da	Organização	Mundial	de	Saúde	(OMS),	saúde	emocional	
"é	um	estado	de	bem-estar	onde	o	indivíduo	realiza	suas	próprias	habilidades,	lida	com	os	
fatores	estressantes	normais	da	vida,	trabalha	produtivamente	e	é	capaz	de	contribuir	com	
a	sociedade".	Portanto,	daí	pode-se	constatar	que,	se	a	saúde	emocional	não	estiver	com	
seu	funcionamento	positivo,	não	há	como	levar	uma	vida	de	forma	equilibrada	e	produtiva.
Entendemos	a	importância	de	buscarmos	investimentos	na	área	preventiva,	e	que	
infelizmente	atualmente	andamos	na	contramão,	dando	prioridade	para	a	saúde	curativa.
Desta	 forma	as	nações	não	possuem	recursos	suficientes	para	dar	atendimento	
adequado	aos	seus	contribuintes,	e	infelizmente	temos	óbitos	que	poderiam	facilmente	ser	
evitados,	que	resultam	em	problemas	de	ordem	emocional	e	financeira	nas	famílias.
19UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
LEITURA COMPLEMENTAR
Fonte: Juras, I..da A. G. M.. Machado, G. S.. A relação entre a saúde da população 
e a conservação do meio ambiente. https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/estu-
dos-e-notas-tecnicas/publicacoes-da-consultoria-legislativa/areas-da-conle/tema19/a-re-
lacao-entre-a-saude-da-populacao-e-meio-ambiente_juras-e-machado_politicas-setoriais. 
Acesso em 17 ago. de 2020.
RESUMO
Trata	dos		principais	processos	de	degradação	ambiental	que	podem	afetar	a	saúde.	
O	Brasil	não	logrou	controlar	as	enfermidades	ligadas	à	falta	de	saneamento	e	a	poluição	
é	responsável	por	mortalidade	significativa	por	doenças	cardíacas	e	pulmonares.	O	des-
matamento	intensifica	os	efeitos	de	desastres	naturais	e	altera	os	mecanismos	de	controle	
de	 transmissão	de	doenças	 tropicais.	A	expansão	urbana	e	das	 fronteiras	de	ocupação	
têm	sido	associadas	 com	doenças	 transmitidas	 por	mosquitos.	As	mudanças	 climáticas	
poderão	afetar	o	estado	de	saúde	de	milhões	de	pessoas,	em	especial	daquelas	com	baixa	
capacidade de adaptação, mediante aumento da subnutrição, de desastres naturais e da 
frequência	de	doenças	cardiorrespiratórias,	bem	como	da	alteração	da	distribuição	espacial	
de	vetores	de	doenças	infecciosas.	São	também	descritas	as	diversas	normas	que	desta-
cam a relação entre saúde e meio ambiente. Saúde e meio ambiente têm estreita relação. 
Em geral, os impactos ao meio ambiente constituem, também, impactos à saúde humana. 
Poderiam	citar-se	vários	exemplos	dessa	inter-relação,	mas	este	trabalho	concentrar-se-á	
nos aspectos de saneamento ambiental, poluição, mudança do clima e principais doenças 
associadas a alterações nos ecossistemas.
 
Artigo : 
Olhando	 o	 passado	 e	 o	 futuro:	 revendo	 pressupostos	 sobre	 as	 inter-
-relações pessoa-ambiente. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pi-
d=S1413-294X2003000200003&script=sci_arttext.	 Estud.	 psicol.	 (Natal)	 vol.8	 no.2	 Natal	
May/Aug. 2003.Acesso em: 31 jul. 2020.
20UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
RESUMO
Este	artigo	examina	alguns	dos	pressupostos	que	guiaram	os	primeiros	trabalhos	
em Psicologia Ambiental e os revisa à luz de perspectivas contemporâneas. Muitos desses 
pressupostos	continuam	a	 ter	 relevância,	mas	são	necessárias	algumas	modificações	e	
acréscimos	para	dar	conta	do	desenvolvimento	em	ideias	e	pesquisa	ao	longo	dos	anos.	É	
preciso: ir além da pesquisa multidisciplinar, engajando-se no pensamento interdisciplinar 
e pesquisa em colaboração com pessoas de outras disciplinas; ampliar a atenção com as 
questões	éticas;	examinar	o	papel	da	tecnologia	na	vida	das	pessoas;	e	reconhecer	a	na-
tureza holística das transações pessoa-ambiente levando em consideração a diversidade 
criada por idade, gênero, nível de capacidade/incapacidade, cultura e economia.
21UNIDADE I Saúde Individual e Coletiva
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO 
Título: Inteligência	emocional.	A	Teoria	Revolucionária	que	Rede-
fine	o	que	é	Ser	Inteligente.
Autor: 1996
Editora: Objetiva Ltda
Sinopse: Publicado pela primeira vez em 1995, nos Estados 
Unidos,	este	livro	transformou	a	maneira	de	pensar	a	inteligência.	
Alterou	 práticas	 de	 educação	 e	mudou	 o	mundo	 dos	 negócios.	
Das	 fronteiras	da	psicologia	e	da	neurociência,	Daniel	Goleman	
trouxe	o	conceito	de	"duas	mentes"	 -	a	racional	e	a	emocional	 -	
e	 explicou	 como,	 juntas,	 elas	 moldam	 nosso	 destino.	 Segundo	
Goleman,	 a	 consciência	 das	 emoções	 é	 fator	 essencial	 para	 o	
desenvolvimento da inteligência do indivíduo. Partindo de casos 
cotidianos, o autor mostra como a incapacidade de lidar com as 
próprias	emoções	pode	minar	a	experiência	escolar,	acabar	com	
carreiras	promissoras	e	destruir	vidas.	O	fracasso	e	a	vitória	não	
são determinados por algum tipo de loteria genética: muitos dos 
circuitos	cerebrais	da	mente	humana	são	maleáveis	e	podem	ser	
trabalhados.	Utilizando	exemplos	marcantes,	Goleman	descreve	
as cinco habilidades-chave da inteligência emocional e mostra 
como	 elas	 determinam	 nosso	 êxito	 nos	 relacionamentos	 e	 no	
trabalho,	e	até	nosso	bem-estar	físico.	Pais,	professores	e	líderes	
do	mundo	dos	negócios	sentirão	o	valor	desta	visão	arrebatadora	
do potencial humano.
FILME/VÍDEO 
Título: Níveis de Prevenção em Saúde
Ano: 2018
Sinopse: Relata os níveis de prevenção da saúde, porém trazendo 
mais	dois	níveis	não	tão	difundidos
Link do vídeo:	https://www.youtube.com/watch?v=mg283xEKvxc
22
Plano de Estudo:
●	 Saúde Pública no Brasil
●	 A importância do saneamento na saúde pública
●	 Ecologia	das	doenças	(Determinantes	físico-química;	
	 Determinantes	biológicos;	Determinantes	sociais)
Objetivos da Aprendizagem:
●	 Conhecer a Saúde Pública no Brasil 
●	 Entender a importância do saneamento na saúde pública 
●	 Saber	a	ecologia	das	doenças	(determinantes	físico-químicas;	
determinantes	biológicos;	determinantes	sociais)
UNIDADE II
Saúde no Brasil
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
23UNIDADE II Saúde no Brasil
INTRODUÇÃO
Esta unidade trata de assuntos relacionados à saúde pública mostrando que é 
direito	de	todos	os	cidadãosum	nível	de	vida	suficiente	para	assegurar	o	seu	bem-estar.
Veremos que através da Constituição Federal no artigo 198, o Sistema Único de 
Saúde	(SUS),	deve	ser	estruturado	de	forma	descentralizada,	com	atendimento	integral	e	
havendo a participação da comunidade. 
O princípio da descentralização se caracteriza quando um poder antes absoluto, 
passa a ser repartido, havendo a integração de atos de prevenção ou cura individuais e co-
letivos,	além	de	permitir	o	acesso	universal	e	igualitário	quer	sejam	nas	ações	preventivas	
e assistenciais.
A legislação, mais precisamente a Lei nº 8.142 de 1990 dispõe sobre a importância 
da	participação	da	comunidade	na	gestão	do	Sistema	Único	de	Saúde	–	SUS	e	sobre	as	
transferências	intergovernamentais	de	recursos	financeiros	na	área	da	saúde.
No	 tocante	ao	 saneamento	 será	 conceituado	e	 relatado	 sua	 importância	 para	a	
saúde	pública	e	que	apesar	dos	investimentos	do	governo	federal	no	setor	de	saneamento	
terem	 crescido,	 ainda	 persiste	 a	 dificuldade	 de	 acesso	 aos	 recursos	 principalmente	 em	
municípios	pequenos,	o	que	acaba	interferindo	de	forma	negativa	no	sistema	econômico,	
com	gastos	 elevados	 para	 combater	 as	 enfermidades	 propagadas	 devido	 às	 condições	
sanitárias	inadequadas	(SOUSA,	2011).
Relatou-se	também	como	a	ecologia	das	doenças	influencia	os	fatores	econômicos,	
culturais, políticos e sociais têm sobre o conceito de saúde.
24UNIDADE II Saúde no Brasil
1. SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
MAPA CONCEITUAL
 
Fonte: o autor.
1.1 Entenda os Conceitos
“Toda	pessoa	tem	direito	a	um	nível	de	vida	suficiente	para	assegurar	a	sua	saúde,	
o	seu	bem-estar	e	o	de	sua	família,	especialmente	para	a	alimentação,	o	vestuário,	a	mora-
dia,	a	assistência	médica	e	para	os	serviços	sociais	necessários”.	(artigo	25	da	Declaração	
Universal dos Direitos do Homem).
25UNIDADE II Saúde no Brasil
1.2 Aplicação de Conceitos
Segundo o Art. 7º da Lei orgânica 8.080 / 1990 as ações e serviços públicos de 
saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único 
de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da 
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistên-
cia;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das 
ações	e	serviços	preventivos	e	curativos,	individuais	e	coletivos,	exigidos	para	cada	
caso	em	todos	os	níveis	de	complexidade	do	sistema;
III	-	preservação	da	autonomia	das	pessoas	na	defesa	de	sua	integridade	física	e	
moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer 
espécie;
V	-	direito	à	informação,	às	pessoas	assistidas,	sobre	sua	saúde;
VI	-	divulgação	de	informações	quanto	ao	potencial	dos	serviços	de	saúde	e	a	sua	
utilização	pelo	usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação 
de	recursos	e	a	orientação	programática;
VIII - participação da comunidade;
IX	 -	 descentralização	 político-administrativa,	 com	 direção	 única	 em	 cada	 esfera	
de	 governo:	 a)	 ênfase	 na	 descentralização	 dos	 serviços	 para	 os	municípios;	 b)	
regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X	-	integração	em	nível	executivo	das	ações	de	saúde,	meio	ambiente	e	saneamen-
to	básico;
XI	 -	conjugação	dos	 recursos	financeiros,	 tecnológicos,	materiais	e	humanos	da	
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços 
de assistência à saúde da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e 
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para 
fins	idênticos	(BRASIL,	1990).
A saúde pública no Brasil é muito completa e alcançou resultados bastante positi-
vos	desde	que	o	Sistema	Único	de	Saúde	foi	criado,	porém	enfrenta	inúmeras	dificuldades,	
comprometendo a qualidade do atendimento à população. Além disso, em um país de di-
26UNIDADE II Saúde no Brasil
mensões continentais e tão heterogêneo, a saúde, assim como outros aspectos (educação, 
segurança)	é	bastante	discrepante	no	território.
Atualmente	é	considerada	Saúde	Pública	todo	o	conjunto	de	medidas	executadas	
pelo	Estado	para	garantir	o	bem-estar	físico,	mental	e	social	da	população.
Em nível internacional, a saúde pública é coordenada pela Organização Mundial 
de	Saúde	–	OMS,	composta	atualmente	por	194	países.	O	órgão	consiste	em	uma	agência	
especializada da ONU (Organização das Nações Unidas) que trabalha lado a lado com 
o governo dos países para aprimorar a prevenção e o tratamento de doenças, além de 
melhorar	a	qualidade	do	ar,	da	água	e	da	comida.
A saúde pública também é o ramo da ciência que busca prevenir e tratar doenças 
através	da	análise	de	indicadores	de	saúde	e	sua	aplicação	nos	campos	da	biologia,	epide-
miologia e outros campos relacionados.
No	Brasil,	a	saúde	pública	está	prevista	na	Constituição	Federal	como	um	dever	
do Estado (artigo 196) e como um direito social (artigo 6º), ou seja, um direito que deve ser 
garantido	de	forma	homogênea	aos	indivíduos	a	fim	de	assegurar	o	exercício	de	direitos	
fundamentais.
O artigo 196, da Constituição da República estabelece que: “A saúde é direito de 
todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução	do	risco	de	doença	e	de	outros	agravos	e	ao	acesso	universal	igualitário	às	ações	
e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. (Constituição, 1988. P. 118)
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierar-
quizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I	-	descentralização,	com	direção	única	em	cada	esfera	de	governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuí-
zo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
27UNIDADE II Saúde no Brasil
2. A IMPORTÂNCIA DO SANEAMENTO NA SAÚDE PÚBLICA 
Entre	saneamento,	saúde	pública	e	meio	ambiente	existe	estreita	ligação.	O	sanea-
mento é a sustentação de todo o sistema de saúde de um país. As incidências de doenças 
infecciosas	que	 levam	a	queda	de	produtividade	 também	aumentam	os	custos	da	conta	
em saúde, estando totalmente ligado justamente à presença ou ausência de saneamento 
básico.	
O	impacto	da	falta	do	saneamento	básico	sobre	a	saúde	no	meio	urbano	vem	se	
tornando	cada	vez	mais	frequente,	principalmente	nas	comunidades	mais	carentes.	Com	o	
aumento	desenfreado	da	população,	estas	comunidades	ficaram	mais	susceptíveis	a	riscos	
ambientais,	tais	como:	as	ruas	que	muitas	vezes	servem	para	defecação	de	animais,	os	
terrenos baldios, os esgotos a céu aberto (CAVINATTO, 1992)
Alguns	exemplos	dos	efeitos	das	ações	de	saneamento	na	saúde	segundo	a	Fun-
dação Nacional de Saúde - Funasa (2017)
●	 Água	de	boa	qualidade	para	o	consumo	humano	e	seu	fornecimento	contínuo	
asseguram	a	redução	e	controle	de:	diarréias,	cólera,	dengue,	febre	amarela,	tracoma,	he-
patites,	conjuntivites,	poliomielite,	escabioses,	leptospirose,	febre	tifóide,	esquistossomose	
e	malária.
●	 Coleta	regular,	acondicionamento	e	destino	final	adequado	dos	resíduos	sólidos	
diminuem	a	incidência	de	casos	de:	peste,	febre	amarela,	dengue,	toxoplasmose,	leishma-
niose,	teníase,	leptospirose,	cólera	e	febre	tifoide.
28UNIDADE II Saúde no Brasil
●	 Esgotamento	 sanitário	 adequado	 é	 fator	 que	 contribui	 para	 a	 eliminação	 de	
vetores	da:	malária,	diarreias,	verminoses,	esquistossomose.
●	 Melhorias	sanitárias	domiciliares	estão	diretamente	relacionadas	com	a	redução	
de: doença de Chagas, esquistossomose, diarréias, verminoses, escabioses, tracoma e 
conjuntivites.
29UNIDADE II Saúde no Brasil
3. ECOLOGIA DAS DOENÇAS (DETERMINANTES FÍSICO-QUÍMICAS; DETERMI-
NANTES BIOLÓGICOS; DETERMINANTES SOCIAIS)
Nordenflt	 (2000)	 refere	quea	saúde	é	compatível	 com	a	presença	de	doença	e	
sofre	 influência	 dos	 determinantes	 da	 saúde.	Grande	 parte	 da	 população	 que	 sofre	 de	
alguma	doença	continua	sua	vida,	considerando-se	muitas	vezes	saudável.	A	doença	está	
associada	a	determinado	órgão,	região	do	corpo	ou	da	mente,	contrariando	a	noção	de	um	
conceito dicotômico de saúde.
Para	Scliar	(2007,	p.	30)	o	conceito	de	saúde	faz	referência	à:
Influência	que	os	fatores	econômicos,	culturais,	políticos	e	sociais	têm	sobre	
o	conceito	de	saúde.	Esta	 influência	 implica	que	o	conceito	de	saúde	não	
tenha	o	mesmo	significado	para	todos	os	indivíduos;	irá	depender	da	“época	
do	lugar,	da	classe	social.	Dependerá	de	valores	individuais,	de	concepções	
científicas,	religiosas,	filosóficas”	(SCLIAR,	2007,	p.	30).
A teoria da determinação social do processo saúde-doença se constitui num avanço 
na	medida	em	que	vincula	o	biológico	ao	social.	
Para	Santos	(2018,	p.	243-244),	os	fatores	determinantes	da	doença	podem	ser:	
endógenos	e	exógenos.
Esses	 fatores	 são	 divididos	 em	 uma	 abordagem	mais	 minuciosa	 sobre	 a	 ação	
destes	fatores	como	determinantes	de	saúde	na	população.
a)	Endógenos:	Fatores	determinantes	que	são	inerentes	ao	organismo	e	estabele-
cem a receptividade do indivíduo, como herança genética que determinam maior ou menor 
30UNIDADE II Saúde no Brasil
suscetibilidade	das	pessoas	em	adquirir	doenças	e	a	anatomia	e	fisiologia	do	organismo	
humano como os estilos de vida.
b)	Exógenos:	Fatores	determinantes	que	dizem	respeito	ao	ambiente.
●	 Ambiente	biológico:	determinantes	biológicos.
●	 Ambiente	natural:	“Efeito	estufa”,	“buraco	na	camada	de	ozônio”.
●	 Ambiente	antrópico	e	ambiente	social	-	determinantes	socioculturais.
Segundo	George	(2011)	a	análise	dos	determinantes	da	saúde,	são	frequentemente	
agrupados agrupa-os em cinco categorias:
●	 Os	 determinantes	 fixos	 ou	 biológicos,	 de	 que	 são	 exemplos	 à	 idade,	 sexo	 e	
fatores	genéticos;	
●	 os	determinantes	econômicos	e	sociais,	de	que	são	exemplo	a	posição	o	estrato	
social,	o	emprego,	a	pobreza,	a	exclusão	social;	
●	 os	determinantes	ambientais,	tais	como	a	qualidade	do	ar	e	da	água,	ambiente	
social; 
●	 os	determinantes	de	estilos	de	vida,	sendo	a	alimentação,	atividade	física,	taba-
gismo,	álcool;
●	 os	determinantes	do	comportamento	sexual.	Alguns	exemplos	incluem-se	ainda	
o acesso aos serviços, como educação, saúde, serviços sociais, transportes e lazer (Geor-
ge, 2011).
Na	literatura	podem	encontrar-se	divisões	com	diferentes	números	de	categorias,	
sendo	 que,	 independentemente	 desse	 número,	 é	 inquestionável	 que	 os	 determinantes	
influenciam	o	estado	de	saúde	dos	indivíduos.	
Aprofundamento: GEORGE, F. Sobre determinantes da saúde. set 2011. Disponí-
vel	 em:	 https://www.dgs.pt/ficheiros-de-upload-2013/publicacoes-de-francisco-george-so-
bre-determinantes-da-saude-pdf.aspx.	Acesso	em:	22	ago.	2020.
Resumo:	Os	fatores	que	influenciam,	isto	é,	que	afectam
ou determinam a saúde dos cidadãos e dos povos têm sido ultimamente analisados
por	 diferentes	 Escolas	 e	 instituições,	 nomeadamente	 pela	 Comissão	 Europeia.	
São, em regra, designados, simplesmente, por determinantes da saúde.
 
31UNIDADE II Saúde no Brasil
SAIBA MAIS
SANTOS,	Fernanda	Flores	Silva	dos	 	et	al.,	O	desenvolvimento	do	saneamento	básico	no	Brasil	e	as	
consequências para a saúde pública. Revista Brasileira de Meio Ambiente, v.4,n.1. p. 241-251, 2018. 
Disponível em: https://www.saneamentobasico.com.br/wp-content/uploads/2020/04/127-387-2-PB-1-1.
pdf.	Acesso:	21	ago.	2020.	
Resumo:	Apesar	dos	investimentos	do	governo	federal	no	setor	de	saneamento	terem	
crescido,	ainda	persiste	a	dificuldade	de	acesso	aos	recursos	para	os	pequenos	muni-
cípios	e	para	a	região	Norte	e	Nordeste,	o	que	acaba	interferindo	de	forma	negativa	no	
sistema	econômico,	com	gastos	elevados	para	combater	as	enfermidades	propagadas	
devido	 às	 condições	 sanitárias	 inadequadas.	Assim,	 esse	 estudo	 tem	 como	 objetivo	
apresentar	um	panorama	do	histórico	do	saneamento	básico	no	Brasil	e	suas	perspec-
tivas	no	tempo	presente.	De	modo	que,	torna-se	necessário	a	atuação	de	políticas	pú-
blicas	que	busquem	expandir	estes	serviços,	essencialmente	para	as	localidades	com	
situações	mais	precárias.	Essa	pesquisa	mostra-se	relevante	a	partir	do	momento	em	
que,	através	da	pesquisa	bibliográfica,	traz	uma	reflexão	sobre	como	se	desenvolveu	o	
saneamento	no	Brasil	e	quais	as	maiores	dificuldades	que	o	país	ainda	enfrenta	para	
alcançar	a	universalidade	prevista	no	Plano	de	Saneamento	Básico-	PLANSAB.
Manual de Saúde Pública. https://www.editorasanar.com.br/images/p/Trecho%20-%20Manual%20de%20
Sa%C3%BAde%20P%C3%BAblica.pdf.	Acesso	21	ago.	2020.
Resumo:	Numa	intencionalidade	específica	de	facilitarmos	a	aproximação	com	o	arca-
bouço	jurídico	legal	do	Sistema	Único	de	Saúde	(SUS),	especificamente	neste	capítulo,	
acerca da Lei Orgânica da Saúde (LOS) compreendendo a Lei 8.080 de 19
de	setembro	de	1990	no	que	tange	a	organização	e	funcionamento	do	SUS	e	a	Lei	8.142	
de 28 de 1990 no que tange a participação da comunidade. Mas inicialmente, optamos 
por	previamente	fazer	uma	retomada	acerca	dos	Modelos	Assistenciais	de	Saúde	que	
ao	longo	da	História	da	Saúde	Pública	se	(dês)	velam	e	em	si	manifestam	os	modos	
operantes	de	se	pensar	e	fazer	saúde.
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Art.196-200, Brasília, DF, 1988. Disponível em: 
http://www.tce.rs.gov.br/. Acesso: 21 ago. 2020.
32UNIDADE II Saúde no Brasil
Resumo: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e 
ao	acesso	universal	e		igualitário	às	ações	e	serviços	para	sua	promoção,	proteção	e	
recuperação. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Po-
der	Público	dispor,	nos	termos	da	lei,	sobre	sua	regulamentação,	fiscalização	e	controle,	
devendo	sua	execução	ser	 feita	diretamente	ou	através	de	 terceiros	e,	 também,	por	
pessoa	física	ou	jurídica	de	direito	privado.
 
BRASIL. Lei n° 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na 
gestão	do	Sistema	Único	de	Saúde	 (SUS)	e	sobre	as	 transferências	 intergovernamentais	de	 recursos	
financeiros	na	área	da	saúde	e	dá	outras	providências.	Disponível	em:	http:	//portal.saude.gov.br/portal/
arquivos/pdf/Lei8142.pdf.	Acesso:	21	ago.	2020.
Resumo: Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de 
Saúde	(SUS)	e	sobre	as	transferências	intergovernamentais	de	recursos	financeiros	na	
área	da	saúde	e	dá	outras	providências.
 
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção 
e	recuperação	da	saúde,	a	organização	e	o	 funcionamento	dos	serviços	correspondentes	e	dá	outras	
providências.	Disponível	 em:	 <http:	 //portal.saude.gov.br/	 portal/arquivos/pdf/LEI8080.pdf>.	Acesso:	 21	
ago. 2020.
Resumo: Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saú-
de,	a	organização	e	o	funcionamento	dos	serviços	correspondentes	e	dá	outras	provi-
dências.
VIDIGAL,	C.	H.	M..	Análise	da	influência	do	saneamento	básico	na	saúde	da	população	do	município	de	
Barbacena	–	MG.	UFJF,	Juiz	de	Fora,	2015.		Disponível	em:	https://www.ufjf.br/engsanitariaeambiental/
files/2014/02/TFC_Carlos_Henrique_Moreira_Vidigal.pdf.	Acesso:	24	ago.	2020.
Resumo:	Os	serviços	de	saneamento	–	abastecimento	de	água,	esgotamento	sanitário	
e	coleta	de	lixo	-	prestados	em	um	município	exercem	influência	na	saúde	da	população	
local. O estudo realizado para a cidade de Barbacena, Estado de Minas Gerais, visou 
compreender	a	relação	existente	entre	as	condições	de	saneamento	básico	da	popula-
ção	local	e	alguns	indicadores	epidemiológicos	–	taxa	de	mortalidade	em	menores	de	
cinco	anos	de	idade,	proporção	de	crianças	menores	de	dois	anos	desnutridas	e	taxa	de	
incidência de dengue paratodas as idades. 
33UNIDADE II Saúde no Brasil
REFLITA
Apesar	dessa	tendência,	há	que	se	ter	clara	a	persistência	da	importância	do	papel	do	
saneamento no quadro de saúde, em especial nos países em desenvolvimento. Seria 
equivocado se substituir a visão de saneamento pela visão ambiental mais ampla, sen-
do	necessário	sim	se	reconhecerem	as	questões	de	saneamento	como	ainda	na	ordem	
do dia da saúde ambiental, localizando seu papel, sua pertinência e a aplicabilidade do 
conceito,	identificando	sociedades,	ocupações,	situações	e	fatores	de	risco	associados.		
De	 forma	simplificada,	 pode-se	 situar	 que	os	 riscos	decorrentes	da	 insalubridade	do	
meio	afetam	com	maior	 intensidade	as	populações	de	menor	status	socioeconômico,	
enquanto	que	os	problemas	ambientais	originários	do	desenvolvimento	atingem	mais	
homogeneamente a todos os estratos sociais.
Fonte: Heller, L.. Relação entre saúde e saneamento na perspectiva do desenvolvimento. Ciência & Saú-
de	 Coletiva,	 3(2):73-84,	 1998.	 Disponível	 em:	 https://www.scielo.br/pdf/csc/v3n2/7152.pdf.	Acesso:	 22	
ago. 2020.
Clique em https://www.youtube.com/watch?v=i2tWlesTBqI. Para conhecer mais sobre Saúde Pública e 
Saneamento	Básico.
Clique em https://www.youtube.com/watch?v=yuDpa-nU3t8. Para conhecer mais sobre: A HISTÓRIA DA 
SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL - Paulo Sérgio
34UNIDADE II Saúde no Brasil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Terminamos mais uma unidade que nos demonstra a íntima relação entre o esgo-
tamento	sanitário	e	a	saúde	pública.
É	possível	perceber	a	necessidade	de	políticas	públicas	concretas	no	sentido	de	
atender a população dentro de sua integralidade. 
Para tal situação se concretizar é preciso que os cidadãos tenham conhecimento 
dos seus direitos e passem a participar dos conselhos de saúde e meio ambiente de suas 
cidades,	cobrando	medidas	que	possam	beneficiar	toda	a	coletividade.
Direito	de	atendimento		humanizado		para	reduzir	ou	eliminar	o	sofrimento	do	usuá-
rio bem como, as causas dos problemas
Leiam os materiais relacionados, darão uma base ampla da importância do sanea-
mento para a saúde pública.
 
35UNIDADE II Saúde no Brasil
LEITURA COMPLEMENTAR
Artigo: Relação entre saúde e saneamento na perspectiva do desenvolvimento
Heller, L. Relação entre saúde e saneamento na perspectiva do desenvolvimento.
Disponível	em:	https://www.scielo.br/pdf/csc/v3n2/7152.pdf.	Acesso	22	ago.2020
RESUMO
Discute-se	a	relação	entre	saúde	e	saneamento,	situando-a	no	contexto	do	proces-
so	de	desenvolvimento	social.	É	defendida	inicialmente	a	inserção	dessa	relação	no	atual	
enfoque	saúde	e	ambiente,	reconhecendo	que	esta	nova	área	não	elimina	a	pertinência	da	
abordagem saúde-saneamento, na verdade sua precursora. Apresenta-se a conceituação 
de saneamento e sua atual situação no país, além dos marcos conceituais da relação saú-
de-saneamento.	 Indicadores	de	desenvolvimento	dos	países,	enfatizando	os	brasileiros,	
são	confrontados	com	indicadores	sanitários,	mostrando-se	que,	para	o	grau	de	desenvol-
vimento econômico e a cobertura por serviços de saneamento no Brasil, melhor desem-
penho dos indicadores de saúde seria esperado. Avaliam-se as assertivas que podem ser 
extraídas	dos	estudos	epidemiológicos	desenvolvidos	na	área	de	saneamento	e,	por	fim,	
discutem-se as perspectivas que se apresentam no campo da relação saúde-saneamento.
36UNIDADE II Saúde no Brasil
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Saneamento: promoção da saúde, qualidade de vida e 
sustentabilidade ambiental.
Autores: Cezarina Maria Nobre Souza, André Monteiro Costa, 
Luiz Roberto Santos Moraes, Carlos Machado de Freitas.
Editora: Editora Fiocruz
Sinopse: A declaração da Assembleia Geral da ONU de 2010 
denuncia grave violação de um direito humano essencial: grande 
parte	 da	 população	 do	 mundo	 vive	 em	 condições	 precárias	 de	
acesso a bens e serviços essenciais. Esse quadro poderia ser 
minimizado	e	até	evitado	se	 fosse	possível	 oferecer	 saneamen-
to	básico	a	 todos.	Neste	 livro,	 quatro	profissionais	atuantes	nas	
áreas	 de	 engenharia	 sanitária	 e	 saúde	 ambiental	 propõem	 um	
novo olhar sobre a tríade ‘desenvolvimento, ambiente e saúde’, 
com	o	objetivo	de	formular	estratégias	inovadoras	para	garantir	o	
acesso mais amplo ao saneamento. Fatores como o modo de vida 
da população, as condições socioeconômicas e a cultura servem 
de base na busca por soluções capazes de combinar tecnologia 
e gestão sociocultural. “O modelo de gestão deve ser adequado 
à tecnologia utilizada e às características socioculturais da popu-
lação.	Não	é	mais	aceitável,	como	tem	sido	corrente,	a	imposição	
de soluções que, por não considerarem a coerência com a cultura 
e as condições de habitabilidade das pessoas, geram ônus de 
manutenção	para	as	mais	pobres.”,	destacam	os	autores	no	texto	
de apresentação do livro.
FILME/VÍDEO 
Título: 1.Segurança Alimentar e Nutricional
Ano: 2017
Sinopse:	 O	 conceito	 de	 Segurança	 de	Alimentos,	 originário	 do	
inglês	“Food	Safety”,	está	relacionado	à	manutenção	da	qualidade	
dos alimentos distribuídos, considerando as etapas de manipulação 
e	preparo	até	seu	destinatário	final,	o	consumidor.	Nestes	termos,	
a	 Segurança	 de	 Alimentos	 está	 diretamente	 ligada	 às	 práticas	
recomendadas para a garantia da saudabilidade dos alimentos, 
e	a	eliminação	de	contaminantes	químicos,	físicos	e	biológicos	a	
exemplo	da	contaminação	bacteriológica.
Link do vídeo: https://www.verdeghaia.com.br/blog/aspectos-re-
levantes-da-seguranca-alimentar-e-nutricional-e-seguranca-de-
-alimentos-food-safety/.	Acesso	22	ago.	2020
37
Plano de Estudo:
●	 Conceitos de epidemiologia
●	 Saneamento	básico	e	higiene	nos	processos	epidemiológicos
●	 Doenças transmissíveis e seu controle
Objetivos da Aprendizagem:
●	 Entender os conceitos de epidemiologia.
●	 Compreender	saneamento	básico	e	higiene	nos	processos	epidemiológicos.
●	 Conhecer as doenças transmissíveis e seu controle.
UNIDADE III
Epidemiologia
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
38UNIDADE III Epidemiologia
INTRODUÇÃO
Nesta	unidade	serão	abordados	conceitos	de	epidemiologia	e	como	está	 intima-
mente	 ligada	com	a	demografia,	pois,	ambas	estudam	as	populações.	A	 importância	do	
saneamento	básico	e	a	higiene	nos	processos	epidemiológicos	e	as	doenças	transmissíveis	
e	como	é	possível	fazer	seu	controle.
O	 conceito	 de	 epidemiologia	 depende	 da	 avaliação	 do	 contexto	 histórico,	 dos	
conhecimentos	 acumulados	 na	 área	 de	 saúde,	 da	 etapa	 da	 transição	 epidemiológica	 e	
demográfica,	bem	como	da	interpretação	que	se	tenha	em	determinada	época	e	contexto	
sobre a saúde. 
Será	possível	observar	que	a	saúde	de	uma	população	é	muito	dinâmica	sendo	
reflexo	de	muitas	causas	como	por	exemplo	o	saneamento	básico	que	é	condição	essen-
cial	para	promover	a	melhoria	da	qualidade	de	vida	da	população	e	sua	falta	deixa	uma	
população	por	completo	em	vulnerabilidade	socioambiental,	principalmente	em	áreas	mais	
carentes com menor poder aquisitivo levando a ocorrência de diversas doenças.
As melhorias do meio ambiente, aliadas às do nível de vida geral, tem papel deter-
minante	na	redução	das	taxas	das	doenças	e	no	controle	das	epidemias.
39UNIDADE III Epidemiologia
1. EPIDEMIOLOGIA
MAPA CONCEITUAL 
 
Fonte: o autor.
40UNIDADE II Saúde no Brasil
1.1 Entenda os Conceitos
A	epidemiologia	 tem	como	princípio	básico	atender	assuntos	 referentes	à	saúde	
(como doenças, seus determinantes e o uso de serviços de saúde) não se distribuem ao 
acaso entre as pessoas. 
Segundo	Almeida	(2006,	p.	200)	epidemiologia	pode	ser	definida	como:	
Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, 
analisando	a	distribuição	e	os	fatores	determinantes	das	enfermidades,	da-
nos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas es-
pecíficas	de	prevenção,	controle,	ou	erradicação	de	doenças,	e	fornecendo	
indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avalia-
ção das açõesde saúde “(ALMEIDA, 2006, p. 200)”.
A	epidemiologia,	no	seu	conjunto,	mobiliza	as	suas	três	áreas	de	atividade	clássi-
cas, visando à produção de conhecimento sobre as populações:
●	 A	descrição	de	fenômenos,	
●	 A	análise	dos	contrastes	entre	grupos	(explicação	das	relações	entre	presumí-
veis	fatores	e	efeitos	—	por	comparação);
●	 Previsão	de	futuras	ocorrências	de	saúde,	ou	prospectiva	(através	de	modelos,	
frequentemente	estatísticos,	que	convertem	tendências	e	explicações	em	cenários).	
O seu caminho estratégico em relação às doenças na população é, assim, uma 
sequência	de	descrever,	explicar,	predizer	e	controlar	fenômenos	de	saúde.	E	o	conheci-
mento	da	história	natural	da	doença	traduz-se	em	objetivos	coerentes	de	ação	no	quadro	
dos	níveis	clássicos	de	prevenção	(ALMEIDA,	2006).	
1.2 Aplicação de Conceitos
A	epidemiologia	é	aplicada	no	mínimo	em	quatro	áreas	distintas:
1.	Vigilância	em	saúde	pública	ou	vigilância	epidemiológica;
2.	Análise	da	situação	de	saúde;
3.	Identificação	dos	perfis	e	fatores	de	risco;
4.	Avaliação	epidemiológica	dos	serviços.
A Epidemiologia e a Saúde Pública, quando trabalhadas em conjunto, possibilita 
alcançar o conhecimento sobre o modo como uma doença se origina, realizar o controle na 
população, e até mesmo evitar a sua ocorrência.
Pois	a	epidemiologia	fornece	à	saúde	pública	explicações	para	os	problemas	de	
saúde das populações, o que permite à saúde pública, saber como e quando agir, através 
de intervenções adequadas e resolutivas (MARTINS, 2018).
41UNIDADE II Saúde no Brasil
A Saúde Pública visa proporcionar o melhor nível de saúde ao maior número de 
pessoas, com o melhor desempenho econômico possível nas suas ações. 
Para	Martins	(2018)	a	epidemiologia	mantém	seu	caráter	essencialmente	coletivo	
e social assim como vem ampliando o seu importante papel na consolidação de um saber 
científico	sobre	a	saúde	humana.	Fornecendo	subsídios	para	o	planejamento	e	a	organi-
zação das ações de saúde e para a avaliação de programas, atividades e procedimentos 
preventivos e terapêuticos.
 
42UNIDADE III Epidemiologia
2. SANEAMENTO BÁSICO E HIGIENE NOS PROCESSOS EPIDEMIOLÓGICOS
Segundo Almeida et al., (2011) saneamento é o conjunto de medidas que visa pre-
servar	ou	modificar	as	condições	do	meio	ambiente	com	a	finalidade	de	prevenir	doenças	
e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à produtividade do 
indivíduo	e	facilitar	a	atividade	econômica.	
No	Brasil,	o	saneamento	básico	é	um	direito	assegurado	pela	Constituição	e	de-
finido	pela	Lei	nº.	11.445/2007	como	o	conjunto	dos	serviços,	infraestrutura	e	instalações	
operacionais	de	abastecimento	de	água,	esgotamento	sanitário,	limpeza	urbana,	drenagem	
urbana,	manejos	de	resíduos	sólidos	e	de	águas	pluviais.
Um dos princípios da Lei nº. 11.445/2007 é a universalização dos serviços de sa-
neamento	básico,	para	que	todos	tenham	acesso	ao	abastecimento	de	água	de	qualidade	
e	em	quantidade	suficientes	às	suas	necessidades,	à	coleta	e	 tratamento	adequado	do	
esgoto	e	do	lixo,	e	ao	manejo	correto	das	águas	das	chuvas.
 
43UNIDADE III Epidemiologia
3. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E SEU CONTROLE
A	área	da	saúde	sofre	uma	profunda	influência	negativa	da	falta	de	saneamento	
básico.	O	acesso	ao	saneamento	reduz	uma	série	de	enfermidades,	que	reflete	desde	no	
aproveitamento escolar das crianças até na produtividade do trabalhador.
De	várias	formas	a	água	pode	afetar	a	saúde	do	homem:
●	 Pelo consumo direto, na preparação de alimentos; na higiene pessoal, na agri-
cultura, na limpeza do ambiente, nos processos industriais ou nas atividades de lazer. Os 
riscos	para	a	saúde	associados	com	a	água	podem	ser	de	duas	categorias:
●	 Relacionados	 com	 a	 ingestão	 de	 água	 contaminada	 por	 agentes	 biológicos	
(bactérias, vírus e parasitos), através de contato direto, ou por meio de insetos vetores que 
necessitam	da	água	em	seu	ciclo	biológico;
●	 Resultados	de	poluentes	químicos	e	radioativos,	geralmente	efluentes	de	esgo-
tos industriais, ou causados por acidentes ambientais.
Os	 principais	 agentes	 biológicos	 encontrados	 nas	 águas	 contaminadas	 são	 as	
bactérias patogênicas, os vírus e os parasitas. 
As	bactérias	patogênicas	encontradas	na	água	e/ou	alimentos	constituem	uma	das	
principais	fontes	de	morbidade	e	mortalidade.
o	 Instituto	Trata	Brasil	 (2017)	 elaborou	 um	 diagnóstico	 de	 algumas	 doenças	 de	
veiculação hídrica , as chamadas “doenças relacionadas ao saneamento ambiental inade-
quado” abrangem diversas patologias, como a diarreia, esquistossomose, dengue , leptos-
44UNIDADE II Saúde no Brasil
pirose,	a	febre	amarela,	as	micoses,	entre	outras	enfermidades,	que	possuem	diferentes	
modos de transmissão. (IBGE, 2011).
De	acordo	com	o	Instituto	Trata	Brasil,	(2018)	crianças	que	sofrem	com	Doenças	
relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI) apresentam saúde debilitada 
e,	como	consequências	têm	a	educação	prejudicada.	De	acordo	com	uma	análise	de	dados	
coletados entre 2000 e 2010, o aumento de uma unidade percentual no acesso ao sanea-
mento	está	associado	a:
●	 Aumento	de	0,11%	na	taxa	de	frequência	escolar;
●	 Queda	de	0,31%	na	taxa	de	distorção	idade-série;
●	 Redução	de	0,12%	na	taxa	de	abandono	escolar.
Mas	não	são	apenas	as	crianças	que	são	afetadas	pela	falta	de	saneamento	ade-
quado.	As	 infecções	gastrointestinais	 também	fazem	com	que	os	adultos	se	afastem	de	
suas atividades laborais, o que gera custos para as empresas e perda de desempenho por 
parte	dos	profissionais.
SAIBA MAIS
Dentro	da	vigilância	da	saúde,	convém	fazer	referência	aos	conceitos	e	definições	de	
seus componentes. 
a) Vigilância Epidemiológica: É	o	conjunto	de	ações	que	proporcionam	o	conhecimen-
to,	a	detecção	ou	prevenção	de	qualquer	mudança	nos	fatores	determinantes	e	condi-
cionantes	de	saúde	individual	e	coletiva.	Tem	como	finalidade	recomendar	e	adotar	as	
medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos (Lei n.º 8.080, de 19.9.1990). 
É	a	coleta	sistemática	de	dados	relacionados	com	uma	determinada	doença,	sua	análi-
se	e	interpretação	e	a	distribuição	da	informação	processada	às	pessoas	responsáveis	
por atuar sobre o problema (CDC). 
b) Vigilância Sanitária:	É	o	conjunto	de	ações	capaz	de	eliminar,	diminuir	ou	prevenir	
riscos	à	saúde	e	de	 intervir	nos	problemas	sanitários	decorrentes	do	meio	ambiente,	
da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, 
abrangendo: 
I - O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a 
saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e 
II - O controle da prestação de serviços que se relacionem direta ou indiretamente com 
a saúde (Lei n.º. 8.080, de 19.9.1990). 
45UNIDADE II Saúde no Brasil
c) Vigilância Ambiental em Saúde:	é	definida	como	um	conjunto	de	ações	que	propor-
ciona	o	conhecimento	e	a	detecção	de	qualquer	mudança	nos	fatores	determinantes	e	
condicionantes	do	meio	ambiente	que	interferem	na	saúde	humana,	com	a	finalidade	
de	recomendar	e	adotar	as	medidas	de	prevenção	e	controle	dos	fatores	de	risco	e	das	
doenças ou agravos. 
d) Vigilância da saúde: Conceitua-se como um conjunto de atividades voltadas para a 
identificação,	análise,	monitorização,	controle	e	prevenção	dos	problemas	de	saúde	de	
uma	comunidade.			A	vigilância	à	saúde	engloba	as	ações	coletivas	de	saúde,	expan-
dindo a possibilidade da utilização da epidemiologia no planejamento, programação e 
avaliação	dos	serviços	de	saúde,	incluindo	ainda	outras	áreas	do	conhecimento.	
Fonte:	Vigilância	ambiental	em	saúde	-	Textos	de	Epidemiologia	para	Vigilância
Ambiental em Saúde. Ministério da saúde. Funasa. Brasília. 2002.132 p. Disponível em: http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/textos_vig_ambiental.pdf.	Acesso	24	ago.	2020
Clique	no	 link.	 	 http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca/dados/txt_690106550.pdf.	E	ad-
quira	noções	básicas	da	Epidemiologia.Fonte:	Montilla,	D.	E.	R..	Noções	básicas	da	Epidemiologia.	Disponível	em:	http://www5.ensp.fiocruz.br/
biblioteca/dados/txt_690106550.pdf.	Acesso:	24	ago.	2020.
Acesse	os	links	abaixo	e	conheça	mais	sobre	os	conceitos		da	Epidemiologia:
https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/33454/mod_resource/content/1/un1/top5_4.html
https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/33454/mod_resource/content/1/un1/top1_1.html
https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/33454/mod_resource/content/1/un1/top2_1.html
https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/33454/mod_resource/content/1/un1/top3_1.html
https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/33454/mod_resource/content/1/un1/top4_1.html
46UNIDADE II Saúde no Brasil
REFLITA
A	oferta	do	saneamento	associa	sistemas	constituídos	por	uma	infraestrutura	física	e	
uma estrutura educacional, legal e institucional, que abrange os seguintes serviços: 
abastecimento	de	água	às	populações,	com	a	qualidade	compatível	com	a	proteção	de	
sua	saúde	e	em	quantidade	suficiente	para	a	garantia	de	condições	básicas	de	conforto;	
coleta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e sanitariamente segura de 
águas	residuárias	(esgotos	sanitários,	resíduos	líquidos	industriais	e	agrícolas);	acondi-
cionamento,	coleta,	transporte	e	destino	final	dos	resíduos	sólidos	(incluindo	os	rejeitos	
provenientes das atividades doméstica, comercial e de serviços, industrial e pública); 
coleta	de	águas	pluviais	e	controle	de	empoçamentos	e	inundações;	controle	de	veto-
res de doenças transmissíveis (insetos, roedores, moluscos, etc.); saneamento dos ali-
mentos; saneamento dos meios de transportes; saneamento e planejamento territorial; 
saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação, de recreação e dos 
hospitais;	controle	da	poluição	ambiental	–	água,	ar,	solo,	acústica	e	visual.
Fonte:	 Ribeiro,	 J.	W.;	 Rooke,	 J.	M.	 S..	 Saneamento	 básico	 e	 sua	 relação	 com	 o	meio	 ambiente	 e	 a	
saúde	 pública.	 2010.	 Disponível	 em:	 https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/38708350/TCC-Sanea-
mentoeSaude.pdf?1441765421=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3Dlicitacao.
pdf&Expires=1598363718&Signature=I5etIPC3oMrIWEO4bm9VFkbl8iiJ-1kbMRJuOly-qNZ3CZLs2g-
CKqJuE-W0FRzXqJlioJbkFM5JJwo8haPnJcra8CBJlor-97KxBYBB6rYW~diR4CyO0z1MTxOwsVKSU-
FWjGdgnof44aTu8s9C9ZMiqkvDQC9w7f9GzkAALX9p43uZ3tTm~X0a4b-9eBICCjcbIIIfJl8y0iTmvnFJ-b-
9DIAqGu700~gpWXE3kjBq-2rvV8mP7Gq0xmgFKoY4R9QTKh6xJe6KTHA85S~ZQBiDi1IKtrUUJf8D9N-
4G4tARUFmupWsFnwnn8xfXD2owsAkpGzcRVH9UA4V5N1iVNt11A__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5G-
GSLRBV4ZA.	Acesso:	25	ago.	2020.
47UNIDADE III Epidemiologia
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, vimos os principais conceitos e métodos que envolvem a epidemio-
logia e a vigilância à saúde.
	O	uso	das	ferramentas	e	ações	de	vigilância	epidemiológica	torna	possível	romper	
com	as	cadeias	de	transmissão	das	enfermidades.
No	Brasil,	as	doenças	resultantes	da	falta	ou	de	um	inadequado	sistema	de	sanea-
mento,	especialmente	em	áreas	pobres,	têm	agravado	o	quadro	epidemiológico.
A	 ausência	 de	 sistemas	 de	 saneamento	 básico	 é	 sem	dúvida,	 um	problema	de	
saúde	pública,	 pois	 pode	provocar	 doenças	 como	 infecções	gastrointestinais	 de	origem	
infecciosa	e	constantemente	leva	pessoas	a	ocuparem	vagas	em	leitos	hospitalares	que	
poderiam	estar	disponíveis	para	pessoas	com	enfermidades	mais	graves.
Entende-se que mesmo com as melhoras nos índices no saneamento no Brasil, 
ainda	são	necessários	muitos	investimentos	no	setor	no	intuito	de	atender	o	quesito	“univer-
salização dos serviços” de modo a impedir amplamente a contaminação do meio-ambiente 
tornando-o	mais	saudável	e	consequentemente	refletindo	na	saúde	e	o	bem-estar	da	po-
pulação.
Neste	contexto,	exigem-se	políticas	públicas	que	garantam	a	preservação,	e	pro-
porcione	à	população	a	conscientizar-se	sobre	a	problemática	do	saneamento,	conhecendo	
os	malefícios	que	sua	falta	pode	ocasionar	ao	meio	ambiente	e	a	saúde,	além	entender	a	
importância	de	mudar	os	hábitos,	padrões	de	consumo	e	evitar	desperdícios.
Desta	forma,	com	este	material	desejamos	que,	a	cada	unidade,	você	desenvolva	
novos conhecimentos e habilidades.
48UNIDADE II Saúde no Brasil
LEITURA COMPLEMENTAR
Artigo: Soares, S. R. A. ; Bernardes, R. S. ; Netto, O. de M. C. Relações entre 
saneamento, saúde pública e meio ambiente: elementos para formulação de um mo-
delo de planejamento em saneamento. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/
csp/2002.v18n6/1713-1724/. Acesso 06 out.2020.
RESUMO: A compreensão das relações entre saneamento, saúde pública e meio 
ambiente	revela-se	um	pressuposto	fundamental	para	o	planejamento	de	sistemas	de	sa-
neamento em centros urbanos. Nesse sentido, o presente artigo objetiva propor elementos 
para o desenvolvimento de um modelo de planejamento em saneamento, a partir de um 
levantamento	histórico	das	questões	ambientais	e	de	saúde	 incorporadas	pelo	setor,	de	
uma	análise	dos	marcos	conceituais	da	relação	saúde	e	saneamento,	e	de	uma	sistema-
tização	dos	diversos	efeitos	da	implementação	de	sistemas	de	abastecimento	de	água	e	
de	esgotamento	sanitário	no	meio	ambiente	e	na	saúde	pública.	A	avaliação	desses	efeitos	
deve	garantir	a	análise	correta	das	possíveis	alternativas,	tanto	do	ponto	de	vista	dos	obje-
tivos ambientais, quanto dos de saúde pública (objeto primordial do saneamento), de modo 
a apontar o direcionamento mais adequado das ações. A proposta de sistematização dos 
efeitos	das	ações	de	saneamento	em	cada	 fase	de	sua	 implementação,	 realizada	neste	
trabalho,	constitui-se	em	um	avanço,	no	sentido	de	reunir	elementos	fundamentais	para	a	
formulação	de	um	modelo	de	planejamento	em	saneamento.
●	 Manual	do	saneamento	básico.	Instituto	Trata	Brasil.	2012.	Disponível	em:
	 http://www.tratabrasil.org.br/datafiles/uploads/estudos/pesquisa16/manual-im-
prensa.pdf.	Acesso:	21	ago.	2020.
RESUMO
A importância do saneamento e sua relevância à saúde humana remontam às mais 
antigas culturas. O desenvolvimento do saneamento sempre esteve ligado à evolução das 
civilizações, às vezes retrocedendo, outras renascendo com o aparecimento de outras. 
49UNIDADE II Saúde no Brasil
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Saneamento a Saúde em países em desenvolvimento
Autor: Leo Heller...(et al.)
Editora: CC&P Editores Ltda.
Sinopse:	Os	 textos	clássicos	de	Engenharia	Sanitária	permitem	
depreender que saneamento corresponde à intervenção no meio 
físico	no	qual	habita	e	convive	o	homem,	visando	criar	condições	
de	 salubridade,	 protegendo	 sua	 saúde	 e	 sua	 vida.	 Já	 a	 saúde,	
campo	do	conhecimento	com	maior	profundidade	 teórica	de	 for-
mulação,	diversas	definições	são	tentadas.	Contemporaneamente,	
pode-se	afirmar,	sem	muito	risco,	que	saúde	definitivamente	não	
é apenas a ausência de doença. E que a garantia de adequadas 
condições	de	saúde	para	o	homem	exige	um	conjunto	de	ações,	
na	qual	a	prática	médica	assistencial	representa	apenas	parte	des-
se	esforço.	Um	ambiente	saudável	é	pré-requisito	cada	vez	mais	
indiscutível para a saúde e o papel do saneamento na conquista 
dessa condição constitui consenso.
FILME/VÍDEO 
Título: Conceitos e Ferramentas da Epidemiologia - Conceitos de 
Epidemiologia
Ano: 2011
Sinopse:	Nesta	unidade	estudaremos	os	conceitos	básicos	e	os	
principais usos e aplicações da Epidemiologia. Também veremos 
os conceitos de incidência e prevalência, importantes medidas de 
ocorrência de doenças. Seus objetivos, neste estudo, são os de 
conceituar Epidemiologia, conhecer suas aplicações e conseguir 
calcular e interpretar a incidência e a prevalência de doenças.
Link do vídeo:	https://www.youtube.com/watch?v=BwQ2AhPC-ek
50
Plano de Estudo:
●	 Acidentes,	catástrofes	e	seus	reflexos	na	saúde	pública
●	 Saúde ambiental 
●	 Poluição ambiental
●	 Principais meios de mitigação das doenças provocadas por alterações ambientais
●	 Principais	doenças	veiculadas	pela	água,	ar,	alimentos	e	animais
●	 Principais	medidasmitigadoras	sobre	o	efeito	da	poluição	sobre	os	seres	vivos
Objetivos da Aprendizagem:
●	 Saber	sobre	acidentes,	catástrofes	e	seus	reflexos	na	saúde	pública.
●	 Entender a relação entre saúde ambiental e poluição ambiental
●	 Conhecer os principais meios de mitigação das doenças 
provocadas por alterações ambientais. 
●	 Esclarecer sobre as principais doenças 
veiculadas	pela	água,	ar,	alimentos	e	animais.	
●	 Apontar as principais medidas mitigadoras sobre o
	efeito	da	poluição	sobre	os	seres	vivos.
UNIDADE IV
Saúde Ambiental e Poluição Ambiental
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
51UNIDADE IV Saúde Ambiental e Poluição Ambiental
INTRODUÇÃO
Chegamos	à	última	etapa	e	aqui	será	relatada	a	relação		existente	entre	os	aci-
dentes,	 catástrofes,	poluição	e	seus	 reflexos	na	saúde	pública,	na	economia	e	no	meio	
ambiente.
Traremos os meios de mitigação das doenças provocadas por alterações ambien-
tais	e	apontaremos	as	medidas	mitigadoras	sobre	o	efeito	da	poluição	sobre	os	seres	vivos	
e	as	principais	doenças	veiculadas	pela	água,	ar,	alimentos	e	animais.	
Mostraremos que toda ação humana tem impacto sobre a natureza, seja ele positi-
vo ou negativo. A intensidade e a natureza desse impacto são proporcionais à organização 
social e às atividades econômicas desenvolvidas pelo homem. Entre os problemas apre-
sentados por essa relação entre o homem e a natureza, destacam-se os ambientais, que 
incidem	sobre	a	saúde.	Os	efeitos	do	meio	ambiente	na	saúde	humana	são	acelerados	
em meados do século XIX, com o intenso processo de industrialização e urbanização, que 
passaram a acometer as condições de vida e trabalho das populações.
Os	Desastres	Naturais	representam	um	conjunto	de	fenômenos	que	fazem	parte	da	
geodinâmica terrestre, portanto, da natureza do planeta.
Quando	ocorrem,	podem	trazer	consequências	catastróficas	para	o	ser-humano	e	
por	mais	que	a	tecnologia	na	área	seja	avançada,	muitos	desastres	naturais	são	imprevi-
síveis.
Nesse	sentido,	no	ano	de	2005,	ocorreu	a	conferência	mundial	sobre	a	redução	de	
desastres celebrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o tema “o aumento 
da	resiliência	das	nações	e	das	comunidades	diante	de	um	desastre”	onde	foi	destacadas	
ações para buscar minimizar os riscos de desastres de origem natural, no intuito de reduzir 
as perdas tanto de vidas humanas como se bens sociais, econômicos e ambientais que 
afetam	principalmente	as	populações	e	países	mais	pobres	(ONU,	2013).	
Essas	desigualdades	se	materializam	na	exposição	das	populações	expostas	a	es-
tes eventos, nas consequências mais graves sobre a saúde e sobre as condições de vida, 
ou	seja,	deixamos	o	ecossistema	vulnerável,	podendo	causar	danos	humanos,	materiais	e	
ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais. 
52UNIDADE IV Saúde Ambiental e Poluição Ambiental
1. ACIDENTES, CATÁSTROFES E SEUS REFLEXOS NA SAÚDE PÚBLICA
MAPA CONCEITUAL 
Fonte:http://nteijuig01.pbworks.com/f/1216324310/VERS%C3%83O%202%20DE%20POLUI%C3%87%-
C3%83O.jpg. Acesso: 26 ago. 2020
53UNIDADE IV Saúde Ambiental e Poluição Ambiental
1.1 Entenda os Conceitos
As	catástrofes	naturais	são	consequência	dos	eventos	provocados	pelos	riscos	na-
turais	que	superam	a	capacidade	de	resposta	local	e	afetam	seriamente	o	desenvolvimento	
social e econômico de uma região. 
As	catástrofes		Apresentam	duas	características	importantes,	que	podem	ser	com-
binadas	ou	não,	sendo	que	a	primeira	resulta	em	uma	séria	interrupção	do	funcionamento	
normal	de	uma	comunidade	ou	sociedade,	afetando	seu	cotidiano.	Essa	 interrupção	en-
volve, simultaneamente, perdas materiais e econômicas, assim como danos ambientais 
e	à	saúde	das	populações,	através	de	agravos	e	doenças	que	podem	resultar	em	óbitos	
imediatos e posteriores. 
A	segunda	é	exceder	a	capacidade	de	uma	comunidade	ou	sociedade	afetada	em	
lidar	com	a	situação	utilizando	seus	próprios	recursos,	podendo	resultar	na	ampliação	das	
perdas e danos ambientais e na saúde para além dos limites do lugar em que o evento 
ocorreu (FREITAS, 2011, p. 101). 
Segundo o site https://www.saude.gov.br/vigilancia-em-saude/vigilancia-ambiental/
vigidesastres/desastres-de-origem-natural do Ministério da Saúde (2020) os desastres de 
origem	natural	são	causados	por:	“processos	ou	fenômenos	naturais	que	podem	implicar	
em perdas humanas ou outros impactos à saúde, danos ao meio ambiente, à propriedade, 
interrupção dos serviços e distúrbios sociais e econômicos”.
54UNIDADE IV Saúde Ambiental e Poluição Ambiental
2. SAÚDE AMBIENTAL
Para	conceituar	saúde	ambiental,	Hancock	(1993),	formulou	um	modelo	de	gestão	
de	 saúde	 ambiental,	 em	 que	 trata	 das	 relações	 entre	 saúde	 (incluindo	 fatores	 sociais),	
meio	ambiente	e	economia.	Em	tal	modelo,	para	que	a	economia	fosse	ambientalmente	
sustentável,	seria	necessário	que	a	atividade	econômica	não	utilizasse	recursos	renováveis	
- como plantas, animais e solo -, além dos seus limites de renovação ou de recomposição 
(sustentabilidade);	não	deveria	poluir	o	ar	e	os	ecossistemas	terrestres	e	aquáticos	de	tal	
forma	que	não	pudessem	se	recompor;	nem	poderia	perturbar	ou	desequilibrar	a	atmosfera	
ou outros ciclos e sistemas naturais até onde as viabilidades dos ecossistemas estivessem 
comprometidas.
55UNIDADE IV Saúde Ambiental e Poluição Ambiental
3. POLUIÇÃO AMBIENTAL
Do	ponto	de	vista	ecológico,	poluição	é	definida	como	qualquer	alteração	da	com-
posição e das características do meio que cause perturbações nos ecossistemas, ou ainda, 
como	uma	 interferência	danosa	nos	processos	de	 transmissão	de	energia.	Consiste	em	
distúrbios	ambientais	consubstanciados	em	fatos	ou	fenômenos	desfavoráveis,	diretos	ou	
indiretos. Os primeiros compreendem ataques à saúde e aos bens, como a promoção de 
deslocamentos populacionais ou o desequilíbrio social, ou ainda, implicações na qualidade 
de vida, como a poluição sonora e estética, entre outras inconvenientes (HANCOCK, 1993).
3.1 Aplicação de Conceitos
Nos	últimos	anos,	as	catástrofes	naturais	têm	sido	a	causa	frequente	de	problemas	
de	saúde	das	populações,	além	disso,	representam	um	sério	obstáculo	ao	desenvolvimento	
das	comunidades	atingidas	na	medida	em	que	consomem	ponderáveis	recursos	financeiros	
para	a	reparação	dos	danos	sofridos,	podendo-se	dizer	que	não	existe	nenhum	país	que	
não	esteja	exposto	ao	risco	de	catástrofes	naturais,	tais	como	Sismos,	Tsunamis,	Erupções	
Vulcânicas, Movimentos de Vertentes, Ciclones Tropicais, Ondas de Frio, Ondas de Calor, 
Secas e Inundações.
Os	desastres	de	origem	natural	são	classificados	como:
●	 Geológicos	(ex.:	deslizamentos,	erosão	e	terremotos);
●	 Hidrológicos	(ex.:	inundações,	enxurradas	e	alagamentos);
56UNIDADE IV Saúde Ambiental e Poluição Ambiental
●	 Meteorológicos	(ex.:	ciclones,	tornados,	ondas	de	calor);
●	 Climatológicos	(ex.:	seca,	estiagem	e	incêndio	florestal);	e
●	 Biológicos	(ex.:	epidemias,	infestações	de	pragas).
Os	principais	fatores	de	riscos	para	a	ocorrência	dos	desastres	são	as	ameaças	e	
as vulnerabilidades.
Ameaça	pode	ser	um	evento	 físico	ou	 fenômeno	de	origem	natural,	 tecnológica	
ou	resultante	das	atividades	humanas,	que	pode	causar	doenças	ou	agravos,	óbitos,	da-
nos materiais, interrupção de atividade social e econômica ou degradação ambiental. As 
ameaças	de	origem	natural	envolvem	os	seguintes	eventos:	hidrológicos,	climatológicos,	
meteorológicos,	geológicos	e	biológicos.
Entende-se	por	vulnerabilidade	às	condições	determinadas	por	fatores	ou	proces-
sos	físicos,	demográficos,	educacionais,	culturais,	econômicos,	ambientais	e	de	saúde	que	
aumentam	a	suscetibilidade	de	uma	comunidade	ou	sociedade	aos	efeitos	das	ameaças.	
Caracteriza-se pela predisposição (intrínseca, adquirida ou produzida) de um indivíduo, 
comunidade	ou	de	um	sistema	a	ser	afetado	por	evento	físico	de	origem	natural	ou	tecno-
lógica.
A vulnerabilidade é essencialmente uma condição humana, uma característica da

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